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Como funciona a luz pulsada e laser na remoção dos pelos. Depilação a Laser A depilação a laser consiste em uma técnica utilizada para a retirada de pelos do corpo humano, através de diferentes técnicas, compostas por ações mecânicas e químicas. laser é uma técnica de remoção progressiva e definitiva dos pelos feita através da energia luminosa do laser nome laser tem como definição Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (GALLAS; RUDOLF; PAVELECINIDA, 2008; SANTOS, 2009; DA SILVA, 2014). No início do século XX, Albert Einstein, baseando-se em suas teorias sobre a quantização da energia nos processos de absorção e emissão, de forma espontânea descobriu o laser, resultante da interação atômica e molecular com energia eletromagnética (PENG, 2008; LOPES, 2012). Desta forma, todo embasamento teórico para construção de laser foi descrito por Einstein, no entanto, somente em meados do século XX que o primeiro laser foi propriamente construído, por Charles H. Townes e Arthur L. Schalow. O primeiro laser teve como funcionamento básico na forma de um amplificador de microondas tendo como base a emissão estimulada de radiação eletromagnética, gerando assim um feixe de energia quantizada (WHEELAN, 1995; GOLDBERG, 2007; PENG, 2008; LOPES, 2012). Segundo Oliveira et. al. (2018) e Dos Santos (2010), a correta aplicação e uso do laser na estética está diretamente relacionado ao comprimento de onda utilizado em cada tratamento, no caso deste trabalho, temos a utilização do laser de Diodo de 800 nm, com fluência entre 10 e 100 J/cm2 e spotsize de 10 mm, disparados com intervalos de 10 a 100 ms. A utilização de comprimento específico (880 nm) atinge uma maior profundidade tecidual, sendo eficiente na remoção do folículo piloso sem lesões ao tecido. (CATORZE, 2009; OLIVEIRA et al, 2018).] (BORGES, 2006). Refere-se que as técnicas de depilação estudadas reduzem significativamente a quantidade de pelos, todavia em muitos casos eles podem reincidir mais finos e com menos intensidade se a destruição dos centros germinativos não for completamente concluída (RUDOLF, C.; PAVELENCINI, S.; GALLAS, J. C., 2008). Conforme Ogawa, 2017, o laser de diodo de 880 nm, utilizado na depilação possui osAo laser atingir a pele, uma determinada quantidade de energia é absorvida pela melanina do pelo, fazendo com que essa energia se transforma em térmica que se difundindo ao redor da haste incluindo o epitélio folicular. Essa energia intensa liberada pelo laser terá um efeito térmico, fotoquímico e ou bioestimulante. O laser utilizado, deve ter um determinado comprimento de onda específico, sendo absorvido somente pelo órgão alvo, no caso da depilação definitiva o foco é o cromóforo, ou seja, a melanina encontrada no pelo. Esse mecanismo de ação é chamado de Fototermólise Seletiva, que é a destruição de um “alvo” seletivo, preservando as estruturas vizinhas. Como o laser tem seu foco na melanina, indivíduos com pele mais expressiva, tendem a absorver uma maior parcela da radiação, apresentando uma menor penetração dessa energia quando comparados aos indivíduos de pele clara, deve ser feita a eliminação da secreção sebácea. Tipos de Laser Usados Para Depilação Definitiva Vários aparelhos podem ser utilizados para a remoção dos pelos, sendo que a sua escolha depende da cor de pele e da espessura e tonalidade do pelo. A ausência de melanina no pelo (pelo branco) impede a ação do laser. - Rubi de pulso longo (694nm): utiliza fototermólise seletiva; - Alexandrite de pulso longo (755nm): utiliza fototermólise seletiva; - Diodo de pulso longo (810nm): utiliza fototermólise seletiva; - Nd:YAG de pulso longo (1064nm): utiliza fototermólise seletiva; - Q-switched Nd:YAG (1064nm): destrói mecanicamente o pelo; - Luz intensa pulsada. A escolha do laser adequado para cada tipo de pelo e cor de pele e o treinamento para a utilização correta do equipamento são fundamentais para que se obtenham os melhores resultados. Laser Rubi de Pulso Longo (694nm) Estes aparelhos emitem energia com um comprimento de onda de 694nm e duração de pulso de 20 a 40 ns, sendo que pela alta absorção que apresentam pela melanina, são eficientes para a destruição de pelos finos e pouco pigmentados. Entretanto, não devem ser utilizados em pacientes morenos, pelo risco de causarem hipocromias na pele (Drummond, 2007). O laser rubi está indicado para pelos escuros em pacientes de pele clara (fototipos I-III). Estudos demonstram que a eficácia do tratamento fica em torno de 20% a 60% de redução com uma única aplicação e de 50% a 78% após vários tratamentos (Drummond, 2007). Laser Alexandrite de Pulso Longo (755nm) Emitem energia com comprimento de onda de 755nm e duração de pulso de 50 a 100ns. Têm mecanismo de ação semelhante ao rubi. Porém, por terem penetração mais profunda com menor afinidade pela melanina, têm menor risco em pacientes de pele morena, podendo ser utilizados em pelos finos com quantidade moderada de pigmento (Cláudio, 2011). O alexandrite de 755 nm geralmente é utilizado em pacientes com fototipos I-IV, embora possa também ser aplicado em pacientes com pele escura. Após várias sessões, muitos autores relatam eficácia de 74% a 78% na redução dos pelos, com fluências que variam entre 18 e 20J/cm2 (Cláudio, 2011). Laser Diodo de Pulso Longo (810nm) Estudos atuais indicam que o laser diodo apresenta eficácia comparável à do alexandrite e ao do rubi. O comprimento de onda longo e a duração de pulso ajustável nos aparelhos diodo 810 nm permitem o tratamento de peles escuras, apesar de não ser possível utilizar fluências altas no fototipo VI. Após várias sessões, a eficácia fica em torno de 84% na redução dos pelos. Os lasers de diodo possuem comprimento de onda de 810nm e são menos absorvidos pela melanina que o laser de rubi (694 nm), porém, podem atingir maior profundidade. Dependendo do aparelho trabalham com pulsos que variam conforme a fluência escolhida com valores entre 10 e 400 ms. Para proteger a epiderme foram desenvolvidos métodos de resfriamento como uso da ponteira de safira resfriada. O tamanho da fonte é de 9 mm de diâmetro e a fluência de 10 a 100 J/cm2. Laser Nd: Yag de Pulso Longo (1064nm) Os Nd:YAG lasers operam com comprimento de onda 1.064 nm. Esse comprimento permite menor absorção da luz pela epiderme, sendo uma opção para o tratamento de pacientes com fototipos altos. Laser Q-Switched Nd:Yag (1064nm) Tem comprimento de onda de 1064nm. É seguro para peles escuras. Contudo, a duração do pulso muito curta não permite a destruição do folículo, o que se traduz em remoção apenas temporária dos folículos. O preparo do paciente deve necessariamente incluir a orientação quanto à necessidade da presença do folículo na haste do pelo. Deve ser evitado o arrancamento do mesmo na área a ser tratada, por um período médio de quatro semanas. A fotoproteção também é recomendável, pois quanto menor a quantidade de pigmento na pele menor o risco de danos epidérmicos. Em pacientes morenos, convém utilizar agentes despigmentantes para tornar o tratamento mais seguro. Os efeitos colaterais são pouco frequentes e incluem: alterações da pigmentação, geralmente temporárias; infecções decorrentes de lesão epidérmica; presença de cicatrizes, felizmente raras, que decorrem de danos na derme. Vários equipamentos possuem a fonte laser Nd:YAG, que emite uma radiação infravermelha e uma fonte laser Hélio Neônio (HeNe), capaz de emitir uma radiação vermelha na porção visível do espectro. O feixe de radiação do HeNe é coaxial com o feixe de radiação emitido pelo Nd:YAG, e é utilizado como uma mira que define o ponto onde o laser Nd:YAG irá atuar (Drummond, 2007). LUZ Intensa Pulsada Luz Intensa Pulsada (Ipl): Uso em Epilação Existe um tipo de luz não laser, tipo flashlamp, denominada luz intensa pulsada que não possibilita pico de energia alto e, normalmente, é usada para tratar áreas maiores que o laser. A IPL produz vários espectros de luz, possibilitando tratar ao mesmo tempo lesões pigmentadas, lesões vasculares e realizar epilação (DRUMMOND,2007). A IPL é uma fonte de luz de alta intensidade que emite luz policromática, não coerente e inserida em um amplo espectro de comprimento de onda. O filamento da lâmpada de Xenônio se aquece devido à corrente elétrica que o atravessa (efeito Joule). As lâmpadas de Xenônio (flashlamps) dos equipamentos IPL são alimentadas por um banco de capacitores. A luz emitida se dirige à superfície da pele através de uma espécie de “guia”, também chamado de “cristal”, confeccionado por tipos diferentes de materiais (quartz ou safira) (DRUMMOND, 2007). Nos equipamentos IPL existem filtros entre a fonte luminosa e o cristal, que têm a finalidade de definir o espectro de emissão que atingirá o tecido. O bom desempenho do equipamento IPL está relacionado à qualidade da lâmpada (flashlamp) e, principalmente, à qualidade e tecnologia dos filtros utilizados (DRUMMOND, 2007). No início dos anos 90, Goldman e Eckhouse iniciaram o desenvolvimento das lâmpadas de luz pulsada de alta intensidade, para o tratamento de anomalias vasculares da pele. Em 1994 foi lançado o primeiro equipamento IPL no mercado (Photo Derm VL) e a aprovação do FDA, para remoção de pelos, ocorreu em 2000 (DRUMMOND, 2007). Cada equipamento de IPL tem suas próprias características com relação à programação existindo diversas programações possíveis englobando os vários tipos de pele e pelo. Alguns dos equipamentos IPL utilizam a hemoglobina e a melanina como cromóforos para realizar epilação, sendo a melanina o cromóforo principal para esse efeito (DRUMMOND, 2007). Nestes equipamentos IPL, os pelos são utilizados como guias que conduzem a energia aos folículos pilosos, danificando-os, como também ocorre com o uso do laser. Os pelos recebem a radiação IPL e o cromóforo absorve a radiação, eliminado os pelos do local (DRUMMOND, 2007). Outros equipamentos de IPL utilizam a hemoglobina como cromóforo principal. A irrigação sanguínea do bulbo capilar é destruída e, por isso, não há o “guia”. Este efeito é exclusivo ao IPL, uma vez que não é colimado como o laser e possui potências mais baixas, se comparadas às do laser utilizado para esse fim. As potências mais baixas permitem penetração mais profunda da energia, sem provocar efeitos indesejados aos tecidos (DRUMMOND, 2007). O IPL funciona através do acionamento de um pedal que ativa o equipamento a cada intervalo de tempo de três ou quatro segundos. A programação deve ser adequada ao tratamento e ao tipo de pele do paciente. Um eletrodo manual é encostado na pele e a luz pulsada é emitida pressionando-se o pedal que aciona o IPL, dando início à transmissão de radiação luminosa ao tecido. O pedal é então aliviado e o eletrodo posicionado em outra região para prosseguir o tratamento (DRUMMOND, 2007). Em alguns equipamentos de luz pulsada, há a necessidade de se utilizar um gel aquoso sobre a pele para resfriar e umedecer o local durante os pulsos, evitando danos térmicos e proporcionando melhor contato entre a pele e o guia de onda ou Cristal IPL. Em outros tipos de equipamentos não existe necessidade do gel, porém é necessário a utilização de gelo ou outro meio que resfrie a pele (DRUMMOND, 2007). Indivíduos com peles escuras não devem sofrer ação de pulsos sobrepostos pelo risco de superaquecimento e queimadura da pele. Mesmo em peles claras não devem ser administrados pulsos repetidos na mesma região sem intervalos de tempo adequados (DRUMMOND, 2007). Os resultados do tratamento dependem do tipo de pele, espessura e cor do pelo, idade, sexo e das condições de saúde de cada indivíduo e dos parâmetros do equipamento (potência, fluência, filtro, duração de pulso, intervalo entre pulsos) (DRUMMOND, 2007). Uma das vantagens da luz pulsada em relação ao laser é a flexibilidade de tratamentos com um mesmo equipamento. A desvantagem é que não são possíveis picos de energia e a handpiece é mais pesada. Isso ocorre por que a fonte de energia está acoplada na handpiece perto do cristal (DRUMMOND, 2007). Luz pulsada vs depilação a laser: qual deles é o mais eficaz? O laser consegue ser mais específico, agindo diretamente no pelo, pois é atraído pela melanina. Por conta disso, você precisará de uma quantidade menor de sessões (no mínimo 10) para alcançar o resultado em comparação à luz pulsada. O tratamento com luz pulsada exige que a pessoa faça, no mínimo, 12 sessões com intervalo de 30 dias para obter o mesmo efeito da depilação a laser. Isso acontece porque esse tipo de procedimento não atinge apenas os pelos, prejudicando, assim, a sua eficácia. Tanto um quanto o outro pode ser aplicado em todo o corpo, exceto sobrancelhas. Qual dos métodos é mais doloroso? Os dois procedimentos podem provocar algum desconforto, mas a depilação a laser possui uma vantagem chamada de resfriamento adequado, mas claro, dependendo do tipo de laser. O que possui isso é o chamado Alexandrite. A técnica Alexandrite libera esse “geladinho” imediatamente antes do laser atingir a pele oferecendo uma sensação de analgesia. Portanto, o método é muito mais confortável quando comparado ao de luz pulsada. Lembrando sempre que a dor é relativa, vai variar sempre. Se você é mais sensível, o desconforto é maior, porém, se comparado a uma cera, você vai sentir uma diferença absurda. Quais são as contraindicações de cada um? Há muitas dúvidas quando o assunto é a aplicação da depilação a laser em peles morenas e negras. Por exemplo, uma pessoa que deseja depilar a barba, que fica em uma região com a pele mais sensível e exposta, pode sentir certo receio ao escolher esse tipo de técnica. A técnica de fotodepilação torna-se um pouco mais perigosa durante épocas mais quentes, como o verão, porque o calor é maior e a incidências de raios UV trazidos pelo sol, sensibilizando a pele, com isso o tratamento pode se tornar mais perigoso e gerar queimaduras no paciente. Assim como em alguns aparelhos de depilação, a luz pulsada é contraindicada para peles negras ou morenas. O profissional biomédico esteta aconselhará qual o melhor laser que pode ser usado, devendo ser utilizado frequências diferentes para evitar riscos. Gravidez e lactação, peeling químico recente, bronzeamento em atividade, medicamentos fotossensíveis (derivados da vitamina A), tatuagem e fototipo VI. Quais são os cuidados após o procedimento? Os cuidados aqui não são diferentes. A regra é evitar a exposição solar sem um protetor ou um filtro solar que seja de, no mínimo, 30 FPS. Tanto na luz pulsada quanto na depilação a laser você vai perceber que pode ocorrer a formação de uma vermelhidão após o tratamento, o que é perfeitamente normal. Porém, na luz intensa pulsada é um pouco diferente, porque o local tratado pode apresentar uma temperatura mais elevada, o que pode causar certo desconforto após a depilação. Os cuidados que você deve ter, indiferente do procedimento, são os mais básicos, como, por exemplo, tomar um banho suave, fazendo hidratações com cremes pós-depilatórios e bebendo bastante água. Sem exposição ao sol. O pelo tem que estar comprido para realizar este procedimento? Não. Ao contrário da depilação com cera, por exemplo, os pelos nos procedimentos com aparelhos de luz intensa pulsada devem ser removidos totalmente com o auxílio de uma lâmina. Com a fotoepilação, a depilação é definitiva? Nenhum método de depilação pode ser classificado como definitivo, a fotoepilação é um recurso duradouro, porém a tendência do organismo é recuperar estas estruturas por atuarem como barreiras de proteção do corpo. Quais regiões podem ser depiladas? A maioria das áreas do corpo podem ser tratadas com a fotoepilação, porém regiões em que o feixe de luz atinge diretamente os olhos, mucosas, sobrancelhas e nariz não são indicadas. Qual é diferença entre depilação ou epilação? A epilação é a remoção dos pelos inteiros, incluindo as estruturas abaixo da pele, como o bulbo piloso. Já a depilação é a remoção de pelos rente à superfície da pele, sem atingir as estruturas internas. É possível fazer depilaçãomasculina? Sim, o aparelho de luz intensa pulsada permite a definição de gênero, realizando o tratamento ideal. Quantas sessões em média são necessárias? São recomendadas a realização de 6 a 10 sessões, com intervalo de 30 dias entre elas, podendo variar conforme o quadro clínico, protocolo de tratamento e evolução de cada paciente. BIBLIOGRAFIA: 1. Azulay RD, Azulay DR. Discromias. In: Azulay RD, Azulay DR, editores. Dermatologia. 2nd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.; 1997. p. 54-62. 2. Gallo R, Parodi A, Cozzani E, Guarrera M. Allergic reaction to India ink in a black tattoo. Contact Dermatitis. 1998;38:346-7. 3. Kyanko ME, Pontasch MJ, Brodell RT. Red tattoo reactions: treatment with carbon dioxide laser. J dermatol Surg Oncol. 1989;15:652-656. 4. Verdich J. Granulomatous reaction in a red tattoo. Acta Derm Venereol. 1981;61:176-7. 5. Hidson C, Foulds I, Cotterill J. Laser therapy of lichenoid red tattoo reaction. Br J Dermatol. 1995;133:665-6. 6. Ragland HP, Hubbel C, Stewart KR, Nesbitt LT Jr. Verruca vulgaris inoculated during tattoo placement. Int J Dermatol. 1994;33:796-7. 7. Odom RB, James WD, Berger TG. 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