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2 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
NFPSS 
 
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3 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
SUMÁRIO 
DIREITO CIVIL ........................................................................................................................... 4 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................... 92 
DIREITO DO CONSUMIDOR ................................................................................................... 159 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................ 193 
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI nº 13.146/2015 ........................................... 244 
DIREITO PENAL ..................................................................................................................... 261 
 
 
 
4 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
DIREITO CIVIL1 
Grandes guerreiros!!! 
Quanta luta até aqui, não é mesmo? Mas nada de esmorecer, vocês estão quase lá! 
Estamos chegando à reta final para a prova do TJ/BA e, vamos fechar com chave de ouro com 
o nosso tão esperado NFPSS! A cereja do bolo consiste em uma revisão geral dos principais pontos do 
edital, focando nas últimas súmulas, jurisprudências e informativos do ano 2018, que são as apostas 
Ciclos. Leiam com muito carinho e atenção. 
#PARTIU! 
1 Lei de introdução às normas do direito brasileiro: vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação 
e integração das leis; conflito das leis no tempo; eficácia das leis no espaço. 
 
Enquanto o objeto de estudo do CC é a tutela da pessoa humana, a LINDB preocupa-se com a 
própria norma jurídica, sendo esse o seu objeto de estudo. Há, portanto, uma diversidade de objetos e, 
sendo assim, a “LICC” não era e não é um diploma legal introdutório do CC apesar desse antigo nome. 
A LINDB, na verdade, é um diploma legal multidisciplinar que se aplica universalmente a qualquer 
ramo do direito. É, portanto, um código geral sobre a elaboração e aplicação das normas jurídicas; tem 
como objetivo, então, a elaboração, vigência e aplicação de leis. Seja qual for o ramo do direito, as 
normas devem ser elaboradas e aplicadas conforme a “LICC” ou LINDB. 
Trata-se, portanto, de uma norma de SOBREDIREITO (lex legum). 
Visto isso, a Lei nº 13.655/2018 incluiu na LINDB os arts. 20 a 30 prevendo regras sobre segurança 
jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Há possibilidade que a banca explore 
o assunto por ser muito atual! #VALEAPENALER 
 
Alterações promovidas pela Lei n° 13.655, de 25 de abril de 2018. 
Art. 1o O Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro), passa a vigorar acrescido dos seguintes artigos: 
“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. “A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis 
alternativas.” 
“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas 
consequências jurídicas e administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as 
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos 
 
1 Por Josélia Gomes do Carmo. 
 
5 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das 
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.” 
“Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as 
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos 
dos administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou 
condicionado a ação do agente. 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os 
danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e 
os antecedentes do agente. 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de 
mesma natureza e relativas ao mesmo fato.” 
“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação 
nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de 
direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou 
condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo 
aos interesses gerais. 
Parágrafo único. (VETADO).” 
“Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em 
conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação 
geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as 
adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.” 
 “Art. 25. (VETADO).” 
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito 
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do 
órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só 
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; 
II – (VETADO); 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos 
por orientação geral; 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções 
aplicáveis em caso de descumprimento. 
§ 2º (VETADO).” 
 
6 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
“Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da 
conduta dos envolvidos. 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidaspreviamente as partes sobre seu cabimento, 
sua forma e, se for o caso, seu valor. 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os 
envolvidos.” 
“Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro. 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º (VETADO).” 
“Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo 
os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de 
interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. Vigência 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta 
pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
§ 2º (VETADO).” 
“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das 
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação 
ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.” 
 
Vejamos algumas questões cobradas pela banca recentemente: 
(PCSE/DELEGADO/CESPE/2018) Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada 
por outra norma, foi publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem 
prever prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma 
ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto objeto das referidas 
normas. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro. 
Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao contrato objeto da 
ação2. 
Julgue o item a seguir acerca de direitos da personalidade, de registros públicos, de obrigações e de 
bens. 
Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cassino que funcione no exterior de 
forma legal poderá cobrar, no Brasil, por dívida de jogo contraída por brasileiro no exterior3. 
 
2 CERTO. O caso em questão diz respeito ao art. 6° da LINDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. O Contrato foi firmado antes do advento da nova lei. 
3 CERTO. 
#OLHAAJURIS#AJUDAMARCINHO#DIZERDIREITO 
 
7 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
→ Vigência das normas – art. 1º e 2º 
Revogação: uma vez cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até 
que venha outra e, expressa ou tacitamente, a revogue: princípio da continuidade. Necessariamente se 
dará por outra lei, que revogará expressa ou tacitamente, no todo ou em parte a lei antiga. 
A revogação é gênero e possui as seguintes espécies: 
→ ab–rogação: é a revogação total da lei. 
→ derrogação: é a revogação parcial da lei. 
 
Art. 2o LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior. 
 
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da 
lei revogadora. A revogação da lei revogadora não restabelece os efeitos da lei revogada. 
Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não serão restabelecidos. 
 
Art. 2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido 
a vigência. 
 
Integração da norma – art. 4º 
ANALOGIA: rompe-se com os limites do que 
está previsto na norma (INTEGRAÇÃO) 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: apenas amplia-se 
o sentido da norma, havendo subsunção 
(CONHECIMENTO) 
 
Princípios fundamentais ou institucionais: 
correspondem às opções do sistema, ou seja, a 
opção do sistema por este ou aquele valor. Logo, 
os princípios fundamentais possuem força 
normativa, exatamente na medida em que os 
princípios fundamentais obrigam. Os princípios 
fundamentais são as opções valorativas de cada 
sistema. 
Princípios gerais/informativos: são meras 
recomendações, têm caráter propositivo, e são 
universais. Portanto, não possuem força 
normativa porque só servem para desempate. 
 
Interpretação da norma – art. 5º 
→Interpretação ampliativa: a norma que diga respeito aos direitos fundamentais individuais ou sociais 
(art. 5º e 7º da CF/88) se submete à interpretação ampliativa. 
 
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem 
pública, os bons costumes e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610) 
 
8 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→Interpretação declaratória: as normas de Direito Administrativo se submetem a uma interpretação 
declarativa, por conta do princípio da legalidade. 
→Interpretação restritiva: as normas que estabeleçam privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval se 
submetem a interpretação restritiva. 
 
Antinomias Jurídicas ou Lacunas de Colisão 
Antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade 
competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto. 
Critério Cronológico:norma posterior prevalece sobre a anterior. 
Critério da Especialidade: norma especial prevalece sobre a geral. 
Critério hierárquico: norma superior prevalece sobre a inferior. 
APARENTE REAL 
Quando o conflito normativo puder ser 
resolvido pelos critérios hierárquico, cronológico 
ou da especialidade. 
Ocorre quando não é possível resolver o conflito 
de normas pelos critérios tradicionais. 
Antinomia de 1º grau. Antinomia de 2°grau. 
É o mesmo que antinomia aparente. 
É a antinomia que não pode ser resolvida pelos 
critérios tradicionais. Nesse caso, diz-se que a 
antinomia é de 2°, pois que um conflito de 
normas tem mesmo um conflito entre os critérios 
de resolução de antinomias: 
Hierárquico x cronológico: prevalece o 
hierárquico; 
Especialidade x cronológico: prevalece 
especialidade; 
Hierárquico x especialidade: deverá ser decidido 
à luz da situação concreta. 
 
#CESPADINHA: 
(CESPE/PGM Manaus/2018) À luz das disposições do direito civil pertinentes ao processo de integração 
das leis, aos negócios jurídicos, à prescrição e às obrigações e contratos, julgue o item a seguir. 
 
O conflito de normas que pode ser resolvido com a simples aplicação do critério hierárquico é 
classificado como antinomia aparente de primeiro grau4. 
 
2 Pessoas naturais: conceito; início da pessoa natural; personalidade; capacidade; direitos da personali
dade; nome civil; estado civil; domicílio; ausência. 
 
 
4 CERTO. Quando o conflito normativo puder ser resolvido pelos critérios hierárquico, cronológico ou da especialidade, temos uma antinomia aparente de 
1º. 
 
9 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→PERSONALIDADE JURÍDICA: é a aptidão genérica para se titularizar direitos e contrair obrigações na 
ordem jurídica, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direito. Em uma primeira perspectiva, é a 
pessoa física/natural ou a pessoa jurídica. #SELIGA: Em que momento a pessoa física ou natural adquire 
personalidade? 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
 
NASCITURO CONCEPTURO (prole eventual) 
O ente já concebido, de vida intrauterina, mas 
ainda não nascido. 
Aquele que nem concebido ainda foi. 
 
#FIQUEMDEOLHO: 
Enunciado 01 do CJF: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança também o natimorto 
no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. 
 
NASCITURO E TEORIAS EXPLICATIVAS 
Teoria Natalista (Silvio Rodrigues, Eduardo Espínola, Vicente Ráo, Venosa): Esta teoria sustenta que a 
personalidade só seria adquirida a partir do nascimento com vida, de maneira que o nascituro não 
seria considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direito. É a teoria clássica. 
Teoria Concepcionista (Silmara Chinelato, Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua): Influência francesa. 
Para esta teoria, o nascituro seria considerado pessoa desde a concepção, inclusive para efeitos 
patrimoniais, razão pela qual o nascituro seria titular de direito e não de mera expectativa. Se ele nasce 
com vida, este nascimento retroage seus efeitos à concepção. 
#TEORIASMINORITÁRIAS: 
Teoria da “Personalidade Formal” (intermediária e pouco ousada), citada por MHD, afirma que o 
nascituro na vida intrauterina tem personalidade jurídica formal, no que atina a direitos personalíssimos 
e aos de personalidade, passando a ter personalidade jurídica material, alcançando os direitos 
patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida. Se nascer 
com vida, adquire personalidade jurídica material, mas se tal não ocorrer, nenhum direito patrimonial 
terá. 
Teoria da “Personalidade Condicional” sufraga entendimento no sentido de que o nascituro possui 
direitos sob condição suspensiva. Vale dizer, ao ser concebido, já pode titularizar alguns direitos 
(extrapatrimoniais), como o direito à vida, mas só adquire completa personalidade, quando 
implementada a condição do seu nascimento com vida. O que não difere muito da teoria da MHD 
vista acima. 
 
→ CAPACIDADE JURÍDICA: Autores como Teixeira de Freitas, afirmam que a capacidade jurídica é a 
medida da personalidade. Temos dois tipos de capacidade, a capacidade de direito e a capacidade de 
fato. 
 
CAPACIDADE DE DIREITO CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO 
 
10 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
(Todos têm) confunde-se com a noção de 
personalidade, porque toda pessoa é capaz de 
direitos. De acordo com o mesmo, não há 
diferença fundamental entre capacidade de 
direito e personalidade, são faces da mesma 
moeda. 
(Nem todos têm), traduz a aptidão para 
pessoalmente praticar atos da vida civil. A falta 
desta gera incapacidade absoluta ou relativa. 
 
#ATENÇÃO: Capacidade de Direito + Capacidade de Fato = CAPACIDADE PLENA 
 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES 
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 
16 (dezesseis) anos. 
#ATENÇÃO: A Lei nº 13.146/2015 tem aplicação 
imediata. 
 
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos 
atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
 
#OLHAOGANCHO: 
JDC 138 - Art. 3º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3o, é 
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que 
demonstrem discernimento bastante para tanto. 
 
#ATENÇÃO: 
→EMANCIPAÇÃO: Instituto jurídico civil, que permite a antecipação da capacidade plena, podendo-se 
operar de três formas: 
*Voluntária: É aquela concedida em caráter irrevogável, mediante instrumento público, por ato 
dos pais (ou de um deles na falta do outro), independentemente de homologação judicial, e desde que 
o menor tenha pelo menos, dezesseis anos completos. 
*Judicial: É aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 
dezesseis anos completos. 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de 
todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
 
*Legal: art. 5º, parágrafo único, II a V: 
 
II - pelo casamento; 
 
11 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
→ DIREITOS DA PERSONALIDADE: O rol dos direitos da personalidade é exemplificativo. Existe uma 
cláusula geral de proteção da personalidade no direito brasileiro: a dignidade da pessoa humana. 
 
Características do Direito da Personalidade: 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
Outras características dos direitos da personalidade: 
Impenhoráveis: não pode ser penhorado, mas a indenização já recebida pode ser penhorada. 
Imprescritíveis: não há prazo extintivo para o seu exercício. A indenização, por sua vez, submete-
se a prazo prescricional. 
Vitalícios: perduram durante toda a vida do titular e, em regra, adquirem-se desde a concepção, 
salvo as exceções legais e as decorrentes da sua própria natureza. 
Absolutos: oponíveis erga omnes (opõem-se à observância de todos, como predicado da 
proteção da dignidade da pessoa humana). 
Extrapatrimoniais: não podem ser objeto de penhora ou expropriação, muito embora isso seja 
possível quanto às consequências econômicas. 
Inatos; 
 
Proteção Jurídica dos Direitos da Personalidade: 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e 
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo 
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
#OLHAAJURIS #DIZERDIREITO 
Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de 
transgenitalização e mesmo sem autorização judicial: O transgênero tem direito fundamental subjetivo 
à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para 
tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto 
pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser averbada à margem 
do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. Nas certidões do registro não 
constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, 
salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o 
procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do 
interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos 
públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. 
Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). Os 
 
12 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da 
realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e 
do gênero (sexo) diretamente no registro civil.STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, 
red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892). 
O mero desejo pessoal não é motivo justificável para a alteração do prenome: A regra no 
ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome (art. 58 da Lei nº 6.015/73). Todavia, sendo o 
nome civil um direito da personalidade, por se tratar de elemento que designa o indivíduo e o 
identifica perante a sociedade, revela-se possível, nas hipóteses previstas em lei, bem como em 
determinados casos admitidos pela jurisprudência, a modificação do prenome. Para que haja, 
contudo, a retificação de registro civil é necessário que exista uma circunstância excepcional apta a 
justificar a alteração do prenome. Ex: nome que gere constrangimento. Caso concreto: mulher 
ingressou com ação pedindo para trocar seu nome de Tatiane para Tatiana, sob a alegação de que é 
“popularmente” conhecida como Tatiana. O STJ não aceitou e disse que isso não é suficiente para 
afastar o princípio da imutabilidade do prenome, sob pena de se transformar a exceção em regra. STJ. 
3ª Turma. REsp 1728039/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/06/2018. 
Homologação de acordo extrajudicial de retificação de registro civil: É inadmissível a homologação de 
acordo extrajudicial de retificação de registro civil de menor em juízo sem a observância dos requisitos 
e procedimento legalmente instituído para essa finalidade. Ex: Sandro namorava Letícia, que ficou 
grávida. Ao nascer a criança, Sandro a registrou como sua filha. Alguns anos depois, por meio de um 
exame de DNA feito em uma clínica particular, descobre-se que o pai biológico da menor é, na 
verdade, João.Diante disso, o pai registral, o pai biológico e a criança, representada por sua mãe, 
celebraram um acordo extrajudicial de anulação de assento civil. Por intermédio deste instrumento, as 
referidas partes acordaram que haveria a retificação do registro civil da menor para que houvesse a 
substituição do nome de seu pai registral pelo pai biológico. As partes ingressam com pedido para 
que o juiz homologasse esse acordo. O pedido deverá ser negado. STJ. 3ª Turma. REsp 1698717-MS, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627). 
Possibilidade de voltar o nome de solteira após a morte do marido: É admissível o restabelecimento 
do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo falecimento do cônjuge. Ex: 
Maria Pimentel da Costa casou-se com João Ferreira.Com o casamento, ela incorporou o patronímico 
do marido e passou a chamar-se Maria da Costa Ferreira. Alguns anos mais tarde, João faleceu. Maria 
poderá voltar a usar o nome de solteira (Maria Pimentel da Costa), excluindo o patronímico do falecido 
marido? Sim. Vale ressaltar que não há previsão legal para a retomada do nome de solteira em caso 
de morte do marido. A lei somente prevê a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o 
nome de solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 2º, do CC). Apesar disso, o STJ entende que isso 
deve ser permitido. A viuvez e o divórcio são hipóteses muito parecidas e envolvem uma mesma razão 
de ser: a dissolução do vínculo conjugal. Logo, não há justificativa plausível para que se trate de modo 
diferenciado as referidas situações. STJ. 3ª Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 22/05/2018 (Info 627). 
Excepcionalmente, é possível que o Judiciário determine o rompimento do vínculo estabelecido por 
sites de busca entre o nome da pessoa, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia 
desabonadora apontada nos resultados: Determinada pessoa se envolveu em uma suspeita de fraude 
 
13 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
há mais muitos anos, tendo sido inocentada das acusações. Ocorre que todas as vezes que digita seu 
nome completo no Google e demais provedores de busca, os primeiros resultados que aparecem até 
hoje são de páginas na internet que trazem reportagens sobre seu suposto envolvimento com a 
fraude. Diante disso, ela ingressou com ação de obrigação de fazer contra o Google pedindo a 
desindexação, nos resultados das aplicações de busca mantida pela empresa, de notícias relacionadas 
às suspeitas de fraude no referido concurso. Invocou, como fundamento, o direito ao esquecimento. 
O STJ afirmou o seguinte: em regra, os provedores de busca da internet (ex: Google) não têm 
responsabilidade pelos resultados de busca apresentados. Em outras palavras, não se pode atribuir a 
eles a função de censor, obrigando que eles filtrem os resultados das buscas, considerado que eles 
apenas espelham o conteúdo que existe na internet. A pessoa prejudicada deverá direcionar sua 
pretensão contra os provedores de conteúdo (ex: sites de notícia), responsáveis pela disponibilização 
do conteúdo indevido na internet. Há, todavia, circunstâncias excepcionalíssimas em que é necessária 
a intervenção pontual do Poder Judiciário para fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de dados 
dos provedores de busca, entre dados pessoais e resultados da busca, que não guardam relevância 
para interesse público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo decurso 
do tempo. Nessas situações excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, bem como a 
proteção aos dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pessoas envolvidas sigam 
suas vidas com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador corriqueiramente rememorado e 
perenizado por sistemas automatizados de busca. No caso concreto, o STJ determinou que deveria 
haver a desvinculação da pesquisa com base no nome completo da autora com resultados que 
levassem às notícias sobre a fraude. Em outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: o Google não 
precisa retirar de seus resultados as notícias da autora relacionadas com a suposta fraude no concurso. 
Mas para que esses resultados apareçam será necessário que o usuário faça uma pesquisa específica 
com palavras-chaves que remetam à fraude. Por outro lado, se a pessoa digitar unicamente o nome 
completo da autora, sem qualquer outro termo de pesquisa que remete à suspeita de fraude, não se 
deve mais aparecer os resultados relacionados com este fato desabonador. Assim, podemos dizer que 
é possível determinar o rompimento do vínculo estabelecido por provedores de aplicação de busca 
na internet entre o nome de prejudicado, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia 
apontada nos resultados. O rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza 
também os interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação, na 
medida em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa fornecendo 
argumentos de pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas não àqueles que buscam exclusivamente 
pelos dados pessoais do indivíduo protegido. STJ.3ª Turma. REsp 1660168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
Rel. Acd.Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 (Info 628). 
 
#QUESTÃOCESPE#FIQUEMDEOLHO: 
(CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPU/2018) De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), a 
alteração do prenome e do gênero (sexo) no registro civil de pessoas transgênero somente poderá ser 
 
14 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
realizada se houver autorização judicial e comprovação da realização de cirurgia de transgenitalização 
pelo (a) interessado (a).5 
 
Direito ao Corpo Vivo (art. 13, CC): 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
Direito ao Corpo Morto (art. 14, CC): 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo 
ou em parte, para depois da morte.Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado (art. 15, CC): 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a 
intervenção cirúrgica. 
 
Direito ao Nome Civil (artigos 16 a 19, CC): 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
#JÁCAIU #TJCE2018 #ATENÇÃO: 
Maria decidiu alugar um imóvel de sua propriedade para Ana, que, no momento da assinatura 
do contrato, tinha dezessete anos de idade. 
Nessa situação hipotética, o contrato celebrado pelas partes é6 
a) nulo, uma vez que foi firmado por pessoa absolutamente incapaz, condição que pode servir 
de argumento para Ana extinguir o contrato. 
b) anulável, portanto passível de convalidação, ressalvado direito de terceiros. 
c) válido, desde que tenha sido formalizado por escritura pública, visto que tem por objeto um 
imóvel. 
d) nulo, porque Ana deveria ter sido representada por um de seus genitores. 
 
5 ERRADO. Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de transgenitalização e mesmo sem autorização 
judicial. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). 
 
6 Letra B. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
 
15 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
e) válido, ainda que Ana não possua capacidade de direito para celebrar o contrato de aluguel. 
 
#DEOLHONASSÚMULAS#FIQUEMATENTOS: 
Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo 
fato. 
Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Súmula 370, STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
Súmula 385, STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização 
por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
Súmula 387, STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da 
imagem de pessoa com fins econômicos ou empresariais. 
 
→ AUSÊNCIA: Ocorre quando uma pessoa desaparece do seu domicílio, sem deixar notícia ou 
representante que administre os seus bens. A matéria é disciplinada a partir do art. 22 do CC. Há a 
sucessão provisória e a seguir a sucessão definitiva, nesta é reconhecida a morte presumida do 
indivíduo. 
Existem também as hipóteses de morte presumida do art. 7º que NÃO decorrem da ausência. 
Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo, não se pede ausência, deve-se entrar 
com procedimento de justificação para que após seja feito o pedido de declaração de óbito, caso esteja 
suficientemente provado a grande probabilidade de morte. 
 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois 
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
E se o cidadão retorna? Ele terá que ingressar com um procedimento para obter a declaração 
oficial da inexistência do ato que declarou sua morte. 
A morte presumida SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA enseja a abertura de sucessão definitiva, 
não sendo necessário seguir o procedimento de ausência (art. 22 e do CC), com abertura de sucessão 
provisória, para depois abrir a sucessão definitiva, procedimento esse que só deve e dar em caso de 
ausência de alguém que não se encaixe no art. 7 do CC, aplicando-se assim, o disposto no art. 6 º e 
nos artigos citados (art. 22 e seguintes do CC). 
 
16 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ COMORIÊNCIA: Comoriência traduz a situação jurídica de morte simultânea. A regra da comoriência, 
prevista no art. 8º do CC, somente deve ser aplicada, quando não for possível indicar a ordem 
cronológica dos óbitos (ou seja, premoriência = precedência de óbito). CC: não podendo se indicar a 
ordem das mortes presume-se que a situação é de falecimento simultâneo, abrindo-se cadeias 
sucessórias autônomas e distintas. 
 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
#ATENÇÃO: Um comoriente NÃO HERDA do outro. 
 
3 Pessoas jurídicas: disposições gerais; conceito e elementos caracterizadores; constituição; extinç
ão; capacidade e direitos da personalidade; domicílio; sociedades de fato; associações; sociedades;
 fundações; grupos despersonalizados;desconsideração da personalidade jurídica; responsabilida
de da pessoa jurídica e dos sócios. 
 
→ PESSOA JURÍDICA: A pessoa jurídica é o grupo humano, criado na forma da lei e dotado de 
personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns. 
O empresário individual é uma pessoa jurídica? NÃO, é pessoa física. Não há destacamento do 
patrimônio individual do empresário. Para determinados efeitos jurídicos pode ser considerado, mas 
não na essência. 
E a EIRELI? Prevê a possibilidade de uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, isto 
é, uma pessoa jurídica, uma sociedade, composta por UM só empresário, destacando assim o 
patrimônio individual do empresário. Para mais detalhes, consultar caderno de empresarial. 
 
Teorias Explicativas da Pessoa Jurídica 
Corrente negativista: negava ser pessoa jurídica de direito, não aceitava a tipologia. Ihering e Bolze 
defendiam tese no sentido de que a associação formada por um grupo de indivíduos não possuiria 
personalidade jurídica própria, pois os próprios associados seriam considerados em conjunto, trata-
se da teoria da mera aparência (este gênero de pessoas seria mera aparência, excogitada para a 
facilidade das relações). Ihering ainda dizia que os verdadeiros sujeitos de direito seriam os 
indivíduos que formam a Pessoa Jurídica, ela seria apenas mera forma especial de manifestações 
exteriores da vontade dos seus membros. 
Corrente afirmativista: Aceitava a teoria da pessoa jurídica, ou seja, reconhecia a pessoa jurídica como 
sujeito de direito. 
Ela se subdivide em: 
1) Teoria da ficção (Savigny); 
2) Teoria da realidade objetiva ou organacionista (Clóvis Beviláqua); 
3) Teoria da realidade técnica ou jurídica (Ferrara). 
 
 
17 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Teoria da Ficção (Savigny) 
Sustentava que a pessoa jurídica 
seria um sujeito com existência 
ideal, ou seja, fruto da técnica 
jurídica. As pessoas jurídicas 
seriam pessoas por ficção legal, 
uma vez que som ente os 
sujeitos dotados de vontade 
poderiam por si mesmos 
titularizar direitos subjetivos. 
A pessoa jurídica não teria uma 
função social, teria uma 
existência abstrata, ideal. 
Teoria da realidade objetiva ou 
organacionista (Clóvis 
Beviláqua) 
É o contrapontoda teoria da 
ficção. Para ela, a pessoa 
jurídica não seria fruto da 
técnica jurídica, mas sim um 
organismo social vivo. Para este 
pensamento a pessoa jurídica 
teria uma atuação social, sendo 
um organismo social vivo. 
 
Teoria da realidade técnica 
(Ferrara) 
Aproveitando elementos das 
duas correntes anteriores, é 
mais equilibrada. Afirma que a 
PJ teria existência real não 
obstante a sua personalidade 
ser conferida pelo direito. 
 
→ CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações 
religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e 
necessários ao seu funcionamento. 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto 
do Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. 
 
**FUNDAÇÕES: A fundação privada é uma pessoa jurídica de direito privado criada por iniciativa 
de um particular (um grupo de particulares) que decide separar um patrimônio (dinheiro, imóveis etc.) 
e destiná-lo (afetá-lo) para que seja utilizado na realização de determinada finalidade de interesse 
coletivo. 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de 
administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: #FIQUEMATENTOS (Redação 
dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
18 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
(Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de 
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei 
nº 13.151, de 2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 
13.151, de 2015) 
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
#ATENÇÃO! Há duas formas de instituição da fundação: direta quando o próprio instituidor o 
faz pessoalmente, inclusive cuidando da elaboração dos estatutos; e a fiduciária, quando a um terceiro 
é delegado este encargo. Se este não faz, o MP o faz (atuação subsidiária). 
#OBS: Cabe ao Ministério Público estadual fiscalizar o funcionamento das fundações privadas. 
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
#FIQUEMDEOLHO: Procedimento da instituição da fundação pelo CPC/2015: 
 
Art. 764. O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e de suas alterações sempre que 
o requeira o interessado, quando: 
I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem exigidas modificações com as 
quais o interessado não concorde; 
II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público. 
§ 1o O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil). 
§ 2o Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a fim de adaptá-
lo ao objetivo do instituidor. 
Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação 
quando: 
I - se tornar ilícito o seu objeto; 
II - for impossível a sua manutenção; 
III - vencer o prazo de sua existência. 
 
**SOCIEDADES: A sociedade é uma espécie de corporação (agrupamento humano) dotada de 
personalidade jurídica própria, instituída por meio de contrato social visando à finalidade econômica ou 
lucrativa. OBS: toda sociedade é instituída por meio de contrato social, não tem estatuto. O contrato 
social organiza a sociedade, que é formada por sócios, o ato constitutivo da sociedade é o contrato 
 
19 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
social. O contrato social das sociedades vem conceituado no art. 981 do CC, no livro de direito de 
empresa. 
 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. 
 
São espécies de sociedade: 
Simples: pessoas jurídicas que, embora persigam proveito econômico, não empreendem 
atividade empresarial. Embora possa adotar uma das formas societárias previstas para as sociedades 
empresárias – ressalvada a sociedade por ações (anônima ou em comandita por ações), por absoluta 
incompatibilidade e imposição de lei –, não se subordina às normas relativas ao “empresário”. 
Empresária: vem a ser a pessoa jurídica que exerça atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou serviços. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício 
de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, 
simples, a cooperativa. 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 
1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, 
subordina-se às normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à 
cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, 
imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo. 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja 
constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as 
formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso 
em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. 
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se 
subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação. 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da 
lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). 
 
**ASSOCIAÇÕES: Pessoas jurídicas de direito privado que são formadas pela união de indivíduos, 
visando à finalidade IDEAL ou NÃO ECONÔMICA. Pelo fato de não perseguir o lucro a associação não 
está impedida de gerar renda que sirva para manter-se (atividades e quadro funcional). Em uma 
associação, os membros não pretendem partilhar lucros ou dividendos (como na sociedade 
civil/empresarial). A receita gerada é revertida em benefício da associação para melhoria de sua 
atividade. Por isso, o seu ato constitutivo(estatuto), não deve impor entre os próprios associados direitos 
e obrigações recíprocos como aconteceria se tratasse de um contrato social (firmado entre sócios). 
 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. 
 
20 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
Os requisitos do Estatuto das Associações estão elencados no art. 54 do CC. O Estatuto é o ato 
constitutivo da associação (ato normativo), que é registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Regra geral, dissolvida a associação, o seu patrimônio será atribuído a entidades de fins não 
econômicos designadas no estatuto ou em sendo este omisso, o patrimônio será deferido à instituição 
municipal, estadual ou federal, de fins iguais ou semelhantes (art. 61 do CC). 
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o 
caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de 
fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição 
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da 
destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, 
as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver 
sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá 
à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
→ DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: A teoria da desconsideração pretende 
justificar o afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica, permitindo que os credores 
lesados possam satisfazer os seus direitos no patrimônio pessoal do sócio ou administrador que 
cometeu o ato abusivo. 
 
#ATENÇÃO#ENUNCIADO: 
284 – Art. 50: As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos estão 
abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica. 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
21 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
Teoria MAIOR Teoria MENOR 
O Direito Civil brasileiro adotou a chamada teoria 
maior da desconsideração. Isso porque o art. 50 
exige, além da insolvência, que se prove o desvio 
de finalidade (teoria maior subjetiva) ou a 
confusão patrimonial (teoria maior objetiva). 
No Direito do Consumidor e no Direito 
Ambiental, adotou-se a teoria menor da 
desconsideração. Isso porque, para que haja a 
desconsideração da personalidade jurídica nas 
relações jurídicas envolvendo consumo ou 
responsabilidade civil ambiental, basta provar a 
insolvência da pessoa jurídica. 
Deve-se provar: 
1) insolvência; 
2) abuso da personalidade (desvio de finalidade 
ou confusão patrimonial). 
Deve-se provar apenas a insolvência. 
Art. 4º da Lei nº 9.605/98 (Lei Ambiental). 
Art. 28, § 5º do CDC. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DIRETA (regular) 
DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA (inversa ou 
invertida) 
Bens dos sócios ou administradores respondem 
por dívidas da pessoa jurídica. 
Bens da pessoa jurídica respondem por dívidas 
dos sócios e administradores. Atualmente é 
prevista expressamente no CPC (art. 133). 
 
#SELIGANAJURIS#APOSTACICLOS: 
Nas causas em que a relação jurídica for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da 
pessoa jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil. A inexistência ou não localização de bens 
da pessoa jurídica não é condição para a desconsideração da personalidade jurídica. O que se exige 
é a demonstração da prática de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial (art. 50 do CC). 
Assim, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos 
casos em que não for comprovada a inexistência de bens do devedor. STJ. 4ª Turma. REsp 
1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018. 
 
4 Bens: diferentes classes; bens corpóreos e incorpóreos; bens no comércio e fora do comércio. 
 
→ CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: 
BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS 
São aqueles que não podem ser transportados 
de um lugar para outro sem alteração de sua 
substância (um terreno). 
Podem ser: 
1) Bens imóveis por natureza ou por essência; 
2) Bens imóveis por acessão física industrial ou 
artificial; 
São os passíveis de deslocamento, sem quebra 
ou fratura (um computador, v.g.). Os bens 
suscetíveis de movimento próprio, enquadráveis 
na noção de móveis, são chamados de 
semoventes (um cachorro, v.g.). 
Podem ser: 
1) Bens móveis por natureza ou por essência; 
2) Bens móveis por antecipação; 
 
22 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
3) Bens imóveis por acessão intelectual ou por 
destinação (há controvérsia se permanece no 
contexto do CC/02); 
4) Bens imóveis por disposição legal. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se 
lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos 
legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que 
os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas 
conservando a sua unidade, forem removidas 
para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um 
prédio, para nele se reempregarem. 
3) Bens móveis por disposição legal 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de 
movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos 
legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as 
ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma 
construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem 
essa qualidade os provenientes da demolição de 
algum prédio. 
BENS FUNGÍVEIS BENS INFUNGÍVEIS 
São aqueles que podem ser substituídos por 
outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade (dinheiro, por exemplo). 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem 
substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
Por sua vez, são aqueles de natureza 
insubstituível. Exemplo: uma obra de arte. 
BENS CONSUMÍVEIS BENS INCONSUMÍVEIS 
São os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância (consuntibilidade 
física, exemplo: sanduíche), bem como aqueles 
destinados à alienação (consuntibilidade jurídica). 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso 
importa destruição imediata da própria 
substância, sendo também considerados tais os 
destinados à alienação. 
São aqueles que suportam uso continuado (um 
avião, um carro). São aquelesque permitem 
reiteradas utilizações, retirando-se a sua utilidade 
sem deterioração imediata (inconsuntibilidade 
física) ou os que são inalienáveis 
(inconsuntibilidade jurídica). 
BENS DIVSÍVEIS BENS INDIVISÍVEIS 
 
23 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
São os que se podem repartir em porções reais e 
distintas, formando cada uma delas um todo 
perfeito (uma saca de café). 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem 
fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do 
uso a que se destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou 
por vontade das partes. 
Não admitem divisão cômoda sem 
desvalorização ou dano (um cavalo). 
BENS SINGULARES BENS COLETIVOS OU UNIVERSALIDADES 
São os bens que, embora reunidos, se 
consideram de per si, independentemente dos 
demais. 
São aqueles que, em conjunto, formam um todo 
homogêneo (universalidade da f ato –um 
rebanho, uma biblioteca; universalidade de 
direito – o patrimônio, a herança). 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a 
pluralidade de bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa 
universalidade podem ser objeto de relações 
jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o 
complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
BENS PRINCIPAIS BENS ACESSÓRIOS 
Existem de maneira autônoma eindependente, 
abstrata ou concretamente. 
São bens cuja existência e finalidade depende do 
outro bem, o principal. Princípio da gravitação 
jurídica: o bem acessório segue o principal, salvo 
disposição em contrário (exceto as pertenças). 
Tipos de bens acessórios: 
1) Frutos; 
2) Produtos; 
3) Rendimentos; 
4) Benfeitorias; 
5) Pertenças; 
6) Partes integrantes. 
 
→ BENS DE FAMÍLIA: 
#ATENÇÃO#CESPEAMA: 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
24 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Súmula 449-STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
#JURIS#AJUDAMARCINHO#APOSTACICLOS: 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. BEM DE FAMÍLIA OFERECIDO EM 
GARANTIA HIPOTECÁRIA PELOS ÚNICOS SÓCIOS DA PESSOA JURÍDICA DEVEDORA. 
IMPENHORABILIDADE. EXCEÇÃO. ÔNUS DA PROVA. PROPRIETÁRIOS. 
1. O art. 1º da Lei n. 8.009/1990 instituiu a impenhorabilidade do bem de família, haja vista se tratar de 
instrumento de tutela do direito fundamental à moradia da família e, portanto, indispensável à 
composição de um mínimo existencial para uma vida digna, ao passo que o art. 3º, inciso V, desse 
diploma estabelece, como exceção à regra geral, a penhorabilidade do imóvel que tiver sido oferecido 
como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. 
2. No ponto, a jurisprudência desta Casa se sedimentou, em síntese, no seguinte sentido: a) o bem de 
família é impenhorável, quando for dado em garantia real de dívida por um dos sócios da pessoa jurídica 
devedora, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade familiar; e b) o 
bem de família é penhorável, quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel 
hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração de que a família não se beneficiou dos valores 
auferidos. 
3. No caso, os únicos sócios da empresa executada são os proprietários do imóvel dado em garantia, 
não havendo se falar em impenhorabilidade. 
4.Embargos de divergência não providos. 
(EAREsp 848.498/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 25/04/2018, 
DJe 07/06/2018). 
 
5 Fato Jurídico. 
 
→ PLANOS DOS FATOS JURÍIDICOS 
**Plano da existência: Ao sofrer a incidência da norma jurídica juridicizante, a parte relevante do 
suporte fático é transportada para o mundo jurídico, ingressando no mundo da existência. Neste plano, 
que é o plano do ser, entram todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. A existência do fato jurídico 
constitui premissa de que decorrem todas as demais situações que podem acontecer no mundo jurídico. 
**Plano de validade: Se o fato jurídico existe e é daqueles em que a vontade humana constitui 
elemento nuclear do suporte fático (ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico), há de passar pelo plano 
da validade, onde o direito fará a triagem do que é perfeito (que não tem qualquer vício invalidante) e 
o que está eivado de vício invalidante. 
**Plano de eficácia: O plano da eficácia é a parte do mundo jurídico onde os fatos jurídicos 
produzem os seus efeitos. O plano da eficácia, como o da validade, pressupõe a passagem do fato 
jurídico pelo plano da existência, não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade. 
→CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS 
 
25 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Em sentido amplo, é todo acontecimento natural ou humano apto a criar, modificar ou extinguir 
relações jurídicas. 
*Fato Jurídico Stricto Sensu: Todo fato jurídico em que, na composição do seu suporte fático, 
entram apenas fatos da natureza, independentes de ato humano como dado essencial. Não exclui a 
possibilidade de que haja eventual participação de ato humano na concreção do suporte fático. 
Exemplo: nascimento, morte, implemento de idade, confusão, produção de frutos, aluvião, avulsão. O 
Fato Jurídico Stricto Sensu divide-se em: 
a) Ordinário: Nascimento natural, morte natural, decurso do tempo. 
b) Extraordinário: Tem carga de imprevisibilidade ou inevitabilidade, um furacão por exemplo. 
*Ato-Fato Jurídico: No ato-fato, embora o comportamento derive do homem e deflagre efeitos 
jurídicos, é desprovido de voluntariedade e consciência em direção ao resultado jurídico existente. 
Exemplo: enfermo mental, que foge da casa de saúde, entra em uma loja de artesanato, 
manipula argila, a argila seca e ao secar fica de certa forma, a que passe um crítico e note que a escultura 
tem grande valor econômico. Falta voluntariedade e consciência = ATO-FATO jurídico. 
*Ato Jurídico Lato Sensu: Ato jurídico, espécie de fato jurídico em sentido amplo, é toda ação 
humana LÍCITA que deflagra efeitos na órbita jurídica. A despeito da polêmica, entendemos na linha de 
Vicente Ráo, Flávio Tartuce, José Simão e Zeno Veloso que ato jurídico éa ação humanalícita, não se 
confundindo como ato ilícito, categoria própria com caracteres específicos. Até porque, o ato ilícito é 
tratado na própria parte geral do CCB (título III). É o fato jurídico cujo suporte fático tem com cerne uma 
exteriorização consciente da vontade, que tenha como objeto obter um resultado juridicamente 
protegido ou não proibido e possível. 
A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve à 
composição de suportefático do atojurídico, poisque de difícil, senão impossível, apuração. A declaração 
e a manifestação são modos de exteriorização da vontade. A declaração é manifestação qualificada. Se 
a lei exige declaração, a mera manifestação não bastará para a configuração do suporte fático. A 
questão da inconsciência não se confunde com o problema do erro na manifestação de vontade. 
A inconsciência implica inexistência de vontade (ato jurídico inexistente), enquanto que no erro 
há vontade, porém defeituosa (ato jurídico anulável). 
A falta do objeto torna inexistente o ato jurídico (exemplo: ato não sério, feito por brincadeira, 
ato didático, ato aparente; ato cujo objeto seja logicamente impossível; ato que tenha por objeto algo 
que não esteja incluído entre aqueles bens da vida que podem constituir objeto de direito). 
A ilicitude, a imoralidade, indeterminação e impossibilidade do objeto só excepcionalmente 
acarretamainexistênciado ato jurídico, pois trazemcomo consequência, em geral, sua invalidade; 
quando não implicam inexistência, desfiguram o ato jurídico, tornando-o ilícito. 
*Ato Jurídico Stricto Sensu: Também denominado de ato “não-negocial”, o ato jurídico em 
sentido estrito traduz um simples comportamento humano voluntário e consciente, cujos os efeitos estão 
previamente determinados em lei. 
É o fato jurídico que tem por elemento nuclear do suporte fático manifestação ou declaração 
unilateral de vontadecujos efeitos jurídicos sãoprefixados pelas normasjurídicase invariáveis, não 
cabendoàs pessoas qualquer poder de escolha da categoria jurídica ou de estruturação do conteúdo 
das relações jurídicas respectivas. Exemplo: Reconhecimento de filiação, constituição de domicílio. 
 
26 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Este tipo de ato pode ser exemplificado nos meros atos materiais e nos de comunicação. 
Não existe autonomia no ato-jurídico em sentido estrito?? CUIDADO: não existe autonomia para 
escolha dos efeitos, existe autonomiapara a realização do ato. Não se escolhe o efeito jurídico que 
resulta. 
 
6 Negócio jurídico: disposições gerais; classificação e interpretação; elementos; representação; condiçã
o, termo e encargo; defeitos do negócio jurídico; existência, eficácia, validade, invalidade e nulidade d
o negócio jurídico; simulação. 
 
→NEGÓCIO JURÍDICO: O negócio jurídico, por sua vez, pedra de toque das relações econômicas 
mundiais, é na sua essência de estrutura mais complexa do que o ato em sentido estrito; isso porque, 
no negócio jurídico temos uma declaração de vontade, emitida segundo princípio da autonomia 
privada, pela qual o agente, nos limites da função social e da boa-fé objetiva, disciplina efeitos jurídicos 
possíveis escolhidos segundo a sua própria liberdade negocial. Exemplo: contrato, testamento. 
A vontade é manifestada para compor o suporte fático de certa categoria jurídica, à sua escolha, 
visando à obtenção de efeitos jurídicos que tanto podem ser predeterminados pelo sistema, como 
deixados, livremente, a cada um. 
 
→CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
a) Negócios jurídicos unilaterais, bilaterais e plurilaterais: Não confundir lateralidade com 
pessoalidade. Não importa quantos figurantes manifestaram a vontade negocial, mas o número de 
LADOS de que partem as manifestações. 
Unilaterais: constituem-se de uma única manifestaçãode vontade. Quando há receptividade, o 
fato de ser dirigida a alguém não o bilateraliza, tendo o destinatário apenas um papel passivo. A 
receptividade, em regra, constitui apenas pressuposto de eficácia do negócio unilateral, não de sua 
existência. Em geral, não pode ser modificado, sendo irrevogável a manifestação de vontade que o 
constitui (é permitido que se ponha, na própria manifestação de vontade, a sua revogabilidade). 
Exemplo: instituição de fundação, testamento, aceitação e renúncia de herança, derrelicção, oferta, 
promessa de recompensa, emissão de título de crédito. 
Bilaterais: necessitam, para existir, de duas manifestações de vontades diferentes, porém 
recíprocas, concordantes e coincidentes, sobre o mesmo objeto. Elemento essencial é o acordo. Em 
geral, há uma oferta e uma aceitação, negócios jurídicos unilaterais, que se soldam pelo consenso (= 
acordo). Exemplo: contratos, acordos. 
Plurilaterais: manifestações de vontade emanadas de mais de duas posições diferentes, mas que 
não são, propriamente, opostas, convergem sobre o mesmo objeto. Exemplo. Contrato deconstituição 
de sociedade. 
b) Negócios Jurídicos causais e abstratos: 
Causal: quando o negócio jurídico é uma causa intrínseca, incluída no seu suporte fático ou é 
possível ao figurante incluí-la. Exemplo: em geral, os contratos (a falta de causa no caso concreto torna 
o negócio anulável – Exemplo: A emprestou a B certa importância e B a recebeu como doação, o erro 
de B quanto à causa leva à anulabilidade do negócio). 
 
27 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Abstrato: não tem causa intrínseca e, sendo possível, os figurantes não a incluíram como seu fim, 
ou não houve acordo sobre ele. Em razão da abstração que se faz da causa, não é possível relacionar 
a ela a sua validade e eficácia. Exemplo: acordos de transmissão de propriedade de bens imóveis, de 
constituição de direitos reais, na cessão de crédito, nos negócios jurídicos cambiais, nos títulos ao 
portador. 
c) Negócio jurídico fiduciário: 
Negócios jurídicos pelos quais se transmite a propriedade, a posse, o crédito ou o direito com 
outra finalidade que não apenas a específica de alienar. Exemplo: Fideicomisso (transmissão da 
propriedade para quem administre o bem por certo tempo ou para certo fim). 
d) Negócios jurídicos inter vivos e causa mortis: 
Causa mortis: eficácia depende da morte. A morte compõe o suporte fático. Ex. Testamento 
(morte constitui elemento que deflagra os efeitos dos negócios jurídicos, mas nada tem que ver com 
sua existência e validade). 
Inter vivos: tem sua eficácia segundo a sua natureza, sem depender da morte de quem quer que 
seja. 
e) Negócios jurídicos reais e consensuais: 
Reais: suporte fático prevê, como elemento nuclear, além do consenso entre os figurantes, um 
ato-fato representado pela tradição do objeto da prestação. Se os figurantes pactuam sem efetivar a 
tradição, pode haver seformado negócio jurídico preliminar, promessa, cujo descumprimento pode 
conduzir à indenização por perdas e danos. Exemplo: Mútuo, comodato, doação de bem móvel de 
pequeno valor, contrato de depósito, constituição de penhor. 
Consensuais: negócios jurídicos que se perfazem apenas pelo consenso entre os figurantes, sem 
a necessidade de tradição do bem. Exemplo: Compra e venda, doação, locação, mandato. 
f) Negócios Jurídicos patrimoniais e extrapatrimoniais: 
Patrimoniais: objeto importa uma prestação de natureza econômica. Ex: compra e venda. 
Extrapatrimoniais: dizem respeito a direito, em geral personalíssimos, que não tem conteúdo 
econômico. Ex: adoção, casamento. 
g) Negócios Jurídicos neutros: 
São aqueles em que não há uma atribuição patrimonial determinada, não podendo ser 
enquadrados como gratuitos ou onerosos, caso da instituição de um bem de família voluntário ou 
convencional. 
h) Negócios jurídicos bifrontes: 
São aqueles que tanto podem ser gratuitos como onerosos, o que depende da autonomia 
privada, da intenção das partes. Exemplo: contratos de depósito e de mandato. (TARTUCE, p. 335). 
i) Negócios jurídicos solenes e não solenes: 
Solenes: estão sujeitos a uma forma especial prescrita em lei. É exceção. Há casos em que a 
forma constitui elemento completante do núcleo do suporte fático, sendo sua inobservância causa de 
inexistência. Exemplo: Casamento, testamento. 
Não solenes: podem ser realizados pela forma que melhor aprouver aos figurantes. Vigora o 
princípio da liberdade de forma. 
j) Negócios jurídicos típicos e atípicos: 
 
28 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Típicos: tem designação própria, têm um tipo previsto e regulado por lei. Não é possível aos 
figurantes modifica-lo para furtar-se à incidência legal, sob pena de nulidade. Ex. Compra e venda, 
locação, doação, mandato. 
Atípicos: que não se ajusta aos tipos previstos em lei, estruturado de acordo com as 
conveniências dos figurantes. 
k) Ato-condição e ato-regra: 
Ato-condição: o interessado, por meio de sua manifestação de vontade, suscita a aplicação de 
um estatuto imposto pela lei, submetendo a ele, ainda que alguns dos efeitos não sejam queridos 
(exemplo: casamento, adoção ou reconhecimento de filho). 
Ato-regra: vincula pessoas cuja vontade não contribuiu para constituí-lo (exemplo: convenção 
coletiva de trabalho). 
 
→ ELEMENTOS COSNTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
PLANO DA EXISTÊNCIA PLANO DA VALIDADE PLANO DA EFICÁCIA 
São elementos: partes (ou 
agentes), vontade, objeto e 
forma. 
Partes ou agentes capazes; 
vontade livre, sem vícios; objeto 
lícito,possível, determinado ou 
determinável e forma prescrita 
e não defesa em lei. 
Estão os elementos 
relacionados coma suspensão e 
resolução de 
Direitos e deveres, caso da 
condição, do termo, do 
encargo ou modo, das regras 
de inadimplemento negocial 
(juros, multa e perdas e danos), 
do registro imobiliário, da 
rescisão contratual, do regime 
de bens do casamento, entre 
outros. 
 
*Plano de existência: Neste primeiro plano, analisa-se os pressupostos existenciais ou elementos 
constitutivos do NJ, sem os quais ele é um NADA. Faltando qualquer um desses pressupostos de 
existência o negócio é inexistente. 
 
Pressupostos 
Manifestação de vontade: Soma da vontade interna com a vontade externa que se DECLARA (vontade 
interna + vontade externa). Exemplo: coação física neutraliza a vontade, então o negócio é 
INEXISTENTE. Ausente amanifestação de vontade, o negócio é inexistente. 
Agente: emissor da vontade. 
Objeto: Todo NJ tem de ter um objeto, um bem jurídico, uma prestação. Exemplo: contrato de 
empréstimo de dinheiro (mútuo) sem dinheiro. 
Forma: É o revestimento exterior da vontade, ou seja, o veículo pelo qual a vontade se manifesta. 
 
 
29 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
*Plano de validade: Plano de validade é um adjetivo, qualifica o negócio para que tenha EFEITOS. 
Neste segundo plano, estudamos os pressupostos que qualificam o negócio, a fim de que tenha aptidão 
para gerar efeitos. 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
 
#OBSERVAÇÃO#ATENÇÃO 
Se não há vontade (coação física, por exemplo), o negócio é INEXISTENTE. Porém, se há vontade, mas 
não é totalmente livre, pois houve uma coação moral, então o negócio é INVÁLIDO (pois a vontade 
não foi livre). 
Se não tem objeto o negócio é INEXISTENTE; se tem objeto e é ilícito, o negócio é INVÁLIDO. 
Atualmente, é aceito que os defeitos do NJ (erro, dolo, coação moral, lesão, simulação, estado de 
perigo) geram a INVALIDADE do negócio. 
 
*Plano de Eficácia: composto pelo termo, condição ou encargo. 
#SELIGANATABELA 
 
Termo Condição Encargo 
 É o momento em que começa 
ou se extingue a eficácia do 
negócio jurídico, podendo ter 
como unidade de medida a 
hora, o dia, o mês ou o ano. 
É o acontecimento futuro e 
incerto de que depende a 
eficácia do negócio jurídico, 
tendo sua regulação nos arts. 
121 a 130 do Código Civil. Futuro 
e incerto é o evento que ainda 
acontecerá, mas as partes não 
têm ciência do dia da sua 
ocorrência. Isso pode acontecer 
porque as partes dependem de 
um fato alheio à sua vontade, 
como um fenômeno natural ou 
a vontade de um terceiro 
(condição causal); seja porque o 
É uma cláusula acessória mais 
comum aos contratos em que há 
uma liberalidade, como a 
doação. Ela é imposta pelo 
doador, geralmente restringindo 
a liberdade do beneficiário no 
que diz respeito à forma de 
utilização do bem ou do valor 
doado. O encargo também é 
admitido em declarações 
unilaterais de vontade. 
Normalmente, o encargo não 
suspende a aquisição nem o 
exercício do direito, a não ser 
 
30 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
implemento da condição 
depende do arbítrio de uma das 
partes, que também não 
conhece o dia certo da 
ocorrência (condição 
potestativa). 
que o contrato excepcione tal 
regra. Se a cláusula contratual 
não for cumprida, a liberalidade 
pode ser revogada, por meio de 
ação revocatória proposta pelo 
seu instituidor. Logo, o encargo é 
coercitivo e não suspensivo. 
 
#APOSTACICLOS: 
A condição potestativa subdivide-se em puramente potestativa e simplesmente/meramente potestativa. 
A primeira, por se caracterizar como arbítrio de uma das partes, em detrimento da outra, é considerada 
ilícita. Apenas a simplesmente/meramente potestativa é aceita pelo Direito brasileiro. Nela, a eficácia do 
negócio jurídico depende da manifestação de vontade de apenas uma das partes, mas, também se 
sujeita à ocorrência de evento posterior. 
 
→DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
VÍCIO DE CONSENTIMENTO: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o 
prejudicado é um dos contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. 
VÍCIO SOCIAL: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é 
sempre um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. 
**ERRO: 
O erro é um engano fático, uma falsa noção em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio 
ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. De acordo 
com o art. 138 do atual Código Civil, os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, desde 
que o erro seja substancial. Teoricamente, o erro é um estado de espírito positivo, uma falsa percepção 
da realidade, uma atuação positiva em equívoco; já a ignorância traduz um estado de espírito negativo, 
ou seja, uma situação de desconhecimento. O erro é defeito invalidante do negócio jurídico nos termos 
dos arts. 138 e seguintes do CC. 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio. 
 
Por outro lado, o erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais do 
negócio jurídico. Em razão disso, não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua 
validade. 
Pode-se reconhecer três espécies de erro: 
1) Erro sobre OBJETO: a situação de erro que incide nas características ou identidade do objeto do 
negócio. Exemplo clássico: indivíduo compra relógio pensando ser de ouro, e era de cobre. 
2) Erro sobre NEGÓCIO: erro incide na estrutura da declaração negocial manifestada, quando uma 
parte imagina ter celebrado um negócio, quando celebrou outro. Pode alegar erro sobre objeto do 
negócio. Exemplo: pensa que é comodato e é locação. 
 
31 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
3) Erro sobre PESSOA: existe especial aplicação do erro invalidante como causa de anulação do 
casamento. 
Essas três modalidades estão no art. 139 do CC. 
 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele 
essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, 
desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio 
jurídico. 
 
**COAÇÃO: 
A coação traduz violência. Consiste em uma ameaça ou violência psicológica. Não se confunde 
com a coação física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio. 
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado 
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve coação. 
 
Deve ser apreciada segundo o caso concreto (art. 152) e não se confunde com a ameaça do 
exercício regular de direito ou o temor reverencial (art. 153 cc). 
 
Art. 152. No apreciar acoação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento 
do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor 
reverencial. 
 
**DOLO: 
Causa de anulabilidade do negócio jurídico e consiste no artifício para enganar alguém, com 
intuito de benefício próprio. É um erro provocado. 
Nos termos do art. 145, o negócio praticado com dolo é anulável, no caso de ser este a sua 
causa. Esse dolo, causa do negócio jurídico, é conceituado como dolo essencial, substancial ou principal 
(dolus causam). Em tais casos, uma das partes do negócio utiliza artifícios maliciosos, para levar a outra 
a praticar um ato que não praticaria normalmente, visando a obter vantagem, geralmente com vistas 
ao enriquecimento sem causa. 
Já o dolo acidental, que não é causa para o negócio, não pode gerar a sua anulabilidade, mas 
somente a satisfação das perdas e danos a favor do prejudicado. De acordo com o art. 146 do CC, 
haverá dolo acidental quando o negócio seria praticado pela parte, embora de outro modo. Assim, 
quando se tem o dolo acidental, o negócio seria celebrado de qualquer forma, presente ou não o 
artifício malicioso. 
 
 
32 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, 
o negócio seria realizado, embora por outro modo. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
DOLO – RESPONSABILIDADE CIVIL DOLO – VÍCIO DO NEGÓCIO 
Não está relacionado com um negócio jurídico, 
não gerando qualquer anulabilidade. 
Está relacionado com um negócio jurídico, 
sendo a única causa da sua celebração (dolo 
essencial). 
Se eventualmente atingir um negócio, gera 
somente o dever de pagar perdas e danos, 
devendo ser tratado como dolo acidental (art.146 
do CC). 
Sendo o dolo essencial ao ato, causará a sua 
anulabilidade, nos termos do art. 171, II, do CC, 
desde que proposta ação no prazo de 4 anos 
de celebração do negócio, pelo interessado 
(art.178, II, do CC). 
 
Vejamos algumas classificações do dolo elaboradas pela doutrina: 
Dolo negativo (ou omissivo) consiste em uma omissão dolosa de informação ou silêncio 
intencional que prejudica a outra parte do negócio. Traduz quebra do dever de informação e violação 
à boa-fé objetiva (art. 147, CC). Gera a invalidade do negócio jurídico. 
 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou 
qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio 
não se teria celebrado. 
 
Dolo Bilateral (ou recíproco): Já no dolo bilateral, previsto no art. 150, nenhuma parte pode alegar 
dolo da outra para anular o negócio. 
 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou 
reclamar indenização. 
 
Dolo de terceiro: previsto no art. 148 do CC, o negócio jurídico só é anulado por dolo de terceiro, 
se o BENEFICIÁRIO sabia ou tinha como saber do ardil; em caso contrário, o negócio é mantido, e 
apenas o terceiro responderá por perdas e danos. 
 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite 
dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o 
terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 
 
Dolo do representante legal ou convencional: 
 
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente 
até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
 
 
33 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
**ESTADO DE PERIGO: 
É causa de anulação do negócio jurídico, quando o agente, diante de uma situação de perigo 
de dano conhecido pela outra parte, assume uma obrigação excessivamente onerosa, em franco 
desrespeito ao princípio da função social. Exemplo: o cheque caução como condição para atendimento 
emergencial em hospitais é exemplo da teoria do estado de perigo para justificar a invalidade do ato 
praticado. 
Diferente de LESÃO, porque no estado de perigo a gravidade é maior, não está em frente a uma 
simples necessidade ou inexperiência socioeconômica, aqui o perigo é a saúde mental, física, material, 
a situação é muito mais gravosa. A outra parte tem ciência do perigo (há quem diga que aqui há dolo 
de aproveitamento). 
Requisitos: ESTADO DE PERIGO = Situação de perigo conhecida da outra parte (elemento 
subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo). 
**LESÃO: 
Segundo Flávio Tartuce, trata-se de uma das mais festejadas inovações do Código Civil de 2002, 
criada para se evitar o enriquecimento sem causa, fundado em negócio totalmente desproporcional, 
utilizado para massacrar patrimonialmente uma das partes. 
Requisitos: LESÃO = premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) + onerosidade 
excessiva (elemento objetivo). 
A lesão, vício invalidante do negócio jurídico, caracteriza-se pela desproporção existente entre 
as prestações do negócio em virtude do abuso da necessidade ou inexperiência de uma das partes. O 
NJ nasce desiquilibrado (VÍCIO CONGÊNITO), porque uma das partes assume uma obrigação 
excessivamente onerosa sendo vítima de sua necessidade econômica ou sua inexperiência. Elementos 
da lesão: 
1) Material (OBJETIVO): é a desproporção entre as prestações pactuadas. 
2) Imaterial (SUBJETIVO): é a necessidade ou inexperiência de uma das partes. 
 
#ESQUEMATIZANDO: 
LESÃO (ART. 157, CC) ESTADO DE PERIGO (ART. 156, CC) 
Elemento subjetivo: premente necessidade ou 
Inexperiência. 
Elemento subjetivo: perigo que acomete o 
próprio negociante, pessoa de sua família ou 
amigo íntimo, sendo esse perigo 
deconhecimento do outro negociante. 
Elemento objetivo: prestação manifestamente 
desproporcional. 
Elemento objetivo: obrigação excessivamente 
onerosa. 
Não exige dolo de aproveitamento Exige dolo de aproveitamento 
Aplica-se a revisão negocial pela regra 
expressado art. 157, § 2.º, do CC, hipótese 
desubsunção. 
Há entendimento doutrinário de 
aplicaçãoanalógica do art. 157, § 2.º, do CC, 
visando a conservação negocial. Adotada essa 
tese, há hipótese de integração, não de 
subsunção. 
 
34 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
**SIMULAÇÃO: 
Na simulação, celebra-se um negócio jurídico que tem aparência normal, mas que não pretende 
atingir o efeito que juridicamente deveria produzir. 
Tanto na simulação como no dolo há a má-fé, mas no dolo uma das partes é vítima, na simulação 
há conluio para prejudicar terceiro ou a própria sociedade. E na fraude contra credores não se simula 
nada, é um negócio jurídico explícito, e há uma vítima qualificada, específica, o credor preexistente. 
Claro que há situações próximas entre fraude e simulação. A simulação é muito m ais aberta e 
“covarde”, porque aparenta ser juridicamente normal, aquilo que não é. 
São espécies de simulação: 
Vício social do negócio jurídico. O negócio interno não é o mesmo do negócio manifestado. 
Simulação absoluta: na aparência há determinado negócio, mas na essência não há negócio 
algum, o que gera a nulidade do ato praticado. 
Simulação relativa (dissimulação): na aparência há determinado negócio (simulado), mas na 
essência há outro negócio (dissimulado). Prevê o art. 167, CC, que nulo é o negócio simulado e válido 
o dissimulado, se apresentar os mínimos requisitos de validade. 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância 
e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversasdaquelas às quais realmente se 
conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 
 
#DEOLHONOSENUNCIADOS: 
Enunciado 152, III, Jornada de Direito Civil: Toda simulação, inclusive, a inocente (que não causa 
prejuízo), é invalidante. 
Enunciado 578 CJF: Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídico, sua alegação prescinde 
de ação própria. 
 
**FRAUDE CONTRA CREDORES: 
Traduz a prática de um ato negocial que diminui o patrimônio do devedor, prejudicando o 
credor pré-existente. É um vício social do negócio jurídico. Para fins de prova objetiva, os negócios 
praticados em fraude contra credores são anuláveis (art. 171, CC). 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...) 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
 
OBS: A ação anulatória é chamada de pauliana (origem romana) ou ação revocatória. 
Hipóteses: 
 
35 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ Negócio de transmissão gratuita de bens (art. 158, CC): o pior de todos, porque por liberalidade está 
se desfazendo do seu patrimônio, hipótese mais grave. 
→ Perdão fraudulento (remissão fraudulenta de dívida – art. 158, CC). 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já 
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores 
quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
 
→ Negócio Jurídico fraudulento oneroso: previsto no art. 159, do CC. 
 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência 
for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
#FOCONASÚMULA: 
Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores. 
OBS: Nesse caso, será necessária a propositura de ação pauliana (ou revocatória). 
 
#OLHAAJURIS#APOSTACICLOS: 
A ocorrência de fraude contra credores exige: a) a anterioridade do crédito; b) a comprovação de 
prejuízo ao credor (eventus damni); c) que o ato jurídico praticado tenha levado o devedor à 
insolvência e d) o conhecimento, pelo terceiro adquirente, do estado de insolvência do devedor 
(scientia fraudis). 2. Agravo interno parcialmente provido. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1294462/GO, 
Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado em 20/03/2018. 
 
PRESSUPOSTOS DA FRAUDE CONTRA CREDORES 
No caso de alienação onerosa: 
Conluio fraudulento (consilium fraudis) + evento 
danoso (eventus damni). 
Na alienação gratuita ou remissão de dívida: 
Basta o evento danoso (eventus damni). 
 
#SELIGANATABELA: 
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO 
Instituto de direito civil Instituto de direito processual civil 
Vício social do negócio jurídico Matéria de responsabilidade patrimonial 
Necessidade de propositura de ação pauliana 
ou revocatória. 
Não há necessidade de propositura da ação 
pauliana, podendo ser a fraude reconhecida 
mediante simples requerimento da parte. 
O devedor tem várias obrigações assumidas 
perante credores e aliena de forma gratuita ou 
onerosa os seus bens, visando prejudicar tais 
credores. 
O executado já citado em ação de execução ou 
condenatória aliena bens. Ainda, aliena bem 
constrito, com o registro da demanda ou de 
hipoteca judiciária na matrícula do imóvel, nos 
 
36 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
termos do art. 792, incisos I, II e III, do Novo 
CPC. 
Necessária a presença de dois elementos, em 
regra: 
a) Consilium fraudis – conluio fraudulento entre 
devedor e adquirente do bem; 
b) Eventus damni – prejuízo ao credor. 
Obs: No caso de disposição gratuita (doação, 
remissão de dívidas) basta a presença do 
elemento objetivo - prejuízo ao credor (eventus 
daminis). 
Em regra, bastava a presença de prejuízo ao 
autor/exequente. Como esse prejuízo também 
atingiria o Poder Judiciário, sempre se entendeu 
pela presunção absoluta do conluio fraudulento. 
Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça passou 
a entender que a má-fé não pode ser 
presumida. Foi editada a Súmula 375 do STJ, 
prevendo que o reconhecimento da fraude à 
execução depende do registro da penhora do 
bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente. A súmula aproximou o instituto da 
fraude à execução da fraude contra credores. 
Essa aproximação foi confirmada pela Lei 
13.097/2015 e pelo Novo CPC (art. 792). 
A sentença da ação anulatória tem natureza 
constitutiva negativa, gerando a anulabilidadedo 
negócio jurídico celebrado (plano davalidade). 
O reconhecimento da fraude à execução tem 
natureza declaratória, gerando a ineficácia do 
ato celebrado (plano da eficácia). 
 
→ TEORIA DAS NULIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE) 
HIPÓTESES: 
a) Negócio celebrado por absolutamente incapaz 
(art. 3.º do CC), sem a devida representação. 
b) Objeto ilícito, impossível, indeterminado 
ouindeterminável. 
c) Motivo a ambas as partes for ilícito. 
d) Desrespeito à forma ou preterida 
algumasolenidade. 
e) Objetivo do negócio de fraude à lei imperativa. 
f) Lei prevê a nulidade absoluta (nulidade textual) 
ou proíbe o ato sem cominar sanção (nulidade 
virtual). 
g) Negócio simulado, incluída a reserva mental. 
h) Presença de coação física (vis absoluta). 
HIPÓTESES: 
a) Negócio celebrado por relativamente 
incapaz (art. 4.º do CC), sem a devida assistência. 
b) Quando houver vício acometendo o 
negócio jurídico: erro, dolo, coação 
moral/psicológica, estado de perigo, lesão e 
fraude contra credores. 
c) Lei prevê a anulabilidade. 
 
EFEITOS E PROCEDIMENTOS: 
- Nulidade absoluta (nulidade). 
- Ação declaratória de nulidade, imprescritível. 
EFEITOS E PROCEDIMENTOS: 
- Nulidade relativa (anulabilidade). 
- Ação anulatória, com previsão de prazos 
decadenciais (4 ou 2 anos – art. 178 e 179, CC). 
 
37 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
- Não pode ser suprida nem sanada, inclusive 
pelo juiz. Exceção: conversão do negócio jurídico 
(art. 170 do CC). 
- O Ministério Público pode intervir na ação de 
nulidade absoluta, inclusive promovendo a 
demanda. 
- Cabe decretação de ofício pelo juiz. 
- Sentença da ação declaratória tem efeitos erga 
omnes (contra todos) e ex tunc(retroativos). 
- Pode ser suprida, sanada, inclusive pelas partes 
(convalidação livre). 
- O Ministério Público não pode intervir ou 
propor ação anulatória, somente os interessados. 
- Não cabe decretação de ofício pelo juiz. 
- Sentença da ação anulatória tem efeitos inter 
partes (entre as partes). Quanto ao debate de 
serem tais efeitos ex nunc (não retroativos) ou ex 
tunc (retroativos), há uma tendência atual de 
seguir a última posição. 
 
#ATENÇAÕ#JÁCAIU#TJCE2018 
Maria decidiu alugar um imóvel de sua propriedade para Ana, que, no momento da assinatura 
do contrato, tinha dezessete anos de idade. 
Nessa situação hipotética, o contrato celebrado pelas partes é 
a) nulo, uma vez que foi firmado por pessoa absolutamente incapaz, condição que pode servir de 
argumento para Ana extinguir o contrato. 
b) anulável, portanto passível de convalidação, ressalvado direito de terceiros. 
c) válido, desde que tenha sido formalizado por escritura pública, visto que tem por objeto um 
imóvel. 
d) nulo, porque Ana deveria ter sido representada por um de seus genitores. 
e) válido, ainda que Ana não possua capacidade de direito para celebrar o contrato de aluguel.7 
 
7 Atosjurídicos lícitos e ilícitos 
 
→ ATOS ILÍCITOS 
Ato ilícito é o comportamento humano voluntário, contrário ao direito e causador de prejuízo 
de ordem material ou moral. 
Ou seja, o ato que traz efeitos potencialmente contrários à norma jurídica, e não apenas à lei. 
Não há ilicitude que não decorra de violação de uma norma jurídica. 
#ATENÇÃO: 
*Se o ato ilícito é a violação da norma, é ela própria que dirá quais serão os efeitos de sua 
violação. 
*Nem todo ato ilícito gera responsabilidade civil. Existem outros efeitos jurídicos decorrentes do 
ato ilícito. Exemplo: donatário indigno. O ato ilícito da indignidade não enseja reparação, mas autoriza 
que o doador revogue a doação. 
 
7 Letra B. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
 
38 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
*Nem toda responsabilidade civil provém de um ato ilícito. Exemplo: responsabilidade civil pelos 
danos praticados em estado de necessidade. 
→ ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO 
Os elementos do ato ilícito são: 
a) conduta ilícita; 
b) dano; 
c) nexo de causalidade. 
Se o dano é um dos pressupostos do ato ilícito e nem todo ato ilícito gera dever de reparação 
(dever de indenizar), nem todo dano merece reparação. Ou seja, nem todo dano é juridicamente 
indenizável. O DANO faz parte do ato ilícito, mas nem todo ato ilícito gera indenização. Portanto, nem 
todo dano é indenizável. 
 
PREMISSAS 
O dano é elemento componente do ato ilícito 
Nem todo ato ilícito gera indenização 
Nem todo dano é indenizável 
 
→ESPÉCIES DE ATO ILÍCITO 
No CC o ato ilícito se apresenta em duas diferentes espécies: 
*Ato ilícito subjetivo (art. 186 do CC): Está fundado no elemento anímico (culpa lato sensu) 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Elementos do ato ilícito subjetivo 
Conduta humana 
comissiva ou omissiva. 
Culpa lato sensu. 
Violação de direito 
alheio (norma jurídica). 
Nexo de causalidade 
entre a conduta 
culposa, violando a 
norma, e o dano 
causado. 
 
*Ato ilícito subjetivo (art. 187 do CC): Está fundado no elemento funcional (função social do direito 
exercido), prescindindo da culpa. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Elementos do ato ilícito objetivo 
Exercício de um direito 
pelo titular 
Excesso no exercício 
desse direito 
Violação da boa-fé 
objetiva, dos bons costumes ou 
da função social 
 
→Subespécies do ato Ilícito objetivo 
 
39 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
O ato ilícito objetivo, que nada mais é senão o exercício de um direito com violação aos princípios 
da boa-fé objetiva ou função social, se divide em algumas subespécies: 
#ATENÇÃO: Todos são espécies de atos onde o sujeito está agindo em conformidade com a 
norma, mas viola a boa-fé objetiva. 
 
Venire contra factum proprium (teoria dos atos próprios): É o comportamento contraditório. No 
direito administrativo é também chamado de Teoria dos Atos próprios. 
Trata-se do abuso do direito caracterizado pelo exercício de um direito contrariamente a uma 
expectativa gerada. Caracteriza-se o venire quando o titular de um direito cria a expectativa deque 
não irá exercê-lo e, surpreendentemente, o faz. 
Supressio (Verwirkung) e Surrectio (erwirkung): É uma variação do venire contra factum proprium. 
Decorrem de uma situação específica de aplicação do venire. Aqui, o titular de um direito cria, em 
outrem, uma expectativa de que não irá exercê-lo, pois este alguém exercerá em seu lugar, e, 
repentinamente surpreende, exercendo ele mesmo o direito ou exigindo uma reparação pelo uso 
daquele direito consentido tacitamente. Supressio: para o titular (perde o direito); surrectio: para o 
terceiro (ganha o direito de exercer o direito). 
“Tu quoque” e “Cláusula de Estoppel”: É a modalidade de abuso caracterizada por uma sequência de 
dois comportamentos, sendo que o primeiro corresponde a um ato ilícito subjetivo e o segundo a 
um ato que seria lícito se isoladamente visto, mas que se torna abusivo quando visto em conjunto 
com o primeiro.*Pablo Stolze: Cláusula de Estoppel é a aplicação especial do tu quoque nos 
contratos de direito internacional público, vedando o comportamento contraditório e surpreendente 
entre os Estados. 
Duty to mitigate the loss (dever de mitigar o dano): É o dever do credor de mitigar as próprias perdas. 
Foi reconhecido no enunciado 169 da jornada. Não só o devedor, mas o credor também deve assumir 
posturas comissivas e omissivas parao cumprimento da obrigação. 
169– Art. 422: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio 
prejuízo. 
Substancial performance (adimplemento substancial, inadimplemento mínimo, adimplemento fraco 
ou ruim): Se uma das partes descumpre suas obrigações contratuais, isso resulta em perdas e danos 
(normalmente em cláusula penal), honorários e custas, juros e correção, sem prejuízo da resolução 
do contrato (CC, art. 389 c/c art. 475). 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-
lheo cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos 
valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Violação positiva do contrato (violação de deveres anexos): A doutrina moderna tem considerado 
tão importantes esses deveres anexos que, em caso de descumprimento (violação positiva do 
contrato), a responsabilidade civil é objetiva (Enunciado 24 da 
Jornada). 
Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação 
dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa. 
 
40 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
#ATENÇÃO: Excludentes de ilicitude 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
 
8 Prescrição e decadência. 
 
A prescrição e a decadência possuem os mesmos elementos: inércia do sujeito em exercer o 
direito (fator subjetivo) e decurso do tempo fixado em lei (fator objetivo), circunstância que provoca 
confusões entre os institutos. Apesar disso, não se confundem. 
A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia do 
seu titular, no prazo previsto em lei. Desse modo, o prazo prescricional é o prazo para exercício da 
pretensão. Os prazos prescricionais estão SEMPRE previstos na lei, e, no Código Civil, estão em 2 únicos 
artigos (arts. 205 e 206). Não havendo prazo prescricional específico para o exercício de determinada 
pretensão, aplica-se a cláusula geral (10 ANOS - art. 205, CC/02). 
Por outro lado, sempre que houver prazo para o exercício de um direito potestativo, esse será 
decadencial. Contudo, não se esqueçam de que há direitos potestativos que não têm prazo para o seu 
exercício, de modo que não estarão sujeitos à extinção pelo não exercício. Ex.: direito de divórcio. Alémdisso, diferentemente do prazo prescricional, que é sempre legal, o prazo decadencial para o exercício 
do direito potestativo, pode ser legal ou convencional. 
 
#DICA #FIQUEMLIGADOS 
- Prazos prescricionais não podem ser alterados pela vontade das partes (art. 192, CC), permitindo-
se apenas a alteração dos prazos decadenciais convencionais. 
- A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte interessada (art. 193, CC), 
assim como a decadência convencional (art. 211, CC). 
- A decadência legal pode ser reconhecida de ofício (art. 210, CC). 
 
#ESQUEMATIZANDO: 
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA 
Ações condenatórias (direitos a uma prestação): 
prescrição extingue o direito à pretensão. 
Ações constitutivas (direitos potestativos): perde-
se o próprio direito material, por falta do uso 
desse direito. 
Aglutinados nos arts. 205 e 206 do CC/02. Espalhados pelo Código Civil 
Deriva apenas da lei. 
Pode ter origem legal ou convencional 
(contrato, testamento). 
 
41 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Pode ser suspenso, impedido ou interrompido. 
Corre contra todos, não admitindo as causas de 
interrupção, suspensão ou de impedimento 
(exceção: absolutamente incapazes - art. 198, I, 
CC) 
Admite renúncia (depois de consumada), 
podendo ser expressa ou tácita. 
Não admite a renúncia da decadência legal 
(estabelecida na lei), mas se admite a renúncia 
da decadência convencional (convencionada 
entre as partes). 
Pode ser reconhecida de ofício. 
Decadência legal: o juiz pode conhecer de 
ofício. 
Decadência convencional: NÃO pode ser 
reconhecida de ofício. 
 
#DEOLHONAJURIS#APOSTACICLOS 
Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral (art. 205 
CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade 
extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins 
de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, 
abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. 
• Responsabilidade civil extracontratual: 3 anos. 
• Responsabilidade contratual: 10 anos. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 1280825/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018. 
 
#ATENÇÃO#JÁCAIU#TJCE2018: 
Em um contrato, as partes pactuaram livremente o prazo de trinta dias para o exercício de 
eventual direito de arrependimento. 
Esse prazo possui natureza8 
 
a) prescricional e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
b) prescricional e somente pode ser suscitado pelas partes. 
c) decadencial e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
d) decadencial e somente pode ser suscitado pelas partes. 
e) diversa da prescricional ou decadencial. 
 
9 Prova do fato jurídico. 10 Obrigações: características; elementos; princípios; boa-
fé; obrigação complexa (a obrigação como um processo); obrigações de dar; obrigações de fazer e d
e não fazer; obrigações alternativas e facultativas; obrigações divisíveis e indivisíveis; obrigações solidá
rias; obrigações civis e naturais, de meio, de resultado e de garantia; obrigações de execução instantâ
 
8 Letra D. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a 
alegação. 
 
42 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
nea, diferida e continuada; obrigações puras e simples, condicionais, a termo e modais; obrigações líq
uidas e ilíquidas; obrigações principais e acessórias; transmissão das obrigações; adimplemento e exti
nção das obrigações; inadimplemento das obrigações. 
 
#ATENÇÃO: Obrigações Propter Rem 
As obrigações propter rem são também chamadas de simbióticas, mistas ou híbridas porque possuem 
características tanto de direito real como de direito pessoal 
Trata-se de uma obrigação híbrida, denatureza mista, REAL e PESSOAL. Este tipo de obrigação, 
postovincule pessoas (credor e devedor), adere a uma coisa acompanhando-a. Fica entre o real e o 
obrigacional. É como se fosse uma sequela, acompanha a coisa. 
 
→CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÃO DE DAR: A obrigação de dar tem por objeto a prestação de coisas. E, a palavra 
DAR, juridicamente tem mais de um sentido. 
 
Obrigação de dar coisa certa Obrigação de dar coisa incerta 
É aquela em que a prestação se refere a um bem 
específico ou individualizado. O objeto da 
prestação é individualizado, determinado, 
medido, qualificado. 
Regra geral: quando não houver culpa do 
devedor, NÃO HÁ obrigação de perdas e danos, 
e a relação jurídica obrigacional é simplesmente 
extinta. 
Havendo culpa do devedor, a regra do direito 
das obrigações é de que a obrigação se converte 
em perdas e danos. 
Lógico, obrigação extinta não há indenização 
nenhuma a ser paga. Havendo culpa, haverá 
perdas e danos. 
Na forma da lei brasileira, obrigação de dar coisa 
incerta, também conhecida como obrigação 
genérica, é aquela em que a prestação é relativa 
ou temporariamente indeterminada. Trata-se da 
obrigação indicada apenas, nos termos do CC, 
pelo gênero e quantidade. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange 
os acessórios dela embora não mencionados, 
salvo se o contrário resultar do título ou das 
circunstâncias do caso. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a 
coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes; se a 
perda resultar de culpa do devedor, responderá 
este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, 
pelo gênero e pela quantidade. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e 
pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, 
se o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será 
obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará 
o disposto na Seção antecedente. 
 
43 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor 
culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou 
aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o 
credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no 
estado em que se acha, com direito a reclamar, 
em um ou em outro caso, indenização das perdas 
e danos. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor 
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que 
por força maior ou caso fortuito. 
 
OBRIGAÇÃO DE FAZER: tem por objeto a prestação de um fato positivo. Traduzindo, a própria 
atividade do devedor com propósito de satisfazer o crédito. 
*Fungível: é aquela em que a prestação pode ser realizada por outra pessoa, não apenas o 
devedor. 
*Infungível: é aquela que somente pode ser dada pelo devedor, seja por se tratar de fato 
personalíssimo ou por convenção das partes. Se culposamente não a cumprir, arcará com perdas e 
danos. Sem prejuízo da tutela específica. 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só 
imposta, ou só por ele exequível. 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; 
se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do 
devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, 
executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
 
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: A obrigação de não fazer tem por objeto uma prestação de fato 
negativo; neste tipo de obrigação, o devedor assume juridicamente o dever de realizar um 
comportamento omissivo de interessedo credor. 
 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível 
abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o 
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
 
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: É aquela que tem objeto múltiplo, ou seja, o devedor se exonera 
cumprindo um deles. Exemplo: o devedor se obriga perante o credor a entregar-lhe ou um barco ou 
um carro, ele se exonera cumprindo uma prestação ou outra. 
 
 
44 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. 
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em 
cada período. 
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo 
o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a 
escolha se não houver acordo entre as partes. 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, 
subsistirá o débito quanto à outra. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao 
credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as 
perdas e danos que o caso determinar. 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do 
devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; 
se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o 
valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a 
obrigação. 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS: As obrigações divisíveis, são aquelas que admitem o 
cumprimento fracionado da prestação; já as indivisíveis, devem ser cumpridas por inteiro. 
 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se 
dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante 
do negócio jurídico. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela 
dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor 
ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito 
de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas 
estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou 
confusão. 
 
45 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por 
partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 
 
#SELIGANATABELA 
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL 
A causa da solidariedade é o título (lei ou 
contrato). 
A causa é, normalmente, a natureza da 
obrigação (mas pode ser lei ou contrato). 
Cada devedor paga por inteiro, porque deve 
integralmente. 
Cada devedor solve a totalidade em razão da 
impossibilidade jurídica de se repartir em quotas 
a coisa devida. 
A solidariedade é uma relação subjetiva. A indivisibilidade é objetiva. 
Visa a facilitar a satisfação do crédito. Assegura a unidade da prestação 
Sempre de origem técnica, resultando da lei ou 
da vontade das partes. 
Justifica-se com a própria natureza da 
prestação, quando o objeto é, em si mesmo, 
insuscetível de fracionamento. 
Cessa com a morte dos devedores. Subsiste enquanto a prestação suportar. 
Quando a obrigação se converte em perdas e 
danos, deve o culpado pagar as perdasedanos e 
a solidariedade persiste quanto ao equivalente. 
 
Termina quando a obrigação se converte em 
perdas e danos. 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um 
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
 
Na obrigação solidária ativa, qualquer um dos credores pode exigir a obrigação por inteiro. Já 
na obrigação solidária passiva, a dívida pode ser paga por qualquer um dos devedores. 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
A solidariedade contratual não pode ser presumida, devendo resultar da lei (solidariedade legal) 
ou da vontade das partes (solidariedade convencional). 
 
Da Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274): 
Na solidariedade ativa, cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro (art. 267, do CC). Em complemento, enquanto alguns dos 
credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar (art. 
268, do CC). 
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago 
(art. 269, do CC). 
 
46 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e 
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível (art. 270, do CC). 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os efeitos, a 
solidariedade (art. 271, do CC). 
#OLHAOGANCHO: De acordo com o art. 263, do CC/2002, a obrigação indivisível perde esse caráter 
quando da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que 
permanece com o dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja. 
O credor que tiver remitido (perdoado) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros 
pela parte que lhes caiba (art. 272, do CC). 
Como novidade na atual codificação material, preceitua o art. 273 que “a um dos credores solidários 
não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. As exceções pessoais são defesas 
de mérito existentes somente contra determinados sujeitos, como aquelas relacionadas com os vícios 
da vontade (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) e as incapacidades em geral, como é o 
caso da falta de legitimação. Na obrigação solidária ativa, o devedor não poderá opor essas defesas 
contra os demais credores diante da sua natureza personalíssima. 
Segundo o art. 274, do CC (redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015), “O julgamento contrário a um 
dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo 
de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”. 
 
Da Solidariedade Passiva (arts.275 a 285): 
Na obrigação solidária passiva, o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais 
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto (art. 275, caput, do CC). Não importará 
renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores (art. 
275, parágrafo único, do CC). 
Como ocorre com a solidariedade ativa, o art. 276, do CC, traz regra específica envolvendo a morte 
de um dos devedores solidários. No caso de falecimento de um destes, cessa a solidariedade em 
relação aos sucessores do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da 
herança e de seus quinhões correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível. 
Outra exceção é feita pelo comando, eis que todos os herdeiros reunidos são considerados um único 
devedor em relação aos demais devedores 
Tanto o pagamento parcial realizado por um dos devedores como o perdão da dívida (remissão) por 
ele obtida não têm o efeito de atingir os demais devedores na integralidade da dívida (art. 277, do 
CC). No máximo, caso ocorra o pagamento direto ou indireto, os demais devedores serão 
beneficiados de forma reflexa, havendo desconto em relação à quota paga ou perdoada. 
Dispõe o art. 278, do CC, que “qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre 
um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento 
destes”. Por regra, o que for pactuado entre o credor e um dos devedores solidários não poderá 
agravar a situação dos demais, seja por cláusula contratual, seja por condição inserida na obrigação, 
 
47 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
seja ainda por aditivo negocial. Deve ser respeitado o princípio da relatividade dos efeitos contratuais, 
eis que o negócio firmado gera efeitos inter partes, em regra. 
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o 
encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
Na solidariedade passiva, o devedor demandado poderá opor contra o credor as defesas que lhe 
forem pessoais e aquelas comuns a todos, tais como pagamento parcial ou total e a prescrição da 
dívida (art. 281 do CC). Mas esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que 
outro codevedor tem direito, eis que estas são personalíssimas, como se pode aduzir pelo próprio 
nome da defesa em questão. Exemplificando: qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição 
da dívida, ou o seu pagamento total ou parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções 
comuns. Por outra via, os vícios do consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), 
somente podem ser suscitados pelo devedor que os sofreu. 
O Código Civil de 2002 continua admitindo a renúncia à solidariedade, de forma parcial (a favor de 
um devedor) ou total (a favor de todos os codevedores), no seu art. 282, caput (“O credor pode 
renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores”). A expressão renúncia 
à solidariedade pode ser utilizada como sinônima de exoneração da solidariedade. Enuncia o 
parágrafo único do dispositivo que “Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, 
subsistirá a dos demais”. 
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua 
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no 
débito, as partes de todos os codevedores (art. 283, do CC). Entretanto, se a dívida solidária interessar 
exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que a pagar (art. 
285, do CC). 
 
#IMPORTANTE #APOSTACICLOS #JURIS #AJUDAMARCINHO: 
A mera notícia de decisão judicial determinando a indisponibilidade forçada dos bens do réu, no 
cerne de outro processo, com objeto e partes distintas, não possui o condão de interromper a 
incidência dos juros moratórios. STJ. 3ª Turma. REsp 1740260-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 26/06/2018 (Info 629). 
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência de 
débito não tem o condão de interromper a prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp 1677895-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). 
 
→ ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
Espécies de adimplemento das obrigações: 
**CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: instituto jurídico colocado à disposição do devedor para 
que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer circunstâncias impeditivas do 
pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação liberando-se no 
liame obrigacional. 
Natureza Jurídica: Pagamento INDIRETO da prestação avençada. É uma mera faculdade do 
devedor, que não pode adimplir a obrigação, por culpa do credor. 
 
48 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
Hipóteses de ocorrência: 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida 
forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto 
ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
Requisitos de validade: 
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às 
pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. 
Possibilidade do levantamento do depósito pelo devedor: 
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor 
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as 
conseqüências de direito. 
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, 
senão de acordo com os outros devedores e fiadores. 
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, 
perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para 
logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído. 
 
**PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO: O pagamento com sub-rogação traduz a ideia de 
cumprimento da dívida por terceiro, com a consequente substituição de sujeitos: sai o credor originário 
e entra o novo credor. Exemplo: no momento em que outro paga ao credor originário o valor devido 
pelo devedor, sub-roga-se no lugar daquele. 
 
Espécies de pagamento com sub-rogação: 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que 
efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em 
parte. 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus 
direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição 
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. 
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. 
 
49 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do 
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogadonão poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão 
até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. 
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança 
da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro 
dever. 
 
**IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO: a imputação do pagamento se dá quando é feita a indicação, 
dentre dois ou mais débitos da mesma natureza, de qual deles será solvido. 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito 
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o 
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita 
pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no 
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, 
esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e 
vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
**NOVAÇÃO: Disciplinada a partir do art. 360, a novação se opera quando, mediante estipulação 
negocial, as partes criam um à obrigação nova destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior. 
Ato de eficácia complexa que repousa na vontade. Decorre da vontade das partes, a lei não pode impor 
“novação legal”, ela SEMPRE decorre da vontade das partes que criam uma obrigação nova destinada 
a substituir e extinguir a obrigação anterior. Não se confunde com renegociação. 
 
Espécies de Novação: 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor 
quite com este. 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de 
consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o 
primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
Efeitos da Novação: 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação 
em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os 
bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 
 
50 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do 
que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros 
devedores solidários ficam por esse fato exonerados. 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal. 
 
**DAÇÃO EM PAGAMENTO: A dação em pagamento, disciplinada a partir do art. 356, consiste 
em uma forma especial de pagamento pela qual, na mesma obrigação, o credor aceita receber 
prestação diversa da que lhe é devida. Difere da novação, visto que a prestação diversa, a mudança 
opera-se na MESMA obrigação. NÃO é criado uma obrigação nova para substituir a anterior, o 
pagamento é feito na mesma obrigação. 
 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-
ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação 
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. 
 
**REMISSÃO: Trata-se do perdão da dívida, expresso ou tácito, total ou parcial, nos termos do 
art. 385, CC. 
 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. 
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova 
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de 
adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não 
a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; 
de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o 
débito sem dedução da parte remitida. 
 
Remissão x Renúncia 
A remissão depende de aceite (é bilateral), renúncia não (unilateral). Tanto 
a remissão quanto a renúncia são irretratáveis. A remissão pode ser 
expressa e tácita, a renúncia somente expressa. 
Remissão x Doação 
Doação é contrato de natureza gratuita e unilateral. Na remissão, nem 
sempre estará presente o intuito de liberalidade, para a remissão é 
irrelevante o intuito com que é feita, o que não ocorre na doação. 
A remissão é o perdão de uma dívida, a doação é uma liberalidade. 
 
**CONFUSÃO: Opera-se a confusão, quando as qualidades de credor e devedor se reúnem na 
mesma pessoa, extinguindo a obrigação. 
 
 
51 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor 
e devedor. 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a 
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação 
anterior. 
 
**COMPENSAÇÃO: A compensação é uma forma de extinção da obrigação, em que as partes 
são, reciprocamente credora e devedora uma da outra. 
 
Confusão x compensação: na confusão a mesma pessoa reúne as qualidades de credor a e devedora, 
na compensação as duas partes são reciprocamente credora e devedora uma da outra, a compensação 
traz a ideia de RECIPROCIDADE. 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. 
Espécies de compensação: 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se 
compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode 
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. 
 
**TRANSAÇÃO: Nada mais é do que um NEGÓCIO JURÍDICO (eis que previsto na seção própria 
do CC/02) que previne ou termina um litígio, mediante concessões mútuas. 
 
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa 
controversa. 
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto 
de controvérsia entre as partes. 
Forma: 
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o exige, ou por 
instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita 
por escritura pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. 
Características: 
Art.848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta. 
Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados, independentes entre si, 
o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais. 
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou 
reconhecem direitos. 
 
52 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra 
parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e 
danos. 
Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa 
renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo. 
Efeitos: 
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga 
respeito a coisa indivisível. 
§ 1o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. 
§ 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros 
credores. 
§ 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores. 
 
#ATENÇÃO #APOSTACICLOS #DZIERODIREITO: 
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência de 
débito não tem o condão de interromper a prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp 1677895-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). 
A mera notícia de decisão judicial determinando a indisponibilidade forçada dos bens do réu, no cerne 
de outro processo, com objeto e partes distintas, não possui o condão de interromper a incidência dos 
juros moratórios. STJ. 3ª Turma. REsp 1740260-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
26/06/2018 (Info 629). 
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula 
penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. Ex: João celebrou contrato 
de promessa de compra e venda com uma incorporadora imobiliária para aquisição de um 
apartamento. João comprometeu-se a pagar 80 parcelas de R$ 3 mil e, em troca, receberia um 
apartamento. No início do contrato, João foi obrigado a pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, 
havia uma cláusula penal compensatória prevendo que, em caso de inadimplemento por parte de João, 
a incorporadora poderia reter 10% das prestações que foram pagas por ele. Trata-se de cláusula penal 
compensatória. Suponhamos que, após pagar 30 parcelas, João tenha parado de pagar as prestações. 
Neste caso, João perderá apenas as arras, mas não será obrigado a pagar também a cláusula penal 
compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com a imposição da cláusula penal 
compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a incorporadora autorizada a apenas reter 
o valor das arras, sem direito à cláusula penal. STJ. 3ª Turma. REsp 1617652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 26/09/2017 (Info 613). 
Em caso de mora, é possível que o credor exija do devedor o pagamento da taxa SELIC (como juros 
legais moratórios) e mais a correção monetária? NÃO. No cálculo da SELIC, além de um percentual a 
título de juros moratórios, já é embutida a taxa de inflação estimada para o período. Em outras palavras, 
a SELIC já engloba a correção monetária. Logo, se o credor, no caso de inadimplemento do devedor, 
exigir a dívida principal acrescida da SELIC e mais a correção monetária, ele estará cobrando duas vezes 
a correção monetária, o que configura bis in idem. STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1025298/RS, Rel. p/ 
Acórdão Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2012. A fixação da taxa dos juros moratórios, a 
 
53 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
partir da entrada em vigor do art. 406 do Código Civil de 2002, deve ser com base na taxa Selic, sem 
cumulação de correção monetária. STJ. 3ª Turma. REsp 1403005/MG, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 06/04/2017. 
 
11 Contratos: princípios; classificação; contratos em geral; disposições gerais; interpretação; extinção;
 espécies de contratos regulados no Código Civil. 
 
#ATENÇÃO#JÁCAIU#TJCE2018: 
Em um contrato, as partes pactuaram livremente o prazo de trinta dias para o exercício de 
eventual direito de arrependimento. 
Esse prazo possui natureza9 
a) prescricional e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
b) prescricional e somente pode ser suscitado pelas partes. 
c) decadencial e pode ser reconhecido de ofício pelo juiz. 
d) decadencial e somente pode ser suscitado pelas partes. 
e) diversa da prescricional ou decadencial. 
Contrato de prestações certas e determinadas no qual as partes possam antever as vantagens e 
os encargos, que geralmente se equivalem porque não envolvem maiores riscos aos pactuantes, 
é classificado como10 
a) benéfico. 
b) aleatório. 
c) bilateral imperfeito. 
d) derivado. 
e) comutativo. 
Para resolver a questão, precisamos saber as seguintes classificações: 
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes: onerosos e gratuitos. 
a) Gratuitos ou benéficos: são os contratos em que apenas uma das partes aufere benefício ou 
vantagem. 
b) Onerosos: ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício. A doutrina 
distingue os contratos gratuitos propriamente ditos dos contratos desinteressados. Aqueles 
acarretam uma diminuição patrimonial a uma das partes, como se dá nas doações puras. Esses, 
subespécies dos primeiros, não produzem esse efeito, malgrado beneficiem a outra parte (comodato 
e mútuo, p.ex.). 
Quanto aos riscos que envolvem a prestação: comutativos e aleatórios. 
Os contratos onerosos subdividem-se em comutativos e aleatórios. 
a) Comutativos: são os de prestações certas e determinadas. 
 
9 Letra D (trata-se de decadência convencional, já que o prazo prescricional não pode ser pactuado livremente pelas partes). 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
10 Letra E. 
 
54 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
b) Aleatórios: caracterizam-se pela incerteza, para as duas partes, acerca das vantagens e sacrifícios 
que deles pode advir. A prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento 
da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea, que é um fator 
desconhecido. Tem duas formas básicas consagradas no CC/02: a) contrato aleatório emptio spei – 
um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência da coisa; b) contrato aleatório 
rei speratae – o risco versa somente sobre a quantidade da coisa comprada. O risco, aqui, é menor. 
Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas: Bilaterais ou Unilaterais. 
a) Unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a 
doação pura, por exemplo. Se um só dos contratantes assumir obrigações em face do outro, de tal 
sorte que os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro, pois uma das partes não se 
obrigará, não havendo, portanto, qualquer contraprestação. 
EXEMPLO1: doação pura e simples em que, do concurso de vontades, nascem obrigações somente 
para o doador. 
b) Bilaterais: são os contratos em que cada um dos contratantes é simultânea e reciprocamente credor 
e devedor do outro, pois produzem direitos e obrigações para ambos, tendo por característica 
principal o SINALAGMA, ou seja, a dependência recíproca de obrigações (CONTRATOS 
SINALAGMÁTICOS). 
c) Contrato bilateral imperfeito: é o contrato unilateral que, por circunstâncias acidentais, ocorridas 
no curso da execução, geram obrigações para o contratante que não se comprometera. Essa 
obrigação posterior é eventual.Pode ocorrer com o depósito e o comodato quando, por exemplo, 
surgir para o depositante e o comodante, no decorrer da execução, a obrigação de indenizar certas 
despesas realizadas pelo comodatário e pelo depositário. O contrato bilateral imperfeito subordina-
se ao regime dos contratos unilaterais, porque as contraprestações não nascem com a avença (Carlos 
Roberto Gonçalves). 
➔ Reciprocamente considerados (quanto à independência contratual) 
a) Contratos principais: são os que existem por si, exercendo sua função e finalidade 
independentemente de outro. 
b) Contratos acessórios: são aqueles cuja existência jurídica pressupõe a dos principais, pois visam a 
assegurar a sua execução. EXEMPLO: a fiança (contrato composto) é contrato acessório, 
estabelecido para garantir a locação, que é contrato principal; logo, a fiança não poderá existir sem 
a locação. Incide, aqui, o princípio da gravitação jurídica, segundo o qual o acessório segue o 
principal; tudo o que ocorrer no principal repercute no acessório. Não repercute no principal, 
porém, o que ocorre no acessório. 
 
→ CONCEITO: contrato é uma espécie do gênero negócio jurídico por meio do qual duas ou mais 
partes, segundo a sua autonomia privada, visam atingir determinados interesses segundo princípios 
superiores de índole constitucional (devem obedecer a certos limites principiológicos de ordem pública). 
São exemplos desses princípios limitadores da autonomia contratual, o princípio da boa-fé objetiva e o 
princípio da função social. 
→ CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS: 
 
 
55 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Quando aos direitos e 
deveres das partes 
envolvidas: 
Contrato unilateral – é aquele em que apenas um dos contratantes assume 
deveres em face do outro. 
Contrato bilateral – os contratantes são simultânea e reciprocamente 
credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio direitos e 
deveres para ambos os envolvidos, de forma proporcional. 
Contrato plurilateral – envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres 
para todos os envolvidos, na mesma proporção. 
Quanto ao sacrifício 
patrimonial das partes: 
Contrato consensual – aquele que tem aperfeiçoamento pela simples 
manifestação de vontade das partes envolvidas. 
Contrato real – apenas se aperfeiçoa com a entrega da coisa, de um 
contratante para o outro. 
Quanto aos riscos que 
envolvem a prestação 
Contrato comutativo – aquele em que as partes já sabem quais são as 
prestações, ou seja, essas são conhecidas ou pré-estimadas. 
 
Contrato aleatório – a prestação de uma das partes não é conhecida com 
exatidão no momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de 
depender da sorte, da álea, que é um fator desconhecido. 
Quanto à previsão 
legal 
Contrato típico – aquele com uma previsão legal mínima, ou seja, com um 
estatuto legal suficiente. 
Contrato atípico – não há uma previsão legal mínima, como ocorre com o 
contrato de garagem ou estacionamento. 
Quanto à negociação 
do conteúdo das 
partes 
Contrato de adesão – aquele em que uma parte, o estipulante, impõe o 
conteúdo negocial, restando à outra parte, o aderente, duas opções: aceitar 
ou não o conteúdo desse negócio. 
Contrato paritário ou negociado – aquele em que o conteúdo é plenamente 
discutido entre as partes, o que constitui raridade no atual momento 
contratual. 
Quanto à presença de 
formalidades ou 
solenidades 
Contrato formal – aquele que exige qualquer formalidade, caso da forma 
escrita. Exemplo: o contrato de fiança deve ser celebrado por escrito (art. 
819 do CC). 
Contrato informal – não exige qualquer formalidade, constituindo regra 
geral pelo sistema civil brasileiro, pelo que consta do art. 107 do CC, que 
consagra o princípio da liberdade das formas. 
Contrato solene – aquele que exige solenidade pública. 
Contrato não solene – Não há necessidade de se lavrar a escritura pública 
em Tabelionato de Notas. 
Quanto à 
independência 
contratual – contratos 
coligados ou conexos: 
Contrato principal ou independente – existe por si só, não havendo 
qualquer relação de dependência em relação ao outro pacto. 
Contrato acessório – aquele cuja validade depende de um outro negócio, o 
contrato principal. O exemplo típico é o contrato de fiança, que depende 
de outro, como, por exemplo, de um contrato de locação de imóvel urbano. 
 
56 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Quanto ao momento 
de cumprimento 
Contrato instantâneo ou de execução imediata – aquele que tem 
aperfeiçoamento ecumprimento de imediato, caso de uma compra e venda 
à vista. 
Contrato de execução diferida – tem o cumprimento previsto de uma vez 
só no futuro. 
Contrato de execução continuada ou de trato sucessivo – tem o 
cumprimento previsto de 
forma sucessiva ou periódica no tempo. 
Quanto à 
pessoalidade 
Contratos pessoal, personalíssimos ou intuitu personae – aqueles em que a 
pessoa do contratante é elemento determinante de sua conclusão. 
Contrato impessoal – aquele em que a pessoa do contratante não é 
juridicamente relevante para a conclusão do negócio. 
Quanto à 
definitividade do 
negócio 
Contrato preliminar ou pré-contrato – negócio que tende à celebração de 
outro no futuro. 
Contrato definitivo – não têm qualquer dependência futura, no aspecto 
temporal. 
 
#DEOLHONASSUMULAS: 
Súmula 308 STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior 
à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 
Súmula 302 STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação 
hospitalar do segurado. 
#DEOLHONOSENUNCIADOS: 
JDC 360 – Art. 421: O princípio da função social dos contratos também pode ter EFICÁCIA INTERNA 
entre as partes contratantes. 
JDC - 355 – Art. 413: Não podem as partes renunciar à possibilidade de redução da cláusula penal se 
ocorrer qualquer das hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, por se tratar de preceito de 
ordem pública. 
JDC - 356 – Art. 413: Nas hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, o juiz deverá reduzir a 
cláusula penal de ofício. 
JDC 23 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina 
o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. 
JDC 584 - Com suporte na liberdade contratual e, portanto, em concretização da autonomia privada, 
as partes podem pactuar garantias contratuais atípicas. 
 
#IMPORTANTE #CESPEAMA: 
Contrato de transporte: 
Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por 
extravio ou perda de carga transportada por navio. 
 
57 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente 
responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave. 
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, 
não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva 
Contrato de seguro: 
Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do 
segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a 
suspensão ou resolução do contrato de seguro. 
Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro 
de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita 
se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do 
segurado. 
Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciaçãoou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, 
ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação 
pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do 
dano. 
Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime 
do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. 
Alienação Fiduciária: 
Súmula 293-STJ: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o 
contrato de arrendamento mercantil. 
Súmula 564-STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando 
a soma da importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda 
do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá direito de receber a 
respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras 
despesas ou encargos pactuados. 
Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva 
expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. 
Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado 
de registro do veículo automotor. 
Fiança: 
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual 
não anuiu. 
Consórcio: 
Súmula 538-STJ: As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa 
de administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento. 
Compromisso de compra e venda: 
 
58 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Súmula 84-STJ: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse 
advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro. 
Súmula 239-STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso 
de compra e venda no cartório de imóveis. 
 
#APOSTACICLOS #AJUDAMARCINHO: 
Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral (art. 205 
CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade 
extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins 
de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, 
abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. • 
Responsabilidade civil extracontratual: 3 anos. • Responsabilidade contratual: 10 anos. STJ. 2ª Seção. 
EREsp 1280825/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 
A certidão de parcelamento fiscal é suficiente para suprir a exigência prevista no inciso III do art. 71 
da Lei nº 8.245/91 (Lei de Locações) para efeito do ajuizamento de ação renovatória de locação 
empresarial. STJ. 3ª Turma. REsp 1698814-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
26/06/2018 (Info 629). 
Pessoa celebrou contrato de mútuo feneratício com instituição financeira. Por algum motivo (ex: 
nulidade, ato ilícito, abusividade etc.) o mutuário ingressou com ação judicial pedindo a resolução do 
contrato e a restituição das parcelas pagas. Se esta ação for julgada procedente, o mutuário terá 
direito de receber os valores pagos acrescidos de juros remuneratórios no mesmo percentual que 
era previsto no contrato para ser cobrado pelo banco mutuante? NÃO. O mutuário que celebrar 
contrato de mútuo feneratício com a instituição financeira mutuante, não tem direito de pedir 
repetição do indébito com os mesmos índices e taxas de encargos previstos no contrato. Tese 
aplicável a todo contrato de mútuo feneratício celebrado com instituição financeira mutuante: 
“Descabimento da repetição do indébito com os mesmos encargos do contrato”. STJ. 2ª Seção. REsp 
1552434-GO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 
628). 
É devida a condenação ao pagamento de taxa de ocupação (aluguéis) pelo período em que o 
comprador permanece na posse do bem imóvel, no caso de rescisão do contrato de promessa de 
compra e venda, independentemente de ter sido o vendedor quem deu causa ao desfazimento do 
negócio. Ex: João e Pedro celebraram promessa de compra e venda de um apartamento. Pedro 
(promitente comprador) estava morando no imóvel há 6 meses e pagando regularmente as 
prestações. Ocorre que o contrato foi desfeito por culpa de João. Todo o valor pago por Pedro 
deverá ser devolvido, assim como ele terá que ser indenizado pelas benfeitorias que realizou. Por 
outro lado, Pedro terá que pagar taxa de ocupação (aluguel) pelos meses em que morou no 
apartamento. O fundamento para isso não está na culpa, mas sim na proibição do enriquecimento 
sem causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1613613-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/06/2018 
(Info 629). 
 
59 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
O falecimento do consignante não extingue a dívida decorrente de contrato de crédito consignado 
em folha de pagamento. STJ. 3ª Turma. REsp 1498200-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
05/06/2018 (Info 627). 
Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do 
segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a 
suspensão ou resolução do contrato de seguro. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 23/05/2018, DJe 
28/05/2018. 
O prazo prescricional para a propositura de ação objetivando a restituição de prêmios em virtude de 
conduta supostamente abusiva da seguradora, amparada em cláusula contratual considerada 
abusiva, é de 1 (um) ano, por aplicação do art. 206, § 1º, II, "b", do Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 
1637474/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018. 
É vedada a exclusão de cobertura do seguro de vida na hipótese de sinistro ou acidente decorrente 
de atos praticados pelo segurado em estado de embriaguez. Tal cláusula é abusiva, com base nos 
arts. 3º, § 2º, e 51, IV, do CDC. STJ. 2ª Seção. EREsp 973725-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador Convocado Do TRF 5ª Região), julgado em 25/04/2018 (Info 625). 
Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro 
de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
STJ. 2ª Seção. Aprovada em 25/04/2018, DJe 07/05/2018 (Info 624). 
Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o magistrado deverá, 
independentemente de requerimento do devedor, proceder à sua redução. Fundamento: CC/Art. 
413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido 
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em 
vista a natureza e a finalidade do negócio. STJ. 4ª Turma. REsp 1.447.247-SP, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 19/04/2018 (Info 627). 
Nos contratos de compra e venda de imóveis, a falta de registro da incorporação imobiliária não 
compromete os direitos transferidos ao promissário comprador, os quais podem ter efeitos perante 
terceiros. A ausência do registro da incorporação não torna nulo o contrato de compra e venda. O 
descumprimento, pela incorporadora, da obrigação prevista no art. 32 da Lei nº 4.591/64, consistente 
no registro do memorial de incorporação no Cartório de Imóveis e dos demais documentos nele 
arrolados, não implica a nulidade ou anulabilidade do contrato de promessa de compra e venda de 
unidade condominial. Assim, a promessa de compra e venda, ainda que não registrada, é oponível 
ao próprio vendedor ou a terceiros, haja vista que tal efeito não deriva da publicidade do registro,mas da própria lei. STJ. 3ª Turma. REsp 1490802/DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018. 
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita 
se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do 
segurado. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018. 
Não é abusiva a cláusula contratual que prevê a possibilidade de não renovação automática do 
seguro de vida em grupo por qualquer dos contratantes, desde que haja prévia notificação da outra 
parte. À exceção dos contratos de seguro de vida individuais, contratados em caráter vitalício ou 
plurianual, nos quais há a formação de reserva matemática de benefícios a conceder, as demais 
modalidades são geridas sob o regime financeiro de repartição simples, de modo que os prêmios 
 
60 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
arrecadados do grupo de segurados ao longo do período de vigência do contrato destinam-se ao 
pagamento dos sinistros ocorridos naquele período. Dessa forma, nos contratos de seguro de vida 
em grupo não há direito à renovação da apólice sem a concordância da seguradora ou à restituição 
dos prêmios pagos em contraprestação à cobertura do risco no período delimitado no contrato. Vale 
ressaltar que a seguradora pode decidir não mais renovar o contrato de seguro de vida, mesmo que 
não comprove que houve desequilíbrio atuarial-financeiro. Trata-se de um verdadeiro direito 
potestativo. STJ. 2ª Seção. REsp 1569627-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 22/02/2018 
(Info 622). 
Caracteriza-se evicção a inclusão de gravame capaz de impedir a transferência livre e desembaraçada 
de veículo objeto de negócio jurídico de compra e venda. Caso concreto: foi vendido um carro, mas, 
antes que pudesse ser transferido à adquirente, houve um bloqueio judicial sobre o veículo. Foi 
necessário o ajuizamento de embargos de terceiro para liberação do automóvel, sendo, em seguida, 
desfeito o negócio. Neste caso, caracterizou-se a evicção, gerando o dever do alienante de indenizar 
a adquirente pelos prejuízos sofridos. STJ. 3ª Turma. REsp 1713096-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 20/02/2018 (Info 621). 
 
12 Atos unilaterais. 13Títulos de crédito: disposições gerais; títulos ao portador, à ordem e nominativo. 
14 Responsabilidade civil. 
 
A responsabilidade civil deriva (pressupõe) da transgressão de uma norma jurídica preexistente, 
impondo ao causador do dano o dever jurídico de indenizar. 
A noção jurídica de responsabilidade civil pressupõe a atividade danosa de alguém que, atuando 
a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual), subordinando-se, dessa 
forma, às consequências do seu ato (obrigação de reparar). 
A responsabilidade civil deriva da agressão a um interesse eminentemente particular, sujeitando, 
assim, o infrator, ao pagamento de uma compensação pecuniária a vítima, caso não possa repor in 
natura o estado anterior de coisas. 
→ ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL: 
 
Conduta humana Nexo de causalidade Dano Fator de atribuição 
A conduta humana 
deve traduzir um 
comportamento 
omissivo/comissivo 
marcado pela 
VOLUNTARIEDADE 
(vontade consciente 
que guarde 
capacidade de 
discernimento com 
Nexo de causalidade, 
também requisito da 
responsabilidade civil, 
no âmbito da 
dogmática jurídica, 
traduz o vínculo 
necessário que une o 
comportamento do 
agente ao prejuízo 
causado. 
Traduz a lesão a um 
interesse jurídico 
tutelado, patrimonial 
ou moral. 
É aquele fator que 
justifica, torna 
plausível, que se 
atribua a alguém 
determinada 
responsabilidade. Em 
regra, é a culpa (é um 
fator de atribuição), 
gerando a 
responsabilidade 
subjetiva. 
 
61 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
aquilo que está 
realizando). 
 
DANO PATRIMONIAL DANO MORAL 
É o dano material, que atinge bens integrantes 
do patrimônio da vítima. Divide-se: 
Dano emergente (positivo): importa efetiva e 
imediata diminuição no patrimônio da vítima em 
razão do ato ilícito. 
Lucro cessante: são os efeitos mediatos ou 
futuros, reduzindo ganhos, impedindo lucros. 
O dano moral é a violação ao direito à 
dignidade (personalidade), que abarca o direito 
à intimidade, vida privada, honra, imagem. 
Abrange os bens integrantes de sua 
personalidade. Isso permite o reconhecimento 
do dano moral às vítimas que não possuem 
desenvolvimento intelectual/psíquico completo, 
seja pela idade, seja por deficiência. Então, o 
dano moral não está necessariamente vinculado 
a alguma reação psíquica da vítima. A dor, o 
sofrimento, o vexame podem ser consequências, 
não a causa, assim como a febre. 
 
#APOSTACICLOS #DIZERODIREITO #CESPEADORA: 
Os danos decorrentes de acidentes de veículos automotores sem vítimas não caracterizam dano 
moral in re ipsa. Vale ressaltar que é possível a condenação de danos morais em casos de acidente 
de trânsito, no entanto, trata-se de situação excepcional, sendo necessário que a parte demonstre 
circunstâncias peculiares que indiquem o extrapolamento da esfera exclusivamente patrimonial. STJ. 
3ª Turma. REsp 1653413-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/06/2018 (Info 627). 
As empresas provedoras de acesso à internet devem fornecer, a partir do endereço IP, os dados 
cadastrais de usuários que cometam atos ilícitos pela rede, mesmo que os fatos tenham ocorrido 
antes da entrada em vigor do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014). Existe um dever jurídico 
dos provedores de acesso de armazenar dados cadastrais de seus usuários durante o prazo de 
prescrição de eventual ação de reparação civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1622483/SP, Rel. Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, julgado em 15/05/2018. 
Uma revista fez uma reportagem sobre trabalho infantil. Para ilustrar a matéria, a revista utilizou fotos 
de crianças simulando como se estivessem trabalhando em minas de talco. Ocorre que os pais das 
crianças não autorizaram essas imagens. A revista deve ser condenada a pagar indenização por 
danos morais pela violação do direito de imagem das crianças que tiveram as fotos publicadas na 
reportagem sem a autorização dos pais. O ordenamento pátrio assegura o direito fundamental da 
dignidade das crianças (art. 227 do CF/88), cujo melhor interesse deve ser preservado de interesses 
econômicos de veículos de comunicação. O dever de indenização por dano à imagem de criança 
veiculada sem a autorização do representante legal é in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1628700/MG, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/02/2018. 
Um menor, após ingerir bebida alcoólica, pegou o carro que pertencia à empresa de sua família e foi 
dirigir levando um amigo no carona. O menor conduzia o automóvel em alta velocidade e, após 
perder o controle em uma curva, colidiu com um poste, ocasionando graves lesões no amigo que 
 
62 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
resultaram, inclusive, na amputação parcial de um de seus braços. O STJ afirmou que os pais e a 
empresa proprietária do veículo são responsáveis solidariamente pelo pagamento da indenização à 
vítima (amigo que estava no banco do carona). Em regra, a responsabilidade civil é individual de 
quem, por sua própria conduta, causa dano a outrem. Porém, em determinadas situações, o 
ordenamento jurídico atribui a alguém a responsabilidade por ato de outra pessoa – como no caso 
em questão, em que cabe aos pais reparar os danos causados pelo filho menor, conforme prevê o 
art. 932 do Código Civil. Além disso, em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo 
responde objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que provoca o 
acidente. Assim, a empresa proprietária do veículo também tem responsabilidade. A vítima terá que 
ser indenizada porque o menor agiu com culpa grave, nos termos da Súmula 145 do STJ: “No 
transporte desinteressado, de simples cortesia,o transportador só será civilmente responsável por 
danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. STJ. 3ª Turma. REsp 
1637884/SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018. 
Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo 
necessária a comprovação nos autos do prejuízo sofrido. Apesar disso, é possível a utilização de 
presunções e regras de experiência para a configuração do dano, mesmo sem prova expressa do 
prejuízo, o que sempre comportará a possibilidade de contraprova pela parte ou de reavaliação pelo 
julgador. Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto indevido de cambial, há uma 
presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma. REsp 1564955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 06/02/2018 (Info 619). Cuidado: existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo 
que pessoa jurídica pode sofrer dano moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 
1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619). 
Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade para 
o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários 
do seguro DPVAT. Isso porque o seguro DPVAT não tem natureza consumerista, faltando, portanto, 
pertinência temática. STJ. 2ª Seção. REsp 1091756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 13/12/2017 (Info 618). 
A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato histórico 
de repercussão social. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela 
publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Caso concreto: 
a TV Record exibiu reportagem sobre o assassinato da atriz Daniela Perez, tendo realizado, inclusive, 
uma entrevista com Guilherme de Pádua, condenado pelo homicídio. Foram exibidas, sem prévia 
autorização da família, fotos da vítima Daniela. O STJ entendeu que, como havia relevância nacional 
na reportagem, não se aplica a Súmula 403 do STJ, não havendo direito à indenização. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1631329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
24/10/2017 (Info 614). 
As normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor não se aplicam ao seguro obrigatório 
(DPVAT). STJ. 3ª Turma. REsp 1635398-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/10/2017 
(Info 614). 
A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na 
conduta caracteriza dano moral in re ipsa. Durante uma discussão no condomínio, um morador, que 
 
63 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
é policial, algemou e prendeu seu vizinho, após ser por ele ofendido verbalmente. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1675015-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017 (Info 612). 
A demora da pessoa em buscar a indenização por dano moral é um fator que, em conjunto com as 
demais circunstâncias, pode influenciar na fixação do quantum indenizatório. Esse entendimento, 
contudo, não se aplica quando os autores eram menores de idade no momento do ato ilícito e 
somente ajuizaram a ação quando completaram a maioridade. Assim, a demora na busca da 
compensação por dano moral, quando justificada pela interrupção prescricional da pretensão dos 
autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia apta a influenciar a fixação do 
valor indenizatório. Ex: João foi atropelado por um ônibus e faleceu, deixando dois filhos: Beatriz 
(4meses) e Pedro (1 ano).17 anos após o acidente, Pedro e Beatriz ajuizaram ação de indenização por 
danos morais contra a empresa de ônibus pela perda de seu pai. O fato de terem esperado completar 
a maioridade para proporem a ação não é motivo para que a indenização seja reduzida. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1529971-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611). 
O fato gerador da cobertura do seguro obrigatório DPVAT é o acidente causador de dano pessoal 
provocado por veículo automotor de via terrestre ou por sua carga, admitida a indenização securitária 
na hipótese excepcional em que o veículo automotor esteja parado ou estacionado. Assim, embora 
a regra no seguro DPVAT seja o sinistro ocorrer em via pública, com o veículo em circulação, há 
hipóteses, excepcionais, em que o desastre pode se dar com o veículo parado ou estacionado. Exs: 
explosões, incêndios e danos oriundos de falha mecânica ou elétrica que causem lesões ao condutor 
ou a terceiros. Vale ressaltar que o essencial é que o veículo seja o causador do dano (mesmo que 
esteja em trânsito). Se um pedestre tropeça em um buraco e cai no automóvel que está parado, por 
exemplo, aí não será devido o DPVAT porque o carro não foi o causador do acidente, sendo este 
apenas parte do cenário do infortúnio. STJ. 3ª Turma. REsp 1358961/GO, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 15/09/2015. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1376847/SC, Rel. Min. Marco Buzzi, 
julgado em 12/09/2017. 
As ofensas generalizadas proferidas por cantora contra policias militares que realizavam a segurança 
do show atingem, de forma individualizada, cada um dos integrantes da corporação que estavam de 
serviço no evento e caracterizam dano moral in re ipsa, devendo a artista indenizar cada um dos 
policiais que trabalhavam no local. STJ. 3ª Turma. REsp 1677524-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 3/8/2017 (Info 609). 
A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao amparo MATERIAL do filho gera danos morais, 
passíveis de compensação pecuniária. O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de 
dispor de recursos, deixa de prestar assistência MATERIAL ao filho, não proporcionando a estas 
condições dignas de sobrevivência e causando danos à sua integridade física, moral, intelectual e 
psicológica, configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do Código Civil. STJ. 4ª Turma. REsp 1087561-
RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 13/6/2017 (Info 609). 
É indevida a indenização relativa ao seguro obrigatório – DPVAT, na hipótese em que o acidente de 
trânsito que vitimou o segurado tenha ocorrido no momento de prática de ilícito penal doloso. STJ. 
3ª Turma. REsp 1661120-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/5/2017 (Info 604). 
Determinada pessoa sofreu acidente de trânsito que causou sua invalidez permanente. Ela não 
requereu indenização DPVAT. Meses depois, ela faleceu por outras razões. Seus herdeiros poderão 
 
64 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
cobrar a indenização do DPVAT que ela deveria ter recebido quando estava viva? SIM. Os sucessores 
da vítima têm legitimidade para ajuizar ação de cobrança de pagamento de indenização do seguro 
DPVAT por invalidez permanente ocorrida antes da morte daquela. O direito à indenização do seguro 
DPVAT por invalidez permanente integra o patrimônio da vítima e transmite-se aos seus sucessores 
com o falecimento do titular. Os sucessores, portanto, têm legitimidade para propor a ação de 
cobrança da quantia correspondente. STJ. 4ª Turma. REsp 1185907-CE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 14/2/2017 (Info 598). 
A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente configura 
elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. STJ. 3ª Turma. REsp 1642318-MS, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/2/2017 (Info 598). 
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que ele 
não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta O art. 932 do CC prevê que os 
pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos praticados por seus filhos menores 
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade 
e companhia dos pais em relação aos filhos, quis explicitar o poder familiar (a autoridade parentalnão se esgota na guarda), compreendendo um plexo de deveres, como proteção, cuidado, educação, 
informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e diária, sendo 
irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos. Em outras 
palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de 
que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta. STJ. 4ª Turma. REsp 
1436401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). Obs: cuidado com o REsp 
1232011-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/12/2015 (Info 575), precedente em 
sentido um pouco diverso envolvendo uma mãe que morava em outra cidade. 
A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor a ação somente contra o pai do garoto, 
não sendo necessário incluir o adolescente no polo passivo. Em ação indenizatória decorrente de ato 
ilícito, não há litisconsórcio necessário entre o genitor responsável pela reparação (art. 932, I, do CC) 
e o menor causador do dano. É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo 
em conta que os direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito, intente 
ação contra ambos – pai e filho –, formando-se um litisconsórcio facultativo e simples. Ex: Lucas, 15 
anos de idade, brincava com a arma de fogo de seu pai e, por imprudência, acabou acertando um 
tiro em Vítor, que ficou ferido, mas sobreviveu. Vítor ajuizou ação de indenização por danos morais 
e materiais contra João (pai de Lucas). Não era necessário que Vítor propusesse a ação contra João 
e Lucas, em litisconsórcio. Vale a pena esclarecer, no entanto, que seria plenamente possível que o 
autor (vítima) tivesse, por sua opção e liberalidade, ajuizado a ação contra ambos (pai e filho). Neste 
caso, teríamos uma hipótese de litisconsórcio: facultativo e simples. STJ. 4ª Turma. REsp 1436401-MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). 
A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e 
equitativa. Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão 
responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. 
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a 
vítima. Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio 
 
65 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
mínimo do infante. Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação 
do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz. A responsabilidade dos pais dos filhos 
menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1436401-MG, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). 
 
#ATENÇÃO #JÁCAIU #TJCE2018: 
Pedro descobriu que seu nome havia sido inscrito em órgãos de restrição ao crédito por 
determinada instituição financeira em decorrência do inadimplemento de contrato fraudado por 
terceiro. 
Nesse caso hipotético, a instituição financeira11 
a) não responderá civilmente, uma vez que se trata de fato de terceiro, mas deverá proceder à 
retirada do registro negativo no nome de Pedro. 
b) não responderá civilmente, porque a fraude configura uma excludente de caso fortuito 
externo. 
c) responderá civilmente na modalidade objetiva integral. 
d) responderá civilmente apenas se Pedro comprovar que sofreu prejuízos devido à inscrição de 
seu nome nos órgãos de restrição ao crédito. 
e) responderá civilmente na modalidade objetiva, com base no risco do empreendimento. 
 
15 Preferências e privilégios creditórios. 16 Direito de empresa: empresário; empresa 
Individual de responsabilidade limitada; sociedade; estabelecimento; institutos 
Complementares. 17 Posse. 
 
→ TEORIAS DA POSSE: 
a) Teoria subjetivista ou subjetiva (Savigny): Para Savigny, a posse consistiria no poder exercido 
sobre determinada coisa (corpus), com o propósito de tê-la para si (animus). Seu conceito decompunha-
se em dois elementos: ANIMUS (intenção de ter a coisa) e CORPUS (poder de apreensão sobre a coisa). 
Essa teoria NÃO foi adotada pelo CC/02, sendo relevante apenas para usucapião. 
b) Teoria objetiva ou objetivista (Ihering): Para Ihering, a posse não deveria se decompor em dois 
elementos independentes. Objetivamente, na linha da sua Teoria Simplificada da Posse, poderíamos 
conceituá-la apenas como a exteriorização da propriedade, ou seja, possuidor seria aquele que, 
exercendo poderes de dono, imprimisse destinação econômica à coisa. Ter a posse é comportar-se 
como dono, proprietário, mesmo que não seja. 
 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos 
poderes inerentes à propriedade. 
 
 
11 Letra E. Súmula 479 do STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos 
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
 
66 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Muito embora o CC/02 adote a Teoria Objetiva de Ihering, existem concessões à teoria subjetiva 
de Savigny no próprio CC/02. Ex.: Quando o CC/02 trata da Usucapião, faz uma concessão à teoria 
subjetiva, porque para usucapião um dos requisitos exigidos é posse com animus domini (intenção de 
ser dono). 
d) Teoria da função social da posse: Posse = Corpus + Função Social. 
 
#PECULIARIDADES#ATENÇÃO#OLHAOSCONCEITOS: 
→ Diferença entre jus possidendi e jus possessionis: Jus possidendi consiste no direito à posse 
derivado de um título (imissão na posse, posse do proprietário). O jus possessionis caracteriza o 
direito resultante do exercício da posse (direito pelo fato de já estar lá, sem perquirir título). 
 
→ Fâmulo da posse: É também entendido pela doutrina como gestor da posse ou servidor da posse. 
Não sendo possuidor, segue instruções do proprietário ou legítimo possuidor. Trata-se do mero 
detentor da coisa, aquele que conserva a posse em nome de outrem, tendo com este, relação de 
dependência ou subordinação. Exemplo: caseiro. 
→ Constituto possessório (ou cláusula constituti): O constituto possessório consiste na operação 
jurídica que altera a titularidade da posse, de maneira que, aquele que possuía em próprio nome 
passa a possuir em nome de outrem. Exemplo: Vendo a minha casa, mas permaneço como inquilino. 
A traditio brevi manu é o contrário. 
→ Traditio brevi manu: Aquele que possuía em nome de outrem, passa a possuir em nome próprio. 
É o caso do inquilino que compra a casa do senhorio. OBS: Traditio LONGA manu é outra coisa nada 
a ver com o tratado aqui. Trata-se de uma forma de tradição simbólica, sem o contato direto com a 
coisa. Exemplo: Estou na montanha da Fazenda e vendo o rebanho para o outro, lá de cima 
celebramos o negócio. 
→ Autotutela da posse: Trata-se de um meio legítimo de autodefesa, exercido segundo o princípio 
da proporcionalidade, nos termos do §1º do art. 1.210, em duas situações: legítima defesa (está 
sofrendo a agressão à posse, está sendo turbado) ou desforço incontinenti (já sofreu a agressão à 
posse, perdeu a posse, foi esbulhado). 
Art. 1.210 § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria 
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável 
à manutenção, ou restituição da posse. 
→ Posse precária: É uma posse a título de favor, que pode ser requisitada a qualquer momento. Este 
empréstimo não tem aptidão a gerar usucapião, pois lhe falta o animus domini. Segundo a doutrina 
de Clóvis Beviláqua, a concessão da posse precária, uma posse de favor, é lícita. No entanto, se no 
momento em que se exige a coisa de volta, o possuidor resiste,a posse passa a ser injusta pelo vício 
da precariedade. OBS: Denomina-se interversão da posse (interversio possessionis) a situação em 
que o possuidor afronta o antigo proprietário como se fosse dono, conforme vemos no Enunciado 
237 da III Jornada. 
Art. 1.203: É cabível a modificação do título da posse – interversio possessionis – na hipótese em que 
o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição ao antigo possuidor 
indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini. 
 
 
67 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Exemplos de função social da posse: 
Redução dos prazos de usucapião extraordinário e ordinário: art. 1.238, parágrafo único, do CC; 
e art. 1.242, parágrafo único, do CC.O CC diz que se o Usucapiente estiver morando ou tiver tornado a 
terra produtiva, o Juiz pode reduzir em 5 anos o prazo de usucapião (o extraordinário cai de 15 para 
10; o ordinário cai de 10 para 5). Isso significa que o Juiz pode reduzir em 5 anos o prazo de usucapião, 
quando o usucapiente estiver cumprindo a função social da posse. 
Impossibilidade de discutir propriedade em sede de ação possessória: Segundo o art. 1.210, §2º, 
do CC, “não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito 
sobre a coisa”. Assim, na ação possessória não se deve discutir propriedade. Com efeito, a ação 
possessória vai ser julgada em favor do melhor possuidor, pouco importando quem seja o proprietário. 
Desapropriação judicial por interesse social: tem previsão nos §§ 4º e 5º do Art. 1.228 do CC. 
#COLANARETINA: 
 
DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL POR INTERESSE SOCIAL 
Imóvel em extensa área 
Posse ininterrupta e de boa-fé 
Posse por mais de 5 anos 
Considerável número de pessoas 
Realização de obras e serviços de interesse social e econômico relevante (posse-trabalho) 
Mediante justa indenização 
 
#ATENÇÃO: Não confundir a Desapropriação Judicial Indireta com o Usucapião Especial Urbano 
Coletivo (arts. 10 a 12 do Estatuto da Cidade). São institutos muito parecidos e com o mesmo 
fundamento, que é a função social da posse. 
→ CLASSIFICAÇÃO DA POSSE: 
Quanto ao título: 
a) posse com título (ius possidendi) – há causa representativa. Posse causal 
ou posse civil. 
b) posse sem título (ius possessionis, quod possideo) – não há causa 
representativa. Posse natural ou posse ato-fato. 
Quanto ao tempo: 
a) posse nova. 
b) posse velha – tem pelo menos 1 ano e 1 dia. 
Quanto aos efeitos: 
a) posse usucapível. 
b) posse ad interdito: possibilita o manejo dos interditos proibitórios. 
Quanto ao 
desdobramento ou 
relação pessoa-coisa: 
a) posse direta: Quem está em contato com a coisa. Ex.: Inquilino. 
b) posse indireta: Não está em contato com a coisa. Ex.: Locador. 
Quanto aos vícios 
objetivos: 
a) posse justa: “limpa”, sem vícios objetivos. 
b) posse injusta: 
→Violenta (física/psíquica): Ex.: do Pablo e Fredie disputando a Fazenda. A 
posse só começa quando Fredie expulsa Pablo: posse injusta decorrente de 
violência. É o roubo. 
 
68 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→Clandestina (ocultamento): Sujeito entra na casa do outro escondido, 
quando o cidadão viaja e começa a exercer posse injusta, nascida da 
clandestinidade. É o furto. 
→Precária (abuso de confiança): A posse é injusta por vício de precariedade 
quando o possuidor não devolve a coisa no tempo aprazado. É a 
apropriação indébita. 
Quanto aos vícios 
subjetivos: 
a) posse de boa fé: ignora obstáculo para aquisição da propriedade ou tem 
um justo título. 
b) posse de má fé: não ignora obstáculo para aquisição do domínio e não 
tem justo título. 
→ Posse originária e derivada: 
Posse originária é aquela que não tem vínculo de aquisição com possuidor anterior. Pego um livro 
abandonado num depósito de lixo, por exemplo: minha posse é originária, pois me apoderei, com 
animus domini, de uma res derelicta. 
A posse derivada é aquela adquirida de outro possuidor. Assim, o inquilino tem posse derivada. Sua 
posse é própria, justa, de boa-fé, mas derivada, em face do vínculo com o antigo titular. 
→ Posse ad interdicta e ad usucapionem: 
Posse ad interdicta é aquela hábil à proteção pelos interditos possessórios. Basta que ela não seja 
violenta, clandestina ou precária, perante o oponente. 
Posse ad usucapionem é aquela que autoriza a aquisição por usucapião. Para se adquirir por 
usucapião é necessário, além do fato da posse, que ela seja própria, com animus domini, mansa e 
pacífica, pelo prazo mínimo de lei, entre outros requisitos. 
 
→ RESPONSABILIDADE CIVIL DO POSSUIDOR: Se o possuidor está de boa-fé, a sua 
responsabilidade é subjetiva. E ele só responde pela perda ou deterioração da coisa se provada a sua 
culpa pela perda ou deterioração da coisa. Por outro lado, se o Possuidor está de má-fé, a sua 
responsabilidade se torna objetiva COM RISCO INTEGRAL. O possuidor de má-fé responde pela perda 
ou deterioração da coisa, independentemente de culpa, mesmo que proveniente de caso fortuito ou 
força maior (responsabilidade objetiva com risco integral). 
 
 FRUTOS BENFEITORIAS RESPONSABILIDADE 
BOA- FÉ: 
Tem direito aos frutos, 
salvo pendentes. 
Tem direito às necessárias e 
úteis, podendo levantar as 
voluptuárias, sem causar 
prejuízo da coisa. 
Só responde pela coisa se 
houver dolo ou culpa. 
MA -FÉ: 
Não tem direito, e 
responde pelos frutos 
colhidos e que deixou de 
colher. 
Tem direito as benfeitorias 
necessárias (indenização, 
mas não retenção). 
Responde pela coisa ainda 
que por fato acidental (caso 
fortuito e força maior). 
 
18 Direitos reais: disposições gerais; propriedade; superfície; servidões; usufruto; uso; 
 
69 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
habitação; direito do promitente comprador. 
 
→ PROPRIEDADE: Trata-se de um direito real complexo, definido no art. 1.228 e compreensivo das 
faculdades reais de usar, gozar/fruir, dispor e reivindicar a coisa, segundo a sua função social. Reunindo 
todos esses poderes, o sujeito adquire a propriedade plena ou alodial (concentração dos atributos de 
usar, gozar, dispor e reivindicar como proprietário). A propriedade se instrumentaliza pelo domínio. 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder 
de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e 
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a 
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a 
poluição do ar e das águas. 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam 
animados pela intenção de prejudicar outrem. 
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade 
pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, 
na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas 
nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
interesse social e econômico relevante. 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o 
preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
Atributos da Propriedade 
Direito complexo Absoluta Perpétua 
Exclusiva (em 
regra) 
Elástica 
 
→ Modo de Aquisição da Propriedade: 
 
REGISTRO: O registro imobiliário é modo de adquirir propriedade, firmando, como regra, presunção 
relativa de veracidade. 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro 
deImóveis. 
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do 
imóvel. 
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o 
respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e 
este o prenotar no protocolo. 
 
70 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
ACESSÃO: Modo de aquisição de propriedade imobiliária, no qual se opera a união física da coisa 
acessória à coisa principal, aumentando o volume desta. 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se: 
I - Por formação de ilhas; 
II - por aluvião; 
III - por avulsão; 
IV - por abandono de álveo; 
V - por plantações ou construções. 
USUCAPIÃO: A Usucapião não se limita a coisas imóveis, tampouco fica restrita à aquisição de 
propriedade. A usucapião é meio de se adquirir outros direitos reais, tais como servidão, enfiteuse 
etc. A usucapião (seja móvel ou imóvel) tem como fundamento emprestar juridicidade a uma situação 
fática que se prolongou no tempo. Trata-se de uma forma de prescrição, mas que não extingue 
direitos, pelo contrário, cria direitos, é uma forma de prescrição aquisitiva. Por isso, submete-se a 
todas as causas de suspensão e interrupção previstas na parte geral do CC. Trata-se de um modo 
originário de aquisição de propriedade (prescrição aquisitiva), por meio da posse contínua, pacífica, 
com animus domini (intenção de tornar a coisa como sua – Savigny influencia pontos do sistema, 
muito embora tenhamos nos perfilhado a Ihering) e segundo o decurso do tempo estabelecido na 
lei. 
 
→ USUCAPIÃO (PRESCRIÇÃO AQUISITIVA): É uma forma de aquisição originária da propriedade. A 
sentença de usucapião tem natureza declaratória. 
Requisitos gerais de usucapião: 
- Pacificidade. 
- Animus domini: o possuidor deve exercer a posse com intenção de ser dono. 
A) Usucapião Ordinária (art. 1.242, CC): 
1. Posse Pacífica e Contínua por 10 anos. 
2. Boa Fé Subjetiva. 
3. Justo Título. 
 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com 
justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social 
e econômico. 
 
B) Usucapião Ordinária Reduzida: O prazo de usucapião ordinária pode ser reduzido em 05 
anos em caso de exercício de posse-trabalho. Requisitos: 
1. Posse-trabalho: moradia ouinvestimentos de interesse social e econômico. 
2. O imóvel deve ter sido adquirido onerosamente. 
3. O contrato deve ter sido registrado e posteriormente cancelado. 
 
71 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
C) Usucapião Extraordinária (art. 1238): 
1. Posse Pacífica e Contínua por 15 anos. 
2. Presunção absoluta de justo título e boa-fé. 
 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, 
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o 
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver 
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
D) Usucapião Extraordinária Reduzida: O prazo de usucapião extraordinária pode ser 
reduzido em 05 anos em caso de exercício de posse-trabalho. Nesta modalidade, basta o imóvel ser 
utilizado para moradia habitual ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
E) Usucapião Especial Rural (art. 1239 do CC): 
1. Posse Pacífica e Contínua de 05 anos. 
2. Área Rural não superior a 50 hectares. 
3. Presunção Absoluta de Justo Título. 
4. Não pode ser possuidor de outro imóvel rural ou urbano. 
5. O possuidor deve utilizar o bem para moradia e torna-lo produtivo. 
 
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco 
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, 
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
 
F) Usucapião Especial Urbana (art. 1240). 
1. Posse Pacífica e Contínua de 05 anos. 
2. Área Urbana não superior a 250 m². 
3. Presunção Absoluta de Justo Título. 
4. O possuidor deve utilizar o bem para moradia do possuidor/usucapiente e de sua família. 
5. Não pode ser proprietário de outro imóvel e o direito só pode ser exercido uma única 
vez. 
 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, 
por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, 
independentemente do estado civil. 
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de 
uma vez. 
 
 
72 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
G) Usucapião Especial Urbana por Abandono de Lar (art. 1.240-A): É chamada usucapião 
conjugal ou pró-família. 
1. Só pode ser pleiteada por quem é casado ou vive em união estável e só pode ter como 
réu o outro cônjuge ou companheiro. 
2. Só pode ser pleiteada a usucapião da metade do imóvel. O usucapiente já deve ser 
proprietário da outra metade. 
3. Deve estar caracterizado o abandono do lar conjugal. Basta separação de fato. 
4. Posse Pacífica, Contínua e Exclusiva por 02 anos. O dispositivo fala em “posse direta”. 
5. Imóvel urbano de até 250m². 
6. Não pode ser proprietário de outro imóvel. 
7. Somente pode pleitear esse direito uma única vez. 
 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja 
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua 
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
 
H) Usucapião Coletiva (art. 10, Estatuto da Cidade): Pessoal, atenção à alteração legislativa 
promovida em 2017, que mudou a redação do artigo que trata da usucapião coletiva, no Estatuto da 
Cidade (art. 10). 
 
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total 
dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor 
são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de 
outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) NOVIDADE!!! 
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de 
seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. 
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual 
servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. 
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da 
dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, 
estabelecendo frações ideais diferenciadas. 
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação 
favoráveltomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização 
posterior à constituição do condomínio. 
§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos 
dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. 
 
#OLHAOGANCHO: Usucapião coletiva urbana x Desapropriação judicial privada (art. 1.228, §4º): 
 
73 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
- Na usucapião coletiva urbana, os ocupantes deveriam ser de baixa renda; na desapropriação judicial 
privada, não há essa necessidade. Contudo, a Lei 13.645/2017 deixou de mencionar as famílias de baixa 
renda, passando a mencionar “núcleos urbanos informais existentes”. Assim, houve a substituição de 
um critério subjetivo – levando-se em conta a situação econômica dos ocupantes –, por um objetivo – 
a situação da área. 
- Na usucapião coletiva urbana, a área deveria ter, no mínimo, 250 m², exigência que não está presente 
na desapropriação judicial privada, bastando uma “extensa área”. Com a alteração do Estatuto da 
Cidade pela Lei 13.465/2017, está previsto que a área total, dividida pelo número de possuidores, deve 
ser inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados, para cada possuidor. Portanto, não há mais 
menção a uma área mínima total, considerando-se as áreas individualizadas. De todo modo, nota-se 
que a lei específica continua a adotar um critério métrico relativo à área, o que não ocorre com o 
instituto previsto no Código Civil. 
- A usucapião coletiva somente se aplica aos imóveis urbanos, enquanto a desapropriação judicial 
privada pode ser aplicada aos imóveis urbanos ou rurais. 
- Na usucapião, não há direito à indenização, ao contrário da desapropriação judicial privada. 
 
#APOSTACILOS#COLANARETINA#AJUDAMARCINHO: 
É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por lei se complete no curso do 
processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do CPC/2015, ainda que o réu tenha apresentado 
contestação. Em março de 2017, João ajuizou ação pedindo o reconhecimento de usucapião especial 
urbana, nos termos do art. 1.240 do CC (que exige posse ininterrupta e sem oposição por 5 anos). Em 
abril de 2017, o proprietário apresentou contestação pedindo a improcedência da demanda. As 
testemunhas e as provas documentais atestaram que João reside no imóvel desde setembro de 2012, 
ou seja, quando o autor deu entrada na ação, ainda não havia mais de 5 anos de posse. Em novembro 
de 2017, os autos foram conclusos ao juiz para sentença. O magistrado deverá julgar o pedido 
procedente considerando que o prazo exigido por lei para a usucapião se completou no curso do 
processo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
05/06/2018 (Info 630). 
O credor hipotecário tem interesse de agir para propor ação em face do mutuário visando ao 
cumprimento de cláusula contratual que determina a observância dos padrões construtivos do 
loteamento. Ex: João celebrou contrato de compra e venda de um imóvel (terreno) em um loteamento. 
O contrato de compra e venda foi celebrado entre João e a sociedade empresária Constrói Ltda. 
Ocorre que neste contrato de compra e venda havia ainda um pacto adjeto (contrato acessório) de 
mútuo feneratício com garantia hipotecária, que foi firmado entre João e a sociedade empresária 
Habitac Crédito Imobiliário S.A. Por força deste pacto adjeto, João recebeu da Habitac um empréstimo 
(mútuo) para adquirir o imóvel e, como garantia de que iria pagar a dívida, deu o bem em hipoteca. 
A ideia deste loteamento era a de que todas as casas ali construídas fossem parecidas e mantivessem 
uma qualidade mínima. Assim, no contrato havia cláusulas dizendo os padrões que deveriam ser 
respeitados no momento da construção (ex: construção toda em alvenaria, fachada com mármore ou 
granito etc). João construiu a sua casa no loteamento, mas não respeitou os padrões previstos no 
contrato. O estilo da fachada não estava igual ao que determinava o projeto e os materiais 
empregados eram de menor qualidade que o exigido. Diante disso, a empresa Habitac Crédito 
 
74 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Imobiliário S.A. ajuizou ação de obrigação de fazer contra João pedindo que ele fosse condenado a 
reformar a casa a fim de deixá-la dentro dos padrões previstos no contrato. O STJ afirmou que a 
credora hipotecária tem interesse de agir para propor esta ação. Isso porque ela tem interesse jurídico 
na valorização do bem dado em garantia. Se o devedor não pagar a dívida, o bem dado em hipoteca 
será alienado. Logo, o credor hipotecário tem interesse em que o imóvel seja construído de acordo 
com os padrões estabelecidos para o loteamento a fim de que ele se mantenha valioso e, em caso de 
inadimplemento, possa ser vendido por um bom preço, pagando a dívida. STJ. 1ª Turma. REsp 
1400607-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/05/2018 (Info 628). 
É juridicamente possível o pedido de alienação judicial de bem imóvel objeto de compromisso de 
compra e venda. STJ. 3ª Turma. REsp 1.501.549-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018 
(Info 625). 
A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o arrendatário do imóvel. STJ. 
3ª Turma. REsp 1.704.498-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/04/2018 (Info 624). 
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, 
alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. 
Corte Especial. EREsp 1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623). 
Ao propor uma ação de usucapião, o autor deverá requerer a citação dos confinantes, ou seja, dos 
vizinhos que fazem fronteira com o imóvel que ele almeja. E o que acontece caso não haja a citação 
dos confinantes? Haverá nulidade absoluta do processo? Não. Apesar de amplamente recomendável, 
a falta de citação dos confinantes não acarretará, por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da 
sentença que declara a usucapião. Não há que se falar em nulidade absoluta, no caso. A ausência de 
citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião é considerada hipótese de 
nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se constate o efetivo prejuízo. STJ. 
4ª Turma. REsp 1432579-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616). 
O curso da prescrição aquisitiva da propriedade de bem que compõe a massa falida é interrompido 
com a decretação da falência. Ex: João é possuidor, há 4 anos e 6 meses, de uma área urbana de 
200m2, que utiliza para a sua própria moradia. Ele não tem o título de propriedade dessa área, mas 
lá mora há todos esses anos sem oposição de ninguém. Imagine que foi decretada a falência da 
empresa que é proprietária desse imóvel. Isso significa que, neste instante, o prazo para João adquirir 
o bem por usucapião vai ser interrompido, ou seja, vai recomeçar do zero. STJ. 3ª Turma. REsp 
1680357-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017 (Info 613). 
Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal 
decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime. João 
praticou um crime. Com o dinheiro obtido com o delito, ele comprou uma casa. No processo criminal, 
o juiz decretou, em março/2012, o sequestro da casa comprada. João fugiu e abandonou o imóvel. 
Em abril/2012, Pedro invadiu a casa e passou a morar lá. Em maio/2017, após mais de 5 anos morando 
no imóvel, Pedro ajuizou ação de usucapião (art. 1.240 do CC). A ação de usucapião estava tramitando 
até que, em outubro/2017, transitou em julgado a sentença do juiz condenando João pela prática do 
crime. Como efeito da condenação, o magistrado determinou o confisco da casa (art. 91, II, “b”, do 
CP). A ação de usucapião perde o objeto, considerando que este tema foidefinido no juízo criminal. 
 
75 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
STJ. 3ª Turma. REsp 1471563-AL, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/09/2017 (Info 
613). 
Oficina mecânica que realiza reparos em veículo, com autorização do proprietário, não pode reter o 
bem por falta de pagamento do serviço. STJ. 3ª Turma. REsp 1628385-ES, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 22/8/2017 (Info 610). 
O proprietário de terreno objeto de contrato de permuta com incorporadora/construtora, rescindido 
por decisão judicial no curso do processo falimentar desta, tem responsabilidade pelos danos sofridos 
pelos antigos adquirentes de unidades autônomas no empreendimento imobiliário inacabado. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1537012-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 20/6/2017 (Info 607). 
O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá 
os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de 
imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará sempre da 
gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes 
para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma 
presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa 
que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor 
não é considerado "necessitado". STJ. 3ª Turma. REsp 1517822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 21/2/2017 (Info 599). 
 
19 Direitos reais de garantia: características; princípios; penhor, hipoteca e anticrese. 
 
→ CONCEITO: É a vinculação do poder do credor sobre um bem pertencente ao devedor, ou seja, o 
direito real de garantia nada mais é do que vincular o cumprimento de uma obrigação a um bem 
pertencente ao devedor. São quatro os direitos reais de garantia: hipoteca, penhor, anticrese, alienação 
fiduciária. Se o devedor não paga, o bem dado em garantia é transferido ao credor. 
 
Requisitos Subjetivos para a Constituição de Direito Real de Garantia 
Capacidade do devedor: Já que 
afeta o patrimônio do devedor. 
Titularidade do bem: ninguém 
pode dar o que não lhe 
pertence. Carlos Roberto vai 
além: Fala que o devedor deve 
ter a disponibilidade do bem. 
Outorga do cônjuge (se bem 
imóvel): até porque um bem 
dado em garantia pode ser 
objeto de uma futura execução 
e alienação. 
Exceções: Onde se dispensa a 
outorga conjugal: 
*Regime de separação 
convencional de bens; 
*Regime de comunicação final 
nos aquestos, se o pacto 
antenupcial permitir a livre 
disposição dos bens imóveis 
particulares. 
 
76 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
*União estável (art. 1.647, I). 
 
Requisitos Objetivos para a Constituição de Direito Real de Garantia 
Alienável: É possível dar em garantia qualquer 
coisa alienável (as coisas que estão no 
comércio). Se o bem não é alienável, não pode 
ser dado em garantia, sob pena de NULIDADE 
DO ATO. 
Disponível: DISPONIBILIDADE da coisa, ou seja, 
que ela esteja no comércio. 
 
→ Efeitos Jurídicos da Garantia Real: 
*Direito de sequela do credor: Direito de seguir a coisa. Se o bem dado em garantia estiver com 
outra pessoa que não o devedor, não importa. O credor, ainda assim, tem o direito de executá-lo. 
*Direito de excussão: Direito de executar a coisa. O credor aqui tem direito a um bem específico do 
credor (só pode executar esse bem). 
*Indivisibilidade da garantia: A remição parcial da dívida (pagamento parcial) não libera o bem dado 
em garantia. Só ocorre a liberação com o cumprimento integral da obrigação. 
*Sub-rogação: O credor real se sub-roga no crédito do bem. Exemplo: Se o bem se perde, o 
pagamento da indenização feito pela seguradora reverte ao credor. 
*Preferência: O credor real tem preferência sobre o credor comum. Na frente do credor real, somente 
o credor trabalhista (Lei 11.101/05, art. 83). Depois deles vem o credor fazendário. Essa alteração na 
ordem do 2º e 3º colocado é uma manifestação da função social do direito real de garantia. 
*Proibição de cláusula comissória (art. 1.428). Não pode o credor ficar com o bem. Exceção: alienação 
fiduciária. 
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com 
o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. 
*Impossibilidade de utilização do bem pelo titular do direito real de garantia. 
 
→ ANTICRESE: É um direito real de garantia sobre bem imóvel frugífero (aquele que produz 
frutos/ é rentável). Através da anticrese, o credor anticrético vai receber a posse do bem a fim de que 
possa retirar os frutos da coisa e imputá-los no pagamento da dívida. O sujeito não retira os frutos para 
si, mas para abater a dívida. Se há juros estipulados, ele primeiro abate dos juros, e depois do principal. 
Como a anticrese só permite ao credor a retirada dos frutos, nada impede que a anticrese 
conviva harmonicamente com uma hipoteca. 
Contra o credor anticrético, cabe ação de prestação de contas, para que ele dê contas daquilo 
que retirou do bem. 
O CC estabelece o prazo máximo de 15 anos para a anticrese (1.423). Menor pode. Depois do 
prazo a anticrese é extinta, permanecendo a dívida, como dívida comum. O credor anticrético passa a 
ser credor quirografário. 
 
 
77 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; 
extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. 
 
→ PENHOR: Trata-se de direito real de garantia sobre bem MÓVEL alienável, corpóreo ou não, 
exigindo-se para sua constituição a tradição da coisa, nos termos do art. 1.431 do CC. 
 
Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor 
ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. 
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam 
em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. 
Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do 
penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos. 
 
Exceções: Navios e Aeronaves, apesar de serem bens móveis, não são suscetíveis de penhor, 
mas sim de hipoteca. São reputados como bens imóveis apenas para fim de hipoteca. 
O penhor, assim como todo direito real de garantia, tem natureza acessória. Exemplo: Penhor 
da CAIXA. O sujeito pede empréstimo e deixa o bem como garantia. 
Lembre-se que o credor pignoratício tem o direito de guardar a coisa, mas ele não pode ficar 
com a coisa para si, por causa da proibição da cláusula comissória. Ele tem que executar o devedor 
caso ele não cumpra a obrigação principal. 
O penhor se constitui por um contrato formal, e dependente da efetiva tradição do bem, da 
efetiva entrega da posse. E para que ele produza efeitos perante terceiros, exige-se o seu registro. 
→ HIPOTECA: Direito real de garantia sobre bens imóveis (ou considerados hipotecáveis por lei). 
É um direito real que se constitui pelo registro em Cartório de Imóveis, dispensando a tradição (fica na 
posse do devedor). Sem registro a hipoteca só produz efeitos intra partes. 
 
Objeto da hipoteca: 
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: 
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; 
II - o domínio direto; 
III - o domínio útil; 
IV - as estradas de ferro; 
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; 
VI - os navios; 
VII - as aeronaves; 
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; 
IX- o direito real de uso; 
 X - a propriedade superficiária. 
§ 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei especial. 
§ 2º Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos IX e X do caput deste artigo ficam 
limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos por período 
determinado. 
 
78 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
Espécies de Hipoteca 
Hipoteca convencional (regra 
geral): Aquela que depende de 
vontade das partes, com 
natureza contratual. 
Hipoteca judicial: Tem natureza 
processual, nos termos do art. 
495 do NCPC. 
Hipoteca legal (art. 1.489): É 
aquela onde a própria lei 
constitui a hipoteca em favor 
de determinados credores, que 
por sua condição ou em 
determinadas situações, 
precisam ser protegidos. É a 
qualidade do credor, e não do 
crédito, que justifica a sua 
constituição. 
 
20 Direito de família: casamento; relações de parentesco; regime de bens entre os cônjuges; usufrut
o e administração dos bens de filhos menores; alimentos; bem de família; união estável; concubinat
o; tutela; curatela. 
 
→ PARENTESCO: 
 
#DEOLHONAJURIS: 
É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, ou seja, mesmo após a morte 
do suposto pai/mãe socioafetivo. Em outras palavras, é possível que o suposto filho ingresse com 
ação pedindo para ser reconhecido como filho socioafetivo do pai ou mãe que já faleceu. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.500.999-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/4/2016 (Info 581). 
#CUIDADO: É imprescindível o consentimento de pessoa maior (do pretenso filho) para o 
reconhecimento de filiação post mortem. STJ. 3ª Turma. REsp 1688470-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 10/04/2018 (Info 623). 
O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar, são usufrutuários dos bens dos filhos 
(usufruto legal), bem como têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade, 
nos termos do art. 1.689, incisos I e II, do Código Civil. Por essa razão, em regra, não existe o dever 
de prestar contas acerca dos valores recebidos pelos pais em nome do menor, durante o exercício 
do poder familiar. Isso porque há presunção de que as verbas recebidas tenham sido utilizadas para 
a manutenção da comunidade familiar, abrangendo o custeio de alimentação, saúde, vestuário, 
educação, lazer, entre outros. Excepcionalmente, admite-se o ajuizamento de ação de prestação de 
contas pelo filho, sempre que a causa de pedir estiver fundada na suspeita de abuso de direito no 
exercício desse poder. Assim, a ação de prestação de contas ajuizada pelo filho em desfavor dos pais 
é possível quando a causa de pedir estiver relacionada com suposto abuso do direito ao usufruto 
legal e à administração dos bens dos filhos. STJ. 3ª Turma. REsp 1623098-MG, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 13/03/2018 (Info 622). 
A coisa julgada estabelecida em ações de investigação de paternidade deve ser relativizada nos casos 
em que, no processo, não houve a realização de exame de DNA e, portanto, não foi possível ter-se 
certeza sobre o vínculo genético (STF. Plenário. RE 363889, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
 
79 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
02/06/2011. Repercussão geral). O STJ entendeu, contudo, que essa relativização da coisa julgada 
NÃO se aplica às hipóteses em que o magistrado reconheceu o vínculo pelo fato de o investigado 
(ou seus herdeiros) terem se recusado a comparecer ao laboratório para a coleta do material 
biológico. Ex: Lucas ajuizou ação de investigação de paternidade contra João; este se recusou a fazer 
o DNA, razão pela qual o juiz julgou a demanda procedente e reconheceu que Lucas é filho de João 
(Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA 
induz presunção juris tantum de paternidade). Depois que esta sentença transitou em julgado, João 
ingressou com ação negatória de paternidade pedindo a relativização da coisa julgada e a realização 
de exame de DNA. Esta ação deverá ser extinta sem resolução do mérito pela coisa julgada (art. 485, 
V, do CPC). Em suma, a relativização da coisa julgada estabelecida em ação de investigação de 
paternidade – em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir 
as partes – não se aplica às hipóteses em que o reconhecimento do vínculo se deu, exclusivamente, 
pela recusa do investigado ou seus herdeiros em comparecer ao laboratório para a coleta do material 
biológico. STJ. 3ª Turma. REsp 1562239/MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
09/05/2017 (Info 604). 
É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança descumpre acordo 
homologado judicialmente sobre o regime de visitas. A aplicação das astreintes em hipótese de 
descumprimento do regime de visitas por parte do genitor, detentor da guarda da criança se mostra 
como um instrumento eficiente e também menos drástico para a criança. STJ. 3ª Turma. REsp 1481531-
SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 16/2/2017 (Info 599). 
REGRA: o CC determina que, quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do 
filho, o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada (art. 1.584, § 2º). EXCEÇÕES: Não será aplicada a 
guarda compartilhada se: a) um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do 
menor; b) um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar. O § 2º do art. 1.584 afirma 
que “encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar”, será aplicada a guarda 
compartilhada. O que significa essa expressão: “genitores aptos a exercer o poder familiar”? Quando 
o genitor não estará apto a exercer o poder familiar? A guarda compartilhada somente deixará de 
ser aplicada quando houver inaptidão de um dos ascendentes para o exercício do poder familiar, 
fato que deverá ser declarado, prévia ou incidentalmente à ação de guarda, por meio de decisão 
judicial (STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.994-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/12/2016. Info 595). 
O § 2º do art. 1.584 somente admite duas exceções em que não será aplicada a guarda compartilhada. 
A interpretação desse dispositivo pode ser relativizada? É possível afastar a guarda compartilhada 
com base em peculiaridades do caso concreto mesmo que não previstas no § 2º do art. 1.584 do CC? 
O STJ está dividido, havendo decisões em ambos os sentidos: 1ª) NÃO. A guarda compartilhada 
apresenta força vinculante, devendo ser obrigatoriamente adotada, salvo se um dos genitores não 
estiver apto a exercer o poder familiar ou se um deles declarar ao magistrado que não deseja a 
guarda do menor (STJ. 3ª Turma. REsp 1626495/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/09/2016). 
2ª) SIM. As peculiaridades do caso concreto podem servir como argumento para que não seja 
implementada a guarda compartilhada. Ex: se houver dificuldades geográficas (pai mora em uma 
cidade e mãe em outra, distante). Isso porque deve-se atentar para o princípio do melhor interesse 
dos menores. Assim, as partes poderão demonstrar a existência de impedimento insuperável ao 
 
80 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
exercício da guarda compartilhada, podendo o juiz aceitar mesmo que não expressamente previsto 
no art. 1.584, § 2º. A aplicação obrigatória da guarda compartilhada pode ser mitigada se ficar 
constatado que ela será prejudicial ao melhor interesse do menor (STJ. 3ª Turma. REsp 1605477/RS, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/06/2016). STJ. 3ª Turma. REsp 1629994-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 6/12/2016 (Info 595). 
O filho tem direito de ter reconhecida sua verdadeira filiação. Assim, mesmo que ele tenha nascido 
durante a constância do casamento de sua mãe e de seu pai registrais, ele poderá ingressar com 
ação de investigação de paternidade contra o suposto pai biológico. A presunção legal de que os 
filhos nascidos duranteo casamento são filhos do marido não pode servir como obstáculo para 
impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade. STF. Plenário. AR 1244 EI/MG, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 22/09/2016 (Info 840). 
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do 
vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios. Ex: 
Lucas foi registrado e criado como filho por João; vários anos depois, Lucas descobre que seu pai 
biológico é Pedro; Lucas poderá buscar o reconhecimento da paternidade biológica de Pedro sem 
que tenha que perder a filiação socioafetiva que construiu com João; ele terá dois pais; será um caso 
de pluriparentalidade; o filho terá direitos decorrentes de ambos os vínculos, inclusive no campo 
sucessório. STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840). 
#APOSTACICLOS 
É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação do registro de nascimento na 
hipótese em que isso for pleiteado pelo filho que foi registrado conforme prática conhecida como 
“adoção à brasileira”. Caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana cercear o 
direito de conhecimento da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade 
psicológica de se conhecer a verdade biológica. Assim, o filho tem direito de desconstituir a 
denominada "adoção à brasileira" para fazer constar o nome de seu pai biológico em seu registro de 
nascimento, ainda que preexista vínculo socioafetivo de filiação com o pai registral. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1167993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012. STJ. 3ª Turma. REsp 1417598-
CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2015 (Info 577). 
A ação de investigação de paternidade é imprescritível. O prazo decadencial de 4 anos estabelecido 
no art. 1.614 do CC/2002 aplica-se apenas aos casos em que se pretende, exclusivamente, 
desconstituir o reconhecimento de filiação, não tendo incidência nas investigações de paternidade, 
nas quais a anulação do registro civil constitui mera consequência lógica da procedência do pedido. 
#ATENÇÃO: • Ação pedindo apenas a desconstituição do reconhecimento de filiação: prazo de 4 
anos. • Ação pedindo a investigação de paternidade e a consequente desconstituição do 
reconhecimento de filiação: imprescritível. STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1259703-MS, Rel. Min. Maria 
Isabel Gallotti, julgado em 24/2/2015 (Info 556). 
O pai que questiona a paternidade de seu filho registral (não biológico), que ele próprio registrou 
conscientemente, está violando a boa-fé objetiva, mais especificamente a regra da "venire contra 
factum proprium" (proibição de comportamento contraditório). Para que seja possível a anulação do 
registro, é indispensável que fique provado que o pai registrou o filho enganado (induzido em erro), 
 
81 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
ou seja, é imprescindível que tenha havido vício de consentimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1330404-RS, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/2/2015 (Info 555). 
 
#DEOLHONASSÚMULAS: 
Súmula 1, STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de 
investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos. 
Súmula 149, STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição 
de herança. 
Súmula 277, STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir 
da citação. 
Súmula 301, STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA 
induz presunção juris tantum de paternidade. 
 
→ CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL: 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o 
que lhes aprouver. 
§ 1º. O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
§ 2º. É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de 
ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os 
cônjuges, o regime da comunhão parcial. 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que 
este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se 
o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do 
casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, 
desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. Esse esforço comum não pode ser 
presumido. Deve ser comprovado. O regime de separação legal de bens (também chamado de 
separação obrigatória de bens) é aquele previsto no art. 1.641 do Código Civil. STJ. 2ª Seção. EREsp 
1623858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado 
em 23/05/2018 (recurso repetitivo) (Info 628). 
Se a pessoa inicia uma união estável possuindo mais de 70 anos, o regime patrimonial que irá regular 
essa relação é o da separação obrigatória de bens (art. 1.641, II, do CC). Apesar disso, se, durante 
essa relação, um dos companheiros ganhar na loteria, o valor do prêmio integra a massa de bens 
comuns do casal (art. 1.660, II, do CC), de forma que pertence a ambos. Assim, havendo dissolução 
 
82 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
da união estável, o valor desse prêmio deverá ser partilhado igualmente entre os consortes. Em suma, 
o prêmio de loteria, recebido por ex-companheiro septuagenário durante a relação de união estável, 
deve ser objeto de meação entre o casal em caso de dissolução do relacionamento. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1689152-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616). 
A coisa julgada material formada em virtude de acordo celebrado por partes maiores e capazes, 
versando sobre a partilha de bens imóveis privados e disponíveis e que fora homologado 
judicialmente por ocasião de divórcio consensual, não impede que haja um novo acordo sobre o 
destino dos referidos bens. STJ. 3ª Turma. REsp 1623475-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
17/04/2018 (Info 624). 
Após a separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na administração do 
patrimônio partilhável - seja na condição de administrador provisório, seja na de inventariante - terá 
o dever de prestar contas ao ex-consorte. STJ. 4ª Turma. REsp 1274639-SP, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 12/09/2017 (Info 614). 
O art. 8º da Lei nº 9.278/96 prevê a possibilidade de que a conversão da união estável em casamento 
seja feita pela via extrajudicial. No entanto, este dispositivo não impõe a obrigatoriedade de que se 
formule o pedido de conversão na via administrativa antes de se ingressar com a ação judicial. O art. 
8º da Lei nº 9.278/96 deve ser interpretado como sendo uma faculdade das partes. Dessa forma, o 
ordenamento jurídico oferece duas opções ao casal: a) pode fazer a conversão extrajudicial, nos 
termos do art. 8º da Lei 9.278/96; ou b) pode optar pela conversão judicial, conforme preconiza o 
art. 1.726 do CC. STJ. 3ª Turma. REsp 1685937-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/8/2017 
(Info 609). 
A EC 66/2010 não revogou, expressa ou tacitamente, a legislação ordinária que trata da separação 
judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1431370-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 15/8/2017 
(Info 610). STJ. 4ª Turma. REsp 1247098-MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,julgado em 14/3/2017 (Info 
604). 
No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre 
cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no art. 
1.829 do Código Civil. STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto 
Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 
864). #APOSTACICLOS 
Na dissolução de união estável, é possível a partilha dos direitos de concessão de uso para moradia 
de imóvel público. Ex: João e Maria viviam em união estável. No curso dessa união eles passaram a 
residir em uma casa pertencente ao Governo do Distrito Federal sobre o qual receberam a concessão 
de uso para fins de moradia. Depois de algum tempo decidem por fim à relação. Deverá haver uma 
partilha sobre os direitos relacionados com a concessão de uso. STJ. 4ª Turma. REsp 1494302-DF, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/6/2017 (Info 609). 
É de 4 anos o prazo de decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável, por 
vício de consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil. 
#CUIDADO: • Prazo para anulação da partilha do direito sucessório (morte): 1 ano. • Prazo para 
anulação da partilha em caso de divórcio ou dissolução de união estável: 4 anos. STJ. 4ª Turma. REsp 
1621610-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/2/2017 (Info 600). 
 
83 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
A extinção de medida protetiva de urgência diante da homologação de acordo entre as partes não 
afasta a competência da Vara Especializada de Violência Doméstica ou Familiar contra a Mulher para 
julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade vivenciada pela vítima e que 
fora distribuída por dependência à medida extinta. STJ. 3ª Turma. REsp 1496030-MT, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 6/10/2015 (Info 572). 
O art. 1.647, I do CC prevê que nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no 
regime da separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis. Se duas pessoas vivem 
em união estável, é como se elas fossem casadas sob o regime da comunhão parcial de bens (art. 
1.725 do CC). Para a 3ª Turma do STJ, a regra do art. 1.647, I, do CC, pode ser aplicada à união estável, 
desde que tenha sido dada publicidade aos eventuais adquirentes a respeito da existência dessa 
união estável. Se um imóvel foi alienado pelo companheiro sem a anuência de sua companheira, a 
anulação dessa alienação somente será possível se no registro de imóveis onde está inscrito o bem 
houvesse a averbação (uma espécie de anotação/observação feita no registro) de que o proprietário 
daquele imóvel vive em união estável. Se não houver essa averbação no registro imobiliário e se não 
existir nenhuma outra prova de que o adquirente do apartamento estava de má-fé, deve-se presumir 
que o comprador estava de boa-fé, preservando, assim, a alienação realizada, em nome da 
segurança jurídica e da proteção ao terceiro de boa-fé. Em suma: a invalidação da alienação de 
imóvel comum, fundada na falta de consentimento do companheiro, dependerá da publicidade 
conferida à união estável, mediante a averbação de contrato de convivência ou da decisão 
declaratória da existência de união estável no Ofício do Registro de Imóveis em que cadastrados os 
bens comuns, ou da demonstração de má-fé do adquirente. STJ. 3ª Turma. REsp 1424275-MT, Rel. 
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/12/2014 (Info 554). 
 
→ ALIMENTOS: 
 
#DEOLHONAJURIS: 
A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança, 
pois os referidos alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em 
que se solicite a exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado 
em ação de investigação ou negatória de paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1629423-SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/6/2017 (Info 606). 
É presumida a necessidade de percepção de alimentos do portador de doença mental incapacitante, 
devendo ser suprida nos mesmos moldes dos alimentos prestados em razão do poder familiar, 
independentemente da maioridade civil do alimentado. STJ. 3ª Turma. RESp 1642323-MG, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601). 
É juridicamente possível o pedido de alimentos decorrente do rompimento de união estável 
homoafetiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1302467-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/3/2015 
(Info 558). 
Em regra, não deverá haver diferença no valor ou no percentual dos alimentos destinados a prole, 
pois se presume que, em tese, os filhos - indistintamente - possuem as mesmas demandas vitais, 
tenham as mesmas condições dignas de sobrevivência e igual acesso às necessidades mais 
elementares da pessoa humana. A igualdade entre os filhos, todavia, não tem natureza absoluta e 
 
84 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
inflexível, de modo que é admissível a fixação de alimentos em valor ou percentual distinto entre os 
filhos se demonstrada a existência de necessidades diferenciadas entre eles ou, ainda, de capacidades 
contributivas diferenciadas dos genitores. Exemplo: João possui dois filhos, com mulheres diferentes. 
Para o filho 1, paga 20% de seu salário e para o filho 2, 15%. O STJ admitiu que essas pensões sejam 
em valores diferentes porque a capacidade financeira da mãe do filho 2 é muito maior do que a 
genitora do filho 1. STJ. 3ª Turma. REsp 1624050/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/06/2018 
(Info 628). 
É possível, em sede de execução de alimentos, a dedução na pensão alimentícia fixada 
exclusivamente em pecúnia das despesas pagas "in natura", com o consentimento do credor, 
referentes a aluguel, condomínio e IPTU do imóvel onde residia o exequente. Vale ressaltar que a 
regra geral é a incompensabilidade da dívida alimentar (art. 1.707 do CC) e eventual compensação 
deve ser analisada caso a caso, devendo-se examinar se houve o consentimento, ainda que tácito, 
do credor, e se o pagamento in natura foi destinado, efetivamente, ao atendimento de necessidade 
essencial do alimentado e não se configurou como mera liberalidade do alimentante. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1501992-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 20/03/2018 (Info 624). 
Os valores recebidos a título de “participação nos lucros e resultados” são incluídos no percentual 
que é devido a título de pensão alimentícia? Em suma, toda vez que o devedor receber participação 
nos lucros e resultados, o valor da pensão deverá ser, automaticamente, pago a mais? 1ª corrente: 
NÃO. Os valores recebidos a título de participação nos lucros e resultados não se incorporam à verba 
alimentar devida ao menor. É a posição da 3ª Turma do STJ. REsp 1.465.679-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 09/11/2017 (Info 615). 2ª corrente: SIM.As parcelas percebidas a título de 
participação nos lucros configuram rendimento, devendo integrar a base de cálculo da pensão fixada 
em percentual, uma vez que o conceito de rendimentos é amplo, especialmente para fins de cálculo 
de alimentos. É a corrente adotada pela 4ª Turma do STJ. AgInt no AREsp 1070204/SE, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 19/09/2017. STJ. 4ª Turma. REsp 1561097-RJ, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), Rel. Acd. Min. Marco Buzzi, julgado em 
06/02/2018 (Info 620). 
O prazo prescricional para o cumprimento de sentença que condenou ao pagamento de verba 
alimentícia retroativa se inicia tão somente com o trânsito em julgado da decisão que reconheceu a 
paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1634063-AC, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 20/6/2017 (Info 
607). 
Em execução de alimentos devidos a filho menor de idade, é possível o protesto e a inscrição do 
nome do devedor em cadastros de proteção ao crédito. No CPC 2015, existe previsãoexpressa nesse 
sentido (art. 528, § 1º e art. 782, §§ 3º e 4º). STJ. 3ª Turma. REsp 1469102-SP, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 8/3/2016 (Info 579). STJ. 4ª Turma. REsp 1533206-MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 17/11/2015. 
A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de prestação, 
não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor. STF. 1ª Turma. HC 121426/SP, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/3/2017 (Info 857). 
 
#DEOLHONASSÚMULAS: 
 
85 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em 
proveito de criança ou adolescenteindependentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou 
do fato de o menor se encontrar nas situações de risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e 
do Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da 
Defensoria Pública na comarca. 
Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente 
se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais. 
Súmula 309-STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende 
as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do 
processo. 
Súmula 358-STJ: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito 
à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 
Súmula 336-STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão 
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. 
 
21 Direito das sucessões: sucessão em geral; sucessão legítima; sucessão testamentária; inventário e 
partilha. 
 
→ MODALIDADE DE HERDEIROS: 
QUANTO À ORIGEM: 
a) Herdeiro testamentário; 
b) Herdeiro legítimo. 
QUANTO AOS LIMITES DA PROTEÇÃO: 
a) Herdeiro necessário, forçado ou reservatário: tem a proteção da legítima, que equivale a 50% 
do patrimônio do de cujus (art. 1846 do CC). 
 
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, 
constituindo a legítima. 
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as 
dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. 
 
b) Herdeiro facultativo: não tem proteção da legítima, logo, pode ser integralmente preterido 
por testamento ou doação. São herdeiros facultativos os colaterais até quarto grau. 
 
→ MODALIDADES DE SUCESSÃO: 
SUCESSÃO LEGÍTIMA: decorre da lei que estabelece a ordem hereditária (ab intestato). 
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: decorre da autonomia privada (testamento, legado e codicilo). É 
possível que alguém seja sucessor legítimo e testamentário ao mesmo tempo. 
 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários. 
 
86 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido 
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. 
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos: o mesmo 
ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima 
se o testamento caducar, ou for julgado nulo. 
 
→ LEGITIMIZAÇÃO SUCESSÓRIA: 
É a capacidade especial para ser herdeiro. São legitimadas para suceder as pessoas nascidas ou 
já concebidas no momento da abertura da sucessão (nascituro) – 1.798 do CC. 
Pessoas com Legitimação para Sucessão Testamentária: O art. 1799 do CC elenca pessoas que 
têm legitimação para a sucessão testamentária: 
 
a) os filhos, ainda não concebidos (prole eventual), de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas 
estas ao abrir-se a sucessão. 
b) as pessoas jurídicas; 
c) as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação. 
 
Regulamentação dos Filhos Não Concebidos: O art. 1.800 complementa a regulamentação: 
 
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a 
liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. 
§ 1o Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo filho o testador esperava 
ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no art. 1.775. 
§ 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposições 
concernentes à curatela dos incapazes, no que couber. 
§ 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e rendimentos 
relativos à deixa, a partir da morte do testador. 
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os 
bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos. 
 
→ Deve ser feita uma reserva sucessória, atribuindo-se os bens a um curador (art. 1800, caput), cujas 
regras serão as mesmas dos curadores dos incapazes (art. 1.800, §2°); 
→ A curatela será exercida pelos pais da pessoa concebida ou seguindo a ordem de curatela dos 
incapazes no art. 1775, CC (art. 1.800, §1°); 
→ Havendo nascimento com vida, terá o herdeiro direito aos frutos e rendimentos relativos ao bem 
deixado (art. 1.800, §3°); 
→ Prazo decadencial de 02 (dois) anos após a abertura da sucessão para que o herdeiro seja concebido, 
sob pena de que os bens sejam remetidos aos herdeiros legítimos (art. 1.800, §4°). 
Regulamentação das Pessoas Jurídicas: podem herdar por sucessão testamentária, inclusive a 
fundação, que pode ser criada por testamento (art. 62 do CC). 
Pessoas que não podem herdar por sucessão testamentária (art. 1.801, CC): 
 
 
87 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
a) a pessoa que, a rogo (a pedido), escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou 
seus ascendentes e irmãos (INCISO I); 
b) as testemunhas do testamento (INCISO II); 
c) o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge 
a mais de 05 (cinco) anos (INCISO III). 
d) o tabelião, civil ou militar, ou o comando ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que 
fizer ou aprovar o testamento (INCISO IV). 
 
→ ACEITAÇÃO DA HERANÇA: 
*Delação ou Devolução Sucessória: é o tempo entre a morte/saisine e a aceitação/adição da 
herança. 
*Adição da Herança: é a aceitação da herança. Ato de confirmação da intenção de recebimento 
da herança. Assim, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro (art. 1.804). 
Modalidades de Aceitação da Herança (arts. 1805 a 1807 do CC): 
*Aceitação Expressa: é feita por DECLARAÇÃO ESCRITA do herdeiro por meio de instrumento 
público ou particular (+ declaração expressa no inventário ou arrolamento). 
*Aceitação Tácita: decorre de comportamentos do herdeiro. Não são atos de aceitação tácita: (i) 
os relacionados ao funeral; (ii) meramente conservatórios dos bens; (iii) administração e guarda 
provisórias; (iv) a cessão gratuita, pura e simples, da herança aos demais herdeiros. 
*Aceitação Presumida: o interessado em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, 
poderá, 20 (vinte) dias após a abertura da sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de 30 
(trinta) dias, para nele se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver como aceita a herança – silêncio 
eloquente (exceção ao art. 111 do CC/02). 
 
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de 
resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. 
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeraldo finado, os meramente 
conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. 
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-
herdeiros. 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. 
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após 
aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o 
herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita. 
 
→ RENÚNCIA À HERANÇA: 
Deve ser sempre expressa, sendo por instrumento público ou termo judicial, sob pena de 
nulidade (art. 1806 do CC c/c art. 166, VI, CC). 
 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. 
 
Modalidades de Renúncia da Herança: 
 
88 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Renúncia Translativa: o herdeiro renuncia e transfere os seus direitos a determinada pessoa 
(renúncia in favorem). Há incidência de ITBI e ITCMD. 
Renúncia Abdicativa: o herdeiro diz apenas que não quer a herança, não beneficiando qualquer 
pessoa (renúncia pura). 
Direito de Representação e Sucessão: Ninguém pode suceder representando herdeiro 
renunciante, ou seja, na renúncia, não há direito de representação. Se, porém, o herdeiro renunciante 
for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, 
poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio e por cabeça (art. 1811, CC). 
#ATENÇÃO: 
RENÚNCIA DA HERANÇA IMPOSTOS 
Renúncia abdicativa (devolve ao acervo 
hereditário) 
Nenhum imposto 
Renúncia translativa gratuita (cessão gratuita a 
um herdeiro específico) 
ITCMD (causa mortis – porque para ceder você 
tem que receber antes) e novo ITCMD (doação) 
Renúncia translativa onerosa ITCMD (causa mortis) e ITIV/ITBI (imóvel) 
 
→ SUCESSÃO LEGÍTIMA: 
São herdeiros necessários, conforme art. 1845: 
• Descendentes; 
• Ascendentes; 
• Cônjuge. 
 
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 
 
#ATENÇÃO: O companheiro e a companheira, ante a inconstitucionalidade do art. 1790, 
passaram a ser considerados herdeiros necessários. 
 
#DEOLHONAJURIS: No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes 
sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime 
estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, 
red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017 
(repercussão geral) (Info 864). 
 
Da Sucessão dos Descendentes em Concorrência com o Cônjuge: 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido 
no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); 
ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
 
 
89 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
REGIME EM QUE O CÔNJUGE HERDA EM 
CONCORRÊNCIA 
REGIMES EM QUE O CÔNJUGE NÃO HERDA EM 
CONCORRÊNCIA 
- Comunhão parcial, havendo bens particulares 
do falecido e em razão deles. 
- Participação final nos aquestos. 
- Separação convencional de bens. 
- Comunhão parcial, não havendo bens 
particulares do falecido. 
- Comunhão universal. 
- Separação obrigatória ou legal de bens. 
 
#COLANARETINA 
Comunhão 
universal: 
Quando a pessoa morre, seu cônjuge tem direito à meação, ou seja, metade 
dos bens do falecido já pertencem obrigatoriamente ao cônjuge supérstite. A 
outra metade é que será a herança. Ora, o legislador pensou o seguinte: “se o 
cônjuge já vai ter direito à metade dos bens pelo fato de ser meeiro, não é 
justo que ele também tenha parte da outra metade em prejuízo dos 
descendentes; vamos excluir o cônjuge da herança para que ela fique toda 
para os descendentes”. 
Comunhão parcial: 
Em regra, o cônjuge não terá direito à herança porque já terá direito à 
meação (metade dos bens). Pessoal, o cônjuge só terá direito à herança 
quanto aos bens que o falecido deixar referente às suas coisas particulares. 
Isso porque os bens particulares do falecido não integram o conceito de 
“meação”. Logo, tais bens serão herdados tanto pelo cônjuge como pelos 
descendentes (eles dividirão/concorrerão). Contudo, se o falecido não deixou 
bens particulares, não há razão para o cônjuge sobrevivente ser herdeiro, pois 
já tem a meação sobre o total dos bens em comum do casal deixados pelo 
inventariado, cabendo a outra metade somente aos descendentes deste. 
Regime da 
participação final 
nos aquestos: 
Houve uma falha do legislador, que não previu como fica a sucessão do 
cônjuge em caso do regime da participação final nos aquestos. Diante disso, a 
doutrina majoritária afirma que deverá ser aplicada, por analogia, a mesma 
regra da comunhão parcial de bens. 
Separação legal 
(obrigatória): 
É aquele no qual a lei impõe a sua adoção pelo fato de as pessoas estarem 
casando em determinadas situações em que o legislador considerou 
“arriscadas” ao patrimônio de um dos nubentes. Tais hipóteses estão previstas 
no art. 1.641 do CC. Por isso, a lei impõe que os patrimônios fiquem 
separados. Pensando nisso, o legislador entendeu que, se tais patrimônios 
deverão ficar separados quando em vida, é natural que eles também fiquem 
separados quando houver a morte do cônjuge e existirem descendentes. 
 
#FIQUEMATENTOS: 
 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao 
dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for 
ascendente dos herdeiros com que concorrer. 
 
 
90 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Da Sucessão dos Ascendentes em Concorrência com o Cônjuge: Na falta de descendentes, os 
ascendentes são chamados à sucessão. Diferentemente do que ocorre com a sucessão dos 
descendentes em concorrência com o cônjuge, aqui não interessa o regime de bens do casamento. 
 
#DEOLHONOENUNCIADO: 
Enunciado 609 CJF: O regime de bens no casamento somente interfere na concorrência sucessória 
do cônjuge com descendentes do falecido. 
 
Cônjuge que concorre com dois ascendentes de primeiro grau: tem direito a 1/3 da herança. 
Cônjuge que concorre somente com um ascendente de primeiro grau ou com outros 
ascendentes de graus diversos (ex.: mãe e esposa do falecido/mãe e avós do falecido): tem direito a ½ 
da herança. 
#ATENÇÃO: Não existe direito de representação (um herdeiro substitui o outro por força de 
convocação da lei) na linha dos ascendentes! 
Sucessão do Cônjuge Isoladamente: 
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge 
sobrevivente. 
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte 
do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo 
prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. 
 
NÃO HÁ DIREITO SUCESSÓRIO HÁ DIREITO SUCESSÓRIO 
- Divórcio ou Separados Judicialmente e 
Extrajudicialmente. 
- Separados de fato há mais de 02 anos, 
havendo culpa do sobrevivente. 
- Casados ou não separados de fato. 
- Separados de fato por menos de 02 anos ou 
por mais de 02 anos por culpa do falecido. 
 
→ SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: 
Testamento é ato de última vontade, por meio do qual o autor dispõe sobre a totalidade de seus 
bens ou parte deles para depois de sua morte, podendo estabelecer outras disposições (ex: 
reconhecimento de filho). 
Trata-se de negócio jurídico unilateral, gratuito,mortis causa, formal, revogável e personalíssimo. 
Havendo herdeiros necessários, não pode o disponente testar ou legar parte dos bens que invada a 
legítima, sob pena de redução das disposições testamentárias ou de rompimento de testamento. 
#ATENÇÃO: Testamento é o negócio jurídico unilateral, personalíssimo, mortis causa, gratuito, 
solene e revogável, pelo qual uma pessoa dispõe de interesses patrimoniais e extrapatrimoniais para 
depois da morte. O testador, além dos bens, pode dispor sobre o reconhecimento de filhos e nomeação 
de tutor. 
Lei Aplicável à Sucessão Testamentária: 
→ Deve ser aplicada a lei do momento da celebração do testamento para análise da capacidade 
testamentária ativa e dos requisitos formais do testamento. 
 
91 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ Deve ser aplicada a lei do momento da morte para análise da capacidade testamentária passiva e 
dos requisitos substanciais do testamento. 
 
Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo 
da data do seu registro. 
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno 
discernimento. 
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. 
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do 
incapaz se valida com a superveniência da capacidade. 
 
→ EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO: 
Exclusão Por Indignidade (Art. 1814 a 1.818): 
Ocorre por decisão judicial proferida nos autos de uma ação de indignidade e pode atingir 
qualquer herdeiro. A ação pode ser proposta pelo interessado ou pelo MP. O art. 1.815 CC prevê o 
prazo decadencial de 4 anos, a partir da abertura da sucessão, para que seja requerida a exclusão de 
herdeiro ou legatário. 
 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada 
por sentença. 
§1º. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da 
abertura da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017). 
§2º. Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão 
do herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017). 
 
Deserdação: 
É uma pena mais restrita do que a exclusão por indignidade. Somente pode ser aplicada por 
testamento em face de herdeiros necessários para excluí-los da legítima, porém, é imprescindível que 
seja confirmada por sentença. 
 
#IMPORTANTE: Herança x Espólio 
- Herança: é o conjunto de relações jurídicas patrimoniais transmitidas. Trata-se de um bem, uma 
coisa e, de acordo com o art. 80 do CC, essa coisa é imóvel, indivisível e universal. 
- Espólio: é a representação judicial ou extrajudicial da herança, em juízo ou fora dele. Havendo 
herança, há espólio. O espólio não é pessoa, mas um ente despersonalizado que representa a 
Herança. 
 
#OLHAOGANCHO: Herança jacente x Herança vacante 
- Herança jacente é aquela cujos sucessores não são conhecidos ou que não foi aceita pelas pessoas 
com direito à sucessão. A jacência constitui fase provisória e temporária de expectativa de 
aparecimento de herdeiros. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, ela será 
desde logo declarada vacante (art. 1.823). 
- Herança vacante é aquela que, após a realização de todas as diligências e passado um ano da 
publicação de editais, não suscita o comparecimento de interessados, deferindo-se os bens ao ente 
 
92 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
público designado em lei (Município ou Distrito Federal). Até que se complete o período de cinco 
anos, o ente público tem a propriedade resolúvel dos bens, pois é possível que apareçam herdeiros 
os pleiteando em ação própria. 
 
#APOSTACICLOS#OLHAAJURIS: 
Tendo sido declinados na petição inicial todos os dados pessoais indispensáveis à correta 
identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endereços, devem ser eles citados 
pessoalmente por carta com aviso de recebimento, vedada a citação por oficial de justiça (porque 
comprometeria a duração razoável do processo). STJ. 3ª Turma. REsp 1584088-MG, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626). 
É legítima a decisão judicial que determina a averbação, no respectivo registro, das modificações 
realizadas em bens imóveis submetidos à partilha como condição de procedibilidade da ação de 
inventário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.359-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018 (Info 
625). 
O art. 612 do CPC/2015 prevê o seguinte: Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde 
que os fatos relevantes estejam provados por documento, só remetendo para as vias ordinárias as 
questões que dependerem de outras provas. A parte, antevendo que o pedido que será formulado 
não se enquadra na competência do juízo do inventário, já pode ajuizar a ação autônoma no juízo 
competente, aplicando-se o art. 612. Assim, é cabível o ajuizamento de ação autônoma perante o 
juízo cível quando se constatar, desde logo, a necessidade de dilação probatória incompatível com 
o rito especial do inventário. STJ. 3ª Turma. REsp 1480810-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
20/03/2018 (Info 622). 
Na falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge ou 
companheiro sobrevivente, não concorrendo com parentes colaterais do de cujus. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1357117-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/03/2018 (Info 622). 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL12 
 
1 Lei nº 13.105/2015 e suas alterações (Código de Processo Civil). 2 Normas processuais civis.3 
Jurisdição 
 
→ PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO NCPC: 
Princípio da demanda/inércia/dispositivo e impulso oficial (art. 2º): A provocação do Estado 
deve ser feita pela parte e após o Estado age por impulso oficial. 
 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei. 
 
Princípio da ação/inafastabilidade do controle judicial (arts. 3º e 5º): Também chamado de 
princípio do acesso à justiça. Analisando os dois dispositivos acima, percebe-se que há uma inversão na 
 
12 Como a banca CEBRASPE (CESPE/UNB) tem cobrado os enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis, colocamos eles no nosso NFPSS. 
 
93 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
ordem das palavras, o CPC traz ameaça ou lesão, enquanto a CF traz lesão ou ameaça. A inversão foi 
proposital, tendo em vista que o CPC consagra a tutela preventiva, visa evitar a ocorrência do ilícito. 
 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no 
curso do processo judicial. 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
 
#EXCEÇÃO: (142, § 2º e 217, § 2º, CF) 
 
Art. 142, § 2º, CF. Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. 
Art. 217, § 2º, CF. A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do 
processo, para proferir decisão final. 
 
→ Razoabilidade temporal (art. 4, NCPC e 5°, LXXVIII, CF): 
 
Art. 4º, NCPC. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída 
a atividade satisfativa. 
Art. 5º, LXX VIII, CF: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
→ Boa-fé (art. 5º, NCPC): Refere-se a todas as partes do processo, incluindo autor, réu, juiz, MP, 
serventuários da justiça.Art. 5º. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-
fé. 
 
→Princípio da cooperação (art. 6º, NCPC): É inovação do CPC/2015. 
 
Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, 
decisão de mérito justa e efetiva. 
 
→ Isonomia (art. 7º, NCPC): 
 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades 
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo 
ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
→ Contraditório (art. 9º e 10, NCPC): 
 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
 
94 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
III - à decisão prevista no art. 701. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do 
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício. 
 
→JURISDIÇÃO: 
É a capacidade de dizer o direito de forma definitiva. Assim, todo o órgão que tem o poder de 
dizer o direito de forma definitiva é dotado de jurisdição. Ressalta-se que a capacidade é 
abstrata/genérica, a qual, geralmente, é atribuída a órgãos do Poder Judiciário. Mas é possível que 
órgãos do Poder Executivo e Legislativo, em função atípica, exerçam jurisdição, a exemplo do processo 
de impeachment. 
Além disso, todo juiz, não importa o grau, possui jurisdição, pois o Poder Judiciário é um órgão 
nacional. Este entendimento explica o motivo de uma decisão de um juiz incompetente ser válida até 
que o juiz competente pronuncie o vício. 
 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme 
as disposições deste Código. 
 
#ATENÇÃO: Um ponto muito cobrado nas provas da banca CEBRASPE (CESPE/UNB), dentro do tema 
jurisdição, é o princípio do Juiz Natural. De acordo com Daniel Assumpção: "o princípio do juiz natural 
proíbe a criação de tribunais de exceção, conforme art. 5. XXXVII, significando que não se pode criar 
um juízo após o fato com a exclusiva tarefa de julgá-lo, sendo que na época dos fatos já existia um 
tribunal competente para tanto." 
Vejamos o item já cobrado em prova pela banca: 
O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não 
a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção.13 
 
→PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 
Inércia da Jurisdição ou princípio da demanda: O Estado-juiz só atua se for provocado. Ne 
procedat dex ex officio, ou seja, o juiz não procede de ofício (de ofício = por conta própria). (Art. 2º CPC- 
O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções 
previstas em lei). 
 
#ATENÇÃO: Com o CPC não mais existe a possibilidade de o juiz abrir inventário de ofício (art. 615 e 
616). 
 
Caráter substitutivo: a jurisdição substitui a vontade das partes pela vontade da lei no caso 
concreto (duas situações em que há jurisdição, mas não há caráter substitutivo: ações constitutivas 
necessárias e execução indireta). 
 
13 Letra C. 
 
95 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Lide: ainda que se admita a presença de lide em grande número de demandas judiciais, não é 
correto afirmar que a lide é essencial à jurisdição (não há lide, por exemplo, nos casos de ações 
constitutivas necessárias, controles concentrados de constitucionalidade.) 
 
#CUIDADO: há divergência se a jurisdição voluntária possui natureza jurisdicional. 
 
Definitividade: a decisão que solucionou o conflito é definitiva. Somente na jurisdição existe coisa 
julgada material. Cuidado: a mera ausência de coisa julgada material não exclui a natureza da atividade 
jurisdicional. 
→PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 
Inafastabilidade de Jurisdição: 
 
CF, Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
 
Territorialidade: Por se tratar de um ato de poder, o juiz exerce a jurisdição dentro de um limite 
espacial sujeito à soberania do Estado. 
Indelegabilidade: não podem os juízes delegar a outros magistrados, ou mesmo a outros 
Poderes ou a particulares, as funções que lhes foram atribuídas pelo Estado. 
Juiz Natural: Assegura expressamente a Constituição Federal que “ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente” (artigo 5º, inciso LIII) e que “não haverá juízo ou 
tribunal de exceção” (artigo 5º, inciso XXXVII). 
→COMPETÊNCIA: É a capacidade de dizer o direito de forma definitiva NO CASO CONCRETO. 
Assim, para cada tipo de processo há apenas um juiz competente. Com isso, a competência nada mais 
é do que a divisão administrativa do exercício da função jurisdicional. 
O NCPC, em seu art. 44, trouxe tal previsão. 
 
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas 
normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, 
no que couber, pelas constituições dos Estados. 
 
→ DIVISÃO DA COMPETÊNCIA: 
Competência Internacional: Apesar de a doutrina chamar de competência internacional, o 
correto é a denominação jurisdição internacional, tendo em vista que se analisa se o Brasil julga (de 
forma genérica). Não se preocupa com quem julga dentro do Brasil. 
 
a) Exclusiva (art. 23) 
 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário 
e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira 
ou tenha domicílio fora do território nacional; 
 
96 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional. 
 
b) Concorrente (arts. 21 e 22) 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou 
obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
#ATENÇÃO: Critério de prevalência na competência concorrente (art. 24, NCPC) 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de 
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
Competência Interna:Sendo a jurisdição do Brasil, passa-se ao estudo da competência interna. 
 
→ REGIME JURÍDICO DA COMPETÊNCIA INTERNA 
Competência absoluta: É composto pelos critérios funcional/hierárquico e material. 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declarada de ofício. 
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. 
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo 
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
Competência relativa: Composto pelos critérios valorativo e territorial. 
 
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de 
contestação. 
 
97 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que 
atuar. 
 
→ CAUSAS MODIFICATIVAS DE COMPETÊNCIA 
Perpetuatio jurisdicionis (art. 43, NCPC): Determina que, desde que respeitadas as regras de 
competência, o juízo para o qual o processo foi distribuído será perpetuado. Ou seja, o juiz irá conduzir 
o processo do começo ao fim. 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando 
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
 
 
 
 
 
CONEXÃO CONTINÊNCIA 
Ocorrerá quando o pedido OU a causa de pedir 
for a mesma mais de uma ação (até aqui repetiu o 
CPC/73). 
Todavia, o §2º do art. 55 adotou o critério 
materialista da conexão, em que não é necessária 
a exata correspondência entre pedido e causa de 
pedir. Basta que exista uma conexão material são 
ações em há prejudicialidade. A doutrina já 
defendia. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais 
ações quando lhes for comum o pedido ou a 
causa de pedir. 
§ 1o Os processos de ações conexas serão 
reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles 
já houver sido sentenciado. 
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de 
conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título 
executivo. 
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os 
processos que possam gerar risco de prolação de 
decisões conflitantes ou contraditórias caso 
decididos separadamente, mesmo sem conexão 
entre eles. 
Ocorre quando há: partes e causa de pedir iguais 
e o pedido de uma ação for maior do que o da 
outra. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais 
ações quando houver identidade quanto às partes 
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser 
mais amplo, abrange o das demais. 
 
Vejamos uma questão que caiu recentemente na prova da PGM João Pessoa, banca CESPE/UNB: 
 
98 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Gabriel e Mateus envolveram-se em uma colisão no trânsito com seus respectivos veículos. Como eles 
não chegaram a um acordo, Mateus decidiu ingressar com ação judicial contra Gabriel. 
Conforme o Código de Processo Civil, o foro competente para processar e julgar a referida demanda 
é o do14: 
A) domicílio de Gabriel. 
B) domicílio de Gabriel ou do local do fato. 
C) domicílio de Gabriel ou de Mateus. 
D) domicílio de Mateus ou do local do fato. 
E) local de registro do veículo de Mateus. 
#APOSTACICLOS: 
A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos é do 
foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, do CPC/2015). 
Contudo, essa prerrogativa de escolha do foro não beneficia a pessoa jurídica locadora de frota de 
veículos, em ação de reparação dos danos advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do 
locatário. 
STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no Ag 1366967-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Maria 
Isabel Gallotti, julgado em 27/4/2017 (Info 604). 
 
#ATENÇÃO: Foro competente nas ações em que a Fazenda Pública seja parte: 
 
União autora: foro de domicílio do réu. 
União demandada: autor pode optar por: 
*foro de domicílio do autor; 
*de ocorrência do ato ou fato; 
*de situação da coisa; 
*no Distrito Federal. 
Estado ou DF autor: foro do domicílio do réu. 
Estado ou DF demandado: autor pode optar: 
*foro de domicílio do autor; 
*de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda; 
*no de situação da coisa ou 
*na capital do respectivo ente federado. 
 
#DEOLHONAJURIS#APOSTACICLOS: 
Justiça Federal é competente para julgar venda de cigarro importado, permitido pela ANVISA, 
desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento do imposto de importação: 
Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que investiga o cometimento do delito previsto no 
art. 334, § 1º, IV, do Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, permitida pela 
 
14 Letra D. 
Art. 53. É competente o foro: 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
 
 
99 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento de imposto de 
importação. STJ. Plenário. CC 159680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
08/08/2018 (Info 631). Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de 
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. STJ. 3ª Seção. CC 
160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018 (Info 635). 
Competência da Justiça comum para julgar incidência de contribuição previdenciária relacionada com 
complementação de proventos: Compete à justiça comum (e não à Justiça do Trabalho) o julgamento 
de conflito de interesses a envolver a incidência de contribuição previdenciária, considerada a 
complementação de proventos. Caso concreto: Estado-membro editou lei instituindo contribuição 
previdenciária de 11% sobre o valor da complementação da aposentadoria dos ex-empregados de uma 
sociedade de economia mista. Os ex-empregados prejudicados ingressaram com ações questionando 
essa cobrança. O STF afirmou que a discussão em tela tem natureza tributária, o que atrai a 
competência da Justiça comum, uma vez que no caso não se discutem verbas de natureza trabalhista, 
mas a incidência de contribuição social (espécie de tributo). STF. Plenário. RE 594435/SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 24/5/2018 (Info 903). 
Demanda contra as operadoras de plano de saúde de autogestão: Justiça comum: Compete à Justiça 
Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza predominantemente civil entre ex-
empregado aposentado ou demitido sem justa causa e operadoras de plano de saúde na modalidade 
autogestão vinculadas ao empregador. STJ. 2ª Seção. CC 157664-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 23/05/2018 (Info 627). Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que 
discute direitos de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano 
de saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na 
modalidade de autogestão. STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 27/02/2018 (Info 620). 
Complementação de pensão proposta por pensionista das antigas ferrovias do Estado de São Paulo: 
Compete à Justiça Comum (e não à Justiça do Trabalho) julgar as ações propostas por ferroviários 
pensionistas e aposentados das antigas ferrovias do Estado de São Paulo, que foram absorvidas pela 
Ferrovia Paulista S/A, sucedidapela extinta Rede Ferroviária Federal, com vistas à complementação de 
suas pensões e aposentadorias em face da União. O STF entendeu que esta é uma causa oriunda de 
uma relação estatutária. Assim, não há relação de trabalho que justifique a competência da Justiça 
laboral. STF. 1ª Turma. Rcl 24990 AgR/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto 
Barroso, julgado em 20/3/2018 (Info 895). 
Compete à Justiça Estadual julgar ação proposta por ex-empregado para continuar no plano de saúde 
de autogestão que era oferecido pela empresa: Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o 
julgamento de feito que discute direitos de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa 
de permanecer em plano de saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos 
trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão. STJ. 3ª Turma. REsp 1695986-SP, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 27/02/2018 (Info 620). 
 
 
100 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
4 Ação: conceito, natureza, elementos e características; condições da ação; classificação. 5 Pressupostos 
processuais. 6 Preclusão. 7 Sujeitos do processo: capacidade processual e postulatória; deveres das 
partes e dos procuradores; procuradores; sucessão das partes e dos procuradores. 
 
→ AÇÃO: é o direito de pedir a tutela jurisdicional de mérito ao Estado-Juiz. 
*Pressupostos Processuais: É possível sanar problemas na capacidade processual em grau 
recursal. Se porventura não for feita a correção, o recurso não será admitido. Agora fica claro que é 
admitida em grau recursal essa possibilidade. Primazia da decisão de mérito. 
 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz 
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. 
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal 
ou tribunal superior, o relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
 
*Condições da ação: O Novo CPC aboliu o rótulo “condição da ação”. Não existe mais essa 
expressão. Assim como não existe mais o termo “carência de ação”. O CPC continua falando da 
legitimidade e do interesse de agir, mas não diz que ambos são condições da ação. Para Fredie, 
legitimidade e interesse de agir são, agora, pressupostos processuais. E o CPC não fala mais da 
possibilidade jurídica do pedido, porque se trata de problema de MÉRITO. Se o juiz entende que o 
pedido é juridicamente impossível há rejeição do pedido – improcedência liminar do pedido. 
 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
#FIQUEDEOLHO: Legitimidade da parte e legitimidade extraordinária 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial. 
 
TEORIA DA APRESENTAÇÃO TEORIA DA ASSERÇÃO 
As condições da ação devem ser demonstradas 
pela parte, que pode, para tal desiderato, valer-
se da produção de provas para formar o 
convencimento do juiz. (Defendida por 
Dinamarco) 
A legitimidade e o interesse processual são 
verificados apenas pelas afirmações ou assertivas 
deduzidas pelo autor na petição inicial. (Adotada 
pelo STJ) 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
 
101 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Ações Condenatórias: são 
ações em que, tendo havido 
violação a direito, o autor 
pleiteia que o réu faça algo que 
deveria ter feito (pagar, 
entregar, dar, etc.) 
Ações Constitutivas: São 
aquelas que visam criar, 
modificar ou extinguir direitos. 
V.g.: Ação de Alimentos. 
Ações Declaratórias: Buscam 
reconhecer a existência ou 
inexistência de uma relação 
jurídica, bem como reconhecer 
a autenticidade ou a falsidade 
de um documento. (Art. 4, 
CPC). V.g.: Declaração de 
paternidade 
 
Art. 20 NCPC. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
 
A banca CESPE já cobrou o assunto da seguinte maneira: 
A respeito de ação e preclusão, assinale a opção correta15. 
a) A consequência processual da inobservância dos prazos impróprios aplica-se a todos os atos 
processuais, incluído o efeito preclusivo. 
b) De acordo com a doutrina, constitui ação cognitiva de natureza constitutiva aquela que, além de 
apresentar um conteúdo declaratório, também cria, modifica ou extingue um estado ou uma relação 
jurídica. 
c) Em uma relação processual, a legitimidade ativa e a passiva são, exclusiva e respectivamente, 
daquele que sofre a ameaça ou lesão a um direito e daquele que ameaça ou pratica o ato ofensivo. 
d) Sempre que a parte deixar de praticar determinado ato processual dentro do prazo estipulado 
pelas partes, pelo juízo ou por lei, ficará caracterizada a preclusão consumativa. 
 
→ SUJEITOS DO PROCESSO 
 
DEVERES DAS PARTES 
- expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
- não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de 
que são destituídas de fundamento; 
- não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
- cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza 
provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
- declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, 
atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer 
modificação temporária ou definitiva; 
 
15 Letra B. 
A - Os prazos impróprios são aqueles fixados aos órgãos judiciários e não estão sujeitos ao efeito preclusivo. 
B - Gabarito apontado pela banca. 
C - A legitimidade ativa e a passiva não são exclusivas, pois há possibilidade de legitimidade extraordinária, nos termos do artigo 18 do CPC/15. 
D - O correto seria preclusão temporal e não consumativa. 
 
102 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
- não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito 
litigioso. 
RESPONSABILIDADE DAS 
PARTES POR DANO 
PROCESSUAL 
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, 
réu ou interveniente. 
Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
- deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
- alterar a verdade dos fatos; 
- usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
- opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
- proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do 
processo; 
- provocar incidente manifestamente infundado; 
- interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
#ATENÇÃO: De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante 
de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e 
inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte 
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários 
advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
 
#FIQUEMATENTOS: Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de 
má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo 
interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para 
lesar a parte contrária. 
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá 
ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, liquidado por arbitramentoou pelo procedimento 
comum, nos próprios autos. 
 
GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
→ a possibilidade – agora expressa no sistema – de a pessoa jurídica ser beneficiada pela gratuidade 
da justiça (art. 98, caput); 
→ a especificação mais detalhada de quais despesas estão abrangidas pela gratuidade (art. 98, § 1º, 
I a IX); 
→ que a gratuidade poderá ser concedida em relação a todos ou a somente algum/alguns atos 
processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver que 
adiantar no curso do procedimento (art. 98, § 5º); 
→ a possibilidade de parcelamento das despesas processuais que o beneficiário tiver que adiantar 
no curso do procedimento (art. 98, § 6º); 
 
103 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ que o juiz só poderá indeferir o pedido de gratuidade da justiça se houver nos autos elementos 
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão do benefício (art. 99, § 2º); 
→ a regra que diz que a assistência por advogado particular não impede, de per si, a concessão da 
gratuidade da justiça (art. 99, § 4º). 
 
IMPUGNAÇÃO À DECISÃO SOBRE O BENEFÍCIO DA GRATUIDADE 
CONTEÚDO DA DECISÃO MEIO DE IMPUGNAÇÃO 
A decisão concedeu o benefício Impugnação do art. 100, CPC 
A decisão negou o benefício Agravo de instrumento 
A decisão revogou o benefício (deferindo a 
pretensão deduzida na impugnação do art. 100) 
 
Agravo de instrumento 
A decisão indeferiu o pedido de revogação 
deduzido na impugnação do art. 100 e manteve 
a concessão da gratuidade 
Preliminar de apelação ou contrarrazões 
(art. 1009, § 1º) 
#ATENÇÃO: Se a questão vier a ser decidida na sentença, caberá apelação (CF art. 1.009, caput). 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
→ Titularidade dos honorários: é o advogado do vencedor. Serão devidos inclusive quando o 
advogado atuar em causa própria. 
→ Cabimento da condenação em honorários advocatícios: são devidos honorários advocatícios: na 
reconvenção; no cumprimento de sentença provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não e 
nos recursos interpostos cumulativamente. 
→ No cumprimento de sentença, uma vez depositado o valor a tempo e modo, não haverá a 
incidência nem dos honorários, nem da multa. Além disso, o ato não poderá ser tido como 
incompatível com o recurso interposto. 
→ Na execução, ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 10%, a 
serem pagos pelo executado. No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, contados da 
citação (art. 829), o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade. Ou ser elevado até 
20%, quando rejeitados os embargos à execução. 
 
Honorários Advocatícios nas causas em que a Fazenda Pública seja parte. Há novidade de relevo 
no que diz com o trato dos honorários advocatícios quando a Fazenda Pública for parte (autora ou 
ré, perceba-se bem: Art. 85, §3º da CF) 
200 SM´s Honorários calculados entre 10 e 20% deste valor 
1800 SM´s Honorários calculados entre 8 e 10% por cento deste valor 
18000 SM´s Honorários calculados entre 5 e 8% por cento deste valor 
80000 SM`s Honorários calculados entre 3 e 5% por cento deste valor 
50000 SM´s Honorários calculados entre 1 e 3% por cento deste valor 
 
Honorários sucumbenciais recursais: 
 
104 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o 
trabalho adicional realizado em grau recursal, mas não pode ultrapassar no total 20%. 
→Não cabe a fixação de honorários recursais em caso de recurso interposto no curso de processo 
cujo rito exclua a possibilidade de condenação em honorários. 
→É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando 
não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado. 
 
#ATENÇÃO#APOSTACICLOS 
→ Omissão da condenação em honorários em sentença transitada em julgado: caso a decisão 
transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação 
autônoma para sua definição e cobrança. Fica superada a súmula 453/STJ, pela qual “os honorários 
sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em 
execução ou em ação própria”. 
 
→ Honorários na desistência, na renúncia e no reconhecimento do pedido: se o réu reconhecer a 
procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os 
honorários serão reduzidos pela metade. Dispensa-se as partes do pagamento de eventuais custas 
processuais remanescentes caso haja transação antes da sentença. 
 
8 Litisconsórcio. 9 Intervenção de terceiros. 
 
→ LITISCONSÓRCIO: é a pluralidade das partes. 
*Quanto aos sujeitos: 
a) Ativo: mais de um autor. 
b) Passivo: mais de um réu. 
c) Misto: mais de um autor e mais de um réu. 
*Quanto ao momento: 
a) Inicial: formado no momento da propositura da ação. É a regra geral, tendo em vista a 
necessidade de preservação do juiz natural. Impede que a parte escolha o órgão julgador. 
b) Ulterior: formado após a propositura da ação. É absoluta exceção, sendo admitido apenas em 
casos de expressa previsão legal, são elas: 
Sucessão (110 NCPC): trata da sucessão causa mortis. 
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus 
sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o. 
Conexão (art. 55, NCPC) 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de 
pedir. 
 
*Intervenção de terceiros (art. 127, 130 NCPC): ocorre quando a lei autoriza que uma pessoa, que 
estava fora da relação jurídica, ingresse na ação alheia. 
 
 
105 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do 
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do 
réu. 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida 
comum. 
 
*Quanto aos efeitos: 
a) Simples: os efeitos da sentença proferida no processo podem ser diferentes para cada 
litisconsorte. Basta a possibilidade. 
b) Unitário (art. 116 NCPC): o CPC/2015 trouxe previsão específica, diferenciando, com clareza, 
do litisconsórcio necessário. Aqui, o juiz profere a mesma decisão para os litisconsortes. 
 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o 
mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 
*Quanto à obrigatoriedade: 
a) Facultativo (art. 113 NCPC): sua formação é opcional, exclusivamente em relação ao autor. 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, 
quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de 
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução 
do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da 
intimação da decisão que o solucionar. 
 
b) Necessário (art. 114, NCPC): são casos em que a legislação determina, obrigatoriamente, a 
formação do litisconsórcio. Não há mais opção do autor. 
 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica 
controvertida, a eficácia da sentença dependerda citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 
→ INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
*Assistência: Ocorre quando, havendo uma demanda entre as partes, um terceiro passa a atuar 
para ajudar (assistir) uma das partes. 
 
 
106 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a 
sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. 
 
*Denunciação à lide: Imagine a seguinte situação hipotética, há uma ação de evicção, em que 
um terceiro “A” ajuíza uma ação de reintegração de posse contra o comprador “B”. Este possui o direito, 
de acordo com a lei, de ser ressarcido pelo vendedor, no caso de perder o imóvel. Assim, B irá denunciar 
à lide o vendedor “C”. Neste caso, há uma denunciação à lide feita pelo réu. 
Existe, contudo, a possibilidade de denunciação à lide feita pelo autor. Ocorre, por exemplo, no 
caso de uma ação ajuizada pelo comprador “B” contra o invasor “A”. Para garantir seu direito de 
regresso, “B” faz denunciação à lide, na própria petição inicial, contra “C”, visando garantir o seu direito 
de regresso. 
Assim, percebe-se que a denunciação à lide visa garantir o direito de regresso, seja quando feita 
pelo autor ou quando feita pelo réu. Há duas relações jurídicas no mesmo processo, uma entre autor e 
réu e outra entre denunciante (autor ou réu) e denunciado. 
 
Hipóteses de cabimento: 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim 
de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de 
quem for vencido no processo. 
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, 
deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor 
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado 
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por 
ação autônoma. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Autor: Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses 
em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1637108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606). 
 
*Chamamento: previsto nos artigos 130 a 132 do NCPC: 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida 
comum. 
 
107 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na 
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar 
incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, 
a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua 
quota, na proporção que lhes tocar. 
 
#ATENÇÃO: Há apenas em relação ao réu. Não existe chamamento ao processo feito pelo autor. 
*Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica: Dar suporte procedimental às 
hipóteses do arts. 50 do CC (teoria maior) e 28 do CDC (teoria menor), nos termos do 133 e 134, § 4º, 
NCPC, inclusive na forma inversa. 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou 
do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
#ATENÇÃO: A legitimidade é da parte ou do MP. 
#IMPORTANTE: Pedido de desconsideração e tutela de urgência (art. 300, NCPC) – É possível 
que o juiz bloqueie de forma cautelar os bens, a fim de que seja garantia futura desconsideração. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória 
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se 
a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
*Amicus Curiae: É um indivíduo que atua no processo para defender um ponto de vista, mesmo 
que contrário às partes. Previsto no art. 138 do NCPC: 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
 
108 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição 
de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes 
do amicus curiae. 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas. 
 
#IMPORTANTE: Tem como objetivo ampliar a legitimidade democrática da decisão judicial 
(pluralização do debate) ministrando elementos importantes para julgamento (amigo da parte!). 
 
10 Poderes, deveres e responsabilidade do juiz. 11 Ministério Público. 12 Advocacia Pública. 13 Defensoria 
Pública. 
 
→ JUIZ 
*Deveres e poderes do juiz: disciplinado no art. 139 do NCPC. 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente 
protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias 
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação 
pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e 
mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às 
necessidades do conflito de modo aconferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna 
dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos 
da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, 
de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover 
a propositura da ação coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de 
encerrado o prazo regular. 
 
#ATENÇÃO #IMPORTANTE: Destacam-se os seguintes: 
 
109 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
a) Dever de efetivação (139, IV, NCPC): é novidade do CPC/2015. Corrobora o art. 4º do 
NCPC. 
O NCPC consagrou para todas as obrigações, inclusive para as pecuniárias, diversas 
medidas coercitivas que poderão ser impostas pelo juiz. 
Deve-se observar, consequentemente, a razoabilidade e a proporcionalidade na aplicação das 
medidas. Contra as decisões proferidas em processo de execução, caberá agravo de instrumento. 
b) Flexibilização procedimental legal genérica (139, VI, NCPC): é impossível prever todos os 
procedimentos para cada situação, uma vez que sempre surgem novas situações. 
Os sistemas reagem de duas formas: 
**Permissão para que os juízes livremente, sem restrições, podem flexibilizar os procedimentos, de 
acordo com o caso concreto. 
**O juiz altera os procedimentos, mas dentro de balizas pré-estabelecidas pelo legislador. 
•O juiz altera os procedimentos, mas dentro de balizas preestabelecidas pelo legislador. 
No NCPC não existe mais prazo peremptório, pois todos os prazos podem ser alterados pelo juiz. 
c) Interesse jurisdicional no conhecimento do mérito (139, IX, NCPC): para o NCPC, o papel do juiz é 
prolatar uma sentença de mérito, ainda que seja pela improcedência. 
d) Representação para coletivização de demandas (139, X, NCPC): havendo diversas demandas 
individuais repetitivas, o juiz deverá intimar um dos legitimados (MP, DP, etc.) para que promovam uma 
demanda coletiva. 
 
*Imparcialidade (impedimento x suspeição) – arts. 144 e 145 do NCPC: 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do 
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, 
seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 
o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente 
de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado 
por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o 
membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
 
110 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de 
escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição 
nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o 
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para 
atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de 
parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
 
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO 
Presunção absoluta de imparcialidade; 
Circunstâncias objetivas (art. 144, NCPC); 
Não se investiga animus; 
Violação gera nulidade mesmo se não arguida 
oportunamente (pressuposto processual da 
validade); 
Ação rescisória (art. 953, II, NCPC); 
Arguição por incidente – petição (art. 146, NCPC), 
A qualquer tempo. 
Presunção absoluta de imparcialidade; 
Circunstâncias subjetivas (art. 145, NCPC); 
Pode ser reconhecida de ofício; 
Violação não gera nulidade mesmo se não 
arguida oportunamente; 
Não cabe ação rescisória; 
Arguição por incidente – petição (art. 146, NCPC); 
Prazo de 15 dias a contar do reconhecimento do 
fato, sob pena de preclusão. 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO, A ADVOCACIA PÚBLICA E A DEFENSORIA PÚBLICA 
O trato dado a estas instituições autoriza a que se fale na existência de um microssistema dedicado a 
elas. Estabeleceu prazo em dobro para falar nos autos para todas as suas manifestações, exceto se a 
lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio. A contagem do prazo para manifestação terá início 
a partir da intimação pessoal por carga, remessa ou meio eletrônico. 
 
14 Atos processuais: forma dos atos; tempo e lugar; prazos; comunicação dos atos processuais; 
nulidades; distribuição e registro; valor da causa. 
 
ATOS EM GERAL 
→Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei 
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a 
finalidade essencial. 
→Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
 
111 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, 
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a 
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
→O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões 
de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
→O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da 
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. 
 
→Negócios Processuais Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais: 
 
UNILATERAIS BILATERAIS PLURILATERAISDemandam apenas uma 
manifestação de vontade. 
São aqueles que se perfazem 
pela manifestação de duas 
vontades, como a eleição de 
foro e a suspensão do 
processo. 
São formados pela vontade de 
mais de dois sujeitos, como a 
sucessão processual voluntária, 
no caso de alienação litigiosa 
da coisa. 
 
TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS 
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar 
a diligência ou causar grave dano. 
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-
se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário 
estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá 
ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de 
organização judiciária local. 
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e 
quatro) horas do último dia do prazo. 
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado 
para fins de atendimento do prazo. 
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-
se: 
I - os atos previstos no art. 212, § 2º; 
II - a tutela de urgência. 
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela 
superveniência delas: #VAICAIR 
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando 
puderem ser prejudicados pelo adiamento; 
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; 
 
112 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
III - os processos que a lei determinar. 
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e 
os dias em que não haja expediente forense. 
 
#ATENÇÃO: 
→O NCPC prevê a existência de 4 cartas: precatória (entre comarcas distintas), rogatória (realização 
de atos entre países distintos), de ordem (realização de atos entre graus de jurisdição distintos) e uma 
novidade é a carta arbitral (realização de atos entre órgão do Poder Judiciário e do juízo arbitral). 
 
CITAÇÃO 
Citação de pessoas físicas em condomínios 
edilícios ou loteamentos com controle de 
acesso. 
Art. 284. (...) 
§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos 
loteamentos com controle de acesso, será válida 
a entrega do mandado a funcionário da portaria 
responsável pelo recebimento de 
correspondência, que, entretanto, poderá 
recusar o recebimento, se declarar, por escrito, 
sob as penas da lei, que o destinatário da 
correspondência está ausente. 
 
Citação por hora certa (art. 252): mudou o 
número de diligência necessárias à citação por 
hora certa. 
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de 
justiça houver procurado o citando em seu 
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, 
havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer 
pessoa da família ou, em sua falta, qualquer 
vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim 
de efetuar a citação, na hora que designar. 
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou 
nos loteamentos com controle de acesso, será 
válida a intimação a que se refere o caput feita a 
funcionário da portaria responsável pelo 
recebimento de correspondência. 
Reconhecimento da postura protagonista do 
advogado em termos de intimação. 
Art. 269. (...) 
§ 1º É facultado aos advogados promover a 
intimação do advogado da outra parte por meio 
do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia 
do ofício de intimação e do aviso de 
recebimento. 
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído 
com cópia do despacho, da decisão ou da 
sentença. 
 
113 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
#OBS: Intimação por meio eletrônico (regra): sempre que possível as intimações serão realizadas por 
meio eletrônico. 
→ Ordem Preferencial de citação no NCPC: 
a) meio eletrônico (art. 270); 
b) pelo órgão oficial – diários de justiça (art. 272); e 
c) pessoal (art. 273). 
 
VALOR DA CAUSA #IMPORTANTE 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico 
imediatamente aferível. 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora 
vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, 
a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem 
objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; #ATENÇÃO Pela 
leitura deste inciso, o CPC exige que a parte quantifique o dano moral. 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de 
todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo 
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não 
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo 
autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, 
sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das 
custas. 
 
15 Tutela provisória. 
 
→ TUTELAS PROVISÓRIAS NA DOUTRINA: 
A tutela provisória é aquela que não se estabiliza pela coisa julgada, ou seja, pode ser mudada. 
a) Tutela antecipada (satisfativa provisional de urgência): É uma tutela provisória, na medida em 
que pode ser mudada/reformada/mantida/cassada. Caracteriza-se por seu caráter satisfativo somado 
 
114 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
à possibilidade de, caso não seja concedida, causar um risco ou um dano irreparável a parte. Ex.: 
concessão de remédios. 
b) Tutela cautelar (conservativa provisional de urgência): É uma tutela provisória, também 
fundada na urgência. Possui caráter conservativo, uma vez que não satisfaz o direito da parte, apenas 
conserva-o para que, oportunamente, o direito da parte seja satisfeito. Ex.: arresto. 
c) Tutela de evidência (satisfativa provisional): Também é uma tutela provisória, assemelha-se à 
tutela antecipada, pois é satisfativa, mas não possui o requisito de urgência. Assim, pode-se afirmar 
que é uma espécie de tutela antecipada sem urgência. São casos em que o direito do autor é tão 
evidente que, mesmo sem urgência, concede-se de forma antecipada. Ex.: busca e apreensão de bens 
alienados fiduciariamente. 
 
→ TUTELAS PROVISÓRIAS NO NCPC: 
O NCPC tratou das tutelas provisórias da seguinte forma: 
a) Tutela de urgência (300/302 NCPC): fundada no periculum in mora. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessãoda tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória 
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se 
a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, 
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a 
efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação 
do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre 
que possível. 
 
#ATENÇÃO: Nas tutelas de urgência, a cognição será sumária, porque se baseia em probabilidade de 
direito e não no direito em si. 
“A tutela provisória é proferida mediante cognição sumária, ou seja, o juiz, ao concedê-la, ainda não 
tem acesso a todos os elementos de convicção a respeito da controvérsia jurídica. Excepcionalmente, 
entretanto, essa espécie de tutela poderá ser concedida mediante cognição exauriente, quando o juiz 
 
115 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
a concede em sentença. A concessão da tutela provisória é fundada em juízo de probabilidade, ou 
seja, não há certeza da existência do direito da parte, mas uma aparência de que esse direito exista. É 
consequência natural da cognição sumária realizada pelo juiz na concessão dessa espécie de tutela. Se 
ainda não teve acesso a todos os elementos de convicção, sua decisão não será fundada na certeza, 
mas na mera aparência – ou probabilidade – de o direito existir. ” (Daniel Assumpção) 
 
PROVISORIEDADE DAS TUTELAS DE URGÊNCIA 
→Essa é uma característica das tutelas de urgência, espécies do gênero tutela provisória. As tutelas de 
urgência subsistem enquanto houver risco, daí sua provisoriedade. 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer 
tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o 
período de suspensão do processo. 
#SELIGA: Há coisa julgada na tutela de urgência? A doutrina é divergente sobre isso. A doutrina mais 
recente entende que há coisa julgada (a clássica não aceita), porque na verdade somente é possível 
fazer um novo pedido de tutela de urgência se houver um novo fundamento. Se é necessário mudar 
o fundamento, é porque com o fundamento anterior, houve o trânsito em julgado. 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem 
resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar 
o pedido, salvo sob novo fundamento. 
- Ou seja: a coisa julgada da cautelar não faz coisa julgada em relação ao pedido principal, exceto se 
houver decadência ou prescrição. 
#UMPOUCODEDOUTRINA: “Ser provisória significa que a tutela provisória de urgência tem um tempo 
de duração predeterminado, não sendo projetada para durar para sempre. A duração da tutela de 
urgência depende da demora para a obtenção da tutela definitiva, porque, uma vez concedida ou 
denegada, a tutela de urgência deixará de existir. Registre-se que, apesar de serem provisórias, 
nenhuma das tutelas de urgência é temporária. Temporário também tem um tempo de duração 
predeterminado, não durando eternamente, mas, ao contrário da tutela provisória, não é substituída 
pela tutela definitiva; simplesmente deixa de existir, nada vindo tomar seu lugar. ” (Daniel Assumpção) 
 
Divide-se em: 
1) Satisfativa/antecipada (art. 303 e 304, NCPC): 
 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode 
limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição 
da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
 
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I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de 
novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo 
maior que o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem 
resolução do mérito. 
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem 
incidência de novas custas processuais. 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que 
deve levar em consideração o pedido de tutela final. 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste 
artigo. 
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional 
determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo 
ser extinto sem resolução de mérito. 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a 
conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela 
antecipada estabilizada nos termos do caput. 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por 
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, 
para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada 
foi concedida. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-
se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só 
será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das 
partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
→PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE 
FASE 
PRELIMINAR 
a) Petição inicial simples: 
- Dizer que pretende valer-se do benefício dessa petição (Informa que é uma petição 
simples e que depois será completada). 
- Requerer a tutela antecipada. 
- O autor deve indicar a causa de pedir e o pedido principais (Indicação simples, 
mera referência a estes). 
- Apresentar o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
- Indicar o valor da causa, conforme o pedido principal. 
 
117 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
FASE 
PRINCIPAL 
b) Concedidaa tutela, o autor aditará a petição em 15 dias, ou prazo maior fixado 
pelo juiz, a depender da complexidade da causa, complementando a causa de pedir, 
confirmando o pedido e juntando documentos, sem novas custas. Se não houver o 
aditamento, o processo será extinto sem resolução de mérito. 
c) O réu será citado para a audiência de conciliação ou mediação. Se não houver 
autocomposição, abre-se o prazo de 15 dias para a contestação, na forma do art. 
335, NCPC. 
d) Indeferida a tutela, o juiz determinará a emenda da inicial em até 5 dias. Se não 
houver a emenda, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
 
#SELIGA: 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem 
resolução de mérito. 
 
Qual a consequência para o não ajuizamento da ação principal? 
Súmula 482 - STJ: a falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806, CPC acarreta a perda 
da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar. 
 
2) Conservativa/Cautelas (art. 305 a 310, NCPC): 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará 
a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou 
o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz 
observará o disposto no art. 303. 
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que 
pretende produzir. 
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu 
como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum. 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 
(trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. 
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de 
mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação 
do réu. 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 
 
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Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem 
resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o 
pedido, salvo sob novo fundamento. 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi 
no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de 
prescrição. 
 
b) Tutela de evidência (art. 311, NCPC): sem periculum in mora. 
A tutela de evidência é uma tutela antecipada sem periculum in mora, mas com alto grau de 
probabilidade. É um adiantamento dos efeitos práticos da sentença de mérito, sem a necessidade do 
requisito do periculum in mora. 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, 
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do 
autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
→ #SELIGA: O procedimento especial da ação de depósito não existe mais, perdeu o sentido com a 
súmula vinculante 25, mas a ação de depósito permanece e autoriza a concessão da tutela de evidência. 
 
Súmula vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito. 
 
#ATENÇÃO: Liminar em ação possessória. Não é necessário demonstrar o periculum in mora. Por 
isso é uma tutela de evidência. Portanto, há outras situações de tutela de evidencia, além dessa do 
art. 311, NCPC. 
 
→ TUTELA DE EVIDÊNCIA SEM OUVIR A OUTRA PARTE: 
- É possível a concessão sem oitiva da parte contrária nas seguintes hipóteses (art. 9º, §único, II): 
 
II – alegações de fato provadas documentalmente e súmula vinculante ou tese em julgamento de casos 
repetitivos 
III – Ação de depósito: pedido reipersecutório fundado em prova documental de contrato de depósito. 
 
 
119 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
- No entanto, nas hipóteses abaixo, deve-se ouvir a parte contrária: 
 
I – Abuso de direito de defesa 
IV – prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha 
prova capaz de gerar dúvida razoável. 
 
TUTELA ANTECIPADA x TUTELA CAUTELAR x LIMINAR 
- A tutela cautelar é uma tutela conservativa. Já a tutela antecipada é uma tutela satisfativa. Exemplo 
de cautelar: arresto. O devedor está dilapidando o patrimônio. O credor pode fazer um pedido 
cautelar de arresto a fim de conservar o estado inicial de coisas, apenas para garantir que o direito 
de crédito eventualmente venha a ser satisfeito. Exemplo de antecipada: eu promovo ação para obter 
medicamento pelo Poder Público. Se o juiz concede, meu direito está satisfeito. 
Você sabe o que é instrumentalidade hipotética? E instrumentalidade ao quadrado? 
#DEOLHONADOUTRINA: “Pelo princípio da instrumentalidade o processo cautelar terá sua função 
ligada a outro processo, chamado principal, cuja utilidade prática do resultado procurará resguardar. 
O processo cautelar, assim, é um instrumento processual para que o resultado de outro processo 
seja útil e eficaz. Se o processo principal é o instrumento para a composição da lide ou para a 
satisfação do direito, o processo cautelar é o instrumento para que essa composição ou satisfação 
seja praticamente viável no mundo dos fatos. Essa característica faz a tutela cautelar merecer a 
alcunha de ‘instrumento do instrumento’ ou de ‘instrumento ao quadrado’. No tocante a essa 
característica, é importante notar que a instrumentalidade é hipotética, pois é impossível prever se 
uma tutela cautelar será, efetivamente, apta a garantir um resultado eficaz do processo final, inclusive 
por não ser possível saber, por ocasião do acautelamento, se o interessado é realmente o titular do 
direito material que se busca preservar. A tutela cautelar é concedida pelo magistrado com 
fundamento em um juízo de mera probabilidade – fumus boni iuris – sendo possível imaginar que 
na futura ação principal se mostre sem qualquer direito o sujeito protegido pela tutela cautelar. 
Quando o vencedor da tutela cautelar é derrotado no processo principal, fica claro que a 
instrumentalidade é meramente hipotética. ” (Daniel Assumpção) 
“Valendo-se da origem no latim (liminares,de limen), o termo ‘liminar’ pode ser utilizado para 
designar algo que se faça inicialmente, logo no início. O termo liminar, nesse sentido, significa limiar, 
soleira, entrada, sendo aplicado a atos praticados inaudita altera parte, ou seja, antes da citação do 
demandado. Aplicado às espécies de tutelas provisórias, a liminar, nesse sentido, significa a concessão 
de uma tutela antecipada, cautelar ou da evidência, antes da citação do demandado. A liminar 
assumiria, portanto, uma característica meramente topológica, levando-se em conta somente o 
momento de prolação da tutela provisória, e não o seu conteúdo, função ou natureza. ” (Daniel 
Assumpção) 
 
→ FUNGIBILIDADE: 
As tutelas antecipada e cautelar são espécies do gênero tutelas de urgência. Embora essas 
medidas sejam espécies, são fungíveis, na medida em que uma pode ser substituída pela outra. 
 
 
120 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará 
a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou 
o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz 
observará o disposto no art. 303. 
 
#DEOLHONADOUTRINA: “A tutela cautelar é concedida mediante cognição sumária, diante da mera 
probabilidade de o direito material existir. Trata-se da exigência do fumus boni iuris, que para parcela 
significativa da doutrina significa que o juiz deve conceder tutela cautelar fundada em juízo de simples 
verossimilhança ou de probabilidade, não se exigindo um juízo de certeza, típico da tutela definitiva. 
Trata-se de exigência decorrente da própria urgência presente na tutela cautelar, que não se 
compatibiliza com a cognição exauriente típica dos processos/fases de conhecimento, que 
naturalmente demandam um tempo para seu desenvolvimento incompatível com a realidade cautelar. 
[...] Segundo ensina a melhor doutrina, a cognição sumária pode ser consequência tanto de um 
contraditório postergado, hipótese na qual o juiz decidirá tendo conhecimento somente da versão 
apresentada pelo demandante, como de um conhecimento superficial diante do contraditório 
tradicional, hipótese na qual, mesmo recebendo informações de ambas as partes, o juiz decide por 
meio de atividade cognitiva superficial. A tutela cautelar pode ser concedida mediante as duas técnicas 
de cognição sumária; em sede liminar, antes da oitiva do demandado ou em sentença, após o 
cumprimento do contraditório tradicional. ” (Daniel Assumpção) 
 
→REGRAS GERAIS SOBRE TUTELA PROVISÓRIA (ART. 299 E 932, II) 
a) Tutela provisória incidental: juízo da causa. 
b) Tutela provisória antecedente: juízo competente para conhecer do pedido principal. 
#ATENÇÃO: Nos tribunais, a competência será do órgão competente para apreciar o mérito do 
recurso ou da ação de competência originária. Normalmente incumbe ao relator (art. 932, II). 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do 
tribunal; 
 
c) Incidente de suspeição ou impedimento: enquanto não declarado o efeito em que é recebido 
ou quando for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
 
Art. 146. § 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for 
recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
 
d) Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas: esse tipo de incidente suspende os 
processos. Apesar disso, é claro que é possível ser requerida a tutela de urgência. Durante a suspensão, 
a tutela de urgência será dirigida ao juízo onde tramita o processo suspenso. 
 
Art. 982. Admitido o incidente, o relator: 
§ 2o Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o 
processo suspenso. 
 
121 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
#VAICAIR #APOSTACICLOS: Concedida a tutela pelo juízo incompetente, em face do poder de cautela, 
a medida de urgência fica mantida até que o juízo competente se manifeste. 
 
Art. 64. § 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida 
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
→ REVOGAÇÃO OU MODIFICAÇÃO: 
- A tutela provisória pode ser modificada ou revogada em qualquer tempo, por meio de decisão 
fundamentada de modo claro e preciso. 
 
Art. 296. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz justificará as 
razões de seu convencimento de modo claro e preciso. 
Art. 298. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
#UMPOUCODEDOUTRINA: Existem três correntes doutrinárias a respeito da modificação ou revogação 
da Tutela Provisória. 
Primeira corrente: É possível a modificação ou a revogação da tutela, desde que ocorra uma mudança 
fática (Humberto Theodoro Jr). 
Segunda corrente: É possível a modificação ou a revogação da tutela, desde que exista novo material 
probatório (novas provas) – Ovídio Baptista da Silva. 
Terceira corrente: É possível em razão de simples mudança de opinião do juiz (Galeno Lacerda). 
 
E agora? O que prevalece? Se liga na opinião do doutrinador: 
 
“Quanto à tutela de urgência, há entendimento doutrinário que defende a possibilidade de o juiz, 
mesmo sem ser provocado, revogar ou modificar a tutela provisória antes de prolatar a sentença caso 
entenda que os requisitos que motivaram sua concessão não estão mais presentes. A fundamentação 
é a de que acima do interesse privado da parte estaria o interesse do próprio Poder Judiciário em 
decidir de forma correta, justa e eficaz. Quanto à possibilidade de revogação ou modificação ex officio 
da decisão que antecipa a tutela, a maioria da doutrina se posiciona contrariamente, de forma a 
entender imprescindível a manifestação da parte interessada para que possa ser revista a decisão pelo 
magistrado que a proferiu. Tomando-se em conta principalmente o princípio dispositivo e o interesse 
precípuo da parte em modificar a situação decorrente da antecipação, entende-se pela necessidade 
de manifestação do interessado. Entendo que não se pode obrigar o juiz a manter uma tutela provisória 
quando os elementos de convicção lhe convençam de que, diferente de sua percepção inicial, os requisitos 
legais não estão preenchidos no caso concreto. Até porque o juiz, ao sentenciar o processo, poderá 
revogar a tutela provisória concedida anteriormente mesmo que não haja qualquer pedido expresso da 
parte nesse sentido. ” (Daniel Assumpção). 
 
→EFETIVAÇÃO DA TUTELA PROVISÓRIA: 
 
122 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
- Para a efetivação da tutela provisória, o juiz deve tomar as medidas adequadas, aplicando, no 
que couber, as normas do cumprimento provisório, tais como a responsabilidade objetiva e a exigência 
de caução. 
 
#DEOLHONALEI: 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo 
será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a 
reparar os danos que o executado haja sofrido; #VAICAIR 
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-
se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; 
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente 
nesta ficará sem efeito a execução; 
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferênciade posse ou 
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, 
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
#VAICAIR 
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos 
termos do art. 525. 
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de 
sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. 
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da 
multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. #VAICAIR 
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência 
de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, 
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. 
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar 
coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; 
III – pender o agravo do art. 1.042; 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão 
proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco 
de grave dano de difícil ou incerta reparação. 
 
#UMPOUCODEDOUTRINA: “Entendimento pacífico na doutrina aponta para a natureza objetiva dessa 
responsabilidade, de forma que o elemento culpa é totalmente estranho e irrelevante para a sua 
configuração; Para que se considere o beneficiado pela concessão e efetivação da tutela cautelar 
responsável basta que a situação concreta seja tipificada numa das hipóteses do art. 302 do Novo CPC 
 
123 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
e que a parte contrária tenha efetivamente suportado um dano em razão dessa efetivação. Nos termos 
do dispositivo legal ora analisado, a responsabilidade pelos prejuízos causados à parte adversa em 
razão da concessão e efetivação de tutela de urgência ao final revogada não exclui a eventual 
reparação por dano processual. ” (Daniel Assumpção) 
 
#ATENÇÃO: A efetivação da tutela provisória está prevista no art. 297. O juiz pode aplicar multa 
coercitiva (astreintes) para cumprimento de tutela específica (de obrigação de fazer ou não fazer, ou 
entrega de coisa, art. 537). A multa coercitiva é revertida em favor do credor. 
#IMPORTANTE: O juiz pode aplicar também uma multa punitiva, prevista no art. 77, IV. Pode ser 
aplicada quando a parte ou o responsável não cumprir a decisão ou criar embaraços ao seu 
cumprimento. A multa punitiva é revertida em favor do Poder Público. 
 
#SELIGANAJURIS: 
#OLHAOGANCHO: É permitida a imposição de multa diária (astreintes) a ente público para compeli-
lo a fornecer medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros. STJ. 1ª Seção. REsp 1474665-
RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo) (Info 606). 
O valor das astreintes não pode ser reduzido de ofício em segunda instância quando a questão é 
suscitada em recurso de apelação não conhecido. STJ. 3ª Turma. REsp 1508929-RN, Rel. Min. Moura 
Ribeiro, julgado em 7/3/2017 (Info 600). 
A depender do caso concreto, o valor de multa cominatória pode ser exigido em montante superior 
ao da obrigação principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1352426-GO, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 
5/5/2015 (Info 562). 
 
→ MOMENTO DA CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA: 
- A tutela provisória pode ser concedida em qualquer momento, inclusive na sentença, no recurso e 
na ação rescisória. A tutela provisória concedida dentro da sentença tem a função de retirar o efeito 
suspensivo da apelação. 
 
→ RECURSOS E TUTELA PROVISÓRIA: 
O recurso cabível da decisão de tutela provisória é o AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1.015, I). 
Se a tutela provisória for concedida dentro da sentença, cabe APELAÇÃO. A posição do STJ (na vigência 
do CPC/73) foi expressamente consagrada no NCPC, segundo o qual, se a tutela provisória for 
concedida, confirmada ou revogada na sentença, cabe apenas o recurso de apelação. 
 
Art. 1.013. § 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável 
na apelação. 
 
#ATENÇÃO: De forma geral, os tribunais superiores não admitem discutir a tutela provisória em RE ou 
REsp, com dois argumentos: primeiro, pela natureza precária da decisão e, segundo, pela 
impossibilidade de reexame de prova. Como a decisão da tutela provisória tem natureza precária e 
deve ser reexaminado o fato, não se pode, em princípio, em RE e REsp analisar a tutela provisória, em 
razão desses aspectos formais. 
 
124 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO: 
Concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública: O art. 1º da Lei nº 9.494/97 determina, entre 
outras vedações, que não será cabível tutela antecipada contra o Poder Público visando obter a 
reclassificação ou equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou extensão de 
vantagens pecuniárias. O STF declarou que esse dispositivo é constitucional (ADC 4). Vale ressaltar, no 
entanto, que a decisão proferida na referida ADC 4 não impede toda e qualquer antecipação de tutela 
contra a Fazenda Pública. Somente está proibida a concessão de tutela antecipada nas hipóteses 
listadas no art. 1º da Lei nº 9.494/97, que deve ser interpretado restritivamente. No presente julgado, 
o STF afirmou que seria possível a concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de servidores 
públicos, considerando que isso não envolve a reclassificação ou equiparação de servidores públicos 
nem a concessão de aumento ou extensão de vantagens. STF. Plenário. Rcl 4311/DF, red. p/ o acórdão 
Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766). 
Bloqueio e sequestro de verbas públicas: Em ação para fornecimento de medicamentos, o juiz pode 
determinar o bloqueio e sequestro de verbas públicas em caso de descumprimento da decisão. 
Tratando-se de fornecimento de medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de 
suas decisões, podendo, se necessário, determinar, até mesmo, o sequestro de valores do devedor 
(bloqueio), segundo o seu prudente arbítrio, e sempre com adequada fundamentação. STJ. 1ª Seção. 
REsp 1069810-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 23/10/2013 (recurso repetitivo) (Info 
532). 
Tutela antecipada prevista no § 6º do art. 273 do CPC 1973:O STJ entendeu que a decisão a que se 
refere o § 6º do art. 273 do CPC 1973, apesar de ser concedida mediante técnica de cognição 
exauriente, continua sendo, por opção legislativa, uma hipótese de tutela antecipada. Logo, por 
questão de política legislativa, não é apta a fazer coisa julgada material. Assim, o valor correspondente 
à parte incontroversa do pedido pode ser levantado pelo beneficiado por decisão que antecipa os 
efeitos da tutela (art. 273, § 6º, do CPC 1973), mas o montante não deve ser acrescido dos respectivos 
honorários advocatícios e juros de mora, os quais deverão ser fixados pelo juiz na sentença. Novo CPC: 
penso que o entendimento acima não permanece mais válido. Isso porque o CPC 2015 introduziu no 
sistema processual civil brasileiro a permissão para que o juiz profira julgamento parcial de mérito. STJ. 
3ª Turma. REsp 1234887-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/9/2013 (Info 532). 
Impossibilidade de prisão em jurisdição cível, salvo no caso de obrigação alimentícia: Não é possívelque o magistrado, ao conceder tutela antecipada no âmbito de processo cível cujo objeto não consista 
em obrigação de natureza alimentícia, efetue ameaça de decretação de prisão para o caso de eventual 
descumprimento dessa ordem judicial, sob a justificativa de que, nesse caso, configurar-se-ia crime de 
desobediência (art. 330 do CP). STJ. 3ª Turma. RHC 35253-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 5/3/2013 (Info 517). 
Responsabilidade pelos prejuízos causados por tutela provisória: O autor ingressa com uma ação e 
pede a tutela de urgência. O juiz defere. Na sentença, o juiz julga improcedente a demanda e revoga 
a tutela de urgência. Ocorre que a tutela de urgência causou danos morais e materiais ao réu. O autor 
da ação tem a responsabilidade objetiva de indenizar o réu quanto a esses prejuízos, 
 
125 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
independentemente de pronunciamento judicial e pedido específico da parte interessada. STJ. 4ª 
Turma. REsp 1191262-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/9/2012. 
 
16 Formação, suspensão e extinção do processo. 
 
SUSPENSÃO DO PROCESSO 
#ATENÇÃO #NOVIDADE2016: 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante 
legal ou de seu procurador; 
II - pela convenção das partes; 
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
V - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação 
jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, 
requisitada a outro juízo; 
VI - por motivo de força maior; 
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência 
do Tribunal Marítimo; 
VIII - nos demais casos que este Código regula. 
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a 
única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se 
pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
§ 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. 
§ 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão 
do processo e observará o seguinte: 
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de 
quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no 
máximo 6 (seis) meses; 
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de 
quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais 
adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação 
no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. 
§ 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução 
e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, 
ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, 
ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. 
 
126 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 
(seis) meses naquela prevista no inciso II. 
§ 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4o. 
§ 6o No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do 
parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento 
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido à adoção, desde 
que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
§ 7o No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto 
ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar 
que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja 
notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
 
17 Processo de conhecimento e do cumprimento de sentença: procedimento comum; disposições 
gerais; petição inicial; improcedência liminar do pedido; audiência de conciliação ou de mediação; 
contestação, reconvenção e revelia; audiência de instrução e julgamento; providências preliminares e 
de saneamento; julgamento conforme o estado do processo; provas; sentença e coisa julgada; 
cumprimento da sentença; procedimentos especiais. 
 
→PROCESSO DE CONHECIMENTO: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO COMUM (agora é Comum!): O 
CPC/15 suprimiu a ideia de procedimento ordinário e procedimento sumário, unificando os processos 
através do procedimento comum, aplicável no que couber aos procedimentos especiais. Atenção!! Os 
processos que tramitam pelo procedimento sumário continuarão sob a sua égide até a prolação da 
sentença. 
 
→ PETIÇÃO INICIAL: é o instrumento da demanda, ou seja, modo como se formaliza uma demanda. 
Procedimento comum: O NCPC, em seu art. 318, afirma que existem dois procedimentos: comum 
e especial. Assim, percebe-se que não existe mais procedimento ordinário e procedimento sumário. 
 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código 
ou de lei. 
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos 
especiais e ao processo de execução. 
 
Em relação aos processos que já estão em curso: 
 
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos 
pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos 
procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o 
início da vigência deste Código. 
 
Requisitos: 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
 
127 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição 
no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer 
ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, 
for possível a citação do réu. 
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a 
obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
ESCRITURA A petição deve ser escrita. 
AUTORIDADE A QUEM É DIRIGIDA 
Deve indicar o juízo a quem é dirigida. 
Endereçamento. 
PARTES E QUALIFICAÇÕES 
Indicar nome, estado civil, profissão, número do 
CPF ou CNPJ, endereço eletrônico e endereço 
residencial. 
CAUSA DE PEDIR Fundamentos de fato e de direito. 
PEDIDODeve ser certo e determinado. 
VALOR DA CAUSA – DANO MORAL É o conteúdo econômico da demanda. 
OPÇÃO PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA 
Deve ser manifestado na Petição Inicial a 
vontade em realizar ou não audiência de 
conciliação – art. 334, NCPC. 
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS 
Art. 320, CPC. A petição inicial será instruída 
com os documentos indispensáveis à propositura 
da ação. 
 
→PEDIDO 
O pedido é o objeto do processo. Espécies: 
a) Imediato: é o provimento jurídico desejado. Por exemplo, condenação, declaração. 
b) Mediato: é o bem da vida. Por exemplo: carro, posse, filhos. 
 
Pedido certo 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, 
inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. 
 
128 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Pedido determinado 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado 
pelo réu. 
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 
→ ADMISSIBILIDADE DA INICIAL 
Possui previsão no art. 321 do NCPC. 
Nota-se que o juiz pode mandar emendar para corrigir os vícios, bem como para suprir 
irregularidades que possam dificultar o julgamento de mérito. Tem-se, aqui, a ideia de cooperação, 
prevista no art. 6º do NCPC. 
 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que 
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o 
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser 
corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, 
decisão de mérito justa e efetiva. 
 
→ INDEFERIMENTO 
*Sem análise do mérito (art. 330 e 485, I, NCPC): Ocorrerá quando a inicial não admitir emenda 
(por exemplo, nos casos de ilegitimidade), bem quando a emenda for frustrada ou ignorada. Nestes 
casos, não há formação de coisa julgada. 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de 
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, 
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor 
incontroverso do débito. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. 
 
129 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
 
*Com análise de mérito: São casos de improcedência liminar do pedido. Significa a plena e total 
possibilidade de o juiz, ao receber a petição inicial, desde já, verificando a impertinência da ação, julgar 
a improcedência de plano. 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a 
ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos 
do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se 
não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 
(quinze) dias. 
 
→ DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO: pressuposto básico para a utilização desta técnica é a 
ausência de matéria fática, sendo somente matéria de direito. #MUITOIMPORTANTE! 
Passa a ter fundamentação também no sistema de precedentes obrigatórios! 
 
→ AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO: Prevista no art. 334, do NCPC: 
 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar 
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 
(trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de 
mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 
(dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
 
130 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-
lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os 
litisconsortes. 
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem 
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para 
negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o 
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
 
#ATENÇÃO: Consequências do não comparecimento: quando as partes não comparecem à 
audiência de conciliação, haverá a incidência de uma multa de natureza sancionatória (vai para o 
Estado), tendo em vista que a ausência é um ato atentatório à justiça. 
 
CITAÇÃO INTIMAÇÕES 
→ Efeitos: induz litispendência, torna litigiosa a 
coisa e constitui em mora o devedor. Quanto à 
interrupção da prescrição, cessa a contagem do 
prazo prescricional com o despacho do magistradoque ordena a citação do réu, entretanto, a data de 
interrupção passa a ser considerada a do protocolo 
da ação, e não a do despacho do magistrado. 
→ Citação eletrônica! #NOVIDADE! Citação 
eletrônica para as pessoas jurídicas, sejam privadas 
ou públicas, sendo o meio preferencial para citação 
destas pessoas. As empresas públicas e privadas, 
incluindo a Administração Direta e Indireta, estão 
obrigadas a efetivarem um cadastro nos sistemas de 
processos eletrônicos para serem citados e 
intimados por este meio. Ministério Público, 
Advocacia Pública e Defensoria Pública tem a 
mesma obrigação. Estão excluídas dessa obrigação 
somente as microempresas e as empresas de 
pequeno porte. 
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém 
dos atos e termos do processo, para que faça ou 
deixe de fazer alguma coisa. 
A intimação comunica as partes ou alguém dos 
atos e termos do processo para que, querendo, se 
manifeste. 
Pode ser feita pela imprensa oficial, pelo correio 
ou pelo oficial de justiça. A intimação para o 
advogado se dá pela imprensa. Mas a intimação 
para as partes não pode se dar pela imprensa, 
apenas pessoalmente, via correio ou oficial de 
justiça. 
 
→ Revelia: A revelia permanece como consequência da não apresentação da contestação, gerando a 
presunção de veracidade das alegações feitas pelo autor (efeito material). O artigo 345 estabelece as 
 
131 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
hipóteses em que a revelia não produz seus efeitos materiais, quais sejam: i) contestação da ação por 
um dos réus, desde que os fatos se comuniquem aos demais réus; ii) litígio que verse sobre direitos 
indisponíveis; iii) petição inicial que não está acompanhada de instrumento que a lei considere 
indispensável à prova do ato. 
→ Não tem o condão de dar a vitória ao autor, especialmente se sua petição não possuir 
verossimilhança. 
→ Efeitos Processuais da Revelia: Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos 
fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. 
 
→ JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO: Julgar antecipadamente significa a supressão da 
fase instrutória e a saneadora, ou seja, julga-se o processo no estado em que ele se encontra. O 
julgamento antecipado do processo poderá ser total ou parcial. A seguir analisar-se-á cada um deles. 
 
*Total: 
 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma 
do art. 349. 
 
Ocorre quando o juiz julga todo o mérito do processo. 
a) Desnecessidade de outras provas: Todas as provas constantes no processo são suficientes 
para a compreensão e o julgamento do processo. Atenção! Não pode julgar improcedente por falta de 
provas, pois seria comportamento contraditório do juiz. 
b) Contumácia (não comparecer ao processo) com efeitos do 344, NCPC ou revelia sem 
requerimento de produção de provas (349 NCPC). 
Ao ser citado, o réu pode comparecer e defender-se ou ficar ausente (réu contumaz). Neste 
caso, poderá ocorrer revelia. 
Obs.: Nem sempre a revelia é gerada pela contumácia do réu. 
Lembrar que o réu revel, NÃO CONTUMAZ, poderá produzir provas. 
 
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações 
de fato formuladas pelo autor. 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se 
faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. 
 
*Parcial: 
 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela 
deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou 
ilíquida. 
 
132 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar 
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados 
em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
 
→ SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO 
Em regra, a forma de saneamento deve ser escrita, sem audiência. O CPC/2015 acabou com a 
audiência preliminar de saneamento do processo. 
O juiz, a seu critério, poderá sanear o processo em audiência. 
 
Objetivos: 
 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento 
e de organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de 
prova admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no 
prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato 
e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. 
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar 
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, 
se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. 
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não 
superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. 
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. 
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, 
para a prova de cada fato. 
§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos 
fatos individualmente considerados. 
§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 
465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. 
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. 
 
PROVAS 
 
133 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ Teoria Dinâmica do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus da prova no processo 
era feita de modo estático. 
→ A despeito de os incisos I e II do artigo 373 do NCPC consagrarem como regra geral a distribuição 
estática no ônus da prova nos mesmos moldes daquele previsto no artigo 333 do CPC/73, o 
parágrafo 1º traz os seguintes requisitos para a distribuição dinâmica: previsão legal (como ocorre 
com CDC, por exemplo); impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir o seu ônus (prova 
diabólica); maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário (aptidão da prova); decisão 
fundamentada e oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
→ É notório que, além de ser devidamente fundamentada, a decisão que aplica a distribuição 
dinâmica deve conferir à parte a oportunidade de provar de acordo com a nova distribuição do ônus 
probatório. Ademais, o parágrafo 2º, esclarece que não se pode gerar situação em que a 
desincumbênciado encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. Em outras palavras, 
não se admite simplesmente a mera transferência de prova diabólica. A inversão só faz sentido se a 
outra parte tiver melhores condições de obter o meio de prova. 
→ A convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório foi ratificada no parágrafo 
3º, esclarecendo no parágrafo 4º que o negócio processual pode ocorrer antes ou durante o 
processo. Percebe-se assim, que o novo diploma legislativo está em consonância com os ditames do 
atual momento vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da boa-fé no processo, 
sendo vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova na 
sentença, sem conferir a oportunidade de comprovar antes da prolação da decisão. 
→ Prova emprestada (art. 372 NCPC): é aquela colhida em um processo e colocada em outro. 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o 
valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
→ Ônus da prova (art. 373, NCPC): cabe ao autor provar os fatos constitutivos e ao réu os fatos 
impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade 
ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção 
da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça 
por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus 
que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do 
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo 
quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. 
 
134 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ Direito de não produzir prova conta si mesmo: cumpre salientar, que o artigo 379 introduz a 
sistemática processual civil o direito a não produzir prova contra si mesmo relativo a fatos cíveis 
relacionados a fatos criminais: 
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte: 
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; 
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária; 
III - praticar o ato que lhe for determinado. 
→ O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova emprestada: 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o 
valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
→Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e 
do local da audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará desistência da 
testemunha. 
→Possibilidade de julgamento parcial de mérito: com a entrada em vigor do NCPC é permitido que 
o juiz profira julgamento parcial de mérito, vejamos: 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
→Produção Antecipada de Prova: 
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: 
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos 
fatos na pendência da ação; 
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado 
de solução de conflito; 
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. 
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a 
ser proposta. 
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de 
antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. 
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir 
totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. 
 
→ SENTENÇA, DECISÕES E COISA JULGADA: 
TIPOS DE DECISÕES JUDICIAIS: despachos, decisões interlocutórias e sentenças (art. 203). 
Despachos: não admitem a interposição de 
qualquer modalidade de recurso. 
Decisões Interlocutórias: é todo pronunciamento 
judicial de natureza decisória que não se 
enquadre como sentença. A grande inovação 
trazida pelo Novo CPC é a possibilidade de que 
as decisões interlocutórias possam resolver o 
 
135 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
mérito de modo definitivo, como ocorre no 
julgamento antecipado parcial do mérito. 
 
**Sentença: CPC/15 mescla o critério topológico com conteúdo. Assim, segundo o art. 203, § 1º, 
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à 
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
 
SENTENÇA TERMINATIVAS (art. 485, NCPC): 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais 
de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral 
reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto 
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e 
grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de 
requerimento do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 
(cinco) dias para retratar-se. 
ENUNCIADO 520 FPPC. Interposto recurso inominado contra sentença sem resolução de mérito, o 
juiz pode se retratar em cinco dias. 
DECISÃO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO (ART. 487): Possibilidade de superar defeitos processuais 
e resolver o mérito. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável 
à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. Quando puder decidir 
o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem 
mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 
 
136 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão 
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
ENUNCIADO 521 FPPC. Apenas a decadência fixada em lei pode ser conhecida de ofício pelo juiz. 
 
#ATENÇÃO#IMPORTANTE: Fundamentação das decisões: 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação 
com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência 
no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
→ Colisão de normas e ponderação: o art. 489, § 2º: 
No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação 
efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas 
fáticas que fundamentam a conclusão. 
 
→ REMESSA NECESSÁRIA #MUITASNOVIDADES! Na nova sistemática, não estão sujeitas à remessa 
necessária as sentenças quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor 
certo e líquido inferior a: 
 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e 
fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações 
de direito público. 
 
137 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
→ Outra inovação relevante decorre das situações previstas no §4º do art. 496, que dão reforço ao 
sistema de precedentes. Assim, não haverá remessa necessária quando a sentença estiver fundada em: 
 
I - súmula de tribunal superior; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio 
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
 
→ COISA JULGADA 
A coisa julgada sobre questão prejudicial #FICARMUITOATENTO!!! - O Código traz expressamente 
a possibilidade de a coisa julgada incidir também sobre questão prejudicial decidida expressa e 
incidentemente quando, cumulativamente: 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: #ATENÇÃO 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
 
→PROCESSOCOLETIVO: 
 
Limites objetivos: o que se 
submete aos seus efeitos. 
Limites subjetivos: quem se 
submete a ela. 
Modo de produção: como ela 
se forma. 
A coisa julgada limita-se a 
atingir o dispositivo da 
sentença (norma jurídica 
individualizada). 
Art. 503 do NCPC. A decisão 
que julgar total ou 
A coisa julgada produz efeitos 
intra partes. 
Art. 506 do NCPC. A sentença 
faz coisa julgada às partes 
entre as quais é dada, não 
prejudicando terceiros. 
A coisa julgada é pro et contra, 
ou seja, sua formação 
independe do resultado do 
processo. 
 
138 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
parcialmente o mérito tem 
força de lei nos limites da 
questão principal 
expressamente decidida. 
 
→Em sede de processo coletivo, o regime jurídico da coisa julgada vai depender da natureza do direito 
envolvido. No prisma dos direitos difusos, a sentença de procedência terá eficácia erga omnes, ou seja, 
abrange toda a sociedade. Na sentença de improcedência, a eficácia também será erga omnes, 
bloqueando o ajuizamento de outra ação coletiva, salvo no caso de falta de provas (modo de produção: 
secundum eventum probationis). #ATENÇÃO A ação individual não será prejudicada, pois a 
transferência é secundum eventum litis. 
→No caso dos direitos coletivos, a eficácia da sentença será ultra partes, ou seja, abrange toda a classe, 
tanto na hipótese de procedência como de improcedência. Aqui, resta presente a mesma ressalva dos 
direitos difusos: a ação individual não será prejudicada e é possível propor nova ação coletiva no caso 
de falta de provas. 
→Ato contínuo, quanto aos direitos individuais homogêneos, a sentença de procedência ou 
improcedência possuirá eficácia erga omnes. 
#ATENÇÃO Em que pese à ação individual também não restar prejudicada, no caso da sentença de 
improcedência não será possível propor nova ação coletiva, mesmo no caso de falta de provas, à luz 
da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 
 
18 Procedimentos de jurisdição voluntária. 19 Processos de execução. 20 Processos nos tribunais e meios 
de impugnação das decisões judiciais 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
→ Procedimentos especiais que o CPC/2015 excluiu: i) ação de oferecer contas (uma das antigas 
espécies de prestação de contas); ii) ação de depósito; iii) ação de anulação e substituição de títulos 
ao portador; iv) ação de nunciação de obra nova; v) ação de usucapião de terras particulares; vi) 
vendas a crédito com reserva de domínio; vii) especialização da hipoteca legal. 
Portanto, a tutela dos direitos que eram objeto dos procedimentos especiais não preservados pelo 
CPC/2015 passa a seguir, pela nova lei, o procedimento comum. 
→ Procedimentos especiais que o CPC/2015 acrescentou: i) ação de dissolução parcial de sociedade; 
ii) oposição (elencada no antigo Código como intervenção de terceiros); iii) ações de família; iv) 
homologação de penhor legal (disposta no CPC/73 como procedimento cautelar); v) regulação de 
avaria grossa; vi) notificação e interpelação (também tratadas no CPC/73 como procedimento 
cautelar); vii) ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo. 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
→ Institutos preservados: i) fungibilidade das ações possessórias (art. 554); ii) o seu caráter dúplice 
ou ambivalente (art. 556); iii) a restrição da especialização procedimental apenas para as chamada 
ações de força nova, ou seja, quando intentadas “dentrode ano e dia da turbação ou do esbulho” 
 
139 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
(art. 558, caput), conduzindo-se via procedimento comum os demais casos (art. 558, parágrafo único); 
iv) os requisitos da petição inicial (art. 561); v) a concessão de tutela provisória liminar (art. 562) ou 
após justificação (art. 563);vi) o cabimento de caução a ser requerida pelo réu em desfavor do autor 
mantido ou reintegrado na posse (art. 559);vii) a aplicação, para a ação de interdito proibitório, do 
procedimento previsto para a reintegração e para a manutenção de posse (art. 568); 
→ Procedimento para litígios decorrentes de movimentos sociais: citação será pessoal para os 
ocupantes que forem encontrados no local e por edital para os demais. Intimar o Ministério Público 
e, havendo envolvimento de pessoas em situação de hipossuficiência econômica, a Defensoria 
Pública. Exige-se “dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos 
prazos processuais”. 
→ Pedidos que podem ser cumulados com a pretensão possessória - manteve-se: perdas e danos 
(inciso I) e incluiu-se o pedido de “indenização dos frutos” (inciso II); excluiu: desfazimento de 
construção ou plantação feita em prejuízo da posse. 
 
AÇÃO MONITÓRIA 
#DEOLHONAJURIS#CESPEGOSTA: 
O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se 
convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das declarações. STJ. 4a Turma. REsp 
1.381.603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 6/10/2016 (Info 593) 
Considera-se como prova escrita apta à instrução da ação monitória todo e qualquer documento 
que sinalize o direito à cobrança e que seja hábil a convencer o juiz da pertinência da dívida, 
independentemente de modelo predefinido. REsp 866205/RN, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, TERCEIRA TURMA, Julgado em 25/03/2014, DJE 06/05/2014 
→ O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva 
é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 
→ Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada em face do emitente, é dispensável 
menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. 
→ A prova escrita hábil a instruir a ação monitória não precisa ter sido emitida pelo devedor ou nela 
constar sua assinatura. 
AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. O conceito de documento comum, previsto no art. 844, II, 
do CPC/1973, não se limita aquele pertencente a ambas as partes, mas engloba também o 
documento sobre o qual elas têm interesse comum, independentemente de o solicitante ter 
participado de sua elaboração. STJ. 3a Turma. REsp 1.645.581-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, 
julgado em 8/8/2017 (Info 609) 
ALIMENTOS. LEGITIMIDADE ATIVA. SÚMULA 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa 
para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente independentemente do 
exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar nas situações de risco 
descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer outros 
questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na comarca. 
#SELIGANASÚMULA #IMPORTANTE 
 
 
140 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ PROCESSO DE EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
A execução pode ser: 
DIRETA: ou por sub-rogação (ocorre sem a colaboração do executado). 
INDIRETA: ou por coerção, por meio de decisões mandamentais (com conteúdo de ameaça de 
piora da situação do executado ou com sanções premiais para o caso de cumprimento dentro dos 
prazos e demais determinações). 
- Desistência da execução: apenas admitida quanto às questões processuais (e o exequente deve 
pagar as custas e o exequente deve pagar custas e honorários). Quanto às demais questões, fica 
dependente de concordância do executado. 
- Antes de declarar a fraude à execução, deve o juiz intimar o terceiro adquirente que, se quiser, 
poderá opor embargos de terceiro no prazo de 15 dias. 
#OLHAOGANCHO: presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens após 
a averbação. 
 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde 
que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma 
do art. 828; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial 
originário do processo onde foi arguida a fraude; 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-
lo à insolvência; 
V - nos demais casos expressos em lei. 
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. 
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que 
adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas 
no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. 
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da 
citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. 
 
- O direito de preferência adquire-se pela PENHORA. 
- É NULA a execução se a obrigação não for certa, líquida e exigível; se a citação foi irregular; ou 
se a execução foi intentada antes de verificada a condição ou o termo. 
 
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível 
consubstanciada em título executivo. 
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não 
retira a liquidez da obrigação constante do título. 
 
- A EXPROPRIAÇÃO dos bens do executado pode se dar: por adjudicação/ alienação/ 
apropriação de frutos e rendimentos. 
 
 
141 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, 
pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários 
advocatícios. 
 
- O pagamento integral em 3 dias, na execução por quantia certa, reduz em 50% o valor dos 
honorários. 
- A substituição do bem penhorado só pode ocorrer se for menos onerosa e não prejudicar o 
exequente. 
#ATENÇÃO: possibilidade de parcelamento do débito na execução. 
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 
trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado 
poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de 
correção monetária e de juros de um por cento ao mês. 
 
→ AS DEFESAS DO EXECUTADO 
**EMBARGOS À EXECUÇÃO 
- Ação incidental. 
- Prazo: 15 dias (da juntada do mandado de citação aos autos). 
- NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO. 
 
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. 
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando 
verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida 
por penhora, depósito ou caução suficientes. 
§ 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a 
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
§ 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da 
execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. 
§ 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá 
a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito 
exclusivamente

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