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VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 
 
1 
 
 
 
Utilização de resíduos agroindustriais na alimentação de ruminantes 
 
Lopes, A. M.1; Santos, P. C. S.1; Dadalt, J.C.2; Cruz, V.C.3 
 
1 Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. E-mail: 
Andrea.machadolopes@yahoo.com.br 
2
 Pós-graduando em nutrição e produção animal – FMVZ/USP – Pirassununga. 
3
 Professoras Dra UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP. E-mail: 
valquíria@dracena.unesp.br 
 
Introdução 
Atualmente o Brasil ocupa uma posição de destaque no cenário mundial do mercado 
da carne bovina, porém novas alternativas devem ser buscadas para o incremento da 
produtividade. A bovinocultura no país tem como base o uso de pastagens naturais ou 
cultivadas, mas a produção destas é descontínua durante o ano, o que provoca baixo 
desempenho dos bovinos mantidos a pasto. 
Com o avanço da agricultura sobre as áreas de pastagens e a elevação do custo da 
terra, fortalecem a tendência de se obter maior ganho por área. Neste sentido, o 
confinamento de bovinos aparece como alternativa por fornecer animais para o abate 
durante todo o ano. Entretanto, os gastos com alimentação no confinamento são elevados 
(COSTA et al., 2007). 
Nos últimos anos, a busca por maior produtividade e menor custo de produção tem 
sido constante na pecuária, de modo que a utilização dos resíduos agroindustriais, que 
podem ser causadores de problemas ambientais tem sido objetivo em muitas pesquisas 
(MESSANA et al., 2009). As agroindústrias produzem grandes quantidades de resíduos, mas 
que possuem valores nutritivos potenciais e podem ser utilizados na alimentação animal 
(GOES et al., 2008). 
Os subprodutos da agroindústria vêm merecendo uma atenção especial, tendo em 
vista a utilização na alimentação animal, principalmente em se tratando de ruminantes que 
possuem capacidade de transformar estes subprodutos em carne e leite, a custos 
razoavelmente baixos. As vantagens da utilização de subprodutos, além do custo baixo, é 
sua disponibilidade em todos os períodos do ano. O objetivo deste trabalho foi discutir sobre 
a utilização de resíduos da agroindústria na alimentação de ruminantes como alternativa de 
reduzir os custos da produção em sistema intensivo de criações, além de reduzir 
contaminação do ambiente. 
 
 
Desenvolvimento 
Mundialmente têm-se intensificado a exploração de animais monogástricos, 
principalmente aves e suínos, que se alimentam basicamente de milho e farelo de soja. Isto 
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IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 
 
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tem elevado o preço destas fontes, tornando-as inviáveis para animais ruminantes. Assim, há 
a necessidade de obterem-se novas fontes alimentares, principalmente a utilização de 
resíduos agroindustriais. São vários os subprodutos das agroindústrias tais como: caroço de 
algodão, bagaço de uva provenientes da produção de vinho, bagaço de cana-de-açúcar, 
tortas de girassol e soja, casca de soja, resíduos de processamento de frutas e resíduos do 
processamento da mamona provenientes da produção de biodiesel entre outros. 
O caroço de algodão constitui uma excelente opção para uso em confinamentos, 
pois associa alto teor de proteína, fibra e energia (BERTRAND et al., 2005 apud COSTA, 
2011). O alto teor de energia é atribuído ao óleo presente nas sementes oleaginosas, que 
constitui uma das limitações ao seu uso, pois o excesso de ácidos graxos insaturados pode 
causar alteração na fermentação ruminal, devido à supressão das atividades de bactérias 
celulolíticas e metanogênicas (VAN SOEST, 1994 apud COSTA, 2011). Portanto, é 
importante determinar qual a proporção a ser usada na dieta de bovinos de corte que não 
cause problemas metabólicos e digestivos (COSTA, 2011). 
Nas agroindústrias processadoras de uvas, cerca de 30% da produção de vinho é 
descartado na forma de resíduos denominados também de bagaço, composto de casca, 
engaço e semente. Estes podem ser uma opção para suplementação de ruminantes em 
períodos de escassez de forragem (DANTAS et al., 2008). As recomendações para o uso do 
bagaço (resíduo) de uva na alimentação de ruminantes, por se tratar de um alimento 
volumoso e de baixo valor energético, deve ser utilizado com outros alimentos (LIMA, 1984 
apud DANTAS et al., 2008). Neste contexto o uso de resíduo vitivinícolas pode ser boa 
alternativa como aditivo na produção de silagens de gramíneas, trazendo benefícios 
adicionais no processo fermentativo, pelos bons teores de carboidratos solúveis (DANTAS et 
al., 2008). 
Em decorrência da presença de óleo, as tortas de girassol e soja podem ser 
substituir o milho e o farelo de soja na ração, constituindo uma alternativa para o 
fornecimento de proteína para o animal. (GOES et al., 2008). O processo de prensagem do 
grão causa compactação, que, após a moagem, pode causar partículas menores, facilitando 
a solubilização (BERAN et al., 2005 apud GOES et al., 2008). A torta de girassol é 
caracterizada como fonte de proteína degradável no rúmen (PDR) (BERAN et al., 2007 apud 
GOES et al., 2008). 
A produção dos subprodutos de soja, como o farelo de soja, são uma das fontes 
proteicas mais utilizadas nas formulações das rações animais. A casca de soja, também, 
torna-se um subproduto interessante para utilizar na alimentação de ruminantes, por não 
concorrer como ingrediente em rações para monogástricos. Sendo do ponto de vista 
nutricional, a casca de soja é um suplemento energético, chegando a 80% do valor 
energético do milho (grão), porém com valor de fibra muito acima daquele proporcionado 
pelo milho (SILVA, 2004). 
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Nos últimos anos, tem ocorrido na região Nordeste um aumento significativo do uso 
de irrigação para culturas frutíferas, o que a torna uma das maiores produtoras e 
exportadoras de frutas do Brasil. Assim, houve também, aumento de agroindústrias 
instaladas na região e do volume de resíduos do processamento de frutas com potencial de 
uso na ração de ruminantes (LOUSADA JÚNIOR et al., 2005 apud PEREIRA et al., 2008). 
Dentre as frutíferas cultivadas no Nordeste, o caju tem grande importância, por ser 
cultivado em grandes áreas e ter uma indústria de processamento bastante desenvolvida e 
difundida na região. O maracujá também tem cultivo bastante popular, e durante seu 
processamento, gera co-produto com abundância de casca, rica em pectina e minerais, e 
viável para utilização na alimentação animal (PEREIRA et al., 2008). 
No processamento da acerola, para a obtenção de sucos, compotas, geléias e no 
isolamento do acido ascórbico (vitamina C), são gerados resíduos que, secos, podem ser 
incorporados à alimentação animal (CARPENTIERI-PÍPOLO et al., 2002 apud PEREIRA et 
al., 2008). 
O urucum é uma planta nativa das florestas tropicais, cujo principal mercado é o de 
corantes naturais, sendo o mais utilizado no mundo. No Brasil, cerca de 2.500 t de co-
produto de urucum são obtidas anualmente após a extração da bixina (corante), cerca de 
97% do resíduo não é aproveitado (TELES, 2006 apud PEREIRA et al., 2008). 
Com a implantação do projeto de produção de biodiesel no Brasil, baseado na 
utilização de diversas oleaginosas como fonte de matéria prima, dentre essas, a soja no 
Centro-Sul, o babaçu e dendê na região Amazônica e a mamona no semi-árido brasileiro, 
grandes áreas deverão ser plantadas. Especificamente no caso da mamona, apesar de o 
óleo constituir-se o principal produto de exploração, alguns co-produtos podem ser obtidos 
como a torta e a casca de mamona, que possuem potencial para se tornarem alimentos 
alternativos para ruminantes (CÂNDIDO et al.,2008). 
A partir da industrialização da cana-de-açúcar, obtém-se o bagaço in natura, um 
subproduto muito difundido na alimentação de bovinos durante a década de 80, 
principalmente na Região Sudeste, onde se concentram as indústrias sucroalcooleiras. Entre 
os subprodutos da cana-de-açúcar, o bagaço in natura representa o maior volume de 
produção e constitui um desafio na alimentação animal, tendo em vista seu baixo valor 
nutritivo (EZEQUIEL e ANDRADE, 1988; BERNDT et al., 2002). Esse é um fator limitante 
quanto ao uso desse bagaço, que é muito difundido na geração de energia. Segundo 
Ezequiel (2006), o uso de bagaço na alimentação animal constitui um desafio, porque esse 
subproduto é de baixo valor nutritivo e tem alto custo de produção. 
 
 
Conclusão 
Conclui-se que o aumento dos preços das fontes energéticas e protéicas para a 
alimentação de ruminantes elevou o custo de produção e reduziu a margem de lucro para os 
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produtores. Com isso, resíduos agroindustriais têm recebido atenção especial, uma vez que 
apresentam baixo custo de aquisição e podem ser utilizados na alimentação animal. Assim 
contribuem exorbitantemente para produção animal, uma vez que estes podem ser 
totalmente convertidos em produtos de origem animal, por bovinos leiteiros e bovinos de 
corte. No entanto, há maior variabilidade dos níveis nutricionais destes coprodutos quando 
comparados com alimentos convencionais, sendo necessárias análises frequentes da 
composição química para obtenção de melhores resultados. 
 
 
Referências 
CÂNDIDO, M.J.D. et al. Utilização de coprodutos da mamona na alimentação animal. In: 
CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 3., 2008, Salvador. 
 
COSTA, Q.P.B. et al. Desempenho e características da carcaça de bovinos alimentados com 
dietas com caroço de algodão. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, v.63, n.3, p.729-735. 2011. 
 
DANTAS, F.R. et al. Composição química e características fermentativas de silagens de 
maniçoba (Manihot sp.) com percentuais de co-produto de vitivinícolas desidratado. Rev. 
Bras. Saúde Prod. An, v.9, n.2, p.247-257, abr./jun. 2008. 
 
EZEQUIEL, J.M.B. et al. Desempenho e características de carcaça de bovinos Nelore em 
confinamento alimentados com bagaço de cana-de-açúcar e diferentes 
fontes energéticas. R. Bras. Zootec, v.35, n.5, p.2050-2057. 2006. 
 
GOES, R.H.T. et al. Degradabilidade ruminal da matéria seca e proteína bruta de diferentes 
subprodutos agroindustriais utilizados na alimentação de bovinos. Rev. Bras. Saúde Prod. 
An, v.9, n.3, p.715-725, out./dez. 2008. 
 
MESSANA, J.D. et al. Valor nutritivo do resíduo do processamento do caroço de algodão 
suplementado com levedura e avaliado em bovinos. R. Bras. Zootec, v.38, n.10, p.2031-
2037. 2009. 
 
PEREIRA, E.S. et al. Equações do NRC (2001) para predição do valor energético de co-
produtos da agroindústria no nordeste brasileiro. Rev. Bras. Saúde Prod. An, v.9, n.2, 
p.258-269, abr./jun. 2008. 
 
SILVA, B.A.N. A casca de soja e sua utilização na alimentação animal. Revista Eletrônica 
Nutritime, v.1, n.1, p.59-68, jul./ago. 2004.

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