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Estado de Goiás Secretaria de Estado da Educação Superintendência de Ensino Médio Gerência da Mediação Tecnológica 2023 ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Governador do Estado de Goiás Ronaldo Ramos Caiado Vice Governador do Estado de Goiás Lincoln Graziane Pereira da Rocha Secretária de Estado da Educação Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira Superintendente de Ensino Médio Osvany da Costa Gundim Cardoso Gerente de Mediação Tecnológica Wanda Maria de Carvalho Coordenadora Pedagógica de Mediação Tecnológica Luciane Aparecida de Oliveira Rodrigues ELABORARDORES/AS Linguagens e suas Tecnologias Daniela de Souza Ferreira Mesquita – Coordenadora de Área/Língua Portuguesa Guilherme Francisco Oliveira Cruvinel – Língua Estrangeira/Inglês Ivair Alves de Souza – Língua Portuguesa Luciana Evangelista Mendes – Língua Estrangeira/Espanhol Luiz Carlos Silva Junior – Educação Física Maria Caroline Guimarães Leite Logatti – Arte/Mundo do Trabalho Matemática e suas Tecnologias Luan de Souza Bezerra – Coordenador de Área Evandro de Moura Rios Luara Laressa Ferreira dos Santos Lima Ujeverson Tavares Sampaio Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Pedro Ivo Jorge de Faria – Coordenador de Área/História Alejandro de Freitas Paulino Matos – Geografia Carlos César Higa – Sociologia/Mundo do Trabalho Gustavo Henrique José Barbosa – Sociologia/Filosofia/Projeto de Vida Ciências da Natureza e suas Tecnologias Rosimeire Silva de Carvalho – Coordenadora de Área/ Química Francisco Rocha – Física George Fontenelle Costa – Física Luiz Carlos Silva Júnior – Biologia Núbia Pontes Pereira – Biologia Revisão Daniela de Souza Ferreira Mesquita Designer Gráfico Hugo Leandro de Leles Carvalho – Capa EQUIPE GOIÁS TEC TELEFONE: 3201-3253 E-MAIL: gmt@seduc.go.gov.br © Copyright 2022 – Goiás Tec Ensino Médio ao Alcance de Todos “Todos os direitos reservados” Sumário LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS ............................................................................ 5 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS .......................................................123 MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS ........................................................................ 191 CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS .............................................................201 PROJETO DE VIDA ..................................................................................................... 257 Linguagens e suas Tecnologias LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 6 COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – ESPANHOL AULA EIXO TEMÁTICO CONTEÚDO/OBJETIVO HABILIDADES 01 Compreensão oral e escrita O Espanhol no ENEM Compreender as diferentes estratégias ar- gumentativas 02 Compreensão oral e escrita Carta de presentación Compreender a forma de organização dos dados de uma carta de apresentação e sua finalidade para o gênero. 03 Compreensão oral e escrita Mapas Ler um mapa com informações de uma cidade. 04 Produção oral e escrita Placas de calles y otras Localizar placas de rua e determinados lu- gares. 05 Compreensão oral e escrita Repaso para pronom- bres Reconhecer recursos linguísticos para in- troduzir interpretações pessoais, opiniões, sentimentos e pensamentos. 06 Prática de análise linguística Repaso de Artículos/ Sustantivos Reconhecer e fazer uso dos artigos e subs- tantivos para a produção escrita e oral de cartas de argumentação, mapas e placas. 07 Prática de análise linguística Repaso de Adjetivos Reconhecer e fazer uso dos artigos e subs- tantivos para a produção escrita e oral de cartas de argumentação, mapas e placas. 08 Prática de análise linguística Repaso de Formas de tratamiento formal, informal Compreender elementos específicos que contribuam para a percepção do registro oral e escrito. 09 Autores hispanos en ENEM Compreender elementos específicos que contribuam para a percepção do registro oral e escrito. 10 Repaso Aula 1 - Espanhol no ENEM http://terradosaberpalotina.com.br A escolha da língua estrangeira é feita no mo- mento da inscrição do Enem. O estudante tem duas opções: espanhol ou inglês. Tem que ser uma deci- são muito bem pensada, porque depois não dá para voltar atrás. Veja a seguir o que estudar para a prova de espa- nhol do Enem e descubra como tirar todas as questões de letra! A prova de espanhol do Enem A prova de espanhol do Enem acontece sempre no primeiro dia do Exame e vem junto com as 45 questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. São apenas cinco questões. A maioria delas feita para testar o conhecimento instrumental do aluno, ou seja, a capacidade de ler e interpretar corretamente um texto, um quadrinho ou uma situação qualquer. O que o Enem espera do participante é o seguinte: • Associar palavras e expressões ao tema da questão. • Demonstrar que possui familiaridade com in- formações, tecnologias e culturas estrangeiras. • Conhecer estruturas linguísticas, sua função e seu uso social. • Reconhecer a importância da produção estran- geira como representação da diversidade cul- tural e linguística. Traduzindo, o Enem não quer que você simples- mente decore regras de gramática, mas que entenda LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 7 o que está sendo pedido na questão. Quando não se tem uma leitura atenta, o aluno pode correr o risco de cair em pegadinhas clássicas, como palavras pare- cidas em espanhol e português que têm significados diferentes, os famosos falsos cognatos. A maioria das questões da prova de espanhol traz textos e o aluno é desafiado a entender o significa- do. O enunciado e as cinco opções da questão estão sempre em português, o que pode facilitar um pouco. O que estudar para a prova de espanhol do Enem O foco maior das provas de língua estrangeira do Enem é a interpretação de textos. Isso significa que o estudante deve investir bastante tempo em leitura. O formato do texto varia muito: pode ser um comum, com dois ou três parágrafos, pode ser um quadrinho em língua espanhola (Mafalda, Gaturro etc.), um comercial, um trecho de obra literária, etc. Claro, não dá para deixar a gramática de lado, pelo contrário. Conhecer bem os tempos verbais, o uso de pronomes e saber diferenciar palavras idênticas ao português é essencial para uma boa leitura. Fique de olho também em: • Conjunções • Advérbios • Palavras homônimas em espanhol • Artigos definidos e indefinidos • Substantivos e adjetivos · • Verbos ser, estar e haver Jornais em língua espanhola, como o El País, da Espanha, e o Clarín, da Argentina, são uma boa fonte de estudos. Além de trazer ao estudante um forte componente social, político, econômico e cultural dos países hispânicos, são fonte quase certa para alguma questão do Enem. Outra dica importante: aumente o seu vocabulário o máximo que puder! Quanto mais você conhecer o significado das palavras, mais chances têm de acertar as questões. E o melhor: poderá fazer tudo com mais rapidez. Ao longo dos últimos anos, a imensa maioria das questões têm sido de interpretação de texto e isso deve permanecer por enquanto. No entanto, já caíram questões de tradução de expressões, poemas e letras de música. Fique atento! Como se dar bem na prova de espanhol As questões de espanhol têm geralmente a se- guinte estrutura: 1. Material em espanhol (texto, quadrinho, co- mercial, etc.) 2. Enunciado em português 3. Opções de resposta também em português O importante no Enem é ter foco e ficar atento ao que é pedido. No caso da prova de espanhol, o ideal é quebrar um pouco a sequência lógica da questão. Veja como fazer isso: 1. Comece lendo o que pede a questão (o enuncia- do em português) com muita atenção. Isso vai ajudar você a já ler o texto em espanhol com um foco em mente. 2. Leia o texto em espanhol e tente localizar a resposta pedida. 3. Procure na lista de alternativas a que melhor se adequa à pergunta e assinale. Chegar ao texto principal com um objetivo espe- cífico reduz bastante o tempo de assimilação. Leve sempreessa dica com você! Como estudar para prova de espanhol O Enem exige dos candidatos que optaram por língua espanhola um bom entendimento de questões políticas, econômicas e sociais envolvendo os países latino-americanos e, em menor grau, a Espanha. Por isso, é fundamental estar por dentro do con- texto desses países não apenas para a prova de lín- guas. Podem cair questões sobre esse tema em outras áreas do conhecimento também. Uma forma de fazer isso é acompanhar os prin- cipais jornais em língua espanhola do mundo. Veja alguns: • Espanha: El País • Chile: La Nación • Argentina: Clarín • México: El Universal • Uruguai: El País • Colômbia: El Tiempo Economize tempo de estudo buscando matérias de interesse mundial, latino americano ou que te- nham a ver com a relação entre o Brasil e o país em questão. Outra boa fonte de estudos é o YouTube. Com milhares de vídeos comentados sobre as provas do Enem ou sobre as questões de espanhol, dá para en- contrar muito material interessante produzido por professores de cursinho. Isso pode dar aquela ajuda na hora dos estudos! https://www.guiadacarreira.com.br/educacao/enem/espa- nhol-enem/ LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 8 https://www.itupevaagora.com.br Actividades 1. (ENEM 2010 - Língua Espanhol - 1ª Aplicação). Los animales En la Unión Europea desde 1º de octubre de 2004 el uso de un pasaporte es obligatorio para los animales que viajan con su dueño en cualquier compañía. AVISO ESPECIAL: En España los animales deben haber sido vacunados contra la rabia antes de su dueño solicitar la documentación. Consultar a un veterinario. Disponível em: http://www.agencedelattre.com. Acesso em: 2 maio 2009 (adaptado). De acordo com as informações sobre aeroportos e estações ferroviárias na Europa, uma pessoa que more na Espanha e queira viajar para a Ale- manha com o seu cachorro deve A) consultar as autoridades para verificar a pos- sibilidade de viagem. B) ter um certificado especial tirado em outubro de 2004. C) tirar o passaporte do animal e logo vaciná-lo. D) vacinar o animal contra todas as doenças. E) vacinar o animal e depois solicitar o passapor- te dele. 2. (ENEM 2010 - Língua Espanhola - 1ª Aplicação). Bilingüismo en la Educación Media Continuidad, no continuismo Aun sin escuela e incluso a pesar de la es- cuela, paraguayos y paraguayas se están comu- nicando en guaraní. La comunidad paraguaya ha encontrado en la lengua guaraní una fun- cionalidad real que asegura su reproducción y continuidad. Esto, sin embargo, no basta. La inclusión de la lengua guaraní en el proce- so de educación escolar fue sin duda un avance de la Reforma Educativa. Gracias precisamente a los programas esco- lares, aun en contextos urbanos, el bilingüismo ha sido potenciado. Los guaraníhablantes se han acercado con mayor fuerza a la adquisición del castellano, y algunos castellanohablantes perdieron el miedo al guaraní y superaron los prejuicios en contra de él. Dejar fuera de la Educación Media al guaraní seria echar por la borda tanto trabajo realizado, tanta esperanza acumulada. Cualquier intento de marginación del gua- raní en la educación paraguaya merece la más viva y decidida protesta, pero esta postura ética no puede encubrir el continuismo de una forma de enseñanza del guaraní que ya ha causado demasiados estragos contra la lengua, contra la cultura y aun contra la lealtad que las pa- raguayas y paraguayos sienten por su querida lengua. El guaraní, lengua de comunicación sí y mil veces sí; lengua de imposición, no. MELIÁ, B. Disponível em: http://staff.uni-mainz de. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado). No último parágrafo do fragmento sobre o bilin- guismo no Paraguai, o autor afirma que a língua guarani, nas escolas, deve ser tratada como lín- gua de comunicação e não de imposição. Qual dos argumentos abaixo foi usado pelo autor para defender essa ideia? A) O guarani continua sendo usado pelos para- guaios, mesmo sem a escola e apesar dela. B) O ensino médio no Paraguai, sem o guarani, desmereceria todo o trabalho realizado e as esperanças acumuladas. C) A língua guarani encontrou uma funcionalida- de real que assegura sua reprodução e conti- nuidade, mas só isso não basta. D) A introdução do guarani nas escolas poten- cializou a difusão da língua, mas é necessário que haja uma postura ética em seu ensino. E) O bilinguismo na maneira de ensinar o guarani tem causado estragos contra a língua, a cul- tura e a lealdade dos paraguaios ao guarani. 3. (ENEM 2010 - Língua Espanhola - 1ª Aplicação). LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 9 KangaROOS llega a México con diseños atléticos, pero muy fashion. Tienen un toque vintage con diferentes formas y combinaciones de colores. Lo más cool de estos tenis es que tienen bolsas para guardar llaves o dinero. Son ideales para hacer ejercicio y con unos jeans obtendrás un look urbano. O texto publicitário utiliza diversas estratégias para enfatizar as características do produto que pretende vender. Assim, no texto, o uso de vários termos de outras línguas, que não a espanhola, tem a intenção de A) atrair a atenção do público alvo dessa propa- ganda. B) popularizar a prática de exercícios esportivos. C) agradar aos compradores ingleses desse tênis. D) incentivar os espanhóis a falarem outras lín- guas. E) enfatizar o conhecimento de mundo do autor do texto. 4. ENEM 2010 - Língua Espanhola - 2ª Aplicação). Disponível em: www.gaturro.com. Acesso em: 10 ago. 2010. O gênero textual história em quadrinhos pode ser usado com a intenção de provocar humor. Na tira, o cartunista Nik atinge o clímax dessa intenção quando A) apresenta, já no primeiro quadro, a contradi- ção de humores nas feições da professora e do aluno. B) sugere, com os pontos de exclamação, a en- tonação incrédula de Gaturro em relação à pergunta de Ágatha. C) compõe um cenário irreal em que uma pro- fessora não percebe no texto de um aluno sua verdadeira intenção. D) aponta que Ágatha desconstrói a ideia inicial de Gaturro a respeito das reais intenções da professora. E) congela a imagem de Ágatha, indicando seu desinteresse pela situação vivida por Gaturro. 5. (ENEM 2011 - Língua Espanhola - 2ª Aplicação). Disponível em: http://www.franklin.com. Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado). Suponha que uma pessoa queira visitar a Espa- nha e deseje planejar sua visita de acordo com os feriados nacionais espanhóis. Ao observar o calendário com alguns dos principais feriados espanhóis, essa pessoa constatará que, na Es- panha, A) poucos feriados são oficiais. B) a Semana Santa tem uma data precisa. C) no décimo mês do ano inexistem feriados. D) poucos feriados têm relação com a religião. E) quase todos os feriados ocorrem na segunda metade do ano. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 10 Aula 2 - Cartas de presentación https://www.modelos-de-curriculum.com ¿Qué es una carta de presentación? Una carta de presentación es un documento que se usa como portada del currículum en el que el apli- cante describe sus habilidades, experiencias y profun- diza en el motivo de su elección de carrera o estudios, además de su interés en ocupar la vacante para la que está aplicando y los motivos por los cuales sería la persona más idónea para ocupar la plaza. Un currículum da a los empleadores una idea de qué ha hecho el candidato, mientras que una carta de presentación les habla más de quién es como persona y cómo se integraría a la dinámica de la compañía o grupo a la que quiere unirse. ¿Por qué es importante? Una carta de presentación es una de las maneras más efectivas de distinguirse entre otros candidatos. Además de conocer la trayectoria laboral y académica del aplicante, el empleador también podrá conocer de primera mano más información fundamental, como la personalidad de quien aplica, lo que busca de ese puesto, y lo que puede aportar más allá de sus habi- lidades técnicas. Es un mediopara profundizar en los logros y cuali- dades del aplicante, así como explicar situaciones que podrían verse mal en un currículum, como períodos largos de desempleo o cambios rápidos de una com- pañía a otra. La carta de presentación, igual que el currículum, debe ser breve, concisa y atractiva, esta debe incluir solamente información útil para presen- tarse como la mejor persona para el trabajo. No hay una sola forma de escribir una carta de presentación, esta puede variar dependiendo a que trabajo o posición académica se esté aplicando. Sin embargo, su estructura más básica comúnmente in- cluye cinco elementos. Los cinco elementos de una carta de presentación 1. El trabajo o posición para la que se está apli- cando. 2. Información sobre cómo el aplicante tuvo co- nocimiento de la vacante, si se tiene referencias o recomendaciones, este sería el apartado para listarlas. 3. ¿Por qué el aplicante está interesado y califica- do para el trabajo? 4. Descripción de cualidades, habilidades, expe- riencia y atributos especiales que el aplicante puede aportar a la empresa y al equipo que trabaja en la misma, es recomendable estar familiarizado con la misión, visión y valores de la empresa para redactar un pitch más atractivo y dirigido a la compañía o ins- titución en la que se desee trabajar. 5. Un agradecimiento por ser considerado para el trabajo y por el tiempo invertido en leer la carta. Es importante tener en cuenta que la carta de presentación no es una repetición extensa del currí- culum, si bien las habilidades y atributos menciona- dos deben coincidir con las listadas en este, la carta consiste de un ejercicio de creatividad, introspección y comunicación que ayudará al empleador a ponerse en los zapatos del aplicante y entender por qué es la persona idónea para el puesto. No todas las vacantes requerirán la entrega de una carta de presentación, pero todo estudiante o candi- dato debe conocer en qué consisten y cómo redactar una para mantenerse en la competencia de cualquier oportunidad que la liste entre sus requisitos. https://observatorio.tec.mx/edu-news/cartas-de- presentacion Actividades Ejemplo de carta de presentación corta para prácticas A 29 de Enero de 2020 Adrián Galvez Solano Celso Emilio Ferreiro, 75 50461 Alfamén Móvil: 698 221 485 galvezsolanoadrian@gmail.com Luis & Tachi A/A: Responsable de RR.HH. Calle de José Ortega y Gasset, 74 28006 Madrid Estimado Responsable de recursos humanos, Me pongo en contacto con usted debido a que, actualmente estoy finalizando un grado en peluquería y cosmética capilar y por lo tanto, tendré que realizar prácticas en un centro de trabajo por un total de 400 horas. Tras haber buscado información sobre los servicios, estilos y filosofía de Luis y Tachi, considero que mi LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 11 perfil y objetivos profesionales dentro de este campo profesional combinan con los de su negocio. En mi CV adjunto podrán los conocimientos más relevantes que he adquirido durante mis dos años de aprendizaje y práctica constante. Sin embargo, me gustaría poder explicarle más en detalle y en persona la manera en la que puedo contribuir a su negocio y cuáles son mis perspectivas de futuro una vez haya finalizado mis estudios. Muchas gracias de antemano por su tiempo. Le saluda atentamente, Adrián Galvez Solano (Firma) 6. ¿Quién escribió la carta? 7. ¿Qué necesita? 8. ¿Cuál es el curso que la persona hace? 9. ¿Cuánto tiempo de prácticas necesita hacer para finalizar el grado? 10. Saca la expresión utilizada como despedida. Aula 3 - Mapas https://shop.infanciayeducacion.com O que são mapas? Mapa é um produto cartográfico que pode ser definido como uma representação da superfície da Terra, ou de uma parte dela, que é feita em escala reduzida sobre uma superfície plana. Antes confeccionados à mão, a produção de ma- pas conta hoje com um amplo conjunto de técnicas modernas, como softwares de geoprocessamento e imagens de satélite, que garantem assim uma maior precisão das informações que são neles expressas. Os mapas são feitos por inúmeros profissionais, como geógrafos, cartógrafos e engenheiros cartográ- ficos. São utilizados em diversas situações e por tra- balhadores de áreas variadas, estando também cada vez mais presentes no nosso cotidiano. Importância dos mapas Enquanto representações cartográficas da reali- dade, os mapas trazem uma grande quantidade de informações a respeito de onde vivemos e de di- versas outras localidades, o que permite aprofundar os nossos conhecimentos sobre o espaço e fazer a descoberta de novas áreas. O conjunto de aspectos que os mapas podem retratar é amplo, abrangendo desde características físicas de uma determinada porção da superfície ter- restre até dados econômicos e informações quanti- tativas e qualitativas sobre a população de um lugar. Levando em consideração o caráter das infor- mações que podem ser reunidas nos mapas, eles se tornam importantes também para o planejamento e para a gestão pública, por exemplo, permitindo o comparativo de áreas e a análise da evolução e trans- formação de um ou mais aspectos de uma localidade específica, como o crescimento da área urbana de um município. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 12 A importância dos mapas reside também, e principalmente, no fato de eles serem ferramentas que nos auxiliam na localização e nos nossos deslocamentos. Mediante a sua leitura e interpretação, podemos iden- tificar onde estamos, traçar rotas para irmos de um ponto ao outro e, ainda, realizar o cálculo de distâncias. https://brasilescola.uol.com.br Observa el mapa de una ciudad y contesta a las preguntas. https://espanolparainmigrantes.wordpress.com 11. ¿Dónde está la piscina? 12. ¿Qué hay detrás de la iglesia? 13. ¿Dónde está el banco? 14. ¿Qué hay alrededor de la tienda? 15. ¿Qué es un centro comercial? LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 13 Aula 4 - Placas en general https://mundodoautomovelparapcd.com.br Placa As placas são gêneros textuais utilizados para sinalizar, instruir e /ou informar alguém sobre algo. Existem as placas de trânsito/de sinalização, os outdoors (que apresentam em maioria propagandas), as informativas que direcionam, por exemplo, o comprador para a seção de peças masculinas e as instrucionais que demons- tram algum comando, movimento e/ou ação. Normalmente, a linguagem é direta e curta. Há texto híbrido ou somente imagens/símbolos. https://descomplica.com.br Actividades Observa las placas y contesta a las preguntas. https://www.pinterest.es 16. ¿Lo qué hay en común en las placas? 17. Traduzca al portugués 5 placas. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 14 18. La placa adelante está en el mundo todo: https://www.shutterstock.com a) Explica el motivo. b) ¿Cuál es el mensaje? Aula 5 - Los pronombres https://firsthandspanish.com ¿Qué son los pronombres? La palabra pronombre significa literalmente “en lugar del nombre”. Se emplean para referirse a las personas, los animales o las cosas sin nombrarlas y pueden sustituir al sustantivo, adquiriendo su sig- nificado y evitando así su repetición. Además coin- ciden en género y número con el sustantivo al que sustituyen. Los pronombres hacen referencia a algo o alguien ya conocido por el que habla y por el que escucha. Además, es importante saber que nunca acompañan a un sustantivo sino que lo reemplazan. Ej.: Miguel, el chico tan guapo que vive arriba, juega muy bien al ajedrez. Él es muy bueno en su estrategia. El pronombre él reemplaza a Miguel, el chico tan guapo que vive arriba. Tipos de pronombres En español hay varios tipos de pronombres que se clasifican según su empleo. Son los siguientes: Pronombres personales Suelen referirse a personas sin nombrarlas por su nombre. Son los siguientes: Persona Pronombre personal 1ª singular Yo, me, mi, conmigo 2ª singular Tú, usted, te, ti, contigo 3ª singular Él, ella, ello, lo, la, los, las, le, les, se, si, consigo 1ª plural Nosotros/as, nos 2ªplural Vosotros/as, os 3ª plural Ellos, ellas, los, las, les, consigo • Ej.: Yo no tengo hambre pero ellos si LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 15 • María te llamó por teléfono (a ti) • Dijeron que os tendríamos que recoger hoy (a vosotros) • Me gusta, lo compro (un objeto). Pronombres relativos Son aquellos que unen dos frases, relacionando la segunda con la primera. No se acentúan y suelen ir acompañados de artículos o preposiciones. Son los siguientes: que, cual/cuales, cuanto/cuanta/cuantos/ cuantas, donde, quien/quienes, cuyo/cuya/cuyos/cuyas Ej.: • La chica que nos saludó es mi amiga Ana. • El pueblo del cual te hablé está aquí al lado. • La maestra nos enseñó todo cuanto sabía. Pronombres demostrativos Los pronombres demostrativos indican dónde se encuentra algo o alguien en relación a quien habla. Pueden mostrar grados de cercanía diferentes (aquí, ahí o allí) y se acentúan para distinguirlos de los ad- jetivos demostrativos. Son los siguientes: Persona Pronombre demostrativo Masculino sin- gular Éste, ése, aquél Femenino sin- gular Ésta, ésa, aquélla Neutro singular Esto, eso, aquello Masculino plural Éstos, ésos , aquéllos Femenino plural Éstas, ésas, aquéllas Ej.: • Aquél de allí es mi hermano. • Ésa no es buena, coge mejor la otra. • Estos no me gustan, prefiero los libros de aven- turas. Pronombres posesivos Indican pertenencia. Pueden expresar un único poseedor o varios: Persona Pronombre posesivo 1ª singular Mío/a , míos/as 2ª singular Tuyo/ a, tuyos/as 3ª singular Suyo/a, suyos/as 1ª plural Nuestro/a, nuestros/as 2ª plural Vuestro/a, vuestros/as 3ª plural Suyo/a, suyos/as Ej.: • Ese no es mi coche, el mío es negro. • Llegaron todas las maletas menos las nuestras. • Si esas son las vuestras, ¿de quién son las otras? Pronombres interrogativos y exclamativos Sirven para preguntar sobre algo de lo que se está hablando o para exclamar. Van acompañados de sig- nos interrogativos o exclamativos (¿? , ¡ !) y deben acentuarse. Son: qué, quién/quiénes, cuál/cuáles, cuánto/cuántos, cómo. Ej.: • ¿Qué es eso? • ¿Quiénes son tus amigos? • ¡Cuánto has crecido! • ¡Cómo habla de bien! Pronombres reflexivos y recíprocos Pueden indicar que nos hacemos algo a nosotros mismos (reflexivos) o que hacemos algo a alguien que nos lo hace a nosotros al mismo tiempo (recíproco). Pueden ir al final del verbo o de manera indepen- diente. Persona Pronombre reflexivo Pronombre recíproco 1ª singular Me Solo existen en plural ya que implican a varios sujetos 2ª singular Te 3ª singular Se 1ª plural Nos Nos 2ª plural Os Os 3ª plural Se Se Ej.: • Me visto rápido y voy. • Se sentó en el sofá a descansar. • Vamos a maquillarnos al baño. Pronombres indefinidos Hacen una mención a algo sin identificarlo o bien de manera vaga. Tienen formas muy variadas: Un/ una/ unos/ unas, algún/ alguna/ algunos/ algunas, ningún/ ninguna/ ningunos/ ningunas, otro/otra/ otros/otras, tanto/ tanta/ tantos/ tantas, mucho, de- masiado, escaso, todo… Ej: • Algunas personas no creen en eso. • Unas vienen, otras se van. • No quiero tanto, ya tenemos demasiado. https://global-exam.com/blog/es LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 16 Actividades Mira la tira: https://blogdoenem.com.br 19. Explica lo qué se pasa en la historieta. 20. Saca los pronombres y clasifícalos. 21. Traduzca el último cuadro. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 17 Aula 6 - Repaso de artículos y sustantivos Los artículos en español no se difieren mucho del uso en portugués. Son utilizados para establecer el sustantivo o elementos de que hacen referencia en la oración, concordando en género y número. Existen dos tipos de artículos, el determinado y el indeterminado. El artículo neutro, que no existe en portugués, hace parte del grupo de los artículos determinados; su uso es muy diverso y, por eso, suele ser el más difícil para los brasileños. https://mundoeducacao.uol.com.br El artículo neutro https://professorakarinyoliveira.blogspot.com/2018/06/lo-neutro.html Las contracciones en el español https://amigopai.wordpress.com LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 18 Sustantivos Definición El sustantivo es la palabra que usamos para nom- brar a los objetos, a las personas, a los países, etc. Igual que los artículos, tienen género (femenino o masculi- no), y número (singular o plural). Estas características deben coincidir siempre con las del artículo. Clasificación de los sustantivos Los sustantivos pueden clasificarse en: • Sustantivos Masculinos y Femeninos. • Sustantivos Singulares y Plurales. • Sustantivos Propios y Comunes. • Sustantivos Abstractos y Concretos • Sustantivos Individuales y Colectivos • Sustantivos Contables e Incontables • Sustantivos Primitivos y Derivados • Sustantivos Compuestos Los sustantivos masculinos y femeninos: Son aquellos que se clasifican de acuerdo al género. Ejemplos: • La mesa es de madera. (sustantivo femenino) • Carolina es una profesora de español de Woo- dward. (sustantivo femenino) • El libro es muy interesante. (sustantivo mascu- lino) • El piloto vuela a Chile. (sustantivo masculino) Los sustantivos singulares y plurales: Son aquellos que se clasifican de acuerdo al número. Ejemplos: • El vaso está lleno. (sustantivo singular) • La silla es muy cómoda. (sustantivo singular) • Las familias de Chile almuerzan juntas los do- mingos. (sustantivo plural) • Los amigos de mi hermano son simpáticos. (sustantivo plural) Los sustantivos propios y comunes: Son aquellos que se clasifican de acuerdo a su extensión. Ejemplos: • Las niñas ensayan mucho para su presentación. (sustantivo común) • El computador es indispensable para mi traba- jo. (sustantivo común) • Mi escuala de español se llama Woodward. (sustantivo propio) • El señor Parraguéz vive en Coquimbo. (sustan- tivo propio) Los sustantivos abstractos y concretos: Son aquellos que se clasifican de acuerdo a si son objetos físicos o conceptos / ideas / sentimientos. Ejemplos: • Anoche mi hijo tuvo miedo. (sustantivo abs- tracto) • Necesitas tener paciencia. (sustantivo abstrac- to) • Te invito a mi casa. (sustantivo concreto) • Voy a escribir con un lápiz rojo. (sustantivo con- creto) Los sustantivos colectivos: Son aquellos que de- nominan un conjunto de seres u objetos, dando la idea de pluralidad y tienen como referencia un grupo concreto de entidades, pero se escriben en singular. Ejemplos: • Enjambre (sustantivo colectivo) - conjunto de abejas • Jauría (sustantivo colectivo) - conjunto de per- ros • Rebaño (sustantivo colectivo) - conjunto de ovejas Los sustantivos contables e incontables: Son aquellos que se clasifican de acuerdo a si se puede contar el sustantivo o no contar el sustantivo. Ejemplos: • Voy a la biblioteca para sacar un libro. (sustan- tivo contable) • Hay cuatro sillas alrededor de la mesa. (sustan- tivo contable) • No necesito azúcar en mi café. (sustantivo in- contable) • Cuando desperté, había nieve afuera de la casa. (sustantivo incontable) Los sustantivos primitivos y derivados: Son aquellos que se clasifican de acuerdo a si provienen de otra palabra. Ejemplos: • Me gusta comer pan con queso. (sustantivo primitivo) • ¿Puedes ir a la panadería a comprar algo? (sus- tantivo derivado) • Huele muy bien esa rosa. (sustantivo primitivo) • Hubía un rosal al lado de mi casa. (sustantivo derivado) Los sustantivos compuestos: Son aquellos que están formados por dos palabras simples. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 19 Ejemplos: • abrelatas (sustantivo compuesto) • sacacorchos (sustantivo compuesto) • cortafuegos (sustantivo compuesto) • cumpleaños (sustantivo compuesto) • matamoscas (sustantivo compuesto) Resumen: https://www.spanish.cl/Grammar/Notes/Sustantivos.htm Actividades 22. Escribe los artículos y las contracciones que faltan: a) _____ dieta ______ enfermo enriquece _____ bolsa ______médico. b) _____ poder humano se parece _____ divino cuando _____ misericordia produce justicia. c) Vengo _____ colegio y ya voy _____ gimnasio. 23.Pon el artículo EL o LA según el género: ___mal ___pantalón ___paisaje ___sonrisa ___leche ___árbol __cárcel ___coche ___viaje ___desorden ___nariz 24. Completa con LO o EL, según cada caso: a) ______ principal de la vida es amar. b) ______ chico y la chica son hermanos. c) ______ importante no es ganar, sino competir. d) ______ barato es caro. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 20 25. Mira el ejercicio adelante. https://www.liveworksheets.com LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 21 Aula 7 - Repaso de adjetivos Los adjetivos (os adjetivos em espanhol) cons- tituem uma classe gramatical que tem por função acompanhar o substantivo, atribuindo-lhe proprie- dades ou qualidades, estado, origem ou procedência. Também podem atuar como modificadores de infini- tivos substantivados e pronomes indefinidos. São palavras variáveis que sempre concordam com o substantivo, apresentando, portanto: • gênero (masculino e feminino) • número (singular e plural) • grau (aumentativo, diminutivo, comparativo e superlativo) Nos próximos tópicos, vamos conhecer melhor essa classe gramatical. ¡Échale ganas! Tipos de adjetivos • Calificativos Designam propriedades físicas (tamanho, cor, forma etc.), qualidades abstratas, estados de ânimo, caráter, entre outras propriedades. – Vaso redondo (copo redondo) – Persona interesante (pessoa interessante) – Chica guapa (moça/menina bonita) ¡OJO1! O adjetivo guapo/guapa só se aplica a pessoas; para coisas e outros seres, usa-se bonito/a. ¡OJO2! Alguns substantivos femininos que come- çam por -a tônico são usados no masculino quando em singular, como agua e águila (águia). Nesses casos, o adjetivo continua a ser empregado no feminino. – El agua fría (A água fria) – El águila rápida (A águia rápida) • Relacionales Expressam uma característica do substantivo, co- locando-o em uma determinada categoria. – Escalera mecánica (escada rolante) – Mueble de madera (móvel de madeira) – Dolor muscular (dor muscular) Os adjetivos também expressam estados de âni- mo: preocupado/a, nervioso/a, contento/a, sorpren- dido/a. • Adjetivos de sentido adverbial Expressam noções temporais ou modais, como os advérbios; sempre precedem o adjetivo. – Ella es la futura ministra de salud. (Ela é a futura ministra da saúde.) – El presunto ladrón se presentó a la policía. (O suposto ladrão se apresentou à polícia.) Gênero dos adjetivos Do ponto de vista flexional, existem três tipos de adjetivos: I – Os adjetivos de duas terminações São aqueles que apresentam flexão de gênero (masculino e feminino). Confira as regras: • Se o masculino termina em -o ou -e, o feminino termina em -a: Masculino Femenino flaco – rico – pelado (magro – rico – careca) flaca – rica – pelada (magra – rica – careca) grandote (grandalhão) grandota (grandalhona) Em adjetivos terminados em -án, -ín, -ón, -or e nos gentilícios terminados em consoantes, acrescenta-se -a para formar-se o feminino. Masculino Femenino holgazán – parlanchín – campeón – vencedor holgazana – parlanchina – campeona – vencedora alemán – inglés alemana – inglesa https://mundoeducacao.uol.com.br/espanhol/los-adjetivos.htm Actividades 26. Recuerda qué es un adjetivo y cómo pueden ser el género y el número. Ahora, en el siguiente ejercicio, subraya el adjetivo que acompaña al sustantivo y escribe al lado su género y número: • gato negro • jarrón roto • niño dormido • cielo gris • agua limpia • laboriosas abejas • bebé alegre • muñeco bonito • persona agradable • rubia cabellera • jardín florido • frondoso árbol • cansado obrero • hombre fuerte LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 22 27. Observa la tira y contesta a las preguntas. a) Explica lo que pasa en la historieta. b) Saca los adjetivos. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 23 Aula 8 - Formas de tratamiento Tratamiento formal o informal Vamos aprender mais um pouco, dessa vez vamos ver quando usamos Tú e Usted a linguagem formal e informal em espanhol. Imaginemos agora que você está em uma lancho- nete e precisa conversar com alguém de sua idade ou uma idade bastante próxima, então, que registro da língua você usaria: formal ou informal? Tú (Informal): Usa-se este pronome pessoal e as es- truturas que o acompanham (te, tu, etc…) para escre- ver ou falar com uma pessoa (singular) de confiança (amigos, família, conhecidos). Exemplo: Tú eres mi mejor amigo. / (Você é meu melhor amigo.) Usted (Formal): Usa-se este pronome pessoal e as estru- turas que o acompanham (le, su, etc…) para escrever ou falar com uma pessoa (singular) com a que não temos confiança (um idoso, no trabalho, com o chefe). Exemplo: Usted necesita ayuda. / (O (a) senhor(a) precisa de ajuda.) Segue outras formas de formais e informais: Vosotros ou Vosotras (Informal): Usam-se estes pronomes pessoais e as estruturas que os acompanham (os, vuestro, vues- tra, etc…) para escrever ou falar com várias pessoa (plural) com as que temos confiança (amigos, família, conhecidos). Exemplo: Vosotros sois mis mejores amigos. / (Vocês são meus melhores amigos.) Este pronome é usado maioritariamente na Espanha. Ustedes (Formal e informal): Usamos este pronome pesso- al e as estruturas que o acompanham (les, sus, etc…) para escrever ou falar com várias pessoas (plural) de confiança (amigos, família, conhecidos) ou também em situações formais. Exemplo: Ustedes necesitan ayuda. / (Você pre- cisam de ajuda.) Este pronome é usado maioritariamente em Amé- rica Latina, em algumas regiões de Espanha (formal e informalmente) e na Espanha maioritariamente usa- -se (formalmente). Vos Usa-se este pronome como substituição de “tú” em nos países da região rio-platense (Argentina, Uru- guai e Paraguai) e alguns países da América Central. https://www.muchoespanhol.com https://www.espanolcontodo.com Actividades 28. Marca “ I” para el registro informal y “F” para el formal. a) ¿Cómo se llaman tus hermanos, Pepe? ( ) b) Buenos días, doña Marta. ¿Cómo le va? ( ) c) Mira Pedro, te presento a mi hermana. ( ) d) Margarita, Pedro Alonso te espera en la sala de reuniones. ( ) e) ¿Y sus padres, cómo se llaman? ( ) 29. Convierte el siguiente texto a la forma de trata- miento USTED. Te llamas Felisa, eres de San José, eres directora de un banco. Tu trabajo es interesante pero duro. Trabajas muchas horas. Por las tardes tienes cla- ses particulares de inglés en tu casa. El inglés es muy importante para ti. Tu profesor es nortea- mericano. Las clases son muy divertidas. Los fines de semana descansas y lees mucho… LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 24 Aula 9 - Autores hispánicos en ENEM Biografia de Eduardo Galeano Eduardo Galeano (1940-2015) foi um escritor e jornalista uruguaio, autor do livro “As Veias Abertas da América Latina”, uma obra que exerceu profunda influência no pensamento de esquerda latino-ame- ricano. Eduardo Galeano (1940-2015) nasceu em Monte- vidéu, Uruguai, no dia 3 de setembro de 1940. Descen- dente de uma família de classe média, de formação católica, pensava em se tornar jogador de futebol, mas percebeu que não tinha habilidade necessária para isso, mas veio a escrever muito sobre o espor- te. Acabou exercendo trabalhos diferenciados, como caixa de banco e datilógrafo. Embora aos 14 anos ele já houvesse enviado uma charge para o jornal El Sol, do Partido Socialista, sua carreira na imprensa só se firmaria na década de 60, quando se tornou editor do jornal “Marcha”, ao lado de colaboradores como Vargas Llosa (futuro Prêmio Nobel) e Mario Benedetti. Nos anos 70, com regime militar no Uruguai, foi perseguido pela publicação de seu livro “As Veias Abertas da América Latina” (1971), obra de referên- cia de esquerda, na qual o autor analisa a história da América Latina do colonialismo ao século 20. Em 1973, foi preso em decorrência do golpe militar em seu país, exilou-se, posteriormente na Argentina, onde lançou a revista cultural “Crisis”. Em 1976, Eduardo Galeano mudou-se para a Es- panha, por causa da crescenteviolência da ditadura argentina. Em 1985, lançou na Espanha o livro “Me- mória do Fogo”. Nesse mesmo ano voltou ao Uruguai. Autor de mais de trinta livros, traduzidos para cer- ca de vinte idiomas, Galeano declarou, em 2014, que não se identificava mais com sua anticapitalista obra “As Veias Abertas da América Latina”. Sobre ela, disse o autor: “Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera”. Em 2006, Eduardo Galeano ganhou o Prêmio In- ternacional de Direitos Humanos através da Global Exchange, instituição humanitária americana. Eduardo Galeano faleceu em Montevidéu, no Uru- guai, no dia 13 de abril de 2015. Biografia de Isabel Allende Isabel Allende (1942) é uma escritora e jornalista chilena. Seu livro mais conhecido, A Casa dos Espíri- tos, foi adaptado para o cinema em 1993. Suas obras foram traduzidas para vários idiomas. Isabel Allende Llona nasceu em Lima, no Peru, no dia 2 de agosto de 1942. Seu pai, Thomás Allende, era um diplomata chileno e sua mãe, Francisca Llona, era dona de casa. Em 1945, seus pais se separaram e sua mãe vol- tou para Santiago, capital do Chile, levando seus três filhos, onde Isabel passou sua infância e parte de sua juventude. Após sua mãe casar-se com outro diplomata, em 1953, a família foi morar em La Paz, na Bolívia, onde Isabel estudou em uma escola americana. Em segui- da, mudaram-se para Beirute, no Líbano, onde ela ingressou em uma escola inglesa. Em 1958, Isabel Allende voltou para Santiago e iniciou no curso de jornalismo. Nessa época, começou a escrever contos infantis e peças para o teatro. Em 1960, Isabel Allende entrou para a seção chi- lena da Organização das Nações Unidas (FAO), que trabalha pela melhoria do nível de vida da população carente. Em 1962, Isabel casou-se com Miguel Frias, com quem teve dois filhos, Paula e Nicolás. Em 1967, Isabel passou a escrever para uma re- vista feminina e também pra uma revista infantil. Em 1970 começou a trabalhar na televisão, apresentando um programa de entrevistas. Sua peça de teatro, “O Embaixador”, estreou em 1972. Em 1973, ocorreu um golpe militar no Chile, en- cabeçado pelo general Augusto Pinochet, que depôs o presidente Salvador Allende, tio de Isabel Allende. Com a instauração de uma ditadura militar no Chile e a morte de Salvador Allende, Isabel deixou o país, junto com sua família, refugiou-se em Caracas, na Venezuela. Isabel Allende viveu na Venezuela até 1987, ano em que se divorciou do marido e se mudou para os Estados Unidos. Em 1991, morando nos Estados Unidos, Isabel descobriu que sua filha Paula tinha uma grave doença neurológica e, depois de um longo período em coma, acabou morrendo. Durante o coma da filha, Isabel começou a es- crever a obra Paula. O luto e a depressão levaram a escritora a relatar os fatos ocorridos durante a grave doença. Publicada em 1994, a obra Paula, foi seu primeiro trabalho de não ficção e muitos críticos consideram essa a melhor obra da escritora. Fundação Isabel Allende Após a morte de sua filha e da publicação da obra “Paula”, a escritora passou por um forte bloqueio cria- tivo e aceitou o convite de uma amiga para conhecer a Índia na tentativa de superar o luto. Na Índia, Isabel viveu um momento que mudaria sua vida, quando uma mulher lhe entregou uma crian- ça recém-nascida. O bebê lhe foi oferecido porque o nascimento de uma menina não era bem aceito na sociedade local. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 25 Depois do choque da experiência, a escritora de- cidiu criar a “Fundação Isabel Allende”, para ajudar mulheres e crianças em situação de risco. Morando nos Estados Unidos e ainda escrevendo, suas obras estão sempre nos primeiros lugares da lista dos livros mais vendidos nas Américas e na Europa. https://www.ebiografia.com Actividades 30. Busca un poema, crónica o cuento de los autores y escriba en su cuaderno o apostila. Aula 10 - Repaso para la prueba https://pebblebrookhigh.typepad.com 31. ¿Qué forma de tratamiento usarías? Marca (F) para formal y para informal ( I ) a) ( ) ¡Hola! ¿Qué tal? b) ( ) ¿Dónde vives? c) ( ) ¿Cómo se llaman? d) ( ) ¿Dónde vive? e) ( ) ¿Qué haces? f) ( ) Buenas tardes, siéntese, por favor. g) ( ) ¿Cómo estás? h) ( ) ¿Cómo está? 32. ¿Qué partes son importantes en una carta de presentación? 33. Observa la placa y contesta a las preguntas. https://www.soespanhol.com.br a) ¿Qué indica la placa? LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 26 b) ¿Cómo podemos traducirla? 34. A partir del mapa, haz lo necesario para respon- der. a) ¿Cuál es el país con mayor territorio en Amé- rica del Sur? b) ¿Con qué países Uruguay haz frontera? c) ¿Cuáles son los países que no tienen una costa litoránea? 35. Pon atención en el texto adelante: Hola. Me llamo María y tengo 8 años. Soy bajita y delgada. Mi pelo es negro y rizado y mis ojos son grandes y verdes. Soy una niña simpática y risueña. Me encantan los animales y tengo una perra en mi casa que se llama Lola. Me gusta ir al colegio porque en mi clase hay muchas niñas y muchos niños y juego con ellos. a) Saca tres adjetivos. b) Dos sustantivos en plural. c) Un artículo. d) Una contracción. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 27 36. Mira la tira de Gaturro. a) Escribe en portugués lo que se pasa. b) Saca los artículos y clasifícalos. c) ¿Qué pronombre personal aparece en la tira? ¿Es formal o informal? ¿Por qué? LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 28 Aula 11 - Países que hablan español como lengua materna, lengua oficial A grande maioria dos países da América são “his- panohablantes”, sendo que o Brasil é uma das poucas exceções entre as nações americanas que não falam o Espanhol oficialmente, assim como o Haiti, as Guianas e a Jamaica, por exemplo. Além da América, a língua também é ouvida nos diálogos entre nativos de alguns países na África, onde os navegadores espanhóis também estiveram presen- tes, mas não com deixaram a influência em grande quantidade de colônias, como as americanas. Ao todo, há 22 países que falam Espanhol oficial- mente ao redor do mundo. São nações localizadas na América do Sul, Central e do Norte, na África e, claro, na Europa, de onde veio o idioma. PS: También se habla español en Saara Occidental Veja os 22 países que falam Espanhol: • Argentina: é a única língua falada oficialmente pelos “hermanos” vizinhos do Brasil. • Bolívia: a grande população de origem indígena faz com que idiomas nativos, como o quechua, ainda prevaleçam na cultura boliviana. • Chile: no Chile, o Espanhol é o único idioma oficial. • Colômbia: o Espanhol é o único idioma oficial da Colômbia • Costa Rica: na Costa Rica, também é a única língua falada oficialmente. • Cuba: na ilha cubana, o espanhol é o único idio- ma oficial. • El Salvador: o país também só possui o idioma como oficial. • Equador: os equatorianos possuem o Espanhol como idioma oficial. • Espanha: com as grandes navegações a partir do século XV, o país europeu espalhou o idioma principalmente para nações americanas. No en- tanto, há outros idiomas falados no território, como línguas Catalã, Galego e Basco. • Guatemala: é um país que conta apenas com a língua como oficial. • Guiné Equatorial: o Espanhol é o principal idio- ma do país africano, que também tem o francês e o português como oficiais. • Honduras: também só possui o Espanhol, ofi- cialmente. • México: no México, apenas o Espanhol é reco- nhecido como idioma oficial. • Nicarágua: também só possui o Espanhol, ofi- cialmente. • Panamá: também só possui o Espanhol, oficial- mente. • Paraguai: além do Espanhol, o Paraguai conta com o Guarani, idioma que também é falado no Brasil, como oficial. • Peru: o Peru é mais um país que conta com um idioma indígena oficial: além do Espanhol, os peruanos falam a Língua Aimará. • Porto Rico: a ilha não é oficialmente um país, mas um território não incorporado dos EUA. Por isso, também tem o Inglês como idioma. • República Dominicana:também só possui o Espanhol, oficialmente. • Saara Ocidental: o país conta com o Espanhol e o Árabe como Idiomas oficiais. • Uruguai: também só possui o Espanhol, oficial- mente. • Venezuela: embora tenha diversos idiomas fa- lados no país, a Venezuela também só possui o Espanhol como oficial. https://querobolsa.com.br/revista/paises-que-falam- espanhol LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 29 Aula 12 - Interpretación https://institutokailua.com/blog/iguais-so-que-nao-o-caso-dos-heterogenericos/ LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 30 COMPONENTE CURRICULAR LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS CLASS 01 - ENGLISH Nesta nossa primeira aula sobre o conteúdo CHARGE, vamos conhecer um pouco mais sobre esse gênero textual que é bastante utilizado nas avaliações do ENEM. CONCEITO: CHARGES X TIRINHAS O QUE É UMA CHARGE??? É um gênero textual que faz críticas aos temas de interesse público. Charge é uma ilustração humorística que envolve a caricatura de um ou mais personagens, feita com o objetivo de satirizar algum acontecimento da atua- lidade. Muito usado em jornais e revistas por causa do cunho político e social, elas despertam o interesse do vasto público. O termo charge tem origem no francês charger que significa “carga”, ou seja, o uso do exagerado para representar alguma situação ou alguém de forma cô- mica. A primeira charge publicada no Brasil tinha o título “A Campanha e o Cujo”, criada por Manuel José de Araújo, em 1837, em Porto Alegre, que dentre as funções exercidas na política e ensino, ele era também pintor e caricaturista. A Campanha e o Cujo, considerada a primeira charge feita no Brasil. É o gênero no qual o/a autor/a expressa sua visão dos fatos por meio de caricaturas, geralmente perso- nalidades públicas. Mas também costuma apresentar pessoas envolvidos na política, devido ao seu teor crítico. Podendo conter ou não legendas e balão de fala, faz uso do humor. Surgiram no século XIX e trouxeram à tona a necessidade do público, expressar sua indignação e insatisfação com o governo vigente. O/A leitor/a, atra- vés da charge, encontra caminhos para entender os acontecimentos políticos nacionais e internacionais. O/A profissional que as desenha, chargista, precisa ter conhecimento dos assuntos em pauta para poder retratá-los e transmiti-los de forma objetiva. Charge publicada nas Revistas Careta, no Rio de Janeiro em 1925. (Foto: Flickr) CARACTERÍSTICAS DA CHARGE • Representa acontecimentos da atualidade: para entendimento da piada contida no dese- nho, é necessário um contexto histórico. Ou seja, sem saber qual âmbito uma história está sendo contada, a piada é perdida; • Linguagem verbal e não verbal: o desenho pode ser verbalizado ou não, através das le- gendas ou balões de textos. • Fator social ou político: tem como tema espe- cialmente questões políticas e sociais, sejam elas nacionais ou internacionais. E está em volta da satirizarão de um fato político e/ou social de relevância. • Posicionamento editorial: normalmente pode retratar o ponto de vista do veículo comunica- cional no qual a charge está sendo veiculada; • Circulação: é considerado um gênero jornalísti- co, então é bastante usado pelo meio. Ou seja, sua circulação será em jornais e revistas; • Efemeridade: retrata acontecimentos contem- porâneos. A charge é tida como uma narrativa efêmera, pois está sempre se atualizando; • Retratação do Exagero: aponta o exagero para provocar a vertente humorística; o riso. No exa- gero, o/a chargista enfatiza pontos tidos como principais. O/A profissional faz distorções da realidade, mas não tira a veracidade; • Caráter: humorístico, cômico, irônico e satírico. • Ruptura discursiva: o final inesperado trata- -se de uma quebra do discurso construído na charge; • Intertemporalidade: a charge nunca irá explicar a sua própria piada. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 31 CHARGE ANIMADA A Charge animada possui as mesmas característi- cas de uma charge em desenho. Ela foi popularizada por meio das redes sociais e televisão. Nesse tipo é mais frequente o uso da linguagem verbal, por ser desenhos em movimentos e com sonoridade. Curiosidade: emissoras de TV começaram o uso das charges através das obras do cartunista Mauricio Ricardo Quirino, em fevereiro de 2000. Atualmente, são encontradas de forma mais frequente no pro- grama Big Brother Brasil da Rede Globo. QUAL A DIFERENÇA ENTRE CARTUM E CHARGE??? Bastantes confundidos, cartum e charge são di- ferentes e aplicados em casos específicos. O Cartum não tem ligação com a realidade. É utilizado em qual- quer situação, sendo uma crítica humorística ou não. Esse gênero textual pode ser entendido por diversas pessoas, de diferentes países, diferentes culturas e em diferentes épocas. Ou seja, no cartum é abor- dado temas universais, que todo ser humano está sujeito a passar, como fome, sede, injustiça, morte etc. E por ser tematicamente universal não necessita de contexto, gancho ou época para ser entendido. Normalmente são abordadas questões de compor- tamento humano, mas sem referência a um perso- nagem específico, pois são atemporais. Além disso, usa características das histórias em quadrinhos, como balões e as onomatopeias. O nascimento do cartum ocorreu a partir de um fato no ano de 1874, em Londres. O príncipe Albert queria decorar o Palácio de Westminster e, para isto, promoveu um concurso de desenhos feitos em car- tões. Os vencedores teriam seus desenhos colados na parede do palácio. No intuito de satirizar, a revista “Punch” publicou seus próprios “cartoons”. Portanto, o cartum é relacionado à acontecimen- tos e temas atemporais, enquanto a charge é tempo- ral, com temas da contemporaneidade. O primeiro não retrata uma personalidade isolada, mas sim a coletividade, já o segundo pode usar a imagem de pessoas públicas. CARACTERÍSTICAS DO CARTUM • Gênero textual de linguagem não-verbal • Humorístico • Cômico • Mistura imagens, palavras e sentido • Irônico • Sátiro • Atemporal CHARGE VERSUS TIRINHAS Tirinhas é uma sequência de quadrinhos que criti- ca os valores sociais. São semelhantes as histórias em quadrinhos (HQs), porém mais curtas. Assim como as charges, as tirinhas também podem ser encontradas em jornais, revistas e internet. Elas não possuem contexto histórico como as charges, mas podem fazer críticas pessoais ou de fenômenos coletivos. Geralmente é uma narração sequenciada pela linguagem verbal. CHARGE x CARICATURA A caricatura é um desenho real de uma persona- lidade. Assim como as charges, as caricaturas usam a imagem de pessoas públicas, como artistas e políticos. O exagero das caricaturas serve para acentuar gestos, vícios e comportamentos específicos do indivíduo de- senhado. A representação exagerada das características ou comportamentos serve de meio humorístico, irônico e para provocar riso. Do italiano caricare, significa colocar sentido de exagero, aumentar algo proporcionalmente. As charges, cartuns, tirinhas e caricaturas são sempre utilizadas em questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e outros vestibulares. Então, entender o que é cada um desses gêneros textuais e quais as semelhanças e diferenças o ajudará a analisar e responder de forma correta as questões de provas. Disponível em https://www.educamaisbrasil.com. br/enem/lingua-portuguesa/charge SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Analise a charge abaixo e responda as questões que se seguem. Charge disponível em: https://inglesnoteclado.com. br/2019/07/cartoon-em-ingles-com-atividade-gabarito- einterpretacao.html a) O que o Presidente dos Estados Unidos está dizendo na televisão? LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 32 b) Os três personagens sentados à mesa analisam o mesmo acordo a que se refere o personagem na televisão? c) Quais são os temas relevantes que são retra- tados na charge? d) Você consegue reconhecer os personagens que aparecem na charge? Se sim, escreva seus nomes. 2. Analise o cartum acima e, em seguida, assinalea opção incorreta: a) A personagem aparenta estar satisfeita com a proposta de acordo a ser selada. b) A personagem discorda da colocação do per- sonagem na televisão. c) O personagem, na televisão, faz uma compa- ração entre o seu acordo e todos os acordos do mundo. d) A personagem discorda do comentário do per- sonagem na televisão. CLASS 02 - ENGLISH Neste momento vamos iniciar nossos estudos so- bre os graus comparativos em inglês. Mesmo sem nos darmos conta, usamos os comparativos para quase tudo em nossa língua materna. Para estudantes da língua inglesa que praticam com frequência, isso não é diferente. Estabelecer relações comparativas entre coisas, pessoas ou situações distintas faz parte de qualquer ferramenta de comunicação humana. CONCEITO: DEGREES OF COMPARISONS: THE COMPARATIVE Em inglês, os comparativos podem ser conside- rados adjetivos ou advérbios que comparam algo ou alguém à alguma coisa ou pessoa. Assim como ocorre na língua portuguesa, os comparativos em inglês sub- dividem-se em três tipos: inferioridade, igualdade e superioridade. Vejamos agora cada um deles. 1. Comparative of inferiority (comparativo de inferioridade): Estabelece relação de inferioridade entre uma coisa/pessoa e outra, através de uma comparação. • Estrutura: less + adjetivo + than EXEMPLO(S): My shoes were less expensive than yours. (Meus sapatos foram menos caros que os seus.) His cousin is less smart than his brother. (O primo dele é menos inteligente do que o irmão dele.) 2. Comparative of equality (comparativo de igual- dade): Em inglês, estabelece relação igualitária entre duas coisas ou pessoas. • Estrutura: as + adjetivo + as EXEMPLO(S): My sister speaks as fast as our father. (Minha irmã fala tão rápido quanto nosso pai) Brazil is as charming as any country in the world. (O Brasil é tão encantador quanto qualquer país do mundo) 3. Comparative of superiority (comparativo de superioridade): Estabelece uma relação de superio- ridade (em quantidade, tamanho ou intensidade), entre coisas ou pessoas. A formação do comparativo de superioridade em inglês varia de acordo com a grafia do adjetivo e o número de sílabas que ele tem. 3.1. Os adjetivos de uma ou duas sílabas possuem poucos caracteres; são palavras curtas. É o caso, por exemplo, de “new”, “nice”, “big” e “happy”. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 33 • Estrutura: adjetivo + -er + than EXEMPLO(S): My bedroom is bigger than my brother’s. (O meu quarto é maior do que o do meu irmão.) Playing soccer is nicer than playing basketball. (Jogar futebol é mais legal do que jogar basquete.) 3.2. Os adjetivos de três ou mais sílabas; são palavras mais longas, com mais caracteres. É o caso, por exemplo, de beautiful, intelligent, interesting e valuable. • Estrutura: more + adjetivo + than EXEMPLO(S): The British Pound Sterling is more valuable than the American dollar. (A libra esterlina é mais valiosa do que o dólar americano.) She is more beautiful than her sister. (Ela é mais bonita do que a irmã.) 3.3 Alguns adjetivos e advérbios possuem uma forma irregular quando usados no comparativo de superioridade. São eles: Adjective / Adverb Irregular comparative form Good / Well Better Bad / Badly Worse Far Farther / further Old Older / elder Podemos concluir que os termos comparativos da língua inglesa são similares aos da língua portuguesa, facilitando o emprego dessas expressões e as tradu- ções das mesmas. Entretanto, deve-se levar em consi- deração as regras de uso e suas respectivas exceções. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. (UNIOESTE) Assinale a alternativa que expressa uma comparação de igualdade: a) We are the world’s leading producer. b) You used to wait years to have a telephone installed. c) These resources are no longer exploited at the cost of the environment. d) Brazilians are as technology-hungry as anywhe- re in the world. e) We are the world’s largest producer of sugar. 2. Choose the best alternative for each sentence: They play tennis well but she can play... ( ) better ( ) worst ( ) good 3. Choose the best alternative for each sentence: I live far, but my parents live... ( ) far ( ) farthest ( ) farther 4. (FATEC) Das frases reproduzidas a seguir, aquela que traz exemplos de graus de comparação está na alternativa: a) “Neither, in fact, are the programmers them- selves, who have grown up writing softwares to run on a single engine – serially, that is, not in parallel”. b) “For 50 years we’ve done things one way, and now we’re changing to a different model”. c) “Within a decade we will likely see chips with 100 cores, maybe even more, Rattner says”. d) “Moore’s Law has held true, making computers cheaper and faster and more powerful”. e) “Writing programs for them is incredibly diffi- cult and time consuming. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 34 CLASS 03 - ENGLISH Caro professor/a, iniciar a nossa aula de INGLÊS, com um momento de IMERSÃO, será trabalhado nessa aula a complementação (2ª parte) ao conteúdo sobre Degrees of Comparisons, que trata das regras de apli- cação do sufixo -r/-er/-ier. CONCEITO: THE -R/-ER/-IER SUFFIX SPEELING RULES É importante ter em conta que, antes de acrescen- tar -er, você precisa observar a terminação do próprio adjetivo. Pode ser necessário eliminar ou acrescentar letras para formar o comparativo de superioridade. Vejamos cada um deles agora. • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos ter- minados em “e”: apenas acrescenta-se o sufixo “-r”. EXEMPLO(S): My bedroom is bigger than my brother’s. (O meu quarto é maior do que o do meu irmão.) Playing soccer is nicer than playing basketball. (Jogar futebol é mais legal do que jogar basquete.) • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos ter- minados em “consoante + vogal + consoante”: re- pete-se a última consoante e, aí sim, acrescentar a terminação -er. EXEMPLO(S): Our living room is larger than yours. (Nossa sala de estar é maior do que a sua.) There is nothing sadder than being a pessimist. (Não há nada mais triste do que ser pessimista.) EXCEÇÃO: new – newer • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos ter- minados em “consoante + y”: retira-se o -y, e acres- centar “-ier”. EXEMPLO(S): He was busier than usual at his work today. (Ele estava mais ocupado que o costume no trabalho hoje.) The English test was easier than the Spanish one. (A prova de inglês foi mais fácil do que a de espanhol.) SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Write the comparative forms of the words below. a) early: ________________________________ b) big: _________________________________ c) modern: _____________________________ d) heavy: _______________________________ e) polite: _______________________________ f) handsome: ___________________________ g) wise: ________________________________ h) short: ________________________________ i) angry: _______________________________ j) important: ____________________________ LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 35 CLASS 04 - ENGLISH Caro/a estudante, agora iremos fazer o nosso es- tudo sobre o modo SUPERLATIVO, que assim como os comparativos, também estabelece um grau de com- paração. Porém expressa uma qualidade da pessoa ou coisa que se destaca diante de todas as outras similares. Let’s see it... CONCEITO: DEGREES OF COMPARISONS: THE SUPERLATIVE O superlativo é usado para expressar o grau mais alto e intenso de uma característica ou qualidade. Ele costuma estabelecer uma relação entre um substan- tivo e um grupo de substantivos. A sua estrutura lembra bastante o comparativo de superioridade, visto que o comparativo tem a função de expressar uma característica ou qualidade de um substantivo, comparando-o com outro. O grau superlativo em inglês segue duas estru- turas diferentes, consoante o número de sílabas do adjetivo. Confira abaixo as regras de formação dos superlativos em inglês. 1. Os adjetivos de uma ou duas sílabas são os que possuem poucos caracteres, constituem palavras mais curtas. É o caso, por exemplo,de new, nice, big e happy. • Estrutura: the + adjetivo + -est EXEMPLO(S): Catherine was the nicest teacher I have ever had. (A Catarina foi a professora mais legal que eu já tive.) She chose the simplest option. (Ela escolheu a opção mais simples.) 2. Superlativo de adjetivos de três ou mais sílabas são os que constituem palavras mais longas; possuem mais caracteres. É o caso, por exemplo, de “beautiful”, “inteligent”, “interesting” e “valuable”. • Estrutura: the most + adjetivo EXEMPLO(S): Some people say Brazil is the most beautiful cou- ntry in the world. (Algumas pessoas dizem que o Brasil é o país mais bonito do mundo.) My father is the most intelligent man I know. (Meu pai é o homem mais inteligente que eu conheço.) 3.3 Alguns adjetivos e advérbios possuem uma forma irregular quando usados no comparativo de superioridade. São eles: Adjective / Adverb Irregular comparative form Good / Well Best Bad / Badly Worst Far Farthest / furthest Old Oldest / eldest SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Passe para o português as frases abaixo: a) The biggest cake of the bakery. b) The most expensive car of the store. c) The oldest person of the family. d) The most intelligent girl of the class. e) The hardest test of the school. 2. Selecione a melhor opção para completar a frase corretamente: a) Russia is the __________ country of the world. ( ) smallest ( ) biggest ( ) poorest b) Bugatti Veyron is one of the __________ cars of the world. ( ) ugliest ( ) ridiculous ( ) fastest c) The Bible is one of the __________ books of the world. ( ) fakest ( ) newest ( ) most popular d) The giraffe is the __________ animal of the world. ( ) tallest ( ) fattest ( ) biggest LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 36 CLASS 05 - ENGLISH Caro professor/a, iniciar a nossa aula de INGLÊS, com um momento de IMERSÃO, será trabalhado nessa aula a complementação (2ª parte) ao conteúdo sobre Degrees of Comparisons, que trata das regras de apli- cação do sufixo -st/-est/-iest. CONCEITO: THE -ST/-EST/-IEST SUFFIX SPEELING RULES Antes de acrescentar a terminação “-est”, você precisa observar a terminação do próprio adjetivo, pois pode ser necessário eliminar ou acrescentar le- tras para formar o superlativo. Vejamos a seguir as regras ortográficas. • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos ter- minados em “e”: apenas acrescenta-se “-st”. EXEMPLO(S): Catherine was the nicest teacher I have ever had. (A Catarina foi a professora mais legal que eu já tive.) She chose the simplest option. (Ela escolheu a opção mais simples.) • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos termi- nados em consoante + vogal + consoante: repete-se a consoante final e acrescenta-se o sufixo “-est”. EXEMPLO(S): Francisco likes to listen to the saddest songs. (Francisco gosta de ouvir as músicas mais tristes.) Babe is the fattest pig in the barn. (Babe é o porco mais gordo do celeiro.) • Para adjetivos monossílabos ou dissílabos ter- minados em “consoante + y”: retira-se o y, e acres- centa-se “-iest”. EXEMPLOS: The English test was the easiest of all. (A prova de inglês foi a mais fácil de todas.) She is the busiest girl in this office. (Ela é a garota mais ocupada neste escritório.) SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Escreva a forma do superlativo de superioridade de cada adjetivo abaixo: a) short: ________________________________ b) incredible: ____________________________ c) tasty: ________________________________ d) long: ________________________________ e) good: ________________________________ 2. Complete as frases com o grau superlativo de superioridade dos adjetivos abaixo, da maneira correta. a) The red dress is ________________________ the black. (expensive) b) Math is ____________________________ you think. (simple) c) Today is ____________________________ day of the year. (hot) d) Yesterday was ______________________ to- day. (cold) e) I would like to have a good dinner but the res- taurant is ____________________ subway. (far) f) He is ___________________ person that I know. (creative) LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 37 CLASS 06 - ENGLISH Caro/a estudante, ainda continuando nosso ob- jeto de conhecimento, preparamos algumas ativida- des para consolidar o nosso aprendizado. Caso seja necessário, consulte os textos explicativos sobre os usos e regras dos graus comparativos e superlativo. Let’s start!!! CONCEITO: DEGREES OF COMPARISONS SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Choose the correct statements about the cartoon. a) The caracters are in a store that sells CDs. b) All the CDs in the store cost the same. c) The Greatest Hits are the most popular CDs. d) The Greatest Misses are the most unpopular CDs. 2. Which superlative adjective is used in the car- toon? 3. Replace the blankets with CHEAPER THAN, AS CHEAP AS or THE CHEAPEST to complete the sentences about the cartoon. a) The Greatest Misses are ________________ CDs in the store. b) The Greatest Misses are ________________ the Gratest Hits in the store. c) The Greatest Hits aren’t _________________ the Greatest Misses in the store. 4. The fragments below presente some psychologi- cal benefits of listening to music. Complete them by replacing the blankets with comparative form of the adjectives below. EASY - FAST - GOOD - GREAT - HARD - HAPPY - HEALTHY - MOTIVATED - RELAXED a) Listening to music can be entertaining and some research suggests that it might even make you ____________________. Music can be a source of pleasure and contentment, but there are many others psychological benefits as well. b) The researches suggests that that music and lighting help create a ____________________ settings. c) While listening to music at any point in time was effective, the researchers noted that listening to music pre-surgery resulted in ____________________ outcomes. d) There is a good reason why you find it ____________________ to exercise while you listening to music - researches have found that listening pre-paced music motivates people to work out ____________________. e) Another of the science-backed benefits of music is that it just might make you ____________________. f) Runners are not only able to run ____________________ while listening to mu- sic: they are also feel ____________________ to stick with it and display ____________________ endurance. endurance: resitêcia outcome: resultado stick with: manter; continuar work out: exercitar-se LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 38 CLASS 07 - ENGLISH CONCEITO: CHARGES & CARTUNS Caro/a estudante, ainda continuando com o nosso objeto de conhecimento, preparamos algumas ativi- dades para consolidar nosso aprendizado. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Read the cartoons and think about them. I. II. 1.1. The topic of the cartoon I is... a) the problems caused by technology addiction. b) the importance of technology today. c) the lack of mutual understanding. 1.2. Cartoon II makes a joke about… a) the prices of smartphones. b) the sophistication of smartphones 2. Answer the questions about the cartoons. a) What is funny about the answer of the answer of the male character in cartoon I? b) What does the face of the female character in cartoon II express? 3. Nos textos presentes nos cartoons, identifique os verbos que indicam ações em progresso. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 39 CLASS 08 - ENGLISH Caro/a estudante, o objetivo agora é apresentar atividades com estratégias de leitura diversificadas que possibilitem o entendimento do texto. CONCEITO: TEXT COMPREHENSION SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Read the sentences from the texts in “Time to read” and do the following tasks. I. “Memes never die.” II. “[...]it costs a lot less.” III. “Are you taking notes?” IV. “Respect your grandpa.” V. “I’m taking a chocolate bar.” VI. “All this technology is making us antisocial.” VII. It doesn’t have all the cool features of a big phone [...] VIII. “[...] you’re spending waaaaay too much time onthe internet.” a) Choose the sentences that indicate na action in progress. b) What is the form of the verb phrases used in the sentences that indicate an action in pro- gress? 2. (Enem/2015) RIDGWAY, L. Disponível em: http://fborfw.com. Acesso em: 23 fev. 2012. Na tirinha da série For better or for worse, a comu- nicação entre as personagens fica comprometida em um determinado momento porquê... a) as duas amigas divergem de opinião sobre fu- tebol. b) uma das amigas desconsidera as preferências da outra. c) uma das amigas ignora que o outono é tem- porada de futebol. d) uma das amigas desconhece a razão pela qual a outra a maltrata. e) as duas amigas atribuem sentidos diferentes à palavra season. 3. Observe a imagem e faça o que se pede. a) Traduza a frase. b) Passe a frase para a forma negativa e interro- gativa. c) Substitua o pronome “they” por “she” e realize sentenças afirmativa, negativa e interrogativa. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 40 CLASS 09 - ENGLISH Caro/a estudante, o objetivo agora é apresentar atividades com estratégias de leitura diversificadas que possibilitem o entendimento do texto. CONCEITO: TEXT COMPREHENSION SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. Match the definition with the correct picture. A. B. C. D. E. (___) They’re using their smartphones. (___) He’s using a computer at school. (___) They’re watching the news on TV. (___) He’s listening to a podcast. (___) She’s reading the newspaper. Read the text below to check your predictions, and answer the question 2. https://www.usatoday.com/story/tech/news/2019/08/13/ youtube-influencers-teen-news-source-despite-being-called- unreliable/1992640001/ disclosure: revelação survey: levantamento research: pesquisa trustworthy: confiável LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 41 2. Há diferentes formas de se manter informado. De acordo com o texto, os adolescentes... a) acreditam que é preocupante receber notícias apenas de plataformas de mídia sociais. b) costumam checar a credibilidade das notícias e informações que recebem de redes sociais. c) usam, mais frequentemente, o Twitter ou o Facebook do que o YouTube para acompanhar notícias. d) utilizam, em grande maioria, veículos tradi- cionais para acompanhar o que acontece no mundo. e) preferem acompanhar notícias de redes sociais e influenciadores digitais a veículos tradicio- nais. 3. O texto é baseado em alguma pesquisa? 4. What is the name of the online newspaper that the text is part of? 5. Quais palavras cognatas você consegue encontrar nesse texto? Escreva. CLASS 10 - ENGLISH Let’s check your knowlwdge!!! Caro/a estudan- te, o objetivo agora é apresentar algumas questões apresentadas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), simulando uma prova já aplicada. CONCEITO: TEXT COMPREHENSION SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1. (Enem 2016) Frankentissue: printable cell technology In November, researchers from the University of Wollongong in Australia announced a new bio-ink that is a step toward really printing living human tissue on an inkjet printer. It is like printing tissue dot-by-dot. A drop of bioink contains 10,000 to 30,000 cells. The focus of much of this research is the eventual production of tailored tissues suita- ble for surgery, like living Band-Aids, which could be printed on the inkjet. However, it is still nearly impossible to effectively accessory. Consider that the liver is a series of globules, the kidney a set of pyramids. Those kinds of structures demand 3D printers that can build them up, layer by pro- mising for the inkjet. Disponível em: http://discovermagazine.com. Acesso em: 2 dez. 2012. O texto relata perspectivas no campo da tecnolo- gia para cirurgias em geral, e a mais promissora para este momento enfoca o(a) (A) uso de um produto natural com milhares de células para reparar tecidos humanos. (B) criação de uma impressora especial para tra- çar mapas cirúrgicos detalhados. (C) desenvolvimento de uma tinta para produzir pele e tecidos humanos finos. (D) reprodução de células em 3D para ajudar nas cirurgias de recuperação dos rins. (E) extração de glóbulos do fígado para serem reproduzidos em laboratório. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 42 2. (Enem 2016) Disponível em: www.ct.gov. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado). Orientações à população são encontradas tam- bém em sites oficiais. Ao clicar no endereço eletrônico mencionado no cartaz disponível na internet, o leitor tem acesso aos(às) (A) ações do governo local referentes a calami- dades. (B) relatos de sobreviventes em tragédias mar- cantes. (C) tipos de desastres naturais possíveis de acon- tecer. (D) informações sobre acidentes ocorridos em Connecticut. (E) medidas de emergência a serem tomadas em catástrofes. 3. (Enem 2016) Milan is crowded with Italian icons, which makes it even more of a cultural earthquake that one of Italy’s leading universities — the Politecnico di Milano — is going to switch to the English lan- guage. The university has announced that from 2014 most of its degree courses — including all its graduate courses — will be taught and assessed entirely in English rather than Italian. The waters of globalisation are rising around hi- gher education — and the university believes that if it remains Italian-speaking it risks isolation and will be unable to compete as an international ins- titution. “We strongly believe our classes should be international classes — and the only way to have international classes is to use the English language, says the university’s rector, Giovanni Azzone. COUGHLAN, S. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em 31 jul. 2012. As línguas têm um papel importante na comu- nicação entre pessoas de diferentes culturas. Diante do movimento de internacionalização no ensino superior, a universidade Politecnico di Mi- lano decidiu (A) elaborar exames em língua inglesa para o ingresso na universidade. (B) ampliar a oferta de vagas na graduação para alunos estrangeiros. (C) investir na divulgação da universidade no mercado internacional. (D) substituir a língua nacional para se inserir no contexto da globalização. (E) estabelecer metas para melhorar a qualidade do ensino de italiano. 4. (Enem 2016) Ebony and ivory Ebony and ivory live together in perfect harmony Side by side on my piano keyboard, oh Lord, why don’t we? We all know that people are the same wherever we go There is good and bad in ev’ryone, We learn to live, we learn to give Each other what we need to survive together alive McCARTNEY, P. Disponível em: www.paulmccartney.com. Acesso em: 30 maio 2016. Em diferentes épocas e lugares, compositores têm utilizado seu espaço de produção musical para expressar e problematizar perspectivas de mundo. Paul McCartney, na letra dessa canção, defende (A) o aprendizado compartilhado. (B) a necessidade de donativos. (C) as manifestações culturais. (D) o bem em relação ao mal. (E) o respeito étnico. 5. (Enem 2016) BOGOF is used as a noun as in ‘There are some great bogofs on at supermarket’ or an adjective, usually with a word such as ‘offer’ or ‘deal’ – ‘the- re are some great bogof offers in store’. When you combine the first letter of the words in a frase or the name of na organization, you have an acronym. Acronyms are spoken as a word so NATO (North Atlantic Treaty Organization) is not pronounced N-A-T-O. We say NATO. Bogof, When said out loud, is quite comical for a native speaker, as it sounds like an insult, ‘Bog off!’ meaning go away, leave me alone, slightly childish and a little old-fashioned. BOGOF is the best-known of the supermarket marketing strategies. The concept was first im- ported from the USA during the 1970s recession, LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 43 When food prices were very high. It came back into fashion in the late 1990s, led by big super- market chains trying to gain a competitive advan- tage over each other. Consumers were attracted by the idea that They couldget something or nothing. Who could possibly say ‘no’? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 2 ago. 2012 (adaptado). Considerando-se as informações do texto, a ex- pressão “bogof” é usada para (A) Anunciar mercadorias em promoção. (B) pedir para uma pessoa se retirar. (C) comprar produtos fora de moda. (D) indicar recessão na economia. (E) chamar alguém em voz alta. ANEXO 01 - LIST OF IRREGULAR VERBS BASE FORM PAST SIMPLE PAST PARTICIPLE TRANSLATION to be was, were been estar; ser to beat beat beaten bater; derrotar, vencer; superar to become became become tornar-se to begin began begun começar to bet bet bet apostar to blow blew blown soprar to break broke broken quebrar to bring brought brought trazer to build built built construir to buy bought bought comprar to catch caught caught capturar, pegar to choose chose chosen escolher to come came come vir to cut cut cut cortar to deal dealt dealt lidar; negociar, tratar to do did done fazer to draw drew drawn atrair, chamar (a atenção); desenhar to dream dreamed/dreamt dreamed/dreamt sonhar to drink drank drunk beber to drive drove driven dirigir to eat ate eaten comer to fall fell fallen cair to feel felt felt sentir to fight fought fought brigar; lutar to find found found encontrar to fit fit fit ajustar; caber, servir to flee fled fled escapar, fugir; evitar to forget forgot forgotten esquecer to get got got/gotten adquirir; conseguir, obter; receber to give gave given dar to go went gone ir to grow grew grown crescer; cultivar to have had had ter to hear heard heard ouvir to hide hid hidden esconder, ocultar to hold held held abraçar; segurar LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 44 to keep kept kept manter to know knew known conhecer; saber to lay laid laid colocar, pôr; deitar to lead led led comandar, conduzir; levar to learn learned/learnt learned/learnt aprender to leave left left abandonar, deixar; partir, sair to let let let deixar, permitir to lose lost lost perder to make made made fazer to mean meant meant significar to meet met met conhecer; encontrar to misunderstand misunderstood misunderstood entender mal, interpretar mal to overcome overcame overcome superar to pay paid paid pagar to put put put colocar, pôr to read read read ler to rise rose risen erguer, levantar to run ran run correr to say said said dizer to see saw seen ver to seek sought sought buscar; objetivar to send sent sent enviar to set set set ajustar, marcar, pôr em determinada to shake shook shaken sacudir to shine shone shone brilhar, reluzir to show showed showed/shown apresentar, mostrar to sing sang sung cantar to sit sat sat sentar to sleep slept slept dormir to speak spoke spoken falar to spend spent spent gastar (dinheiro); passar (tempo) to spread spread spread espalhar to stand stood stood ficar em pé; suportar to steal stole stolen roubar to strive strove striven esforçar-se, lutar to swim swam swum nadar to take took taken pegar to teach taught taught ensinar to tell told told contar, relatar to think thought thought achar, pensar to throw threw thrown arremessar, jogar to understand understood understood compreender, entender to wear wore worn usar (roupa, calçado, acessório), vestir LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 45 ANEXO 02 - DAILY ROUTINES IN ENGLISH LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 46 COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA PORTUGUESA HABILIDADES DA BNCC (EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursi- vidade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fa- zendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas. (EM13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade discutindo as condições e os mecanismos de disse- minação de fakenews e também exemplos, causas e consequências desse fenômeno e da prevalên- cia de crenças e opiniões sobre fatos , de forma a adotar atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM (GO-EMLP04A) Observar a relação existente entre língua e linguagem, analisando a interdiscursivida- de e as diferentes manifestações sociais contidas em textos multimodais existentes nos objetivos de seu produtor e seu público-alvo para a construção de textos coerentes no uso de citações sua funcio- nalidade e intenção. (GO-EMLP40A) Relacionar procedimentos de che- cagem de fatos noticiados e demais informações veiculadas nos sistemas de comunicação e informa- ção responsáveis pelo fenômeno da pós-verdade, apurando a veracidade e identificando os interesses implícitos nessas informações para construir um leitor proficiente e crítico. OBJETOS DE CONHECIMENTO Análise e interpretação semiótica. Leitura, compreensão, análise e interpretação de textos em Língua Portuguesa. Estratégias de leitura e compreensão de textos. Gêneros discursivos. Intertextualidade, Combinação das palavras, Am- biguidade, Variação Linguística. Estilo jornalístico: características do gênero discur- sivo. Linguagem do gênero discursivo. As pessoas gramaticais e os papéis sociais. Coesão sequencial, seleção lexical, substantivos abstratos e vocativos. Estudo do gênero na Língua Portuguesa: notícia, reportagem, relato, sinopse, resenha, entrevista, crônica, editorial. Estratégia de concordância e refutação. Ética e intencionalidade discursiva. Fairplay no esporte. Expressividade artística, alienação e crítica social. Verdade nos discursos. Pesquisa/levantamento, tabulação e análise de dados. Critérios para análise/curadoria de informações: relevância e confiabilidade da fonte. Implícitos: subentendidos e pressupostos. Análise do discurso. Comparação entre textos. HABILIDADES DA BNCC (EM13LP42) Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, com- parando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um deter minado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afe- tam a coletividade. (EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (ar- tísticas, corporais e verbais) em diferentes contex- tos, valorizando-as como fenômeno social, cultu- ral, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM (GO-EMLP42A) Examinar textos de diferentes gê- neros do campo jornalístico e midiático, utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos, considerando o uso de novas tecnologias digitais de checagem de informação e da web 2.0 para o desenvolvimento de uma atitude analítica e crítica. (GO-EMLGG201A) Sintetizar e resenhar textos, usando paráfrases, marcas do discurso reportado e citações, para empregar em textos de divulgação de estudos e pesquisas. OBJETOS DE CONHECIMENTO Linguagens, seus diálogos e práticas culturais. Contextos e práticas. Relação entre textos nas Línguas Espanhola, Inglesa e Portuguesa, reconstrução da textualidade e efei- tos de sentido provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos. Linguagem e sentido. A dimensão discursiva da linguagem. HABILIDADES DA BNCC (EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 47 canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísti- cos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.). (EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, prá- ticas culturais, temas/ problemas/ questões que despertam maior interesse ou preocupação, res- peitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM (GO-EMLP53A) Avaliar, com o uso de textos lite- rários diversos, a produção de comentários de li- vros, filmes, canções e espetáculos, observando os critérios de composição de cada produto cultural para a produção oral e escrita do raciocínio crítico avaliativo sobre os principais artistas e suas obras. (GO-EMLP20A) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais), avaliando o interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos para promover o respeito ao outro. OBJETOS DE CONHECIMENTO TDICs: gêneros digitais direcionados ao desenvol- vimento da arte. Literatura e arte na Língua Portuguesa. Produção cultural integradora entre os componen- tes curriculares Tipos de discursos. Intertextualidade. Interpretação na Libras de textos nas diversas lin- guagens (artísticas, corporais e verbais): configu- ração da mão, locação, movimento e orientação. Gêneros discursivos. A linguagem do gênero seminário, debate etc.. HABILIDADES DA BNCC (EM13LGG203)Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de lingua- gem e em suas produções (artísticas, corporais e verbais) OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM (GO-EMLGG203A) Questionar o uso de debates, quanto ao raciocínio crítico, analítico de questões sociais, presentes em textos midiáticos de âmbito nacional e local, analisando os processos de disputa nas práticas de linguagem para ampliar as possibi- lidades de construção de sentidos e de apreciação. (GO-EMLGG203B) Promover debates e discussões de temas de interesses da juventude, aproprian- do-se de bases legais, como o Estatuto da Juventu- de e as políticas públicas vigentes, para tornar- se protagonista de ações que contemplem a condição juvenil. OBJETOS DE CONHECIMENTO Tipos de discursos. Intertextualidade. Literatura da Língua Portuguesa. Gêneros discursivos. A linguagem do gênero seminário, debate etc. HABILIDADES DA BNCC (EM13LP28) Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão. (EM13LP42) Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, com- parando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um determinado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter- se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM (GO-EMLP28A) Organizar e experimentar estraté- gias de estudo fazendo leituras, resolução de exer- cícios, interpretação de vídeos, gráficos e imagens acerca do conteúdo em questão para produzir uma aprendizagem significativa e otimizar o tempo. (GO-EMLP42A) Examinar textos de diferentes gê- neros do campo jornalístico e midiático, utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos, considerando o uso de novas tecnologias digitais de checagem de informação e da web 2.0 para o desenvolvimento de uma atitude analítica e crítica. OBJETOS DE CONHECIMENTO Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto. Estratégias de escrita: textualização, revisão e edi- ção. Planejamento e produção de questionários. Organização de cronograma de estudo. Forma de composição do texto. Relação entre contexto de produção e característi- cas composicionais e estilísticas dos gêneros. Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentido provocados pelos usos de recur- sos linguísticos e multissemióticos. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 48 (https://somelhora.com.br/2020/03/18/poesia-sobre-o-tempo/) Retrato - Cecília Meireles Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face? Tempo perdido – Legião Urbana Todos os dias quando acordo / Não tenho mais / O tempo que passou / Mas tenho muito tempo / Temos todo o tempo do mundo / Todos os dias / Antes de dormir / Lembro e esqueço / Como foi o dia / Sempre em frente / Não temos tempo a perder / Nosso suor sagrado / É bem mais belo / Que esse sangue amargo / E tão sério / E selvagem! Selvagem! / Selvagem! / Veja o sol Dessa manhã tão cinza / A tempestade que chega / É da cor dos teus olhos / Castanhos / Então me abraça forte / E diz mais uma vez / Que já estamos / Distantes de tudo / Temos nosso próprio tempo / Não tenho medo do escuro / Mas deixe as luzes / Acesas agora / O que foi escondido / É o que se escondeu / E o que foi prometido / Ninguém prometeu / Nem foi tempo perdido / Somos tão jovens / Tão jovens! Tão jovens! LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 49 PRÉ-MODERNISMO (https://infinittusexatas.com.br/pre-modernismo-resumos-e-mapas-mentais/) Pré-modernismo é como ficou conhecido o pe- ríodo literário brasileiro que vai de 1902 até 1922. Na Europa, o período que antecedeu ao modernis- mo foi marcado pela tensão política entre os países imperialistas e pelo surgimento dos movimentos de vanguarda. Já no Brasil, a Proclamação da República, o surgimento das favelas e a Guerra de Canudos são alguns fatos históricos que levaram os autores desse período a realizarem críticas sociais, econômicas e políticas em suas obras. Por ser um período de transição, o pré-modernis- mo apresenta traços de estilos do século XIX, como: realismo, naturalismo, parnasianismo e simbolismo. Além disso, é marcado por um nacionalismo crítico, ou seja, sem idealizações românticas. Desse modo, autores como Lima Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato mostraram, em prosa, um Brasil sem retoques, enquanto o poeta Augusto dos Anjos revelava sua descrença na espécie humana. Contexto histórico do pré-modernismo O final do século XIX e início do século XX, na Eu- ropa, foi marcado pela competição entre as grandes potências em relação à expansão imperialista, ou seja, a exploração econômica de países subdesenvolvidos. Isso gerou, portanto, um clima de tensão entre as na- ções dominantes e causou o crescimento de discursos nacionalistas que fomentavam essa rivalidade, desen- cadeando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Já no Brasil, em 1889, ocorreu a Proclamação da República. A partir desse evento histórico, as grandes cidades do país iniciaram um processo de reestrutu- ração do espaço urbano. O objetivo era eliminar as marcas da arquitetura portuguesa e, por extensão, do período monárquico. Assim, em cidades como o Rio de Janeiro, ocorreu o chamado “bota-abaixo”. Segundo Eloísa Petti Pinheiro, doutora em História da Arquitetura: “A intervenção no espaço construído do Rio é conhecida como a ‘Reforma Passos’, a ‘era das de- molições’ ou, mais popularmente, como o ‘bota-abai- xo’, realizada com a intenção de acabar com a corte colonial portuguesa, infecta, imunda e antiga, para dar passagem a um centro moderno, ‘afrancesado’ e saneado. O Brasil quer mudar sua imagem modificando as feições de sua capital e os costumes de seus habitan- tes. Com o início das reformas, em 1902, começa a transformação: o centro da cidade é o cenário de uma luta social, onde entra em cena um novo urbanismo, símbolo do progresso, da limpeza, da saúde, da be- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 50 leza e da civilização, evidenciando-se, a partir desse momento, uma nova identidade nacional.” Como resultado dessa intervenção no espaço ur- bano, houve o deslocamento de pessoas pobres, que residiam em cortiços, para regiões periféricas. Surgi- ram, dessa forma, as favelas. Além disso, os escravos libertos, substituídospela mão de obra europeia, es- tavam entregues à própria sorte, sem nenhuma ajuda para sobreviverem. Entretanto, em contraposição a essa miséria, o estado de São Paulo enriquecia com a cultura de café. Foto de Flávio de Barros — sobreviventes da Guerra de Canudos, em 1897. Já no Nordeste, o motivo da miséria era outro: a seca. Nesse contexto de desesperança, ganhou força a voz de um líder, o beato Antônio Conselheiro (1830- 1897). Ele conseguiu, com suas profecias sobre o fim do mundo, juntar muitos seguidores, pessoas que, diante da realidade difícil, não tinham outro recurso a não ser recorrer à fé. Essa situação levou à Guerra de Canudos (1896-1897). É nesse contexto, marcado por disparidades so- ciais e conflitos políticos, que surgiu o pré-moder- nismo. Assim, os autores desse período acabaram re- fletindo, em suas obras, essa realidade. Não havendo mais espaço para idealizações, mostrar a realidade crua do país tornou-se uma missão para eles. Características do pré-modernismo O pré-modernismo não é considerado um esti- lo de época, pois apresenta uma multiplicidade de temáticas. É entendido como um período literário brasileiro que faz a transição entre o simbolismo e o modernismo. Por isso, é possível encontrar, nas obras dessa época, características de estilos passa- dos, como: parnasianismo, realismo, naturalismo e simbolismo. Assim, estão inseridos nessa fase os livros publicados entre 1902 e 1922. No mais, os autores desse período imprimiam em suas obras elementos que preanunciavam o moder- nismo, tais como: nacionalismo crítico, realismo, críti- ca social, política e econômica. Portanto, a obra inau- gural dessa fase é Os sertões, de Euclides da Cunha, em que o jornalista mostra não o lado dos vitoriosos, mas o dos revoltosos da Guerra de Canudos. Em Portugal, durante esse período, o simbolismo ainda estava em voga. Iniciado em 1890, teve seu fim em 1915, quando o modernismo português foi inau- gurado. Produziam nessa época, portanto, autores simbolistas como Eugénio de Castro (1869-1944) e Camilo Pessanha (1867-1926). Pré-modernismo na Europa Na Europa, o período que antecedeu o moder- nismo foi marcado pelos movimentos de vanguarda, criados numa época em que se via o aparecimento de muitas inovações tecnológicas. Além disso, com o surgimento da psicanálise, no final do século XIX, Sigmund Freud (1856-1939) colocou em foco o in- consciente, esse lugar onde a lógica e a moralidade não comandam. Assim, o consciente é o espaço da repressão; e o inconsciente, da liberdade de ação. Essa visão, portanto, ampliou a forma de entender-se a humanidade e a sociedade. Nesse período, surgiu também a teoria da relati- vidade, de Albert Einstein (1879-1955). Nessa teoria, o tempo não é absoluto, como defendia Isaac Newton (1643-1727), mas relativo, pois depende do ponto de vista do observador. Essa quebra radical com a física clássica foi mais um elemento do século XX que colo- cou em xeque as certezas do passado e trouxe a ideia de que um novo mundo estava surgindo. Nesse contexto, alguns artistas entenderam que a arte também precisava de renovação para estar de acordo com o novo século, uma época de franca evolução tecnológica, comandada pela velocidade, pelas possibilidades, mas também pelas incertezas. Assim como Einstein, na ciência, esses artistas ques- tionaram, nas artes, teorias já cristalizadas. Surgiram, assim, as vanguardas europeias. Esse período, na Europa, ficou conhecido como Belle Époque. Segundo Paula da Cruz Landim, doutora em Arquitetura e Urbanismo: “Se há um período histórico onde tudo mudou rapidamente é a Belle Époque europeia, com revoluções acontecendo em todos os campos. Esse foi o período onde as vanguardas artísticas faziam coro no enfrentamento às concepções extremamente rígidas da arte acadêmica, en- gessada em uma estética que tinha um pé no renascentismo.” Foi por meio dessa perspectiva revolucionária de quebra com os valores tradicionais que se forjaram as bases do modernismo europeu, que tem caráter transgressor. Evidentemente, as questões políticas LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 51 que levaram à Primeira Guerra Mundial deram ao novo estilo que surgia o seu caráter nacionalista. Autores e principais obras do pré-modernismo no Brasil No período que compreende os anos de 1902 a 1922, várias obras literárias importantes foram publi- cadas no Brasil. A primeira delas é Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, na qual o autor busca entender os motivos que levaram à revolta de Canudos, com base em um olhar jornalístico e científico, em fran- ca consonância com o naturalismo. Assim, o livro é dividido em três partes: • A terra: descrição detalhada e científica do ser- tão nordestino. • O homem: apresentação do sertanejo pela vi- são naturalista, que defendia a influência do meio e da raça sobre o indivíduo. • A luta: narração da luta entre as tropas do go- verno e os seguidores de Antônio Conselheiro. O livro Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), de Lima Barreto, traz um personagem ingênuo que idealiza o Brasil, mas, no final do romance, a reali- dade social, econômica e política do país impõe-se à fantasia de Policarpo Quaresma. Essa obra traz um nacionalismo crítico que se opõe ao nacionalismo ufanista do romantismo, ironizado nela. Em Canaã (1902), Graça Aranha coloca em foco a imigração, acontecimento histórico do final do sé- culo XIX e início do século XX. A obra é considerada um romance-tese, já que é permeada por reflexões filosóficas. Esse tipo de romance é típico do naturalis- mo. Também é marca desse estilo a temática racial. Nessa perspectiva, Bárbara del Rio Araújo, mestre em Estudos Literários, comenta: “[...], Alfredo Bosi analisa Canaã como uma re- novada abordagem do nacional. Trata-o como uma nova consciência das fontes nacionais a refletir situações novas como a imigração alemã no Espírito Santo, desembocando em discussões raciais, sociais e morais, prelúdio inequívoco ao Modernismo. Quanto ao estilo desenvolvido, o crítico tentar apontar a obra como um romance de tese, o qual conflitua num jogo de ideias mundo tropical e a mente germânica, Brasil e Europa. Os personagens Milkau e Lentz, o primeiro a profetizar a vitó- ria dos povos arianos sobre os mestiços e o segundo a pregar uma integração harmoniosa dos povos, polarizam o contraste entre racismo e universalismo da obra.” Já Monteiro Lobato, em seu livro de contos Uru- pês (1918), traz a figura do Jeca Tatu, o caipira. Ao con- trário do homem do campo idealizado no romantismo, o caipira de Lobato é cheio de defeitos, incluindo, entre eles, a preguiça: “Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da nacio- nalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígine de tabuinha no beiço, uma existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, im- penetrável ao progresso. Feia e sorna, nada a põe de pé.” O personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, serviu de inspiração para o ator e cineasta Amácio Mazzaropi (1912-1981). Nessas obras, é possível apontar as seguintes ca- racterísticas pré-modernistas: • o nacionalismo (de caráter crítico), • as críticas sociais, • a análise de questões raciais (muitas vezes, em diálogo com o naturalismo), • a crítica ao romantismo. Por fim, temos o único poeta desse período: Au- gusto dos Anjos. Sua poesia é tipicamente de tran- sição. Isso porque não possui idealizações, é realista, e, também, porque apresenta marcas do naturalismo (vocabulário cientificista), do parnasianismo (rigor for- mal: metrificação e rimas) e do simbolismo (referên- cias místicas, entre outras marcas). Autor de um livro só, chamado Eu (1912), Augusto dos Anjos traz para a literatura brasileira uma poesia que, muitas vezes, dialoga com o grotesco. Em seu soneto “Versos íntimos”, o eu lírico mostra-se pessi- mista em relação à humanidade. Nesse poema, além do realismo (falta de idealização), é possível perce- ber a influênciaparnasiana (decassílabos), simbolista (maiúscula alegorizante — Ingratidão e Homem) e naturalista (influência do meio: “Mora entre feras, sente inevitável/ Necessidade de também ser fera): Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pantera — LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 52 Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Pré-modernismo e modernismo O pré-modernismo foi uma espécie de ensaio para o modernismo brasileiro. Durante os anos de 1902 a 1922, o modernismo foi sendo forjado até fixar as suas bases. Nesse período, os problemas sociais, eco- nômicos e políticos tornaram-se mais evidentes, e falar sobre eles era inevitável. Não havia mais espaço para idealizações, o novo Brasil que se descortinava no início do século XX precisava ser discutido. Era um Brasil republicano, em que a economia não dependia mais do trabalho escravo, e o ambiente ur- bano, com suas indústrias, passava a ter protagonismo na história econômica e cultural do país, que entrava, enfim, na modernidade. Assim, o pré-modernismo fez a ponte entre o passado rural, escravocrata e imperial e o futuro urbano, republicano e dependente da força de trabalho do operariado. Quando, em 1922, durante a Semana de Arte Mo- derna, o modernismo foi inaugurado no Brasil, suas bases já estavam fixadas. O novo estilo mostrava uma atitude antipassadista, realista e nacionalista, além de apresentar um caráter revolucionário, questionador e experimental. Em busca de uma identidade brasileira, os autores do período recorreram ao regionalismo, à crítica social, econômica e política, e à valorização da diversidade étnica e cultural. Vanguardas e o modernismo No Brasil, a manifestação de todas essas tendên- cias inovadoras oriundas da Europa ficou conhecida como Modernismo, movimento que equivale ao Fu- turismo, para os italianos, e ao Expressionismo, para os alemães. O encontro dos principais artistas que seguiam as vanguardas europeias aconteceria durante a célebre Semana de Arte Moderna de 1922, evento que possibilitou a divulgação dos ideais modernistas, que emergiram principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, para outras partes do país. A partir de então, a arte e, sobretudo, a literatura romperiam com a tradição passadista e dariam início a um projeto artístico que privilegiasse a criação de uma identidade literária autônoma e alinhada com a cultura brasileira. (https://brasilescola.uol.com.br/literatura/vanguardas- europeias.htm) https://jornal.usp.br/cultura/macunaima-em-dialogo-com-os- games-e-tema-de-seminario/ Macunaíma “Macunaíma” é um romance modernista do escri- tor Mário de Andrade. Conta a história de Macunaíma, um índio que viaja até São Paulo para recuperar sua muiraquitã. Macunaíma, de Mário de Andrade, é um livro modernista, publicado, pela primeira vez, em 1928. Conta a história de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Índio nascido na Floresta Amazônica, depois de perder a muiraquitã dada por sua companheira, Ci, a Mãe do Mato, ele decide viajar até a cidade de São Paulo para recuperar o amuleto. Na trajetória do herói, elementos da cultura indígena e afro-brasileira são mostrados ao leitor e à leitora. Desse modo, a obra se configura em uma narrativa nacionalista, mas de caráter crítico, já que os personagens são apresentados sem nenhuma ide- alização. Além disso, a língua portuguesa é mostrada em sua rica variedade. Resumo da obra Macunaíma • Macunaíma, de 1928, é um romance moder- nista de Mário de Andrade. • Além do herói Macunaíma, a obra também apresenta o seu antagonista, Piaimã. • A narrativa possui tempo cronológico e está situada no início do século XX. • A ação da obra se passa, principalmente, na Floresta Amazônica e em São Paulo. • A história está centrada na busca de Macunaí- ma por um amuleto perdido. • A principal característica do livro é a diversidade cultural brasileira. Mário de Andrade Mário de Andrade nasceu em 09 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Mais tarde, a partir de 1911, estudou piano, no Conservatório Dramático e Musical, e também canto. Assim, em 1922, tornou-se professor de estética e história da música nessa insti- tuição. Nesse mesmo ano, foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 53 O autor, que faleceu em 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo, escreveu para periódicos como o Diário de S. Paulo e trabalhou no Departamento de Cultura dessa cidade. Além disso, no Rio de Janeiro, ocupou os seguintes cargos: • diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal; e • professor de filosofia e história da arte. Contexto histórico Os movimentos tenentistas, de cunho militar, e a Coluna Prestes, de ideologia comunista, marcaram o início da década de 1920 e abalaram a República Velha. Contudo, esse período da história brasileira, oficialmente, só chegou ao fim depois da quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, que afetou a eco- nomia do Brasil, dependente da exportação de café. Em 1930, Getúlio Vargas (1882-1954) subiu ao poder, após um golpe de estado, e iniciou a Era Var- gas. Desse modo, em 1937, o presidente instituiu o Estado Novo, um regime ditatorial que durou até 1945 e empreendeu forte perseguição política contra co- munistas e artistas brasileiros. (https://brasilescola.uol.com.br/literatura/macunaima. htm) Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo. Oswald de Andrade Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. Oswald de Andrade Debussy Para cá, para lá . . . Para cá, para lá . . . Um novelozinho de linha . . . Para cá, para lá . . . Para cá, para lá . . . Oscila no ar pela mão de uma criança (Vem e vai . . .) Que delicadamente e quase a adormecer o balança — Psio . . . — Para cá, para lá . . . Para cá e . . . — O novelozinho caiu. Manuel Bandeira Moça Linda Bem Tratada Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor. Grã-fino do despudor, Esporte, ignorância e sexo, Burro como uma porta: Um coió. Mulher gordaça, filó, De ouro por todos os poros Burra como uma porta: Paciência... Plutocrata sem consciência, Nada porta, terremoto Que a porta do pobre arromba: Uma bomba. Mário de Andrade Eu sou trezentos... Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro! Abraço no meu leito as milhores palavras, E os suspiros que dou são violinos alheios; Eu piso a terra como quem descobre a furto Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos! Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, Mas um dia afinal eu toparei comigo... Tenhamos paciência, andorinhas curtas, Só o esquecimento é que condensa, E então minha alma servirá de abrigo. Mário de Andrade (https://brasilescola.uol.com.br/literatura/poemas- primeira-geracao-modernista.htm) LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 54 SEMANA DE ARTE MODERNA Anúncio da última apresentação da Semana de Arte Moderna de 1922, comandada pelos espetáculos musicais de Heitor Villa-Lobos. Marco oficial do Modernismo brasileiro, a Sema- na de Arte Moderna aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu artistas das mais diversas áreas no Theatro Municipal de São Paulo ao longo dos dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. Apresentações musicais e confe- rências intercalavam-se às exposições de escultura, pintura e arquitetura, com o intuito de introduzir ao cenário brasileiro as mais novas tendências da arte. Influenciados pelas vanguardas europeias e pela renovação geral no panorama da arte ocidental, esses escritores, pintores, escultores, intelectuais e músicos uniram seus esforços para apresentar suas produções ao grande público. Reunião das tendên- cias estéticas que tomavam forma em São Paulo e no Rio de Janeiro desde o início do século, a Semana de Arte Moderna também revelou novos grupos, novos artistas, novas publicações, tornando a arte moderna uma realidade cultural no Brasil. Contexto histórico da Semana de Arte Moderna Até o início do século XX, a escola artística tida como oficial no Brasil era o Parnasianismo. Carac- terizado pelo rigor formal (preocupação com a for- ma do poema no que se refere à metrificação), pela proposta da “arte pela arte” e pelo academicismo e elevada erudição, o Parnasianismo havia sido a ten- dência estética dominante até então, especialmente na poesia, figurando em textos oficiais, como o Hino Nacional Brasileiro. Como a grande maioria das escolas estéticas, o Parnasianismo foi importado da Europa. No continen- te europeu, contudo, vigorava outra proposta artís- tica. As grandes reviravoltas da Revolução Industrial haviam instituído uma nova maneira de viver, modi- ficando completamente as relações humanas. A luz elétrica e a rapidez dos automóveis e das produções fabris em larga escala transformaram a sociedade. O advento da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) e a destruição mortífera causada por ela tam- bém influenciaram social e filosoficamente os artistas do período. O início do século XX trouxe inúmeras mudanças ao modo de viver europeu; a arte, portan- to, precisava acompanhar essas mudanças. Vinham à tona as vanguardas artísticas e, com elas, a consolida- ção da modernidade no âmbito da arte. O Brasil, por sua vez, também começava a se modernizar. As primeiras indústrias começavam a se instalar na cidade de São Paulo, e a produção de café do interior paulista gerava grandiosa receita de expor- tação, transformando o estado em novo centro eco- nômico brasileiro. Por esse motivo, a capital paulista foi o palco dos eventos da Semana de Arte Moderna, que contou com o patrocínio de diversos membros da burguesia industrial que ali se consolidava. Além disso, 1922 foi o centenário da Indepen- dência do Brasil. Assim, o cenário era ideal para a renovação artística nacional, e esse foi um dos motes da Semana: a atualização intelectual da consciência nacional. O Brasil, que se transformava e se moderni- zava, precisava de um novo olhar artístico, sociocultu- ral e filosófico que propusesse uma arte nacional ori- ginal e atualizada, trazendo consigo um pensamento a respeito dos problemas brasileiros e da variedade cultural que se estendia por nosso vasto território. Predecessora importante da Semana foi a Exposi- ção de Pintura Moderna – Anita Malfatti, que ocorreu em 1917, também em São Paulo. Cinquenta e três obras da pintora foram apresentadas ao lado de obras de artistas internacionais ligados às vanguardas euro- peias. As telas impressionaram nomes que liderariam, depois, a Semana, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e Di Cavalcanti. A exposição também causou grande desaprova- ção da crítica conservadora, em especial Monteiro Lobato, que publicou uma crítica extremamente ne- gativa, intitulada “Paranoia ou mistificação?”. Com traços expressionistas, Malfatti trouxe ao Brasil uma nova estética, em exposição considerada o primeiro “estopim” para a idealização da Semana. As novas tendências que floresciam com as van- guardas, grande período de experimentação do início do século XX, deram aos artistas brasileiros a possi- bilidade de trabalhar com novas linguagens, novos materiais e novas propostas, a fim de renovar a arte nacional. Mas, diferente do Parnasianismo, não houve LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 55 uma incorporação completa dessas estéticas – não se importou para o Brasil o cubismo ou o expressionismo em busca de se desenvolver aqui uma escola análoga. Os artistas que iniciaram o Modernismo brasileiro aproveitaram-se desses novos procedimentos e téc- nicas, desse rompimento com o academicismo, para reelaborar o cenário artístico nacional. “O modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a Inteligência nacional.” Como foi a Semana de Arte Moderna de 1922? Entre os dias 11 e 18 de fevereiro, o Theatro Muni- cipal de São Paulo permaneceu aberto para visitação. Em seu saguão, instalou-se uma exposição de pintura e escultura. Obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, entre outros, escandalizaram o gosto público brasileiro, nada acostumado às novas formas de representação propostas pelo modernismo. Vaias, burburinhos e agitação geral só aumenta- ram ao longo da Semana. Além da exposição, o evento contou com três festivais, que envolviam apresen- tações de música, dança, declamações de poesia e conferências, a acontecer nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro. No início do século XX, foram os saguões e salões do Theatro Municipal que abrigaram os eventos da Semana de Arte Moderna de 1922. Graça Aranha, que à época já era um aclama- do escritor e intelectual brasileiro, fez as honras da abertura do festival, no dia 13, com a conferência intitulada “A emoção estética da arte moderna”. Ele foi ouvido respeitosamente pelo público e declamou versos de Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, acompanhado de músicas executadas pelo maestro Ernani Braga. Ainda no dia 13, o já citado poeta Ronald de Car- valho esteve à frente de sua própria conferência, de nome “A pintura e a escultura moderna no Brasil”, seguida de três solos de piano de Ernani Braga e três danças africanas de Villa-Lobos – compositor, aliás, tachado na ocasião de “talento ainda não cultivado o bastante”, por sua música “Privada de bom senso” e “Puramente africana”. O dia 15 de fevereiro representou o auge da Se- mana, nos mais escandalosos termos. A nova literatu- ra provocou irritação e algazarra no público presente. Destacam-se a palestra de Mario de Andrade, cujo texto depois se tornaria a publicação A escrava que não é Isaura, em que o autor defende enfaticamente o abrasileiramento da língua portuguesa, e a conferên- cia sobre a estética moderna proferida por Paulo Me- notti del Picchia, que provocou os ânimos da plateia, fazendo ecoar vaias pelos quatro cantos do Theatro. Também nesse dia houve um sarau, que contou com a participação de diversos escritores, que tenta- vam falar no meio da gritaria da plateia. Nesse dia, Ronald de Carvalho leu o famoso poema “Os Sapos”, de autoria de Manuel Bandeira, que ridicularizava os parnasianos. Leia um trecho: Os sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: — “Meu pai foi à guer- ra!” — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”. O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: — “Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos! O meu verso é bom Frumento sem joio Faço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinquenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A formas a forma. Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, Mas há artes poéticas . . . [...]” (Manuel Bandeira) Mario de Andrade pronunciou também uma breve palestra, na escadaria interna do Theatro, sobre as obras de pintura. Vinte anos depois, o autor relem- brou o episódio na obra O Movimento Modernista,co- mentando: “Como pude fazer uma conferência sobre artes plásticas, na escadaria do Theatro, cercado de anônimos que me caçoavam e ofendiam a valer?...”. A grande confusão da plateia só se acalmou com as apresentações que encerraram o dia: números de dança de Yvonne Daumerie e o concerto de piano de Guiomar Novais. O evento de encerramento da Semana foi dedica- do à música. Peças de Villa-Lobos foram executadas pelos diversos músicos participantes, com menos ruí- dos em vaias, mas não sem escapar às críticas ferinas dos conservadores. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 56 Principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922 • Arquitetos: Antonio Moya, Georg Przyrembel. • Escritores: Afonso Schmidt, Agenor Barbosa, Álvaro Moreyra, Elysio de Carvalho, Graça Ara- nha, Guilherme de Almeida, Luiz Aranha, Mario de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de An- drade, Ronald de Carvalho, Sérgio Millet, Tácito de Almeida. • Escultores: Wilhelm Haarberg, Hildegardo Leão Velloso, Victor Brecheret. • Músicos: Alfredo Gomes, Ernani Braga, Fructu- oso Viana, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Lucília Guimarães, Paulina de Ambrósio. • Pintores: Anita Malfatti, Antonio Paim Vieira, Emiliano Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vi- cente do Rego Monteiro, Yan de Almeida Prado, Zina Aita. Consequências da Semana de Arte Moderna de 1922 Polêmica, confusa, barulhenta, tida como “dema- siado festiva” e “pouco moderna”, não se pode negar que a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco, um divisor de águas no panorama artístico brasileiro. Ela escancarou as portas para uma grande liberdade no que diz respeito à produção e pesquisa estética no país, contribuindo para um florescimento intelectual e artístico. Na visão de Di Cavalcanti, o acontecimento da Semana extrapolou o campo cultural e repercutiu também na área política. A Semana fez o papel de divulgação da arte mo- derna, que, por sua vez, cultivou o terreno para a consolidação de uma revolução artística e literária que tomou forma após 1922, quando foram lança- dos os manifestos de Oswald de Andrade e as obras fundamentais do Primeiro Modernismo brasileiro, tais como Macunaíma (Mario de Andrade), Memórias Sen- timentais de João Miramar (Oswald de Andrade) e Ritmo Dissoluto (Manuel Bandeira). Resumo da Semana de Arte Moderna de 1922 • Aconteceu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo; • É considerada um marco no Modernismo bra- sileiro; • Congregou artistas de diversas áreas: pintura, escultura, arquitetura, música, dança, literatura; • Participaram, direta ou indiretamente, nomes célebres da arte brasileira, como Graça Ara- nha, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho, Mario de Andrade, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Guiomar Novais, entre outros; • Pinturas e esculturas ficaram expostas no sa- guão do Theatro e causaram grande escândalo ao gosto público da época; • Conferências, saraus e apresentações de dança e música aconteceram em três dias do evento; • Consolidou o ambiente propício para a publi- cação de diversas obras que caracterizaram a Primeira Geração do Modernismo brasileiro (Geração de 20). (https://brasilescola.uol.com.br/literatura/semana-arte- moderna-1922.htm) (https://studymaps.com.br/semana-de-arte-moderna/) LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 57 Movimento Pau-Brasil O Movimento Pau-Brasil é um entre os movimen- tos modernistas - Verde-Amarelismo ou Escola da Anta e Movimento Antropofágico - que tomou lugar na Primeira Fase do Modernismo no Brasil, conhecida como a “Fase Heroica”, fase que apresentou diferentes formas de abordagem patriótica. Este movimento teve início em 1924 a partir da publicação do livro “Pau-Brasil”, da autoria de Oswald de Andrade (1890 -1954) e ilustração da sua esposa, a artista plástica Tarsila do Amaral (1886 -1973). Capa do Livro Pau-Brasil Influenciado pelas vanguardas europeias decorria a Semana de Arte Moderna, em 1922 e com ela vá- rias formas de expressão artística inovadoras vieram à tona. Na sua sequência, Oswald de Andrade publica o “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, que viria a ser criticado pelo grupo que veio a seguir, o Movimento Verde-Amarelo, de 1926. O Movimento do Pau-Brasil é um movimento nati- vista, que defendia a poesia brasileira de exportação. Tal como o pau-brasil foi o primeiro produto brasileiro a ser exportado, Oswald de Andrade desejava que a poesia brasileira se tornasse um produto cultural de exportação; daí a escolha do nome do movimento. Oswald de Andrade ficou conhecido pela figura de irreverência e de crítica ao academicismo e à burgue- sia. Assim, defendia, ao mesmo tempo que criticava, o nacionalismo a sua maneira. Principais Características O “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” é um dos tex- tos mais importantes de Oswald de Andrade, escritor que, como temos visto, destacou-se na literatura mo- dernista brasileira. O primitivismo é a principal característica desse movimento, em que o patriotismo enveredou por caminhos de valorização do passado histórico brasi- leiro desprovido dos apelos ufanistas do Movimento Verde-Amarelo. “A poesia existe nos fatos. Os casebres de aça- frão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. .... O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de pe- nacho.” (Trecho do “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”) Assim, para além do resgate do primitivismo, são características do Movimento do Pau-Brasil: • Revisão crítica do passado histórico • Abandono do academicismo • Valorização da identidade nacional • Originalidade • Linguagem coloquial e humorada (https://www.todamateria.com.br/movimento-pau-brasil/) Movimento Antropofágico O Movimento Antropofágico foi uma corrente de vanguarda que marcou a primeira fase modernista no Brasil. Liderado por Oswald de Andrade (1890-1954) e Tarsila do Amaral (1886-1973), a finalidade principal era de estruturar uma cultura de caráter nacional. Características do Movimento A proposta do movimento era a de assimilar ou- tras culturas, mas não copiar. A marca símbolo do Movimento Antropofágico é o quadro Abaporu (1928) de Tarsila do Amaral, o qual foi dado de presente ao marido, Oswald de Andrade. A obra Abaporu é o símbolo do Movimento Antropofágico LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 58 A divulgação do movimento era realizado na Re- vista de Antropofagia, publicada em São Paulo. Já o primeiro número trazia o Manifesto Antropofágico. Essa revista foi editada em duas fases: • primeira fase: editada entre maio de 1928 e fevereiro de 1929; • segunda fase: editada entre 17 de março a 1º de agosto de 1929. Manifesto Antropofágico O Manifesto Antropofágico ou Manifesto Antro- pófogo, que deu origem ao movimento, foi publicado por Oswald de Andrade em 1º de maio de 1928 na Revista de Antropofagia: “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Eco- nomicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os indi- vidualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.” (trecho do manifesto) O termo antropofágico foi utilizado como asso- ciação ao ato deruminar, assimilar e deglutir. A ideia, portanto, era de transfigurar a cultura, principalmente a europeia, conferindo assim, o caráter nacional. Note que esse é o período mais radical do Mo- dernismo. Influências A ideia do movimento teve início na Europa, quan- do Oswald de Andrade assiste ao Manifesto Futurista, do italiano Felippo Tomaso Marinetti. Oswald estava em Paris quando Marinetti anuncia o compromisso daliteratura com a nova civilização técnica, marcada sobretudo, pelo combate o acade- mismo. Assim, a permanência na Europa influenciou dire- tamente Oswald no período marcado pela decadência do Parnasianismo e do Simbolismo. Os ideais modernistas ganham força e juntamen- te com Menotti del Picchia (1892-1988) e Mário de Andrade (1893-1945) eles passam a escrever para os jornais brasileiros. Apoiados nos ideais do Futurismo, eles rompem com o tradicionalismo e o conservado- rismo. Em resumo, estavam prontos os ingredientes para a Semana de Arte Moderna, que ocorreu em 1922 na cidade de São Paulo. Note que esse evento ofereceu uma nova roupagem para a identidade cultural bra- sileira e influenciou a arte continuamente. Curiosidade Além da literatura, as ideias do movimento antro- pofágico influenciaram também as artes plásticas. Merecem destaques a pintora Anita Malfatti (1889- 1964) e o escultor Victor Brecheret (1894-1955). (https://www.todamateria.com.br/movimento-antropofagico/) Manifesto Regionalista O Manifesto Regionalista de 1926 é um dentre os manifestos publicados na Primeira Fase do Moder- nismo no Brasil (1922-1930). Características Embora chamado de manifesto, este foi, na ver- dade, um conjunto de declarações que foram feitas pelo Grupo modernista-regionalista de Recife. À semelhança de outros grupos, ele era formado por escritores em virtude das opiniões concordantes acerca da renovação cultural que estava sendo vivida no nosso país. O grupo modernista-regionalista de Recife era liderado pelo destacado sociólogo pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987). Essas declarações foram apresentadas no “1.º Congresso Regionalista do Nordeste”. Em suma, seu conteúdo, expressava a necessidade de restituir a cul- tura regional nordestina, e por esse motivo, o mani- festo recebe esse nome. Dessa valorização da cultura regional, surgem bri- lhantes nomes a partir de 1930. São eles: Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Marques Rebelo. Em 1930, tem início a Segunda Fase do Modernis- mo no Brasil, a chamada Fase de Consolidação. Nesse momento, os modernistas alcançam grande êxito e se destacaram especialmente na poesia, bem como no romance. (https://www.todamateria.com.br/manifesto-regionalista/) Movimento Verde-Amarelo e a Escola da Anta O Movimento Verde-Amarelo ou Movimento Ver- de-Amarelismo é um grupo que surgiu na primeira fase do Modernismo e foi constituído por Menotti del Picchia (1892-1988), Plínio Salgado (1895-1988), Guilherme de Almeida (1890-1969) e Cassiano Ricardo (1895-1974). Resumo Após a Semana da Arte Moderna, em 1922 - mar- co do Modernismo no Brasil - os artistas começaram a apresentar novas propostas de arte disseminadas através de publicações, especialmente os manifestos que marcaram a Primeira Fase do Modernismo: Pau- -Brasil, Verde-Amarelo, Regionalista e Antropofagia. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 59 Crítico e sarcástico, Oswald de Andrade (1890- 1954) frequentemente satirizava as suas raízes tanto sociais - burguesas - como acadêmicas. Ao mesmo tempo, pregava o nacionalismo numa linha primiti- vista, de valorização do nosso passado histórico, mas sempre temperado pela crítica. Decorrente dessas suas características, em 1924 Oswald de Andrade escreve o Manifesto da Poesia Pau-Brasil - afrancesado - conforme foi apontado pelo Movimento Verde-Amarelo que despontava em São Paulo. Assim, o surgimento do Movimento Verde-Ama- relo decorre como forma de reação ao modelo nacio- nalista preconizado pelo escritor Oswald de Andrade. O Movimento Verde-Amarelo defendia o patriotismo em excesso e teve clara tendência nazifascista. Em 1927 o Movimento Verde-Amarelo transfor- mou-se na Escola da Anta, ou Grupo Anta e, em 1928 é a vez de Oswald de Andrade, em parceria com Tar- sila do Amaral (1886-1973) e Raul Bopp (1898-1984), lançarem o movimento Antropofagia. Principais Características Ufanismo é a característica que melhor define o movimento da Escola da Anta. Trata-se de uma exal- tação do Brasil e, ao mesmo tempo, hostilidade às proveniências estrangeiras. A ideologia fascista - ba- seada no racismo - também estava presente nesse manifesto. A Escola da Anta recebeu esse nome como repre- sentação da nacionalidade brasileira, dado o contexto mítico desse animal na cultura tupi - principal tribo indígena brasileira. (https://www.todamateria.com.br/movimento-verde- amarelo-e-a-escola-da-anta/) ATIVIDADES 01. (Mackenzie-SP) - A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural e a expressão da busca de um novo Brasil que conseguisse superar suas características arcaicas, refletindo mudanças em todas as áreas de nosso país. Em 1928, Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, que procurou “traduzir” o espírito da cultura na- cional. A respeito do contexto histórico e cultural da época, é correto afirmar que a) Como proposta de mudança para a Arte do século XX, ao se aceitarem as influências es- trangeiras, sem se menosprezar a identidade nacional, e sim reforçando-a, retoma-se a pro- posta da antropofagia como “ferramenta” na elaboração da verdadeira cultura nacional. b) Todas as novas correntes artísticas advindas da Europa, no início do século XX, são fundamen- tais para a elaboração de uma cultura verda- deiramente nacional, pois estavam engajadas na preocupação de favorecer as classes traba- lhadoras dentro da nova sociedade moderna mundial. c) O Modernismo brasileiro surgiu com a intenção de promover uma atualização da arte brasilei- ra, capaz de ajudar na consolidação da identi- dade nacional de tal forma que tiveram de se desligar da influência cultural externa para a dedicação única da arte, considerada nacional e genuína. d) Reflete um novo posicionamento em relação à Arte no Brasil, reproduzindo as ideias que, no plano político, eram defendidas pelo mo- vimento Verde-Amarelismo de Plínio Salgado que defendia a presença de estrangeirismos em nossa cultura. e) Mostra o rompimento de vários artistas nacio- nais, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, com as influências externas, principalmente com o movimento futurista italiano, profunda- mente aliado aos ideais fascistas e autoritários. 02. (UFRGS) - O Modernismo brasileiro, através de seus autores mais representativos na Semana de Arte Moderna, propôs: a) o apego às normas clássicas oriundas do Neo- classicismo mineiro. b) a ruptura com as vanguardas europeias, tais como o Futurismo e o Dadaísmo. c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como ancestral do brasileiro. d) a focalização do mundo numa perspectiva ape- nas psicanalítica. e) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares brasileiros. 03. (PUC - SP) - A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo men- tal, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isso, pode-se dizer que: a) romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja. b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos. c) movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade. d) os modelos arquitetônicos do período bus- caram sua inspiração na tradição do barroco português. e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 60 04. (ENEM) - Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a culturabrasileira, Anita Malfatti e outros mo- dernistas a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetan- do a criação artística nacional. c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como fina- lidade a prática educativa. d) mantiveram de forma fiel a realidade nas fi- guras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados. 05. (EEP/SP) - Sobre a Semana de Arte Moderna é incorreto afirmar que: a) tem em Mário de Andrade um de seus maiores representantes. b) ocorreu em São Paulo, em 1922. c) foi ao mesmo tempo o ponto de encontro das várias tendências modernas que desde a I Guerra se vinham firmando. d) foi precursora do Realismo. e) a Semana permitiu a consolidação de grupos, a publicação de livros, revistas e manifestos sobre arte em geral. 06. (UDESC) A Semana da Arte Moderna de 1922 ti- nha como uma das grandes aspirações renovar o ambiente artístico e cultural do país, produzindo uma arte brasileira afinada com as tendências vanguardistas europeias, sem, contudo, perder o caráter nacional; para isso contou com a parti- cipação de escritores, artistas plásticos, músicos, entre outros. Analise as proposições em relação à Semana da Arte Moderna, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) O movimento Modernista buscava resgatar al- guns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre a natureza; e com o Parnasia- nismo, como o estilo simples da linguagem. ( ) A exposição da artista plástica Anita Malfatti representou um marco para o modernismo brasileiro; suas obras apresentavam tendên- cias vanguardistas europeias, o que de certa forma chocou grande parte do público; foi criticada pela corrente conservadora, mas despertou os jovens para a renovação da arte brasileira. ( ) O escritor Graça Aranha foi quem abriu o even- to com a sua conferência inaugural “A emo- ção estética na Arte Moderna”; em seguida, apresentou suas obras Paulicéia desvairada e Amar, verbo intransitivo. ( ) O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana; neste ano comemoram-se 50 anos de sua morte. ( ) As esculturas de Brecheret, impregnadas de modernidade, foram um dos estandartes da Semana; sua maquete do Movimento às Ban- deiras foi recusada pelas autoridades paulis- tas; hoje, umas das esculturas públicas mais admiradas em São Paulo. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – F – V b) F – F – V – V – V c) F – V – F – V – V d) V – V – F – V – F e) V – V – V – V – V 07. (FGV) - Assim como Vinícius de Moraes e Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade pertence a uma geração de poetas que se caracterizou, principalmente, por ter a) sido pioneira na formulação dos conceitos estéticos que orientaram a Semana de Arte Moderna, em 1922. b) radicalizado, em suas regiões, as experiências estilísticas e temáticas que marcaram os anos de 1920. c) colhido, nos anos de 1930, os resultados da pesquisa estética da década precedente, ate- nuando-lhe o caráter destruidor. d) valorizado a linguagem regional, para, por meio dela, fazer a crítica da política local. e) repudiado o universalismo, sugerindo um ca- minho nacionalista para a poesia brasileira do século vinte. 08. (UNESP) - Entre 11 e 16 de fevereiro de 1922, realizou-se no Teatro Municipal de São Paulo a Semana de Arte Moderna. Segundo Mário de An- drade, as mudanças ocorridas a partir da Semana de 22 e do Movimento Modernista significaram a fusão de três princípios: o direito permanente à pesquisa estética, a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização de uma cons- ciência criadora nacional. Está inteiramente correto considerar como con- sequências da Semana de Arte Moderna: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 61 a) a formação de uma geração de artistas que romperam com a arte barroca; o reconheci- mento e a valorização das expressões artísti- cas do Renascimento Italiano; a formação de grupos de artistas e salões de arte moderna em todo o Brasil. b) a formação de uma geração de artistas aca- dêmicos; o reconhecimento e a valorização das expressões artísticas da Missão Artística Francesa; a formação de grupos de artistas e de salões de arte neoclássicos. c) a formação de uma geração de artistas que romperam com a estética modernista; o re- conhecimento e a valorização das expressões artísticas contemporâneas; a formação de gru- pos de artistas e salões de arte em São Paulo e no Rio de Janeiro destinados a exposições de arte moderna. d) a formação de uma geração de artistas que romperam com os ditames acadêmicos; o re- conhecimento e a valorização das expressões artísticas dos primitivos; a formação de grupos de artistas, tais como o Clube dos Artistas Mo- dernos e a Sociedade Pró Arte Moderna de São Paulo. e) a formação de uma geração de artistas que romperam com o estilo clássico; o reconheci- mento e a valorização das expressões artísticas do estilo Rococó; a formação de grandes expo- sições de Arte, como a Bienal de São Paulo. 09. (UNIFESP) - A “Canção do exílio” é um dos textos mais citados e parodiados da Língua Portuguesa. Os versos “Teus risonhos lindos campos têm mais flores,/Nossos bosques têm mais vida, /Nossa vida no teu seio mais amores. /” que remetem, de modo flagrante, ao poema de Gonçalves Dias, ocorrem a) na “Nova canção do exílio”, de Carlos Drum- mond de Andrade, publicada em A rosa do povo. b) na letra de “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Bu- arque. c) no poema “Canto de regresso à pátria”, do modernista Oswald de Andrade. d) em “Ainda irei a Portugal”, de Cassiano Ricardo, um dos líderes da Semana de Arte Moderna. e) na letra do Hino Nacional Brasileiro, de Joa- quim Osório Duque Estrada, oficializada em 1922. 10. (Mackenzie) - Em 2012 completaram-se 90 anos da Semana de Arte Moderna, marco de renova- ções artístico-culturais do Brasil. A respeito desse acontecimento, assinale a alternativa INCORRETA. a) Internacionalismo e nacionalismo foram, si- multaneamente, suas características básicas. O nacionalismo, em especial, viria como de- corrência de afirmação, presente desde a im- plantação da República em 1889, de uma arte e cultura genuinamente brasileiras. b) Tal Semana exprimia o anseio de uma nova mentalidade intelectual, insatisfeita com o status quo das artes de então. Por isso, tinha como um dos objetivos centrais a moderni- zação, por meio de um olhar para o social e para o que havia de mais avançado na criação artística. c) Existia naquele movimento um olhar para o futuro, que trazia um desejo de ruptura, de inovação e de experimentação. Mas, ao mes- mo tempo, marcava presença um sentimento de nostalgia, um retomar das raízes culturais que marcaram a formação histórica do país. d) Internacionalismo e nacionalismo foram, si- multaneamente, seus aspectos básicos. As letras e as artes do período desejavam o rom- pimento com o século XIX, e seu academicis- mo, sendo o exterior – em especial a Europa – símbolo desse rompimento. e) Por partirem de concepções nacionalistas, es- ses artistas negavam as influências externas na cultura brasileira. Para eles, uma arte ge- nuinamente brasileira somente aconteceria por meio do total afastamento em relação às principais vanguardas europeias. 11. (MACKENZI E) A partir dos três autores selecio- nados, considere as seguintes afirmações: I. Manuel Bandeira foi poeta determinante na idealização e na organização da Semana de Arte Moderna de 1922. II. Augusto dos Anjos, em função de sua perfeição métrica e rítmica, é considerado um dos expoen- tes da tríade parnasiana. III. Machado de Assis abandonou a prosaromân- tica para desenvolver as digressões textuais, ca- racterística fundadora da prosa realista. Assinale a alternativa correta. a) Estão corretas as afirmações I e II. b) Estão corretas as afirmações II e III. c) Estão corretas as afirmações I e III. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Nenhuma das afirmações está correta. 12. (MACKENZIE) A Semana de Arte Moderna foi um marco de renovações artístico-culturais do Brasil. A respeito desse acontecimento, assinale a alternativa INCORRETA. a) Internacionalismo e nacionalismo foram, si- multaneamente, suas características básicas. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 62 O nacionalismo, em especial, viria como de- corrência de afirmação, presente desde a im- plantação da República em 1889, de uma arte e cultura genuinamente brasileiras. b) Tal Semana exprimia o anseio de uma nova mentalidade intelectual, insatisfeita com o status quo das artes de então. Por isso, tinha como um dos objetivos centrais a moderni- zação, por meio de um olhar para o social e para o que havia de mais avançado na criação artística. c) Existia naquele movimento um olhar para o futuro, que trazia um desejo de ruptura, de inovação e de experimentação. Mas, ao mes- mo tempo, marcava presença um sentimento de nostalgia, um retomar das raízes culturais que marcaram a formação histórica do país. d) Internacionalismo e nacionalismo foram, si- multaneamente, seus aspectos básicos. As letras e as artes do período desejavam o rom- pimento com o século XIX, e seu academicis- mo, sendo o exterior – em especial a Europa – símbolo desse rompimento. e) Por partirem de concepções nacionalistas, es- ses artistas negavam as influências externas na cultura brasileira. Para eles, uma arte ge- nuinamente brasileira somente aconteceria por meio do total afastamento em relação às principais vanguardas europeias. 13. Assinale a alternativa incorreta. a) Gilberto Freire é contemporâneo de escritores que fizeram a Semana de Arte Moderna em São Paulo. b) No início do século XX, havia um contraste, no Brasil, entre o atraso geral do país e a sofisti- cação cultural de alguns centros urbanos. c) Até a década de 1920, sucederam-se duas vi- sões contrastantes do Brasil: uma nacionalista e positiva e a outra determinista e negativa. d) A geração em que se inclui Gilberto Freire re- volucionou o que se pensava sobre o Brasil, sua história e seu futuro. e) Obras como as de Lima Barreto e Monteiro Lobato revelam um novo pensamento, revolu- cionário e otimista, sobre a cultura brasileira. 14. Sobre Mário de Andrade e a Semana de 22, afir- ma-se: I. A Semana desencadeou na cultura brasileira um período que Mário denominou orgia intelectual, favorecida pelas mãos da burguesia culta do Rio de Janeiro e de São Paulo, da qual ele era um representante. II. Apesar de estar em contato com as novas ten- dências das artes, Mário manteve-se fiel àqueles que os modernistas chamaram de conservadores, em geral os parnasianos, dos quais sua obra re- cebe influência decisiva. III. Ao contrário de Oswald, que era irreverente em relação à dominação cultural europeia, Mário não tinha um projeto literário em que houvesse preocupação significativa com a cultura nacional. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 15. (FGV) Leia o texto. A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da dé- cada de 1910 em textos de revistas e em exposi- ções, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. (...) (www. itaucultural.org.br) Em geral, os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham a) que a arte, especialmente a literatura, aban- donasse as preocupações com os destinos bra- sileiros e se voltasse para o princípio da arte pela arte. b) a rejeição ao conservadorismo presente na produção artística brasileira, defendendo no- vas estéticas e temáticas, como a discussão sobre as questões brasileiras. c) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos po- líticos e ideológicos, fossem estes progressistas ou conservadores. d) o reconhecimento da superioridade da arte europeia e da importância da civilização por- tuguesa no notável desenvolvimento cultural brasileiro. e) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços revolucionários em direção a uma arte de fato inovadora. 16. (UFRGS) O Modernismo Brasileiro, através de seus autores mais representativos na Semana de Arte Moderna, propôs: a) o apego às normas clássicas oriundas do neo- classicismo mineiro. b) a ruptura com as vanguardas europeias, tais como o futurismo e o dadaísmo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 63 c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como ancestral do brasileiro. d) a focalização do mundo numa perspectiva ape- nas psicanalítica. e) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares brasileiros. 17. (ENEM) O modernismo brasileiro teve forte influ- ência das vanguardas europeias. A partir da Se- mana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a a) imagem passa a valer mais que as formas van- guardistas. b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. c) natureza passa a ser admirada como um espa- ço utópico. d) imagem privilegia uma ação moderna e indus- trializada. e) forma apresenta contornos e detalhes huma- nos. 18. (ACAFE) Sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, todos os textos a seguir estão corretos, exceto: a) Cada vez mais popular após as críticas do escritor Monteiro Lobato (que destruiu seus quadros a bengaladas!), Anita Malfatti desfiará todo seu expressionismo em 22 obras. Mário de Andrade é um de seus fãs. b) A obra literária que marcou o início do movi- mento Modernista na literatura foi o livro de Mário de Andrade, Pauliceia Desvairada. O li- vro revelou a poesia urbanista e fragmentária e retratou, numa visão antirromântica, uma São Paulo cosmopolita e egoísta, com sua po- pulação heterogênea e sua burguesia cínica. c) O movimento Modernista tinha como objetivo o rompimento com o tradicionalismo (Parna- sianismo, Simbolismo e a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constan- te e, principalmente, a independência cultural do país. d) A Semana de Arte Moderna aconteceu no Te- atro Municipal, entre os dias 11 e 18 de março de 1922. Nela, o Brasil pôde reafirmar a liber- dade de expressão e criatividade, em perfeita harmonia com os movimentos e preceitos das vanguardas europeias, que guardavam consi- go as tendências culturais do Expressionismo, Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo e Parnasianismo. QUESTÕES SUBJETIVAS 01. (UNESP) Quais as principais transformações da cultura brasileira na década de 1920? Incluir nes- te contexto a Semana de Arte Moderna. 02. (UNICAMP) Qual era a visão predominante dos integrantes da Semana de Arte Moderna de 1922 em relação à arte acadêmica? Justifique sua res- posta. (crédito: Getty Images) A princesa da Noruega, Märtha Louise, renunciou às suas obrigações da realeza para se concentrar em um negócio de medicina alternativa com seu noivo, Durek Verrett, que se apresenta como xamã. Märtha Louise vai manter seu título real, mas está renunciando a deveres oficiais para “criar uma sepa- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 64 ração mais clara” entre sua vida privada e suas obri- gações como integrante da família real norueguesa. Seu noivo promoveu práticas médicas sem com- provação científica de eficácia, inclusive sugerindo que o câncer “é uma escolhado paciente”. O americano também afirma ter influenciado a atriz Gwyneth Paltrow. A princesa está “abandonando seu papel de mece- nas” enquanto ela e Verrett procuram “distinguir mais claramente suas atividades e a Casa Real da Noruega”, disse a família real do país, em um comunicado. Acres- centou que o rei Harald V decidiu que ela manteria seu título. “Ela desempenhou suas funções com carinho, cui- dado e profundo compromisso”, disse o comunicado. Apesar do anúncio, o rei Harald descreveu Verrett como “um cara legal e uma companhia engraçada”. “Ele tem muito humor e nós rimos muito, mesmo neste momento difícil. Acho que nós e ele ganhamos uma maior compreensão do que se trata, e concor- damos em discordar”, disse o rei Harald a jornalistas do país. Já a princesa disse estar “consciente da importân- cia do conhecimento baseado em pesquisa científica”, mas que acredita que a medicina alternativa pode ser “um importante complemento para ajudar os proce- dimentos médicos convencionais”. Ela acrescentou que era importante “distinguir en- tre mim como pessoa privada, por um lado, e como membro da família real, por outro”. A princesa, de 51 anos, provoca controvérsia na Noruega há décadas por seu envolvimento em trata- mentos médicos alternativos, incluindo a criação de uma escola que visava ajudar as pessoas a “entrar em contato com seus anjos”. Ela foi acusada de usar seu título real para obter ganhos pessoais. Em 2002, ela se casou com o escritor e artista norueguês Ari Behn - o casal teve três filhas. Eles se divorciaram em 2017 e Behn - que dizia sofrer de de- pressão - tirou a própria vida no Natal de 2019. Em junho, a princesa ficou noiva de Verrett. Ela anunciou o relacionamento em um post no Instagram, em 2019. “Para aqueles que sentem a necessidade de cri- ticar: muita calma nessa hora. Não cabe a vocês es- colher por mim ou me julgar. O xamã Durek é apenas um homem com quem amo passar meu tempo, e que me completa”, escreveu ela na publicação. O casal atraiu duras críticas ??entre muitos na No- ruega, com Verrett sendo descrito como “um charla- tão”, um vigarista e um teórico da conspiração. A ex-primeira-ministra Erna Solberg descreveu as opiniões do americano como “muito estranhas” e “não baseadas em fatos”, acrescentando que suas ideias promoviam teorias da conspiração. Durek - um afro-americano que se descreve como um “xamã de 6ª geração” - afirmou ter ressuscitado dos mortos e ter previsto os ataques de 11 de setem- bro de 2001 nos Estados Unidos dois anos antes de eles ocorrerem. Ele disse que as críticas que enfrenta se devem ao racismo, dizendo que “nunca foi alvo de tanto ra- cismo” como quando foi morar na Noruega. Ele tam- bém se comparou a nomes como Albert Einstein e Thomas Edison, alegando que eles eram “gênios” e “incompreendidos”. Em seu site, ele se descreve como um “visionário para a ‘Era do Agora’” que “desmistifica a espiritua- lidade”. Ele afirma que seu trabalho influenciou as atrizes Gwyneth Paltrow e Nina Dobrev. Uma pesquisa publicada em setembro descobriu que apenas 13% dos noruegueses achavam que a prin- cesa Märtha Louise deveria representar a família real do país em funções oficiais. Um biógrafo da família real disse à mídia local: “Acho que isso é mais sobre o fenômeno oculto ao qual ela está associada do que sobre a princesa como pessoa”. - Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/ portuguese/internacional-63562382 Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ mundo/2022/11/5050535-os-motivos-que-levaram- princesa-da-noruega-a-deixar-obrigacoes-da-realeza.html, acesso em nov, 09, 2022. Gênero Jornalístico 1. Informativo: Neste os textos apresentam a base do jornalismo, que é a informação. A prática de informar. Exemplos: nota, notícia, release. 2. Opinativo: Trata-se de um gênero argumentativo, onde existe a opinião do autor permitida. Lembrando que estes textos não são baseados em “eu acho”, “tem que ser assim”, porém focado em argumentações fomentadas em especializações. Exemplos: Crônica, editorial, artigo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 65 3. Interpretati vo: São os textos que são escritos de forma mais apro- fundada. Com mais detalhes e argumentos reais das fontes e dados. Exemplo: Reportagem. Para saber qual é a melhor abordagem para o seu texto jornalísti co é importante que tenha uma pauta bem precisa sobre aquilo que deseja abordar. Desta forma você irá escolher a melhor forma de escrever o seu texto e saberá defi nir qual é o melhor ti po de gênero jornalísti co para o assunto que será tratado na pauta. Disponível em: htt ps://www.academiadojornalista.com. br/producao-de-texto-jornalisti co/genero-jornalisti co- informati vo-opinati vo-e-interpretati vo/ CRÔNICA O que é crônica? A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comuni- cação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma “vida cur- ta”, ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do coti diano. Do lati m, a palavra “crônica” (chronica) refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo (cro- nológico); e do grego (khronos) signifi ca “tempo”. Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fi ca fora do contexto. As característi cas das crônicas • narrati va curta; • uso de uma linguagem simples e coloquial; • presença de poucos personagens, se houver; • espaço reduzido; • temas relacionados a acontecimentos coti dia- nos. Tipos de crônicas Embora seja um texto que faz parte do gênero narrati vo (com enredo, foco narrati vo, personagens, tempo e espaço), há diversos ti pos de crônicas que exploram outros gêneros textuais. Podemos destacar a crônica descriti va e a crônica dissertati va. Além delas, temos: · Crônica Jornalísti ca: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalísti cas” produzidas para os meios de comunica- ção, onde uti lizam temas da atualidade para fazerem refl exões. Aproxima-se da crônica dissertati va. · Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço defi nidos. Aproxima-se da crônica narrati va. · Crônica Humorísti ca: Esse ti po de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que uti liza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criti car alguns aspectos seja da sociedade, políti ca, cultura, economia, etc. Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais ti pos, por exemplo: uma crônica jornalísti ca e humorísti ca. Exemplos de crônicas Crônica de Machado de Assis (Gazeta de Notí - cias, 1889) Quem nunca invejou, não sabe o que é padecer. Eu sou uma lásti ma. Não posso ver uma roupinha me- lhor em outra pessoa, que não sinta o dente da inveja morder-me as entranhas. É uma comoção tão ruim, tão triste, tão profunda, que dá vontade de matar. Não há remédio para esta doença. Eu procuro distrair-me nas ocasiões; como não posso falar, entro a contar os pingos de chuva, se chove, ou os basbaques que andam pela rua, se faz sol; mas não passo de algumas dezenas. O pensamento não me deixa ir avante. A roupinha melhor faz-me foscas, a cara do dono faz-me caretas... Foi o que me aconteceu, depois da últi ma vez que esti ve aqui. Há dias, pegando numa folha da manhã, li uma lista de candidaturas para deputados por Minas, com seus comentos e prognósti cos. Chego a um dos distritos, não me lembra qual, nem o nome da pessoa, e que hei de ler? Que o candidato era apresentado pelos três parti dos, liberal, conservador e republicano. A primeira coisa que senti , foi uma verti gem. De- pois, vi amarelo. Depois, não vi mais nada. As entra- nhas doíam-me, como se um facão as rasgasse, a boca ti nha um sabor de fel, e nunca mais pude encarar as linhas da notí cia. Rasguei afinal a folha, e perdi os dois vinténs; mas eu estava pronto a perder dois milhões, contando que aquilo fosse comigo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 66 Upa! que caso único. Todos os partidos armados uns contra os outros no resto do Império, naquele ponto uniam-se e depositavam sobre a cabeça de um homem os seus princípios. Não faltará quem ache tremenda a responsabilidade do eleito, — porque a eleição, em tais circunstâncias, é certa; cá para mim é exatamente o contrário. Deem-me dessas respon- sabilidades, e verão se me saio delas sem demora, logo na discussão do voto de graças. — Trazido a esta Câmara (diria eu) nos paveses de gregos e troianos, e não só dos gregos que amam o co- lérico Aquiles, filho de Peleu, como dos que estão com Agamenon, chefe dos chefes, posso exultar mais que nenhum outro, porque nenhum outro é, como eu, a unidade nacional. Vós representais os vários membros do corpo; eu sou o corpo inteiro, completo. Disforme, não; não monstro de Horácio, por quê? Vou dizê-lo. E diria então que ser conservador era ser essen- cialmente liberal, e que no uso da liberdade, no seu desenvolvimento, nas suas mais amplas reformas, es- tava a melhor conservação. Vede uma floresta! (excla- maria, levantando os braços). Que potente liberdade! e que ordem segura! A natureza, liberal e pródiga na produção, é conservadora por excelência na harmonia em que aquela vertigem de troncos, folhas e cipós, em que aquela passarada estrídula, se unem para formar a floresta. Que exemplo às sociedades! Que lição aos partidos! O mais difícil parece que era a união dos princí- pios monárquicos e dos princípios republicanos; puro engano. Eu diria: 1°, que jamais consentiria que ne- nhuma das duas formas de governo se sacrificasse por mim; eu é que era por ambas; 2°, que considerava tão necessária uma como outra, não dependendo tudo senão dos termos; assim podíamos ter na monarquia a república coroada, enquanto que a república podia ser a liberdade no trono, etc., etc. Nem todos concordariam comigo; creio até que ninguém, ou concordariam todos, mas cada um com uma parte. Sim, o acordo pleno das opiniões só uma vez se deu abaixo do sol, há muitos anos, e foi na assembleia provincial do Rio de Janeiro. Orava um deputado, cujo nome absolutamente me esqueceu, como o de dois, um liberal, outro conservador, que virgulavam o discurso com apartes, — os mesmos apartes. A questão era simples. O orador, que era novo, expunha as suas ideias políticas. Dizia que opinava por isso ou por aquilo. Um dos apartistas acudia: é liberal. Redarguia o outro: é conservador. Tinha o orador mais este e aquele propósito. É conservador, dizia o segun- do; é liberal, teimava o primeiro. Em tais condições, prosseguia o novato, é meu intuito seguir este cami- nho. Redarguia o liberal: é liberal; e o conservador: é conservador. Durou este divertimento três quartos de colunas do Jornal do Comércio. Eu guardei um exem- plar da folha para acudir às minhas melancolias, mas perdi-o numa das mudanças de casa. Oh! não mudeis de casa! Mudai de roupa, mudai de fortuna, de amigos, de opinião, de criados, mudai de tudo, mas não mudeis de casa! A sensível (Clarice Lispector) Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre – virava para o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas – assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria. Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na calçada. Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido a enganava. Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas – aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de fome, o marido tuberculoso – a borda- deira recusou-se a bordar a toalha porque não gostava de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou- -se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade. Até que, dias depois, a sensibilidade se curou as- sim como uma ferida seca. Aliás, um mês depois, teve seu primeiro amante, o primeiro de uma alegre série. O amor e a morte (Carlos Heitor Cony) Foi em dezembro, dez anos atrás. Mila teve nove filhotes, impossível ficar com a ninhada inteira, fiquei com aquela que me parecia a mais próxima da mãe. Nasceu em minha casa, foi gerada em minha casa, nela viveu esses dez anos, participando de tudo, rece- bendo meus amigos na sala, cheirando-os e ficando ao lado deles - sabendo que, de alguma forma, devia homenageá-los por mim e por ela. Ao contrário da mãe, que tinha alguma autono- mia existencial, aquilo que eu chamava de “fumos fidalgos”, como o Dom Casmurro, Títi era um prolon- gamento, o dia e a noite, o sol e todas as estrelas, o universo dela centrava-se em acompanhar, resumia-se em estar perto. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 67 Quando Mila foi embora, há dois anos, ela com- preendeu que ficara mais importante -e, se isso fosse possível, mais amada. Escoou com sabedoria a dor e o pranto, a ausência e a tristeza, e se já era atenta aos movimentos mais insignificantes da casa, com o tempo tornou-se um pedaço significante da vida em geral e do meu mundo particular. Vida e mundo que deverão, agora, continuar sem ela -se é que posso chamar de continuação o que te- nho pela frente. Perdi alguns amigos, recentemente, mas foram perdas coletivas que doeram, mas, de certa forma, são compensadas pela repartição do prejuízo. Perder Títi é um “resto de terra arrancado” de mim mesmo -e estou citando pela segunda vez Macha- do de Assis, que criou um cão com o nome do dono (Quincas Borba) e sabia como ninguém que dono e cão são uma coisa só. Essa “coisa só” fica mais só, nem por isso fica mais forte, como queria Ibsen. Fica apenas mais sozinho mesmo, sem ter aquele olhar que vai fundo da gen- te e adivinha até a alegria e a tristeza que sentimos sem compreender. Sem Títi, é mais fácil aceitar que a morte seja tão poderosa, desde que seja bem menos poderosa do que o amor. A Crônica no Brasil A crônica foi inicialmente desenvolvida com ca- ráter histórico (as crônicas históricas). Elas relatavam desde o século XV fatos históricos (reais ou fictícios) ou acontecimentos cotidianos (sucessão cronológica), algumas com toque de humor. Mais tarde, esse gênero textual despretensioso foi se aproximando do público e conquistando os lei- tores mundo afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme difusão das crônicas, sobretudo nos meios de comunicação. No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem difundido desde a publicação dos “Folhetins” em meados do século XIX. Alguns escritores brasileiros que se destacaram como cronistas foram: 1. Machado de Assis 2. Carlos Drummond de Andrade 3. Rubem Braga 4. Luís Fernando Veríssimo 5. Fernando Sabino 6. Carlos Heitor Cony 7. Caio Fernando Abreu Segundo o professor e crítico literário Antônio Cândido, em seu artigo “A vida ao rés-do-chão” (1980): “A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cro- nistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobela um cronista, por melhor que fosse. Portan- to, parece mesmo que a crônica é um gênero menor. “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura (...). (...) Ora, a crônica está sempre ajudando a esta- belecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da po- esia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas, sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. Isto acon- tece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa pu- blicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.” Nesse trecho tão esclarecedor podemos destacar as características fundamentais da crônica, como, por exemplo, a aproximação com o público, na medida em que contém uma linguagem mais direta e des- pretensiosa. Além disso, o autor destaca um de seus principais aspectos, ou seja, a curta duração que possui essa produção textual. (https://www.todamateria.com.br/cronica/) A Aranha no Quarto Francisco Rocha Poucos animais causam tantos sentimentos de- sagradáveis. Ela estava em um canto do quarto, toda tímida. Não devia ser maior que o punho fechado de uma criança pequena. Toda peluda e felpuda com tons amarronzados, aterrorizando minha dama que estava no quarto. À feição de um cavaleiro de armadura, fui ao seu socorro convicto de que resolveria o problema. Eu, criatura civilizada e domesticada, senti uma estranhe- za a percorrer a espinha ao fitar meu oponente. Às armas, então! Juntando o que possuía de coragem e orgulho, me municiei de poderosa vassoura e avancei contra o aracnídeo. Para minha surpresa, o serzinho pusilâ- nime, antes imóvel, mostrou toda sua sagacidade e se enfiou dentro de um buraco escuro e diminuto, na LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 68 estante de livros do casal. Me senti aviltado... Como aquela aranha ousa se proteger de minha investida de maneira tão covarde!? Era hora de contar o resultado do embate à esposa amedrontada. Já era noite na residência simples e suburbana, e ponderações começaram a brotar. Seria o artrópode insidioso e peçonhento? Eu ouvira falar que alguns de- les possuem picadas bastante doloridas e que podem causar retardo na inativação dos canais neuronais de sódio (o quem quer que isso signifique). Só sei que, naquela altura do campeonato, não estava pronto para sentir dor. Fitei a toca da fera durante muito tempo antes de dormir, só imaginado o que eu estaria disposto a fazer se ela colocasse a fuça para fora. Do outro lado, a matrona que me acompanhava sentenciou: “Hoje não durmo de luz apagada!” Na intenção de acalmar os ânimos, começo a puxar assunto. Falamos de amenidades... nosso dia no trabalho, o trato com os filhos, preocupações fi- nanceiras, mas a aranha ainda estava lá. Parecendo despreocupado, dou de ombros para o buraco escu- ro, faço, minha refeição, bebo qualquer coisa, mas a aranha ainda estava lá. O fato é que sempre que o pensamento dava uma folga, meus olhares voltavam para o animal que passou a coabitar conosco. Eventualmente o sono veio para nós dois. Em meu caso, ele estava repleto de teias e pelos diminutos. De forma afrontosa, ao amanhecer, a fresta no armário ainda estava lá. Quem sabe a aranha também... Acho que vou comprar um Baygon. Disponível em: Rocha, F.M.B. Crônica: A Aranha no Quarto. Goiânia, 2022. Naila Francisco Rocha Na tarde de primavera de 1998 (ou seria 1999?), me recordo de desejar desesperadamente escapar da rudeza das aulas de meu curso na universidade. Afinal de contas, quem em sã consciência cursaria física?!?! Com a batalha perdida, me encaminho para o ponto de ônibus feito de um concreto armado pouco convidativo. Mas não importava, aquela construção representava minha carta de alforria, ao menos para aquele dia. A condução logo chega. As fileiras de cadeiras en- contravam-se ocupadas (“quelle surprise”) e eu, algo resignado, me proponho a contemplar a paisagem que mais se assemelhava a um borrão diante de meus olhos. De um momento para outro sou retirado de meu transe auto imposto. Cutucado por dedos infantis sou logo interpelado: “Tio, qual é o seu nome?” Digo à petiz como me batizaram... Logo vi aqueles olhos inocentes e negros brilharem. Quase como se eu ti- vesse dado abertura para uma grande revelação que iria emergir daquela mentalidade simples. Ela então aponta para um colar folheado a ouro, que ostentava no pescoço, escrito com singeleza o substantivo “Nai- la”. Sorrimos juntos. De mim para comigo, mais tarde, fiquei saben- do do significado daquele nome: “mulher de olhos grandes e bonitos”. Sim, representava bem a menina do coletivo. Invejoso que sou tomei para mim aque- la palavra. “Quando tiver uma filha, certamente seu nome será Naila”. O tempo passa inclemente, e eu, agora um jovem senhor, com minha esposa esperando pela primeira filha, sou convidado, no outono de 2014 (ou seria 2015?), a proferir palestra sobre tema particularmen- te intrincado. Após a fala exitosa, no momento das perguntas, sou interpelado por uma mulher de olhos grandes e negros como a noite. Ela quer saber sobre algo relacionado ao orgulho humano... Pergunto de maneira humilde o nome daquela pessoa. Ela me res- ponde o substantivo “Naila”. Lívido com a resposta não pude deixar de elucubrar num átimo - seria ela a mesma menina de tempos atrás? ou não passava de uma estranha coincidência? De qualquer maneira, dei a resposta mais conveniente à pergunta. Voltando depressa para o convívio fraterno no lar, abri um sorriso para minha esposa gestante e sen- tenciei: “Nossa filha irá se chamar Naila!” A matrona torce o nariz e começa a enumerar os motivos pelos quais nossa filha não seria conhecida dessa maneira. É, parece que perdi mais uma batalha... Disponível em: Rocha, F.M.B. Crônica: Naila. Goiânia, 2022. MODERNISMO LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 69 https://infinittusexatas.com.br/modernismo-resumos-e- mapas-mentais/ https://infinittusexatas.com.br/modernismo-resumos-e- mapas-mentais/ Primeira fase do modernismo brasileiro https://infinittusexatas.com.br/modernismo-resumos-e-mapas-mentais/ Ao romper com a tradição literária vigente, a pri- meira fase do modernismo brasileiro propôs a criação de uma literatura genuinamente brasileira. Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade foram os precursores do modernismo na literatura brasileira * A primeira fase do modernismo brasileiro sacra- mentou as renovações no campo da arte e da literatu- ra iniciadas no início do século XX com os pré-moder- nistas. Na literatura de Lima Barreto, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha, por exemplo, já era possível iden- tificar um menor apego ao cânone literário, além de uma maior preocupação com o desenvolvimento de uma literatura socialmente engajada. A literatura bra- sileira tomou novos rumos, e o legado dos escritores parnasianos ficou definitivamente para trás. Até 1922, ano da realização da emblemática Se- mana de Arte Moderna, a literatura brasileira era es- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 70 sencialmente academicista e influenciada pelos mol- des europeus. O parnasianismo era a estética literária vigente, não havia uma cultura acadêmica nacional, com linguagem e conteúdo temático que reprodu- zissem a realidade do brasileiro comum. Podemos dizer que os primeiros modernistas deram o “grito de independência” cultural que ecoaria por décadas, modificando drasticamente o fazer literário no Brasil. Depois deles, a forma e o ritmo, elementos tão apre- ciadospela literatura clássica, não seriam mais uma obrigação: estava instituído o verso livre e o combate à arte tradicional. Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. (Oswald de Andrade) Dizer que os primeiros modernistas “combatiam” a arte tradicional não é uma força de expressão. Havia, de fato, o interesse em romper drasticamente com qualquer forma de cultura que não fosse construída sobre bases nacionais: esse era o projeto da fase he- roica do modernismo, cujos principais representantes foram Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade, esse último considerado o mais radical da chamada tríade modernista. Foram deles os principais esfor- ços para a realização da Semana de Arte Moderna de 1922, evento que reuniu um grupo de artistas novos e empenhados em desvencilhar a arte produzida no Brasil da cultura tradicional europeia. A Semana, que reuniu, além dos primeiros escri- tores modernistas, grandes nomes das artes plásticas, entre eles Anita Mafaltti, Di Cavalcanti e Brecheret, foi o ponto de encontro das várias tendências artísticas que desde a I Guerra vinham tentando firmar-se em São Paulo e no Rio de Janeiro. Graças ao evento reali- zado entre os dias 13 e 18 de fevereiro no Teatro Mu- nicipal de São Paulo, o modernismo brasileiro ganhou uma plataforma que possibilitaria sua consolidação. Após a realização da Semana de Arte Moderna, várias publicações – as chamadas revistas literárias – e mani- festos foram lançados, cujos objetivos eram divulgar as propostas modernistas. O marco cronológico da geração heroica foi o ano de 1930, período em que surgiram escritores, entre eles Carlos Drummond de Andrade, que iniciaram uma poética com novos elementos estéticos, mas irremediavelmente influenciada pela herança dos modernistas de 1922. É impossível conceber a arte brasileira sem creditar os esforços dos precursores do modernismo, cujos ideais estão presentes em toda li- teratura produzida durante o século XX até a literatura produzida nos dias de hoje. Graças aos modernistas, que apontaram os caminhos para a construção de uma cultura menos europeizada e europeizante, nasceu a autêntica literatura brasileira. (https://www.portugues.com.br/literatura/primeira-fase- modernismo-brasileiro.html) Manuel Bandeira Manuel Bandeira, grande representante moder- nista, tem o lirismo como marca registrada em sua arte. Manuel Bandeira, dotado de um notável lirismo, representa um dos artistas que compuseram o cenário artístico modernista. Entre os artistas que abrilhantaram o período modernista, encontra-se esta nobre figura: Manuel Bandeira. Em razão disso, conhecê-lo é, sobretudo, enlevarmo-nos diante de tamanha habilidade artística e nobreza intelectual. Para tanto, iniciemos falando acerca de alguns aspectos biográficos, os quais assim se apresentam: Manuel Carneiro de Souza Bandeira nasceu em 1886, em Recife. Em 1890, a família se transferiu para Petrópolis (RJ), e com seis anos de idade Bandeira retornou a Recife, onde permaneceu até os dez anos. Aos 16 anos partiu para São Paulo, com o intuito de cursar a faculdade de Arquitetura na Escola Politéc- nica. Contudo, tal intenção teve de ser interrompida, haja vista que o poeta contraiu tuberculose, paralisan- do, assim, seus estudos. Em 1913 foi para a Suíça para se tratar no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu por 16 meses. Em 1917, Manuel Bandeira publicou seu primeiro livro – Cinza das horas e, a partir de então, iniciou sua vasta produção literária, seguida da publicação de Carnaval (1919). Foi quando o poeta começou a estabelecer contato com o grupo paulista, o qual participou da Semana de Arte Moderna. Um dos in- tegrantes, Guilherme de Almeida, foi o primeiro a ler as produções, passando a indicá-las para os demais. Em 1921, esse grupo de representantes foi ao Rio de Janeiro, época em que Bandeira se tornou amigo de Mário de Andrade. Outrossim, afirmamos que este nobre poeta não participou de forma direta na Se- mana, por considerar o evento um tanto quanto con- tundente, como ele mesmo afirmou “nunca atacamos publicamente os mestres parnasianos e simbolistas, nunca repudiamos o soneto nem, de um modo geral, os versos metrificados e rimados”. Assim, afirma-se que em virtude de ter se formado com base nas referências literárias do Parnasianismo e Simbolismo, Bandeira não se mostrou preocupado em se adequar a esta ou àquela tendência, decidiu por não criticar publicamente aqueles que consideravam LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 71 os mestres parnasianos e simbolistas, bem como não se tornou adepto do tom revolucionário dos moder- nistas. Dessa forma, optou por escolher esta ou aquela forma que mais se adequasse ao espírito das emoções que desejava transmitir em determinado momento. A linguagem, envolta num tom simples, revelava a experiência do poeta acerca de suas percepções em meio ao cotidiano, marcadas, sobretudo, pela temá- tica voltada para o amor, erotismo, infância, paixão pela vida, solidão e angústia existencial. DESENCANTO Eu faço versos como quem chora De desalento. . . de desencanto. . . Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . . Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre. OS SAPOS Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - “Meu pai foi à guerra!” - “Não foi!” - “Foi!” - “Não foi!” O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - “Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos.[...] (https://www.portugues.com.br/literatura/manuel- -bandeira.html) Mário de Andrade Mário de Andrade nasceu em 9 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Ele é um dos principais nomes da primeira geração modernista. Suas obras apresentam nacionalismo crítico, liberdade formal e valorização da linguagem coloquial. Macunaíma é seu livro mais famoso e uma das obras mais importantes do movimento. Além da literatura, o autor tinha outros interesses artísticos, por isso estudou piano e canto. Também foi professor de História da Música e da Estética no Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo, em 1922. Nesse ano, participou da Semana de Arte Moderna. A partir de então, foi um dos porta- -vozes do movimento modernista até a sua morte, ocorrida em 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo. Biografia de Mário de Andrade Mário de Andrade é um escritor brasileiro nascido em 9 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Tinha grande interesse pela arte e cultura brasileiras. Estudou piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e, em 1922, começou a trabalhar como professor de História da Música e da Estética nesse Conservatório. Nesse ano, participou da Semana de Arte Moder- na, que inaugurou o Modernismo no Brasil. Além dis- so, escrevia para periódicos como A Gazeta, A Cigarra e Jornal do Comércio. Entre seus múltiplos interesses, estava também a fotografia, à qual se dedicou intensa- mente entre 1923 e 1931. Durante esse período, em 1927, fez uma viagem à Amazônia e ao Nordeste, com o intuito de observar e registrar a cultura desses locais. Era também um estudioso do folclore brasilei- ro, além de crítico de literatura. Assim, entre 1935 e 1938, foi diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Em 1936, ajudou a criar o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Já em 1938, tornou-se o diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. E, em 1942, foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (Abre), contrária ao Estado Novo (1937-1945). O escritormorreu em 25 de fevereiro de 1945, na cidade de São Paulo. Além de uma obra aclamada pela crítica especializada, deixou também a dúvida sobre a sua homossexualidade, um assunto que era tabu para alguns críticos literários. Só em 2015 essa questão foi esclarecida, com a divulgação, pela Fundação Casa de Rui Barbosa, de carta do escritor a Manuel Bandeira (1886-1968). Nessa carta, o escritor escreve: “Mas si agora toco nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua [...] e si saio com alguém é porque esse al- guém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas”. Para os críticos que analisam a obra de um escritor a partir de suas características puramente estruturais, a vida pessoal de um autor em nada contribui para a sua escrita. No entanto, há críticos que defendem que detalhes da vida íntima do artista podem auxiliar no desvendamento de seus textos. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 72 Características literárias de Mário de Andrade Mário de Andrade é um escritor da primeira ge- ração modernista. Suas obras, portanto, apresentam as seguintes características: • antiacademicismo; • liberdade formal; • nacionalismo crítico; • busca da identidade nacional; • releitura dos símbolos de nacionalidade; • valorização da linguagem coloquial; • resgate do folclore brasileiro; • regionalismo; • crítica sociopolítica. Obras de Mário de Andrade • Há uma gota de sangue em cada poema (1917) • Pauliceia desvairada (1922) • A escrava que não é Isaura (1925) • O losango cáqui (1926) • Primeiro andar (1926) • Amar, verbo intransitivo (1927) • Clã do jabuti (1927) • Modinhas imperiais (1930) • Remate de males (1930) • Música, doce música (1934) • Belazarte (1934) • O Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935) • Poesias (1941) • O movimento modernista (1942) • O empalhador de passarinho (1944) • Contos novos (1947) Frases de Mário de Andrade Vamos ler, a seguir, algumas frases de Mário de Andrade, extraídas de carta enviada a Fernando Sa- bino (1923-2004) em 16 de fevereiro de 1942. • “A arte tem entre os elementos que a consti- tuem a insatisfação.” • “O artista verdadeiro jamais estará satisfeito consigo mesmo nem com a obra de arte que produziu.” • “Não existe um só artista verdadeiro que não arte faça com a intenção de ser amado.” • “Esta é a cilada que o homem encontra cotidia- namente em seu caminho, o conformismo.” • “Nós devemos viver sempre nascendo.” • “Toda facilidade, toda felicidade é desmorali- zante.” • “A gente tem vergonha de se repensar.” • “A felicidade no amor nem é apenas justa, é uma espécie de dever.” • “O momento da criação é um prazer sublime.” • “A maioria dos seres vegeta em vez de huma- namente viver.” • “A arte jamais é independente da vida.” (https://www.portugues.com.br/literatura/mario-andrade. html) Oswald de Andrade Oswald de Andrade fez parte da primeira geração modernista do Brasil. Suas obras, como a peça tea- tral “O rei da vela”, apresentam elementos irônicos e metalinguísticos. Oswald de Andrade nasceu em 11 de janeiro de 1890, na capital do estado de São Paulo. Mais tarde, se casou com a pintora Tarsila do Amaral e, depois, com a escritora conhecida como Pagu. Além disso, es- creveu para alguns periódicos, foi membro do Partido Comunista e tentou duas vezes ingressar na Academia Brasileira de Letras. O autor, que faleceu em 22 de outubro de 1954, na cidade de São Paulo, fez parte da primeira geração do Modernismo brasileiro. Portanto, seus textos são caracterizados pelo nacionalismo crítico e pela liber- dade formal. A metalinguagem e a ironia também são características de obras como O rei da vela. Resumo sobre Oswald de Andrade • O escritor brasileiro Oswald de Andrade nasceu em 1890 e faleceu em 1954. • O autor foi um dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. • Ele fez parte da primeira geração do Modernis- mo brasileiro. • A ironia e a metalinguagem são as principais características de seus textos. • O rei da vela é uma de suas peças teatrais mais conhecidas. Biografia de Oswald de Andrade Oswald de Andrade nasceu em 11 de janeiro de 1890, na cidade de São Paulo, em uma família abas- tada. Dez anos depois, começou a estudar na Escola Caetano de Campos. No ano seguinte, em 1901, foi transferido para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo e depois, em 1903, para o Colégio São Bento, onde co- nheceu o poeta Guilherme de Almeida (1890–1969). O autor terminou seus estudos no Colégio São Bento, em 1908. No ano seguinte, passou a escrever para o Diário Popular e iniciou a faculdade de Direito. Já em 1911, fundou a revista O Pirralho. Em 1912, interrompeu o curso de Direito para fazer sua primeira viagem à Europa, onde conheceu a francesa Henriette Denise Boufflers, com quem teve seu primeiro filho, em 1914. No ano de 1915, a dançarina adolescente Carmen Lydia, com quem o escritor mantinha um relaciona- mento, chegou ao Brasil. No ano seguinte, Oswald voltou ao curso de Direito e passou a trabalhar no Jornal do Comércio. A partir de 1918, começou a es- crever, também, para A Gazeta. Em 1919, o escritor se formou em Direito. Já em 1921, passou a escrever para o Correio Paulistano. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 73 No ano seguinte, em 1922, participou da Semana de Arte Moderna. No final desse ano, foi para a Europa, onde iniciou sua amizade com a pintora Tarsila do Amaral (1886–1973). Regressou ao Brasil um ano depois e publicou, em 1924, o Manifesto da poesia pau-brasil, no Correio da Manhã. Nesse mesmo ano, retornou à Europa, onde viveu com Tarsila. A partir daí, até 1929, houve muitas idas e vindas da Europa. Ademais, no ano de 1925, tentou entrar para a Academia Brasileira de Letras, mas sem sucesso. Em 30 de outubro de 1926, Oswald e Tarsila se casaram, no Brasil. Dois anos depois, o escritor publi- cou seu famoso Manifesto antropófago, na Revista de Antropofagia. Já em 1929, ele se separou da pintora para ficar com a escritora Patrícia Galvão (1910–1962), a Pagu, com quem se casou em 1º de abril de 1930. Depois de conhecer, em 1931, Luís Carlos Pres- tes (1898–1990), Oswald passou a escrever textos de cunho político e fundou o jornal O Homem do Povo, além de se filiar ao Partido Comunista. Três anos depois, terminado o casamento com Pagu, começou uma relação com a pianista Pilar Ferrer. Porém, no final do ano de 1934, ele se uniu à professora Julieta Bárbara Guerrini (1908–2005). Ele se casou com Julieta no final de 1936. Em 1940, pela segunda vez, tentou ingressar na Academia Brasilei- ra de Letras. Novamente, foi rejeitado. Em 1942, já estava com Maria Antonieta d’Alkmin (1919–1969), com quem se casou no ano seguinte. O escritor se indispôs com Prestes e saiu do Par- tido Comunista em 1945. Entretanto, em 1950, se candidatou a deputado federal, pelo Partido Repu- blicano Trabalhista. Com o lema “pão, teto, roupa, saúde, instrução, liberdade”, o autor não conseguiu se eleger. Oswald de Andrade faleceu em 22 de outubro de 1954, na cidade de São Paulo. Obras de Oswald de Andrade • Os condenados (1922) — romance. • Memórias sentimentais de João Miramar (1924) — romance. • Manifesto da poesia pau-brasil (1924). • Pau-brasil (1925) — poesia. • Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927) — poesia. • A estrela de absinto (1927) — romance. • Manifesto antropófago (1928). • Serafim Ponte Grande (1933) — romance. • A escada vermelha (1934) — romance. • O homem e o cavalo (1934) — teatro. • A morta (1937) — teatro. • O rei da vela (1937) — teatro. • Cântico dos cânticos para flauta e violão (1942) — poesia. • Marco zero I: a revolução melancólica (1943) — romance. • Marco zero II: chão (1945) — romance. • O escaravelho de ouro (1946) — poesia. • O cavalo azul (1947) — poesia. • Manhã (1947) — poesia. • O santeiro do mangue (1950) — poesia. • Umhomem sem profissão (1954) — memórias. O rei da vela O rei da vela é uma peça de teatro composta por três atos. O primeiro ato se passa na cidade de São Paulo, no escritório de usura de Abelardo, durante a manhã. Já o segundo acontece em uma ilha tropical na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Por fim, o terceiro apresenta o mesmo cenário do primeiro ato, porém, durante a noite. No escritório, Abelardo I atende ao Cliente, quan- do entra Abelardo II, vestindo “botas e um completo de domador de feras. Usa pastinha e enormes bigodes retorcidos. Monóculo. Um revólver à cinta”. Outros clientes (devedores) estão em uma jaula: “Os clien- tes aparecem atropeladamente nas grades. É uma coleção de crise, variada, expectante. Homens e mu- lheres mantêm-se quietos ante o enorme chicote de Abelardo II.” Heloísa de Lesbos chega. Ela é noiva de Abelardo I e vai se casar por interesse. O noivo rico comprou uma ilha para que lá se casassem. Nessa ilha, eles recebem o banqueiro americano Mister Jones. Nesse ambiente, Abelardo I diz coisas sedutoras para sua sogra, dona Cesarina, e para a tia de Heloísa, a dona Poloca. Além disso, Heloísa tem uma irmã lésbica (Joana ou João) e um irmão homossexual (Totó Fruta-do-Con- de), que está de “asa partida”, pois terminou uma “amizade de três anos” com um tal Godofredo. Já Perdigoto, outro filho de Cesarina, segundo João (ou Joana), é um “fascista indecente”. Ele propõe a Aber- lardo I a criação de “uma milícia patriótica”. Porém, no terceiro ato, Abelardo I acaba indo à falência e ameaça se matar. Heloísa tenta convencer o noivo a não cometer tal insanidade. Mas Abelardo I se mata. A noiva, então, se casa com Abelardo II, e assim termina a peça, que realiza, de forma irônica, reflexões sobre o capitalismo, o comunismo ou so- cialismo, a burguesia e o proletariado. Além disso, apresenta elementos metalinguísti- cos, como estas falas de Abelardo I: “Mas esta cena basta para nos identificar perante o público”, “A mor- te no Terceiro Ato”, “Maquinista! Feche o pano”, “O autor não ligaria...”. Ele também: “Oferece o revólver ao Ponto e fala com ele”. E o Ponto (pessoa que, es- condida, lembra as falas aos atores) responde. Já o título da obra é explicado nesta fala de Abe- lardo I: [...]! O Rei da Vela miserável dos agonizantes. O Rei da Vela de sebo. E da vela feudal que LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 74 nos fez adormecer em criança pensando nas histórias das negras velhas... Da vela peque- no-burguesa dos oratórios e das escritas em casa... As empresas elétricas fecharam com a crise... Ninguém mais pôde pagar o preço da luz... A vela voltou ao mercado pela minha mão previdente. [...], mas a grande vela é a vela da agonia, aquela pequena velinha de sebo que espalhei pelo Brasil inteiro... Num país medieval como o nosso, quem se atreve a passar os um- brais da eternidade sem uma vela na mão? [...]! Poemas de Oswald de Andrade No poema Epitáfio, de 1925, o eu lírico utiliza o recurso da metalinguagem ao falar da redondilha por meio de versos escritos em redondilha maior (sete sílabas poéticas). Com a ironia característica das po- esias do autor, seu eu lírico diz ser “redondo” e se compara a uma “redond’ilha”, palavra que pode se referir a uma redondilha ou a uma ilha redonda. A seguir, ele justifica o título do poema ao men- cionar o passado (“mulheres que beijei”) e a morte, quando declara que faleceu do “oh! amor”, uma for- ma irônica de se referir ao amor romântico. Assim, tudo indica que o epitáfio é o irônico “ah! ah! ah!” da caveira do eu lírico ao pensar na redondilha, tipo de verso comum no Romantismo: Eu sou redondo, redondo Redondo, redondo eu sei Eu sou uma redond’ilha Das mulheres que beijei Por falecer do oh! amor Das mulheres da minh’ilha Minha caveira rirá ah! ah! ah! Pensando na redondilha Já no poema “Convite”, do livro Cântico dos cânti- cos para flauta e violão, o eu lírico, novamente, recor- re à metalinguagem ao mencionar o verso do poema, uma redondilha menor (cinco sílabas poéticas). Além disso, usa a linguagem coloquial, tão valorizada pe- los modernistas, para, com simplicidade, declarar seu amor ou desejo por alguém: Escuta este verso Qu’eu fiz pra você Pra que todos saibam Qu’eu quero você Características da obra de Oswald de Andrade Oswald de Andrade é um autor que fez parte da primeira geração modernista, caracterizada pela ino- vação. Os autores dessa fase do Modernismo, que tem início em 1922 e término em 1930, se empenham em criticar o academicismo, isto é, o jeito tradicional de se fazer arte. Por isso, privilegiam a liberdade formal e utilizam versos livres (sem metrificação e, geralmente, sem rimas). Além disso, retomam o nacionalismo e o re- gionalismo do tradicional Romantismo. Porém, não mais de forma idealizada, mas sim de maneira crítica. Também valorizam a linguagem coloquial do Brasil e fazem crítica sociopolítica. As obras de Oswald de Andrade, além dessas ca- racterísticas, também apresentam ironia, metalin- guagem e neologismos. O autor possui prosa com frases curtas e uma poesia mais sintética, ou seja, sem prolixidade. Seus textos, fragmentados, costumam fa- zer críticas à elite burguesa da época. (https://www.portugues.com.br/literatura/oswald- andrade---modernista-revolucionario-.html) ATIVIDADES 1 1. A Semana de arte moderna, ocorrida em 1922, inaugurou o movimento modernista no Brasil. A primeira fase do modernismo literário brasileiro, que durou de 1922 a 1930, teve como principal característica: a) uso de poemas de forma fixa, como o soneto. b) linguagem rebuscada e acadêmica. c) valorização das raízes culturais brasileiras. d) pessimismo e oposição ao romantismo. e) foco em temas relacionados com a coloniza- ção. 2. Em relação ao Modernismo, podemos afirmar que em sua primeira fase há: a) maior aproximação entre a língua falada e a escrita, valorizando-se literariamente o nível coloquial. b) pouca atenção ao valor estético da linguagem, privilegiando o desenvolvimento da pesquisa formal. c) grande liberdade de criação, mas expressão pobre. d) reconquista do verso livre. e) ausência de inspiração nacionalista. 3. Assinale a alternativa correta para as característi- cas do Modernismo de 1922, também chamado de “fase heroica”. a) espírito polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da originalidade a qualquer preço. b) Temática ampla com preocupação filosófica, predomínio do romance regionalista, valori- zação do cotidiano, nacionalismo. c) Espírito polêmico, busca da originalidade, pre- domínio do romance psicológico, valorização da cidade e das máquinas. d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 75 e) Valorização poética do cotidiano, linguagem repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza. 4. Considere o texto abaixo. Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às influências internacionais, que permitiu o florescimento das inovações estéti- cas. O café pesou mais do que as indústrias. Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da burguesia e da imigração, se juntaram aos artis- tas numa grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.” (MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 11) O Modernismo de 22 caracterizou-se, de fato, por algumas contradições, entre as quais a que o texto aponta: a) Os mentores modernistas promoveram ideais estéticos para agradar burgueses e aristocratas. b) Uma economia voltada para a industrialização propiciou o desenvolvimento da produção rural. c) Membros da aristocracia paulista renunciaram a seugosto estético em nome da arte popular. d) Membros da recém-formada burguesia impu- seram seu gosto estético aos aristocratas. e) Um setor da economia rural estimulou um mo- vimento cultural de raiz urbana e moderna. 5. São características da primeira fase do Moder- nismo: a) retomada da ficção regionalista, cultivo de uma poesia neobarroca e visão de mundo em pers- pectiva elitista. b) libertação dos modelos acadêmicos, experi- mentalismo em novas formas de expressão e rompimento com o nacionalismo tradicional. c) cultivo de uma ficção de caráter intimista, re- visão das regras de metrificação e retomada do nacionalismo romântico. d) predominância dos temas políticos, crítica ao uso indiscriminado das máquinas e visão de mundo em perspectiva universalista. e) pesquisa de lendas e narrativas folclóricas, va- lorização do índio enquanto mito romântico e cultivo de fórmulas estéticas consagradas. 6. A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase (1922-1928): a) utiliza-se de vocabulário sempre vago e ambí- guo que apreenda estados de espírito subje- tivos e indefiníveis. b) faz uma síntese dos pressupostos poéticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista. c) incentiva a pesquisa formal com base nas con- quistas parnasianas, a ela anteriores. d) enriquece e dinamiza a linguagem, inspiran- do-se na sintaxe clássica. e) confere ao nível coloquial da fala brasileira a categoria de valor literário. 7. Todas as afirmativas a seguir relacionam-se ao Modernismo na sua primeira fase, exceto: a) Os movimentos de vanguarda europeus, a bru- talidade da Primeira Guerra Mundial, dentre outros fatores, favoreceu a busca por uma estética desvinculada de quaisquer dogma- tismos. b) No Brasil, os movimentos primitivistas foram uma resposta à busca da expressão nacional. c) A conjunção entre primitivismo do folclore e universo urbano foi uma possibilidade moder- nista. d) As inovações de ordem temática e formal permitiram a delimitação clara entre prosa e poesia modernistas. e) A paródia aos textos e estilos consagrados da literatura brasileira é uma das possibilidades modernistas. 8. Assinale a alternativa em que há uma caracte- rística que não corresponde ao Modernismo em sua primeira fase (1922-1930). a) Ruptura radical e audaciosa em relação às possíveis estéticas do passado, quebra total da rotina literária. b) Caráter turbulento, polemista, de demolição de valores. c) Exaltação exagerada de fatores como moci- dade e tempo; o novo, nesta fase, foi erigido como um valor em si. d) Movimento de inquietação e de insatisfação; os novos se lançaram à luta em nome da ori- ginalidade, da liberdade de pesquisa estética e do direito de “errar”. e) Apesar de toda a radicalidade do grupo, é unâ- nime a preocupação dos modernistas com o purismo da linguagem. ATIVIDADES 2 1. Sobre os poemas da primeira geração modernis- ta, é correto afirmar apenas: a) São marcados pelo formalismo: a métrica e a rima estão entre suas prioridades. Durante esse período, deu-se prioridade para a compo- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 76 sição de sonetos, retomando assim os moldes literários clássicos. b) Os poemas modernistas apresentam relação dialógica com os poemas do simbolismo: o abuso de figuras de linguagem e de elementos sensoriais que permitem uma viagem sinesté- sica marca a poesia dessa fase. c) Os poemas da fase heroica do modernismo são marcados pela desconstrução e pela subversão da sintaxe: as palavras não são dispostas de maneira convencional no papel, caracterizan- do assim a poesia-práxis. d) Nos poemas da primeira geração modernista, também denominada “fase heroica”, os poetas estabeleceram novos paradigmas de arte, des- vencilhando-se do modelo clássico europeu e transgredindo a forma e o conteúdo do poema. 2. Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Oswald de Andrade Sobre o poema de Oswald de Andrade, estão corretas as seguintes proposições: I. Faz uma crítica contra a colonização portugue- sa na Brasil. Essa crítica pode ser confirmada a partir do título do poema, o qual contém uma ambiguidade intencional. II. Nesse poema, a temática do relacionamen- to amoroso é abordada de maneira inovadora, distante da idealização romântica proposta pelos ultrarromânticos. III. O poema utiliza elementos como o humor, a ironia e o sarcasmo para relatar a chegada do português em terras brasileiras. IV. Apropria-se de uma linguagem simples e prosai- ca para fazer uma reflexão profunda e complexa. V. No poema de Oswald nota-se a preocupação com a métrica, a versificação e a rima, embora o conteúdo do poema seja inovador. a) I, II e IV. b) II, III e V. c) I, III e IV. d) III e IV, e) II e V. 3. (Enem - 2013) MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012. O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as ano- tações em torno dos versos constituem a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. b) forma clássica da construção poética brasileira. c) rejeição à ideia do Brasil como o país do fute- bol. d) intervenções de um leitor estrangeiro no exer- cício de leitura poética. e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais. 4. (Enem - 2012) O trovador Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras do sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som re- dondo... Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alaúde! ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. Cara ao Modernismo, a questão da identidade na- cional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 77 a) abordado subliminarmente, por meio de ex- pressões como “coração arlequinal” que, evo- cando o carnaval, remete à brasilidade. b) verificado já no título, que remete aos repen- tistas nordestinos, estudados por Mário de An- drade em suas viagens e pesquisas folclóricas. c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de ex- pressões como “Sentimentos em mim do aspe- ramente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9). d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacio- nal que seria proposta no Manifesto Antropó- fago, de Oswald de Andrade. e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “senti- mentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas. 5. Estão entre os principais representantes da poe- sia modernista da primeira fase: a) Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Mário de Andrade e Rachel de Queiróz. b) Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Adélia Prado e Tarsila do Amaral. c) Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade. d) Oswald de Andrade, Ferreira Gullar, Olavo Bilac e Monteiro Lobato. e) Tarsila do Amaral, Patrícia Galvão, Mário de Andrade e Guilherme de Almeida. MODERNISMO EM PORTUGAL O Modernismo representa a ruptura com padrões e a inovação. A Escola Literária Modernista surge no início do século XX, após o Pré-Modernismo, num pe- ríodo conturbado. Em Portugal, berço do Modernismo no Brasil, seu marco inicial data de 1915 com a publicação da Re- vista Orpheu. Contexto Histórico O Modernismo tomou lugar num período que per- meia a Primeira (1914-1918) e a Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais. Na mesma altura, surgia a Teoria da Relativida- de de Einstein e a Psicanálise de Freud, bem como transformações tecnológicas (eletricidade,telefone, avião, cinema). Todas essas situações influenciam os pensamen- tos da época e, consequentemente o estilo deste novo movimento literário. Em Portugal, em 1910 era proclamada a república e surgem dois partidos políticos. O Situacionista, numa proposta saudosista, pre- tendia resgatar os anos de glória vividos por Portu- gal. Os Inconformados, por sua vez, almejavam uma ruptura de padrão e estilo, e propunham a inovação. Assim, com o lançamento da Revista Águia, os Situacionistas tentam reviver o passado numa pre- tensão de incutir nas pessoas o orgulho português oriundo das suas conquistas. Os Inconformados rejeitam essa ideia, pretenden- do trazer à tona o espírito crítico. Principais Caraterísticas • Distanciamento do sentimentalismo. • Espírito dinâmico, acompanhando as transfor- mações tecnológicas. • Espírito crítico e questionador. • Linguagem cotidiana. • Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”. • Originalidade e excentricidade. • Ruptura com o passado, numa atitude inova- dora. Gerações Modernistas De acordo com os seus autores e, consequente- mente dos seus estilos, as gerações modernistas se dividem em três grupos: O Orfismo ou A Geração de Orpheu A primeira geração modernista é assim chamada tendo em conta que é esse o nome da publicação que demarca a fronteira com a anterior escola literária. A revista, que teve à frente Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros (primeiro grupo modernista), foi um grande escândalo. Ela teve a duração de apenas um ano, o que aconteceu em decorrência de problemas financeiros após o suicídio de Mário de Sá Carneiro. O Futurismo e o Expressionismo (Vanguardas Eu- ropeias) influenciaram essa geração, cujos principais autores são: • Fernando Pessoa (1888-1935): sendo o mais influente, é também a principal personalidade do modernismo em Portugal. Escreveu “Mensagem” e criou os heterônimos Alberto Caeiro (“Pastor Amoroso”, “Poemas Inconjuntos”), Ricardo Reis (“Prefiro Rosas”, “Breve o Dia”) e Álvaro de Campos (“Ode Ma- rítima”, “Tabacaria”); • Mário de Sá Carneiro (1890-1915): o mote da sua obra gira em torno da insatisfação psicológica. Escreveu contos como “Princípio”, “A Confissão de Lúcio”, “Céu em Fogo”, bem como poesias. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 78 São exemplos “Dispersão”, “Indícios de Oiro”, “Poesias”; • Almada Negreiros (1893-1970): distinguiu-se como artista plástico, no entanto escreveu ma- nifestos futuristas, textos doutrinários, peças teatrais, entre outros. O Presencismo ou A Geração de Presença O segundo momento do Modernismo em Portugal inicia em 1927 com o lançamento da Revista Presen- ça. A revista foi fundada por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. O objetivo desse grupo era dar continuidade ao trabalho iniciado com a Revista Orpheu. Principais autores e algumas obras: • José Régio (1901-1969): além de escritor, foi diretor e editor da Revista Presença. Escreveu “Poemas de Deus e do Diabo”, “Jogo da Cabra- -Cega”, “Há mais Mundos”; • João Gaspar Simões (1903-1987): influente crí- tico e investigador literário. Escreveu “Romance numa Cabeça”, “Amigos Sinceros”, “Internato”; • Branquinho da Fonseca (1905-1974): o autor usou também o pseudônimo de António Ma- deira. Escreveu “Poemas”, “Mar Coalhado”, “Bandeira Preta”. Neorrealismo O terceiro e último momento do Modernismo tem início em 1940 com a publicação de Gaibéus, de Alves Redol. Esse período carateriza-se pela oposição ao ditador Antônio de Oliveira Salazar. Principais autores e algumas obras: • Alves Redol (1911-1969): o primeiro roman- cista dessa nova tendência escreveu: “Glória”, “Marés”, “A Barca dos Sete Lemes”; • Ferreira de Castro (1898-1974): é o autor mais importante dessa geração. Escreveu “Emigran- tes”, “A Selva”, “Eternidade”; • Soeiro Pereira Gomes (1909-1949): comunista, sua obra prima é “Esteiros”. Escreveu, ainda, “Contos Vermelhos”, “Engrenagem”. (https://www.todamateria.com.br/modernismo-em- portugal/) Fernando Pessoa Fernando Pessoa é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa. Destacou-se na poesia, com a criação de seus he- terônimos sendo considerado uma figura multiface- tada. Trabalhou como crítico literário, crítico político, editor, jornalista, publicitário, empresário e astrólogo. Nessa última tarefa, vale destacar que Fernando Pessoa explorou o campo da astrologia, sendo um exímio astrólogo e apreciador do ocultismo. Biografia Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lis- boa, dia 13 de Junho de 1888. Era filho de Joaquim de Seabra Pessoa, natural de Lisboa, e D. Maria Mag- dalena Pinheiro Nogueira Pessoa, natural dos Açores. Com apenas 5 anos, Fernando Pessoa ficou ór- fão de pai, que acometido pela tuberculose, deixou a família em estado de pobreza. Nessa fase, a família decide leiloar as mobílias e passam a viver numa casa mais simples. No mesmo ano, nasce seu irmão Jorge, que veio a falecer com menos de um ano. Em 1894, com apenas 6 anos, Fernando Pessoa cria seu primeiro heterônimo denominado “Chevalier de Pas”. Nesse período também escreve seu primeiro po- ema intitulado “À Minha Querida Mamã”: Ó terras de Portugal Ó terras onde eu nasci Por muito que goste delas Ainda gosto mais de ti. Dessa forma, fica claro que desde pequeno Fer- nando possuía uma inclinação para as letras, línguas e literatura. Em 1895, sua mãe casa-se novamente com o co- mandante João Miguel Rosa que fora nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul. Assim, a família passa a viver na África. Esse fato refletiu substancialmente na sua for- mação. Isso porque na África recebeu uma educação inglesa, primeiramente num colégio de freiras da West Street e depois na Durban High School. Outras perdas familiares vieram refletir no estilo de Pessoa. Destacam-se a morte de suas irmãs Mada- lena Henriqueta, que faleceu em 1901, com apenas 3 anos, e Maria Clara, com apenas 2 anos, em 1904. Em 1902, já com 14 anos, a família retorna à Lis- boa. Três anos mais tarde, matricula-se na Faculdade de Letras no curso de Filosofia, porém não chega a concluir o curso. Começa a dedicar-se à literatura e a partir de 1915 junta-se a um grupo de intelectuais. Destacam-se os escritores portugueses modernistas: Mario de Sá-Car- neiro (1890-1916) e Almada Negreiros (1893-1970). Fundou a “Revista Orfeu” e, em 1916, seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se. Em 1921, Pessoa fun- da a Editora Olisipo, onde publica poemas em inglês. Em 1924 funda a Revista “Atena”, ao lado de Ruy Vaz e em 1926, trabalha como codiretor da “Revista de Comércio e Contabilidade”. No ano seguinte, passa a colaborar com a “Revista Presença”. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 79 Fernando Pessoa faleceu em sua cidade natal, dia 30 de Novembro de 1935, vítima de cirrose hepática, com 47 anos. No leito de morte sua última frase foi escrita, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935: “I know not what tomorrow will bring” (Não sei o que o amanhã trará). Obras e Características Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida. Escre- veu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com traduções e críticas. Sua poesia é repleta de lirismo e subjetividade, voltada para a metalinguagem. Os temas explorados pelo poeta são dos mais variados, embora tenha es- crito muito sobre sua terra natal, Portugal. Obras publicadas em Vida • 35 Sonnets (1918) • Antinous (1918) • English Poems, I, II e III (1921) • Mensagem (1934) Algumas Obras Póstumas • Poesias de Fernando Pessoa (1942) • A Nova Poesia Portuguesa (1944) • Poemas Dramáticos (1952) • Novas Poesias Inéditas (1973) • Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pes- soa (1974) • Cartas de Amor de Fernando Pessoa (1978) • Sobre Portugal (1979) • Textos de Crítica e de Intervenção (1980) • Obra Poética de Fernando Pessoa (1986) • Primeiro Fausto (1986) Segue abaixoum de seus poemas mais emble- máticos do poeta: Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Heterônimos e Poesias Ilustração de Fernando Pessoa e seus heterônimos Fernando Pessoa foi um poeta excêntrico, de forma que criou inúmeros personagens, os famosos Heterônimos. Diferentes dos pseudônimos, eles possuíam vida, data de nascimento, morte, personalidade, mapa as- tral e estilo literário próprio. Os heterônimos mais importantes de Pessoa são: Ricardo Reis Recebeu uma educação clássica e se formou em medicina. Era considerado um defensor da monar- quia. Dono de uma linguagem culta e estilo neoclássi- co, alguns temas presentes em sua obra são mitologia, morte e vida. Possuía grande interesse pela cultura latina e he- lenista. A obra “Odes de Ricardo Reis” foi publicada postumamente, em 1946. Segue abaixo um de seus poemas: Anjos ou Deuses Anjos ou deuses, sempre nós tivemos, A visão perturbada de que acima De nos e compelindo-nos Agem outras presenças. Como acima dos gados que há nos campos O nosso esforço, que eles não compreendem, Os coage e obriga E eles não nos percebem, Nossa vontade e o nosso pensamento São as mãos pelas quais outros nos guiam Para onde eles querem e nós não desejamos. Álvaro de Campos Foi um engenheiro português que recebeu educa- ção inglesa. Sua obra, repleta de pessimismo e intimis- mo, possui forte influência do simbolismo, decaden- tismo e futurismo. As “Poesias de Álvaro de Campos” foi publicada postumamente, em 1944. Segue abaixo um de seus poemas: Tabacaria Não sou nada. Nunca serei nada. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 80 Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo. que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada cons- tantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconheci- damente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a ver- dade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa. Alberto Caeiro Com uma linguagem simples, direta e temas que se aproximam da natureza, Alberto Caieiro cursou apenas a escola primária. Embora ele tenha sido um dos mais profícuos heterônimos de Fernando Pessoa. Foi um anti-intelectualista, anti-metafísico, re- jeitando, dessa forma, temas filosóficos, místicos e subjetivos. Foi publicada, postumamente, as “Poesias de Alberto Caeiro” (1946). Segue abaixo um de seus poemas emblemáticos: O Guardador de Rebanhos Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e o sol E anda pela mão das Estações A seguir e a olhar. Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado. Mas eu fico triste como um pôr de sol Para a nossa imaginação, Quando esfria no fundo da planície E se sente a noite entrada Como uma borboleta pela janela. Mas a minha tristeza é sossego Porque é natural e justa E é o que deve estar na alma Quando já pensa que existe E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. Como um ruído de chocalhos Para além da curva da estrada, Os meus pensamentos são contentes. Só tenho pena de saber que eles são contentes, Porque, se o não soubesse, Em vez de serem contentes e tristes, Seriam alegres e contentes. Pensar incomoda como andar à chuva Quando o vento cresce e parece que chove mais. Não tenho ambições nem desejos Ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de estar sozinho. E se desejo às vezes Por imaginar, ser cordeirinho (Ou ser o rebanho todo Para andar espalhado por toda a encosta A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo), É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol, Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz E corre um silêncio pela erva fora. Bernardo Soares Considerado um semi-heterônimo, visto que o poeta projetou nele algumas de suas características, como afirma o próprio Pessoa: “Não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade”. Bernardo é autor do “Livro dos Desassossegos”, considerada uma das obras fundadoras da ficção por- tuguesa no século XX. Narrada em prosa, trata-se de uma espécie de au- tobiografia. Na trama, Bernardo Soares é um ajudante de guarda-livros em Lisboa, ao lado de Fernando Pes- soa. Segue abaixo um de seus poemas: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 81 Isto Dizem que finjo ou minto Tudo o que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio Do que não está ao pé, Livre do meu enleio, Sério de que não é. Sentir? Sinta quem lê! ATIVIDADES 1. Embora existam divergências sobre sua estrutura- ção, o Modernismo em Portugal pode ser dividido em: a) Presencismo, Futurismo, Realismo e Natura- lismo. b) Orfismo, Presencismo, Neorrealismo e Surre- alismo. c) Orfismo, Neorrealismo, Romantismo e Litera- tura Contemporânea. d) Orfismo, Presencismo, Futurismo e Surrealis- mo. e) Humanismo, Cubismo, Neorrealismo e Concre- tismo. 2. Sobre o Modernismo português estão corretas as seguintes proposições: I. O Modernismo em Portugal costuma ser divi- dido em duas partes, Orfismo (primeira geração) e Presencismo (segunda geração), muito embora alguns estudiosos considerem os movimentos ne- orrealistas e surrealistas como vertentes moder- nistas. II. Entre os principais ideais dos presencistas, estavam a busca por uma literatura inovadora influenciada pelo Futurismo e pelo Cubismo, o rompimento com o passadismo da literatura de caráter histórico e a retratação do homem e seu espanto de existir. III. A Revista Presença, publicação literária de maior êxito durante os anos do Modernismo, foi responsável por divulgar os ideais do Presencis- mo, consolidando as conquistas dos escritores que representaram a primeira fase do movimen- to. IV. Surgido em um período de lutas de classes sociais e de crises religiosas, o Modernismo por- tuguês foi marcado por uma literatura cuja lin- guagem refletia os estados de tensão da alma humana e que era permeada pelo rebuscamento e por figuras de linguagem de difícil compreen- são. V. Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melan- colia e combinação de vários gêneros literários, o Modernismo português marcou o fim do Neoclas- sicismo, instaurando um novo modo de expressão em Portugal e em toda a Europa. a) I e III. b) Todas estão corretas. c) II, IV e V. d) I e II. e) III e IV. 3. Estão, entre os principais escritores do moder- nismo português (do Orfismo ao Surrealismo): a) Eça de Queiros, Antero de Quental, Florbela Espanca e Fernando Pessoa. b) José Saramago, Graciliano Ramos, Eugênio de Castro e Euclides da Cunha. c) Fernando Pessoa, José Régio, Fernando Namo- ra e Alexandre O’Neilld) Sophia de Mello Breyner Andresen, Camilo Castelo Branco, Mário de Sá-Carneiro e Cesá- rio Verde. e) Almeida Garrett, Júlio Dinis, José Agostinho de Macedo e Miguel Torga. 4. (UNIFESP) Considere os fragmentos a seguir. Texto I Ao longo do sereno Tejo, suave e brando, Num vale de altas árvores sombrio, Estava o triste Almeno Suspiros espalhando Ao vento, e doces lágrimas ao rio. Luís de Camões. Ao longo do sereno. Texto II Bailemos nós ia todas três, ay irmanas, so aqueste ramo destas auelanas e quen for louçana, como nós, louçanas, se amigo amar, so aqueste ramo destas auelanas uerrá baylar. Aires Nunes. In: Nunes, J.J., Crestomatia arcaica. Texto III Tão cedo passa tudo quanto passa! morre tão jovem ante os deuses quanto Morre! Tudo é tão pouco! Nada se sabe, tudo se imagina. Circunda-te de rosas, ama, bebe E cala. O mais é nada. Fernando Pessoa. Obra poética. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 82 Texto IV Os privilégios que os Reis Não podem dar, pode Amor, Que faz qualquer amador Livre das humanas leis. Mortes e guerras cruéis, Ferro, frio, fogo e neve, Tudo sofre quem o serve. Luís de Camões. Obra completa. Texto V As minhas grandes saudades São do que nunca enlacei. Ai, como eu tenho saudades Dos sonhos que nunca sonhei!... Mário de Sá-Carneiro. Poesias. Assinale a alternativa que contém textos de au- toria de poetas do Modernismo português. a) I e V. b) II e III. c) III e IV. d) III e V. e) IV e V. RESENHA, RESUMO E ESQUEMA Resenha é um gênero cada vez mais cobrado em ambientes acadêmicos e de produção de conhecimen- to. Saber sua definição e principais características é fundamental para desenvolver boas jornadas de es- tudos. Veja, a seguir, o que é preciso conhecer para fazer boas resenhas. O que é? Resenha é um tipo de texto usado para descrever e analisar outra produção textual – que pode variar de obras literárias até tratados de anatomia. Todos os livros, de modo geral, podem ser resenhados. Além disso, há também as chamadas resenhas temáticas, que reúnem informações de diversos livros e autores que abordam um mesmo assunto. Tipos Tradicionalmente, existem dois tipos de resenha: • Resenha descritiva Nesse tipo, o autor da resenha apenas descreve e correlaciona informações acerca do tema ou livro re- senhado. Não há espaço para a opinião do autor nesse texto, sendo, portanto, uma composição informativa. • Resenha crítica ou opinativa Assim como na descritiva, essa também descreve e correlaciona informações de uma obra ou assun- to. Não obstante, na resenha crítica, há espaço para que o autor apresente teses sobre o tema abordado, sendo, então, um texto de natureza informativo-ar- gumentativa. Características Para além da estrutura das resenhas descritivas ou críticas, é importante pontuar as seguintes carac- terísticas desse gênero: • Objetividade: Por se tratar de um gênero cientí- fico, a resenha exige certo grau de objetividade em sua linguagem, haja vista que interferên- cias da pessoalidade do autor atrapalhariam o método da ciência. O uso do sentido literal é sempre bem-vindo em textos desse tipo. • Concisão: Uma boa resenha deve procurar dizer o necessário, sem muitos exemplos ou repe- tições. Isso porque o texto tem como função ser um material de estudo, uma composição para ser lida depois, sem haver a necessidade de acessar os originais resenhados. • Utilização de um método: É importante que, nas resenhas, o autor estruture o texto a partir de um método claro e objetivo. Em geral, duas partes são fundamentais em todas as produ- ções desse tipo: o resumo e a análise de dados. • Uso da norma-padrão da língua: Para manter a clareza e a objetividade, recomenda-se que a norma-padrão seja a variante de linguagem utilizada nas resenhas. Isso não significa, é bom lembrar, que se deve escrever de uma maneira rebuscada ou difícil nas resenhas. Lembre-se: a norma-padrão é aquela variante da linguagem que segue a gramática, mas que também deve ser compreendida pela maioria das pessoas. Resenha x resumo É muito comum haver confusão entre os conceitos de resenha e de resumo. Isso é justificável, haja vista que ambos os gêneros não são tão diferentes assim. Na verdade, a resenha tem como uma de suas partes o resumo. • Resumo: gênero textual em que se retira de um texto original apenas as informações mais relevantes. É importante ressaltar: não se pode acrescentar nenhum discurso novo ao já exis- tente no primeiro texto. • Resenha: gênero textual que mescla o resumo, conforme definição acima, com trechos descri- tivos ou analíticos. Nesse sentido, a resenha acrescenta informações novas ao texto origi- nalmente resenhado. Por isso, é possível dizer que, em toda resenha, existe um resumo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 83 Passo a passo para fazer uma resenha Para produzir uma boa resenha, é muito impor- tante: • Ler com muita calma e atenção o texto que será resenhado. De preferência, faça duas ou três leituras prévias. • Fazer anotações no texto original durante os processos de leitura. • Resumir de modo claro, objetivo e conciso to- das as informações importantes do texto. Dos resumos, costumam-se excluir exemplos ou repetições de conceitos. • Construir apontamentos segundo o tipo de re- senha que será produzida – descritiva ou opi- nativa – e acrescentar tais apontamentos junto aos resumos já produzidos. • Revisar o texto final da resenha, verificando se, de fato, todas as informações importantes foram resumidas, e se os apontamentos feitos estão de acordo com as suas expectativas. (https://www.portugues.com.br/redacao/resenha.html) Esquema e Resumo Tipos diferentes de texto, esquema e resumo apresentam diferenças significativas quanto à forma e ao conteúdo. Elaborar esquemas e resumos pode ser uma ótima opção para quem quer otimizar os estudos e melhorar a compreensão textual Você sabe quais são as diferenças entre esquema e resumo? Pensou que esquema e resumo fossem a mesma coisa? Pois bem, você vai aprender agora que eles são tipos distintos de texto-, pois cada um cumpre uma função diferente no contexto comunicacional. Basicamente, o resumo tem como principal carac- terística apresentar com fidelidade as ideias reprodu- zidas em um texto, primando por elementos inerentes à construção textual. Já o esquema tem como objetivo destacar apenas aquilo que é essencial para um texto, como se fosse um esqueleto formado por tópicos. Características do resumo 1- Sintetiza o texto preservando integralmente suas ideias. 2- Preocupação com os elementos da textualida- de inerentes à construção textual, como coerência e coesão e hierarquização das ideias do autor. 3- Não é permitido, em um resumo, emitir comen- tários pessoais sobre o texto resumido. 4- Variantes na estrutura do texto são permitidas quando não há a exigência de um resumo formal. 5- Colar as ideias do autor não é permitido. Quan- do for necessário, que seja feito em forma de citação com os devidos créditos (autor e página). 6- Diferentemente do que acontece com o esque- ma, o resumo é formado por frases que apresentam sentido completo, e não apenas tópicos. 7- É classificado em indicativo ou descritivo, infor- mativo ou analítico e crítico. Características do esquema 1- Síntese das ideias principais de um texto or- ganizada através de palavras-chaves, em torno das quais é possível adquirir grandes quantidades de co- nhecimentos. 2- A visualização de um esquema deve remeter o leitor aos principais pontos tidos como mais im- portantes. 3- O esquema assemelha-se a um esqueleto, não apresentando assim maiores preocupações com os elementos inerentes à construção textual. 4- O esqueleto permite ao leitor visualizar e des- tacar aquilo que é essencial. 5- No esquema podem ser utilizados diversos símbolos, como letras, números, setas, círculos etc. 6- Pode ser do tipo linear, quando apresenta a informação na horizontal e na vertical; piramidal, quando a informação está disposta em forma de pi- râmide;e sistemático, quando as informações estão organizadas em forma de um quadro. 7- Deve ter linguagem clara, concisa e objetiva. Diferenças entre esquema e resumo: Apesar das diferenças, ambos apresentam um ponto em comum: são resultados de uma boa leitura, pois, sem ela, elaborar um esquema ou um resumo pode ser uma tarefa árdua. (https://www.portugues.com.br/redacao/o-esquema- resumo---fortes-aliados-diante-compreensao-textual-. html) FLEXÕES VERBAIS Um verbo é uma palavra que indica acontecimen- tos representados no tempo, como uma ação, um es- tado, um processo ou um fenômeno. Os verbos sofrem flexão em modo, tempo, núme- ro, pessoa, voz e aspecto. Devido a essa pluralidade de flexões que apresen- tam, os verbos são uma classe gramatical complexa e abrangente. Flexão em modo Existem três modos verbais: • o modo indicativo; • o modo subjuntivo; • o modo imperativo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 84 O modo indicativo é usado para indicar realidade. Os verbos conjugados no indicativo expressam ações de forma clara e precisa. • Ele vai à festa. • Nós compraremos um carro novo. O modo subjuntivo é usado para indicar possibili- dade. Os verbos conjugados no subjuntivo expressam ações de forma incerta e duvidosa. • Tomara que ele vá à festa. • Seria melhor se nós comprássemos um carro novo. O modo imperativo é usado para indicar ordem. Os verbos conjugados no imperativo expressam or- dens, pedidos, exortações, conselhos. • Vá à festa. • Comprem um carro novo! Flexão em tempo Existem tempos verbais que indicam ações que ocorrem no presente, ações que ocorreram no pas- sado ou ações que ocorrerão no futuro. Os diferentes tempos verbais estão estruturados nos modos verbais. Podem ser simples (formados por apenas uma forma verbal) ou compostos (formados por um verbo auxiliar e um verbo principal). Tempos verbais simples do modo indicativo Presente; Pretérito imperfeito; Pretérito perfeito; Pretérito mais-que-perfeito; Futuro do presente; Futuro do pretérito. Tempos verbais compostos do modo indicativo Pretérito perfeito composto; Pretérito mais-que-perfeito composto; Futuro do presente composto; Futuro do pretérito composto. Tempos verbais simples do modo subjuntivo Presente; Pretérito imperfeito; Futuro. Tempos verbais compostos do modo subjuntivo Pretérito perfeito composto; Pretérito mais-que-perfeito composto; Futuro composto. Tempos verbais do modo imperativo Imperativo afirmativo; Imperativo negativo. Formas nominais simples Infinitivo pessoal; Infinitivo impessoal; Particípio; Gerúndio. Formas nominais compostas Infinitivo pessoal composto; Infinitivo impessoal composto; Gerúndio composto. Flexão em número e pessoa Os verbos sofrem flexão em número, podendo ser conjugados no singular ou no plural: • No singular indicam apenas um sujeito verbal. • No plural indicam vários sujeitos verbais. Os verbos sofrem flexão em pessoa, havendo três pessoas verbais: • A 1.ª pessoa verbal indica quem fala (eu e nós); • A 2.ª pessoa verbal indica com quem se fala (tu e vós); • A 3.ª pessoa verbal indica de quem se fala (ele e eles). Através da junção da flexão em pessoa e em nú- mero, juntamente com os pronomes pessoais do caso reto, obtêm-se as pessoas do discurso, que estruturam a conjugação verbal: • Eu – 1.ª pessoa do singular; • Tu – 2.ª pessoa do singular; • Ele – 3.ª pessoa do singular; • Nós – 1.ª pessoa do plural; • Vós – 2.ª pessoa do plural; • Eles – 3.ª pessoa do plural. Flexão em voz Existem três vozes verbais: • A voz ativa; • A voz passiva; • A voz reflexiva. Na voz ativa, o sujeito gramatical é o agente da ação expressa pelo verbo. • O Paulo comeu o brigadeiro. • A Joana não ouviu a campainha. Na voz passiva, o sujeito gramatical é o paciente da ação expressa pelo verbo. • O brigadeiro foi comido pelo Paulo. • A campainha não foi ouvida pela Joana. • Comeu-se o brigadeiro. • Não se ouviu a campainha. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 85 Na voz reflexiva, o sujeito gramatical é ao mesmo tempo agente e paciente da ação expressa pelo verbo. • Eles abraçaram-se durante muito tempo. • Ela penteou-se rapidamente e saiu. Flexão em aspecto A flexão em aspecto permite indicar: Que a ação verbal… • está totalmente concluída (aspecto perfectivo); • não está totalmente concluída (aspecto imper- fectivo). Que o foco da ação verbal está… • no início da ação (aspecto inceptivo); • no desenvolvimento da ação (aspecto cursivo); • no fim da ação (aspecto terminativo). Se a ação verbal é… • momentânea (aspecto pontual); • duradoura (aspecto durativo); • contínua (aspecto contínuo); • interrompida (aspecto descontínuo). (https://www.conjugacao.com.br/flexoes-verbais/) Classificação dos Verbos Os verbos em língua portuguesa são classificados em regulares, irregulares, defectivos ou abundantes. A classificação está condicionada à flexão verbal e não ao significado. Verbo é a classe de palavras que tem o maior número de flexões na língua portuguesa. Flexões Verbais As flexões verbais ocorrem em número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda, terceira), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), tempo (presente, pretérito, futuro) e voz (ativa, passiva, reflexiva). Pode indicar ação (fazer, copiar), caráter de esta- do (ser, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, al- mejar) e outros processos. Os verbos são divididos em três grupos de flexões, as chamadas conjugações, identificadas respectiva- mente pelas vogais temáticas (a), (e), e (i). Para cada uma das conjugações, há um paradigma indicativo das formas verbais consideradas regulares. E é a relação estabelecida com tais paradigmas que classifica os verbos como regulares, irregulares, defectivos ou abundantes. Verbos Regulares São considerados regulares os verbos que obede- cem de maneira precisa a um paradigma de respectiva conjugação. gulares Os verbos irregulares são classificados assim por- que não seguem nenhum paradigma da respectiva conjugação. Esses verbos podem apresentar irregu- laridades no radical, nas terminações ou em ambos. Verbos Anômalos Dentro da classificação de verbos irregulares estão os chamados verbos anômalos. Entre os exemplos de verbos anômalos estão ser e vir, que apresentam pro- fundas alterações nos radicais e na sua conjugação. Verbos Defectivos Os verbos defectivos não são conjugados em de- terminadas pessoas, tempos ou modos. Ou seja, não flexionam em algumas formas. Os verbos defectivos podem ser impessoais, unipessoais e pessoais. Verbos Abundantes Verbos abundantes apresentam mais de uma for- ma aceitas pela norma culta. Eles podem ser encon- trados em verbos no particípio e, logo, nos tempos compostos em que o verbo principal fica nessa forma nominal. (https://www.todamateria.com.br/classificacao-dos- verbos/) ATIVIDADES 1. (Fuvest) Reescreva as frases abaixo, obedecendo ao modelo: Modelo: “Se ele voltou cedo, eu também voltei. Se ele voltar cedo, eu também voltarei.” a) Se ele viu o filme, eu também vi. b) Se tu te dispuseste, eu também me dispus. 2. Acerca dos enunciados que seguem, flexione os derivados do verbo “ter” no pretérito imperfei- to do modo subjuntivo, tendo como subsídio o exemplo que segue. Eu teria paciência, se todos tivessem. a) Ela manteria tranquila, se todos____________. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 86 b) Neste documento conteria todas as informa- ções, se nos outros ______________. c) Os alunos até se ateriam a essa questão, se o professor se _____________________. d) O documentário reteria a informação, se os canais televisivos ______________________. 3. Seguindo o modelo, reescreva as frases de modo a estabelecer de maneira adequada a correlação temporal entre as formas verbais: Você obterá um bom resultado, se (fazer) o tra- balho. Você obterá um bom resultado, se fizer o traba- lho. a) Fecharemos o acordo, se a proposta nos (con- vir). b) Saldaremos a dívida, se (reaver) o que nos foisuprimido. c) A situação se resolverá, se nós (impor) as con- dições. d) Encontrará graves erros de concordância, se (refazer) o trabalho. e) Se não (conter) nossos impulsos, seremos re- preendidos. 4. (ESPM – SP) Leia o trecho: Toda a gente dormia com a mulher do Jaqueira. Era só empurrar a porta. Se a mulher não abria logo, Jaqueira ia abrir, bocejando e ameaçando: - Um dia eu mato um peste. Matou. Escondeu-se por detrás de um pau e des- carregou a lazarina bem no coração do freguês. (Graciliano Ramos, São Bernardo) A forma verbal grifada: a) está no pretérito, indicando uma ação dura- tiva ou repetitiva que começa num passado mais ou menos distante e perdura ainda no momento da fala. b) está no futuro do pretérito, indicando uma ação hipotética. c) está no presente, indicando que a ação se dará num tempo futuro. d) está no futuro, indicando que a ação se dará num futuro do presente. e) está no presente, indicando uma ação momen- tânea ou pontual. DISSERTAÇÃO ATIVIDADES 1. Texto próprio para quem quer expor opiniões ou persuadir de alguma coisa, no qual se emprega o abstrato (conceitos, ideias, concepções). Tipo de texto que tem por objetivo influenciar o lei- tor/interlocutor com posicionamentos elencados através de uma cuidadosa ordenação lógica. Es- tamos falando da: a) descrição. b) narração. c) exposição. d) injunção. e) dissertação. 2. (MACKENZIE) “É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e cons- titui crime. Embora não exista ainda nas leis penais a defini- ção do ‘crime de tortura’, torturar um preso ou detido é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio, quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática é legalmente condenada. A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito a severas punições.” (Dalmo de Abreu Dallan) Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação: a) que apresenta, em todos os períodos, persona- gens individualizadas, movimentando-se num espaço e num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam sequên- cia dos acontecimentos; b) que apresenta, em todos os períodos, subs- tantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o en- cadeamento lógico da denúncia; c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimen- tos denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de ora- ções subordinadas, que expressam o prolon- gamento das ideias repudiadas; d) que consegue fazer uma denúncia contunden- te, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predomi- nância de orações coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repu- diadas; e) que consegue construir um protesto persuasi- vo com uma linguagem conotativa, construída sobre metáforas e metonímias esparsas, bem LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 87 como com a predominância de orações subor- dinadas, próprias de uma linguagem formal, natural para esse contexto. 3. Classifique os fragmentos a seguir de acordo com o tipo textual que representam: I. “Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de pala- vras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema. […]”. (No aeroporto – Carlos Drummond de Andrade) II. “Peneire a farinha em um bowl e faça um bu- raco no meio. Junte os ovos, o leite e a manteiga e misture. Se necessário, peneire a mistura. Deixe descansar na geladeira por pelo menos ½ hora (ideal 1 hora). Em uma frigideira antiaderente, derreta um pouco de manteiga (o suficiente para cobrir o fundo da panela) em fogo médio, escorra o excesso de manteiga. [...]”. III. “[...] Se o fenômeno cultural do futebol tem inegável dimensão política, é crucial distinguir as esferas. Do contrário, num contexto de eferves- cência social, o inocente gesto de apoiar a sele- ção, nos estádios ou fora deles, acabaria sujeito a reprimendas. Nada mais infeliz do que censurar a felicidade alheia. É de resto um despropósito torcer contra o Brasil. Os únicos que têm a ganhar com nossa derrota são os adversários, pois aos brasileiros restará apenas a tristeza. [...]”. IV. Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: · Em que espelho ficou perdida a minha face? (Retrato – Cecília Meireles) V. ”[...] Ainda segundo a Prefeitura, 40% dos in- gressos vendidos para os jogos de São Paulo das primeira e segunda fases do mundial foram vendi- dos para estrangeiros, 8% para turistas brasileiros e 52% para paulistanos. Para a abertura, 22% das entradas foram vendidas para turistas, sendo que 9,9% para croatas, adversários do Brasil no jogo desta quinta-feira (12). [...]”. a) expositivo – descritivo – narrativo – injuntivo – dissertativo-argumentativo b) injuntivo – expositivo – narrativo – dissertati- vo-argumentativo – descritivo c) narrativo – injuntivo – dissertativo-argumen- tativo – descritivo – expositivo d) narrativo – expositivo – dissertativo-argumen- tativo – injuntivo – descritivo 4. Sobre as características do texto dissertativo, po- demos afirmar que: a) Suas principais características são contar uma história ou narrar algum acontecimento, verí- dico ou não. b) Apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas característi- cas através de uma linguagem clara e objetiva. c) Têm por finalidade instruir o leitor/interlocu- tor, por isso o predomínio dos verbos no infi- nitivo. d) Texto da opinião, no qual as ideias são desen- volvidas com a intenção de convencer o leitor. Conheça as 5 competências do Enem e arrase na redação! O objetivo do Exame Nacional do Ensino Médio é promover uma avaliação dos conhecimentos gerais dos participantes, certo? Por isso, se você vai fazer as provas, saber quais são as competências do Enem faz toda a diferença na hora de elaborar a redação. É preciso trabalhá-las para que você consiga ter um bom desempenho na organização das suas ideias e na transcrição delas para o papel. Desse modo, al- cançará uma boa pontuação, que ajudará a aumentar a sua nota geral. Afinal, na redação do Enem, o can- didato é avaliado em seis diferentes níveis. Quer saber mais sobre esse assunto para arrasar em sua redação? Então, continue lendo e entenda como é feita a avaliação de desempenho, quais são as competências cobradas e de que maneira você pode se preparar para atendê-las e se dar bem! Quais os 6 níveis de desempenho para avaliar as redações do Enem? A redação do Enem tem um peso muito grande na pontuação geral do participante. Por isso, além de estudar todas as matérias que caem nesse exame, você precisa trabalhar a escrita, a argumentação e a defesa de ponto de vista. Essas são algumas das competências do Enem avaliadas pelos organizadores da prova. Isso porque a avaliação de um participante não é feita por meio da análise generalizadada redação. Na verdade, os avaliadores focam essas competências, LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 88 e cada uma delas recebe uma pontuação diferente, de acordo com o nível de desempenho do indivíduo. Existem seis níveis diferentes de desempenho que conferem uma determinada quantidade de pon- tos, partindo de 0 até 200. Assim, sendo cinco compe- tências avaliadas, aquele que consegue a nota máxima em todas elas têm a tão almejada redação nota 1.000. Veja, a seguir, o que faz um participante ser clas- sificado com um determinado nível de desempenho: • 200 pontos: o participante que atinge 200 pon- tos apresentou excelência em todas as compe- tências avaliadas; • 160 pontos: o participante apresentou um de- sempenho muito bom, no entanto, cometeu pequenas falhas em alguns detalhes; • 120 pontos: o participante apresentou um de- sempenho mediano, com algumas inadequa- ções na escrita e na argumentação; • 80 pontos: o participante não demonstrou um bom domínio da escrita formal da Língua Portuguesa, e o seu texto teve inconstâncias, contradições, inadequações e outros erros; • 40 pontos: o participante demonstrou domínio muito precário da escrita formal da Língua Por- tuguesa e do estilo dissertativo-argumentativo. As informações estavam incoerentes, suas arti- culações foram precárias, e as propostas, muito vagas ou fugindo ao tema; • 0 ponto: o participante teve um desempenho insuficiente em todas as competências do Enem para redação. Quais são as 5 competências do Enem para a redação? Conforme você viu, a avaliação da redação é feita considerando diversos aspectos a fim de classificar o candidatado em um nível de desempenho específico. É por isso que você precisa entender o que são as com- petências do Enem e de que maneira elas impactam o seu desempenho no exame. A seguir mostramos quais são elas e o que é avaliado. 1. Domínio da escrita formal da Língua Portu- guesa Na avaliação dessa competência, os organizado- res verificam se o participante elaborou a redação respeitando as regras de escrita formal da Língua Portuguesa. São verificados aspectos como: • ortografia; • acentuação; • uso de maiúsculo e de minúsculo; • hifenização; • separação silábica; • concordância; • pontuação; • crase; • regência; • paralelismo; • uso de pronomes. 2. Compreensão e adequação ao tema Nessa segunda competência, basicamente, os ava- liadores verificarão se o participante não fugiu ao tema proposto. São analisadas as suas habilidades de leitura e de desenvolvimento de textos, verifica-se se o candidato compreendeu a proposta e se a redação está organizada e delimitada ao assunto. 3. Capacidade de argumentação e de defesa de ponto de vista A redação do Enem deve ser feita seguindo o es- tilo dissertativo-argumentativo. Sendo assim, o par- ticipante precisa saber como selecionar, relacionar, organizar e interpretar as informações, opiniões e fatos disponibilizados. É verificada sua capacidade de argumentação e de defesa de ponto de vista, a justificação deles e a aceitabilidade das ideias. 4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos Um bom texto apresenta uma sequência coeren- te e relação entre frases e parágrafos, sendo que é necessário utilizar conjunções, preposições, locuções adverbiais e advérbios para fazer essa coesão. Por- tanto, o candidato precisa dominar esses recursos e saber como utilizá-los para estabelecer uma relação entre as ideias. 5. Respeito aos Direitos Humanos A conclusão da redação é feita por meio da apre- sentação de uma proposta de intervenção que con- tribua para solucionar o problema abordado. Mas ela precisa respeitar os Direitos Humanos, então, essa também é uma das competências do Enem. O parti- cipante precisa demonstrar seu preparo para o bom exercício da cidadania. Como se preparar para atender às competências do Enem? Agora você já sabe quais são as competências do Enem e os critérios de avaliação de um participante, certo? Então, vamos explicar de que maneira você pode se preparar para atender a essas exigências e alcançar uma boa pontuação. Conheça as regras da nova ortografia O novo acordo ortográfico entrou oficialmente em vigor em 2016, mas muitas pessoas ainda têm dúvi- das sobre ele. Para que você não cometa erros dessa natureza em sua redação, é fundamental que estude as novas regras, veja exemplos de aplicação e realize exercícios para fixar esse conhecimento. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 89 Pratique a interpretação de texto Basicamente, toda a prova do Enem depende muito da interpretação de textos, e isso não é dife- rente com a redação. Serão apresentadas algumas in- formações para que você pense em seus argumentos, sendo fundamental entender corretamente do que elas estão tratando e qual a mensagem que transmi- tem. Assim, poderá construir a sua argumentação de forma sólida e coerente. Estimule o pensamento crítico Para que você tenha uma opinião e consiga defen- dê-la, deve pensar por si mesmo — algo possível se você estimula o seu pensamento crítico. Isso significa analisar as informações que chegam até você por di- ferentes aspectos e pensar bem suas consequências. Desse modo, conseguirá desenvolver excelentes es- tratégias para a redação. Leia constantemente A leitura constante de diferentes materiais con- tribui de diversas formas para você trabalhar as com- petências do Enem. Afinal, ao ler, você: • trabalha a interpretação de textos; • assimila dados e informações; • enriquece seu vocabulário; • verifica a estrutura correta das frases e das ora- ções; • aprende a trabalhar a coesão; • conhece a escrita correta das palavras. Não é necessário ler apenas conteúdos acadêmi- cos, trabalhos científicos ou outros materiais comple- xos. Você pode fazer a leitura de notícias, de artigos e de livros, apenas tendo o cuidado de optar por fontes que respeitem a norma culta da língua. Exercite o pensamento de coletividade Conforme explicamos, entre as principais compe- tências do Enem está o respeito aos Direitos Humanos na proposta de intervenção ao problema apresentado. Portanto, você deve exercitar o pensamento de coleti- vidade, o que significa procurar soluções que estejam adequadas à sociedade de um modo geral, evitando o pensamento egoísta ou restrito a grupos seletos. Não é impossível alcançar uma boa pontuação na redação: você apenas precisa trabalhar as competên- cias do Enem para alcançar um bom desempenho. (https://dicas.vestibulares.com.br/competencias-do- enem/) ATIVIDADES 1. (UFPR – 2010) Entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos ho- mens em fazer teste de DNA. Assinale a alternati- va cujo texto pode ser concluído coerentemente com essa afirmação. a) Sara Mendes deu início a um processo na justi- ça, para que Tiago Costa assuma a paternidade de seu filho Cássio. Tiago não fez o exame de DNA, mas assume como muito provável ser ele o pai do menino. Cássio alega que o exame não é conclusivo, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. b) Adriano é um rapaz muito presunçoso e não admite que lhe cobrem nada. A namorada lhe pediu um exame de DNA, para esclarecer a pa- ternidade de Amanda, sua filha. Adriano disse que não faria o exame. A namorada disse que toda essa presunção serviria para o juiz ates- tar a paternidade, pois entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. c) Carlos de Almeida responde processo na justi- ça por não querer reconhecer como seu o filho de Diana Santos, sua ex-namorada. Carlos se recusou a fazer o exame de DNA, o que permite ao juiz lavrar a sentença que o indica como pai da criança, porque entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. d) Alessandro presume que Caio seja seu filho. Sugeriu a Telma um exame de DNA. Telma disse não ser necessário, pois entrou em vigor a lei que converte empresunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. e) Mário e Felipe são primos. Mário é extrema- mente vaidoso, pretensioso. Felipe é um rapaz calmo e muito simples. Os dois namoraram Teresa na mesma época. Teresa teve uma filha e entrou na justiça para exigir dos dois primos um exame de DNA. O juiz disse que não era necessário, pois entrou em vigor a lei que con- verte em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 2. (UDESC – 2008) Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente. (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05 mar. 2008, p. 86.) I. Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em grandes estúdios onde há cuidado com a higiene. II. As técnicas se refinaram: há mais cores dispo- níveis, os pigmentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer mais. III. Vão longe, enfim, os tempos em que o con- ceito de tatuagem se resumia à velha âncora de marinheiro. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 90 IV. Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal. Assinale a alternativa que contém a sequência correta em que os períodos devem aparecer. a) II, I, III, IV b) IV, II, III, I c) IV, I, II, III d) III, I, IV, II e) I, III, II, IV 3. Sobre a proposta de intervenção na redação do Enem, é correto afirmar, exceto: a) Para elaborar uma proposta de intervenção conforme a matriz de referência da prova de redação, é importante que você não confun- da a proposta com uma simples conclusão do texto: ao final da exposição das ideias, é in- dispensável que você mostre aos corretores propostas coerentes e viáveis para o problema sugerido no tema, caso contrário, sua pontua- ção ficará seriamente prejudicada b) Na dissertação-argumentativa do Enem, o candidato precisa defender uma ideia e justi- ficá-la por meio de argumentos consistentes. É preciso, também, criar uma proposta de inter- venção para o problema seguindo os mesmos moldes da conclusão de um texto. c) Intervir significa atuar diretamente, agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, na proposta de intervenção, é preciso que o candidato apresente soluções exequíveis para o problema. É indispensável que as pro- postas apresentadas sejam coerentes e viáveis. d) A proposta de intervenção deve estar relacio- nada com os argumentos expostos e deve ser muito bem detalhada, mostrando assim que você se preocupou com sua elaboração e apli- cabilidade. Além disso, vale ressaltar que, nos textos dissertativos argumentativos, não vale ficar em cima do muro ou ser indiferente, é preciso intervir! 4. São características da dissertação argumentativa do Enem: a) Defesa de uma tese por meio da organização de dados, fatos, ideias e argumentos em torno de um ponto de vista definido sobre o assun- to em questão. Na dissertação argumentativa, deve haver uma proposta de intervenção, e não apenas uma conclusão. Na proposta de intervenção, deve haver uma solução para o problema a partir dos pontos abordados em sua redação. b) Os eventos são organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia os verbos no pretérito perfeito e predicados de ação relati- vos a eventos que se referem à primeira ou à terceira pessoa. Presença de enunciados que sugerem ação e novos estados. c) Predominância de caracterizações objetivas (físicas, concretas) e subjetivas (dependem do ponto de vista de quem as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos de verbos mais comuns na estrutura do texto são os verbos de ligação. d) Tipo textual marcado por uma linguagem sim- ples e objetiva. Um dos recursos linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, típicos de uma atitude coercitiva. CONCORDÂNCIA De acordo com Mattoso Câmara “dá-se em gra- mática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acor- do com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”. Então, observamos e podemos definir da seguinte forma: concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos. O caso da concordância verbal diz respeito ao ver- bo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo. Já a concordância nominal diz respeito ao subs- tantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa. Como vimos acima, na definição de Mattoso Câ- mara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois ge- ram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou estudantes da con- cordância. CONCORDÂNCIA VERBAL Na concordância verbal, o verbo adapta-se ao número e à pessoa do sujeito, isto é, a conjugação do verbo varia de acordo com o número (singular ou plural) e com a pessoa do sujeito (primeira, segunda ou terceira pessoa). No entanto, é possível encontrar casos específicos que são formados por estruturas que fogem à estrutura mais básica da sintaxe (sujeito simples + verbo + complemento), trazendo, assim, os sujeitos compostos e indeterminados, expressões LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 91 que indicam quantidade aproximada, porcentagem, orações sem sujeito etc., o que acaba demandando recomendações específicas para que seja feita a con- cordância. Como se dá a concordância verbal? A concordância verbal ocorre quando a conjuga- ção do verbo se adapta ao sujeito em número e em pessoa. O sujeito pode estar no singular ou no plural e pode ser em 1ª, 2ª ou 3ª pessoa. Veja: Singular plural 1ª Eu nós 2ª tu vós 3ª ele/ela eles/elas A conjugação do verbo concorda com o sujeito ao qual está se referindo. Veja nos enunciados abaixo: • Nós amamos muito esse filme. (Sujeito + verbo + complemento) • Tu amas muito esse filme. (Sujeito + verbo + complemento) • Elas amam muito esse filme. (Sujeito + verbo + complemento) Lembre-se de que, quando se trata de sujeito composto (ou seja, sujeito que possui mais de um núcleo), a conjugação será no plural. Havendo o su- jeito eu ou nós, o verbo é conjugado na 1ª pessoa. Se não houver 1ª pessoa, mas houver tu ou vós, o verbo é conjugado na 2ª pessoa. Por fim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa caso não haja nenhum sujeito da 1ª e nem da 2ª pessoas: • Treinamos no mesmo time tu e eu. (nós = 1ª pessoa do plural) • Tu e teu marido gostais das mesmas coisas. (vós = 2ª pessoa do plural) • O cristal e o diamante brilhavam muito. (eles = 3ª pessoa do plural) Casos específicos de concordância verbal Há muitas dúvidas de concordância verbal em alguns casos específicos. Vamos aprender sobre eles! → Concordância com pronomes relativos Quando o sujeito da oração é o pronome relativo que (não sendo predicativo de outra oração), o verbo concorda com o termo antecedente: • Eu que descobri tudo. • Não eram ele e a irmã que estavam sem co- mer? Quando o sujeito da oração é o pronome rela- tivo quem, o verbo tende a ir para a 3ª pessoa do singular, mas também pode concordar com o termo antecedente: • Eu quem descobriu tudo. (ou ainda: Eu quem descobri tudo.) • Não eram ele e a irmã quem estava sem co- mer? (ou ainda: Não eram ele e a irmã quem estavam sem comer?) → Concordância em orações sem sujeito Nas orações sem sujeito, o verbo fica na 3ª pessoa do singular, mesmo que outros elementos na senten- ça estejam no plural: • Choveu muito durante vários dias. • Já passa das duas horas! → Concordância na locução verbal Quando ocorre locução verbal, ou seja, quando um verbo auxiliaracompanha um verbo principal, apenas o verbo auxiliar fará concordância com o su- jeito: • O diretor e a coordenadora poderiam fazer mais reuniões. • Tu deves encomendar muitos doces para a festa. → Concordância com verbo haver Com sentido de ter ou quando funciona como lo- cução verbal, concorda com o sujeito a que se refere: • Nós duas havemos de ter fé para enfrentar essa dificuldade. • Muitos homens haviam desistido de falar com ele. Com sentido de existir, permanece no singular, por se tratar de oração sem sujeito: • Há muitas coisas belas naquele lugar. • Haja os problemas que houver, não desistire- mos. Ressalta-se que o verbo existir concorda normal- mente com o sujeito: • Existe algo belo naquele lugar. • Existem muitas coisas belas naquele lugar. → Concordância com pronome “se” Quando possui função de índice de indetermina- ção do sujeito, o pronome se está inserido em uma oração em que o sujeito é indeterminado. Por isso, o verbo permanecerá invariavelmente na 3ª pessoa do singular: • Trata-se de questões inéditas e delicadas. • Mora-se muito bem nessa região. Quando possui função de partícula apassivado- ra, o pronome se está inserido em uma oração com sujeito. Por isso, o verbo concordará com o sujeito: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 92 • Venderam-se muitos brinquedos. (Muitos brin- quedos foram vendidos.) • Vendeu-se apenas um brinquedo. (Apenas um brinquedo foi vendido.) Quando possui função de pronome reflexivo, também concorda com o sujeito ao qual o verbo faz referência: • Maquiam-se para o espetáculo os bailarinos do grupo. • Penteia-se diariamente em frente ao espelho. (Ele se penteia diariamente em frente ao es- pelho.) → Sujeito representado por expressão que indica quantidade aproximada Quanto o sujeito é uma expressão que indica quantidade aproximada de seres (a maioria de, grande parte de), a concordância tende a vir no singular, mas pode ocorrer no plural: • Boa parte dos ouvintes relatou um incômodo com aquelas palavras. • A maioria dos estudantes quiseram continuar com a viagem. → Sujeito representado por porcentagem É mais comum que o verbo concorde com o termo que especifica a porcentagem: • Na pesquisa, 98,1% dos entrevistados prefe- rem ficar em casa. Se o termo não estiver explícito, é mais comum que o verbo concorde com o número: • Na entrevista, 98,1% preferem ficar em casa, enquanto 1,9% prefere sair. → Sujeito ligado por série aditiva enfática (não só... mas; tanto... quanto; não só... como) Se o sujeito composto é ligado por série aditiva enfática, a conjugação do verbo pode ir ao plural ou concordar com o termo mais próximo: • Tanto o sol quanto a lua são astros que embe- lezam o céu. • Tanto o sol quanto a lua é um astro que em- beleza o céu. • Não só a vida como a morte é imprevisível. • Não só a vida como a morte são imprevisíveis. → Sujeito ligado por com Se o sujeito composto é ligado pela conjunção com, a conjugação do verbo é facultativa: tende a seguir o número do primeiro sujeito, realçando-o em detrimento dos outros que o acompanham, mas pode ir ao plural para ressaltar a participação simultânea de todos os sujeitos na ação. • O filho mais velho, com a esposa e a filha, mu- dou-se assim que conseguiu a promoção. • A gerente com o vendedor e toda a equipe fizeram uma grande ação na loja. → Sujeito ligado por ou e por nem Se o sujeito composto é ligado pela conjunção ou e nem, a conjugação do verbo pode concordar com o termo mais próximo caso a conjunção indique exclusão (tratando-se de apenas um sujeito) ou equi- valência (tratando-se do mesmo sujeito). • A avó ou a nossa mãe duas vezes deve ser sem- pre ouvida e respeitada. • Nem a doença nem a cura será a consequência da sua decisão. No entanto, caso a ação possa ser atribuída a to- dos os sujeitos, a conjugação será no plural: • A pimenta ou a páprica deixaram a comida muito forte. • Nem o menino nem a menina puderam sair para brincar. A concordância verbal diz respeito à adequação de número e pessoa do verbo com o sujeito, segundo a regra geral. (https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/ concordanciaverbal.htm) ATIVIDADE 1. I. Deve haver muitos problemas naquele lugar. II. Devem haver muitos problemas naquele lugar. III. Deve existir muitos problemas naquele lugar. IV. Devem existir muitos problemas naquele lugar. Das sentenças acima, quais estão dentro da nor- ma-padrão da língua portuguesa? a) I e III. b) II e IV. c) I e IV. d) II e III. e) I, II, III e IV. 2. Assinale a alternativa que apresenta correta con- cordância verbal. a) Têm-se muito o que discutir. b) Sou eu que terá as próximas férias. c) A maioria dos pais e dos mestres não concor- dou com a discussão. d) Doa-se muitos móveis por ano. e) Eu, você e ele havia lutado por aquilo. CONCORDÂNCIA NOMINAL Concordância nominal nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 93 Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se flexio- nará à sua maneira, merecendo um estudo separado de concordância verbal. REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo. • A pequena criança é uma gracinha. • O garoto que encontrei era muito gentil e sim- pático. CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fo- gem à regra geral. a) Um adjetivo após vários substantivos 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Ela tem pai e mãe louros. - Ela tem pai e mãe loura. 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obri- gatoriamente para o plural. - O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 1 - Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo. - Comi delicioso almoço e sobremesa. - Provei deliciosa fruta e suco. 2 - Adjetivo anteposto funcionando como predi- cativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural. - Estavam feridos o pai e os filhos. - Estava ferido o pai e os filhos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. - Falava fluentemente a língua inglesa e a espa- nhola. 2- coloca o substantivo no plural. - Falava fluentemente as línguas inglesa e espa- nhola. d) Pronomes de tratamento 1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. - Vossa santidade esteve no Brasil. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 1 - Concordam com o substantivo a que se referem. - As cartas estão anexas. - A bebida está inclusa. - Precisamos de nomes próprios. - Obrigado, disse o rapaz. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) 1 - Após essas expressões o substantivo fica sem- pre no singular e o adjetivo no plural. - Renato advogou um e outro caso fáceis. - Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. g) É bom, é necessário, é proibido 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante. - Canja é bom. / A canja é boa. - É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. - É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida. h) Muito, pouco, caro 1- Como adjetivos: seguem a regra geral. - Comi muitas frutas durante a viagem. - Pouco arroz é suficiente para mim. - Os sapatos estavam caros. 2- Como advérbios: são invariáveis. - Comi muito durante a viagem. - Pouco lutei, por isso perdi a batalha. - Comprei caro os sapatos. i) Mesmo, bastante 1- Como advérbios: invariáveis - Preciso mesmo da sua ajuda. - Fiquei bastante contente com a proposta de em- prego. 2- Como pronomes: seguem a regra geral. - Seus argumentos foram bastantes para me con- vencer.- Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. j) Menos, alerta 1- Em todas as ocasiões são invariáveis. - Preciso de menos comida para perder peso. - Estamos alerta para com suas chamadas. k) Tal Qual 1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” con- corda com o consequente. - As garotas são vaidosas tais qual a tia. - Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. l) Possível 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “me- nos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 94 - A mais possível das alternativas é a que você expôs. - Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. - As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade. m) Meio 1- Como advérbio: invariável. - Estou meio insegura. 2- Como numeral: segue a regra geral. - Comi meia laranja pela manhã. n) Só 1- apenas, somente (advérbio): invariável. - Só consegui comprar uma passagem. 2- sozinho (adjetivo): variável. - Estiveram sós durante horas. (https://www.infoescola.com/portugues/ concordancia-nominal/) ATIVIDADES 1. (IFPR 2010) Assinale a alternativa que está de acordo com as regras de concordância da língua padrão. A) Para tornar mais claro as regras do programa de participação nos resultados, os diretores convidaram economistas que pudesse dei- xar os conteúdos mais compreensíveis para a maioria dos funcionários. B) Muitos jovens não consegue concluírem o en- sino médio e, sem formação, acaba entrando no mundo do crime. C) Os objetivos desse plano pode ser resumido na seguinte frase: clareza na comunicação e envolvimento dos empregados na definição de metas. D) Um dos problemas é a incerteza em relação ao eixo determinante dos conflitos internacionais, que, na guerra-fria era, sem dúvida, a questão ideológica. E) As ações governamentais, em sua maioria, não visa o bem público, mas valorizar a imagem do governo. 2. (ACAFE 2009) Quanto a concordância verbal e nominal, todas as frases estão corretas, exceto a: A) Na seleção dos informantes, serão seleciona- dos aqueles que apresentarem um leque maior de conhecimentos sobre o tema. B) Finalmente, está sendo discutido os termos da proposta de uso de nossas instalações por pessoas estranhas à repartição. C) Para que a ação seja ajuizada, deve haver pro- vas materiais e testemunhais, além de argu- mentos consistentes. D) Há mais ou menos trinta dias, houve aqui duas festas sobre as quais muito ainda vai se falar. E) Assim, explicamos que nossa relação com as entidades sindicais impõe certas condições e demandas que dificultam a correta interpre- tação dos fatos. 3. (URCA 2010) Dadas as proposições, todas aceitam mais de uma concordância, EXCETO: A) pai e filhas educados (educadas); B) o(s) herói(s) José e Rodrigo; C) casa e carro novo(s); D) livros e revistas velhos (velhas); E) homens e mulheres educados (educadas). 4. (UFSC) Marque a única frase onde a concordância nominal aparece de maneira inadequada. A) Obrigava sua corpulência a exercício e evolu- ção forçada. B) Obrigava sua corpulência a exercício e evolu- ção forçados. C) Obrigava sua corpulência a exercício e evolu- ção forçadas. D) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução. E) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício. 5. (Acafe 2015/2) Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal e nominal. A) O governo federal informou que pretende fi- nalizar a ponte no prazo inicialmente previs- to, mas os repasses à empreiteira depende da finalização dos projetos e das conclusões de cada uma das etapas. B) Por mais complexos que sejam os problemas, deve haver soluções viáveis para solucioná-los, especialmente quando se empregam, com cui- dado e sensatez, métodos adequados. C) A obra vai custar 48 milhões de reais, todavia não está incluído no orçamento os custos das desapropriações. D) Nos relatórios dos auditores, aludem-se a fatos cujas origens, a julgar pelo que se afirma nos jornais, não foi suficientemente esclarecida. 6. (URCA 2017/2) “...uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande bur- guesias não podem adivinhar.» O termo em destaque apresenta uma regra de concordância nominal, observando a regra da Gramática Normativa, assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destaca- das permanecem invariáveis: A) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 95 B) Meia palavra, meio tom – índice de sua sen- satez. C) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa. D) Passei muito inverno só. E) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só. PERÍODO COMPOSTO Frase Frase é toda organização de palavras que fizer sentido, ou seja, um enunciado de sentido comple- to, sendo formado por uma ou mais palavras.. Esse enunciado pode ou não conter um verbo. Além disso, a frase transmite ideias, emoções, ordens e apelos. Exemplos: • Silêncio! (frase sem verbo) • Cheguei cedo no trabalho hoje. (frase com verbo) Oração Oração é um enunciado que contém, obrigatoria- mente, uma forma verbal (verbo ou locução verbal). Essa forma verbal pode estar implícita ou explícita. Exemplos: • Estou muito bem! (oração com verbo explícito) • Tenho andado distraído. (oração com locução verbal explícita) • Maria nadou à tarde / e João à noite. (oração com verbo implícito: João [nadou] à noite) Período Período é um enunciado composto de uma ou mais oração, ou seja, de construções que contém um ou mais de um verbo/forma verbal. Quando contém apenas um verbo, é chamado de período simples; quando contém dois ou mais verbos, é chamado de período composto. Ex.: • A menina dormia profundamente. (período simples: um só verbo) • Os dias de inverso são longos. (período simples: um só verbo) • Você sabe que eu só quero seu bem. (período composto: dois ou mais verbos) • Ele me ligou para dizer que não estava bem. (período composto: dois ou mais verbos) Período Composto: classificação e estrutura Aqui, vamos nos debruçar sobre o período com- posto. O Período Composto é estruturado e classificado a partir da relação que as orações estabelecem entre si em dois tipos: período composto por coordenação e período composto por subordinação. Três tipos de oração formam um período compos- to. Eles são divididos de acordo com como se com- portam sintaticamente: • Oração principal: não exerce função sintática no período. • Oração subordinada: não exerce função sin- tática no período, assumindo funções como sujeito, objeto, complemento, adjunto etc., em relação à principal. Pode também assumir função de adjetivo ou advérbio da oração prin- cipal. • Oração coordenada: oração independente sin- taticamente, ou seja, não possui orações que se referem a ela de modo a lhe completar o sentido. Vamos ver essa classificação com mais detalhes para tornar a ideia mais clara. Período Composto: orações coordenadas Períodos compostos por coordenação contém orações coordenadas, ou seja, independentes. São orações que possuem sentido completo em si mes- mas, não necessitando de complemento. Elas podem aparecer ligadas uma a outra por meio de um conectivo (conjunções coordenativas) ou sem ele. Exemplos: • Chegou em casa e tomou banho. Orações que compõe o período: – “Chegou em casa” – “tomou banho” As orações são ligadas pela conjunção “e”. • Vim, vi, venci. Orações que compõe o período: – “Vim” – “vi” – “venci” As orações não são ligadas por conjunção, mas por vírgulas. Às orações coordenadas ligadas por conectivos, dá-se o nome de orações coordenadas sindéticas. Às orações coordenadas sem conectivos, dá-se o nome de orações coordenadas assindéticas. Período Composto: orações coordenadas sindé- ticas As orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções que aparecem no período. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 96 Aditiva Relacionam pensamentos similares. Expressa adi- ção, sequência defatos ou pensamentos. Conjunções: “e”, “não só … mas também”, “nem”, “não … nem”. Exemplos.: • Ele telefonou e saiu de casa. • Ele não telefonou nem saiu de casa. As orações formadas são orações coordenadas sindéticas aditivas. Adversativa Relacionam pensamentos opostos. Expressa res- salva, oposição ou contraste. Quando posterior ao verbo, a conjunção vem entre vírgulas. Conjunções: “contudo”, “entretanto”, “mas”, “no entanto”, “porém”, “todavia” Exemplos: • Gosto de flores, mas prefiro folhas. • Gosto de flores; prefiro, porém, folhas. As orações formadas são orações coordenadas sindéticas adversativas. Alternativa Relacionam pensamentos excludentes. Expressa alternância ou exclusão. Conjunções: ou, já/já, ora/ora, quer/quer, seja/ seja. Exemplos: • Vamos à praia ou à piscina? • Ora quer ir, ora quer ficar As orações formadas são orações coordenadas sindéticas alternativas. Conclusiva Relacionam pensamentos em que o segundo con- clui o primeiro. Expressa conclusão ou dedução. A conjunção “pois” se emprega entre vírgulas. Conjunções: consequentemente, logo, pois, por conseguinte, portanto. Ex.: • O carro quebrou; logo, não podemos viajar. • Você está atrasado; deve, pois, pedir desculpas. As orações formadas são orações coordenadas sindéticas conclusivas. Explicativa Relacionam pensamentos em que a segunda frase explica a primeira. Expressa explicação ou motivo. Conjunções: pois, porque, que. Ex.: • Espere um pouco que ele não demora. • Espere, porque daqui a pouco ele chega. As orações formadas são orações coordenadas sindéticas explicativas. Período Composto: orações coordenadas assin- déticas As orações coordenadas assindéticas são sepa- radas por pausas. No texto escrito, essas pausas são marcadas por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Exemplos • O sol saiu, o dia estava bonito. As orações não são ligadas por conjunção, mas por vírgula. • Cinco pessoas foram a favor da mudança; duas foram contra. As orações não são ligadas por conjunção, mas por ponto e vírgula. • Toquei seu rosto: estava frio. As orações não são ligadas por conjunção, mas por dois pontos. Período Composto: orações subordinadas Períodos compostos por subordinação contém oração principal e oração subordinada. A oração principal é independente e a subordinada se relacio- na com ela sintaticamente. Há três tipos de oração subordinada, cada uma assumindo funções ligadas a uma classe gramatical diferente: substantivas, adjetivas e adverbiais. Exemplos: • Imploro que desistas. Orações que compõe o período: – “Imploro” = Oração principal – “que desistas” = Oração subordinada subs- tantiva A oração “que desistas” tem função de objeto direto (o que eu imploro?). • Essa é a verdade que ninguém conta. Orações que compõe o período: – “Essa é a verdade” = Oração principal – “que ninguém conta” = Oração subordinada adjetiva A oração “que ninguém conta” tem função de adjunto adnominal (caracteriza “a verdade”). • Não comprou nada porque estava sem dinheiro. Orações que compõe o período: – “Não comprou nada” = Oração principal – “porque estava sem dinheiro” = Oração su- bordinada adverbial A oração “porque estava sem dinheiro” tem fun- ção de adverbio de causa (por que não comprou?). LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 97 Período Composto: Orações subordinadas subs- tantivas As orações subordinadas substantivas equivalem a substantivos. Exercem em relação à oração principal funções próprias de substantivos: sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e aposto. Costumam ser iniciadas por conjunções in- tegrantes (“que” e “se”). DICA: Para identificar uma oração subordinada substantiva, substitua a oração subordinada pela palavra “ISSO”. Oração subordinada substantiva subjetiva Quando uma oração exerce a função de sujeito, é chamada de oração subordinada substantiva sub- jetiva. Exemplo: • É certo que ela chega hoje. (= Isso é certo.) Oração subordinada substantiva predicativa Quando uma oração exerce a função de predica- tivo, é chamada de oração subordinada substantiva predicativa. Atenção para a necessidade do verbo de ligação para essa relação. Exemplo: • A verdade é que estamos perdidos. (= A verda- de é isso.) Oração subordinada substantiva objetiva direta Quando uma oração exerce a função de objeto direto, é chamada de oração subordinada substantiva objetiva direta. Exemplo: • Entendi que deveria ficar quieto. (= Entendi isso.) Oração subordinada substantiva objetiva indireta Quando uma oração exerce a função de objeto indireto, é chamada de oração subordinada substan- tiva objetiva indireta. Exemplo: • Não me arrependi do que falei. (= Não me ar- rependi disso.) Oração subordinada substantiva objetiva com- pletiva nominal Quando uma oração exerce a função de comple- mento nominal, é chamada de oração subordinada substantiva completiva nominal. Exemplo: • Ela tem medo de que você vá embora. (Ela tem vontade disso.) Oração subordinada substantiva apositiva Quando uma oração exerce a função de aposto, é chamada de oração subordinada substantiva apo- sitiva. Exemplo: • Só peço uma coisa: que você seja honesto. Período Composto: Orações subordinadas adje- tivas As orações subordinadas adjetivas equivalem a adjetivos. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adnominal de algum substantivo ou pronome da oração principal. Elas podem ser de dois tipos: • Restritiva • Explicativa Período composto: Oração subordinada adjetiva restritiva Quando restringe ou limita o significado do termo a que se refere, a oração é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva. Exemplo: • Você é a pessoa que mais gostei na vida. (= De todas as pessoas que gostei na vida, me refiro a uma em especial) Período Composto: Oração subordinada adjetiva explicativa Quando acrescenta qualidades ou esclarece me- lhor o significado do termo a que se refere, a oração é classificada como oração subordinada adjetiva ex- plicativa. Exemplo: • Eu, que era muito indecisa, não consegui esco- lher a sobremesa. (= Um dado novo é adiciona- do a “eu”, caracterizando-o.) Um modo fácil de identificar o tipo de oração ad- jetiva é observar a existência de vírgula ou não. Orações subordinadas adjetivas restritivas: não há vírgula separando a subordinada da principal. Orações subordinadas adjetivas explicativas: não há vírgula separando a subordinada da principal. Um modo fácil de identificar o tipo de oração ad- jetiva é observar a existência de vírgula ou não. Orações subordinadas adjetivas restritivas: não há vírgula separando a subordinada da principal. Orações subordinadas adjetivas explicativas: não há vírgula separando a subordinada da principal. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 98 Período Composto: Orações subordinadas ad- verbiais As orações subordinadas adverbiais equivalem a advérbios. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Esse tipo de oração costuma ser iniciado por conjunções subordinativas. As orações subordina- das adverbiais são classificadas a partir do nome da conjunção que as antecede: Oração subordinada adverbial causal Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime causa, é chamada de oração subordinada adverbial causais. Conjunções: como, já que, pois, porque, que, uma vez que. Exemplo: • Ela foi embora, porque estava muito triste. Oração subordinada adverbial comparativa Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime comparação, é chamada de oração subordi- nada adverbial comparativa. Conjunções: como (relacionado a tal, tão, tanto), como se, do que (relacionado a mais, menos, maior, menor, melhor, pior), que. Exemplo: • Prata vale menos do que ouro. Oração subordinada adverbial concessiva Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime contraste, é chamada de oração subordinada adverbial concessiva. Conjunções: ainda que, embora, posto que, se bemque. Exemplo: • Vou encontra-lo, embora ache que não tem mais solução. Oração subordinada adverbial condicional Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime condição, é chamada de oração subordinada adverbial condicional. Conjunções: caso, desde que, contanto que, se. Exemplo: • Irei se puder. Oração subordinada adverbial conformativa Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime conformidade, é chamada de oração subor- dinada adverbial conformativa. Conjunções: como, conforme, segundo. Exemplo: • Resolvi a questão conforme você me ensinou. Oração subordinada adverbial consecutiva Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime consequência, é chamada de oração subor- dinada adverbial consecutiva. Conjunções: de forma que, de maneira que, de modo que, que (relacionado a tal, tão, tanto, tamanho). Exemplo: • Era tão alta que não passava na porta. Oração subordinada adverbial final Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime finalidade, é chamada de oração subordinada adverbial final. Conjunções: a fim de que, para que, porque, que. Exemplos: • Menti para que não brigasse comigo. Oração subordinada adverbial proporcional Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime proporção, é chamada de oração subordina- da adverbial proporcionais. Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que. Exemplos: • À medida que andávamos, ficava mais escuro. Oração subordinada adverbial temporal Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime tempo, é chamada de oração subordinada adverbial temporal. Conjunções: antes que, apenas, assim que, até que, depois que, logo que, quando, tanto que Exemplos: • Assim que a vi, me emocionei. Questão de vestibular (Unesp 2015) Considere a passagem de um romance de Autran Dourado (1926- 2012). A gente Honório Cota Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na cidade — de brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento — então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o vinco per- feito. Dava gosto ver: O passo vagaroso de quem não tem pressa — o mundo podia esperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz pausada e grave, descia a rua LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 99 da Igreja cumprimentando cerimoniosamente, nobre- mente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar. Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro, descarnado, como uma ave pernalta de gran- de porte. Sendo assim tão descomunal, podia ser de- sajeitado: não era, dava sempre a impressão de uma grande e ponderada figura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito me- disse os passos, quebrando os joelhos em reto. Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então sim era a grande, impo- nente figura, que enchia as vistas. Parecia um daque- les cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Palmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros.(Ópera dos mortos, 1970.) No início do segundo parágrafo, por ter na frase a mesma função sintática que o vocábulo “vagaroso” com relação a “passo”, a oração “de quem não tem pressa” é considerada a) coordenada sindética. b) subordinada substantiva. c) subordinada adjetiva. d) coordenada assindética. e) subordinada adverbial. ATIVIDADES DE APROFUNDAMENTO ATIVIDADE 01 https://www.todamateria.com.br/exercicios-de-con- cordancia-verbal/ ATIVIDADE 02 TEXTO 1: A liberdade e o consumo Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela liber- tação dos escravos? No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e Sócrates, pas- sando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transfor- mam em direitos do cidadão? Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias. Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre agressões a essas liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído (cor- rompido?) pelas tentações da sociedade de consumo. O que é percebido como liberdade para um paca- to cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se livremente? O primeiro templo da liberdade burguesa é o su- permercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemen- te supridas que satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora faltava manteiga, ora leite, ora feijão). Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou ícone da liberdade no Leste Europeu. A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta, o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que di- reção partir. Podemos até não ir a lugar algum, mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo. A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou estar tão perto das notícias quanto um presidente da República – que nos momentos dramá- ticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas ou ca- fajestes metamorfoseados em apresentadores de TV. Uma ”liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo especial de ser capaz de falar com qual- quer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por boba que seja. Há ainda uma última liberdade, mais nova: a in- ternet e o correio eletrônico. É um correio sem as peripécias e demoras do carteiro, instantâneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane o destinatário do nosso attachment megabáitico) e que está a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informações, excessivas e desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação. Causa certo desconforto intelectual ver substitu- ídas por objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana. Mas assim é a nossa natureza, só nos preocu- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 100 pamos com o que não temos ou com o que está amea- çado. Se há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência de nossas liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a aliena- ção do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o filósofo Joãozinho Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas por não poder desfrutá-los. Cláudio de Moura Castro 1. O primeiro parágrafo do texto apresenta: a) umasérie de perguntas que são respondidas no desenrolar do texto; b) uma estrutura que procura destacar os itens básicos do tema discutido no texto; c) um questionamento que pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas; d) um conjunto de perguntas retóricas, ou seja, que não necessitam de respostas; e) umas questões que pretendem realçar o valor histórico de alguns heróis nacionais. 2. O item abaixo que indica corretamente o signifi- cado da palavra em maiúsculas no texto é: a) ”…mas não foram as únicas a GALVANIZAR con- trovérsias.” – discutir; b) ”…comer uma banana virou um ÍCONE da li- berdade no Leste europeu.”- fantasia; c) ”…consomem-se filosofia e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; grosseria; d) ”…cafajestes METAMORFOSEADOS em apre- sentadores de TV.” – desfigurados; e) ”…que a distância não mais CERCEIA a comu- nicação…”- impede. 3. ”Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado?”; nesse segmento do texto, o autor afirma que: a) o Estado age obrigatoriamente contra a liber- dade; b) é impossível haver liberdade e governo dita- torial; c) ainda não se chegou a unir os cidadãos e o governo; d) cidadãos e governo devem trabalhar juntos pela liberdade; e) o Estado é o responsável pela liberdade da população. 4. ”O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a li- berdade do consumo…”; o segmento destacado corresponde semanticamente a: a) as despesas do supermercado são muito pe- sadas no orçamento doméstico; b) os salários não permitem que se compre tudo o que se deseja; c) as limitações de crédito impedem que se com- pre o necessário; d) a inflação prejudica o acesso da população aos bens de consumo; e) a satisfação de comprar só é permitida após o recebimento do salário. 5. O item em que NÃO está presente uma crítica do jornalista é: a) “Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.” b) “…vive sob o manto da lei (ainda que capen- ga)…” c) “…de ver um programa imbecil ou um jogo,…” d) “…consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.” e) “O primeiro templo da sociedade burguesa é o supermercado…” 6. Observe a frase ”Não houve ideal comunista que resistisse às tentações…”. Se colocássemos ideal no plural, quantas outras palavras sofreriam al- teração? a) uma b) duas c) três d) quatro e) nenhuma 7. “Os esgotos ………. grandes causadores de polui- ção, pois ao não receberem o tratamento adequa- do, liberam à natureza diversos poluentes que ………. a deterioração dos rios, lagos e oceanos. É no esgoto, também, que se ………. bactérias, vírus e larvas de parasitas, considerados nocivos.” De acordo com a norma-padrão da Língua Portu- guesa, no que se refere à concordância verbal, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com: a) são considerado – provoca – encontram b) é considerado – provoca – encontram c) são considerados – provocam – encontram d) são considerados – provoca – encontra e) é considerado – provocam – encontra 8. Indique a opção correta: a) Os Alpes é a maior cordilheira da Europa. b) Ainda haviam pedaços de granizo na serra gaú- cha. c) Faz muitos anos que o IBGE não vem aqui. d) Bateu três horas no relógio da escola. e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 101 9. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal: a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade. b) Não haviam dúvidas sobre a necessidade da imigração. c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assi- nada. d) Há problemas nos seus documentos. e) Mais de um aluno daquela turma foi reprovado. 10. A concordância do verbo está correta em: a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram. b) Apesar da greve, diretores, professores, fun- cionários, ninguém foram demitidos. c) Haviam muitas ciladas em seu caminho. d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão. e) Vossa Excelência enganastes vossos eleitores. 11. “É provável que ……. vagas na academia, mas não ……. pessoas interessadas: são muitas as forma- lidades a ……. cumpridas.” a) hajam – existem – ser b) hajam – existe – ser c) haja – existem – serem d) haja – existe – ser e) hajam – existem – serem 12. Indique a alternativa correta: a) Tratavam-se de questões fundamentais. b) Comprou-se terrenos no subúrbio. c) Precisam-se de datilógrafas. d) Reformam-se ternos. e) Aqui, se obedecem aos severos regulamentos. 13. Indique a alternativa correta: a) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tira- vam da apatia. b) É cinco horas da tarde. c) Da cidade à praia é dois quilômetros. d) Vossa Senhoria fará uma bela viagem. e) O fazendeiro com os peões levantou a cerca. 14. “A apuração dos dois crimes ………… até que se ………… provas decisivas.” a) vai continuar, encontrem b) vão continuar, encontre c) vai continuarem, encontrem d) vai continuar, encontrarem e) vai continuando, encontrassem 15. “Já ………. anos, ………. neste local árvores e flores. Hoje, só ………. ervas daninhas.” a) fazem, haviam, existe b) fazem, havia, existe c) fazem, haviam, existem d) faz, havia, existem e) faz, havia, existe 16. A alternativa aceitável é: a) Mais de cem interessados na vaga enviaram currículo. b) Precisa-se de motoristas experientes. c) Canoas localizam-se no Rio Grande do Sul. d) Telefone, computador, fax, tudo auxilia o ho- mem. e) Os Lusíadas tornaram Camões famoso. 17. “Além disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma questão velada de repressão.” O verbo prevalecer concorda com o termo: a) as regras b) nos c) os discursos d) uma questão e) devemos 18. A alternativa onde a concordância está equivo- cada é: a) Consertam-se televisores. b) Precisa-se de técnicos em eletrônica. c) Os pais, os avós, os vizinhos, ninguém perce- beu a criança saindo. d) Eu e você compraremos os ingressos amanhã. e) Algum de vós conseguireis a bolsa de estudo? 19. Assinale a alternativa em que a concordância fica- ria incorreta se o verbo destacado fosse colocado no plural. a) Já chegou o palestrante e seu assistente. b) Uma manada escapou das jaulas. c) Não foram nós quem decidiu a data do jogo. d) A maioria das questões apresentava dificul- dades. e) A alegria e o contentamento marcou sua vida. 20. Observe: I – Os Estados Unidos não divulgou a notícia. II – Não fomos nós que atrapalhamos a reunião. III – Os Sertões reconstitui a trágica história de Canudos. IV – O aluno, o professor, funcionário, ninguém viu o diretor. Estão corretas: a) apenas I b) I, II c) I, III, IV d) II, III, IV e) todas LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 102 ATIVIDADE 03 Química da digestão Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não podemos tirar energia da luz do sol para viver, como os vegetais, essa energia usada pelo nosso organismo vem das reações químicas que acontecem nas nossas células. Podemos nos comparar a uma fábrica que funcio- na 24 horas por dia. Vivemos fazendo e refazendo os materiais de nossas células. Quando andamos, can- tamos, pensamos, trabalhamos ou brincamos, esta- mos consumindo energia química gerada pelo nosso próprio organismo. E o nosso combustível vem dos alimentos que comemos. No motor do carro, por exemplo, a gasolina ou o álcool misturam-se com o ar, produzindo uma com- bustão, que é uma reação química entre o combustível e o oxigênio do ar. Do mesmo modo, nas células do nosso organismo, os alimentos reagem com o oxigênio para produzir energia. No nosso corpo, os organismos são transformados nos seus componentes mais sim- ples, equivalentes à gasolina ou ao álcool, e, portanto, mais fáceis de queimar. O processo se faz através de um grande número de reações químicas que começam a se produzir na boca, seguem no estômago e aca- bam nos intestinos. As substâncias presentes nesses alimentos são decompostas pelos fermentos digesti- vos e se transformamem substâncias orgânicas mais simples. Daí esses componentes são transportados pelo sangue até as células. Tudo isso também con- some energia. A energia necessária para todas essas transfor- mações é produzida pela reação química entre esses componentes mais simples, que são o nosso com- bustível e o oxigênio do ar. Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem chamas, que se faz dentro de pequenas formações que existem nas células, as mitocôndrias, que são nossas verdadeiras usinas de energia. 1. O texto afirma que o nosso corpo pode ser com- parado a uma fábrica porque: a) reage quimicamente pela combustão b) move-se a base de gasolina ou álcool c) produz energia a partir dos alimentos d) utiliza oxigênio como combustível e) Funciona 22 horas por dia 2. “Tudo isso também consome energia” (3º pará- grafo ). No trecho, a expressão em destaque se refere a: a) Fermentos digestivos b) combustíveis c) reações químicas d) usinas de energia e) energia 3. Depois de processadas pelos fermentos digesti- vos, as substâncias são levadas para: a) a boca b) as células c) o estômago d) os intestinos e) o esôfago 4. As mitocôndrias são essenciais para o funciona- mento do nosso corpo porque são responsáveis por: a) digerir os alimentos b) produzir energia c) renovar as células d) transportar o oxigênio e) limpar nosso sangue 5. Este texto pode ser considerado um artigo de divulgação científica porque apresenta: a) explicação detalhada sobre um acontecimento recente b) expressões coloquiais para exemplificar o pro- cesso da digestão c) linguagem figurada para descrever o processo de combustão d) vocabulário técnico para explicar a química da digestão e) uma explicação muito complexa 6. O texto trata: a) da constituição do aparelho digestivo b) da digestão como fonte de energia c) dos cuidados para uma boa alimentação d) dos elementos que compõem o corpo humano e) do processo da degustação 7. “Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem chamas”. O termo destacado poderia ser substituído por qualquer uma das expressões abaixo, exceto: a) porém b) contudo c) todavia d) entretanto e) porque 8. Leia a oração: “Divulgou-se muito a manifestação dos caras-pintadas”. Se colocarmos manifestação no plural, quantas outras palavras serão altera- das? a) uma b) duas c) três d) quatro e) nenhuma 9. Assinale a alternativa CORRETA com relação à concordância verbal. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 103 a) Quais de vocês cometeu o maior pecado? b) Fui eu que pagou as despesas. c) Falta três segundos para o término da partida. d) Mais de cem pessoas foi testemunha do assalto. e) Dezenas de estudantes foram prejudicados. 10. Qual a alternativa em que a concordância está errada? a) Precisam-se de funcionários. b) Necessita-se de pedreiros. c) Vende-se gelo cristal. d) Compram-se revistas e jornais velhos. e) Parabenizou-se a diretora. 11. Qual a alternativa que completa as frases corre- tamente? – O relógio ………….. sete horas. – Naquela relojoaria ………… relógios. – Ontem ………. bons filmes no cinema. a) batem – consertam-se – havia b) bate – consertam-se – havia c) bateram – conserta-se – houveram d) batem – consertam-se – haviam e) bate – conserta-se – havia 12. Em que item há um erro de concordância verbal? a) Já soaram duas horas no relógio da torre. b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na so- ciedade. c) Fazem dois meses que o visitei. d) Fui eu quem apresentei esta solução. e) Há muitos candidatos a essa vaga. 13. Indique a alternativa que preenche adequada- mente as lacunas da frase: “_________ anos que o homem se pergunta: Se não _______ medos, como _________ esperanças?” a) Faz – houvesse – existiriam b) Fazem – houvesse – existiriam c) Fazem – houvessem – existiriam d) Faz – houvesse – existia e) Faz – houvessem – existiria 14. Assinale a única frase que pode ser preenchida com a primeira forma verbal entre parênteses. a) O roqueiro e a atriz _____ o evento num gran- de espetáculo. (transformou – transformaram) b) A maioria dos indivíduos __________ com uma vida digna. (sonha sonham) c) O chefe da seção com o gerente _______ a argumentos de força para estimular seus fun- cionários. (recorreu – recorreram) d) Já ________ dez horas e nada dele chegar. (é – são) e) __________ se muitas mercadorias ruins. (En- contra Encontram) 15. O enunciado “Vossa Excelência não deve fazer prevalecer os seus interesses sobre os de vossos eleitores” foi usado por um deputado para criticar um colega de parlamento. Quanto aos pronomes que compõem a forma de tratamento do período, pode se afirmar que: a) estão todos corretos; b) está incorreto o emprego do possessivo vossos; c) está incorreto o emprego do pronome de tra- tamento Vossa Excelência, para um deputado; d) está incorreto o emprego do possessivo seus; e) estão todos incorretos. 16. A alternativa que respeita a norma culta é: a) Campinas ficam no Estado de São Paulo. b) Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveram. c) Haviam muitas crianças no parque ontem. d) Tempos atrás, viviam-se com mais tranquilidade. e) Da cidade à ilha é uma hora e quarenta minutos. 17. Leia as frases: I. Infelizmente, há excessos no uso de agrotóxicos. II. Consomem-se muitos alimentos com agrotó- xicos. III. Manaus são a campeã no abuso de agrotóxicos. Está(ao) correta(s), quanto à concordância verbal: a) I b) II c) III d) I e II e) II e III 18. Lembrando-se das regras de concordância dos verbos HAVER e FAZER, marque a opção incor- reta: a) Havia candidatos à espera do resultado. b) Há tempos que não visito meus familiares. c) Fazem meses que não chove o suficiente. d) Ontem fez dez anos que casamos. e) Essas crianças fazem muitas travessuras. 19. “Não _____ ainda sete horas, e já _____ muitas pessoas que _____ o início do expediente”. a) eram – haviam – aguardava b) eram – havia – aguardavam c) era – haviam – aguardava d) era – haviam – aguardavam e) era – havia – aguardavam 20. Passe para o plural: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 104 COMPONENTE CURRICULAR ENSINO RELIGIOSO EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS Compreender-se como ser em cons- trução na relação com o “outro”, com a natureza e com o Transcendente no processo dialético da existência humana. Cultura e Transcendência. Tema: Visão antropológica, filosófica e sociológica do ser humano. O ser humano é um ser em cons- trução. O ser humano é um ser de trans- cendência. O ser humano constrói a cultura na relação com a natureza, com o ou- tro e com o Transcendente. A religião e a cultura são indisso- ciáveis. Investigar e argumentar sobre os questionamentos existenciais relacio- nando-os com as crenças religiosas. Culturas e Tradições Religio- sas. Tema: Filosofia da Tradição Religiosa. O ser humano investiga a razão de sua existência: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? As Tradições Religiosas e suas res- postas às questões existenciais. O respeito à diversidade religiosa e às suas respostas para os questio- namentos existenciais. Introdução A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo para as redes de ensino e suas instituições públicas e privadas, referência obrigatória para elaboração dos currículos escolares e propostas pedagógicas para a educação infantil, ensino funda- mental e ensino médio no Brasil. Esse documento, na parte que aborda o Ensino Religioso, menciona que o ser humano se constrói a partir de um conjunto de relações tecidas em determinado contexto histórico- -social, em um movimento ininterrupto de apropria- ção e produção cultural. E aponta que, nesse proces- so, o sujeito se constitui enquanto ser de imanência (dimensão concreta, biológica) e de transcendência (dimensão subjetiva, simbólica), sendo que ambas as dimensões possibilitam que os humanos se relacio- nem entre si, com a natureza e com a(s) divindade(s), percebendo-se como iguais e diferentes. A percepção das diferenças (alteridades) possibili- ta a distinção entre o “eu” e o “outro”, “nós” e “eles”,cujas relações dialógicas são mediadas por referen- ciais simbólicos (representações, saberes, crenças, convicções, valores) necessários à construção das identidades. É importante reconhecer, valorizar e aco- lher o caráter singular e diverso do ser humano, por meio da identificação e do respeito às semelhanças e diferenças entre o eu (subjetividade) e os outros (alteridades), compreender os símbolos e significados e a relação entre imanência e transcendência. A dimensão da transcendência, segundo a BNCC, é matriz dos fenômenos e das experiências religio- sas, uma vez que, em face da finitude, os sujeitos e as coletividades sentiram-se desafiados a atribuir sentidos e significados à vida e à morte. Na busca de respostas, o ser humano conferiu valor de sacralidade a objetos, coisas, pessoas, forças da natureza ou seres sobrenaturais, transcendendo a realidade concreta. Essa dimensão transcendental é mediada por lin- guagens específicas, tais como o símbolo, o mito e o rito. No símbolo, encontram-se dois sentidos distintos e complementares. Por exemplo, objetivamente uma flor é apenas uma flor. No entanto, é possível reco- nhecer nela outro significado: a flor pode despertar emoções e trazer lembranças. Assim, o símbolo é um elemento cotidiano ressignificado para representar algo além de seu sentido primeiro. Sua função é fazer a mediação com outra realidade e, por isso, é uma das linguagens básicas da experiência religiosa. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 105 Tal experiência é uma construção subjetiva ali- mentada por diferentes práticas espirituais ou ritu- alísticas, que incluem a realização de cerimônias, celebrações, orações, festividades, peregrinações, entre outras. Enquanto linguagem gestual, os ritos narram, encenam, repetem e representam histórias e acontecimentos religiosos. Desta forma, se o símbolo é uma coisa que significa outra, o rito é um gesto que também aponta para outra realidade. Os rituais religiosos são geralmente realizados coletivamente em espaços e territórios sagrados (montanhas, mares, rios, florestas, templos, santuá- rios, caminhos, entre outros), que se distinguem dos demais por seu caráter simbólico. Esses espaços cons- tituem-se em lócus de apropriação simbólico-cultural, onde os diferentes sujeitos se relacionam, constroem, desenvolvem e vivenciam suas identidades religiosas. Nos territórios sagrados frequentemente atuam pessoas incumbidas da prestação de serviços religio- sos. Sacerdotes, líderes, funcionários, guias ou espe- cialistas, entre outras designações, desempenham funções específicas: difusão das crenças e doutrinas, organização dos ritos, interpretação de textos e narra- tivas, transmissão de práticas, princípios e valores etc. Portanto, os líderes exercem uma função pública, e seus atos e orientações podem repercutir sobre outras esferas sociais, tais como economia, política, cultura, educação, saúde e meio ambiente. É importante conhecer, valorizar e respeitar as distintas experiências e manifestações religiosas, e compreender as relações estabelecidas entre as li- deranças e denominações religiosas e as distintas esferas sociais. As crenças religiosas e filosofias de vida, mostram aspectos estruturantes das diferentes tradições/movi- mentos religiosos e filosofias de vida, especialmente os mitos, ideia(s) de divindade(s), crenças e doutrinas religiosas, tradições orais e escritas, ideias de imorta- lidade, princípios e valores éticos. Os mitos são outro elemento estruturante das tradições religiosas. Eles representam a tentativa de explicar como e por que a vida, a natureza e o cosmos foram criados. Apresentam histórias dos deuses ou heróis divinos, relatando, por meio de uma lingua- gem rica em simbolismo, acontecimentos nos quais as divindades agem ou se manifestam. O mito é um texto que estabelece uma relação en- tre imanência (existência concreta) e transcendência (o caráter simbólico dos eventos). Ao relatar um acon- tecimento, o mito situa-se em um determinado tempo e lugar e, frequentemente, apresenta-se como uma história verdadeira, repleta de elementos imaginários. No enredo mítico, a criação é uma obra de divin- dades, seres, entes ou energias que transcendem a materialidade do mundo. São representados de di- versas maneiras, sob distintos nomes, formas, faces e sentidos, segundo cada grupo social ou tradição religiosa. O mito, o rito, o símbolo e as divindades alicerçam as crenças, entendidas como um conjunto de ideias, conceitos e representações estruturantes de determinada tradição religiosa. As crenças fornecem respostas teológicas aos enigmas da vida e da morte, que se manifestam nas práticas rituais e sociais sob a forma de orientações, leis e costumes. Esse conjunto de elementos originam narrativas religiosas que, de modo mais ou menos organizado, são preservadas e passadas de geração em geração pela oralidade. Des- se modo, ao longo do tempo, cosmovisões, crenças, ideia(s) de divindade(s), histórias, narrativas e mitos sagrados constituíram tradições específicas, inicial- mente orais. Em algumas culturas, o conteúdo dessa tradição foi registrado sob a forma de textos escritos. No processo de sistematização e transmissão dos textos sagrados, sejam eles orais, sejam eles escritos, certos grupos sociais acabaram por definir um con- junto de princípios e valores que configuraram dou- trinas religiosas. Estas reúnem afirmações, dogmas e verdades que procuram atribuir sentidos e finalidades à existência, bem como orientar as formas de rela- cionamento com a(s) divindade(s) e com a natureza. As doutrinas constituem a base do sistema religio- so, sendo transmitidas e ensinadas aos seus adeptos de maneira sistemática, com o intuito de assegurar uma compreensão mais ou menos unitária e homo- gênea de seus conteúdos. No conjunto das crenças e doutrinas religiosas encontram-se ideias de imor- talidade (ancestralidade, reencarnação, ressurreição, transmigração, entre outras), que são norteadoras do sentido da vida dos seus seguidores. Essas informa- ções oferecem aos sujeitos referenciais tanto para a vida terrena quanto para o pós-morte, cuja finalidade é direcionar condutas individuais e sociais, por meio de códigos éticos e morais. Tais códigos, em geral, definem o que é certo ou errado, permitido ou proi- bido. Esses princípios éticos e morais atuam como balizadores de comportamento, tanto nos ritos como na vida social. Também as filosofias de vida se ancoram em prin- cípios cujas fontes não advêm do universo religioso. Pessoas sem religião adotam princípios éticos e mo- rais cuja origem decorre de fundamentos racionais, filosóficos, científicos, entre outros. Esses princípios, geralmente, coincidem com o conjunto de valores se- culares de mundo e de bem, tais como: o respeito à vida e à dignidade humana, o tratamento igualitário das pessoas, a liberdade de consciência, crença e con- vicções, e os direitos individuais e coletivos. O ser humano é um ser em construção A religiosidade é a busca do ser humano por res- postas além do que pode ser visto, tocado e compre- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 106 endido de forma racional. Não somos algo pronto, estamos em constante construção. Isso nos deixa vul- neráveis, mas é o que nos permite evoluir e melhorar a cada dia. Há vários caminhos para buscar respostas sobre o sentido da vida. A Ciência, a Filosofia, a Arte e a Religião são maneiras de o ser humano compreender a si mesmo, ao outro e ao mundo que nem sempre estão em concordância, mas podem se complementar. Leia o poema de Alberto Caeiro, heterônimo do poeta português Fernando Pessoa: Há metafísica bastante em não pensar em nada. O que penso eu do Mundo? Sei lá o que penso do Mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso. Que ideia tenho eu das coisas? Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos? Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma E sobre a criação do Mundo? Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos E não pensar.É correr as cortinas Da minha janela (mas ela não tem cortinas). O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério! O único mistério é haver quem pense no mistério. Quem está ao sol e fecha os olhos, Começa a não saber o que é o Sol E a pensar muitas coisas cheias de calor. Mas abre os olhos e vê o Sol, E já não pode pensar em nada, Porque a luz do Sol vale mais que os pensamentos De todos os filósofos e de todos os poetas. A luz do Sol não sabe o que faz E por isso não erra e é comum e boa. Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores A de serem verdes e copadas e de terem ramos E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar, A nós, que não sabemos dar por elas. Mas que melhor metafísica que a delas, Que é a de não saber para que vivem Nem saber que o não sabem? «Constituição íntima das coisas»... «Sentido íntimo do Universo»... Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada. É incrível que se possa pensar em coisas dessas. É como pensar em razões e fins Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão. Pensar no sentido íntimo das coisas É acrescentado, como pensar na saúde Ou levar um copo à água das fontes. O único sentido íntimo das coisas É elas não terem sentido íntimo nenhum. Não acredito em Deus porque nunca o vi. Se ele quisesse que eu acreditasse nele, Sem dúvida que viria falar comigo E entraria pela minha porta dentro Dizendo-me, Aqui estou! (Isto é talvez ridículo aos ouvidos De quem, por não saber o que é olhar para as coi- sas, Não compreende quem fala delas Com o modo de falar que reparar para elas ensina.) Mas se Deus é as flores e as árvores E os montes e sol e o luar, Então acredito nele, Então acredito nele a toda a hora, E a minha vida é toda uma oração e uma missa, E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos. Mas se Deus é as árvores e as flores E os montes e o luar e o sol, Para que lhe chamo eu Deus? Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar; LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 107 Porque, se ele se fez, para eu o ver, Sol e luar e flores e árvores e montes, Se ele me aparece como sendo árvores e montes E luar e sol e flores, É que ele quer que eu o conheça Como árvores e montes e flores e luar e sol. E por isso eu obedeço-lhe, (Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?), Obedeço-lhe a viver, espontaneamente, Como quem abre os olhos e vê, E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes, E amo-o sem pensar nele, E penso-o vendo e ouvindo, E ando com ele a toda a hora. “O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). - 28. No poema, o eu-lírico faz uma reflexão sobre o sentido da vida, sobre a existência e sobre Deus. O que você pensa sobre tudo isso? Se você estivesse num diálogo com o autor do poema, o que diria para ele? O ser humano é um ser de transcendência A transcendência é tudo aquilo que está além do mundo material, refere-se aos fenômenos de natu- reza metafísica. É um conceito que está na filosofia na gênese das reflexões sobre o sentido da existên- cia do mundo e da vida humana, desde os filósofos da Grécia Antiga. O conceito também é valorizado e discutido no campo da teologia e nas religiões, pois, alcançar a transcendência é estar em contato com o mundo espiritual, com as divindades - é a superação dos limites físicos do ser humano. A busca pela transcendência sempre acompanhou o ser humano, pois tem a ver com a vida e a morte e a possibilidade da existência de algo para além da vida terrena. Na necessidade de entender a imortalidade, o ser humano procura explicações além da realidade material, daquilo que é palpável de ser compreendido pelos sentidos. Sabemos que existe o mundo material porque vivemos nele e o experimentamos com nossos sentidos. Por outro lado, o que é do mundo espiritu- al e imaterial não pode ser comprovado científica e empiricamente. A transcendência seria, então, um caminho para a conexão com o divino, a projeção do ser humano para uma dimensão espiritual, onde podem ser en- contradas as respostas para as profundas questões humanas. A religiosidade e a fé podem ser uma das formas pelas quais o ser humano poderá alcançar ou compreender o que é de natureza transcendental. Nesse sentido, algumas religiões, de acordo com sua doutrina, descrevem caminhos para o contato com o mundo espiritual. Transcendente, então, seria aquilo que está além do estado material, que pertence ao mundo espiritual e cujo fim seria externo a si mesmo. Imanente, por sua vez, é aquilo que representa uma realidade material. É essa a realidade que conhecemos e que podemos experimentar e explicar com a utilização dos nossos sentidos. A imanência e a transcendência também estão relacionadas à concepção de Deus para as religiões. Algumas doutrinas, como as religiões panteístas, acreditam que Deus é imanente, que Ele é parte de tudo e, portanto, não pode ser dissociado do mundo material. Outras religiões, especialmente as de tra- dição judaico-cristã e islâmica, acreditam que Deus é transcendente. Ele é o criador de tudo, inclusive da matéria, por isso, é separado dela. Vamos refletir sobre transcendência, imanência e Deus com a escritora Clarice Lispector, no conto “Perdoando Deus”. Perdoando Deus (Clarice Lispector) Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. Não era tour de propriétaire, nada daquilo era meu, nem eu que- ria. Mas parece-me que me sentia satisfeita com o que via. Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho, mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso “fosse mesmo” o que eu sentia – e não LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 108 possivelmente um equívoco de sentimento – que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas por- que não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo, e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre. E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriça- da pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violen- tamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos. Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contiguidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava- -me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admito e oquero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra es- piritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me de- voraram com pressa e raiva. Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o co- ração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado podia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual se- ria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais. Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar – não conte, só por carinho não conte, guar- de para você mesma as vergonhas Dele – mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação... mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompre- ensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem com- preender que a solenidade ritualiza a incompre- ensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É tam- bém porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também que- ria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o mag- nificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha sim- plicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas por- que não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 109 sem lividez esta minha alma que é apenas conti- da. Talvez eu tenha que chamar de “mundo” esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imagi- nar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe. – Clarice Lispector, no livro “Felicidade clandestina”. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Como você percebe a transcendência, a imanência e a ideia de Deus no conto de Clarice Lispector? Diversidade Religiosa e as respostas às questões existenciais Eduardo Kobra Agora, para refletir como o ser humano constrói a cultura na relação com a natureza, com o outro e com o Transcendente, fazendo, assim, com que religião e cultura sejam indissociáveis, vamos ana- lisar o artigo “A liberdade religiosa como direito à transcendência”, do professor de História Moderna no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp Rui Luis Rodrigues. A partir desse artigo, estabeleceremos uma co- nexão com os questionamentos mais comuns do ser humano em relação à sua existência, como “Quem sou? De onde vim? Para onde vou?”. A partir das reflexões que o professor Rui Luis instiga, é possível pensar como as Tradições Religiosas tenta respon- der a essas questões e reafirma a necessidade do respeito à diversidade religiosa. ARTIGO A liberdade religiosa como direito à transcendência Rui Luis Rodrigues, professor de História Moderna no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp Rui Luis Rodrigues SEG, 25 MAR 2019 | 13:53 “Todo ser humano tem direito à liberdade de pen- samento, consciência e re- ligião; este direito inclui a liberdade de mudar de reli- gião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular”. (Declaração Universal dos Direitos Humanos) – I – Encontramo-nos na situação, impensável há dez anos, em que é preciso reafirmar valores e convicções que julgávamos definitivamente estabelecidos. De re- pente, nesse nevoeiro da chamada “pós-modernida- de” com seus desdobramentos quase nunca claros, o que antes era óbvio deixou de sê-lo. Para iniciarmos nossa reflexão, basta pensarmos no fato de que a própria ideia de que os seres hu- manos possuem direitos considerados inalienáveis passou a ser estranha para muita gente – e isso no âmbito mesmo da sociedade ocidental onde a De- claração Universal dos Direitos Humanos foi gestada como resposta à barbárie perpetrada não apenas pelo totalitarismo fascista, mas também por outras instân- cias que operaram, em diferentes contextos, formas de degradação do ser humano. A lição deveria ter sido aprendida. Os fatos perma- necem, patentes, diante de nossa memória coletiva: Auschwitz, os relatos tétricos sobre os gulag stalinis- tas, o genocídio de que foram vítimas os armênios, as violências étnicas em diferentes partes do mun- do que, não raramente, incluíram violência sexual, a precarização contínua das condições de vida do povo palestino, os preconceitos contra as minorias, as múltiplas formas pelas quais regimes ditatoriais impuseram não apenas limitações brutais à liberdade humana, mas realizaram a própria desumanização de milhares e milhares de pessoas através da tortura. Infelizmente, essa lista está longe de ser exaustiva; e, para nossa maior consternação, boa parte dela se con- cretizou após a decisão memorável das Nações Unidas de exarar, em nome dos países que a compõem, uma Declaração Universal dos Direitos Humanos. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 110 Mais assustador, talvez, do que perceber a ocor- rência insistente desses ataques aos direitos que,supomos, teria ficado claro todos os seres humanos possuírem, é perceber a indiferença para com o pró- prio tema dos direitos humanos por parte de pessoas que, até por razões de lógica e de formação civiliza- cional, deveriam defender esse ideário. De repente, tornou-se aceitável manifestar, nesse ambiente líqui- do e plurifacetado das redes sociais, gestos de into- lerância, crenças que excluem e desumanizam seres humanos, agendas que, em nome de uma pretensa “segurança”, defendem o raciocínio torto e infeliz de que “direitos humanos” deveriam ser estendidos apenas a “humanos direitos” – e com isso, na super- ficialidade e ignorância que caracteriza boa parte dos discursos disseminados por essas novíssimas mídias, as pessoas não percebem que operam uma distinção totalmente infundada e arbitrária entre aqueles que são, apenas, seres humanos e cujos direitos são-lhes inalienáveis apenas e tão somente por causa de sua humanidade. Será demais lembrar, nesse contexto, que na base da barbárie nazista – esse símbolo que permanece, e deverá permanecer enquanto manti- vermos memória, como ícone do quão criminoso o ser humano pode se tornar na intolerância para com seu próximo – estava a ideia de que, ao fim e ao cabo, aqueles judeus que eram presos e deportados eram “menos do que humanos”? Será difícil perceber que, para aqueles vizinhos que denunciavam às autorida- des nazistas os judeus porventura escondidos na casa ao lado, tal atitude justificava-se porque esses não seriam “humanos direitos”? Parece-me que, em termos globais, estamos numa encruzilhada decisiva. Numerosos fatores têm produ- zido em diferentes partes do mundo a relativização desse patrimônio que tão arduamente construímos; esse patrimônio que supõe a igualdade plena de todos os seres humanos e que defende, para o conjunto da humanidade, uma pletora de direitos cuja supressão e cancelamento pode conduzir a níveis impensáveis de violência e de barbárie. Está posta, portanto, para todos nós, a necessidade de lutarmos pela aplicação de políticas que garantam, das formas mais amplas possíveis, o usufruto desses direitos por todos os seres humanos. – II – A razão pela qual se considerou necessário assegu- rar, na Declaração, esse direito à liberdade religiosa é relativamente óbvia: em poucas áreas que não o cam- po religioso, se manifestaram tão consistentemente, ao longo da história, a intransigência e a intolerância. Lidando sempre com as convicções mais profundas dos seres humanos, as religiões foram, por demais vezes, fonte de discriminação e de violência. Isso ex- plica por que, na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, a expressão “religião” aparece di- versas vezes em contextos que chamarei “negativos”, ou seja, onde a menção não tem como finalidade a referência à liberdade religiosa, mas aos entraves que a religião pode gerar à plena vivência dos direitos hu- manos. Assim, o Artigo 2º. da Declaração estabelece que ninguém pode ser excluído de quaisquer direitos e liberdades por força de alguma distinção em maté- ria religiosa; o Artigo 16º. insiste que, considerada a expressa anuência dos nubentes, nenhuma barreira ao direito humano de casar-se pode advir de ques- tões de fundo religioso; e o Artigo 26º. declara que a educação deve ter, entre suas finalidades, o fomento da compreensão, tolerância e amizade entre nações e grupos raciais ou religiosos. Para os idealizadores da Declaração estava claro que as convicções religiosas podiam se tornar, com muita facilidade, motivos para a segregação, a discriminação e, no limite, a violência. Mas esse risco, de cuja plausibilidade a história presta tanto testemunho, não excluía, para os autores e signatários desse documento, a importância dessa liberdade específica. É em função dessa importância que se julgou necessário assegurar esse direito como um dos direitos fundamentais dos seres humanos. O tema “religião” é tão complexo quanto o vocá- bulo que usamos para defini-lo. “Religião” é um con- ceito cuja construção cultural deve muito às socieda- des ocidentais, desde as origens dessas sociedades na cultura latina. O termo romano religio, que nomeava a precisão e escrupulosidade em relação às práticas de culto e à memória dos ancestrais, passou a ser usado para a caracterização de diferentes sistemas de crença e de interpretação do mundo. [1] Não nos cabe, aqui, discutir a pertinência ou não desse conceito para cos- mologias desenvolvidas fora desse Ocidente onde o termo acabou formatado. Basta-nos considerar que, de uma forma ou de outra, a palavra serve para fazer referência a um fato incontornável: em toda parte os seres humanos desenvolveram formas de interpretar o mundo e de compreender seu próprio lugar nele; em toda parte os seres humanos depositaram, nes- ses sistemas de crença, de preservação da herança dos seus antepassados ou de filosofias de existência, suas convicções mais íntimas e mais candentes. Nesse sentido, talvez proceda a definição de “religião” sur- gida numa das vertentes do cristianismo ocidental: para o luterano Paul Tillich, a fé religiosa seria aquilo que expressa a “preocupação suprema” do ser hu- mano, aquilo que o move mais profundamente. [2] Não se trata de encontrar uma dimensão “essencial” que daria forma e sentido a todas as religiões (essa LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 111 foi a ambição da antiga fenomenologia das religiões; uma perspectiva que conserva valor para os estudos teológicos, mas de pouca utilidade para a história ou a antropologia); [3] a questão é simplesmente reco- nhecer que uma ação básica dos seres humanos, a de interpretar a si mesmo e ao mundo, não poucas vezes tem assumido formas que podemos chamar de religiosas. – III – Se as religiões lidam com as convicções mais pro- fundas dos seres humanos, mobilizando o que nos é mais caro (tradições ancestrais, heranças afetivas, expectativas para o presente e para o futuro); se elas desempenham, para um grande número de pessoas, um papel fundamental na compreensão do mundo e na própria aventura, individual, mas também comu- nitária, de autocompreensão, é de se crer que sua im- portância – e seu caráter inalienável enquanto direito – estejam estabelecidos. Na expressão religiosa o ser humano encontra condições para se autotranscender, para ir além de si mesmo. Essa transcendência que a religião torna possível não está condicionada à cren- ça num Outro transcendente, sugerida por diversas religiões; mesmo naquelas que não estão ligadas à noção de um sagrado transcendente a possibilidade de transcendência persiste, porque continua sendo possível que o ser humano se mova para além de si, na direção das outras pessoas. Nesse sentido a ati- tude religiosa ensina algo, mesmo àqueles que não professam qualquer religião: a identificação de uma “preocupação suprema” mostra que não consegui- mos viver apenas no círculo restrito de nosso self; precisamos aprender os caminhos que nos conduzam para fora de nós e facilitem nossas ligações com a comunidade humana. A liberdade religiosa é, portanto, um direito à transcendência. Dado o enraizamento profundo des- sa experiência humana, a supressão dessa liberdade tem consequências funestas. Vedar o exercício da li- berdade religiosa na forma de práticas de devoção, experiências de culto ou rememoração e perpetuação de tradições constitui aquilo que já foi denominado es- poliação antropológica. “A pobreza africana é uma po- breza antropológica”, escreveu o teólogo camaronês Engelbert Mveng, querendo significar com isso que a exploração ocidental na África privou os africanos não apenas de melhores condições socioeconômicas pela redução à pobreza material, mas espoliou-os também de suas tradições ancestrais e de suas cosmovisões específicas ao forçar seu enquadramento em sistemas religiosos alienígenas; essa violência, dirigida contra a própria “ipseidade” desses povos, se reproduz cada vez que a liberdade fundamental de se cultivaras li- gações com nossas próprias fontes de compreensão do mundo é cerceada. [4] Alguns exemplos contemporâneos deveriam nos encher os olhos de lágrimas. Em páginas repletas de depoimentos tocantes, o jornalista francês Sébastien de Courtois narra o que ele chama de “o crepúsculo dos cristãos do Oriente”: como o avanço do radicalis- mo islâmico tem, nos últimos anos, extirpado violen- tamente da Síria, da Turquia, do Líbano e do Iraque as tradições de comunidades cristãs bimilenares. [5] Nem a oposição de líderes islâmicos esclarecidos de todo o mundo, nem os belos e significativos diálogos mantidos há décadas entre muçulmanos e cristãos de diferentes confissões têm sido suficientes para impedir essa violência, conduzida por pessoas que, infelizmente, amparam suas convicções religiosas em fuzis e, assim empoderadas, dão azo à sua intole- rância. [6] Em nosso próprio país, nos últimos anos, foram documentadas numerosas ocorrências de discri- minação e violência contra praticantes de religiões de matriz africana. Somente no Rio de Janeiro, em 2016, mais de 70% dos 1.014 casos documentados pela Comissão Estadual de Combate à Intolerância Religiosa eram casos de violência contra fiéis de re- ligiões como Candomblé e Umbanda e incluíam de- predação de locais sagrados e de objetos de culto; em sua grande maioria, esses atos foram perpetrados por pessoas ligadas a confissões cristãs-evangélicas. [7] Também aqui, como no caso das relações entre cristãos e muçulmanos, houve vozes sensatas que se levantaram contra esse abuso: a direção nacional do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, que congrega em sua maioria denominações protestantes brasileiras chamadas “tradicionais”, ou seja, que não pertencem às tradições pentecostais e carismáticas) criou um Fundo de Solidariedade para o Enfrenta- mento de Violências Religiosas; e uma comunidade luterana da cidade do Rio de Janeiro chegou a coletar doze mil reais para a reconstrução de um terreiro de candomblé que sofreu oito tentativas de destruição que incluíram, em 2014, um incêndio que destruiu parcialmente as instalações. [8] Mas as religiões de matriz africana não sofrem so- mente esses ataques. Outras formas de violência são mais persistentes, mais insidiosas e frequentemente menos percebidas. Há que considerar, por exemplo, a violência simbólica – efetiva espoliação antropoló- gica – a que são submetidas crianças de famílias can- domblecistas em escolas pretensamente laicas, mas onde se ministra, muitas vezes sub-repticiamente, um ensino religioso de caráter cristão. Numa tese de doutorado defendida em 2016 no Instituto de Filo- LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 112 sofia e Ciências Humanas da Unicamp, o professor e antropólogo Milton Silva dos Santos realizou uma bri- lhante análise da inferiorização a que são submetidas as religiões de matriz africana nos materiais didáticos de ensino religioso eventualmente empregados nas escolas públicas. Noutras palavras, mesmo quando consideradas como expressões válidas, essas religiões sofrem intensamente com processos inadequados de tradução simbólica e cultural. [9] Em tempos como os que vivemos atualmente, dentro e fora do Brasil, nos quais a intolerância parece assumir novo ímpeto, ousando até mesmo vestir-se de roupagens velhas e odiosas como os trapos fedo- rentos do fascismo, defender os direitos humanos e seu caráter amplo e radical tornou-se item obrigatório na agenda de quem ainda preza os valores da liber- dade e da democracia. O direito à livre expressão das crenças religiosas, numa atmosfera de consideração e respeito pelos que portam convicções diferentes, é um dos sinais de uma sociedade que se deixa moldar por esses valores tão fundamentais. [1] Silva, Eliane Moura da. “História das Religiões: Algumas Questões Teóricas e Metodológicas”. In Moura, Carlos André S. et al (orgs.). Religião, Cultura e Política no Brasil: Perspectivas Históricas. (Coleção “Ideias”, 10). Campinas/SP: Unicamp/IFCH, 2011, pp. 11-24; Agno- lin, Adone. História das Religiões: Perspectiva históri- co-comparativa. São Paulo: Paulus, 2013. [2] Tillich, Paul. A Era Protestante. Tradução. São Paulo: Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1992, pp. 16-8, 115-6, 119, 262, 280-2. [3] Para essa perspectiva específica, ver Otto, Rudolf. O Sagrado: Os aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional. Tradução. São Leopoldo/ Petrópolis: Sinodal-Escola Superior de Teologia (EST)/ Vozes, 2007 (edição original alemã, 1917); Eliade, Mir- cea. História das crenças e ideias religiosas. Tradução. Rio de Janeiro: Zahar, 1983; Idem, O sagrado e o pro- fano – A essência da religião. Tradução. São Paulo: Martins Fontes, 1999; Maçaneiro, Marcial. O labirinto sagrado: Ensaios sobre religião, psique e cultura. São Paulo: Paulus, 2011, especialmente parte I, “Coorde- nadas globais” (pp. 7-111). Para uma síntese crítica dessa postura, ver Agnolin, op. cit., pp. 43-9, 177-90; Silva, op. cit., pp. 11-5. [4] Mveng, Engelbert. L’Afrique dans l’Église: paroles d’um croyant. Paris: L’Harmattan, 1985, pp. 209-10. id=”8”[5] Courtois, Sébastien de. Sur les fleuves de Babylone, nous pleurions. Le crépuscule des chrétiens d’Orient. Paris: Éditions Stock, 2015. [6] Para o campo fértil dos diálogos entre cristãos e muçul- manos, ver em especial Salenson, Christian. Christian de Chergé: Une théologie de l’espérance. Tibhirine, 1996-2016. Montrouge: Bayard, 2016. [7] D’Ângelo, Helô. “As origens da violência contra religiões afro-brasileiras”. Revista Cult, 21 de setembro de 2017. (último acesso em 11 de outubro de 2018). [8] “‘Se em nome de Cristo destroem, em nome de Cris- to vamos reconstruir’: evangélicos ajudam a reerguer terreiro queimado”. BBC News Brasil. (último acesso em 11 de outubro de 2018). [9] Santos, Milton Silva dos. Religião e demanda: O fenô- meno religioso em escolas públicas. Tese de Douto- ramento em Antropologia Social. Campinas/SP: IFCH/ Unicamp, 2016. Disponível em: < https://www.unicamp.br/unicamp/ ju/artigos/direitos-humanos/liberdade-religiosa-como- direito-transcendencia> Acesso em: 14 dez. 2021. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 113 INTRODUÇÃO AO MUNDO DO TRABALHO 3 – Profª Carlos CONTEÚDOS EXPECTATIVA DE APRENDIZAGEM HABILIDADES 1.Introdução Estimular o desenvolvimento de competências básicas para inser- ção, permanência e crescimento no mundo do trabalho. Compreender o significado e a aplicação no mundo do trabalho dos conceitos de ini- ciativa, proatividade, eficácia e eficiência. 2. Buscar soluções 2.1. Iniciativa e proatividade 2.2. Eficiência e eficácia Estimular o jovem a desenvolver a capacidade de buscar soluções e entregar resultados no contexto das relações profissionais. Compreender a diferença entre os conceitos de eficácia e eficiência e sua aplicação no mundo do tra- balho. 3. Pensar antes de agir 3.1. Planejamento: o modelo 5W2H 3.2. Gerenciamento do tempo Estimular o jovem a desenvolver a capacidade de planejar e executar suas tarefas no contexto das rela- ções profissionais. Sentir-se capaz de planejar suas tarefas e compromissos, adminis- trando o tempo de sua execução. 4. Atividade culminante Desenvolver pensamento crítico para analisar informações, tirar con- clusões e tomar decisões. Tomar decisões sobre a própria vida com consciência, autonomia e visão de futuro. 1. Introdução Poema Tabacaria (trechos) Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (...) Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu,que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 114 Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordamos e ele é opaco, Levantamo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. (...) Vivi, estudei, amei e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente (...) Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. (...) Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 252. 1ª publ. in Presença, nº 39. Coimbra: Jul. 1933. Ao ler esse poema de Álvaro de Campos, quais reflexões surgem a respeito de sua vida? A terceira série do Ensino Médio é um momento muito importante na sua trajetória. É um momento de conclusão e fazer escolhas para iniciar novos cami- nhos. Por isso, é essencial pensar sobre essas escolhas e trabalhar para conquistar os objetivos escolhidos. O objetivo desse 1º bimestre é estimular o desen- volvimento de competências básicas para inserção, permanência e crescimento no mundo do trabalho. Muitas vezes, temos competências para certas coisas e nem nos damos conta, ou então, gostamos de fazer algo, não conseguimos, e logo desistimos, sendo que bastaria desenvolver certas habilidades e competên- cias para alcançar nossos objetivos. Agora, reflita sobre os trechos lidos do poema e pense em você. Escreva no caderno e/ou compartilhe em grupo um pouco do que você trilhou e experien- ciou até agora e o que almeja para seu futuro. 2. Buscar soluções 2.1. Iniciativa e Proatividade Para que você alcance seus objetivos pessoais e profissionais, é preciso que compreenda o significado e a aplicação dos conceitos de iniciativa, proativida- de, eficácia e eficiência. O intuito é que você se sinta estimulado a desenvolver essas competências, apli- cando-as em situações da vida pessoal e profissional. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 115 Proatividade é uma característica essencial para quem deseja ter sucesso. Seja na carreira ou na vida pessoal, essa qualidade nos permite focar no que podemos interferir e assumir a responsabilidade por nossas ações. O que é proatividade? Proatividade é a competência que impulsiona uma busca por mudanças de maneira espontânea, sem precisar de estímulos externos. Geralmente, as pessoas proativas têm uma boa visão de futuro, iden- tificando necessidades e antecipando problemas, o que confere vantagens para sua equipe e empresa. Por isso, o comportamento proativo vem sendo cada vez mais valorizado dentro das organizações. Por que a proatividade é importante? Não é difícil entender por que a proatividade é importante. O mundo sofre transformações constantemente, mas a era digital aumentou a velocidade com que elas ocorrem. Nesse cenário de incertezas, perde quem depende dos acontecimentos externos para reagir, já que eles mudam a todo momento. É mais sábio se posicionar de antemão, usando a motivação interior para definir e conquistar os objetivos. E a proatividade é a chave desse comportamento. Benefícios da proatividade para a vida e a car- reira: O que acabamos de destacar no tópico anterior já sinaliza benefícios da proatividade. Mas há outros, como os que citamos abaixo: • Eleva o controle e assertividade nas decisões • Postura flexível, que facilita a adaptação a di- ferentes cenários • Destaque entre os colegas ou candidatos du- rante um processo seletivo, por exemplo • Maiores chances de conseguir uma promoção e ascender na carreira • Comportamento resiliente diante de crises • Proporciona uma visão mais ampla sobre os problemas, permitindo vislumbrar soluções diferenciadas • Fomenta a criatividade e inovação. • Como identificar a proatividade? • Proatividade como identificar Comentamos, nos tópicos acima, que a proativi- dade pode ser observada a partir do comportamento. Ou seja, da postura adotada no dia a dia. Também faz sentido dizer que as pessoas proativas estão sempre escolhendo esse caminho, tomando a decisão de pro- vocar mudanças vantajosas para si mesmas, para seus times e para a empresa na qual atuam. Proatividade x Produtividade Há quem confunda esses dois conceitos, porém, há diferenças significativas entre eles. A produtivida- de descreve a capacidade de ser produtivo, de ge- rar valor para um propósito. Mas dá para dizer que proatividade e produtividade também estão ligadas, pois os profissionais proativos costumam ser bastante produtivos. E existe uma razão para isso. Ao assumir a responsabilidade e tomar decisões, um indivíduo se concentra na sua zona de influência, naquilo que ele pode controlar. Por consequência, deixa de lado a zona de preocupação, composta por fatores como a economia mundial e a concorrência, que estão além do seu controle. Focando nas ativi- dades que dependem de suas atitudes, essa pessoa consegue produzir mais em menos tempo e com me- nos recursos. Proatividade x Reatividade Agora, estamos falando sobre palavras opostas. A proatividade causa transformações espontaneamen- te, enquanto a reatividade apenas responde diante de uma mudança. Qual a diferença entre proatividade e iniciativa? A diferença entre elas é que a iniciativa se refere a uma ação imediata, enquanto a proatividade é um comportamento frequente. Mesmo uma pessoa com perfil reativo pode tomar a iniciativa em uma determinada situação. No entan- to, ela só vai desenvolver a proatividade se mantiver essa postura. Quais as principais características de uma pessoa proativa? Segundo lista o consultor e autor sobre o tema, Rogério Gava, 10 características se sobressaem entre as pessoas proativas. São elas: • Inconformismo positivo, que as leva a desafiar o status quo • Determinismo para chegar aonde desejam • Senso de oportunidade para criar situações vantajosas • Iniciativa que impulsiona a começar seus pro- jetos • Visão de futuro para antecipar as demandas • Conectividade e valorização de suas parcerias • Elevada autoestima e conhecimento sobre seus pontos fortes e fracos LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 116 • Foco nos fatores que estão em sua zona de in- fluência • Responsabilidade por suas escolhas e resultados • Renovação constante, inclusive no sentido de aperfeiçoar o comportamento proativo. • Proatividade em diferentes perfis • proatividade diferentes perfisEm uma análise superficial, pode parecer que o comportamento proativo está restrito às pessoas que gostam de se destacar e assumir posições de lideran- ça. Claro que esses perfis podem ter mais facilidade para tomar as rédeas de uma situação, entretanto, a proatividade pode ser desenvolvida e aprimorada por quem quiser. Afinal, é possível treinar e modificar nosso comportamento, desde que haja dedicação e persistência. E o primeiro passo para alcançar a proa- tividade é escolher sair da zona de conforto e ser um agente de mudanças positivas. Proativos, reativos e ativos A personalidade de cada um é moldada por traços genéticos, experiências, competências adquiridas e por estímulos do ambiente externo. Normalmente, somos treinados, desde a infância, a obedecer e acei- tar os padrões impostos por outras pessoas ou pela sociedade. Esse aprendizado tem sua relevância, mas acaba forjando um comportamento reativo na maioria dos cenários que enfrentamos. Então, nossas ações passam a ser muito influen- ciadas pelos acontecimentos e iniciativas de outros indivíduos. Assim, se o dia amanhece cinza e chuvoso, já nos deixa de mau humor. Se alguém nos trata com aspereza, respondemos da mesma forma. Porém, te- mos a oportunidade de mudar esse padrão ao optar pela proatividade, submetendo os acontecimentos a filtros internos e agindo contra as expectativas. O segredo é valorizar mais a motivação interior do que as circunstâncias do dia a dia, que mudam com fre- quência. • Busque autoconhecimento, pois conhecer a si mesmo é o ponto chave para alterar seu com- portamento. Esse exercício pode revelar, por exemplo, quais gatilhos provocam reações au- tomáticas. • Estabeleça um planejamento. Essa prática vai evitar surpresas ruins e permitir que você saiba o que está dentro – ou fora – da sua zona de influência. O resultado serão menos frustrações e mais metas atingidas com sucesso. • Cerque-se de pessoas proativas. A verdade é que, como seres sociais, todos somos influen- ciados pelas pessoas mais próximas. Portanto, é uma boa ideia interagir constantemente com indivíduos proativos, a fim de se inspirar no comportamento deles. Um profissional proativo é aquele que combina autonomia e autoconfiança, tomando à frente para solucionar problemas a partir de perspectivas dife- rentes. Quando a proatividade faz parte de sua vida pessoal, é comum que se estenda para o trabalho, resultando em um perfil desejado pela maioria das empresas. Veja, abaixo, atitudes para incorporar a proativi- dade à carreira. • Não espere por ordens. Foi-se o tempo em que os melhores funcionários eram aqueles que se limitavam a cumprir ordens à risca. Atualmen- te, as empresas necessitam de indivíduos que tomem a iniciativa diante de uma demanda, ainda que, teoricamente, não esteja em seu escopo de atuação. Sempre é possível cola- borar com a equipe, avisando o responsável e fornecendo informações para o bom anda- mento do trabalho. • Invista em si mesmo. Seja grato com sua posi- ção atual, mas não se conforme. Quem deseja crescer na carreira deve identificar as áreas que precisam de aperfeiçoamento e investir nisso, através de cursos, leitura, mentoria ou outras possibilidades de se desenvolver. • Seja pontual. Parte da proatividade vem de bons hábitos na sua rotina - e a pontualidade é um deles. Ela mostra respeito tanto pelo seu tempo, quanto pelo tempo que seus colegas, parceiros e clientes disponibilizaram para uma reunião, conversa ou atividade. • Fale apenas o necessário. Uma vez que você prioriza as decisões assertivas, está dizendo não para as atividades que roubam seu tempo, como conversas triviais e autopromoção. Deixe que suas ações falem por você. (Texto adaptado do artigo Proatividade: o que é, benefícios, como desenvolver e dicas, do site da UCPel – Universidade Católica de Pelotas. Disponível em: <https:// ead.ucpel.edu.br/blog/proatividade> Acesso em 20 dez. 2021) 2.2. Eficiência e Eficácia Quando nos dispomos a realizar algo, precisamos entender que não basta boa vontade. Vimos que é importante ter iniciativas, mas isso precisa virar um hábito, ao ponto de nos tornarmos pessoas proativas. Mas ainda precisamos executar de forma eficiente e eficaz para que, de fato, consigamos atingir nossos objetivos, sejam eles quais forem. A DIFERENÇA ENTRE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA (por José Roberto Marques – texto adaptado) Embora a maioria das pessoas pense que efi- ciência e eficácia sejam a mesma coisa, esses dois LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 117 conceitos não têm o mesmo significado. De maneira simplificada, eficiência significa fazer alguma tarefa bem-feita, enquanto eficácia significa fazer o que pre- cisa ser feito. A eficiência é o processo de executar aquilo que foi planejado, ou seja, é colocar a “mão na massa”. Considere, por exemplo, o processo de construção de uma casa: o tempo que demorou para a obra ser concluída, a quantia gasta, a equação entre recursos planejados e os usados, entre outros pontos. Caso você tenha conseguido fazer tudo no prazo, gastando menos tempo e recursos, então você foi eficiente. Um líder eficiente, por exemplo, é alguém ca- paz de coordenar, planejar e organizar o trabalho de seus colaboradores da melhor maneira, respeitando a competência de cada um. A capacidade de conduzir pessoas com eficiência é um dos grandes diferenciais competitivos do mercado, pois garante o aumento da produtividade, redução dos conflitos e aceleração dos resultados. Ser eficaz é basicamente conseguir atingir seu ob- jetivo. Utilizando o mesmo exemplo da construção, se você conseguiu construir a sua casa e finalizar a obra da maneira como foi planejada, então você foi eficaz. A eficácia está relacionada diretamente ao resultado. Quando um líder é eficaz, ele impulsiona sua equi- pe a alcançar os objetivos da organização, bem como os seus próprios. Desse modo, certamente ele irá tor- nar os profissionais mais eficazes e melhor preparados para enfrentar os desafios. Caso você esteja se perguntando se é melhor ser eficiente ou eficaz, a resposta é: as duas virtudes são ótimas para qualquer profissional. Na medida do pos- sível, você deve ser eficiente e eficaz. O exagero não é bom de nenhum dos lados. O equilíbrio é fundamental para que você possa olhar para todos os ângulos de uma situação, sendo capaz de avaliá-la com clareza e agir de acordo com esta análise, tanto de forma eficiente, quanto eficaz. Indicadores de eficiência e eficácia Eficácia e eficiência são dois elementos impor- tantes, tanto para indivíduos, quanto para empre- sas, pois, por meio de cada uma, é possível alcançar resultados de forma muito mais acelerada. Falando especificamente do contexto empresarial, é preciso que as empresas que estão no mercado atualmente mensurem os resultados que obtêm constantemente, através de suas ações, pois, dessa forma, elas con- seguem saber se estão sendo eficazes e eficientes o suficiente. Para saber isso, é preciso definir indicadores, que ajudarão empresários e gestores a acompanharem o andamento das atividades, podendo assim, com- preender se estas estão realmente surtindo o efeito que se espera no dia a dia. Assim, quando se fala em eficácia no contexto empresarial, está-se referindo à relação existente entre os resultados que se espera alcançar e os que foram realmente obtidos, seja diária, semanal ou mensalmente. Dessa maneira, a forma de medir se a empresa está sendo eficaz ou não é fazendo uma análise do que se esperava atingir e o que verda- deiramente foi alcançado no período determinado. Já no que diz respeito à eficiência, ela se trata basicamente da relação estabelecida entre os resulta- dos atingidos e os recursos utilizados para alcançá-los. Neste caso, o que se deve analisar é se os processos dentro da empresa foram e estão constantemente sendo melhorados, com a menor quantidade possível de recursos, alcançando todos os resultados determi- nados no início da caminhada.Se isso está acontecen- do, é sinal de que a organização está sendo realmente e verdadeiramente eficiente, uma vez que sinônimo de eficiência é utilizar o mínimo de recursos possível, mantendo o foco voltado para os processos, tendo, dessa maneira, a possibilidade de reduzir também os custos. Por isso que é tão importante trabalhar o auto- conhecimento, o desenvolvimento da inteligência emocional, o bom gerenciamento de tarefas, a oti- mização dos relacionamentos interpessoais além das competências e habilidades relacionadas à área de sua atuação. (Texto disponível em: < https://www.ibccoaching.com.br/ portal/diferenca-entre-eficiencia-e-eficacia/> Acesso em 20 de dezembro de 2021) 3. Pensar antes de agir Agora vamos falar sobre a capacidade de planejar e executar suas tarefas no contexto das relações pessoais e pro- fissionais. É importante que você compreenda o significado e a aplicação dos conceitos de planejamento e gestão do tempo, percebendo que essas competências são muito valo- rizadas, pois contribuem para a melhoria da eficácia e da eficiência dos resultados esperados. O intuito é que você se sinta estimulado a desenvolver essas competências, aplicando-as em situações da vida pes- soal e profissional. 3.1. Planejamento: o modelo 5W2H Agora vamos conhecer uma metodologia de pla- nejamento que vai te ajudar a organizar suas ideias e objetivos e fazer com que suas escolhas sejam asser- tivas, eficientes e eficazes. LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 118 O que é 5W2H? A 5W2H é uma ferramenta de gestão empresa- rial em formato de checklist que permite planejar e organizar atividades de uma empresa ou atividades pessoais. Sendo assim, a utilização do 5W2H torna esse planejamento claro e eficiente. Vale destacar, ainda, que a idealização da metodologia aconteceu durante a condução de estudos de qualidade na in- dústria automobilística japonesa. 5W2H é uma sigla para as sete perguntas que pre- cisam de respostas ao usar a ferramenta: What (O quê), Who (Quem), When (Quando), Where (Onde), Why (Por quê?), How (Como) e How Much (Quanto). Ainda, existem variações como 5W1H e 5W3H, sendo a primeira sem o How Much e a se- gunda incluindo o How Many (Quantos). Contudo, 5W2H é o padrão mais comum. O controle de gestão auxilia nas atividades a fim de atingir objetivos. Quais são as vantagens de usar o 5W2H? O uso do 5W2H oferece vantagens porque vai apontar diversos tipos de problema, facilitando a to- mada de decisão. Ademais, não requer uma equipe técnica especialista para executá-la, tornando o 5W2H útil para qualquer pessoa em qualquer situação. O 5W2H nada mais é que a estruturação de um plano de ação para agilizar os processos a serem fei- tos. Após responder todas perguntas, a execução se torna mais nítida e efetiva. Além disso, a simplicidade da ferramenta é um dos seus maiores atrativos. São perguntas objetivas e as suas respostas direcionam o projeto de forma muito assertiva. Portanto, apesar de simples, o 5W2H é indispensável para qualquer gestão. Quando usar o 5W2H? Conquanto o 5W2H pode servir para planejar qualquer atividade, nota-se que seu uso acontece frequentemente no planejamento estratégico e na elaboração de processos e projetos, principalmente aqueles ligados à melhoria contínua. Dessa forma, a resposta dos 5 W’s e dos 2 H’s resultam em um plano de ação completo, elucidando o problema e a forma de atuar sobre ele. Contudo, por ser de baixa com- plexidade, pode ser aplicado em qualquer atividade cotidiana. Como fazer um plano de ação 5W2H? Para a aplicação do 5W2H, é necessário enten- der quais aspectos abordar em cada norma. São sete perguntas que compõem a ferramenta de qualidade, conforme abaixo: O que será feito? (What?) A resposta dessa pergunta deve definir e descre- ver o que será feito de fato, determinando o resultado que deseja-se alcançar. Inclusive, deve-se descrever todas tarefas, destrinchando cada etapa. Quem fará? (Who?) Nesta etapa será feita a escolha a pessoa ou equi- pe responsável. Nesse sentido, pode compreender tanto um colaborador somente ou até mesmo um grupo. Porém, no segundo caso, é sempre preferível LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 119 definir um líder para gerenciar o plano de ação que está em elaboração. Quando será feito? (When?) Aqui definem-se os prazos para a execução. Além disso, a elaboração de um cronograma auxilia no con- trole do andamento do projeto. Após definir o plano de ação com o 5W2H, a metodologia ágil Scrum pode ser útil para planejamento e gestão dos prazos e cro- nograma. Onde será feito? (Where?) Nesta fase determina-se o local onde se desen- volverá o projeto, bem como onde seus resultados terão aplicação. Portanto, tais locais podem ser físicos, como um departamento, ou virtuais, como no banco de dados ou planilhas. Por que será feito? (Why?) Trata-se da justificativa do plano de ação. Ou seja, o porquê da sua realização e que benefícios deseja-se alcançar. Como será feito? (How?) Quais métodos e estratégias serão adotadas para a realização do que foi estabelecido são descritos aqui. Até mesmo anotações devem ser estabelecidas, de forma que todos participantes do projeto estejam alinhados e o façam seguindo as mesmas diretrizes. Quanto custará? (How Much?) Estimar o custo e investimento necessário para transformar o projeto em realidade. Caso o projeto dependa de aprovação de terceiros, explicitar o Re- torno Sobre o Investimento (ROI) é uma informação muito útil. Além disso, é importante ressaltar que as pergun- tas devem ser respondidas da forma mais completa possível, a fim de realmente explicitar todas caracte- rísticas do projeto ao máximo. Também vale destacar que o desenvolvimento do 5W2H pode ser feito em uma planilha do Excel, em outros softwares específi- cos ou até mesmo em quadros físicos. O foco durante toda aplicação da ferramenta de qualidade deve ser o objetivo final. Sendo assim, é indicado realizá-la em grupos. Dessa forma, há uma diversidade de detalhes e pontos de vista, culminando em um resultado mais assertivo. (Texto adaptado. Disponível em: < https://epr- consultoria.com.br/5w2h/> Acesso em 20 dez. 2021) 3.2. Gerenciamento do tempo Muitos sonhos, ideias, planos e objetivos podem fervilhar na cabeça, mas, se não houver planejamento e organização, tudo pode acabar resultando em an- siedade se não soubermos administrar nosso tempo. Vamos trabalhar agora o gerenciamento do tem- po, que pode, inclusive, te dar uma melhor qualidade de vida. Gestão do tempo: o que é e 10 táticas para ser mais eficiente Artigo (adaptado) do BLOG DO EAD UCS – 23 março 2020 Como você tem adotado e praticado a gestão do tempo na sua vida? Se ainda não se dedica a essa estratégia, está mais do que na hora de começar. Afinal, com a correria do dia a dia, a impressão de falta de tempo é uma realidade. E o que é pior: o mau gerenciamento das horas pode ocasionar graves problemas. Segundo pesquisa do International Stress Mana- gement Association Brasil, 60% dos brasileiros dizem sofrer com a sobrecarga de tarefas ao longo do dia. O mesmo instituto revelou ainda que o Brasil é o segun- do país mais estressado do mundo. Entre as causas, adivinhe só, está a escassez de tempo. Se você não quer fazer parte dessa estatística e deseja aumentar a sua produtividade em casa, no tra- balho ou nos estudos, este artigo pode ajudar. O que é gestão do tempo? Gestão do tempo é um conjunto de técnicas usado para aprimorar a realização de tarefas, de modo que a produtividade e a eficiência sejam mantidas. O gerenciamento do tempo, portanto, consiste na adoção de uma série de processos e ferramentas LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 120 que auxiliam o cumprimento de atividades e proje- tos, dentro dos prazos estabelecidos e com resultados satisfatórios. Qual a importância da gestão do tempo? A gestão do tempo é uma habilidade fundamental em todos os âmbitos da vida. Embora seja mais co- mum haver essa preocupaçãono trabalho, ela tam- bém se aplica muito bem à rotina pessoal. Quando você administra melhor o seu tempo, consequentemente, aumenta seu rendimento. Isso, por sua vez, contribui com a elevação do bem-estar - o que garante uma proximidade da felicidade plena. No ambiente corporativo, ainda, os benefícios podem ser sentidos nos resultados da empresa, nas metas alcançadas e no clima organizacional mais leve. Como fazer uma boa gestão do tempo? 1. Planejamento O primeiro passo, sem dúvida, é o planejamento. Sem ele, você corre o risco de assumir mais tarefas do que, realmente, consegue abraçar. Mas, por outro lado, quando se programa, tem mais chances de au- mentar a sua produtividade e conquistar os resultados esperados. Por isso, reúna todas as atividades que precisam ser cumpridas. Pode listá-las em um papel ou em uma planilha, como preferir. É importante que você colo- que os seus afazeres de uma forma que fique fácil visualizar e classificar. Para ajudar, use cores e símbolos. Sempre que uma tarefa estiver finalizada, por exemplo, pinte-a de verde ou, então, insira um sinal de check. Faça o mesmo com as que estão atrasadas e em espera. No seu planejamento, além da relação do que pre- cisa ser feito, é fundamental conter os prazos. Falare- mos mais à frente sobre a importância de defini-los corretamente para que sejam seguidos à risca. 2. Definição de metas As metas são fundamentais para que a motivação seja mantida sempre em alta. Elas contribuem com o foco e, quando atingidas, promovem a sensação de dever cumprido. Por isso, para gerenciar melhor o seu tempo, es- tabeleça algumas delas. Mas, atenção: as metas pre- cisam ser factíveis. De nada adianta propor desafios mirabolantes, ok? Você pode usar o conceito SMART para auxiliá-lo na criação das suas metas. A ferramenta, cujo acrô- nimo significa Específico (S), Mensurável (M), Atingí- vel (A), Relevante (R) e Temporal (T), ensina a definir objetivos inteligentes. 3. Prazos Chegou a hora de falarmos sobre prazos. Se esse é um assunto que lhe causa dor de cabeça, é melhor se acostumar. Afinal, é impossível viver sem datas e horários para cumprir. Mas, você vai ver que, com algumas dicas, os pra- zos não causarão mais tanta aflição. Um erro bastante comum é estabelecer períodos de tempos equivoca- dos para as atividades. A primeira recomendação, portanto, é nunca su- bestimar a duração de uma tarefa. Você pode cro- nometrar as mais habituais para ter uma noção de quanto irá demorar para realizar nas vezes seguintes. Assim, é possível se programar. Para as que nunca foram feitas antes, a alternativa é mesmo prever. Ba- seie-se em incumbências similares que já tenham sido executadas. Isso ajudará a pensar no prazo adequado. De todo modo, é sempre importante fazer uma projeção com alguma margem de segurança. Esse tempo extra é fundamental para resolver algum “pe- pino” que possa surgir no caminho. E, se você acabar antes do previsto, pode iniciar a próxima atividade um pouquinho antes, certo? Assim, você assume o controle do tempo em vez de se tornar refém dele. 4. Agendamentos Você é daqueles que confiam sempre na memó- ria? Bom, se a sua nunca falha, tudo bem. Mas, não dá para contar com a sorte, não é mesmo? Por essa razão, vale sempre anotar os compromissos. Use uma agenda de papel ou, se quiser, utilize as digitais, como o Google Agenda. Essas versões online são ótimas porque você pode estabelecer alertas, que ajudarão a lembrar das suas marcações. 5. Faça mais escolhas Você precisa mesmo realizar tudo o que está na sua lista? Faça um exercício de reflexão sobre os seus afazeres. É possível escolher o que você quer cumprir? É claro que muitos deles são deveres e não podem ser deixados de lado, mas, certamente, você encon- trará alguns dispensáveis. Opte pelas atividades que tenham relação com os seus propósitos. Não é raro estabelecermos itens na nossa lista sem alinhamento aos nossos objetivos. Além disso, deixe de lado o “amém”. Não aceite tudo o que lhe é pedido. Aprenda a dizer “não” quan- do você está atribulado demais ou não tem interesse genuíno em uma proposta. 6. Priorize as tarefas Vamos combinar que 24 horas podem ser pouco tempo para fazermos tudo o que queremos e deve- mos, não é mesmo? Por isso, o segredo é priorizar. E a dica é classificar as tarefas por ordem de im- portância e nível de urgência. Comece pelas mais im- portantes e mais urgentes. Depois, realize as mais im- portantes, mas nem tão urgentes. Em seguida, assuma as mais urgentes, mas não importantes. Nesse caso, LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 121 se puder delegar, é ainda melhor. E, então, deixe para o fim (ou nem faça - vai depender da sua avaliação) as que não são importantes, nem urgentes. 7. Delegue tarefas Na dica acima, você viu que as tarefas urgentes e pouco importantes podem ser delegadas. Mas, na verdade, não são só elas. Você pode atribuir diversas atividades para outras pessoas. Esse é um hábito que precisa ser adotado. Afinal, ninguém dá conta de tudo sozinho. Peça apoio dos colegas, da família, dos líderes e dos subordinados sempre que houver necessidade. 8. Fuja da procrastinação A tal da procrastinação costuma pegar todo mun- do de jeito. Que atire a primeira pedra quem nunca deixou para amanhã o que poderia ser feito hoje. O problema, na realidade, é quando isso se torna co- mum. Portanto, para evitar que aconteça, tome alguns cuidados. Evite as distrações, como redes sociais, televisão, mensagens no celular e cafezinhos fora de hora com os colegas de trabalho. Também crie recompensas para as metas cumpridas. Isso evita que você deixe algo para depois, já que será bonificado por manter o foco e a concentração. 9. Organize as pausas As pausas durante a rotina precisam ser estraté- gicas. Isso quer dizer que, além daquelas necessárias para alongamento e descanso, você precisa parar por alguns períodos para recuperar a criatividade e a dis- posição. Mantenha-se focado e concentrado até onde puder. Não force demais. Quando sentir que está es- tagnado em uma atividade, pare, tome uma água e caminhe. Isso vai ajudar a arejar a mente e recuperar a energia. 10. Evite as multitarefas Ser capaz de assumir várias demandas e realizar atividades diferentes não é ruim. Desde que seja sau- dável, sem grandes contratempos, tudo bem. Mas isso não pode ser um fardo. Se for o caso, evite abraçar muitas obrigações. Coloque em prática as recomendações já mencio- nadas, como priorizar tarefas, fazer escolhas e delegar para não sofrer com a exaustão e a frustração, muito frequentes em quem sofre com o estresse pela so- brecarga. Na Era Digital, tudo é veloz. A própria tecnologia avançada do nosso tempo imprime velocidade às ta- refas. E quem não acompanha, sente uma espécie de frustração, como se não fosse competitivo o suficien- te, não estando à altura do que se exige atualmente. Ir por esse caminho é um erro, assim como en- carar a tecnologia como vilã. Ela, na verdade, pode ajudar bastante na correta gestão do tempo. Basta lembrar o que falamos antes, citando o Google Agen- da, por exemplo, como uma ferramenta muito eficaz para organizar os compromissos. Ela é gratuita e con- tribui com o planejamento, já que pode ser acessada em qualquer lugar, diretamente pelo celular. Mas o instrumento não é o único a favor do tempo. Exis- tem diversas plataformas e aplicativos disponíveis no mercado. O WhatsApp, por exemplo, é um facilitador da co- municação instantânea. Se, antes, você perdia tempo em ligações ou escrevendo e-mails, agora pode obter uma informação ou esclarecer uma dúvida em tempo real. É um ótimo instrumento para resolver pendên- cias. Tem também o Trello, outro recurso incrível para gerenciamento de tarefas, que pode ser usado pelo computador, tablet ou smartphone. Nele, é possível elencar as atividades e distribuí-las entre os membros de um grupo. A digitalização tem transformado tudo, inclusive o nosso jeito depensar e agir. Use essa nova fase para facilitar a sua vida e ganhar tempo. Como lidar com quebras de pauta ou atividades não esperadas? Mesmo com tanta tecnologia, ainda há um alto grau de incerteza na execução das tarefas. Sempre pode existir um imprevisto ou obstáculo que não es- tava nos planos. O importante é não se desesperar quando isso ocorrer. É preciso manter a calma e a cabeça no lugar para resolver as adversidades e evitar uma avalanche no seu cronograma. Mas, para prevenir que os contratempos causem grandes problemas, o truque é sempre deixar uma “gordurinha” no tempo previsto para a realização de uma tarefa. Já falamos disso anteriormente, mas vale reforçar: em todas as atividades, estipule algumas ho- ras ou minutos a mais. Além disso, procure levantar os possíveis riscos. Assim, você pode se preparar melhor para enfrentar os eventos inesperados. Como fazer gestão do tempo para melhor qua- lidade de vida? Se você seguir todas as dicas que listamos acima, sem dúvida, conseguirá realizar uma boa gestão do tempo. Assim, além de aumentar a sua produtividade, será capaz de equilibrar melhor as questões profissio- nais e pessoais, e terá mais tempo para se organizar e marcar outros compromissos. Isso, certamente, tem grande impacto na sua qualidade de vida. Mais uma vez, cabe dizer que as recomendações valem para todos os âmbitos. Tenha em mente que os resultados não aparecem de uma hora para outra. Evidentemente, assim que as dicas são colocadas em prática, algumas vantagens podem ser notadas. No LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 122 entanto, as conquistas maiores levam tempo para aparecer. Por isso, transforme as técnicas em regra. Não siga apenas por um período. Aplique os procedi- mentos constantemente em suas atividades. As táticas listadas ao longo do texto são poderosas e podem contribuir muito com a sua produtividade. Por isso, enxergue esses minutos debruçados no con- teúdo como um investimento e comece agora mesmo a fazer a sua gestão do tempo. (Artigo disponível em: <https://ead.ucs.br/blog/gestao- tempo> Acesso em 20 dez. 2021) 4. Atividade culminante Como o objetivo desse componente curricular é fazer com que você se sinta estimulado a trabalhar pelo autoaprimoramento e pela autoeducação e se torne capaz de trabalhar em equipe, relacionando- -se e comunicando-se de forma assertiva, a atividade culminante dependerá das atividades desenvolvidas ao longo do bimestre e será orientada de forma dire- cionada à realidade apresentada. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Ciências da Natureza e suas CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 124 COMPONENTE CURRICULAR: BIOLOGIA Capítulo 1 TEXTOS CIENTÍFICOS HABILIDADES DA BNCC (EM13CNT302) Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos, elaborando e/ou interpretando textos, gráfi cos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas de classifi cação e equações, por meio de diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), de modo a parti cipar e/ou promover debates em torno de temas cientí fi cos e/ou tecnológicos de relevân- cia sociocultural e ambiental. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO DC-GOEM (GO-EMCNT302B) Discuti r textos cientí fi cos de re- levância sociocultural e/ou ambiental empregando os conceitos cientí fi cos em situações concretas para divulgar os resultados. OBJETOS DE CONHECIMENTO DO DC-GOEM Textos cientí fi cos Um texto cientí fi co é uma produção textual, uma narrati va escrita que aborda algum conceito ou teoria, com base no conhecimento cientí fi co através da linguagem cientí fi ca. Um texto cientí fi co é construído com lingua- gem cientí fi ca, própria de uma comunidade espe- cífi ca. A linguagem deve ser objeti va, não dando espaço para ambiguidade. Extraído de: htt ps://www.signifi cados.com.br/texto- -cienti fi co 21/11/2022 Podemos defi nir dez etapas para produção de um texto cientí fi co: 1. Escolha do objeti vo; 2. A escolha da revista cientí fi ca que será enca- minhado o texto; 3. Referências de outros autores que falam sobre o assunto; 4. Redigir a estrutura do texto; 5. Complementação do texto com parte que fal- tam; 6. Revisão do texto; 7. Certi fi cação da metodologia aplicada; 8. Verifi cação das falhas do texto; 9. Submeter o texto para publicação; 10. Faça as correções solicitadas por editores e revisores. Observe o exemplo abaixo: Estudo detecta poluição atmosférica em Goiânia No monitoramento da qualidade do ar em Goiânia foi constatada a presença de elementos-traços, mais conhecidos como metais pesados, na atmosfera A pesquisa “Monitoramento da poluição atmos- férica por meio da análise de metais em água das chuvas” foi realizada pelo professor do IFG – Câmpus Goiânia, Aldo Muro Júnior e mais os docentes do Ins- ti tuto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), Nelson Roberto Antoniosi Filho e Eliéser Viégas Wendt. O estudo revelou a presença de elementos- -traço, vulgarmente conhecidos como metais pesa- dos, na água das chuvas coletadas na capital, o que constatou a poluição do ar atmosférico em Goiânia. Para o estudo, foram distribuídos coletores em cinco locais de Goiânia (Avenida Independência, Câm- pus II da UFG, Clube de Engenharia, Alphaville e na zona rural) durante o período de esti agem. De acordo com o arti go, as normas ambientais internacionais CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 125 de controle e de monitoramento do ar atmosférico controlam somente as emissões de Óxidos de Enxofre, Óxidos de Nitrogênio, Ozônio e Chumbo. Além disso, mesmo em outras pesquisas com foco no estudo da poluição atmosférica através da análise da água das chuvas, a maioria se concentra apenas na análise de alguns elementos-traço, como Sódio, Magnésio, Zinco e Manganês. O objetivo dos professores com a pesquisa foi ve- rificar quais elementos-traço podem ser encontrados nos pontos de coleta da água das chuvas em Goiâ- nia e, assim, comparar a quantidade dos elementos constatados aos limites de exposição humana para ambientes ocupacionais determinados pela Organi- zação Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa diferencia-se ao utilizar a análise da água da chuva para monitorar a qualidade do ar ambiental. Os elementos-traço, ao serem carregados pelas águas pluviais, impactam o meio ambiente e podem ser acu- mulados em seres vivos ou mesmo não se degradarem. “Com o ciclo das chuvas, que são verdadeiros aquíferos aéreos, os solos são contaminados, juntamente com os rios em solo, estuários e águas subterrâneas, com efeitos sobre toda a fauna e flora”, explica o professor do IFG – Câmpus Goiânia, Aldo Muro. Reconhecimento da pesquisa O artigo sobre a pesquisa foi submetido ao Con- gresso Técnico Científico da Engenharia e da Agrono- mia (CONTECC’ 2017), que irá ocorrer de 8 a 11 de agosto, em Belém (PA). De diversos trabalhos enviados ao evento, 150 foram selecionados para apresentação em banners e 24 pré-selecionados para apresentações orais. O estudo realizado pelos professores de Goiás foi um dos selecionados para as comunicações orais e também receberá certificado de honra ao mérito. Além da publicação nos anais do evento, os docentes foram convidados para escrever um capítulo de um livro sobre a engenharia. Extraído de: https://www.ifg.edu.br/servidor/17- ifg/ultimas-noticias/4059-estudo-detecta- poluicao-atmosferica-em-goiania#:~:text=Foi%20 constatada%20a%20polui%C3%A7%C3%A3o%20 atmosf%C3%A9rica,sa%C3%BAde%20humana%2C%20 segundo%20a%20OMS acessado em 19/11/2022. A partir do exemplo apresentado os estudantes podem realizar uma pesquisa em sites, na busca por artigos científicos que mais se aproximem da realidade da sua comunidade/região. No caso do texto apre- sentado anteriormente, mostra o “Monitoramento da poluição atmosférica por meio da análise de metais em água das chuvas”, realizado em Goiânia-Goiás. Desta maneira, os estudantes irão buscar pesquisasrelacionadas à sua realidade e fazer anotações em seu caderno dos assuntos encontrados. Capítulo 2 TDICs – CNT HABILIDADES DA BNCC (EM13LGG701) Explorar tecno- logias digitais da informação e comunicação (TDICs), compreen- dendo seus princípios e funcio- nalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO DC-GOEM (GO-701D) Utilizar softwares de edição de tex- tos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos, observando normas de formatação de um conteúdo para organizar os elementos que constituem o/s gênero/s digital/is específico/s. (GO-701E) Utilizar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, usando tipos e ta- manhos de fontes, e critérios para organização do conteúdo e das imagens, gráficos e tabelas para autenticar a importância da estética e da visuali- zação de exibições orais. OBJETOS DE CONHECIMENTO DO DC-GOEM TDICs: Diversidade. Ética. Responsabilidade social. Globalização. Videoaula. Softwares de edição. Pro- grama de internet. Técnica de seleção de imagens e uso de sons. Efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados, gravação de áudios em sli- des. SUGESTÃO DE ATIVIDADE Os mediadores podem solicitar os estudantes que reproduzam as etapas para produção de um texto científico demonstrado na aula expositiva a partir de programas de edição de imagens, sites, slides, layouts ou outras ferramentas como forma de atividade para compor o portfólio. Texto complementar O texto de divulgação científica é um tipo de texto expositivo e argumentativo mais elaborado. São produzidos mediante pesquisas, aprofunda- CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 126 mentos teóricos e resultados de investigações so- bre determinado tema. Possuem a finalidade principal de “popularizar a ciência”, ou seja, difundir o conhecimento cien- tífico, transmitindo assim diversas informações de valor indiscutível. Características Esse tipo de modalidade textual é muito utili- zado no mundo acadêmico, seja na produção de dissertações de mestrado, teses de doutorado, ar- tigos científicos, resenhas, dentre outros. São apresentados com uma linguagem clara, objetiva e impessoal (destituído de marcas pessoais com verbos na terceira pessoa) de acordo com as normas da língua. Por esse motivo, são evitadas as expressões po- pulares, a linguagem coloquial, gírias e figuras de linguagem como a redundância e a ambiguidade. É notório a presença de termos técnicos da área, essenciais da linguagem científica e ainda, verbos predominantemente no presente do indi- cativo. Eles são escritos por pesquisadores e especia- listas no assunto dedicados ao ramo da ciência por meio de métodos científicos. Esses textos possuem uma função primordial para o desenvolvimento da sociedade, posto que são divulgados conhecimentos diversos baseados em experimentos, estudos de caso, dentre outros. Os suportes mais utilizados para a divulgação desse tipo de texto são as revistas e jornais cientí- ficos, livros, plataformas de divulgação cientifica, televisão, internet. Estrutura Textual • Capa • Sumário • Dedicatória e Agradecimentos • Resumo • Palavras-Chave • Epígrafe • Introdução • Desenvolvimento • Considerações Finais • Referências Bibliográficas Extraído e adaptado de: https://www.todamateria.com. br/texto-de-divulgacao-cientifica/ acessado 22/11/2022. Questão 01 - (FUVEST) O tema “teoria da evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América, com algumas entidades contes- tando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está centrada no termo teoria que, no en- tanto, tem significado bem definido para os cientistas. Sob o ponto de vista da ciência, teoria é: (A) Sinônimo de lei científica, que descreve regulari- dades de fenômenos naturais, mas não permite fazer previsões sobre eles. (B) Sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental. (C) Uma ideia sem base em observação e experimen- tação, que usa o senso comum para explicar fatos do cotidiano. (D) Uma ideia, apoiada no conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais relaciona- dos, permitindo fazer previsões sobre eles. (E) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científi- co, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é considerada uma verdade incontestável. Questão 02 - (Unimontes - adaptada) Os passos prin- cipais de um método científico incluem a observação, formulação de hipótese, parte experimental e conclu- sões. No entanto, outras partes podem ser incorpo- radas ao desenvolvimento de uma pesquisa, como controles, variáveis e dados. Por mais que a utilização de controles possa estar relacionada a todos os passos de uma pesquisa, o valor de um controle serve para avaliar diretamente a: (A) Parte experimental. (B) Conclusão. (C) Observação. (D) Hipótese. (E) Bibliografia. Questão do ENEM comentada ENEM 2019 - A lenda diz que, em um belo dia enso- larado, Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pensou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvore. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das coisas para a terra”. SILVA, C. C.; MARTINS, R A. Estudos de história e filo- sofia das ciências. São Paulo: Livraria da Física, 2006 (adaptado). Em contraponto a uma interpretação idealizada, o texto aponta para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna: (A) Falsificação de teses. (B) Negação da observação. CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 127 (C) Proposição de hipóteses. (D) Contemplação da natureza. (E) Universalização de conclusões. Comentário da questão A parti r da leitura do texto da questão do ENEM 2019, realizada o primeiro dia, podemos inferir que a descri- ção no processo de produção de uma conclusão inicial que é consequência da observação de um fenômeno que ocorre no meio. Desta maneira, no método cien- tí fi co, denominamos etapa de formulação da hipótese que fundamentará as experiências. Quando confi r- madas, as hipóteses passam por generalização e se transformam em leis. Se refutadas, o cienti sta volta etapas no método. Portanto gabarito correto: letra C Capítulo 3 CIÊNCIA E TECNOLOGIA HABILIDADES DA BNCC (EM13CNT308) Investi gar e analisar o funciona- mento de equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e sistemas de automação para compreender as tec- nologias contemporâneas e avaliar seus impactos sociais, culturais e ambientais. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO DC-GOEM (GO-EMCNT308D) Compreender os diferentes sig- nifi cados do termo tecnologia frente a diferentes contextos, considerando o desenvolvimento histó- rico da humanidade em sua relação com a nature- za para valorizar os diversos aparatos, processos, técnicas, e ferramentas que têm benefi ciado o ser humano em sua vida contemporânea. OBJETOS DE CONHECIMENTO DO DC-GOEM Ciência e Tecnologia No livro de Gérard, Fourcz (1995), inti tulado “A construção das ciências: introdução à fi losofi a e à éti - ca das ciências” encontramos que na ciência não se parte de defi nições, para defi nir, uti lizam os sempre um esquema teórico admiti do. Um a defi nição, em geral, é a releitura de um certo número de elementos do mundo por meio de um a teoria; é, portanto, um a interpretação. Assim, a defi nição de uma célula em biologia não é um ponto de parti da, m as resultado de um processo interpretati vo teórico. Do mesmo modo, não se começou defi nindo um elétron para então ver com o encontrá-lo n a realidade: a teoria de um elétron desenvolveu-se pouco a pouco, após o que