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Prévia do material em texto

Fundamentos Técnicos 
Operativos do 
Serviço Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Rosana Cristina Januário do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Prática social / Prática profissional
• Introdução
• Definição de prática social e prática profissional
• Projeto ético-político do Serviço Social
 · A Unidade pretende possibilitar a compreensão da dimensão da prática 
social e da prática profissional na perspectiva do Serviço Social.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, vamos estudar sobre a Prática Social e a Prática Profissional. 
Leia com atenção o conteúdo disponibilizado e o material complementar.
Procure efetuar as leituras recomendadas. As atividades propostas também 
são extremamente importantes. Anote suas dúvidas para que possa transmiti-
las ao professor-tutor.
Para que seu processo de aprendizagem aconteça em um ambiente mais 
interativo, você encontrará na pasta de atividades as Atividades de Avaliação 
e a Videoaula. Participe também do Fórum de Discussão.
Tudo isso foi pensado para garantir que esse tempo de estudos, além de 
enriquecedor, seja prazeroso.
ORIENTAÇÕES
Prática social / Prática profi ssional
UNIDADE Prática social / Prática profissional
Contextualização
Para iniciamos esta unidade, convido você a uma breve reflexão acerca do tema: 
Prática Profissional. Veja no quadro a seguir um exemplo de juramento realizado 
pelos bacharéis de Serviço Social na ocasião da colação de grau.
Comprometo-me a exercer, com dignidade e respeito, a profissão de Assistente 
Social, buscando ser criativo, humano, sensível e atento às questões sociais, fazendo 
da escuta, da observação e da intervenção hábeis instrumentos de trabalho. 
Comprometo-me a ter como parâmetro de minhas ações os valores da democracia, 
liberdade e cidadania, fundamentos no direito de cada cidadão. Comprometo-me 
a trabalhar conforme os princípios éticos da profissão, defendendo os direitos e a 
emancipação da população. Comprometo-me a contribuir para a construção de 
uma sociedade mais justa, igualitária e menos excludente.
Fonte: Serviço social contemporâneo. Disponível em: http://sscontemporanio.blogspot.com.br/2010/11/juramento.html
O texto do juramento nos remete a alguns pontos importantes relacionados 
à prática profissional e nos chama a atenção de forma desafiadora para o 
cumprimento de ações profissionais com qualidade, e para isso é imprescindível a 
busca constante por conhecimento. Isso parece desafiador, não é mesmo?
Pronto(a) para começar?
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Introdução
Nesta unidade, estudaremos sobre Prática Social e Prática Profissional, com o 
objetivo de compreender a dimensão da Prática do Assistente Social no trabalho 
cotidiano, o que nos levará a uma análise crítica do perfil contemporâneo desse 
profissional, cuja carreira escolhida lhe exigirá que seja
[...] um sujeito profissional que tenha competência para propor, para 
negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu 
campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais. 
(IAMAMOTO, 2004, p. 12).
O papel do assistente social na contemporaneidade é muito mais do que o 
cumprimento do trabalho técnico e burocrático do dia a dia profissional.
Isso é muito importante, pois além do profissional ser tecnicamente competente, 
ele também precisa firmar a sua prática nos referenciais teóricos e metodológicos 
e ser capaz de desenvolver sua competência crítica, observando sempre o projeto 
ético-político da profissão, possibilitando assim a sua instrumentalização.
Quando falamos sobre a “Prática”, parece que há uma separação entre os que 
pensam e os que materializam a ação, ou seja, o conhecimento prático é projetado, 
planejado na academia, lugar onde se desenvolve o saber e esse é transmitido ao 
longo dos processos de formação com vistas a ser aplicado na prática diária. Daí 
surge a máxima de que “na prática a teoria é outra”, estabelecendo assim uma 
grande dicotomia.
Ao longo desta unidade, vamos perceber como ambas são igualmente importantes 
e complementares, que uma não se sobrepõe ou anula a outra. Desse modo, o 
assistente social precisa ampliar sua compreensão sobre suas possibilidades de 
atuação a fim de qualificar sua ação profissional.
Em algum momento da sua vida acadêmica, você já parou para pensar sobre a Prática Social 
e Prática Profi ssional? Ou ainda, em qual a importância dessa temática para o Serviço Social?Ex
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UNIDADE Prática social / Prática profissional
Definição de prática social e 
prática profissional
A palavra prática aponta para um conceito cuja construção se estabelece a partir 
de um conjunto de ações específicas desenvolvidas de forma repetitiva a partir 
de certos conhecimentos teóricos ou técnicos. Vejamos a definição da palavra 
no dicionário:
1 Ação ou efeito de praticar. 2 Realização de qualquer ideia ou projeto. 
3 Aplicação das regras ou dos princípios de uma arte ou ciência. 4 Exercício 
de qualquer ocupação ou profissão. 5 Execução repetida de um trabalho 
ou exercício sistemático com o fim de adquirir destreza ou proficiência: 
A prática leva à perfeição. 6 Habilidade em qualquer ocupação ou ofício 
adquirida por prolongado exercício deles:Ter muita prática. 7 Modo ou 
método usual de fazer qualquer coisa. 8 Maneira de proceder; uso, costume.
(MICHAELIS. Prática) Disponível em: http://goo.gl/S1FkYL
Desse modo, é através da prática que se materializa a ação profissional e essa 
precisa se fundamentar no conhecimento da teoria.
Já a palavra social nos remete ao que é relativo à sociedade enquanto conjunto 
de indivíduos, que comumente congregados e interagindo uns com os outros 
compartilham a mesma cultura, formando assim uma comunidade onde se constitui 
e se expressa o ser social.
A expressão ser social parte da doutrina Marxiana e diz respeito ao homem, na 
condição de sujeito individual, que exerce a transformação da natureza e de outros 
indivíduos através do trabalho; trata-se de uma transformação prática também para 
o sujeito.
Importante!
A doutrina Marxiana refere-se aos cientistas e estudiosos que se utilizaram dos escritos 
de Karl Marx, em especial O capital, para analisarem o sistema capitalista.
Você Sabia?
Logo, a prática social, segundo Baptista (2014), é uma categoria teórica que nos 
possibilita compreender como se efetiva o processo de constituição do ser social; a 
prática social também é conhecida por Práxis.
A práxis parte dos processos de trabalho como uma das objetivações do ser social, 
porém esse não se reduz ao trabalho. O Trabalho é uma de suas “objetivações”, 
logo a práxis “inclui todas as objetivações humanas” (NETTO, 2007, p. 43), ou 
seja, quanto mais o ser social se desenvolve, mais ele busca outros espaços para 
além dos limites do trabalho, passa a recorrer à ciência, à filosofia, à arte, para o 
alcance de suas objetivações.
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A práxis resulta da relação estabelecida entre a teoria e a prática e se apresenta 
como uma ação capaz de transformar uma realidade.
Nesse sentido, é através do trabalho que o homem transforma a natureza e 
a ele mesmo, e à medida que estabelece relações de mediação nesse processo 
transformador, novas formas de trabalho vão sendo desenvolvidas, bem como 
instrumentos que possibilitem a finalização e resultado da ação.
O homem retira da natureza os elementos para a construção de seus instrumentos, para o 
aperfeiçoamento ou qualifi cação de sua ação.
Você pode imaginar um evento de caça ou pesca sem o uso de instrumentos (ferramentas 
ou armas) adequados?
Ex
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A natureza não cria instrumentos: estes são produtos, mais ou menos 
elaborados, do próprio sujeito que trabalha, mesmo nos níveis mais 
elementares da história, coloca para o sujeito do trabalho o problema dos 
meios e dos fins (finalidades) e, como ele, o problema das escolhas: se um 
machado mais longo ou mais curto é ou não adequado (útil, bom) ao fim a 
que se destina (a caça, a autodefesa etc.). (NETTO, 2007, p. 32)
Ainda segundoesse autor, “o trabalho é sempre uma atividade coletiva”, ou 
seja, o sujeito nunca está isolado, mas sempre está inserido num contexto com 
outros sujeitos, o que exige sociabilização de conhecimento, distribuição de tarefas, 
organização e estabelecimento de uma linguagem coletiva e compreensível, que 
articula e regula. “Esse caráter coletivo da atividade do trabalho é, substantivamente, 
aquilo que se denominará de social” (NETTO, 2007, p. 34).
E da especificidade do trabalho surge a prática profissional, que se legitima através 
de instrumentos legais que a normatiza e protege de acordo com a conjuntura e 
momento histórico.
O conhecimento e a prática profissional estão fundamentados em teorias 
sociais que se constroem a partir do movimento da sociedade e das relações que 
se estabelecem entre os homens, e nessa perspectiva o trabalho profissional passa 
a fazer parte dos processos de trabalho e o “sujeito afirma-se como trabalhador 
assalariado, inserindo-se no mercado” (BAPTISTA, 2014, p.17) e passa a negociar 
sua força de trabalho especializado, que se amplia em diversas áreas de atuação, e 
entre essas o Serviço Social.
Prática profi ssional do assistente social
O Serviço Social surge na década de 1930, como estratégia de combate da questão 
social; tratava-se de um momento em que graves problemas sociais dominavam as 
sociedades europeias e refletiam a desigualdade social e o antagonismo entre o 
capital e o trabalho.
9
UNIDADE Prática social / Prática profissional
A profissão nasce com base nos referenciais e na doutrina da Igreja Católica, e 
o principal foco de suas mediações é, até hoje, o enfrentamento das expressões da 
questão social (desemprego, violência doméstica, alcoolismo, drogadição, crianças 
e adolescentes abandonadas, pessoas em situação de rua, alta de moradia, famílias 
em situação de vulnerabilidade social, precarização da saúde, entre outras).
Importante!
Questão social
A questão social não é um assunto novo, ela é um fenômeno histórico, que foi 
evidenciado na sociedade capitalista desde o início do processo de industrialização, 
período concomitante com o surgimento do Serviço Social. Marcada nas relações de 
trabalho, quando os acessos aos bens de consumo permaneciam nas mãos de alguns, 
enquanto uma expressiva minoria só contava com sua força de trabalho para negociar, e 
dada as precárias condições de vida a exploração era massacrante.
Você Sabia?
A sociedade, então, se definia a partir dos contornos da desigualdade de classes, 
onde homens e mulheres se sujeitavam ao trabalho alienador e alienante para 
garantir o mínimo necessário para a sobrevivências.
Desse modo, as expressões da questão social aparecem nesse contexto como 
reflexo do modo de produção capitalista, desencadeando muitos problemas sociais. 
De forma dinâmica, ela acompanha o movimento da sociedade, redefinindo-se 
conforme as relações sociais, econômicas e políticas que se estabelecem.
Importante!
Pense na região onde você mora (estado, município, bairro), tente identificar as expressões 
da questão social mais presentes ali. Talvez você se surpreenda com a diversidade de 
situações em que o assistente social pode intervir.
Trocando ideias...
A questão social é a matéria-prima do trabalho cotidiano do assistente social. Para conhecer 
mais: Pobreza no Brasil: Caminhos da Reportagem - Documentário Nacional TV Brasil, 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5LluFN6HUvk
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Contudo, ao longo de sua construção histórica, a profissão passou por mudanças 
no que se refere ao seu modo de ser e à afirmação de suas ações profissionais. Isso 
nos mostra que a identidade de uma profissão tem uma temporalidade histórica 
e sofre interferências dos processos sociais, econômicos e políticos de uma dada 
conjuntura. Assim, as práticas profissionais são criadas e recriadas, revistas, 
alteradas e acrescidas de novos saberes; logo
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[...] a configuração da profissão não é simplesmente produto da vontade de 
grupos determinados. Existem, no tipo de relações sociais que se estabe-
lecem no capitalismo monopolista, necessidades e expectativas de práticas 
determinadas, legitimadas pela sociedade – dentre essas estão aquelas que 
cabe ao assistente social operacionalizar. (BAPTISTA, 20014, 19)
O Serviço Social hoje não é um produto acabado, ou seja, a profissão ainda é 
passível de alterações, reformulações, uma vez que sua identidade se estabelece a 
partir de uma temporalidade histórica, ou seja, o movimento da sociedade, suas 
transformações e fenômenos atuais farão com que se observem as necessidades de 
extensão de suas mediações e revisão de suas intervenções.
A atuação do assistente social remete à dinâmica das relações sociais vigentes 
na sociedade.
Para que você possa aprofundar mais seus conhecimentos sobre esse assunto, sugiro que 
leia os seguintes textos:
YASBEK, Maria Carmelita. O signifi cado sócio-histórico da profi ssão.
Disponível em: http://goo.gl/yvUD6P
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Ao abordarmos a prática profissional do assistente social, é importante 
considerarmos alguns aspectos.
O Serviço Social é uma profissão dotada de elementos sociais e políticos que 
exigem a formação em curso de graduação e tem uma natureza crítica e interventiva.
Interventiva: aquela em que se explicita não somente a construção, mas 
a efetivação das ações desenvolvidas pelo assistente social. Compreende 
intervenção propriamente dita, o conhecimento das tendências teórico-
metodológicas, a instrumentalidade, os instrumentos técnico operativos 
e os campos das habilidades, os componentes éticos e os componentes 
políticos, o conhecimento das condições objetivas de vida dos usuários e 
o conhecimento da realidade social. (TORRES, 2007, p. 47)
Intervir: interferir em algo, modifi car, participar: tomar parte voluntariamente em; tornar-
se mediador; interceder; intrometer-se; modifi car; alterar; inserir-se; ser ou estar presente; 
assistir; participar.
Usuário: diz-se de quem tem o direito de usar algo coletivo, geralmente ligado a um 
serviço público.
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E natureza crítica, porque tanto o projeto ético político quanto as diretrizes 
curriculares do curso de graduação em Serviço Social primam pela formação de 
profissionais capacitados para efetuar análises intelectuais da realidade.
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UNIDADE Prática social / Prática profissional
Atualmente, o assistente social conta com um rico arsenal teórico e metodológico.
O Serviço Social na contemporaneidade está muito mais qualificado, especializado 
e habilitado para atuar em meio às mais complexas expressões da questão social.
Isso tudo requer do assistente social um comprometimento ético com o trabalho 
e com a população usuária dos serviços, lembrando que o assistente social é o 
profissional da intervenção, que busca constantemente a garantia de direitos.
O assistente social tem a oportunidade de se aproximar ao máximo da vida das 
pessoas por ele atendidas e assim consegue ter uma dimensão muito mais ampla 
da realidade vivida, o que lhe possibilitará intervenções e mediações mais corretas.
O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão sociotécnica do trabalho; 
isso quer dizer que em uma sociedade capitalista, o assistente social vende sua força 
de trabalho em troca de salário.
Como atividade incluída na divisão sociotécnica do trabalho, o Serviço Social 
precisa possuir todos os elementos que constituem uma ação prática de trabalho:
 · a matéria-prima do trabalho;
 · os instrumentos e técnicas para o desenvolvimento do trabalho;
 · resultados do trabalho ou o produto do trabalho.
O assistente social deve intervir com o objetivo claro de que sua ação trará um 
resultado final, de forma a transformar as relações sociais; esse é o produto do 
seu trabalho. Contudo, esse produto não pode ser entendido como realização ou 
conquista individual, é preciso considerar os parâmetros coletivos definidos através 
dos instrumentos normatizadores da profissão.
O produto do trabalho do Serviço Social é percebido nasrelações que se 
estabelecem com o usuário dos serviços, com a instituição e com outros profissionais.
Importante!
Mas cuidado!!! As relações estabelecidas no momento da ação direta com o usuário 
podem produzir ou reproduzir o caráter de subalternização e dominação, vivenciada lá 
no início da profissão; por isso, ressalto a necessidade e importância de se conhecer o 
Código de Ética do Serviço Social, em especial sobre esse assunto - observe art. 5º, que 
fala sobre os deveres do/a assistente social nas suas relações com os/as usuários/as.
Trocando ideias...
Regulamentação do exercício profissional
A profissão é regulamentada pela Lei 8662/93, de 07 de julho de 1993, que 
dispõe sobre as Competências (artigo 4º) e Atribuições Privativas do Assistente 
Social (artigo 5º) e é orientada pelo Código de Ética, aprovado pela resolução 
CEFESS nº 273/93, de 13 de março de 1993.
12
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Importante!
Você precisa conhecer a Lei de Regulamentação do Exercício Profi ssional, isso vai 
qualifi car sua prática.
A lei lhe ajudará a compreender suas competências profi ssionais e facilitará também a 
compreensão dos profi ssionais de outras áreas acerca do papel do assistente social.
A Lei 8662/93 é um documento que pode ser consultado; portanto, não precisa ser 
decorado, mas você precisa se apropriar desse conhecimento. O conhecimento da 
legislação faz parte da prática profi ssional do assistente social.
Importante!
A Lei de Regulamentação do Exercício Profissional nos revela que existem ações 
profissionais que podem ser realizadas pelos assistentes sociais, mas que também 
podem igualmente ser efetuadas por profissionais de outras áreas; essas ações são 
as competências.
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a 
órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades 
e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos 
que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da 
sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, 
grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido 
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na 
defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às 
matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria 
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, 
políticos e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de 
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades. (LEI 8662/93)
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UNIDADE Prática social / Prática profissional
Entende-se que o assistente social está habilitado de forma técnica, 
teórica e metodológica para realizar tais ações, porém elas não são exclusivas 
desse profissional.
Mas a mesma Lei apresenta as atribuições privativas, que dizem respeito às 
ações que são exclusivas do assistente social, ou seja, somente ele poderá realizá-
las, dada a especificidade de sua formação.
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social;
III - assessoria e consultoria a órgãos da Administração Pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de 
Serviço Social;
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e 
pareceres sobre a matéria de Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação 
como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos 
próprios e adquiridos em curso de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de 
Serviço Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, 
de graduação e pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões 
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes 
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao 
Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados 
sobre assuntos de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal 
e Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas 
ou privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira 
em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. (LEI 
8662/93)
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Você percebe como a teoria e a prática caminham juntas harmonicamente se 
complementando?
Ex
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Para a qualificação da prática profissional do assistente social, é imprescindível 
observar e cumprir o que está estabelecido no Código de Ética do Serviço Social, 
que em todo ou seu texto traz orientações sobre os direitos e deveres do profissional.
O código de ética vai orientar o profissional para o bom funcionamento da 
sua prática profissional no estabelecimento de sua relação com a população 
usuária, na interação com outros profissionais e com as instituições onde prestará 
seus serviços.
Esse instrumento legal também vai dispor sobre as sanções em casos de 
descumprimento dos princípios éticos.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL – CFESS. Comissão de divulgação e 
imprensa do CFESS (org.). Código de Ética do/a Assistente Social. Lei 8662/93. Brasília: 
Conselho Federal do Serviço Social, 2011. Disponível em: http://goo.gl/4aJHWz
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Para o exercício da prática profissional, o assistente social também precisa 
conhecer os órgãos de fiscalização e proteção da profissão e do profissional que 
compõem o conjunto CFESS/CRESS.
 · CEFESS – Conselho Federal de Serviço Social: órgão instituído por lei 
e seu papel é prestar orientação, disciplinar e normatizar o exercício dos 
profissionais assistentes sociais; sua atribuição é de natureza pública e tem 
personalidade jurídica. Tem uma diretoria composta por dezoito assistentes 
sociais de várias partes do país, que são eleitos por um mandato de três 
anos, e esses não recebem remuneração para o exercício dessa função.
 · CRESS – Conselho Regional de Serviço Social: também tem personalidade 
jurídica e está diretamente vinculado ao CFESS. Dentre outras, suas 
atribuições são: efetuar, organizar e manter o registro profissional dos 
assistentes sociais; também tem o papel de fiscalizar e disciplinar o 
exercício dos profissionais assistentes sociais, bem como zelar para o 
cumprimento do Código de Ética. O CRESS também funciona como 
um tribunal; trata-se do Tribunal Regional de Ética Profissional, onde 
são julgados e punidos os casos de descumprimento do código de ética 
profissional. É gerenciado por dezoito assistentes sociais, cujos registros 
são ativos no Estado de referência, e desses, nove são efetivos e nove 
são suplentes. Quem os elege são os próprios assistentes sociais e seu 
mandado dura três anos.
Cabe ainda ressaltar que o assistente social precisa observar toda a legislação 
vigente no país para o bom cumprimento de suas ações profissionais.
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UNIDADE Prática social/ Prática profissional
Uma vez que as relações sociais são políticas, o assistente social também precisa 
se politizar, a fim de acessar novos espaços, dando voz política aos usuários, o que 
não significa tomada de partido ou escolha partidária.
Projeto ético-político do Serviço Social 
Você conhece o projeto ético-político do Serviço Social?
Segundo Neto (1999), os projetos profissionais indicam a direção que uma 
categoria profissional estabelece para realização de seus objetivos. Eles são coletivos 
e revelam a autoimagem de uma profissão, apresentam os valores que a legitimam, 
delimitam suas funções, dispõem sobre as normas para o funcionamento dos 
profissionais.
Desse modo, o projeto ético político do Serviço Social foi formulado durante as 
décadas de 1980 e 1990, período de grandes transformações sociais, econômicas 
e políticas no país, momento em que a profissão experimentou um expressivo 
amadurecimento.
O projeto ético político tem como base o Código de Ética, a Lei de Regulamentação 
do Exercício Profissional e as Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social.
Vamos esquadrinhar o projeto ético-político para analisarmos sua estrutura 
básica, conforme compreensão de Netto (1999):
Núcleo: prima pelo reconhecimento da liberdade como sendo valor central, é 
comprometido com a autonomia, a emancipação dos indivíduos e está vinculado a 
um projeto maior, que propõe, discute, dialoga sobre uma nova ordem social.
Dimensão política: está posicionado em favor da equidade e justiça social na 
perspectiva da universalização da cidadania.
Do ponto de vista profissional: enfatiza o compromisso com a competência 
profissional e para isso ressalta a importância do aprimoramento profissional e da 
autoformação continuada.
Na relação com os usuários: prioriza uma relação baseada nos princípios 
éticos do código, chama a atenção para a qualidade dos serviços prestados e a 
importância da participação da população nas decisões institucionais.
A materialização do projeto ético-político se dá no cotidiano profissional dos 
assistentes sociais, nas intervenções, nas mediações, no saber fazer e se aplica na 
realidade concreta, a partir das demandas apresentadas pelos usuários.
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Embora descrito e documentado, não é possível especificar o que de fato é o 
projeto ético-político, pois ele deve ser experimentado através das ações práticas 
do profissional assistente social. Contudo, são de extrema importância a constante 
reflexão e discussão sobre sua eficácia no cotidiano das ações profissionais, para 
que não se perca o foco.
A efetivação do projeto ético-político através das ações profissionais permite 
a consagração da relação indissociável entre a teoria e a prática e desse modo o 
exercício profissional é fortalecido.
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UNIDADE Prática social / Prática profissional
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Economia política: uma introdução crítica
BRAZ, Marcelo; NETTO, José Paulo. Economia política: uma introdução crítica.
3ª ed. São Paulo: Cortez, 2007 (Biblioteca Básica de Serviço Social)
 Leitura
O serviço social na cena contemporânea
IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na cena contemporânea. 
http://goo.gl/IYnsrI
A construção do projeto ético-político do Serviço social
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço social.
http://goo.gl/t94o8y
Atribuições privativas presentes no exercício profissional do assistente social: uma contribuição para o debate
TORRES, Mabel Mascarenhas. Atribuições privativas presentes no exercício profissional 
do assistente social: uma contribuição para o debate. Libertas, Juiz de Fora, v. 1, n. 2, 
p. 42-69, jun./2007.
http://goo.gl/87x9xA
Conselho Federal de Serviço Social
Atribuições privativas do/a assistente social em questão. Conselho Federal de Serviço 
Social, 2012. 
http://goo.gl/ZT1ZJf
18
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Referências
BAPTISTA, Miriam Veras; BATTINI, Odária. A prática profissional do assistente 
social: teoria, ação, construção do conhecimento. São Paulo: Veras Editora, 2014.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL – CFESS. Comissão 
de divulgação e imprensa do CFESS (org.). Código de Ética do/a Assistente 
Social. Lei 8662/93. Brasília: Conselho Federal do Serviço Social, 2011. 
Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP2011_CFESS.pdf>. 
Acesso em: 10 jan. 2016.
BRAZ, Marcelo; NETTO, José Paulo. Economia política: uma introdução crítica. 
3ª ed. São Paulo: Cortez, 2007 (Biblioteca Básica de Serviço Social).
CONSELHO Federal de Serviço Social. Legislação e Resolução sobre o Trabalho 
do/a assistente social. Brasília: CFESS, 2011.
Conselho Federal de Serviço Social. Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas 
Sociais. Brasília: CFESS, 2009.
IAMAMOTO, Marilda Villela. A questão social no capitalismo. In: Temporalis / 
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, 2ª ed. Brasília: 
ABEPSS, 2004.
NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço 
social. Disponível em http://welbergontran.com.br/cliente/uploads/
4c5aafa072bcd8f7ef14160d299f3dde29a66d6e.pdf. (Acesso: 05/03/2016)
TORRES, Mabel Mascarenhas. Atribuições privativas presentes no exercício 
profissional do assistente social: uma contribuição para o debate. Libertas, Juiz 
de Fora, v. 1, n. 2, p. 42-69, jun./2007. Disponível em: <http://arquivos.mppb.
mp.br/psicosocial/servico_social/atribuicoes.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2016.
YASBEK, Maria Carmelita. A pobreza e exclusão social: expressões da questão 
social no Brasil. In: Temporalis / Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em 
Serviço Social, 2ª ed. Brasília: ABEPSS, 2004.
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Fundamentos Técnicos 
Operativos do 
Serviço Social 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Rosana Cristina Januário do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
O trabalho do Assistente Social
• Introdução
• O Serviço Social atuante na área da Saúde
• O Serviço Social na Previdência Social
• O Serviço Social no âmbito da Assistência Social
• Diversidade de áreas de atuação para o Assistente Social
• A atuação do assistente social no sistema sociojurídico
• O Serviço Social no Esporte
• O Serviço Social na Educação
• Verdades e mentiras sobre o Serviço Social
 · Identificar e analisar as múltiplas áreas e possibilidades de espaços 
de atuação para os assistentes sociais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A partir das leituras e estudos propostos nesta unidade, vamos nos 
aproximar das diversas áreas de atuação do assistente social, os espaços 
sócio-ocupacionais.
Não pretendemos aqui esgotar a discussão sobre esse assunto, mas promover 
uma reflexão e compreensão acerca da temática em questão.
As leituras sugeridas e as atividades propostas também são extremamente 
importantes. Anote suas dúvidas para que possa transmiti-las ao 
professor-tutor.
Você vai encontrar na pasta de atividades as Atividades de Avaliação e 
Videoaula; explore o conteúdo e aproveite.
Efetue a Atividade de Aprofundamento Reflexiva para fixação do 
conteúdo apreendido.
ORIENTAÇÕES
O trabalho do Assistente Social
UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Contextualização
O Serviço Social conta com um grande leque de possíveis áreas de atuação para 
os profissionais do Serviço Social. Algumas são áreas clássicas, ou mais tradicionais, 
como a Saúde, Assistência Social e Previdência Social, que vêm recrutando os 
assistentes sociais desde o início da profissão; outras são recentes, cujos campos 
ainda estão sendo desbravados; e outras áreas ainda serão descobertas e validadas 
de acordo com a necessidade de novas mediações e habilidades para o enfretamento 
das expressões da questão social.
Cremos que os estudos desta unidade irão ajudar você a refletir sobre a 
importância da inserção do Serviço Social nos diversos seguimentos e campos e 
ainda fornecerão elementos para uma aproximação da área com a qual você mais 
se identifica.
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Introdução
Você já conseguiuescolher em qual área vai querer trabalhar ao se formar? Ou o que cada 
uma das áreas exige do profi ssional assistente social para recebê-lo(a)?
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O trabalho realizado pelo assistente social nos diversos espaços sócio-
ocupacionais será igualmente orientado pelo Código de Ética do Serviço Social e 
Pela Lei de Regulamentação do Exercício Profissional.
Do mesmo modo, o Projeto Ético Político é observado e materializado a partir 
das intervenções do assistente social no seu dia a dia profissional.
Já temos visto que as expressões da questão social são múltiplas e complexas e 
elas se apresentam aos assistentes sociais nos diversos espaços sócio-ocupacionais.
Vamos juntos analisar algumas dessas áreas e como se dá a inserção do assistente 
social nesses espaços.
O Serviço Social atuante na área da Saúde
Como parte integrante do tripé da Seguridade Social, a Saúde está prevista na 
Constituição Federal de 1988 (CF/88) como sendo um direito de todos e um dever 
do Estado. Desse modo, caracteriza-se como política não contributiva, ou seja, 
todo cidadão, mesmo não tendo contribuído de alguma forma, terá direito aos 
serviços prestados pela Saúde em seus respectivos equipamentos.
Seguridade
Social
Saúde Previdência Assistência
Fonte: Elaborado pela autora.
Veja como o artigo 196 da CF/88 conceitua a Saúde:
Art. 196 – A Saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas a redução dos riscos de doenças 
e de outros agravos e o acesso universal e igualitário aos bens e serviços 
para a sua promoção, proteção e recuperação. (Constituição de 1988) 
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Desse modo, entende-se que para a efetivação da Política de Saúde, outras 
áreas precisarão ser acionadas, para a realização de ações preventivas, de controle, 
tratamento e erradicação, com vistas à redução de riscos de doenças muito graves.
A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições de 
promoção e recuperação da saúde e em seu artigo 3º ela apresenta alguns 
fatores condicionantes e determinantes.
Art. 3º - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre 
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, 
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos 
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a 
organização social e econômica do país. (Lei 8.080/1990)
Importante!
Para garantir a saúde de uma pessoa, alguns elementos são fundamentais, como 
alimentação, moradia adequada com saneamento básico e outros, como vimos no artigo 
3º da Lei 8.080/90. Então, vamos pensar na ausência desses elementos, ou na falta deles 
na vida dos cidadãos. Certamente estaríamos diante de diversas expressões da questão 
social. Lembre-se de que o objeto de intervenção do Serviço Social é a questão social.
Trocando ideias...
A saúde foi uma das áreas em que os avanços constitucionais foram muito 
expressivos.
As competências e atribuições dos profissionais do Serviço Social que 
desenvolvem suas ações no âmbito da Saúde, bem como nos demais espaços sócio-
ocupacionais, são norteadas pela Lei de Regulamentação do Exercício Profissional, 
pelo Código de Ética Profissional e pelo Projeto Ético-político da Profissão.
O trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais na área da saúde precisa 
ultrapassar o caráter emergencial e burocrático. O assistente social precisa 
conhecer bem suas competências e atribuições para manter prioridades nas ações 
e para que saiba como se colocar nas equipes de trabalho, dialogando com os 
demais profissionais (médicos, enfermeiros, agentes de saúde e outros) em nível de 
igualdade, não se sobrepondo ou se subordinando, mas construindo novos saberes, 
novas formas do fazer profissional.
Para conhecer mais as atribuições do assistente social na área da Saúde, acesse: 
BRASIL. Parâmetros para a atuação de assistentes sociais na saúde. Brasília: CFESS, 
2010. Disponível em: https://goo.gl/lQPDK3
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O artigo 10º do Código de Ética diz: “d- incentivar, sempre que possível, a 
prática profissional interdisciplinar” é um dever do assistente social, e na Saúde 
não é diferente. O profissional faz parte de equipes técnicas com profissionais de 
outras áreas, e seus conhecimentos teóricos e metodológicos podem lhe possibilitar 
pontuações diferenciadas nos aspectos de interpretação das condições de saúde, o 
que fará a diferença junto aos outros profissionais.
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As ações socioeducativas também fazem parte do trabalho dos assistentes 
sociais da Saúde; logo, trabalhar com grupos, sabendo utilizar bem as técnicas e 
instrumentos, é muito importante.
Na saúde, os assistentes sociais podem ser encontrados nos hospitais públicos e 
privados, nos convênios médicos, unidades básicas de saúde (UBS), clínicas médicas 
em geral, entre outros serviços.
O Serviço Social na Previdência Social
A política de Previdência Social como integrante da seguridade social é uma das 
áreas clássicas de atuação dos assistentes sociais e seu conceito é assegurar o direito à 
proteção ao cidadão e seus dependentes, desde que este tenha contribuído mensalmente 
para garantir o direito aos benefícios previstos pelo sistema previdenciário.
 A Previdência Social é concebida como um seguro social, que substitui a 
renda do segurando que é contribuinte a partir do momento que este perde sua 
capacidade laborativa, ou seja, que por motivo de doença, maternidade, morte, 
velhice, acidente ou reclusão (prisão) não possa mais trabalhar.
Para conhecer os benefícios da Previdência Social, confi ra abaixo:
Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade Social; Associação Nacional dos Auditores 
Fiscais da Receita Federal do Brasil. Brasília: Fundação ANFIP de estudos da seguridade 
social, 2014, 41 p. Disponível em: https://goo.gl/qodNfL
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Conforme documento do CFESS – Conselho Federal de Serviço Social, o 
Serviço Social existe na Previdência Social desde 1944 (esta é uma das primeiras 
áreas de inserção de assistentes sociais no Brasil) e está fundamentado no Artigo 
88 da Lei 8213/91, que diz:
Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários 
seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente 
com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua 
relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição 
como na dinâmica da sociedade.
§ 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade 
temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas.
§ 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas 
intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, 
recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive 
mediante celebração de convênios, acordos ou contratos.
§ 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário 
na implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em 
articulação com as associações e entidades de classe.
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
§ 4º O Serviço Social, considerando a universalização da Previdência 
Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios na 
elaboração e implantação de suas propostas de trabalho. (BRASIL, 1991)
A presença do Serviço Social na Previdência Social também se justifica através 
do parágrafo 6º do artigo 20 da Lei 8.742/93 e alterações e no art. 161 do 
Decreto nº 3.048/99, que trata da participação do assistente social na avaliação 
do Benefício de Prestação Continuada - BPC.
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário 
mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta 
e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. Alterado pela 
LEI Nº 12.435, DE 6 DE JULHO DE 2011 – DOU DE 07/07/2011 § 
6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do 
grau deimpedimento de que trata o § 2º, composta por avaliação médica 
e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais 
do Instituto Nacional de Seguro Social. (BRASIL, 1991)
O assistente social vai atender de forma específica as demandas de avaliação 
para o BPC, estabelecido na LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social, que prevê 
o pagamento de um salário mínimo às pessoas com deficiência e aos idosos com 
mais de 65 anos, incapazes para o trabalho e que também não podem contar com 
auxílio de familiares para a sua manutenção financeira.
A presença do Serviço Social na Previdência Social também se afirma na Matriz 
Teórico-Metodológica do Serviço Social da Previdência Social, que apresenta o 
seguinte texto acerca do objetivo do Serviço Social:
a) implementar a Política Previdenciária sob a ótica do direito social e da 
cidadania contribuindo para viabilizar o acesso aos benefícios e serviços 
previdenciários e garantir as demandas e reivindicações da população.
(INSS & MPAS, 1995)
O assistente social que trabalha no sistema previdenciário é contratado via 
concurso público e sua intervenção é voltada aos usuários, de modo a orientá-
los para que acessem e garantam seus direitos. Contudo, há uma contraditória 
afirmação e negação de direito, o que se percebe quando o direito de um trabalhador 
é negado e este tem de recorrer a outras instâncias na esperança da conquistá-lo.
Nesse sentido, o assistente social na previdência social vai atender à demanda 
dos usuários em geral, proporcionando o acesso aos serviços disponíveis através 
de atividades como: informações previdenciárias, orientações e encaminhamentos 
diversos, fortalecimento da coletividade, assessoria, entre outras.
O trabalho do assistente social na Previdência Social se dá num campo muito 
contraditório de limites e possibilidades, e isso é um dos grandes desafios para 
o profissional.
Seu trabalho é desenvolvido nas diversas agências do INSS (Instituto Nacional do 
seguro Social) espalhadas em todo território nacional.
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O Serviço Social no âmbito da 
Assistência Social 
A constituição de 1988 foi um marco para a Assistência Social no Brasil. A 
partir dessa data passa a ser reconhecida como direito de todo cidadão e como 
um dever do Estado, deixa o caráter assistencialista e assume um lugar no rol das 
políticas públicas, sendo reconhecida como Política de Assistência Social.
Segundo a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, a função da 
Assistência Social é garantir a proteção social básica e especial. Então, para quem 
trabalha ou vai trabalhar nesses serviços socioassistenciais é preciso conhecer as 
ações ali desenvolvidas.
Acesse o Informativo SUAS, CRAS CREAS e fi que por dentro das ações desenvolvidas em 
cada serviço e qual é o público alvo: https://goo.gl/dlQP3d
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É muito comum vermos pessoas confundindo Assistência Social com Serviço 
Social, então para que isso não aconteça, aí vai uma dica: a Assistência Social é um 
conjunto de ações estatais e privadas que tem o objetivo de atender as necessidades 
sociais, logo é uma Política Pública. Já o Serviço Social é uma profissão que atende 
algumas exigências e está inscrita na divisão social e técnica do trabalho.
Não confunda Política de 
Assistência Social e Serviço Social!
O profissional assistente social que atua na Política de Assistência Social precisa 
ter um olhar diferenciado para as demandas que lhes forem apresentadas, para 
não retornar às práticas do passado, quando o problema era analisado e tratado 
como pessoal e individual; ele precisa reconhecer a Questão Social como objeto 
de intervenção profissional e fazer bom uso de instrumentos e técnicas adequados 
para cada situação social.
O trabalho na Política de Assistência Social aponta para uma perspectiva 
interdisciplinar, que possa ser capaz de responder às complexas demandas 
individuais e coletivas.
Conhecer a legislação vigente é fundamental para o desempenho do trabalho, 
bem como a atualização constante de conhecimento.
O recrutamento para os profissionais nessa área de atuação se dá via concurso 
público e em alguns serviços outras formas de contratação também são mantidas, 
como CLT, prestação de serviços, temporária e outras.
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Diversidade de áreas de atuação para o 
Assistente Social
Muito bem, você acaba de fazer uma breve aproximação junto às três áreas 
que mais têm recrutado assistentes sociais desde o início da profissão: Saúde, 
Previdência Social e Assistência Social. Agora, vamos abordar outros espaços 
sócio-ocupacionais do assistente social.
Você vai perceber que o profissional do Serviço Social tem competências e 
habilidades que podem ser aplicadas em diversos seguimentos e que os assistentes 
sociais juntamente com outros profissionais constroem novas formas de intervenção 
e mediação muito mais eficazes.
A atuação do Assistente Social no sistema 
sociojurídico
Antes de falarmos desse espaço sócio-ocupacional, é importante que você 
compreenda o que significa o termo sociojurídico.
Trata-se de uma discussão relativamente recente, com início no ano de 2001, 
e é referente às práticas dos assistentes sociais desenvolvidas no Poder Judiciário 
ou em outros setores de alguma forma articulados a ele, como Delegacias, 
Sistema Penitenciário, Políticas Públicas de Segurança, Serviços de Acolhimento 
Institucional, Escritórios Experimentais, Defensoria Pública e outros.
No judiciário, o assistente social é contratado para exercer sua profissão de forma 
diferenciada, ele é requisitado para interceder a favor da vida e dos menos favorecidos, 
utilizando seus conhecimentos técnicos e metodológicos, respaldados nos princípios 
éticos, para fazer valer os direitos dos cidadãos em condição de vulnerabilidade, que 
foram vítimas de todo tipo de precarização e desmonte de direitos.
O profissional pode ser contratado por diferentes vínculos empregatícios, a 
depender da região: estatutário, celetista, terceirizado, comissionado, temporário, 
contudo o estatutário é o que mais se sobressai.
Para saber mais sobre o Serviço Social no âmbito sociojurídico, acesse: https://goo.gl/Ifbu2f
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A especificidade do Serviço Social pode subsidiar muitas áreas do Direito, como: 
Família, Criança e Adolescente, Penal, Previdenciário e outras.
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O assistente social que atua no Poder Judiciário é subordinado ao Juiz de 
Direito e sua ação “é auxiliar e fornecer subsídios para a ação judicial, a partir 
do conhecimento e do saber que lhe confere sua área de formação profissional” 
(FÁVERO, 2005 p. 20).
Se você deseja trabalhar no Poder Judiciário, é muito importante que exercite a 
escrita e a leitura, pois esses recursos serão utilizados constantemente.
O assistente social do Poder Judiciário lida com situações emergenciais de 
grandes complexidades e isso vai exigir agilidade, criatividade, capacidade para 
realizar leitura crítica da realidade e para trabalho em equipe.
O Serviço Social no Esporte
A área do Esporte surge para o Serviço Social como um verdadeiro desafio, um 
campo a ser desbravado.
Consideramos importante apresentar esse segmento dentre os tradicionais para 
que você perceba como o assistente social pode compor variadas equipes de trabalho 
e contribuir para a construção de mediações e intervenções criativas e eficientes.
A CF/88 dispõe em seu texto parágrafos que fazem referência ao esporte como 
um direito de todo cidadão, direito esse que será efetivado mediante uma gestão 
democrática e participativa, com o diálogo entre o poder público e a população.
Contudo, mesmo o esporte sendo um direito previsto em Lei, nem sempre 
tal validação se efetiva, uma vez que seu acesso não se dá de forma indistinta e 
universal, ou seja, nem todas as pessoas têm condições de participar de atividades 
esportivas, recreativas e de lazer pela falta de infraestrutura do local onde residem, 
escassez de recursos financeiros, falta de investimento do poder público, e dessemodo a parcela menos favorecida socioeconomicamente acaba sendo privada 
desse direito.
As regiões periféricas das grandes cidades acabam sofrendo os impactos de tal 
ausência de direito e isso repercute na população de forma muito negativa. Regiões 
atingidas pelas diversas expressões da questão social.
Baixo nível de escolaridade, escolas em condições precárias, falta de 
equipamentos de saúde, condições inadequadas de moradia, pais e ou responsáveis 
desempregados ou no mercado informal, trabalho infantil, acesso às drogas e 
prática de atos infracionais. Condições de desigualdade social que inviabilizam o 
acesso aos bens e serviços.
Diante desse cenário, o esporte pode ser utilizado como uma ferramenta de 
enfretamento da questão social e de inclusão social, prática que vem sendo adotada 
por algumas organizações sociais e aplicada através de projetos sociais a partir de 
atividades esportivas (futebol, capoeira, balé, etc.), com o objetivo de alcançar a 
população em situação de vulnerabilidade social.
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Nesse espaço sócio-ocupacional, o assistente social vai integrar uma equipe 
de trabalho com profissionais da Educação Física, Saúde, Psicologia, Nutrição e 
outros, desenvolvendo suas competências e atribuições dispostas na Lei 8662/93, 
Código de Ética Profissional e Projeto Ético Político da Profissão.
O Serviço Social também pode ser encontrado em alguns estados e cidades do 
país, nos clubes esportivos, atendendo às demandas apresentadas pelos atletas.
O Serviço Social na Educação
Levando-se em consideração que a intervenção profissional do assistente social 
visa à garantia de direito dos usuários dos diversos serviços, faz-se necessária uma 
reflexão sobre a área da Educação, quando a garantia ao aceso e permanência na 
escola também é um direito muitas vezes violado.
A inserção do assistente social na área da Educação está prevista pelo projeto 
de Lei 3688/2000 e respaldada pela Lei 8662/93 (Lei de Regulamentação do 
Exercício Profissional do assistente social).
Partindo desse pressuposto, os assistentes sociais têm capacidade para articular 
e elaborar projetos estratégicos que viabilizem a integração participativa entre 
escola, família e sociedade, podendo contribuir para a democratização da educação 
para crianças e adolescentes, com base no projeto ético político e no código de 
ética da profissão.
No ambiente escolar, muitas são as expressões da questão social que se revelam 
através da vida de crianças e adolescentes, a partir de suas relações sociofamiliares. 
Trata-se de um espaço de contradição, incertezas e possibilidades de mediações e 
intervenções eficazes para o fortalecimento dos sujeitos com vistas à transformação 
da realidade social.
Nesta perspectiva, é que o Serviço Social busca construir um 
perfil profissional na política educacional, conquistando espaços, 
protagonizando ações que possibilitem intervenções profissionais 
criativas, propositivas, estratégicas, ousadas, destemidas e comprometidas 
com as transformações sociais. (PINA, 2009, p 183.)
É nessa perspectiva que o conjunto CFESS/CRESS vem articulando forças 
políticas e da sociedade para a efetivação.
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Pensando em possibilidades 
Muito bem, até aqui você pode conferir como são diversas as possibilidades de 
atuação para o assistente social dentro dos respectivos espaços sócio-ocupacionais.
Nossa intenção não é esgotar a busca desses espaços, mas motivá-lo(a) para que 
pesquise sobre esse assunto e se prepare para seu futuro profissional na área escolhida.
No quadro a seguir você vai encontrar uma relação de outras áreas em que 
o Serviço Social está colocado e o profissional assistente social exerce suas 
funções com base nos princípios éticos e legais, integrando equipes profissionais 
bastante diversificadas.
Espaços Sócio-Ocupacionais do Asistente Social
Atenção à Pessoa com Deficiência
Atenção à Pessoa Idosa
Consultoria e Assessoria
Criança e Adolescente
Educação
Empresas Públicas e Privadas
Ensino e Pesquisa
Família
Movimentos Sociais
Políticas de enfrentamento ao racismo e às variadas formas de 
opressões (classe, gênero, geracionais, etnia, sexualidade, raça e outras)
Políticas de Habitação
Questão Ambiental e Meio Ambiente
Terceiro Setor
Verdades e mentiras sobre o Serviço Social
Há muita desinformação sobre o que de fato é Serviço Social, mas você, 
enquanto estudante e futuro(a) profissional, precisa estar atento(a).
Você já ouviu perguntas como estas: afinal, o que é mesmo Serviço Social? Você 
está fazendo o curso de assistência social? O que faz um(a) assistente social? Você está 
estudando para dar cesta básica aos pobres? E por aí vão tantos questionamentos.
E como estão as suas respostas diante de tais indagações?
Seu conhecimento sobre a profissão, a partir de estudos, leituras, pesquisas, 
prática de estágio, irá fortalecer suas argumentações; mais do que isso, lhe 
possibilitará fundamentar sua ação, lhe motivará a ocupar um espaço sócio-
ocupacional enquanto profissional para a materialização do projeto ético político 
da profissão.
Confira o teste de falso e verdadeiro e se certifique de como estão seus 
conhecimentos sobre a profissão.
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Falso Verdadeiro
O trabalho do Assistente Social é voluntário, exercido de 
forma gratuita.
O Assistente Social é um profissional que exerce seu trabalho 
de forma remunerada, nas organizações públicas e privadas, 
tendo competência e atribuições específicas, para atuação em 
diferentes áreas.
Assistente Social é uma moça boazinha, que ajuda as pessoas. O Serviço Social é uma profissão de homens e mulheres, 
que atuam na realidade social através do atendimento 
das demandas, elaboração de pesquisas e construção de 
propostas que visam o atendimento às necessidades sociais da 
população. A associação da “moça boazinha” ao profissional 
de Serviço Social se deve ao senso comum de que a ajuda e o 
cuidado do outro são atribuições da figura feminina.
O Assistente Social trabalha sempre com os pobres. O trabalho não se restringe à pobreza. Entretanto, a realidade 
social e econômica do Brasil faz com que o trabalho do 
Assistente Social seja, em grande parte, com a população 
mais empobrecida da sociedade. Ao efetivar direitos, a ação 
profissional atinge outras parcelas da população.
Assistência Social ≠ Assistencialismo ≠ Serviço Social
Assistência Social: é uma política pública de garantia e 
de defesa de direitos, regulamentada pela Lei Orgânica da 
Assistência Social. Destina-se à população mais vulnerável, 
com o objetivo de superar exclusões sociais e defender e vigiar 
os direitos de cidadania e de dignidade humana.
Assistencialismo: é o contraponto do direito, da proteção 
social ou seguridade social. É um acesso a um bem através 
de uma doação. Com o assistencialismo, não há garantia de 
cidadnia, pois o acesso a condições plenas dignas de vida 
dos cidadãos é conseguido através de favor, à espera de boa 
vontade e interesse de alguém.
Serviço Social: é uma profissão que atua no campo das 
políticas sociais, entre estas, a da Assistência Social. Opõe-
se ao assistencialismo através de uma prática que visa a 
expansão dos direitos e a emancipação da sociedade.
Qualquer um faz Serviço Social, inclusive políticos e religiosos. A expressão “Serviço Social” é privativa de uma profissão 
regulamentada, que só pode ser exercida por Assistentes 
Socias devidamente inscritos no Conselho Regional de Serviço 
Social. Não se deve usar essa expressão para identificar 
práticas assistencialistas.
Fonte: Adaptado de CRESS PR. Ato público esclarece mitos e verdades a respeito da profissão. Disponível em: https://goo.gl/U2fL5A
A profissão precisa sempre ser analisada a partir de uma perspectiva crítica, 
contrapondo os ditos desinformados do senso comum.
Podemos afirmar que o Serviço Social tem seu espaço garantido e sua preservação 
depende da participação efetiva de seus agentes no cenário social, com atitudeséticas e políticas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Serviço social: identidade e alienação
MARTINELLI, Maria Lucia. Serviço social: identidade e alienação. 16ª ed. São Paulo: 
Cortez, 2011.
 Vídeos
História da saúde pública no Brasil - Um século de luta pelo direito a saúde
https://youtu.be/SP8FJc7YTa0
Especial apresenta história da Assistência Social no Brasil
https://youtu.be/gq4YXI1pggg
 Leitura
Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social
IAMAMOTO, Marilda Villela.
https://goo.gl/PXWLfy
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UNIDADE O trabalho do Assistente Social
Referências
BRASIL. Atuação de assistentes sociais no sociojurídico: subsídios para reflexão. 
Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2014. Disponível em: <http://www.cfess.
org.br/arquivos/CFESSsubsidios_sociojuridico2014.pdf>. Acesso: 23 jan. 2016.
BRASIL. Código de Ética do/a Assistente Social e Lei 8662/93. Brasília: 
Conselho Federal de Serviço Social, 2014. Disponível em: <http://www.cfess.
org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf>. Acesso: 23 jan. 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.
htm>. Acesso em: 23 jan. 2016.
BRASIL. Lei 8080, de 19 se setembro de 1990. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm>. Acesso em: 23 jan. 2016.
BRASIL. Lei 8213, de 24 de julho de 1991. Disponível em: <http://www.
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BRASIL. Lei 8742, de 07 de dezembro de 1991. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742.htm>. Acesso em: 15 jan. 2016.
BRASIL. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de 
assistência social. Brasília: CFESS, 2010. Disponível em: <http://www.cfess.
org.br/arquivos/Parametros_para_a_Atuacao_de_Assistentes_Sociais_na_Saude.
pdf>. Acesso: 21 jan. 2016.
BRASIL. Parâmetros para a atuação de assistentes sociais na política de 
saúde. Brasília: CFESS, 2010. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/
arquivos/Parametros_para_a_Atuacao_de_Assistentes_Sociais_na_Saude.pdf>. 
Acesso: 23 jan. 2016.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social – PNAS 2004. Norma 
operacional Básica - NOB/SUAS. Brasília, novembro de 2005. Disponível 
em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/
Normativas/PNAS2004.pdf>. Aceso em: 04 abr. 2016.
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Papel e atribuições 
do/a assistente social nas políticas de previdência e assistência social. CFESS 
Manifesta. Brasília, 24 de abril de 2008. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/
arquivos/cfessmanifesta_concursoINSS_24abr2008.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2016.
FÁVERO, Eunice Terezinha. Serviço social, práticas judiciárias, poder: 
implantação e implementação do Serviço Social no Juizado da Infância e Juventude 
de São Paulo, 2 ed. São Paulo: Veras Editora, 2005.
INSS; MPAS. Matriz teórico-metodológica do Serviço Social na Previdência Social. 
Brasília: MPAS, 1995. Disponível em: <http://cresspr.org.br/wp-content/uploads/
arquivos/matrizteoricometodolgicassprevsociall.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2016.
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Fundamentos Técnicos 
Operativos do 
Serviço Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Rosana Cristina Januário do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
A instrumentalidade da profissão
• Introdução
• Instrumentalidade da profissão
• Definição de Instrumentalidade
• Serviço social e instrumentalidade
• Breve resgate histórico 
• Desafios para os dias atuais
 · Possibilitar um diálogo profissional com a realidade social e 
institucional.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta unidade, vamos estudar sobre a instrumentalidade do Serviço Social, 
compreender seu conceito e sua aplicação na prática profissional.
As leituras sugeridas e as atividades propostas também são muito importantes 
para seu progresso nos estudos. Anote suas dúvidas para que possa transmiti-
las ao professor-tutor.
Você vai encontrar na pasta de atividades as Atividades de Avaliação e 
Videoaula; explore o conteúdo e aproveite.
Participe do Fórum, para ampliar seu conhecimento sobre o assunto.
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
A instrumentalidade da profi ssão
UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Contextualização
O conhecimento é e sempre foi uma grande ferramenta de transformação, e ao 
longo da história o Serviço Social caminhou em busca do aperfeiçoamento de seus 
referenciais teóricos e metodológicos, o que foi possível através do conhecimento 
adquirido em seu processo de institucionalização profissional.
Sem o conhecimento não é possível romper com as resistências, nem articular 
novas possibilidades de ação.
Técnicas e instrumentos são desenvolvidos a partir do conhecimento. 
Conhecimento que caminha desde o popular ao científico, trazendo elementos de 
informação e saber, para qualificar o fazer.
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Introdução
A instrumentalidade do Serviço Social é parte integrante de seu processo sócio-
histórico desde os primeiros passos da profissão e está diretamente relacionada ao 
fazer profissional.
Mais uma vez vamos perceber que a teoria e a prática precisam estar alinhadas 
para que as intervenções do assistente social tenham bom êxito.
Então eu convido você para mais uma etapa de estudos, com o objetivo de 
compreender a dimensão da instrumentalidade do Serviço Social.
Instrumentalidade da profi ssão
Quando o assunto é instrumentalidade do Serviço Social, logo nos vêm à mente 
os instrumentos, ou as ferramentas que os profissionais utilizam no dia a dia para a 
realização de suas ações, na aplicação de seu trabalho, porém a instrumentalidade 
tida como uma categoria é muito mais abrangente.
Vamos iniciar esta unidade analisando o conceito de instrumentalidade para 
melhor compreendermos sua aplicação no Serviço Social, e para tanto vamos 
manter um diálogo com as autoras Guerra (2007) e Trindade (2001), que vão nos 
orientar acerca dessa temática.
Defi nição de Instrumentalidade 
Segundo Guerra (2007), instrumentalidade no Serviço Social não se refere 
exclusivamente os instrumentos e técnicas utilizados para a realização das suas 
ações, mas trata-se de “capacidade, qualidade ou propriedade constitutiva da 
profissão”, o que se forma em seu processo histórico e social, e conforme os 
objetivos profissionais vão sendo constituídos surgem necessidades de respostas às 
novas demandas.
Instrumentalidade é capacidade, 
qualidade ou propriedade 
constitutiva da profissão.
Instrumento é tudo o que serve para auxiliar na execução de uma tarefa, que 
auxilia o profissional na passagem da intencionalidade para a efetivação da ação, 
o que caracteriza a instrumentação profissional (o uso das diversas ferramentas de 
trabalho do assistente social).
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Desse modo, a instrumentalidade do Serviço Social diz respeito a uma 
capacidade que a profissão foi adquirindo ao longo de sua construção sócio-
histórica através das respostas profissionais dadas às demandas a ele apresentadas. 
Essa instrumentalidade está atrelada à maneira como o Serviço Social ingressou 
na divisão sociotécnica do trabalho, atendendo aos interesses da burguesia, com o 
objetivo de controle e estabelecimento da ordem social, fundamentada a partir dos 
preceitos e dogmas da Igreja Católica.
Os assistentes sociais transformam a realidade no cotidiano profissional e das 
classes sociais e sobre isso Guerra afirma que:
Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes 
sociais que demandam a sua intervenção, os meios e os instrumentos 
existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos, para 
o alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando 
instrumentalidade às suas ações. (GUERRA, 2007, p. 2)
Todo trabalho tem uma instrumentalidade para as condições necessárias de 
sua operacionalização, e isso indica a capacidade da profissãoem se atualizar e 
alcançar seus objetivos, os quais precisam ser claros para serem alcançados.
A instrumentalidade articula três dimensões que perpassam a natureza do 
Serviço Social. Segundo Battini (2006), são estas dimensões que possibilitam a 
operacionalização do projeto ético político do Serviço Social:
 · Técnico interventiva; 
 · Ético política;
 · Teórica.
As três dimensões precisam estar articuladas, para que teoria e prática viabilizem 
as mediações do profissional assistente social.
Serviço social e instrumentalidade
Vamos recorrer agora à história do Serviço Social e seu processo de 
institucionalização profissional para que possamos identificar e compreender o uso 
dos instrumentos e técnicas adotados pela profissão ao longo de sua trajetória.
É importante destacar que as formas de atuação do profissional, ou as formas de 
dar respostas às demandas presentes no seu dia a dia de trabalho, têm relação com 
o contexto sócio-histórico; com isso, os objetivos podem variar, porém o objeto da 
intervenção é o mesmo, a questão social.
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Desse modo, você vai perceber que os instrumentos e técnicas utilizados em 
diferentes momentos pela profissão parecem os mesmos e são, porém a maneira 
com que os profissionais passaram a compreender a realidade foi se modificando a 
partir da apropriação dos referenciais teóricos e do seu posicionamento ético político.
Não iremos nos deter em discorrer sobre esse contexto, contudo é importante 
mencioná-lo, e principalmente recordar o momento histórico em que o Serviço 
Social surge como parte do projeto da ordem burguesa para tratar e responder a 
questão social.
Havia uma intencionalidade, uma necessidade social que determinou a utilidade 
social da profissão, marcada inicialmente como reprodução da ordem burguesa. 
Desse modo, a questão social retrata o processo de formação da classe operária e 
passa a ser foco da intervenção do Estado e, consequentemente, do Serviço Social.
Assim, a utilidade social da profissão é atender s necessidades das classes, com 
respostas qualificadas, o que é possível por causa da formação especializada de 
seus agentes, da legitimação e do reconhecimento profissional.
O Serviço Social é então reconhecido como profissão; os assistentes sociais 
passam a vender a sua força de trabalho e sua instrumentalidade (capacidade, 
qualidade ou propriedade constitutiva da profissão).
Segundo Guerra (2007):
As políticas sociais, além de sua dimensão econômico-política (como 
mecanismo de reprodução da força de trabalho e como resultado das 
lutas de classe) constituem-se também num conjunto de procedimentos 
técnico-operativos, cuja componente instrumental põe a necessidade de 
profissionais que atuem em dois campos distintos: o de formulação e o de 
sua implementação. É neste último, no âmbito da sua implementação, que 
as políticas sociais fundam um mercado de trabalho para os assistentes 
sociais. (GUERRA, 2007, p. 6)
Veja, a autora nos mostra que as políticas sociais, como Política de Saúde, 
Política de Previdência Social, Política de Assistência Social e outras, constituem os 
espaços sócio-ocupacionais do assistente social, compondo assim o seu mercado 
de trabalho.
A autora também nos mostra que além da dimensão econômica, a política 
apresenta um conjunto de procedimentos técnicos e operativos para os assistentes 
sociais que a formulam e implantam.
Existe uma cultura profissional que perpassa a instrumentalidade, onde são 
construídos os “indicativos teórico práticos de intervenção imediata, o chamado 
instrumental técnico ou os ditos metodológicos de ação”. (GUERRA, 2007, p. 12). 
Ou seja, o assistente social lança mão de todo referencial teórico produzido no âmbito 
do Serviço Social e da tradição marxista, para o alcance dos objetivos profissionais.
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Breve resgate histórico 
Vamos recorrer novamente à história do Serviço Social para ampliarmos 
nossa discussão sobre os instrumentos do Serviço Social. Vamos passar 
brevemente por alguns momentos que foram importantes para a definição dos 
rumos da prática profissional.
Leia as informações do quadro a seguir:
Trajetória do Serviço Social
Nos anos 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-
americana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem 
como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase 
está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial. Neste período há o 
início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além 
do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Com 
supervalorização da técnica, considerada autônoma e como um fim em si, 
e com base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve 
através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social 
de Comunidade”.
Nos anos 1960 e 1970, há um movimento de renovação na profissão, que se 
expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, 
quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo.
O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos 
dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece interlocução com as 
Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos “de esquerda”, sobretudo do 
sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.
Profissionais ampliam sua atuação para as áreas de pesquisa, administração, 
planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além 
das atividades de execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos 
setores populares.
Cresce o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta 
considerada como instrumento de dominação de classe, a serviço dos 
interesses capitalistas. Com os ventos democráticos dos anos 1980, inaugura-
se o debate da ética no Serviço Social, buscando-se romper com a ética da 
neutralidade e com o tradicionalismo filosófico fundado na ética neotomista 
e no humanismo cristão.
Assume-se claramente, no Código de Ética Profissional aprovado em 1986, 
a ideia de “compromisso com a classe trabalhadora”. O Código traz também 
outro avanço: a ruptura com o corporativismo profissional, inaugurando a 
percepção do valor da denúncia (inclusive a formulada por usuários).
No âmbito da formação profissional, busca-se a ultrapassar o tradicionalismo 
teórico-metodológico e ético-político, com a revisão curricular de 1982. 
Supera-se, na formação, a metodologia tripartite e dissemina-se a ideia da 
junção entre a técnica e o político.
Fonte: CFESS. Serviço Social.
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Ao retomarmos a história do Serviço Social, percebemos um movimento 
constante de transformações sociais que repercutiram diretamente na profissão, 
impulsionando seus agentes para busca pela reatualização em distintos contextos, 
desde ações assistenciais de cunho educativo e moralizador, às produções científicas 
e intervenções profissionais.
O Serviço Social desenvolve sua instrumentalidade e cria instrumentos e técnicas 
a partir da apropriação de referências teóricas e metodológicas nos diferentes 
períodos da história, como o Serviço Social de Caso, Grupo e Comunidade, 
estratégias utilizadas pelos profissionais para o atendimento das necessidades dos 
indivíduos e da comunidade.
Acompanhe o breve recorte histórico descrito a seguir:
Década de 1930 – Produções norte-americanas da área da sociologia e da 
psicologia são trazidas para o Serviço Social brasileiro, com a intenção de implantar 
mudanças sociais segundo os padrões americanos, a teoria da “psicologização” a 
partir do uso das técnicas do Serviço Social de Caso.
O Serviço Social de Caso estava em evidência nesse período.
Sobre o Serviço Social de Caso, a autora Trindade apresenta o seguinte registro:
Nas duas primeiras décadas do século XX, Mary Richmond havia 
desenvolvido, nos Estados Unidos, os pressupostos e diretrizes do que ela 
chamara de Serviço Social de Casos Individuais.
O estudo do caso refere-se à fase de investigaçãosobre fatores internos 
aos indivíduos e externos ao ambiente em que ele vive, viabilizada pela 
aplicação de entrevistas com o cliente e com pessoas de seu meio. Além 
disso, utilizam-se contatos com membros da família e com técnicos, 
observações realizadas durante as entrevistas e visitas, reuniões familiares, 
dentre outros instrumentos. Esse estudo possibilita a elaboração de 
um Histórico do Caso, reunindo dados e impressões colhidos durante 
o inquérito. Em seguida, produz-se um diagnóstico, isto é, um parecer 
profissional sobre a situação psicossocial do cliente, para que seja 
viabilizado o tratamento. (TRINDADE, 2001, p. 11)
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Aqui, já é possível perceber o uso de instrumentos e técnicas, como a entrevista, 
visita domiciliar, reuniões, observação, relatório e parecer social.
O Serviço Social de Caso, enquanto instrumento da profissão, tornou-se 
ultrapassado frente às novas concepções de mundo, porque nem o ajustamento 
social dos indivíduos e nem tampouco a investigação dos problemas sociais como 
se esses fossem doenças que precisavam ser tratadas não eram do domínio do 
Serviço Social.
Década de 1940 – Na segunda metade da década, o trabalho com grupo ganha 
espaço no âmbito do Serviço Social a partir dos referenciais de Freud e passa a ser 
usado para dar respostas aos problemas pessoais e de relacionamentos, conforme 
características dos grupos terapêuticos.
As Escolas de Serviço Social brasileiras introduziram a técnica de Serviço Social 
de Grupo a partir de 1947. Essa intervenção visava melhorar a adaptação do 
sujeito ao meio, funcionava como uma estratégia para manutenção da ordem social 
e era definida como:
Um método do Serviço Social que ajuda os indivíduos a aumentarem o 
seu funcionamento social, através de objetivas experiências de grupo, e a 
enfrentarem, de modo mais eficaz, os seus problemas pessoais, de grupo 
ou de comunidade. (KONOPKA, 1977, p. 33)
Tinha um caráter educativo, seu objetivo era o desenvolvimento da personalidade 
e fortalecimento dos sujeitos, e o objetivo principal era o ajustamento dos indivíduos 
às normas da época.
No Serviço Social de Grupo, o assistente social também apresentava um 
diagnóstico sobre a condição do sujeito para que fosse sugerido o seu tratamento.
Tanto o Serviço Social de Caso como o Serviço Social de Grupo foram técnicas 
imediatistas importadas dos referenciais norte-americanos e através de suas 
estratégias visavam o enquadramento social dos sujeitos.
Nessa mesma perspectiva, surge também o Serviço Social de Comunidade ou 
desenvolvimento de comunidade, que segundo Andrade:
Foi uma estratégia lançada para garantir a prosperidade, o progresso 
e a hegemonia americana (capitalismo), cuja política visava preservar o 
mundo livre de ideologias não democráticas. Partindo do pressuposto 
de que as populações pobres têm maior receptividade ao consumismo, 
julgava ser preciso melhorar e desenvolver o sistema capitalista. 
(ANDRADE, 2008, p. 284)
O Serviço Social de Comunidade também funcionava como uma estratégia de 
desenvolvimento nacional conforme os padrões da sociedade burguesa.
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Década de 1950 – Há uma exigência de modernização e ampliação das 
políticas sociais para atender às expressões da questão social desenvolvidas nesse 
período do pós-guerra, e por isso a necessidade de profissionais que tivessem o 
conhecimento teórico prático, e segundo Trindade (2001), em virtude das novas 
demandas, ampliam-se as áreas de atuação para os assistentes sociais.
Nos anos 50 e, com maior vigor, na década seguinte, amplia-se o 
campo de atuação do Serviço Social brasileiro, quando os profissionais 
passam a se envolver em trabalhos sociais de caráter comunitário. 
Nestes, desenvolvem-se processos de mobilização e organização de 
grupos de população – rural e urbana – através dos quais busca-se 
promover o desenvolvimento econômico-social de pequenas localidades.
(TRINDADE, 2001, p. 12)
Década de 1960 – Elaboração de Programas Sociais: O caráter político da 
profissão passa a ser reconhecido. Em meio ao cenário ditatorial, os profissionais 
do Serviço Social fazem críticas aos próprios métodos, o que resultou no Método 
BH, que segundo Netto (2006), constituiu um marco para o Serviço Social, 
pois não se ateve apenas a uma crítica ao Serviço Social tradicional, mas suas 
formulações deram suporte acadêmico para a formação dos quadros técnicos e 
para a intervenção do Serviço Social.
Tal movimento no interior da profissão acontecia em meio a um cenário político 
repressivo e ditatorial, que resultou na censura e na cassação do direito de expressão 
da população brasileira.
Para saber mais sobre esse assunto, assista ao vídeo Serviço social, memórias e resistências 
contra a ditadura: https://youtu.be/snG4eZYbH_0
Ex
pl
or
Década de 1970 – Em virtude da consolidação do capitalismo monopolista, 
há um posicionamento crítico dos profissionais marcado pela revisão teórica, 
metodológica, técnica e política e por sua apropriação da teoria social de Marx. O 
Serviço Social passa pelo chamado processo de modernização e “[...] os assistentes 
sociais assumem atividades de planejamento, coordenação, acompanhamento 
e avaliação de programas sociais, além das atividades de execução final [...]” 
(TRINDADE, 2001, p. 14).
Novas atribuições são conferidas aos profissionais assistentes sociais, o que lhes 
exige habilidades e domínio de instrumentos adequados para a ação.
Década de 1980 – Luta contra o Estado autoritário e seus reflexos na 
sociedade: nesse momento se intensifica o Movimento de Reconceituação 
da Profissão. Há um avanço expressivo nas produções do Serviço Social e na 
construção do Projeto Ético Político.
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Essa década também é marcada pela Perspectiva da Intenção de Ruptura, que 
segundo Netto (2006), tinha o objetivo de romper com as práticas tradicionais do 
Serviço Social, que estavam vinculadas aos interesses das classes dominantes.
Buscavam-se outros referenciais para romper com o conservadorismo da 
profissão e uma contraposição às determinações da burguesia e ao poder ditatorial. 
Momento fortemente marcado pela crítica ao tradicionalismo e a construção de um 
novo referencial teórico e metodológico.
Cabe lembrar que o cenário econômico e político em que esses fatos foram 
registrados na história do Serviço Social foi marcado por muita luta e ardente 
desejo de mudança de estrutura social, e que as conquistas obtidas nos trazem 
hoje um peso de responsabilidade para a manutenção e aprimoramento dos 
avanços da profissão.
Vamos continuar observando o processo histórico do Serviço Social:
Trajetória do Serviço Social
Nos anos 1990, se verificam, no âmbito do Serviço Social, os efeitos do 
neoliberalismo, da flexibilização da economia e reestruturação no mundo do 
trabalho, da redução do Estado e da retração dos direitos sociais. O Serviço Social 
amplia os campos de atuação, passando a atuar no chamado terceiro setor, nos 
conselhos de direitos e ocupa funções de assessoria, entre outros.
Discutindo sua trajetória profissional, ressignifica o uso do instrumental técnico-
operativo e cria novos instrumentos, como mediação para o alcance das finalidades, 
na direção da competência ética, política e teórica, vinculada à defesa de valores 
sociocêntricos emancipatórios. Partindo do pressuposto da necessidade da 
capacitação continuada, o Serviço Social busca superar a prática tecnicista, 
pretensamente neutra, imediatista ou voluntarista.
Nos anos 2000, a conjuntura provoca novas disputas em torno da “questão social” 
e do papel a ser cumprido pelas políticas sociais. Assistimos a diversas formas de 
precarização da formação profissional, como parte do processo de precarização da 
educação brasileira.
Fonte: CFESS. Serviço Social.
O texto acima aponta para a ressignificação do instrumental técnico operativo 
e criação de novos instrumentos ao longo da trajetória profissional e nos remete a 
uma dimensão éticae política.
Década de 1990 à contemporaneidade – as novas expressões da questão 
social trazem modificações nas próprias condições de trabalho do assistente social 
nos diversos espaços sócio-ocupacionais, exigindo cada vez mais a propositura e o 
uso adequado dos instrumentos e técnicas operativas.
Nesse sentido, ao se pensar no instrumental do Serviço Social, é importante 
frisar que este deve estar em consonância com o projeto ético político da profissão, 
enfatizando o compromisso profissional com a autonomia, emancipação e 
fortalecimento dos sujeitos.
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Assim, o conhecimento e a prática devem avançar juntos, com uma atitude 
transformadora da realidade social.
O instrumental técnico operativo é “um dos componentes essenciais a serem 
considerados no processo de intervenção, tendo em vista a sua operacionalização” 
(BATTINI, 2001 p. 5) e eles devem ser escolhidos e selecionados a partir da 
finalidade da ação.
Desse modo, o uso do instrumental potencializa a ação profissional.
Por ação profissional entende-se que se trata do
Conjunto de procedimentos, atos, atividades pertinentes a uma 
determinada profissão e realizadas por sujeitos/ profissionais de forma 
responsável, consciente. Portanto, contém tanto uma dimensão operativa 
quanto uma dimensão ética, e expressa no momento em que se realiza 
o processo de apropriação dos profissionais quanto fundamentos teórico-
metodológicos e ético-políticos da profissão em determinado momento 
histórico. São as ações profissionais que colocam em movimento, no 
âmbito da realidade social, determinados projetos de profissão. Estes, por 
sua vez, implicam diferentes concepções de homem, de sociedade e de 
relações sociais. (MIOTO, 2001 apud NOGUEIRA e MIOTO, 2006, p. 9).
Ao pensarmos uma ação profissional, os objetivos devem estar claros e devem 
ser estabelecidos a partir do alcance que se pretende obter, ou seja, de onde se quer 
chegar com essa ação, ou ainda quais são as demandas que serão respondidas com 
essa ação.
Temos visto até aqui que no decorrer da história do Serviço Social, seus agentes 
buscaram seu reconhecimento e legitimação profissional a fim de promover um 
distanciamento dos atributos caritativos e assistencialistas que foram permeando a 
profissão durante a construção de sua identidade social.
Durante sua trajetória, o Serviço Social se fundamentou com base em algumas 
correntes, o que influenciou diretamente sua atuação profissional, e o uso dos 
instrumentos variou muito a depender de cada momento histórico e seu contexto 
social, econômico e político.
É preciso levar em consideração que a instrumentalidade implica a capacidade de 
articulação dos instrumentos, com o objetivo de atender às demandas presentes no 
cotidiano profissional, e isso exigirá dos profissionais assistentes sociais criatividade 
e flexibilidade para intervir.
Portanto, é importante o domínio dos referenciais teóricos e práticos; e a 
criatividade e a flexibilidade possibilitarão a atenção à singularidade e especificidade 
de cada caso, com o objetivo de intervir nas diversas expressões da questão social, 
levando-se sempre em consideração que não se trata de um arsenal de instrumentos 
e técnicas que podem ser aplicados de forma ordenada e padronizada como receitas 
prontas para cada situação.
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Importante!
Quando o homem buscava na natureza aquilo que poderia suprir suas necessidades de 
sobrevivência, ele precisava utilizar meios que facilitassem a retirada dos elementos 
naturais em seu estado mais puro, para que esses fossem transformados em material 
útil. Com a evolução histórica dos processos de produção, os meios de transformação da 
natureza também são modificados a partir das necessidades dos seres humanos.
Trocando ideias...
Assim, os instrumentos que fazem parte desse processo também são 
aprimorados através de técnicas, e por técnica podemos entender a “habilidade 
humana de fabricar, construir e utilizar instrumentos” (VARGAS, 1994, p. 15 apud 
TRINDADE, 2001, p. 3).
Ainda segundo a mesma autora:
[...] as técnicas se aprimoram a partir da utilização dos instrumentos, diante 
da necessidade de sua adequação às exigências de transformação dos 
objetos, visando o atendimento das mais variadas necessidades humanas. 
A técnica pode ser tomada, então, como uma qualidade atribuída ao 
instrumento para que ele se torne o mais utilizável possível, em sintonia 
com a realidade do objeto de trabalho.(TRINDADE, 2001, p. 3)
Ou seja, a finalidade do trabalho ou da ação realizada é que vai determinar a 
natureza do instrumento e por sua vez o uso da técnica.
Esse trâmite também sofreu influências da tecnologia em diversos segmentos, 
principalmente no industrial e no transporte.
Até o século XIX, o desenvolvimento e aprimoramento das técnicas 
voltam-se, apenas, para a indústria e para os transportes, o que muda no 
início do século XX. Na esfera do processo de produção de bens materiais, 
as técnicas deixam de ser utilizadas apenas na confecção dos produtos, 
pois são incorporadas à organização do processo produtivo (a Gerência 
Científica é um exemplo emblemático), à gestão dos recursos materiais 
e humanos nele envolvidos, e nas atividades voltadas à circulação e ao 
consumo de mercadorias e serviços. Dessa forma, é possível falar de 
tecnologias sociais. (TRINDADE, 2001, p. 4)
As relações sociais estabelecidas, impulsionadas pela efetivação do processo 
de industrialização, resultaram na acentuação da divisão das classes e, 
consequentemente, no aumento da pobreza e na manifestação das várias expressões 
da questão social, que abalaram significativamente a ordem social.
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Fonte: portaldovestibulando.com
Essa realidade apontava para a necessidade de um conhecimento científico 
capaz de esclarecer os fenômenos sociais que abalavam a ordem social, mas 
principalmente era necessária a criação de mecanismos que pudessem controlar, 
regular e moralizar a sociedade, e desse modo “a técnica passa a ser aplicada para 
melhorar a engrenagem social, para que nela se produzam homens cada vez mais 
adaptados a um padrão social [...]” (TRINDADE, 2001, p. 5).
Pensar nos instrumentos de trabalho como meios materiais que possibilitam 
a transformação do objeto traz questionamentos sobre a aplicação disso tudo no 
Serviço Social, quando o objeto da ação é a transformação da realidade social.
Nesse sentido, o Serviço social vai contar com instrumentos e técnicas 
desenvolvidos a partir do conhecimento de diversas disciplinas (Psicologia, 
Sociologia, Direito, Filosofia, Economia e outras).
Esses instrumentos têm a função de subsidiar o fortalecimento de atitudes, 
posturas e comportamentos diante dos diferentes interesses estabelecidos nas 
relações sociais.
Muito bem, vimos então que a atuação do assistente social acontece em meio 
à divisão social e técnica do trabalho, como forma de trabalho especializado, e 
sua instrumentalização acompanhou as mudanças dinâmicas da sociedade, que 
promoveram as demandas para os diversos espaços sócio-ocupacionais do Serviço 
Social, e para a realização desse trabalho o assistente social lança mão dos 
instrumentais técnico operativos com vistas ao enfrentamento das expressões da 
questão social.
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Podemos perceber que desde o início da profissão os assistentes sociais 
desenvolveram e utilizaram várias técnicas em sua ação. Trindade (2001) destaca 
dois eixos do trabalho profissional do Serviço Social em seus primórdios. Confira 
no quadro a seguir:
Trabalho profissional do Serviço Social em seus primórdios
Primeiro eixo - Realização de investigações sobre as condições de vida das famílias 
operárias, valendo-se, para isto, da visita domiciliar e da aplicação de inquéritos 
sociais, através de entrevistas com membros da família e pessoas afins.
Segundo eixo – Trabalho de educação voltado, por exemplo, às orientações sobre 
questões morais, de higiene e de utilização racional da renda familiar. Trata-sede 
uma orientação moral e social que recai, quase sempre, na doutrinação religiosa, 
fundamentada no objetivo da reforma social, a partir da reciclagem do homem e 
de sua família.
Desafios para os dias atuais
Vimos que a instrumentalidade do Serviço Social acompanha toda a sua 
história desde sua origem, quando a partir dos ditames da ordem burguesa, inicia 
sua intervenção no enfrentamento às expressões da questão social, sendo suas 
ferramentas principais as políticas sociais.
A natureza interventiva da profissão se apresenta com vistas à promoção de 
mudanças sociais, e a prática é evidenciada na profissão. Segundo Sousa (2008), o 
Serviço Social tem a função de executar tarefas, as chamadas “funções terminais”. O 
planejamento das ações era feito por outros profissionais, onde podemos perceber 
a distinção entre teoria e prática, ou seja, entre o pensar (planejar, desenvolver) e 
o realizar (fazer).
Contudo, vimos que o Movimento de Reconceituação critica esse modelo e 
promove uma reflexão entre os assistentes sociais sobre a necessidade de busca 
por teoria e a aproximação com os referenciais marxistas contribuiu muito para a 
mudança de direção que a profissão vinha seguindo.
O autor Sousa (2008), a partir dos estudos de Iamamoto (2004), destaca três 
dimensões que devem ser dominadas pelo profissional assistente social e que 
caracterizam grandes desafios. Confira no quadro a seguir:
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Competência ético-política – o Assistente Social não é um profi ssional “neutro”. 
Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade 
capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o 
profi ssional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na 
realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. 
Isso implica assumir valores ético morais que sustentam a sua prática – valores 
esses que estão expressos no Código de Ética Profi ssional dos Assistentes Sociais 
(Resolução CFAS nº 273/93) e que assumem claramente uma postura profi ssional 
de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade;
Competência teórico-metodológica - o profi ssional deve ser qualifi cado para 
conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para 
isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita 
enxergar a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando 
apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas 
possibilidades profi ssionais;
Competência técnico-operativa – o profi ssional deve conhecer, se apropriar e, 
sobretudo, criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo 
desenvolver as ações profi ssionais junto à população usuária e às instituições 
contratantes (estado, empresas, organizações não governamentais, fundações, 
autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualifi cada no mercado de 
trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto 
pelos objetivos estabelecidos pelos profi ssionais e pela dinâmica da realidade social.
O assistente social é um profissional privilegiado, pois atua diretamente no 
cotidiano dos indivíduos, grupos e famílias, e com essa aproximação ele tem a 
possibilidade de conhecer a realidade vivida pelos sujeitos e produzir conhecimento 
sobre essas vivências, e isso trará qualidade à sua intervenção.
Para isso, o assistente social precisa se dedicar sempre a buscar mais 
conhecimento e não se contentar apenas com o conteúdo apreendido durante o 
processo de formação na Universidade, empenhar-se na busca por conhecimento.
O sucesso profissional vai depender do posicionamento ético e político do 
profissional diante das demandas institucionais, com uma atitude sempre crítica e 
reflexiva; para isso será necessário o conhecimento, e este também é um grande 
desafio para o assiste social.
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UNIDADE A instrumentalidade da profissão
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Vídeo CFESS: Serviço social, memórias e resistências contra a Ditadura
https://youtu.be/snG4eZYbH_0
A História do Brasil por Bóris Fausto
https://youtu.be/pSyE82yRaKU
 Leitura
A construção do projeto ético político do Serviço Social.
https://goo.gl/EBKwye
A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional.
https://goo.gl/yR0QzS
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Referências
ANDRADE,  Maria Angela  Rodrigues Alves  -  O metodologismo e o 
desenvolvimentismo no Serviço Social brasileiro - 1947 a 1961.
Disponível em: <http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/
viewFile/13/78>. Acesso em: 01/05/2016
BATTINI, Odária. A questão da instrumentalidade do Serviço Social. 
Disponível em: <http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2009/06/A-
quest%C3%A3o-da-instrumentalidade-do-Servi%C3%A7o-Social1.pdf> - Acesso 
em: 11/04/2016.
CFESS. Serviço Social. Disponível em: <http://www.cressrj.org.br/site/servico-
social/>. Acesso em: 14 fev. 2016.
GUERRA, Yolanda  -  A instrumentalidade no trabalho do assistente social 
Disponível em: <http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2009/06/
Yolanda-Guerra.pdf>. Acesso em: 01/05/2016
KONOPKA, G. Serviço Social de Grupo. 4ª ed. São Paulo: Zahar Editores, 1977.
NETTO, José Paulo. Ditadura e serviço social: uma análise do serviço social no 
Brasil pós – 64. 9ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Sistematização, 
planejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais no campo da 
saúde. Disponível em: <http://www.sbfa.org.br/fnepas/pdf/servico_social_
saude/texto2-6.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2016.
SOUSA, Charles Toniolo de. * conhecimento, instrumentalidade e intervenção 
profissional. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/
emancipacao/article/view/119/117> Acesso: 08/04/216
TRINDADE, Rosa Lúcia Prédes. Desvendando as determinações sócio-históricas 
do instrumental técnico-operativo do Serviço Social na articulação entre 
demandas sociais e projetos profissionais. Disponível em: <http://www.cressrn.
org.br/files/arquivos/65N06Bp3L00eI373q8j6.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2016.
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Fundamentos Técnicos 
Operativos do 
Serviço Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Rosana Cristina Januário do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
• Introdução
• Observação que nos aproxima da realidade
• Escuta atenta: uma habilidade necessária para o assistente social
• Comunicação através da linguagem
• Entrevista em Serviço Social
 · Abordar os diversos procedimentos técnico operativos no cotidiano 
de trabalho do assistente social.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Seja bem-vindo(a) às nossas discussões sobre Fundamentos Técnicos e 
Operativos do Serviço Social!
O eixo principal será a possibilidade de aproximação aos principais 
instrumentos utilizados no cotidiano da prática do assistente social.
Saiba que esta disciplina tem como propósito contribuir com seu processo de 
formação acadêmica, com vistas à sua preparação profissional, oferecendo-
lhe contato com as discussões mais recentes dessa área; além de lhe 
proporcionar momentos de leitura textual e audiovisual–e reflexão sobre os 
temas que serão aqui discutidos, contribuindo com sua formação continuada 
e trajetória profissional.
ORIENTAÇÕES
Procedimentos técnico operativos do 
Assistente Social
UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
Contextualização
Imagine um marceneiro no exercício de suas funções. Como seria ter de fazer 
um corte preciso em uma madeira sem ter os instrumentos adequados? Ou tendo 
os instrumentos, mas não sabendo como utilizá-los?
Certamente, a tarefa não seria executada da maneira correta, haveria 
desperdício de material e de tempo, o profissional correria o risco de se ferir e 
ainda não atingiriaseu objetivo principal e, consequentemente, seu cliente ficaria 
muito insatisfeito.
Vamos aplicar esse exemplo ao Serviço Social. Muitos são os instrumentos que 
podem e devem ser utilizados pelos assistentes sociais, porém os profissionais 
precisam conhecê-los para melhor operacionalizá-los, garantindo, assim, a 
sua eficácia.
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Introdução
Anteriormente você pode verificar como foram sendo construídos os 
instrumentos durante a trajetória de consolidação do Serviço Social ao longo de 
seu processo sócio-histórico.
Vimos que a partir do estabelecimento do projeto ético político e de uma 
aproximação com a teoria marxista, a profissão passa a ter um direcionamento ao 
que se refere ao posicionamento ético político e técnico operativo.
Já tratamos aqui que a instrumentalidade do Serviço Social se refere a 
competências das quais a profissão foi se apropriando durante sua consagração.
Mencionamos que existem três dimensões que são acionadas pela 
instrumentalidade e que estas precisam ser conhecidas e dominadas pelo assistente 
social, que são: teórico metodológica, técnico operativa e ético política, e a partir 
de agora vamos compreender como se dá a articulação disso na prática.
Lembre-se da máxima: a teoria na prática é outra? Não é e não pode ser, 
teoria e prática são indissociáveis e desse modo o profissional precisa se apropriar 
de conhecimentos que lhe permitam ampliar sua compreensão sobre os sujeitos 
como seres sociais, bem como sua visão de mundo e de realidade, que estão em 
constantes mudanças e transformações.
Desse modo, a ação prática será resultado dessa busca de conhecimento.
E é através da prática que o profissional assistente social vai operacionalizar as 
estratégias, habilidades e técnicas e fazer uso dos instrumentos operativos com o 
objetivo de alcançar as finalidades de suas ações.
A autora Baptista (2014) nos diz que a teoria nos oferece elementos que nos 
permitem compreender os fenômenos sociais e conhecimento para que possamos 
interpretá-los e, a partir daí, intervir na realidade através da nossa prática profissional.
Não estamos falando aqui em ensinar técnicas prontas, como se fossem receitas 
que podem ser utilizadas de forma mecânica em diversas ocasiões.
Lembre-se do exemplo do instrumentador cirúrgico, que além de conhecer a 
diversidade de instrumentos necessários para a realização da cirurgia, precisa saber 
o momento exato de utilizá-los.
Pois é, os instrumentos técnico operativos do Serviço Social estão à disposição 
para serem utilizados pelo profissional em suas intervenções, porém o 
conhecimento fará a diferença na hora da escolha pelo melhor, e sua compreensão 
de mundo lhe assegurará acerca da sua aplicabilidade.
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
Desse modo, se o assistente social busca ter uma ação capaz de transformar 
a realidade, ele precisa fundamentar a sua prática nos referenciais teórico 
metodológicos, acrescidos dos elementos técnico operativos e direcionados pelos 
princípios ético políticos.
E para transformar a realidade, o real precisa ser apreendido, o que só é possível 
através de mediações, que aqui não se referem ao ato de intermediar nas situações 
ou nos conflitos, mas refere-se a uma categoria dialética, elaborada na razão, mas 
que busca ultrapassar o aparente, a imediaticidade, ou seja, para nos aproximarmos 
do real é preciso conhecer o objeto para além da sua aparência imediata, visando 
entender a totalidade, o que será possível a partir de aproximações sucessivas junto 
ao objeto, e assim o assistente social encontra alternativas para a execução de 
ações transformadoras.
Vamos iniciar nossa aproximação aos instrumentos técnico operativos do 
serviço social, a fim de compreender suas funções e os benefícios de sua utilização 
na ação profissional.
Observação que nos aproxima da realidade
Passaremos a abordar a observação como instrumento técnico operativo do 
Serviço Social, e para tanto vamos iniciar compreendendo o significado da palavra 
observação.
Diz respeito ao ato de ver, enxergar, olhar para algo ou alguém com atenção, 
com intenção de examinar, compreender, conhecer.
Assim, a observação, no contexto da prática profissional, refere-se à apreensão 
da realidade, como uma forma de aproximação sucessiva do objeto a ser 
investigado; logo, ela tem uma intencionalidade, e para tanto deve estar associada 
aos referenciais teórico metodológicos.
A observação é uma capacidade não apenas humana, desde que o mundo 
é mundo. No cotidiano, é uma das formas mais usadas pelo homem para 
conhecer e compreender pessoas, coisas, acontecimentos e situações. 
É o meio básico de se conseguir informações, [...] é o ato de se obter 
informações para se tomar decisões, após o julgamento de uma situação. 
(BRASIL, p. 83, apud PORTES e PORTES, 2004, p. 31)
Com essa afirmação, percebemos que a observação é muito importante para a 
prática do assistente social, pois permite a compreensão das situações, partindo-se 
do que está aparente e imediato para a busca de elementos mais consistentes para 
a efetivação da intervenção profissional.
A observação está diretamente associada à categoria mediação, quando sua 
utilização no cotidiano tem o objetivo de apreender o real para propor transformação.
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A observação como instrumento técnico operativo vai estar associada ao uso de 
outros instrumentos, como a entrevista, a visita domiciliar, o estudo social, portanto é 
importante considerarmos alguns fatores que farão a diferença na ação profissional.
O assistente social trabalha com pessoas, sujeitos que têm direitos e têm histórias 
de vida, que foram marcadas por momentos bons e ruins, e quando o profissional 
se aproxima desses sujeitos para colher dados para a intervenção, certamente as 
lembranças serão ativadas e reações serão estimuladas e expressadas. Por isso a 
autora Cardoso (2008) nos chama a atenção para uma observação sensível para 
o relacionamento com o usuário, ou seja, olhar e perceber aquilo que não é dito 
com palavras.
A observação propicia a articulação entre o dizível e o indizível, viabilizando 
assim um olhar atento, cuidadoso, ético, comprometido, acolhedor. 
Observar, portanto, é interagir, pois tanto o profissional quanto o usuário 
produzem inferências sobre as situações que vivenciam e isso implica uma 
interação, uma troca de saberes, de experiências. A observação não é uma 
atividade solitária, pois ambos (profissional e usuário) participam, à luz 
de seus referenciais, do mesmo processo e procuram também encontrar 
alternativas de responder aos seus contextos e problemáticas. (PORTES; 
PORTES 2004, p. 34)
É importante ressaltar que cada pessoa vai olhar para um objeto ou situação a 
partir de seu próprio referencial; logo, a análise que fará vai partir da sua apreensão 
e compreensão da realidade. Por exemplo, se um grupo de alunos observar esta 
imagem, cada um vai descrevê-la de forma diferente.
Fonte: iStock/Getty Images
Por isso é que a observação no cotidiano profissional deve ter embasamento 
teórico metodológico, para evitar intervenções rasas, baseadas no senso comum 
ou no achismo.
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
Escuta atenta: uma habilidade necessária 
para o assistente social
Inicialmente, escutar e ouvir parecem a mesma coisa, afinal dependem do bom 
funcionamento do aparelho auditivo e dizem respeito à utilização do sentido da 
audição, porém existem diferenças entre ambos, o que fará diferença também 
quando aplicados na prática profissional.
Veja, toda pessoa ouvinte tem a capacidade de detectar sons diversos, ruídos, 
vozes, músicas; porém, essa pessoa não precisa utilizar nenhuma técnica específica 
para isso, basta apenas sentir, ou seja, ouvir é uma função biológica inerente ao 
ser humano.
Logo, escutar propõe uma ultrapassagem de nível do campo do sentir para a 
decodificação; é preciso uma atitude, uma intenção.
A escuta na atuação do assistente social vai permitir um planejamentodas 
ações profissionais com a intenção do cumprimento do projeto ético político e 
possibilitará a escolha dos instrumentos mais adequados para a intervenção.
Uma “escuta sensível” representa uma forma de apreensão da realidade, o que 
favorece os processos de transformação social.
O autor Benjamin (1994) utiliza a expressão ouvir como a forma sensível 
de apreensão do real, afirma que o ouvir é um instrumento essencial e segue 
dizendo que:
Ouvir de verdade é um trabalho difícil, implicando muito pouca coisa de 
mecânico. Ouvir exige, antes de mais nada, que estejamos preocupados, 
pois se não estivermos, não podemos dar uma atenção plena. Em segundo 
lugar, ouvir implica escutar o modo como as coisas estão sendo ditas, o 
tom usado, as expressões, os gestos empregados. E mais, ouvir inclui o 
esforço de perceber o que não está sendo dito, o que apenas é sugerido, 
o que está oculto, o que está abaixo ou acima da superfície. Ouvimos 
com nossos ouvidos, mas escutamos também com nossos olhos, coração, 
mente e vísceras. (BENJAMIN, 1994, p. 68)
Esse instrumento para ser bem utilizado precisa ser praticado, experimentado. 
É necessária uma familiarização para que o uso seja adequado e os objetivos 
sejam alcançados.
Para melhor compreensão do tema, sugiro que você assista ao vídeo sobre escuta atenta 
disponível em: https://youtu.be/thoBB-r6ijc
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Comunicação através da linguagem
Pensando ainda no uso dos sentidos (observação e escuta), gostaríamos de trazer 
para a reflexão o uso de mais um sentido que está muito presente no cotidiano 
profissional. Trata-se da fala, necessariamente da comunicação oral.
Segundo Magalhães (2006, p. 30), “a linguagem é o instrumento número um 
dos profissionais das áreas das ciências humanas e sociais”.
A autora se refere à linguagem como sendo um instrumento que deve ser bem 
utilizado pelos diversos profissionais de todas as áreas.
Cabe mencionar que a linguagem se estabelece através de símbolos, e estes se 
organizam por meio de códigos, que são determinados pelos diversos grupos sociais. 
Conforme Magalhães (2006), essa linguagem vai sofrer variações, a depender do 
contexto sociocultural, socioeconômico e sócio-histórico que se estabelece.
Os linguistas indicam uma tendência a três tipos de linguagem:
 · Linguagem culta ou intelectual
 · Linguagem média
 · Linguagem popular ou informal
Você já parou para observar um grupo de adolescentes conversando? Na maioria 
das vezes, estão fazendo uso da linguagem com o uso de muitas gírias e códigos 
próprios àquele grupo.
Durante o processo de socialização, através da participação em diferentes 
grupos, o homem consegue aumentar sua capacidade de comunicação.
Na linguagem informal, não há uma grande preocupação com a maneira que se 
usa a fala, é permitido o uso de uma linguagem típica e regional e até o emprego 
de gírias e erros gramaticais. Já na linguagem culta isso não é permitido.
Sendo assim, há uma heterogeneidade de linguagens, as quais 
representam variações e complexidades diferenciadas conforme as 
particularidades do contexto no qual vão se processando as intervenções 
sociais. (MAGALHÃES, 2006, p. 22)
Tratando-se do uso da linguagem na atuação profissional, é importante dizer 
que esta deve ser a linguagem culta, obedecendo às regras e padrões normativos.
Contudo, não deve ser rebuscada ou inatingível, precisa ser compreendida para 
que se cumpram os objetivos propostos.
O profissional precisa fazer bom uso da linguagem para que possa estabelecer 
comunicação intencional com os indivíduos que utilizam a linguagem informal e 
com os indivíduos que estabelecem comunicação a partir da linguagem culta, e 
dentro dessa diversidade se fazer compreendido.
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
A linguagem vai para além do uso da palavra, ela passa pelo gestual e corporal. 
Esse conjunto representa o sujeito, ou seja, revela sua atitude, sua condição social 
e até sua situação na divisão social e técnica do trabalho.
A linguagem “[...] é, na verdade, o mais importante elo do processo 
comunicativo que se dá nas interações socioprofissionais. Ressalta-se, ainda, o 
quanto a linguagem reflete as contradições inerentes às relações da sociedade”. 
(MAGALHÃES 2006, p. 30)
A comunicação através da linguagem escrita
Vimos que a comunicação oral acontece de forma ativa, quando 
simultaneamente o locutor e o interlocutor interagem. Já na comunicação escrita, 
podemos destacar as figuras do autor e do leitor.
A comunicação oral permite o uso da linguagem informal, o que não é 
permitido na comunicação escrita, que vai exigir uma linguagem técnica e formal. 
“Comunicação escrita – especialmente quando são efetivadas por profissionais 
graduados – pressupõe sua identificação com exemplaridade da linguagem, numa 
determinada particularidade institucional”. (MAGALHÃES, 2006, p. 31 e 32)
Ou seja, através dos registros apresentados nos laudos, relatórios e pareceres 
sociais, o assistente social apresenta sua identidade profissional; portanto, deve 
utilizar-se da linguagem culta e evitar o senso comum.
Você concorda que as produções escritas também são formas de diálogo, pois, 
ainda que não face a face, sempre haverá um locutor e um interlocutor.
Assim, mesmo por meio de um estilo mais enxuto ou menos empolado, 
a linguagem escrita deve ser culta, técnica, identificada com uma atuação 
e com um saber: uma linguagem, enfim, que possa demonstrar, em 
qualquer instituição, a área de determinada competência profissional. 
(MAGALHÃES, 2006 p 32)
Importante!
Se você tem alguma dificuldade com a linguagem escrita, sugerimos o quando antes 
um investimento de tempo para cuidar disso. Leia mais, faça exercícios de produção 
de textos e tire suas dúvidas. Veja as sugestões contidas neste blog, que traz de forma 
descontraída 80 erros gramaticais comumente presentes no nosso dia a dia. Vale a pena 
conferir: http://viverdeblog.com/erros-gramaticais
Importante!
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Outra dica importante é reler sempre os textos produzidos por você, isso vai 
ajudá-lo(a) a perceber os erros cometidos, e a se tornar mais crítico(a) e criterioso(a) 
quanto à sua escrita.
E ainda, se possível, peça para outra pessoa ler suas produções textuais, um 
olhar diferente pode trazer mais qualidade.
Lembre-se de que quando você estiver exercendo a profissão, vai redigir muitos 
documentos importantes, como relatórios, laudos, entre outros. Então, para que 
sua escrita não deixe a desejar, atente-se para a forma culta ou formal para a 
produção de seus registros. A sua escrita vai falar muito de você e ela pode qualificar 
ou desqualificar sua atuação profissional e em todos os momentos estará presente 
em sua rotina.
Atente-se também para as normas técnicas de produção e formatação de texto, 
observe as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), para se 
assegurar de que está fazendo a coisa certa, e já verifique como está sua relação 
com o computador.
Isso mesmo, ainda existem muitas pessoas que não dominam os recursos básicos 
da informática, então têm o computador como um inimigo. Se esse é seu caso, faça 
as pazes com ele rapidamente e invista nisso também; certamente essa ferramenta 
vai auxiliá-lo (a) muito.
Pensando ainda em auxiliá-lo (a) no seu desenvolvimento, o quadro a seguir foi 
elaborado com algumas dicas básicas para que você aperfeiçoe sua escrita no cotidiano.
Leia o texto “Dez regras para escrever um texto com clareza”, disponível em:
https://goo.gl/YcFepf
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Entrevista em Serviço Social
Muito bem, vamos começar esse item falando sobre entrevista; trata-se de uma 
técnica muito importante e muito utilizada pelos assistentes sociais.
Ao realizar uma entrevista, você terá de lançar mão de vários instrumentos, desde 
o seu planejamento até a sua finalização. Você vai fazer muito uso da observação, 
da escuta, da comunicação através da linguagem oral e escrita.
Vamos então refletir sobre esse assunto?
A entrevista, como o nome jádiz, é estar entre as vistas, entre o olhar, contato 
face a face, pessoal e direto com o outro, sujeito de nossa ação; é um momento 
muito rico de possibilidades de construção de possíveis mediações e intervenções.
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
É uma oportunidade de aproximação com a história de vida do outro e por 
isso muitos cuidados precisam ser tomados para que o objetivo seja alcançado; 
precisamos estar prontos para ouvir, interagir e agir.
O processo de entrevista nos revela enquanto profissionais.
O contato com o outro nos obriga a nos revelarmos profissionalmente. 
Não há como dissimular interesse, compromisso, conhecimento e técnicas. 
O diálogo, quando acontece, aproxima ou afasta, gera possibilidades de 
vínculos e se o profissional estiver envolvido, integrado a uma política de 
ação social; essa prática, mesmo que em curto contato, afeta e produz 
resultados. Torna a ação efetiva. As pessoas se revelam e se posicionam 
para o profissional, usufruem dos seus saberes, interagem, expressam-se 
com confiança. (CARDOSO, 2008, p. 40)
A entrevista não pode ser considerada como um encontro casual entre o 
profissional e o usuário dos serviços, ela é parte integrante da instrumentalidade 
do Serviço Social e requer atenção ao que se refere aos referenciais teórico 
metodológicos, técnico operativos e ético políticos.
Não é um momento de especulação, de querer saber mais do que convém, trata-se 
de uma conversa dirigida ou semidirigida, para o alcance de objetivos profissionais.
[...] a entrevista é um diálogo entre duas pessoas, um diálogo que é sério 
e tem um propósito. O objetivo da entrevista é auxiliar o entrevistado, 
que pode vir até nós livremente, procurando ajuda. Pode vir contra a 
sua vontade, forçado pela lei ou outros agentes, talvez por nós mesmos. 
Em qualquer caso, a questão fundamental para o entrevistador deve 
ser sempre a seguinte: qual será o melhor modo de ajudar essa pessoa. 
(BENJAMIN, 1996, p. 13 e 14)
Para tanto, alguns cuidados são necessários. Vamos falar um pouco sobre eles 
a seguir.
O ambiente da entrevista
O ambiente em que a entrevista vai ser realizada deve ser preparado 
antecipadamente pelo assistente social, devendo garantir o sigilo acerca de tudo o 
que ali for tratado.
O local não deve ser ameaçador ou barulhento, nem provocar distrações, e deve 
dispor dos recursos de que o profissional precisa para realização de seu trabalho.
Ainda que nos espaços sócio-ocupacionais em que o assistente social atua 
seja difícil conseguir salas apropriadas para o atendimento, é preciso usar a 
criatividade e conseguir uma forma de realizar o trabalho, garantindo o sigilo e 
respeito ao usuário.
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As interrupções devem ser evitadas. Durante a entrevista, o entrevistado precisa 
sentir confiança no profissional, perceber que ele está disponível para ouvi-lo, e o 
profissional também precisa de concentração para conseguir apreender o que se 
expressa, e desse modo ambos serão respeitados.
Planejamento da entrevista
É uma etapa importante, que vai auxiliar significativamente na realização da 
ação. O planejamento vai possibilitar a organização e otimização do tempo, bem 
como o objetivo certamente será alcançado.
Então, vamos às dicas:
 · sempre que possível, preparar o local que a entrevista vai acontecer com 
antecedência;
 · verifique o melhor horário para o entrevistador e entrevistado;
 · faça um roteiro para organizar suas ideias, a fim conduzir a entrevista de 
forma dirigida ou semidirigida; contudo, o roteiro não deve ser rígido, 
apenas uma estratégia para o bom funcionamento do diálogo.
Iniciando a entrevista
E então é chegada a hora da execução da entrevista. O que fazer? Por 
onde começar?
Benjamin (1996) diz que a entrevista é um momento de grandes expectativas, 
tanto para o entrevistador como para o entrevistado, e que existem duas maneiras 
de se iniciar: a) pelo entrevistador e b) pelo entrevistado.
A entrevista iniciada pelo entrevistador é aquela quando o profissional, no nosso 
caso o assistente social, convocou ou convidou o usuário; nesse caso, caberá ao 
profissional explicar os motivos do encontro, os objetivos, seu papel profissional e 
da instituição junto ao usuário.
Já na entrevista iniciada pelo entrevistado, é o usuário que solicita o 
atendimento, e na ocasião ele irá apresentar os motivos que o levaram a solicitar 
o encontro, e o assistente social então vai encontrar formas de estabelecer a 
comunicação para compreender os reais motivos e propor mediações viáveis para 
a resolução ou minimização dos problemas apresentados.
Acolhimento
O acolhimento é primordial para o estabelecimento de vínculo e para quebrar 
o gelo entre entrevistador e entrevistado; apresente-se enquanto profissional, 
bem como os objetivos de sua ação. Nesse momento, o assistente social pode 
demonstrar seu interesse pelo caso apresentado, lembrando-se sempre da postura 
ética e profissional.
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
Veja, é importante dizer que nem sempre o vínculo é estabelecido em um 
primeiro atendimento, pode ser que o usuário se recuse a falar sobre determinados 
assuntos, ser muito objetivo em outros, ou até mesmo se manter em silêncio, e 
esse silêncio pode ter muitos significados, como a falta de compreensão por parte 
do usuário, a falta de confiança, resistências ao recorrer à sua história de vida, 
vergonha, entre outros.
E nesse caso o assistente social deverá tentar identificar o que ocasionou o 
silêncio para que as mediações sejam mais objetivas e eficientes.
Preenchimento de formulários
Os formulários são necessários, afinal são instrumentos de trabalho do assistente 
social e devem ser utilizados para coleta de dados que subsidiarão as futuras ações 
e encaminhamentos, porém o tempo da entrevista não deve ser todo gasto com o 
preenchimento deles.
No início da entrevista, os dados principais de identificação e endereçamento 
podem ser colhidos, e se o formulário for muito extenso, se necessário, pode-se 
marcar outro encontro com a finalidade do preenchimento do mesmo.
A autora Cardoso (2008, p. 80) afirma que “90% dos nossos registros se referem a 
dados de observação”, portanto ressaltamos a importância de estar atento no momento 
da entrevista, com todos os sentidos conectados (escuta, observação, sensibilidade).
Registro dos dados coletados
Os registros fazem parte do processo da entrevista e devem ser feitos de forma 
cuidadosa para ativar a memória sobre o caso e até mesmo para fomentar a 
discussão do caso pela equipe de trabalho.
A tomada de notas no momento da entrevista não pode ser um fator de 
interferência.
Não há uma regra específica sobre o que anotar. Alguns entrevistadores tomam 
nota apenas de pontos que consideram relevantes para o desenvolvimento de 
futuros documentos e reflexões, outros tomam notas de ideias, expressos, palavras-
chaves, e há ainda aqueles que são bastante metódicos e detalhistas.
Nesse sentido, o profissional deverá perceber o que de fato considera importante 
registrar no momento da entrevista, e se esses dados serão suficientes para subsidiar 
uma ação.
As informações obtidas em uma entrevista terão muita influência no destino das 
intervenções do assistente social, em alguns casos serão determinantes.
Uma entrevista poderá resultar em um encaminhamento, uma orientação 
multidisciplinar, um desligamento, uma internação, na destituição do poder familiar, 
concessão ou indeferimento de um benefício, garantia e acesso a direitos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Revista Textos e Contextos
LEWGOY, Alzira Maria Batista; SILVEIRA, Esalba Maria Carvalho. A entrevista nos 
processos de trabalho do assistente social. Revista Textos e Contextos. Porto Alegre, 
v. 6, n. 2, p. 233–251, jul./dez. 2007.
https://goo.gl/3auP7V
 Livros
Fundamentos de Metodologia científica
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade.Fundamentos de Metodologia 
científica. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
 Vídeos
Especialista dá dicas para melhorar a sua comunicação
https://youtu.be/n-8LQWlf_ss
Fala e Escrita - Parte 01
https://youtu.be/XOzoVHyiDew
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UNIDADE Procedimentos técnico operativos do Assistente Social
Referências
BAPTISTA, Myrian Veras e BATTINI. A prática profissional do assistente social: 
teoria, ação, construção do conhecimento. 2ª ed. São Paulo: Veras Editora. 2014
BENJAMIN, Alfred. Entrevista de ajuda. 8ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
CARDOSO, Maria de Fátima Matos. Reflexões sobre instrumentais em Serviço 
Social: observação sensível, entrevista, relatório, visitas e teorias de base no 
processo de intervenção social. São Paulo: LCTE Editor, 2008.
MAGALHÃES, Selma Marques. Avaliação e linguagem: relatórios, laudos e 
pareceres. Veras Editora: São Paulo, 2006. 
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Fundamentos Técnicos 
Operativos do 
Serviço Social 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Rosana Cristina Januário do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos 
Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
• Introdução
• Visita domiciliar
• Relatório
• Estudo social
• Parecer social
• Perícia social
• Laudo social
• Estudo socioeconômico
 · A unidade tem por objetivo abordar os diversos procedimentos 
técnico-operativos no cotidiano de trabalho do assistente social.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Ao longo desta unidade, você vai conhecer diversos instrumentos técnico-
operativos do Serviço Social. Nossa intenção não é esgotar esse assunto, 
mas promover uma aproximação a essa temática, que está diretamente 
relacionada à prática do assistente social.
Para contribuir com seu processo de aprendizagem, sugerimos leituras 
complementares, vídeos e todo o material disponível no ambiente virtual.
Participe do fórum e estude o material didático.
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Procedimentos técnico-operativos do 
Serviço Social
UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Contextualização
O profissional assistente social atua no enfrentamento das expressões da 
questão social. Você já ouviu isso, não é? 
O cotidiano da prática profissional é marcado por situações muito complexas 
e por isso os profissionais precisam de conhecimento teórico-metodológico, 
técnico-operativo e ético-político para que consigam dar respostas mais adequadas 
a essas questões.
Desse modo, o assistente social faz uso dos instrumentos técnico-operativos para 
que suas ações possam ser realizadas com êxito, no que se refere ao cumprimento 
dos objetivos profissionais e atenção aos interesses e necessidades dos usuários. 
Daí a importância de conhecer os instrumentos e sua aplicabilidade.
Assista ao trecho do filme “Preciosa: uma história de esperança”, acessando o link abaixo e 
tente perceber a aplicação das técnicas e instrumentos do Serviço Social em um caso real.
Disponível em: https://youtu.be/FIB6WeewTNw
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Introdução
Para cada ação profissional realizada, faz-se necessário o uso de instrumentos 
técnico-operativos (técnica e operacionalização), até mesmo para as ações 
menos complexas.
A partir do momento em que o assistente social estabelece um contato com o 
usuário, ele já está utilizando técnicas e instrumentos, que podem ser a comunicação 
oral, a escrita através do preenchimento de um formulário, a observação, a escuta 
dos relatos.
Para que isso fique mais claro, veja, técnica pode ser entendida como um 
procedimento cuja finalidade é chegar a um determinado resultado, ou seja, a 
forma ou a maneira de fazer algo, e o instrumento é a ferramenta ou aquilo que se 
utiliza para concretizar o objetivo.
A entrevista, por exemplo, pode ser considerada uma técnica, ou seja, é a forma 
escolhida pelo profissional para se aproximar do sujeito e colher os dados, e o 
roteiro e questionário utilizados durante a entrevista são os instrumentos, ou as 
ferramentas que irão auxiliar no cumprimento da ação.
Nota-se que os instrumentos e técnicas são inerentes à profissão e subsidiam 
as ações dos assistentes sociais no dia a dia de trabalho, por isso ressaltamos a 
importância dos estudos sobre instrumentos técnico-operativos do Serviço Social, 
pensando em contribuir com o desempenho de seu futuro profissional.
Desse modo, vamos iniciar nossos estudos com a visita domiciliar, que nos coloca 
diretamente no centro do cotidiano dos sujeitos.
Visita domiciliar
A visita domiciliar como instrumento técnico-operativo do Serviço Social tem 
sido muito utilizada desde o início da profissão, inicialmente com um caráter de 
monitoramento do comportamento das famílias dos operários face aos padrões 
da burguesia.
Visita domiciliar é: “[...] uma prática profissional, investigativa ou de atendimento, 
realizada por um ou mais profissionais, junto ao indivíduo em seu próprio meio 
social ou familiar”. (AMARO, 2007, p. 13).
A visita domiciliar tem sido utilizada por alguns seguimentos profissionais, e 
em especial pelo Serviço Social, por se entender que as pessoas em seu meio 
social ou familiar acabam revelando de forma mais explícita suas questões, 
dificuldades e vivências.
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Para que uma visita domiciliar seja realizada, é necessário que o profissional 
cumpra algumas etapas, que antecedem a realização da ação:
 · Planejamento: que vai desde a escolha da data ao estabelecimento dos 
objetivos, identificação do endereço e viabilização de acesso (veículo, trajeto, 
etc.). Por que devemos realizar uma visita domiciliar? Para quê? Para quem?
 · Elaboração de um roteiro para a entrevista que será realizada no momento 
da visita. Essa poderá ser semiestruturada, ou seja, conduzida por algumas 
perguntas, com a intenção de organizar a conversa, de modo que não se fuja 
do objetivo proposto.
 · Contato com a família e ou indivíduo que será visitado.
Sobre esse ponto há uma polêmica se devemos ou não comunicar as pessoas 
sobre a realização da visita. Há quem diga que o correto é chegar de surpresa na 
residência para ver como as coisas são de fato.
As famílias têm o direito de serem 
comunicadas sobre a realização da 
Visita Domiciliar.
Nosso entendimento é que as famílias têm o direito de serem comunicadas sobre 
a realização da visita, mais do que isso, elas devem participar do planejamento da 
ação no que se refere à escolha da data e hora para sua realização, pois se trata de 
um comportamento ético por parte do profissional.
Afinal, vamos interferir e interromper a dinâmica e a rotina da família com nossa 
presença, e a isso temos que nos ajustar e ainda contar com os imprevistos que 
podem ocorrer.
O motivo da realização da visita também precisa ser esclarecido aos usuários. “É 
importante lembrar que não podemos jamais invadir ou usar de força para entrar 
no domicílio das pessoas” (CARDOSO, 2006, p. 64).
A visita domiciliar tem um caráter investigativo, mas não de levantamento de 
provas para comprovação ou não da verdade, e sim de busca de elementos que 
facilitem a compreensão de como as pessoas dão sentido às suas vidas.
Trabalhamos com a verdade ou as verdades que nos são relatadas pelos sujeitos, 
daí outra dica importante é abrir mão dos pré-conceitos e julgamentos; não podemos 
partir para uma visita domiciliar carregados de nossas referências pessoais sobre o 
certo e o errado de vivências familiares e tentar compará-los aos padrões de vida 
das famílias que visitamos.
A realidade já está posta ali, é aquela que vamos investigar, e “a realidade é bem 
maior do que nosso olhar ou percepção pode captar”. (AMARO, 2007, p. 21).
Nesse sentido, é preciso ter uma atitude de interesse de querer ver o que está 
para além do aparente e estar pronto para ver o inesperado.
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A visita social domiciliar existe para facilitar nossa ação na perspectiva do 
sujeito de direito à Assistência Social. Evidente que estamos ali prestando 
um serviço institucional, mas, para operacionalizaro acesso ao direito 
social das famílias envolvidas: seja por segurança alimentar, segurança 
nos relacionamentos sociais, proteção de crianças, adolescentes, idosos, 
deficientes, segurança habitacional, etc. (CARDOSO, 2006, p. 68)
Como a abordagem acontece na casa dos sujeitos, as regras são mais flexíveis, 
o ambiente proporciona mais proximidade entre o profissional e os visitados, 
favorecendo um clima de confiança, porém alguns imprevistos podem acontecer, 
como uma criança que chora, alguém que telefona ou aparece inesperadamente.
Nem sempre o esperado será encontrado ou percebido em uma visita domiciliar. 
Nem todas as famílias pobres são pouco higiênicas, negligentes ou violentas; casas 
humildes, porém muito bem organizadas, serão alvo de visitas domiciliares.
Lilo Stitch: A animação conta a histórias de duas irmãs havaianas que fi caram órfãs e lutam 
para fi car juntas. Na trama, um assistente social tem papel fundamental e realiza algumas 
visitas domiciliares. Segue um pequeno trecho, mas vale a pena assistir ao fi lme completo.
Disponível em: https://youtu.be/ExkBp9_lPro
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Mas também nem tudo é o que parecer, por isso é preciso estar atento 
para perceber, ouvir, observar, compreender e apreender a realidade vivida e 
apresentada pelas famílias.
Sobre o registro dos dados colhidos na visita domiciliar, a autora Cardoso (2006) 
orienta que ao registrarmos os dados colhidos, devemos respeitar princípios éticos, 
permitindo que os sujeitos tenham acesso a todas as informações.
Desse modo, os referenciais teóricos e metodológicos devem ser utilizados no 
momento da visita e na elaboração dos relatórios, levando em consideração, sempre, 
que a história de vida dos sujeitos, bem como suas intimidades, cotidianidade nos 
sãos confiadas enquanto profissionais assistentes sociais e, portanto, precisamos 
agir com zelo e respeito.
Relatório
Chegou o momento de falarmos de outro instrumento muito utilizado pelos 
assistentes sociais no cotidiano da prática profissional, trata-se do relatório.
[...] o Relatório Social é um instrumento que reflete a qualidade da 
aplicação dos outros instrumentais. Se você faz bem uma Entrevista 
Social, mas não documenta, ou documenta sem qualidade, fique certo 
que isso vai refletir nos efeitos de sua Intervenção Social e até no acesso 
por parte dos usuários aos direitos sociais. (CARDOSO, 2006, p. 78)
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
A autora nos chama a atenção para a importância do relatório, que aparece como 
um instrumento ora complementar, ora principal das intervenções profissionais.
Complementar porque irá apresentar os resultados de uma ação, como visita 
domiciliar, entrevista, atendimento individual ou em grupo, e principal porque muitas 
vezes ele irá anunciar o que precisa ser feito ou trará determinações conclusivas 
sobre uma situação trabalhada.
Por isso ele precisa ser bem elaborado, levando-se sempre em consideração o 
seu objetivo e finalidade.
No relatório vamos registrar os dados coletados através da observação e escuta 
durante as intervenções profissionais.
Cardoso aponta algumas finalidades para o uso do relatório. Confira:
[...] ao elaborarmos um Relatório Social: analisar a aplicação dos princípios 
e técnicas do Serviço Social, pesquisar suas intervenções sociais, a partir 
dos registros documentados, e para a aprendizagem profissional, quando 
disponibilizados; serve também para entendermos uma determinada 
realidade social, suas nuances e complexidades; e nos permite desenvolver 
nossa intervenção social a partir de análises dos dados obtidos, bem 
como de suas associações com leis sociais, programas e políticas e, 
especialmente, com perspectivas estratégicas de intervenção, baseada 
sempre nos direitos sociais em curso. (CARSOSO, 2006, p. 80 e 81)
Importantes considerações sobre o relatório
Arquivamento: todos os documentos elaborados pelo assistente social devem 
ser arquivados em local próprio, cujo acesso seja permitido apenas ao profissional 
e à equipe diretamente envolvida no trabalho realizado (equipe multidisciplinar).
Rasuras e emendas: os documentos devem ser íntegros, ou seja, nada de 
rasuras, emendas ou outra forma de adulteração da informação original.
Um assistente social não pode alterar informações contidas em um documento 
elaborado por outro colega assistente social, muito menos um profissional de outra 
área; trata-se de um princípio ético.
Linguagem: sempre utilizar linguagem técnica, formal ou culta, porém de 
forma acessível, levando em consideração todas as pessoas que poderão e deverão 
tomar conhecimento dos registros dos dados coleados. Em geral, os relatórios são 
redigidos na 3ª pessoa do plural.
Corpo do relatório: sempre em papel timbrado, com a identificação da 
instituição, ou espaço sócio-ocupacional onde o assistente social atua; fazer 
referência ao local e data.
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Descrever qual é o tipo de relatório realizado, qualificação da pessoa ou pessoas 
que receberam a intervenção, descrição do histórico.
Parecer social: “que trata da opinião do profissional (coerente com suas análises 
técnicas, a curto, médio e longo prazo) e da indicação adequada para prestação do 
serviço social necessário [...]”. (CARDOSO, 2006, p. 98)
Identificação do profissional: identificação do profissional que realizou a 
intervenção, com os registros (nome completo, número do CRESS, carimbo 
e assinatura).
Seguem abaixo links de alguns modelos de relatórios diversos elaborados no âmbito do 
serviço social:
Visita domiciliar para concessão de bolsa de estudos: https://goo.gl/TJOpgi
Relatório para abrigamento: https://goo.gl/Ud6fXl
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Estudo social
Outro instrumento muito utilizado pelos assistentes sociais é o Estudo Social, 
que vai servir como fundamentação para aplicação de medidas judiciais e tomadas 
de decisões acerca de assuntos complexos das mais diversas ordens.
O estudo social é um processo metodológico específico do Serviço Social, 
que tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, 
uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto de 
intervenção profissional – especialmente nos aspectos socioeconômicos e 
culturais. (FÁVERO, 2011, p. 42 e 43)
E para elaborar um estudo social, o profissional vai utilizar vários instrumentos 
técnico-operativos do Serviço Social, que permitirão levantar dados sobre a situação 
investigada, apreender a realidade e compreender os significados do real vivido 
pelos sujeitos envolvidos na questão.
Como funciona o estudo social no processo de adoção?
https://youtu.be/cPIM3qniTNI
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O estudo social será composto por entrevistas, observação, escuta, 
comunicação oral, registros de dados, visita domiciliar, relatório e pareceres. 
Tudo pautado por um referencial teórico-metodológico, ético-político e a partir 
de então “constrói um saber a respeito da população usuária dos serviços [...]”. 
(FÁVERO, 2011, p. 28).
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Quando nos referimos à fundamentação da ação através dos referenciais teórico-
metodológicos, ético-políticos, estamos chamando a atenção para o conhecimento 
obtido através da realidade social, da economia, da política, ética, cotidianidade, 
que garantam o acesso aos direitos dos sujeitos.
A autora ainda diz que esse saber produzido expressa poder, pois o resultado de 
um estudo social pode contribuir para definir o futuro de crianças, adolescentes, 
idosos e famílias.
No link abaixo você vai encontrar um modelo de estudo social realizado para dar suporte a 
uma ação judicial: https://goo.gl/qGiH7T
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Você pode estar se perguntando quem pode solicitar ao assistente social a 
realização do Estudo Social e com quais intenções.
Veja, como se trata de um instrumento técnico-operativo do Serviço Social e 
estando o assistente social inserido em diversos espaços sócio-ocupacionais, o 
Estudo Social poderá ser realizado em diversas áreas objetivando fins específicos, 
contudoé uma ação muito expressiva no âmbito do Judiciário para auxiliar o juiz 
em suas decisões.
Parecer social
O próximo instrumento técnico-operativo do Serviço Social, tema das nossas 
reflexões, será o Parecer Social, como parte da ação dos assistentes sociais nos 
diversos espaços sócio-ocupacionais.
E nossa reflexão, então, inicia-se a partir dos aspectos teórico-metodológicos, 
técnico-operativos e ético-políticos, que são os balizadores da ação profissional.
Não diferente dos demais, mas nossa ênfase no momento é para a emissão de 
parecer social, que se trata de uma atividade de extrema responsabilidade, que vai 
exigir total comprometimento do profissional, uma vez que este vai emitir suas 
opiniões sobre determinada situação estudada, analisada ou investigada.
Veja como a autora Fávero define o Parecer Social:
O parecer social diz respeito a esclarecimentos e análises, com base em 
conhecimento profissional específico do Serviço Social, a uma questão ou 
questões relacionadas às decisões a serem tomadas. Trata-se de exposição 
e manifestação sucinta, enfocando-se objetivamente a questão ou situação 
social analisada, e os objetivos do trabalho solicitado e apresentado; a 
análise da situação, referenciada em fundamentos teóricos, éticos e 
técnicos, inerentes ao Serviço Social – portanto, com base em estudos 
rigorosos e fundamentados – e uma finalização, de caráter conclusivo ou 
indicativo. (FÁVERO, 2011, p. 47)
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Desse modo, a autora nos orienta que o parecer social será realizado a partir 
de conhecimento específico do assistente social e isso nos remete à Lei 8662/93 
em seus artigos 4º e 5º, que dispõem sobre as competências e atribuições do 
profissional de Serviço Social.
Sugerimos o link abaixo, que traz o modelo de um documento elaborado por uma assistente 
social da Previdência Social elaborado para a concessão do BPC/ LOAS (Benefício de Prestação 
Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social): https://goo.gl/j48Plv
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Nota-se que para a emissão de um parecer social é necessário que antes um 
estudo aprofundado do caso em questão tenha sido feito, e para a realização desse 
estudo o profissional fará a escolha dos instrumentos e técnicas que irá utilizar.
Vamos analisar o modelo abaixo, descrito no quadro:
PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITICUPU
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A FAMÍLIA – PAIF 
CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
PARECER SOCIAL Nº 01/2011
Conforme solicitado pelo Gestor Municipal do
Cadastramento Único do Município de Buriticupu-MA, foi realizado Estudo Social 
com o objetivo de averiguar a situação socioeconômica do Sr XXXXXXXXXXXXXXXXXX
NIS: XXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Residente na Rua xxxxxxx s/nº – Bairro xxxxxxx, o mesmo está com seu benefício 
BLOQUEADO.
Em visita domiciliar foi observado que o usuário mora com as duas fi lhas no endereço 
acima, está desempregado e tem uma renda de R$ 1.020,00 (Hum Mil e Vinte Reais) 
por mês proveniente de benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em 
visita o mesmo relatou que não recebe o benefício do BOLSA FAMÍLIA a 1 (um) ano, 
no ensejo foi orientado e informado sobre o perfi l do benefi ciário do Programa.
As informações foram para mim satisfatórias, pois o usuário informou sobre sua 
renda, onde foi possível detectar que o mesmo não está no perfi l exigido pelo MDS.
Sugiro que seja feito o CANCELAMENTO do benefício do mesmo, pois fi ca comprovado 
que o mesmo não se enquadra no Programa Bolsa Família. Portanto, sugiro que seja 
excluído como benefi ciário do Programa Bolsa Família, por não estar dentro dos 
critérios legais vigentes permitidos pelo MDS.
Buriticupu - MA, 10 de janeiro de 2011.
Fonte: SCRIBD. Parecer social
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Nesse caso, houve uma solicitação para que um Estudo Social fosse realizado, 
com um objetivo – a verificação da condição socioeconômica de um usuário. O 
procedimento foi realizado através de visita domiciliar, que possibilitou a coleta 
de dados e apreensão da realidade. Tais dados foram registrados, analisados, e o 
resultado foi apresentado no parecer social, como uma sugestão do profissional 
que realizou o estudo social, para apreciação do solicitante.
Parecer social ajuda pessoas que fazem uso contínuo de remédios:
https://youtu.be/PZ-twxjisFU
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O parecer social pode ser elaborado como parte final ou conclusiva de um 
Estudo Social, de uma visita domiciliar, de atendimentos individuais e ou coletivos 
realizados.
Fávero (2011) orienta que o profissional deve perceber se deve ou não emitir 
um parecer social.
Perícia social
Perícia é uma avaliação que se realiza em determinadas situações e sempre 
quando é necessária a elaboração de um laudo e um parecer técnico de alguma 
área específica, e quando esse estudo é realizado pelo assistente social recebe o 
nome de Perícia Social, “por se tratar de estudo e parecer cuja finalidade é subsidiar 
uma decisão, via de regra, judicial” (FÁVERO, 2011, p, 43).
E para a realização de uma perícia, será necessário um estudo social.
Para a sua construção, o profissional faz uso dos instrumentos e técnicas 
pertinentes ao exercício da profissão, sendo facultada a ele a realização de tantas 
entrevistas, contatos, pesquisa documental e bibliográfica que considerar necessária 
para a análise e a interpretação da situação em questão e a elaboração de parecer. 
(FÁVERO, 2011, p. 43, 44)
O perito social, então, é um profissional capacitado e habilitado por seu processo 
de formação acadêmica, que também reúne experiência prática, que se especializa 
em uma área específica do conhecimento.
Conforme a Lei 8662/93, em seu artigo 4º, inciso XI: “realizar estudos 
socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais 
junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e 
outras entidades”.
Esse item deixa claro que o assistente social é um profissional capacitado para 
a realização de estudos sociais, e no artigo 5º, no inciso IV: “realizar vistorias, 
perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de 
Serviço Social”.
Ou seja, a perícia social é uma ação exclusiva do assistente social.
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Laudo social
O laudo social é um instrumento muito utilizado pelos assistentes sociais que atuam 
no poder judiciário, também com o objetivo de subsidiar as decisões dos processos.
É um documento, que contém dados e resultados do estudo social e ou perícia 
social, que não precisa ser feito de forma detalhada, mas conterá registros diversos 
e esses devem ser arquivados conforme orientação ética.
Laudo Parecer
É dado pelo técnico e profi ssional especializado
no assunto.
É a conclusão dada pelo médico ou outro 
profi ssional sobre o assunto em caráter consultivo.
É a descrição dos fatos pelo técnico especialista. É uma opinião de outro profi ssional.
É objetivo. É subjetivo e se baseia no laudo.
Fonte: https://goo.gl/EQGgMj
Estudo socioeconômico
Ação prevista no art. 4º da Lei 8662/93, que define o estudo socioeconômico 
como sendo uma competência do assistente social, realizado em diversos espaços 
sócio-ocupacionais.
Os debates sobre a prática profissional do assistente social sob uma perspectiva 
crítica têm promovido ao longo dos tempos um redimensionamento da ação 
profissional e ao que se refere ao estudo socioeconômico em si, cuja terminologia 
traz uma ideia fragmentada de avaliar a condição de vida dos sujeitos apenas pelo 
fator financeiro, daí a substituição gradativa por estudo social, que remete a uma 
condição de totalidade.
Nas políticas de Assistência Social, Previdência, Saúde e Habitação, os estudos 
socioeconômicos são realizados para verificação dos critérios de enquadramento 
para a concessão de benefícios e participação em programas sociais e serviços.
Nas empresas privadas também são realizados estudos socioeconômicos, a fim 
de identificar os casos elegíveis para inclusão dosbenefícios oferecidos.
Já no poder judiciário, as avaliações são realizadas para ampliação dos dados 
dos Estudos Sociais, Laudos Sociais e Pareceres Sociais.
Outro espaço privilegiado para a realização dos estudos sociais são os plantões 
sociais nos equipamentos públicos e privados.
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Os estudos socioeconômicos/ estudos sociais, como toda ação 
profissional, consistem num conjunto de procedimentos, atos, atividades 
realizados de forma responsável e consciente. Contêm tanto uma 
dimensão operativa quanto uma dimensão ética e expressa, no momento 
em que se realiza a apropriação pelos assistentes sociais dos fundamentos 
teórico-metodológicos e ético-políticos da profissão em determinado 
momento histórico. (MIOTO, Regina Célia Tamaso)
Seu objetivo principal é a elaboração de um parecer sobre a situação estudada, 
sobre ocaso analisado.
O estudo socioeconômico aproxima ao máximo o assistente social da realidade 
dos sujeitos, permite-lhe uma apreensão da realidade em sua complexa vivência.
A abordagem dos sujeitos para a realização do estudo pode ser de modo 
individual ou em grupo, e o profissional faz uso da entrevista para a coleta dos 
dados e preenchimento dos registros necessários.
Formulário para estudo socioeconômico para concessão de bolsa de estudos:
https://goo.gl/SJjdrX
Ficha de avaliação socioeconômica e familiar: https://goo.gl/73tRIF
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De modo geral, a avaliação socioeconômica revela ao profissional assistente 
social as condições de vida do usuário no que se refere à situação de trabalho e 
renda, condições de moradia, composição familiar, rede de apoio, acessibilidade, 
bens e serviços disponíveis.
Informações que devem receber o trato da ética e do respeito, que passa pelo 
sigilo e comprometimento profissional, uma vez que através desse instrumento o 
assistente social aproxima-se de forma bastante íntima da vida das pessoas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Filmes
A maçã
https://youtu.be/buhLlfTVPwI
Preciosa – uma história de esperança
https://goo.gl/AJPuYG
 Leitura
Oficina de Serviço Social: elaboração de relatórios e laudos.
GERBER, Luiza Maria Lorenzini. Oficina de Serviço Social: elaboração de relatórios 
e laudos.
https://goo.gl/tBgpbA
Estudos socioeconômicos.
MIOTO, Regina Célia Tamaso. Estudos socioeconômicos.
https://goo.gl/Ai6Plp
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UNIDADE Procedimentos técnico-operativos do Serviço Social
Referências
AMARO, Sarita. Visita domiciliar: guia para uma abordagem complexa. 2ª ed. 
Porto Alegre: Editora AGE, 2007.
BRASIL. Lei 8662. Dispõe sobre a profissão de assistentes sociais e dá outras 
providências. Brasília, 1993.
CFESS. O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuições 
ao debate no Judiciário, Penitenciário e na Previdência Social. 10ª ed. São 
Paulo: Cortez, 2011.
FÁVERO, Eunice Terezinha. Instruções sociais de processos, 
sentenças e decisões. Disponível em: <http://www.cressrn.org.br/files/
arquivos/8W95x91Vh0eXhsCK46ge.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2016.
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