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SISTEMA DE ENSINO
TEXTO
Compreensão e Interpretação de Textos 
- Parte II
Livro Eletrônico
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
Prof. Fernando Moura 
Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II ...........................................3
Aula 4 – Paráfrase: Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto, Substituição 
de Palavras e Trechos do Texto. ....................................................................3
Aula 5 – Intertextualidade .........................................................................35
Aula 6 – Tipologia e Gêneros Textuais .........................................................43
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
Prof. Fernando Moura 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – PARTE II
Aula 4 – Paráfrase: Reescritura de Frases e Parágrafos 
do Texto, Substituição de Palavras e Trechos do Texto.
Olá, caro(a) aluno(a)!
Bom saber que você é disciplinado e chegou comigo à Aula 4, imprescindível ao 
seu excelente desempenho em provas. Propostas comuns em concursos realizados 
país afora: “o trecho X pode ser reescrito da seguinte forma, sem prejuízo para a 
correção gramatical e para o sentido original”; “a palavra Y pode ser substituída por 
Z, sem prejuízo para a correção gramatical e para a coerência textual”. Lembrou-se 
desses comandos? Pois bem. Cuidado: quando a banca questionar o sentido ori-
ginal, você deverá se preocupar com a manutenção do sentido primeiro. Qualquer 
desvio de sentido tornará o item errado; contudo, quando o questionamento se re-
lacionar à coerência do texto, poderá haver alteração do sentido original, mas nada 
poderá comprometer a compreensão (quer dizer: não poderão existir obscurida-
des, ambiguidades, contradições). Essas habilidades precisam ser bem treinadas.
A língua possui uma série de recursos linguísticos que permitem dizer a mesma 
mensagem com estruturas diferentes. O ponto de partida é sempre o texto-fonte. 
Esses recursos constituem uma forma de intertextualidade que é denominada pa-
ráfrase.
A paráfrase contribui para o aprimoramento do vocabulário e proporciona inú-
meras oportunidades de reestruturação de frases, considerando as múltiplas possi-
bilidades combinatórias da nossa língua.
Dessa forma, a paráfrase corresponde a uma espécie de tradução dentro da 
própria língua, em que se diz, de maneira clara e correta, num texto B, o que contém 
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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um texto A, sem comentários marginais, sem nada acrescentar e sem nada omitir 
do que seja essencial. Tudo é feito com outros torneios de frase e, tanto quanto 
possível, com outras palavras, e, de tal forma, que a nova versão — o que pode 
ser sucinta sem deixar de ser fiel — evidencie o pleno entendimento do texto 
original. Entendeu?
Em síntese, paráfrase é a reescritura do texto, com a manutenção do sentido 
original, primeiro.
Vejamos, então, algumas dessas possibilidades combinatórias da nossa língua, 
prezado(a) aluno(a).
1) Substituição lexical (relações de sinonímia):
Embora falasse a verdade, ninguém acreditou em seu discurso.
Conquanto falasse a verdade, ninguém creu em seu discurso.
2) Inversão dos termos da oração ou das orações do período:
Grande parte de nossas vidas transcorre em locais de trabalho.
Em locais de trabalho, grande parte de nossas vidas transcorre.
Irei ao Japão quando me formar.
Quando me formar, irei ao Japão.
3) Transposição da voz ativa para a voz passiva e vice-versa:
Ele elogiou a obra literária (voz ativa).
A obra literária foi elogiada por ele (voz passiva).
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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4) Transposição do discurso direto para o discurso indireto e vice-versa:
O padre confessou:
— Estou muito doente. (discurso direto: reprodução fiel da fala de alguém)
O padre confessou que estava muito doente. (discurso indireto: a fala de alguém é 
incorporada à estrutura do narrador).
Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, observe as seguintes 
transformações:
a) discurso direto: primeira pessoa.
Eles indagaram: — O que devemos resgatar?
Discurso indireto: terceira pessoa.
Eles indagaram o que deviam resgatar.
b) discurso direto: imperativo.
O chefe ordenou: — Redijam o relatório.
Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo.
O chefe ordenou que redigíssemos o relatório.
c) discurso direto: futuro do presente.
O médico explicou: — Com o exame, a criança ficará curada.
Discurso indireto: futuro do pretérito.
O médico explicou que, com o medicamento, a criança ficaria curada.
d) discurso direto: presente do indicativo.
Gudesteia me perguntou: — A quem devo informar o problema?
Discurso indireto: pretérito imperfeito do indicativo.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Gudesteia me perguntou a quem devia informar o problema.
e) discurso direto: pretérito perfeito.
Abigail disse: — Estive no STF e falei com o presidente.
Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito.
Abigail disse que estivera no STF e falara com o presidente.
Percebeu? Há detalhes que você precisará revisar sempre. Deixe dicas impor-
tantes bem visíveis no seu mural de estudos, no seu celular, no seu bloco de ano-
tações. Tenha sempre boas estratégias de lembretes e revisões.
5) Substituição da oração adverbial, substantiva ou adjetiva pelas classes gra-
maticais correspondentes ou vice-versa:
A moça escorregou porque ventava. (oração adverbial causal)
A moça escorregou por causa do vento. (locução adverbial causal)
Desejo que você silencie. (oração substantiva)
Desejo o seu silêncio. (substantivo)
Ela é uma pessoa que tem convicções. (oração adjetiva)
Ela é uma pessoa convicta. (adjetivo)
6) Substituição de orações desenvolvidas por reduzidas ou vice-versa:
É importante que o trabalho seja prosseguido. (oração desenvolvida)
É importante prosseguir o trabalho. (oração reduzida)
Faça, agora, um gesto positivo, indicando que você tudo entendeu.
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Háoutro aspecto fundamental: a substituição de palavras do texto. Às vezes, 
o examinador faz substituições que mantêm o sentido original; outras vezes, há 
alteração de sentido. É sempre um teste de vocabulário.
“Um vocabulário escasso e inadequado, incapaz de veicular impressões e con-
cepções, mina o próprio desenvolvimento mental, tolhe a imaginação e o poder 
criador, limitando a capacidade de observar, compreender e até mesmo de sentir”. 
Assim Oton M. Garcia realça a importância do melhor conhecimento das palavras da 
própria língua para o exercício pleno da inteligência, a compreensão abrangente da 
realidade concreta e abstrata e a manifestação eficiente do pensamento e da emoção.
Vocabulário é o conjunto internalizado das palavras de uma língua (léxico). Em 
concursos públicos, quanto mais rico o vocabulário do candidato, maior a sua pos-
sibilidade de compreensão adequada e eficaz dos textos apresentados. Não faltarão 
questões com vistas a verificar se o candidato faz corretas substituições lexicais ou 
se escolhe palavras adequadas a determinados contextos. Isso exigirá o domínio 
das relações de sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia.
Por isso, apresento-lhe uma lista de homônimos (vocábulos pronunciados da 
mesma forma, mas com significados diferentes) e parônimos (vocábulos parecidos 
na grafia, mas com significados diferentes) que provocam dúvidas.
Veja os seguintes homônimos:
1. Acender: atear (fogo), inflamar.
Ascender: subir, elevar-se.
2. Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: “Palavra sem acento”.
Assento: banco, cadeira: “Tomar assento numa empresa”.
3. Acerca de: sobre, a respeito de: “No discurso, o Ministro falou acerca da 
crise internacional”.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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A cerca de: a uma distância aproximada de: “O fórum fica a cerca de trinta 
metros do prédio principal”. “Estamos a cerca de um mês ou (ano) da Copa Mundial 
de Futebol”.
Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): “Há cerca de dois anos, 
estivemos aqui”; existem aproximadamente: “Há cerca de sessenta funcionários 
na empresa”.
Veja os seguintes parônimos:
1. Acidente: acontecimento casual; desastre: “A derrota do político foi um acidente 
na vida do brasiliense”. “O súbito temporal provocou terrível acidente na cidade”.
Incidente: episódio; que incide, que ocorre: “O incidente do despejo já foi su-
perado”.
2. Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
Dotar: dar em doação, beneficiar.
Gostou? Então, continuemos.
Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco): “Se as 
áreas de atuação eram afins, por que não trabalharam juntos?”
A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: “Desenvolveu a proposta a 
fim de garantir o sucesso empresarial”.
Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
Aleatório: casual, fortuito, acidental.
Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
Ao encontro de: para junto de; favorável a: “O projeto arquitetônico veio ao 
encontro dos anseios da empresária”.
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De encontro a: contra; em prejuízo de: “A motocicleta foi de encontro a um 
poste”. “O diretor não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos 
professores”.
Ao invés de: ao contrário de: “Ao invés de demitir dez servidores, a empresa 
contratou mais vinte”. (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.)
Em vez de: em lugar de: “Em vez de demitir dez servidores, a empresa demitiu 
vinte”.
A par: informado, ao corrente, ciente: “O ministro está a par do assunto”; ao 
lado, junto; além de.
Ao par: de acordo com a convenção legal: “Fez a troca de mil dólares ao par”.
Aparte: interrupção, comentário à margem: “O palestrante concedeu ao colega 
um aparte em seu discurso”.
À parte: em separado, isoladamente, de lado: “A emenda foi encaminhada por 
expediente à parte”.
Apreçar: avaliar, pôr preço: “O corretor apreçou irrisoriamente o automóvel”.
Apressar: dar pressa a, acelerar: “É necessário apressar o andamento das ati-
vidades”.
Área: superfície delimitada, região.
Ária: canto, melodia.
Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.
Arroxar: ou arroxear, roxear; tornar roxo.
Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
Autuar: lavrar um auto; processar.
Auferir: obter, receber; auferir lucros, vantagens.
Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir; aferir valores, resultados.
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Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: “O empresário augurou lucro aos seus 
aliados”.
Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): “Os agricultores 
agouraram desastre na colheita”.
Avocar: atribuir-se, chamar: “Avocou a si o direito de sair a qualquer hora”.
Evocar: lembrar, invocar: “Evocou na palestra a parábola do filho pródigo”.
Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir ao final do discurso a ajuda 
de Deus.
Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
Carear: atrair, ganhar, granjear.
Cariar: criar cárie.
Carrear: conduzir em carro, carregar.
Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
Causal: causativo, relativo a causa.
Mantenha o ânimo!
Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
Censo: recenseamento, contagem.
Senso: entendimento, juízo, tino.
Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
Cessão: ato de ceder: “A cessão do salão dependerá de algumas condições”.
Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: “Em qual seção da 
empresa Abigail trabalha?”
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; es-
paço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: “A próxima sessão será sus-
pensa”s.
Chá: planta, infusão.
Xá: antigo soberano persa.
Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar nem ecle-
siástico.
Colidir: trombar, chocar; contrariar: “A nova lei colide com o entendimento ha-
vido”.
Coligir: colecionar, reunir, juntar: “As leis foram coligidas pelo Ministério da Jus-
tiça”.
Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
Concelho: circunscriçãoadministrativa ou município (em Portugal).
Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (Concertar): “O con-
certo das nações... O concerto de Guarnieri...”
Conserto: reparo, remendo, restauração (Consertar): “Certos aparelhos eletrô-
nicos não têm conserto”.
Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
Contraversão: versão contrária, inversão.
Coser: costurar, ligar, unir.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Cozer: cozinhar, preparar.
Costear: navegar junto à costa, contornar. “A fragata costeou inúmeras praias 
do litoral capixaba antes de partir para alto-mar”.
Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. “Qual o empresário disposto a cus-
tear tal projeto?”
Custar: valer; necessitar, ser penoso. “Quanto custa o material? Custa-me crer 
que ele venceu as eleições”.
Mais um pouco. A vida é assim mesmo. Mas valerá a pena!
Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: “O traficante foi 
delatado pela própria esposa”.
Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: “A dilação do prazo de inscri-
ções foi feita pelo órgão solicitante”.
Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
Descrição: ato de descrever, representação, definição.
Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
Discriminar: diferençar, separar, discernir.
Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões.
Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obri-
gado; demissão.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: “Apesar de sua 
importância, o experimento passou despercebido”.
Desapercebido: desprevenido, desacautelado: “O candidato dirigiu-se ao local 
da prova desapercebido”.
Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
Destratar: insultar, maltratar com palavras.
Distratar: desfazer um trato, anular.
Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma 
articulação.
Distinção: elegância, nobreza, boa educação: “Todos devem portar-se com dis-
tinção”.
Dissensão: desavença, divergência, diferença de opiniões ou interesses: “A dis-
sensão sobre política desencadeou vários conflitos”.
Tome uma água. Respire. Só mais um pouco.
Elidir: suprimir, eliminar.
Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
Emergir: vir à tona, manifestar-se.
Imergir: mergulhar, afundar (submergir), entrar.
Emigrar: deixar o país para residir em outro.
Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.
Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.
Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo.
Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.
Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.
Encrostar: criar crosta.
Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-se.
Entender: compreender, perceber, deduzir.
Intender: exercer vigilância, superintender.
Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.
Inúmero: Inumerável, sem conta, sem número.
Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, testemunha.
Expectador: que tem expectativa, que espera.
Esperto: inteligente, vivo, ativo.
Experto: perito, especialista.
Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.
Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.
Estada: ato de estar, permanência: “Nossa estada em Caldas Novas foi muito 
agradável”.
Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: “O ‘Almirante 
Fragata’ foi autorizado a uma estadia de quatro dias”.
Estância: lugar onde se está, morada, recinto.
Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.
Estrato: cada camada das rochas estratificadas.
Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume.
Como é bom estudar! Conhecimento nunca é demais!
Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a pra-
ticar (flagrante delito).
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.
Florescente: que floresce, próspero, viçoso.
Fluorescente: que tem a propriedade de fluorescência.
Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.
Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.
Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
Inserto: introduzido, inserido.
Incipiente: inicialmente, principiante.
Insipiente: ignorante, insensato.
Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: “O acusado declarou que havia sido 
induzido a cometer o crime”.
Aduzir: expor, apresentar: “A defesa, então, aduziu novas provas”.
Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persis-
tente de preços.
Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): “O diretor infligiu 
severo castigo ao aluno”.
Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento etc.) (cp. Infração): 
“Com a instalação dos pardais, fica mais difícil infringir as regras de trânsito”.
Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.
Intercessão: ato de interceder.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Interce(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas 
linhas ou superfícies.
Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se realiza.
Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justiça.
Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador. “O locador reajustou o alu-
guel abusivamente”.
Locatário: alugador, inquilino.
Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
Lustro: quinquênio; polimento.
Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo, exemplar.
Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e cer-
to; ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrati-
va: um mandado de segurança, mandado de prisão.
Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu 
nome; procuração; delegação: o mandato de um deputado, senador, do presidente.
Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, represen-
tante, procurador.
Mandatório: obrigatório.
Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
Paço: palácio real ou imperial; a corte.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa.
Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: “O pleito por mais escolas 
na região foi muito bem formulado”.
Preito: sujeição, respeito, homenagem: “Os alunos renderam preito ao profes-
sor falecido”s.
Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.
Presar: capturar, agarrar, apresar.
Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efei-
to, anular-se: “O prazo para pedido de transferência prescreveu há dois meses”.
Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. “O uso de várias subs-
tâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do Ministro”.
Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: “O cineasta previu acertada-
mente o descaso governamental”.
Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: “O chefe do departa-
mento de pessoal proveu os cargos vacantes”.
Provir: originar-se, proceder; resultar: “A dúvida provém (Os erros provêm) da 
falta de raciocínio lógico”.
Prolatar: proferir sentença, promulgar.
Protelar: adiar, prorrogar.
Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
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Retificar: corrigir, emendar, alterar: “A diretoria ratificou a decisão após o texto 
ter sido retificado em suas passagens ambíguas”.
Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: “Como ele reincidiu no erro, 
o contrato de trabalho foi rescindido”.
Agora, mais vocábulos que são frequentemente empregados em con-
cursos públicos e na vida!
Remição: ato de remir, resgate, quitação.
Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência.
Ruço: grisalho, desbotado.
Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia.
Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para 
punir sua infração.
Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
Sedento: que tem sede; sequioso.
Cedente: que cede, que dá.
Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
Subscritar: assinar, subscrever.
Sortir: variar, combinar, misturar.
Surtir: causar, originar, produzir (efeito).
Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor.
Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
Subtender: estender por baixo.
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Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se).
Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha.
Taxa: imposto, tributo, multa.
Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de corrupto.
Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.
Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
Trás: atrás, detrás, em seguida, após.
Traz: 3º pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer.
Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.
Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
Vultoso: de grande vulto, volumoso.
Vultuoso: atacado de vultuosidade (congestão da face).
Ufa! Agora, relaxe. O domínio de todos esses vocábulos o (a) ajudará a redigir 
e falar com mais propriedade. Não sou um mau sujeito. No futuro, você me agra-
decerá.
Com base nas minhas explicações, preparemo-nos para questões mais complexas. 
Julgue os itens, considerando se o sentido da frase entre aspas permanece ou não 
o mesmo, quando reescrita na forma apresentada em itálico. Pense com cuidado. 
Desafio: acertar as dez questões antes de ler os comentários.
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Questão 1 “O tempo aos poucos fora afastando de minha memória a sua imagem.”
Sua imagem estava-se afastando de minha memória, aos poucos, pelo tempo.
Errado.
Transposição errada da voz ativa para a passiva.
Reescritura correta: Sua imagem fora sendo afastada de minha memória, 
aos poucos, pelo tempo.
Questão 2 “Daqui a cinquenta anos teremos avaliado os futurólogos de hoje.”
Os futurólogos de hoje terão sido avaliados por nós daqui a cinquenta anos.
Certo.
Transposição correta da voz ativa para a passiva.
Questão 3 “Os vândalos iam destruindo tudo em sua passagem.”
Em sua passagem, tudo foi destruído pelos vândalos.
Errado.
Transposição errada da voz ativa para a passiva.
Em sua passagem, tudo ia sendo destruído pelos vândalos.
Questão 4 “Fomos informados de que já haviam julgado a causa.”
Informaram-nos de que a causa já havia sido julgada.
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Certo.
Transposição correta da voz ativa para a passiva.
Questão 5 “Os índios haviam devorado os prisioneiros de guerra.”
Os prisioneiros de guerra já haviam sido devorados pelos índios.
Certo.
Transposição correta da voz ativa para a passiva, mesmo com o acréscimo do vo-
cábulo “já” (advérbio).
Questão 6 “Todo homem é mortal.”
O homem todo é mortal.
Errado.
“Todo (= qualquer) homem é mortal.”
O homem todo (= completo) é mortal.
Questão 7 “No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai à caça do 
soldado desertor que realizou assalto a trem com confederados.”
No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai à caça do soldado de-
sertor que, com confederados, realizou assalto a trem.
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Errado.
“No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai à caça do soldado de-
sertor que realizou assalto a trem com confederados.” (Os confederados esta-
vam no trem em que o soldado desertor realizou assalto.)
No final da Guerra Civil Americana, o ex-coronel ianque sai à caça do soldado de-
sertor que, com confederados, realizou assalto a trem. (O soldado desertor, acom-
panhado dos confederados, realizou assalto a trem.)
Questão 8 “Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população.”
Os meninos de rua, que procuram trabalho, são repelidos pela população.
Errado.
“Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população.” (Valor 
restritivo, particularizante.)
Os meninos de rua, que procuram trabalho, são repelidos pela população. (Valor 
explicativo, generalizante: todos os meninos de rua procuram trabalho.)
Questão 9 “O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-
-se, por sua própria força, contanto que o faça logo.”
Fazendo-o logo, o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-
-se, por sua própria força.
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Certo.
Transformação correta da oração desenvolvida condicional em reduzida de gerún-
dio. “O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se, por sua 
própria força, contanto que o faça logo.”
Fazendo-o logo, o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou resti-
tuir-se, por sua própria força.
Questão 10 “Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malícia.
E imediatamente disse para o meu Príncipe:
– Há três anos que não te vejo, Jacinto.”
Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malícia. E imedia-
tamente disse para o meu Príncipe que havia três anos que não o via.
Certo.
Transformação correta de discurso direto em discurso indireto.
“Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malícia.
E imediatamente disse para o meu Príncipe:
– Há três anos que não te vejo, Jacinto.”
Maurício saudou, com silenciosa admiração, esta minha avisada malícia. E imedia-
tamente disse para o meu Príncipe que havia três anos que não o via.
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Como foi seu desempenho? É preciso treinar, treinar, treinar. Sim, o treino o (a) 
conduzirá à perfeição. Veja como a próxima questão exige cuidados. Pense e faça 
sua opção.
Questão 11 (AFRF) Indique o trecho que constitui paráfrase das ideias essenciais 
do segmento transcrito abaixo.
Os europeus do século XVI, cuja vida continuava pautada na religião e nas normas 
da Igreja, não haviam de todo abandonado as antigas prescrições teológicas que 
condenavam os lucros advindos de empréstimos a juro, por serem uma forma es-
téril de riqueza.
(Adalberto Marson)
a) Nem todos os europeus do século XVI, cuja vida permanecia adstrita às normas 
religiosas da Igreja, haviam abandonado as antigas determinações teológicas de 
condenação aos lucros obtidos pelos agiotas, por serem uma forma espúria de ge-
rar riqueza.
b) Por terem abandonado as antigas restrições teológicas que condenavam os lu-
cros provenientes de juros de empréstimos, consideradas uma forma improdutiva 
de riqueza, os europeus do século XVI continuavam a pautar sua vida na religião 
e nas normas da Igreja.
c) Seguindo as normas religiosas e cristãs, os europeus de seiscentos não haviam 
abandonado completamente os antigos preceitos teológicos de obtenção de riqueza 
através da forma estéril de empréstimos a juros.
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d) Obter riqueza por meio da usura era prática condenada pelas antigas prescri-
ções teológicas, cuja religião e normas da Igreja os europeus do século XVI não 
haviam de todo abandonado.
e) Continuando a manter sua vida pautada na religião e nas normas da Igreja, 
os europeus quinhentistas respeitavam as antigas determinações teológicas segun-
do as quais os lucros obtidos a partir de empréstimos a juro mereciam condenação, 
por constituírem uma forma improlífera de riqueza.
Letra e.
a) Errada. Já começou com um desvio semântico: “Nem todos os europeus do 
século XVI”. A vírgula antes de “cuja” (pronome relativo) introduz oração subordi-
nada adjetiva explicativa de caráter generalizante: os europeus, de forma genérica, 
tinham a vida pautada na religião.
b) Errada. A opção inicia-se com uma contradição: “Por terem abandonado as an-
tigas restrições teológicas”. O texto menciona que eles não haviam de todo aban-
donado as prescrições teológicas.
c) Errada. Seguindo as normas religiosas e cristãs, os europeus de quinhentos (e 
não seiscentos)... Como se trata dos europeus do século XVI, estes são de 1501 
(15 + 1 = 16). Veja: 1988 (19 + 1 = 20); 2019 (20 + 1 = 21). Em que século nós 
estamos? XXI. E os europeus de 1501? XVI.
d) Errada. Nesta opção, há desvio do sentido original em virtude do pronome rela-
tivo “cuja”. Ele concorda com o consequente e retoma o antecedente para traduzir 
a ideia de posse. Veja: “Obter riqueza por meio da usura era prática condenada 
pelas antigas prescrições teológicas, cuja religião e normas da Igreja os europeus 
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do século XVI não haviam de todo abandonado”. Religião das antigas prescrições 
teológicas? Isso não tem sentido.
e) Certa. Observe: “Continuando a manter sua vida pautada na religião e nas nor-
mas da Igreja, os europeus quinhentistas (1501/século VXI) respeitavam (se não 
haviam de todo abandonado, então respeitavam) as antigas determinações teoló-
gicas segundo as quais os lucros obtidos a partir de empréstimos a juro mereciam 
condenação, por constituírem uma forma improlífera (= estéril) de riqueza.
Excelente questão. Paráfrase exige cuidados diversos. Preparado para a outra questão?
Questão 12 (AFRF) Marque, entre as opções propostas, aquela que não contém, 
ainda que parcialmente, as mesmas ideias expressas no trecho abaixo.
A reificação do escravo produzia-se objetiva e subjetivamente. Por um lado, tor-
nava-se uma peça cuja necessidade social era criada e regulada pelo mecanismo 
econômico de produção. Por outro lado, o escravo autorrepresentava-se e era re-
presentado pelos homens livres como um ser incapaz de ação autonômica.
(F. H. Cardoso. Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional. Rio, Paz e Terra, 1977.)
a) Do ponto de vista jurídico é óbvio que, no sul como no resto do país, o escravo 
era uma coisa, sujeita ao poder e à propriedade de outrem...
b) ... o escravo não encontra a condição de pessoa humana objetivada no respeito 
e nas expectativas formadas em torno de si pelos homens livres, pelos senhores.
c) A liberdade desejada e impossível apresentava-se, pois, como mera necessida-
de subjetiva da afirmação, que não encontrava condições para realizar-se concre-
tamente.
d) ... o escravo se apresentava, na qualidade de ser humano tornado coisa, como 
alguém que, embora fosse capaz de empreender ações com “sentido”, pois eram 
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ações humanas, exprimia, na própria consciência e nos atos que praticava, orien-
tações e significações sociais impostas pelos senhores.
e) ... a consciência do escravo apenas registrava e espelhava, passivamente, 
os significados sociais que lhe eram impostos.
Letra e.
Um aspecto importante para resolver essa questão é a significação de “reificação” 
(do latim, “res” = coisa). Significa, portanto, “coisificação”.
a) Errada. Do ponto de vista jurídico é óbvio que, no sul como no resto do país, 
o escravo era uma coisa, sujeita ao poder e à propriedade de outrem. Ideia contida 
no texto.
b) Errada. O escravo não encontra a condição de pessoa humana (mas de “coisa”) 
objetivada no respeito e nas expectativas formadas em torno de si pelos homens 
livres, pelos senhores. Ideia contida no texto.
c) Errada. A liberdade desejada (não havia o desejo de liberdade, já que, subje-
tivamente, ele também se considerava “coisa”) e impossível apresentava-se, pois, 
como mera necessidade subjetiva da afirmação, que não encontrava condições 
para realizar-se concretamente. Ideia não contida no texto. Essa é a resposta.
d) Errada. O escravo se apresentava, na qualidade de ser humano tornado coisa, 
como alguém que, embora fosse capaz de empreender ações com “sentido”, pois 
eram ações humanas, exprimia, na própria consciência e nos atos que praticava, 
orientações e significações sociais impostas pelos senhores. Ideia contida no texto.
e) Certa. A consciência do escravo apenas registrava e espelhava, passivamente, 
os significados sociais que lhe eram impostos (= coisa). Ideia contida no texto.
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Questão 13 Marque a opção que não constitui paráfrase do segmento a seguir.
O abolicionismo, que logrou pôr fim à escravidão nas Antilhas Britânicas, teve peso 
ponderável na política antinegreira dos governos britânicos durante a primeira me-
tade do século passado. Mas tiveram peso também os interesses capitalistas, co-
merciais e industriais, que desejavam expandir o mercado ultramarino de produtos 
industriais e viam na inevitável miséria do trabalhador escravo um obstáculo para 
este desiderato.
(P. Singer. A formação da classe operária. São Paulo, Atual, 1988, p. 44.)
a) Na primeira metade do século passado, a despeito da forte pressão do mercado 
ultramarino em criar consumidores potenciais para seus produtos industriais, foi o 
movimento abolicionista o motor que pôs cobro à miséria do trabalhador escravo.
b) A política antinegreira da Grã-Bretanha na primeira metade do século passado 
foi fortemente influenciada não só pelo ideário abolicionista como também pela 
pressão das necessidades comerciais e industriais emergentes.
c) Os interesses capitalistas que buscavam ampliar o mercado para seus produtos 
industriais tiveram peso considerável na formulação da política antinegreira ingle-
sa; mas teve-o também a consciência liberal antiescravista.
d) Teve peso considerável na política antinegreira britânica o abolicionismo. Mas as 
forças de mercado tiveram também peso, pois precisavam dispor de consumidores 
para seus produtos.
e) Ocorreu uma combinação de idealismo e interesses materiais, na primeira metade 
do século XIX, na formulação da política britânica de oposição à escravidão negreira.
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Letra a.
O segredo dessa questão é dominar o significado de um elemento de coesão se-
quencial importante: a despeito de (= apesar de), com valor concessivo. Outro 
aspecto é entender que houve dois pesos na política antinegreira britânica. Veja.
a) Certa. “Na primeira metade do século passado, a despeito da forte pressão do 
mercado ultramarino em criar consumidores potenciais para seus produtos indus-
triais, foi o movimento abolicionista o motor que pôs cobro à miséria do trabalhador 
escravo”. Não foi “a despeito da forte pressão do mercado (concessão)”, mas, sim, 
“por causa da forte pressão do mercado (causa)”. Não constitui, portanto, pará-
frase. Essa é a resposta.
b) Errada. A política antinegreira da Grã-Bretanha na primeira metade do século 
passado foi fortemente influenciada não só pelo ideário abolicionista como também 
pela pressão das necessidades comerciais e industriais emergentes. Constitui pa-
ráfrase.
c) Errada. Os interesses capitalistas que buscavam ampliar o mercado para seus 
produtos industriais tiveram peso considerável na formulação da política antine-
greira inglesa; mas teve-o também a consciência liberal antiescravista. Constitui 
paráfrase.
d) Errada. Teve peso considerávelna política antinegreira britânica o abolicionis-
mo. Mas as forças de mercado tiveram também peso, pois precisavam dispor de 
consumidores para seus produtos. Constitui paráfrase.
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e) Errada. Ocorreu uma combinação de idealismo e interesses materiais, na pri-
meira metade do século XIX, na formulação da política britânica de oposição à es-
cravidão negreira. Constitui paráfrase.
Grito do Ipiranga? Isso era bom antes de um nobre amigo, que veio reclamar pela 
Gazeta de Notícias contra essa lenda de meio século.
Segundo o ilustrado paulista não houve nem grito nem Ipiranga.
Houve algumas palavras, entre elas a Independência ou Morte, — as quais todas 
foram proferidas em lugar diferente das margens do Ipiranga.
Pondera meu amigo que não convém, a tão curta distância, desnaturar a verdade 
dos fatos.
Ninguém ignora a que estado reduziram a História Romana alguns autores alemães, 
cuja pena, semelhante a uma picareta, desbastou os inventos de dezoito séculos, 
não nos deixando mais que uma certa porção de sucessos exatos.
Vá feito! O tempo decorrido era longo e a tradição estava arraigada como uma 
ideia fixa.
(...)
Mas isso é história antiga.
O caso do Ipiranga data de ontem. Durante cinquenta e quatro anos temos vindo a 
repetir uma coisa que o dito meu amigo declara não ter existido.
Houve resolução do Príncipe D. Pedro, independência e o mais; mas não foi positi-
vamente um grito, nem ele se deu às margens do célebre ribeiro.
Lá se vão as páginas dos historiadores e isso é o menos.
Emendam-se futuras edições. Mas os versos? Os versos emendam-se com muito 
menos facilidade.
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Minha opinião é que a lenda é melhor do que a história autêntica. A lenda resumia 
todo o fato da independência nacional, ao passo que a versão exata o reduz a uma 
coisa vaga e anônima. Tenha paciência o meu ilustrado amigo. Eu prefiro o grito do 
Ipiranga: é mais sumário, mais bonito e mais genérico.
(Machado de Assis)
Questão 14 (TJ-DFT) Com base nas ideias explícitas e implícitas do texto, assinale 
a opção correta.
a) O autor deplora as informações enganosas veiculadas pelos historiadores, ma-
nifestando sua preferência pelos poetas e narradores épicos.
b) Infere-se do texto que, na falta de uma informação segura sobre os fatos, o au-
tor opta por dar crédito ao que se descreve nos versos, cuja deturpação é menos 
provável.
c) Para o autor, pouco importa a versão exata dos fatos, diante do poder de síntese 
e do impacto das narrativas e lendas que atravessam os tempos.
d) À lenda o autor prefere a história autêntica, com seus dados precisos, sumários 
e abrangentes.
e) O autor esforça-se por demover o amigo da ideia de alterar as futuras edições 
dos livros de história, sob o argumento de que a lenda já está assimilada, não ha-
vendo mais nada a fazer senão ter paciência.
Letra c.
a) Errada. O autor não deplora as informações enganosas veiculadas pelos historia-
dores, manifestando sua preferência pelos poetas e narradores épicos. Não se trata de 
informações enganosas, mas, sim, de informações vagas, anônimas, exatas.
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b) Errada. Não se infere do texto que, na falta de uma informação segura so-
bre os fatos, o autor opta por dar crédito ao que se descreve nos versos, cuja de-
turpação é menos provável. Mesma explicação da opção anterior. Não se trata de 
informações inseguras ou deturpadas, mas, sim, de informações vagas, anônimas, 
exatas.
c) Certa. Para o autor, pouco importa a versão exata dos fatos, diante do poder de 
síntese e do impacto das narrativas e lendas que atravessam os tempos (tradição).
d) Errada. Veja a forma correta: “A lenda (objeto direto/termo preferido) o autor 
prefere à história autêntica (objeto indireto/termo preterido)”.
e) Errada. O autor não se esforça por demover o amigo da ideia de alterar as fu-
turas edições dos livros de história, sob o argumento de que a lenda já está assimi-
lada, não havendo mais nada a fazer senão ter paciência. Extrapolação.
Questão 15 (TJDFT) Assinale a opção que recupera as ideias do último parágrafo 
do texto.
a) Minha convicção é que a lenda é superior à história autêntica. A primeira resu-
miu o fato de independência nacional, a segunda transforma-o em algo difuso e 
anônimo, destituindo-o de seu caráter sumário, abrangente e belo. Tenha paciência 
o meu ilustrado amigo, mas eu prefiro o grito do Ipiranga à versão exata dos fatos.
b) Estou convicto de que a lenda é superior à história autêntica. Enquanto esta re-
duz o fato da independência nacional a algo difuso e anônimo, aquela o sintetizava. 
Tenha paciência o meu instruído amigo. À versão exata prefiro o grito do Ipiranga, 
que é mais sumário, mais belo, mais genérico.
c) Creio que a lenda é melhor do que a história autêntica. A lenda resumia o fato 
da independência nacional. A versão exata o transforma em algo difuso e anódino. 
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O meu ilustrado amigo deve ter paciência, mas a lenda é preferível ao sumário, 
belo e genérico grito do Ipiranga.
d) Tenha paciência o meu ilustrado amigo, mas prefiro à lenda do grito do Ipiranga 
a versão exata dos acontecimentos, que reduz o fato da independência nacional a 
uma coisa vaga e anônima, destituindo o gesto lendário de seu caráter generali-
zante.
e) O meu instruído amigo tenha paciência, mas a minha opinião é a seguinte: entre 
a lenda e a história autêntica, àquela prefiro esta, que resume o fato da indepen-
dência nacional em um gesto sumário, belo e genérico.
Letra b.
Nessa questão, além de testar o vocabulário do candidato, a banca examinadora 
avalia os conhecimentos acerca da regência do verbo “preferir” (transitivo direto e 
indireto). Nesse caso, o objeto direto é sempre o termo preferido; o objeto indireto 
é sempre o termo preterido (fica em segundo plano). Veja: Eu prefiro a revista (ob-
jeto direto/preferido) ao livro (objeto indireto/preterido). No texto, está claro que o 
autor prefere a lenda (objeto direto) à história autêntica (objeto indireto).
a) Errada. Minha convicção é que a lenda é superior à história autêntica. A pri-
meira resumiu o fato de independência nacional, a segunda transforma-o em algo 
difuso e anônimo, destituindo-o de seu caráter sumário, abrangente e belo 
(ideia inexistenteno texto). Tenha paciência o meu ilustrado amigo, mas eu prefiro 
o grito do Ipiranga à versão exata dos fatos.
b) Certa. Estou convicto de que a lenda é superior à história autêntica. Enquan-
to esta (anafórico: retoma o termo mais próximo) reduz o fato da indepen-
dência nacional a algo difuso e anônimo, aquela (anafórico: retoma o termo 
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mais distante da relação) o sintetizava. Tenha paciência o meu instruído (esse 
é o sentido de “ilustrado”) amigo. À versão exata (objeto indireto/preterido) prefiro 
o grito do Ipiranga (objeto direto/preferido), que é mais sumário, mais belo, mais 
genérico.
c) Errada. Creio que a lenda é melhor do que a história autêntica. A lenda resumia 
o fato da independência nacional. A versão exata o transforma em algo difuso e 
anódino (= inofensivo). O meu ilustrado amigo deve ter paciência, mas a lenda é 
preferível ao sumário, belo e genérico grito do Ipiranga (= lenda). A lenda é prefe-
rível à lenda? Sem sentido!
d) Errada. Tenha paciência o meu ilustrado amigo, mas prefiro à lenda do grito 
do Ipiranga (objeto indireto/preterido) a versão exata dos acontecimentos (objeto 
direto/preferido), que reduz o fato da independência nacional a uma coisa vaga 
e anônima, destituindo o gesto lendário de seu caráter generalizante. Não houve 
paráfrase.
e) Errada. O meu instruído amigo tenha paciência, mas a minha opinião é a se-
guinte: entre a lenda e a história autêntica, àquela prefiro esta, que resume 
o fato da independência nacional em um gesto sumário, belo e genérico. Preferir 
“esta” significa preferir a história autêntica. Não!
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Aula 5 – Intertextualidade
Oi, amante da língua portuguesa, amante do texto! Tudo tranquilo? Você já 
chegou à Aula 5! Já percebeu que o texto envolve muitos aspectos importantes. 
É importante dominá-los e treinar muito. O segredo do êxito, na vida, é o treino, 
a frequência, a disciplina. Parabéns! Gosto de gente como você.
Na aula de hoje, entenderemos melhor o conceito de intertextualidade e inicia-
remos nosso estudo de tipologia/gêneros textuais. São assuntos fundamentais em 
qualquer concurso público.
Inicialmente, trabalharemos com os textos seguintes. Veja o comando do exa-
minador após o texto II: ele solicita que o (a) candidato (a) articule os textos I e 
II. Isso significa que você, em provas diversas, é convidado a dominar a intertex-
tualidade (as relações entre os textos).
TEXTO I
Diversos municípios brasileiros, especialmente aqueles que se urbanizaram de for-
ma muito rápida, não oferecem à população espaços públicos para a prática de ati-
vidades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação 
e o fortalecimento de redes de relações sociais. Em um tecido social esgarçado, 
a violência é cada vez maior, ameaçando a vida e enclausurando ainda mais as 
pessoas nos espaços domésticos.
(www.polis.org.br — com adaptações).
(Cebraspe) Considerando o texto acima, julgue os seguintes itens.
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Questão 1 A expressão “tecido social esgarçado” está empregada em sentido fi-
gurado e representa a ideia de que as estruturas sociais estão fortalecidas em suas 
instituições oficiais.
Errado.
A expressão “tecido social esgarçado” está, sim, empregada em sentido figurado e 
representa a ideia de que as estruturas sociais estão rasgadas, abertas, desfiadas, 
enfraquecidas em suas instituições oficiais.
Questão 2 A inserção da palavra consequentemente, entre vírgulas, antes de 
“cada vez” torna explícita a relação entre ideias desse período e aquelas apresen-
tadas anteriormente no texto.
Certo.
A inserção da palavra consequentemente, entre vírgulas, antes de “cada vez” 
torna explícita a relação entre ideias desse período (a violência é cada vez maior, 
ameaça e enclausura = consequência) e aquelas apresentadas anteriormente no 
texto (municípios não oferecem espaços públicos para a prática de atividades di-
versas, o que limita as relações sociais = causa).
Questão 3 A expressão “ainda mais” reforça a ideia implícita de que há dois mo-
tivos para o enclausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favore-
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çam as relações sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer e o aumento 
da ameaça de violência.
Certo.
A expressão “ainda mais” reforça a ideia implícita de que há dois motivos para o en-
clausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favoreçam as relações 
sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer (as pessoas ficam, então, 
nos espaços domésticos) e o aumento da ameaça de violência (enclausuramento 
reforçado).
TEXTO II
Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessaria-
mente à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis 
mais fortes para controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estra-
tégia de sobrevivência tem lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que 
tiveram sucesso na defesa da integridade de seus grupos; os incapazes de fazê-lo 
não deixaram descendentes. Definitivamente, não somos como os ratos.
(Dráuzio Varella. www.drauziovarella.com.br — com adaptações).
(Cebraspe) Acerca dos textos I e II, julgue os itens a seguir.
Questão 4 Tanto no texto I como no II, a questão do espaço físico como um dos 
fatores intervenientes do processo de intensificação da violência é vista sob o pris-
ma da densidade populacional excessiva.
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Errado.
Tanto no texto I como no II, a questão do espaço físico como um dos fatores inter-
venientes do processo da violência é vista sob primas diferentes: no texto I, a falta 
de espaços públicos que favoreçam as relações sociais com atividades culturais, 
esportivas e de lazer intensifica a violência; no texto II, o aumento da densidade 
populacional não conduz necessariamenteà violência desenfreada.
Questão 5 Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações 
pressupostas e significações implícitas, no texto II, o emprego da forma verbal em 
primeira pessoa — “criamos” — autoriza a inferência de que os seres humanos per-
tencem à ordem dos primatas.
Certo.
Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupos-
tas e significações implícitas, no texto II, o emprego da forma verbal em primeira 
pessoa — “criamos” — autoriza a inferência de que os seres humanos pertencem, 
sim, à ordem dos primatas.
Questão 6 Por funcionar como um recurso coesivo de substituição de ideias já 
apresentadas, no texto VIII, a expressão “Tal estratégia de sobrevivência” retoma 
o termo antecedente “violência desenfreada”.
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Errado.
Por funcionar como um recurso coesivo de substituição de ideias já apresentadas, no 
texto VIII, a expressão “Tal estratégia de sobrevivência” retoma a ideia de que “cria-
mos leis mais fortes para controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie”.
Percebeu? Você terá de estar atento ao conteúdo dos textos apresentados pela 
banca examinadora e confrontá-los. Agora, poderemos entender melhor a inter-
textualidade. Esta compreende, na verdade, as diversas maneiras pelas quais a 
produção e a recepção de dado texto depende do conhecimento de outros textos 
por parte dos interlocutores. Em outras palavras, diz respeito aos fatores que tor-
nam a utilização de um texto dependente de um ou mais textos previamente exis-
tentes. Essas maneiras incluem fatores relativos a conteúdos formais (como você 
acabou de perceber) e a tipos textuais (que aprofundaremos nas próximas aulas).
Os fatores ligados a conteúdo são bastante evidentes e ligam-se a questões 
de conhecimento de mundo. As matérias jornalísticas que lemos no dia a dia, por 
exemplo, cobrem um mesmo fato, durante vários dias. Cada artigo pressupõe que 
os leitores conheçam os artigos sobre o mesmo assunto publicados anteriormen-
te, estabelecendo com eles a intertextualidade. Essa realidade é uma constante: 
os textos de uma mesma época, de uma mesma área de conhecimento, de uma 
mesma cultura dialogam, necessariamente, uns com os outros e podem manifestar, 
assim, relações explícitas ou implícitas. Por isso, aprecio muito essa estratégia em 
concursos públicos.
Assim, caro(a) aluno(a), veja os exemplos a seguir.
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1) Segundo Piaget, “a criança continuamente cria e recria seu modelo de realida-
de.” Concordamos com Piaget, quando afirma que a evolução cognitiva na infância 
se dá por meio da criação e da recriação da realidade.
2) Eu acreditei nas promessas daquele candidato. Você acreditou nas promessas 
daquele candidato? Procure ficar mais bem informado, por favor.
No exemplo 1, houve confirmação da ideia contida na fonte (Piaget). No tocan-
te à intertextualidade implícita do exemplo 2, não se tem indicação da fonte (que 
candidato e promessas?), de modo que o receptor deverá ter os conhecimentos 
necessários para recuperá-la; do contrário, não será capaz de captar a significação 
implícita que o produtor pretende passar.
É o caso de alguns tipos de ironia, da paródia, de certas paráfrases e outros. Ob-
serve como Mário Quintana e Paulo Mendes Campos parodiaram a famosa “Canção 
do Exílio” (você a conhece?), do poeta romântico Gonçalves Dias. A paródia é uma 
forma de intertextualidade. Entendeu? Veja.
UMA CANÇÃO
Mário Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?
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Mas a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio.
NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO
Paulo Mendes Campos
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
Mas meu rabicho é Paris,
Onde sabiá não dá.
Não sei se vou pra Turquia,
Não sei onde vou ciscar,
Não sou forte em geografia,
Mas daqui vou me mandar.
Quanto à intertextualidade de caráter formal, ela ocorre quando o produtor de 
um texto repete expressões, enunciados ou trechos de outros textos, ou então o 
estilo de determinado autor ou de determinados tipos de discurso. Um exemplo 
típico é a relação entre a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e trechos do Hino 
Nacional Brasileiro e da Canção do Expedicionário.
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos lindos campos têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida em teu seio mais amores.
(Hino Nacional Brasileiro — Letra: Osório Duque Estrada.)
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Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá...
(Canção do Expedicionário.)
Um subtipo de intertextualidade formal é a intertextualidade tipológica, que 
também é importante para o processamento adequado do texto. O conhecimento 
dos tipos textuais (narração, descrição, dissertação, texto literário, texto não literá-
rio), portanto, permitirá ao leitor “enquadrar” os textos em determinado esquema, 
o que poderá dar pistas importantes para a sua interpretação.
Vale ressaltar, ainda, que a intertextualidade é comum também na música po-
pular, quando o autor retoma trechos de outras canções próprias ou alheias.
A intertextualidade estabelece-se também quando nos “apropriamos” de pro-
vérbios e ditos populares em nossas conversas ou em nossos textos escritos, en-
dossando-os ou revertendo a sua forma e (ou) o seu sentido. Faça um gesto posi-
tivo, por favor!
Você entendeu que uma boa leitura não pode apoiar-se em fragmentos isolados, já 
que o significado sempre é determinado pelo conjunto dentro do qual se encaixam 
esses fragmentos. Hoje, concursos exigem não somente a noção de texto, mas 
também as relações entre vários textos que compõem uma prova.
A intertextualidade visa a reafirmar alguns dos sentidos de textos citados ou 
contestar, inventar e polemizar ideias em foco. Por isso, nos comandos das ques-
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tões, não faltarão propostas do tipo: “corroboração à ideia tal”, “tal ideia ratifica/ 
retifica tal ideia”, “considerando também a leitura do texto tal”, “com base no texto 
lido e à luz do texto tal”. Assim, lembre-se: ao estabelecer as relações entre dois ou 
mais textos, verifique se o mesmo assunto está sendo tratado e se os argumentos 
levantados que sustentam a postura ideológica do(s) autor(es) apresentam seme-
lhanças ou diferenças. Confronte e compare logicamente os textos, como fizemos 
com os textos I e II, no início desta aula.
Aula 6 – Tipologia e Gêneros Textuais
Tudo bem, caro(a) aluno(a)? Sempre animado(a)? Já que você entendeu a in-
tertextualidade, é hora de estudar os tipos e os gêneros textuais.
Há muitos candidatos que ainda entendem o estudo da língua como conjunto de 
instruções programadas no cérebro. Sabemos, porém, que precisamos transcender 
essa realidade. Todos os componentes fonológicos, morfológicos, sintáticos e se-
mânticos devem ser explicitados, articulados, contextualizados.
Dessa maneira, é importante saber que as unidades linguísticas apresentam 
dois aspectos fundamentais: a forma (ou “significante”) e o significado (ou “senti-
do”). Portanto, uma unidade como a palavra MALA pode ser estudada do ponto de 
vista formal: sua pronúncia, sua composição e classificação morfológica e seu com-
portamento sintático. Ademais, pode-se estudar a mesma palavra MALA do ponto 
de vista semântico, do significado.
Ressalte-se que os dois aspectos, o formal e o semântico, estão presentes na 
palavra MALA, mas precisam ser separados na descrição, pois a relação que existe 
entre as formas gramaticais e os significados que elas veiculam é extremamente 
complexa. Tudo depende do contexto. Por isso, hoje as provas de concursos pú-
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blicos priorizam o texto, com vistas a perceber a capacidade de raciocínio lógico 
do candidato.
A descrição de uma língua deve ser entendida como composta essencialmente 
de três componentes:
I – descrição formal (fonologia, morfologia, sintaxe);
II – descrição semântica (relação de sentido);
III – interpretação semântica (articulação dos dois primeiros componentes).
Observe os exemplos.
1. Meu filho detesta berinjela.
2. Meu filho não gosta de berinjela.
(Propriedades formais diferentes / aproximação semântica).
3. Esta é a mulher mais bonita de Campo Grande.
4. Esta é a poesia mais bonita de Cecília Meireles.
(Propriedades formais iguais / evidentes diferenças semânticas)
Os exemplos mais complexos — e que surpreendem os candidatos desavisados 
— são aqueles em que uma diferença formal corresponde a uma diferença semântica.
Observe, agora, como Carlos Drummond articula forma e significado.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
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Com base na leitura do texto acima, surgem alguns questionamentos: qual o 
real significado dessa “pedra” e desse “caminho”? Centenas de interpretações já 
foram construídas na tentativa de desvendar o poema. Serão obstáculos à ação do 
homem? Será o enigma da existência? Ou o poema registra apenas signos reais? 
O caminho seria simplesmente um caminho, por onde ia o poeta quando deparou 
com aquela pedra obstruindo-lhe a passagem? Diante da reflexão existencial que 
caracteriza a poesia drummondiana é, no entanto, difícil não sentirmos naquele 
“caminho” e naquela “pedra” densos signos metafóricos carregados de significa-
ções ocultas. O que importa, afinal, é que o poema continua vivendo, entregue a 
cada um de nós. Ele oferece a cada um o que quisermos encontrar nele.
Entre a “pedra” e os possíveis “obstáculos da vida”, sente-se a implacável re-
sistência contra a qual todos os esforços são inúteis. A linguagem conotativa 
configura-se com base na associação de caráter semântico, isto é, o termo real é 
expresso por um termo ideal a ele relacionado por determinada significação. É o 
que acontece com o poema de Drummond, em que a “pedra” — pela sua dureza, 
irredutibilidade e situação de “obstáculo” ao caminhar livre (denotação) — é logo 
associada à significação de uma vida frustradora, dura e cheia de poréns à livre 
realização do homem (conotação).
Vamos entender bem esses dois conceitos, para que você, compreenda, do pon-
to de vista da tipologia, o que é o texto literário e o que é o texto não literário.
A conotação é conhecida como linguagem figurada, plurívoca, translata, aque-
la que faz uso de todo o arsenal retórico de que a língua dispõe como forma de 
expressão.
Há nuvens negras na economia brasileira.
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Houve, aqui, a associação por similaridade: nuvens negras/tempestade/situa-
ção ruim. Dessa forma, um signo “emprestou” sua significação a outro.
O outro nível de linguagem é a denotação. Esta tenta uma aproximação mais 
direta entre o termo e o objeto.
Há nuvens negras na atmosfera.
Nessa frase, percebemos que a expressão “nuvens negras” está sendo usada no 
seu sentido próprio, real, unívoco.
Assim, perceba: texto literário é aquele em que há o predomínio da conota-
ção; texto não literário é aquele em que há o predomínio da denotação. Entendeu?
(Câmara dos Deputados) Assinale como certas as frases em que se indica correta-
mente entre parênteses o modo como a palavra foi usada e como erradas aquelas 
em que isso não ocorre.
Questão 1 A classe média teme naufragar nesta onda de insolvências. (denotação)
Errado.
Em “A classe média teme naufragar nesta onda de insolvências”, o vocábulo desta-
cado tem valor conotativo, figurado.
Questão 2 O menino, sobressaltado com o pesadelo, acordou chorando, cha-
mando pela mãe. (conotação)
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Errado.
Em “O menino, sobressaltado com o pesadelo, acordou chorando, chamando pela 
mãe”, o vocábulo destacado tem valor denotativo, real.
Questão3 Seus argumentos foram tão brilhantes que implodiram o discurso do 
rival. (conotação)
Certo.
Em “Seus argumentos foram tão brilhantes que implodiram o discurso do rival”, 
o vocábulo destacado tem valor conotativo.
Questão 4 Detesto tratar com pessoas que agem de forma dissimulada. (deno-
tação)
Certo.
Em “Detesto tratar com pessoas que agem de forma dissimulada”, o vocábulo des-
tacado tem valor denotativo, dicionarizado.
Questão 5 Ressentindo, mordido pela inveja, João passou a cometer desatinos. (co-
notação)
Certo.
Em “Ressentindo, mordido pela inveja, João passou a cometer desatinos”, o vocá-
bulo destacado tem valor conotativo, plurívoco.
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Questão 6 A juventude precisa repensar seus valores. (denotação)
Errado.
Em “A juventude precisa repensar seus valores”, há uma metonímia ─ não é a fase 
(juventude) que precisa repensar valores, mas, sim, as pessoas (os jovens) preci-
sam repensar valores) ─, o que quer dizer que se caracteriza a conotação. Enten-
deu?
Leia o texto seguinte.
Dê a volta ao mundo sem sair de casa. Tenha o mundo inteiro em suas mãos toda 
semana. Congele o preço por um ano todo e aproveite as vantagens. Envie hoje 
mesmo seu cupom. Não mande dinheiro agora.
(Cebraspe) Julgue os itens seguintes.
Questão 7 Os períodos exemplificam o uso do modo imperativo como articulador 
da linguagem persuasiva própria da publicidade.
Certo.
Trata-se de texto instrucional ou injuntivo. De fato, os períodos exemplificam o uso 
do modo imperativo como articulador da linguagem persuasiva própria da publici-
dade: “Dê”, “Tenha”, “Congele”, “aproveite”, “Envie”, “Não mande”. Destaque-se, 
também, a função conativa ou apelativa da linguagem.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
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Questão 8 O texto lido tem caráter injuntivo ou instrucional.
Certo.
O texto lido tem caráter injuntivo ou instrucional. Ainda bem que você está ficando 
“insuportável” (risos).
Questão 9 Se, em vez de você, o autor tivesse usado tu, o texto ficaria assim 
redigido:
Dá a volta ao mundo sem sair de casa.
Tem o mundo inteiro nas tuas mãos toda semana.
Congela o preço por um ano todo e aproveita as vantagens.
Envia hoje mesmo teu cupom. Não mandes dinheiro agora.
Certo.
Lembre-se de que a segunda pessoa do singular (tu) do imperativo afirmativo é re-
tirada do presente do indicativo, com uma alteração gráfico-fonética: menos a letra 
“s”. Se, em vez de você, o autor tivesse usado tu, o texto ficaria assim redigido:
(“Tu dás” – s) Dá a volta ao mundo sem sair de casa.
(“Tu tens” – s) Tem o mundo inteiro nas tuas mãos toda semana.
(“Tu congelas” – s ) Congela o preço por um ano todo e (“tu aproveitas” – s) apro-
veita as vantagens.
(“Tu envias” – s) Envia hoje mesmo teu cupom. Não mandes dinheiro agora. (No 
imperativo negativo, derivado do presente do subjuntivo, não se retira o “s”).
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Questão 10 A expressão Congele exemplifica linguagem translata.
Certo.
A expressão Congele exemplifica linguagem translata, conotativa, figurada, plurívoca.
Outro aspecto que você precisa dominar bem, quanto à tipologia textual, é a dife-
rença entre prosa e verso. Um detalhe: quando, no comando da prova discursiva, 
o examinador solicita a elaboração de uma dissertação em prosa, lembre-se de 
produzir um texto em parágrafos (introdução, desenvolvimento e fechamento), 
sem gráficos, desenhos, tabelas e outros.
Antes de apresentar as modalidades textuais, façamos a distinção entre verso 
e prosa. Está plenamente demonstrado que o verso é mais antigo do que a pro-
sa, a qual não deve confundir-se, como frequentemente se faz, com a linguagem 
falada. Esta, por sua finalidade e características, difere muito tanto da linguagem 
literária da poesia como da prosa. A oposição entre prosa e verso parte do fato de 
que a prosa se concentra no conteúdo e, portanto, busca basicamente a clareza 
expositiva, enquanto na poesia a forma predomina sobre o conteúdo, e seu prin-
cipal objetivo é a busca da beleza para a produção de prazer estético. A prosa pre-
ocupa-se, antes de tudo, com a ideia, embora não com sua reflexão. Sua essência é 
a análise, a decomposição da ideia em todos os seus elementos. Em consequência, 
a linguagem da prosa procura ser lógica, coerente, e distinguir o que se sabe do 
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que se imagina. A poesia, ao contrário, atua por meio de sínteses intuitivas e pre-
tende comover o leitor ou ouvinte.
Outro princípio de diferenciação, caro(a) aluno(a), observa-se na utilização dos 
adjetivos. Na poesia, são frequentíssimos os adjetivos “não pertinentes” — como 
na expressão “palácios cariados” (João Cabral de Melo Neto), ou que em seu sig-
nificado não qualifiquem os substantivos — como em “dúbios caminhantes” e “li-
nhos matinais” (Cesário Verde) —, que a prosa, em geral, rejeita. Também serve 
de exemplo o uso da coordenação, que na poesia pode ser aparentemente incon-
sequente, como nos versos de Drummond: “Pensando com unha, plasma, / fúria, 
gilete, desânimo.” A inconsequência não só se dá na coordenação, mas, em geral, 
na própria sucessão das ideias. Na prosa, ao contrário, espera-se que cada ideia 
apresentada se articule com as necessidades do discurso. Entendeu? Na poesia, 
existe, sem dúvida, mais liberdade na articulação dos vocábulos; na prosa, há 
maior subordinação ao tipo de discurso.
Comecemos nosso estudo sobre tipologia e gêneros textuais, com a distinção 
entre narração, descrição e dissertação.
Todas as formas de expressão escrita podem ser classificadas em formas lite-
rárias — como as descrições e narrações, e nelas o poema, a fábula, o apólogo, 
o conto e o romance, entre outros — e não literárias, como as dissertações e 
redações técnicas. Certo?
Descrição – descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa, lugar, 
coisa e outros) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das caracte-
rísticas do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos — visão, audi-
ção, tato, olfato e paladar —, já que é por intermédio deles que o ser humano toma 
contato com o ambiente.
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A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de perceber o 
mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais rica será a descrição. 
Por meio da percepção sensorial, o autor registra suas impressões sobre os obje-
tos, quanto ao aroma, à cor, ao sabor, à textura ou à sonoridade, e as transmite 
para o leitor.
Narração – o relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narração. 
Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão dos acon-
tecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns eventos para 
atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou o ponto de vista, pode recair 
sobre o protagonista da história, um observador neutro, alguém que participou do 
acontecimento de forma secundária, ou ainda um espectador onisciente, que su-
postamente esteve presente em todos os lugares, conhece todos os personagens, 
suas ideias e sentimentos (perscruta o interior dos personagens).
A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando é chama-
da de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste, quando é dita indi-
reta. As falas também podem ser apresentadas de três formas: discurso direto, em 
que o narrador transcreve de forma exata a fala do personagem; discurso indireto, 
no qual o narrador conta o que o personagem disse, lançando mão dos verbos cha-
mados dicendi ou de elocução, que indicam quem está com a palavra, como “disse”, 
“perguntou”, “afirmou”; e discurso indireto livre, em que se misturam os dois tipos 
anteriores. Logo explicarei isso a você com mais detalhes.
O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem chama-se 
enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos fatos, ou não linear, 
quando há cortes na sequência dos acontecimentos. É comumente dividido em ex-
posição ou apresentação, complicação, clímax e desfecho.
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Quanto ao foco narrativo, ou seja, a posição escolhida pelo narrador para desen-
cadear os fatos, podemos caracterizar três tipos básicos de narrador:
a) Narrador-personagem: 1ª pessoa/ O narrador participa dos fatos explici-
tados.
Eu e meu avô conversávamos sobre o passado. Fiquei a pensar sobre a rápida pas-
sagem do tempo.
b) Narrador-observador: 3ª pessoa/ O narrador apenas observa os fatos ex-
plicitados.
Margarida e Olímpico estavam sentados em um tronco. Conversavam sobre a pos-
sibilidade de casarem-se.
c) Narrador-onisciente: 3ª pessoa/ Sabe tudo: além de observar os fatos ex-
plicitados, conhece intrinsecamente as personagens.
Marcélia despediu-se de Gustavo. Naquele momento, ela precisou de muita força 
para suportar a ânsia que lhe invadia o peito.
Também é importante você saber que o gênero narrativo envolve os seguintes 
gêneros (textos que fazem parte do nosso cotidiano).
a) Romance: espécie em prosa que comporta os mais diversos aspectos e as-
suntos: históricos, psicológicos, experimentais, cientificistas, policiais. As publica-
ções parceladas dos romances recebem o nome de folhetins.
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b) Conto: é mais breve que o romance e sintetiza o fato, narrando especifica-
mente o “caso”, que pode ser de diversos assuntos: fantásticos, impressionistas, 
regionais, aventureiros, misteriosos, policiais e outros.
c) Crônica: é uma espécie de conto que condensa um flagrante da vida, real ou 
fictício, antigo ou atual, numa expressividade bastante coloquial.
d) Anedota: é uma pequena história com conteúdo humorístico. Sua finalidade 
é despertar graça.
e) Fábula: nela o assunto deve ser a vida de animais (entidades personificadas) 
e conter uma lição de moral. É uma alegoria.
Conversa entre o lobo e o cordeiro.
f) Apólogo: semelhante à fábula, é a narrativa em que surgem alegorias ─ a 
personagem representa uma figura inanimada.
Conversa entre a linha e a agulha.
g) Parábola: é uma curta narrativa de sentido alegórico e moral. Nela, há a 
apresentação do homem e sua vida futura e seus meios de vivência espiritual.
Dissertação ─ a exposição de ideias a respeito de um tema, com base em 
raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo do autor é 
discutir um tema e defender sua posição (postura ideológica) a respeito dele. Por 
essa razão, a coerência entre as ideias e a clareza na forma de expressão são ele-
mentos fundamentais.
A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdução, parte 
em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento, em que se expõem 
os argumentos e ideias sobre o assunto, fundamentando-os com fatos, exemplos, 
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testemunhos e provas do que se quer demonstrar; e conclusão, na qual se faz o 
desfecho da redação, com a finalidade de reforçar a ideia inicial e (ou) apresentar 
intervenções (soluções, propostas, encaminhamentos).
Quanto ao texto jornalístico e publicitário, este apresenta a peculiaridade 
de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal, empregada, 
por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e política, até aquela ex-
tremamente coloquial, utilizada em publicações voltadas para o público juvenil. 
Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o redator deve obedecer ao propósito 
específico da publicação para a qual escreve e seguir regras que costumam ser 
bastante rígidas e definidas, tanto quanto à extensão do texto como em relação 
à escolha do assunto, ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado.
A redação técnica corresponde a diversos tipos de redação não literária, como 
os textos de manuais, os relatórios administrativos, de experiências, os artigos 
científicos, as teses, as monografias, as cartas comerciais e outros. Embora se deva 
reger pelos mesmos princípios de objetividade, coerência e clareza que pautam 
qualquer outro tipo de composição, a redação técnica apresenta estrutura e estilo 
próprios, com forte predominância da linguagem denotativa. Essa distinção é basi-
camente produzida pelo objetivo que a redação técnica persegue: o de esclarecer, 
e não o de impressionar.
Injunção ou Instrução ─ apresenta orientações, ordens, conselhos ou adver-
tências ao leitor. Por isso, é comum o registro de verbos no modo imperativo. Veja 
o exemplo:
Novas dicas para prevenir o infarto
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A incidência de casos fatais de infarto dobra quando ele ocorre durante a prática 
de exercícios físicos. Essa conclusão levou um grupo de médicos a elaborar uma 
lista de regras que podem evitar acidentes cardiovasculares durante o esporte.
Faça aquecimento por, pelo menos, 10 minutos.
Beba três goles de água a cada 30 minutos durante o exercício.
Não faça esforço se a temperatura superar 30 graus.
Avise seu médico se sentir dores no peito ou mal-estar.
Agora, entenderemos, com mais detalhes os tipos de discurso, detalhe exausti-
vamente cobrado pelos examinadores em provas.
Discurso Direto
Características:
• fala fiel dos interlocutores ou das personagens;
• frequentemente, um verbo dicendi (falar, dizer, responder, afirmar, indagar, 
perguntar e outros);
• na ausência do verbo dicendi, um sinal de pontuação: dois pontos, travessão, 
aspas ou mudança de linha.
Malvina aproximou-se de manso e, sem ser pressentida para junto da cantora, 
colocando-se por detrás dela, esperou que terminasse a última cópia.
— Isaura! ─ disse ela pousando de leve a delicada mãozinha sobre o ombro da 
cantora.
— Ah! É a senhora?! — respondeu Isaura, voltando-se sobressaltada.
— Não sabia que estava aí me escutando.
(Bernardo Guimarães. A Escrava Isaura)
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Discurso Indireto
Características:
• fala não visível das personagens, mas explicitada pelo narrador (numa oração 
subordinada substantiva);
• verbo dicendi;
• frequentemente, terceira pessoa na oração subordinada substantiva.
Ao som de sua voz, ela despertou amedrontada mas logo sorriu e toda a sala pare-
ceu sorrir com ela. Pôs-se de pé, as mãos ajeitando os trapos que vestia, humilde 
e clara como um pouco de luar. Nacib então disse que ela poderia dormir, que 
não precisava se preocupar.
(Jorge Amado. Gabriela)
Discurso Indireto Livre ou Semi-indireto
Características:
• falta do verbo dicendi, dois pontos, travessão ou aspas;
• fala não visível das personagens, cuja voz parece confundir-se com a do nar-
rador;
• períodos livres (sem elo subordinativo).
Fabiano escutou, ouviu o rumor do chumbo que se derramava no cano da arma, 
as pancadas surdas da vareta na bucha. Suspirou. Coitadinha da Baleia.
(Graciliano Ramos. Vidas Secas)
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Observe que o discurso “Coitadinha da Baleia” tanto pode ser de Fabiano 
como pode ser do narrador. Essa situação caracteriza o discurso indireto livre. En-
tendeu? Um gesto positivo, por favor.
Observe, agora, alguns exemplos de gêneros textuais que fazem parte do 
nosso cotidiano e que você precisa dominar.
1) Monólogo: de origem grega (monólogos = que fala só), trata-se de espécie 
do gênero dramático em que um só ator representa, interpretando um só persona-
gem que fala ao público ou consigo mesmo. O monólogo, que pode tanto constituir 
uma cena quanto uma peça inteira, como a fala de uma só figura em cena, pres-
ta-se admiravelmente à intensificação dramática. Nas literaturas de Língua Portu-
guesa, podemos mencionar o “Monólogo do Vaqueiro”, de Gil Vicente; “As Mãos de 
Eurídice”, de Pedro Bloch, os monólogos de Severino em “Morte e Vida Severina”, 
de João Cabral de Mello Neto. Leia o texto seguinte.
Morte e Vida Severina
(Fragmento)
(João Cabral de Mello Neto)
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR
QUEM É E A QUE VAI
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
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com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
Há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
Ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
Da Maria do Zacarias,
Lá da serra da Costela,
Limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
Se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
Iguais em tudo na vida:
Na mesma cabeça grande
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Que a custo é que se equilibra,
No mesmo ventre crescido
Sobre as mesmas pernas finas
E iguais também porque o sangue,
Que usamos tem pouca tinta.
2) Diálogo: corresponde à obra literária em que duas ou mais personagens 
falam, trocam ou discutem ideias com vistas à solução de problemas ou à simples 
comunicação. Constitui, também, elemento básico do gênero dramático. Veja:
Dentro do táxi, rememorava a conversa tida antes, bem cedo:
— Então.
— Hum?
— Hoje tem o jantar do Saulo. Para agradecer o que demos semana passada.
— Você vai?
— Vou.
— Eu gostaria, mas não vou poder ir.
— Por que não?
— Estou superocupada.
— Não dá para dar um jeito? Só essa noite?
— Não dá mesmo. Tenho que entregar o relatório. Ele está bem atrasado.
— Dê, quem sabe...
— Olha, sério. Eu só vim para cá por causa dessa bolsa e ela acaba em três me-
ses. Até agora não fiz quase nada da tese, e você sabe que ela tem que sair dentro 
do prazo. Sem contar que, enquanto isso, tenho de cuidar das minhas coisas tam-
bém, arranjar tempo para você... Hoje, realmente, não dá ok?
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— Tudo bem. E semana que vem? A gente podia combinar um teatro com eles e 
depois sairmos os quatro para jantar. Juntamos o jantar com aquela peça que você 
quer ver. Assim aproveitamos melhor a sua noite de folga.
— Pode ser. Semana que vem fica mais fácil.
O acordo foi selado com sorrisos de um e de outro e um beijo dos dois.
3) Diário: texto em que seregistram, diária ou quase diariamente, aconteci-
mentos, impressões, confissões. O diário pode ser de natureza pessoal ou adminis-
trativa. Observe:
4 de outubro de 2000 (quarta-feira) — A casa da vovó ficou finalmente pronta!! 
Hoje, fomos eu e a mamãe conhecê-la. Ficou muito legal, toda pintada de branco 
e com móveis novos. O jardim foi substituído por uma entrada de cimento com 
alguns vasos no estilo romano e muitas bromélias. Sexta-feira, depois que o papai 
voltar do trabalho, nós vamos à praia buscar a vovó e a tia Bia. Hoje, depois da 
aula, eu e a Danny fomos à casa da Flavinha, uma menina da nossa sala. Ela tem 
um irmão muito lindo... Mas isso não vem ao caso. Ele nem estava lá. Nós fomos 
começar a preparar a festa do Dia das Bruxas deste ano. Desde o começo do mês 
que ninguém fala em outra coisa. E nem poderia ser diferente: a do ano passado 
foi o maior sucesso... (Diário da Bia)
4) Anotações e comentários: correspondem ao apontamento escrito, à nota 
ou ao comentário de ideias, pormenores, dados. Observe:
A lição deve permanecer em nossas mentes. O Novo Código Civil, apesar de 
trazer ao nosso ordenamento jurídico valiosos acréscimos, também deixou de efe-
tuar imprescindíveis alterações. Percebe-se, claramente, que o recente Estatuto 
Civil está longe de compor um conjunto normativo coeso e atual como do Código 
de Defesa do Consumidor. Somente como exemplo, deve ser citado o princípio da 
boa-fé objetiva. Em que pese ao fato de o Novo Código Civil ter adotado o princípio 
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da boa-fé objetiva como baluarte de todo o direito privado, ainda assim alguns de 
seus dispositivos encontram-se presos ao paradigma da boa-fé subjetiva. Talvez a 
situação seria outra, se o processo de elaboração do Código Civil tivesse acompa-
nhado o exemplo da democrática sociedade alemã.
(Paulo Marco di Spiritu)
5) Roteiro: gênero de texto em que se registram os principais tópicos que de-
vem ser tratados num trabalho escrito, numa discussão, numa aula etc. Um exem-
plo:
Roteiro de reunião na UGP/Seplan (MG) em 24/9/2002.
1. Comentar que o Projeto mantém, em todas as suas letras, o texto da Lei 
n. 11.504/1994, sem prejuízo de a ela acrescer os institutos e regramentos jurídi-
cos estabelecidos pela Lei Federal n. 9.433, de 8 de janeiro último, que institui a 
Política Nacional de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Cons-
tituição Federal e altera o art. 1º da Lei n. 7.990, de 28/12/1990, cuja observância 
e cumprimento o Estado de Minas Gerais tem o dever de acolher, por imperativo de 
convivência federativa.
2. Comentar que, não obstante ter levado em consideração todos os termos da 
Lei n. 11.504/1994, o Anteprojeto a supre de fundamentos, instrumentos e ação 
política não estabelecidos pela citada lei, ou porque, quando propostos, foram ve-
tados pelo Poder Executivo, quando de sua sanção.
6) Crônica: é uma espécie de conto que condensa um flagrante da vida, real 
ou fictício, antigo ou atual, numa expressividade bastante coloquial.
Chatear e encher
(Paulo Mendes Campos)
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: 
você telefona para um escritório qualquer na cidade.
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— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar já chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca 
trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
7) Regulamento: gênero de texto cujo objetivo é prescrever regras, normas 
ou preceitos (injunção). Observe as seguintes normas de uma olimpíada escolar:
1. Poderão participar os estudantes que estiverem regularmente matriculados 
em suas escolas e estiverem cursando o ensino médio (antigo 2º grau), sem limite 
de idade.
2. O estudante deve se inscrever na série em que estiver cursando.
2.1. O estudante que infringir o item 2 será desclassificado.
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3. Não será permitida a substituição de um aluno já inscrito.
4. As inscrições deverão ser feitas por meio de um professor de Física de cada 
escola.
5. As inscrições poderão ser feitas até 31 de agosto.
6. Será permitida a inscrição de até três estudantes por série da escola participante.
8) Poesia: termo que designa um texto em que ocorre a expressão do mundo 
interior do poeta, elaborada numa linguagem altamente conotativa. Embora sejam 
quase sempre escritos em versos, os textos de conteúdo poético podem apresen-
tar-se também sob forma de prosa.
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
(Carlos Drummond de Andrade)
9) Conto: é mais breve que o romance e sintetiza o fato, narrando especifica-
mente o “caso”, que pode ser de diversos assuntos: fantásticos, impressionistas, 
regionais, aventureiros, misteriosos, policiais e outros.
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Sugestão:
Caro(a) aluno(a), o panorama literário brasileiro apresenta os melhores con-
tistas do mundo. Para estabelecer contato com esse universo, leia, por exemplo, 
os contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa.
10) Fábula: nela o assunto deve ser a vida de animais (entidades personifica-
das/alegoria) e conter uma lição de moral. Ex.: conversa entre o lobo e o cordeiro.
O Lobo e o Cordeiro
Na água limpa de um regato,
matava a sede um cordeiro,
quando, saindo do mato,
veio um lobo carniceiro.
Tinha a barriga vazia,
não comera o dia inteiro.
— Como tu ousas sujar
a água que estou bebendo?
— rosnou o lobo a antegozar
o almoço. — Fica sabendoque caro vais me pagar!
— Senhor — falou o cordeiro —
encareço a Vossa Alteza
que me desculpeis mas acho
que vos enganais: bebendo,
quase dez braças abaixo
de vós, nesta correnteza,
não posso sujar-vos a água.
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— Não importa. Guardo mágoa
de ti, que ano passado,
me destrataste, fingido!
— Mas eu nem tinha nascido.
— Pois então foi teu irmão.
— Não tenho irmão, Excelência.
— Chega de argumentação.
Estou perdendo a paciência!
— Não vos zangueis, desculpai!
— Não foi teu irmão? Foi o teu pai
ou senão foi teu avô.
Disse o lobo carniceiro.
E ao cordeiro devorou.
Onde a lei não existe, ao que parece,
a razão do mais forte prevalece.
11) Apólogo: semelhante à fábula, é a narrativa em que surgem alegorias, ou 
seja, a personagem apresenta uma figura animada.
Ex.: conversa entre a linha e a agulha.
Um Apólogo
(Machado de Assis)
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que 
vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar in-
suportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
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— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem ca-
beça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se 
com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que 
os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os 
cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou 
feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por 
você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adian-
te; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que 
prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisso, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse 
que isso se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, 
para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, 
pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam an-
dando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos 
da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isso uma cor poética. 
E dizia a agulha:
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— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta 
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou entre os dedos dela, unidi-
nha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo en-
chido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir 
palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, 
e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o 
plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, 
para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a 
obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a ves-
tir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. 
E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, ar-
regaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da 
agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo 
parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diploma-
tas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das 
mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não 
menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela, e ela é que vai go-
zar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro 
caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a 
cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(Texto extraído do livro Para Gostar de Ler — Volume 9 — Contos. Editora Ática — 
São Paulo, 1984, p. 59)
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12) Anedota ou piada: é uma pequena história com conteúdo humorístico. 
Sua finalidade é despertar graça.
Estavam os meninos da catequese em fila para se confessar. Chega a vez do 
Joãozinho, e o Padre pergunta-lhe:
– Quais os seus pecados, meu filho?
– Sr. Padre, eu parti a cabeça do Zezinho com uma pedrada.
– Filho, você errou.
– Errei nada, Sr. Padre. Foi direitinho no alvo!
13) Ensaio: gênero de texto em que se registra estudo sobre determinado as-
sunto, porém menos aprofundado e(ou) menor que um tratado formal e acabado.
Procure ler os ensaios presentes nas melhores obras acadêmicas e nos princi-
pais jornais em circulação.
14) Epopeia: um poema épico, ou Epopeia, é um poema heroico narrativo ex-
tenso, uma coleção de feitos, de fatos históricos, de um ou de vários indivíduos, 
reais, lendários ou mitológicos.
A Epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao lon-
go dos tempos pela tradição oral ou escrita. Os primeiros grandes modelos ociden-
tais de epopeia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia, os quais têm a sua 
origem nas lendas sobre a guerra de Troia.
A Epopeia pertence ao gênero épico, mas, embora tenha fundamentos histó-
ricos, não representa os acontecimentos com fidelidade, geralmente reveste os 
acontecimentos relatados com conceitos morais e atos exemplares que funcionam 
como modelos de comportamento.
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Alguns exemplos:
* Homero: Ilíada, Odisseia
* Virgílio: Eneida
* Dante Alighieri: A Divina Comédia
* A Canção de Rolando (anônima)
* Luís Vaz de Camões: Os Lusíadas
* Beowulf (anônima)
* Ludovico Ariosto: Orlando furioso
Leu tudo com bastante atenção, amante da língua portuguesa? Trata-se de con-
ceitos e exemplos muito importantes para a realização de provas elaboradas por 
qualquer instituição executora de concursos públicos.
Habeas corpus
No tribunal da minha consciência,
O teu crime não tem apelação,
Debalde tu alegas inocência,
E não terás minha absolvição,
Os autos do processo de agonia,
Que me causaste em troca ao bem que eu fiz,
Chegaram lá daquela pretoria
Na qual o coração foi o juiz.
Tu tens as agravantes da surpresa
E também as da premeditação
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Mas na minh’alma tu não ficas presa
Porque o teu caso é caso de expulsão.
Tu vais ser deportada do meu peito
Porque teu crime encheu-me de pavor.
Talvez o habeas corpus da saudade
Consinta o teu regresso ao meu amor.
(Orestes Barbosa e Noel Rosa)
(TRF/CEBRASPE) Com relação à estrutura e às ideias do texto, julgue os itens abaixo.
Questão 11 O texto constitui uma paráfrase poética de um julgamento.
Certo.
O texto constitui uma paráfrase poética de um julgamento, ou seja, várias expres-
sões de um julgamento (“tribunal”, “crime”, “apelação”, “inocência”, “absolvição”, 
“pretoria”, “juiz”, “autos”, “agravantes”, “expulsão” e outras) são reescritas em um 
texto poético, cuja maior preocupação é a forma, a construção.
Questão 12 O texto caracteriza-se pelo uso predominante de linguagem figurada.
Certo.
O texto caracteriza-se pelo uso predominante de linguagem figurada ou conotativa.
Questão 13 Infere-se do texto que os dois autores contam uma história real acon-
tecida com eles.
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Errado.
Apesar de escrito em primeira pessoa do singular (“minha consciência”, “eu fiz”), 
não se deve confundir o eu-lírico ou poético com o eu-real. Não há indícios de que 
os dois autores contam uma história real acontecida com eles.
Questão 14 No texto, um dos autores é o juiz, e o outro é o advogado de defesa.
Errado.
No texto, um dos autores é o juiz, e o outro é o advogado de defesa? Isso é brin-
cadeira do examinador.
Questão 15 No final do poema, os autores descriminam a ré, isentando-a de culpa 
por meio do habeas corpus.
Errado.
No final do poema, os autores não descriminam (inocentam) a ré, isentando-a de 
culpa por meio do habeas corpus. Basta reler os dois últimos versos.
(TRF/CEBRASPE) Acerca da compreensão e da interpretação das ideias do texto, 
julgue os itens a seguir.
Questão 16 Pelo uso dos pronomes “eu” e “tu”, infere-se que o texto foi estrutu-
rado com base em diálogo ocorrido entre namorados.
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Errado.
Pelo uso dos pronomes “eu” e “tu”, não se infere que o texto foi estruturado com 
base em diálogo ocorrido entre namorados. Não há indícios textuais para “namo-
rados”. Há inúmeras possibilidades: namorados, amantes, marido e esposa, pai e 
filha, irmão e irmã...
Questão 17 Alega-se que a ré agia premeditada e surpreendentemente; por isso, 
seu castigo será a prisão.
Errado.
Alega-se que a ré agia premeditada e surpreendentemente; por isso, seu castigo 
será a expulsão.
Questão 18 O habeas corpus é apresentado, no final, como possibilidade de re-
conciliação.
Certo.
O habeas corpus é apresentado, no final, como possibilidade (“Talvez”) de recon-
ciliação.
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Questão 19 No poema, a consciência representa, metaforicamente, o tribunal, e o 
coração, o juiz da causa.
Certo.
No poema, a consciência representa, metaforicamente, o tribunal (verso 1), e o 
coração, o juiz da causa (verso 8).
Questão 20 No poema, não está explícito qual foi o “crime” praticado.
Certo.
De fato, no poema, não está explícito qual foi o “crime” praticado: traição, aborto, 
assassinato, furto ou outro?
Espelho, espelho meu
Um historiador de 2092 que se debruçar sobre os jornais, revistas e vídeos de 
cem anos antes sofrerá a tentação de definir a época atual como a Era de Narciso. 
Strip-teases de homens musculosos, fotos eróticas como as da cantora Madona, 
a proliferação das academias de ginástica — todas essas informações contribuirão 
para que o estudioso do futuro chegue à conclusão de que os seus antepassados 
não saíam da frente do espelho e tinham como principal ocupação exibir-se uns 
para os outros. “Se o final do século XIX foi marcado pelo niilismo, ou descrença, 
os últimos anos do século XX tiveram como característica o narcisismo”, poderá 
escrever o hipotético pesquisador.
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A novidade, porém, é que o narcisismo nem sempre é ruim. “O narcisismo faz par-
te da personalidade humana e pode existir em vários graus, desde o patológico e 
negativo até o saudável e positivo”. É o que afirma a psicoterapeuta Raíssa Caval-
canti, chamando a atenção para o fato de que, ao contrário do que se supõe, o nar-
cisista negativo não gosta de si próprio e sofre por causa disso. “Atrás da máscara 
mostrada socialmente, existe uma pessoa com profundos sentimentos de inferiori-
dade, dependência e fragilidade. Por maior que seja o seu sucesso, alguém assim 
experimenta a vida como algo vazio, triste e sem significado”, esclarece Raíssa. 
Entretanto, acrescenta que o narcisismo de um indivíduo pode estar relacionado a 
condições culturais, pois existem também sociedades narcisistas. “Uma sociedade 
é narcisista quando é mais valorizado o ter que o ser. Quando a busca da notorie-
dade substitui a da dignidade”, afirma ela.
Podem-se enumerar, então, as principais características dosnarcisistas negativos 
e positivos. Os primeiros investem exageradamente numa autoimagem que, mui-
tas vezes, não corresponde à realidade, e sempre dependem do reconhecimento 
do outro para acreditar nas próprias qualidades. Quanto aos narcisistas saudáveis, 
eles possuem um verdadeiro sentimento de autoestima e sentem gratificação e 
prazer em relação às suas conquistas e realizações.
Questão 21 (ANALISTA JUDICIÁRIO/TJDFT) Está explícito no texto que:
a) o comportamento narcisista de Madona apresenta características negativas, em 
virtude de sua necessidade compulsiva de exibir à contemplação pública suas fotos 
eróticas;
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b) o comportamento narcisista revela-se saudável quando preconiza o ter em de-
trimento do ser e valoriza a notoriedade apenas como o resultado gratificante de 
conquistas e realizações;
c) o caráter negativo do comportamento narcisista se manifesta por uma necessi-
dade exagerada de afirmação perante os outros, o que explica a preocupação em 
preservar as amizades como forma de obter o reconhecimento do grupo social;
d) embora reforcem o comportamento narcisista, as academias de ginástica não 
devem ser consideradas negativas, pois promovem o culto saudável ao corpo, pela 
prática de exercícios físicos;
e) o narcisismo faz parte da personalidade humana, estando presente em maior ou 
menor grau nas pessoas, o que explica a existência de manifestações patológicas e 
saudáveis desse comportamento.
Letra e.
Trata-se de texto dissertativo-argumentativo, em que o autor se posiciona acerca 
do tema narcisismo. Comentemos as opções.
a) Errada. Há extrapolação, quando o examinador afirma que o comportamento 
narcisista de Madona apresenta características negativas, em virtude de sua neces-
sidade compulsiva de exibir à contemplação pública suas fotos eróticas.
b) Errada. O comportamento narcisista revela-se patológico quando preconiza o 
ter em detrimento do ser e valoriza a notoriedade apenas como o resultado gratifi-
cante de conquistas e realizações.
c) Errada. Há extrapolação, quando o examinador afirma que o caráter negativo 
do comportamento narcisista se manifesta por uma necessidade exagerada de afir-
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mação perante os outros, o que explica a preocupação em preservar as amizades 
como forma de obter o reconhecimento do grupo social.
d) Errada. Também há extrapolação, quando o examinador afirma que, embora 
reforcem o comportamento narcisista, as academias de ginástica não devem ser 
consideradas negativas, pois promovem o culto saudável ao corpo, pela prática de 
exercícios físicos;
e) Certa. Ideia central do texto: o narcisismo faz parte da personalidade humana 
e está presente em maior ou menor grau nas pessoas, o que explica a existência 
de manifestações patológicas e saudáveis desse comportamento.
Questão 22 (ANALISTA JUDICIÁRIO) Com relação ao último parágrafo do texto, 
todas as opções abaixo estão corretas, exceto:
a) apresenta desenvolvimento por contraste.
b) o vocábulo “então” indica relação coesiva de conclusão.
c) apresenta em sua estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.
d) o trecho “Podem-se enumerar, então, as principais características dos narcisis-
tas negativos e positivos” corresponde ao tópico frasal.
e) os termos “Os primeiros” e “Quanto aos” são elementos coesivos que remetem 
respectivamente a narcisistas negativos e narcisistas positivos.
Letra c.
Nesta questão, o examinador explora a estrutura do parágrafo padrão. Vejamos.
a) Certa. Apresenta desenvolvimento por contraste: narcisistas negativos e positivos.
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b) Certa. O vocábulo “então” indica relação coesiva de conclusão e pode ser subs-
tituído por “portanto”, “por conseguinte”.
c) Errada. Apresenta, em sua estrutura, apenas introdução e desenvolvimento. 
Não há conclusão do parágrafo. Veja as explicações das próximas opções.
d) Certa. O trecho “Podem-se enumerar, então, as principais características dos 
narcisistas negativos e positivos” corresponde ao tópico frasal ou introdução do 
parágrafo.
e) Certa. Os termos “Os primeiros” e “Quanto aos” são elementos coesivos que 
remetem respectivamente a narcisistas negativos e narcisistas positivos. Dessa 
forma, o redator explicita o desenvolvimento do parágrafo, feito por contraste. Não 
há conclusão do parágrafo apresentado (elemento opcional na estrutura do pará-
grafo).
Uma imensa mancha verde que se espalha por quase dois milhões de quilômetros 
quadrados. Assim é o cerrado, um dos ecossistemas mais ricos do território brasi-
leiro.
Mas o que é o cerrado? Na fria linguagem da geografia didática ele é definido como 
“o terreno sem matas, com árvores esparsas, de pequeno porte e vegetação unifor-
me”. Conforme a região, pode ter as mais variadas denominações: campos gerais, 
tabuleiros, campina, costaneira, catanduva e carrasco. Na carta, tão conhecida, 
que Guimarães Rosa escreveu a Curt Meyer-Clason, seu tradutor alemão, a descri-
ção é mais colorida. E também mais precisa: “O que caracteriza esses gerais são as 
chapadas e os chapadões. É tão poroso que, quando bate chuva, não se forma lama 
nem se veem enxurradas. A água se infiltra rápida, sem deixar vestígios.”
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O cerrado é ainda um ecossistema inconfundível. Suas árvores possuem troncos 
e galhos retorcidos, cascas grossas e folhas espessas e ásperas. Em geral, não 
ultrapassam seis metros de altura e as raízes, bastante profundas, alcançam o 
lençol de águas subterrâneas — localizado, muitas vezes, a mais de vinte metros 
de profundidade. Livres de cipós, espinhos e trepadeiras, as copas destas árvores 
nunca se tocam. Permitem a penetração dos raios de sol pelo chão, onde nascem 
as gramíneas pontiagudas e ressequidas, leguminosas diversificadas e o constante 
capim barba-de-bode. De fato, o cerrado é mais uma consequência de solo do que 
de clima.
A beleza do cerrado, além de estar na quantidade de flores e de frutos silvestres, 
se encontra nas veredas. Nascidas das filtrações laterais das águas escondidas no 
subsolo, elas surgem trazendo a presença dos buritizais e de água permanente. Por 
isso, chegam a ser consideradas um verdadeiro sistema circulatório da região. São 
responsáveis pela formação dos regatos, ribeirões e rios, margeadospelas galerias 
(mata ciliar) que costumam ser encontradas no Planalto Central.
(Cerrado: Savana Brasileira. In: Geográfica Universal)
Questão 23 (CÂMARA DOS DEPUTADOS) Considerando a estrutura e a tipologia, 
o texto acima é composto por:
a) três parágrafos, predominantemente narrativos.
b) três períodos, predominantemente descritivos.
c) quatro parágrafos, predominantemente argumentativos.
d) quatro parágrafos, predominantemente descritivos.
e) quatro períodos, predominantemente narrativos e argumentativos.
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Compreensão e Interpretação de Texto – Parte II
Prof. Fernando Moura 
Letra d.
Considerando a estrutura e a tipologia, o texto acima é composto por quatro pa-
rágrafos, predominantemente descritivos. Embora o texto apresente elementos da 
dissertação expositiva, predomina a descrição do cerrado em quase sua totalidade.
Questão 24 (CÂMARA DOS DEPUTADOS) Considerando o primeiro parágrafo do 
texto, assinale a opção correta.
a) Ele contém generalizações que se particularizam ao longo do desenvolvimento 
do texto.
b) Por meio dessas duas frases de predicados verbais, o repórter introduz o assun-
to em pauta.
c) Ele apresenta a dimensão do problema a ser discutido e as condicionantes es-
paciais e temporais.
d) Nele, encontram-se dois predicados nominais que salientam a importância eco-
nômica e política da região.
e) Nele, é destacada a riqueza e a importância ecológicas do cerrado.
Letra a.
Vejamos cada opção, caro(a) aluno(a).
a) Certa. O primeiro parágrafo (introdução) contém generalizações que se particu-
larizam ao longo do desenvolvimento do texto.
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b) Errada. O repórter introduz o assunto em pauta, por meio de um predicado 
verbal (“espalha-se”: verbo intransitivo/núcleo do predicado) e um predicado no-
minal (em “Assim é o cerrado”, temos verbo de ligação, que jamais será núcleo do 
predicado).
c) Errada. Ele apresenta a dimensão do fato/elemento a ser discutido e as condi-
cionantes espaciais.
d) Errada. Reveja a explicação da opção “b”.
e) Errada. Nele, é destacada apenas a riqueza ecológica do cerrado.
Questão 25 (CÂMARA DOS DEPUTADOS) De acordo com o trecho que compreen-
de o segundo parágrafo,
a) a Geografia, com enfoque didático, é a ciência que melhor estuda o cerrado.
b) o cerrado, dependendo da região, pode conter campos gerais, campinas e ca-
tanduvas.
c) as chuvas no cerrado não são frequentes nem capazes de garantir a umidade 
do solo.
d) o cerrado comporta várias acepções, segundo o nível socioeconômico do falante.
e) o cerrado pode ser definido denotativamente ou poeticamente.
Letra e.
Pensemos juntos.
a) Errada. Há erro de extrapolação, porque o autor não menciona que Geografia, 
com enfoque didático, é a ciência que melhor estuda o cerrado.
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b) Errada. O cerrado, dependendo da região, pode ser chamado de campos gerais, 
campinas e catanduvas.
c) Errada. Também há erro de extrapolação, porque o autor não menciona que as 
chuvas no cerrado não são frequentes nem capazes de garantir a umidade do solo.
d) Errada. O cerrado comporta várias nomes, o que não tem relação com o nível 
socioeconômico do falante.
e) Certa. O cerrado pode ser definido denotativamente (geografia didática) ou po-
eticamente (Guimarães Rosa, literato brasileiro).
Questão 26 (CÂMARA DOS DEPUTADOS) 4. No último parágrafo, vários aspectos 
já referidos antes são retomados para reforçar a beleza do cerrado. Assinale o as-
pecto que não se encontra nessa parte do texto.
a) A natureza mineral.
b) A paisagem tropical.
c) A natureza vegetal.
d) A natureza animal.
e) A localização física.
Letra d.
No último parágrafo, vários aspectos já referidos antes são retomados para refor-
çar a beleza do cerrado. Assinale o aspecto que não se encontra nessa parte do 
texto. Vejamos.
a) Sim. A natureza mineral: veredas, águas, rios.
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b) Sim. A paisagem tropical: o próprio cerrado.
c) Sim. A natureza vegetal: flores e frutos silvestres.
d) Não. A natureza animal não é mencionada no parágrafo.
e) Sim. A localização física: Planalto Central.
Gostou? Será fácil ser servidor federal? Uma vaga será sua! Mantenha o ânimo!
Tarde de verão, é levado ao jardim na cadeira de braços — sobre a palhinha dura a 
capa de plástico e, apesar do calor, manta xadrez no joelho. Cabeça caída no peito, 
um fio de baba no queixo. Sozinho, regala-se com o trino da corruíra, um cacho 
dourado de giesta e, ao arrepio da brisa, as folhinhas do chorão faiscando — verde, 
verde! Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver. De novo um 
homem, não barata leprosa com caspa na sobrancelha — e, a sombra das folhas 
na cabecinha trêmula, adormece. Gritos: Recolha a roupa. Maria, feche a janela. 
Prendeu o Nero? Rebenta com fúria o temporal. Aos trancos João ergue o rosto, 
a chuva escorre na boca torta. Revira em agonia o olho vermelho — é uma coisa, 
que a família esquece na confusão de recolher a roupa e fechar as janelas?
Dalton Trevisan. Ah, é? Rio de Janeiro: Record, 1994. p. 67 (com adaptações).
Questão 27 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR) Em relação ao texto aci-
ma, julgue os itens seguintes.
1) No texto, predominantemente narrativo, ocorrem tanto o discurso direto como 
o discurso indireto livre.
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2) A escassez de verbos nas duas primeiras frases do texto e o uso de forma 
verbal na voz passiva realçam a situação de imobilidade e fragilidade do per-
sonagem em foco.
3) Por tratar-se de narrativa em terceira pessoa, o texto apresenta, além do re-
lato das ações, alguns comentários do narrador, sem perscrutar o pensamento 
do personagem principal.
4) O uso das formas verbais “ergue” (linha 6) e “Revira” (linha 7), denotativas 
de movimento, indica a recuperação física do personagem, decorrente da re-
tomada da “ânsia de viver” (linha 4).
5) O prazer proporcionado pela percepção sensorial de pássaro e plantascontri-
bui para que o personagem se sinta revigorado e recupere sua autoestima.
Certo, Certo, Errado, Errado, Certo.
1.Certo. No texto, predominantemente narrativo, ocorrem tanto o discurso direto 
(“Recolha a roupa. Maria, feche a janela”), em que se faz a reprodução fiel da fala 
de alguém, como o discurso indireto livre (“é uma coisa, que a família esquece na 
confusão de recolher a roupa e fechar as janelas?”), em que o discurso do narrador 
e o do personagem João se confundem. Lembra-se dessa aula?
2.Certo. A escassez de verbos nas duas primeiras frases do texto e o uso de forma 
verbal na voz passiva analítica (“é levado”) realçam a situação de imobilidade e 
fragilidade do personagem em foco.
3.Errado. Trata-se de narrativa em terceira pessoa, e o texto apresenta, além do 
relato das ações, alguns comentários do narrador onisciente: ele perscruta, sim, 
o pensamento do personagem principal (“Sozinho, regala-se/alegra-se com o trino 
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da corruíra”; “Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver”). Per-
cebe como o narrador conhece intrinsecamente o personagem João?
4.Errado. O uso das formas verbais “ergue” (linha 6) e “Revira” (linha 7), deno-
tativas de movimento, não indica a recuperação física (erro da extrapolação) do 
personagem, decorrente da retomada da “ânsia de viver” (linha 4). São ações limi-
tadas, feitas com dificuldade.
5.Certo. O prazer proporcionado pela percepção sensorial de pássaro e plantas 
contribui para que o personagem se sinta revigorado e recupere sua autoestima 
(“Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver. De novo um ho-
mem, não barata leprosa com caspa na sobrancelha”).
Ufa! Entendeu tudo, prezado(a) aluno(a)? São muitos detalhes. Mas tudo faz 
parte de um estudo sério e fundamental. Estudar o texto é muito gratificante! Re-
leia toda a aula, se necessário. Trata-se de um dos assuntos mais importantes do 
conteúdo programático do seu concurso.
Fique com Deus! Até a próxima aula!
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	Aula 4 – Paráfrase: Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto, Substituição de Palavras e Trechos do Texto.
	Aula 5 – Intertextualidade
	Aula 6 – Tipologia e Gêneros Textuais
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