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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE VOLTA REDONDA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Maira Santana 
Profº orientador: Carlos Eduardo Ribeiro 
 
 
 
SETEMBRO/2013 
2 
 
Sumário 
1 Orçamento Público ............................................................................................................. 5 
1.1 Conceito............................................................................................................................ 5 
1.2 Tipos de Orçamento ........................................................................................................ 5 
1.3 Ciclo Orçamentário .......................................................................................................... 6 
1.4 Instrumentos de Planejamento e Orçamento ................................................................ 7 
1.4.1 Plano Plurianual (PPA) ................................................................................................ 7 
1.4.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ...................................................................... 8 
1.4.3 Lei Orçamentária Anual (LOA) .................................................................................... 9 
1.5 Tipos de Elaboração de Orçamento ............................................................................ 11 
1.6 Princípios Orçamentários .............................................................................................. 11 
2. Créditos Adicionais .......................................................................................................... 14 
2.1 Conceito.......................................................................................................................... 14 
2.2 Classificação dos Créditos Adicionais ......................................................................... 14 
2.3 Características dos Créditos Adicionais ...................................................................... 15 
2.4 Fontes de Abertura de Crédito Adicional ..................................................................... 15 
3 Receita Pública ................................................................................................................. 16 
3.1 Conceito.......................................................................................................................... 16 
3.2 Classificação da Receita Pública ................................................................................. 16 
3.2.1 Quanto à Natureza ..................................................................................................... 16 
3.2.2 Quanto à Categoria Econômica ................................................................................ 17 
3.2.2.1 São Receitas Correntes .......................................................................................... 17 
3.2.2.2 São Receitas de Capital ......................................................................................... 18 
3.3 Estágios da Receita Pública ......................................................................................... 19 
4. Dívida Ativa ...................................................................................................................... 19 
4.1 Tipos ............................................................................................................................... 19 
4.2 Competência para Inscrição ......................................................................................... 19 
5. Despesa Pública .............................................................................................................. 20 
5.1 Conceito.......................................................................................................................... 20 
5.2 Classificação da Despesa Pública ............................................................................... 20 
5.2.1 Quanto à Natureza ..................................................................................................... 20 
5.2.2 Quanto à Categoria Econômica ................................................................................ 21 
5.3 Estágios da Execução da Despesa ............................................................................. 22 
5.4 Restos a Pagar .............................................................................................................. 23 
3 
 
5.4.1 Conceito ...................................................................................................................... 23 
5.4.2 Classificação ............................................................................................................... 23 
5.4.3 Inscrição ...................................................................................................................... 24 
5.4.4 Prescrição ................................................................................................................... 24 
5.4.5 Pagamento .................................................................................................................. 25 
5.5 Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) .................................................................. 25 
5.5.1 Conceito ...................................................................................................................... 25 
5.5.2 Prescrição ................................................................................................................... 26 
6. Suprimentos de Fundos .................................................................................................. 26 
6.1 Conceito.......................................................................................................................... 26 
6.2 Concessão de Suprimento ............................................................................................ 26 
6.2.1 Limite para Concessão do Suprimento..................................................................... 27 
6.2.2 Limite para Despesas de Pequeno Vulto ................................................................. 27 
6.3 Proibição de Concessão de Suprimento ..................................................................... 27 
6.4 Prestação de Contas ..................................................................................................... 27 
7. Plano de contas ............................................................................................................... 28 
7.1 Plano de Contas Aplicado ao Setor Público ................................................................ 29 
7.2 Natureza da Informação das Contas do PCASP ........................................................ 32 
7.2.1 Informações de Natureza Patrimonial ...................................................................... 32 
7.2.2 Informações de Natureza Orçamentária .................................................................. 34 
7.2.3 Informações de natureza típica de controle ............................................................. 34 
8. Demonstrações Contábeis .............................................................................................. 35 
8.1 Balanço Orçamentário ................................................................................................... 35 
8.1.1 Conceito ...................................................................................................................... 35 
8.1.2 Análise ......................................................................................................................... 36 
8.2 Balanço Financeiro ........................................................................................................ 39 
8.2.1 Conceito ......................................................................................................................39 
8.2.2 Análise ......................................................................................................................... 39 
8.2.3 Estrutura ...................................................................................................................... 41 
8.3 Demonstração das Variações Patrimoniais................................................................. 41 
8.3.1 Conceito ...................................................................................................................... 41 
8.3.2 Análise ......................................................................................................................... 42 
8.3.3 Estrutura ...................................................................................................................... 43 
8.4 Balanço Patrimonial ....................................................................................................... 45 
4 
 
8.4.1 Conceito ...................................................................................................................... 45 
8.4.2 Análise ......................................................................................................................... 45 
8.4.3 Estrutura ...................................................................................................................... 47 
8.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa ............................................................................ 48 
8.5.1 Conceito ...................................................................................................................... 48 
8.5.2 Análise ......................................................................................................................... 49 
8.5.3 Estrutura ...................................................................................................................... 50 
9. Bibliografia ........................................................................................................................ 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
1 Orçamento Público 
 
1.1 Conceito 
 
 É o instrumento de que dispõe o Poder Público, em qualquer de suas 
esferas, para expressar, em determinado período de tempo, o seu programa de 
atuação, discriminando a origem e o montante dos recursos a serem obtidos, 
bem como os dispêndios a serem efetuados. É a materialização da ação 
planejada do Estado na manutenção de suas atividades e na execução de seus 
projetos. 
 Lei de iniciativa do Poder Executivo que estima a receita e fixa a 
despesa da administração pública. 
 É elaborada em um exercício e, após aprovada pelo Poder Legislativo, 
vigora no exercício seguinte. 
 
1.2 Tipos de Orçamento 
 
 Corresponde à característica que determina a maneira pela qual o 
orçamento é elaborado, segundo o regime político vigente, variando de acordo 
com a forma de Governo. O Brasil já vivenciou três tipos de orçamento, que 
são: 
· Legislativo 
É o tipo utilizado em países parlamentaristas, no qual a elaboração, a votação 
e a aprovação do orçamento são de competência do poder Legislativo, 
cabendo ao Executivo a sua execução; 
6 
 
· Executivo 
É o tipo em países onde impera o poder absoluto, no qual a elaboração, a 
aprovação, a execução e o controle do orçamento são da competência do 
Poder Executivo; 
· Misto 
Este tipo é utilizado nos países cujas funções legislativas são exercidas pelo 
Congresso ou Parlamento, sendo sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. 
Sua elaboração e execução é competência do Poder Executivo, cabendo ao 
Poder Legislativo sua votação e seu controle. Este é o tipo utilizado atualmente 
no Brasil, previsto na Constituição Federal de 1988. 
 
 
1.3 Ciclo Orçamentário 
 
 O ciclo orçamentário ou processo orçamentário pode ser definido como 
um processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, 
executa, controla e avalia os programas do setor público. 
 Preliminarmente é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se 
confunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o 
qual se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do 
ciclo orçamentário. 
 Identificam-se, basicamente, quatro etapas no ciclo ou processo 
orçamentário: 
I. Elaboração da proposta orçamentária: a elaboração do orçamento, em 
conformidade com o disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, compreende 
a fixação de objetivos concretos para o período considerado, bem como o 
cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros, necessários à sua 
materialização e concretização. 
II. Estudo/Discussão e Aprovação da Lei do Orçamento: esta fase compete ao 
Poder Legislativo e baseia-se na necessidade de que o povo, através de seus 
representantes, intervenha na decisão de suas próprias aspirações, bem como 
na maneira de alcançá-las. 
III. Execução orçamentária e financeira: a execução do orçamento constitui a 
concretização anual dos objetivos, diretrizes e metas determinadas para o setor 
público, no processo de planejamento integrado, e implica a mobilização de 
recursos humanos, materiais e financeiros. 
IV. Avaliação ou Controle: refere-se à organização, aos critérios e trabalhos 
destinados a julgar o nível dos objetivos fixados no orçamento e as 
modificações nele ocorridas durante a execução, além de referir-se à eficiência 
com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de 
racionalidade na utilização dos recursos correspondentes. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
Fases do Ciclo Orçamentário 
 
 
 
1.4 Instrumentos de Planejamento e Orçamento 
 
 A Constituição Federal de 1988 no artigo 165 estabeleceu como 
instrumentos do processo de planejamento (processo racional para definir 
objetivos e determinar os meios para alcançá-los) as seguintes leis: 
 
1.4.1 Plano Plurianual (PPA) 
 
 É um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as 
ações do governo que levem ao atingimento dos objetivos e metas fixados para 
um período de quatro anos, situados entre o segundo ano do mandato do 
responsável pela sua elaboração e o primeiro ano do mandato subseqüente. 
 É um Instrumento constitucional utilizado para o planejamento 
estratégico, estabelecendo, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e 
metas da administração pública para: 
a) despesas de capital e os correspondentes custos de operação e 
manutenção; 
b) programas de duração continuada (cuja duração ocorra por mais de um 
exercício). 
Importante: A disciplina sobre o Plano Plurianual – PPA, ainda se restringe às 
regras previstas na Constituição Federal, em decorrência do veto imposto ao 
art. 3º da Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
8 
 
 
 
1.4.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 
 
 Esta Lei tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos 
anuais, compreendidos aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimento 
das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los às 
diretrizes, objetivos e metas da administração pública. 
 Compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo 
as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, tendo como 
objetivos fundamentais: 
a) orientar a elaboração da lei orçamentária anual, bem como sua execução; 
b) dispor sobre as alterações na legislação tributária; 
c) estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento. 
9 
 
 
1.4.3 Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 Para viabilizar a concretização das situações planejadas no Plano 
Plurianual e, obviamente, transformá-las em realidade, obedecida a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias, elabora-se o Orçamento Anual, onde são 
programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os objetivos 
propostos. 
 Esta Lei define as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão 
ser atingidas naquele ano. 
 Estima as receitas e autoriza as despesas de acordo com aprevisão de 
arrecadação que compreende: 
 
a) O ORÇAMENTO FISCAL - Demonstra a ação governamental dos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, excluídos: 
 os investimentos das empresas; 
 os órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade 
social. 
 
b) O ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO DAS EMPRESAS - Aquelas em que 
a administração pública detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital 
social com direito a voto. Detalha as fontes de recursos e a programação de 
seus investimentos, discriminando as receitas e despesas operacionais a fim 
de evidenciar o déficit ou superávit resultante. 
 
c) O ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - Compreende as ações 
integradas dos poderes públicos e destinadas a assegurar os direitos relativos 
à saúde, previdência e assistência social. 
10 
 
Importante: No Brasil, a Lei do Plano Plurianual, a Lei das Diretrizes 
Orçamentárias e a Lei do Orçamento Anual são de iniciativa do Poder 
Executivo, que deverá fazer o encaminhamento das propostas em prazo 
determinado na Constituição ou em Lei Complementar. 
 
 
A tabela mostra um resumo da vigência e encaminhamento dos projetos dos 
Instrumentos 
 
 
Importante: O não envio da proposta orçamentária no prazo estabelecido e a 
falta de votação do orçamento acarreta: 
I. Caso o Legislativo não receba a proposta orçamentária no prazo, fica 
automaticamente considerada a proposta (Lei) anterior; 
II. Caso o Legislativo não aprove a proposta antes do início do exercício, o 
Poder Executivo realizará suas despesas com base nos duodécimos do valor 
estimado; e 
III. O Congresso deverá ser convocado extraordinariamente por se tratar de 
matéria cuja votação deve ser efetuada antes do início do exercício financeiro. 
 
Estrutura orçamentária no Brasil 
 
11 
 
 
 
1.5 Tipos de Elaboração de Orçamento 
 
 É a maneira pela qual o orçamento é elaborado, dependendo do regime 
político vigente. Podem ser classificados em legislativo, executivo e misto. A 
diferenciação se dá a qual Poder tem competência para atuar nas fases da 
elaboração, votação, aprovação, execução e controle. 
 
Quadro Demonstrativo dos Tipos de Elaboração de Orçamento 
 
 
PL = Poder Legislativo 
PE = Poder Executivo 
 
1.6 Princípios Orçamentários 
 
 Os Princípios Orçamentários são aquelas regras mais fundamentais e 
que funcionam como norteadoras da prática orçamentária. São um conjunto de 
premissas que devem ser observadas durante cada etapa da elaboração do 
orçamento. 
12 
 
 Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e 
controle do orçamento, que estão definidas na Constituição de 1988, na Lei 
4.320 de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
O art. 2º da Lei 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência 
orçamentária: 
“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a 
evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do 
governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade”. 
 
A tabela abaixo mostra os aspectos gerais e específicos dos Princípios 
Orçamentários: 
 
 
 
 ANUALIDADE - O orçamento deve ser elaborado e autorizado para 
execução em um período determinado de tempo (exercício financeiro). 
Segundo a legislação brasileira, o exercício financeiro coincide com o ano 
civil (01/01 a 31/12). A Lei de Responsabilidade Fiscal vem reforçar este 
princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício sejam 
compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício. 
 
 UNIDADE - O orçamento deve ser uno: a lei orçamentária anual 
compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes públicos, seus 
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações, e ainda o orçamento de investimentos das empresas e o 
orçamento da seguridade social. 
 UNIVERSALIDADE - O orçamento deve compreender as receitas e os 
gastos necessários para a manutenção dos serviços públicos pelos seus 
totais, vedadas quaisquer deduções. Este Princípio é também denominado 
princípio do orçamento bruto. 
 
 EQUILÍBRIO - Neste princípio fica evidente que os valores autorizados 
para a realização das despesas no exercício deverão ser compatíveis com 
os valores previstos para a arrecadação das receitas. 
Receita Prevista = Despesa Fixada, observando-se: 
a) equilíbrio: Receitas Próprias X Despesas Ordinárias; 
b) operações de crédito limitadas às despesas de capital. 
 
 EXCLUSIVIDADE - A lei orçamentária não poderá conter dispositivo 
estranho à fixação das despesas e previsão das receitas. 
Exceções: 
a) autorização para abertura de créditos suplementares; 
b) contratação de operações de crédito; 
c) autorização p/ destinação do superávit ou cobertura do déficit. 
13 
 
 
 ESPECIFICAÇÃO - São vedadas as autorizações globais, tanto para 
arrecadar tributos como para aplicar os recursos financeiros. O plano de 
cobrança dos tributos e o programa de custeios e investimentos deverão 
ser expostos pormenorizadamente. 
 
 PUBLICIDADE - Este princípio diz respeito à garantia da transparência e 
pleno acesso a qualquer cidadão às informações sobre a utilização dos 
recursos arrecadados dos contribuintes. O orçamento deve ser objeto de 
publicidade: em sua preparação, em sua discussão legislativa, em sua 
execução e em seu controle subseqüente. 
 
 PROGRAMAÇÃO – O orçamento deve ter o conteúdo e a forma de 
programação. Os programas de trabalho de cada um dos órgãos 
governamentais visa à concretização dos objetivos, diretrizes e metas 
definidos no Plano Plurianual – PPA. 
 
 
 CLAREZA - O orçamento deve ser claro e compreensível para qualquer 
indivíduo, sem, no entanto, descuidar das exigências da técnica 
orçamentária, especialmente em matéria de classificação das receitas e 
despesas. 
 
 UNIFORMIDADE - O orçamento deve conservar estrutura uniforme através 
dos distintos exercícios, permitindo uma comparação ao longo do tempo. 
 
 
 NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA - Todos os recursos devem ser recolhidos 
a uma caixa única do Tesouro, sem discriminação quanto à sua 
destinação. 
A Constituição de 1988 só consagrou este princípio para as receitas 
provenientes de impostos, vedando a sua vinculação a determinado órgão, 
fundo ou despesa. 
 
 LEGALIDADE DA TRIBUTAÇÃO - Limitações que o Estado possui quanto 
ao seu poder de tributar. São vedados: 
a) exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
b) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente; 
c) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
d) cobrar tributos no mesmo exercício em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou: 
Exceções: 
 imposto sobre a importação de produtos estrangeiros; 
 imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; 
 imposto sobre Produtos Industrializados; 
 do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativos a 
títulos e valores mobiliários; 
 extraordinários, na eminência ou no caso de guerra externa. 
14 
 
e) utilizar tributo, com efeito, de confisco; 
f) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais: 
Exceção: 
 Cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder 
Público. 
 
 PRECEDÊNCIA - A autorização prévia das despesas constitui um ato 
obrigatório para o Poder Legislativo. 
 
2. Créditos Adicionais 
2.1 Conceito 
 São créditos adicionais às autorizações de despesas não computadas 
ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. (art. 40 da Lei n° 4.320/64) 
 O Orçamento é um Instrumento de planejamento das atividades a serem 
desenvolvidas pelos órgãos da Administração Pública para a satisfação das 
suas necessidades e principalmente das necessidades coletivas. 
 Nesseplanejamento são definidas (autorizadas) a execução dos 
programas de trabalho a cargo de cada um dos órgãos. Essa autorização dada 
na lei orçamentária leva o nome de crédito orçamentário ou inicial. 
 No transcorrer do exercício financeiro, ocorrem fatos novos que 
provocam o surgimento de novas necessidades e reduzem ou ampliam as 
existentes, ou seja, há necessidade de se redimensionar o planejamento 
anterior, definindo novas autorizações para a execução dos programas de 
trabalho. 
 Para o atendimento a situações como estas, a lei dispõe da figura dos 
créditos adicionais. 
 
2.2 Classificação dos Créditos Adicionais 
 Os Créditos Adicionais podem ser de três tipos: (art. 41 da Lei nº 
4.320/64) 
I. Créditos Suplementares - destinados a reforço de dotação orçamentária; 
II. Créditos Especiais - destinados a atender despesas (programas) não 
existentes na Lei Orçamentária (não tenha dotação orçamentária específica); e 
III. Créditos Extraordinários - destinados a despesas urgentes e imprevisíveis 
(em casos de guerra, comoção interna ou calamidade pública). 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2.3 Características dos Créditos Adicionais 
 A tabela abaixo mostra um resumo das principais características dos 
créditos adicionais: 
 
 
 
Importante: No art. 167,§ 2° da Constituição Federal de 1988, diz que os 
créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em 
que forem autorizados, salvo se o ato da autorização for promulgado nos 
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos no limite de 
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro 
subseqüente. 
 
2.4 Fontes de Abertura de Crédito Adicional 
 O art. 43 da Lei n.º 4.320/64 dispõe que a abertura dos créditos 
adicionais suplementares e especiais depende da existência de recursos 
disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificada. 
 O § 1º do artigo supracitado menciona que são considerados recursos 
para abertura de créditos adicionais, desde que não comprometidos, os 
seguintes fontes de recursos: 
 
1. SUPERÁVIT FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício 
anterior, entendido como a diferença positiva entre o ativo e o passivo 
financeiro, conjugando-se os saldos dos créditos adicionais transferidos 
(especiais e extraordinários) e as operações de crédito a eles vinculadas; 
 
2. os provenientes de EXCESSO DE ARRECADAÇÃO, entendido como o 
saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação 
prevista e a realizada, considerando-se a tendência do exercício, devendo ser 
deduzidos os créditos extraordinários abertos no exercício; 
 
3. os resultantes de ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES 
orçamentárias ou créditos adicionais; 
 
4. produto de OPERAÇÕES DE CRÉDITO autorizadas, em forma que 
juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las; 
16 
 
 
5. a dotação global não especificamente destinada a órgão, unidade 
orçamentária, programa ou categoria econômica, denominada de RESERVA 
DE CONTINGÊNCIA; e os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou 
rejeição do projeto de Lei Orçamentária Anual, ficarem sem despesas 
correspondentes. 
3 Receita Pública 
3.1 Conceito 
 É representada pelos ingressos ou embolsos (fontes/origens) de 
recursos financeiros que serão aplicados na aquisição de bens e serviços, 
visando à prestação de serviços públicos à coletividade. 
A Receita Pública efetiva provém dos serviços gerais prestados pelo Estado à 
sociedade, em troca da cobrança de impostos, taxas e contribuições. 
 
3.2 Classificação da Receita Pública 
3.2.1 Quanto à Natureza 
 
a) Orçamentárias: como o próprio nome bem define, são aquelas receitas que 
foram previstas na Lei Orçamentária. 
Exemplos: Taxa, Imposto, Patrimonial, Operação de Crédito, as Alienações de 
Bens, Transferência de Capital e Corrente, etc. 
Importante: A sua arrecadação depende da autorização legislativa, que é a Lei 
Orçamentária Anual - LOA. 
 A Lei n° 4.320/64, em seu art. 35: “Pertencem ao exercício financeiro: I – 
as receitas nele arrecadadas...”, Estabeleceu que a receita devesse ser 
reconhecida adotando-se o “regime de caixa”, referiu-se à receita 
orçamentária, evitando a inclusão na lei orçamentária, como receita, de outros 
ingressos que não poderão financiar os gastos públicos. 
 
b) Extra-Orçamentária: É aquela que não integra o orçamento público. Sua 
realização não se vincula à execução do Orçamento, nem constitui renda do 
Estado, que é apenas depositário desses valores. A sua arrecadação 
independe da autorização legislativa. 
Exemplos: as Inscrições em Restos a Pagar, Cauções em espécie, Fianças, 
Depósitos de Terceiros etc, Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) 
Sobre a ARO: 
 Entre 10/01 e 10/12 de cada ano; 
 Não será autorizada se os juros forem além dos pré-fixados; 
 Vedada: 
 Enquanto existir outra de mesma natureza não resgatada; 
 No último ano de mandato do Chefe do Poder Executivo. 
 
17 
 
3.2.2 Quanto à Categoria Econômica 
 O art.11 da Lei n° 4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas 
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Pelo § 4° 
desse mesmo artigo, a classificação da receita deverá obedecer ao seguinte 
esquema: 
 A classificação por categoria econômica é importante para o 
conhecimento do impacto das ações de governo na conjuntura econômica do 
país. Por esse critério, o orçamento se divide em dois grandes grupos: as 
Contas Correntes e Contas de Capital: 
 
3.2.2.1 São Receitas Correntes 
 
Receita Tributária: é a receita decorrente da competência tributária instituída 
pela Constituição Federal. Entende-se por tributo toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
 Os tributos compreendem os Impostos, as Taxas e as Contribuições de 
Melhoria; 
a) Impostos: são os tributos que compreendem à contribuição monetária, que 
os poderes públicos exigem da sociedade para atendimento de serviços não 
específicos. É a modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativamente 
ao contribuinte. 
 
b) Taxas: é o tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como 
fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou 
potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição. 
 
c) Contribuição de Melhoria: é o tributo gerado pela valorização imobiliária 
decorrentes das obras públicas realizadas, como forma de ressarcimento do 
dinheiro público gasto para execução dessas obras. Portanto, a Contribuição 
de Melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária. 
 
Receita de Contribuições: é destinada a arrecadar contribuições sociais e 
econômicas, visando à manutenção dos programas e serviços sociais e de 
interesse público, como por exemplo a Contribuição de Empregadores e 
Trabalhadores para Seguridade Social, Contribuição sobre o Lucro Líquido, etc. 
 
Receita Patrimonial: decorrente da utilização de bens pertencentes ao Estado, 
como aluguéis, arrendamentos, laudêmios, rendimentos de valores mobiliários, 
tais como títulos de rendas e receitas derivadas do patrimônio (juros 
bancários). 
 
18 
 
Receita Agropecuária: são receitas decorrentes de explorações 
agropecuárias: agricultura (cultivo do solo), inclusive hortaliças e flores: 
pecuária (criação, recriação ou engorda do gado e de pequenos animais); 
silvicultura (ou reflorestamento) e extração de produtos vegetais; 
 
Receita Industrial: são aquelas provenientes das atividades industriais 
definidas como tais pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE, como indústriaextrativa mineral, de transformação e de 
construção. 
 
Receita de Serviços: são as receitas decorrentes daquelas atividades que se 
caracterizam pela prestação de serviços tais como: comércio, transporte, 
comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos e 
culturais. 
 
Transferências Correntes: é oriunda de recursos recebidos de outra pessoa 
de direito público ou privado, independente de contraprestações direta de bens 
ou serviços. Podem ocorrer a nível intragovernamental (dentro do âmbito de 
um mesmo governo) e intergovernamental (entre governos diferentes, da União 
para o Estado, do Estado para os Municípios), assim como recebidos de 
Instituições Privadas, do Exterior e de Pessoas Físicas. 
 
Outras Receitas Correntes: integram essas receitas as Multas e Juros de 
Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa e Receitas 
Diversas. 
 
3.2.2.2 São Receitas de Capital 
 
Operações de Crédito: recursos decorrentes da colocação de títulos públicos 
ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares internos 
ou externos. No orçamento este título representa, como regra, o déficit 
orçamentário e no Balanço, os ingressos efetivos. 
 
Alienação de Bens: proveniente da alienação de bens patrimoniais móveis e 
imóveis. 
 
Amortização de empréstimos: provenientes da amortização de empréstimos 
concedidos, ou seja, a receita obtida com o retorno de recursos que haviam 
sido emprestados. 
 
Transferências de Capital: por identidade, as descrições das transferências 
de capital correspondem àquelas apresentadas em transferência correntes, 
salvo no que se refere à sua destinação, pois as receitas de capital, em sua 
aplicação, devem ser destinadas obrigatoriamente em gastos de capital: 
investimentos ou inversões financeiras. 
 
Outras Receitas de Capital: neste título serão classificadas as receitas de 
capital que não atendem às especificações anteriores. Deve ser empregado 
19 
 
apenas no caso de impossibilidade de utilização dos demais títulos. Como 
exemplo podemos citar o Superávit do Orçamento Corrente. 
 
3.3 Estágios da Receita Pública 
 A receita orçamentária passa por quatro estágios, denominados de: 
1º Previsão – expectativa do Estado de quanto estima arrecadar no exercício. 
É expressa na Lei Orçamentária Anual. 
2º Lançamento – reconhece a procedência do crédito fiscal e o contribuinte 
que lhe é devedor. 
3º Arrecadação – quando o contribuinte se dirige aos agentes arrecadadores 
(instituições financeiras) e realiza o pagamento da divida. 
4º Recolhimento – quando o recolhimento do produto arrecadado é repassado 
para os Bancos Oficiais (caixa único do tesouro). 
 
4. Dívida Ativa 
4.1 Tipos 
 Dívida Ativa é qualquer crédito da fazenda pública, de natureza 
TRIBUTÁRIA ou NÃO TRIBUTÁRIA, formalmente reconhecido e registrado, 
cujo pagamento não tenha sido efetuado pelo devedor no prazo legalmente 
estabelecido, após esgotados todos os esforços do credor, na esfera 
administrativa, para recebê-lo. A inscrição é um requisito pra que a 
Administração Pública acione o judiciário para a cobrança do crédito. 
 
 
 
4.2 Competência para Inscrição 
 
Procuradoria –Geral da Fazenda Nacional (PGFN) – responsável pela 
apuração da liquidez e certeza dos créditos da União, tributário ou não, a 
serem inscritos em Dívida Ativa, e pela representação legal da União. 
 
Procuradoria-Geral Federal (PGF) – é competente para apurar a certeza e 
liquidez dos créditos das autarquias e fundações públicas federais, inscrevê-los 
em Dívida Ativa e proceder à cobrança amigável e judicial, bem como pela 
representação judicial e extrajudicial dessas unidades. 
 
20 
 
EXCETUAM-SE A ESSA REGRA AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
PREVIDENCIÁRIAS E A REPRESENTAÇÃO DO BANCO CENTRAL DO 
BRASIL. 
 
Interessante mostrar uma questão deste tipo no modelo da CESPE: 
 
 No governo federal, dívida ativa são créditos da fazenda pública de 
natureza tributária ou não tributária, exigíveis em virtude do transcurso do 
prazo para pagamento. Acerca da cobrança e classificação da dívida ativa, 
julgue os seguintes itens. 
 
 
 
5. Despesa Pública 
5.1 Conceito 
 São os gastos fixados pelo Estado na Lei Orçamentária, destinados a 
execução dos serviços públicos e aos aumentos patrimoniais, a realização dos 
compromissos com a dívida pública e a restituição das importâncias recebidas 
a título de cauções, fianças, depósitos e consignações. Em outras palavras, as 
despesas públicas formam o complexo da distribuição e emprego das receitas 
para custeio de diferentes setores da administração. 
 
5.2 Classificação da Despesa Pública 
5.2.1 Quanto à Natureza 
 
a) Orçamentárias: são aquelas despesas autorizadas (fixadas) na Lei 
Orçamentária. Sua realização depende de autorização legislativa. 
Exemplos: Despesas Correntes e de Capital. 
 
b) Extra-Orçamentária: são aquelas despesas que não integram o Orçamento 
Público. Seu pagamento está vinculado a uma receita extra-orçamentária 
anteriormente recebida. O seu desembolso independe da autorização 
legislativa. 
Exemplos: Pagamento de Restos a Pagar, restituição de Cauções e de 
depósitos, etc. 
 
21 
 
5.2.2 Quanto à Categoria Econômica 
 A classificação econômica possibilita analisar o impacto das ações do 
Governo na economia como um todo. Ela pode proporcionar uma indicação de 
contribuição governamental na formação bruta do capital do País. 
O artigo 12 da Lei 4.320/64 classifica a despesa pública nas seguintes 
categorias econômicas. 
 
a) Despesas Correntes: são despesas orçamentárias que visam manter o 
funcionamento dos serviços públicos. As despesas correntes referem-se ao 
conceito de consumo do Governo e não produzem qualquer acréscimo 
patrimonial. São divididas em: 
DESPESAS DE CUSTEIO: são dotações para manutenção de serviços 
anteriormente criados, inclusive as destinadas a obras de conservação e 
adaptação de bens imóveis. 
Exemplos: Pessoal e encargos, juros e encargos da dívida, serviços de 
terceiros, material de consumo. 
 
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES: são as dotações para despesas, às quais 
não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para 
contribuições e subvenções destinadas a tender à manutenção de outras 
entidades de direito público ou privado. 
Exemplos: Transferências constitucionais da repartição de receitas tributárias, 
decorrentes de convênio, 
 
b) Despesas de Capital: São os gastos realizados pela administração pública 
com o objetivo de adquirir ou criar bens de capital. São divididas em: 
 
INVESTIMENTOS: são as dotações para o planejamento e a execução de 
obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis consideradas 
necessários à realização destas últimas, bem como para os programas 
especiais de trabalho. 
Exemplos: Aquisição de instalações, equipamentos e material permanente; 
constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter 
comercial ou financeiro. 
 
INVERSÕES FINANCEIRAS: são as dotações destinadas a: 
I. Aquisição de imóveis, ou bens de capital já em utilização; 
II. Obtenção de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de 
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de 
capital; 
III. Constituição ou aumento de capital de entidades ou empresas que visem a 
objetivos comerciais ou financeiros. 
 
TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL: são as dotações destinadas a investimentos 
ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado 
devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou 
serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo 
derivem da lei de orçamento ou lei especial anterior. 
Exemplos: Pagamento da dívida pública (Principal), transferências para 
construção de escolas e hospitais. 
22 
 
 
5.3 Estágios da Execução da Despesa 
 A execução da despesa pública percorre quatro estágios que são: 
Fixação, Empenho, Liquidação e Pagamento. 
 
1º A FIXAÇÃO é oprimeiro estágio percorrido pela despesa orçamentária e 
está consubstanciado em vários dispositivos constitucionais. A Constituição 
Federal veda, expressamente, a realização, por qualquer dos poderes, de 
despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. 
 
2º O EMPENHO é o segundo estágio da despesa. O empenho é conceituado 
conforme prescreve o art. 58 da lei n.º 4.320/64: “o empenho da despesa é 
o ato emanado da autoridade competente que cria para o estado 
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. 
São Modalidades de Empenho: 
 Os empenhos, de acordo com a sua natureza e finalidade, têm as 
seguintes modalidades ou tipos: 
a) Empenho Ordinário – quando se tratar de despesa de valor fixo e 
previamente determinado e o seu pagamento deva ocorrer de uma só vez; 
b) Empenho por Estimativa – quando se tratar de despesa cujo montante não 
se possa determinar, previamente, tais como: serviços de telefone, água e 
energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes, reprodução de 
documentos, etc. 
 
c) Empenho Global - quando se tratar de despesa contratual e outras de valor 
determinado, sujeitas a parcelamento, tais como: compromissos decorrentes 
de aluguéis de imóveis e de equipamentos, serviços de terceiros, vencimentos, 
salários, proventos e pensões, inclusive as obrigações patronais decorrentes. 
 
 
 
3º A LIQUIDAÇÃO é o terceiro estágio da despesa. De acordo com o artigo 
63 da Lei 4.320/64, “a liquidação da despesa consiste na verificação do direito 
adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios 
do respectivo crédito”. 
Esse estágio da despesa é a comprovação de que o credor cumpriu todas as 
obrigações constantes do empenho. 
 
23 
 
A liquidação da despesa tem por finalidade reconhecer ou apurar: 
- a origem e o objeto do que se deve pagar; 
- a importância exata a pagar; e 
- a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação. 
 Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor, tendo por 
base os documentos comprobatórios do respectivo crédito, ou da completa 
habilitação da entidade beneficiada, a unidade gestora providenciará o 
pagamento da despesa. 
 
 
 
 
4º O PAGAMENTO é o quarto estágio da despesa. É o ato pelo qual o poder 
público satisfaz o credor, através da entrega do numerário correspondente, 
extinguindo a obrigação. 
 
5.4 Restos a Pagar 
5.4.1 Conceito 
 Consideram-se restos a pagar, de acordo com o art. 36 da lei 
n.º4.320/64, as despesas legalmente empenhadas, mas não pagas dentro do 
exercício financeiro (até 31 de dezembro), distinguindo-se as processadas das 
não processadas. 
 
5.4.2 Classificação 
 Conforme a sua natureza, as despesas inscritas em “Restos a Pagar” 
podem ser classificadas em: 
 
24 
 
PROCESSADAS: Despesas liquidadas, ou seja, as despesas em que o credor 
já cumpriu as suas obrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços 
ou executou a etapa da obra, dentro do exercício, tendo portanto direito líquido 
e certo, faltando apenas o pagamento. 
 
NÃO PROCESSADAS: Despesas não liquidadas, ou seja, são aquelas que 
dependem da prestação do serviço ou fornecimento do material, isto é, cujo 
direito do credor não foi apurado. 
 
5.4.3 Inscrição 
 É vedada a inscrição em restos a pagar do saldo de empenhos para 
pagamento de despesas com vencimentos, diárias e ajudas de custo. 
 Os empenhos não anulados, bem como os referentes a despesas já 
liquidadas e não pagas, serão inscritos em restos a pagar no encerramento do 
exercício, pelo valor devido, ou se este for desconhecido, pelo valor estimado. 
 A inscrição de empenho em restos a pagar terá validade até 31 de 
dezembro do ano subsequente, quando será automaticamente cancelado. 
Permanecerá em vigor, no entanto, o direito do credor por 5 (cinco) anos, a 
partir da data de inscrição. 
 É vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O 
reconhecimento de eventual direito do credor far-se-á através da emissão de 
nova nota de empenho, no exercício do reconhecimento, à conta de despesas 
de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. 
 
5.4.4 Prescrição 
 Os Restos a Pagar prescrevem após 5 (cinco) anos a partir da data de 
inscrição. 
 Os restos a pagar com prescrição interrompida assim considerada a 
despesa cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda 
vigente o direito do credor, poderão ser pagos à conta de despesas de 
exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. 
 
 
 
25 
 
5.4.5 Pagamento 
 O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar é feito tal como 
ocorre com o pagamento de qualquer despesa, exigindo-se apenas a 
observância das formalidades legais, independente de requerimento do credor 
e será feito no ano seguinte ao da sua inscrição. 
 
Importante: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n.º 101/2000) no seu art. 42, 
veda ao titular de Poder ou órgão, nos dois últimos quadrimestres do seu 
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida 
integralmente dentro do exercício, ou que tenha parcelas a serem pagas no 
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa. 
 
 
 
 
 
5.5 Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) 
5.5.1 Conceito 
 Conforme o artigo 37 da Lei 4.320/64, são as despesas orçamentárias 
resultantes de compromissos assumidos, em EXERCÍCIOS ANTERIORES 
ÀQUELES EM QUE OCORRER O PAGAMENTO, para as quais não existe 
empenho inscritos em RESTOS A PAGAR porque foi cancelado ou não foi 
empenhado na época devida. 
 O reconhecimento de pagamento da DEA cabe ao Ordenador de 
Despesas do órgão ou entidade na qual a despesa esteja vinculada. 
 A DEA somente poderá ser paga desde que autorizada pelo Ordenador 
caso: 
 As despesas de exercícios encerrados, para os quais o orçamento 
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-
las, mas que não tenham sido processadas, em época própria, tendo o 
credor cumprido a sua obrigação. 
 Restos a Pagar com inscrição interrompida, àqueles, que tenham sido 
cancelados e o credor tenha cumprido sua obrigação. 
 Os compromissos, decorrentes de obrigações de pagamento, criados em 
virtude de lei de reconhecimento após o encerramento do exercício. Neste 
caso não há necessidade de comprovar a existência de dotação específica 
à época. 
26 
 
 
Interessante mostrar uma questão deste tipo no modelo da CESPE: 
 
 
 
5.5.2 Prescrição 
 A DEA que dependa de requerimento do favorecido prescreve em cinco 
anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo 
direito. Não entra no cálculo o tempo de tramitação burocrática e o de 
providências administrativas a que estiver sujeito o processo. 
6. Suprimentos de Fundos 
6.1 Conceito 
 É um adiantamento, colocado à disposição de um servidor, para realizar 
despesas que, por sua natureza e urgência, não possam aguardar o processo 
normal. 
 Segundo as normas reguladoras do adiantamento (arts. 65 e 68 da Lei 
nº 4.320/64), para se adotar esse regime de pagamento devem ser observadas 
as seguintes condições: 
a) deve ser utilizado em casos excepcionais; e 
b) que a natureza da despesa ou a sua urgência não permitam o 
processamento normal da aplicação, ou seja, passagem por todos os estágios 
da despesa. 
6.2 Concessão de Suprimento 
 O art. 45 do Decreto nº 93.872/86, alterado pelo Decreto nº 2.289/97, 
estabelece que 
“Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira 
responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, 
sempre precedido de empenho na dotação própria às despesas a realizar, e 
que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos 
seguintes casos”: 
I. para atender despesas eventuais, inclusive em viagens, e com serviços 
especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; 
II. quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme classificação 
em regulamento próprio; 
III. para atender despesasde pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujos 
valores, em cada caso, não ultrapassarem limites estabelecidos em legislação 
específica de cada ente da federação. 
 
27 
 
6.2.1 Limite para Concessão do Suprimento 
 A legislação estabelece os seguintes limites máximos para a concessão 
de suprimento de fundos: 
a) para obras e serviços de engenharia: 5% da alínea “a” do inciso I do art. 23 
da Lei nº 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98. Esse percentual equivale hoje a 
R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais); 
b) para outros serviços e compras: 5% da alínea “a” do inciso II do art. 23 da 
Lei nº 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98. Esse percentual equivale hoje a R$ 
4.000,00 (quatro mil reais); 
6.2.2 Limite para Despesas de Pequeno Vulto 
 A legislação estabelece os seguintes limites para despesas de pequeno 
vulto: 
a) para obras e serviços de engenharia: 5% da letra “a” do grupo limite para 
concessão, ou seja, R$ 375,00 (trezentos e setenta e cinco reais); 
b) para outros serviços e compras: 5% da letra “b” do grupo limite para 
concessão, ou seja, R$ 200,00 (duzentos reais). 
6.3 Proibição de Concessão de Suprimento 
 Conforme preceitua o § 3º do art. 45 do Decreto nº 93.873/86, não se 
concederá suprimento nos seguintes casos: 
I. a responsável por dois suprimentos; 
II. a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a 
adquirir, salvo quando não houver na unidade outro servidor; 
III. a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha 
prestado contas de sua aplicação; 
IV. a servidor declarado em alcance, ou seja, responsável por desvio, falta ou 
diferença de valores em prestação de contas anteriores; e 
V. a servidor que esteja respondendo a inquérito administrativo. 
6.4 Prestação de Contas 
 A comprovação das contas é uma operação que exige muito cuidado, 
tanto do responsável, como do setor incumbido de examiná-la, e 
principalmente, da autoridade que vier a aprovar as contas. 
 Somente podem ser juntados documentos cujas datas coincidam com o 
período de aplicação, não sendo aceitos documentos rasurados ou de leitura 
impossível no que se refere ao valor e à data. O nome da entidade deverá 
figurar sempre nas notas fiscais, nos recibos e nas duplicatas, documentos 
estes originais, atestados e visados, não se admitindo cópias ou segundas 
vias. Os recibos passados por prestadores de serviços conterão o nome 
completo, a identidade, CPF e endereço residencial do beneficiário. 
 
28 
 
 
7. Plano de contas 
 Plano de contas é um conjunto de contas que compreende as 
características gerais de uma entidade, agrupadas conforme sua natureza, com 
objetivo de padronizar a escrituração contábil da mesma, possibilitando a 
emissão de relatórios e das demonstrações contábeis. 
 Este conjunto de contas é previamente estabelecido visando a 
comportar todos os atos e fatos ocorridos na entidade. É bastante flexível e 
varia de entidade para entidade, levando em consideração as características 
de cada uma delas. 
 Apesar de flexível, o plano deverá atender a característica essencial de 
que as contas deverão ser agrupadas de acordo com fatos de mesma 
natureza, expressando-os qualitativa e quantitativamente. 
 Estes agrupamentos visam possibilitar: a escrituração contábil dos atos 
e fatos de maneira uniforme e sistematizada; determinação dos custos; 
elaboração das demonstrações contábeis; conhecimento do patrimônio e 
análise dos resultados. 
 Os planos de contas atualmente são fundamentados na Teoria 
Patrimonialista, onde entende-se que o objeto de estudo da contabilidade é o 
patrimônio e que a finalidade contábil é a administração do mesmo. De acordo 
com essa teoria as contas são classificadas em: 
1. Contas patrimoniais 
Representam a situação estática do patrimônio; são compostas 
pelos ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade. 
2. Contas de resultado 
Representam as variações ocorridas no patrimônio; são 
compostas pelas receitas, despesas e custos da entidade. 
29 
 
7.1 Plano de Contas Aplicado ao Setor Público 
 Motivados pela adequação às Normas Internacionais de Contabilidade, o 
Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional – órgão 
central de contabilidade da União, responsável pela consolidação das 
informações – instituiu o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). 
O PCASP válido para 2013 foi regulamentado pela Portaria STN nº 
437/2012, diante da necessidade da melhor evidenciação dos fenômenos 
patrimonialistas e a busca de uma padronização contábil dos registros dos atos 
e fatos no âmbito do setor público. 
Neste foram instituídos conceitos básicos para registro da estrutura 
contábil padronizada, de modo a atender a todos os entes da Federação e aos 
demais usuários da informação contábil. 
A estrutura conceitual do PCASP tem por base a teoria patrimonialista 
visando a evidenciação dos elementos patrimoniais, a compreensão da 
composição patrimonial e a demonstração de todos os bens, direitos e 
obrigações da entidade. 
A Lei 4.320/1.964 em seu Título IX, “da Contabilidade”, estabelece: 
 
“Art. 85.Os serviços de contabilidade serão organizados 
de forma a permitirem o acompanhamento da execução 
orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a 
determinação dos custos dos serviços industriais, o 
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação 
dos resultados econômicos a financeiros. 
 
O PCASP é a estrutura primária para gerar os demonstrativos contábeis 
que contempla a relação das contas com suas funções, atributos, lançamentos 
padrão, nomenclatura e explicações gerais de uso. Seus objetivos específicos 
são: 
1) Atender às necessidades de informação das organizações do setor 
público; 
2) Observar formatos compatíveis com as legislações vigentes, os 
Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade 
Aplicadas ao Setor Público (NBCASP); 
3) Adaptar-se, tanto quanto possível, ás exigências dos agentes externos, 
principalmente às Normas Internacionais de Contabilidade do Setor 
Público (NICSP). 
30 
 
No Plano de Contas Aplicado ao Setor Público as contas contábeis são 
classificadas segundo a natureza da informação que evidenciam: 
 Contas com informações de natureza patrimonial – representadas 
pelas contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, variação 
patrimonial aumentativa e variação patrimonial diminutiva. 
 Contas com informações de natureza orçamentária – 
representadas pelas contas que registram aprovação e execução 
do planejamento e orçamento, inclusive restos a pagar. 
 Contas com informações de natureza típica de controle – 
registram atos que não ocasionaram registros patrimoniais, mas 
que potencialmente possam vir a afetar o patrimônio. 
 
 A Lei 4.320/1.964 em seu artigo 105 determina: 
 
“Art. 105. O Balanço Patrimonial 
demonstrará: 
I – O Ativo Financeiro; 
II – O Ativo Permanente; 
III – O Passivo Financeiro; 
IV – O Passivo Permanente; 
V – O Saldo Patrimonial; 
VI – As Contas de Compensação. 
31 
 
 
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os 
créditos e valores realizáveis 
independentemente de autorização 
orçamentária e os valores numerários. 
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os 
bens, créditos e valores, cuja imobilização 
ou alienação dependa de autorização 
legislativa. 
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá 
as dívidas fundadas e outros pagamentos 
que independam de autorização 
orçamentária. 
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá 
as dívidas fundadas e outras que 
dependam de autorização legislativa para 
amortização ou resgate. “ 
 
 Os registros contábeis devem ser efetuados de forma analítica, refletindo 
a transação constante em documento hábil; devem ser validados por 
contabilistas, com base na documentação e em conformidade às normas e 
técnicas contábeis. 
 O PCASP está estruturado por níveis de desdobramento, sendo estes 
classificados ecodificados como segue: 
 
 Apesar de haver uma estrutura básica a ser seguida por todos os entes 
da Federação, os mesmos podem ter mais níveis de desdobramento além 
destes, afim de proporcionar mais clareza e transparência nos relatórios bem 
como nas demonstrações contábeis disponibilizadas aos seus usuários. 
32 
 
7.2 Natureza da Informação das Contas do PCASP 
 Em um plano de contas, as contas contábeis são classificadas de acordo 
com a natureza das informações que evidenciam. No Plano de Contas Aplicado 
ao Setor Público acontecem da mesma maneira, as contas contábeis são 
classificadas conforme sua natureza: patrimonial, orçamentária e típica de 
controle. 
7.2.1 Informações de Natureza Patrimonial 
 Registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros 
relacionados com as variações do patrimônio público, subsidiando a 
administração com informações como: alterações nos elementos patrimoniais, 
resultado econômico e resultado nominal. 
Neste grupo constam registros de elementos que compõe o objeto de 
estudo da contabilidade: o patrimônio. O mesmo é representado por contas 
patrimoniais (ativo e passivo) e contas de resultado (variação patrimonial 
diminutiva e variação patrimonial aumentativa). 
1.Contas patrimoniais: representam a situação estática do patrimônio. 
O patrimônio público é composto pelo conjunto de bens, direitos, 
obrigações e o patrimônio líquido da entidade. 
 Ativo: são recursos controlados pela entidade que representam resultados 
de eventos passados e do qual se espera que resultem em benefícios 
futuros ou potencial de serviços. 
Nesta classe estão inseridos todos os bens (tangíveis ou intangíveis) bem 
como os direitos a receber, sejam estes de característica circulante ou não 
circulante. 
Os ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a 
um dos seguintes critérios: 
a) Estiverem disponíveis para realização imediata; (Ex.: caixa e seus 
equivalentes.) ou 
b) Tiverem a expectativa de realização até doze meses após a data das 
demonstrações contábeis. (Ex.: créditos tributários a receber.) 
Os demais ativos devem ser classificados como não circulante. 
 Passivo e patrimônio líquido: 
Passivo são obrigações da entidade junto a terceiros. Devem ser 
classificados como circulante quando: 
33 
 
a) Corresponderem a valores exigíveis a até doze meses após a data das 
demonstrações contábeis; (Ex.: fornecedores.) 
Os demais passivos devem ser classificados como não circulantes. (Ex.: 
empréstimos de longo prazo.) 
Patrimônio líquido compreende o valor residual entre o valor do ativo e do 
passivo. Quando o valor do passivo for maior que o do ativo, o resultado é 
denominado passivo a descoberto. 
Integram o patrimônio líquido: capital social, reservas de capital, ajustes de 
avaliação patrimonial, reservas de lucro, ações ou cotas em tesouraria, 
resultados acumulados e outros desdobramentos do resultado patrimonial. 
2.Contas de resultado: representam as receitas e despesas ocorridas no 
exercício; o saldo das mesmas obrigatoriamente será encerrado no final do 
período contábil. 
 Variações patrimoniais: são variações que promovem alterações nos 
elementos patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter 
compensatório, afetando ou não o seu resultado. Podem ser classificadas 
em: 
a) Quantitativas – decorrem de transações que aumentam ou diminuem o 
patrimônio líquido. Subdividem-se em: Variações Patrimoniais 
Diminutivas (VPD) e Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA). 
As variações diminutivas representam as despesas incorridas, assim como 
as variações aumentativas representam as receitas. 
b) Qualitativas – alteram a composição dos elementos patrimoniais sem 
afetar o patrimônio líquido. Correspondem a materialização dos 
fenômenos permutativos patrimoniais. 
Existem variações que alteram simultaneamente a composição qualitativa e 
quantitativa dos elementos patrimoniais, conhecidas como variações mistas ou 
compostas. 
 
34 
 
 
 
 
 A variação do patrimônio público é mensurada por meio da apuração do 
resultado patrimonial a cada exercício. 
7.2.2 Informações de Natureza Orçamentária 
 Registra, processa e evidencia atos e fatos relacionados ao 
planejamento e à execução orçamentária. Este grupo é composto por contas 
que registram a aprovação e execução do planejamento e orçamento, incluindo 
os restos a pagar. 
 Controles da aprovação do planejamento e orçamento: compreende 
contas com função de registrar os valores monetários previstos para a 
execução dos programas, estabelecidos no PPA (Plano Plurianual) e na 
LOA (Lei Orçamentária Anual). 
 
 Controles da execução do planejamento e orçamento: compreende 
contas com função de registrar o somatório dos valores monetários 
relativos à execução dos programas e ações estabelecidos no PPA e na 
LOA. 
7.2.3 Informações de natureza típica de controle 
 Registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam 
modificar o patrimônio da entidade do setor público - mesmo que estes não 
tenham sido registrados nas contas patrimoniais-, bem como contas que 
tenham a função de controle, seja qual for a finalidade, elaboração de 
informações gerenciais ou acompanhamento de rotinas, por exemplo. 
 Controles devedores: compreende contas de saldo devedor com objetivo 
de controlar os atos potenciais da administração financeira, a dívida 
ativa, os riscos fiscais e os custos; 
35 
 
 
 Controles credores: visa controlar a execução das ações contidas nos 
controles devedores, ou seja, controlar a execução dos atos potenciais 
da administração pública, execução da dívida ativa, execução dos riscos 
fiscais e apuração dos custos. 
 
 
8. Demonstrações Contábeis 
8.1 Balanço Orçamentário 
8.1.1 Conceito 
 O Balanço Orçamentário, definido pela Lei nº 4.320/1964, demonstra as 
receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. 
 Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas 
orçamentárias por categoria econômica, confrontar o orçamento inicial e as 
suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentário e 
discriminar: 
 (a) as receitas por fonte (espécie); e 
 (b) as despesas por grupo de natureza. 
 O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por 
categoria econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a 
previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar. 
 Demonstrará também as despesas por categoria econômica e grupo de 
36 
 
natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada 
para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as 
despesas pagas e o saldo da dotação. 
8.1.2 Análise 
 A análise e a verificação do Balanço Orçamentário têm como objetivo 
preparar os indicadores que servirão de suporte para a avaliação da gestão 
orçamentária. 
 Uma das análises consiste em relacionar a coluna de “Previsão Inicial” 
com a coluna de “Dotação Inicial”; e as colunas da “Previsão Atualizada” e 
“Receita Realizada”, com as colunas da “Dotação Atualizada” e “Despesa 
Empenhada”. 
 Outra análise que pode ser feita no Balanço Orçamentário consiste na 
comparação entre a coluna “Despesas Empenhadas” e as colunas “Despesas 
Liquidadas” e “Despesas Pagas”. O superávit orçamentário é representado 
pela diferença a maior entre a execução da receita e da despesa orçamentárias 
e deverá ser adicionado à coluna de Despesas Empenhadas para igualar a 
execução da despesa orçamentária com a execução da receita orçamentária. 
 O déficit orçamentário é representado pela diferença a menor entre a 
execução da receita e da despesa orçamentárias e deverá ser adicionado à 
coluna das receitas realizadas para igualar a execução da receita 
orçamentária com execução da despesa orçamentária. 
 Na análise do resultado orçamentário, é importante excluir os efeitos da 
gestãoda dívida. 
 Assim, as operações de crédito devem ser excluídas da execução da 
receita e a amortização da dívida deve ser excluída da execução da despesa 
para que se possam analisar os efeitos da execução orçamentária sobre os 
níveis de dívida pública líquida. 
 Na receita orçamentária, pode-se verificar ainda uma diferença a maior 
ou a menor entre a coluna Previsão Atualizada e a coluna Receita Realizada, 
correspondente à insuficiência ou excesso de arrecadação ocorrido no 
exercício. Caso o valor da coluna “Saldo” seja positivo, o valor da receita 
realizada foi maior que a previsão atualizada, ou seja, a coluna “Saldo” 
representará excesso de arrecadação. Se a coluna traz valores negativos, 
houve insuficiência na arrecadação, pois foi arrecadado menos do que a 
previsão atualizada. 
 Na despesa orçamentária, a diferença a maior entre a coluna Dotação 
Atualizada e Despesa Empenhada corresponde a uma economia na realização 
de despesa, pois parte da dotação inicial autorizada no orçamento, 
37 
 
eventualmente atualizada por créditos adicionais, não foi utilizada para a 
execução de despesas. 
 A receita, por ser prevista, pode ser arrecadada a maior ou a menor. 
Entretanto, a despesa, por ser fixada, só pode ser realizada até o valor 
autorizado, significando que somente pode ser emitido empenho até o valor do 
crédito orçamentário disponível, observando-se, ainda, a especificidade do 
orçamento. 
 A comparação entre as colunas “Despesas Liquidadas (g)” e “Despesas 
Pagas (h)” e a comparação entre as colunas “Despesas Empenhadas (f)” e 
“Despesas Liquidadas (g)” fornecem as seguintes informações: 
 a) Despesas Liquidadas (g) – Despesas Pagas (h) = Restos a Pagar 
Processados inscritos no exercício; 
 b) Despesas Empenhadas (f) – Despesas Liquidadas (g) = Restos a Pagar 
não Processados inscritos no exercício. 
 Outra análise importante consiste na verificação do montante de 
operações de crédito em comparação à amortização da dívida, o que indica a 
influência do orçamento na gestão da dívida pública. Além disso, é importante 
a comparação entre a alienação de bens e amortização de empréstimos 
concedidos em comparação aos investimentos e inversões financeiras, 
indicando a influência do orçamento no volume efetivo de investimentos 
públicos. 
 
38 
 
8.1.3 Estrutura
 
39 
 
 
 
8.2 Balanço Financeiro 
 8.2.1 Conceito 
 Segundo a Lei nº 4.320/1964, O Balanço Financeiro demonstrará a 
receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os 
pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em 
espécies provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o 
exercício seguinte. 
 O resultado financeiro do exercício corresponde à diferença entre o 
somatório dos ingressos orçamentários com os extraorçamentários e dos 
dispêndios orçamentários e extraorçamentários. Se os ingressos forem maiores 
que os dispêndios, ocorrerá um superávit; caso contrário, ocorrerá um déficit. 
Este resultado não deve ser entendido como superávit ou déficit financeiro do 
exercício, cuja apuração é obtida por meio do Balanço Patrimonial. O resultado 
financeiro do exercício pode ser também apurado pela diferença entre o saldo 
em espécie para o exercício seguinte e o saldo em espécie do exercício 
anterior. 
8.2.2 Análise 
 A análise e a verificação do Balanço Financeiro têm como objetivo 
predominante preparar os indicadores que servirão de suporte para a avaliação 
da gestão financeira. 
 O objetivo do Balanço Financeiro é evidenciar os ingressos e dispêndios 
de recursos em um determinado exercício financeiro. Dessa forma, partindo do 
item Disponível do Exercício Anterior (saldo inicial), deve-se adicionar a receita 
40 
 
orçamentária, as transferências financeiras recebidas e os recebimentos 
extraorçamentários e subtrair as despesas orçamentárias, as transferências 
financeiras concedidas e pagamentos extraorçamentários, chegando-se assim, 
no valor do Disponível para o Exercício Seguinte (saldo final). 
 O Balanço Financeiro possibilita a apuração do resultado financeiro do 
ente público em um determinado exercício. Esse cálculo pode ser efetuado de 
duas maneiras: 
 1) Saldo em espécie para o Exercício Seguinte menos o Saldo em Espécie do 
Exercício Anterior. 
 2) A soma das Receitas Orçamentárias mais as Transferências Financeiras 
Recebidas e os Recebimentos Extraorçamentários, menos a Despesa 
Orçamentária, as Transferências Financeiras Concedidas e os Pagamentos 
Extraorçamentários. 
 Possibilita, ainda, mensurar se o disponível é suficiente para pagar as 
obrigações referentes aos bens e serviços adquiridos e contratados e ainda 
satisfazer os gastos de manutenção. 
 Além disso, a discriminação do Balanço Financeiro por destinação de 
recurso (ordinária e vinculada) permite evidenciar qual a origem e aplicação 
dos recursos financeiros referentes à Receita e Despesa Orçamentárias de 
acordo com a sua vinculação legal. 
 Em geral, um resultado financeiro positivo é um indicador de equilíbrio 
financeiro. No entanto, é importante mencionar que uma variação positiva na 
disponibilidade do período não é sinônimo, necessariamente, de bom 
desempenho da gestão financeira, pois pode acontecer, por exemplo, mediante 
elevação do endividamento público. Da mesma, forma, a variação negativa na 
disponibilidade do período não significa, necessariamente, um mau 
desempenho, pois pode refletir uma redução no endividamento. Portanto, a 
análise deve ser feita conjuntamente com o Balanço Patrimonial, considerando 
esses fatores mencionados e as demais variáveis orçamentárias e 
extraorçamentárias. 
 Além disso, deve-se analisar de que maneira a administração 
influenciou na liquidez da entidade, de forma a prevenir insuficiências de caixa 
no futuro. 
 
 
 
 
41 
 
8.2.3 Estrutura 
 
 
8.3 Demonstração das Variações Patrimoniais 
 
 8.3.1 Conceito 
 Segundo o art. 104 da Lei nº 4.320/1964, 
 “a Demonstração das Variações 
Patrimoniais evidenciará as alterações 
verificadas no patrimônio, resultantes ou 
independentes da execução 
orçamentária, e indicará o resultado 
patrimonial do exercício.” 
 As alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações 
quantitativas e qualitativas. 
 As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor 
público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variações 
qualitativas são decorrentes de transações no setor público que alteram a 
composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido. 
 O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto entre as 
variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas. 
42 
 
 Para um melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, pode-
se dizer que ele tem função semelhante à Demonstração do Resultado do 
Exercício da área empresarial, no que tange a apurar as alterações verificadas 
no patrimônio. 
 É importante ressaltar que a Demonstração do Resultado do Exercício 
apura o resultado em termos de lucro ou prejuízo líquido, como um dos 
principais indicadores de desempenho da empresa. Já no setor público, o 
resultado patrimonial não é um indicador de desempenho, mas um medidor do 
quanto o serviço público ofertado promoveu alterações quantitativas dos 
elementos patrimoniais. 
 
8.3.2 Análise 
 Pela demonstração, deve-se avaliar o resultado patrimonial, que é 
afetado tanto por fatos orçamentários quanto extraorçamentários, observando 
os itens mais relevantes que interferiram no superávit ou déficit patrimonial. 
 A avaliação de gestão, a partir da Demonstração das Variações 
Patrimoniais, tem o objetivo de apurar o quanto e de que forma a administração 
influenciou nas alterações patrimoniais quantitativas e qualitativas do setor 
público. 
 O resultado patrimonial é um importante indicador de gestão fiscal,já 
que é o principal item que influencia na evolução do patrimônio líquido de um 
período, objeto de análise do anexo de metas fiscais integrante da Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. 
43 
 
8.3.3 Estrutura 
 
44 
 
45 
 
 
8.4 Balanço Patrimonial 
 8.4.1 Conceito 
 O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, 
qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por 
meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de 
compensação, conforme as seguintes definições: 
a) Ativo - são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos 
passados e dos quais se espera que resultem para a entidade benefícios 
econômicos futuros ou potencial de serviços. 
b) Passivo - são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos 
passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas 
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços. 
c) Patrimônio Líquido - é o valor residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos seus passivos. 
d) Contas de Compensação - compreende os atos que possam vir ou não a 
afetar o patrimônio. 
8.4.2 Análise 
 A avaliação dos elementos do ativo e passivo pode ser realizada 
mediante a utilização da análise por quocientes, dentre os quais se destacam 
os índices de liquidez e endividamento. 
 É importante destacar que, na análise do endividamento, é necessário 
segregar as operações de crédito que podem ser refinanciadas daquelas que 
não podem ser refinanciadas. As operações de crédito que não podem ser 
refinanciadas estão integralmente sujeitas à análise dos índices que incluem o 
passivo circulante e não circulante. Já as operações de crédito refinanciáveis 
podem ser utilizadas como justificativa para um eventual índice de liquidez 
desfavorável. Seguem alguns índices: 
46 
 
 1) Liquidez Imediata (LI) – Disponibilidades /Passivo Circulante 
 Indica a capacidade financeira da entidade em honrar imediatamente 
seus compromissos de curto prazo contando apenas com suas 
disponibilidades, ou seja, os recursos disponíveis em caixa ou bancos. 
2) Liquidez Corrente (LC) - Ativo Circulante/Passivo Circulante 
 A liquidez corrente demonstra quanto a entidade poderá dispor em 
recursos a curto prazo (caixa, bancos, clientes, estoques, etc.) para pagar suas 
dívidas circulantes (fornecedores, empréstimos e financiamentos a curto prazo, 
contas a pagar, etc.). 
 3) Liquidez Seca (LS) - (Disponibilidades + Créditos a Curto Prazo) /Passivo 
Circulante 
 Demonstra quanto a entidade poderá dispor de recursos circulantes, 
sem levar em consideração seus itens não monetários como os estoques, 
almoxarifados e as despesas antecipadas, para fazer face às suas obrigações 
de curto prazo. 
 4) Liquidez Geral (LG) – (Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo) / 
(Passivo Circulante + Passivo Não-Circulante). 
 A liquidez geral, ou índice de solvência geral, é uma medida de 
capacidade da entidade em honrar todas as suas exigibilidades, contando, para 
isso, com os seus recursos realizáveis a curto e longo prazos. 
 5) Índice de Solvência (IS) – (Ativo Circulante + Ativo Não-Circulante) / 
(Passivo Circulante + Passivo Não-Circulante). 
 Uma entidade é solvente quando está em condições de fazer frente a 
suas obrigações e ainda apresenta uma situação patrimonial que garanta sua 
sobrevivência no futuro. 
 6) Endividamento Geral (EG) – (Passivo Circulante + Passivo Não-Circulante) / 
Ativo Total 
 Esse índice demonstra o grau de endividamento da entidade. Reflete 
também a sua estrutura de capital. 
 9) Composição do Endividamento (CE) – Passivo Circulante / (Passivo 
Circulante + Passivo Não-Circulante). 
 Representa a parcela de curto prazo sobre a composição do 
endividamento total. Geralmente é melhor para a entidade que suas dívidas 
sejam de longo prazo. 
 
47 
 
8.4.3 Estrutura 
 
48 
 
 
 
8.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa 
8.5.1 Conceito 
 A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de contribuir para a 
transparência da gestão pública, pois permite um melhor gerenciamento e 
controle financeiro dos órgãos e entidades do setor público. 
 As informações dos fluxos de caixa são úteis para proporcionar aos 
usuários da informação contábil instrumento para avaliar a capacidade de a 
entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de 
liquidez. 
 Assim, a Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários 
projetar cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais 
mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento 
dos serviços públicos. 
 A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método 
direto e evidenciar as movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, 
nos seguintes fluxos: 
(a) das operações; 
 (b) dos investimentos; e 
 (c) dos financiamentos. 
49 
 
 O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive 
decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados 
com a ação pública e os demais fluxos que não se qualificam como de 
investimento ou financiamento. 
 O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à 
aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em 
dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos 
concedidos e outras operações da mesma natureza. 
 O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à 
captação e à amortização de empréstimos e financiamentos. 
8.5.2 Análise 
 A Demonstração dos Fluxos de Caixa visa à análise do desempenho 
financeiro do setor público, permitindo: 
 ter uma visão da situação das finanças públicas, possibilitando efetuar 
comparações entre ingressos e desembolsos por tipos de atividades 
(operacionais, de investimento e de financiamento), e avaliar as 
decisões de investimento e financiamento público; 
 avaliar a situação presente e futura do caixa da entidade, permitindo 
análise de liquidez; 
 conhecer a capacidade de expansão das despesas com recursos 
próprios gerados pelas operações; 
 a análise imediata da disponibilidade e do impacto da mesma nas 
finanças da entidade, quando da inserção de nova despesa na 
programação; 
 avaliar a previsão de quando é possível contrair novas despesas sem 
que isso comprometa as finanças públicas; 
 A DFC é também um importante instrumento de avaliação da gestão 
pública, pois permite inferir, em nível macro, quais foram as decisões de 
alocação de recursos na prestação de serviços públicos, em investimentos e 
financiamentos, além de que permitir a verificação de como a administração 
influenciou na liquidez da entidade, de forma a prevenir insolvência futura. 
 
50 
 
8.5.3 Estrutura 
 
 
 
51 
 
 
9. Bibliografia 
 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) – 5ª Edição 
(Válido para o exercício de 2013) 
Constituição Federal de 1988 
 
Lei Federal n. 4320/64 
 
Lei Complementar 101/00 (LRF) 
 
BEZERRA FILHO. João Eudes. Orçamento Aplicado ao Setor Público. Atlas, 
São Paulo 2012 
 
FEIJÓ. Paulo Henrique. Gestão de Finanças Públicas. 3º edição, volume I. 
Gestão Pública, Brasília, 2013. 
 
SILVA. Lino Martins. Contabilidade Governamental, um enfoque administrativo 
da nova contabilidade publica. Atlas, São Paulo 2011.

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