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Curso de Administração de Medicamentos na Enfermagem MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV ◘ Soluções e diluição Diluição é uma operação em que se acrescenta solvente à solução. A quantidade de soluto permanece constante. Ao se diluir uma solução deve-se entender o conceito de concentração. Concentração é a relação entre a quantidade de massa do soluto e o volume da solução. Concentração = Massa do soluto C = M Volume da solução V Considerando que a massa do soluto não altera em uma diluição, ela é uma constante, tem-se: M = C.V - Cálculo através da regra de três Exemplo: Preparar 100 ml de solução de hipoclorito a 3%, sabendo que a solução padrão é 100%. 100 ml..........................100% X .............................. 3% x = 3 mL Precisa-se de 3 ml da concentração disponível (100%) e acrescentam-se 97 ml de água destilada para preparar 100 ml de solução de hipoclorito a 5%. - Diluição de Permanganato de potássio O KMnO4 (permanganato de potássio) normalmente é prescrito 1:20.000, isto é, deve-se pesar 1g e dissolvê-lo em 20.000 ml ou 20 litros de água, porém este volume é muito grande. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O KMnO4 é apresentado comercialmente sob a forma de comprimido com 100 mg. Tem-se: 1g.......................................20.000 ml ou 1.000mg.............................20.000 ml 100mg................................x x = 2.000 mL ou 21 Observação: o KMnO4 dissolverá mais facilmente se a água estiver aquecida. ◘ Transformação de Solução Glicosada ou Fisiológica em Glicofisiológica Esta solução apresenta a seguinte composição: glicose 5% e NaCI 0,9%. Exemplo: Prescrição: 500 ml de SGF, isto é, nos 500 ml de solução tem-se 25g de glicose e 4,5g de NaCl. No posto de enfermagem há soro glicosado 5% e ampolas de NaCI 20%. Procedimento: 1º) Calcular o volume de NaCI 20% que deve ser adicionado à solução glicosada; 5%. 20g.........................100 mL 4,5g.......................... x x = 22,5mL A solução glicofisiológica obtida através do cálculo é: 500,0 ml de SG 5%...........................25g de glicose + 22,5 de NaCI 20%.................4,5g de cloreto de sódio____ 522,5 ml de SGF contendo 25g de glicose e 4,5g de NaCI Observação: Se o frasco de soro não comportar o volume excedente, refazer o cálculo até obter o volume prescrito. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Exemplo: Prescrição 300 ml de SGF, isto é, nos 300 ml de solução tem-se 15g de glicose e 2,7g de NaCI. No hospital há soro fisiológico 0,9% e soro glicosado 50%. Como preparar a solução prescrita? 1º) Calcular o volume de soro glicosado que deve ser adicionado à solução fisiológica 0,9%. 50g...........................100 mL 15g........................... x x = 3 mL A solução glicofisiológica obtida através do cálculo é: 300ml de NaCI 0,9%...............................2,7g de NaCI + 3ml de glicose 50%................................15g de glicose 303ml de SGF contendo 15g de glicose e 2,7g de NaCI ◘ Cálculo para Transformação de Concentração de Soluções As prescrições nem sempre condizem com a medicação adotada como padrão pela instituição. No dia a dia a equipe de enfermagem deve estar preparada para adequar essas dosagens, o objetivo é preparar uma solução cujo volume e concentração sejam o mais próximo do prescrito. Existem algumas maneiras de facilitar essas adequações, como veremos abaixo. - Regra de três: Exemplo: Prescrição: 500 ml de soro glicosado (SG) 10%. Disponível: 500 ml de SG 5% e 50%. 1º) Calcular quantos gramas de glicose há no frasco de 500ml de SG 5%: Aplicando a regra de três: 100mL........................5g 500mL.........................x x = 25g Conclui-se que: o frasco de 500ml de SG 5% contém 25g de glicose. 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2º) Calcular quantos gramas de glicose há no frasco de 500mL de SG 10%: Aplicando a regra de três: 100ml..........................10g 500ml............................x x = 50g Conclui-se que: há no frasco de 500 ml de SG 10%, 50g de glicose. 3º) Calcular a diferença, em gramas, entre o SG disponível (5%) e o SG solicitado (10%). Portanto: 50g - 25g = 25g, isto significa que serão necessários 25g de glicose para acrescentar ao soro disponível (SG 5%) e essa quantidade será obtida do SG 50%. 4º) Calcular quantos ml de SG 50% são necessários para obter 25g de glicose: Aplicando a regra de três: 100mL..........................50g x.............................25g x = 50mL Sabe-se, então, que será necessário acrescentar 50ml de SG 50% ao frasco de 500ml de SG 5%, porém o volume final será 550ml, ultrapassando o volume solicitado. Devendo desprezar 50 ml de SG 5% e refazer o cálculo: 5º) Calcular a quantidade de glicose desprezada: Aplicando a regra de três: 100ml.........................5g 50ml.........................x x = 2,5g Conclui-se que há perda de 2,5g de glicose do SG 5%; deve-se refazer o cálculo para acrescentar esta falta: 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6º) Será necessário acrescentar 2,5g de glicose do SG 50%: Aplicando a regra de três: 100mL........................50g x............................2,5g x = 5ml Serão necessários mais 5ml de SG 50%, resultando em 55ml de SG 50% que devem ser acrescidos ao frasco de SG 5%, uma vez que foram desprezados 50ml de SG 5%, formando uma solução de 505ml de SG 10%. Resultado: SG 5% → V1 = 450mL → 22,5g de glicose + SG 50% → V2 = 55 ml → 27,5g de glicose SG 10% → Vf = 505 ml → 50,0g de glicose Portanto, prepara-se 505ml de SG 10%, contendo 50g de glicose, porém como o volume ultrapassa em 5ml, deve-se refazer o cálculo até obter 500ml de SG 10%. - Utilizando fórmulas: Fórmula 1 Fórmula 2 Cf . Vf = C1 . V1 + C2 . V2 Vf = V1 + V2 Onde: Cf = concentração desejada Vf = volume final C1 = concentração existente do soro menos concentrado V1 = volume do soro menos concentrado C2 = concentração existente do soro mais concentrado V2 = volume do soro mais concentrado Prescrição: 500ml de SG 10%, a partir de 500ml de SG 5% e 50%. Fórmula 1 → Cf . Vf = C1 . V1 + C2 . V2 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 10.500 = 5. V1 + 50. V2 Na expressão apresentada desconhecem-se dois valores, porém tem-se o volume final que é 500. Portanto, o volume final é a soma dos volumes do soro menos concentrado e do volume do mais concentrado, logo: Fórmula 2 → Vf = V1 + V2 500 = V1 + V2 ou V1 = 500 - V2 Assim, substituindo, na fórmula A, V1 = 500 - V2 se tem: 10.500 = 5. (500 - V2) + 50. V2 5.000 = 2.500 - 5V2 + 50. V2 5.000 - 2.500 = 50V2 - 5V2 2.500 = 45V2 V2 = 2500 = 55,545 Sabendo o valor de V2, basta substituí-lo na fórmula por 55, 5, então se tem: V1 = 500 - 55,5 = 444,5 Resultado: C1 = SG 5% → V1 = 444,5mL → 22,22g de glicose + C2 = SG 50% → V2 = 55,5mL → 27,75g de glicose Cf = SG 10% → Vf = 500 ml → 49,97g de glicose Esse método com a utilização de fórmulas proporciona o volume solicitado exato e a concentração com diferença insignificante (no caso 3 centésimos de gramas). Porém, pode-se, por dedução, aproximar mais a concentração. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ► INFUSÃO DE QUIMIOTERÁPICOS E ANTINEOPLÁSICOS A escolha do agente quimioterápico Muitas características influenciam a escolha sensata dos agentes quimioterápicos, incluindo-se o tipo de tumor e as particularidades do paciente, a dose necessária e o padrão de administração mais eficaz. Características do tumor O tamanho e o tipo do tumor e a quantidade de metástases determinam a escolha dos agentes quimioterápicos. Em geral, esses agentes são mais eficazes contra tumores pequenos, que ainda não se disseminaram. Características do paciente As condições gerais de saúde do paciente também influenciam a escolha dos agentes quimioterápicos. Quanto melhores forem as condições do paciente, antes da quimioterapia, maiores as chances de que ele possa tolerá-la e conseguir uma evolução bem-sucedida. Dosagem A dose necessária para se conseguir o resultado desejado também influencia a escolha da quimioterapia mais apropriada. As doses maiores têm mais tendência a destruir as células cancerosas, mas também têm mais probabilidade de produzir efeitos tóxicos. ▪ Tratamento cíclico Em consequência da sua toxicidade potencial, os agentes quimioterápicos costumam ser administrados em ciclos: após um ciclo de quimioterapia, o paciente entra em um período de repouso, durante o qual as células normais e o sistema imune do paciente podem se recuperar; em seguida, começa outro ciclo de 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores quimioterapia e mais períodos de repouso, caso sejam necessários. Esse tratamento intermitente possibilita sessões repetidas usando doses altas dos medicamentos. Poliquimioterapia. A escolha dos medicamentos incluídos na poliquimioterapia depende da eficácia de cada agente, da parte do ciclo celular no qual atuam e do nível de toxicidade. Em geral, a poliquimioterapia deve seguir os princípios relacionados adiante: ● Todos os medicamentos devem ser eficazes, caso sejam administrados isoladamente; ● Cada medicamento deve produzir um efeito diferente sobre o ciclo celular; ● Todos os medicamentos devem atuar ao mesmo tempo, sem quaisquer ações inibitórias de um agente sobre os demais; ● Cada medicamento deve produzir efeitos tóxicos em momentos e sistemas orgânicos diferentes; ● Existem dezenas de protocolos padronizados de quimioterapia para o tratamento de vários tipos de câncer. - Escolha da via de administração A melhor via de administração da quimioterapia será aquela que faz melhor uso do medicamento, ao mesmo tempo em que produz menores efeitos tóxicos ou adversos. A maioria dos agentes quimioterápicos é administrada por via venosa por meio de um cateter ou um tubo em Y por um acesso venoso para infusão contínua. Alguns pacientes com câncer têm risco maior de extravasamento do medicamento. Suas veias são frágeis, podem necessitar de punções venosas repetidas e tendem a desenvolver linfedema. Por essas razões, pode ser necessário administrar a quimioterapia por um dispositivo de acesso venoso central. Os dispositivos desse tipo possibilitam tratamento prolongado (semanas a anos) e permitem a administração de agentes mais cáusticos do que aqueles que podem ser administrados com segurança por uma veia periférica. O acesso venoso central também pode ser útil aos pacientes que precisam fazer tratamento venoso 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores em casa, ou que necessitam realizar exames de sangue ou receber hemoderivados a intervalos frequentes. PERIGOS ASSOCIADOS AOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS Alguns agentes quimioterápicos vesicantes podem causar lesão tissular e necrose profundas, caso extravasem. Como o próprio nome indica, os medicamentos irritantes causam irritação grave, se extravasarem. Vale lembrar que todos os agentes quimioterápicos, mesmo os não-vesicantes, podem causar câncer, mutações genéticas e lesão letal, se não forem manuseados corretamente. Essa tabela traz os medicamentos de cada categoria. Agentes vesicantes Agentes irritantes Agentes não-vesicantes cisplatina bleomicina asparaginase dactinomicina carmustina carboplatina daunorrubicina dacarbazina ciclofosfamida doxorrubicina estreptozocina citarabina mitomicina etoposida floxuridina mustardas nitrogenadas 5-fluorouracil ifosfamida paclitaxel mitoxantrona plicamicina teniposida vimblastina vincristina vindesina vinorelbina - Método utilizando duas seringas São utilizadas por esse método duas seringas, onde se administram pequenos volumes de soro fisiológico antes e após infundir o agente quimioterápico. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Primeiro, use uma seringa para irrigar o dispositivo de acesso venoso com soro fisiológico. Em seguida, retire a seringa usada, adapte a seringa com o medicamento e administre-o à velocidade prescrita. Por fim, tire a seringa vazia, conecte novamente a seringa com soro fisiológico e irrigue mais uma vez o dispositivo de acesso. - Injeção venosa Se for administrado um agente vesicante por injeção venosa faça-o em um acesso prévio que esteja correndo livremente com uma solução compatível. Verifique se o sangue está refluindo, após administrar 2 a 3 ml do medicamento, para ter certeza de que o acesso está bem posicionado na veia. Além disso, procure ter certeza de que o paciente não apresenta quaisquer sinais ou sintomas de extravasamento, tais como edema, dor ou ardência nos tecidos SC ao redor da área de inserção. - Extravasamento O extravasamento de um agente quimioterápico vesicante pode causar efeitos devastadores nos tecidos adjacentes. A lesão e a necrose resultantes dos tecidos podem causar desfiguração do membro do paciente, prejudicar sua função, cicatrizar mal, infectar e exigir vários desbridamentos ou até mesmo amputação. - Prevenção Para ajudar a evitar extravasamento de agentes vesicantes, observe as seguintes recomendações: • Tenha cuidado ao usar um acesso venoso já instalado para administrar um medicamento vesicante, confirme primeiro que o mesmo está desobstruído. Avalie a necessidade de fazer outra punção venosa, para assegurar a colocação correta da agulha; • Escolha uma veia distal que possibilite outras punções venosas proximais sucessivas; 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Evite a superfície dorsal da mão, o punho, os dedos e qualquer área lesada ou com circulação deficiente; • Não tente pegar novamente uma veia perdida. Em vez disso, tente a punção em outra área; • Aplique um curativo transparente, de modo que você possa avaliar a região; • Antes de administrar o medicamento, injete soro glicosado ou fisiológico e, em seguida, aplique um garroteamento acima do ponto de inserção da agulha para obstruir a veia.Se o líquido continuar fluindo, pode ser que esteja infiltrando os tecidos. Caso os tecidos comecem a inchar, a infiltração está confirmada; • Administre o medicamento por injeção venosa lenta ou infusão de volumes pequenos (50 a 100 ml); • Não use bomba de infusão; • Durante a administração, examine a região para detectar vermelhidão ou edema. Recomende ao paciente avisar quando sentir ardência, picadas, prurido ou alterações da temperatura; • Após a administração do medicamento, injete alguns mililitros de soro fisiológico para retirar o medicamento do tubo. - Tratamento em extravasamentos Se o medicamento extravasado for um agente vesicante, deverá ser realizado tratamento de emergência de acordo com as normas da sua instituição. Isso provavelmente inclui: • Interrompa imediatamente a infusão, aspire qualquer volume do medicamento que ainda reste no cateter e retire o acesso venoso (a menos que seja necessário infiltrar o antídoto); • Estime o volume de líquido extravasado e avise ao médico; • Instile o antídoto apropriado (se for o caso); • Eleve o membro; • Descreva o método que usou para confirmar que a veia estava desobstruída antes da administração, a região do extravasamento, os sinais e 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores sintomas do paciente. A hora na qual você avisou ao médico, o nome do médico que você notificou e o tratamento que você administrou; • Aplique compressas de gelo na região por 15 a 20 minutos, a cada quatro a seis horas, durante cerca de três dias. (Se o paciente tiver recebido etoposida ou alcaloides da vinca, aplique calor em vez de gelo); • Caso a pele esteja lesada, aplique um curativo conforme a prescrição; • Caso a lesão seja grave, o paciente pode necessitar de cirurgia reparadora e fisioterapia. - Reações de hipersensibilidade Os agentes quimioterápicos que reconhecidamente causam reações de hipersensibilidade são antibióticos do grupo da antraciclina (como doxorrubicina e daunorrubicina), L-asparaginase, bleomicina, cisplatina, melfalam, paclitaxel, procarbazina e teniposida. Ao primeiro sinal de que está havendo uma reação de hipersensibilidade, interrompa a administração do medicamento e avise ao médico. Não deixe o paciente sozinho, porque os sintomas podem avançar rapidamente. Avalie continuamente o paciente e prepare-se para administrar tratamento de emergência. Tranquilize o paciente e seus familiares. Caso o agente quimioterápico desencadeante seja um componente essencial do tratamento do paciente. O médico que o prescreveu pode avaliar a possibilidade de substituí-lo por um medicamento semelhante, diluí-lo ainda mais, administrá-lo em um período mais longo, administrar um anti-histamínico ou corticoide antes da infusão do agente quimioterápico, ou realizar a dessensibilização do paciente ao medicamento. - Registro de Quimioterápicos O Registro de quimioterápicos deve incluir todos os aspectos do tratamento, tais como: 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Sinais vitais, alergias, condição geral e estado mental antes do tratamento, resultados laboratoriais pertinentes; • Necessidades de informações detectadas e orientações dadas, aspectos da assistência relacionados com a idade ou com fatores culturais do paciente; • Nomes e doses dos medicamentos prescritos; • Tipo e calibre do cateter usado; • Sequência da administração da poliquimioterapia; • Solução venosa administrada junto com a quimioterapia; • Ocorrência de retomo do sangue durante a administração; • Localização e aspecto da região da infusão e resposta do paciente ao tratamento, após a retirada do acesso venoso; • Quaisquer complicações que tenham ocorrido e o procedimento adotado para tratá-las. ► NUTRIÇÃO PARENTERAL O fornecimento de nutrientes por via intravenosa (IV) em teores suficientes para manter e repor a massa celular corporal é um processo relativamente recente. Apenas nas duas últimas décadas conseguiu-se administrar por via IV, calorias e nitrogênio numa proporção adequada para se obter um balanço nitrogenado positivo (BERNARD, M. A, 1986), utilizando formulações que simulem o estágio final das transformações das bioquímicas naturalmente sofridas pelos alimentos no trato digestivo. A NP é de importância primordial na clínica médica, constituindo-se num instrumento para a manutenção da vida nas situações em que seja possível ou contraindicada a alimentação por via oral. O objetivo principal dessa metodologia é melhorar ou prevenir a desnutrição nos pacientes, que apresentam impossibilidade total ou parcial de utilizar o tubo digestivo, corrigindo os sinais, sintomas e sequelas da desnutrição. 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em sua concepção mais geral a NP é o fornecimento de nutrientes essenciais, carboidratos, gorduras, proteínas, eletrólitos, vitaminas e água, por via venosa. Evidencia-se que nos pacientes com perda pré-operatória de 30% de peso corporal, antes de uma intervenção cirúrgica, a mortalidade pós-operatória chega a ser dez vezes maior que em indivíduos estróficos, sendo a infecção a causa da maioria das mortes (STUDLEY, M. C., 1936). Correlaciona-se a hipoproteínemia a um aumento da frequência de infecções pós-operatória, bem como um retardo de cicatrização do corte cirúrgico. ● Indicações Os pacientes que se submetem a uma cirurgia de eleição, sem complicações e que apresentam um adequado estado nutricional, não constituem um fator crítico para o seu estabelecimento se eles passarem por um período de semi-inanição com curta etapa catabólica. Os pacientes que apresentam obstrução da via digestiva por doença maligna ou benigna, peritonites, pancreatite associada com íleo paralítico, síndrome do intestino curto, enterite actínica, fístulas digestivas, doenças inflamatória intestinal, síndrome da má-absorção, sepse, insuficiência orgânica múltipla, insuficiência renal aguda, encefalopatia hepática, anorexia nervosa, insuficiência refratária, incompetência imunológica, entre outros. Podem ser mantidos com sucesso através da NP. São pacientes debilitados, tendo baixos níveis de hematócrito e proteínas. Fazendo uso de antibióticos esteroides, radioterapia com mecanismo de defesa prejudicado, imunodeprimidos e predispostos à infecção. A administração da nutrição parenteral total (NPT) pode privar o trato gastrointestinal de nutrientes vitais e levar a atrofia e disfunções, intestinais e translocação de bactérias para a circulação sistêmica ocasionada pelo jejum prolongado. Assim sendo, recomenda-se a passagem de nutrientes, em pequena quantidade no tubo digestivo, sempre que possível, para permitir a manutenção da sua integridade morfológica e funcional. ● Composição da nutrição Parenteral 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores As diferentes formulações para NP baseiam-se no princípio de fornecerem ao paciente as quantidades mínimas, indicadas pela literatura específica, para cada substrato. As indústrias farmacêuticas oferecem variadas apresentações de soluções contendo: aminoácidos, hidratos de carbono, eletrólitos, vitaminas. A eleição dos diferentes produtos que o comércio oferece não é tarefa fácil, uma vez que para as formulações mais complexas como as soluções de aminoácidos (AA), hidratos de carbono e vitaminas. A NP pode ser administrada por uma veia periférica ou central. A nutrição parenteral total(NPT), que deve ser administrada por uma veia central, é uma opção adequada aos pacientes com desnutrição moderadas a grave que não possa ser corrigida com a alimentação entérica; aos indivíduos que I precisam seguir restrições hídricas; que não têm veias periféricas acessíveis; ou que necessitem de nutrição parenteral por duas semanas ou mais. ◘ Análise das Soluções para Nutrição Parenteral A escolha da solução parenteral apropriada é fundamental no sucesso do tratamento. - Nutrição Parenteral Total (NPT) Composta de glicose a 15 a 20% em água (1 litro da solução de glicose a 25% contêm 850 calorias não-proteicas) e de aminoácidos cristalinos a 2,5 a 8,5%. Contêm também eletrólitos, sais minerais, vitaminas e oligoelementos. A emulsão lipídica a 10 ou 20% é administrada separadamente. A solução preparada para NPT pode atender plenamente às necessidades nutricionais do paciente. Contudo, como são altamente concentradas (até cerca de 2.400 mOsm/l), essas soluções precisam ser administradas por uma veia central, na qual a hemodiluição maior protege o revestimento venoso. A solução de NPT administrada por uma veia periférica pode lesar o revestimento da veia. Em geral, esse tipo de terapia parenteral fornece mais de 2.000 calorias por dia. Esse tratamento pode ser administrado continuamente ou em ciclos. A NPT contínua é mais comumente usada nas condições agudas, enquanto a NPT cíclica é 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores fornecida aos pacientes que necessitam de suporte nutricional por meses ou anos. Por exemplo, um paciente em sua casa pode receber NPT à noite, mas não durante o dia. - Indicações: Administrada por duas semanas ou mais. Pode fornecer 2.000 a 4.000 calorias/dia. Ajuda a recuperar o balanço nitrogenado e repor eletrólitos, sais minerais, vitaminas e oligoelementos. A nutrição parenteral total (NPT) também promove a síntese dos tecidos, cicatrização das feridas e função metabólica normal; permite que o intestino repouse e cicatrize; reduz as atividades da vesícula biliar, do pâncreas e do intestino delgado; e aumenta a tolerância do paciente a cirurgia. - Algumas Considerações Deve ser administrada por um cateter venoso central (CVC). A solução básica é completa do ponto de vista nutricional, é altamente hipertônica e pode causar complicações metabólicas como intolerância à glicose, distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos. A emulsão lipídica pode ser ineficaz nos pacientes sob estresse grave (Ex: queimaduras). Além disso, pode interferir nos mecanismos imunes e, nos pacientes com disfunção respiratória, reduz a formação de dióxido de carbono. ◘ Nutrição Parenteral Periférica Composição: glicose de 5 a 10% em água, aminoácidos cristalinos de 2,5 a 5%, eletrólitos, sais minerais, vitaminas e oligoelementos. A emulsão lipídica a 10 ou 20% é administrada separadamente. Conforme a prescrição, também se administra heparina ou hidrocortisona. As soluções desenvolvidas para a NPP contêm nutrientes em quantidades menores do que os nutrientes presentes nas soluções para NPT. Por essa razão, as soluções para NPP podem ser infundidas em uma veia periférica, com risco menor de lesar o revestimento venoso. Contudo, é importante lembrar que a solução para NPP não deve ultrapassar 900 mOsm/l e que a concentração da glicose não deve ser superior a 10%. 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Caso necessite de teores calóricos mais altos do que os disponíveis em uma solução convencional para NPP, considere o acréscimo de uma solução lipídica a 10 a 20%. Essa solução combinada pode fornecer até 2.000 calorias por dia. - Indicações Administrada por duas semanas ou menos. Pode fornecer até 2.000 calorias/dia. Usada para manter o estado nutricional dos pacientes que podem tolerar volumes hídricos relativamente grandes, que reiniciarão a ingestão oral dentro de alguns dias e que sejam suscetíveis a infecções do CVC. - Considerações especiais A solução parenteral é completa do ponto de vista nutricional para uso breve. Como o local de inserção precisa ser trocado a cada 72 horas, o paciente deve ter veias acessíveis. A solução é menos hipertônica do que a NPT administrada por um CVC e sua osmolalidade não deve passar de 900 mOsm/l. Pode causar flebite e aumentar o risco de complicações metabólicas. Contraindicada para pacientes desnutridos e sob restrição de volume. Não aumenta o peso. A emulsão lipídica é uma fonte eficaz de calorias. Caso seja infundida com a solução nutricional, o risco de flebite diminui. Outros Componentes - Aditivos Eletrólitos, vitaminas, oligoelementos e água podem ser acrescentados a uma solução de NPP ou NPT para aumentar a sua eficácia ou evitar complicações. Também se podem adicionar medicamentos (como heparina) para reduzir o risco de flebite e a formação de fibrina no cateter de acesso venoso. Para inibir a secreção de ácido gástrico e diminuir o risco de desenvolver úlceras de estresse, pode-se acrescentar ranitidina, cimetidina ou famotidina à solução. A albumina pode ser acrescentada a uma solução de NPT para normalizar a pressão oncótica do plasma durante o tratamento. Contudo, tome cuidado para 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores evitar sobrecarga circulatória; que pode ser causada pela albumina. Além disso, lembre-se de que a albumina pode aumentar o risco de contaminação da solução. - Eletrólitos Os eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, cloreto, fosfato ou magnésio) são comumente acrescentados às soluções de NPP ou NPT. A quantidade e o tipo de eletrólitos acrescidos variam com as perdas atuais de eletrólitos do paciente. O farmacêutico acrescenta eletrólitos a uma solução parenteral em uma sequência prescrita e temperatura específica para evitar precipitação. Jamais adicione eletrólitos a uma solução parenteral, após a fórmula ter sido misturada. - Vitaminas Terão relação proporcional as necessidades específicas do paciente, as vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis costumam ser acrescentada em doses variáveis às soluções de NPP ou NPT. A vitamina K não é acrescentada rotineiramente porque o paciente pode estar recebendo anticoagulantes, que poderiam ser neutralizados por essa vitamina. Em vez disso, se o paciente necessitar de vitamina K, você poderá administrá-la por injeção intramuscular (IM) ou subcutânea (SC) semanal. -Oligoelementos Os micronutrientes (também conhecidos como oligoelementos) sustentam o metabolismo normal, promovendo o uso eficaz dos nutrientes para a produção de energia e síntese das proteínas. Em geral, os oligoelementos acrescentados às soluções parenterais são zinco, cromo, cobre, manganês, iodo e selênio. O ferro é acrescentado apenas quando for essencial, porque sua segurança na nutrição parenteral não está comprovada. Caso seu paciente necessite de ferro, o médico pode prescrevê-lo em forma de ferro-dextrano. - Água 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores São variáveis as necessidades hídricas de modo significativo (35 ml/kg/dia para um adulto, até 150 ml/kg/dia para um lactente). Os pacientes que estiverem sendo tratados para inanição, traumatismo, sepse ou queimaduras podem necessitar de volumes muito maiores de água. Em suma, o volume de água acrescentado à nutrição parenteral do paciente depende da sua condição atual, que pode mudar de um dia para outro. ◘ Administraçãoda Nutrição Parenteral - Preparo do equipamento O preparo intra-hospitalar da NP que exige condições rigorosas de controle para garantir sua esterilidade é de total responsabilidade do farmacêutico, cuja formação técnica assegura a compatibilidade química dos seus componentes, controle físico, físico-químico e microbiótico dos aditivos e estabilidade da mistura. Cabe o farmacêutico informar, através de palestras ou cursos realizados no hospital, os resultados obtidos com controle microbiótico, técnicas mais adequadas de preparo e principais problemas de incompatibilidade e estabilidade nas misturas. Essas soluções são preparadas na farmácia, sob uma coifa com fluxo laminar e segundo técnica asséptica rigorosa. Logo, essas soluções são refrigeradas. As mesmas devem ser retiradas do refrigerador pelo menos uma hora antes de usá-la, para que possa ser aquecida à temperatura ambiente, igualando-se a essa temperatura. Deve-se conferir o rótulo da solução com a prescrição médica, para ter certeza de que a solução contém os componentes certos. Examine se há furos ou rachaduras no frasco e se a solução apresenta turvação, precipitados e opacidade. Se a solução contiver lipídios, fique atento a problemas como separação, espuma, aspecto oleoso ou coloração castanha. Além disso, verifique a data de validade. Caso encontre algum problema na solução, devolva-a a farmácia. Quando tiver conseguido a solução adequada, reúna uma bomba de infusão, um equipo adequado para administração, um filtro (caso o equipo não tenha um filtro 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores em linha), um conector que não necessite de agulha (para emulsões lipídicas), um suporte para infusão venosa, esparadrapo, luvas estéreis e gazes com álcool a 70%. - Orientações para a infusão O primeiro passo a ser tomado é esclarecer o procedimento ao paciente. Realizar a conferência dos 5 certos, certificando-se de que está administrando a solução adequada ao paciente certo. - Cuidados a serem observados na terapia: Esse procedimento requer muito cuidado. Use essas sugestões de especialistas, que ajudarão a administrar esse tratamento com segurança e eficácia. • Não deixe a solução da nutrição parenteral total (NPT) pendurada por mais de 24 horas; • Troque o equipo e o filtro da NPT a cada 24 horas; • Se o frasco da solução estiver violado e se não for possível substituí-lo de imediato, pendure um frasco com glicose a 10% e infunda à mesma taxa prescrita para a nutrição parenteral total. Isso evita uma reação hipoglicêmica grave. Monitore cuidadosamente o paciente, cuja glicose sanguínea ainda pode se alterar significativamente; • Não use o cateter destinado à nutrição parenteral para outras finalidades. Incluindo-se a infusão de hemoderivados, injeções rápidas, soluções simultâneas, coletas de sangue para exames laboratoriais ou determinação da pressão venosa central. Se estiver usando um cateter com lúmens múltiplos, destine um deles APENAS para a NPT. Os demais podem ser usados para outras necessidades. Caso esteja usando cateter com lúmen único, será necessário instalar outros pontos de acesso para os demais tratamentos; • Não faça "interrupções" com fluxos acelerados. A aceleração ou desaceleração da infusão de uma solução parenteral altera os níveis glicêmicos do paciente; 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Tranquilize o paciente de que você lhe fará higiene oral frequente para mantê-lo confortável; • Proporcione apoio emocional. O paciente que não consegue comer pode sentir falta dos prazeres social e emocional da alimentação; portanto, pode sentir-se aborrecido. Fique Atento: A elevação da temperatura corporal é um dos primeiros sinais de sepse associada ao cateter. Complicações Relacionadas com a Infusão da Quimioterapia - Cateter e Sepse Essa ocorrência (sepse associada ao cateter) é uma das complicações mais graves da terapia de nutrição parenteral. A causa mais comum é a contaminação da pele na região de acesso do cateter. Em geral, essa contaminação é causada por micro-organismos presentes nas mãos dos profissionais de saúde. Com base nessa informação entendemos a importância da lavagem das mãos cuidadosamente e com frequência quando estiver realizando procedimentos que envolvam cateteres. Para detectar infecção no local de acesso ou em qualquer outra área, monitore atentamente a temperatura do paciente. A frequência das verificações depende das normas da sua instituição e da doença subjacente do paciente. Se um paciente comumente sem febre apresentar uma elevação inesperada da temperatura durante a infusão da NPT, troque todo o sistema de infusão e envie os materiais trocados imediatamente para cultura, visando à detecção de contaminação da solução. - Emulsões lipídicas e suas complicações As complicações causadas pelas emulsões lipídicas podem ocorrer nos primeiros dias de tratamento, ou mais tarde. Complicações precoces: As reações adversas precoces à terapia com emulsão lipídica ocorrem em menos de 1% dos pacientes. Essas reações podem 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores incluir febre, dispneia, cianose, náuseas e vômitos, ruborização, sudorese, cefaleia, letargia, síncope, dor torácica ou lombar e pressão nos olhos. Também pode haver problemas como irritação no local da inserção, hiperlipidemia e trombocitopenia. Complicações tardias: As complicações tardias associadas à administração prolongada da emulsão lipídica são raras e podem incluir hepatomegalia, esplenomegalia, icterícia (devida a colestase lobular central) e discrasias sanguíneas (p. ex., trombocitopenia e leucopenia). Também pode haver elevações transitórias dos resultados das provas de função hepática (Isso também ocorre em alguns pacientes submetidos à nutrição parenteral total prolongada). A trombocitopenia pode ocorrer nos lactentes tratados com emulsão lipídica a 20%. Nos lactentes prematuros ou de baixo peso ao nascer, a nutrição parenteral periférica com emulsão lipídica pode levar à acumulação dos lipídios nos pulmões. O tratamento das complicações imediatas e tardias tem como objetivo aliviar os sintomas. Nas reações graves pode ser necessário interromper a terapia. É recomendável que seja feita uma investigação completa para febre. Dependendo das condições do paciente, dos resultados da cultura e do micro- organismo isolado, o médico pode retirar o cateter. O paciente será tratado com antibiótico, a menos que a infecção seja causada por um fungo; - Flebite Essa é uma complicação comum da terapia de NPP ou NPT. Os sinais e sintomas são dor, hiperestesia, rubor e calor no local de acesso. Aplique calor suave na região e, se possível, eleve o membro; - Embolia gasosa A embolia gasosa é um risco sempre presente para o paciente que esteja com cateter venoso central. Pode entrar ar no sistema venoso central quando o equipo de administração estiver sendo trocado, ou quando uma conexão do equipo desconectar-se acidentalmente. Também pode entrar ar por uma rachadura no equipo, ou pelo trajeto deixado após a remoção de um cateter central. Quando 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores retirar um cateter venoso central, aplique pressão suave no trajeto e, em seguida, coloque um curativo oclusivo; - Distúrbios glicêmicos As complicações metabólicas mais comuns são distúrbios do metabolismo da glicose.Os níveis glicêmicos também podem ser alterados desfavoravelmente por sepse, estresse, inanição, insuficiência renal ou hepática, doença pancreática e alguns medicamentos. Como muitos pacientes tratados com NPP ou NPT têm uma ou mais dessas condições, fique atento à hiperglicemia ou hipoglicemia. O paciente com hiperglicemia pode mostrar-se cansado, inquieto, confuso, ansioso ou fraco. Você pode detectar poliúria, desidratação, elevação dos níveis glicêmicos, delírio ou coma. Como resposta a essas alterações, reduza a taxa de infusão ou diminua a concentração da glicose. Substitua as calorias da glicose pelas calorias da emulsão lipídica e comece o tratamento com insulina. Sintomas de hipoglicemia: o paciente pode ter sudorese, tremores e irritabilidade após a infusão da NPT. Quando isso ocorrer, aumente a ingestão de glicose ou reduza a dose da insulina exógena; - Disfunção hepática Os sinais e sintomas de disfunção hepática são elevações dos níveis da aminotransferase do aspartato, da fosfatase alcalina e da bilirrubina sérica. As ingestões calóricas total e de glicose do paciente devem ser reduzidas e as calorias perdidas devem ser repostas por uma emulsão lipídica. Além disso, mude para um esquema de infusões cíclicas. Lembre-se de que as formulações hepáticas específicas devem ser usadas apenas pelos pacientes com encefalopatia; - Hipercapnia Quando o paciente desenvolve hipercapnia, você observa aumento no consumo de oxigênio, na produção de dióxido de carbono e no quociente respiratório calculado em 1 ou mais. Para corrigir a hipercapnia, reduza a ingestão 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores calórica total do paciente e a concentração da glicose, equilibrando as calorias com glicose e gordura. Hiperosmolaridade. O paciente com hiperosmolaridade apresenta confusão, letargia, convulsões, síndrome não-cetótica hiperosmolar, hiperglicemia, desidratação e glicosúria. Como resposta a essas alterações, interrompa as infusões de glicose e comece o tratamento com insulina combinada com solução fisiológica a 0,45% e 10 a 20 mEq/l de potássio; - Hipocalcemia O paciente com hipocalcemia pode ter poliúria, desidratação e elevações nos níveis sanguíneos e urinários da glicose. Os suplementos de cálcio devem ser aumentados; - Hipopotassemia Fraqueza muscular, paralisia, parestesia e arritmia são sinais e sintomas comuns da hipopotassemia. Para tratar esse distúrbio, administre suplementos de potássio; - Hipomagnesemia O paciente com hipomagnesemia pode sentir parestesias ao redor da boca ou nos dedos. Além disso, pode haver alterações no estado mental ou hiperreflexia. Aumente o suplemento de magnésio. - Hipofosfatemia Essa complicação associada à NPT causa irritabilidade, fraqueza, parestesia, coma e parada respiratória. O suplemento de potássio deve ser aumentado; - Acidose ou alcalose metabólica Na acidose metabólica, o nível sérico de Cloreto do paciente aumenta e a concentração sérica do bicarbonato diminui. Caso isso ocorra, deve-se aumentar a 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores quantidade de acetato da solução de NPT e reduzir o cloreto. Nos pacientes com alcalose metabólica, as alterações detectadas são opostas. Como resposta, reduza o acetato e aumente o cloreto da solução de NPT; - Coagulação no cateter Caso haja algum coágulo no cateter venoso do paciente, o fluxo será interrompido e você encontrará resistência quando estiver irrigando ou coletando sangue. Inicialmente, tente aspirar o coágulo. Se isso não funcionar, será necessário instilar urocinase para dissolvê-lo; - Rachadura ou fratura no equipo Se o equipo estiver rachado ou quebrado, você perceberá um vazamento de líquido pelo tubo. Aplique uma pinça hemostática acolchoada entre a fenda e o paciente, para evitar que entre ar no sistema e ocorra embolia gasosa. Troque o equipo; - Desconexão do cateter Caso o cateter de NPT saia da veia, comprima o local com uma gaze estéril e peça a alguém que avise ao médico. -------------------FIM DO MÓDULO IV ------------------