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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: ▪ Não existe em roubo culposo, pois não está previsto expressamente no texto legal (art 18, parágrafo único). Características ▪ Junção de dois tipos penais: furto e constrangimento ilegal. ▪ Cometido com violência ou grave ameaça, em razão da pena cominada, o crime não admite acordo de não persecução penal (Art.28-A CPP). ▪ Para a jurisprudência, o princípio da insignificância ou bagatela, não pode ter aplicação no crime de roubo. ▪ Ação penal publica incondicionada Objeto jurídico ➢ Posse, propriedade, integridade física, saúde e liberdade individual. Elementos do tipo Ação nuclear: Subtrair, retirar de alguém. Sujeito ativo: qualquer pessoa menos o proprietário do objeto. Sujeito passivo: Proprietário e/ou possuidor da coisa. Conduta É o momento em que a violência ou a grave ameaça são empregadas. ▪ Roubo próprio (caput): Primeiro o agente prática a violência ou grave ameaça ou qualquer outro meio que impossibilite a vítima de resistir, para depois subtrair o objeto. ▪ Roubo impróprio: Primeiro o criminoso subtrai o objeto para logo após, empregar a violência ou grave ameaça (para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa já subtraída. • Não cabe tentativa, pois de início já se subtrai o objeto e mesmo que não venha a empregar a violência ou a grave ameaça, ainda será crime, só que de furto consumado • Mesmo que o agente após empregar a violência ou grave ameaça não consiga manter a posse do objeto, será crime de roubo impróprio consumado • A simulação do uso de arma de fogo durante a subtração configura grave ameaça caracterizadora do crime de roubo, pois é o suficiente para a intimidação da vítima • É típica também a conduta de roubar bem ilícito (por exemplo, máquinas caça- níqueis) Roubo Roubo Em 2018, existia o roubo majorado por Emprego de arma, que foi revogada pela Lei 13.654, que acrescentou o Parágrafo segundo inciso A, que trouxe o aumento de pena quando o roubo for com emprego de arma de fogo (abolido o aumento de pena que não fosse cometido com arma de fogo /retroagindo a lei) mas um ano após, o Parágrafo segundo do inciso 7, trouxe o aumento de pena de roubo com emprego de arma branca (não retroagindo, pois não é benéfica ao réu) ▪ Se a arma utilizada é restrita ou proibida, terá aumento de pena (crime hediondo lei 8.072 de 1990 /legislação específica de regulamentação de armas) Espécies de violência ▪ Física: Emprego de vis absoluta (força física) ▪ Moral: Emprego de vis compulsiva (grave ameaça) ▪ Imprópria: Emprego de qualquer outro meio descrito na norma, além da violência e da grave ameaça, como, por exemplo, narcótico, hipnose etc. É, portanto, aquela capaz de reduzir a resistência da vítima sem caracterizar a violência física ou moral, conforme entendimento dominante. ▪ Própria: Emprego de força física consistente em lesão corporal ou vias de fato. ▪ Imediata: contra titular do direito de propriedade ou posse ▪ Mediata: Contra um terceiro Elemento subjetivo do tipo É o dolo, com o fim especial do agente de ter a coisa para si ou para outrem (animus rem sibi habendi) e para o roubo impróprio, também o fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa, para si ou para terceiro. Roubo de uso É crime (TJDFT 44/180), não importando se a real intenção do agente era de subtrair para ficar ou subtrair apenas para usar momentaneamente. Rogerio greco entende que não há roubo, mas caso haja violência na subtração, o agente poderá responder por constrangimento ilegal. Momento consumativo ▪ Roubo próprio (caput) A consumação ocorre quando este núcleo do tipo realizar-se integralmente, ou seja, quando o agente conseguir tirar totalmente o bem do ofendido. Levando-se em conta este raciocínio, o roubo estará consumado, tão logo o sujeito retire o objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, sendo irrelevante se chegou a ter a posse pacífica ou não da res furtiva, esse é o entendimento do STF. • Entretanto, quando o agente é monitorado pela polícia e tendo assim a impossibilidade de fuga, frustrando a consumação do objeto, o STF não aplicou a tese de que o crime se consuma independentemente da posse mansa do bem (HC 104. 593/SP). • Tentativa é possível ▪ Roubo improprio (§ 1º) Ocorre no momento em que o sujeito, após a "retirada" da coisa emprega violência ou grave ameaça. Em relação a tentativa, a uma divergência na doutrina, onde uma parcela não acredita ser possível (entendimento do STF e STJ.) a aplicação, visto que se não praticado a violência é crime de furto ou possuindo a violência, consequentemente se tem a consumação. A ocasional inexistência de valores em poder da vítima de assalto, inviabilizando sua consumação, traduz caso de impropriedade relativa do objeto, o que caracteriza a tentativa, e não a figura do crime impossível (RT/542/245). Concurso de crime e crime único ▪ Assalto a várias pessoas, com subtração patrimonial de apenas uma: houve uma só subtração, logo, um só crime contra o patrimônio. ▪ Ameaça a uma só pessoa, que detém consigo bens próprios e de terceiros: a jurisprudência tem entendido haver crime único, embora o mais correto fosse o concurso formal de crimes, pois, com uma única ação de subtrair mediante violência ou ameaça, foram lesados dois ou mais patrimônios; ▪ O roubo cometido contra mais de uma pessoa, segundo o STF, tendo ele sido cometido no mesmo contexto fático, caracteriza o concurso formal de delitos (HC 112.871/ DF, rel. Min. Rosa Weber/ 2013). • Devendo ser observado a quantidade de patrimônios atingidos pela subtração, não a quantidade de vítimas submetidas à conduta (ex: o agente que subjugou duas ou mais pessoas para subtrair pertences de todas elas e não somente de uma). Formas ▪ Roubo simples • Roubo próprio: Está no caput. • Roubo impróprio: Previsto no § 1º. ▪ Roubo qualificado - § 2º Não é correto chamá-lo de roubo qualificado. Tecnicamente, trata-se de causa especial de aumento de pena, a incidir na 3° fase de aplicação da pena. ROUBO DE VEÍCULO AUTOMOTOR- § 2º, IV Quando a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior (acrescentado pela Lei nº 9.426/96). Há, com o advento do Código de Trânsito Brasileiro, uma definição técnico jurídica de veículo automotor que deve orientar o significado do vocábulo utilizado no art. 155, § 5° e 157, § 2º, IV, CP, por força da Lei 9426/96. CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: É tranquilo o entendimento de que, pluralidade de causas de aumento de pena previstas na parte especial, o juiz aplica somente uma, funcionando as demais como circunstâncias agravantes genéricas ou simplesmente judiciais. No entanto, o novo tipo surtirá pouco efeito prático, uma vez que esse delito, na maioria das vezes, já terá a pena especialmente agravada pela natureza do instrumento utilizado (arma) ou pela forma de execução (concurso de pessoas), atuando a espécie do objeto material (veículo automotor) e o transporte como meras circunstâncias judiciais, uma vez que não estão descritas no art. 61 do CP, sem a importância que a lei lhes pretendeu emprestar. AGENTE QUE MANTÉM A VÍTIMA EM SEU PODER- § 2º, V Havendo restrição da liberdade, o roubo também se considera qualificado (acrescentado pela Lei nº 9.426/96). Ainda que de breve duração, a privação da liberdade pelo ofendido leva a aumento de pena do crime de roubo. Se a privação da liberdade permaneceapós a subtração consumada, estamos diante de concurso material de crimes. O "Pacote Anticrime", Lei n° 13.964/2019, incluiu essa modalidade de roubo como crime hediondo (art. 1º, II, a. da Lei n° 8.072/1990). AUMENTO DE PENA, PELO EMPREGO DE ARMA NO CRIME DE ROUBO ▪ Arma branca: aumento de 1/3 até ½ ▪ Arma de fogo de uso permitido: aumento de 2/3 ▪ Arma de fogo de uso restrito ou proibido: aumento em dobro. Latrocínio O que consuma o latrocínio é a morte com a intenção do roubo, independente da efetiva subtração (súmula 610 do STF). Se a intenção inicial do agente era apenas a morte da vítima, mas após a consumação do crime de homicídio, resolve subtrair os seus bens, responderá pelo crime de homicídio em concurso com furto. Há julgados reconhecendo o latrocínio quando, durante o assalto, a vítima sai correndo em direção a rua e acaba sendo atropelada (JTJ 158/304). Segundo o STF o coautor que participa do crime de roubo armado responde por latrocínio, ainda que o disparo tenha sido efetuado pelo comparsa (RTJ 98/636). A competência segundo a sumula 603 do STF para processar e julgar o crime de latrocínio, é do juiz singular e não do Tribunal do júri. • Não existe tentativa de latrocínio em forma culposa ou preterdoloso, somente em forma dolosa. ➢ Roubo consumado + morte consumada = latrocínio consumado ➢ Roubo consumado + morte tentada = latrocínio tentado ➢ Roubo tentado + morte tentada = latrocínio Tentado ➢ Roubo tentado + morte consumada = latrocínio consumado