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Indaial – 2021
ModelageM 
BidiMensional e 
ConfeCção
Prof.a Ana Cláudia Antunes 
1a Edição
Samsung
Nota
PÁGINA 160
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Ana Cláudia Antunes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A636m
Antunes, Ana Cláudia
Modelagem bidimensional e confecção. / Ana Cláudia Antunes. 
– Indaial: UNIASSELVI, 2021.
191 p.; il.
ISBN 978-65-5663-475-3
ISBN Digital 978-65-5663-471-5
1. Modelagem bidimensional. – Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 740
apresentação
Prezado acadêmico, este livro didático compreende os conteúdos 
relacionados à modelagem bidimensional e à confecção. Através dele, 
você conhecerá o conceito e as técnicas da modelagem bidimensional e 
desenvolverá habilidades nesse campo, além de ser introduzido aos contextos 
da confecção de vestuário e das tecnologias implicadas.
Na indústria do vestuário, a modelagem é parte fundamental para 
a elaboração de novos produtos. Com usuários cada vez mais exigentes e 
um mercado mais competitivo, a modelagem é um fator de diferenciação 
relacionado à qualidade do produto, podendo se tornar até mesmo o 
fator decisivo no momento da compra de uma peça de roupa. Assim, é 
imprescindível que um profissional da área da moda possua conhecimentos 
avançados de modelagem bidimensional.
 
Após a modelagem de uma peça de roupa e a aprovação da peça-
piloto, o produto é direcionado para o encaixe e, posteriormente, para o risco 
e o corte, fases que exigem planejamento e controle para assertividade da 
produção. O setor de confecção, em uma indústria de vestuário, é complexo, 
e necessita de conhecimento avançado do profissional de moda sobre o 
funcionamento e as tecnologias envolvidas. Para isso, este livro foi dividido 
em três unidades.
Na Unidade 1, abordaremos o conceito de modelagem bidimensional, 
como funciona e qual a aplicação na indústria do vestuário, além da relação 
entre modelagem e antropometria, do estudo das medidas do corpo humano 
para a construção da modelagem e das tabelas de medidas. Além disso, 
serão listados os materiais e as ferramentas necessários para a modelagem 
bidimensional, para, então, compreendermos os conceitos básicos da 
modelagem, a construção de diagramas e as bases.
Em seguida, na Unidade 2, aprenderemos como fazer a transferência 
de pences nas bases, ou incuti-las em recortes para interpretar modelos de 
roupas avançados através das bases construídas anteriormente. Além disso, 
aprenderemos como fazer a gradação de moldes finalizados, utilizando 
uma tabela de medidas industrial, e, posteriormente, entenderemos como 
funciona o encaixe de moldes para o corte.
Por fim, na Unidade 3, estudaremos como funcionam os setores de uma 
indústria de confecção de vestuário, como funciona o planejamento da produção, 
além das tecnologias envolvidas na confecção, incluindo o risco dos moldes, 
o encaixe e o corte. Também estudaremos a importância da ficha técnica no 
desenvolvimento e na confecção de produtos de moda, e identificaremos quais as 
informações essenciais que uma ficha técnica deve conter.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Ao fim do conteúdo, você compreenderá a importância da modelagem 
no contexto produtivo de uma peça de roupa, e terá conhecimento necessário 
para desenvolver as próprias bases de modelagem e os modelos avançados, 
além de embasamento necessário para compreender como funciona o setor de 
confecção de vestuário e das tecnologias.
Bom estudo!
Prof.a Ana Cláudia Antunes 
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL .................................... 1
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL ........................................ 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 MODELAGEM E ANTROPOMETRIA .......................................................................................... 3
2.1 ANTROPOMETRIA ....................................................................................................................... 3
2.2 ORIGEM E ESTUDO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ............................................... 4
2.3 FOLGAS DE VESTIBILIDADE ..................................................................................................... 6
3 MEDIDAS DO CORPO HUMANO ................................................................................................. 6
3.1 ALTURAS E COMPRIMENTOS ................................................................................................... 7
3.2 CIRCUNFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 7
3.3 DISTÂNCIAS ................................................................................................................................... 7
3.4 MEDIDAS FUNDAMENTAIS E MEDIDAS COMPLEMENTARES ....................................... 7
3.5 COMO TIRAR AS MEDIDAS DO CORPO ................................................................................. 7
4 TABELA DE MEDIDAS ................................................................................................................... 15
4.1 TABELA DE MEDIDAS FEMININAS ...................................................................................... 15
4.2 TABELA DE MEDIDAS MASCULINAS .................................................................................. 16
4.3 TABELA DE MEDIDAS INFANTIL .......................................................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................20
TÓPICO 2 —MODELAGEM BIDIMENSIONAL .......................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 A MODELAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ..................................... 23
2.1 TÉCNICAS DE MODELAGEM BIDIMENSIONAL ............................................................... 25
2.2 SENTIDO DO FIO ........................................................................................................................ 26
3 IDENTIFICAÇÃO DOS MOLDES................................................................................................. 27
4 FERRAMENTAS E MATERIAIS DE MODELAGEM ................................................................ 30
4.1 FITA MÉTRICA ............................................................................................................................. 30
4.2 PAPEL PARA MOLDE ................................................................................................................ 30
4.3 RÉGUA MILIMETRADA DE 60CM .......................................................................................... 30
4.4 ESQUADRO ................................................................................................................................... 31
4.5 RÉGUA DE ALFAIATE ................................................................................................................ 32
4.6 CURVA FRANCESA .................................................................................................................... 33
4.7 CARRETILHA ............................................................................................................................... 33
4.8 OUTROS MATERIAIS ................................................................................................................. 34
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES ....................................................................................... 39 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................................... 39
3 CONSTRUÇÃO DE DIAGRAMA ................................................................................................. 40
4 CONSTRUÇÃO DE BASES ............................................................................................................. 41
4.1 BASE DA SAIA FEMININA ....................................................................................................... 42
4.2 BASE DO CORPO FEMININO .................................................................................................. 47
4.3 BASE DA MANGA FEMININA ................................................................................................. 52
4.4 BASE DA CALÇA ........................................................................................................................ 55
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 65
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO ........................................................................... 67
TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES .............................................................................. 69
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69
2 PENCE .................................................................................................................................................. 69
3 TRANSFERÊNCIA DE PENCE DO CORPO ................................................................................ 71
3.1 PENCE NO OMBRO ................................................................................................................... 72
3.2 PENCE NO DECOTE .................................................................................................................. 73
3.3 PENCE NA CAVA ....................................................................................................................... 74
3.4 PENCE FRANCESA .................................................................................................................... 75
3.5 PENCE DO CENTRO-FRENTE ................................................................................................. 76
3.6 PENCE DO DECOTE NO CENTRO-FRENTE ........................................................................ 77
3.7 PENCE DA CINTURA NO CENTRO-FRENTE ...................................................................... 78
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 80
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES ............................................................................ 87
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 87
2 VARIAÇÃO DE SAIAS .................................................................................................................... 87
2.1 SAIA EVASÊ ................................................................................................................................. 87
2.2 SAIA GODÊ ................................................................................................................................... 88
2.3 SAIA DE PREGAS ........................................................................................................................ 92
2.4 SAIA-ENVELOPE ......................................................................................................................... 93
3 VARIAÇÃO DE BLUSAS ................................................................................................................. 94
3.1 CAVA AMERICANA ................................................................................................................... 94
3.2 DECOTE DRAPEADO ............................................................................................................... 95
3.3 COLETE DE ALFAIATARIA ....................................................................................................... 96
4 VARIAÇÃO DE MANGAS .............................................................................................................. 97
4.1 MANGA-TULIPA ........................................................................................................................ 97
4.2 MANGA COM FRANZIDO NA CAVA ................................................................................... 98
4.3 MANGA BOCA-DE-SINO ..........................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 101
TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE ....................................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 105
2 GRADAÇÃO .................................................................................................................................... 105
2.1 VALORES DA GRADAÇÃO ..................................................................................................... 107
2.2 MÉTODOS DE GRADAÇÃO .................................................................................................... 109
2.3 GRADAÇÃO MANUAL E GRADAÇÃO AUTOMATIZADA ............................................ 114
3 GRADAÇÃO DE BLUSA .............................................................................................................. 117
4 GRADAÇÃO DE CALÇA ............................................................................................................. 118
5 TIPOS DE GRADAÇÃO ................................................................................................................ 119
6 ENCAIXE ........................................................................................................................................... 119
6.1 ENCAIXE MANUAL ................................................................................................................. 120
6.2 ENCAIXE MANUAL DE MINIATURAS ................................................................................ 120
6.3 ENCAIXE AUTOMATIZADO .................................................................................................. 121
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 127
UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .................................................................. 129
TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO ........................................................................ 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ........................................................................................... 131
2.1 REUNIÃO DE PEDIDOS ........................................................................................................... 133
2.2 ORDEM DE FABRICAÇÃO ...................................................................................................... 134
3 INTRODUÇÃO AO RISCO, AO ENCAIXE E AO CORTE ..................................................... 136
3.1 TIPOS DE MOLDES ................................................................................................................... 136
3.2 TIPOS DE TECIDOS ................................................................................................................... 138
3.3 TIPOS DE ENFESTO .................................................................................................................. 139
3.4 TIPOS DE RISCOS MARCADORES ........................................................................................ 141
4 FREQUÊNCIA .................................................................................................................................. 148
5 GASTO MÉDIO ............................................................................................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152
TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE ..................................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 155
2 TECNOLOGIA DE CORTE ........................................................................................................... 155
2.1 FATORES DE ENFESTAMENTO ............................................................................................ 156
2.2 MÉTODOS DE ENFESTAMENTO .......................................................................................... 157
2.3 QUALIDADE NO CORTE ........................................................................................................ 158
2.4 MÁQUINAS DE CORTE .......................................................................................................... 159
2.5 CORTE E ALTURA MÁXIMA DO ENFESTO ........................................................................ 162
2.6 OUTROS EQUIPAMENTOS DE CORTE ............................................................................... 163
3 SALA DE CORTE EM UMA IDÚSTRIA DO VESTUÁRIO ................................................... 164
3.1 SALA DE CORTE TRADICIONAL ......................................................................................... 164
3.2 SALA DE CORTE AUTOMATIZADA .................................................................................... 164
4 PREPARAÇÃO PARA OUTRAS ETAPAS .................................................................................. 165
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 167
TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA ...................................................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169
2 TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO .............................................................................................. 169
2.1 MAQUINÁRIOS DE COSTURA .............................................................................................. 170
2.2 AGULHAS DE MÁQUINA ....................................................................................................... 175
2.3 ACESSÓRIOS E APARELHOS .................................................................................................. 176
2.4 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO: TECIDO PLANO E MALHARIA ......................................... 178
3 FICHA TÉCNICA ............................................................................................................................. 181
3.1 DESENHO TÉCNICO ................................................................................................................ 182
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 185
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................191
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO À MODELAGEM 
BIDIMENSIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é a modelagem bidimensional, como funciona e qual 
a aplicação na indústria da moda;
• compreender a relação entre modelagem e antropometria, como tirar 
as medidas do corpo humano e a construção de uma tabela de medidas 
industrial;
•	 identificar	os	materiais	e	as	ferramentas	necessários	para	a	modelagem	
bidimensional;
• construir bases de modelagens femininas de saia, blusa, manga e calça, 
através de uma tabela de medidas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	INTRODUÇÃO	À	MODELAGEM	BIDIMENSIONAL
TÓPICO	2	–	MODELAGEM	BIDIMENSIONAL
TÓPICO	3	–	CONSTRUÇÃO	DE	BASES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
1 INTRODUÇÃO 
A	modelagem	consiste	na	construção	de	moldes	para	artigos	do	vestuário	
que poderão, posteriormente, ser confeccionados em uma peça única ou em escala 
industrial. Os moldes podem ser desenvolvidos através de diferentes técnicas: 
modelagem	bidimensional,	moulage	ou	cópia	direta	do	produto.
Este	livro	didático	é	focado	na	modelagem	bidimensional,	que	transpassa	
o	desafio	de	vestir	um	corpo	tridimensional	através	de	moldes	planificados	traçados	
em papel. Para isso, é fundamental a construção de diagramas que utilizem as 
medidas	do	corpo	humano,	normalmente,	já	alocadas	em	uma	tabela	de	medidas.	
Acadêmico,	 para	 que	 você	 possa	 iniciar	 a	 construção	 de	 modelagens,	
abordaremos,	neste	tópico,	alguns	conhecimentos	previamente	necessários,	como	
a relação entre modelagem e antropometria, as medidas do corpo humano e as 
tabelas de medidas.
2 MODELAGEM E ANTROPOMETRIA 
A	 modelagem	 bidimensional	 utiliza	 medidas	 do	 corpo	 humano	 para	
traçar diagramas que, posteriormente, poderão ser transformados em moldes. 
A	ciência	que	 estuda	as	medidas	do	 corpo	humano	é	 a	 antropometria,	
assim, é imprescindível compreender a ligação existente entre modelagem e 
antropometria, além da aplicação para a construção dos moldes e para garantir 
conforto a eles.
2.1 ANTROPOMETRIA 
A	antropometria	 (do	grego,	anthropos, homem, e metry,	medida)	é	definida,	 
por	Correa	 e	Rosner	 (2015),	 como	um	 ramo	das	 ciências	 biológicas	 que	 objetiva	 o	
estudo	dos	elementos	mensuráveis	da	morfologia	humana,	é	a	área	dedicada	a	estudar	
e a avaliar as medidas de tamanho, de massa e de proporções do corpo humano.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
4
Os	 estudos	 antropométricos	 permitem	 projetar,	 considerando	 a	 altura	
adequada para cada pessoa e as diferenças individuais e étnicas na 
elaboração	e	na	avaliação	de	equipamentos	e	de	postos	de	trabalho.	No	
entanto, a grande variabilidade das medidas corporais entre os indivíduos 
é	um	desafio	para	o	projetista.	É	preciso	considerar	as	pessoas	mais	altas	e	
as	pessoas	mais	baixas	(CORREA;	ROSNER,	2015,	p.	35).
Para	 o	 desenvolvimento	 da	modelagem,	 são	 necessárias	 as	 dimensões	
antropométricas do corpo que a roupa deve vestir, além do entendimento 
da proporção entre essas medidas e da compreensão das formas dos corpos 
feminino,	masculino	 e	 infantil,	para	projetar	peças	de	vestuário	que	 se	vistam	
adequadamente, adaptando-se às formas e atendendo às necessidades de 
cada público.
2.2 ORIGEM E ESTUDO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
A	origem	dos	 estudos	antropométricos,	de	 acordo	 com	Correa	 e	Rosner	
(2015),	teve	início	na	antiguidade,	quando	os	egípcios	e	os	gregos	investigavam	a	
relação	entre	as	partes	do	corpo	humano,	já	na	Era	Renascentista.	Com	o	estudo	
do	Homem	Vitruviano,	de	Leonardo	da	Vinci,	a	análise	das	proporções	humanas	
estava	em	evidência,	mas,	para	o	autor,	o	termo	antropometria	foi	utilizado,	pela	
primeira	vez,	somente	em	1659,	pelo	pesquisador	alemão	Sigismund	Elshatz.
FIGURA 1 – HOMEM VITRUVIANO, DE LEONARDO DA VINCI
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/homo-vitruviano-vitruvian-man-
leonardos-detailed-602705321>. Acesso em: 24 out. 2020.
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TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
5
A	primeira	avaliação	dos	dados	antropométricos	completa	 foi	 feita	por	
um	médico	alemão,	Johann	Friedrich	Blumenbach,	em	1775.	Somente	no	fim	da	
década	de	1850,	Paul	Broca	instituiu	a	Sociedade	de	Antropologia	de	Paris,	e	ficou	
conhecido	 como	 o	 fundador	 da	 antropologia	 moderna	 (ROSNER;	 CORREA,	
2015).	A	partir	de	então,	os	estudos	antropométricos	evoluíram	muito	e	serviram	
de embasamento para diversos campos do conhecimento.
Até	a	década	de	1940,	as	medidas	antropométricas	visavam	determinar	
apenas algumas grandezas médias da população, com pesos e 
estaturas.	Depois,	passou-se	a	determinar	as	variações	e	os	alcances	
dos	movimentos.	Hoje,	o	interesse	maior	se	concentra	no	estudo	das	
diferenças	 entre	 grupos	 e	 na	 influência	 de	 certas	 variáveis,	 	 como	
etnias, alimentação e saúde. Com o crescente volume do comércio 
internacional,	pensa-se,	hoje,	em	estabelecer	os	padrões	mundiais	de	
medidas antropométricas para a produção de produtos universais 
(IIDA,	2005,	p.	98).
Você sabia que, até a Idade Média, não havia diferenciação entre o pé direito e 
o pé esquerdo de um calçado? Os dois eram do mesmo formato. Esse é um ótimo exemplo 
de como os estudos antropométricos podem melhorar os produtos que utilizamos.
ATENCAO
A	 antropometria	 pode	 ser	 dividida	 em	 três	 tipos:	 estática,	 dinâmica	 e	
funcional.	A	antropometria	estática	está	voltada	para	as	medidas	referentes	ao	
corpo parado ou com poucos movimentos, e as medições são realizadas entre 
dois	 pontos	 anatômicos	 claramente	 identificados,	 enquanto	 a	 antropometria	
dinâmica	mede	o	alcance	dos	movimentos	e	a	antropometria	funcional	trata	de	
medidas	relacionadas	com	a	execução	de	tarefas	específicas	(IIDA,	2005).
FIGURA 2 – TIPOS DE ANTROPOMETRIA
FONTE: Adaptada de Iida (2005)
Antropometria
estática
Antropometria
dinâmica
Antropometria
funcional
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
6
Pode-se observar que a complexidade aumenta da antropometria 
estática,	para	a	dinâmica,	para	a	funcional,	porém,	todas	são	necessárias	para	o	
desenvolvimento	da	modelagem	do	vestuário,	pois	o	corpo	que	a	peça	deve	vestir	
não	é	estático,	e	deve	se	movimentar	com	conforto	e	liberdade	de	movimentos.
2.3 FOLGAS DE VESTIBILIDADE
Considerando	que	a	roupa	veste	um	corpo	que	não	é	estático,	a	modelagem	
deve	 permitir	 que	 o	 usuário	 possa	 se	 movimentar	 confortavelmente	 e	 sem	
restrição de movimentos. Para garantir conforto às peças, o modelista deve estar 
atento	às	folgas	necessárias,	como	as	de	vestibilidade	e	de	modelo.
A	 modelagem	 bidimensional	 parte	 da	 construção	 de	 diagramas	 que	
tomam, como base, as medidas do corpo humano, para, então, serem extraídas 
as	bases.	As	bases	objetivam	vestir	o	corpo	de	forma	extremamente	ajustada,	sem	
nenhum	acréscimo	de	folga.	Dessa	forma,	para	a	interpretação	dos	modelos,	tem-
se a noção da forma real do corpo, sendo, então, o acréscimo de folgas decidido 
de acordo com a necessidade do modelo.
As	folgas	são,	segundo	Silveira	(2017,	p.	21),	“o	espaço	acrescentado	no	
molde	das	peças	de	vestuário,	além	das	medidas	anatômicas	do	corpo”.	A	medida	
dessas folgas depende das questões estéticas do modelo, da função e do tecido, 
visando atender às necessidades de movimentação do corpo.
 
Existem	 dois	 tipos	 de	 folgas:	 as	 de	 vestibilidade	 e	 as	 de	 modelo.	 As	
folgas de vestibilidade estão relacionadas aos acréscimos fundamentais para que 
a pessoa que utilize a roupa vista confortavelmentee consiga se movimentar. 
Esse	tipo	de	folga	é	essencial	para	peças	confeccionadas	em	tecidos	planos.	Já	as	
roupas feitas em malha, como as de moda praia ou moda esportiva, podem não 
ter folga de vestibilidade, e ter medidas diminuídas da anatomia do corpo, isso 
porque a elasticidade do tecido permite a movimentação.
As	folgas	dos	modelos	são	os	acréscimos	feitos	nas	peças,	considerando	as	
questões	estéticas	das	 roupas,	podendo	ser	mais	 justas	ou	mais	amplas.	Assim,	o	
modelista	deve	adicionar	a	medida	necessária	aos	moldes	para	alcançar	o	objetivo	do	
croqui, quanto a caimento, volume ou comprimento.
3 MEDIDAS DO CORPO HUMANO
Para a construção de moldes de roupas através da modelagem plana, é 
necessário	 saber	 as	medidas	 do	 corpo	para	 o	 qual	 a	 peça	 deve	 ser	 elaborada.	
Para a modelagem industrial, são utilizadas tabelas de medidas, de acordo com 
cada	 público,	 assunto	 que	 será	 abordado	 no	 Tópico	 4,	 porém,	 para	 que	 você	
compreenda	como	essas	tabelas	são	construídas,	é	necessário	aprender	a	tirar	as	
medidas do corpo. Esse processo pode servir para a construção de moldes sob 
medida e para construir uma tabela de medidas para a modelagem industrial.
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TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
7
3.1 ALTURAS E COMPRIMENTOS
As	alturas	são	medidas	lineares	aferidas	no	sentido	vertical	de	qualquer	
parte	 do	 corpo	 em	 direção	 ao	 solo.	 De	 acordo	 com	 Silveira	 (2017,	 p.	 7),	 “por	
convenção,	todas	as	alturas	devem	ser	realizadas	do	lado	direito”,	como	a	altura	
da cintura e das entrepernas.
Os	 comprimentos	 correspondem	 às	 distâncias	 entre	 dois	 pontos	
antropométricos medidos no sentido vertical, como o comprimento da cintura 
ao	joelho.
3.2 CIRCUNFERÊNCIAS
As	 distâncias	 condizem	 com	 a	 medida	 entre	 dois	 pontos	 no	 sentido	
horizontal, como a medida dos ombros e a medida entre um seio e o outro, ambas 
necessárias	para	o	traçado	das	bases	de	modelagem.
As	circunferências	correspondem	às	medidas	que	contornam	determinado	
segmento do corpo, como é o caso da cintura, do busto, do quadril.
3.3 DISTÂNCIAS
3.4 MEDIDAS FUNDAMENTAIS E MEDIDAS 
COMPLEMENTARES
As	medidas	fundamentais	são	aquelas	essenciais	para	o	traçado	das	bases.	
Devem	ser	exatas	e	tiradas	rente	ao	corpo,	e	qualquer	acréscimo	ou	folga	só	deve	
ser	 realizado	 na	 elaboração	 da	modelagem.	 Já	 as	medidas	 complementares	 são	
aquelas	necessárias	para	a	execução	do	modelo,	como	comprimento	da	peça,	nível	
do	gancho	e	medidas	de	golas	e	de	punhos	(SAGGESE;	DUARTE,	2010).
3.5 COMO TIRAR AS MEDIDAS DO CORPO
Para	tirar	as	medidas	do	corpo,	você	precisa	de	uma	fita	métrica.	A	pessoa	
escolhida	para	a	aferição	das	medidas	deve	estar	vestindo	roupas	finas	e	com	pouco	
volume,	para	que	não	interfiram	nas	medidas	reais	da	pessoa	e	permitam	que	você	
visualize	as	formas	do	corpo.	A	lingerie	utilizada	não	deve	interferir	no	volume	do	
corpo,	como	cintas	compressoras	ou	sutiãs	e	calcinhas	com	enchimento.	A	pessoa	deve	
estar descalça e manter a postura alinhada durante o processo.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
8
Amarrar uma fita na cintura da pessoa que está servindo como modelo pode 
ajudar no momento de tirar as medidas do corpo, servindo como ponto de referência para 
aferir outras medidas necessárias.
TIRAR MEDIDAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/young-needlewoman-tailor-
taking-measures-female-1760126297>. Acesso em: 21 out. 2020.
NOTA
Tirar as medidas de forma correta é imprescindível para a exatidão da 
modelagem,	assim,	a	seguir,	haverá	a	explicação	de	como	aferir	as	medidas:
• Entre cavas frente:	meça	a	distância	entre	a	cava	esquerda	e	a	direita.
• Circunferência do busto:	com	a	fita	métrica,	contorne	a	parte	mais	saliente	do	
busto e das costas na região da omoplata.
• Circunferência da cintura:	 contorne	 a	 cintura,	 região	 mais	 fina	 do	 troco,	
situada, normalmente, a 3 cm acima do umbigo.
• Circunferência do quadril: contorne o corpo na altura dos glúteos, na região 
de	maior	volume;	pode-se,	também,	medir	a	circunferência	do	quadril	alto	e	do	
quadril baixo, conforme demonstrado a seguir.
• Centro-frente:	 confira	 a	medida	 com	 a	 fita	métrica	 posicionada	 na	 base	 do	
pescoço e meça até a cintura.
• Altura da frente: com	a	fita	métrica	posicionada	no	ponto	de	encontro	entre	o	
ombro	e	o	pescoço,	confira	a	medida	até	a	cintura.
• Altura do busto:	posicione	a	fita	métrica	na	base,	no	ponto	de	encontro	entre	o	
ombro e o pescoço, meça até o mamilo.
• Altura do quadril: meça, em linha reta, da linha da cintura até a linha do quadril.
• Lateral: é a medida a partir da qual se inicia a cava até a cintura.
• Distância entre os seios:	meça	a	distância	entre	um	mamilo	e	o	outro.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
9
FIGURA 3 – MEDIDAS FRENTE
FONTE: A autora
• Comprimento da manga: peça para que a pessoa dobre o braço e posicione 
a	mão	sobre	o	ventre,	então,	confira	a	medida	do	final	do	ombro	até	o	osso	
saliente	do	punho,	contornando	o	braço.	Dessa	forma,	evita-se	que	a	manga	
fique	curta	quando	a	pessoa	se	movimente.
• Circunferência do braço: contorne a região de maior volume entre o ombro e 
o cotovelo.
• Circunferência do cotovelo: com o braço dobrado e a mão na região do ventre, 
meça o contorno do cotovelo.
• Circunferência do punho: contorne	o	punho,	posicionando	a	fita	métrica	sobre	
o osso saliente.
• Largura mínima do punho: com o dedão posicionado na palma da mão, meça 
a	 circunferência	 na	 região	 dos	 ossos	 entre	 os	 dedos	 e	 a	mão.	 Dessa	 forma,	
garantimos que a pessoa consiga vestir a manga sem problemas, mesmo não 
havendo abertura e botões, conforme ilustrado a seguir.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
10
FIGURA 4 – LARGURA MÍNIMA DO PUNHO
FONTE: A autora
• Distância entre ombros: meça do ponto de encontro entre o ombro e o braço 
direito esquerdo, até o mesmo ponto do esquerdo.
• Distância entre cavas costas: meça	a	distância	entre	a	cava	esquerda	e	a	direita.	
A	medida	deve	ser	aferida	com	os	braços	cruzados	na	frente.
• Largura das costas: confira	a	medida	do	ponto	de	encontro	entre	o	ombro	e	o	
pescoço e a cintura.
• Centro das costas: com	a	fita	métrica	posicionada	no	osso	mais	saliente	na	base	do	
pescoço	(normalmente,	é	a	sétima	vértebra	cervical),	confira	a	medida	até	a	cintura.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
11
FIGURA 5 - MEDIDAS DAS COSTAS
FONTE: A autora
• Circunferência da coxa alta:	posicione	a	fita	métrica	logo	abaixo	da	virilha	e	
contorne a coxa.
• Circunferência da coxa baixa:	posicione	a	fita	na	região	média	entre	a	virilha	e	
o	joelho	e	contorne	a	coxa.
• Circunferência do joelho:	contorne	o	joelho.
• Circunferência do joelho dobrado: com	o	joelho	levemente	dobrado,	contorne	
o	joelho.
• Circunferência da panturrilha: posicione	 a	 fita	métrica	 na	 região	 de	maior	
volume da panturrilha.
• Circunferência do tornozelo:	confira	a	medida	com	a	fita	métrica	posicionada	
sobre o osso saliente do tornozelo.
• Medida mínima para abertura de calças: conforme ilustrado a seguir, contorne, 
com	a	fita	métrica,	o	calcanhar,	passando	pelo	ponto	de	união	entre	o	pé	e	a	canela.
• Comprimento da cintura até o chão: com a pessoa descalça, meça da cintura 
até o chão.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
12
FIGURA 6 – MEDIDAS DAS PERNAS
FONTE: A autora
• Altura do gancho: a pessoa deve estar sentada em uma cadeira ou em um 
banco	plano,	para	que	você	possa	aferir	a	medida	da	fita	amarrada	na	cintura	
até	o	 assento,	 conforme	mostrará	a	figura	a	 seguir.	Essa	medida	é	utilizada	
para construção do gancho na modelagem de calça. Quando conferida 
adequadamente,	evita	que	a	cós	fique	curta	quando	a	pessoa	se	sentar.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃOÀ MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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FIGURA 7 – COMO TIRAR A MEDIDA DO GANCHO
FONTE: A autora
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
14
Agora que você já sabe como tirar as medidas do corpo, que tal praticar? 
Chame uma amiga ou amigo para lhe ajudar nessa tarefa. Confira as medidas dele (a) e 
anote a seguir:
NOME: __________________________________ DATA: _________
NOTA
Medida em cm:
ENTRE CAVAS FRENTE:
CIRCUNFERÊNCIA DO BUSTO:
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA:
CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL:
CENTRO FRENTE:
ALTURA DA FRENTE:
ALTURA DO BUSTO:
ALTURA DO QUADRIL:
DISTÂNCIA ENTRE OS SEIOS:
COMPRIMENTO DA MANGA:
CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO:
CIRCUNFERÊNCIA DO COTOVELO:
CIRCUNFERÊNCIA DO PUNHO:
LARGURA MÍNIMA DO PUNHO:
ENTRE CAVAS COSTAS:
LARGURA DAS COSTAS:
ALTURA DAS COSTAS:
CENTRO COSTAS:
CIRCUNFERÊNCIA DA COXA ALTA:
CIRCUNFERÊNCIA DA COXA BAIXA:
CIRCUNFERÊNCIA DO JOELHO:
CIRCUNFERÊNCIA DO JOELHO DOBRADO:
CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA:
CIRCUNFERÊNCIA DO TORNOZELO:
MEDIDA MÍNIMA PARA ABERTURA DE CALÇAS:
COMPRIMENTO DA CINTURA ATÉ O CHÃO:
ALTURA DO GANCHO:
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
15
Agora	que	você	já	sabe	como	tirar	as	medidas	do	corpo	adequadamente	
para	 o	 traçado	de	modelagem,	no	próximo	 tópico,	 serão	 abordadas	 as	 tabelas	
de	medidas,	 como	 utilizá-las,	 e	 como	 são	 construídas,	 objetivando	 atender	 às	
necessidades	de	cada	público	específico.	Também	apresentaremos	as	diferenças	
entre as tabelas de medidas feminina, masculina e infantil.
4 TABELA DE MEDIDAS
A	 confecção	 de	 uma	 roupa,	 através	 da	 modelagem	 bidimensional,	 de	
acordo	com	Mariano	(2011,	p.	88),	“exige	uma	análise	minuciosa	da	anatomia	do	
usuário,	seja	o	consumidor	final	de	um	traje	sob	medida	ou	o	modelo	de	prova	
que	representa	o	perfil	físico	dos	consumidores	de	uma	empresa”.
A	tabela	de	medidas	é,	então,	construída	de	acordo	com	o	público-alvo	
de cada marca, assim, uma marca focada na produção de peças femininas para 
jovens	adolescentes	deve	 ter	uma	 tabela	de	medidas	montada	para	atender	às	
necessidades das consumidoras, podendo ser diferente da tabela de medidas 
construída para o público feminino adulto plus size.
Na	modelagem	plana,	os	modelos	são	traçados	sobre	o	papel,	utilizando	
uma	tabela	de	medidas	e	cálculos	geométricos.	A	tabela	de	medidas	representa	as	
circunferências	de	busto	ou	de	tórax,	cintura	e	quadril,	medidas	com	a	fita	métrica	
rente	 ao	 corpo.	 Nenhuma	 das	 medidas	 inclui	 margens	 de	 costura	 ou	 folgas.	
As	 tabelas	servem	como	referência	para	a	construção	de	bases	de	modelagem,	
reproduzindo, em duas dimensões, as curvas do corpo humano.
A	grade	de	tamanhos	de	uma	marca,	apresentada	em	uma	tabela	de	medidas,	
compreende	todos	os	tamanhos	que	a	empresa	produz.	A	grade	de	tamanhos	pode	
ser	numérica,	comumente	utilizada	para	 jeanswear	(ex.:	do	tamanho	36	ao	48)	e	
para	moda	 infantil,	 que	 relaciona	o	 tamanho	com	a	 idade	 (ex.:	 2	 a	 16),	 ou	para	
utilizar	a	nomenclatura	P,	M,	G	(relacionada	aos	tamanhos	“pequeno,	“médio”	e	
“grande”).	A	tabela	de	medidas	não	é	necessária	apenas	para	o	traçado	das	bases,	
sendo utilizada, também, para fazer a gradação das peças.
4.1 TABELA DE MEDIDAS FEMININAS 
O corpo feminino possui formas características e curvas mais acentuadas, 
por	isso,	a	tabela	de	medidas	femininas	possui	algumas	medidas	específicas,	como	
a	circunferência	do	busto	e	a	distância	de	um	seio	ao	outro,	ambas	necessárias	
para a construção de pences, estes que permitem que a modelagem contorne as 
curvas	do	corpo	feminino.	Medidas	de	circunferência	e	comprimentos	aumentam	
de forma regular, isto é, aumentam a mesma medida de um tamanho para o 
outro.	Apenas	algumas	medidas,	como	distância	entre	os	seios	e	altura	das	costas,	
aumentam	 de	modo	 irregular,	 ou	 seja,	 a	 diferença	 entre	 uma	medida	 para	 a	
seguinte	é	variável.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
16
Segue	um	exposto	com	as	medidas	femininas.
TABELA 1 – MEDIDAS FEMININAS
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Entre cavas frente 16 17 17,5 18 18,5 19 19,5
Circunferência	do	busto 80 84 88 92 96 100 104
Circunferência	da	cintura 60 64 68 72 76 80 84
Circunferência	do	quadril 88 92 96 100 104 108 96
Centro frente 36 37 38 39 40 41 42
Altura	da	frente 43 44 45 45 45,5 45,5 46
Altura	do	busto 23 24 25 26 27 28 29
Altura	do	quadril 18 18 20 20 20 21 21
Distância	entre	os	seios 18 18 20 20 20 20 21
Comprimento da manga 59 60 60,5 61 61,5 62 62
Circunferência	do	braço 27,5 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5 33,5
Circunferência	do	cotovelo 21 21,5 22 22,5 23 23,5 24
Circunferência	do	punho 18 18 18 18 20 20 20
Entre cavas costas 17 17,5 18 18,5 19 19,5 20
Largura	das	costas 36 38 40 42 44 46 48
Altura	das	costas 42,5 43,5 44,5 44,5 45 45 45,5
Centro costas 39 40 41 42 43 44 45
Circunferência	do	tornozelo 21 22 22 24 24 25 25
Comprimento da cintura até o chão 100 101 102 103 104 105 106
Altura	do	joelho 59 59,5 60 60,5 61 61,5 62
Altura	do	gancho 25 25,5 26 26,5 27 27,5 28
4.2 TABELA DE MEDIDAS MASCULINAS 
O corpo masculino possui linhas mais retas do que o feminino, e a 
principal	diferença	para	a	tabela	feminina	é	a	circunferência	do	tórax.	Medidas	
de	circunferência	e	comprimentos	aumentam	de	forma	regular,	isto	é,	aumentam	
a	mesma	medida	de	um	tamanho	para	o	outro.	Apenas	algumas	medidas,	como	
altura	das	costas,	aumentam	de	modo	irregular,	ou	seja,	a	diferença	entre	uma	
medida	para	a	seguinte	é	variável.
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TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
17
TABELA 2 – MEDIDAS MASCULINAS
FONTE: A autora
Tamanhos (colarinho) 1 2 3 4 5 1
Tamanhos 36 38 40 42 44 46
Entre cavas frente 20 21 22 23 24 25
Circunferência	do	tórax 88 92 96 100 104 108
Circunferência	da	cintura 72 76 80 84 88 92
Circunferência	do	quadril 88 92 96 100 104 108
Centro frente 46,2 46,7 47,2 47,7 48,2 48,7
Altura	da	frente 52 52,5 53 53,5 54 54,5
Comprimento da manga 60,5 61 61,5 62 62,5 63
Circunferência	do	punho 21 22 23 24 w25 26
Entre cavas costas 21 22 23 24 25 26
Largura	das	costas 23,5 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5
Altura	das	costas 42,5 46,5 44,5 44,5 45 45
Centro costas 50 50,5 51 51,5 52 52,5
Circunferência	do	tornozelo 4
Comprimento da cintura até o chão 107 108 109 110 111 112
Altura	do	gancho 22,7 23,5 24,3 25,1 25,9 26,7
4.3 TABELA DE MEDIDAS INFANTIL 
A	tabela	de	medidas	infantil	relaciona	a	idade	a	cada	dois	anos	com	os	
tamanhos da grade. Observe, na tabela de medidas infantil a seguir, diferentemente 
das	tabelas	femininas	e	masculinas,	a	diferença	entre	as	medidas	de	circunferência	
e	de	comprimentos	entre	os	 tamanhos	não	é	a	mesma,	ou	seja,	as	medidas	de	
um tamanho para o outro aumentam de forma irregular, isso porque as crianças 
crescem do modo desigual de uma idade para a outra.
Segue	uma	tabela	de	medidas	masculina:
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
18
A	seguir,	observe	a	tabela	de	medidas	infantil:
TABELA 3 – MEDIDAS INFANTIS
FONTE: A autora
Tamanhos 2 4 6 8 10 12 14 16
Entre cavas frente 9,5 10,2 11 12 14 14,5 15 16
Circunferência	do	busto 52 54 58 64 70 74 78 82
Circunferência	da	cintura 48 50 52 54 56 58 60 62
Circunferência	do	quadril 56 58 62 66 72 76 84 88
Centro frente 18 19,5 21,5 23,5 27 29 31 32
Altura	da	frente 22 24 26 28 32 34 36 38
Comprimento da manga 28 31 35 38 42 48 52 56
Circunferência	do	punho 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15
Entre cavas costas 10,5 11 12 12,5 14,5 16 16,5 17
Largura	das	costas 12 12,5 13,5 14,5 16 17,5 18 18,5
Altura	das	costas 24 26 28 30 34 36 38 40
Centro costas 22 24 26 28 32 34 36 38
Comprimento da cintura até o chão 35 40 45 58 68 78 88 98
Altura	do	gancho 15 17 19 20 21 22 23 24
19
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Antropometria	é	a	ciência	que	estuda	as	medidas	do	corpo	humano.	
•	 A	 modelagem	 de	 vestuário	 está	 intimamente	 ligada	 com	 o	 campo	 da	
antroprometria, pois utiliza as medidas do corpo para a confecção dos moldes.
•É	preciso	incluir	folgas	de	vestibilidade	nos	moldes	para	garantir	o	conforto	
e a movimentação do corpo que deve vestir a peça, diferentes das folgas de 
modelo,	incluídas	para	fins	estéticos.
•	 As	tabelas	de	medidas	são	construídas	de	acordo	com	o	público-alvo	de	cada	
marca.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
AUTOATIVIDADE
1	 Para	 o	 desenvolvimento	 de	 modelagens,	 são	 necessárias	 as	 dimensões	
antropométricas do corpo que a roupa deve vestir, além do entendimento 
da proporção entre essas medidas e da compreensão das formas dos corpos 
feminino,	masculino	e	infantil,	assim,	é	possível	projetar	peças	de	vestuário	
que se vistam adequadamente, adaptando-se às formas e atendendo às 
necessidades	de	cada	público.	Acerca	dessa	grande	área	do	conhecimento	
da	antropometria,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	A	 antropometria	 é	 a	 ciência	 que	 estuda	 as	 medidas	 e	 as	 funções	
biológicas	do	corpo	humano
b)	(			)	A	origem	dos	estudos	antropométricos	aconteceu	somente	no	início	do	
século XX.
c)	 (			)	A	antropometria	pode	ser	dividida	em	três	tipos:	estática,	dinâmica	e	
funcional. 
d)	(			)	O	 estudo	 dos	 alcances	 dos	 movimentos	 do	 corpo	 humano	 não	 é	
compreendido pela antropometria.
2 Para a construção de moldes de roupas através da modelagem plana, 
é	 necessário	 saber	 das	 medidas	 do	 corpo	 para	 o	 qual	 a	 peça	 deve	 ser	
elaborada. Para a modelagem industrial, são utilizadas tabelas de medidas, 
de	acordo	com	o	público,	já	para	a	confecção	de	roupas	sob	medidas,	são	
conferidas	as	medidas	individuais	do	cliente.	A	respeito	das	medidas	do	
corpo humano, analise as sentenças a seguir:
I-	 As	medidas	fundamentais	são	aquelas	essenciais	para	o	traçado	das	bases.	
Devem	ser	exatas	e	tiradas	rente	ao	corpo,	e	qualquer	acréscimo	ou	folga	
só	deve	ser	realizado	na	elaboração	da	modelagem.
II-	 As	medidas	complementares	são	aquelas	necessárias	para	a	execução	do	
modelo, como comprimento da peça, nível do gancho, medidas de golas 
e punhos.
III-	A	pessoa	escolhida	para	aferição	das	medidas	deve	estar	vestindo	roupas	
finas	e	com	pouco	volume,	para	que	não	interfiram	nas	medidas	reais	da	
pessoa	e	permitam	que	você	visualize	as	formas	do	corpo.
IV-	A	postura	da	pessoa	da	qual	estão	sendo	tiradas	as	medidas	não	interfere	
na exatidão das dimensões aferidas.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	(			)	Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	 (			)	As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	Somente	a	sentença	IV	está	correta.
21
3	 A	 tabela	de	medidas	é	uma	 ferramenta	 importante	para	a	construção	de	
modelagens, pois dela são extraídas todas as dimensões para a construção 
de	diagramas	e	de	bases.	Acerca	das	tabelas	de	medidas	e	de	informações	
nelas	 contidas,	 classifique	 V	 para	 as	 sentenças	 verdadeiras	 e	 F	 para	 as	
sentenças falsas:
(			)	As	tabelas	de	medida	são	construídas	objetivando	atender	às	necessidades	
de	cada	público	específico.
(			)	A	 grade	 de	 tamanhos	 de	 uma	 tabela	 de	 medidas	 pode	 ser	 numérica,	
comumente	utilizada	para	jeanswear	e	para	moda	infantil,	relacionando	o	
tamanho	com	a	idade,	ou	ao	utilizar	as	nomenclaturas	P,	M,	G	(“pequeno,	
“médio”	e	“grande”).	
(			)	A	tabela	de	medidas	é	necessária	apenas	para	o	traçado	das	bases,	não	
sendo utilizada para fazer a gradação das peças, pois, para a graduação, 
são	utilizados	valores	fixos.
(			)	Na	 tabela	 de	 medidas	 infantil,	 diferentemente	 das	 tabelas	 femininas	
e	 masculinas,	 a	 diferença	 entre	 as	 medidas	 de	 circunferência	 e	 de	
comprimentos	entre	os	tamanhos	não	é	a	mesma,	ou	seja,	as	medidas	de	
um tamanho para o outro aumentam de forma irregular, isso porque as 
crianças crescem do modo desigual de uma idade para a outra.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	V	–	F	–	F	–	V.
b)	(			)	V	–	V	–	F	–	V.
c)	 (			)	F	–	V	–	F	–	V.
d)	(			)	F	–	F	–	V	–	F.
4	 A	modelagem	bidimensional	utiliza	medidas	do	corpo	humano	para	traçar	
diagramas que, posteriormente, poderão ser transformados em moldes. 
A	 ciência	 que	 estuda	 as	 medidas	 do	 corpo	 humano	 é	 a	 antropometria,	
imprescindível para a construção dos moldes e para garantir conforto. 
A	 antropometria	 pode	 ser	 dividida	 em	 três	 tipos:	 estática,	 dinâmica	 e	
funcional.		Descreva	cada	um	dos	três	tipos	de	antropometria	e	aponte	qual	
o grau de complexidade de cada um.
5	 Considerando	a	roupa	que	veste	um	corpo	que	não	é	estático,	a	modelagem	
deve	permitir	que	o	usuário	possa	se	movimentar	confortavelmente	e	sem	
restrição de movimentos. Para garantir conforto às peças, o modelista deve 
estar	atento	às	folgas	necessárias,	como	as	folgas	de	vestibilidade	e	as	folgas	
de	modelo.	Nesse	contexto,	explique	o	que	são	as	folgas	de	vestibilidade	
e	as	folgas	de	modelo	e	disserte	acerca	da	importância	de	cada	uma	delas	
para a modelagem.
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TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
MODELAGEM BIDIMENSIONAL
1 INTRODUÇÃO
A	modelagem	bidimensional	é	a	 técnica	mais	utilizada	na	 indústria	do	
vestuário,	compreendendo	parte	importante	no	desenvolvimento	de	um	produto	
de	uma	peça	de	roupa.	O	sentido	do	fio,	o	caimento	do	tecido	e	os	comprimentos	
e	 os	 volumes	 de	 uma	 peça	 são	 definidos	 no	 momento	 da	 modelagem,	 pelo	
modelista,	que	deve	ter	conhecimento	necessário	para	interpretar	adequadamente	
um	desenho	técnico,	além	de	transformá-lo	na	peça	final	desejada.
Acadêmico,	 para	 que	 você	 possa	 compreender	 o	 que	 é	 a	 modelagem	
bidimensional,	a	conceituação	e	as	técnicas	possíveis,	abordaremos,	neste	tópico,	
a	 importância	da	modelagem	para	o	desenvolvimento	de	produto,	de	 técnicas	
de	modelagem	bidimensional,	como	identificar	adequadamente	os	moldes	e	os	
materiais	e	as	ferramentas	necessários	para	traçar	os	moldes.
2 A MODELAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DO 
PRODUTO
A	modelagem	é	uma	etapa	fundamental	para	a	confecção	de	uma	peça	
do	vestuário.	O	processo	de	modelagem	e	a	aprovação	de	uma	peça	de	roupa	são	
complexos,	e	envolvem	vários	setores	e	profissionais	em	uma	indústria.
Conceituada	como	a	etapa	do	desenvolvimento	do	vestuário	que	se	
ocupa	 da	 interpretação	 do	 desenho	 técnico	 e	 da	 configuração	 das	
formas	das	roupas,	a	elaboração	de	moldes	está	no	cerne	da	questão	
formal e, portanto, representa um dos aspectos da confecção do 
vestuário	que	mais	 se	 aproxima	do	 conceito	de	design	pelo	 estreito	
vínculo com os processos de concepção e de construção das roupas. 
A	modelagem	é	a	ponte	entre	o	projeto	e	a	materialização,	sendo	um	
dos	processos	responsáveis	pela	padronização	do	produto	dentro	do	
sistema	industrial	de	fabricação	do	vestuário	(MARIANO,	2011,	p.	77).	
 
Considerando	 a	 relevância	 da	modelagem	 para	 o	 desenvolvimento	 de	
uma	peça	do	vestuário,	é	preciso	compreender	em	qual	etapa	do	setor	produtivo	
a	modelagem	está	inserida.	No	setor	de	criação,	são	pesquisadas	as	tendências	
de	moda	 que	dão	 embasamento	 à	 criação	de	 novos	 produtos.	Após,	 as	 fichas	
técnicas de cada produto são desenvolvidas, incluindo o desenho técnico e o 
detalhamento da peça.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
A	modelagem	 é	 elaborada	 de	 acordo	 com	 as	 informações	 contidas	 na	
ficha	 técnica,	 assim,	 a	 próxima	 etapa	 é	 a	 confecção	 da	 peça-piloto,	 que	 segue	
para	a	aprovação.	Caso	seja	necessário	fazer	alguma	alteração,	a	peça	volta	para	
o setor de modelagem para as correções; se for aprovada vai para a gradação. 
Após	a	 aprovação	da	peça-piloto,	 é	 feita	 a	gradação	do	modelo	para	 todos	os	
tamanhos	nos	quais	a	peça	será	produzida.	Utilizando	uma	tabela	de	medidas,	o	
setor	conhecido	como	PCP	(Planejamento	e	Controle	da	Produção)	é	responsável	
por organizar e por controlar a produção das peças.
FIGURA 8 – PROCESSO PRODUTIVO
FONTE: A autora
PROCESSO PRODUTIVO
DESENVOLVIMENTO 
TÉCNICO 
Desenvolvimento de ficha 
técnica, desenho técnico e 
detalhamento do produto.
MODELAGEM 
Desenvolvimentodo molde 
da peça piloto baseado nas 
informações técnicas.
PILOTAGEM 
Corte e costura da peça piloto 
para verificar a modelagem.
APROVAÇÃO 
Avaliado questões sobre a 
modelagem, viabilidade da 
peça e custos do produto.
GRADAÇÃO 
A modelagem é graduada para 
os todos os tamanhos a serem 
produzidos.
PRODUÇÃO 
O setor de Planejamento e 
Controle da Produção (PCP) 
organiza o processo produtivo.
ALTERAÇÕES 
Caso seja necessário, a 
peça volta para o setor de 
modelagem para correções.
CRIAÇÃO 
Pesquisa de tendências 
e criação das peças.
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TÓPICO 2 — MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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2.1 TÉCNICAS DE MODELAGEM BIDIMENSIONAL 
A	modelagem	 é	 a	 elaboração	 de	 moldes	 para	 peças	 do	 vestuário	 que	
poderão ser confeccionados em escala industrial ou um produto exclusivo, 
podendo	ser	desenvolvida	em	diferentes	técnicas,	assim,	aqui,	será	apresentada	
a modelagem bidimensional construída através de diagramas, manualmente ou 
digitalizada,	além	da	modelagem	realizada	através	da	cópia	direta	do	produto.
A	modelagem	bidimensional	manual	é	construída	em	papel	através	de	
diagramas	 e	 utiliza	 vários	materiais	 específicos	 para	 garantir	 a	 qualidade	 e	 a	
exatidão	dos	moldes.	A	modelagem	manual,	quando	 realizada	em	escala	 real,	
propicia	uma	visão	mais	clara	de	como	ficará	a	peça	final.
A	 modelagem	 computadorizada	 é	 realizada	 através	 de	 softwares	
CAD	 (Computer Aided Design),	 específicos	 para	 a	 modelagem	 do	 vestuário,	
informatizando a construção, a gradação e a documentação de moldes. Esses 
softwares	facilitam	a	interpretação	do	modelo,	a	colocação	de	margem	de	costura	
e, principalmente, a gradação.
Nesses	softwares	de	modelagem	do	vestuário,	existe	a	opção	de	construir	
os moldes do início de um diagrama, através de pontos, retas e curvas, permitindo 
que	você	salve	bases	de	modelagem	para	a	interpretação,	que	podem	ser	feitas	
com a inserção de medidas ou da movimentação livre dos pontos com o mouse. 
Existe, também, a possibilidade de digitalizar moldes feitos manualmente, além 
de	interpretá-los	no	software.
Para inserção de moldes efetuados externamente ao sistema, existem duas 
opções: o scanner para modelagem ou a mesa digitalizadora. O primeiro realiza 
uma	leitura	das	linhas	de	contorno	do	molde,	sendo	necessário	marcar	a	posição	
de	pences	e	de	piques	depois	do	molde	inserido	no	sistema.	A	mesa	digitalizadora	
oferece a vantagem do alinhamento perfeito do molde a ser inserido, pois a 
própria	mesa	possui	grade	de	linhas	guia	para	o	posicionamento	do	molde.	São	
digitalizados	os	pontos	extremos	das	retas	e	alguns	pontos	de	curvas	(as	curvas	
podem	 ser	 suavizadas	 ou	 acentuadas	 no	 sistema).	Marcações,	 como	 pences	 e	
piques, podem ser inseridas no momento da digitalização.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 9 – INTERFACE DE SOFTWARE DE MODELAGEM
FONTE: <https://www.pinterest.pt/pin/526287906450240598/>. Acesso em: 21 out. 2020.
A modelagem computadorizada facilita e agiliza o processo, porém, é 
necessário que o modelista tenha conhecimento aprofundado de modelagem em si e do 
software que está sendo utilizado.
NOTA
Já	 a	 modelagem	 realizada	 através	 da	 cópia	 direta	 de	 um	 produto	 é	
realizada	a	partir	de	uma	peça	já	confeccionada,	traçando-se	o	desenho	do	molde	
com	o	auxílio	de	uma	fita	métrica	ou	de	uma	régua,	acrescentando	as	medidas	de	
costura.	Essa	técnica	é	uma	forma	empírica	e	rápida,	porém,	não	proporciona	o	
molde	exato	do	artigo,	gerando	diversos	problemas	para	a	peça	final.
2.2 SENTIDO DO FIO 
O	sentido	do	fio	é	de	extrema	importância	para	a	qualidade	de	uma	peça	
de roupa, pois interfere em toda a modelagem e no caimento da vestimenta, sendo 
que	esse	sentido	deverá	ser	decidido	pela	modelista,	de	acordo	com	a	estética	que	
se pretende alcançar, além do tipo de tecido utilizado, se possui estampas ou 
elasticidade,	e	com	o	resultado	que	se	deseja.	Cabe,	então,	ao	modelista,	quando	
recebe o desenho técnico da peça a ser produzida, interpretar qual o melhor 
sentido	do	fio	que	deverá	ser	aplicado	em	cada	parte	do	molde.
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TÓPICO 2 — MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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O tecido, chamado de plano, é estruturado pelo entrelaçamento de dois 
tipos	de	fios:	urdume	e	trama.	O	chamado	fio	do	tecido	é	o	sentido	em	que	corre	
o	 fio	 de	 urdume.	 Esse	 sentido	 do	 fio	 é	muito	 importante	 para	 o	 caimento	 da	
peça, porém, no tecido, assume funções diferentes, por existirem características 
diferentes	no	momento	da	tecelagem,	sendo	que	um	fio	é	transversal,	que	forma	
a	trama,	e	um	longitudinal,	que	forma	o	urdume.	O	urdume	é	sempre	o	fio	mais	
esticado, que passa por um processo chamado de urdimento, que o torna mais 
resistente	 e	 serve	 como	base	para	 que	 o	fio	de	 trama	possa	 ser	 trabalhado.	O	
arremate lateral, no sentido do comprimento, é chamado de ourela.
O	sentido	do	fio	pode	ser	reto,	transversal	ou	no	viés,	isso	tudo	depende	
do	modelo	da	peça	e	do	tecido	a	ser	utilizado.	O	sentido	do	fio	do	tecido	deve	
ser	marcado	para	cada	peça	individualmente.	Uma	roupa	não	precisa	ter	todas	
as	partes	cortadas	no	mesmo	sentido	do	fio.	Em	um	vestido,	o	corpo	pode	ser	
cortado	em	fio	reto,	enquanto	a	saia	é	cortada	enviesada.
FIGURA 10 - SENTIDO DO FIO
FONTE: Adaptada de Audaces (2015)
Fio Reto Fio Atravessado Fio Enviesado
É	preciso	muita	atenção	ao	sentido	do	fio	para	fazer	a	modelagem	e	para	
fazer o risco para o corte, pois, quando feito de forma manual, existe o risco de o 
sentido	do	fio	não	estar	corretamente	posicionado	no	molde	ou	estar	levemente	
inclinado no momento do corte, o que pode gerar deformações na peça pronta.
3 IDENTIFICAÇÃO DOS MOLDES
Em	uma	 indústria	de	vestuário,	 são	desenvolvidas	 inúmeras	peças	por	
coleção. Cada peça é confeccionada através de uma modelagem composta por 
várias	 partes	 (frente,	 costas,	 manga,	 punho,	 gola,	 forro).	 Coleções	 novas	 são	
lançadas	a	cada	três	ou	quatro	meses.	Você	consegue	imaginar	a	quantidade	de	
moldes que uma marca possui?
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
Para a organização pertinente ao setor de modelagem em uma indústria, 
todos	 os	 moldes	 devem	 ser	 devidamente	 identificados	 e	 catalogados.	 Muitas	
vezes,	 as	 peças	 novas	 podem	 ser	 confeccionadas,	 reutilizando	 modelagens	 já	
traçadas,	ou	fazendo	apenas	pequenas	modificações.	Assim,	encontrar	os	moldes	
utilizados	em	coleções	anteriores	só	é	possível	se	existir	uma	forma	padronizada	
para	a	identificação	e	a	organização	desses	moldes.	
De	acordo	com	Mariano	(2011,	p.	76),	um	molde	só	está	pronto	quando,	
“além	 da	 transcrição	 da	 forma	 de	 determinada	 parte	 do	 corpo	 para	 o	 papel,	
adquire	 informações	necessárias	para	o	 correto	posicionamento	 sobre	o	 tecido	
e	 instruções	de	montagem”.	A	seguir,	serão	mostradas	as	 informações	que	um	
molde deve conter:
FIGURA 11 – IDENTIFICAÇÃO DO MOLDE
FONTE: A autora
1. Referência 
2. Nome da parte da peça 
3. Tamanho da peça 
4. Quantidade de vezes 
que a peça será cortada
5. Sentido do fio 
6. Piques e furos
1. REF 003 
2. BASE DA MANGA
3. TAM 38 
4. CORTAR 2X
5.
 S
EN
TI
D
O
 D
O
 F
IO
Referência ou nome do modelo: a	referência	é	o	código	da	peça	dentro	do	
sistema,	 utilizado	 por	 cada	 empresa.	 Toda	 referência	 está	 associada	 a	 um	nome,	 
como	SA20003	–	Saia	curta	com	babado	na	barra.
Nome da parte da peça:	Cada	modelagem	é	composta	por	várias	partes.	
Uma	camisa	social	possui	moldes	para	frente,	costas,	mangas,	punhos,	colarinho,	
pé	de	gola.	É	importante	anotar	o	nome	em	cada	parte	da	peça.
Tamanho da peça: tamanho do molde, de acordo com a tabela utilizada.
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TÓPICO 2 — MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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Quantidade de vezes que a parte aparece na peça: indica quantas vezes 
cada parte do molde deve ser cortada no tecido para se obteruma peça inteira, 
por exemplo, em uma camiseta, a parte da frente é cortada apenas uma vez, mas 
a manga precisa ser cortada duas vezes para obtermos uma peça completa.
Sentido do fio:	O	sentido	do	fio	é	indicado	por	meio	de	uma	seta	na	direção	
do	sentido	do	fio,	da	maneira	como	os	moldes	devem	ser	posicionados	sobre	o	
tecido para o corte das peças, podendo ser trama, urdume ou viés. O sentido do 
fio	do	tecido	deve	ser	marcado	para	cada	peça	individualmente.	Uma	roupa	não	
precisa	ter	todas	as	partes	cortadas	no	mesmo	sentido	do	fio.	Em	um	vestido,	o	
corpo	pode	ser	cortado	em	fio	reto,	enquanto	a	saia	é	cortada	enviesada.
Piques, furos ou marcações: são	 pontos	 de	 referência,	 utilizados	 para	
indicar pences ou regiões de encaixe de partes do molde para a união ou para s 
sobreposição de partes, podendo ser internos ou externos.
Margem de costura: a margem de costura deve estar sinalizada através de 
linhas,	para	mostrar	se	já	foram	incluídas	no	molde.
Uma das melhoras formas para armazenar as modelagens em papel é 
pendurando na parede através de furos, de cordões e de ganchos, ou com o que a sua 
criatividade mandar. Assim, evita-se que os moldes sejam dobrados, e, é claro, que fiquem 
com vincos. Para facilitar a organização, as modelagens devem ser separadas por referência 
e tamanho e, se possível, deixar a ficha técnica de cada modelo.
MOLDES PENDURADOS
FONTE: <https://www.sightunseen.com/2011/06/work-place-by-carlie-armstrong/>. 
Acesso em: 21 out. 2020.
NOTA
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
4 FERRAMENTAS E MATERIAIS DE MODELAGEM
Para	 o	 desenvolvimento	 da	 modelagem	 bidimensional,	 é	 necessário	
máximo	de	precisão,	que	só	é	atingido	com	materiais	de	qualidade,	específicos	
para	 essa	 finalidade	 e	 utilizados	 de	 forma	 adequada.	 A	 seguir,	 você	 poderá	
conferir a lista de materiais e de explicações de cada um deles.
4.1 FITA MÉTRICA 
Utilizada,	 principalmente,	 para	 tirar	 as	 medidas	 do	 corpo,	 é	 uma	 fita	
flexível	com	unidade	de	medida	em	centímetros,	mas	é	importante	que	ao	menos	
um	dos	lados	tenha	a	marcação	em	milímetros.	O	tamanho	comum	de	uma	fita	
métrica	é	de	150cm.
FIGURA 12 – FITA MÉTRICA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/yellow-measuring-tape-isolated-on-
white-730249951>. Acesso em: 21 out. 2020
4.2 PAPEL PARA MOLDE 
Diversos	 tipos	 de	 papel	 são	 aceitos	 para	 a	modelagem	 bidimensional,	
sendo o Papel Craft o mais utilizado. Por ser vendido em rolo, possui a vantagem 
da construção de moldes sem emendas, o que facilita o trabalho.
4.3 RÉGUA MILIMETRADA DE 60CM
A	 régua	 foi	 desenvolvida	 especialmente	 para	 a	 modelagem,	 e	 facilita	
muito	o	traçado	dos	moldes.	A	régua	milimetrada	é	marcada	com	retas	paralelas	
e	perpendiculares	a	distâncias	definidas,	que	facilitam	riscar	margens	de	costura,	
linhas	paralelas	e	sentido	do	fio.	O	“X”,	marcado	na	régua,	permite	marcar	45º	
com	precisão	em	moldes	 cujo	fio	é	no	viés	do	 tecido.	Pelo	 fato	de	a	 régua	 ser	
flexível,	é	fácil	de	ser	manuseada,	permitindo	medir	curvas	de	cavas	e	decotes.
O uso da régua milimetrada agiliza o processo da modelagem e substitui 
o	 uso	 de	 outras	 ferramentas,	mas,	 caso	 você	 não	 tenha,	 é	 possível,	mesmo	 assim,	 
traçar moldes, utilizando o esquadro. 
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TÓPICO 2 — MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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FIGURA 13 - RÉGUA MILIMETRADA
FONTE: <https://www.hspnet.com.br/regua-flexivel-p-modelagem-60cm>. Acesso em: 21 out. 2020.
4.4 ESQUADRO 
Esta régua de formato geométrico triangular é utilizada para traçado 
preciso	do	ângulo	reto	de	90º	e	para	esquadrar	linhas	perpendiculares,	como	“x”	
e	“y”	do	sistema	cartesiano.	Por	ser	uma	régua	comumente	utilizada	em	outras	
áreas,	 é	 facilmente	 encontrada,	 podendo	 ser	 confeccionada	 em	 madeira,	 em	
acrílico ou em metal.
FIGURA 14 – ESQUADRO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-simple-classic-ruler-triangle-
on-1691594920>. Acesso em: 21 out. 2020.
Para começar a construção de diagramas para a modelagem para os 
artigos	do	vestuário,	partiremos	de	um	desenho	estrutural	construído	a	partir	de	
um	ângulo	reto	de	90º.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 15 – COMO USAR O ESQUADRO
FONTE: A autora
4.5 RÉGUA DE ALFAIATE
A	 régua	 de	 alfaiate	 é	 utilizada	 para	 o	 traçado	 de	 curvas	 longas,	 é	 um	
instrumento auxiliar para o traçado das linhas curvas de entrepernas, das 
curvaturas de quadril, da cintura, da lateral de blusas, das barras e das demais 
curvaturas	alongadas.	Pode	ser	encontrada	em	acrílico	ou	em	madeira.	A	seguir,	
exemplos do uso da régua de alfaiate em uma modelagem.
FIGURA 16 – COMO USAR A RÉGUA DE ALFAIATE
FONTE: A autora
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TÓPICO 2 — MODELAGEM BIDIMENSIONAL
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4.6 CURVA FRANCESA 
Esta	 régua	 é,	 normalmente,	 encontrada	 em	 material	 acrílico	 em	 três	
tamanhos	 diferentes.	Auxilia	 no	 traçado	 de	 vários	 tipos	 de	 curvaturas,	 como	
decotes,	cavas,	pequenos	arredondamentos,	cabeças	de	mangas,	ganchos	etc.	A	
seguir, exemplos do uso da curva francesa em uma modelagem.
FIGURA 17 – COMO USAR A CURVA FRANCESA
FONTE: A autora
4.7 CARRETILHA 
A	carretilha	é	comumente	confeccionada	em	metal	com	cabo	de	madeira,	
e	pode	ser	facilmente	encontrada	em	lojas	de	aviamentos.	É	utilizada	para	passar	
a marcação de um traçado em papel para outro papel, ou para fazer marcações 
em	moldes	ou	em	tecidos.	A	firmeza	e	a	precisão	são	os	fatores	mais	importantes	
de uma carretilha.
FIGURA 18 – CARRETILHA
FONTE: <https://www.elo7.com.br/lista/carretilha-cabo-madeira#bm=pbs2s>. 
Acesso em: 21 out. 2020.
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
4.8 OUTROS MATERIAIS 
Para	 o	 desenvolvimento	 da	 modelagem	 bidimensional,	 você	 precisa,	
também,	de	outros	materiais,	como	tesoura	grande,	lápis	ou	lapiseira,	apontador,	
borracha,	 alfinetes,	 giz	 de	 alfaiate	 e	 carbono	 para	 marcações	 e	 manequim	 
para	conferência.
FIGURA 19 – MATERIAIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/background-sewing-knitting-tools-
accesories-283511237>. Acesso em: 21 out. 2020.
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35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	 modelagem	 bidimensional	 é	 de	 grande	 importância	 para	 a	 elaboração	
de	uma	peça	de	roupa.	A	etapa	do	desenvolvimento	do	produto	se	situa	na	
modelagem e, a aplicação, na indústria da moda.
• Existem duas técnicas para o desenvolvimento da modelagem bidimensional: 
uma é através da construção de bases e, a outra, é utilizar uma peça de roupa 
pronta	para	a	cópia	do	molde.
•	 Cada	 parte	 de	 um	 molde	 exige	 a	 identificação	 anotada,	 e	 as	 informações	
necessárias	 são:	 referência	 ou	 nome	 do	 modelo,	 nome	 da	 parte	 da	 peça,	
tamanho da peça, quantidade de vezes que a parte aparece na peça, sentido do 
fio,	piques,	furos,	pontos	de	referência	e	margem	de	costura.
36
1	 “Conceituada	 como	 a	 etapa	 do	 desenvolvimento	 do	 vestuário	 que	 se	
ocupa	da	interpretação	do	desenho	técnico	e	da	configuração	das	formas	
das	 roupas,	 a	 elaboração	 de	moldes	 está	 no	 cerne	 da	 questão	 formal	 e,	
portanto,	representa	um	dos	aspectos	da	confecção	do	vestuário	que	mais	
se aproxima do conceito de design pelo estreito vínculo com os processos 
de	concepção	e	de	construção	das	roupas.	A	modelagem	é	a	ponte	entre	
o	 projeto	 e	 a	 materialização,	 e	 um	 dos	 processos	 responsáveis	 pela	
padronização do produto dentro do sistema industrial de fabricação do 
vestuário”	(MARIANO,	2011,	p.	77).	Considerando	o	processo	produtivo	
de	 uma	 indústria	 de	 vestuário	 no	 desenvolvimento	 de	 novos	 produtos,	
assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	O	setor	de	modelagem,	após	receber	a	ficha	técnica	de	um	produto	e	
desenvolver	a	modelagem,	 já	realiza,	 também,	a	graduação,	somente	
após	a	peça	é	enviada	para	a	pilotagem.
b)	(			)	O	setor	de	pilotagem	recebe	omolde	direto	do	setor	de	modelagem,	e	é	
responsável	 pelo	 corte	 e	 pela	 costura	 da	 peça-piloto	 para	 verificar	 a	
modelagem de uma peça. Esta, então, é encaminhada para a prova, que 
avalia questões de modelagem, viabilidade da peça e custos do produto.
c)	 (			)	Quando	 uma	 peça-piloto	 não	 é	 aprovada,	 por	 precisar	 de	 alguns	
ajustes,	estes	são	feitos	direto	pela	pilotista,	não	precisando	voltar	para	
o setor de modelagem.
d)	(			)	A	graduação	é	feita	pelo	setor	de	Planejamento	e	Controle	da	Produção	
(PCP),	que	é	responsável	por	organizar	e	por	controlar	a	produção	das	
peças.
2	 Para	o	desenvolvimento	da	modelagem	bidimensional,	é	necessário	máximo	
de	precisão,	que	só	é	atingido	com	materiais	de	qualidade,	específicos	para	
essa	finalidade	e	utilizados	de	forma	adequada.	Correlacione	os	materiais	da	
coluna 1 com as devidas descrição e função, exibidas na coluna 2:
AUTOATIVIDADE
1. Fita métrica
2.	Régua	milimetrada
3. Curva francesa
4.	Carretilha
(			)
(			)
(			)
(			)
Rígida,	 auxilia	 no	 traçado	de	vários	 tipos	de	
curvaturas, como decotes, cavas, pequenos 
arredondamentos, como ganchos etc.
Utilizada,	principalmente,	para	tirar	as	medidas	
do	corpo,	é	flexível	e	possui	unidade	de	medida	
em centímetros.
Utilizada	para	passar	a	marcação	de	um	traçado	
em papel para outro papel, ou para fazer 
marcações em moldes ou tecidos. 
Desenvolvida,	especialmente,	para	a	modelagem,	
é marcada com retas paralelas e perpendiculares 
a	distâncias	definidas	que	facilitam	riscar	margens	
de	costura,	linhas	paralelas	e	sentido	do	fio.	
37
A	sequência	CORRETA,	para	a	coluna	2,	é	a	que	se	afirma	em:
a)	(			)	1,	3,	2,	4.
b)	(			)	4,	1,	3,	2.
c)	 (			)	3,	2,	4,	1.
d)	(			)	3,	1,	4,	2.
3	 A	 modelagem	 é	 a	 elaboração	 de	 moldes	 para	 peças	 de	 vestuário	 que	
podem ser confeccionados em escala industrial ou um produto exclusivo, 
podendo	ser	desenvolvida	por	diferentes	técnicas.	Acerca	das	técnicas	de	
modelagem	bidimensional,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	
para as sentenças falsas:
(			)	A	modelagem	bidimensional	manual	utiliza	medidas	do	corpo	humano	
para traçar diagramas em papel que, posteriormente, podem ser 
transformados em moldes.
(			)	A	modelagem	computadorizada	opera	apenas	com	a	construção	de	moldes	
diretamente	no	software,	pois	não	existe	sistema	que	possibilite	a	digitalização	
de	moldes	produzidos	manualmente,	para	serem	trabalhados	no	CAD.
(			)	A	modelagem	 realizada	 através	 da	 técnica	 da	 cópia	 direta	 de	 um	produto	
já	confeccionado	é	uma	forma	empírica	e	rápida,	porém,	não	proporciona	o	
molde	exato	do	artigo,	e	pode	gerar	diversos	problemas	para	a	peça	final.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	V	–	F	–	F.
b)	(			)	V	–	F	–	V.
c)	 (			)	F	–	V	–	F.
d)	(			)	F	–	F	–	V.
4	 A	modelagem	 é	 uma	 etapa	 fundamental	 para	 a	 confecção	 de	 uma	 peça	 do	
vestuário.	Considerando	a	relevância	da	modelagem	para	o	desenvolvimento	
de	uma	peça	do	vestuário,	é	preciso	compreender	em	qual	etapa	do	setor	
produtivo	a	modelagem	está	 inserida.	Descreva	o	processo	produtivo	de	
uma	empresa	de	vestuário	durante	o	desenvolvimento	do	produto	e	qual	o	
lugar	e	a	importância	da	modelagem	dentro	do	sistema.
5	 Para	a	organização	pertinente	ao	setor	de	modelagem	em	uma	indústria,	todos	
os	moldes	devem	ser	devidamente	identificados	e	catalogados.	Muitas	vezes,	
as	peças	novas	podem	ser	confeccionadas,	reutilizando	modelagens	já	traçadas,	
ou	 fazendo	 apenas	 pequenas	 modificações.	 Encontrar	 os	 moldes	 utilizados	
em	 coleções	 anteriores	 só	 é	 possível	 se	 existir	 uma	 forma	 padronizada	 para	
identificação	e	organização	dos	moldes.	Nesse	contexto,	especifique	e	detalhe	
quais	as	informações	necessárias	que	um	molde	deve	conter.
38
39
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
CONSTRUÇÃO DE BASES
1 INTRODUÇÃO
Para	fazer	a	modelagem	de	peças	do	vestuário	com	precisão	e	qualidade,	é	
necessário	conhecimento	acerca	de	como	utilizar,	da	maneira	adequada,	as	técnicas	
e	 os	 materiais	 específicos.	 A	 modelagem	 manual	 é	 um	 processo	 complexo	 que	
utiliza uma tabela de medidas para traçar os diagramas através da metodologia 
escolhida, para a então construção dos moldes-bases, que, posteriormente, podem 
ser interpretados pelo modelista para a criação de novos modelos.
Neste	 tópico,	 serão	 abordados	 os	 conceitos	 básicos	 relacionados	 à	
modelagem e à construção de diagramas e de bases. Com uma metodologia 
ilustrada,	 você	 aprenderá	 como	 traçar	 diagramas	 para	 construir	 as	 bases	 da	
saia,	da	manga,	do	corpo	e	da	calça	feminina.	Também	aprenderá	a	utilizar,	de	
maneira adequada, os materiais de modelagem, traçar as curvas com o auxílio 
destes e fazer as correções nas pences, além de como provar, corretamente, uma 
base no manequim.
2 CONCEITOS BÁSICOS
O	 desenvolvimento	 da	modelagem	 é	 baseado	 em	 três	 etapas,	 sendo	 o	
traçado inicial realizado manualmente, denominado de diagrama, do qual são 
extraídas as chamadas bases, que, posteriormente, são utilizadas para realizar a 
interpretação e a construção da modelagem, de acordo com o desenho da peça.
FIGURA 20 – CONCEITOS BÁSICOS
FONTE: A autora
CONCEITOS BÁSICOS
Diagramas Bases Modelagem
Samsung
Realce
Samsung
Realce
40
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
Em	 uma	 indústria	 de	 vestuário,	 a	 utilização	 das	 bases	 da	modelagem	
facilita o desenvolvimento de modelagens com mais assertividade, pois estas são 
traçadas de acordo com a tabela de medidas direcionada para o público-alvo da 
marca e, uma vez testadas e aprovadas, servem como ponto de partida para a 
interpretação	de	qualquer	modelo.	As	bases	também	propiciam	agilidade	para	o	
setor de modelagem.
A	partir	de	uma	cópia	do	molde-base,	 chamada	de	molde	de	 trabalho,	
o	modelista	fará	a	interpretação,	ou	seja,	a	adaptação	do	molde	para	incluir	os	
detalhes	expressos	no	desenho	técnico.	Uma	etapa	importante	da	interpretação	
da	modelagem	é	a	determinação	das	folgas	do	modelo,	ou	seja,	a	que	distância	a	
roupa	ficará	do	corpo,	pois	o	molde-base	representa	o	mapeamento	do	corpo	sem	
folgas para movimentação.
A	 interpretação	da	modelagem	é	 realizada	a	partir	de	bases	prontas	 já	
testadas	e	aprovadas	anteriormente.	As	bases	são	copiadas	em	outro	papel	e	se	
iniciam	as	alterações	pertinentes	ao	modelo,	que	pode	ser	mais	ajustado	ou	amplo,	
incluindo	recortes,	transferências	de	pences	e	inclusão	de	outros	elementos.
3 CONSTRUÇÃO DE DIAGRAMA
Diagramas	 são	 construções	 gráficas	 das	 medidas	 do	 corpo	 humano,	
elaborados através de uma metodologia, em um plano bidimensional, dando 
origem	às	bases	da	modelagem.	A	modelagem	se	inicia	com	a	construção	de	um	
diagrama	e	com	as	medidas	do	corpo	já	obtidas	previamente.
FIGURA 21 - DIAGRAMA
FONTE: A autora
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
41
Os diagramas são construídos através de retas, de pontos e de curvas, 
direcionados por uma metodologia que funciona como uma receita a ser seguida. 
Cada	modelista	ou	empresa	pode	desenvolver	o	próprio	método	de	construção	
de	 diagramas	 e	 de	 bases	 de	 modelagem,	 que	 se	 adapte	 melhor	 ao	 perfil	 de	
consumidor da marca.
4 CONSTRUÇÃO DE BASES
As	bases	de	modelagem	são	extraídas	dos	diagramas	e	seguem	a	anatomia	
e as medidas do corpo humano, buscando representar, bidimensionalmente, uma 
peça	que	envolve	um	corpo	tridimensional.	As	bases	são	construídas	utilizando	as	
medidas	obtidas	com	a	fita	métrica	rente	ao	corpo	humano,	ou	seja,	não	incluem	
margens	de	costura,	margens	de	vestibilidade	ou	folgas.	A	respeito	dessas	bases,	
posteriormente,	desenvolvem-se	os	modelos	de	vestuário.
As	 bases	 localizam	 os	 principais	 contornos	 do	 corpo,	 assim	 como	
todas	as	medidas	da	tabela	utilizada	na	construção.	Não	representam	
modelos de roupas, mas a acomodação do tecido sobre a parte do 
corpo	que	está	revestindo,	respeitando	as	medidas,	os	contornos	e	as	
saliências(BERG,	2019,	s.p.).
Um	 conjunto	 de	 bases	 para	 a	 modelagem	 feminina	 reúne	 sete	 peças:	 
bases da blusa frente e costas; bases da saia frente e costas, bases da calça frente e 
costas	e	base	da	manga.	Nos	próximos	tópicos,	as	bases	femininas	de	blusa,	de	
saia, de calça e de manga serão construídas através do passo a passo de diagramas, 
com base em uma tabela de medidas.
FIGURA 22 – CONJUNTO DE BASES
FONTE: A autora
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
42
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
4.1 BASE DA SAIA FEMININA 
A	 seguir,	 estarão	 somente	 as	 medidas	 femininas	 necessárias	 para	 a	
construção	 da	 saia,	 com	 destaque	 para	 as	 medidas	 do	 tamanho	 38,	 que	 será	
utilizado para a construção da base da saia.
TABELA 4 – MEDIDAS FEMININAS PARA A SAIA
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Circunferência	da	cintura 60 64 68 72 76 80 84
Circunferência	do	quadril 88 92 96 100 104 108 96
Altura	do	quadril 18 18 20 20 20 21 21
Distância	entre	os	seios 18 18 20 20 20 20 21
Altura	do	joelho 59 59,5 60 60,5 61 61,5 62
Frente e costas:
AB = Para iniciar o diagrama, trace o comprimento da saia. Para a construção 
dessa	base,	utilizaremos	a	medida	de	50cm.
C = Para a altura do quadril, utilize a tabela e, na altura de 18cm, marque na linha 
do comprimento.
CD/CE = Com o auxílio do esquadro ou da régua milimetrada, trace ¼ da medida 
do quadril para cada lado da linha do comprimento.
BF/DG = Trace a mesma medida do quadril para a barra, também, com o auxílio 
do esquadro.
FIGURA 23 – BASE DA SAIA 1
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
43
FH /GI	=	Com	o	esquadro,	trace	um	retângulo.
AH/AI	=	Com	o	esquadro,	trace	um	retângulo,	conforme	figura	seguir.
FIGURA 24 – BASE DA SAIA 2
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
HJ/IL = Para a linha da cintura, utilizaremos ¼ da medida da tabela e 
acrescentaremos	2cm	para	a	pence	na	frente	e	3cm	para	pence	das	costas,	ou	seja,	
como ¼ da cintura é igual a 16cm, para a frente, utilizaremos 16cm + 2cm = 18cm, 
e,	para	as	costas,	16cm	+	3cm	=	19cm.
HM/IN	=	Nas	linhas	verticais	de	fora	do	retângulo,	marcaremos	1cm	da	linha	da	
cintura em direção à linha do quadril.
MJ/NL = Em seguida, com o auxílio da curva de alfaiate, trace a curva da cintura, 
ligando os pontos marcados.
JC/LC = Também com o auxílio da curva de alfaiate, trace a curva do quadril, 
ligando	os	pontos	marcados,	conforme	figura	a	seguir.
44
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 25 – BASE DA SAIA 3
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
Pences:
HO	=	A	pence	da	frente	é	inserida	na	linha	da	cintura,	partindo	do	centro-frente,	
utilizando	a	medida	da	metade	da	distância	entre	um	seio	ao	outro	da	tabela,	ou	
seja,	9cm.
OP/OQ = Como acrescentamos 2cm na medida da linha da cintura para fazer a 
pence da frente, marque 1cm para cada lado, partindo do ponto O.
OR	=	Marque	a	pence	da	frente	com	10cm	de	comprimento.
Ligue	os	pontos	PQR.
IS	=	A	pence	das	costas	é	inserida	na	linha	da	cintura,	partindo	do	centro-costas,	
utilizando	a	medida	da	metade	da	distância	entre	um	seio	ao	outro	da	tabela,	ou	
seja,	9cm.
ST/SU = Como acrescentamos 3cm na medida da linha da cintura para fazer a 
pence das costas, marque 1cm para cada lado, partindo do ponto O.
SV	=	Marque	a	pence	das	costas	com	14cm	de	comprimento.
Ligue	os	pontos	TUV.
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
45
FIGURA 26 - BASE DA SAIA 4
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
Depois	 de	 traçada	 a	 pence,	 é	 necessário	 fazer	 uma	 correção	 na	 curva	
da	cintura,	pois	quando	a	pence	for	 fechada	no	tecido	e	costurada,	haverá	um	
desencontro	entre	as	costuras,	caso	essa	correção	não	seja	feita.
Para	 corrigir	 a	 curva,	 você	 deve	 dobrar	 o	 papel	 e	 fechar	 a	 pence,	
posicionando a sobra de papel para o lado do quadril e, em seguida, puxar o 
papel,	segurando	na	região	da	barra,	para	que	a	pence	se	ajeite.	
Com a pence da frente fechada, retrace a curva da cintura com o auxílio 
da	curva	de	alfaiate	e	passe	a	carretilha	na	curva	da	cintura.	Repita	o	processo	na	
parte	das	costas.	Desdobre	o	papel	e,	com	a	ajuda	da	curva	francesa,	retrace	as	
linhas da cintura de MO/OJ para a frente e de LS/SN para as costas.
46
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 27 - COMO CORRIGIR PENCE
FONTE: A autora
1 2 3
4 5
Após	esse	processo,	a	pence	estará	corrigida.
FIGURA 28 – BASE DA SAIA 5
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
47
Separe	os	moldes	frente	e	costas.	Sobre	a	parte	da	frente,	trace	uma	linha	
paralela	à	linha	do	centro-frente,	para	indicar	o	sentido	do	fio	reto,	Faça	o	mesmo	
na	 parte	 das	 costas.	 Coloque	 as	 demais	 identificações	 no	 molde	 e	 a	 base	 da	
feminina	estará	pronta.
FIGURA 29 – BASE DA SAIA 6
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO
DA BASE DA SAIA
4.2 BASE DO CORPO FEMININO 
A	 seguir,	 estarão	 somente	 as	 medidas	 femininas	 necessárias	 para	 a	
construção do corpo feminino, com destaque para as medidas de tamanho 38, 
que	será	utilizado	para	a	construção	da	base	do	corpo	feminino.
TABELA 5 – MEDIDAS FEMININAS PARA O CORPO
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Entre cavas frente 16 17 17,5 18 18,5 19 19,5
Circunferência	do	busto 80 84 88 92 96 100 104
Circunferência	da	cintura 60 64 68 72 76 80 84
Altura	da	frente 43 44 45 45 45,5 45,5 46
Altura	do	busto 23 24 25 26 27 28 29
Distância	entre	os	seios 18 18 20 20 20 20 21
Largura	das	costas 36 38 40 42 44 46 48
Altura	das	costas 42,5 43,5 44,5 44,5 45 45 45,5
48
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
Frente e costas:
AB = Para iniciar o diagrama, trace o comprimento, utilizando a medida da altura 
da	frente	da	tabela,	44cm.
AC	=	Para	a	altura	do	busto,	utilize	a	tabela	e,	na	altura	de	24cm,	mais	3	cm	para	
a	cava.	Marque	na	linha	do	comprimento.
CE/BD = Com o auxílio do esquadro ou da régua milimetrada, trace ¼ da medida 
do busto para cada lado da linha do comprimento, 21 cm, na linha do busto e na 
linha da cintura.
DF = Trace a altura das costas.
FIGURA 30 – BASE DO CORPO 1
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DO CORPO
AG/FH	=	Divida	a	largura	das	costas	por	2,	e	trace	com	o	auxílio	do	esquadro	ou	
da régua milimetrada.
AI/FJ	=	Para	traçar	a	linha	da	cava,	use	a	medida	das	costas	mais	3cm.	Ligue	os	
pontos IJ.
GL	=	Esquadre	a	linha	AG	até	a	linha	da	cava,	para	encontrar	o	ponto	L.
JM	=	Esquadre	a	linha	FJ	até	a	linha	da	cava,	para	encontrar	o	ponto	M.
N	=	Marque	o	ponto	N	na	metade	da	linha	IJ.
BO	=	Metade	da	cintura	+	3cm	para	a	pence.
DP	=	Metade	da	cintura	+	3cm	para	a	pence.
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
49
FIGURA 31 – BASE DO CORPO 2
FONTE: A autora
AQ/AU	=	O	decote	é	1/6	da	medida	da	largura	das	costas,	6cm.	Ligue	os	pontos	
QU com o auxílio da curva francesa para traçar o decote da frente. 
GV	=	4cm	para	a	queda	do	ombro.
Ligue	os	pontos	UV para traçar a linha do ombro.
FX	=	A	largura	do	decote	é	de	1/6	da	medida	da	largura	das	costas,	6cm.
FZ	=	A	partir	do	ponto	F,	desça	2cm	para	o	decote	das	costas.
Com o auxílio de uma curva francesa, trace o decote das costas, ligando o ponto XZ.
ZY	=	4cm	para	a	queda	do	ombro.
Na	metade	do	segmento	VL, marque o ponto W e entre 1cm esquadrado para a 
esquerda para marcar o ponto W’.
Trace a cava da frente, ligando os pontos VW’N	 com	 a	 ajuda	 de	 uma	 curva	
francesa, assim, trace a cava das costas, ligando os pontos YN.
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DO CORPO
50
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 32 – BASE DO CORPO 3
FONTE: A autora
Separe	os	moldes	frente	e	costas.
C1/B2	=	Metade	da	medida	entre	um	seio	e	o	outro.
Marque	metade	da	pence	de	3cm	para	cada	 lado	do	ponto	2,	ou	seja,	1,5cm,	e	
trace a pence, ligando até o ponto 1.
3 =	Marque	o	ponto	3, no qual a linha do busto encontra a linha NO.
Desça	3cm	do	ponto	3 em direção ao ponto 3’, e ligue esses pontos ao ponto 1 para 
traçar a pence do busto.
Prolongue a linha NO por 3cm até o ponto 4. Parafazer a correção da medida da 
lateral,	retrace	a	cava	até	o	ponto	4.
J5/D6	=	Metade	da	medida	entre	um	seio	e	o	outro.
Marque	metade	da	pence	de	2cm	para	cada	lado	do	ponto	6,	ou	seja,	1cm,	e	trace	
a pence, ligando até o ponto 5.
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DO CORPO
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
51
FIGURA 33 – BASE DO CORPO 4
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DO CORPO
Depois	de	traçadas	as	pences,	é	necessário	fazer	uma	correção	nas	linhas	
da cintura, frente e costas, e na lateral da frente, pois quando a pence for fechada 
no	tecido	e	costurada,	haverá	um	desencontro	entre	as	costuras,	caso	essa	correção	
não	seja	feita.
Para fazer a correção na parte da frente, com a pence da cintura fechada, 
você	deve	retraçar	a	linha	BO com a régua e passar a carretilha nessa linha para 
marcar	 a	 pence.	 Abra-a	 e	 trace	 onde	 a	 carretilha	 marcou.	 Repita	 o	 processo	
na linha lateral 4O.	Desdobre	o	papel	e,	com	a	ajuda	da	régua,	 retrace	a	 linha	 
lateral 4O.
Para corrigir a parte das costas, faça o mesmo processo da pence da cintura 
da frente na linha PD.
A	respeito	da	parte	da	frente,	trace	uma	linha	paralela	à	linha	do	centro-
frente.	Para	indicar	o	sentido	do	fio	reto,	faça	o	mesmo	na	parte	das	costas.	Coloque	
as	demais	identificações	no	molde	e	a	base	do	corpo	feminino	estará	pronta.
52
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 34 – BASE DO CORPO 5
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DO CORPO
4.3 BASE DA MANGA FEMININA
Na	tabela	a	seguir,	estarão	somente	as	medidas	femininas	necessárias	para	
a construção da manga feminina, com destaque para as medidas do tamanho 38, 
que	será	utilizado	para	a	construção	da	base	da	manga.
TABELA 6 – MEDIDAS FEMININAS PARA A MANGA
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Comprimento da manga 59 60 60,5 61 61,5 62 62
Circunferência	do	braço 27,5 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5 33,5
Circunferência	do	cotovelo 21 21,5 22 22,5 23 23,5 24
Circunferência	do	punho 18 18 18 18 20 20 20
Largura	das	costas 36 38 40 42 44 46 48
Frente e costas:
AB = Para iniciar o diagrama, trace o comprimento da manga, de acordo com a 
tabela,	60cm.
AC/CD	=	7cm	para	demarcar	a	cabeça	da	manga.
DE/DF = Com o auxílio do esquadro ou da régua milimetrada, trace ½ da medida 
da largura das costas menos 2cm para cada lado da linha do comprimento.
BG/BH = Trace a metade da largura do punho mais 1cm.
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
53
FIGURA 35 – BASE DA MANGA 1
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA MANGA
Ligue	os	pontos	EG/ FH para formar as laterais da manga.
Ligue	os	pontos	AE,	meça	o	tamanho	dessa	linha	e	divida	por	três,	marcando	os	
pontos 1 e 2.
A	partir	da	linha	AE, trace, perpendicularmente, 2cm, para fora do diagrama, a 
partir do ponto 2, encontrando 2’.
Ligue	os	pontos	AF,	meça	o	tamanho	dessa	linha	e	divida	por	três,	marcando	os	
pontos 3 e 4.
A	partir	da	linha	AF, trace, perpendicularmente, 1cm, para dentro do diagrama, 
a partir do ponto 3, encontrando 3’.
A	partir	da	linha	AF, trace, perpendicularmente, 1cm, para fora do diagrama, a 
partir do ponto 4, encontrando 4’.
54
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 36 – BASE DA MANGA 2
FONTE: A autora
Para traçar a curva da cava das costas, ligue os pontos E12’A.
Para traçar a curva da cava da frente, ligue os pontos F3’4’A.
FIGURA 37 – BASE DA MANGA 3
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA MANGA
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA MANGA
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
55
Trace uma linha paralela à linha do comprimento para indicar o sentido 
do	fio	reto.	Coloque	as	demais	identificações	no	molde	e	a	base	do	corpo	feminino	
estará	pronta.
FIGURA 38 – BASE DA MANGA 4
FONTE: A autora
4.4 BASE DA CALÇA 
Na	 tabela	 a	 seguir,	 estarão	 somente	 as	medidas	 femininas	 necessárias	
para a construção da calça feminina, com destaque para as medidas do tamanho 
38,	que	será	utilizado	para	a	construção	da	base	da	calça.
TABELA 7 – MEDIDAS FEMININAS PARA A CALÇA
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Circunferência	da	cintura 60 64 68 72 76 80 84
Circunferência	do	quadril 88 92 96 100 104 108 96
Altura	do	quadril 18 18 20 20 20 21 21
Distância	entre	os	seios 18 18 20 20 20 20 21
Circunferência	do	tornozelo 21 22 22 24 24 25 25
Comprimento da cintura até o chão 100 101 102 103 104 105 106
Altura	do	joelho 59 59,5 60 60,5 61 61,5 62
Altura	do	gancho 25 25,5 26 26,5 27 27,5 28
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA MANGA
56
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
Frente e costas:
AB = Para iniciar o diagrama, trace a altura do gancho, de acordo com a tabela.
C = Para a altura do quadril, utilize a tabela e, na altura de 18cm, marque na linha 
do comprimento.
AD/AE = Com o auxílio do esquadro ou da régua milimetrada, trace ¼ da medida 
do quadril para cada lado da linha do comprimento.
BF/BG/CH/CI = Trace ¼ da medida do quadril para cada lado, também, com o 
auxílio do esquadro.
FJ = ¼ da medida de BF.
GK = ½ da medida de BG.
FIGURA 39 – BASE DA CALÇA 1
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA CALÇA
DL	 =	 Traçar	metade	 da	 cintura	mais	 0,5cm	 (para	 compensação	 nas	 costas),	 e	
acrescentar 2cm para a pence da frente.
M	=	Marcar	a	metade	de	JB e esquadrar até a linha da cintura para encontrar N.
Marcar	1	cm	para	cada	lado	de	N	para	marcar	a	pence	da	frente	e	traçar	a	pence	
com	10cm	de	comprimento.
EO	=	Traçar	2,5cm.
OP	 =	 Traçar	metade	 da	 cintura	menos	 0,5cm	 (para	 compensação	 na	 frente)	 e	
acrescentar 3cm para a pence das costas.
Q	=	Marcar	o	ponto	na	metade	da	linha	OP, marcar 1cm para cada lado e traçar a 
pence das costas com 12cm de comprimento.
U	=	Traçar	uma	linha	de	2,5cm	em	diagonal	a	45º,	partindo	do	ponto	F.
OO’ = Com o auxílio do esquadro, traçar 2cm, perpendicularmente.
V =	Marcar	o	ponto	na	metade	da	linha	EG.
Traçar uma linha, ligando o ponto O’ até o ponto V. Prolongar a linha até a linha 
GK.
GX	=	Traçar	uma	linha	de	5cm	em	diagonal	a	45º,	partindo	do	ponto	F.
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
57
FIGURA 40 – BASE DA CALÇA 2
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA CALÇA
FONTE: A autora
DD’ = Traçar 1cm.
Com o auxílio de uma curva de alfaiate, traçar uma curva suave, ligando os 
pontos D’L.
Também com o auxílio de uma curva de alfaiate, traçar uma curva, ligando os 
pontos PO’. Prolongar a pence das costas até a curva PO’.
CL = Traçar uma curva para formar o quadril na parte da frente, com o auxílio de 
uma curva de alfaiate.
CP = Traçar uma curva para formar o quadril na parte das costas, com o auxílio 
de uma curva de alfaiate.
Ligar	os	pontos	JUH com o auxílio de uma curva francesa, para formar o gancho 
da frente.
Ligar	os	pontos	VXK com o auxílio de uma curva francesa, para formar o gancho 
das costas.
É	necessário	fazer	uma	correção	nas	linhas	da	cintura,	frente	e	costas,	e	na	lateral	
da frente, para correção das pences, pois, quando a pence for fechada no tecido e 
costurada,	haverá	um	desencontro	entre	as	costuras,	caso	essa	correção	não	seja	feita.
Para	fazer	a	correção	na	parte	da	frente,	com	a	pence	da	cintura	fechada,	você	
deve retraçar a curva D’L com a curva de alfaiate e passar a carretilha nessa linha 
para	marcar	a	pence.	Abra	a	pence	e	trace	onde	a	carretilha	marcou.	
Para corrigir a parte das costas, faça o mesmo processo da pence da cintura da 
frente na linha PO’.
58
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
FIGURA 41 – BASE DA CALÇA 3
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA CALÇA
NY = Trace a medida do comprimento de acordo com a tabela, com o auxílio do 
esquadro.
YY’/ YY” =	Trace	¼	da	circunferência	do	tornozelo	mais	2cm.
ZW = Trace a mesma medida que Y”Z.
WW’ =	Trace	½	da	circunferência	do	tornozelo	mais	4cm.
Com o auxílio das réguas e das curvas, ligue os pontos JY” para formar o 
entrepernas da frente.
Com o auxílio das réguas e das curvas, ligue os pontos KW’ para formar o 
entrepernas das costas.
FIGURA 42 – BASE CALÇA 4
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA CALÇA
TÓPICO 3 — CONSTRUÇÃO DE BASES
59
A	respeito	da	parte	da	frente,	trace	uma	linha	paralela	à	linha	central	AZ, 
para	indicar	o	sentidodo	fio	reto.	Faça	o	mesmo	na	parte	das	costas.	Coloque	as	
demais	identificações	no	molde	e	a	base	do	corpo	feminino	estará	pronta.	Separe	os	
moldes frente e costas.
FIGURA 43 – BASE DA CALÇA 5
FONTE: A autora
CONSTRUÇÃO DA 
BASE DA CALÇA
60
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À MODELAGEM BIDIMENSIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Para	 provar	 a	 base	 no	manequim,	 é	 necessário	 cortá-la	 em	 tecido.	 De	
acordo	 com	 Berg	 (2019),	 os	 traçados	 das	 bases	 são	 elaborados	 para	 que	 estas	
sejam	confeccionadas	em	tecido	plano.	Devido	ao	material	ser	originalmente	mais	
estável,	as	bases	devem	ser	cortadas	rigorosamente	no	fio	reto,	posicionando	as	
principais	linhas	de	contorno	do	corpo	sobre	o	fio	de	trama	do	tecido,	pois,	nessa	
posição,	o	tecido	não	tem	a	estrutura	modificada.
Já	com	as	bases	cortadas	em	papel,	deve-se	dobrar	o	tecido,	observando	o	
sentido	do	fio,	além	de	posicionar	as	bases	sobre	o	tecido,	como	exibido	na	figura,	
e	prender	moldes	com	alfinetes	ou	utilizar	pesos	para	segurá-los.	Perceba	que	a	
base da frente é colocada na dobra do tecido, enquanto a base das costas deve 
ser	posicionada	a	2cm	da	ourela	do	tecido,	pois	essa	medida	será	utilizada	para	
o trespasse.
Marcam-se,	então,	costuras	de	1cm	somente	nas	partes	que	necessitam	de	
costura:	nas	laterais.	Então,	isso	estará	pronto	para	o	corte.
Depois	de	 cortado,	para	 facilitar	 a	marcação	de	pences	e	de	margem	de	
costura, pode ser utilizado papel-carbono, colocando a base em tecido sobre o 
carbono	e	passando	a	 carretilha,	 fazendo	 todas	as	marcações.	Após,	 costurar	 as	
bases,	fechando,	primeiramente,	as	pences,	depois,	as	laterais.	Deve-se,	então,	vestir	
a	base	no	manequim,	além	de	analisar	se	é	necessário	algum	ajuste	ou	correção.
COMO RISCAR A BASE
FONTE: A autora
61
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 É	necessário	construir	um	diagrama	para	extrair,	dele,	uma	base	de	modelagem	
que	poderá	ser	transformada,	posteriormente,	em	um	molde.
• Os diagramas são como roteiros para o desenvolvimento de bases de modelagem.
•	 Após	o	desenvolvimento	de	uma	base	de	modelagem,	é	necessário	experimentar	
essa	base	no	manequim,	além	de	como	fazê-lo.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
62
1	 Em	uma	indústria	de	vestuário,	a	utilização	das	bases	de	modelagem	facilita	
o desenvolvimento de modelagens com mais assertividade, pois estas são 
traçadas de acordo com a tabela de medidas direcionada para o público-
alvo da marca, e, uma vez testadas e aprovadas, servem como ponto de 
partida	para	a	interpretação	de	qualquer	modelo.	Com	base	nas	definições	
dos	conceitos	básicos	de	modelagem,	analise	as	sentenças	a	seguir:
I-	 O	 processo	 de	 modelagem	 é	 baseado	 em	 três	 etapas:	 construção	 do	
diagrama, extração das bases e desenvolvimento de modelagem.
II- O traçado inicial, realizado manualmente, chama-se modelagem, e não 
necessita, obrigatoriamente, das medidas do corpo para a construção.
III-	A	 interpretação	 de	modelos	 pode	 ser	 feita	 diretamente	 no	 traçado	 do	
diagrama,	 sendo,	 a	 base,	 desnecessária	 para	 o	 desenvolvimento	 de	
modelos mais complexos. Isso facilita o processo e diminui a possibilidade 
de erros. 
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	(			)	Somente	a	sentença	I	está	correta.
c)	 (			)	As	sentenças	I	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	Somente	a	sentença	III	está	correta.
2	 Em	 uma	 indústria	 de	 vestuário,	 a	 utilização	 das	 bases	 de	 modelagem	
facilita o desenvolvimento de modelagens com mais assertividade, pois 
estas são traçadas de acordo com a tabela de medidas direcionada para 
o público-alvo da marca, e, uma vez testadas e aprovadas, servem como 
ponto de partida para a interpretação de qualquer modelo. Com relação às 
bases	de	modelagem,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	
as sentenças falsas:
(			)	As	bases	de	modelagem	são	extraídas	dos	diagramas	e	seguem	a	anatomia	 
e as medidas do corpo humano. 
(			)	As	 bases	 não	 precisam	 ser	 testadas,	 pois,	 como	 são	 construídas	 com	
medidas	tiradas	com	exatidão,	já	estão	prontas	para	serem	interpretadas,	
sem	nenhum	ajuste.
(			)	As	bases	são	construídas	utilizando	as	medidas	obtidas	com	a	fita	métrica	
rente	ao	corpo	humano,	ou	seja,	não	incluem	margens	de	costura,	margens	
de	vestibilidade	ou	folgas	e	ajuste.
(			)	 Para	testar	uma	base,	é	necessário	incluir	margem	de	costura	em	todos	os	
segmentos	do	molde,	não	somente	onde	será	costurado.
AUTOATIVIDADE
63
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	V	–	F	–	F	–	F.
b)	(			)	V	–	F	–	V	–	F.
c)	 (			)	F	–	V	–	F	–	V.
d)	(			)	F	–	F	–	V	–	V.
3 O processo de modelagem se inicia com a construção do diagrama, da qual 
são extraídas as chamadas bases, que, posteriormente, são utilizadas para 
realizar a interpretação e a construção da modelagem, de acordo com o 
desenho	da	peça.	Após	a	finalização	da	construção	do	diagrama,	é	possível	
extrair	as	bases	de	modelagem,	que	devem	ser	corretamente	identificadas.	
Acerca	 das	 informações	 que	 devem	 conter	 no	 molde-base,	 assinale	 a	
alternativa	CORRETA:
a)	(			)	As	 informações	 necessárias	 que	 devem	 ser	 anotadas	 na	 base	 e	 nas	
modelagens	interpretadas	são:	referência	e	nome	do	modelo,	nome	da	
parte	do	molde,	 tamanho,	número	de	vezes	do	corte,	 sentido	do	fio,	
piques e marcações.
b)	(			)	O	 sentido	 do	 fio	 não	 precisa,	 necessariamente,	 ser	 traçado	 na	 base,	
podendo	ser	definido	somente	na	interpretação	do	modelo.
c)	 (			)	Somente	o	nome	do	molde,	o	tamanho	e	o	nome	da	parte	da	peça	são	
necessários	para	a	identificação	da	base.
d)	(			)	Como	a	base	não	é	produzida	para	a	venda,	não	é	necessário	anotar	o	
tamanho na peça.
4	 O	 desenvolvimento	 da	 modelagem	 é	 baseado	 em	 três	 etapas,	 sendo,	 o	
traçado inicial, realizado manualmente, denominado de diagrama, do qual 
são extraídas as chamadas bases, que, posteriormente, são utilizadas para 
realizar a interpretação e a construção da modelagem, de acordo com o 
desenho	da	peça.	Discorra	a	respeito	de	como	é	feita	cada	etapa,	além	da	
importância	de	cada	uma	delas	para	uma	modelagem	assertiva.
5	 Após	o	desenvolvimento	das	bases,	é	preciso	prová-las,	para	verificar	 se	
é	necessário	algum	ajuste	ou	correção.	A	respeito	desse	processo,	disserte	
acerca da maneira adequada para realizar a preparação e a prova da base 
de modelagem.
64
65
REFERÊNCIAS
AUDACES.	A importância do sentido do fio na peça pronta.	2015.	Disponível	
em:	https:	<//audaces.com/sentido-do-fio-na-peca-pronta-qual-a-importancia/>.	
Acesso	em:	29	out.	2020.
BERG,	A.	P.	M.	Técnicas de modelagem feminina: construção de bases e 
volumes.	São	Paulo:	Editora	Senac	São	Paulo,	2019.
CORREA,	V.	M.;	ROSNER,	R.	Ergonomia: fundamentos	e	aplicações.	São	Paulo:	
Bookman	Editora,	2015.
IIDA,	I.	Ergonomia: projeto	e	produção.	2.	ed.	São	Paulo:	Edgard	Blucher,	2005.
MARIANO.	Da construção à desconstrução: a modelagem como recurso 
criativo no design de moda.	2011.	Disponível	em:	https://ppgdesign.anhembi.br/
wp-content/uploads/dissertacoes/61.pdf.	Acesso	em:	21	out.	2020.
SAGGESE,	S.;	DUARTE,	S.	Modelagem industrial brasileira.	5.	ed.	Rio	de	
Janeiro:	Editora	Guarda	Roupa,	2010.
SILVEIRA,	I.	Modelagem básica do vestuário feminino.	2017.	Disponível	em:	
https://www.udesc.br/arquivos/ceart/id_cpmenu/3787/Apostila_Modelagem_B_
sica_Feminina___2017_15206211994746_3787.pdf>.	Acesso	em:	21	out.	2020.
TREPTOW,	D.	Inventando moda: planejamento	de	coleção.	2.	ed.	Brusque:	D.	
Treptow,	2003.
66
67
UNIDADE 2 — 
MODELAGEM E GRADAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a importância das pences para a modelagem bidimensional;
• realizar a transferência de pences para outros pontos do molde; 
embuti-las em recortes na modelagem;
•interpretar modelos e variações da modelagem de saias, blusas, mangas, 
bolsos e golas;
• entender o que é gradação de moldes e aplicar a gradação de forma 
correta em moldes de saias, blusas e mangas;
• compreender o conceito de encaixe e como funciona o encaixe de moldes 
e a preparação para o corte das peças.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – TRANSFERÊNCIA DE PENCES
TÓPICO 2 – INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
TÓPICO 3 – GRADAÇÃO E ENCAIXE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
68
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UNIDADE 2
TÓPICO 1 — 
TRANSFERÊNCIA DE PENCES
1 INTRODUÇÃO 
A modelagem bidimensional permite uma infinidade de possibilidades 
para a criação de peças do vestuário. Contudo, é necessário conhecer, além de 
dominar as técnicas específicas de modelagem para conseguir transformar 
as bases construídas previamente em moldes avançados com êxito. Cabe, ao 
modelista, ao receber uma ficha técnica, escolher qual a melhor técnica para 
aplicar na base selecionada, além de transformá-la na peça proposta, alcançando 
a estética determinada pelo estilista e o caimento, as folgas e o conforto necessário 
para o produto.
Acadêmico, neste tópico, será abordada a conceituação da pence na 
modelagem bidimensional, além de como é realizada a técnica de transferência 
de pence para variadas partes de um molde, contendo explicação com figuras 
de como fazer, contendo a técnica de embutir a pence em recortes. Assim, você 
poderá desenvolver modelagens complexas com autonomia, reposicionando as 
pences necessárias, conforme exigido por cada modelo.
2 PENCE
Para transformar um molde traçado em papel bidimensional, que será 
cortado em um tecido também plano, em uma peça de vestuário que possa vestir 
um corpo com volume tridimensional, o principal recurso utilizado é a pence. 
Através da pence, conseguimos aplicar o volume em determinada região de uma 
roupa, sendo comumente utilizada para dar a definição que os seios e o quadril 
exigem em uma modelagem justa.
A pence é a mais flexível e criativa parte do molde. Ela pode ser usada 
das mais variadas maneiras e só será limitada pela imaginação de 
quem cria. A pence não precisa, necessariamente, ser usada como tal. 
Pode ser transformada em folgas, franzidos e pregas ou ser transferida 
para recortes originais, dando forma à roupa. Os recortes podem ser 
colocados em qualquer lugar do molde, modificando o estilo. Alguns 
recortes podem substituir as pences, dando a impressão de que elas 
não existem. Contudo, mesmo invisíveis, elas ajudam no caimento da 
roupa (TREPTOW, 2003, p. 49).
Samsung
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
70
Para construir uma pence, adicionamos, à modelagem, uma pequena 
medida na circunferência menor, como a cintura, que, quando fechada durante 
a costura, dá volume à região com circunferência maior, nesse exemplo, a região 
do busto. Quando a pence é costurada, a sobra de tecido fica no lado interno da 
roupa, não sendo visível no exterior. Existem alguns lugares tradicionais que as 
metodologias de modelagem feminina costumam inserir as pences nas bases de 
modelagem para avolumar a área dos seios no molde do corpo: pence na cintura, 
pence no ombro ou pence reta na lateral. A seguir, será possível observar como fica 
a pence da cintura do lado avesso da roupa, com excesso de tecido já costurado.
FIGURA 1 – PENCES
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-tailor-work-
process-1758131345>. Acesso em: 19 maio 2020.
As pences são traçadas nos diagramas e nas bases, e nos moldes finais 
precisam ser marcadas com piques. Posteriormente, na etapa do corte, esses 
piques são, também, aplicados no tecido, para que o profissional da costura possa 
fechar a pence com precisão.
Apesar de as metodologias para traçado de bases de modelagem 
aplicarem as pences em determinados lugares fixos, após essas bases prontas e 
aprovadas, é possível realizar a transferência das pences ou, até mesmo, embuti-
las em recortes no momento da interpretação de novos modelos. Dessa forma, 
o efeito tridimensional continua sendo aplicado à peça, porém, o modelista 
tem a liberdade de reposicionar ou de esconder as pences, de acordo com as 
necessidades estéticas e de conforto do produto. 
A base de modelagem do corpo feminino, elaborada na Unidade 1 deste 
livro, é utilizada para traçar variações de modelagem do corpo, sendo possível 
alterar as posições das pences, além de criar novas linhas de costura. Ambas 
as técnicas, transferência de pence e como embutir a pence em recorte, serão 
abordadas nos próximos tópicos.
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TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
71
3 TRANSFERÊNCIA DE PENCE DO CORPO
De acordo com cada metodologia para traçado de diagramas do corpo 
feminino, uma ou duas pences costumam ser utilizadas para dar volume 
à área dos seios e acentuar as demais curvas do corpo da mulher. Dentre os 
lugares mais comumente utilizados para alocar as pences na parte da frente, 
nas metodologias mais utilizadas, a pence situada na cintura, no mesmo 
alinhamento do mamilo; a pence lateral ou a pence no meio do ombro; e 
todas direcionadas ao ápice do seio, pois é a região de grande volume, porém, 
independentemente da metodologia utilizada para construir a base, essas 
pences podem ser transferidas para diversos lugares.
A técnica de transferência de pence consiste em, de acordo com Berg 
(2019, p. 98), “transferir a pence existente, responsável pela criação do volume 
do busto, de um lugar para outro [...]. Nessa técnica, não se elimina o valor ou 
a abertura da pence, na verdade, há um deslocamento dela para outro ponto”. 
A seguir, apresentaremos o estudo de transferência de pences sobre a base do 
corpo, demonstrando algumas possibilidades de reposicionamento.
FIGURA 2 – TRANSFERÊNCIA DE PENCE
FONTE: A autora
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
72
Para transferir uma pence, o procedimento envolve copiar a base de 
modelagem para um novo papel, definir onde deve ser formada a nova pence 
e excluir as pences antigas, girando o molde-ponto do ápice do seio (ou o ponto 
de maior volume do molde) para que a pence recém-definida possa se formar. 
Depois, é preciso retraçar o molde em um novo papel para acrescentar as 
informações necessárias.
Nem existe proporcionalidade de valores entre os volumes da nova 
pence e os existentes anteriormente no molde. Após a transferência, o 
valor da profundidade da pence se forma automaticamente em relação 
à localização do molde e ao volume das pences que foram deslocadas 
(BERG, 2019, p. 102).
Nos próximos tópicos, você encontrará o passo a passo para executar a 
transferência de pence para diversos pontos do molde. 
3.1 PENCE NO OMBRO 
A pence no ombro costuma ser traçada exatamente na metade da medida 
do ombro. Pode ser utilizada sozinha ou combinada com pence em outro lugar 
do molde.
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Marque o meio da linha do ombro, trace uma linha do ápice do busto até o 
meio do ombro e recorte o papel exatamente nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma.
• Copie o molde em outro papel, feche a pence do ombro e carretilhe para 
correção. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
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Realce
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TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
73
FIGURA 3 – PENCE DO OMBRO
PENCE DO OMBRO
3.2 PENCE NO DECOTE 
A pence no decote costuma ser utilizada em peças de alfaiataria. Essa 
pence pode ser definida em qualquer ponto no decote, de acordo com a estética 
esperada pelo modelo.
Para executara transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Marque o ponto no qual deve iniciar a pence no decote, trace uma linha do 
ápice do busto até esse ponto e recorte o papel exatamente nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma;
• Copie o molde em outro papel, feche a pence no decote e carretilhe para 
correção. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
FONTE: A autora
Samsung
Realce
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
74
FIGURA 4 – PENCE NO DECOTE
FONTE: A autora
PENCE NO DECOTE
3.3 PENCE NA CAVA 
Esta pence pode ser definida em qualquer ponto na cava, de acordo 
com a estética esperada pelo modelo. A pence, nessa posição, é essencial para a 
realização do recorte-princesa, partindo da cava.
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Defina o ponto no qual deve iniciar a pence na cava, trace uma linha do ápice 
do busto até esse ponto e recorte o papel exatamente nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma.
• Copie esse molde em outro papel, feche a pence na cava e carretilhe para 
correção do decote. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
Samsung
Realce
TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
75
FIGURA 5 – PENCE NA CAVA
FONTE: A autora
PENCE NA CAVA
3.4 PENCE FRANCESA 
A pence francesa é posicionada na lateral do molde, porém, de forma 
inclinada. Quando utilizada somente essa pence na peça, fica menos visível 
esteticamente do que os outros tipos de pence, portanto, o resultado é mais 
harmonioso visualmente.
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Defina o ponto no qual deve iniciar a pence na lateral, trace uma linha do ápice 
do busto até esse ponto e recorte o papel exatamente nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma.
• Copie esse molde em outro papel, feche a pence na lateral e carretilhe para 
correção do decote. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
76
FIGURA 6 – PENCE FRANCESA
FONTE: A autora
PENCE FRANCESA
3.5 PENCE DO CENTRO-FRENTE 
A pence do centro-frente fica situada entre os seios, para tanto, é necessário 
um recorte do centro do decote até essa pence. Esteticamente, pode parecer mais 
complexa em comparação aos demais tipos de pence, mas o procedimento para a 
realização é o mesmo.
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Marque o ponto no qual a linha do busto encontra a linha do centro da frente, 
trace uma linha do ápice do busto até esse ponto e recorte o papel exatamente 
nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
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TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
77
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma.
• Copie esse molde em outro papel, feche a pence do centro-frente e carretilhe 
para correção do decote. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
FIGURA 7 – PENCE DO CENTRO-FRENTE
FONTE: A autora
PENCE DO 
CENTRO FRENTE
3.6 PENCE DO DECOTE NO CENTRO-FRENTE 
Neste caso, pelo fato de a pence estar situada do ápice do seio ao centro 
do decote, as duas pences se unem no ponto, formando um “V” invertido na 
blusa, promovendo uma estética interessante à peça e conferindo um aspecto de 
complexidade.
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Trace uma linha do ápice do busto até o ponto do meio do decote e recorte o 
papel exatamente nessa linha.
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
78
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma;
• Copie esse molde em outro papel, feche a pence do decote do centro-frente e 
carretilhe para correção do decote. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
FIGURA 8 – PENCE NO DECOTE DO CENTRO-FRENTE
PENCE NO DECOTE
DO CENTRO 
FONTE: A autora
3.7 PENCE DA CINTURA NO CENTRO-FRENTE 
Esta pence por estar situada do ápice do seio ao centro da linha da cintura. 
As duas pences se unem nesse ponto, esteticamente formando um “V” na blusa. 
Essas linhas diagonais acrescentam requinte à peça.
 
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TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
79
Para executar a transferência das pences:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Trace uma linha do ápice do busto até o ponto do meio da linha da cintura e 
recorte o papel exatamente nessa linha.
• Recorte, fora, as partes das pences lateral e da cintura, e una o molde com fita.
• Com as pences antigas fechadas, a nova pence se forma.
• Copie esse molde em outro papel, feche a pence da cintura do centro-frente e 
carretilhe para correção do decote. Corrija, também, as demais linhas necessárias.
FIGURA 9 – PENCE NA CINTURA DO CENTRO-FRENTE
FONTE: A autora
PENCE NA CINTURA
DO CENTRO
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
80
LEITURA COMPLEMENTAR
PENCES EMBUTIDAS EM RECORTES
A pence, apesar de ser extremamente necessária para dar o efeito 
tridimensional às peças do vestuário, não precisa, necessariamente, ser utilizada 
da maneira tradicional. De acordo com Saggese e Duarte (1998), as pences podem 
ser adaptadas em folgas, em franzidos e em pregas, ou embutidas em recortes, que 
podem estar localizados em qualquer lugar do molde, modificando a estética da 
peça. Essas pences, quando realocadas em recortes, podem parecer inexistentes, 
mas estão presentes na estrutura do molde, assistindo ao caimento. Nos tópicos 
seguintes, serão abordados os dois tipos mais clássicos de como embutir pences 
em recortes: o recorte-princesa tradicional ou partindo da cava.
RECORTE-PRINCESA 
O recorte-princesa é um clássico na modelagem feminina, conhecido pela 
feminilidade. Esse recorte se inicia no meio do ombro e vai até a cintura, passando 
pelo ápice do seio. É muito utilizado na blusa e nos vestidos.
Para fazer o recorte-princesa em uma modelagem:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Transfira as pences para a cintura e para o ombro.
• Recorte, fora, as partes das pences, separando o molde em duas partes.
• Acentue o ângulo que se forma no ápice do seio com uma leve curva.
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TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA DE PENCES
81
RECORTE-PRINCESA
FONTE: A autora
RECORTE PRINCESA
RECORTE-PRINCESA PARTINDO DA CAVA 
A diferença entre este tipo de recorte e o recorte-princesa clássico é que, 
como o próprio nome define, essa parte é da cava para a cintura, passando, 
também, pelo ápice do seio. Pode-se utilizar a linha definida para o entre-cavas 
na base do molde para demarcar o início do recorte, no entanto, não existe um 
ponto fixo para isso, pode ser escolhido arbitrariamente, de acordo com a estética 
do modelo.
Para fazer o recorte-princesa em uma modelagem:
• Copie a base do molde da frente do corpo.
• Defina o ponto de início do recorte na cava, trace uma curva do ápice do busto 
até esse ponto e recorte o papel exatamente nessa linha.
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
82
• Feche a pence lateral com fita.
• Recorte, fora, as partes da pence da cintura, separando o molde em duas partes.
• Acentue o ângulo que se forma no ápice do seio com uma leve curva.
RECORTE-PRINCESA NA CAVA
FONTE: A autora
RECORTE PRINCESA 
NA CAVA
83
Neste tópico, você aprendeu que:
• As pences são traçadas em diagramas para dar origem às bases da modelagem 
construídas bidimensionalmente, e, quando fechadas no momento da costura, 
conferem forma e volume ao tecido, que se ajusta a um corpo tridimensional.
• As pences podem ser transferidas para outros pontos da modelagem, de acordo 
com a estética esperada no modelo.• É possível embutir as pences em recortes na modelagem das peças.
RESUMO DO TÓPICO 1
84
1 Algumas metodologias para traçado de bases de modelagem aplicam 
as pences em determinados lugares fixos. Após essas bases prontas e 
aprovadas, é possível realizar a transferência das pences, embuti-las em 
recortes no momento da interpretação de novos modelos. Dessa forma, o 
efeito tridimensional continua sendo aplicado à peça, porém, o modelista 
tem a liberdade de reposicionar ou de esconder as pences, de acordo com as 
necessidades estéticas e de conforto do produto. Com base nas definições 
de construção da pence e da técnica de transferência, analise as sentenças 
a seguir:
I- Através da pence, conseguimos aplicar volume em determinada região de 
uma roupa, sendo comumente utilizada para dar a definição que os seios 
e o quadril exigem em uma modelagem justa.
II- Após realizar a transferência de pence no molde da frente do corpo 
feminino, o ápice da pence não precisa, necessariamente, estar situado na 
região de maior volume do seio.
III- As pences são traçadas nos diagramas e nas bases. Nos moldes finais, 
precisam ser marcadas com piques. Posteriormente, na etapa do corte, 
esses piques são aplicados no tecido para que o profissional da costura 
possa fechar a pence com precisão.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
2 “A característica principal da técnica de transferência de pence é, como o 
próprio nome diz, transferir a pence existente, responsável pela criação do 
volume do busto, de um lugar para outro, ou seja, nessa técnica, não se 
elimina o valor ou a abertura da pence, na verdade, há um deslocamento 
dela para outro ponto” (BERG, 2019, p. 98). Acerca dos tipos de pence 
possíveis no estudo de reposicionamento, correlacione os tipos de pence da 
coluna 1 com a devida descrição, exibida na coluna 2:
AUTOATIVIDADE
85
A sequência CORRETA para a coluna 2 é a que se afirma em:
a) ( ) 1, 3, 2, 4.
b) ( ) 4, 1, 3, 2.
c) ( ) 3, 2, 4, 1.
d) ( ) 2, 1, 4, 3.
3 De acordo com Saggese e Duarte (1998), as pences podem ser adaptadas em 
folgas, em franzidos e em pregas, ou embutidas em recortes, que podem 
estar localizados em qualquer lugar do molde, modificando a estética da 
peça. Essas pences, quando realocadas em recortes, podem até parecer 
inexistentes, mas estão presentes na estrutura do molde, assistindo ao 
caimento. Acerca das pences embutidas em recortes, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas:
( ) Com a transferência de pences, ou as embutindo em recortes, o efeito 
tridimensional continua sendo aplicado à peça, porém, o modelista tem 
a liberdade de reposicionar ou de esconder as pences, de acordo com as 
necessidades estéticas e de conforto do produto. 
( ) O recorte-princesa é um clássico na modelagem feminina. Inicia-se no 
meio do ombro e vai até a cintura, passando pelo ápice do seio. É muito 
utilizado na blusa e nos vestidos. 
( ) Para fazer o recorte-princesa partindo da cava, o recorte deve iniciar, 
obrigatoriamente, na metade do valor da cava da frente.
( ) Ao embutir pences em recortes na modelagem de uma peça, não se deve 
acentuar os ângulos nesses recortes, transformando-os em curvas.
1. Pence francesa
2. Pence do centro-frente
3. Pence no decote do 
 centro-frente
4. Pence na cintura do 
 centro-frente
( )
( )
( )
( )
Situada entre os seios, é necessário um recorte 
do centro do decote até essa pence. O resultado 
é mais harmonioso visualmente. 
Posicionada na lateral do molde de forma 
inclinada. Quando utilizada somente essa 
pence na peça, fica menos visível esteticamente 
em comparação aos outros tipos de pence, 
portanto, o resultado é mais harmonioso 
visualmente.
As pences do lado esquerdo e do lado direito 
se encontram em um ponto, esteticamente 
formando um “V” na blusa. Essas linhas 
diagonais acrescentam requinte à peça.
As pences do lado esquerdo e do lado direito 
se unem, formando um “V” invertido na blusa, 
promovendo uma estética interessante à peça e 
conferindo um aspecto de complexidade.
86
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
4 Para transformar um molde traçado em papel bidimensional, que é cortado 
em um tecido também plano, em uma peça de vestuário que possa vestir 
um corpo com volume tridimensional, o principal recurso utilizado é a 
pence. Através da pence, conseguimos aplicar volume em determinada 
região de uma roupa. Explique como acontece o processo de construção de 
uma pence em uma modelagem.
5 As pences são de extrema importância para a modelagem bidimensional 
feminina, sendo utilizadas para dar volume à área dos seios e acentuar as 
demais curvas do corpo da mulher. Dentre os lugares mais comumente 
utilizados para alocar as pences na parte da frente, estão a pence situada 
na cintura, no mesmo alinhamento do mamilo; e a pence lateral ou a pence 
no meio do ombro, todas direcionadas ao ápice do seio, pois é a região de 
maior volume, porém, independentemente da metodologia utilizada para 
construir a base, essas pences podem ser transferidas para diversos lugares. 
Nesse contexto, disserte acerca de como é realizado o procedimento de 
transferência da pence na modelagem do vestuário.
87
UNIDADE 2
TÓPICO 2 — 
INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
1 INTRODUÇÃO 
Para a elaboração de moldes avançados, o processo passa pelo traçado 
de diagramas, pela criação das bases da modelagem e pela aprovação destas, 
para, somente, então, iniciar a confecção dos moldes finais. Transformar bases 
em moldes envolve muitas técnicas. Você pode acrescentar folgas de modelo, 
transferir pences, incluir recortes, adicionar pregas, volumes e franzidos, além de 
outras alternativas. Ao analisar um desenho técnico de uma peça de vestuário, 
o modelista precisa ter conhecimento amplo dos procedimentos de modelagem 
para escolher qual é a melhor opção a ser aplicada para atender às necessidades 
estéticas e de conforto da roupa.
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos como realizar a interpretação de 
moldes-base em moldes avançados. A maioria das técnicas apresentadas nos 
tópicos seguintes envolve retraçar o molde-base, fazer acréscimos, compensações, 
recortar o papel, colar com fita e retraçar novamente. Para exemplificar as 
principais técnicas de modelagem bidimensional, o Tópico 2 tratará das variações 
de saia, enquanto o Tópico 3, de blusas, e, por fim, o Tópico 4, de mangas. 
Contudo, qualquer das técnicas apresentadas nesta unidade pode ser utilizada 
nas mais variadas peças do vestuário.
2 VARIAÇÃO DE SAIAS
A saia é uma peça significativa para o vestuário feminino e permite 
múltiplas possibilidades de criação, que podem ser aplicadas para o masculino, 
desde que utilizadas as medidas da tabela apropriada. Nos próximos tópicos, 
você aprenderá a transformar a base da saia em diversos modelos, como as saias 
evasê, godê, de pregas e de envelope.
2.1 SAIA EVASÊ 
Este modelo de saia possui leve abertura na modelagem na área mais 
próxima da barra. Para executar essa interpretação:
• Copie a base da saia frente e costas.
• Trace uma linha paralela ao centro-frente do ápice da pence até a barra.
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88
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
• Recorte exatamente em cima dessa linha nova do ápice, da pence até a barra.
• Dobre e feche a pence com o auxílio de fita, excluindo-a do molde. Então, a 
abertura da saia evasê se forma.
• Execute os mesmos passos para a parte das costas.
• Copie esses moldes em outro papel, acrescente 5cm para a abertura lateral, ou 
a medida que quiser.
• Faça a correção da linha da barra e corrija, também, as demais linhas necessárias.
FIGURA 10 – INTERPRETAÇÃO SAIA EVASÊ
FONTE: A autora
SAIA EVASÊ
2.2 SAIA GODÊAs saias godês se tornaram famosas durante a década de 50 e são 
conhecidas pelo volume gracioso de tecido, que aumenta em direção à barra. O 
volume da saia godê é garantido por uma modelagem em formato circular, com 
uma quantidade menor de tecido na região da cintura, com crescente dimensão 
em sentido à barra. 
Para traçar a modelagem da saia godê:
• Dobre o papel quatro vezes.
• Calcule a medida do raio utilizando a medida da cintura desejada.
• Trace duas retas, perpendiculares entre si, ambas com a medida do comprimento 
desejado.
• Nas retas perpendiculares, marque a medida do raio encontrada. Com a ajuda 
de um compasso, trace ¼ de círculo.
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TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
89
FIGURA 11 – INTERPRETAÇÃO SAIA GODÊ
FONTE: A autora
SAIA GODÊ
COMPLETO
Além do desenho de um círculo inteiro, para a construção de uma 
saia godê, também existem variações do modelo que utilizam uma fração de 
círculo, dando origem a outros modelos, conhecidos por ¼ de godê, ½ godê ou 
¾ de godê. De acordo com Berg (2019, s.p.), “esses volumes são representados 
bidimensionalmente por construções geométricas de círculos. Nas frações dos 
círculos, os volumes nas barras das saias aparecem de forma crescente: ¼ de 
círculo, ½ círculo e círculo inteiro”. Ou seja, o modelo com ¼ de godê possui 
menos volume, assemelhando-se a uma saia evasê, enquanto o modelo com 
godê inteiro possui maior volume. O raio utilizado para a construção do molde é 
diferente para cada tipo de godê.
• Meça o comprimento desejado a partir da linha circular formada para a cintura.
• Recorte o molde e desdobre.
90
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
FIGURA 12 – TIPOS DE GODÊS
FONTE: A autora
TIPOS DE GODÊS
GODÊ
COMPLETO 3/4 GODÊ 1/2 GODÊ 1/4 GODÊ
Para encontrar o raio que deverá ser utilizado para a construção de um godê, 
é necessário saber a medida da cintura e, então, acrescentar a fórmula matemática a seguir 
(π = 3,14):
Raio =
 circunferência da cintura
 2π
NOTA
Para facilitar e para agilizar a construção da modelagem de peças em godê 
ou com detalhes circulares, existe a tabela de godês, que indica, de acordo com a 
medida da cintura, que raio deverá ser utilizado para traçar um círculo inteiro ou 
parte dele. Utilizando essa tabela, não é necessário aplicar fórmulas matemáticas 
e cálculos para descobrir o raio necessário.
No exposto a seguir, a primeira coluna exibirá a medida da circunferência 
da cintura e as outras colunas apontarão o raio necessário para a construção de 
cada tipo de godê, respectivamente. As medidas da primeira coluna servirão para 
a cintura e para qualquer outra circunferência na qual você deseje aplicar um 
detalhe circular, como cava, boca da manga etc.
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TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
91
TABELA 1 – REFERÊNCIAS PARA GODÊS
FONTE: A autora
Cintura 1/4 de godê 1/2 godê 3/4 de godê Godê inteiro
10 6,4 3,2 2,1 1,6
12,5 8 4 2,7 2
15 9,5 4,8 3,2 2,4
17,5 11,1 5,6 3,7 2,8
20 12,7 6,4 4,2 3,2
22,5 14,3 7,2 4,7 3,6
25 15,9 8 5,3 4
27,5 17,5 8,8 5,8 4,4
30 19,1 9,5 6,4 4,8
32,5 20,7 10,3 6,9 5,2
35 22,3 11,1 7,4 5,6
37,5 23,9 11,9 8 6
40 25,5 12,7 8,5 6,4
42,5 27,1 13,5 9 6,8
45 28,6 14,3 9,5 7,2
47,5 30,2 15,1 10,1 7,6
50 31,8 15,9 10,6 8
52,5 33,4 16,7 11,1 8,4
55 35 17,5 11,7 8,8
57,5 36,6 18,3 12,2 9,2
60 38,2 19,1 12,7 9,5
62,5 39,8 19,9 13,3 9,9
65 41,4 20,7 13,8 10,3
67,5 43 21,5 14,3 10,7
70 44,6 22,3 14,9 11,1
72,5 46,2 23,1 15,4 11,5
75 47,7 23,9 15,9 11,9
77,5 49,3 24,7 16,4 12,3
80 50,9 25,5 17 12,7
82,5 52,5 26,3 17,5 13,1
85 54,1 27,1 18 13,5
87,5 55,7 27,9 18,6 13,9
90 57,3 28,6 19,1 14,3
92,5 58,9 29,4 19,6 14,7
95 60,5 30,2 20,2 15,1
97,5 62,1 31 20,7 15,5
100 63,7 31,8 21,2 15,9
92
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
2.3 SAIA DE PREGAS
As pregas conferem, à saia, movimento ao caminhar. Neste modelo, a 
saia possui o cós anatômico e, em seguida, as pregas simples, que são feitas com 
espaçamento calculado, pois cada prega é formada por três vezes a medida final.
Para executar essa interpretação:
• Copie a base da saia frente e costas.
• A partir da cintura, marque a medida definida para o cós.
• Seguindo a linha da cintura, trace a curva do cós, e recorte nessa linha.
• Feche as pences do cós, e retrace as curvas para correção, caso necessário.
• Na parte da saia que restou, elimine a medida da pence.
• Divida a frente da saia (na linha do cós) em cinco partes iguais, enumere-as.
• Trace uma nova linha com a medida desejada para a saia e, na linha 
perpendicular, a medida da frente da saia (na linha do cós) multiplicada por 3.
• Divida a frente da saia (na linha do cós) por 15 e marque em que parte serão 
localizadas as pregas, como na figura.
• Marque todos os piques que serão necessários para fechar as pregas na etapa 
de costura.
FIGURA 13 – INTERPRETAÇÃO SAIA DE PREGAS
FONTE: A autora
SAIA DE PREGAS
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TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
93
2.4 SAIA-ENVELOPE
A saia-envelope leva esse nome porque a parte frontal é composta por 
duas abas que se sobrepõem, dando a impressão de que o fechamento acontece 
como um envelope. Nesse modelo, a parte das costas permanece como a base.
• Para executar essa interpretação:
• Copie, duas vezes, a base da saia frente em um papel dobrado, a fim de desdobrar.
• Em uma das cópias, do lado esquerdo do molde, trace uma linha paralela ao 
centro-frente do ponto do meio da pence, na linha da cintura até a barra.
• Recorte, exatamente, em cima dessa linha nova, do ápice da pence até a barra, 
exclua o lado menor. Um lado da parte da frente estará pronto.
• Na outra cópia, do lado direito do molde, trace uma linha, levemente inclinada 
na diagonal, do ponto do meio da pence, na linha da cintura até a barra, sem 
ultrapassar o centro da linha da barra, conforme indicado na figura.
• Recorte, exatamente, em cima dessa linha nova, do ponto do meio da pence, na 
linha da cintura até a barra. Exclua o lado menor e o outro lado da parte frontal 
estará pronto.
• Sobreponha uma parte sobre a outra e corrija a curvatura da cintura, caso 
necessário.
FIGURA 14 – INTERPRETAÇÃO SAIA-ENVELOPE
FONTE: A autora
SAIA ENVELOPE
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
3 VARIAÇÃO DE BLUSAS
Existem infinitas possibilidades de criação de blusas. Dominando algumas 
técnicas, você será capaz de executar diversos modelos. A seguir, você aprenderá 
a transformar a base do corpo feminino em diversos modelos de blusa, como a 
com cava americana, decote drapeado e colete.
3.1 CAVA AMERICANA 
Este modelo de blusa, praticamente, emenda a cava com o decote, 
deixando a região dos ombros bem à mostra.
Para executar essa interpretação:
• Copie a base do corpo frente e costas.
• Marque, na linha do ombro, a medida desejada para a cava americana, 
deixando, pelo menos, 2cm na linha do ombro.
• Marcar, na cava, a medida desejada para cavar.
• Ligue esses dois pontos, feitos com o auxílio da régua de alfaiate, e recorte, 
exatamente, em cima dessa nova linha, excluindo o menor pedaço.
• Repita o mesmo processo na parte das costas.
FIGURA 15 – INTERPRETAÇÃO CAVA AMERICANA
FONTE: A autora
CAVA AMERICANA
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TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
95
3.2 DECOTE DRAPEADO 
Este modelo de blusa possui o decote afastado do colo com drapeado, 
também conhecido como gola boba. Como essa blusa fica mais solta no corpo, 
não são necessárias pences.
Para executar essa interpretação:
• Copie a base do corpo frente em um papel dobrado.
• Elimine a pence da cintura. Como o modelo não será ajustado no corpo, o 
acréscimo da medida, feito pela pence, transformar-se-á em folga de modelo.
• Elimine a pence da lateral, compensando essa medida, descendo a cava.
• Em um novo papel dobrado, com o auxílio do esquadro, trace duas linhas 
perpendiculares de 40cm. Entre essas duas linhas, trace uma outra, a 45º.
• Posicione o molde da frente entre a linha vertical e a linha a 45º, conforme 
indicado na figura.
• Trace uma linha do ponto entre o ombroe o decote até a linha vertical, de 
acordo com o desenho, criando o decote drapeado.
• Retrace a linha da cintura de forma harmoniosa.
• Desdobre o papel e recorte o molde.
FIGURA 16 – INTERPRETAÇÃO DECOTE DRAPEADO
FONTE: A autora
DECOTE DRAPEADO
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
3.3 COLETE DE ALFAIATARIA
O colete é uma peça clássica de alfaiataria e pode ser desenvolvido a partir 
da interpretação da base do corpo. Nesse modelo de colete, o comprimento é até 
a cintura, com recorte-princesa partindo da cava. 
Para executar essa interpretação:
• Copie a base do corpo-frente.
• Na base da frente, marque, na linha do ombro, a medida desejada para a cava 
e para a abertura do decote.
• Defina o ponto de início do recorte na cava, trace uma curva do ápice do busto 
até esse ponto, transfira e realize o processo de embutir a pence no recorte-
princesa.
• No recorte central, trace, como deseja, o decote.
• A partir da linha da cintura, trace o bico clássico da modelagem do colete.
• Para o transpasse e para o abotoamento, aumente 3cm.
FIGURA 17 – INTERPRETAÇÃO COLETE
FONTE: A autora
COLETE DE 
ALFAIATARIA
TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
97
4 VARIAÇÃO DE MANGAS
A manga é uma parte da peça, muitas vezes, responsável por dar graça a 
blusas, a vestidos e a casacos. A variedade de modelos de mangas é muito grande, 
assim, neste tópico, você aprenderá a transformar a base da manga feminina em 
diversos modelos de mangas, como tulipa, com franzido na cava e manga com 
boca de sino.
4.1 MANGA-TULIPA 
A maga-tulipa acrescenta um ar delicado à peça que for acrescentada. É 
dividida em duas partes que se sobrepõem.
Para executar essa interpretação:
• Copie a base da manga.
• Defina o tamanho para a manga curta e corte.
• Marque ¼ da medida da cabeça da manga inteira, partindo do ponto inicial do 
lado esquerdo e do lado direito.
• Com o auxílio da régua de alfaiate, ligue o ponto da cabeça da manga do lado 
direito até o ponto inicial da barra do lado esquerdo.
• Ligue o ponto da cabeça da manga do lado esquerdo até a ponto inicial da 
barra do lado direito.
• Carretilhe as partes da manga em outro papel, para copiar o molde, conforme 
indicado na figura.
FONTE: A autora
FIGURA 18 – INTERPRETAÇÃO MANGA-TULIPA
MANGA TULIPA
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
4.2 MANGA COM FRANZIDO NA CAVA 
Para executar essa interpretação:
• Copie a base da manga.
• Defina o tamanho para a manga curta e corte.
• Marque 3cm do início da cabeça da manga em direção à cava, em ambos os lados.
• Trace uma curva desses pontos até o meio da cabeça da manga, com o auxílio 
da régua de alfaiate, conforme indicado na figura.
• Recorte nessa linha, deixando preso somente por uma pontinha.
• Coloque o molde sobre outro papel e gire as partes recortadas na mesma angulação, 
quanto maior o afastamento, maior será o volume do franzido na cava.
• Retrace o molde, corrigindo as linhas laterais da manga.
FIGURA 19 – INTERPRETAÇÃO MANGA COM FRANZIDO NA CAVA
FONTE: A autora
MANGA COM
FRANZIDO CAVA
4.3 MANGA BOCA-DE-SINO
Para executar essa interpretação:
• Copie a base da manga.
• Amplie a boca da manga para a mesma medida da cabeça da manga, formando 
um retângulo.
• Marque ¼ da medida da cabeça da manga inteira, partindo do ponto inicial do 
lado esquerdo e do lado direito.
• Trace linhas perpendiculares à linha da barra.
TÓPICO 2 — INTERPRETAÇÃO DE MOLDES
99
• Recorte nessas linhas, deixando preso somente por uma pontinha.
• Coloque o molde sobre outro papel e gire as partes recortadas, definindo uma 
distância igual para todos, quanto maior o afastamento, maior será o volume.
• Retrace o molde, corrigindo a linha da boca da manga.
FIGURA 20 – INTERPRETAÇÃO MANGA
FONTE: A autora
MANGA
BOCA DE SINO
100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para a interpretação de modelagens avançadas e complexas, é necessário 
iniciar utilizando bases já aprovadas, que são copiadas e alteradas para realizar 
a evolução dos modelos.
• Transformar bases em moldes envolve muitas técnicas, assim, é possível 
acrescentar folgas de modelo, além de transferir pences, incluir recortes, 
adicionar pregas, volumes e franzidos e outras alternativas. 
• Para executar a transformação de moldes-base em moldes avançados, é preciso 
retraçar o molde-base, além de fazer acréscimos, compensações, recortar o 
papel, colar com fita e retraçar novamente.
• É preciso ter conhecimento amplo dos procedimentos de modelagem para 
decidir qual a técnica mais adequada para atender às necessidades estéticas e 
de conforto da roupa.
101
1 Para a elaboração de moldes avançados, o processo passa pelo traçado de 
diagramas, pela criação das bases de modelagem e pela aprovação, para, 
somente, então, iniciar a confecção dos moldes finais. Transformar bases em 
moldes envolve muitas técnicas: você pode acrescentar folgas de modelo, 
transferir pences, incluir recortes, adicionar pregas, volumes e franzidos 
outras alternativas. Acerca da interpretação de modelos clássicos através 
da modelagem bidimensional, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as sentenças falsas:
( ) A saia-envelope leva esse nome porque a parte frontal é composta por 
duas abas que se sobrepõem, dando a impressão de que o fechamento 
acontece como um envelope.
( ) O modelo de blusa com cava americana, praticamente, emenda a cava 
com o decote, deixando a região dos ombros bem à mostra.
( ) A blusa, como decote drapeado, possui o decote afastado do colo com 
volume, também conhecido como gola boba.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F. 
b) ( ) V – V – V. 
c) ( ) F – V – F. 
d) ( ) F – V – V. 
2 A saia godê, muito associada ao estilo rock and roll dos anos 50, é facilmente 
elaborada com a utilização da modelagem plana, e pode ser confeccionada 
com aproveitamento total do tecido, já que são necessários apenas os cortes 
da cintura e da barra. A figura a seguir representará a modelagem plana 
dos diferentes tipos de saia godê:
FONTE: Adaptada de Berg (2019)
AUTOATIVIDADE
102
Com base na figura, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: 
I- A saia godê completa, cuja construção se baseia em uma circunferência, é 
formada, basicamente, pelo corte de dois círculos: um externo, referente à 
barra da saia, e outro interno, referente à cintura.
II- Na construção do molde plano de uma saia godê, a medida de raio utilizada 
para marcar o círculo interno é inversamente proporcional ao volume final da 
saia, ou seja, quanto maior a medida desse raio, menor o volume da saia.
III- Existem variações do modelo godê que utilizam uma fração de círculo, 
dando origem a outros modelos conhecidos, como ¼ de godê, ½ godê ou 
¾ de godê.
 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Para realizar a transformação de moldes-base em moldes avançados, a 
maioria das técnicas apresentadas nos tópicos seguintes envolve retraçar o 
molde-base, fazer acréscimos, compensações, recortar o papel, colar com fita 
e retraçar novamente. Acerca de como executar a interpretação de modelos 
com técnicas específicas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F 
para as sentenças falsas:
( ) Mesmo utilizando uma base de modelagem pré-aprovada, ao interpretar 
um novo modelo, é necessário confeccionar uma peça-piloto para verificar 
se o modelo atende às expectativas estéticas e de conforto.
( ) Para inserir pregas em uma interpretação do modelo, deve-se multiplicar 
a medida final desejada por 2, para a formação da prega.
( ) Para a elaboração do cós anatômico, deve-se copiar a base da modelagem 
da saia, além de definir a medida do cós a partir da linha da cintura, fechar 
as pences existentes e corrigir as curvaturas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequênciaCORRETA:
a) ( ) V – F – F. 
b) ( ) V – F – V. 
c) ( ) F – V – F. 
d) ( ) F – V – V. 
4 A modelagem é uma etapa fundamental para a confecção de uma peça do 
vestuário. O processo de modelagem e a aprovação de uma peça de roupa 
são complexos e envolvem vários setores e profissionais em uma indústria. 
Nesse contexto, explique como acontece o processo de modelagem industrial 
e onde a interpretação do modelo está inserida.
103
5 Ao analisar um desenho técnico de uma peça do vestuário, o modelista 
precisa ter conhecimento amplo dos procedimentos de modelagem para 
escolher qual é a melhor opção a ser aplicada para atender às necessidades 
estéticas e de conforto da roupa. Descreva como interpretar o molde de um 
colete clássico com recortes através da base do corpo feminino.
104
105
UNIDADE 2
TÓPICO 3 — 
GRADAÇÃO E ENCAIXE
1 INTRODUÇÃO
A modelagem de uma peça do vestuário envolve muitas etapas até estar 
pronta para seguir para o corte e para a confecção da roupa, sendo importante 
executar cada uma dessas etapas com qualidade, para obter o resultado final 
esperado e com responsabilidade de executar cada etapa com consciência, 
visando diminuir, sempre que possível, o desperdício de material, de energia e 
de mão de obra.
Após a finalização de um molde e da aprovação, a próxima etapa é realizar 
a gradação desses moldes, isto é, transformar a modelagem de uma peça realizada 
em um único tamanho para confeccionar a peça-piloto em todos os tamanhos. 
Existem técnicas adequadas para realizar esse processo de forma correta, sem 
prejudicar a modelagem e a estética em cada manequim. Na indústria, antes 
de seguir para o setor de corte, esses moldes passam pela etapa de encaixe, que 
objetiva dispor todas as partes de modelagem a serem cortadas da forma mais 
proveitosa possível.
Acadêmico, para que você compreenda o que é a gradação, a conceituação 
e as diferentes técnicas, abordaremos, neste tópico, de onde são extraídos os 
valores da graduação e como aplicá-los, a diferença entre realizar a gradação de 
forma manual ou automatizada, e o processo de gradação em peças do vestuário, 
como saia, blusa e manga. Também será abordado o conceito de encaixe, além 
das formas de realizá-lo, as principais características e a distinção entre o encaixe 
manual e o automatizado. 
2 GRADAÇÃO
A gradação é uma etapa muito importante para a modelagem, pois 
compreende a ampliação e a redução do molde construído no tamanho-base. Em 
uma empresa de vestuário, os moldes são sempre elaborados em um tamanho 
padrão para, então, a partir destes, ser confeccionada a peça-piloto. Somente após 
a prova, a correção e a aprovação da peça em tamanho padrão, a modelagem é 
desenvolvida para todos os outros tamanhos da grade que a marca produz.
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106
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
Para facilitar e agilizar o processo de elaboração dos demais tamanhos 
de um mesmo modelo, na indústria de vestuário, não se desenvolvem os 
outros números de uma grade a partir da base da modelagem, pois tendo essa 
interpretação feita no tamanho padrão, através da gradação, apenas se adicionam 
ou se subtraem ou valores necessários para transformar o molde já interpretado 
nos demais tamanhos da grade.
FIGURA 21 – GRADAÇÃO
FONTE: A autora
GRADAÇÃO
DE SAIA
Existem diferentes formas de realizar a gradação em uma peça de vestuário, 
entretanto, a gradação precisa ser aplicada em todas as partes do molde de um 
mesmo modelo, e cabe, ao modelista, escolher a técnica mais adequada para cada 
parte do molde.
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
107
Graduar um molde consiste em acrescentar ou diminuir a diferença 
proporcional às medidas de um manequim para o outro. Se a tabela 
de medidas do corpo determina 4cm de diferença na circunferência 
de cintura de um tamanho para outro (man. 40 = 68 cm, man. 42 = 
72 cm, man. 44 = 76 cm), o modelista ou graduador deverá dividir 
essa diferença entre o número da frente, 1 cm para a parte direita 
da frente, 1 cm para a parte esquerda da frente, 1 cm para a parte 
direita das costas e 1 cm para a parte esquerda das costas (TREPTOW, 
2003, p. 161).
O modelista deve executar a gradação, objetivando ampliar as dimensões 
relacionadas aos tamanhos da tabela de medidas, interferindo, minimamente, 
nas medidas de detalhes estéticos da peça, como largura do punho, por exemplo. 
Por esse motivo, fazer a gradação de um modelo para grades muito extensas 
pode ser mais complexo e exigir experiência do profissional responsável. De 
acordo com Treptow (2003, p. 162), “nas grades muito amplas, como 36 a 48, 
por exemplo, convém testar o molde graduado, confeccionando uma amostra a 
partir do maior e do menor tamanho, e conferi-la em prova com manequim de 
medidas equivalentes”.
Para compreender como executar a gradação da forma correta, os próximos 
tópicos abordarão de onde são extraídos os valores utilizados na gradação, 
como interpretar a tabela de medidas, como fazer a gradação no modelo de 
vestuário através de diferentes técnicas, a diferença entre a gradação manual e a 
automatizada e os tipos de gradação, além de exemplos de como aplicar a técnica 
nos moldes.
2.1 VALORES DA GRADAÇÃO
A grade de tamanhos de uma marca, apresentada em uma tabela de 
medidas, compreende todos os tamanhos que a empresa produz. A grade de 
tamanhos pode ser numérica ou utilizar a nomenclatura P, M, G. Os valores 
utilizados para fazer a gradação de uma peça de vestuário são extraídos da tabela 
de medidas da empresa.
Observe, a seguir, que as três principais medidas do corpo humano, 
consideradas para a gradação e para a circunferência de busto, de cintura e de 
quadril, aumentarão, regularmente, 4cm, de um tamanho para o outro. Utilizando 
essas três medidas principais, poderemos extrair os valores da gradação.
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
TABELA 2 – MEDIDAS FEMININAS
FONTE: A autora
Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48
Entre cavas frente 16 17 17,5 18 18,5 19 19,5
Circunferência do busto 80 84 88 92 96 100 104
Circunferência da cintura 60 64 68 72 76 80 84
Circunferência do quadril 88 92 96 100 104 108 96
Centro-frente 36 37 38 39 40 41 42
Altura da frente 43 44 45 45 45,5 45,5 46
Altura do busto 23 24 25 26 27 28 29
Altura do quadril 18 18 20 20 20 21 21
Comprimento da manga 59 60 60,5 61 61,5 62 62
Circunferência do braço 27,5 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5 33,5
Circunferência do cotovelo 21 21,5 22 22,5 23 23,5 24
Circunferência do punho 18 18 18 18 20 20 20
Entre cavas costas 17 17,5 18 18,5 19 19,5 20
Largura das costas 36 38 40 42 44 46 48
Altura das costas 42,5 43,5 44,5 44,5 45 45 45,5
Centro costas 39 40 41 42 43 44 45
Considerando que as medidas de busto, de cintura e de quadril são 
relacionadas à circunferência dessas partes, ao dividir essas medidas principais 
ao meio, uma metade corresponde à parte da frente e, a outra, à parte das costas. 
Quando um molde é simétrico, por convenção, trabalha-se somente com a metade 
desse molde, a fim de facilitar o desenvolvimento da modelagem e o da gradação. 
Assim, a metade de um molde corresponde a ¼ das medidas de busto, de cintura 
e de quadril.
FIGURA 22 – MOLDE NO MANEQUIM
FONTE: Adaptada de <https://manequinsmoulage.com/produto/manequim-feminino-classico-
modelo-saia-2/>. Acesso em: 11 maio 2020.
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
109
Conforme se pode observar, as circunferências de busto, de cintura e de 
quadril aumentam 4cm, de um tamanho para o outro, assim, 2cm para a parte 
da frente e 2cm para a parte das costas. Como trabalhamos com a metade do 
molde da frente, acrescentaremos 1 cm para essas medidas, fazendo a ampliação 
da peça. Quando o molde for espelhado (desdobrado), teremos a gradação total 
para a parte da frente. Já as medidas de comprimento e as distâncias precisam ser 
analisadas individualmente.
FIGURA 23 – GRADAÇÃO MEIO MOLDE
FONTE: A autoraJá as medidas de comprimento e as distâncias precisam ser analisadas 
individualmente, de acordo com a técnica de gradação escolhida para a parte do 
molde. Esses métodos serão explicados, detalhadamente, no próximo tópico.
2.2 MÉTODOS DE GRADAÇÃO
Para executar a gradação de uma modelagem, é necessário saber como 
interpretar a tabela de medidas utilizada, além de compreender as regras de 
gradação e de entender como calcular a diferença entre os valores da tabela de 
um tamanho para o outro. De acordo com Martins (2009, p. 22), “existem três 
formas clássicas de usar as regras de graduação, para cada forma, existirão regras, 
porém, em alguns casos, determinadas regras não se alteram”.
Douglas
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Douglas
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110
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
As três formas clássicas de gradação são aplicação da diferença do 
comprimento na parte superior do molde, na parte inferior, ou em ambas, e 
serão explicadas a seguir. Para essa demonstração, será utilizada, como exemplo, 
a modelagem de uma camiseta de manga curta. Mais adiante, demonstraremos 
como fazer a gradação em uma blusa baby look e em uma calça, respectivamente.
• Regra de gradação para aplicação da diferença do comprimento na parte 
superior do molde: como a própria descrição expõe, neste método, a diferença 
apresentada na tabela de medidas, em relação ao comprimento, é toda 
aplicada somente na parte superior do molde, no momento da gradação. Para 
exemplificar esse método, a seguir, será demonstrada a gradação de uma 
camiseta, com base no método de Martins (2009).
FIGURA 24 – GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NA PARTE SUPERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO
DA DIFERENÇA DO 
COMPRIMENTO NA PARTE 
SUPERIOR DO MOLDE
Para executar a gradação com o método de aplicação da diferença do 
comprimento na parte superior do molde, você deve seguir a seguinte regra:
A = a diferença do comprimento.
B = ½ da diferença da largura do decote.
C = a diferença do comprimento menos a diferença da profundidade do decote.
D = ½ da diferença da abertura do decote mais a diferença da medida do ombro.
E = ½ da diferença da medida do peito.
F = a diferença do comprimento menos a diferença da medida da cava.
G = a diferença do comprimento da manga.
H = a diferença da medida da boca da manga.
I = a diferença da medida da cava.
Douglas
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
111
FIGURA 25 – REGRA DE GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NA PARTE SUPERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Regra de gradação para aplicação da diferença do comprimento na parte 
inferior do molde: neste método, a diferença apresentada na tabela de 
medidas, em relação ao comprimento, é toda aplicada somente na parte 
inferior do molde, no momento da gradação. Para exemplificar esse método, a 
seguir, será demonstrada a gradação de uma camiseta, com base no método de 
Martins (2009).
FIGURA 26 – GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NA PARTE INFERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO
DA DIFERENÇA DO 
COMPRIMENTO NA PARTE 
INFERIOR DO MOLDE
Douglas
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112
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
Para executar a gradação com o método de aplicação da diferença do 
comprimento na parte inferior do molde, você deve seguir a seguinte regra:
A = a diferença do comprimento.
B = ½ da diferença da largura do decote.
C = a diferença da profundidade do decote da frente.
D = ½ diferença da abertura do decote mais a diferença da medida do ombro.
E = ½ da diferença da medida do peito.
F = a diferença da medida da cava.
G = a diferença do comprimento da manga.
H = a diferença da medida da boca da manga.
I = a diferença da medida da cava.
FIGURA 27 – REGRA DE GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NA PARTE INFERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Regra de gradação para aplicação da diferença do comprimento nas partes 
superior e inferior do molde: neste método, a diferença apresentada na tabela 
de medidas, em relação ao comprimento, é toda aplicada na parte superior e 
na parte inferior do molde, no momento da gradação. Para exemplificar esse 
método, a seguir, será demonstrada a gradação de uma camiseta, com base no 
método de Martins (2009).
Douglas
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Douglas
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
113
FIGURA 28 – GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NAS PARTES SUPERIOR E INFERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO
DA DIFERENÇA DO 
COMPRIMENTO NA PARTE
SUPERIOR E INFERIOR
Para executar a gradação com o método de aplicação da diferença do 
comprimento nas partes superior e inferior do molde, você deve seguir a seguinte 
regra:
A = ½ da diferença do comprimento ou da diferença da cava.
B = ½ da diferença da abertura do decote.
C = A medida em “A” menos a diferença da profundidade do decote. 
D = ½ diferença da abertura do decote mais a diferença da medida do ombro.
E = ½ da diferença da medida do peito.
F = A diferença do comprimento menos a medida colocada em “A”.
G = ½ da diferença do comprimento da manga.
H = A diferença da medida da boca da manga.
I = A diferença da medida da cava.
J = A diferença do comprimento da manga menos a medida colocada em “G”.
114
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
FIGURA 29 – REGRA DE GRADAÇÃO COM APLICAÇÃO NAS PARTES SUPERIOR E INFERIOR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
2.3 GRADAÇÃO MANUAL E GRADAÇÃO AUTOMATIZADA
A gradação da modelagem de uma peça do vestuário pode ser desenvolvida 
de forma manual ou automatizada. Com o avanço da tecnologia, cada vez mais 
empresas adquirem softwares específicos para a realização da modelagem, 
da gradação e do encaixe, ou terceirizam essas etapas para agilizar a produção 
da coleção.
Para executar a gradação manual, inicia-se copiando a modelagem já 
aprovada da peça em outro papel. É preciso definir qual a grade de tamanhos 
que será confeccionada, além de escolher qual o melhor método de gradação 
para cada parte do molde e de calcular os valores de gradação através da tabela 
de medidas utilizada. Com essas definições resolvidas e com a modelagem da 
peça redesenhada, deve-se marcar os pontos com os valores de ampliação, além 
de redesenhar a forma dos moldes para os demais tamanhos, sendo o máximo 
possível fiel ao contorno das partes, utilizando a base auxiliar no traçado.
Com a gradação dos moldes realizada em cima da modelagem do tamanho 
padrão, temos toda a grade traçada no mesmo papel, assim, é preciso passar a 
carretilha por todo o contorno de cada um dos tamanhos para transferir o molde 
para outro papel, a fim de separar todos os tamanhos. Posteriormente, deve-se 
escrever todas as informações necessárias de um molde, e, ainda, cortar todos os 
tamanhos separadamente.
Douglas
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Douglas
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
115
FIGURA 30 – GRADAÇÃO MANUAL
FONTE: <https://marlenemukai.com.br/graduacao-de-molde-blusa-ou-vestido/>. 
Acesso em: 11 maio 2020.
O processo de gradação de forma manual é lento e passível de erro, 
pois qualquer milímetro a mais ou a menos pode interferir no tamanho do 
molde e passar o erro, sucessivamente, aos demais números. Quanto maior a 
grade, mais se torna difícil realizar a gradação de forma manual, pois aumenta, 
consideravelmente, a quantidades de riscos, e se torna mais difícil reproduzir o 
contorno da modelagem inicial, pois até mesmo a espessura da ponta do lápis 
pode comprometer as medidas das linhas traçadas.
Já os softwares de modelagem, que realizam a gradação automatizada, 
trabalham com medidas milimétricas e utilizam o plano cartesiano X e Y, para 
aplicar os valores de gradação às partes do molde. No processo automatizado, 
é possível graduar a peça por pontos definidos pelo sistema, e você apenas 
precisa incluir o valor e a direção da ampliação, com poucos cliques no mouse, 
independentemente da quantidade de tamanho abrangida pela grade. Você deve 
apenas direcionar a gradação para um tamanho e o sistema calcula e executa para 
todos os demais números da grade.
O sistema CAD/CAM pode configurar uma graduação, 
automaticamente, através da tabela de medidas, via mouse,com 
controle de ângulo e distância, ou por regras de graduação gravadas 
no sistema. O sistema é capaz de gerenciar alterações nos piques e 
nas marcações de costura, além de calcular alterações nos moldes 
em função de percentuais de encolhimento previstos (TREPTOW, 
2003, p. 162).
Para executar a gradação automatizada, você precisa ter conhecimento 
dos métodos de gradação e de como utilizá-los, pois o software é apenas uma 
ferramenta para facilitar e para agilizar o processo. É necessário conhecimento 
para, então, aplicar através das ferramentas CAD, construídas para essa finalidade.
Douglas
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116
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
FIGURA 31 – GRADAÇÃO AUTOMATIZADA
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=Fj--b7FXcqo>. Acesso em: 11 maio 2020.
Dentre as vantagens que a gradação automatizada proporciona, estão 
a rapidez com que o processo é feito e a precisão das medidas introduzidas em 
cada molde, além da grande garantia de fidelidade do contorno da modelagem 
inicial. A utilização do software específico para executar a gradação permite rápida 
transferência dos moldes de todos os tamanhos para o software que realiza o encaixe, 
tornando mais produtivas as etapas subsequentes, como encaixe, enfesto e corte.
CAD é a abreviatura para computer-aided design, que, em tradução livre 
do inglês, significa “desenho assistido por computador”. É o nome dado para softwares 
voltados para auxiliar e para projetar novos produtos. Existem softwares específicos para 
diversas áreas, como é o caso da modelagem de vestuário, que possui alguns tipos de CAD 
focados, propriamente, para o desenvolvimento de moldes. 
 CAM é a abreviatura para computer-aided manufacturing, em tradução livre, 
significa “manufatura assistida por computador”. O CAM está relacionado com os 
maquinários envolvidos na fase de fabricação de um produto. A automatização do processo 
de fabricação agiliza a produção e aumenta a precisão em cada etapa. Na área do vestuário, 
o CAM é utilizado, principalmente, nas etapas de enfesto e de corte dos moldes.
CAD e CAM podem ser integrados, visando melhorar a produtividade da empresa.
NOTA
Douglas
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
117
3 GRADAÇÃO DE BLUSA 
Neste tópico, será apresentado como realizar a gradação de uma camiseta 
no modelo baby look, mais ajustado na cintura, que poderá ser adaptado 
para graduar diversos tipos de blusas. Para executar a gradação, baseada na 
metodologia de Martins (2009), você deve seguir a seguinte regra:
A = a diferença da altura da cintura.
B = 1/5 da diferença da medida do pescoço.
C = ½ da diferença da largura do busto.
D = ½ da diferença da medida do quadril.
E = ½ da diferença da largura do busto.
F = a diferença da altura da cintura, menos 1/5 da diferença do pescoço.
G = a diferença do comprimento, menos a diferença da altura da cintura.
H = a diferença do comprimento da manga.
I = ½ da diferença da largura do busto.
J = a diferença da medida da boca da manga.
FIGURA 32 – REGRA DE GRADAÇÃO PARA BABY LOOK
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
118
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
4 GRADAÇÃO DE CALÇA 
Neste tópico, será apresentado como realizar a gradação de uma calça de 
modelo ajustado, que poderá ser adaptada para graduar diversos tipos de calças. 
Para executar a gradação, baseada na metodologia de Martins (2009), você deve 
seguir a seguinte regra:
A = a diferença da altura do gancho.
B = ¼ da diferença da medida do quadril.
C = ½ da diferença da medida do joelho.
D = ½ da diferença da medida da boca da perna.
E = a diferença do comprimento menos a medida colocada no item “A”.
F = ¼ da diferença do quadril + 0,3cm.
FIGURA 33 – REGRA DE GRADAÇÃO PARA CALÇA
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
119
5 TIPOS DE GRADAÇÃO
Existem dois tipos de gradação possíveis no desenvolvimento da 
modelagem do vestuário, a regular e a irregular. A gradação regular é aquela em 
que a diferença entre qualquer tamanho para o próximo é a mesma, ou seja, se o 
tamanho P é 1cm menor do que o tamanho M, no comprimento, o M também será 
1cm menor do que o G, e da mesma forma entre o G e o GG. Esse tipo de gradação 
é comumente utilizado no vestuário adulto, pois agiliza o processo.
 
Na gradação irregular, a diferença entre os tamanhos não é a mesma, 
e não segue uma regra. A diferença entre as medidas de circunferência e de 
comprimentos entre os tamanhos não é a mesma, ou seja, as medidas de um 
tamanho para o outro aumentam de forma irregular. Esse tipo de gradação é 
utilizado, principalmente, na moda infantil, pois as crianças crescem de modo 
desigual, de uma idade para a outra, ou quando a grade de tamanhos é muito 
extensa, não sendo possível aplicar valores regulares para todos os tamanhos.
FIGURA 34 – TIPOS DE GRADAÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://www.audaces.com/aprenda-a-encaixar-dois-modelos-diferentes-
no-audaces/>. Acesso em: 11 maio 2020.
Gradação
regular
Gradação
irregular
TIPOS DE GRADAÇÃO
6 ENCAIXE
O encaixe é o processo em que os moldes são distribuídos sobre o tecido 
ou sobre o papel, objetivando encontrar a forma mais proveitosa de organizá-los 
para o corte. Após a gradação de uma modelagem, você terá em mãos todos os 
tamanhos de um modelo.
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120
UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
Existem três formas para a execução do encaixe, sendo o encaixe manual, 
encaixe manual de miniaturas ou o encaixe automatizado, apresentados 
detalhadamente nos próximos tópicos.
6.1 ENCAIXE MANUAL
O encaixe manual é realizado riscando os moldes em uma folha de 
papel da mesma largura do tecido ou sobre o próprio tecido, já com o enfesto 
pronto. Os moldes são dispostos a fim de encontrar a disposição mais adequada, 
gerando melhor aproveitamento do material, e, então, são riscados com giz, lápis 
ou caneta.
O encaixe manual é altamente propenso a erros de execução, pois, durante 
o risco, os moldes podem deslizar da posição escolhida, sobrepondo outros 
moldes ou mudando o sentido do fio, causando grandes danos para todas as 
peças que forem cortadas. Esse tipo de encaixe é um processo lento, demandando 
muito tempo dos profissionais envolvidos, o que ocasiona aumento nos custos. 
Além de possuir difícil reprodutibilidade, o encaixe precisa ser refeito após o 
corte, mesmo para o modelo e o enfesto iguais.
FIGURA 35 – ENCAIXE MANUAL
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/high-angle-view-concentrated-young-
tailors-720996064>. Acesso em: 11 maio 2020.
6.2 ENCAIXE MANUAL DE MINIATURAS
O encaixe manual de miniaturas funciona como o manual em tamanho 
real, mas como os moldes são reduzidos em escala, possuem a vantagem de 
permitir realizar um estudo do boneco de encaixe, pois, com todas as partes da 
modelagem em menor tamanho, fica mais fácil e rápido copiar, além de testar 
vários riscos, a fim de analisar o melhor em relação ao aproveitamento do 
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
121
tecido. No entanto, continua sendo um processo lento e passível de erro, pois 
é necessário reduzir todos os moldes que serão preparados para o corte. Após 
definido o melhor encaixe, é preciso reproduzir o risco em tamanho real, sendo 
propenso a apresentar os mesmos defeitos do que o encaixe manual explicado no 
tópico anterior.
FIGURA 36 – ENCAIXE MANUAL DE MINIATURAS
FONTE: A autora
6.3 ENCAIXE AUTOMATIZADO
O encaixe automatizado possui inúmeras vantagens quando comparado ao 
processo manual: aumento da produtividade, pois a empresa consegue executar mais 
encaixes por dia e, consequentemente, mais cortes; melhoria da qualidade, pois os 
moldes são riscados no sentido do fio, precisamente correto e com melhor definição 
de contorno; e possibilidade de simulações, realizando vários encaixes com tempos 
programados diferentes, grades ou larguras de tecido distintas, para o encontro do 
melhor encaixe (AUDACES, 2016).
FIGURA 37 – ENCAIXEAUTOMATIZADO
FONTE: <https://www.audaces.com/aprenda-a-encaixar-dois-modelos-diferentes-no-audaces/>. 
Acesso em: 11 maio 2020.
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UNIDADE 2 — MODELAGEM E GRADAÇÃO
A automatização, no processo de encaixe, gera, por consequência, a 
redução de custos para a empresa, pois, devido à agilidade de gerar possibilidades 
de encaixe para um modelo, permite estudar a melhor forma de realização, com 
grande aproveitamento do tecido e do maquinário, o que, também, torna o 
procedimento mais sustentável.
O sistema CAD/CAM apresenta as maiores vantagens, economizando 
tempo e matéria-prima. Os mais avançados sistemas CAD/CAM 
oferecem ferramentas de encaixe automático ou interativo (ajustado 
pelo operador). Quando o encaixe é concluído, o sistema informa o 
consumo total de tecido no encaixe, o consumo médio por peça e o 
índice de aproveitamento (TREPTOW, 2003, p. 161).
Os softwares específicos para a realização do encaixe dos moldes 
possibilitam definir, previamente, a grade que será utilizada, a largura do tecido, a 
gramatura e o encolhimento, se o tecido será ramado ou dobrado, além do sentido 
do fio a partir do qual as peças serão posicionadas no tecido. Inserir margens de 
proteção em partes pequenas do molde que apresentem grande complexidade de 
corte, sinalizar pontos de emenda do tecido ou adicionar marcações para falhas.
Você sabe qual é a diferença entre um tecido tubular ou ramado?
 A malharia circular é uma técnica utilizada na produção de tecidos que, de acordo 
com Treptow (2003), é realizada através de laçadas, formando um tecido tubular. Devido 
à técnica, a malha resultante possui muita elasticidade na largura e no comprimento, se 
comparada a um tecido plano. O tecido final tem formato circular.
 
TEAR CIRCULAR
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/polypropylene-weaving-loom-
machine-producing-blue-1812918520>. Acesso em: 19 maio 2020.
NOTA
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TÓPICO 3 — GRADAÇÃO E ENCAIXE
123
 Para efeitos de programação de encaixe, um tecido de malha tubular é considerado 
um tecido dobrado. Também existe a opção de ramar esse tecido tubular, ou seja, cortá-lo. 
Assim, passa a ser chamado de ramado e a ter o mesmo formato de um tecido produzido 
através da malharia retilínea ou do tecido plano.
Os softwares também realizam o encaixe automático dos moldes, e 
permitem que o modelista, ou a pessoa responsável, realize o encaixe de forma 
manual, através do programa, ou execute o encaixe parcialmente automático, 
com ajustes manuais. Também é possível programar para que o encaixe seja 
executado, respeitando o encontro de estampas e de padronagens, como listras 
ou xadrez. Além disso, é possível configurar os próximos encaixes, além de 
organizá-los em fila, para que o encaixe automático seja executado mesmo em 
momentos nos quais o operador do software não esteja presente. Existe, por fim, 
a vantagem de que, com o arquivo do encaixe salvo, pode ser repetido e cortado 
quantas vezes for preciso.
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124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Gradação é o processo pelo qual, através do tamanho-base, traçamos os demais 
tamanhos da grade de ampliação.
• Há dois tipos de gradação, a gradação regular e a gradação irregular, sendo, o 
segundo tipo, mais comum no vestuário infantil. 
• O encaixe é o processo no qual os moldes são distribuídos sobre tecido ou 
sobre papel, objetivando encontrar a forma mais proveitosa de organizá-los 
para o corte, economizando tecido, mão de obra ou maquinário e custos.
• Existem três formas de realizar o encaixe: encaixe manual, encaixe manual de 
miniaturas ou encaixe automatizado.
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
125
1 Após a finalização de um molde e da aprovação, a próxima etapa é realizar 
a gradação desses moldes, isto é, transformar a modelagem de uma peça 
realizada em um único tamanho para confeccionar a peça-piloto, em 
todos os tamanhos que a grade de tamanhos que a marca produz. Acerca 
do processo de execução das técnicas de gradação, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) Existem diferentes formas de realizar a gradação em uma peça do 
vestuário, entretanto, a gradação precisa ser aplicada em todas as 
partes do molde de um mesmo modelo, e cabe, ao modelista, escolher 
a técnica mais adequada para cada parte do molde.
b) ( ) A peça-piloto deve sempre ser confeccionada no menor tamanho da grade 
que a empresa trabalha, pois, na gradação, só é possível ampliar o molde 
para os demais tamanhos, não sendo possível reduzir as medidas.
c) ( ) O modelista tem liberdade para executar a gradação, interferindo 
livremente na estética das peças e nas medidas dos detalhes, não 
precisando respeitar a tabela de medidas.
d) ( ) A gradação pode ser executada antes ou depois da confecção da peça-
piloto, pois não interfere no processo de desenvolvimento de uma peça 
do vestuário.
2 A modelagem plana pode ser desenvolvida por meio de sistemas CAD. 
Esse sistema pode operar de duas maneiras: com a construção de moldes 
pela alteração de bases arquivadas no próprio sistema ou pela digitalização 
de moldes produzidos fora do sistema. Esse software pode configurar uma 
graduação automática por meio da tabela de medidas. Com o molde de 
diversos tamanhos graduados, parte-se para uma terceira etapa, que é a 
simulação do encaixe. 
FONTE: TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento e coleção. São Paulo: Treptow, 
2003 (adaptado).
Com relação às ferramentas de simulação de encaixe do sistema CAD, avalie 
as afirmações a seguir:
I- Informa o consumo total de tecido no encaixe automático e no interativo.
II- Identifica as padronagens (listras, xadrez e estampas) e o sentido (direito 
e avesso) dos tecidos utilizados.
III- Permite a análise do boneco de encaixe por meio da impressão em escala 
reduzida.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
AUTOATIVIDADE
126
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Para compreender como executar a gradação da forma correta, é necessário 
compreender de onde são extraídos os valores utilizados na gradação, 
além de como interpretar a tabela de medidas, como fazer a gradação no 
modelo de vestuário através de diferentes técnicas, a diferença entre a 
gradação manual e a automatizada e os tipos de gradação. De acordo com o 
conceito de gradação e os métodos clássicos, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as sentenças falsas:
( ) A grade de tamanhos de uma marca, apresentada em uma tabela de 
medidas, compreende todos os tamanhos que a empresa produz, logo, 
os valores utilizados para fazer a gradação de uma peça do vestuário são 
extraídos da tabela de medidas da empresa.
( ) Existem somente duas formas clássicas de usar as regras de gradação: 
gradação com aplicação da diferença do comprimento na parte superior do 
molde, ou aplicação da diferença do comprimento na parte inferior do molde.
( ) A gradação regular é aquela em que a diferença entre qualquer tamanho 
para o próximo é a mesma. Esse tipo de gradação é comumente utilizado 
no vestuário adulto, pois agiliza o processo
( ) Para ser aplicada a gradação regular, as medidas principais, como 
circunferência de busto, de cintura e de quadril, além do comprimento, 
devem seguir uma regra de acréscimo regular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V. 
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – V – F – V. 
d) ( ) F – V – V – F. 
4 “Graduar um molde consiste em acrescentar ou em diminuir a diferença 
proporcional às medidas de um manequim para o outro. Se a tabela de 
medidas do corpo determina 4cm de diferença na circunferência de cintura 
de um tamanhopara o outro (man. 40 = 68 cm, man. 42 = 72 cm, man. 44 = 76 
cm), o modelista ou graduador deve dividir essa diferença entre o número 
da frente, 1 cm para a parte direita da frente, 1 cm para a parte esquerda da 
frente, 1 cm para a parte direita das costas e 1 cm para a parte esquerda das 
costas” (TREPTOW, 2003, p. 161). 
 Nesse contexto, disserte acerca das considerações de executar a gradação 
de peças para uma tabela de medidas extensa, com diversos tamanhos.
5 Encaixe é o processo no qual os moldes são distribuídos sobre tecido ou 
sobre papel, objetivando encontrar a forma mais proveitosa de organizá-
los para o corte. Após a gradação de uma modelagem, você terá em mãos 
todos os tamanhos de um modelo. Existem três formas para a execução 
do encaixe. Explique, detalhadamente, cada uma das formas de encaixe e 
como realizá-las.
127
REFERÊNCIAS
AUDACES. Encaixe automático para confecções. 2016. Disponível em: https://
www.audaces.com/materiais/encaixe-automatico-para-confeccoes/. Acesso em: 
18 maio 2020.
BERG, A. P. M. Técnicas de modelagem feminina: construção de bases e 
volumes. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019.
MARTINS, G. C. F. Apostila de modelagem em malha. Apostila Curso Técnico 
em Vestuário. Blumenau: Senai, 2009.
SAGGESE, S.; DUARTE, S. Modelagem industrial brasileira. Rio de Janeiro: 
Editora Guarda Roupa, 2010.
TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 2. ed. Brusque: D. 
Treptow, 2003.
128
129
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o funcionamento do processo produtivo dentro de uma 
indústria de vestuário e as tecnologias de confecção envolvidas;
• entender como é realizado o planejamento da produção, incluindo as 
etapas de risco, de encaixe e de corte;
• compreender a tecnologia de corte implicada na indústria do vestuário;
•	 executar	uma	ficha	 técnica	 contendo	 todas	 as	 informações	necessárias,	
incluindo	o	desenho	técnico	e	a	sequência	operacional.
Esta	unidade	 está	dividida	 em	 três	 tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	TECNOLOGIA	DA	CONFECÇÃO
TÓPICO	2	–	TECNOLOGIA	DE	CORTE
TÓPICO	3	–	FICHA	TÉCNICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
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UNIDADE 3
TÓPICO 1 — 
TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A	confecção	do	vestuário,	em	um	processo	industrial,	envolve	múltiplos	
processos.	Com	o	avanço	tecnológico,	cada	vez	mais	ocorre	a	automatização	de	
muitos	dos	processos.	Dessa	forma,	é	possível	 ter	controle	sobre	a	qualidade	e	
a	 padronização	das	 peças,	 aumentando	 a	 velocidade	da	 produção	 e	 baixando	
os	 custos.	 Os	 setores	 que	 mais	 progrediram	 tecnologicamente	 no	 campo	 da	
confecção	são	os	setores	de	planejamento	e	controle,	de	modelagem	e	de	corte.
A	 indústria	da	confecção	de	vestuário	é	uma	das	mais	competitivas	da	
área.	O	avanço	das	novas	tecnologias,	além	de	agilizar	os	processos,	barateou	os	
preços	e	intensificou	a	produção,	aumentando	a	concorrência	entre	as	empresas.	
Por esse motivo, para poder atuar no setor de vestuário, é preciso compreender 
como	funciona	a	utilização	das	tecnologias	da	confecção.
Acadêmico,	 no	 Tópico	 1,	 abordaremos	 os	 setores	 envolvidos	 em	 uma	
indústria da confecção, a importância e como é realizado o planejamento da 
produção	de	uma	coleção	de	vestuário.	Também	será	apresentada	a	introdução	ao	
risco, ao encaixe e ao corte, incluindo os tipos de moldes, de tecidos, de enfestos 
e	de	riscos	marcadores.	Por	fim,	abordaremos	como	é	calculada	a	frequência	dos	
moldes	em	um	risco,	além	do	gasto	médio	de	tecido.
2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Na	 indústria	 de	 vestuário,	 quando	 a	 produção	 de	 uma	 coleção	 não	 é	
organizada	adequadamente,	é	comum	surgirem	problemas	sérios	no	momento	de	
executar	a	confecção	das	peças.	O	resultado	é	o	atraso	nos	prazos	estabelecidos,	
o	desperdício	de	matéria-prima	e	o	 tempo	de	 trabalhadores	e	de	maquinários,	
ocasionado	por	ordens	de	 corte	 que	não	 condizem	com	o	 resultado	 esperado.	
Obviamente,	esses	fatores	 interferem	na	qualidade	do	produto	e	no	lucro	final	 
da	empresa.
O planejamento de risco e corte, dentro na indústria de vestuário, surgiu 
visando	minimizar	ou	eliminar	os	problemas	decorrentes	da	 falta	de	organização	
da	produção.	Para	Rocha	 (2002),	 envolve	uma	série	de	atividades	 sucessivas	e	
coordenadas, gerando uma forma econômica e racional de executar os pedidos 
dentro	dos	prazos	e	com	o	mínimo	de	desperdício	de	material.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
132
De	 acordo	 com	Treptow	 (2003),	 o	 sistema	de	 produção	 está	 intimamente	
relacionado	 ao	 sistema	 de	 vendas.	 A	 programação	 da	 produção	 nunca	 deve	
ser	aleatória,	mas	deve	se	basear	na	previsão	de	demanda	ou	nos	pedidos	e	é	
responsabilidade	do	setor	de	planejamento	e	controle	da	produção	(PCP).
Dentre	as	funções	do	setor	de	Planejamento	e	Controle	da	Produção	(PCP),	
as principais são organizar os pedidos de vendas para planejar a produção; reunir 
os	 pedidos,	 a	 fim	 de	 elaborar	 as	 ordens	 de	 fabricação,	 objetivando	 cumprir	 os	
prazos	de	entrega;	calcular	o	tempo	de	fabricação;	repassar,	ao	setor	de	compras,	os	
insumos	necessários	para	a	produção;	e	executar	as	ordens	de	corte.	Assim,	dentro	
de uma indústria de vestuário, o setor de Planejamento e Controle da Produção 
(PCP)	atua	como	intermediário	entre	os	setores	Comercial	e	de	Produção.
Segundo	Rocha	(2002),	em	um	sistema	hierárquico,	dentro	da	 indústria	
do vestuário, o setor de Planejamento e Controle da Produção é responsável por 
supervisionar	os	setores	de	programação,	de	estoque,	de	encaixe	e	de	controle.
FIGURA 1 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
FONTE: Adaptada de Rocha (2002)
Programação
Estoque
Encaixe
Controle
PC
P
Somente	com	todos	os	setores	coordenados	pelo	PCP,	alinhados	com	o	
planejamento	realizado,	é	possível	obter	sucesso	na	programação	da	produção.	
O	atraso	nas	atividades	de	qualquer	um	dos	setores	compromete	todo	o	fluxo	de	
produção,	por	isso,	todos	os	insumos	e	as	operações	devem	estar	à	disposição	no	
prazo	estabelecido.
O primeiro passo para a programação da produção é a compra de 
insumos,	pois	os	fabricantes	de	tecidos	e	de	aviamentos	nem	sempre	
possuem	 os	 artigos	 à	 pronta-entrega.	 As	 coleções	 bem	 planejadas	
otimizam a utilização dos recursos, aplicando um mesmo insumo em 
várias	peças.	Dessa	forma,	se	um	tecido	é	utilizado	em	mais	de	uma	
peça da coleção, por exemplo, o setor de compras pode programar a 
aquisição	com	mais	segurança,	pois	a	probabilidade	de	acerto	é	maior	
(TREPTOW,	2003,	p.	198).
Para	que	você	possa	compreender	como	é	realizado	o	planejamento	da	
produção	em	uma	indústria	de	vestuário,	os	próximos	tópicos	serão	dedicados	a	
apresentar	importantes	fatores	que	precisam	ser	considerados	para	a	execução,	
como	reunir	e	organizar	os	pedidos	e	como	elaborar	a	fabricação	de	uma	peça.
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TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
133
2.1 REUNIÃO DE PEDIDOS
Cada	 marca	 de	 confecção	 de	 vestuário	 apresenta	 características	 de	
comercialização	específicas	para	as	peças	produzidas.	Existem,	basicamente,	três	
sistemas	 de	 vendas:	 à	 pronta-entrega,	 com	 produção	 anterior	 às	 vendas,	 pois	
o representante já entrega as peças no momento da compra, ainda, é o mesmo 
sistema	 utilizado	 pelas	marcas	 que	 vendem	diretamente	 ao	 consumidor	 final;	
produção e vendas simultâneas, com a vantagem de prazos de entrega mais curtos, 
mas com a desvantagem de, talvez, não conseguir entregar toda a compra, caso 
venda	mais	do	que	produziu;	ou	vendas	anteriores	à	produção,	sistema	muito	
utilizado,	segundo	Rocha	(2002),	para	as	empresas	de	confecção	que	trabalham	
comcoleções	sazonais	e	que	seguem	as	tendências	da	moda.	É	muito	importante	
que	o	mostruário	saia	com	antecedência,	pois	quanto	mais	cedo	chega	o	pedido,	
maiores	são	as	possibilidades	do	planejamento.
FIGURA 2 – SISTEMAS DE VENDAS
FONTE: A autora
Si
st
em
as
 d
e 
ve
nd
as
Com produção e vendas simultâneos
Com vendas anterior à produção
À pronta entrega
Para	 começar	 o	 planejamento	 da	 produção,	 é	 preciso	 acompanhar	 as	
vendas	 realizadas	 pelos	 representantes.	 Após	 a	 recepção	 e	 a	 aprovação	 dos	
pedidos	feitos	pelos	clientes,	inicia-se	a	reunião	dos	pedidos,	a	fim	de	organizar	a	
produção.	De	acordo	com	Rocha	(2002),	para	reunir	os	pedidos,	deve-se	agrupar	
cada	 modelo	 por	 cor	 e	 por	 tamanho,	 somando	 as	 quantidades,	 objetivando	
descobrir	o	número	exato	de	peças	da	mesma	cor	e	do	mesmo	tamanho	para	cada	
modelo	de	peça	a	ser	confeccionado.
Nessa	situação	de	“tirar”	pedidos,	muitas	vezes,	as	quantidades	por	
tamanho	não	são	múltiplas	entre	si.	Por	exemplo,	o	cliente	solicita	um	
modelo	com	grade	P	=	147,	M	=	249	e	G	=	99.	Com	essas	quantidades	
da	grade,	não	é	possível	realizar	o	corte	de	todas	as	peças	em	um	único	
encaixe.	Assim,	quantos	 encaixes	 são	necessários	para	 cortar	 toda	 a	
grade?	Quantas	camadas/folhas	são	necessárias?	Quando	os	pedidos	
são	 feitos	 e	 as	 quantidades	 não	 são	múltiplas,	 chamamos	 de	 grade	
aberta,	 e,	 nesses	 casos,	 o	 estudo	 do	 cálculo	 da	 ordem	 de	 corte	 se	
torna	ainda	mais	demorado,	com	possibilidade	de	erro	(AUDACES,	 
2018,	p.	3).
 
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
134
Após	 obter	 o	 número	 total	 de	 peças	 por	 cor	 e	 por	 tamanho,	 deve-se	
conferir	se	já	não	há	peças	desse	modelo	disponíveis	na	expedição,	que	sobraram	
de	 outras	 ordens	 de	 fabricação	 executadas	 anteriormente.	 Caso	 existam,	 você	
precisa	descontar	essas	peças	prontas	do	total	a	ser	fabricado.	Assim,	a	seguir,	
será	apresentado	um	modelo	de	reunião	de	pedidos.
QUADRO 1 – REUNIÃO DE PEDIDOS
FONTE: Adaptado de Rocha (2002)
2.2 ORDEM DE FABRICAÇÃO
Elaborar	 a	 ordem	 de	 fabricação	 de	 um	 determinado	 produto	 é	 uma	
das	 maiores	 dificuldades	 dentro	 do	 processo	 produtivo	 de	 uma	 indústria	 de	
vestuário,	e	isso	se	deve,	principalmente,	ao	cálculo	da	ordem	de	corte.	A	ordem	
de	fabricação	é	um	documento	no	qual	são	especificadas	todas	as	 informações	
necessárias	para	a	produção	de	um	artigo.	É	formada	através	do	somatório	do	
romaneio	de	corte	e	serve	para	solicitar	a	produção	de	uma	peça.
QUADRO 2 – ORDEM DE FABRICAÇÃO
FONTE: Adaptado de Audaces (2018)
Ref: 21032VS Cor: Preto
Nº	máximo	de	folhas	de	enfesto:	30
Tamanho Quantidade
36 17
38 36
40 52
42 47
44 35
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TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
135
Já	a	ordem	de	corte	é	um	documento	no	qual	são	especificadas	todas	as	
informações	de	determinada	peça	a	ser	cortada,	como	quantidades	necessárias	
de	camadas	de	enfesto,	quantidades	de	cores	(se	há	ou	não	mais	de	uma	cor	no	
mesmo	enfesto),	e	grade	de	numeração	incluída	no	corte.
QUADRO 3 – ORDEM DE CORTE
FONTE: Adaptado de Audaces (2018)
Ref: 21048SH
Tecido:	100%	algodão Cor:	off	white
Nº	de	riscos:
36 38 40 42 Nº	de	
camadas:24 47 188 98
Risco	1 0 1 4 2 40
Faltam: 24 7 28 18
Risco	2 0 1 4 0 7
Faltam: 24 0 0 18
Risco	3 4 0 0 3 6
Faltam: 0 0 0 0
Em	 muitas	 empresas,	 que	 ainda	 não	 possuem	 um	 sistema	 todo	
automatizado	e	integrado,	faz-se	a	ordem	de	fabricação	de	forma	manual,	com	
o	auxílio	de	calculadora	e	de	planilhas.	Nesse	formato,	de	acordo	com	Audaces	
(2018,	p.	3),	“unem-se	os	pedidos	dos	mesmos	modelos,	ou,	ainda,	modelos	com	
o	mesmo	tecido,	para	que	seja	possível	estudar	a	melhor	forma	de	produzir	com	
o	melhor	aproveitamento	de	 tecido,	 sem	existirem	quantidades	exageradas	no	
estoque	de	peças	prontas”.
Calcular as ordens de corte de maneira manual é complexo, pois os 
modelos,	 normalmente,	 possuem	 variedade	 de	 cor,	 e,	 às	 vezes,	 também,	 de	
tecido.	Aumentando	a	produtividade,	pode-se	optar	por	 fazer	um	enfesto	com	
mais	de	uma	cor.	Cada	especificidade	eleva	o	grau	de	complexidade	e	o	tempo.
Com o intuito de agilizar o cálculo de ordens de corte e de aumentar a 
assertividade,	existem	softwares	específicos	voltados	para	a	indústria	de	vestuário	
que,	 além	 de	 auxiliarem	 na	 resolução	 dos	 cálculos	 de	 enfesto	 e	 de	 corte,	 são	
integrados com o processamento de encaixe e risco, facilitando o planejamento 
da	 produção.	 Dentre	 os	 benefícios	 da	 automação	 da	 ordem	 de	 corte,	 estão	 a	
agilidade	às	 informações	que	ficam	salvas	dentro	do	 sistema;	 a	otimização	do	
tempo,	 pois	 o	 software	 calcula	 com	 facilidade	 e	 rapidez;	 a	 redução	 de	 peças	
sobrando	no	estoque,	pois,	apesar	de	ser	necessário	algum	arredondamento	para	
fechar	o	risco,	o	sistema	organiza	as	ordens	de	corte	para	obter	o	menor	número	
de	sobras	possível;	e,	por	fim,	a	agilidade	na	construção	do	encaixe,	pois	todo	o	
processo	está	integrado.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
136
3 INTRODUÇÃO AO RISCO, AO ENCAIXE E AO CORTE
O	planejamento	do	risco	e	corte	depende	da	ordem	de	fabricação	realizada	
pelo	setor	de	Planejamento	e	Controle	da	Produção	(PCP),	que	reúne	os	pedidos	
feitos	por	modelo,	por	cor	e	por	tamanho.	Para	planejar	o	risco	e	o	corte	de	uma	
produção	de	vestuário,	são	necessários	conhecimentos	dos	 tipos	de	moldes,	dos	
tecidos, dos enfestos, dos riscos marcadores e do percentual de reajuste, assuntos 
abordados	a	seguir.
FIGURA 3 – PLANEJAMENTO DE RISCO E DE CORTE
FONTE: A autora
Reajuste
Tipos de
moldes
Tipos de
tecidos
Tipos de
riscos
Tipos de
enfestos
3.1 TIPOS DE MOLDES
Os	 moldes,	 conforme	 já	 explicado	 na	 Unidade	 1,	 são	 construídos	 em	
papel,	através	de	diagramas	que	utilizam	as	medidas	do	corpo	humano	e	servem	
como	guia	para	o	corte	do	tecido	que,	posteriormente,	deve	ser	transformado	em	
uma	peça	de	roupa.	Dentro	do	conceito	de	planejamento	do	risco	e	do	corte,	os	
moldes	são	classificados	em	dois	tipos:	moldes	simétricos	e	moldes	assimétricos.
FIGURA 4 – TIPOS DE MOLDES
FONTE: A autora
Tipos de moldes
Simétrico Assimétrico
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TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
137
São considerados moldes simétricos,	 de	 acordo	 com	 Rocha	 (2002),	
aqueles	 cujas	diferentes	partes	do	molde	servem	para	vestir	o	 lado	direito	e	o	
lado	esquerdo	do	corpo,	e	vice-versa,	desde	que	espelhados.	Assim,	a	seguir,	será	
apresentada a modelagem de uma calça, com os moldes considerados simétricos, 
pois	 se	 adequam	para	o	 lado	direito	do	 corpo	humano	e,	quando	espelhados,	
contemplam,	também,	o	lado	esquerdo.
FIGURA 5 – MOLDE SIMÉTRICO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
MOLDE SIMÉTRICO
Já os moldes assimétricos	 são	 aqueles	 que,	 segundo	 Rocha	 (2002),	 os	
moldes	do	lado	direito	do	corpo	diferem	dos	moldes	que	vestem	o	lado	esquerdo,	
ou	seja,	um	lado	é	desigual	em	comparação	ao	outro.	Na	modelagem	da	camisa,	
a	seguir,	estarão	identificadas	as	partes	do	molde	consideradas	assimétricas.	A	
parte	da	frente	direita	é	diferente	da	parte	esquerda.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
138
FIGURA 6 - MOLDE ASSIMÉTRICO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
MOLDE ASSIMÉTRICO
3.2 TIPOS DE TECIDOS
Os	tecidos	são	classificados,	por	Rocha	(2002),	de	acordo	com	a	aparência,	
pois	esta	 influencia	a	apropriada	disposição	dos	moldes	sobre	o	 tecido.	Para	o	
autor,	para	realizar	o	planejamento	de	risco	e	de	corte,	é	preciso	considerar	que	
o	tecido	possui	determinadas	características,	que	podem	se	apresentar	isoladamente	
ou	 combinadas	 entre	 si,	 como:	 alterar	de	 cor	 ou	 tonalidade	quando	 analisado	
visualmente de ângulos distintos; manter inalterada a cor ou a tonalidade, 
independentemente	do	ângulo	que	esteja	sendo	observado;	e	alterar	a	tonalidade,	
conforme	a	direção	para	a	qual	forem	transpostos	os	pelos,	podendopossuir,	ou	
não,	direito	e	avesso.
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139
QUADRO 4 – TIPOS DE TECIDO
FONTE: Adaptado de Rocha (2002)
Tipo de tecido Descrição
Sem sentido 
Com direito e avesso Visto	de	qualquer	ângulo,	tem	as	mesmas	cor	e	tonalidade
Sem sentido 
Sem direito e avesso Visto	de	qualquer	ângulo	ou	face,	tem	as	mesmas	cor	e	tonalidade
Com sentido 
Com direito e avesso Visto de ângulos diferentes, muda de cor e de tonalidade
Com pé 
Com direito e avesso
O	tom,	o	toque	ou	a	estampa	se	modifica,	de	acordo	com	a	inclinação	
dos pelos, das felpas ou da estampa
Os	 tecidos	 sem	 sentido,	 com	 direito	 e	 avesso,	 são	 aqueles	 que,	
independentemente do ângulo, apresentam a mesma cor e a mesma tonalidade, 
mas	é	possível	visualizar	a	diferença	de	aparência	entre	o	direito	e	o	avesso,	como	
exemplo, podemos citar o denim e a sarja, e tecidos cuja estampa não apresente 
um	sentido	só,	como	as	abstratas	ou	aquelas	com	dificuldades	de	determinar	se	
estão	de	cabeça	para	baixo.
Os	tecidos	sem	sentido,	e	sem	direito	e	avesso,	também	não	apresentam	
mudança	 de	 cor	 ou	 de	 tonalidade,	 independentemente	 do	 ângulo	 observado.	
Ainda,	 não	 é	 possível	 identificar	 a	 diferença	 entre	 avesso	 e	 direito	 sem	
equipamentos	de	ampliação,	como	o	chiffon,	o	popeline	e	o	oxford.
 
Os tecidos com sentido, com direito e avesso, dependendo do ângulo ou da 
luz, apresentam diferença de cor ou de tonalidade, como é o caso do cetim, tafetá, 
de	alguns	veludos	e	de	vários	outros	tecidos	acetinados.	É	possível	visualizar	a	
diferença	de	aparência	entre	o	direito	e	o	avesso.
 
Os	 tecidos	 com	 pé,	 com	 direito	 e	 avesso,	 são	 aqueles,	 de	 acordo	 com	
Rocha	 (2002),	 com	 tom	 ou	 toque	 do	 tecido,	 conforme	 a	 inclinação	 dos	 pelos,	
como	é	o	caso	das	peles	artificiais	utilizadas	em	coletes,	além	do	veludo-colete.	
Nesse	grupo,	também	se	encaixam	as	estampas	com	pé,	as	estampas	barradas	e	
os	tecidos	degradê.
3.3 TIPOS DE ENFESTO
Enfesto	 é	 a	 sobreposição	 de	 duas	 ou	 de	mais	 folhas	 de	 tecido,	 com	 o	
intuito	de	talhação,	com	várias	camadas	de	tecido	sobrepostas,	 formando	uma	
pilha.	Assim,	 é	 possível	 realizar	 o	 corte	 das	 partes	 do	molde,	 encaixadas	 em	
risco	marcador,	em	uma	única	vez,	agilizando	o	processo.	O	enfesto	é	executado	
com	uma	metragem	de	 comprimento	estabelecida,	 conforme	a	necessidade	de	
fabricação	e	de	comprimento	da	mesa	disponível	para	o	corte.	Existem	dois	tipos	
de	enfestos:	enfesto	par	(ou	ziguezague)	e	enfesto	único	(ou	ímpar).
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
140
FIGURA 7 – TIPOS DE ENFESTO
FONTE: A autora
Tipos de enfesto
Enfesto par Enfesto único
O	 enfesto	 par,	 também	 conhecido	 como	 enfesto	 ziguezague,	 conforme	
Rocha	(2002,	p.	33),	“é	aquele	em	que	as	folhas	do	tecido	ora	estão	com	uma	das	
faces	para	cima,	ora	com	essa	mesma	face	para	baixo,	formando	pares	de	folhas	
face	a	face	(lado	direito	X	lado	direito	e	lado	avesso	X	lado	avesso)”.	Assim,	os	
lados direitos do tecido estarão sempre voltados de frente para o lado direito de 
outra	folha	de	enfesto,	e	o	mesmo	vale	para	os	lados	avessos.
Para	executar	um	enfesto	do	tipo	par,	o	cilindro	que	contém	o	tecido	fica	
fixo,	e	o	tecido	é	puxado	pelos	trabalhadores	ou	pelo	maquinário	de	um	lado	para	
o	outro,	por	isso,	o	nome	popular	de	enfesto	ziguezague.	Esse	tipo	de	enfesto	só	
funciona	para	tecidos	sem	sentido,	e	moldes	simétricos.
FIGURA 8 – ENFESTO PAR
FONTE: Adaptada de Rocha (2002)
ENFESTO PAR
RO
LO
	DE
	TE
CI
DO
ENFESTO
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TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
141
Já	o	enfesto	único,	também	conhecido	como	enfesto	ímpar,	de	acordo	com	
Rocha	(2002,	p.	32),	“é	aquele	em	que	todas	as	folhas	do	tecido	a	ser	cortado	são	
superpostas	com	a	mesma	face	(direito	ou	avesso),	e	voltada	para	o	mesmo	lado”.	
O	autor	também	ressalta	que	não	faz	diferença	se	o	lado	escolhido	para	ficar	para	
cima	seja	o	direito	ou	o	avesso.
Para	executar	o	enfesto	único,	o	rolo	do	tecido	fica	fixo,	e	o	tecido	é	puxado	
até	formar	uma	nova	folha	de	enfesto.	Então,	a	folha	é	cortada,	e	o	tecido	do	rolo	é	
novamente	puxado	para	mais	uma	camada	de	sobreposição.	Esse	tipo	de	enfesto	
é	necessário	para	cortar	tecidos	com	sentido	ou	em	pé,	e	para	moldes	assimétricos.
FIGURA 9 – ENFESTO ÚNICO
FONTE: Adaptada de Rocha (2002)
3.4 TIPOS DE RISCOS MARCADORES
A	definição	de	risco	marcador,	para	Rocha	(2002,	p.	36),	é	o	“papel	com	
a	 largura	e	o	comprimento	úteis	do	enfesto,	sobre	o	qual	são	transportados	os	
contornos	e	as	marcações	de	diferentes	moldes	correspondentes	a	tamanhos	e/ou	
modelos	distintos”.	A	definição	do	número	de	vezes	que	cada	tamanho	é	riscado	
depende da necessidade de produção, com orientação pelo setor de Planejamento 
e	Controle	de	Produção	(PCP).
Dentro	de	um	risco	marcador,	uma	peça	de	determinado	tamanho	pode	
ser riscada completamente ou em fração de vezes, por exemplo, em um risco 
marcador	 de	 uma	 calça,	 o	 tamanho	 36	 é	 riscado	 0,5x	 (meia	 vez),	 então,	 para	
obter	uma	peça	inteira,	esta	precisa	ser	cortada	com	duas	camadas	de	enfesto	em	
ziguezague.
A	seguir,	apresentaremos	um	exemplo	de	risco	marcador	de	uma	calça,	
riscada	nos	tamanhos	36,	38,	40	e	42.
ENFESTO ÚNICO
RO
LO	
DE	
TEC
IDO
ENFESTO
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
142
FIGURA 10 – RISCO MARCADOR DE CALÇA
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
A	classificação	dos	riscos	marcadores	depende	do	tipo	de	tecido	e	do	tipo	
de	modelagem.
FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS MARCADORES
FONTE: A autora
Quanto ao tipo 
de tecido
Risco normal 
sem sentido
Risco normal Risco normal com sentido
Risco normal com pé
Risco atravessado
sem sentido
Risco atravessado
com pé
Risco par
Risco único
Risco misto
Quanto ao tipo 
de modelagem
Ti
po
s d
e 
ris
co
s
Risco atravessado
A	seguir,	será	especificado	cada	um	dos	tipos	de	riscos	marcadores.
TÓPICO 1 — TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
143
• Risco normal sem sentido:	 Neste	 modelo	 de	 risco,	 qualquer	 parte	 de	 uma	
modelagem,	mesmo	 as	 que	 compõem	 um	mesmo	 tamanho,	 pode	 ser	 traçada	
em	qualquer	sentido,	porém,	obedecendo,	sempre,	à	orientação	designada	pelo	
sentido	do	fio,	marcado	no	molde	(ROCHA,	2002).	A	seguir,	apresentaremos	o	
risco	marcador	de	um	shorts	feminino.	Será	possível	perceber	que	algumas	partes	
de	tamanho	40	estão	riscadas	em	um	sentido	e,	as	demais,	em	outro	sentido.
FIGURA 12 – RISCO NORMAL SEM SENTIDO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Risco normal com sentido: Neste	 tipo	de	risco,	 todas	as	partes	dos	moldes	de	
um	mesmo	tamanho	devem	ser	riscadas	no	mesmo	sentido,	enquanto	as	partes	
de	 outros	 tamanhos	 podem	 ser	 riscadas	 em	 sentido	 contrário,	 porém,	 sempre	
obedecendo	 à	 indicação	 do	 sentido	 do	 fio,	marcado	 em	 cada	 parte	 do	molde	
(ROCHA,	2002).	Observe	o	exposto	a	seguir,	que	apresentará	o	risco	marcador	de	
uma	calça	 feminina.	Todas	as	partes	correspondentes	à	modelagem	de	 tamanho	 
42	estarão	traçadas	no	mesmo	sentido,	ao	passo	que	todas	as	partes	componentes	
de	tamanho	36	estarão	riscadas	em	sentido	oposto.
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FIGURA 13 – RISCO NORMAL COM SENTIDO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Risco normal com pé: Nesta	classificação	de	risco,	obrigatoriamente,	todas	as	
partes,	de	todos	os	tamanhos	contidos	no	risco	marcador,	deverão	ser	traçadas	
no	mesmo	sentido,	porém,	sempre	seguindo	a	designação	de	sentido	do	fio,	
marcado	 em	 cada	 parte	 do	molde	 (ROCHA,	 2002).	 Esse	modelo	 de	 risco	 é	
utilizado	 para	 tecidos	 com	 pé.	 A	 seguir,	 apresentaremos	 o	 risco	 marcador	
de	uma	calça	feminina,	a	partir	do	qual	será	possível	constatar	que	todas	as	
partes	dos	diferentes	tamanhos	se	encontram	traçadas	no	mesmo	sentido,	não	
existindo	nenhum	molde	riscado	emsentido	oposto.
FIGURA 14 – RISCO NORMAL COM PÉ
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Risco atravessado sem sentido: Utilizado	para	tecidos	sem	sentido,	de	acordo	
com	 Rocha	 (2002),	 as	 partes	 dos	moldes,	 condizentes	 à	modelagem	 de	 um	
mesmo	 tamanho,	 podem	 ser	 traçadas	 em	 qualquer	 sentido,	 mas,	 no	 risco	
atravessado	sem	sentido,	a	determinação	de	sentido	do	fio,	marcada	no	molde,	
não	 deverá	 ficar	 na	 orientação	 do	 urdimento,	 mas	 na	 da	 trama	 do	 tecido,	
perpendicular	 à	 ourela	 do	 tecido.	No	 risco	marcador	de	uma	 calça	 infantil,	
pode-se	reparar,	por	exemplo,	que	o	tamanho	10	possui	peças	riscadas	em	um	
sentido	e	ao	contrário.
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145
FIGURA 15 – RISCO ATRAVESSADO SEM SENTIDO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Risco atravessado com pé: Utilizado	para	tecidos	com	pé,	que	necessitam	ser	
cortados	com	o	sentido	do	fio	atravessado,	como	é	o	caso	de	tecidos	barrados,	
plissados	ou	com	bico	de	renda.	Segundo	Rocha	(2002,	p.	42),	“todas	as	partes	
de	todos	os	tamanhos	participantes	de	um	mesmo	risco	marcador	precisam,	
obrigatoriamente,	ser	riscadas	no	mesmo	sentido”.	Aqui,	como	no	tipo	de	risco	
apresentado	anteriormente,	o	sentido	do	fio	deve	seguir	a	direção	da	trama.	
A	seguir,	demonstraremos	o	risco	marcador	de	uma	calça	infantil	com	todas	
as	partes	contidas	em	cada	um	dos	tamanhos	riscadas,	sem	ressalvas,	em	um	
mesmo	sentido.
FIGURA 16 – RISCO ATRAVESSADO COM PÉ
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
A	 classificação	 dos	 riscos	 marcadores,	 quanto	 ao	 tipo	 de	 modelagem,	
pode	ser	dividida	entre	três:	risco	par,	ímpar	ou	misto.
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146
• Risco par: Relacionado	 ao	 tipo	 de	 modelagem,	 no	 risco	 par,	 a	 quantidade	
de vezes designada para ser cortada em cada uma das partes integrantes de 
uma mesma modelagem, para ser confeccionado um artigo completo, deverá 
ser,	obrigatoriamente,	apresentada	pela	metade.	Dessa	forma,	de	acordo	com	
Rocha	(2002,	p.	43),	“nos	riscos	pares,	o	enfesto	terá	que	ser,	obrigatoriamente,	
par,	e	a	modelagem	simétrica,	a	fim	de	que	a	outra	metade	da	parte,	que	não	
participou	do	risco,	possa	ser	cortada	noutra	folha	de	enfesto	em	posição	inversa	
à	riscada”.	No	risco	marcador	de	uma	calça	feminina,	é	possível	observar	que	
somente uma parte da frente e uma das costas estão presentes, então, para 
conseguir uma calça completa, esse risco deve ser cortado em um enfesto par, 
dessa forma, as partes faltantes da frente e das costas estão presentes na outra 
folha	do	tecido.	O	mesmo	vale	para	as	demais	partes	da	modelagem.
FIGURA 17 – RISCO PAR
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
• Risco único:	neste	tipo	de	risco,	o	número	de	vezes	designado	para	ser	talhado	
em cada uma das partes integrantes de uma mesma modelagem, para ser 
confeccionada	uma	peça	completa,	deve	ser	obedecido	inteiro.	Segundo	Rocha	
(2002,	p.	44),	“como	o	risco	único	só	contém	peças	inteiras	no	planejamento,	
o	multiplicador	 deve	 ser	 sempre	 um	número	 inteiro,	 e	 nunca	 uma	 fração”.	
Ainda,	de	acordo	com	Rocha	(2002),	em	um	risco	marcador	único,	quando	o	
molde	tiver	a	anotação	de	corte	marcado	“2x”	(duas	vezes)	sobre	determinada	
parte	da	modelagem,	deve-se	riscar	duas	vezes,	porém,	multiplicando	o	valor	
pelo	número	de	peças	completas	daquele	tamanho	que	o	planejamento	de	risco	
necessita	 para	 atender	 à	 produção.	Assim,	 a	 seguir,	 apresentaremos	 o	 risco	
marcador	de	uma	camisa	social,	sendo	possível	observar	que	a	quantidade	de	
vezes	que	cada	parte	da	modelagem	está	riscada	condiz	com	a	designação	de	
corte	marcada.
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FIGURA 18 – RISCO ÚNICO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
No	risco	único,	é	preciso	ficar	atento	quanto	à	classificação	da	modelagem	
para	 a	 definição	 do	 tipo	 de	 enfesto,	 pois,	 quando	 a	modelagem	 se	 apresenta	
de forma simétrica, o enfesto pode ser par ou único, não interferindo no 
resultado	final	da	peça;	já	se	a	modelagem	for	assimétrica,	o	enfesto	necessitará,	
obrigatoriamente,	ser	do	tipo	único.
• Risco misto: neste modelo de risco, a anotação de corte, marcada em cada uma 
das partes de uma modelagem, pode ser traçada e multiplicada por números 
inteiros, conforme já demonstrado no risco único, ou pode ser traçada pela 
metade,	para	alguns	dos	tamanhos	contidos	no	risco,	adequando-se	segundo	a	
necessidade	do	setor	de	Planejamento	de	Risco	e	Corte	(PCP).	No	risco	único,	
conforme	Rocha	(2002,	p.	44),	“uma	modelagem	que	tenha	esse	tipo	de	risco	
apresenta	 tamanho	 (s)	 com	partes	 riscadas	 pela	metade	 e	 tamanho	 (s)	 com	
partes	riscadas	multiplicadas	por	números	inteiros	ou	fracionários”.	Observe	
o	exposto	a	seguir,	que	apresentará	o	risco	marcador	de	uma	calça	feminina	
do	tipo	único.	O	tamanho	36	se	encontrará	riscado	meia	(0,5)	peça	completa,	
no	tamanho	38,	uma	(1)	peça	completa,	meia	(0,5)	peça	no	tamanho	46	e	uma	e	
meia	(1,5)	no	tamanho	40.
FIGURA 19 – RISCO MISTO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
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148
O	risco	misto,	apesar	de	apresentar	grande	liberdade	para	o	planejamento	
e para o risco das peças, de acordo com a necessidade produtiva da empresa, 
é o mais complexo para a realização do encaixe e exige muita concentração 
do	profissional	que	o	executa.	Para	esse	modelo	de	risco,	o	enfesto	precisa	ser,	
obrigatoriamente,	par,	 e	a	modelagem	da	peça	 riscada	do	 tipo	 simétrica,	pois,	
somente assim, as peças riscadas, de forma fracionada, podem ser completadas 
com	as	partes	faltantes,	que	devem	estar	presentes	na	outra	folha	do	enfesto.
4 FREQUÊNCIA
A	 frequência	 é	 determinada	 pela	 quantidade	 de	 vezes	 em	 que	 um	
tamanho	 se	 repete	 no	mesmo	 risco	marcador.	 Na	 ordem	 de	 risco,	 de	 acordo	
com	Rocha	(2002),	a	frequência	de	tamanhos,	em	um	risco,	é	indicada	por	uma	
fração	 ordinária.	 O	 numerador	 é	 representado	 pela	 grade	 de	 numeração	 e	 o	
denominador	por	um	número	indicador	da	quantidade	de	vezes	dos	tamanhos	
repetidos	no	risco.
FIGURA 20 – FREQUÊNCIA
FONTE: Adaptada de Rocha (2002)
FREQUÊNCIA
Para	 determinar	 a	 frequência	 de	 tamanhos	 em	 um	 risco	 marcador,	 é	
necessário	contar	os	moldes	que	fazem	parte	da	modelagem	para	cada	tamanho.	
Para	exemplificar,	apresentaremos	o	risco	marcador	de	um	shorts	feminino,	para	
produzir	uma	peça	completa.	Esse	modelo	deve	conter:
•	 Frente:	cortar	2x.
•	 Costas:	cortar	2x.
•	 Bolso:	cortar	1x.
•	 Braguilha:	cortar	1x.
•	 Pertingal:	cortar	1x.
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FIGURA 21 – FREQUÊNCIA EM UM RISCO
FONTE: Adaptada de Martins (2009)
Se	 contarmos	o	número	de	vezes	que	 cada	parte	do	molde	 aparece	no	
risco,	vemos	que	a	frequência	do	tamanho	36	é	uma	vez,	para	obter	uma	peça	
completa.	A	seguir,	a	mesma	lógica	para	os	demais	tamanhos:
TABELA 1 – FREQUÊNCIA
FONTE: A autora
TAMANHOS 36 40 42 44 50
FREQUÊNCIA 1 1 1 1 1
5 GASTO MÉDIO
Através	do	gasto	médio	de	uma	peça	do	vestuário,	o	setor	de	Planejamento	
e	 Controle	 de	 Produção	 (PCP)	 define	 a	 metragem	 de	 tecido	 que	 precisa	 ser	
adquirida	para	a	produção.	Para	calcular	o	gasto	médio	de	determinado	produto,	
é	preciso	calcular	o	comprimento	do	 tecido	que	é	consumido	para	produzir	uma	
peça	inteira.	Esse	cálculo	é	feito	pela	média	dos	somatórios	de	tamanhos	riscados	
pelo	 comprimento	 do	 risco	 marcador.	 O	 consumo	 de	 tecido	 é	 inversamente	
proporcional	à	 largura	do	tecido,	ou	seja,	de	acordo	com	Rocha	(2002),	quanto	
maior a largura do tecido, menor é o comprimento necessário para o risco de uma 
peça;	e	quanto	menor	a	largura	do	tecido,	maior	é	o	comprimento	necessário.
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FIGURA 22 – GASTO MÉDIO
FONTE: A autora
GASTO MÉDIO
151
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	Planejamento	de	Risco	e	Corte	envolve	uma	série	de	atividades	sucessivas	e	
coordenadas,gerando uma forma econômica e racional de executar os pedidos 
dentro	dos	prazos	e	com	o	mínimo	de	desperdício	de	material.	
• Para planejar o risco e o corte de uma produção de vestuário, são necessários 
conhecimentos	acerca	dos	tipos	de	moldes,	de	tecidos,	de	enfestos	e	de	riscos	
marcadores.
•	 Gasto	 médio	 é	 a	 quantidade	 de	 tecido	 consumida	 para	 confeccionar	 um	
produto.	 Esse	 cálculo	 é	 realizado	 pela	 média	 dos	 somatórios	 de	 tamanhos	
riscados	pelo	comprimento	do	risco	marcador.
RESUMO DO TÓPICO 1
152
1	 Os	moldes	são	construídos	em	papel,	através	de	diagramas	que	utilizam	as	
medidas	do	corpo	humano	e	servem	como	guia	para	o	corte	do	tecido	que,	
posteriormente,	é	transformado	em	uma	peça	de	roupa.	Dentro	do	conceito	
de planejamento de risco e corte, os moldes são divididos em dois tipos: 
moldes	 simétricos	 e	moldes	 assimétricos.	 Classifique	V	 para	 as	 sentenças	
verdadeiras	e	F	para	as	sentenças	falsas:
(			)	Dizemos	que	um	molde	é	simétrico	quando	o	molde	que	serve	para	vestir	o	
lado	esquerdo	do	corpo	não	é	igual	ao	que	serve	para	vestir	o	lado	direito	
(ou	vice-versa).
(			)	Afirma-se	que	uma	modelagem	de	camisa	é	assimétrica	pelo	fato	de	ter	
duas	mangas.
(			)	Afirma-se	que	uma	modelagem	de	calça	é	simétrica	pelo	fato	de	as	partes	
repetirem	um	número	par	de	vezes.
(			)	A	quantidade	de	vezes	que	aparece	escrita	sobre	as	partes	de	um	molde	
indica	o	número	de	vezes	em	que	as	partes	devem	ser	riscadas	e	cortadas	
no	tecido	para	formar	uma	peça	completa.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	F,	F,	F,	V.
b)	(			)	V,	F,	V,	V
c)	 (			)	F,	V,	F,	V
d)	(			)	V,	F,	F,	V
2	 Os	tecidos	são	classificados,	por	Rocha	(2002),	de	acordo	com	a	aparência,	
pois	esta	 influencia	no	correto	posicionamento	dos	moldes	sobre	o	 tecido.	
Para o autor, para realizar o planejamento de risco e de corte, é preciso 
considerar	 que	 os	 tecidos	 possuem	 determinadas	 características	 que	
podem	se	apresentar	 isoladamente	ou	combinadas	entre	 si.	Para	efeito	de	
posicionamento	 dos	 moldes	 de	 uma	 peça	 sobre	 um	 tecido	 que	 deve	 ser	
cortado,	é	necessário	classificar	esse	tecido	quanto	à	aparência.	Correlacione	
as	colunas	dos	tipos	de	tecido	com	as	respectivas	descrições	e	exemplos:
AUTOATIVIDADE
1.	Sem	 sentido,	 com	
direito e avesso
2.	Com	 pé	 e	 com	
direito e avesso 
3.	Com	 sentido,	 com	
direito e avesso
4.	Sem	 sentido,	 sem	
direito e avesso
(			)	Visto	de	qualquer	ângulo,	tem	as	mesmas	cor	e	
tonalidade.	Ex.:	sarja.
(			)	Visto	 de	 qualquer	 ângulo	 ou	 face,	 tem	 as	
mesmas	cor	e	tonalidade.	Ex.:	chiffon.
(			)	Visto	de	ângulos	diferentes,	muda	de	cor	e	de	
tonalidade.	Ex.:	cetim.
(			)	O	 tom,	 o	 toque	 ou	o	desenho	 se	modifica	de	
acordo com a inclinação dos pelos, das felpas 
ou	das	estampas.	Ex.:	estampas	barradas.
153
A	sequência	CORRETA	para	a	coluna	2	é	o	que	se	apresenta	em:
a)	(			)	4,	3,	2,	1.
b)	(			)	2,	1,	4,	3.
c)	 (			)	1,	4,	3,	2.
d)	(			)	4,	2,	4,	1.
3	 A	área	de	encaixe,	de	risco	e	de	corte	é	uma	das	mais	importantes	na	indústria	
de	vestuário.	Utilizando-se	a	técnica	do	encaixe	de	moldes,	obtém-se	o	maior	
rendimento	 possível	 dos	 tecidos,	 o	 que	 gera	 aproveitamento	 da	matéria-
prima	e,	como	consequência,	economia.	Os	tipos	de	tecido,	de	encaixe	e	de	
modelagem empregados determinam o grau de aproveitamento do tecido, 
o	que	interfere	no	cálculo	do	custo	direto	do	produto.	Observe	o	encaixe	de	
uma	grade	de	tamanho	de	moldes:
Considerando	a	figura,	avalie	as	afirmações	a	seguir:
I-	 O	encaixe	foi	feito	para	o	tecido	com	sentido.
II-	 Somente	está	encaixada	a	metade	das	partes	de	cada	conjunto	de	moldes,	
pois	se	trata	de	um	encaixe	ímpar.
III-	Só	 é	 possível	 obter	 um	 conjunto	 par	 de	 modelagem	 se	 o	 enfesto	 for	
posicionado	avesso	com	avesso	ou	direito	com	direito.
IV-	Considerando	que	o	comprimento	total	do	encaixe	gerou	3,70m,	o	consumo	
médio	de	tecido	por	peça	é	de	0,74m.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	(			)	Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	 (			)	As	sentenças	I,	III	e	IV	estão	corretas.
d)	(			)	Somente	a	sentença	IV	está	correta.
4	 Na	 indústria	 do	 vestuário,	 quando	 a	 produção	 de	 uma	 coleção	 não	 é	
organizada	 adequadamente,	 é	 comum	 surgirem	 problemas	 sérios	 no	
momento	de	executar	a	confecção	das	peças.	O	resultado	é	o	atraso	nos	prazos	
estabelecidos,	o	desperdício	de	matéria-prima	e	o	tempo	de	trabalhadores	e	
de	maquinários,	ocasionados	por	ordens	de	corte	que	não	condizem	com	o	
resultado	esperado.	Obviamente,	esses	 fatores	 interferem	na	qualidade	do	
produto	e	no	lucro	final	da	empresa.	Nesse	contexto,	explique	a	função	do	
planejamento	de	risco	e	corte	e	como	o	setor	PCP	(Planejamento	e	Controle	
da	Produção)	atua	na	atividade.	Disserte	acerca	dessa	área	de	concentração	e	
das	temáticas	dos	trabalhos	científicos	publicados.
154
5	 Enfesto	é	a	sobreposição	de	duas	ou	de	mais	folhas	de	tecido	para	fins	de	
corte,	 com	 várias	 camadas	 de	 tecido	 sobrepostas,	 formando	 uma	 pilha,	
assim,	é	possível	realizar	o	corte	das	partes	do	molde,	encaixadas	em	risco	
marcador,	em	uma	única	vez,	agilizando	o	processo.	O	enfesto	é	realizado	
com	 uma	 metragem	 de	 comprimento	 estabelecida,	 de	 acordo	 com	 a	
necessidade	de	produção	e	o	comprimento	da	mesa	de	corte.	Explique	os	
dois	tipos	de	enfesto	existentes	e	como	executá-los.
155
UNIDADE 3
TÓPICO 2 — 
TECNOLOGIA DE CORTE
1 INTRODUÇÃO 
O processo industrial de produção de uma peça de vestuário inclui muitas 
etapas.	Entre	a	modelagem	de	uma	roupa	e	a	fase	da	costura,	existe	a	etapa	de	
corte.	Para	aumentar	a	produtividade,	as	modelagens	não	são	cortadas	uma	a	uma,	
mas em camadas de enfesto, produzindo um grande número de peças cortadas 
em	um	tempo	curto.	O	setor	de	corte	foi	um	dos	que	mais	apresentou	avanços	
tecnológicos	nos	últimos	anos,	já	podendo	ser	realizado	de	forma	completamente	
automatizada	e	integrada	com	os	softwares	de	modelagem	e	de	encaixe.
A	etapa	de	corte	está	diretamente	ligada	com	a	qualidade	do	produto	final.	
Um	enfesto	ou	um	corte,	não	executado	de	forma	adequada,	pode	comprometer	
toda	a	peça,	como	interferir	nas	medidas,	devido	ao	encolhimento	do	tecido,	ou	a	
torção de determinadas partes, por não estarem posicionadas no sentido correto 
do	fio.	O	corte	também	é	a	fase	mais	passível	de	desperdício	de	matéria-prima,	
uma	vez	que,	apresentando	defeito,	pode	arruinar	todo	um	lote	de	produção.	Por	
isso,	é	necessário	conhecimento	dos	conceitos	e	das	tecnologias	envolvidas.
Acadêmico,	 no	 Tópico	 2,	 abordaremos	 os	 fatores	 que	 influenciam	 no	
enfestamento,	 e	 os	 métodos	 utilizados	 para	 executar	 o	 enfesto.	 Ainda,	 serão	
abordados	 a	 qualidade	 no	 corte	 e	 o	maquinário	 envolvido	 para	 a	 realização,	
outros	equipamentos	utilizados,	e	a	preparação	para	as	etapas	seguintes	ao	corte.	
Apresentaremos	a	diferença	entre	a	sala	de	corte	tradicional,	em	uma	indústria	
de	vestuário,	e	uma	sala	de	corte	automatizada,	discutindo	qual	a	mais	vantajosa.
2 TECNOLOGIA DE CORTE
A	 etapa	 do	 corte,	 dentro	 de	 um	 processo	 de	 produção	 de	 vestuário	
industrial,	é	um	fator	importante	para	a	qualidade	do	produto	final.	Coordenado	
pelo setor de Planejamento e Controle da Produção, o corte envolve várias 
etapas, como a preparação para o corte, o enfestamento, o corte propriamente 
dito,	 o	 controle	de	qualidade	do	 corte,	 a	 separação	e	 a	 etiquetagem	das	peças	
cortadas.	A	preparação	para	o	corte	objetiva	verificar	as	características	do	tecido,	
do	encolhimento	ao	descanso,	lavagem	ou	processo	de	beneficiamento,	pois	isso	
interferiria	no	tamanho	real	da	peça.		
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Para	 processos	 industriais,	 aconselha-se	 que,	 além	 das	 etapas	 de	
encolhimento	 e	 de	 descanso	 do	 tecido,	 faça-se,	 inicialmente,	 uma	
peça-piloto,	 passando,	 esta,	 também,	 pelos	 processos	 de	 descanso,	
de	lavageme	de	vaporização,	como	testes	de	encolhimento	e	reações	
adversas,	 de	 acordo	 com	 o	 segmento	 de	 moda.	 Como	 exemplos,	
podem	 ser	 citados	 os	 tecidos	 de	malha	 circular	 (que	 necessitam	de	
um	 determinado	 tempo	 de	 descanso	 para	 encolhimento	 antes	 do	
corte	 das	 peças)	 e	 as	 peças	 confeccionadas	 (que,	 após	 a	 confecção,	
ainda	 no	 material	 bruto,	 passam	 por	 processos	 de	 lavagens	 com	
utilização	 de	 produtos	 químicos	 para	 amaciamento	 e	 outros	 tipos	
de	 efeitos	 estéticos	 na	 peça,	 o	 que	 gera	 alterações	 nas	 medidas)	 
(HEIRICH,	2007,	p.	32).
Para	 executar	 o	 processo	 de	 corte	 com	 qualidade,	 é	 preciso	 levar	 em	
consideração	 os	 fatores	 que	 interferem	 no	 enfestamento,	 além	de	 conhecer	 os	
métodos	e	os	maquinários	de	enfesto	e	de	corte	para	que	a	escolha	seja	assertiva,	
assuntos	que	serão	abordados	a	seguir,	com	outras	etapas	envolvidas	no	processo	
de	corte.
2.1 FATORES DE ENFESTAMENTO 
Para	 realizar	 um	 enfesto,	 é	 necessário	 conhecimento	 das	 técnicas	
envolvidas no processo, pois um enfesto realizado de forma incorreta gera muitos 
problemas	e	defeitos	nas	peças	finais,	podendo	comprometer	um	lote	 inteiro	de	
produção.	Alguns	 fatores	devem	ser	considerados	no	momento	do	enfestamento,	
como	o	alinhamento,	a	tensão,	o	enrugamento	e	o	corte	nas	pontas	do	enfesto.
FIGURA 23 – FATORES DE ENFESTAMENTO
FONTE: A autora
Fa
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Alinhamento
Tensão
Enrugamento
Corte das pontas
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TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE
157
O	alinhamento	é	um	fator	 importante,	o	 tecido	deve	ser	nivelado,	sempre	
que	possível,	nas	duas	bordas	relativas	ao	comprimento,	pelas	ourelas.	No	entanto,	
devido	à	variação	da	largura,	comumente	encontrada	nos	tecidos,	principalmente,	
nas	malhas,	para	 realizar	o	 enfesto,	 o	 tecido	deve	 ser	 alinhado,	 ao	menos,	 em	
um	dos	lados,	chamado,	informalmente,	de	borda	ou	de	parede.	O	alinhamento,	
quando	não	realizado	adequadamente,	pode	gerar	o	corte	incompleto	das	partes	
próximas	 às	 extremidades	 do	 tecido,	 ocasionando	 desperdício	 de	 material	 e	
retrabalho	de	enfesto	e	de	corte.
A	 tensão	deve	 ser	 evitada	durante	o	 enfestamento,	principalmente,	 em	
tecidos	com	elastano	ou	com	malhas.	A	tensão	acontece	quando,	ao	desenrolar	
o	 tecido	para	formar	uma	nova	camada	de	sobreposição,	 tenciona-se	demais	o	
tecido,	assim,	após	o	corte,	as	peças	ficam	menores	do	que	a	modelagem.	A	tensão	
ocasiona	partes	cortadas	menores,	com	problemas	de	costura,	pelo	desencontro	
das	medidas	das	partes.	A	peça	final	não	sucede	no	tamanho	proposto.
Quanto	ao	enrugamento	no	enfesto,	para	evitá-lo,	é	necessário	ajeitar	o	
tecido	em	cada	uma	das	camadas	de	sobreposição,	caso	contrário,	são	geradas	
bolhas	de	ar	entre	as	camadas	do	enfesto.	Essas	bolhas	podem	se	mover,	causando	
distorção	no	corte	das	peças.	Para	evitar	o	enrugamento,	os	enfestadores,	quando	
realizam	o	processo,	de	forma	manual,	passam	uma	régua	após	cada	camada	de	
tecido,	retirando	todo	o	ar.
Com	relação	ao	corte	das	pontas,	é	sempre	necessário	fazê-lo,	pois	não	é	
possível	aproveitar	toda	a	extensão	em	cima	da	mesa	do	enfesto.	O	risco	marcador	
não	 compreende	 todo	 o	 comprimento	 do	 enfesto,	 no	 entanto,	 deve-se	 cortar	
somente o necessário, para evitar um grande consumo de tecido, controlando o 
desperdício	nas	extremidades.
2.2 MÉTODOS DE ENFESTAMENTO 
Um	enfesto	pode	ser	 realizado	através	de	procedimentos	diferentes.	Com	
o	 avanço	 das	 tecnologias	 relacionadas	 à	 confecção	 de	 vestuário,	 surgiram	 novas	
ferramentas	 e	 novas	máquinas	para	 auxiliar	 na	 execução	do	 enfestamento,	 ou	
para	 realizá-lo	 de	 forma	 completamente	 automatizada,	 no	 entanto,	 as	 pequenas	
confecções	ainda	trabalham	de	forma	manual.	O	enfestamento	pode	ser	executado	
através dos seguintes métodos: manual, com carro manual, com carro manual 
com	alinhador	de	ourelas	ou	com	carro	automatizado.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
FIGURA 24 – MÉTODOS DE ENFESTAMENTO
FONTE: A autora
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fe
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am
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Manual
Com carro manual
Carro manual com alinhador
Carro automatizado
• Manual:	 este	processo	é	 realizado	 sem	nenhum	equipamento,	necessitando	de	
duas	pessoas	para	disporem	folha	por	folha	de	tecido,	uma	em	cada	lado	da	
mesa	de	corte.	Esse	tipo	de	método,	de	acordo	com	Rocha	(2002),	é	pesado,	em	
termos	de	mão	de	obra.	Geralmente,	apresenta	uma	baixa	qualidade	no	enfesto,	
principalmente,	para	 tecidos	 com	elastano	ou	 com	malhas,	pois,	 facilmente,	
gera	tensionamento.	
• Com carro manual:	 este	 processo	 conta	 com	 o	 auxílio	 de	 um	 equipamento	
chamado	de	carro	manual.	O	desenrolador	de	tecido	é	um	suporte	fixo	na	mesa	
de	 corte,	 facilitando	 a	 tarefa	 dos	 enfestadores.	 Esse	 método	 possui	 poucas	
vantagens	sobre	o	anterior,	mas	reduz	o	esforço	da	mão	de	obra	e	melhora	a	
qualidade	do	corte,	pois	diminui	as	chances	de	tensionamento.
• Carro manual com alinhador de ourelas: neste método, o rolo de tecido é 
acoplado	no	carro,	que	desliza	sobre	o	enfesto	para	distribuir	as	camadas	de	
tecido.	Possui	vantagens	sobre	o	método	de	enfestamento	com	carro	manual,	
pois	reduz	possíveis	problemas	de	tensionamento	do	tecido	e	alinha	as	ourelas	
de	forma	mais	prática	e	segura.
• Carro automatizado: também	 conhecido	 como	 enfestador	 eletrônico,	
comumente	integrado	com	os	softwares	de	modelagem	e	de	encaixe,	é	o	método	
de	enfestamento	mais	vantajoso.	O	carro	automatizado	 reduz	problemas	de	
tensionamento	 do	 tecido,	 alinhamento	 automático	 das	 ourelas,	 eliminação	
das	 bolhas	 de	 ar	 e	 diminuição	 do	 desperdício	 nas	 pontas	 do	 enfesto.	 Para	
aproveitamento	do	maquinário	e	energia	envolvida	no	processo,	a	programação	
de	corte	é	feita	para	enfestos	altos	e	compridos.
2.3 QUALIDADE NO CORTE 
Para	garantir	o	controle	de	qualidade	do	corte,	após	a	finalização,	deve-se	
verificar,	de	acordo	com	Rocha	(2002),	se	há	o	alinhamento	adequado	das	peças	
cortadas,	e	se	não	há	peças	dobradas.	Caso	existam,	estas	precisam	ser	corrigidas	
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TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE
159
2.4 MÁQUINAS DE CORTE 
Atualmente,	 existe	 uma	 grande	 variedade	 de	 tipos	 de	 maquinário	
disponíveis	no	mercado	para	o	corte	de	tecidos,	e	é	preciso	levar	em	consideração	
algumas	questões	para	a	escolha	adequada,	como	a	necessidade	de	produção,	a	
altura	do	enfesto	e	o	tipo	de	tecido.	Existe	risco	para	o	profissional	que	utilizar	
qualquer	uma	das	máquinas	de	corte,	por	isso,	é	sempre	necessário	a	utilização	
das	luvas	de	proteção.
•	 Lâmina	redonda	(máquina	de	disco):	Este	tipo	de	maquinário	é	utilizado	para	
enfestos	 com	 pouca	 altura.	Apesar	 de	 agilizar	 a	 produção,	 não	 possui	 boa	
precisão	para	curvas	acentuadas,	sendo	necessária	muita	atenção	do	cortador.	
Possui	uma	placa	de	base,	sobre	a	qual	fica	um	motor	elétrico,	além	de	uma	
alça,	para	o	cortador	direcionar	a	lâmina,	e	de	uma	lâmina	circular	rotatória.	
A	máquina	de	disco,	contida	na	figura	a	seguir,	é	uma	ferramenta	de	mão	que	
precisa	de	alimentação	por	cabo	aéreo.
ou	 descartadas.	 Ainda,	 confere-se	 a	 primeira	 peça	 do	 enfesto	 com	 a	 última,	
para	verificação	de	possível	variação	de	tamanho,	e,	por	fim,	deve-se	verificar	o	
casamento	das	peças.
O	corte	pode	 ser	 realizado	de	 forma	manual,	 com	 tesoura.	Esse	método	
não	é	utilizado	em	escala	industrial,	pois	não	é	possível	cortar	muitas	camadas	
de	tecido	de	uma	única	vez,	tendo,	por	consequência,	uma	baixa	produtividade.	
O corte manual é utilizado somente para corte de peças de piloto, e, dependendo 
do	tamanho	da	empresa,	pode	ser	utilizado	para	corte	de	mostruário.	Já	o	corte	
mecânico	é	realizado	com	o	auxílio	de	máquinas.	Atualmente,	há	muitas	opções	
de	maquinário	para	esse	fim,	e	as	principais	máquinas	de	corte	utilizadas	pela	
indústria	de	vestuário	serão	apresentadas	a	seguir.
FIGURA 25 – MÁQUINA DE DISCOFONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/electronic-cutter-that-being-used-
cutting-1719025219>. Acesso em: 24 mar. 2021. 
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•	 O	diâmetro	de	uma	lâmina	de	máquina	de	disco	costuma	variar	entre	6	cm	a	
20	cm,	sendo	que	as	máquinas	de	disco	menores	são	utilizadas	em	produção	
de	baixa	escala	ou	corte	de	mostruário	e	são	popularmente	conhecidas	como	
“bananinha”.
FIGURA 26 - MÁQUINA DE DISCO "BANANINHA"
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/dressmaker-cutting-fabric-on-sketch-
line-1719447268>. Acesso em: 24 mar. 2021.
•	 Lâmina	 vertical	 (máquina	de	 faca):	 utilizada	para	 enfestos	 de	 grande	 altura,	 a	
lâmina	vertical	possui	maior	precisão	do	que	a	máquina	de	disco.	Possui	uma	
placa	de	base,	geralmente,	apoiada	em	rolamentos,	para	 facilitar	o	movimento;	
um dispositivo na posição vertical, segurando uma lâmina reta vertical; e um 
aparelho	para	afiar.	A	placa	de	base	desliza	embaixo	das	camadas	de	tecido.	
Quanto	mais	rápido	a	 lâmina	se	movimenta,	mais	rápido	ela	corta	o	 tecido.	
Ao	 selecionar	 uma	 máquina	 de	 faca,	 é	 importante	 considerar	 a	 força	 que	
deve	ser	exigida	do	cortador,	que	a	movimenta	sobre	o	tecido.	Existem	facas	
com as extremidades onduladas para evitar o acúmulo de calor e fusionar 
materiais	 sintéticos.	 Diferentes	 velocidades	 nos	 golpes	 da	 lâmina	 também	
auxiliam	a	resolver	o	problema.	Também	é	uma	ferramenta	de	mão	e	precisa	
de	alimentação	de	energia	por	cabo.
FIGURA 27 – MÁQUINA DE LÂMINA VERTICAL
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/clothcutting-machine-masters-hands-
metal-glove-1687501162>. Acesso em: 24 mar. 2021.
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TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE
161
•	 Serra	fita:	este	tipo	de	maquinário	é	comumente	utilizado	para	complementar	o	
corte	de	algumas	peças,	 feito	pela	máquina	de	 lâmina	vertical,	pois	é	 indicada	
para	cortes	que	necessitam	de	grande	precisão,	como	peças	pequenas,	muito	
angulosas	ou	piques.	A	qualidade	do	corte	realizado	com	a	serra	fita	depende	
do	manejo	das	camadas	de	enfesto.	Alimentada	por	um	motor	elétrico,	com	
uma	lâmina	de	aço	montada	sobre	ele,	que	roda	continuamente,	a	máquina	é	
fixa	sobre	a	mesa	de	corte.	A	serra	fita	é	considerada	a	máquina	mais	perigosa	
entre	 as	máquinas	 de	 corte	 de	 comando	manual,	 por	 isso,	 é	 extremamente	
necessário	que	o	profissional	utilize	as	luvas	de	proteção.
FIGURA 28 – SERRA FITA
FONTE: <shutterstock.com/pt/image-photo/worker-using-cutter-large-machine-
cutting-1510054877>. Acesso em: 24 mar. 2021.
•	 Máquina	de	marcar	 furos:	utilizada	para	marcar,	com	furos,	especificidades	da	
modelagem,	como	localização	de	bolsos	e	detalhes.	Essa	máquina	perfura	todas	
as	camadas	de	tecido	de	uma	vez	só,	por	isso,	a	importância	de	ser	utilizada	
sempre	perpendicularmente	à	mesa	de	corte.
FIGURA 29 – FURADOR DE TECIDO
FONTE: A autora
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•	 Máquina	de	 corte	 automatizada:	 Integrada	 com	os	 softwares	de	 encaixe	 e	de	
enfestadeira automatizada, este método de corte possui a maior vantagem 
sobre	os	outros,	pois,	com	o	corte	completamente	automatizado,	aumentam-se	
a	qualidade	e	a	produtividade.	Para	melhor	aproveitamento,	é	utilizado	em	
grandes	produções	ou	por	empresas	que	terceirizam	o	corte	para	facções.	Com	
maior precisão de corte, a mesa permite a passagem de ar, criando um vácuo 
que	prende	o	tecido	à	mesa,	reduzindo	a	altura	das	camadas.
FIGURA 30 – MÁQUINA DE CORTE AUTOMATIZADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ulyanovsk-russia-december-3-2018-
industrial-1562970763>. Acesso em: 24 mar. 2021.
2.5 CORTE E ALTURA MÁXIMA DO ENFESTO
Independentemente do tipo de enfesto a ser executado, se par ou único, 
a	altura	máxima	do	enfesto	está	diretamente	 ligada	à	altura	de	capacidade	do	
maquinário	disponível,	portanto,	para	 tecidos	mais	grossos,	é	possível	realizar	
menos	 camadas	 de	 sobreposição	do	 que	 para	 tecidos	mais	 finos.	Contudo,	 os	
tecidos	 mais	 finos,	 quando	 escorregadios,	 devem	 ser	 enfestados	 com	 poucas	
folhas	de	 enfesto,	pois	 estas	podem	deslizar	no	momento	do	 corte.	Quando	o	
enfesto	 e	 o	 corte	 são	 automatizados,	 é	 possível	 colocar	mais	 camadas	 em	um	
enfesto.	Essas	informações	estão	contidas	na	ficha	técnica	do	produto.
FIGURA 31 – ALTURA MÁXIMA DO ENFESTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hand-glow-guiding-fabric-stack-
through-1448474387>. Acesso em: 24 mar. 2021.
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TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE
163
2.6 OUTROS EQUIPAMENTOS DE CORTE 
Além	dos	maquinários	utilizados	para	a	realização	de	enfestos	de	tecido	
em	uma	escala	industrial	de	confecção	de	vestuário,	outros	equipamentos	também	
são utilizados na sala de corte:
•	 Luvas	de	proteção:	geralmente,	feitas	de	malha	de	metal,	garantem	a	segurança	
dos	trabalhadores.
•	 Ferramenta	de	piques	manual:	utilizada	para	fazer	os	piques	necessários	que	
não	foram	feitos	durante	o	corte	do	enfesto.
•	 Spray	colante:	o	spray	é	utilizado	para	colar	a	 folha	do	risco	marcador	sobre	a	
última	camada	de	enfesto,	dessa	forma,	não	desliza	durante	o	processo	de	corte.
•	 Etiquetadora:	utilizada	para	marcar	a	 identificação	de	cada	parte	do	molde,	
cortada	no	enfesto.
FIGURA 32 – EQUIPAMENTOS DE CORTE
FONTE: A autora
EQUIPAMENTOS DE CORTE
Luva de malha
de aço
Spray colante
EtiquetadoraFerramenta de 
pique manual
Na indústria do vestuário, assim como em qualquer outra indústria, existe 
uma série de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que devem ser utilizados pelos 
trabalhadores. Cada maquinário e cada função exigem EPIs específicos, que são obrigatórios. 
Em uma sala de corte, dentro de uma confecção, os EPIs mais comuns são as luvas de 
malha de aço, os óculos de proteção e o protetor auricular.
NOTA
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
3 SALA DE CORTE EM UMA IDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
O	planejamento	e	a	execução	eficientes	da	produção	dependem,	também,	
do	 layout	 adequado	 dos	 setores	 produtivos,	 para	 atender	 às	 demandas	 de	
fabricação.	Uma	sala	de	corte,	na	indústria	de	vestuário,	pode	ser	organizada	de	
forma	tradicional	ou	automatizada,	em	ambas,	o	foco	deve	ser	a	eficiência	dos	
processos,	conforme	explicado	a	seguir.
3.1 SALA DE CORTE TRADICIONAL 
Em	uma	 sala	 de	 corte	 tradicional,	 todo	 o	 trabalho	 é	 realizado	de	 forma	
manual,	com	o	auxílio	de	ferramentas	específicas.	Para	que	o	fluxo	de	produção	
ocorra	de	 forma	 apropriada,	 é	 interessante	 que	 a	 sala	de	 corte	 esteja	 localizada	
próxima	ao	setor	de	estoque,	que	é	de	onde	vem	a	matéria-prima	para	o	corte,	e	do	
setor	de	costura,	que	é	para	onde	vão	as	peças	cortadas.
Uma	 sala	de	 corte	 tradicional	deve	 ter	 uma	 área	para	 enfesto,	 uma	
outra	 área	 para	 corte	 e,	 finalmente,	 uma	 área	 para	 descarte	 e	 para	
amarração	dos	pacotes	 com	os	moldes	 já	 cortados.	O	 recomendado	
é	 que	 a	 empresa	 invista	 em	 uma	 mesa	 que	 permita	 que	 os	 dois	
processos	 sejam	 feitos	 de	 forma	 contínua.	 [...]	 Na	 sala	 de	 corte	
tradicional,	todo	o	trabalho	é	feito	manualmente,	ou	seja,	você	precisa	
de, pelo menos, uma dupla de funcionários para fazer o enfesto e de 
outra	 dupla	 de	 funcionários	 para	 cortar	 o	 tecido	 que	 foi	 enfestado	 
(AUDACES,	2017,	p.	4).
3.2 SALA DE CORTE AUTOMATIZADA 
Com	os	avanços	tecnológicos	na	área	da	indústria	de	vestuário,	é	possível	
ter	 uma	 sala	 de	 corte	 totalmente	 automatiza,	 do	 enfesto	 ao	 corte.	 Empresas	
específicas	de	tecnologia	da	área	produzem	máquinas	integradas	aos	softwares	de	
modelagem	e	de	encaixe,	agilizando	e	integrando	todo	o	processo	de	produção.
Quando uma empresa automatiza o processo da sala de corte, uma das 
primeiras	mudanças	que	é	percebida	é	o	conceito	do	fluxode	trabalho.	
Agora,	 não	 são	 as	 pessoas	 que	mudam	 de	 lugar	 e	 que	 se	 revezam	
para	trabalhar.	Em	uma	sala	de	corte	automatizada,	é	o	enfesto	que	
se	desloca	e	que	muda	de	 lugar	 [...].	O	 layout	de	uma	sala	de	corte	
automatizada	 deve	 ser	 planejado	 para	 ter	 quatro	 áreas	 específicas:	
preparação de enfesto; enfesto; corte; e descarte e amarração dos 
pacotes	dos	cortes	que	vão	para	a	costura	(AUDACES,	2017,	p.	6).
A	automatização	da	sala	de	corte	é	extremamente	vantajosa	para	empresas	
com uma grande demanda de produção, pois aumenta a produtividade e agiliza 
a	 velocidade	 no	 processo	 de	 produção,	 além	 de	 minimizar	 erros,	 melhorar	
a	 qualidade	 e	 reduzir	 os	 custos.	 Com	 a	 automatização,	 é	 possível	 ampliar	 as	
atividades diárias de enfesto e de corte, pois são realizadas em menor tempo do 
que	se	fossem	feitas	manualmente.	
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TÓPICO 2 — TECNOLOGIA DE CORTE
165
4 PREPARAÇÃO PARA OUTRAS ETAPAS
Após	a	realização	do	corte	do	enfesto	de	 tecidos,	são	necessárias	algumas	
outras	 etapas	de	preparação	 antes	de	 enviá-lo	para	 o	processo	de	 costura.	De	
acordo	com	Rocha	(2002,	p.	97),	“depois	que	as	peças	estiverem	cortadas	em	pilhas,	
devem	ser	 identificadas	e	separadas	adequadamente,	para	facilitar	o	manuseio	
durante	as	operações	de	costura.	O	processo	de	preparação	para	outras	etapas	
envolve	a	contagem	das	peças,	a	separação	e,	posteriormente,	a	etiquetagem	e	o	
empacotamento.
FIGURA 33 – PREPARAÇÃO PARA OUTRAS ETAPAS
Contagem
das peças
Separação
das peças
Etiquetagem e
empacotamento
FONTE: A autora
• Contagem das peças: No	corte	manual	ou	no	automatizado,	estica-se	a	 folha	do	
risco	do	marcador	sobre	a	última	camada	do	enfesto.	Nesse	risco,	estão	todas	
as	 informações	de	cada	parte	do	molde	 incluídas	no	encaixe,	assim,	através	
dos	dados	em	cima	de	cada	pilha,	é	possível	identificar	cada	parte	do	molde.	
Não	fosse	isso,	o	processo	de	identificação	de	partes	e	de	tamanhos	seria	muito	
mais	 difícil.	Após	 a	 identificação	 das	 peças	 e	 do	 controle	 de	 qualidade	 do	
corte,	é	realizada,	então,	a	contagem	das	peças,	e	verificado	se	existiram	peças	
descartadas	por	defeito,	se	falta	alguma	parte	da	modelagem	que	precisa	ser	
cortada	novamente.
•	 Separação	 das	 peças:	 Para	 aproveitamento	 do	 maquinário	 e	 da	 energia,	 o	
enfesto pode ser realizado com duas ou com mais cores do mesmo tecido, 
ou	com	tecidos	diferentes,	que	apresentem	as	mesmas	características.	Ainda,	
há	a	possibilidade	de	um	mesmo	tecido	e	de	uma	mesma	cor	apresentarem	
tonalidade.	Isso	acontece	quando	dois	rolos	de	tecido	são	de	lotes	diferentes	e	
apresentam	uma	pequena	variação	de	cor.	Para	agilizar	o	processo	de	costura	
e	para	evitar	perda	de	tempo	com	a	troca	de	linha,	as	peças	são	separadas	por	
cor.	Para	evitar	problemas	de	tonalidade,	o	mais	adequado	é	separar	todas	as	
partes	de	uma	mesma	peça,	advindas	de	uma	única	camada	de	tecido.
•	 Etiquetagem	 e	 empacotamento: nesta	 etapa,	 é	 necessário	 garantir	 que	 não	
aconteça	a	mistura	entre	as	partes	 cortadas.	De	acordo	com	Rocha	 (2002,	p.	
97),	“cada	parte	componente	da	vestimenta	é	identificada	em	ordem	sequente,	
por	 meio	 de	 máquina	 de	 etiquetar	 carimbos.	 Essa	 identificação	 (etiqueta)	
deve	conter:	tamanho,	ordem	de	fabricação	e	n°	da	peça”.	Com	a	etiquetagem	
concluída,	é	possível	separar	as	pilhas	em	pacotes,	que	devem	conter	todas	as	
partes	de	cada	peça.
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166
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Coordenado pelo setor de Planejamento e Controle da Produção, o corte 
envolve várias etapas, como a preparação para o corte, o enfestamento, o 
corte	 propriamente	 dito,	 o	 controle	 de	 qualidade	 do	 corte,	 a	 separação	 e	 a	
etiquetagem	das	peças	cortadas.
•	 Os	fatores	que	devem	ser	considerados	no	momento	do	enfestamento	são:	o	
alinhamento,	a	tensão,	o	enrugamento	e	o	corte	nas	pontas	do	enfesto.	
• O enfestamento pode ser executado através dos seguintes métodos: manual, 
com	carro	manual,	com	carro	manual,	com	alinhador	de	ourelas	ou	com	carro	
automatizado.
•	 A	automatização	da	sala	de	corte	é	extremamente	vantajosa	para	empresas	com	
uma grande demanda de produção, pois aumenta a produtividade e agiliza a 
velocidade	no	processo	de	produção,	além	de	minimizar	erros,	de	melhorar	a	
qualidade	e	de	reduzir	os	custos.
•	 Após	 a	 realização	do	 corte	 do	 enfesto	 dos	 tecidos,	 são	 necessárias	 algumas	
outras	etapas	de	preparação	antes	de	enviá-lo	para	o	processo	de	costura.	O	
processo de preparação para outras etapas envolve a contagem das peças, a 
separação	e,	posteriormente,	a	etiquetagem	e	o	empacotamento.
167
1	 Para	realizar	um	enfesto,	é	necessário	conhecimento	das	técnicas	envolvidas	
no processo, pois um enfesto realizado de forma incorreta, gera muitos 
problemas	 e	 defeitos	 nas	 peças	 finais,	 podendo	 comprometer	 um	 lote	
inteiro	de	produção.	Classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	
as sentenças falsas:
(			)	 Enfesto	é	a	superposição	de	duas	ou	de	mais	folhas	de	tecido	para	fins	de	
corte.
(			)	O	tamanho	útil	da	mesa	de	corte	é	calculado	já	excluindo	o	espaço	perdido	
com	o	equipamento	de	corte	e	das	pontas.	
(			)	 Enfesto	único	é	aquele	no	qual	todas	as	folhas	do	tecido	a	ser	cortado	são	
superpostas	com	a	mesma	face	(direito	ou	avesso),	voltada	para	o	mesmo	
lado.	
(			)	 Se	o	tipo	do	molde	é	assimétrico,	o	enfesto	pode	ser	único	ou	ziguezague.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	V	–	F	–	F	–	F.	
b)	(			)	V	–	V–	V	–	F.
c)	 (			)	F	–	V	–	F	–	V.	
d)	(			)	F	–	V	–	V	–	F.	
2	 Atualmente,	existe	uma	grande	variedade	de	tipos	de	maquinário	disponíveis	
no mercado para o corte de tecidos, e é preciso levar em consideração algumas 
questões	para	a	 escolha	adequada,	 como	a	necessidade	de	produção,	de	
altura	do	enfesto	e	do	tipo	de	tecido.	Considerando	as	máquinas	utilizadas	
para	o	corte	de	enfestos	na	indústria	do	vestuário,	relacione	as	figuras	com	
o	nome	correto	para	cada	máquina	de	corte:
(			)	Máquina	de	furar	tecido	a	quente	
(			)	Máquina	de	corte	vertical
(			)	Máquina	de	corte	a	disco	do	tipo	bananinha
(			)	Máquina	de	corte	a	disco
AUTOATIVIDADE
168
A	sequência	CORRETA	é	o	que	se	afirma	em:
a)	(			)	4,	3,	2,	2.
b)	(			)	1,	3,	4,	2.
c)	 (			)	1,	4,	3,	2.
d)	(			)	3,	2,	1,	4.
3	 O	planejamento	e	a	execução	eficientes	da	produção	dependem	do	layout	
adequado	dos	setores	produtivos	para	atender	às	demandas	de	fabricação.	
Uma	sala	de	corte,	na	indústria	de	vestuário,	pode	ser	organizada	de	forma	
tradicional	ou	automatizada.	Em	ambas,	o	 foco	deve	 ser	a	 eficiência	dos	
processos,	 conforme	 explicado	 nos	 próximos	 tópicos.	 Nesse	 contexto,	
disserte acerca de como é uma sala de corte tradicional, além de uma sala 
de	corte	automatizada,	e	qual	é	mais	vantajosa.
4	 Após	a	realização	do	corte	do	enfesto	de	tecidos,	são	necessárias	algumas	
outras	etapas	de	preparação	antes	do	envio	para	o	processo	de	costura.	
De	 acordo	 com	 Rocha	 (2002,	 p.	 97),	 “depois	 que	 as	 peças	 estiverem	
cortadas	em	pilhas,	devem	ser	identificadas	e	separadas	adequadamente,	
para	facilitar	o	manuseio	durante	as	operações	de	costura.	O	processo	de	
preparação para outras etapas envolve a contagem das peças, a separação 
e,	 posteriormente,	 a	 etiquetagem	 e	 o	 empacotamento”.	 Descreva	 essas	
etapas	posteriores	ao	corte.
169
UNIDADE 3
TÓPICO 3 — 
FICHA TÉCNICA
1 INTRODUÇÃO
A	produção	de	uma	peça	de	vestuário	envolve	diversas	 tecnologias	de	
confecção.	Através	dos	maquinários	específicos,	utilizados	para	a	costura	e	para	
os	demais	processos,	é	possível	efetivar	as	linhas	de	confecção	de	roupas	em	escala	
industrial.	Devido	aos	avanços	tecnológicos	no	setor,	cada	vez	se	consegue	mais	
agilidade,	eficiência	e	padronização	dos	processos,	e,	em	decorrência,	qualidade	
das	peças	e	redução	de	custos.	Para	orientar	e	para	organizar	toda	a	produção,	é	
necessáriaa	ficha	técnica	de	cada	artigo.
A	ficha	técnica	é	um	documento	importante	dentro	do	processo	industrial	
de	 fabricação	de	uma	peça	de	vestuário,	pois	 acompanha	o	fluxo	do	processo	
desde	a	 concepção	de	um	produto	até	a	finalização	e	a	embalagem.	Dentre	as	
muitas	 etapas	 de	 produção	 nas	 quais	 uma	 ficha	 técnica	 é	 necessária,	 estão	 o	
desenvolvimento, a modelagem, a pilotagem, o corte, a costura, a lavanderia, 
a	 estamparia,	 a	 aviamentação	 e	 os	 acabamentos,	 além	de	 ser	 utilizada	 para	 o	
controle	dos	processos	e	para	a	elaboração	dos	custos	e	do	preço	da	peça.
Acadêmico,	no	Tópico	3,	 abordaremos	 como	a	 tecnologia	da	 confecção	
é	 aplicada	 na	 indústria	 de	 vestuário,	 além	 dos	 maquinários	 e	 dos	 acessórios	
utilizados,	das	técnicas	de	execução	para	tecido	plano	e	para	malharia	e	noções	
de	acabamentos.	Também	falaremos	da	importância	da	ficha	técnica	de	vestuário,	
do	 desenho	 técnico	 e	 das	 especificações	 para	 a	 confecção	 de	 uma	 peça.	 Por	
fim,	 explicaremos	 a	 sequência	 operacional	 de	montagem	de	 um	produto,	 dos	
maquinários	e	dos	profissionais	envolvidos	em	cada	processo.
2 TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
A	 construção	 de	 uma	 peça	 de	 vestuário	 em	 escala	 industrial	 envolve	
diversas	tecnologias,	utilizando	ferramentas	e	maquinários	específicos,	visando	
eficiência	 e	produtividade.	A	 costura	 é	 a	parte	principal	na	 confecção	de	uma	
peça de roupa, responsável por unir todas as partes de uma mesma peça cortadas 
através	dos	moldes,	 interferindo	diretamente	na	qualidade	do	produto	final.	É	
um	processo	particularmente	complexo	e	de	difícil	automatização.
Costuras representam o jeito mais simples de unir duas ou mais partes 
de	um	material	na	construção	do	vestuário.	A	quantidade	de	margem	de	costura	
adicionada	varia	de	acordo	com	o	tipo	de	costura	utilizado	e,	em	geral,	apresenta-se	 
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170
UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
na	 parte	 interna	 da	 roupa.	As	 costuras	 também	 são	 usadas	 para	 criar	 formas	
e	 para	 causar	 impacto	 de	 design	 de	 uma	 peça.	Algumas	 possuem	 função	 na	
estruturação	de	partes	de	uma	roupa,	enquanto	outras	são	usadas	para	efeitos	de	
design.	Existem	alguns	pontos	a	serem	considerados	durante	a	escolha	da	melhor	
costura	 para	 a	 construção	 de	 uma	 peça.	Diferentes	 tecidos	 e	 estilos	 requerem	
costuras	diferentes.
Para	 a	 etapa	 da	 costura,	 com	 a	 ficha	 técnica,	 a	 peça-piloto	 é	 analisada	
para,	de	acordo	com	Tarso	e	Neusa	(2019),	orientar	o	planejamento	da	produção	
das	peças,	adaptando-se	à	sequência	de	montagem	do	produto	e	ao	maquinário	
existente	 na	 linha	 de	 produção	 de	 cada	 empresa.	 Os	 autores	 afirmam	 que	 a	
costura	pode	ser	feita	internamente	ou	terceirizada.	Nesse	último	caso,	os	lotes	
são	 separados	 e	 encaminhados	 para	 as	 facções	 ou	 para	 os	 profissionais	 de	
costura	contratados	para	o	serviço.	Ao	retornarem,	as	peças	são	conferidas	pelos	
revisores.	Quando	o	processo	de	costura	acontece	dentro	da	empresa,	o	controle	
de	qualidade	é	realizado	pelos	supervisores	de	produção.
A	 confecção	 de	 uma	 peça	 de	 roupa,	 dependendo	 da	 complexidade,	
pode	 exigir	 a	 utilização	 de	 vários	 tipos	 de	 máquinas	 de	 costura,	 pois,	 para	
produzir	 determinado	 tipo	 de	 costura,	 é	 necessário	 utilizar	 a	 máquina	 certa,	
convenientemente	afinada	e	com	os	acessórios	próprios	para	a	produção	desse	
tipo	de	costura	da	forma	mais	eficaz	e	no	mais	curto	espaço	de	tempo.
Importante	ressaltar	que	a	qualidade	da	costura	depende	da	associação	dos	
seguintes	 fatores:	maquinário,	 linha	 de	 costura,	 tecido,	 operador	 e	 concepção	 do	
produto.	Assim,	para	executar	a	confecção	de	uma	peça	de	vestuário,	é	necessário	
conhecer	 as	 tecnologias	 disponíveis	 e	 adequadas	 para	 cada	 tipo	 de	 necessidade,	
como	os	maquinários	de	costura,	os	acessórios	e	as	técnicas	de	costura	para	tecido	
plano	e	para	malharia,	assuntos	que	serão	abordados	mais	adiante.
2.1 MAQUINÁRIOS DE COSTURA
Desde	 a	 invenção,	 no	 século	XVIII,	 as	máquinas	de	 costura	 agilizaram	
o	 processo	 e	 tornaram	 possível	 o	 início	 da	 produção	 de	 roupas	 em	 série.	 O	
mecanismo	 de	 uma	máquina	 de	 costura	 funciona	 de	 uma	 forma	 simples,	 no	
entanto,	 o	 maquinário,	 em	 si,	 pode	 parecer	 ser	 complexo,	 com	 engrenagens,	
polias	e	motor.
A	função	da	máquina	de	costura	é	a	produção	de	uma	cadeia	de	laçadas	
de	 linha	 interligadas	 numa	 pequena	 secção	 do	 tecido.	 As	 máquinas	 simples	
elaboram	 a	 costura	 através	 do	 sistema	 de	 ponto	 entrelaçado:	 com	 a	 linha	
passada	pelo	 olhal	 da	 agulha,	 a	máquina	 introduz	parte	da	 agulha	no	 tecido,	
em	movimentos	de	cima	para	baixo.	Quando	a	agulha	e	a	linha,	passadas	pelo	
tecido,	 estão	 na	 parte	 inferior	 da	 máquina,	 forma-se	 um	 laço.	 O	 mecanismo	
inferior	da	máquina,	chamado	de	gancho	da	lançadeira,	entrelaça	esse	laço	com	
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
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a	 linha	que	 foi	colocada	na	bobina,	 formando	um	ponto.	As	antigas	máquinas	
de	costura	manuais	acionam	o	mecanismo	através	de	um	pedal,	e	as	máquinas	
atuais	trabalham	com	motor	elétrico.
É	 requisito	 básico,	 de	 todas	 as	 máquinas	 de	 costura,	 uma	 perfeita	
sincronização	dos	movimentos	da	agulha	e	do	gancho	da	lançadeira,	
de	modo	a	levar	a	linha	da	agulha	e	a	da	bobina	a	formarem	o	ponto.	Os	
discos	tensores	e	as	guias	da	linha,	peças	comuns	a	todas	as	máquinas,	
ajudam	a	controlar	o	correr	daquelas	linhas	(SMITH,	2014,	p.	24).	
As	máquinas	de	costura	se	diferem	entre	as	domésticas	e	as	industriais.	
As	máquinas	de	costura	domésticas	são	ideais	para	fazer	reparos	e	construção	de	
roupas	em	baixa	escala.	São	leves	e	podem	ser	transportadas	e	guardadas	de	forma	
simples,	e	se	caracterizam	pela	facilidade	de	manuseio	e	de	versatilidade.	Uma	
mesma	máquina	pode	realizar	várias	funções,	como	costurar	reto,	em	ziguezague,	
pontos	 decorativos	 e	 fazer	 caseado.	 Assim,	 a	 seguir,	 serão	 apresentadas	 as	
máquinas	domésticas	de	costura	reta	e	overlock.
FIGURA 34 – MÁQUINAS DOMÉSTICAS
FONTE: Adaptada de <https://loja.singer.com.br/>. Acesso em: 24 mar. 2021.
MÁQUINAS DOMÉSTICAS
Reta Overlock
As	máquinas	de	 costura	 industriais	 são	utilizadas	para	a	produção	em	
larga	 escala,	 pois	 são	mais	 resistentes,	 rápidas	 e	 com	grande	potência.	Ainda,	
podem	se	dividir	entre:	máquinas	simples;	máquinas	simples	com	dispositivos	
de	cortes	de	linha,	posicionamento	de	agulha	e	arremate	automático;	máquinas	
semiautomáticas,	 que	 trabalham	 controladas	 por	 um	 pequeno	 processador;	
máquinas	 automáticas,	 que	 não	 necessitam	 de	 operador	 para	 determinados	
processos;	e,	por	fim,	máquinas	de	costura	completamente	automatizadas,	que	
trabalham	sem	operador.
As	máquinas	de	costura	também	podem	ser	classificadas	como	normais	
ou	especiais,	conforme	as	funções	que	desempenham.	As	máquinas	consideradas	
normais	 são	 aquelas	 que	 fazem	 costuras	 e	 pespontos,	 enquanto	 as	 especiais	
executam	outros	tipos	de	operações,	como	bordar,	casear	e	pregar	botões.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
FIGURA 35 – CLASSIFICAÇÃO MÁQUINAS DE COSTURA
FONTE: A autora
MÁQUINAS DE COSTURA
•	Reta	
• Ziguezague 
• Pesponto 
• Overlock 
• Interlock 
•	Galoneira
Normais Especiais
• Bordadeira 
• Caseadeira 
• Botoneira 
• Travete
Dentre	as	máquinas	consideradas	normais,	está	a	máquina	de	costura	reta,	
a	mais	utilizada	na	confecção	de	vestuário.	Empregada	para	operar,	com	precisão,	
diversos	 tipos	 de	 tecidos,	 e,	 como	 o	 próprio	 nome	 diz,	 faz	 costuras	 em	 linha	
reta,	para	iniciar	e	finalizar	cada	costura,	deve-se	utilizar	a	função	retrocesso	da	
máquina,	ativada	por	uma	alavanca	ou	por	um	botão,	fazendo	alguns	pontos	para	
frente	e	para	trás,	com	o	objetivo	de	reforço,	para	que	a	costura	não	desmanche.A	máquina	que	realiza	a	costura	em	ziguezague	pode	ser	utilizada	para	
acabamentos,	de	forma	decorativa,	ou	para	rebater	elásticos.	A	pespontadeira	é	
a	máquina	que	executa	o	pesponto,	um	tipo	de	costura	com	pontos	mais	largos,	
que	serve	para	 reforçar	e	ornamentar,	utilizada	como	acabamento	externo	das	
peças	com	linha	específica.	Normalmente,	mais	grossa,	costuma	ser	utilizada	em	
jeanswear	e	jaquetas.
A	máquina	overlock	tem	duas	funções:	executar	a	costura	e	cortar	o	tecido	
que	sobra	rente	à	costura.	O	ponto	da	overlock	utiliza	três	tipos	de	fios:	um	alimenta	
a	agulha	e,	os	outros	dois,	os	loopers,	enquanto	uma	faca	corta	o	tecido,	dessa	
forma,	o	ponto	chuleia	o	tecido.	Utilizada	para	fechar	tecidos	com	elasticidade	e	
malharia,	ou	para	dar	acabamento	em	tecidos	planos,	para	que	estes	não	desfiem.	
Já a interlock	é	mais	completa	em	comparação	à	overlock.	Trabalha	com	quatro	
fios	 e,	 além	de	 fazer	 o	ponto	de	 overlock,	 realiza,	 próximo	 a	 ele,	 um	ponto	de	
segurança	em	linha	reta.	
Chulear é o ato de coser (costurar) ligeiramente a orla de qualquer tecido 
cortado, para que não desfie. Realizar o acabamento no tecido que está sendo costurado.
NOTA
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
173
A	máquina	 galoneira,	 também	 conhecida	 como	 cobertura,	 é	 utilizada,	
principalmente,	para	fazer	barras	em	tecidos	de	malha	ou	com	muita	elasticidade,	
garantindo	que	a	costura	não	se	rompa	ao	vestir.	Possui	um	trançador	na	parte	
superior	e	um	na	inferior,	e	o	ponto	parece	um	chuleio	do	lado	de	cima	do	tecido,	
posicionado	 na	 máquina,	 já	 embaixo	 aparecem	 apenas	 duas	 carreiras	 retas	 
de	costura.
FIGURA 36 – MÁQUINAS NORMAIS
FONTE: Adaptada de <https://loja.singer.com.br/>. Acesso em: 24 mar. 2021.
MÁQUINAS NORMAIS
Reta
Responto
Interlock
Ziguezague
Overlock
Galoneira
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Já	 as	 máquinas	 consideradas	 especiais	 são	 aquelas	 que	 se	 limitam	
apenas	 à	 determinada	 função,	 como	 a	 caseadeira,	 que	 permite	 diversos	 tipos	
de programação para executar um caseado, mas fazer caseados é a sua única 
operação.	A	seguir,	serão	apresentadas	a	bordadeira;	a	caseadeira;	a	botoneira,	
que	tem,	como	função,	pregar	botões	nos	tecidos;	e	a	máquina	de	travete.
FIGURA 37 – MÁQUINAS ESPECIAIS
FONTE: Adaptada de <https://loja.singer.com.br/>. Acesso em: 24 mar. 2021.
MÁQUINAS ESPECIAIS
Bordadeira Caseadeira
Botoneira Travete
As	 máquinas	 bordadeiras,	 com	 tecnologia	 mais	 avançada,	 possuem	
diversas	 opções	 de	 ajustes	 para	 executar	 os	 bordados.	 Algumas	 contêm	 tela	
sensível	ao	 toque	e	entrada	USB	para	passar	o	desenho	realizado	em	software	
específico	diretamente	para	a	máquina.	Esses	desenhos	devem	estar	no	formato	de	
arquivo	adequado	para	que	a	máquina	interprete	e	possa	executar	com	precisão.
A	 caseadeira	 é	 utilizada	 para	 fazer	 casas	 nas	 peças	 de	 vestuário.	 É	 o	
meio	pelo	 qual	 passa	 o	 botão.	A	máquina	 excuta	 o	 chuleiro	 e	 o	 corte	da	 casa	
em	tecidos	planos	e	na	malharia.	Atualmente,	existem	máquinas	eletrônicas	nas	
quais	é	possível	programar	o	tamanho	e	o	tipo	de	caseado.	Enquanto	a	botoneira	
TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
175
é	a	máquina	responsável	por	pregar	o	botão	no	tecido,	normalmente,	pode	ser	
programada	para	botões	de	dois	ou	de	quatro	furos.	A	botoneira	também	pode	ser	
utilizada	para	costurar	outros	elementos	decorativos,	como	laços.	Já	a	máquina	
travete executa uma costura, em ziguezague, de curto comprimento, utilizada 
para fazer reforços aplicados em pontos vulneráveis de costuras, principalmente, 
em	jeanswear.
2.2 AGULHAS DE MÁQUINA
Cada	máquina	de	costura	utiliza	um	tipo	determinado	de	agulha	para	o	
funcionamento.	Cada	tipo	específico	pode	possuir	diferentes	espessuras	e	tipos	
de	ponta,	adequado	para	tipos	distintos	de	tecidos.	De	modo	geral,	quanto	mais	
leve	o	tecido,	mais	fina	deve	ser	a	agulha,	e,	quanto	mais	pesado	o	tecido,	mais	
grossa	a	agulha.	Algumas	máquinas	também	aceitam	modelos	de	agulhas	duplas	
ou	triplas,	utilizados	para	costuras	decorativas.
Quanto	aos	tipos	de	pontas,	segundo	Smith	(2014),	a	agulha	de	ponta	fina	
é a mais utilizada e considerada como comum, versátil para costurar diversos 
tipos	de	tecido.	Pode	ser	encontrada	na	numeração	entre	70-110	(9-18).	A	ponta	
arredondada	 é	 indicada	 para	 costurar	 tecidos	 na	malharia,	 pois,	 dessa	 forma,	
penetra	o	tecido	sem	cortar	os	fios	da	trama.	Pode	ser	achada	na	numeração	entre	
70-100	(9-16).	Já	a	ponta	facetada	é	recomendada	para	costurar	couro,	materiais	
vinílicos	e	similares,	na	numeração	entre	80-110	(11-18).
FIGURA 38 – PONTAS DE AGULHA
FONTE: Adaptada de Smith (2014)
AGULHAS
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
2.3 ACESSÓRIOS E APARELHOS
Para	 tornar	 a	máquina	 de	 costura	mais	 versátil	 e	 com	 a	 possibilidade	
de	 realizar	 diferentes	 processos,	 existem	 os	 acessórios	 para	máquinas	 para	 as	
domésticas	e	para	as	indústrias.	Esses	acessórios	podem	ser	acoplados	às	máquinas	
retas	simples	ou	em	ziguezague,	para	que	executem	determinada	função	que	não	
conseguiriam	sem	o	equipamento.	Cada	máquina	exige	aparelhos	e	acessórios	
específicos	para	o	modelo.	Dentre	os	principais	utilitários	do	tipo,	destacam-se	os	
calcadores,	acessórios	para	pregar	viés	ou	elástico,	guias	ou	bitolas	e	discos	para	
padrão	de	pontos.
O	 calcador,	 conhecido,	 informalmente,	 como	 pezinho	 de	 máquina	 ou	
sapatilha,	encontra-se	próximo	à	agulha,	e	é	responsável	por	pressionar	o	tecido	
contra	a	base,	mantendo-o	no	lugar	enquanto	é	formado	o	ponto.	O	impelente,	
também	conhecido	como	dentes	da	máquina,	faz	o	tecido	avançar	para	acontecer	
o	processo	de	costura.	
Os	acessórios	para	casear	existem	para	as	máquinas	de	ponto	reto	e	
para	as	de	ponto	de	ziguezague.	No	primeiro	caso,	executam	pontos	
semelhantes	aos	de	ziguezague,	deslocando	o	tecido	para	trás	e	para	
frente	 sob	 a	 agulha.	Nas	máquinas	de	ponto	de	 ziguezague,	 guiam	
o tecido automaticamente, para executar a casa, sem necessidade de 
deslocar	a	mão	do	tecido	(SMITH,	2014,	p.	40).
Diversos	 são	os	modelos	de	 calcadores	para	 a	máquina	disponíveis	no	
mercado,	 como	 calcador	para	 zíperes	 simples,	 que	possui	 pé	 somente	 em	um	
lado	da	agulha,	próprio	para	executar	 costuras	nas	quais	um	 lado	do	 tecido	é	
mais	volumoso;	calcador	para	zíper	invisível,	que	possui	o	encaixe	bem	ajustado	
para	esse	tipo	de	zíper;	pé	para	franzir,	com	estrutura	que	possibilita	franzir	a	
extensão	do	tecido	enquanto	costura;	pé	calcador	para	nervuras,	utilizado	com	
uma	agulha	dupla,	que	executa	costuras	do	dois	lados	do	tecido,	formando	uma	
nervura	no	meio;	e	o	calcador	para	fazer	caseado	e	o	calcador	para	pregar	botões.	
Assim,	 a	 seguir,	 ilustraremos	os	 calcadores	 apresentados,	mas	 existem	muitos	
outros	com	variadas	funções.
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
177
FIGURA 39 – CALCADORES
FONTE: A autora
Os	acessórios	para	pregar	viés	são	acoplados	à	base	da	máquina	de	costura	
reta,	em	frente	à	agulha.	Possibilitam	pregar	a	tira	de	viés	ou	de	debrum	ao	tecido	
com	 facilidade,	pois	 a	 tira	de	viés	 é	dobrada,	 automaticamente,	 ao	passar	por	
dentro	do	aparelho,	e	posicionada	corretamente,	envolvendo	a	beirada	do	tecido	
que	deve	ser	costurada.
FIGURA 40 – ACESSÓRIO PARA VIÉS
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/493073859195372190/>. Acesso em: 24 mar. 2021.
CALCADORES
Para zíper
invisível Para franzir
Para fazer
nervuras
Para zíper
comum
Para casear Pregarbotão
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
As	guias	ou	as	bitolas	são	acessórios	que	servem	para	orientar	o	tecido	a	ser	
costurado	a	uma	distância	fixa	determinada	a	partir	de	uma	linha	estabelecida.	O	
guia	para	acolchoados,	por	exemplo,	pode	ser	acoplado	ao	calcador,	orientando	a	
costura	para	que	mantenha	sempre	o	mesmoafastamento	um	do	outro.	Já	a	bitola	
pode	ser	fixada	na	base	da	máquina	de	costura	e	limitar	uma	distância	em	relação	
à	agulha,	que	pode	ser	regulada.	O	guia	magnético	tem	um	ímã	acoplado,	e	basta	
posicioná-lo	na	base	da	máquina	para	definir	o	distanciamento.
FIGURA 41 – GUIAS E BITOLAS
FONTE: A autora
GUIAS E BITOLAS
Guia para
edredom Bitola
Guia
magnético
2.4 TÉCNICAS DE EXECUÇÃO: TECIDO PLANO E 
MALHARIA
Confeccionar	 uma	 peça	 de	 vestuário	 com	 o	 auxílio	 de	 máquinas	 de	
costura	 é	 muito	 mais	 rápido	 e	 prático	 em	 comparação	 à	 forma	 manual.	 No	
entanto, é preciso aplicar as técnicas corretas para cada tipo de tecido, além de 
maquinário,	de	agulhas	e,	se	necessário,	de	acessórios,	para	obter	uma	peça	com	
costura	de	qualidade.	A	sequência	operacional	e	os	acabamentos	exigidos	devem	
vir	explicitados	na	ficha	técnica	de	cada	produto.
Sendo,	 a	 costura,	 o	 elemento	 estrutural	 básico	de	 qualquer	peça	de	
vestuário,	a	formação	deve	exigir	grande	cuidado.	O	tecido	determina	
a	regulagem	da	máquina	no	que	se	refere	ao	comprimento	do	ponto,	
à	tensão	e	à	pressão.	A	linha	deve	condizer	com	o	tecido.	Geralmente,	
coloca-se	 o	 tecido	 direito	 contra	 direito,	 embora,	 em	 alguns	 casos,	
o	 avesso	 fique	 contra	 o	 avesso.	 Se	 bem	 que	 a	 largura	 padrão	 para	
costuras	 seja	 de	 15mm,	 verifique	 sempre,	 no	 molde,	 quaisquer	
indicações	relativas	especiais	(SMITH,	2014,	p.	159).
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
179
Tecidos	 planos	 e	 malharia	 exigem	 técnicas	 de	 execução	 de	 costura	
diferentes,	 devido	 à	 construção	 e,	 em	 função	 disso,	 maquinários	 e	 acessórios	
diferentes	 também.	O	 tecido	plano	 é	 fabricado	 através	do	 entrelaçamento	dos	
fios	de	urdume	e	de	trama,	possui	boa	resistência	e	pouca	elasticidade,	apenas	
levemente	no	sentido	enviesado,	entretanto,	é	possível	acrescentar	elasticidade	
a	 um	 tecido	 plano	 através	 da	 utilização	 de	 fibras	 elásticas	 na	 composição,	 
como	elastano.
As	 bordas	 das	 peças	 confeccionadas	 em	 tecido	 plano	 precisam	 de	
acabamento	 para	 não	 desfiar,	 e	 a	 forma	 mais	 simples	 e	 mais	 barata	 para	
solucionar,	 em	 um	 processo	 industrial,	 é	 passar	 as	 bordas	 internas	 da	 peça	
na	máquina	 overlock.	Acabamentos	 em	 viés	 e	 em	 debrum	 também	podem	 ser	
aplicados,	 interna	ou	externamente.	Para	fazer	a	barra,	pode-se	passar	a	borda	
na overlock,	para	acabamento,	e,	depois,	dobrar	uma	vez	e	costurar	com	máquina	
reta.	 Já	as	bainhas	são	executadas	dobrando	duas	vezes	o	 tecido	e	passando	a	
costura,	independentemente	do	tamanho	da	dobra.
FIGURA 42 – BARRAS E BAINHAS
FONTE: A autora
Tecidos	muito	 leves	 e	 finos	 podem	 ser	mais	 difíceis	 de	manusear	 e,	 por	
vezes,	 escorregadios,	por	esse	motivo,	algumas	 técnicas	específicas	costumam	ser	
aplicadas.	As	agulhas	mais	finas	são	 indicadas	para	costurar	 tecidos	 leves,	assim,	
deve-se	testar	a	melhor	numeração	de	agulha	para	o	tecido	a	ser	utilizado,	além	de	
reduzir	a	largura	do	ponto.	Caso	necessário,	pode-se	prender,	com	alfinetes,	o	
tecido	a	um	papel	fino,	para	evitar	que	o	tecido	se	desloque	ao	costurar.	Para	os	
acabamentos	internos,	pode-se	utilizar	a	costura	francesa	ou	o	viés,	e,	para	as	
barras,	a	técnica	mais	indicada	é	a	bainha	enrolada.
BARRAS E BAINHAS
Barra Bainha
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
FIGURA 43 – ACABAMENTOS EM TECIDOS LEVES
FONTE: A autora
Costura
francesa
ACABAMENTOS EM TECIDOS LEVES
Viés
No	processo	de	confecção	de	uma	peça	de	vestuário,	passar	a	ferro	não	é	
somente	necessário	na	finalização,	mas,	também,	para	algumas	etapas	de	costura,	
pois	facilita	a	fixação	de	algumas	partes	que	necessitam	ser	unidas,	como	pences,	
bolsos,	 pregas	 e	 outros	 acabamentos.	 É	 importante	 sempre	 testar	 o	 ferro	 em	
retalho	do	mesmo	tecido	da	peça,	passar	pelo	lado	avesso	e	não	colocar	o	ferro	
por	cima	de	alfinetes,	pois	estes	podem	estragar	o	tecido	e	o	ferro.
A	malharia	pode	ser	dividida	em	circular	ou	retilínea.	A	malharia	circular	
é	construída	através	de	laçadas	e	gera	um	tecido	tubular,	enquanto	a	malharia	
retilínea	é	tramada	similarmente	ao	tricô,	utilizando	um	mesmo	fio	para	produzir	
laçadas	 sucessivas.	 Tecidos	 em	 malharia	 possuem	 elasticidade	 em	 ambos	 os	
sentidos,	e	 tendem	a	enrolar	quando	são	cortados.	A	maioria	apresenta	o	 lado	
direito	mais	liso	do	que	o	avesso,	devido	à	forma	de	confecção.
Unir	um	ou	mais	fios	em	uma	série	de	laçadas	interligadas	gera	um	tecido	
de	malha.	As	linhas	horizontais	de	malha	são	conhecidas	como	“carreiras”,	e,	as	
verticais,	“colunas”.	Malhas	e	tecidos	com	elastano	são	confortáveis,	em	virtude	
da	elasticidade.	Contudo,	é	preciso	ter	cuidado	ao	trabalhar	com	esses	tecidos,	
pois	a	passadoria	e	o	calor	podem	fazer	com	que	perca	a	forma.
Devido	às	características	de	construção	e	de	tecelagem,	as	malhas	exigem	
métodos	específicos	de	confecção	para	manter	a	elasticidade	e	não	arrebentar	as	
costuras.	Quando	a	malha	for	esticada,	deve	ser	costurada	com	linha	totalmente	
de	 poliéster,	 mista,	 com	 algodão,	 ou	 de	 náilon.	 Necessitam	 de	 maquinário	
especializado, como a overlock,	para	unir,	além	da	galoneira,	das	bainhas	e	das	
agulhas	com	a	ponta	arredondada.	Para	acabamentos	de	barra,	também	pode	ser	
aplicado	viés	ou	debrum,	colocar	fita	ou	renda	com	elasticidade	e,	ainda,	cortar	
as	bordas	a	fio,	para	que	não	desfiem.	
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
181
FIGURA 44 – ACABAMENTOS EM MALHAS
FONTE: A autora
Overlock
ACABAMENTOS EM MALHAS
Galoneira
Aplicar	 fechos	 em	 tecidos	 de	 malharia	 pode	 ser	 uma	 tarefa	 delicada,	
como	zíper,	velcro	ou	botões.	A	autora	sugere	a	aplicação	de	entretela	ou	de	fita,	
sem	elasticidade,	 na	parte	 na	 qual	deve	 ser	 colocado	o	 fecho,	 no	 lado	 interno	
ou	 no	 externo,	 para	 restringir	 o	 movimento	 e	 o	 consequente	 esticamento	 da	
malha.	As	malhas	 também	necessitam	de	 cuidados	 especiais	na	passadoria.	A	
temperatura	do	ferro	de	passar	não	pode	ser	muito	elevada,	dando	preferência	
para	a	vaporização	das	costuras.
3 FICHA TÉCNICA
A	estrutura	de	uma	ficha	técnica	deve	envolver	a	descrição	de	todas	as	
etapas	 de	 produção,	mas	 o	 formato	 não	 é	 padronizado,	 e	 deve	 ser	 elaborado	
dependendo	 das	 informações,	 das	 utilizações	 e	 das	 necessidades	 de	 cada	
empresa,	que	desenvolve	o	modelo	de	acordo	com	os	interesses.	Os	critérios	são	
estabelecidos	conforme	o	tipo	de	produto	e	a	organização	da	produção.
Além	 de	 detalhar	 todos	 os	 processos	 de	 produção,	 da	 ficha	 técnica,	
extraem-se	as	informações	para	o	cálculo	e	para	a	compra	de	insumos,	além	da	
formulação	do	preço	de	venda.	De	acordo	com	Hopikins	(2011,	p.	88),	“a	ficha	
técnica	inclui	informações	necessárias	para	a	confecção	de	uma	peça	de	roupa	em	
relação	aos	custos	unitários,	como	todos	os	acabamentos	e	os	detalhes	de	design,	
que	podem	incluir	etiquetas	ou	um	logotipo	bordado”.
A	quantidade	exata	de	matéria-prima	consumida	em	uma	peça	está	
descrita	na	ficha	técnica	do	produto.	O	setor	de	custos	deve	calcular	
o	investimento	necessário	para	cada	item	consumido	a	partir	da	ficha	
técnica,	considerando	possíveis	percentuais	de	perda	e	de	desperdício,	
o	crédito	de	ICMS	que	a	empresa	recebe	na	aquisição	da	matéria-prima	
e	as	despesas	de	frete	para	que	essa	matéria	chegue	até	as	unidades	de	
produção	(TREPTOW,	2003,	p.	177).
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182
UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
O	 formato	 da	 ficha	 técnica	 pode	mudar	 de	 empresa	 para	 empresa,	 de	
acordo	 com	 as	 necessidades,	 porém,	 de	 acordo	 com	 Treptow	 (2003),	 existem	
alguns	campos	fundamentais	que	devem	estar	presentes:	dados	de	identificação,	
insumos	 diretos,	 elementos	 decorativos	 e	 beneficiamentos,	 insumos	 indiretos,	
sequência	de	operações	e	desenho	técnico.	
3.1 DESENHO TÉCNICO
Na	indústria	devestuário,	o	desenho	técnico	é	uma	das	etapas	de	maior	
importância	 para	 a	 perfeita	 interpretação	do	modelo	 e,	 consequentemente,	 da	
confecção	do	produto	final.	O	desenho	técnico	tem,	como	finalidade,	transmitir	
o	conceito	criado	pelo	setor	de	estilo	para	determinada	peça,	para	a	equipe	de	
modelagem	e	de	pilotagem	e,	posteriormente,	ao	setor	de	produção.	A	intenção	é	
fornecer	informações	precisas	acerca	de	como	deve	ser	confeccionado	o	produto,	
por	isso,	a	riqueza	de	detalhes	é	importante.	
FIGURA 45 – DESENHO TÉCNICO
FONTE: A autora
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TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
183
No	 desenho	 de	moda,	 uma	 peça	 de	 vestuário	 sobreposta	 a	 um	 corpo	
humano	sofre	alterações	e	distorções	de	movimento	e	de	perspectiva,	devido	aos	
volumes	do	corpo,	ao	planejamento	do	tecido	e	aos	efeitos	de	luz	e	de	sombra	
da	 ilustração.	No	desenho	técnico,	essas	variáveis	são	descartadas,	e	a	peça	de	
vestuário é traçada de maneira plana e proporcional, permitindo a compreensão 
totalitária	dos	elementos	pelos	profissionais	responsáveis	pelo	setor	de	produção	
e	de	confecção	(CAMARENA,	2011).
O	 desenho	 técnico	 é,	 comumente,	 chamado,	 também,	 de	 desenho	
planificado,	 ou	 de	 especificação.	 Os	 desenhos	 planificados,	 de	 acordo	 com	
Hopikins	(2011,	p.	88),	“exigem	uma	abordagem	mais	formal	[...],	isso	porque	o	
desenho	planificado	está	inserido	em	um	contexto	industrial,	intimamente	ligado	
às	especificações	de	fabricação	e	às	instruções	da	folha	de	corte”.
O	 desenho	 planificado	 (desenho	 com	 especificações	 técnicas)	 tem	
um aspecto mais técnico e preciso, e é feito em estilo linear, para 
transmitir	informações	técnicas	detalhadas.	O	desenho	é	apresentado	
em	 uma	 folha:	 a	 ficha	 técnica,	 documento	 que	 a	 empresa	 usa	 para	
fins	de	produção	e	que	contém	informações	técnicas	essenciais,	como	
processos	 de	 montagem,	 tecidos,	 acabamentos	 e	 detalhes	 de	 custo	
(HOPIKINS,	2011,	p.	80).
Os	principais	pontos	a	serem	considerados	em	um	desenho	técnico	são	a	
proporção	do	desenho	e	a	precisão	do	traçado.	O	objetivo	do	desenho	técnico	é	
demonstrar	os	detalhes	e	as	características	de	uma	peça	de	vestuário,	para	isso,	
detalhes	de	costura	ou	acabamentos	podem	ser	ampliados.
 
Comprimento	e	largura	das	partes	do	produto	podem	ser	especificados	
por	meio	 de	medidas,	 chamadas	 de	 cotas.	No	 desenho	 técnico,	 para	 Treptow	
(2003,	p.	148),	“devem	estar	especificados	os	tipos	e	a	quantidade	de	pespontos,	
o	 tamanho	de	 aberturas	 (como	bolsos),	 a	 posição	 e	 a	 quantidade	de	 botões,	 o	
traçado	de	recortes	e	de	pences,	[...]	todo	tipo	de	informação	que	possa	ser	útil	
à	modelista	ou	à	pilotista”.	Todas	essas	informações	podem	ser	especificadas	no	
desenho,	através	de	setas.
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UNIDADE 3 — OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
FIGURA 46 – DESENHO TÉCNICO COM INFORMAÇÕES
FONTE: A autora
TÓPICO 3 — FICHA TÉCNICA
185
LEITURA COMPLEMENTAR
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
 
A	 sequência	 operacional,	 para	 a	 execução	 de	 uma	 peça	 de	 vestuário,	
normalmente,	 está	 inclusa	 na	 ficha	 técnica,	 e	 é	 responsável	 por	 informar	 as	
operações	necessárias	para	a	materialização	do	modelo.	As	etapas	são	 listadas	
de	maneira	 linear,	 relacionando	o	 tipo	de	 ferramenta/maquinário	utilizado	e	o	
tempo	envolvido	em	cada	operação.	
A	 organização	 da	 produção	 mais	 adequada	 à	 montagem	 de	
determinado produto é um aspecto fundamental e, dela, depende o 
rendimento	do	processo.	Em	um	sistema	de	 costura,	 consideram-se	
os	materiais,	as	máquinas	de	costura,	os	operadores,	os	sistemas	de	
transporte, os métodos de produção e as técnicas de planeamento e 
de	 controle	de	produção.	Alguns	aspectos	 ainda	a	 ter	 em	conta	 são	
as	agulhas,	as	linhas	de	coser	e	os	acessórios	ou	aparelhos	(ARAÚJO,	
1996,	p.	210).
Com	 a	 sequência	 operacional	 estabelecida,	 é	 possível	 orientar	 o	 fluxo	 de	
produção,	além	de	definir	o	 layout	da	produção,	como	distribuição	do	maquinário	
no	espaço	disponível	na	fábrica,	e	de	calcular	o	tempo	total	da	confecção	de	uma	peça.
SEQUÊNCIA OPERACIONAL
FONTE: Adaptado de Treptow (2003)
Tipo de operação Máquina Tempo
Corte	(divisão	do	tempo	do	corte	pelo	número	de	peças) Máquina	de	disco 1’20”
Unir	ombros Overloque 0’30”
Pregar mangas Overloque 1’20”
Unir	gola Overloque 0’10”
Pregar	gola	e	etiqueta Interloque 0’40”
Rebater	gola Galoneira 1’30”
Fechar	laterais Overloque 1’20”
Bainha	das	mangas Galoneira 0’40”
Bainha	da	barra Galoneira 0’30”
Limpeza Manual 1’20”
Revisão Manual 1’20”
Embalagem Manual 0’20”
Tempo total da peça: 10’00”
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186
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	construção	de	uma	peça	de	vestuário	em	escala	industrial	envolve	diversas	
tecnologias,	utilizando	ferramentas	e	maquinários	específicos.
•	 Tecidos	planos	e	malharia	exigem	técnicas	de	execução	de	costura	diferentes,	
devido	 à	 construção	 e,	 em	 função	 disso,	maquinários,	 agulhas	 e	 acessórios	
diferentes	também.
•	 A	ficha	técnica	é	um	documento	importante	dentro	do	processo	industrial	de	
fabricação	de	uma	peça	de	vestuário.	Acompanha	o	fluxo	do	processo	desde	a	
concepção	de	um	produto	até	a	finalização	e	a	embalagem.		
•	 Na	sequência	operacional,	contida	em	uma	ficha	técnica,	as	etapas	são	listadas	
de	maneira	linear,	relacionando	o	tipo	de	ferramenta/maquinário	utilizado	e	
tempo	envolvido	em	cada	operação.
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CHAMADA
187
1	 No	 desenvolvimento	 dos	 produtos	 de	 moda,	 a	 pesquisa,	 a	 criação,	 a	
modelagem	 e	 a	 produção	 são	 etapas	 essenciais	 do	 fluxo	 do	 processo	
produtivo,	com	o	desenho	técnico	de	moda	tendo	papel	fundamental.	A	ficha	
técnica,	contendo	o	desenho	técnico	da	peça,	como	no	exemplo	apresentado	a	
seguir,	indica	todas	as	especificações	que	orientam	a	produção.
FONTE: SUONO, C. T. O desenho técnico do vestuário sob a ótica do modelista. Projética – 
Revista Científica de Design, v. 2, n. 2, p. 1, 2011 (adaptado).
FONTE: <https://www.usefashion.com>. Acesso em: 15 maio 2018 (adaptado).
Nesse	contexto,	avalie	as	afirmações	a	seguir:
I-	 No	desenho	técnico	de	moda,	que	compõe	a	ficha	técnica,	são	indicadas	todas	
as	especificações	de	modelagem,	de	montagem	e	de	produção,	conforme	
o	sistema	brasileiro	de	padronização	das	medidas	antropométricas.
II-	 A	 ficha	 técnica	 é	 o	 documento	 que	 estabelece	 a	 comunicação	 entre	 o	
designer	de	moda	e	o	profissional	de	modelagem.
III-	O	desenho	técnico	de	moda,	planificado	e	bidimensional,	pode	ser	elaborado	
manualmente,	ou	utilizando	softwares	específicos	para	esse	fim.
IV-	A	ficha	técnica	é	elaborada	pelo	setor	de	criação	e	deve	se	manter	inalterada	
ao	longo	de	todo	o	processo	de	desenvolvimento	do	produto.
AUTOATIVIDADE
188
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
b)	(			)	Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	 (			)	As	sentenças	II	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	As	sentenças	III	e	IV	estão	correta.
2	 A	confecção	de	uma	peça	de	roupa,	dependendo	da	complexidade,	pode	
exigir	 a	 utilização	 de	 vários	 tipos	 de	 máquinas	 de	 costura,	 pois,	 para	
produzir	determinado	tipo	de	costura,	é	necessário	utilizar	a	máquina	certa,	
convenientemente	afinada	e	com	os	acessórios	próprios	para	a	produção	
desse	tipo	de	costura	da	forma	mais	eficaz	e	no	mais	curto	espaço	de	tempo.	
Acerca	dos	maquinários	 envolvidos	na	 confecção	de	peças	de	vestuário,	
classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	sentenças	falsas:
(			)	A	máquina	de	costura	reta,	a	mais	utilizada	na	confecção	de	vestuário,	
empregada para operar, com precisão, diversos tipos de tecidos, e, como 
o	próprio	nome	diz,	faz	costuras	em	linha	reta.
(			)	A	máquina	 galoneira,	 também	 conhecida	 como	 cobertura,	 é	 utilizada,	
principalmente,em	tecidos	planos,	pois,	ao	mesmo	tempo	em	que	costura,	
também	corta	o	tecido	remanescente.
(			)	A	função	arremate	está	presente	em	todos	os	tipos	de	máquina	de	costura.
(			)	A	interlock	é	mais	completa	do	que	a	overlock,	pois,	além	de	fazer	o	ponto	
de	overlock,	realiza,	próximo	a	ele,	um	ponto	de	segurança	em	linha	reta.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	V	–	F	–	F	–	F.	
b)	(			)	V	–	F	–	F	–	V.
c)	 (			)	F	–	V	–	V	–	F.	
d)	(			)	F	–	F	–	V	–	V.	
3	 O	gerenciamento	do	fluxo	produtivo	de	uma	produção	de	vestuário	deve	
operar	de	forma	eficiente,	para	que	os	processos	ocorram	na	ordem	correta.	
A	 sequência	 operacional	 de	 costura,	 presente	 na	 ficha	 técnica,	 indica	 a	
ordem	na	qual	os	processos	devem	acontecer,	a	fim	de	manter	um	ritmo	
produtivo	 satisfatório	 e	 com	 pequena	 chance	 de	 erros.	 Nesse	 contexto,	
avalie	as	afirmações	a	seguir:
I-	 O	processo	de	montagem	de	uma	peça	se	dá	a	partir	de	um	fluxograma	de	
operações	anexo	à	ficha	técnica.	São	estabelecidas	todas	as	características	
de	cada	operação,	a	fim	de	orientar	a	realização	e	de	reduzir	o	tempo	gasto	
na	produção	de	cada	peça.
II-	 As	informações	presentes	na	ficha	técnica	auxiliam	a	definição	do	layout	da	
produção,	pois	a	descrição	da	ordem	dos	processos	torna	o	fluxo	produtivo	
visível,	além	de	apontar	os	custos	a	partir	do	balanceamento	da	produção.
III-	A	 sequência	 operacional	 de	 montagem	 de	 um	 produto	 de	 vestuário	
depende,	essencialmente,	do	modelo	da	peça,	do	tipo	de	acabamento	e	da	
matéria-prima	utilizada.
189
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Somente	a	sentença	I	está	correta.
b)	(			)	As	sentenças	I,	II	e	III	estão	corretas.
c)	 (			)	As	sentenças	II	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	Somente	a	sentença	III	está	correta.
4	 Para	 tornar	as	máquinas	de	costura	mais	versáteis	e	com	a	possibilidade	
de	realizar	diferentes	processos,	existem	os	acessórios	para	máquinas,	para	
as	domésticas	e	para	as	indústrias.	Esses	acessórios	podem	ser	acoplados	
às	máquinas	 reta	 simples	e	ziguezague,	para	que	executem	determinada	
função	 que	 não	 conseguiriam	 sem	 o	 equipamento.	 Cada	máquina	 exige	
aparelhos	 e	 acessórios	 específicos	para	o	modelo.	Cite	 três	 acessórios	 ou	
aparelhos	que	podem	ser	utilizados	nas	máquinas	de	 costura	e	 explique	
como	cada	um	funciona.
5	 Confeccionar	uma	peça	de	vestuário	com	o	auxílio	de	máquinas	de	costura	
é	muito	mais	rápido	e	prático	do	que	fazer	de	forma	manual.	No	entanto,	
é preciso aplicar as técnicas corretas para cada tipo de tecido, além de 
maquinário,	 de	 agulhas	 e,	 se	 necessário,	 de	 acessórios,	 para	 obter	 uma	
peça	com	costura	de	qualidade.	Tecidos	planos	e	malharia	exigem	técnicas	
de	execução	de	costura	diferentes,	devido	à	construção.	Em	função	disso,	
maquinários	e	acessórios	diferentes	também.	Descreva	quais	as	principais	
técnicas	de	costura	utilizadas	para	a	malharia.
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191
REFERÊNCIAS
AUDACES.	Dificuldades encontradas no cálculo da ordem de corte manual.	
2018.	Disponível	em:	https://audaces.com/os-riscos-de-fazer-o-calculo-da-
ordem-de-corte/.	Acesso	em:	18	maio	2020.
AUDACES.	Sala de corte automatizada.	2017.	Disponível	em:	https://audaces.
com/descubra-como-uma-sala-de-corte-automatizada-ajuda-uma-empresa-
crescer/.	Acesso	em:	18	maio	2020.
CAMARENA,	E.	Desenho de moda no Corel Draw X5.	São	Paulo:	Editora	
Senac	São	Paulo,	2011.
ENADE.	Tecnologia em design de moda.	2018.	Disponível	em:	https://
download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2018/tecnologia_em_
design_de_moda.pdf.		Acesso	em:	24	dez.	2020.
HEIRICH,	D.	P.	Modelagem:	ferramenta	competitiva	para	a	indústria	da	moda.	
Porto	Alegre:	SEBRAE/RS:	FEEVALE,	2007.
HOPIKINS,	J.	Fundamentos do design de moda: desenho	de	moda.	Porto	
Alegre:	Bookman,	2011.
MARTINS,	G.	C.	F.	Apostila de modelagem em malha.	Apostila	Curso	Técnico	
em	Vestuário.	Blumenau:	Senai,	2009.
ROCHA,	R.	S.	Planejamento de risco e corte.	Blumenau:	Senai/CTV,	2002.
SMITH,	A.	O grande livro da costura.	São	Paulo:	Publifolha,	2014.
TARSO,	F.	P.;	NEUSA,	M.	A.	Costurar e empreender:	o	universo	da	confecção.	
São	Paulo:	Editora	Senac,	2019
TREPTOW,	D.	Inventando moda: planejamento	de	coleção.	Brusque:	D.	
Treptow,	2003.

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