Prévia do material em texto
Unidade 2 ROBERTO C. SILVA - RA 2022116079 - ENGENHARIA CIVIL MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL – AGREGADOS CONCEITOS GERAIS Em 1998, o Hotel Palace II, no Rio de Janeiro foi implodido seis dias após o desabamento dos pilares 1 e 2 do edifício, que causou a morte de oito pessoas. Nos diversos meios de comunicação à época, muito se falou sobre os motivos que levaram ao desabamento. Entre eles, destacavam-se os possíveis erros de cálculo no projeto da estrutura do prédio e a suspeita do uso de material de baixa qualidade na preparação do concreto armado. Durante o início do processo de investigação das causas de desabamento do Hotel Palace II, um perito informou que conchas do mar foram encontradas em diversos destroços do edifício, o que levantou a forte suspeita do uso de areia da praia na concretagem da estrutura do Hotel, que é a versão popular sobre o desabamento do hotel até os dias de hoje. Na época, foram retiradas diversas amostras de concreto e aço dos destroços da edificação para realizar análises químicas para a elaboração do laudo oficial. Pesquise a história do Hotel Palace II para conhecer mais detalhes sobre sua estrutura bem como as causas do seu desabamento. Vamos Praticar Conforme estudamos, areia é um dos aglomerados utilizados na construção civil. Elabore um parágrafo que descreva o que é um agregado e qual é a sua importância nas construções. Depois, pesquise e explique quais das possíveis causas do desabamento, noticiadas na época, estariam relacionadas a problemas ou deficiências nos agregados que foram utilizados na construção dessa edificação. Ao final, disponibilize seu trabalho no fórum da seção. Referências BRASIL. Senado. Erro de cálculo Laudo culpa engenheiro e livra Naya do Código Pena. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?se quence=1 . Acesso em: 3 jan. 2020. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?sequence=1 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?sequence=1 Os agregados são fragmentos de rochas popularmente conhecidos como “areias” e “pedras”. São grãos que não têm volume nem forma definidos. Geralmente, tais materiais são inertes com propriedades e dimensões adequadas para serem utilizados em obras de engenharia civil. Agregados para construção civil são materiais minerais, sólidos inertes que, de acordo com granulometrias adequadas, são utilizados para fabricação de produtos artificiais resistentes mediante a mistura com materiais aglomerantes de ativação hidráulica ou com ligantes betuminosos. Os agregados são materiais primordiais na formulação do concreto. Os agregados são responsáveis por fornecerem distribuição granulométrica, absorção de água, porosidade e resistência à compressão aos concretos, portanto são primordiais na sua formulação. Quais os tipos? Agregados leves, normais ou pesados: o que define é a massa específica aparente. Nesse quesito, podem ser divididos em leves (argila expandida, pedra- pomes e vermiculita), normais (pedras britadas, areias e seixos) e pesados (hematita, magnetita e barita). Qual a importância dos agregados? É muito importante usar agregados nas argamassas e concretos porque a mistura dos materiais gera produtos artificiais mais resistentes. Eles são sólidos indispensáveis para a construção civil que precisam ser aplicados de acordo com a granulometria ideal. A importância do estudo dos agregados na construção civil. Afinal, devido à importância dos agregados dentro da mistura, vários são os ensaios necessários para a utilização. Esses ensaios servem para definir a granulometria, massa específica real e aparente, módulo de finura, torrões de argila, impurezas orgânicas, materiais pulverulentos, etc. A importância econômica e técnica dos agregados para concretos e argamassas A importância econômica dos agregados, se deve, aos mesmos representarem 70% do volume do concreto, dos constituintes do concreto e ele é o menos homogêneo dos materiais que constituem o concreto, dessa forma a redução dos preços desses materiais trazem uma produção mais econômica, com isso uma redução de custos no orçamento. Qual a função do agregado na argamassa? ▶Funções dos agregados: ▶ resistir aos esforços: ▶ Mecânicos; ▶ Desgaste; ▶ Intemperismo; ▶ reduzir as variações volumétricas; ▶ reduzir o custo. Qual é a importância da forma do agregado no comportamento do concreto em fresco? A importância da forma do agregado no comportamento do concreto em fresco está relacionado maior aderência mecânica, melhor trabalhabilidade, estabilidade dimensional, durabilidade e aspecto visual. De acordo com a necessidade e o tipo de construção civil, podem ser usados tanto as britas, quanto os pedregulhos para a fabricação do concreto. A exigência é que os materiais utilizados possuam boa resistência, sejam limpos e tenham granulação uniforme. Quais são os principais ensaios de caracterização de agregados? Ensaios em agregados • Reatividade Álcali Agregado. • Inchamento de Agregado Miúdo. • Teor de Argila em Torrões e Materiais Friáveis. • Índice de Forma do Agregado Graúdo. • Massa Específica, Massa Específica Aparente e Absorção em Agregado Graúdo. • Resistência ao Esmagamento de Agregados Graúdos. • Composição Granulométrica de Agregados. O desabamento do edifício Palace 2, que causou a morte de oito pessoas no domingo de Carnaval, aconteceu devido a uma falha no detalhamento da armação de dois pilares, e não pela utilização de material de má qualidade. Os quatro peritos do ICCE consideraram que a deficiência de cobertura e a inexistência de estribos contribuíram para o desabamento. O professor Bruno Contarini, renomado calculista com trabalhos executados em diversos países, declarou que se não houvesse erro no detalhamento nos pilares P4 e P44, o edifício Palace II não teria desabado. Já o professor Alexandre Duarte Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, opinou que se não tivesse ocorrido o erro gravíssimo de cálculo (desenho), a ruína não teria ocorrido. Os defeitos construtivos apontados foram considerados lamentavelmente comuns e só capazes de comprometer a estrutura em longo prazo, se não forem feitas quaisquer recuperações. Não obstante a clareza das declarações chegou à conclusão que a má execução dos pilares, omissão de consertos urgentes e a falta de correção de defeitos que poderiam ser sanados com a simples recuperação de colunas, como a realizada no condomínio Palace I. Fica, assim, claro que não havia cobertura, estribo ou manutenção que suprissem o déficit de 500 toneladas decorrente do errado detalhamento das colunas P4A e P44A. O edifício Palace II desabou cerca de 10 anos depois de iniciada sua construção. O Professor Barbosa do Valle afirmou que se o prédio tivesse sido bem dimensionado, se não houvesse os erros de cálculo ou de detalhamento, a ruína só ocorreria em 30 anos. MEMORIAL DESCRITIVO DA VISTORIA Deficiência no cobrimento das armaduras; Ausência de estribos suplementares; Defeitos de acabamento; Materiais estranhos na argamassa; Erro de cálculo de projetos. ENQUADRAMENTO DENTRO DOS CRITÉRIOS DE NORMA Segundo os técnicos, o edifício Palace 2 desabou devido a um erro generalizado em seu projeto de construção: 78% dos pilares do edifício foram construídos com coeficiente de segurança abaixo do estabelecido pela ABNT. Dentre os 42 pilares, 31 deles foram executados segundo um projeto com falhas e subdimensionados, de tal forma que em vez de suportarem 480 toneladas cada um, estavam calculados para no máximo 230 toneladas. O engenheiro afirmou que isso aconteceu porque a construtora tinha muita pressa em iniciar a obra e que por isso liberou a planta de locação com o peso dos pilares majorados, para dimensionar a fundaçãodo prédio. Desta forma, os pilares não suportaram a edificação de 23 andares, que acabou desabando. Esse erro no detalhamento aconteceu no momento em que o calculista José Roberto Chendes transformou o projeto do prédio em desenhos, para facilitar o trabalho de construção. Em seu depoimento à polícia, Chendes admitiu a existência de erros no projeto, mas afirmou que eles não seriam suficientes para causar o desabamento. Foi verificado que o coeficiente de segurança recomendado pela ABNT NBR 6118 deveria ser maior ou igual a 1,40, porém, o coeficiente de segurança apresentado pelos pilares P4 e P44 foi equivalente a 0,66. Além disso, os técnicos ainda detectaram deficiência no revestimento das argamassas que protege o concreto da corrosão, havendo também a ausência de estribos suplementares. ENCERRAMENTO DO ESTUDO DO LAUDO DE SINISTRO O laudo do Instituto Carlos Éboli desfez uma das principais suspeitas que surgiram na época. A creditava-se que a falta de manutenção e o uso de material de construção de má qualidade tivessem levado o edifício ao chão. Na época, divulgou-se uma fita de vídeo na qual o próprio Naya admitia usar material de segunda mão nas obras da Sersan. Entre os erros de execução apontados nos laudos estavam a deficiência de cobrimento das armaduras, ausência de estribo suplementares dos pilares, concreto fraco, com muitas bolhas de ar e possivelmente feito com areia do mar. No meio dos destroços, engenheiros encontraram conchas do mar misturadas ao concreto e em quatro pilares foram encontrados pedaços de madeira, sacos de cimento, plásticos e jornal misturados ao concreto. Porém, depois de examinar as plantas do projeto e analisar amostras do material usado na construção, os peritos concluíram que o prédio ruiu por erro de cálculo. CONCLUSÃO Ao calculista cabe, se não a elaboração do desenho, sua conferência rigorosa. Este nada mais é do que a imagem de seu próprio trabalho. Além disso, não passível de crer que o desenhista tenha errado duas vezes. Afinal, foram elaboradas plantas para o Palace I e para o Palace II e em ambas havia erro grave no dimensionamento dos pilares P4 e P44. E mais do que isso houve erro generalizado no dimensionamento de 32 dos 41 pilares. O erro, sem dúvida, estava no cálculo, muito embora Chendes tenha declarado à autoridade policial que, quando tomou conhecimento do desabamento, estudou e conferiu seu projeto e seus cálculos, concluindo por sua correção. Diante do exposto, é possível concluir que: • Deve-se contratar um engenheiro com conhecimento técnico e experiência para realizar um projeto; • Deve-se seguir as normas mais atualizadas e respeitar os coeficientes de segurança; • Os materiais utilizados devem atender as normas pertinentes, inclusive a norma de desempenho; • Não se deve morar em um empreendimento que não tenha recebido o habite - se. Referências BRASIL. Senado. Erro de cálculo Laudo culpa engenheiro e livra Naya do Código Pena. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?se quence=1 . Acesso em: 3 jan. 2020. BORGES, ANA LAURA DE OLIVEIRA; RODRIGUES, DANIELLA MATOS; DA SILVA, JÉSSICA NAYARA. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/72536173/laudo-edificio-palace-ii > Acesso em 03 dez. 2022. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?sequence=1 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/183655/000538516.pdf?sequence=1 https://www.passeidireto.com/arquivo/72536173/laudo-edificio-palace-ii