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RELATÓRIO DO FILME MISS EVER´S BOYS (COBAIAS) Isabella Francisca Monteiro de Araújo – 20004740 O filme Miss Ever´s Boys (Cobaias) faz um relato sobre o experimento científico em 600 homens negros sifilíticos, ocorrido no sul dos Estados Unidos, a fim de que os médicos pudessem seguir as consequências da doença e, mais tarde, dissecar seus corpos, sendo esse um grande exemplo de má conduta médica e científica. No Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee, as cobaias jamais deram o consentimento para a participação e, dessa maneira, nenhum dos quatro princípios fundamentais da bioética, a autonomia, a beneficência, a não maleficência e a justiça, são respeitados. Posto isso, utilizarei os princípios como base para comparação com o desastroso experimento. AUTONOMIA: Os participantes receberam a notícia de que estavam apenas com “sangue ruim”, uma expressão eugênica preconceituosa e que servia de eufemismo para o verdadeiro diagnóstico da sífilis. Nenhum dos pacientes foram devidamente informados dos reais motivos do experimento ou sobre as suas consequências. Nesse contexto, a omissão e a mentira em torno do estudo, retirou do paciente o poder de escolha na participação e na tomada de decisões sobre a sua própria vida. NÃO MALEFICÊNCIA: Indo de encontro ao juramento hipocrático, no qual os médicos devem “evitar o mal” ao paciente, os testes nunca promoveram o bem-estar futuro às cobaias, uma vez que eram tratadas apenas com placebos. Os experimentadores tinham ciência de que a doença iria progredir e não agiram para barrar o agravo. Nenhum procedimento sob nenhum argumento deve causar danos, mesmo que tenha um fim útil. Os fins não justificam os meios. BENEFICÊNCIA: Mesmo sendo a principal razão do exercício da medicina, o que vemos no estudo segue em uma linha de pensamento contrária. Pacientes com uma doença potencialmente fatal, não foram tratados, mesmo já existindo a penicilina, antibiótico com chances reais de cura. De maneira intencional, lhes foi negado a chance de viver. JUSTIÇA: O princípio da justiça requer que se aja com equidade. No entanto, não se observa em nenhum momento da experimentação, uma vez que o próprio estudo se baseia na eugenia de raças, deixando o questionamento: se fosse com pessoas brancas, ele teria durado 40 anos? “Usarei o tratamento para ajudar o doente, de acordo com a minha habilidade e com o meu julgamento, mas jamais o usarei para lesá-lo ou prejudica-lo”. Hipócrates