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Disciplina de Patologia Geral INFLAMAÇÃO ETIMOLOGIA Inflamação – do latim "inflamare" - significa pegar fogo. É uma reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. Nomenclatura: Termo designativo do local (órgão, tecido, ou cavidade) afetado, acrescido do sufixo ITE. Ex: Amígdalas + ITE= Amigdalite; Meninge + ITE= Meningite; Fascia + ITE= Fasceite. 2 A Inflamação é essencialmente benéfica Logo... Liberação de Proteínas “Agentes estranhos” (microrganismos e tecidos lesados ou necróticos) Finalidade de eliminar as substâncias prejudiciais ou indesejadas. Sem a inflamação, infecções não seriam reconhecidas, feridas nunca cicatrizariam e tecidos lesados permaneceriam constantemente purulentos. 3 INFLAMAÇÃO Conceito É uma reação do organismo ao tecido lesado com objetivo de eliminar a causa (fagocitose) e consertar o prejuízo (reparo). Envolve um conjunto de Fenômenos Bioquímicos Morfológicos Fisiológicos Sucessivos Ativos Complexos 4 A reação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas, em sequência: 1) O agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras; 2) Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado; 3) Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora; 4) A reação é controlada e concluída; 5) O tecido lesado é reparado. 5 5 Fenômenos Vasculares – Modificações vasculares locais mediadas pelos mediadores químicos liberados durante os fenômenos irritativos. Fenômenos Exsudativos – Saída dos elementos do sangue (plasma e células) do leito vascular para o interstício. (latim exsudare – passar através de). Eventos que terminam o processo (Degeneração e Necrose) – Ação direta ou indireta do agente inflamatório. Fenômenos Reparativos – Capacidade de reparo da lesão inflamatória. Fenômenos Irritativos – Conjunto de modificações provocadas pelo agente inflamatório que resultam na liberação de mediadores químicos. Presença de microorganismo, queimadura, lesão física, etc. Momentos da inflamação 6 7 Os leucócitos uma vez recrutados, são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas, bem como, corpos estranhos indesejados nos tecidos. Principais componentes da resposta: vasos sanguíneos e leucócitos. Os vasos sanguíneos se dilatam e aumentam sua permeabilidade, permitem que os leucócitos saiam e cheguem ao local de infecção/ tecido lesado. 8 Manifestações externas da inflamação: Sinais cardinais Calor, rubor (vermelhidão), tumor (tumefação/ Edema), dor e perda de função. *Essas manifestações da inflamação ocorrem como consequências das alterações vasculares, recrutamento e ativação de leucócitos. 9 Mediadores da Inflamação: Microrganismos, células necróticas (qualquer que seja a causa da morte celular) e hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e, então, provocar inflamação. As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios. Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória, determinando seu padrão, severidade e manifestações clínicas e patológicas. 10 10 Produzidos somente em resposta a moléculas que estimulam a inflamação, incluindo produtos microbianos e substâncias liberadas a partir de células necróticas. A exigência comum para microrganismos ou tecidos mortos agirem como estímulo inicial garante que a inflamação, em geral, seja desencadeada apenas quando e onde for necessária. A maioria dos mediadores apresenta meia-vida curta. Eles se decompõem rapidamente ou são inativados por enzimas. Mediadores da Inflamação: 11 11 Os mediadores podem ser produzidos pelas células no local da inflamação, ou podem circular no plasma como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. **mas plaquetas, neutrófilos, células endoteliais e a maioria dos epitélios também podem ser induzidos a elaborar alguns mediadores. Mediadores da Inflamação: ! Principais tipos de células Macrófagos teciduais e os mastócitos 12 Mediadores da Inflamação: Existe um sistema de controle e equilíbrio que regula a ação dos mediadores. Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores. Os mediadores secundários também podem apresentar as mesmas ações dos mediadores iniciais, mas também podem exercer atividades diferentes e até opostas, proporcionando assim mecanismos para amplificar ou, em certas circunstâncias, neutralizar a ação inicial de um mediador. Importante Exemplo: produtos da ativação do complemento estimulam a liberação de histamina, e a citocina TNF age sobre as células endoteliais estimulando a produção de outra citocina, a IL-1, e muitas quimiocinas. 13 14 Mediador Fonte Ação Histamina Mastócitos, basófilos e plaquetas Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, ativação endotelial. Prostaglandinas Mastócitos, leucócitos Vasodilatação, dor e febre. Leucotrienos Mastócitos, leucócitos Aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos. Citocinas Macrófagos, células endoteliais Local: Ativação endotelial; Sitêmica: febre, hipotensão (choque). Fator de ativação de plaquetas Leucócitos, mastócitos Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos, quimiotaxia, degranulação, mediadores oxidativos. Complemento Plasma ( produzidos no fígado) Ativação e quimiotaxia de leucócito, opsonização, vasodilatação via estimulo de mastócitos. Cininas Plasma ( produzidos no fígado) Aumento da permeabilidade vascular, contração do músculo liso, vasodilatação, dor. Principais Mediadores da Inflamação 15 Inflamação e macrófagos vias M1 e M2 16 Causas da inflamação ? A inflamação é uma resposta Tudo o que possa agredir o organismo é causa de inflamação. Causas Endógenas derivadas de: Degeneração = lesão reversível Necrose tissular = lesão irreversível Alterações na resposta imunológica Causas Exógenas Agentes Físicos Agentes Químicos Agentes Biológicos Ácidos Cáusticos Metais pesados 17 17 Reconhecimento de Microrganismos e Células danificadas -Vários receptores celulares à proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular, e provocar a inflamação; Células epiteliais, macrófagos do tecido e células dendríticas, leucócitos e outros tipos de células expressam receptores que percebem a presença de microrganismos e de dano. As proteínas circulatórias reconhecem os microrganismos que, eventualmente, tenham entrado no sangue. Os mais específicos desses receptores pertencem à família dos receptores Toll-like (TLRs).O envolvimento desses receptores deflagra a produção de moléculas da inflamação, inclusive as moléculas de adesão nas células endoteliais, citocinas e outros mediadores. 18 Término da Inflamação e Início do Reparo A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado. A reação se resolve porque os mediadores são esgotados. Os mecanismos anti- inflamatórios são ativados para controlar a resposta inflamatória. O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado. Eliminados os agentes agressores, ativa- se o processo de reparo tecidual. 19 Consequências da inflamação As reações anti-inflamatórias de proteção contra infecções são, em geral, acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados (ex: dor e perda funcional). Tipicamente, essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo,deixando pouco ou nenhum dano. 20 Reação inflamatória mal direcionada, ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas (p. ex., em alergias), ou é inadequadamente controlada. Nesses casos, a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença, e o dano que produz é a característica dominante. Mas... 21 As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns, como artrite reumatoide, aterosclerose e fibrose pulmonar, assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos, fármacos e toxinas com risco de morte. Contribui para uma variedade de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). Inflamação que não se resolve. Crônica, pode ser um “assassino silencioso”. Mas... <https://www.scielosp.org/article/ress/2022.v31nspe1/e20211065/pt/>. 22 Inflamação como Resposta Maléfica Quando interfere na função do órgão afetado Perda do controle homeostático na resposta à agressão Ex: Choque anafilático (hipersensibilidade à penicilina). O alérgeno (penicilina) na corrente circulatória induz ativação de mastócitos/ basófilos, em vários tecidos, ao mesmo tempo. linfócito T supressor deixa de modular a resposta inflamatória. Ou seja, quando o linfócito T citotóxico perde o poder de reconhecer o que é próprio ou não próprio = Doenças autoimunes. Ex.: LÚPUS 23 Inflamação Aguda e Crônica A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda. A inflamação aguda é rápida (tipicamente, leva minutos) e de curta duração, persistindo por horas ou poucos dias. Suas principais características são a exsudação de fluído e proteínas plasmáticas (edema) e a emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares). Se a inflamação aguda não for suficiente para remover o estímulo, pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica. O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual, presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo. 24 RESUMO https://www.youtube.com/watch?v=e5YfDam8vmI&t=5s https://www.youtube.com/watch?v=qS4FrVsBjxU&t=13s https://www.youtube.com/watch?v=mJgDxXfgglE 25 INFLAMAÇÃO AGUDA 26 Inflamação Aguda Dilatação de pequenos vasos levando a aumento no fluxo sanguíneo. Aumento de permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação. Emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. 27 Quais as células que participam ? Polimorfonucleares Mononucleares 28 *Todos os leucócitos possuem grânulos no seu citoplasma. Inflamação Aguda Específicos ou Inespecíficos Leucócitos Granulócitos Agranulócitos Grânulos inespecíficos Grânulos inespecíficos e específicos GRÂNULOS NEUTRÓFILO (PMN) EOSINÓFILO BASÓFILO Com grânulos específicos + inespecíficos (azurófilos) Em infecções agudas bacterianas ou fúngicas; Nas alergias ou infecções parasitárias. Armazena serotonina e histamina. Reações alergicas. 29 Inflamação Aguda Leucócitos Agranulócitos GRÂNULOS LINFÓCITO B LINFÓCITO T MONÓCITO MACRÓFAGO Com grânulos inespecíficos (azurófilos) Em infecções crônicas bacterianas ou fúngicas. Em infecções crônicas bacterianas ou virais. no sangue no tecido Em infecções crônicas bacterianas, fúngicas ou corpo estranho. Mononucleares 30 Neutrófilos Bactérias, Fungos, corpo estranho; Diminuídos em infecção viral; Na forma jovem, bastonetes. Fagocitam formado por 3 a 5 lóbulos, ligados entre si por finas pontes de cromatina; Núcleo tem núcleo não segmentado e, é chamado de bastonete. quanto mais velha for a célula, mais segmentação. Célula muito jovem (bastão) 31 Neutrófilos Desvio à esquerda 32 32 Existe um pequeno número de bastonetes; Fisiologicamente Neutrófilos Indica um aumento na produção de neutrófilos pela medula óssea e está relacionada à infecção bacteriana aguda; O aumento da quantidade destas células no sangue (neutrofilia). A diminuição de neutrófilos no sangue (neutropenia). Ocorre frequentemente, é causada por tratamento farmacológico prolongado ou infecção viral; Fagocitando, matando e digerindo bactérias e fungos. Constituem a primeira linha de defesa do organismo. 33 Neutrófilos Estão ligados à digestão e combate aos microorganismos. Apresentam grânulos específicos e azurófilos. 34 Eosinófilos Não são células especializadas em fagocitose, mas participam de reações alérgicas (asma) e parasitoses. Atividade definida através da liberação do conteúdo de seus grânulos, formados por: INTERNUM = composto por ARGININA (dá cor); EXTERNUM = - PROTEÍNA CATIÔNICA EOSINOFÍLICA: antiviral e citotóxica; NEUROTOXINA: antiviral; PEROXIDASE EOSINOFÍLICA: gera radicais livres. Desgranulam mastócitos e basófilos= liberando HISTAMINA. mediadores: -Interferon; -Interleucina; -Leucotrienos. 35 Basófilos Possuem grânulos com: HISTAMINA Vasodilatação= aumento da permeabilidade; Quimiotático para neutrófilos e eosinófilos. HEPARINA Metacromasia do grânulo; Anticoagulante; Função antigênica= ativa o sistema imune. Secretam: INTERLEUCINAS (IL-4, IL-13); É O MAIOR PRODUTOR DE IL-4 LEUCOTRIENOS: mediadores inflamatórios. 36 Monócitos/ Macrófagos Têm núcleo ovoide em forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico e com vácuolos. Representam uma fase da célula mononuclear fagocitária: MONÓCITO = Célula no sangue; MACRÓFAGO = Célula nos tecidos. Célula produzida na medula óssea; 37 Monócitos/ Macrófagos Apresentador de antígeno Limpador Maior produtor de IL-1 Indutor de reparo Apresenta Antígeno para o linfócito. FAGOCITOSE (possuem diversas enzimas lisossomiais, matam por Radicais Livres - oriundos do O2 ) Estimula: Linfócito T e B. ativando o sistema imune para o ataque. produzindo anticorpos. Gera fatores de crescimento, necessários à angiogênese e fibrogênese. 38 Na melhora da febre • = vasodilatação; calor se difunde para o meio por perda de líquido = suor; Monócitos/ Macrófagos IL-1 Estimula produção de Prostaglandinas Interagem com receptores hipotalâmicos, agindo no centro termoregulador Estímulo do SNA Simpático Inflamação/ Febre/ Dor Estimula linfócitos B e T Ativando a elevação da temperatura; Vasoconstrição cutânea para reter calor; FEBRE FOSFOLIPÍDEOS Fosfolipases ÁCIDO ARACDÔNICO Cox- cicloxigenase PROSTAGLANDINA E PROSTACICLINA 39 Linfócitos Linfócitos B Imunidade humoral ou adquirida Na presença de antígeno se diferencia em células de memória e plasmócitos. Gerando anticorpos = imunoglobolinas 40 Linfócitos Linfócito T São células treinadas para reconhecer o que é próprio ou não próprio do organismo; As células que apresentam moléculas idênticas ao Complexo Maior de Histocompatibilidade (MCH) são ignoradas; As que apresentam moléculas diferentes, são rejeitadas pelo linfócito T (citotóxico) que produz PERFORINA, alterando a permeabilidade celular, destruindo-a; Este tipo de resposta celular de citotoxidade ocorre pelo linfócito T associado às células infectadas por vírus, bactérias (crônicas), célula estranha e câncer. IMUNIDADE CELULAR CITOTÓXICA 41 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Processo Inflamatório Reação Vascular Tissular Fen. Vasculares Fen. Celulares Agressão Reação Inflamatória do Organismo ao Tecido Lesado Liberação Mediadores Químicos Provocam fenômenos vasculares e celulares 42 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Fenômenos Vasculares Vasoconstrição transitória VASODILATAÇÃO DURADOURA Fluxo sanguíneo PERMEABILIDADE VASCULAR Marca do processo agudo é o aumento da permeabilidade vascular por: Mecanismos de extravasamento vascular Alteração de pressãohidrostática oncótica pH pO EDEMA – Saída fluida de líquido rico em proteínas = EXSUDATO 43 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Fenômenos Celulares EDEMA Viscosidade sangue = lentificação do fluxo. ESTASE MARGINAÇÃO LEUCOCITÁRIA ROLAGEM ADESÃO FIRME DIAPEDESE/ TRANSMIGRAÇÃO/ EMIGRAÇÃO QUIMIOTACTISMO FAGOCITOSE 44 Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doença. 9. ed. Principais mecanismos do aumento de permeabilidade vascular na inflamação 45 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares 46 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares 47 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Marginalização Leucocitária ROLAGEM DIAPEDESE (transmigração/ emigração) saída de células sanguíneas (leucócitos) através de um vaso intacto para o interstício. Acúmulo de leucócitos na periferia do vaso por perda de fluxo ADESÃO FIRME 48 ADESÃO FIRME INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Moduladas por mediadores químicos. Desencadeadas por moléculas de aderência, que se unem a receptores e promovem adesão. LFA-1 Fator de aderência leucocitário ICAM / VCAM Moléculas de aderência. 49 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares Imagem das fases de marginação, adesão, diapedese, mostrando vários leucócitos (neutrófilos) dentro e fora do vaso/400x. 50 INFLAMAÇÃO: Fenômenos Vasculares e Celulares LEUCÓCITO DIAPEDESE Leucócito no interstício Foco inflamatório FAGOCITOSE QUIMIOTAXIA Locomoção orientada em direção a um gradiente químico, para o foco de maior concentração da substância. 51 QUIMIOTAXIA AGENTES QUIMIOTÁTICOS EXÓGENOS ENDÓGENOS Produto Bacterianos Proteínas do sist. complemento C5a, C3a Leucotrieno B4 Formando na via do ácido aracdônico IL-8 Produzida por macrófagos e em menor quantidade por fibroblastos, queratinócitos. Receptores específicos nas membranas celulares dos leucócitos. Se ligam a ATIVAÇÃO DA FOSFOLIPASE C, que aumenta a permeabilidade da mitocôndria LIBERANDO CÁLCIO DA MITOCÔNDRIA O aumento do Cálcio citosólico polimeriza a actina do citoplasma do neutrófilo e, em outra extremidade da célula há despolimerização = assim ocorre o MOVIMENTO CELULAR (PSEUDÓPODE) 52 FAGOCITOSE a) Reconhecimento e Acoplamento (fixação) b) Englobamento (engolfamento) e Desgranulação c) Destruição e Degradação do material digerido 53 A – RECONHECIMENTO E ACOPLAMENTO (FIXAÇÃO) MAIORIA MICRORGANISMOS Precisam ser OPSONIZADOS Para serem RECONHECIDOS pelos leucócitos Fragmento FC de IgG (memória) Anticorpo de ocorrência natural contra part. ingerida C3b Gerado por ativação complemento Para serem Ligadas a receptores leucocitários (neutrófilos / macrófagos) Fragmento FC da IgG C3b Liga-se ao receptor FC gama da superfície dos leucócitos (neutrófilos). Se encaixa no receptor C = CR1 na superfície dos leucócitos. 54 B - ENGLOBAMENTO (ENGOLFAMENTO) E DESGRANULAÇÃO A PARTÍCULA É: Opsonizada Reconhecida pelos receptores leucocitários fixada à superfície do leucócito= fixação Englobada formando o fagolisossoma Desencadeiam o englobamento Através pseudópodes. Com formação fagossoma. Membrama de fagossoma se funde com membrana do grânulo lisossômico. Liberação grânulos no fagolisossoma. Desgranulação progressiva. 55 55 B - ENGLOBAMENTO (ENGOLFAMENTO) E DESGRANULAÇÃO 56 56 C – DESTRUIÇÃO E DEGRADAÇÃO DO MATERIAL DIGERIDO FAGOCITOSE ESTIMULA CONSUMO Estímulo da glicólise anaeróbica e geração de pH Ácido, dentro do fagolisossoma. Ativação de hidrolases ácidas que têm atividade máxima em pH ácido. Mecanismo dependente de O2. 57 A ativação do leucócito para a fagocitose promove C – DESTRUIÇÃO E DEGRADAÇÃO DO MATERIAL DIGERIDO Oxidação de NADPH reduzida gerando superóxido Geração de Radicais Livres O2 SOD ou por dismutação espontânea H2O2 Cloro HOCl Mieloperoxidase existente nos grânulos dos neutrófilos Sistema H2O2 - MPO halóide = Sistema bactericida + eficiente MECANISMO DEPENDENTE DO O2 58 EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA ! - A inflamação, mesmo localizada, está associada a reações sistêmicas induzidas por citocinas que são coletivamente chamadas resposta de fase aguda; - Qualquer pessoa que tenha sofrido uma grave doença bacteriana ou viral (p. ex., pneumonia ou gripe) experimentou manifestações sistêmicas da inflamação aguda; - Essas alterações são reações a citocinas cuja produção é estimulada por produtos bacterianos como o LPS, o RNA viral de fita dupla e por outros estímulos inflamatórios; - As citocinas TNF, IL-1 e IL-6 são mediadores importantes da reação da fase aguda; outras citocinas, denominadas interferons do tipo I, também contribuem para a reação. 59 A resposta de fase aguda é composta por várias alterações clínicas e patológicas: EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Febre: Elevação da temperatura corporal, geralmente de 1°C a 4°C, é uma das manifestações mais proeminentes da resposta da fase aguda, especialmente quando a inflamação está associada à infecção. Causada por prostaglandinas que são produzidas nas células vasculares e perivasculares do hipotálamo. Estimulam a produção de neurotransmissores que ajustam a temperatura a um nível mais alto. 60 Proteínas de fase aguda são plasmáticas, sintetizadas principalmente no fígado, cujas concentrações podem aumentar várias centenas de vezes como parte da resposta aos estímulos inflamatórios. As três proteínas mais conhecidas são a proteína C reativa (PCR), o fibrinogênio e a proteína amiloide A sérica (AAS). A síntese destas moléculas nos hepatócitos é estimulada pelas citocinas; Leucocitose: é uma característica comum das reações inflamatórias, especialmente aquelas induzidas pelas infecções bacterianas. A contagem de leucócitos geralmente sobe para 15.000 ou 20.000 células/mL, mas às vezes pode atingir níveis extraordinariamente elevados de 40.000 a100.000 células/mL; A leucocitose ocorre inicialmente devido à liberação acelerada de células do pool de reserva pós-mitótico da medula óssea (causada por citocinas, incluindo TNF e IL-1) e está, portanto, associada ao aumento no número de neutrófilos mais imaturos no sangue. EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA 61 EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Outras manifestações da resposta da fase aguda: Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial; diminuição da transpiração, principalmente por causa do redirecionamento do fluxo sanguíneo para o leito vascular cutâneo profundo, para minimizar a perda de calor através da pele; tremores (calafrios), arrepios (busca pelo calor), anorexia, sonolência e mal-estar, provavelmente por causa da ação das citocinas nas células cerebrais. 62 “THE END” DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA A INFLAMAÇÃO DIMINUI PORQUE OS MEDIADORES Têm uma meia-vida curta são degradados após serem liberados são produzidos em surtos rápidos, somente enquanto o estímulo persistir. Apoptosam se o processo não for resolvido, os neutrófilos são substituídos por macrófagos. Os neutrófilos 63 INFLAMAÇÃO CRÔNICA A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (meses) em que a inflamação, a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem! Estímulo Lesivo Persistente Cicatrização incompleta Agente pouco agressivo, muito persistente. Várias tentativas de reparo que não se completam pela presença do agressor. 64 64 INFLAMAÇÃO CRÔNICA 65 CAUSAS Agentes vivos de alta resistência Exemplo: Helicobacter pilory = HP. Provocam um infiltrado difuso. Sem Granuloma Levando À RIC NÃO GRANULOMATOSA (Inespecífica) Como é a GASTRITE CRÔNICA DIFUSA ANTRAL COM INFECÇÃO PELO HP POSITIVA 66 Agentes tóxicos exógenos CAUSAS Como SÍLICA, ASBESTO; Agentes não vivos, indigeríveis; Provocam uma reação de macrófagos em torno do agressor; FORMAÇÃO DO GRANULOMA NÃO IMUNOGÊNICO = RIC GRANULOMATOSA (ESPECÍFICA) NÃO IMUNOGÊNICA. 67 CAUSAS Agentes vivos,pouco digeríveis Exemplo: Treponema pallidum (sífilis) Agentes vivos, mas pouco digeríveis Em geral, são grandes demais para um único macrófago fagocitar; Não consegue eliminar o agente agressor e apresenta o antígeno para o linfócito T; Ativam o sistema imune hipersensibilidade tardia tipo IV, macrófago epitelioide, macrófago multinucleado “em ferradura”, ativação linfócito T = granuloma imunogênico. O linfócito T produz linfocinas que ativam os macrófagos. = Formação do granuloma imunogênico com agente agressor, macrófagos, linfócitos, fibroblastos. 68 INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Características Ao contrário da inflamação aguda, que é marcada por alterações vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por: Tentativas de reparo por cicatrização: pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose. Infiltração com células mononucleares: que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos. Destruição tecidual: induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias. 69 INFLAMAÇÃO CRÔNICA Infiltrado Mononuclear Envolvendo Destruição Tecidual induzida pela persistência do agente nocivo ou pelas células inflamatórias. Tentativas de cicatrização = pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, efetuado através da proliferação de pequenos vasos (angiogênese) e, em particular, fibrose. 70 Quando o agente agressor é persistente e prolongado (baixa nocividade e alta persistência). INFLAMAÇÃO CRÔNICA Dano tecidual é prolongado. Os neutrófilos (da resposta aguda) não conseguirão eliminar - agressor (ativação de MACRÓFAGOS). Ativação do Sistema Imune na Resposta Inflamatória Crônica (RIC). Na RIC INESPECÍFICA. Na RIC ESPECÍFICA GRANULOMATOSA TIPO CORPO ESTRANHO. Na RIC ESPECÍFICA GRANULOMATOSA IMUNOGÊNICA – TUBERCULOSE (TB). 71 INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Os macrófagos ativos podem desenvolver um citoplasma abundante e começar a se parecer com células epiteliais, sendo chamados de células epitelioides. A célula epitelióide é um constituinte obrigatório dos granulomas, ou seja, se não há célula epitelióide, não é granuloma. **Alguns macrófagos ativos podem fundir-se, formando células gigantes multinucleares. Granuloma é um tipo especial de reação inflamatória em que os macrófagos sofrem modificações estruturais e funcionais para aumentar a eficiência da fagocitose. Agressor difícil de eliminar. 72 INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA 73 INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA: GRANULOMA IMUNE Os granulomas imunes são causados por vários agentes capazes de induzir resposta imune mediada por células T persistentes. Este tipo de resposta imune provoca a formação de granulomas geralmente quando o agente agressor não pode ser facilmente eliminado, como um microrganismo persistente ou um antígeno próprio. Nessas respostas, os macrófagos ativam as células T a produzir citocinas, como a IL-2, que ativa outras células T perpetuando a resposta, e IFN-γ, que ativa os macrófagos. 74 INTERAÇÕES DE MACRÓFAGOS E LINFÓCITOS NA INFLAMAÇÃO CRÔNICA Interações de macrófagos e linfócitos na inflamação crônica. As células T ativadas produzem citocinas que recrutam macrófagos (TNF, IL-17, quimiocinas) e outras que ativam macrófagos (IFN-y). Os macrófagos ativados, por sua vez, estimulam as células T por meio da apresentação de antígenos e citocinas, como a IL-12. KUMAR et al. Robbins e Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9.ed. 75 INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA: GRANULOMA IMUNE Granuloma tuberculoso típico exibindo uma área de necrose central circundada por várias células gigantes multinucleadas, células epitelioides e linfócitos. 76 INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA (INESPECÍFICA): GRANULOMA DE CORPO ESTRANHO Encontrados na resposta a corpos estranhos relativamente inertes, na ausência de resposta imunomediada por células T. Em geral, formam-se em torno de materiais inertes que são grandes o suficiente para impossibilitar a fagocitose por um macrófago, mas não são imunogênicos. As células epitelioides e as células gigantes são direcionadas para a superfície do corpo estranho. O CORPO estranho geralmente pode ser identificado no centro do granuloma, particularmente se observado sob luz polarizada, podendo aparecer refringente. 77 *Unha encravada: Corpo estranho INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA (INESPECÍFICA): GRANULOMA DE CORPO ESTRANHO 78 ATIVAÇÃO DO SISTEMA IMUNE NA RIC Na RIC INESPECÍFICA Na RIC ESPECÍFICA GRANULOMATOSA TIPO CORPO ESTRANHO Na RIC ESPECÍFICA GRANULOMATOSA IMUNOGÊNICA Há ativação da imunidade humoral, com produção de anticorpos (AC), mediada por linfócitos B e plasmócitos. = mecanismos de hipersensibilidade tipos I, II, III. Sem ativação do Sistema Imune. Reação de macrófagos em torno do corpo estranho (CE). Há ativação da imunidade celular citotóxica, mediada por linfócitos T. = mecanismo de hipersensibilidade tardia tipo IV, gera macrófagos modificados por ação do linfócito T que produz IL-2, interferon e (TNF). ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS OCORRE NA RIC INESPECÍFICA E ESPECÍFICA Principal célula da Inflamação crônica 79 INFLAMAÇÃO CRÔNICA INESPECÍFICA NÃO GRANULOMATOSA Há infiltrado inflamatório crônico inespecífico; Há ativação da imunidade humoral, mediada por linfócitos B e plasmócitos; Ativação de mecanismos de: HIPERSENSIBILIDADE TIPO I • = mediado por IgE. HIPERSENSIBILIDADE TIPO II • = mediado por IgG/IgM+ sistema de complemento. HIPERSENSIBILIDADE TIPO III • = mediado por Atg-AC – formação de imunocomplexos. Sem formação de granuloma 80 INFLAMAÇÃO CRÔNICA ESPECÍFICA GRANULOMATOSA Há formação de granuloma, que pode ser: NÃO IMUNOGÊNICO/ CORPO ESTRANHO: AGRESSOR É NÃO VIVO, INDIGERÍVEL; IMUNOGÊNICO: AGRESSOR É VIVO, POUCO DIGERÍVEL; OU 81 GRANULOMA NÃO IMUNOGÊNICO AGRESSOR É NÃO VIVO, INDIGERÍVEL Uma reação de macrófagos em torno do agressor (corpo estranho não vivo e indigerível), portanto, em formato de grão. Não ativa o sistema imune e, portanto, não forma granuloma imunogênico. INFLAMAÇÃO CRÔNICA ESPECÍFICA GRANULOMATOSA 82 GRANULOMA IMUNOGÊNICO AGRESSOR É VIVO, POUCO DIGERÍVEL Com ativação do sistema imune e células inflamatórias organizadas em grão; Há ativação da imunidade celular citotóxica, mediada por linfócitos T, que produzem linfocinas e, com isso, ativam macrófagos; Os macrófagos ativados por linfocinas, produzem o fator epitelioide de macrófagos (= fator de ligação entre os macrófagos= patognomônicos de granuloma imunogênico) e aumentam sua transcrição de DNA = formando o macrófago multinucleado com núcleos em ferradura (na periferia da célula). INFLAMAÇÃO CRÔNICA ESPECÍFICA GRANULOMATOSA 83 ! INFLAMAÇÃO CRÔNICA ESPECÍFICA GRANULOMATOSA NÃO IMUNOGÊNICA TIPO CORPO ESTRANHO Agentes Inanimados Inertes (NÃO VIVOS) Granuloma tipo corpo estranho ou não Imunogênico Reação de macrófagos a antígenos grandes o suficiente para serem digeríveis por um único macrófago: Por materiais exógenos: Ex: poeira inorgânica, fio de sutura. Por materiais endógenos: Ex: ceratina de cisto roto. **Sem ativação do sistema imune. Há somente uma reação de macrófagos em torno do corpo estranho (CE). ! 84 Imunogênica Agentes Animados (VIVOS): Patogenicidade; Resistência; Granuloma Imunogênico = TBC Reações Imunes, mediadas por linfócitos T, antígenos que são tipicamente microorganismos pouco digerível. Há ativação do Sistema Imune = hipersensibilidade tipo IV e participação de linfócitos T cujos produtos (IL-2, TNF e Interferon) modificam os macrófagos ativados. INFLAMAÇÃO CRÔNICA ESPECÍFICA GRANULOMATOSA 85 CONSTITUIÇÃO DO GRANULOMA IMUNOGÊNICO É um foco de inflamação crônica constituído de agregados microscópicos de macrófagos, modificados pelo linfócito T, transformados em células semelhantes a célulasepiteliais, cercadas por um colar de leucócitos mononucleares, especialmente linfócitos e, ocasionalmente plasmócitos. Os granulomas mais velhos desenvolvem uma cápsula de fibroblastos e tecido conjuntivo. Frequentemente os macrófagos epitelióides se fundem para formar células gigantes na periferia do granuloma, ou, às vezes, no centro do granuloma Vide Ex: 86 GRANULOMA IMUNOGÊNICO Figura 5-19 Granuloma Imunogênico (TBC) no pulmão: 1. Necrose caseosa central; 2. Macrófagos multinucleados; 3. Macrófago epitelioide; 4. Linfócitos; 5. Fibroblastos/400x. 87 PRESENÇA DE MACRÓFAGOS Ocorre na Inflamação Aguda Inflamação Crônica Inespecífica Específica Imunogênica Não Imunogênica Se o fator irritante é eliminado Os macrófagos finalmente desaparecem. ou morrem. ou vão para os vasos linfáticos e Linfonodos. 88 OBRIGADA ! 89