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UNIDADE III
AUDITORIA PÚBLICA
AUDITORIA NO SETOR PÚBLICO
Thauane Lima de Souza
Você está na unidade Auditoria no Setor Público. Conheça aqui um importante assunto relacionado à Auditoria Pública, que, mesmo sendo um ramo separado da Contabilidade está inserido no contexto de todas as instituições públicas: o sistema de auditoria das contas contábeis públicas. Nessa unidade, vamos aprender sobre o controle e procedimento interno adotado nas instituições públicas, com o objetivo de ratificar os lançamentos contábeis. Além disso, vamos entender sobre alguns procedimentos da auditoria no setor público, quais são os principais tipos de auditoria interna que são adotados, e conhecer os princípios de auditoria aplicado às instituições públicas que são mais importantes
1. Controle e Procedimento
A realização da auditoria, dentro das instituições, garante a transparência e confiabilidade dos lançamentos e registros contábeis. Dentro das instituições públicas, esse procedimento também é necessário, pois é através dele que os lançamentos contábeis são validados, assim como as contas públicas são aprovadas. É nesse contexto de auditoria que alguns controles e procedimentos internos básicos devem ser realizados nos órgãos públicos, e é esse tema que vamos estudar a seguir.
1 Controle Interno
O controle dentro de qualquer organização, seja pública ou privada, tem o objetivo de garantir uma fiscalização, ou monitoramento, das atividades que são exercidas no ambiente, com a função de gerenciar se essas atividades estão sendo executadas de acordo com o objetivo que lhes são designadas, ou até mesmo se existe algum tipo de ilicitude nos procedimentos adotados.
Desse modo, o controle nos órgãos acontece por meio de técnicas e procedimentos, que podem ser realizados tanto internamente como externamente, e que vão atender a objetivos específicos dentro das organizações, sendo acompanhado e gerenciado por pessoas específicas para essa atividade.
O controle dentro das organizações públicas acontece de várias formas, e geralmente tem o objetivo de supervisionar os lançamentos contábeis, além de verificar se os recursos estão sendo utilizados de maneira que atenda os princípios constitucionais no que diz respeito à prevalência do direito público sobre o privado.
De acordo com Cavalheiro e Flores (2007), o controle das organizações públicas acontece de duas formas, a primeira é a seguinte:
O controle externo é aquele exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas, conforme preconizam os arts. 31 e 71 da Constituição Federal – CF.
O controle externo tem como principal finalidade verificar a probidade da Administração, a guarda, a administração e o emprego legal do Erário e o cumprimento da Lei Orçamentária. (CAVALHEIRO; FLORES, 2007, p. 16)
 
Como podemos observar, o controle dos órgãos públicos é exercido de forma externa, pelo Poder Legislativo, por meio do Tribunal de Contas, que é o órgão criado com o objetivo de fiscalizar as contas públicas, baseado na verificação dos atos de acordo com a probidade administrativa.
O outro tipo de controle das organizações públicas, de acordo com os preceitos de Cavalheiro e Flores (2007), é: “O controle interno municipal é aquele exercido pelos Poderes Executivo e Legislativo, em razão dos mandamentos contidos nos arts. 31, 70, 71 e 74 da Constituição Federal – CF.”  (CAVALHEIRO; FLORES, 2007, p. 17).
O controle interno, conforme descrito, é direcionado pelo Executivo e Legislativo, de acordo com o que diz a Constituição Federal (BRASIL, 1988), e visa à auditoria dos procedimentos internos, por órgãos específicos, criados dentro da própria organização, no entanto agem de maneira autônoma, e visa garantir que as contas públicas sejam fiscalizadas internamente.
Desse modo, podemos concluir que o controle das organizações acontece de dois modos: interno e externo, e que, internamente, é feito por um órgão dentro da entidade pública com o objetivo de fiscalizar as contas públicas, e externamente é realizado por um órgão externo, designado Tribunal de Contas, podendo ser do município, estado ou da união.
Ainda de acordo com Cavalheiro e Flores (2007), o controle deve ser regido de acordo com três princípios, de direção, profundidade e intensidade, e que o de direção:
Significa o caminho para onde a cultura conduz o órgão. A cultura influencia o comportamento das pessoas de maneira que as metas sejam cumpridas, tornando-se um patrimônio positivo importante para o órgão. Se a cultura dirigir o órgão de forma divergente à orientação, à missão e às metas, irá constituir-se num passivo indesejável. (CAVALHEIRO; FLORES, 2007, p. 16)
O controle baseado na direção deve estar vinculado à cultura da organização, com o objetivo de sempre vincular a missão e meta do órgão, com o que está sendo realizado e gerenciado. Ainda de acordo com Cavalheiro e Flores (2007), os princípios baseados na intensidade e profundidade são:
A intensidade é o grau de pressão exercida pela cultura sobre as pessoas em relação à direção desejada.
A profundidade consiste no nível em que a cultura está disseminada, compreendida e compartilhada entre as pessoas. Se o nível for baixo, sinalizará o treinamento e a orientação que deverá haver no órgão. Se for verificada que no órgão há uma “forte cultura”, pode-se caracterizar como uma cultura direcionada para a realização das metas do órgão. (CAVALHEIRO; FLORES, 2007, p. 16)
A intensidade que está vinculada ao controle interno é aquela que se baseia entre a cultura da organização e a relação com a direção, ou seja, visa a garantir que a direção esteja agindo de acordo com os princípios constitucionais e com a missão do órgão.
A profundidade é baseada na cultura, se os níveis estão sendo cumpridos entre as pessoas, e parâmetros são adotados no sentido de medir a profundidade, como baixo, ou alto, à medida que as metas são cumpridas.
1.2 Procedimentos Internos
Os procedimentos internos, no sentido de auditoria, que são adotados diante dos órgãos públicos são diferenciados a depender das esferas, se municipal, estadual ou federal, e visam a garantir que os princípios da administração pública sejam respeitados.
Segundo Cavalheiro e Flores (2007), os princípios que devem ser atendidos são:
A Administração Pública diferencia-se da administração na iniciativa privada pela obediência compulsória aos princípios constitucionais básicos da legalidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Logo, não há possibilidade de comparação direta entre a Administração Pública e aquela praticada na iniciativa privada. Exemplificando: a Administração Pública naturalmente terá seus processos mais morosos, pois terá de licitar, obedecer a prazos e ritos processuais, motivar decisões, dar publicidade aos atos com datas predeterminadas pela legislação, dentre outros. (CAVALHEIRO; FLORES, 2007, p. 14)
Como podemos observar, os procedimento internos adotados pelos órgãos devem estar vinculados aos princípios que podem ser resumidos entre Supremacia do Interesse Público e Legalidade, desse modo, tudo que deve ser tramitado e executado dentro dos órgãos público deve estar amparado nesses critérios, e, se houver algum descumprimento desses princípios, os atos serão considerados ilegais, e devem ser anulados.
Os procedimentos internos devem ser adotados por todas as pessoas que trabalham dentro da organização, pois a responsabilidade de fiscalizar e gerenciar os atos dos governantes é uma obrigação de todos, com procedimentos simples de verificação da realização dos serviços, se o valor das arrecadações estiver sendo utilizado para o bem do interesse coletivo, e se os valores contábeis estão sendo lançados de acordo com os princípios contábeis.
Existe também uma obrigação dos cidadãos de fiscalizar se os serviços estão sendo direcionados de maneira correta, se não estiverem, devem ser denunciados, pois é de entendimento de todos queos órgãos públicos existem com o objetivo de atender à população, e que, quando esses serviços não são atendidos, é necessário que medidas sejam tomadas no sentido de solucionar as ações públicas.
2 Auditoria no Setor Público
Os procedimentos de auditoria, que devem ser adotados em todas as organizações, devem obedecer aos princípios contábeis que regem todos os lançamentos de escrituração e apuração contábil, desse modo, os mesmos procedimentos devem ser adotados nos órgãos públicos, da administração direta e indireta, e é sobre esse tema que vamos estudar a seguir.
2.1 Conceito de Auditoria Pública
Como sabemos, a auditoria é um ramo específico da contabilidade, que visa a garantir a fidelidade e confiabilidade dos lançamentos contábeis, por esse motivo, ela não está enquadrada entre os tipos e formas gerais da contabilidade, como a Contabilidade de Custos ou a Contabilidade Geral.
De acordo com o Manual de Contabilidade (2011), a auditoria é:
De maneira sintética, utiliza-se a auditoria contábil (não confundir com auditoria fiscal) para proceder “a revisão de tudo aquilo que foi realizado na Contabilidade da empresa, verificando se a escrita obedece aos princípios contábeis, se cumpre os preceitos legais e se está baseada em documentos idôneos, enfim, certificar-se de que foram observadas as práticas contábeis adotadas no Brasil.  (VELTER; MISSAGIA, 2011, p. 10).
Como podemos observar, a auditoria é necessária para o cumprimento dos preceitos legais, que devem sempre estar ancorados na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Além dos lançamentos contábeis, devem ser auditados os atos administrativos, que devem sempre existir em prol da supremacia do interesse público.
A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (BRASIL, 1999), versa sobre os atos administrativos dos órgãos públicos, e diz que os atos devem obedecer:
Art. 2° A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. (BRASIL, 1999,s. p.)
Como destacado no trecho acima, pela Lei de processos administrativos, os atos da Administração Pública devem estar dispostos para atendimento exclusivo desses itens demonstrados na legislação, como:
· seguir os preceitos da lei, com fim de atender ao interesse público;
· atuação da probidade;
· publicação dos atos;
· e, caso algum desses atos estejam disformes ao previsto na legislação, eles devem ser, suspensos, anulados ou revogados.
Os atos administrativos devem ser anulados, quando, de acordo com a Lei 9784 (BRASIL, 1999): “A Administração deve anular seus próprios atos, eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.
Sendo assim, quando ocorrer um processo de auditoria dentro das organizações públicas e ficar constatado que os atos foram feitos sem atender ao princípio da legalidade, esses atos devem ser anulados, caso seja verificado que não é mais interessante para a administração, esses atos devem ser revogados.
A revogação e a anulação se diferenciam pelo fato de que só serão anulados os atos que tiverem tido alguma ilegalidade durante a sua tramitação, já os revogados serão considerados os que forem por conveniência da administração.
A auditoria pública é um instrumento de controle dos procedimentos internos da Administração Pública, e devem sempre ser realizados não como uma forma de punir os atos, mas sim de gerenciar e auxiliar os gestores no processo do controle de gasto e melhor distribuição dos valores arrecadados para atender ao interesse de todos, conforme o que é previsto nos preceitos constitucionais e princípios da Administração Pública.
2.2 Partes da auditoria
Para realizar a auditoria das instituições públicas, é necessário que três elementos estejam presentes no processo da auditoria, essas partes são designadas para que o processo seja executado de forma eficiente e que apresente resultados de acordo com as normas dos princípios constitucionais.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS (Entidades Fiscalizadoras Superiores), de 2013, as três partes do processo de auditoria das instituições públicas são:
· Auditor
na auditoria do setor público, o papel de auditor é desempenhado pelo Titular da EFS e pelas pessoas a quem é delegada a tarefa de conduzir auditorias. A responsabilidade geral pela auditoria do setor público é aquela definida no mandato da EFS.
· A parte responsável
na auditoria do setor público, as principais responsabilidades são determinadas pelo ordenamento constitucional ou legal. As partes responsáveis podem ser responsáveis pela elaboração da informação sobre o objeto, pela gestão do objeto ou por atender recomendações acerca do objeto, e podem ser pessoas ou organizações.  
· Os usuários previstos
as pessoas, organizações ou grupos destas para quem o auditor elabora o relatório de auditoria. Os usuários previstos podem ser órgãos legislativos ou de controle, responsáveis pela governança ou o público em geral. (TCU, 2013, p.05)
Conforme exposto, pela normativa do Tribunal de Contas da União, as partes integrantes ao processo de auditoria das organizações públicas são:
 o auditor, a parte responsável e os usuários.
Essas partes devem estar interligadas com o objetivo de prevalecer a supremacia do interesse público sobre o privado, e garantir que as arrecadações estejam sendo utilizadas em favor do bem comum. O papel das três partes está esquematizado abaixo:
O auditor tem o papel importante de conduzir as tarefas da auditoria nas instituições, ele é designado a esse papel pelas Entidades Fiscalizadoras, e deve realizar todo o processo de auditoria, apresentando, ao final do processo, um relatório com as informações que foram levantadas no processo.
A segunda parte essencial do processo de auditoria são os responsáveis, que estão diretamente trabalhando em favor do público, e têm o objetivo de fornecer as informações ao auditor, que irá iniciar os trabalhos de fiscalização. Os responsáveis geralmente são servidores que trabalham dentro das instituições que estão sendo auditadas.
Por fim, a última parte integrante ao processo de auditoria são os usuários, que são as pessoas que irão receber os relatórios dos auditores, ou seja, são os usuários final do processo de auditoria, os quais irão interpretar os dados contidos nos relatórios e irãoavaliar como as instituições estão funcionando.
As partes do processo de auditoria são essenciais para que os relatórios sejam entregues dentro do prazo, e que os gestores possam confiar no que foi descrito no mesmo, por isso, as três partes devem estar diretamente ligadas umas às outras, buscando sempre estabelecer uma comunicação entre elas, para que tanto o auditor, quanto os responsáveis e os usuários estejam cientes de suas responsabilidades e possam executar um trabalho eficiente e confiável para todos, buscando sempre alcançar as metas atribuídas às organizações públicas.
3 Tipos de Auditoria
A auditoria pública, como vimos, é importante para dar mais confiabilidade aos atos do Poder Público, e ela pode ser de vários tipos, cada tipo irá atender a uma necessidade específica dentro das instituições públicas, e será destinado a um determinado foco, e é sobre esses tipos da auditoria pública que vamos estudar a seguir.
.1 Auditoria Financeira
A auditoria pode atender a cada setor das organizações públicas, seja com o objetivo de gerenciamento, ou fiscalização, ou até mesmo de controle dos gastos públicos, a auditoria financeira está vinculada à avaliação e ao controle dos relatórios financeiros dos gestores públicos.
A auditoria financeira ocorre dentro de qualquer instituição pública, onde as partes que participam do processo devem estar integradas, como por exemplo os auditores, devem estar em contato com os responsáveis, que irão passar todos os relatórios financeiros da instituição, junto com os balanços e os registros de lançamentos financeiros realizados no período desejado.
De posse de toda a documentação necessária para iniciar o processo de auditoria da entidade, o auditor irá realizar um levantamento dos lançamentos que foram realizados no período, e classificar os lançamentos de acordo com a especificidade de sua natureza.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS, de 2013, a auditoria financeira:
foca em determinar se a informação financeira de uma entidade é apresentada em conformidade com a estrutura de relatório financeiro e o marco regulatório aplicável. Isso é alcançado obtendo-se evidência de auditoria suficiente e apropriada para permitir o auditor expressar uma opinião quanto a estarem as informações financeiras livres de distorções relevantes devido a fraude ou erro. (TCU, 2013, p. 04)
Como observado, a auditoria financeira irá estar ligada diretamente aos relatórios contábeis da instituição, com o objetivo de verificar se os lançamentos foram feitos de acordo com as normas e princípios contábeis, ou se ocorreu alguma fraude ou erro no processo de contabilização dos registros. Caso seja apontada alguma irregularidade nos lançamentos, o auditor deverá informar imediatamente ao usuário que irá recepcionar os relatórios, apontando quais medidas deverão ser tomadas quanto àquela irregularidade.
A auditoria financeira é importante para os órgãos públicos, pois vai garantir que as operações estão sendo registradas de acordo com o que pede a legislação, e o próprio gestor executivo da organização ficará resguardado diante de qualquer irregularidade que porventura a instituição vier a passar.
3.2 Auditoria Operacional
A auditoria operacional das instituições públicas está vinculada diretamente à análise dos programas do governo, das instituições e das intervenções que o governo faz, e se elas estão atendendo ao interesse do público, ou seja, se os programas do governo estão cumprindo o seu objetivo fim, que é o interesse público sobre o privado.
As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS), de 2013, define a auditoria operacional como a que:
foca em determinar se intervenções, programas e instituições estão operando em conformidade com os princípios de economicidade, eficiência e efetividade, bem como se há espaço para aperfeiçoamento. O desempenho é examinado segundo critérios adequados, e as causas de desvios desses critérios ou outros problemas são analisados. O objetivo é responder a questões-chave de auditoria e apresentar recomendações para aperfeiçoamento. (TCU, 2013, p. 04)
Cada instituição pública cria programas que atendem a determinada camada social da sociedade, como, por exemplo, o programa Bolsa Família é destinado a atender famílias carentes, ou o Universidade Para Todos, que é um programa de cursinho para pessoas de baixa renda, e a auditoria operacional visa a garantir que esses programas estejam atendendo ao seu devido fim, e, caso ocorra algum desvio, ou fraude no objetivo desses programas, o auditor irá apontar as irregularidade no seu relatório e informar aos gestores as possibilidades para que o problema seja solucionado.
A auditoria operacional, de acordo com o Tribunal de Contas da União, é feita por meio de um ciclo operacional, que vai desde o monitoramento das informações dos programas, passando pela execução, seguindo pelos relatórios da auditoria, que serão apreciados pelos gestores e, por fim, a divulgação dos resultados esperados.
A auditoria operacional é muito importante no processo de gestão dos órgãos públicos, pois vai garantir a correta execução de suas ações, além de auxiliar os gestores nas escolhas de novos programas de governo para atender à população que não foi favorecida nos programas anteriores.
 
3.3 Auditoria de Conformidade
A auditoria de conformidade é designada para avaliar se os aspectos particulares de determinado objeto público estão sendo aplicados em conformidade com o seu critério, podendo ser criadas leis e regulamentos para que essas aplicações ocorram de forma eficaz, ou até mesmo acordos entre a gestão financeira e os agentes envolvidos nas relações.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS, de 2013, a auditoria de conformidade:
foca em determinar se um particular objeto está em conformidade com normas identificadas como critérios. A auditoria de conformidade é realizada para avaliar se atividades, transações financeiras e informações cumprem, em todos os aspectos relevantes, as normas que regem a entidade auditada. Essas normas podem incluir regras, leis, regulamentos, resoluções orçamentárias, políticas, códigos estabelecidos, acordos ou os princípios gerais que regem a gestão financeira responsável do setor público e a conduta dos agentes públicos. (TCU, 2013, p. 05)
 
A auditoria em conformidade pública, para ser realizada de forma eficiente dentro das organizações, deve seguir alguns elementos básicos, que, de acordo com o Tribunal de Contas da União, são: título, descrição do projeto, identificação das normas, resposta da entidade, recomendações, conclusão.
Esses são apenas alguns elementos que devem existir no relatório de auditoria, mas todos estão baseados na análise das ações do governo, na conformidade de seus objetivos e nos resultados que são esperados dentro das organizações.
Como podemos observar, o Tribunal de Contas da União sempre busca regulamentar as normas de auditoria que são executadas nos órgãos públicos, com o objetivo de avaliar, normatizar e regulamentar os procedimentos dos processos das instituições públicos, e avaliar se eles estão sendo realizados de acordo com o que determina a legislação constitucional.
4 Princípios de Auditoria Pública
Os princípios são os regulamentos que regem todos os procedimentos e normas, desse modo a auditoria pública também apresenta seus princípios que têm o objetivo de orientar os auditores no momento da realização dos relatórios, além de dar parâmetros de como iniciar o processo de auditoria nas organizações, e é sobre esse tema que vamos estudar a seguir.
4.1 Ética e independência, Controle de qualidade, Gestão de equipes de auditoria e habilidades
Os principais princípios que vamos estudar nesse momento são os que fazem referência à ética e gestão dos auditores, esses princípios devem ser obedecidos por todos os auditores para garantir que os relatórios que eles irão fazer dentro das instituições públicas sejam válidos.
O princípio da ética e independência diz respeito à forma que o auditor deve executar os seus trabalhosdentro das instituições, que devem ser baseados na ética e na independência dos seus trabalhos, ou seja, mesmo que os auditores estejam vinculados à instituição, eles são autônomos na execução de suas atividades, e não devem acatar nenhum tipo de suborno ou interferência no seu trabalho.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS, de 2013, o princípio da ética e independência diz respeito a:
Os auditores devem cumprir exigências éticas relevantes e ser independentes. Princípios éticos devem estar incorporados ao comportamento profissional do auditor. As EFS devem ter políticas abordando exigências éticas e enfatizando a necessidade de seu cumprimento pelos auditores. Os auditores devem manter-se independentes, de modo que seus relatórios sejam imparciais e sejam visto como tal pelos usuários previstos.  (TCU, 2013, p. 12)             
 
Outro princípio que deve ser atendido pelo auditor ao realizar o processo de auditoria das organizações é o controle de qualidade, esse controle deve estar alinhado com as normas profissionais dos contadores e auditores, com o objetivo garantir a qualidade dos serviços.
De acordo com as Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS), de 2013, no princípio do controle de qualidade:
Os auditores devem realizar a auditoria em conformidade com normas profissionais de controle de qualidade. As políticas e os procedimentos de controle de qualidade de uma EFS devem estar em conformidade com normas profissionais, a fim de assegurar que as auditorias sejam realizadas com um nível de qualidade consistentemente elevado. Os procedimentos de controle de qualidade devem abranger questões tais como a direção, revisão e supervisão do processo de auditoria e a necessidade de consulta a fim de alcançar decisões em assuntos difíceis ou controversos. (TCU, 2013, p.09)               
 
O próximo princípio a ser estudado é a gestão de equipes de auditoria e habilidade, que é a habilidade que o auditor tem que ter para realizar a auditoria de determinado órgão público, ou seja, ele deve, antes de aceitar o trabalho proposto, avaliar se possui as habilidades necessárias para a execução da auditoria.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS, de 2013, no princípio Gestão de equipes de auditoria e habilidades:
Os auditores devem possuir ou ter acesso às habilidades necessárias. Os membros da equipe de auditoria devem possuir, coletivamente, o conhecimento, as habilidades e a competência necessários para concluir com êxito a auditoria. Isso inclui compreensão e experiência prática acerca do tipo de auditoria que está sendo realizada, familiaridade com as normas e a legislação aplicáveis, entendimento das operações da entidade e habilidade e experiência para exercer julgamento profissional. Comum a todas as auditorias é a necessidade de recrutar pessoas com qualificações adequadas, oferecer desenvolvimento e treinamento do pessoal, elaborar manuais e outras orientações e instruções escritas, relacionados à condução de auditorias, e atribuir recursos suficientes para a auditoria.  (TCU, 2013, p.10)               
Diante o exposto, vimos que tanto os auditores, quanto a sua equipe devem possuir as habilidades adequadas ao tipo de auditoria que irá ser realizado, como, por exemplo, na auditoria financeira, o auditor deve ter conhecimento e experiência da execução dos lançamentos contábeis, além de ter habilidade para ler os relatórios financeiros, e conhecer sobre os tipos de contas contábeis aplicadas ao setor público. 
4.2 Risco de auditoria e Comunicação
Os próximos princípios que vamos estudar estão relacionados ao risco de auditoria e a comunicação, ambos estão vinculados aos procedimentos adotados pelos auditores nas organizações públicas.
O princípio do risco de auditoria é baseado no risco que o auditor tem ao executar um serviço de auditoria na instituição pública, esse risco deve ser medido e avaliado, antes da realização do trabalho designado, com o objetivo de avaliar se o risco e o resultado estão sendo proporcionais, caso seja avaliado que o risco supere os resultados que o auditor vai apresentar, o trabalho deve ser repensado.
De acordo com as Normas Internacionais das EFS, de 2013, no princípio do risco de auditoria:
Os auditores devem gerenciar os riscos de fornecer um relatório que seja inadequado nas circunstâncias da auditoria. O risco de auditoria é o risco de que o relatório de auditoria possa ser inadequado. O auditor executa procedimentos para reduzir ou administrar o risco de chegar conclusões inadequadas, reconhecendo que as limitações inerentes a todas as auditorias significam que uma auditoria nunca pode fornecer absoluta certeza da condição objeto.  (TCU, 2013, p.10)               
O princípio da comunicação diz respeito a forma que os auditores, responsáveis e usuários devem ter durante todo o processo de relatório das instituições, ou seja, o princípio de comunicação é o que diz que o auditor deve manter um diálogo responsável, durante toda a execução do serviço.
De acordo com as Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS), de 2013, no princípio da comunicação:
Os auditores devem estabelecer uma comunicação eficaz durante todo o processo de auditoria. É essencial que a entidade auditada seja mantida informada de todas as questões relacionadas com a auditoria. Esta é a chave para o desenvolvimento de uma relação de trabalho construtiva. A comunicação deve incluir a obtenção de informação relevante para a auditoria e a disponibilização oportuna de observações e achados de auditoria à administração e aos responsáveis pela governança durante o trabalho. O auditor também pode ter a responsabilidade de comunicar fatos relacionados à auditoria a outras partes interessadas, tais como órgãos legislativos e de controle.  (TCU, 2013, p.11)               
Como podemos observar na descrição acima, o princípio da comunicação deve estar atrelado a todo o processo de realização de auditoria na instituição pública, devendo, em cada passo de relatório desenvolvido, manter uma comunicação com os responsáveis, para que eles tenham conhecimento do andamento da auditoria.
Os princípios de auditoria devem ser seguidos por todos os auditores e profissionais no momento da execução dos serviços a que se propuserem a realizar, para que possam garantir que os relatórios que serão apresentados sejam feitos baseados em todos os preceitos e regulamentos contábeis.

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