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PROFESSORES Me. Augusto Cesar Oliveira Camelo Me. José Manoel da Costa Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Contabilidade Introdutória ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! EXPEDIENTE Coordenador(a) de Conteúdo Juliana Moraes da Silva Projeto Gráfico e Capa André Morais, Arthur Cantareli e Matheus Silva Editoração Adrian Marcareli e Juliana Duenha Design Educacional Ana Claudia Salvadego e Daniele Bel- lese dos Santos Curadoria Luana Brutscher Revisão Textual Cindy Mayumi Okamoto Luca e Aria- ne Fabreti Ilustração Geison Odlevati Ferreira Fotos Shutterstock DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula Renata dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Tecnologia Educacional Marcio Alexandre Wecker Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Edison Rodrigo Valim Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. CAMELO, Augusto Cesar Oliveira; COSTA, José Manoel da; SANTOS, Tatiane Garcia da Silva. Contabilidade Introdutória. Augusto Cesar Oliveira Camelo, José Manoel da Costa e Tatiane Garcia da Silva Santos. Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 228 p. ISBN 978-65-5615-693-4 “Graduação - EaD”. 1. Contabilidade 2. Contabeis 3. Custos. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 657 FICHA CATALOGRÁFICA Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra os seus mais de 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for- mando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor- tante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transforma- ção na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos- sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quin- tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu- nidade de fazer a sua mudança! Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Olá, aluno(a)! Atuo como professora nos cursos de Ges- tão e Ciências Contábeis no EaD e no ensino presencial da Unicesumar desde 2009. Aos meus 13 anos de idade, comecei a trabalhar na empresa de minha família como auxiliar administrativo. Em 2001, iniciei a faculdade de Ciências Contábeis na Unicesumar. No final de 2006, sai da empresa de minha família e, em fevereiro de 2007, comecei a trabalhar no almoxarifado de um frigorífico. Posteriormente, fui para o setor de contabilidade. Em 2008, recebi um convite para ministrar aulas em uma escola de cursos técnicos da cidade e, com o passar do tempo, a minha vontade de ser professora começou a se destacar. Por isso, ingressei em uma pós-graduação voltada à contabilidade e à controladoria. Em 2009, passei a ministrar aulas na Unicesumar. Foi uma alegria enorme! Nesse período, trabalhava no frigorífico, ministrava aulas na faculdade e, aos sábados, lecionava no curso técnico. O escritório do frigorífico foi uma escola! Tudo o que sei de contabilidade, aprendi naquela empresa. Por isso, sou muito grata aos anos que estive naquela organização. Tive a oportunidade de trabalhar como professora mediadora no curso de Ciências Contábeis do EaD da Unicesumar e, ao mesmo tempo, estar no ensino pre- sencial. De 2012 a 2016, estive na mediação, lecionei e escrevi alguns livros para o EaD. Fiz mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações e, a partir de 2016, escolhi permanecer apenas na área da educação. No in- tervalo de todo esse processo da minha vida profissional, casei-me e, aos 40 anos, realizei o sonho de ser mãe da Maria Eduarda. Sou muito agradecida a Deus por tudo aquilo que aconteceu e vem acontecendo em minha vida. Sou apa- ixonada pelo que faço! Amo a minha profissão. Por isso, agradeço a Deus todos os dias por estar transformando vidas por meio das minhas aulas. Também sou grata por poder me apresentar a você por intermédio deste livro. Agradeço, por fim, a oportunidade de poder compartilhar com você os meus conhecimentos sobre a contabilidade. http://lattes.cnpq.br/6987439622263692 http://lattes.cnpq.br/6987439622263692 Me. Augusto Cesar Oliveira Camelo Mestre em Ciências Contábeis, área de concentração Con- troladoria e linha de pesquisa Contabilidade para Usuá- rios Externos (UEM, 2017). Especialista em Controladoria e Gerência Financeira (UniFCV, 2013) e Auditoria e Perícia Contábil (UEM, 2004). Bacharel em Ciências Contábeis (UEVA, 2001). Atualmente é Contador da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Professor de Graduação em Ciências Contábeis (UniFCV). Professor Convidado: Graduação (Unicesumar) e Pós-Graduação Lato Sensu (PUC Maringá, Unicesumar e UniFCV). Exerce o magistério desde 2004 com experiência nas áreas de Administração Financeira, Análise das Demonstrações Contábeis, Audi- toria, Contabilidade Agropecuária, Contabilidade Geral, Contabilidade Gerencial, Controladoria, Perícia, Sistemas de Informações, Teoria da Contabilidade e Trabalho de Conclusão de Curso. Trabalhos extras como Instrutor de Cursos Empresariais e Consultor Autônomo. http://lattes.cnpq.br/1755838524473556 Me. José Manoel da Costa Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias (UNOPAR, 2014/2016). Especialização em Contabilidade Geral e Auditoria (UEL, 1994/1995). Gra- duação em Ciências Contábeis (UEL, 1987/1993). Atua há 14 anos como Coordenador de cursos de Graduação e Pós-graduação nas IES: UNICNEC (2018 a 2020); UNICESU- MAR (2014 a 2018); UNOPAR (2007-2014). Atua na docên- cia desde 2001 de diversas disciplinas nas áreas contábil e administrativa, tais como: Contabilidade Básica, Conta- bilidade Geral, Contabilidade Introdutória, Contabilidade Empresariale Trabalhista, Contabilidade Industrial, Aná- lise das Demonstrações Contábeis, Administração Finan- ceira e Orçamentária, Ética e Legislação Profissional etc, é autor de mais de 20 livros didáticos. Atua na área contábil administrativa desde 1983 em empresas de diversos ra- mos de atividades econômicas: cooperativa agropecuária, indústria cervejeira e moveleira, usina de açúcar e álcool, concessionária de veículos, comércio, agropecuária etc. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Contabilidade e Finanças, atuando principalmente nos seguintes temas: indústria, ensino, tecnologia, comércio e prestação de serviços. Palestrante de Finanças Pessoais. http://lattes.cnpq.br/8720424420446751 Olá, caro(a) acadêmico(a). Você sabe a importância do livro diário para a escrituração contábil? Imagine que a sua empresa deve realizar a entrega do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) em 30/06/XX, de acordo com o regulamento da Receita Fe- deral. Para a entrega do arquivo, é necessária a realização do Livro Diário, com o intuito de gerar os demais livros auxiliares e as demonstrações contábeis. Caso essa entrega não aconteça, a empresa será advertida pela Receita Federal e pelos demais órgão públicos. Diante disso, faço o seguinte questionamento: você co- nhece a forma de preenchimento e sabe as informações que podem ser extraídas do Livro Diário? Caso não saiba, você passará a entender a temática a partir dos assuntos que serão apresentados neste livro. O Livro Diário é um dos relatórios obrigatórios, segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade. A elaboração das demonstrações financeiras acontece em virtude do Livro Diário. Sem a escrituração do Livro Diário, a empresa não consegue realizar o fechamento contábil por meio das demonstrações financeiras. No entanto, com este material, você aprenderá a realizar os registros das transações financeiras que ocorrem nas empresas a partir da escrituração dos débitos e dos créditos. No processo de escrituração contábil, o Livro Diário tem um papel fundamental na geração dos lançamentos contábeis, ou seja, na apresentação de todos os débitos e créditos referentes ao período contabilizado. Você sabe como fazer as partidas dobra- das? Para um melhor entendimento, assista ao vídeo Método das Partidas Dobradas, presente do canal “Contabilidade sem segredos” do YouTube. Depois de assisti-lo, você pode realizar uma pesquisa sobre o lançamento contábil para o registro da subscrição e integralização do capital de uma nova empresa no ramo comercial. Depois de assistir ao vídeo e fazer a pesquisa proposta, é possível refletir sobre a impor- tância do Livro Diário para a escrituração contábil e as informações que podemos extrair do Livro Diário e dos demais demonstrativos contábeis. Questiono: quais são as informa- ções que podem ser geradas a partir do processo de escrituração contábil das empresas? Caro(a) aluno(a), este livro apresenta os assuntos que envolvem o processo de escrituração contábil. Inicialmente, conheceremos os livros e os relatórios que devem CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA ser elaborados para emissão das demonstrações contábeis, incluindo Livro Diário, livro razão/razonete e balancete de verificação. Na sequência, entenderemos os aspectos que envolvem as rotinas trabalhistas. Dessa forma, a partir da exposição dos aspectos teóricos, realizaremos a parte prática dos cálculos dos proventos e dos descontos para apuração do valor da folha de pagamento. Para complementar, conheceremos os lançamentos contábeis de todo esse pro- cesso. Em continuidade, entenderemos a teoria e a prática das férias, do 13º salário e da rescisão de contrato em conjunto com os lançamentos contábeis. Depois, apre- sentaremos as partes teórica e prática dos assuntos relativos aos inventários e aos critérios de estoques. Por fim, compreenderemos os lançamentos contábeis voltados aos processos de compra e venda, e devolução de compra e venda. A partir do estudo da disciplina, você conhecerá o processo contábil necessário para a elaboração e a emissão das demonstrações contábeis, tais como Livro Diário, razão/ razonetes, balancete de verificação e cálculo e contabilização da folha de pagamento. Além disso, entenderá as operações que envolvem o estoque das organizações. Com base nessas informações, você poderá fazer o registro de todas as operações da em- presa, o que possibilita a separação das contas patrimoniais das contas de resultado. Desse modo, são geradas as informações necessárias para a elaboração do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Diante dos conhecimentos a serem adquiridos no decorrer das unidades, reflita sobre todo o processo necessário para a realização da escrituração contábil das orga- nizações. Como seria realizado o processo contábil de uma empresa no ramo comercial de venda de sapatos? Primeiramente, você deve pensar nas despesas e nas receitas que aconteceram no decorrer do exercício social. Em seguida, precisa pensar no processo que envolve as operações de mercadorias para revenda e nas situações que acontece- ram no decorrer do mês para o fechamento da folha de pagamento. Contudo, para a folha de pagamento, também é preciso apurar várias informações, tais como as horas extras, as demissões e as admissões. Se possível, busque conhecer uma empresa real nesse ramo, para que possa entender todo o processo relativo. IMERSÃO RECURSOS DE Ao longo do livro, você será convida- do(a) a refletir, questionar e trans- formar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS NOVAS DESCOBERTAS Enquanto estuda, você pode aces- sar conteúdos online que amplia- ram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tec- nologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experien- ce. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recur- sos em Realidade Aumentada. Ex- plore as ferramentas do App para saber das possibilidades de intera- ção de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o códi- go, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PÍLULA DE APRENDIZAGEM OLHAR CONCEITUAL Neste elemento, você encontrará di- versas informações que serão apre- sentadas na forma de infográficos, esquemas e fluxogramas os quais te ajudarão no entendimento do con- teúdo de forma rápida e clara Professores especialistas e convi- dados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discu- tido, de forma mais objetiva. Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 3 4 5 AS CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL 13 ROTINAS TRABALHISTAS E CONTABILIZAÇÃO – PARTE I 41 87 ROTINAS TRABALHISTAS E CONTABILIZAÇÃO – PARTE II 135 ESTOQUE E CONTROLE DE MERCADORIAS 167 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS SEM IMPOSTOS 1As Contas e o Processo Contábil Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Me. Augusto Cesar Oliveira Camelo Nesta unidade, você poderá conhecer alguns itens que complemen- tam o processo da escrituração contábil realizado nas organizações. Assim, começaremos pelo Plano de Contas, que tem a finalidade de apresentar as estruturas das contas contábeis necessárias à elabora- ção do Balanço Patrimonial (BP) e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Na sequência, veremos a escrituração contábil, a qual representa os registros das atividades das empresas nos seus diversos livros e relatórios. À vista disso, dentro desse processo, teremos o LivroDiário e o Razão/Razonetes, que proporcionará a elaboração do Balancete de Verificação. Por fim, estes assuntos proporcionarão os conhecimentos sobre os procedimentos contábeis necessários para a realização da escrituração contábil das entidades. UNIDADE 1 14 Em um domingo de verão pleno, dois amigos que se formaram na faculdade de Ciências Contábeis resolvem conversar sobre a necessidade que as empresas têm em obter informações para tomada de decisão. Os dois eram recém-formados e estavam com vontade de atuar na área do empreendedorismo contábil. Ambos tinham o mesmo propósito: o de abrir um escritório de Contabilidade que pu- desse atender às organizações com necessidade de informações para tomada de decisão empresarial, informações de cunho contábil e financeiro. Entre os dois amigos existia, porém, uma pequena diferença: o Marcos já havia trabalhado em um escritório contábil, enquanto o Alessandro nunca teve contato com a Contabilidade, na prática. Com base nestas informações, ambos resolveram conversar com um conta- dor que já tinha anos de experiência na área para ver quais seriam os requisitos legais à abertura do escritório. Assim, marcaram uma conversa informal com o Sr. Antônio a fim de conhecer as formalidades legais bem como os conhecimentos necessários para serem donos do escritório e atender às necessidades das empre- sas. Na sequência, Marcos e Alessandro começaram a levantar o dinheiro e os bens necessários para a formalização do escritório de Contabilidade. Em alguns meses, os dois conseguiram o investimento necessário ao empreendimento. Houve a inauguração do escritório e, em seguida, a entrada de alguns clientes. Porém Marcos e Alessandro começaram a ficar preocupados em como consegui- riam atender os seus clientes em relação ao cumprimento da escrituração contábil e ao fornecimento das informações necessárias à continuidade dessas empresas. Sendo assim, pergunto para você: quais seriam os conhecimentos necessários que o Marcos e o Alessandro precisariam, a fim de atender o processo de escritu- ração contábil das organizações que se tornaram os seus clientes? Marcos e Alessandro estão com um dilema profissional. A preocupação está em torno de como proceder com o processo de escrituração contábil para as empresas dos seus clientes. Sendo assim, eles precisam rever quais são as etapas desse processo. Em virtude deste problema, os dois começaram a pesquisar, em livros e sites da área contábil, informações relevantes ao processo para iniciar os seus trabalhos. 15 Para todo profissional da área contábil, contudo, é essencial saber o processo da escrituração contábil, porque essa é a base de toda informação que será ge- rada aos empresários. Assim, por meio dessa escrituração, serão elaboradas as Demonstrações Financeiras. Dessa forma, com base nas pesquisas realizadas, Marcos e Alessandro con- seguiram relembrar tudo o que foi visto na faculdade em relação à escrituração contábil, ou seja, a ordem de como elaborar esse processo. Assim, eles consegui- ram fazer um plano de ação com a finalidade de desenvolver a escrituração das empresas, conforme a seguinte sequência: revisar o plano de contas do sistema contábil; adequar o plano de acordo com o ramo de atividade das empresas; fazer o registro, no Livro Diário, das operações que acontecem todos os meses; no final do mês, realizar a emissão do Livro Diário e razão para o processo de conciliação contábil; no final do exercício social, realizar o fechamento do Balancete de Veri- ficação e, por fim, emitir as demonstrações contábeis do ano base. Com base no que foi apresentado sobre o problema enfrentado por Marcos e Alessandro, proponho que você realize uma pesquisa acerca de como proceder na realização da escrituração contábil independente do ramo e do porte da organi- zação. Para realizar essa pesquisa, faça uma busca nos sites dos principais órgãos que regem a Contabilidade no Brasil, tais como o CFC – Conselho Federal de Contabilidade e o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Anote as suas primeiras impressões, os dados da pesquisa e, também, as suas dúvidas. Pensando na importância da escrituração contábil na gestão empresarial e em tudo que foi exposto até aqui, peço que reflita os seguintes pontos: ■ Quais são as atribuições necessárias para o contador atender às organi- zações? ■ Quais são os requisitos básicos para o processo de escrituração contábil? ■ Quais são os documentos que as empresas devem encaminhar ao conta- dor para realização do processo de escrituração contábil? ■ Como realizar o fechamento do processo contábil com emissão das de- monstrações contábeis? Utilize o Diário de Bordo com o objetivo de fazer as suas anotações, assim, você poderá conferi-las no decorrer da unidade. UNICESUMAR UNIDADE 1 16 Com a finalidade de iniciarmos os nossos estudos sobre os processos que en- volvem a escrituração contábil das organizações, começamos compreendendo como desenvolver o processo contábil, por meio da elaboração do Plano de Contas, Livro Diário, Livro Razão/Razonete e Balancete de Verificação. Porém, para o entendimento de todo esse processo, você precisa conhecer, um pouco, a Contabilidade. A contabilidade é muito antiga e sempre existiu para auxiliar os seus usuários, pois ela fornece o máximo de informações úteis à tomada de decisões dentro e fora da empresa (MARION, 2018) e o seu desenvolvimento acompanha as ne- cessidades de informação da sociedade (FAVERO, 2009). Para que essa informação, contudo, chegue aos seus usuários com qualidade, integridade, precisão e tempestividade, torna-se necessária uma organização dos dados que produzirão os diversos relatórios contábeis. Estes dados constituem a estrutura básica informacional das contas patrimoniais e de resultado que con- duzirão os lançamentos contábeis de pagamentos, recebimentos, devoluções, investimentos etc., portanto, deve-se agrupar, organizar ou ordenar as contas em um plano contábil. Em relação ao Plano de Contas, Padoveze (2012) comenta que ele visa a atender às necessidades de registro dos fatos contábeis administrativos, possibi- litando a construção dos relatórios contábeis, bem como o atendimento a todos os usuários da informação. Para Marion (2012), o plano de contas é indispensável 17 ao registro de todos os fatos contábeis, pois é ele que, de forma ordenada, agrupa todas as contas que serão utilizadas pela Contabilidade. De modo abrangente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2009) define o Plano de Contas como o conjunto de títulos, apresentados de forma coordenada e, previamente definidos, que traduzem a estrutura das contas a serem utilizadas, de maneira uniforme, para representar o estado patrimonial da entidade e de suas variações, em determinado período. Em outras palavras, o Plano de Contas repre- senta uma estrutura de contas contábeis com a finalidade de padronizar o processo de escrituração, a fim de produzir os inúmeros relatórios e demonstrativos contá- beis, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, entre outros. De acordo com Crepaldi (2013), o Plano de Contas é o elo de comunicação da empresa com os diversos usuários da informação contábil, dentre eles, desta- cam-se: administradores, investidores, clientes, fornecedores, agentes financeiros, Fisco etc. Vale ressaltar que o Plano de Contas é utilizado para contabilizar os fatos administrativos e as alterações do patrimônio das empresas privadas (em- presa com ou sem fins lucrativos) e das empresas públicas (esfera federal, estadual e municipal). Em ambos os casos, há normas e leis específicas para sugestão de estrutura, nomenclatura, códigos e distribuição das contas contábeis, com a fi- nalidade de dar conformidade aos fins empresariais. Segundo Bächtold (2011), o Plano de Contas é um instrumento de trabalho que permite identificar todas as contas que poderão ser utilizadaspela empresa e está ordenado conforme as diretrizes legais que orientam os registros contá- beis. Lembra, ainda, que não há um número mínimo ou máximo de contas e que, no estabelecimento do plano, é necessário haver flexibilidade, permitindo a inclusão de contas —, até mesmo daquelas contas cuja previsão de utilização seja em longo prazo. Cordeiro (2006) salienta que a sua elaboração não é uma tarefa simples, pois deve-se levar em consideração diversos aspectos, como o tamanho da empresa e os interesses dos usuários da informação contábil. Iudícibus e Marion (1991) exemplificam, conforme o quadro, a seguir, al- guns requisitos fundamentais a serem observados no desenvolvimento de um Plano de Contas: UNICESUMAR UNIDADE 1 18 Quadro 1 - Requisitos fundamentais para delineamento do Plano de Contas / Fonte: adaptado de Iudícibus e Marion (1991). Assim, observa-se que a configuração do Plano de Contas respeita as caracterís- ticas legais, operacionais e gerenciais de uma empresa para garantir a geração de informações compreensíveis e seguras aos diversos usuários. Com a finalidade de transmitir mais entendimento, o próximo assunto apresentará uma estrutura básica à elaboração de um Plano de Contas Contábil. Após conhecer a definição e a importância desse plano como diretriz e orien- tação dos lançamentos contábeis de uma empresa, torna-se oportuno entender como este instrumento de trabalho permite, de forma sistematizada, a identificação de todas as contas contábeis que podem ser utilizadas nos registros dos fatos que alteram o patrimônio de uma entidade em determinado período (exercício social). Inicialmente, destaca-se a importância da codificação no Plano de Contas para identificar cada conta, grupo de contas, classes, subgrupos e demais requi- sitos. Em seguida, o desenvolvimento de um manual descritivo e informativo da função de cada conta, das suas contrapartidas e toda sua utilização (GRECO, REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA DELINEAMENTO DO PLANO DE CONTAS Amplitude do desdobramento das contas de uma empresa diferen- cia-se das contas de uma pequena empresa, em virtude da ênfase aos centros de custos. O plano de contas deve ser elaborado levando-se em consideração os objetivos, as características e o setor de atividade de cada empresa. O sistema contábil usado pela empresa deve permitir as adaptações necessárias no plano de contas conforme suas especi�cidades e da estrutura básica que norteia o processo contábil. Na de�nição do plano de contas o interesse do usuário (interno ou externo) também deve ser ponderado e respeitado. TAMANHO DA EMPRESA RAMOS DE ATIVIDADE SISTEMA CONTÁBIL USUÁRIOS 19 2006). Em relação à codificação das contas, Cordeiro (2006) lembra que a sua elaboração deve contemplar diversos níveis, permitindo, dentro de uma lógica de classificação das operações realizadas pela empresa, o atendimento de informação aos usuários da Contabilidade. A atribuição desses códigos, no entanto, dependerá do ambiente onde será aplicado o Plano de Contas, pois o uso excessivo de dígitos dificultará o enten- dimento das informações geradas (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2018). Desse modo, no plano, as contas contábeis e os seus subgrupos caracterizam-se pelos diferentes níveis numéricos, de tal modo que os grandes grupos de contas recebem, apenas, um número, representando o 1º nível. As demais contas mos- tram-se como subconjuntos e são numeradas pelos níveis seguintes (2º, 3º, 4º ou mais níveis), confirmando que pertencem ao grupo maior. A quantidade de níveis será determinada conforme a necessidade da empresa, contudo, na maioria dos Planos de Contas utilizados no processo da escrituração contábil, usa-se até o 5º nível, no qual são utilizadas as contas analíticas para os lançamentos contábeis: 1º Nível 1 Ativo Contas sintéticas (recebem, ape- nas, soma dos valores). 2º Nível 1.1 Ativo Circulante 3º Nível 1.1.1 Disponibilidade 4º Nível 1.1.1.01 Caixa e Fundo Fixo 5º Nível 1.01.01.01.0001 Caixa Contas analíticas (contas contá- beis que recebem movimentações de valores). Quadro 2 - Níveis do plano por contas sintéticas e analíticas / Fonte: os autores. Assim, a cada lançamento contábil ou movimentação nessas contas analíticas, haverá um efeito direto e imediato nas de nível superior (ou sintéticas), aumen- tando ou diminuindo o saldo dessas contas. Nesta lógica, Crepaldi (2013) ensina que as contas podem ser classificadas conforme a sua funcionalidade: ■ Quanto à composição, dividem-se em sintéticas e analíticas (contas que exigem desdobramentos). ■ Quanto à natureza dos saldos, podem ser unilaterais ou bilaterais (contas que sofrem variações aumentativas ou diminutivas). UNICESUMAR UNIDADE 1 20 ■ Quanto à movimentação, manifestam-se como dinâmicas (eventos roti- neiros: caixa) ou estáticas (eventos específicos: capital social). ■ Conforme legislação societária, em patrimoniais (ativo, passivo e patri- mônio líquido) ou de resultado (receitas e despesas). ■ Podem ser divididas, ainda, em permanentes (contas criadas ao aten- dimento de fatos contínuos da empresa) ou transitórias (para situações especiais). Na prática do dia a dia da Contabilidade, geralmente, usamos o Código Reduzido que, também, consta no Plano de Contas. O Código Reduzido de contas é utiliza- do pelos sistemas contábeis (softwares) para o desenvolvimento da escrituração contábil das empresas. Assim, graças à identificação da conta contábil, por meio de do Código Reduzido (código de quatro ou cinco dígitos), conseguimos realizar os lançamentos contábeis. A Lei das Sociedades por Ações nº 6.404, em seu Art. nº 177 (BRASIL, 1976, on-line), prevê que a escrituração da companhia seja mantida em registros per- manentes e observe os métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo, para registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. A legisla- ção relaciona, ainda, grupos e contas contábeis. Como exemplo de algumas contas patrimoniais, observe o descrito nos Art. nº 179 e 180 (BRASIL, 1976, on-line): “ Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou contro- ladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 21 III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de- correntes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incor- póreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da em- presa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Passivo Exigível Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazomaior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Re- dação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Com a finalidade de ter mais entendimento sobre o assunto, analise o modelo de Plano de Contas, abrangendo contas patrimoniais e de resultado, disponível no Anexo I deste livro. UNICESUMAR UNIDADE 1 22 NOVAS DESCOBERTAS Título: Contabilidade Digital Autor: Edson Oliveira Editora: Atlas Sinopse: as novas tecnologias e a utilização da rede mundial de com- putadores (internet) proporcionaram mudanças significativas na relação entre o Fisco e as empresas. A Contabilidade passou a ter um papel ainda maior na importância de registrar bem como de gerenciar as informações das empresas e demais instituições tanto públicas quanto privadas. Este li- vro apresenta pontos importantes dessas mudanças, visando a contribuir para novos conhecimentos de estudantes e profissionais da área. Comentário: a Contabilidade entra na era digital apor meio do Sistema Pú- blico de Escrituração Digital (SPED) e, no capítulo 5 do livro, são abordados assuntos em torno desse sistema, com informações sobre o SPED, incluindo os seus objetivos e aspectos operacionais. 23 Falamos do Plano de Contas, agora, verificaremos a importância do Livro Diário para a escrituração contábil das empresas. Porém, antes, falaremos do processo da escrituração contábil, que tem como função registrar os fatos operacionais e administrativos sobre as mutações patrimoniais de uma empresa com ou sem fins lucrativos, pública ou privada. Conforme o Art. 177 da Lei nº 6.404 (BRASIL, 1976, on-line), a escrituração deve ser mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos legais e aos princípios geralmente aceitos da Contabilidade, observando-se os métodos ou critérios contábeis voltados a registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Além de manter em registros permanentes, a escrituração contábil deverá ser lançada em idioma e moeda correntes nacionais e critérios contábeis uniformes no tempo em obediência às disposições legais pertinentes (GRECO, 2006). O Regulamento do Imposto de Renda (RIR), por meio do Decreto nº 9.580, de 22/11/2018,) na seção sobre os livros comerciais, Art. 272, também prevê que “a pessoa jurídica é obrigada a seguir sistema de contabilidade com base na escri- turação uniforme de seus livros, em correspondência com a sua documentação, e utilizar os livros e os papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério” (BRASIL, 2018, on-line). Segundo Favero (2009, p. 127), a escrituração contábil “é o ato de se registrar nos livros da empresa as movimentações ocorridas em seu patrimônio”, represen- tando, dessa forma, uma variedade de lançamentos das operações empresariais a qual segue uma sequência lógica para o registro da data, das contas e dos valores correspondentes. Assim, o lançamento ou a escrituração contábil precisa conter elementos essenciais: ■ Local e data da ocorrência do fato contábil. ■ Conta debitada/devedora. ■ Conta creditada/credora. ■ Histórico com informações do documento de suporte. ■ Valor da operação ou transação. Atualmente, a maior parte das empresas utiliza sistema eletrônico quando efetua a sua escrituração contábil. Embasada nos fatos contábeis e documentos de suporte, o profissional digita o lançamento a débito e a crédito das contas envolvidas, e o sis- tema escritura, automaticamente, os Diário e Razão (VICECONTI; NEVES, 2013). UNICESUMAR UNIDADE 1 24 Segundo Favero (2009, p. 127), “Todavia, se não houver uma organização e controle por parte dos responsáveis pela Contabilidade da empresa, as informa- ções geradas não atingirão os objetivos esperados”. Sendo, portanto, fundamental um Plano de Contas adequado às necessidades de informação dos gestores e demais usuários da Contabilidade bem como maios atenção do contador em rela- ção à autenticidade da documentação que deu origem às variações patrimoniais. Viceconti e Neves (2013) salientam, ainda, que o lançamento contábil é o registro dos fatos (que provocam alterações na composição do patrimônio ou do resultado empresarial) nos livros de escrituração comercial da empresa: Livros Diário e Razão. Nesse sentido, o Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406, de 2002 (BRASIL, 2002, on-line), também faz referência aos livros contábeis quando determina que o empresário (com exceção do empresário rural e do pequeno empresário) e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema contábil, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme dos seus livros, em con- sonância com a respectiva documentação de suporte. Para fins de levantamento anual do Balanço Patrimonial e do resultado econômico. É possível que alguns equívocos possam ocorrer no momento da escrituração contábil, e Grego (2006) lembra que, diante destas eventualidades, os erros deverão ser corrigidos median- te o lançamento complementar ou o estorno (parcial ou total), efetuando-se um novo lançamento, caso seja necessário. Com base nas orientações da Resolução nº 1.330/11, porém, alterada pela ITG 2000 (R1) /2014 – Escrituração Contábil, (CFC, 2011, on-line) emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade sobre a retificação de lançamento contábil, é oportuno destacar que este procedimento técnico pode ser realizado por meio de estorno, transferência e complementação. Nesse contexto, o histórico é im- portante para identificar qual é o motivo da retificação de lançamento, no qual podem ser apresentados itens necessários a esse processo. A resolução mencionada diferencia, ainda, o conceito de estorno, transferên- cia e complementação, conforme a figura, a seguir: 25 Quadro 3 - Conceito de estorno, transferência e complementação / Fonte: adaptado de CFC (2011, on-line). Desse modo, infere-se que os lançamentos contábeis não estão isentos de erros ou falhas durante o processo de escrituração. Ocorrendo este lapso, o profissio- nal tem as condições, bem como o dever, de retificá-lo por meio do estorno, da transferência ou da complementação, a fim de que os fatos registrados na Con- tabilidade sejam fiéis àqueles ocorridos na empresa. Conceito de estorno, transferência e complementação ESTORNO TRANSFERÊNCIA COMPLEMENTAÇÃO Consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada. É aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado NOVAS DESCOBERTAS Caro(a) aluno(a), você pode encontrar a redação completa sobre a Resolu- ção nº 1.330/11 no portal do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, no item “Resoluções e Ementas”. Acesse pelo QR-Code: UNICESUMAR UNIDADE 1 26 Agora, falaremos sobre o Livro Diário. Ele tem a função de registrar os fatos contábeis ocorridos na empresa em determinado período, para fins de atendi- mento à legislação e aos princípios contábeis. Dentre tantos livros existentes na Contabilidade, o Livro Diário é utilizado com a finalidade de registrar todas as operações de uma entidade, em ordem cronológica, aplicando o método das par- tidas dobradas; sendo que a expressão “partidas dobradas” não indica duplicidade ou repetição de um mesmo registro (IUDÍCIBUS et al., 2010), mas uma operação onde cada valor debitado será igual ao valor creditado (GRECO, 2006). Segundo Greco (2006), outras fórmulas ou métodos podem ser utilizados para executar os registros contábeis no Diário: Lançamento de 1ª fórmula Quando há registro de um débito e um crédito. Lançamento de 2ª fórmula Registro de um débito e vários créditos. Lançamento de 3ª fórmula Várias contas são debitadas e, apenas, uma creditada. Lançamento de 4ª fórmula Diversas contas são debitadas e creditadas, simultaneamente. Quadro 4 - Lançamentos contábeis da 1ª até a 4a fórmula / Fonte: adaptado de Greco (2006).O Livro Diário, de escrituração obrigatória, deve contemplar as operações da atividade mercantil que modifiquem ou possam vir a modificar a situação pa- trimonial da entidade (FAVERO, 2009). Essas operações devem ser registradas contemplando os seguintes campos do Livro Diário: 27 LIVRO DIÁRIO DATA CÓ- DIGO RE- DUZI- DO NOME DA CON- TA HISTÓRI- CO DÉBITO CRÉDITO 01/10/20XX 1042 Mercado- rias para revenda Valor referente à compra de merca- dorias a prazo, con- forme NF. 125.987 de Global Ind. E Com. Ltda. 10.000,00 01/10/20XX 2203 Forne- cedores nacionais 10.000,00 20/10/20XX 2013 FGTS a recolher Valor re- ferente ao pagamento da Guia do FGTS da competên- cia do mês 09/20XX. 2.300,00 20/10/20XX 1008 Banco TFG 2.300,00 Quadro 5 - Modelo da estrutura básica do Livro Diário / Fonte: os autores. De modo mais abrangente, o Decreto nº 9.580 de 22/11/2018, em seu Art. 272 (BRASIL, 2018, on-line) determina que: “ A pessoa jurídica é obrigada a seguir sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a sua documentação, e utilizar os livros e os papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério. § 1º No livro diário serão lançadas, com individuação, clareza e ca- racterização do documento, dia a dia, todas as operações relativas ao exercício da pessoa jurídica. UNICESUMAR UNIDADE 1 28 § 2º A individualização a que se refere o § 1 compreende, como elemento integrante, a consignação expressa, no lançamento, das características principais dos documentos ou dos papéis que derem origem à escrituração. § 3º A escrituração contábil resumida do livro diário é admitida, com todas que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares, regular- mente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. § 4º O livro diário e os livros auxiliares referidos no § 3º deverão conter termos de abertura e de encerramento, e ser autenticados nos termos estabelecidos. § 5º Os livros auxiliares, tais como livro-caixa e livro contas-cor- rentes, ficarão dispensados de autenticação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente registrados e autenticados. Assim, observa-se que a legislação admite a escrituração mecanizada; justifican- do, portanto, a utilização expressiva de processos mecânicos e eletrônicos pelas empresas e escritórios contábeis, para registrar os lançamentos em folhas que são encadernadas, numeradas e anexadas aos termos de abertura e encerramento, com a finalidade de registro e autenticação nos órgãos competentes. Em continuidade ao contexto em torno da escrituração contábil, falaremos do Livro Razão. Conforme Favero (2009, p. 131), o Livro Razão “representa um dos mais importantes instrumentos de registro das operações da empresa, permitin- do a classificação dos fatos de acordo com sua natureza, envolvendo elementos patrimoniais e de resultado”. Iudícibus et al. (2010) orientam que, nesse livro, utilizam-se as contas, separa- damente, para representar cada tipo de elemento que compõe o Ativo, o Passivo, o Patrimônio Líquido, as Despesas ou Receitas. Cada uma dessas contas será distinguida das demais por sua denominação, ou seja, nesse livro, o registro delas é feito de forma individualizada, viabilizando um controle por cada tipo de conta. Segundo Greco (2006), essas contas registram todas as variações do patrimônio, possibilitando, desse modo, a elaboração das demonstrações contábeis. 29 Marion (2018) ressalta que o Razão é um livro obrigatório e, em virtude de sua eficiência, é indispensável em qualquer tipo de empresa, pois consiste no agrupamento de valores em contas da mesma natureza e de forma racional. Na linguagem contábil, os termos Razão e Razonete significam o mesmo conceito, sendo este último uma forma simplificada e derivada do Livro Razão. O Decreto nº 9.580, de 22/11/2018, em seu Art. 274 (BRASIL, 2018, on-line), estabelece que a pessoa jurídica deverá manter o Livro Razão ou as fichas utilizadas a fim de resumir e totalizar as contas ou subcontas em boa ordem, e que a escri- turação deverá ser individualizada, seguindo a ordem cronológica das operações. Exemplificando o funcionamento das contas no Razão, tem-se a conta de Duplicatas a Receber como sintética e totalizadora dos saldos que a empresa tem a receber das vendas efetuadas em determinado período. Assim, existem, dentro da conta Clientes, as contas (ou subcontas) analíticas as quais mostram, indivi- dualmente, quanto a empresa tem a receber do Cliente A, quanto tem a receber do Cliente B e assim por diante. Marion (2018) apresenta um modelo didático e, assim, diferencia as contas analíticas e sintéticas. UNICESUMAR UNIDADE 1 30 Quadro 6 - Diferença entre contas sintéticas e analíticas / Fonte: adaptado de Marion (2018). Além da necessidade de compreender a diferença entre as contas sintéticas e analíticas, é preciso aprender quais informações compreendem a ficha do Livro Razão. Segundo Favero (2009, p. 132): “ Não existe um modelo-padrão obrigatório para o razão. No entan-to, algumas informações são obrigatórias em sua apresentação, tais Diferença entre contas sintéticas e analíticas RAZÃO SINTETICO(GERAL) conta sintética ESTOQUES Estoque de Mercadorias Estoque de Produtos Acabados Estoque de Produtos em Elaboração Estoque de Matérias-primas BANCOS CONTA MOVIMENTO Banco Alfa S/A Banco Beta S/A Banco da Praça S/A FORNECEDORES Fornecedor ABC Ltda. Fornecedor XYZ Ltda. RAZÃO ANALÍTICO (AUXILIAR) Conta Analítica 31 como: a) Identificação da conta; b) Data da operação; c) Histórico; d) Coluna para lançamentos a débito; e) Coluna para lançamen- tos a crédito; e f) Coluna para o saldo (identificando se “devedor” ou “credor”). Desse modo, apresenta-se um modelo simplificado e utilizado do Razão para escriturar o saldo das contas utilizadas na escrituração contábil: CONTA CONTÁBIL: Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C Quadro 7 - Modelo simplificado do Livro Razão / Fonte: adaptado de Favero (2009). Após conhecer a importância e o conceito do Razão, bem como do seu relacio- namento com o termo Razonete (ou Razonete em T), a seguir, apresenta-se um esquema gráfico do funcionamento de uma ficha contábil do Razão, a partir do Razonete. Considere que determinada empresa, no dia 10/06/X1, tenha adquiri- do, à vista, mercadorias para revenda, no valor total de R$ 5.000,00: a) Graficamente, no Razonete (em forma T), tem-se a seguinte distribuição das contas e dos valores: SALDO ANTERIOR SALDO FINAL CAIXA 80.000,00 5.000,00 75.000,00 COMPRA MERCADORIAS PARA REVENDA 5.000,00 0 5.000,00 Descrição da Imagem: a figura apresenta as movimentações que acontecem nos Razonetes, de acordo com os lançamentos contábeis realizados no Livro Diário. Da esquerda para direita, temos, na lateral esquerda, as palavras: “Saldo anterior” (em preto) e “Saldo final” (em vermelho). Ao lado direito, temos a palavra: “Caixa” (em preto) e, embaixo dela, os valores “80.000,00” (em preto) e, ao lado, “5.000,00” (em preto), eles estão na linha do “Saldo anterior”. Embaixo desses valores, temos o valor de 75.000,00 (em vermelho) na linha do “Saldo final”. Ao lado, há a palavra “Compra” (em vermelho), embaixo dela, está uma seta azul apontando tanto para os valores do “Caixa” quanto para os valores que estão a seguir e que correspondem ao texto “Mercadorias para revenda” (na cor preta), embaixo da palavra “Mercadorias para revenda”, tem-se o valor de 5,000,00 (em preto), enquanto que, ao lado, temos o valor 0 (na cor preta), na linha do “Saldo anterior”. Embaixo, na linha do “Saldo final”, temos o valor de 5.000,00 (na cor vermelha). Figura 1 - Razonete contas contábeis: caixa e mercadorias para revenda / Fonte:os autores. UNICESUMAR UNIDADE 1 32 b) Na ficha do Razão, o reflexo dessas movimentações está assim apresen- tado: CONTA CONTÁBIL: CAIXA Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C 31/05 Saldo anterior 80.000,00 - 80.000,00 D 10/06 Compra de mercadorias - 5.000,00 75.000,00 D CONTA CONTÁBIL: MERCADORIAS P/ REVENDA Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C 31/05 Saldo anterior - - 0,00 - 10/06 Compra de mercadorias 5.000,00 - 5.000,00 D Quadro 8 - Conta contábil: caixa e mercadorias para revenda / Fonte: os autores. Por meio dos exemplos mencionados, é possível compreender como a dinâmica das contas (saldo anterior, aquisição e saldo final) acontecem e como são repre- sentadas no Razão e no Razonete. Essa movimentação deve considerar o tipo de conta para lançar a débito (lado esquerdo) ou a crédito (lado direito), conforme o aumento ou a redução dos saldos. Nesse sentido, tem-se o seguinte esquema para contribuir no entendimento do que será debitado ou creditado: CONTAS DO ATIVO DÉBITO CRÉDITO SALDO Aumentos Reduções DEVEDOR CONTAS DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO DÉBITO CRÉDITO SALDO Reduções Aumentos CREDOR 33 CONTAS DE RECEITAS DÉBITO CRÉDITO SALDO Reduções Aumentos CREDOR CONTAS DE DESPESAS DÉBITO CRÉDITO SALDO Aumentos Reduções DEVEDOR Quadro 9 - Sistema de débito e crédito nos Razonetes / Fonte: os autores. Após a alocação dos saldos devedores ou credores, conforme movimentação das contas patrimoniais (Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido) ou contas de resulta- do (Receitas ou Despesas), o Razão apresentará um saldo final o qual aparecerá nas demonstrações contábeis. Observe, portanto, que o ciclo de lançamentos contábeis é iniciado no Livro Diário, depois, esta informação é apresentada no Livro Razão (Razonete) e, por conseguinte, o valor final é evidenciado no Balan- cete de Verificação e nos demonstrativos contábeis. NOVAS DESCOBERTAS Título: Contabilidade Básica Autores: Paulo Viceconti e Silvério das Neves Editora: Saraiva Uni Sinopse: o livro apresenta a proposta que o transformou em sucesso editorial: noções introdutórias, porém, essenciais, sem perder de vista o ri- gor técnico e a aplicação dos conceitos apresentados. Comentário: este livro te auxiliará nesta introdução aos estudos em tor- no do processo da escrituração contábil em seus diversos exemplos. Desse modo, o capítulo 2 abordará conceitos de contas, mecanismo do débito e crédito, Razonetes, Balancete de Verificação, partidas dobradas, entre ou- tros assuntos da área. Assim, você conseguir entenderá a escrituração con- tábil e onde ficam registrados todos os fatos administrativos e econômicos que acontecem, todos os meses, nas entidades. UNICESUMAR UNIDADE 1 34 Sendo assim, para finalização do assunto em torno da escrituração contábil, conheceremos o Balancete de Verificação, seguindo, desse modo, a lógica de estruturação das informações contábeis aos seus diversos usuários, iniciando pelo estabelecimento de um Plano de Contas e, posteriormente, pela execução dos lançamentos contábeis nos livros Diário e Razão (Razonete), tem-se um ci- clo de propagação informacional até alcançar o Balancete de Verificação e os demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício etc.). Viceconti e Neves (2013) ilustram, perfeitamente, como estas etapas ocorrem: Processo Contábil Documentos Diversos Livro Diário Livro Razão / Razonete Balancete de Veri�cação Balanço Patrimonial DRE Outras Demonstrações Descrição da Imagem: a figura ilustra a ordem de como acontece o processo da escrituração contábil. Há cinco retângulos na cor azul, e o primeiro deles contém uma seta na parte inferior (também na cor azul) que indica para o retângulo embaixo. Cada retângulo possui, em seu centro, uma frase escrita em branco. O primeiro retângulo contém a frase “Processo Contábil”, o segundo “Documentos Diversos”, o terceiro “Livro Diário”, o quarto “Livro Razão/Razonete” e o quinto “Balancete de Verificação”. A seta do quinto retângulo divide-se em três setas na cor azul que se ligam a outros três retângulos da mesma cor, dispostos lado a lado, com frases escritas, em seu centro, na cor branca. O primeiro retângulo à esquerda contém a frase “Balanço Patrimonial”, no retângulo central encontra-se escrita a sigla “DRE” e, no retângulo da direita, há a frase “Outras Demonstrações”. Figura 2 - Processo de escrituração contábil completa / Fonte: adaptada de Viceconti e Neves (2013). 35 Segundo Greco (2006, p. 169): “ O Balancete de Verificação compreende uma listagem de contas com sua titulação prevista no Plano de Contas e que tenham re-gistro inicial e posterior de valores monetários correspondentes ao movimento do mês, ou acumulado dos meses, total de débito e de crédito, e respectivo saldo, devedor ou credor. Conforme Favero (2009), o Balancete de Verificação pode ser elaborado com duas ou mais colunas, de acordo com o interesse e a necessidade dos usuários da informação contábil: CONTAS SALDOS DEVEDOR CREDOR TOTAIS Quadro 10 - Balancete de Verificação de duas colunas / Fonte: Favero (2009, p. 173). Ao comparar a estrutura entre os Balancetes de duas e quatro colunas, observa- -se que, no primeiro, é apresentado apenas o saldo final das contas (devedoras e credoras) decorrentes da apuração contábil feita nos Razonetes, diferentemente do segundo modelo, no qual são consideradas as colunas de movimentação do mês, conforme mostra o quadro, a seguir: CONTAS MOVIMEN- TO DO MÊS SALDOS DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR TOTAIS Quadro 11 - Balancete de verificação de quatro colunas / Fonte: Favero (2009, p. 173). UNICESUMAR UNIDADE 1 36 No modelo de seis colunas, apresentado, a seguir, percebe-se uma estrutura mais completa da evolução das contas patrimoniais e de resultado, favorecen- do oportunidades de análise aos profissionais e usuários sobre a movimentação dos saldos anteriores, atuais e finais. Nestas condições, outras análises podem surgir para identificar variações aumentativas e diminutivas, assim como o seu relacionamento com o patrimônio empresarial. CON- TAS SAL- DOS ANTE- RIORES MOVI- MENTO DO MÊS SAL- DOS DEVE- DOR CRE- DOR DÉBITO CRÉDI- TO DEVE- DOR CRE- DOR TOTAIS Quadro 12 - Balancete de verificação de seis colunas / Fonte: Favero (2009, p. 174). Independentemente da quantidade de colunas, o Balancete de Verificação pode ser extraído a qualquer tempo. Entretanto o método mais usual é o de preparar relatórios mensais para ciência e decisões da administração sobre a posição fi- nanceira e patrimonial da empresa (GRECO, 2006). Viceconti e Neves (2013) informam, também, que, se o Balancete se destina a fins externos, o relatório deverá conter o nome e a assinatura do contabilista, a sua categoria profissional e o número de registro no Conselho Regional de Contabili- dade – CRC do seu estado. Dessa forma, conclui-se que o Balancete de Verificação poderá ser utilizado de diversos formatos bem como atender às demandas infor- macionais tanto internas quanto externas. Adicionalmente, esse relatório fornecerá o saldo final das contas que alimentará os demonstrativos contábeis. 37 Depois de todos estes conteúdos abordados na unidade, você parou para pensar quais complicações poderiam acontecer com as empresas, no caso de as mesmas não realizarem, de forma correta, a escrituração contábil? Todos os assuntos abordados, nesta unidade, visam ao dia a dia do profis- sional da Contabilidade e são muito importantes. Nesse contexto, as empresas precisam encaminhar todas as documentações do período (mês) ao contador, assim, os documentos serão registrados por meio dos lançamentos contábeis, ou seja, pelo método das partidas dobradas. Em decorrência desse registro, gera-se o Livro Razão (relatório gerado pelo sistema contábil), que apresenta todos os saldos das contas contábeis referentes ao mês registrado. Por fim, com base nos saldosdas contas, deve-se fazer o enceramento das Re- ceitas e Despesas, a fim de apurar o Balancete de Verificação, somente, das contas patrimoniais. Dessa forma, com base em todos estes conhecimentos, Marcos e Alessandro conseguirão realizar o processo de escrituração contábil das empresas. Caro(a) aluno(a), venho convidar você para ouvir o podcast que trata da temática da escrituração contábil. Assim, este áudio trará algumas informações relevantes sobre esse processo e como ele é desenvolvido, no dia a dia, na Contabilidade das empresas. Vale a pena conferir! UNICESUMAR 38 1. O Plano de Contas é uma estrutura de códigos e de classificações usadas no processo da escrituração contábil das organizações. A estrutura desse plano não varia muito, pois a sua modelagem pode ser personalizada por empresa. Assim, é um processo de construção que não termina e, sempre, será necessário complementá-lo, em função do ramo de atividade da entidade. Desse modo, para definir um Plano de Contas, deve-se levar em consideração alguns requisitos fundamentais, então, com base nisso, assinale a alternativa correta: a) O tamanho da empresa e a quantidade de usuários, uma vez que o ramo de atividade não é importante à definição de algumas contas. b) O sistema contábil e o ramo de atividade empresarial. c) O ramo de atividade empresarial, os usuários e os sistemas de informação, com exceção do sistema contábil. d) O tamanho da empresa, os usuários, o ramo de atividade e o sistema contábil. e) O sistema contábil, o tamanho da empresa, o ramo de atividade e, somente, os usuários internos (administradores, gestores etc.). 2. No Plano de Contas, temos as contas ativas e passivas. Assim, as que pertencem ao Ativo representam os bens e direitos e, à vista disso, aquelas do passivo representam as obrigações. Nesse sentido, essas contas são divididas em sintéticas e analíticas e devem ter, no mínimo, quatro níveis, portanto, temos as contas que recebem lan- çamentos conforme os débitos e créditos e as que representam os totais de cada grupo. Considerando os níveis das contas sintéticas e analíticas do Plano de Contas, leia as afirmativas, a seguir: I - A conta Disponibilidade pode ser considerada de 3º nível e analítica. II - A conta do 4º nível é considerada sintética. III - A conta de Ativo representa o 1º nível. IV - A conta do 2º nível é analítica e utilizada nos lançamentos de partida dobrada. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) III e IV, apenas. 39 3. O método das partidas dobradas é um critério que determina o seguinte: para cada lançamento a débito em uma conta contábil, deve haver um lançamento correspon- dente a crédito, em outra conta contábil. Assim, esse método representa o regis- tro de todos os fatos contábeis que acontecem nas organizações. Em relação aos lançamentos de débito e crédito (partidas dobradas) feitos no Livro Diário, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) O lançamento de 3ª fórmula registra um débito e, apenas, um crédito. ( ) O lançamento que representa várias contas debitadas e, apenas, uma crédito é 4ª fórmula. ( ) O lançamento de 1ª fórmula registra uma conta devedora e outra credora. A sequência correta para a resposta da questão é: a) F, F, V. b) V, V, F. c) V, F, V. d) F, V, F. e) F, V, V. 4. Retificação de lançamento contábil é uma técnica de correção de registro realizado com erro na escrituração contábil das organizações. Assim, é utilizado quando há casos de duplicidade de lançamento contábil ou erro de lançamento das contas que foram debitadas e creditadas. Em relação à retificação dos lançamentos contábeis, é possível e pode ser realizada por: a) Estorno, transferência (lançamento inverso) e complementação. b) Complementação (valor aumentado ou reduzido), estorno (lançamento inverso) e transferência. c) Transferência, estorno (lançamento inverso) e complementação. d) Complementação, estorno (transposição do registro para a conta adequada) e transferência. e) Estorno (valor aumentado ou reduzido), transferência e complementação (trans- posição de registro para a conta adequada). 40 5. Os Razonetes em forma T são uma representação gráfica utilizada no processo de escrituração contábil das empresas. Dessa forma, representa um instrumento didá- tico para desenvolver o raciocínio contábil nos indivíduos. Com base nos conceito e funcionamento dos Razonetes para lançamento das contas de débito e crédito, considere as seguintes afirmativas, a seguir: I - As contas de Passivo e Patrimônio Líquido são lançadas a crédito quando há aumento. II - As contas do Ativo são lançadas a débito quando ocorrem aumentos. III - As contas do Ativo são lançadas a Débito quando há reduções, e as do Passivo e Patrimônio Líquido, quando há aumento. IV - As contas de Receitas são creditadas quando há reduções. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) II e IV, apenas. 2Rotinas Trabalhistas e Contabilização – Parte I Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Me. José Manoel da Costa Nesta Unidade, você poderá conhecer as rotinas trabalhistas que fa- zem parte do Departamento de Pessoal. Além disso, também conhe- cerá o processo contábil dessas rotinas. Sendo assim, no decorrer da unidade, serão apresentadas as verbas positivas, que representam os proventos, e as negativas, que são os descontos. Essas verbas cons- tituem o recibo de pagamento ou holerite entregue aos funcionários no dia do pagamento do salário mensal (até o quinto dia útil de cada mês). Por fim, após todo o processo de cálculo das verbas, serão de- monstrados os lançamentos contábeis (débitos e créditos) para a con- tabilização do resumo da folha de pagamento. UNIDADE 2 42 Uma empresa de porte médio, no ramo de confecções, vem passando por alguns problemas em relação ao processamento da folha de pagamento mensal. Todos os meses acontecem erros nos cálculos de algumas verbas trabalhistas, e esta si- tuação vem trazendo alguns problemas internos com os funcionários, em função dos salários pagos, erroneamente. Sendo assim, a organização precisará contratar dois funcionários com experiência em Departamento de Pessoal e, também, com experiência na contabilização da folha de pagamento. As vagas foram anunciadas nos meios de comunicação da organização. Uma das exigências em relação a uma das vagas de trabalho era o conhecimento em torno da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT e da Reforma Trabalhista ocorrida em 2017. Depois de duas semanas, a empresa começa a fazer o processo de recrutamento e seleção de pessoal para estas vagas de trabalho. Assim, apareceram duas pessoas interessadas: Alex, que tinha formação em Ciências Contábeis e conhecimento na área de cálculo das verbas que compõem a folha de pagamento, pois havia feito vários cursos sobre este tema na última empresa onde trabalhou, e Maria Eduarda, recém-formada em Ciências Contábeis, sem experiência em cálculos da folha de pagamento, mas tinha experiência no processo contábil da mesma. Com base nas entrevistas e na análise de currículo dos candidatos, a empresa optou por contratar os dois. Desse modo, Alex ficará na função de processo e ge- ração da folha de pagamento, enquanto Maria Eduarda se responsabilizará pelo processo da contabilização do resumo da folha, em virtude de a organização não ter um sistema integrado para geração da informação. De acordo com a necessidade da empresa, pergunto a você: ■ Quais são os conhecimentos que Alex precisa ter, a fim de desempenhar a sua função? ■ Quais são as noções sobre Contabilidade que Maria Eduarda precisar ter, para realizar a contabilização da folha de pagamento? ■ Quais são as consequências à empresa, no caso de pagar e gerar informa- ções incorretas no pagamento dos funcionários? No primeiro dia de trabalho de Alex e Maria Eduarda, ambos foram alocados nosseus respectivos setores. Em seguida, cada um verificou como estava a situação em relação ao sistema que gera a folha de pagamento e o processo contábil da folha, o qual era feito de forma manual. 43 Na sequência, Alex conversou com o funcionário responsável pela folha de pagamento e que estava deixando a empresa, para verificar a parametrização das tabelas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do Imposto de Renda Re- tido na Fonte – IRRF, do salário-família e de várias outras verbas. Assim, Maria Eduarda também conversou com o contador da organização, com o objetivo de saber sobre o processo de lançamentos contábeis e a conciliação da folha de pagamento na Contabilidade. Com base nas informações levantadas por ambos, de acordo com a função de cada um, Alex e Maria Eduarda começaram a desenvolver as suas atividades. Des- se modo, Alex começou a fazer as verificações de quantidades de horas extras por funcionários, faltas justificadas e injustificadas, atestados de saúde, entre outros, para preparar a base do sistema à geração da folha de pagamento no final do mês. Maria Eduarda começou a fazer a conciliação contábil referente às contas contábeis utilizadas na contabilização do resumo da folha de pagamento. Porém ela constatou que essa conciliação estava atrasada e precisava ser colocada em dia, para fazer os lançamentos contábeis da folha de pagamento do próximo mês, a qual será gerada pelo Alex. Com base nas informações apresentadas, anteriormente, quais são os co- nhecimentos que Alex e Maria Eduarda necessitam, a fim de exercerem as suas funções na empresa? ■ Alex: ter noção dos cálculos das verbas de proventos e descontos para a composição da folha de pagamento, além disso, saber as regras impostas pela CLT a cada verba. Por fim, conhecer o sistema que faz o processo de geração da folha de pagamento da empresa. ■ Maria Eduarda: ter noção do processo dos lançamentos contábeis (débito e crédito) para realizar a contabilização do resumo da folha de pagamento no final de cada mês; conhecer a metodologia com o intuito de concilia- ção das contas contábeis que serão usadas na contabilização da folha de pagamento. Quais informações podem ser extraídas do resumo da folha de pagamento para o processo de tomada de decisões nas empresas? Proponho que você realize uma pesquisa e, assim, seja capaz de responder a esta questão. Anote as informações que encontrar bem como as suas dúvidas. UNIDADE 2 UNIDADE 2 44 Com nas informações, previamente, apresentadas, venho sugerir a reflexão sobre os seguintes assuntos: ■ Quais são as atribuições necessárias para uma pessoa trabalhar no De- partamento de Pessoal de determinada empresa? ■ Quais são os conhecimentos necessários para trabalhar com o processo de contabilização e conciliação contábil referente ao resumo da folha de pagamento? Vimos, anteriormente, que Alex e Maria Eduarda têm um considerável desafio à frente em relação ao processo da folha de pagamento da empresa. Sendo assim, a fim de assimilarmos os conhecimentos necessários que eles necessitarão para corrigir erros sobre a folha de pagamento, precisaremos iniciar o nosso aprendi- zado a partir das rotinas trabalhistas. Dessa forma, será necessário apresentar as verbas básicas que compõem os proventos e os descontos à composição do recibo de pagamento (holerite) entre- gue aos funcionários. Além disso, demonstraremos o processo contábil destinado ao registro dos lançamentos contábeis de acordo com as verbas que incidem no holerite. Assim, no final desta unidade, você terá aprendido a calcular o salário bem como a contabilizar o recibo de pagamento. O recibo de pagamento ou holerite é o contracheque entregue ao empregado no momento da realização do pagamento do seu salário líquido. Assim, no Holerite, deve constar todas as verbas, tanto as positivas (como é o 45 caso do salário, das horas extras, adicionais, do salário-família, etc.) quanto as negativas (é o caso dos descontos do INSS, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, vale-transporte etc.). Nesse contexto, as verbas positivas representam os proventos, e as negativas simbolizam os descontos. Assim sendo, para melhor compreensão dos assuntos que serão vistos, simularemos o cálculo de salário de dois funcionários, o da Fer- nanda Lima e do Bruno Gonçalves, a fim de que você possa aprender, na prática, cada cálculo relativo às verbas que incidem na folha de pagamento. Para isso, serão apresentados vários quadros que demonstrarão a composição do salário líquido de cada um dos funcionários. Desse modo, o mês de referência será abril de 2021, pois tem 24 dias úteis e 6 não úteis. A situação dos dois em- pregados é a seguinte: FERNANDA LIMA •Função: Assistente Administrativo •Salário mensal (base): R$ 1.300,00 •Filhos: 3 �lhos menores de 14 anos •Transporte público para ir ao trabalho: 48 passes •Carga horária mensal: 220 horas •Faltas não justi�cadas: 2 em uma semana e 1 em outra semana BRUNO GONÇALVES •Função: Gerente Administrativo •Salário mensal (base): 4.400,00 •Filhos: 1 �lho com 14 anos e 2 com 6 anos de idade •Carga horária mensal: 220 horas •Horas extras em abril/2021: 10 horas UNIDADE 2 UNIDADE 2 46 As verbas positivas são os proventos. O principal provento é o salário, pois, para que haja a relação de emprego é necessário que seja combinado um salário entre empregador e empregado. Além disso, podemos ter diversas outras verbas positi- vas em decorrência da prestação de seus serviços do empregado ao empregador, verbas essas que serão conceituadas e calculadas, individualmente, para que você possa aprender a partir de aspectos tanto teóricos quanto práticos. A soma do salário com as outras verbas positivas é denominada remuneração. O Art. 457 da CLT (BRASIL, 1943, on-line) dispõe que a remuneração é a soma do salário e outras vantagens e adicionais, concedidos ao empregado em função das suas atividades, como: horas extras; adicional de insalubridade; adicional de periculosidade; adicional noturno; comissões; gorjetas; gratificações contratuais; prêmios; ajudas de custo e quaisquer outras parcelas pagas, habitualmente, ainda que em utilidades, previstas em acordo ou em convenção coletiva ou mesmo concedidas por liberalidade do empregador. Uma das verbas que compõem os proventos é o salário. De acordo com a CLT (BRASIL, 1943, on-line), no Art. 3º, “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a depen- dência deste e mediante salário”. Assim, utilizaremos, de forma fictícia, os dados dos trabalhadores citados no início, para a simulação de cálculo de geração do salário líquido, conforme as teorias que serão apresentadas na unidade. Começaremos a elaboração do recibo de pagamento de Salário (holerite), em forma de tabela, considerando, somente, o salário contratual dos empregados Fernanda Lima e Bruno Gonçalves: HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Código Descri- ção Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proventos Descontos Proventos Descontos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 47 Soma Proventos/ Descontos 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 Salário Líquido 1.300,00 4.400,00 Quadro 1 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos, então, um recibo parcial, pois, com certeza, teremos outras verbas; caso houvesse a possibilidade de termos apenas esta verba, teríamos, portanto, o salário líquido do Bruno em R$ 4.400,00. Além do salário, temos outras duas verbas que consideramos como provento: as horas extras e o Repouso Semanal Remunerado – RSR. Assim, a Consti- tuição Federal – CF (BRASIL, 1988, on-line) diz no Art. 7º, inciso XVI, que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a “remuneração do serviço extraor- dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal”; e a redação dada pela Lei nº 13.467/2017 diz que “a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedentede duas, por acordo indivi- dual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho” (BRASIL, 2017, on-line). As horas suplementares podem ser compensadas, desde que não ultrapassem a carga horária de trabalho semanal, como é o caso do Bruno: ele cumpre 44 ho- ras semanais de segunda a sexta-feira, trabalhando, então, 48 minutos diários a mais. As horas excedentes devem ser remuneradas considerando a Constituição Federal, a Consolidação das Leis Trabalhistas – o CLT e a Convenção Coletiva ou Dissídio Coletivo, sempre o que for mais benéfico ao empregado. Nesta unidade, consideraremos 50% de acréscimos para horas extras de segunda a sábado e 100% para domingos e feriados, mas se a convenção estipular percentual maior, este deverá ser considerado. Sobre o Repouso Semanal Remunerado – RSR, veremos no quadro, a seguir, o que dizem os dispositivos legais: UNIDADE 2 UNIDADE 2 48 CF Art. 7º, inciso XV (BRASIL, 1988, on-line) CLT Art. 67 (BRASIL, 1943, on-line) Lei 605/1949 Art. 1º (BRASIL, 1949, on-line) São direitos dos tra- balhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XV – Repouso semanal remunerado, preferen- cialmente, aos domin- gos. Será assegurado a todo empregado um des- canso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de con- veniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coin- cidir com o domingo, no todo ou em parte. Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro horas) consecutivas, preferentemente, aos domingos e, nos limites das exigências técni- cas das empresas, nos feriados civis e religio- sos, de acordo com a tradição local. Quadro 2 - Repouso Semanal Remunerado / Fonte: os autores. Os empregados cujo salário contratual é mensal não têm destacado no seu recibo de pagamento o valor do RSR, porque o valor combinado é mensal, independen- temente de quantos domingos ou feriados tenham durante o mês, neste caso, existe o repouso sem prejuízo do salário. Para as verbas que são pagas além do salário, como é o caso das horas extras, comissões, produtividade, entre outras, deverá ser pago o RSR à parte, pois são horas e valores cumpridos além da carga horária contratada. Para calcular o RSR sobre as verbas variáveis, devemos, primeiramente, levantar quantos dias úteis tem o mês, pelo fato de o cálculo ser feito a partir do valor da verba base, divi- dindo-se pelos dias úteis e multiplicando pelos dias não úteis. Exemplificando: se o mês de apuração tem 26 dias úteis e cinco dias não úteis, e o valor de horas extras é de R$ 409,20; o valor de RSR sobre essas será calculado assim: 409,20 dividido pelos 26 dias úteis e multiplicado pelos cinco dias não úteis, desse modo, o RSR será de R$ 78,69. Sendo assim, segue uma figura com a fórmula para cálculo das horas extras e RSR: 49 Veja, a seguir, os cálculos realizados com a finalidade de encontrar os valo- res das horas extras e RSR sobre as mesmas, que serão lançados no recibo de pagamento do funcionário Bruno Gonçalves. Contudo esse funcionário tem o adicional de periculosidade assunto que abordaremos na sequência que será adicionado no cálculo das horas extras: Salário base Horas trabalhadas no Mês Valor por hora trabalhada = Valor das horas extras = Valor por hora trabalhada Quantidade de horas extras trabalhadas no mês Valor das horas extras Acréscimo legal (50% a 100%) = Valor total das horas extras Valor total das horas extras do mês Dias úteis do mês Dias descansados =RSR sobre horas extras ÷ ÷ x x + Descrição da Imagem: A figura corresponde à um fluxograma com a forma de cálculo das horas extras e do Repouso Semanal Remunerado - RSR. São apresentados quatro quadrados grandes que contém em seus interiores um retângulo menor e estão dispostos lado a lado. Cada quadrado corresponde à um passo do cálculo e cada retângulo ao resultado do passo. O primeiro quadrado contém "Salário base dividido por horas trabalhadas no mês", e no retângulo pode-se ler "igual valor por hora trabalhada", este retângulo se conecta, por meio de uma seta, ao quadrado da direita, que apresenta o passo seguinte. No segundo quadrado há escrito "Valor por hora trabalhada vezes a Quantidade de horas extras trabalhadas no mês" e no seu retângulo de resultado há "igual ao valor das horas extras", este resultado se interliga ao quadrado três por uma seta. No quadrado três pode-se ler "Valor das horas extras mais Acréscimo legal (cinquenta a cem por cento)", no retângulo de resultado pode-se ler "Igual ao Valor total das horas extras", ele se liga, por meio de uma seta, ao quadrado com o passo final. No quarto quadrado pode-se ler "Valor total das horas extras do mês, dividido pelos dias úteis do mês, vezes os dias descansados" e no retângulo de resultado se lê "igual ao RSR", que corresponde ao resultado final do cálculo. Figura 1 - Horas extras e RSR / Fonte: os autores. UNIDADE 2 UNIDADE 2 50 Dados: Cálculo horas extras: (4.400,00+1.320,00)/220 = R$ 26,00 26,00 x 10 horas = R$ 260,00 260,00 + 50% = R$ 390,00 Bruno Gonçalves Horas Extras: 10 horas no mês Adicional: Periculosidade Acréscimo da hora: 50% Mês: 04/2021 Dias úteis: 24 Dias descansados (domingos e feria- dos): 6 Cálculo da RSR: (390,00/24) x 6 = R$ 97,50 Regime horas: 220 mensais Quadro 3 - Cálculo de horas extras e RSR sobre essas horas / Fonte: os autores. Agora, continuaremos o preenchimento dos recibos de pagamento de sa- lário: HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Código Descri- ção Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Descon- tos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002 Horas Ex- tras 50% 0,00 0,00 390,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 51 Soma Proventos/Des- contos 1.300,00 0,00 0,00 Salário Líquido 1.300,00 4.887,50 Quadro 4 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras e RSR. Caso houvesse a possiblidade de termos somente essas verbas, teríamos, então, o salário líquido do Bruno em R$ 4.887,50. #Novas Descobertas# #Novas Descobertas# NOVAS DESCOBERTAS Título: Cálculos Trabalhistas Autor: Aristeu de Oliveira Editora: Atlas Sinopse: este livro vem apresentar os cálculos e regras sobre folha de pagamento, vale-transporte, férias, rescisão do contrato de trabalho, 13º sa- lário e contribuição sindical. Assim, por meio dos conteúdos práticos, a obra esclarece as dúvidas referentes aos cálculos das áreas trabalhista e previ- denciária. A obra também apresenta exercícios práticos e cálculos trabalhis- tas a partir da fundamentação legal de como e por que cada caso deve ser executado. O autor demonstra o passo a passo dos cálculos trabalhistas, tais como: contribuição sindical; 13º salário; férias; folha de pagamento; rescisão do contrato de trabalho; anexos e novos modelos do TRTC; saques do FGTS; vale-transporte; e-social. UNIDADE 2 UNIDADE 2 52 Na sequência da apresentação das verbas positivas, temos os Adicionais de Insa- lubridade e Periculosidade. Desse modo, algumas atividades laborais são con- sideradas insalubres (prejudiciais à saúde do trabalhador), enquanto outras são consideradas perigosas. Os trabalhadores expostos a situações de insalubridade ou periculosidade têm o direito de receber um valor adicional aos seus salários. O adicional de insalubridade é calculado sobre o valor do salário mínimo nacional, de acordo com o grau de insalubridade. A tabela, a seguir, considera os graus de acordo com a legislação e o valor, tomando como base o salário mínimo vigente, em 2021, de R$ 1.100,00. Grau Percentual Valor Mínimo 10% R$ 110,00 Médio 20% R$ 220,00 Máximo 40% R$ 440,00 Quadro 5 - Adicional de Insalubridade / Fonte: os autores. O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário contratual do empregado. Desse modo, os Art. 189 a 194 da CLT (BRASIL, 1943, on-line) com redação dadapelas Leis 6.514/1977 (BRASIL, 1977, on-line), 12.740/2012 (BRASIL, 2012, on-line) e 12.997/2014 (BRASIL, 2014, on-line) dizem o seguinte: “ Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos li- mites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (BRASIL, 1977, on-line). Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das ativida- des e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes (BRASIL, 1977, on-line). Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medi- das de proteção do organismo do trabalhador nas operações que 53 produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incô- modos (BRASIL, 1977, on-line). Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocor- rerá (BRASIL, 1977, on-line): I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância (BRASIL, 1977, on-line). II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao tra- balhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância (BRASIL, 1977, on-line). Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, com- provada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo (BRA- SIL, 1977, on-line). Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quaren- ta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salá- rio-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (BRASIL, 1977, on-line). Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (BRASIL, 2012, on-line). I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (BRASIL, 2012, on- -line). II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (BRASIL, 2012, on-line). § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o UNIDADE 2 UNIDADE 2 54 salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa (BRASIL, 1977, on-line). § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido (BRASIL, 1977, on-line). § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo (BRASIL, 2012, on-line). § 4 o São também consideradas perigosas as atividades de trabalha- dor em motocicleta (BRASIL, 2014, on-line). Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho (BRASIL, 1977, on-line). Visando ao aspecto prático do nosso estudo, as fórmulas para calcular os dois adicionais são: Insalubridade: Salário Mínimo x 10% = Valor da Insalubridade Salário Mínimo x 20% = Valor da Insalubridade Salário Mínimo x 40% = Valor da Insalubridade Periculosidade: Salário Base x 30% = Valor da Periculosidade Desse modo, consideraremos que a Fernanda tenha o adicional de insalu- bridade de 20%, e o Bruno tenha o direito ao adicional de periculosidade: Dados: Cálculo da Insalubridade: 1.100,00 (Salário Mínimo vigente em 2021) x 20% = R$ 220,00 Fernanda Salário Base: 1.300,00 Quadro 6 - Cálculo da Insalubridade / Fonte: os autores. Para um melhor entendimento, o salário base é o valor que será pago pela empresa ao empregado, ou seja, o salário de registro na carteira de trabalho. 55 Dados: Cálculo da Periculosidade: 4.400,00 x 30% = 1.320,00Bruno Salário Base: 4.400,00 Quadro 7 - Cálculo da periculosidade / Fonte: os autores. Com base no cálculo referente às insalubridade e periculosidade, continua- remos o preenchimento dos Recibos de Pagamento de Salário: HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Có- digo Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Descon- tos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubri- dade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosi- dade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 Soma Proventos/ Descontos 1.520,00 0,00 6.207,50 0,00 Salário Líquido 1.520,00 6.207,50 Quadro 8 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR e adicional de periculosidade; caso houvesse a possibilidade de termos somente estas verbas, teríamos, então, o salário líquido do Bruno em R$ 6.207,50 e, da Fernanda em R$ 1.520,00. UNIDADE 2 UNIDADE 2 56 Neste momento, apresentaremos o adicional noturno. Considera-se período noturno as horas trabalhadas no seguinte intervalo: trabalho urbano das 22h00 até 5h00, trabalho agrícola das 21h00 até 5h00 e trabalho na pecuária das 20h00 até 4h00, sendo que o adicional será de 20% para o trabalho urbano e de 25% para as atividades agrícola e pecuária. As horas noturnas têm a duração de 52 minutos e 30 segundos, portanto, a cada 7 horas consideram-se 8 horas trabalhadas, como a assistente administrativo trabalha das 22h00 até 23h45 e, em março/20XX são 26 dias, temos que conside- rar 2 horas de adicional noturno por dia que são 52 horas no mês. O Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943, on-line), com redação dada pelo Decreto- -Lei nº 9.666/1946 (BRASIL, 1946, on-line), diz sobre o trabalho noturno urbano: “ Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna (BRASIL, 1946, on-line.) § 1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos (BRASIL, 1946, on-line.) § 2º - Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte (BRASIL, 1946, on-line.) A Lei 5.889, de 8 de junho de 1973, que estatui normas reguladoras do trabalho rural diz no Art. 7º: “ Art. 7º - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária. Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vin- te e cinco por cento) sobre a remuneração normal (BRASIL, 1973, on-line). 57 Sendo assim, segue a fórmula para calcular o adicional noturno, porém a apre- sentaremos de duas formas: Adicional noturno que incide direto sobre o salário base: Salário base x 20% = Valor do adicional noturno ou Adicional noturno que pode ser calculado pela quantidade de horas noturnas realizadas no mês: A seguir, uma figura com a fórmula para cálculo do RSR sobre as horas noturnas: Salário base Regime de Horas Mensal Valor por hora trabalhada = Valor da hora com o adicional = Valor por hora trabalhada Valor das horas com o Adicional Quantidade de Horas Trabalhadas = Valor total das horas noturnas ÷ x x 20% Descriçãoda Imagem: A figura corresponde à um fluxograma com a forma de cálculo dado Adicional Noturno. São apresentados três quadrados grandes que contém em seus interiores um retângulo menor e estão dispostos lado a lado. Cada quadrado corresponde à um passo do cálculo e cada retângulo ao resultado do passo. O primeiro quadrado contém "Salário base dividido por Regime de Horas Mensal", e no retângulo pode-se ler "igual valor por hora trabalhada", este retângulo se conecta, por meio de uma seta, ao quadrado da direita, que apresenta o passo seguinte. No segundo quadrado há escrito "Valor por hora trabalhada vezes vinte por cento" e no seu retângulo de resultado há "igual ao valor da hora com adicional", este resultado se interliga ao quadrado três por uma seta. O quadrado três apresenta o passo final e pode-se ler "Valor das horas com o Adicional vezes a Quantidade de Horas Trabalhadas" e no retângulo de resultado se lê "igual ao Valor total das horas noturnas", que corresponde ao resultado final do cálculo. Figura 2 - Adicional noturno / Fonte: os autores. UNIDADE 2 UNIDADE 2 58 Calcularemos o adicional noturno da Fernanda no quadro, a seguir: Dados: Cálculo Adicional Noturno: 1.300,00/220 = 5,91 5,91 x 20% = 1,18 Valor da Hora No- turna 1,18 x 52 = R$ 61,36 Fernanda Salário Base: 1.300,00 Quantidade de Horas Noturnas: 52 Regime horas: 220 mensal Mês: 04/2021 Cálculo da RSR s/ Adicional Noturno: 61,36 / 24 x 6 = R$ 15,34Dias úteis: 24 Dias descansados: 6 Quadro 9 - Adicional noturno / Fonte: os autores. A seguir, demonstraremos os recibos de pagamento dos dois emprega- dos, mas, somente o da Fernanda terá alterações, pois o Bruno não teve trabalho noturno. Valor Total das Horas Noturnas ÷ Dias Úteis do mês x Dias Descansados = RSR Descrição da Imagem: A figura apresenta o esquema de cálculo do Repouso Semanal Remunerado - RSR, sobre as horas noturnas. Há um quadrado grande que contém em seu canto superior direito um retângulo menor, que representa o resultado final do cálculo. Pode-se ler no quadrado "Valor Total das Horas Noturnas, dividido pelos Dias Úteis do mês, vezes os Dias Descansados" e no retângulo de resultado se lê "igual ao RSR". Figura 3 - RSR sobre as horas noturnas / Fonte: os autores. 59 HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Código Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- con- tos Proven- tos Des- con- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 Soma Proventos/Descontos 1.596,70 0,00 6.207,50 0,00 Salário Líquido 1.596,70 6.207,50 Quadro 10 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos agora um recibo, ainda parcial, mas com o reflexo de horas extras, RSR, os adicionais de insalubridade e periculosidade e adicional noturno, caso houvesse a possibilidade de termos somente estas verbas, teríamos, então, o salário líquido da Fernanda em R$ 1.596,70 e do Bruno em R$ 6.207,50. Na soma dos proventos também temos um benefício, o salário-família. Este não é uma despesa da empresa, pois ela paga aos empregados, mas deduz do valor a pagar ao INSS, portanto, é uma despesa da Previdência em benefício ao trabalhador que tenha filhos menores de 14 anos e esteja enquadrado nas regras para concessão do benefício. Cabe ressaltar que este benefício não entra na base para o cálculo dos demais proventos, como horas extras, RSR e adicionais. Em 2021, as regras para o salário-família foram definidas pela Portaria SE- PRT/ME nº 477 de 12 de janeiro de 2021 (BRASIL, 2021, on-line), que, em seu Art. 4º, diz: UNIDADE 2 UNIDADE 2 60 “ Art. 4º O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2021, é de R$ 51,27 (cinquenta e um reais e vinte e sete centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 1.503,25 (um mil quinhen- tos e três reais e vinte e cinco centavos). § 1º Para fins do disposto neste artigo, considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição, ainda que resultante da soma dos salários de contribuição correspondentes a atividades simultâneas. § 2º O direito à cota do salário-família é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado no mês, independentemente do número de dias efetivamente trabalhados. § 3º Todas as importâncias que integram o salário de contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o décimo terceiro salário e o adicional de férias previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição, para efeito de definição do direito à cota do salário-família. § 4º A cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do empregado. Com base na referida portaria, segue tabela de valores: Remuneração Quota Até 1.503,25 R$ 51,27 Quadro 11 - Tabela salário-família a partir de 01/01/2021 / Fonte: Brasil (2021, on-line). Em função do valor da remuneração da tabela do salário-família, não teremos a inclusão desse salário no holerite da Fernanda Lima, em virtude do total dos proventos ser de R$ 1.596,70, e o Bruno não se enquadra nas regras da tabela. Até agora, você conheceu as verbas que compõem os proventos para a for- mação do salário bruto. Na sequência, aprenderemos quais são as verbas que constituem os descontos. Estes não são receitas do empregador, pois representam valores descontados dos empregados — por obrigatoriedade legal — para repas- 61 ses a um ou mais órgãos. São despesas do empregado que a legislação obriga, em nome desse empregado, que sejam recolhidas pelo empregador. Algumas verbas ficam com a empresa, como é o caso de desconto de vale-transporte ou adianta- mento de salário, mas, mesmo nesses casos, não serão receitas do empregador, afinal, são reembolsos de desembolsos feitos, anteriormente. No caso das faltas que, porventura, acontecerem, elas também deverão ser consideradas descontos porque, neste caso, o empregado não terá direito ao salário contratual integral. Os principais descontos são: INSS; IRRF; adianta- mento salarial; vale-transporte; contribuição sindical; faltas; pensão alimentícia judicial, entre outros. Então, veremos o que compreendem as faltas. Neste desenvolvimento prá- tico, temos a Fernanda com 3 faltas durante o mês, sendo que 2 foram em uma semana e 1 em outra. Estas informações são importantes porque, na semana que o empregado tiver uma ou mais faltas, terá o desconto do RSR, também, assim, teremos 3 dias de faltas e 2 dias de RSR a descontar, pois as faltas foram, somente, em 2 semanas. Para melhor entendimento, seguem as fórmulas para cálculo das faltas e RSR: Faltas: ValorTotal das Faltas Salário Base Dias doMês Quantidade� � � � � � �� � ddeDias Faltados� � RSR: ValorTotal doDescontodoRSR Salário Base Dias doMês Qu� � � � � � � � � � � aantidadedeDias deDescontroRSR� � � � � Para melhor entendimento, seguem os cálculos das faltas e RSR da Fer- nanda: Dados: Cálculo das Faltas: 1.300,00/30 = 43,33 43,33 x 3 = R$ 130,00 Fernanda Lima Salário Base: 1.300,00 Dias do mês: 30 UNIDADE 2 UNIDADE 2 62 Quantidade de faltas: 3 Cálculo RSR: 1.300,00/30 x 2 = R$ 86,67RSR: 2 dias Quadro 12 - Cálculo das faltas e RSR / Fonte: os autores. Desse modo, segue o demonstrativo para entendimento dos descontos que acontecerão sobre os salários da Fernanda e do Bruno. Assim, parti- remos do valor do salário bruto para a elaboração dos descontos. HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Código Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- contos Proven- tos Des- contos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 Soma Proventos/Descontos 1.596,70 216,67 6.207,50 0,00 Salário Líquido 1.380,03 6.207,50 Quadro 13 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos um recibo, ainda parcial, mas com o total do salário bruto e o desconto das faltas e RSR sobre faltas. Caso houvesse a possibilidade de termos apenas estas verbas, teríamos, então, o salário líquido da Fernanda em R$ 1.380,03 e do Bruno em R$ 6.207,50. 63 Conheceremos, neste momento, como funciona o cálculo do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. De acordo com o Regime Geral da Previdência Social – RGPS, o financiamento da seguridade social brasileira será feito por toda a socieda- de, de forma direta, pelas empresas e a entidade a ela equiparada, pelo empregador doméstico e o trabalhador empregado. São contribuintes segurados obrigatórios, além das empresas, as seguintes pessoas físicas: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. A Lei 8.212/91 (BRASIL, 1991, on-line) que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio e dá outras providências, em seus Art. 10 e 11, diz: “ Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Fe-deral e desta Lei, mediante recursos provenientes da União, dos Es- tados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é com- posto das seguintes receitas: I - receitas da União; II - receitas das contribuições sociais; III - receitas de outras fontes. Parágrafo único. Constituem contribuições sociais: a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou cre- ditada aos segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005) b) as dos empregadores domésticos; c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribui- ção; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005) d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. UNIDADE 2 UNIDADE 2 64 Neste desenvolvimento prático, estudaremos o pagamento ao INSS em dois mo- mentos: no cálculo do desconto dos empregados, o qual é descontado dos em- pregados, e no cálculo dos encargos por parte da empresa. Ambos são recolhidos à Previdência pela empresa, em guia apropriada. Com o objetivo de calcular o valor do INSS a descontar dos empregados, é necessário utilizar a tabela vigente, segue a de 2021: Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso a partir de 01/01/2021 Salário de Contribuição (R$) Alíquota (%) Até R$ 1.100,00 7,50% De R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 9,00% De R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 12,00% De R$ 3.305,23 até R$ 6.433,57 14,00% Quadro 14 - Tabela do INSS / Fonte: Brasil (2021, on-line). A fim de transmitir melhor entendimento, segue a maneira de calcular o INSS, conforme a tabela progressiva: 1º passo: 1.100,00 x 7,5% = 82,50 2º passo: 2.203,48 – 1.100,01 = 1.103,48 (valor excedente) 1.103,48 x 9% = 99,31 3º passo: 3.305,22 – 1.100,00 – 1.103,48 = 1.101,74 (valor excedente) 1.101,74 x 12% = 132,21 4º passo: 6.433,57 – 1.100,00 – 1.103,48 – 1.101,74 = 3.128,35 (valor exce- dente) 65 3.128,35 x 14% = 437,97 Total da Contribuição do INSS = 82,50 + 99,31 + 132,21 + 437,97 Total da Contribuição do INSS = R$ 751,99 O cálculo também demonstra o valor máximo de contribuição permitido pelo INSS para o ano de 2021: Total do Teto = 82,50 + 99,32 + 132,21 + 437,97 = R$ 751,99 O salário de contribuição que consta na tabela é a remuneração total que será utilizada como base de cálculo. Caso haja faltas descontadas, o valor das mesmas deve ser deduzido. A fim de encontrar a base de cálculo do INSS, não conside- ramos, também, o salário-família como salário de contribuição. Assim, temos: ■ Da colaboradora Fernanda Lima somaremos os proventos, e deduziremos as faltas e o RSR sobre faltas. Encontramos o valor de R$ 1.380,03, desse modo, segue o cálculo do INSS: Dados: Fernanda Lima Salário Bruto para a base do INSS: 1.380,03 Cálculos do INSS: 1º passo: 1.100,00 x 7,5% = R$ 82,50 2º passo: 1.380,03 – 1.100,01 = 280,02 (valor excedente) 280,02 x 9% = R$ 25,20 Total do INSS = 82,50 + 25,20 Total do INSS = R$ 107,70 Quadro 15 - Cálculo do INSS / Fonte: os autores. UNIDADE 2 UNIDADE 2 66 ■ Do colaborador Bruno Gonçalves somaremos os proventos e encontra- mos o valor de R$ 6.207,50. Sendo assim, segue o cálculo do INSS: Dados: Bruno Gonçalves Salário Bruto: 6.207,50 Cálculos do INSS: 1º passo: 1.100,00 x 7,5% = R$ 82,50 2º passo: 2.203,48 – 1.100,00 = 1.103,48 (valor excedente) 1.103,48 x 9% = R$ 99,31 3º passo: 3.305,22 – 1.100,00 – 1.103,48 = 1.101,74 (valor excedente) 1.101,74 x 12% = R$ 132,21 4º passo: 6.207,50 – 1.100,00 – 1.103,48 – 1.101,74 = 2.902,28 (valor excedente) 2.902,28 x 14% = R$ 406,32 Total do INSS = 82,50 + 99,31 + 132,21 + 406,32 Total do INSS = R$ 720,34 Quadro 16 - Cálculo do INSS / Fonte: os autores. Portanto, com base nos valores do INSS da Fernanda e do Bruno, segue o demonstrativo: HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Código Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Descon- tos Proven- tos Des- contos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 67 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 201 INSS descontado 0,00 107,70 0,00 720,34 Soma Proventos/Descon- tos 1.596,70 324,37 6.207,50 720,34 Salário Líquido 1.272,33 5.487,16 Quadro 17 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Temos agora, um recibo quase finalizado. Caso não houvesse mais descontos, teríamos, então, o salário líquido da Fernanda em R$ 1.272,33 e do Bruno em R$ 5.487,16, mas faltam dois itens: o IRRF e o vale-transporte. Verificaremos, primeiro, o Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF. As pessoas físicas fazem a declaração de imposto de renda nos meses de março e abril, referente aos recebimentos do ano anterior, no entanto o pagamento do imposto de renda é feito mensalmente, por meio do desconto nos salários. Para calcular o imposto de renda a ser retido dos empregados e recolhido ao governo, devemos utilizar a Tabela Progressiva Mensal. Consideremos, para os cálculos, os salários de abril/2021, conforme segue: Tabela Progressiva do IRRF - Incidência mensal a partir de 01/2021 Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Valor a deduzir De 0,00 até 1.903,98 Isento De 1.903,99 até 2.826,65 7,50% R$ 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15,00% R$ 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,50% R$ 636,13 a partir de 4.664,68 27,50% R$ 869,36 Dedução por Dependente: R$189,59 Quadro 18 - Tabela do IRRF / Fonte: adaptado de Brasil (2007, on-line). UNIDADE 2 UNIDADE 2 68 Além do valor por dependente, também poderá ser deduzido da base de cálculo do IRRF — conforme a letra “c” do parágrafo 1º do Art. 25 da Lei nº 7.713 de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pela Lei nº 8.269 de 16 de dezembro de 1991 — “o valor da contribuição paga, no mês para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 1991, on-line). Pela tabela, vemos que os empregados que têm ganhos de até R$1.903,98 estão isentos de IRRF, portanto, a colaboradora Fernanda não terá des- conto de IRRF, mas, quanto ao colaborador Bruno, precisamos calcular. Utilizaremosa Tabela Progressiva Mensal e calcularemos o valor a ser descontado: IRRF Bruno Gonçalves Soma dos proventos 6.207,50 (-) INSS descontado 720,34 (-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77 Base de cálculo 4.918,39 Alíquota de acordo com a tabela 27,50% Cálculo preliminar do IRRF 1.352,56 Valor a deduzir de acordo com a tabela 869,36 IRRF a descontar do empregado 483,20 Quadro 19 - Cálculo IRRF de Bruno Gonçalves / Fonte: os autores. HOLERITE Apuração Salário Líqui- do Empregados Có- di- go Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- contos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 69 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 201 INSS descontado 0,00 107,70 0,00 720,34 202 IRRF 0,00 0,00 0,00 483,20 Soma Proventos/Des- contos 1.596,70 324,37 6.207,50 1.203,54 Salário Líquido 1.272,33 5.003,96 Quadro 20 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. Estamos quase no final dos demonstrativos de pagamento dos dois colaborado- res, falta, apenas, o desconto de vale-transporte. Por enquanto, o salário líquido da Fernanda é de R$ 1.272,33 e o do Bruno é de R$ 5.003,96. Por fim, temos o vale-transporte. A Lei nº 7.418/1985, que o instituiu, com alterações inseridas pela Lei nº 7.619/1987, diz que o desconto de vale-transporte corresponde a 6% do salário base, caso o gasto da empresa com a compra dos passes seja maior do que o valor equivalente a este percentual, ou, se o gasto for menor do que 6% do salário base, a empresa poderá cobrar o efetivo custo. Exemplificando: se o empregado utiliza 50 vezes o transporte, por mês, ao custo de R$ 4,30 cada, a empresa desembolsa R$ 215,00 para adquirir o cartão ou o vale-transporte, se o salário for R$ 1.100,00, multiplicamos por 6% e encon- tramos o valor R$ 66,00. Neste caso, o custo da empresa foi de R$ 149,00, então, o desconto poderá ser de R$ 66,00. Se o custo de R$ 215,00 fosse menor do que o valor obtido no cálculo dos 6%, poderia ser descontado o custo efetivo. Veremos alguns artigos da Lei 7.418/1985 (BRASIL, 1985, on-line) com alte- rações inseridas pela Lei 7.619/1987 (BRASIL, 1987, on-line): UNIDADE 2 UNIDADE 2 70 “ Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, que o empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os servi- ços seletivos e os especiais (BRASIL, 1987, on-line). Art. 2º - O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites de- finidos, nesta Lei, no que se refere à contribuição do empregador: (Renumerado do art. 3º, pela Lei 7.619, de 30.9.1987) a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos; b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; c) não se configura como rendimento tributável do trabalhador. Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vales-Transportes necessários aos desloca- mentos do trabalhador no percurso residência-trabalho e vice-ver- sa, no serviço de transporte que melhor se adequar. (Renumerado do art. 5º, pela Lei 7.619, de 30.9.1987) Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de desloca- mento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico (Renume- rado do art. 5º, pela Lei 7.619, de 30.9.1987). Calcularemos, então, o desconto do vale-transporte da colaboradora Fernanda: Vale-transporte Fernanda Lima Gasto com a compra (48 x R$ 4,30) 206,40 Salário Base 1.300,00 Alíquota de desconto 6% 71 Valor a descontar (salário x 6%) 78,00 Valor efetivo a descontar (o menor dos dois) 78,00 Custo da empresa 128,40 Quadro 21 - Cálculo vale-transporte de Fernanda Lima / Fonte: os autores. HOLERITE Apuração Salário Líquido Empregados Códi- go Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- contos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 201 INSS descontado 0,00 107,70 0,00 720,34 202 IRRF 0,00 0,00 0,00 483,20 102 Vale-transporte 0,00 78,00 0,00 0,00 Soma Proventos/Descon- tos 1.596,70 402,37 6.207,50 1.203,54 Salário Líquido 1.194,33 5.003,96 Quadro 22 - Recibo de pagamento de salário / Fonte: os autores. UNIDADE 2 UNIDADE 2 72 Com base no último demonstrativo apresentado, referente ao recibo de paga- mento, vimos que o salário líquido da Fernanda é de R$ 1.194,33 e o do Bruno de R$ 5.003,96. Finalmente, chegamos à última verba que pode ser considerada no grupo dos descontos, caso o funcionário faça a opção. Assim, temos a contribuição sindi- cal. A Lei nº 13.467/2017, que representa a Reforma Trabalhista, instituiu várias mudanças para a obrigatoriedade da contribuição sindical. Esta tem como objeti- vo custear as atividades essenciais das entidades sindicais, assim, a sua finalidade é defender os interesses das categorias, por meio da representatividade perante as autoridades, os órgãos governamentais, entre outros. Nesse contexto, os Art. 578 e 579 da CLT, pela Lei 13.467/2017 (BRASIL, 2017, on-line), passa a contribuição sindical facultativa, sendo assim, retira-se a sua natureza tributária e o seu enquadramento visto pelo Art. 149 da Constituição Federal (BRASIL, 1988, on-line). Porém, independentemente de realização de assembleia ou previsão estatutária, a cobrança da contribuição sindical ocorre, anualmente, sempre no mês de janeiro, cuja base de cálculo é o capital social das organizações. Contudo, conforme o Art. 589 da CLT (BRASIL, 2017, on-line), os NOVAS DESCOBERTAS Título: Gestão de Pessoas Autor: Gilson José Fidelis Editora: Érica Sinopse: Gilson José Fidelis apresenta, neste livro, a visão de como funciona a Gestão de Pessoas, as rotinas e inovações do Departamento de Pessoal nas organizações. Desse modo, também aborda as novas tecno- logias e os sistemas de informação estratégicas, tais como os sistemas de controle das obrigações sociais e trabalhistas. Além disso, demonstra as no- vas modalidades de contratação, desburocratização e informação de docu- mentos e registros do empregador, a escrituração fiscal e digital da folha de pagamento, entre vários outros assuntos relacionados com o Departamento do Pessoal. Comentário: todos os conteúdos apresentados no livro têm, como base, a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e a Declaração de Direitos de Liber- dade Econômica (Lei nº 13.874/2019). 73 valores arrecadados serão distribuídos da seguinte forma: 60% será para o sin- dicato que representa a categoria, 20% para a Conta Especial Emprego e Salário – CEES do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM, 15% à federação estadual e 5% à Confederação. Em relação à contribuição, entretanto, por parte dos empregados, a contribui- ção sindical torna-se opcional, ou seja, o trabalhador só paga essa taxa se quiser realizar a contribuição. Portanto, o funcionário deve autorizar a organização onde trabalha a fazer o desconto (sobre o valor do salário bruto) e repassar ao sindicato. À vista detudo que foi apresentado, anteriormente, sobre as verbas de pro- ventos e descontos em relação aos salários de Fernanda e Bruno, temos o salário líquido final dos dois colaboradores: ■ Fernanda Lima: R$ 1.194,33. ■ Bruno Gonçalves: R$ 5.003,96. Para finalizar o processo da folha de pagamento, agora, conheceremos o resumo da folha. A fim de atender à legislação, as empresas devem fazer diversas decla- rações e transmissão de informações aos órgãos governamentais referentes à movimentação de empregados e aos valores do resumo da folha de pagamento, a todas essas atividades denominamos obrigação acessória, considerando que a obrigação principal está na relação de trabalho com os empregados. A elaboração da folha de pagamento, tanto individual (recibo de pagamento) quanto o resumo que lista todos os empregados, diretores, sócios-administradores e, inclusive, os autônomos que prestaram serviços à empresa durante o período, é obrigatória pela legislação, mas, mesmo que não houvesse esta obrigatoriedade, seria impossível manter o controle sobre todas as verbas e detalhes que envolvem as rotinas trabalhistas sem elaborar o recibo de pagamento e o resumo da folha. O inciso I do Art. 225 do Decreto-Lei nº 3.048/1999 (BRASIL, 1999, on-line) trata dessa obrigatoriedade: “ Art. 225. A empresa é também obrigada a:I - preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pa- gamentos. UNIDADE 2 UNIDADE 2 74 Desse modo, temos a apuração do salário líquido – resumo. Assim, con- siderando nesta aplicação prática que a empresa tem dois colaboradores, aqueles que foram utilizados para elaborar os recibos de pagamento de salário, o resumo da folha é o seguinte: RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO REFERENTE AO MÊS DE ABRIL DE 2021 Apuração Salário Líquido Empregados Total Código Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- con- tos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 5.700,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 390,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 97,50 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 220,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 1.320,00 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 61,36 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 15,34 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 130,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 86,67 201 INSS descontado 0,00 107,70 0,00 720,34 828,04 202 IRRF 0,00 0,00 0,00 483,20 483,20 102 Vale-transporte 0,00 78,00 0,00 0,00 78,00 Soma Proventos/Descontos 1.596,70 402,37 6.207,50 1.203,54 - Salário Líquido 1.194,33 5.003,96 6.198,29 Quadro 23 - Resumo da folha de pagamento / Fonte: os autores. 75 Em continuidade, conheceremos os encargos parte da empresa. Além de fazer o cálculo das verbas trabalhistas demonstradas nos recibos de pagamento e no resumo, onde consta a contribuição do empregado ao INSS, a empresa tem, como despesa própria, a sua contribuição ao INSS e, também, o depósito na conta vin- culada do FGTS do empregado. Em relação ao FGTS, a empresa pode se basear na Lei nº 8.036/1990 (BRASIL, 1990, on-line), a fim de fazer o entendimento dos seus regulamento e alíquota. Para o INSS Patronal, é necessário entrar na página do Instituto Nacional do Seguro Social e consultar a alíquota de acordo com o regime tributário da empresa. Segue tabela com estes valores: ENCARGOS PARTE DA EMPRESA Códi- go Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves TotalBase Cálculo Valor Base Cálculo Valor 501 INSS Empresa – 20% 1.380,03 276,00 6.207,50 1.241,50 1.517,50 502 FGTS – 8% 1.380,03 110,40 6.207,50 496,60 607,00 Quadro 24 - Encargos trabalhistas / Fonte: os autores. Com a finalidade de ter melhor identificação das verbas trabalhistas no holerite, as empresas usam códigos de identificação para cada verba calculada, então, cada software cria o seu próprio código. Sendo assim, 502 identifica a verba referente ao FGTS, contudo cada empresa tem o seu. Na sequência, conforme os valores apresentados no Quadro 24, a base de cálculo da Fernanda é referente ao valor dos proventos menos o valor das faltas e RSR sem faltas. E, para o funcionário Bruno, utilizamos o valor total dos pro- ventos como base. Assim, os custos mensais de uma empresa com os seus cola- boradores são compostos pela remuneração direta, pelos encargos e provisões, entretanto, aqui, não abordaremos as provisões, pois serão objeto de estudo em outro momento. UNIDADE 2 UNIDADE 2 76 Caro(a) aluno(a), além de aprender o processo de cálculo das verbas que compõem os proventos e os descontos referentes aos salários dos colaboradores de uma orga- nização, também conheceremos como funciona a contabilização do resumo da folha. O nosso resumo da folha mostra uma empresa com apenas dois empregados, mas com verbas positivas (proventos) e negativas (descontos) bem extensa, desse modo, podemos demonstrar a contabilização de forma bem completa. Depois de desenvolvermos os cálculos de cada uma das verbas, elaboramos o resumo da folha, pois os lançamentos não precisam ser feitos por empregado, mas de forma global ou por departamento, quando for o caso. Os nossos dois empregados são do departamento administrativo, portanto, a contabilização da folha não precisa ser departamentalizada, todas as contas de despesas serão em despesas administrativas. Utilizaremos, para esta contabiliza- ção, o plano de contas disponível no Anexo I deste livro. RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO REFERENTE AO MÊS DE ABRIL DE 2021 Apuração Salário Líquido Empregados Total Código Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Proven- tos Des- con- tos Proven- tos Descon- tos 001 Salário Base 1.300,00 0,00 4.400,00 0,00 5.700,00 002 Horas Extras 50% 0,00 0,00 390,00 0,00 390,00 003 RSR s/ H. E. 50% 0,00 0,00 97,50 0,00 97,50 011 Ad. Insalubridade 220,00 0,00 0,00 0,00 220,00 012 Ad. Periculosidade 0,00 0,00 1.320,00 0,00 1.320,00 Com base nos conteúdos abordados, você deve estar se perguntando: qual é a diferença entre RH e Departamento de Pessoal? O RH visa à gestão das pessoas em determinada empresa, e o Departamento de Pessoal tem o foco nas atividades administrativas e buro- cráticas na relação empregado versus empregador. PENSANDO JUNTOS 77 013 Ad. Noturno 61,36 0,00 0,00 0,00 61,36 006 RSR s/ Ad. Noturno 15,34 0,00 0,00 0,00 15,34 101 Faltas 0,00 130,00 0,00 0,00 130,00 110 RSR s/ Faltas 0,00 86,67 0,00 0,00 86,67 201 INSS descontado 0,00 107,70 0,00 720,34 828,04 202 IRRF 0,00 0,00 0,00 483,20 483,20 102 Vale-transporte 0,00 78,00 0,00 0,00 78,00 Soma Proventos/Descontos 1.596,70 402,37 6.207,50 1.203,54 - Salário Líquido 1.194,33 5.003,96 6.198,29 Quadro 25 - Resumo da folha de pagamento / Fonte: os autores. Para melhor efeito didático, faremos lançamentos de 1ª fórmula (um débito e um crédito), pois, assim, os saldos das contas vão sendo formados com o registro dos fatos individualizados. Os salários representam despesas para a empresa e, ao mesmo tempo, uma dívida com o empregado (caso o pagamento não seja feito dentro do mês traba- lhado, situação mais comum). Essa dívida será paga até o quinto dia útil do mês seguinte, entretanto, nas demonstrações de cada mês, inclusive as de dezembro, é uma obrigação trabalhista no passivo. O lançamento é o seguinte: Data Conta Deve- dora Conta Cre- dora Histórico Valor 30/04/21 Salários e Ordenados (DRE) Salários a pagar (Pas- sivo) Valor referente a Folha de Pagamen- to 04/2021 - Salá- rios 5.700,00 Quadro 26 - Lançamento dos salários no diário / Fonte: os autores. No nosso Plano de Contas, não temos contas específicas para horas extras, adicio- nais de periculosidade, insalubridade e noturno e o respectivo repouso semanal remunerado de cada um, por isso, utilizaremos as mesmas contas, mas faremos lançamentos separados, com a finalidade evidenciar o registro de cada verba. UNIDADE 2 UNIDADE2 78 Data Conta De- vedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 Horas Ex- tras (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - Horas Extras 50% 390,00 30/04/21 Horas Ex- tras (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - RSR sobre Horas Extras 50% 97,50 30/04/21 Salários e Ordenados (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - Adicional de Insalubridade 220,00 30/04/21 Salários e Ordenados (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - Adicional de Periculosidade 1.320,00 30/04/21 Salários e Ordenados (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - Adicional Noturno 61,36 30/04/21 Salários e Ordenados (DRE) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - RSR sobre Adicional Noturno 15,34 Quadro 27 - Lançamento dos adicionais, RSR e horas extras no diário / Fonte: os autores. Apenas para conhecimento, porque não está no nosso resumo da folha de paga- mento, apresentaremos o lançamento contábil do salário-família. De acordo com a legislação, esta verba é creditada ao empregado pela empresa, mas quem paga é a Previdência Social, então, muito embora seja paga ao empregado pelo emprega- dor, não representa uma despesa própria. Na guia de pagamento da Previdência, o empregador desconta o valor do salário-família do valor a pagar. Assim sendo, o lançamento contábil representa uma diminuição do valor da conta de INSS a pagar 79 e um aumento na conta Salários a Pagar. Desse modo, apenas para apresentação do lançamento contábil, segue o mesmo, no quadro, a seguir, sem valor em função de não ter inserido em nenhum dos funcionários exemplificados: Data Conta De- vedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 INSS a recolher (Passivo) Salários a pagar (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 – Salário-Família 0,00 Quadro 28 - Lançamento salário-família no diário / Fonte: os autores. As duas primeiras verbas de desconto referem-se a faltas injustificadas ocorridas durante o mês. Tanto o valor específico do dia da falta quanto o respectivo RSR têm o mesmo tratamento — é o lançamento inverso ao valor do salário —, por- tanto, é um dos poucos lançamentos irregulares que fazemos: crédito em uma conta de despesa. Esta exceção só ocorre porque estamos fazendo um lançamento de reversão ou recuperação da despesa, anteriormente, lançada. Data Conta De- vedora Conta Cre- dora Histórico Valor 30/04/21 Salários a pagar (Pas- sivo) Salários e Ordenados (DRE) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - Faltas 130,00 30/04/21 Salários a pagar (Pas- sivo) Salários e Ordenados (DRE) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - RSR sobre Faltas 86,67 Quadro 29 - Lançamento das faltas no diário / Fonte: os autores. O INSS aparece em diversas situações nas rotinas trabalhistas. Neste momento, estamos falando da contribuição ao INSS que é despesa do empregado, é o valor que a empresa desconta do empregado para recolher à Previdência. UNIDADE 2 UNIDADE 2 80 Data Conta De- vedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 Salários a pagar (Pas- sivo) INSS a recolher (Passivo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - INSS descontado 828,04 Quadro 30 - Lançamento do INSS descontado no diário / Fonte: os autores. O IRRF também é despesa do empregado, é o valor que a empresa desconta do empregado para recolher à Receita Federal. Portanto, a origem do fato está na conta do Imposto de Renda a Recolher, e a aplicação também está na conta Sa- lários a Pagar, reduzindo o seu valor. Data Conta De- vedora Conta Cre- dora Histórico Valor 30/04/21 Salários a pagar (Pas- sivo) IRRF a reco- lher (Passi- vo) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 - IRRF 483,20 Quadro 31 - Lançamento do IRRF no diário / Fonte: os autores. O valor do vale-transporte que a legislação permite ser descontado do empregado pode ser registrado de várias formas. Estamos considerando, aqui, que o valor total dos vales-transportes comprados pela empresa foi lançado, diretamente, na Despesa Vale-Transporte, por isso, estamos creditando essa conta, porque o valor descontado do empregado representa uma recuperação de despesa. Data Conta De- vedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 Salários a pagar (Pas- sivo) Vale-trans- porte (DRE) Valor referente à Folha de Pagamento 04/2021 – Vale-transporte 78,00 Quadro 32 - Lançamento do desconto de vale-transporte no diário / Fonte: os autores. Agora, lançaremos os valores dos encargos sociais: INSS (parte da empresa) e FGTS. Ao contrário do INSS descontado dos empregados, que consta no recibo de pagamento e no resumo da folha, este INSS é despesa própria da empresa, portanto, registrado em uma conta de resultado. Utilizaremos a mesma conta 81 a crédito, mas a conta a débito será no grupo Despesas Operacionais, Despesas Administrativas. Sendo assim, apresentaremos a contabilização dos valores do INSS Patronal de R$ 1.517,50 e do FGTS de R$ 607,00. Data Conta Deve- dora Conta Cre- dora Histórico Valor 30/04/21 INSS (DRE) INSS a recolher (Passivo) Valor referente aos Encargos Trabalhis- tas 04/2021 - INSS 1.517,50 30/04/21 FGTS (DRE) FGTS a recolher (Passivo) Valor referente aos Encargos Trabalhis- tas 04/2021 - FGTS 607,00 Quadro 33 - Lançamento dos encargos sociais no diário / Fonte: os autores. Por fim, apresentamos todos os lançamentos contábeis referentes ao resumo da folha de pagamento e, também, dos encargos da empresa. Verificamos, na unidade, as principais verbas que acontecem na geração da folha de pagamento no decorrer do mês, em uma empresa. Nesse contexto, podemos re- fletir sobre os conteúdos que Alex e Maria Eduarda precisam conhecer para ajudar a organização no processo da folha de pagamento e na contabilização da mesma. Com base em diversas leis e normas, o Alex precisa rever o sistema que realiza o cálculo das verbas, a fim de encontrar os erros e realizar a parametri- zação de forma correta, principalmente, em relação às tabelas de INSS e IRRF. Já Maria Eduarda necessita rever as normas bem como os procedimentos da Contabilidade para escolher a forma mais prática de contabilizar as verbas que constituem toda a folha de pagamento. Por fim, com base em todos estes conhecimentos, Alex e Maria Eduarda conseguirão apurar, corretamente, os saldos dos salários dos funcionários. Aqui, apresentaremos um bate-papo sobre o processo que envolve as rotinas trabalhistas dentro de um escritório de Contabi- lidade. Então, trago um profissional da área para esta conversa. UNIDADE 2 82 1. O holerite representa o comprovante de pagamento que será entregue até o quinto dia útil de cada mês aos funcionários. Contudo esse comprovante também é deno- minado resumo de pagamento, ou seja, apresenta todas as informações referentes às verbas trabalhistas que são usadas para a composição do salário líquido. Desse modo, temos a Maria, que é assistente financeira em uma clínica médica. O seu salário bruto é de R$ 1.100,00 e, no seu holerite vêm informados os seguintes descontos: - R$ 82,50 referente ao INSS Folha. - 1,5% referente ao sindicato de sua categoria. Com base nessas informações e, sabendo que Maria optou por permitir o desconto referente à contribuição sindical, assinale a alternativa que representa o valor de seu salário líquido: a) R$ 999,00. b) R$ 1.001,00. c) R$ 1.017,50. d) R$ 1.083,00. e) R$ 1.100,00. 2. Em novembro de 2020, a empresa Global Software Ltda. não precisou fazer alte- rações nos cálculos dos salários dos seus funcionários, em função de a jornada de trabalho ficar igual ao mês de outubro. Nesse contexto, no processo de cálculo da folha de pagamento, também não houve a verba referente ao IRRF, em virtude de não alcançar o valor para incidência da mesma. Portanto,em relação à folha de pa- gamento do mês de novembro, temos as seguintes informações: - Salários e ordenados: R$ 80.000,00. - Horas extras trabalhadas: R$ 15.000,00. - INSS patronal a 28,8%. - INSS do segurado a 14%. - FGTS do segurado a 8%. A partir dos dados apresentados, assinale a alternativa que representa o valor da despesa mensal com a folha de pagamento: 83 a) R$ 34.960,00. b) R$ 95.000,00. c) R$ 102.600,00. d) R$ 122.360,00. e) R$ 129.960,00. 3. Em abril de 2020, a Clean Serviços Domésticos, uma organização do ramo de limpe- za, relacionou informações sobre as verbas trabalhistas que incidiram na folha de pagamento: - Salários: R$ 20.000,00. - INSS patronal a 22%. - Previdência Social dos empregados a 9%. - FGTS do segurado a 8%. - Salário-família R$ 102,54. De acordo com os dados apresentados, assinale a alternativa que representa o valor da despesa da organização em relação à folha de pagamento do mês de abril: a) R$ 23.994,92. b) R$ 24.405,08. c) R$ 26.000,00. d) R$ 26.205,08. e) R$ 28.005,08. 84 4. Na composição da folha de pagamento, temos as verbas que representam os des- contos. Desse modo, os descontos são os valores devidos pelos funcionários e que a empresa tem a obrigação de descontar e repassar para as entidades, como a Pre- vidência Social. A organização Malu Comércio de Roupas Ltda. tem uma estrutura organizacional dividida em setores para melhor distribuição dos empregados, todavia esta separação em setores reflete a divisão no resumo da folha de pagamento da empresa. Portanto, em relação ao processo de contabilização da folha de pagamento, assinale a alternativa que representa o lançamento contábil do desconto do INSS dos funcionários referente ao departamento comercial: a) Débito: INSS (custo); crédito: INSS a recolher (ativo). b) Débito: INSS a recolher (passivo); crédito: INSS (despesa). c) Débito: salários a pagar (passivo); crédito: INSS a recolher (passivo). d) Débito: salário (despesa); crédito: salários a pagar (passivo). e) Débito: salários a pagar (passivo); crédito: INSS Patronal a recolher (passivo). 5. Um dos descontos frequentes no holerite é o IRRF. Este imposto tem, como base de cálculo, a subtração do valor do INSS e dos dependentes legais. Dessa forma, a orga- nização Flor de Liz Moda Confecções Ltda. elaborou a folha de pagamento referente ao mês 03/2020 e verificou que existem valores de IRRF para serem descontados dos seus funcionários. Sendo assim, assinale a alternativa que indica o lançamento contábil do IRRF na folha de pagamento: a) Débito: IRRF (custo); crédito: IRRF a recolher (ativo). b) Débito: IRRF a recolher (passivo); crédito: IRRF (despesa). c) Débito: salários a pagar (passivo); crédito: IRRF a recolher (passivo). d) Débito: salário (despesa); crédito: IRPJ a pagar (passivo). e) Débito: salários a pagar (ativo); crédito: IRPJ a recolher (despesa). 85 6. Todas as empresas no momento da elaboração da folha de pagamento devem rea- lizar os descontos legais nos salários dos funcionários. Assim, nessa elaboração, temos as verbas denominadas proventos e descontos. Desse modo, assinale a al- ternativa que indica uma verba de desconto que pode aparecer no resumo da folha de pagamento: a) Salário-família. b) Vale-transporte. c) Adicional de insalubridade. d) Comissões. e) Salário-maternidade. 7. A organização Mega Mega Calçados Ltda. tem um número expressivo de empregados na sua linha de produção e no setor administrativo. Todos os meses, a organização realiza a elaboração da folha de pagamento por departamento. Assim, no mês de outubro de 2020, a empresa apresentou as seguintes informações em relação à soma total de todos os setores: - Salários e ordenados: R$ 225.000,00. - Horas extras trabalhadas: R$ 61.363,64. - DSR: R$ 9.440,56. - INSS patronal a 23%. - INSS segurado a 11%. - FGTS do segurado a 8%. Na folha de pagamento de novembro de 2020, houve o cálculo do adicional noturno no valor total de R$ 35.000,00. Dessa forma, com base nas informações apresenta- das, assinale a alternativa que indica o total das despesas por parte da organização em 30/11/2020: a) R$ 295.804,20. b) R$ 330.807,20. c) R$ 357.268,54. d) R$ 406.889,17. e) R$ 433.353,50. 3Rotinas Trabalhistas e Contabilização – Parte II Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Me. José Manoel da Costa Nesta unidade, serão apresentados os itens que faltam em relação às rotinas trabalhistas. Assim, trataremos do 13º salário, das férias e da rescisão de contrato. Nesse contexto, discorreremos sobre as re- gras necessárias para o cálculo e a contabilização de cada um desses assuntos. Constataremos que o 13º salário é um direito garantido, que as férias correspondem a um período de descanso anual que o empregado tem direito e que a rescisão de contrato se refere ao final do vínculo empregatício do empregado com a empresa. UNIDADE 3 88 Uma organização do ramo industrial de alimentos precisava realizar a demissão de vários funcionários em virtude da situação econômica que enfrentava o país. Assim, os diretores da empresa foram conversar com o responsável pelo setor de Recursos Humanos, a fim de saber o valor monetário que seria necessário para a realização das dispensas desses colaboradores. Contudo, o gerente do setor de Recursos Humanos comentou com um dos diretores que seria necessário fazer uma simulação das demissões para levantar o valor total de todas as rescisões de contrato. Ele precisava saber qual seria a modalidade para a formalização das rescisões. Em conjunto com a diretoria, houve a definição da modalidade “Demissão Sem Justa Causa”, que promoveria a liberação dos direitos dos trabalhadores. Diante da situação, o gerente de Recursos Humanos pediu para que o funcio- nário Marcos realizasse as simulações para o levantamento dos valores das demis- sões. Com base nas informações apresentadas, faço o seguinte questionamento: quais verbas trabalhistas estariam sendo calculadas no processo de rescisão de contrato dos funcionários envolvidos? O funcionário Marcos era o responsável pela geração da folha de pagamento mensal da instituição. Desse modo, sabia quais verbas deveriam ser consideradas nas Demissões Sem Justa Causa. A Demissão Sem Justa Causa é uma forma de encerrar o contrato de trabalho, ou seja, é uma maneira de dispensar o funcionário por parte da empresa. Nesse sentido, os cálculos devem ser realizados com base nos direitos dos trabalhadores, incluindo o saldo de salário, o aviso prévio indenizado, as férias vencidas com 1/3, as férias proporcionais com 1/3, o 13º salário proporcional, o saque do FGTS e a liberação do seguro desemprego. Logo, Marcos deveria observar, na legislação trabalhista, o que poderia considerar para realizar os cálculos voltados às verbas trabalhistas. Com base nos dados citados, quais seriam os procedimentos que Marcos de- veria realizar para a simulação das rescisões? Quais seriam os cálculos necessários para a apuração dos valores das rescisões? Elenque, em seu diário de bordo, todas as informações que encontrou em sua pesquisa. Em sua pesquisa, você deve ter encontrado várias informações sobre o que Marcos precisa para realizar os procedimentos e os cálculos voltados às rescisões. Espero que você também tenha encontrado os itens expostos a seguir: ■ Relação dos funcionários que serão demitidos pela empresa. ■ Verificação do tempo de contrato de trabalho de cada funcionário. 89 ■ Verificação das datas de admissão de cada funcionário para verificação do aviso prévio. ■ Data de encerramento do contrato de trabalho. ■ Verificação de férias vencidas. ■ Levantamento do extrato do FGTS de cada funcionário para apurar o saldo rescisório para o pagamento da multa do FGTS. ■ Elaboração das rescisões de cada funcionário. De acordo com as informações necessárias para a realização dos cálculos voltados às rescisões de trabalho, são válidas as seguintes reflexões sobre o assunto: ■ Quais são os direitos dos trabalhadorespela modalidade Demissão Sem Justa Causa? ■ Os funcionários terão direito ao seguro-desemprego? ■ Quanto tempo leva para a liberação do valor do FGTS aos funcionários? ■ Qual é o prazo para o pagamento das rescisões de contrato? Para finalizarmos o estudo em relação às rotinas trabalhistas, é necessário apre- sentar a forma de cálculo e a contabilização do 13º salário, das férias e da rescisão de contrato. Assim, iniciaremos pelo 13º salário. O 13º salário ou gratificação de Natal foi instituído em 1962 por meio da Lei nº 4.090. Em 1965, a Lei nº 4.749 trouxe alterações à Lei 4.090 e o Decreto nº 57.155 proporcionou a regulamen- tação da lei (BRASIL, 1965). UNICESUMAR UNIDADE 3 90 O 13º salário, como ficou conhecido, deve ser pago pelo empregador ao em- pregado urbano, rural, doméstico, avulso ou temporário que trabalha por, pelo menos, um mês (considerando “mês” a fração igual ou superior a quinze dias) do ano, a uma razão de 1/12 ou 8,3333% do salário de dezembro por mês trabalhado. Portanto, o empregado que for admitido no dia 16 de dezembro terá direito a 1/12 do salário enquanto 13º salário. O 13º salário será pago em duas parcelas: a primeira pode ser paga de fevereiro a 30 de novembro, enquanto a segunda pode ser efetuada até o dia 20 de dezembro (BRASIL, 1965). O valor a ser pago como 13º salário tem como base o valor do salário con- tratual de dezembro. Contudo, quando há remuneração variável (horas extras e comissões, por exemplo), as verbas deverão ser consideradas no cálculo da média para, depois, somar-se ao salário fixo do mês de dezembro (BRASIL, 1965). É facultado aos empregados solicitar, em janeiro de cada ano, o recebimento da primeira parcela do 13º salário em conjunto com as verbas das férias em qualquer mês entre fevereiro e novembro, desde que tenha requerido (BRASIL, 1965). Agora, verificaremos o cálculo da primeira parcela do 13º salário. Para tanto, calcularemos a primeira e a segunda parcela do 13º salário que deverão ser pagas a um colaborador fictício. A seguir, é apresentado o cálculo da média de horas extras e a média de RSR s/horas extras. BRUNO GONÇALVES ■ Função: gerente administrativo. ■ Salário mensal (base): 4.400,00. ■ Carga horária mensal: 220 horas. ■ Horas extras em abril/2021: 10 horas. Para fins de cálculo da primeira parcela, é preciso considerar os meses de janeiro a outubro. Dessa forma, temos os cálculos expostos a seguir para as médias. Média Horas Extras = Total de Horas Extras (janeiro a outubro) / 10 meses Média Horas Extras = 10 / 10 Média Horas Extras = 1 hora Quadro 1 - Cálculo da média de horas extras sobre o 13º salário / Fonte: os autores. 91 Após o cálculo da média, devemos encontrar o valor da hora de trabalho do empregado, considerando o acréscimo de 50%. Valor da Hora de Trabalho = Salário-Base / Regime de horas Valor da Hora de Trabalho = 4.400,00 / 220 Valor da Hora de Trabalho = 20,00 por hora de trabalho Em seguida, devemos fazer o acréscimo legal de 50% sobre a hora: Valor da Hora de Trabalho = 20,00 + 50% Valor da Hora de Trabalho = 30,00 por hora de trabalho Quadro 2 - Cálculo da média de horas extras sobre o 13º salário / Fonte: os autores. Agora, podemos encontrar o valor da média das horas extras com base nos va- lores calculados. Média Horas Extras = 1 hora x 30,00 Média Horas Extras = 30,00 Quadro 3 - Cálculo da média de horas extras sobre o 13º salário / Fonte: os autores. A seguir, realizamos o cálculo referente à média RSR sobre horas extras. Média RSR s/ H.E. = Média da Horas Extras / Dias Úteis x Dias Descansados Média RSR s/ H.E. = 30,00 / 26 x 4 Média RSR s/ H.E. = 4,62 Quadro 4 - Cálculo da média RSR sobre horas extras do 13º salário / Fonte: os autores. No quadro a seguir, segue a base de cálculo para o 13º salário por funcionário. Base para cálculo do 13º salário de 2021 Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Salário de Dezembro 1.300,00 4.400,00 Média Horas Extras 50% 30,00 Média RSR s/ H.E. 50% 4,62 Ad. Insalubridade 220,00 Ad. Periculosidade 1.320,00 Média Ad. Noturno 20,48 UNICESUMAR UNIDADE 3 92 Base para cálculo do 13º salário de 2021 Descrição Fernanda Lima Bruno Gonçalves Média RSR Ad. Noturno 3,15 TOTAIS 1.543,64 5.754,62 Valor da 1ª parcela 771,82 2.877,31 Valor da 2ª parcela 771,82 2.877,31 Quadro 5 - Base para cálculo do 13º salário / Fonte: os autores. FUNCIO- NÁRIO (+) PRO- VENTO (=) SA- LÁRIO BRUTO (=) DES- CONTOS (=) SA- LÁRIO LÍQUIDO FGTS(+) 13º SALÁ- RIO – 1ª PARCELA Fernanda Lima 771,82 771,82 0,00 771,82 61,75 Bruno Gonçalves 2.877,31 2.877,31 0,00 2.877,31 230,18 Quadro 6 - Recibo de pagamento de 13º salário - 1ª parcela – 30/11/21 / Fonte: os autores. A primeira parcela do 13º salário é bem simples de calcular. Somente em caso de salário variável, é preciso tomar cuidado com as médias, inclusive, devemos consultar a Convenção Coletiva ou o Dissídio Coletivo, a fim de verificar se há algum benefício adicional no cálculo das médias. Com exceção dessa particula- ridade, basta considerar 50% do valor do salário fixo de dezembro e calcular o FGTS dessa parcela. Ficam, para a segunda parcela, os descontos dos empregados. Agora, calcularemos a segunda parcela do 13º salário que deverá ser paga aos colaboradores até 20 de dezembro. Diante disso, usaremos a mesma base de cálculo elaborada. O valor positivo (provento) da segunda parcela é o valor total do 13º salário calculado, menos o valor da primeira parcela já paga em novembro. Como descontos, temos o INSS e o IRRF. 93 Você percebeu que, na primeira parcela, não é feito o desconto do INSS e do IRRF dos empregados? Na segunda parcela, porém, a base de cálculo, tanto do INSS quanto do IRRF, é o valor total do 13º salário, e não somente a segunda parcela. Portanto, o que ocorre é uma postergação do desconto. Contudo, as alíquotas e o valor dos dependentes são encontrados na tabela do IRRF (de acordo com o ano-base). O cálculo do INSS resultará nos valores de 108,20 para Fernanda e 656,94 para o Bruno. IRRF sobre 13º salário Bruno Gonçalves Valor do 13º salário 5.754,62 (-) INSS descontado 656,94 (-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77 Base de cálculo 4.528,91 Alíquota de acordo com a tabela 22,5% Cálculo preliminar do IRRF 1.019,00 Valor a deduzir de acordo com a tabela (636,13) IRRF a descontar do empregado 382,87 Quadro 7 - Cálculo IRRF sobre 13º salário de Bruno Gonçalves / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 94 FU N CI O N ÁR IO (+ ) P RO - VE N TO (= ) S A- LÁ RI O BR U TO (= ) D ES CO N TO S (= ) S A- LÁ RI O LÍ Q U ID O FG TS (+ ) 1 3º SA LÁ - RI O – 2 ª PA RC EL A 13 ª S A- LÁ RI O – D ES C. 1 ª PA RC EL A IN SS S / 13 º S A- LÁ RI O IR RF S / 13 º S A- LÁ RI O (= ) D ES - CO N TO S Fe rn an da L im a 1. 54 3, 64 1. 54 3, 64 77 1, 82 12 2, 43 0, 00 89 4, 25 64 9, 39 61 ,7 5 Br un o G on ça lv es 5. 75 4, 62 5. 75 4, 62 2. 87 7, 31 65 6, 94 38 2, 87 3. 91 7, 12 1. 83 7, 50 23 0, 18 Q ua dr o 8 - R ec ib o de p ag am en to d e 13 º sa lá rio - 2 ª pa rc el a – 2 0/ 12 /2 1 / Fo nt e: o s au to re s. 95 A empresa também tem os encargos sobre o 13º salário. Sendo assim, conhece- remos os encargos sobre a segunda parcela do 13º salário. Lembre-se de que o INSS será representado pelo valor total do 13º salário, haja vista que ele não é calculado na primeira parcela. Já o FGTS recai somente sobre o valor da segunda parcela, pois já foi calculado e pago na primeira parcela. Encargos parte da empresa 13º Salário Código Des- cri- ção Fernanda Lima Bruno Gonçalves TOTALBase de cálculo Valor Base de cálculo Valor 501 INSS parte da em- presa 1.543,64 308,73 5.754,62 1.150,92 1.459,65 502 FGTS 771,82 61,75 2.877,31 230,18 291,93 Quadro 9 - Encargos sobre o 13º salário - 2ª parcela / Fonte: os autores. Na sequência, aprenderemos o processo de contabilizaçãodo 13º salário. Desse modo, obedecendo ao princípio da competência, a contabilidade deve, mensal- mente, fazer os registros contábeis das provisões do 13º salário. Os lançamentos referentes aos dias 30/11 e 20/12, que serão aqui desenvolvidos, consideram que essa provisão foi constituída. Inicialmente, verificaremos a contabilização da primeira parcela do 13º salário. Na primeira parcela do 13º salário, temos o pagamento sem descontos aos empregados e o recolhimento do FGTS. Como se trata de uma antecipação de parte do direito adquirido pelos empregados, lançaremos esse pagamentono final de Novembro, como adiantamento do 13º salário no ativo e, no dia 20/12, serão feitos os lançamentos utilizando as provisões constituídas. Assim, em 30/11, teremos os lançamentos apresentados a seguir. UNICESUMAR UNIDADE 3 96 Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/11/21 Adiantamento do 13º Salário (Ativo) Caixa Geral (Ativo) Valor referente ao pagamento da 1ª parcela do 13º salário 3.649,13 Quadro 10 - Lançamento do pagamento da primeira parcela do 13º salário no diário Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/11/21 FGTS a reco- lher (Passivo) Caixa Geral (Ativo) Valor referente ao FGTS da 1ª parcela do 13º salário 291,93 Quadro 11 - Lançamento do FGTS sobre a primeira parcela do 13º salário no diário Fonte: os autores. Depois, temos a contabilização da segunda parcela do 13ª salário. Assim, no dia 20/12, os cálculos são mais complexos, pois os descontos que deixaram de ser feitos em 30/11, agora, são realizados sobre o total do 13º salário. Para essa contabilização, consideraremos que as provisões foram feitas mensalmente e de acordo com os dados fornecidos na Unidade 2, que são demonstrados a seguir. Fernanda Lima Salário Bruto: 1.596,70 Bruno Gonçalves Salário Bruto: 6.207,50 Salário Bruto Total: 7.804,20 Quadro 12 - Dados para provisão mensal do 13º salário / Fonte: os autores. 97 Cálculo da Provisão Mensal do 13º Salário: Provisão p/ 13º Salário = Salário Bruto (mensal) / 12 meses Provisão p/ 13º Salário = 7.804,20 / 12 Provisão p/ 13º Salário = 650,35 Encargos do INSS: INSS (20%) = 650,35 x 20% INSS = 130,07 Encargos do FGTS: FGTS (8%) = 650,35 x 8% FGTS (8%) = 52,03 Quadro 13 - Cálculo da provisão mensal do 13º salário/ Fonte: os autores. Temos a contabilização apresentada a seguir e que é referente à provisão mensal do 13º salário realizada pela contabilidade no final de cada mês. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 13º Salário (Despesa) 13º Salário a pagar (Passivo) Valor do 13º salário 650,35 30/04/21 INSS (Despesa) 13º Salário a pagar (Passivo) Valor INSS sobre o 13º salário 130,07 30/04/21 FGTS (Despesa) 13º Salário a pagar (Passivo) Valor FGTS sobre o 13º salário 52,03 Quadro 14 - Contabilização da provisão mensal do 13º salário / Fonte: os autores. Por fim, temos diversos lançamentos contábeis sobre o 13º salário. Acompanhe. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 13º Salário (Despesa) 13º Salário a pagar (Passivo) Valor do 13º salário 7.298,26 Quadro 15 - Lançamento do 13º salário no diário / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 98 Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 13º Salário a pagar (Passivo) Adiantamento do 13º Salário (Ativo) Valor da 1ª parcela do 13º salário descontado 3.649,13 Quadro 16 - Lançamento do desconto da primeira parcela do 13º salário no diário Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 13º Salário a pagar (Passivo) INSS a recolher (Passivo) Valor do INSS des- contado sobre 13º salário 779,37 Quadro 17 - Lançamento do desconto do INSS do 13º salário no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 13º Salário a pagar (Passivo) IRRF a recolher (Passivo) Valor do IRRF descontado sobre 13º salário 382,87 Quadro 18 - Lançamento do desconto IRRF do 13º salário no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 13º Salário a pagar (Passivo) Caixa Geral (Ativo) Pagamen- to do 13º salário 2.486,89 Quadro 19 - Lançamento do pagamento do 13º salário no diário / Fonte: os autores. Já sabemos que devemos reconhecer os encargos da empresa sobre o 13º salário. Assim, veremos a contabilização dos encargos do 13º salário. Quanto ao INSS, os encargos sobre o 13º salário serão sobre o valor total do 13º salário, tendo em vista que o INSS não é calculado na primeira parcela. Já o FGTS recai somente sobre o valor da segunda parcela, pois já foi calculado e pago na primeira parcela. 99 Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 20/12/21 INSS (Despesa) INSS a recolher (Passivo) INSS parte da empre- sa sobre 13º salário 1.459,65 20/12/21 FGTS (Despesa) FGTS a recolher (Passivo) FGTS sobre a 2ª parcela do 13º salá- rio 291,93 Quadro 20 - Lançamento dos encargos sobre o 13º salário no diário / Fonte: os autores. Para continuarmos os assuntos vinculados às rotinas trabalhistas, agora, conhe- ceremos os aspectos legais das férias. Quando falamos em férias, normalmente, lembramos de descanso. Isso está correto, pois as férias compreendem um período em que o empregado fica sem trabalhar, mas recebe normalmente o salário. Conheceremos os aspectos teóricos e práticos sobre o tema, visto que, para as empresas, as férias representam muito mais que o descanso do colaborador. NOVAS DESCOBERTAS Título: Manual de rotinas trabalhistas Autor: Roni Genicolo Garcia Editora: Atlas Sinopse: este livro apresenta as abordagens necessárias sobre as ro- tinas trabalhistas com base no Direito do Trabalho. Os conteúdos abordados estão em conformidade com a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor em 11 de novembro de 2017. No entanto, também evidencia a Medida Pro- visória nº 808, de 14 de novembro de 2017, que visa ao crivo do Congresso Nacional para alteração da Lei nº 13.467/2017. Sendo assim, a legislação tra- balhista será apresentada de forma sistematizada, com o intuito de prevenir problemas por meio de propostas e soluções calcadas na jurisprudência. Os assuntos são direcionados às áreas administrativas e empresariais, dos Re- cursos Humanos, do Direito e da Contabilidade, por exemplo. UNICESUMAR UNIDADE 3 100 Inicialmente, saberemos o que é período aquisitivo. Trata-se do período de 12 meses que começa no dia da contratação e se encerra exatamente um ano depois, quando começa o próximo período. O Art. 130 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) sustenta que, “após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado tem direito a férias” (BRASIL, 1943, on-line). No processo das férias, também há o período concessivo. Trata-se do pe- ríodo de 12 meses em que o empregador deve conceder as férias ao empregado, no que diz respeito ao período aquisitivo imediatamente anterior. O período concessivo se inicia no dia seguinte, ao final do período aquisitivo, e termina 12 meses após. É importante ressaltar que o empregado deverá encerrar o gozo de férias dentro do período concessivo. Contudo, com a Reforma Trabalhista, houve a permissão para o fracionamen- to das férias. Nesse sentido, o Art. 134 da CLT afirma que, “desde que haja concor- dância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um” (BRASIL, 1943, on-line). Durante o período concessivo, o empregador é quem determina o período de gozo de férias, em consonância com a forma que melhor convier às atividades da empresa: isso é o que determina o Art. 136 da CLT (BRASIL, 1943). Todavia, os membros de uma família que trabalham na mesma empresa terão o direito de gozar das férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disso não resultar emprejuízo para o serviço. Do mesmo modo, o empregado estudante menor de 18 anos terá o direito de coincidir as férias dele com as férias escolares (BRASIL, 1943). 101 Também existe o período de gozo. Trata-se do período de 30 dias em que o empregado fica fora das atividades laborais. A partir da Reforma Trabalhista realizada em 2017, as férias de 30 dias passaram a ser fracionadas em até três períodos. Contudo, o empregador e o funcionário devem fazer um acordo, a fim de regulamentar a situação. Assim, um dos períodos não deve ser menor do que 14 dias e o restante não pode ser inferior a cinco dias (BRASIL, 1943). A seguir, seguem alguns exemplos de períodos de férias. 14 dias + 11 dias + 5 dias; 20 dias + 5 dias + 5 dias; 15 dias + 15 dias; 14 dias + 7 dias + 9 dias. Quadro 21 - Exemplos de período de gozo / Fonte: os autores. A lei faculta que o período de gozo pode ser reduzido para 20 dias. Nesse senti- do, é facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias que tiver direito em abono pecuniário conforme o valor da remuneração que lhe seria devido nos dias correspondentes (Art. 143 da CLT) (BRASIL, 1943). Caso o empregado tenha faltas injustificadas durante o período aquisitivo, os dias de Ad m is sã o 01 /0 3/ 20 XX 1º Período Aquisitivo 0 1/ 03 /2 0X 1 2º Período Aquisitivo 01 /0 3/ 20 X2 3º Período Aquisitivo 1º Período Concessivo 2º Período Concessivo 01 /0 3/ 20 X3 Descrição da Imagem: a figura mostra um fluxograma linear horizontal com nove retângulos. Assim, da esquerda para a direita, são expostos os esquemas dos períodos aquisitivo e concessivo sobre as férias. Há quatro retângulos com datas, as quais estão ligadas por uma linha. Também há cinco retângulos com períodos. Inicia-se com um retângulo escrito: “Admissão 01/03/20XX”. Em seguida, há outro retângulo, o chamado: “1º Período Aquisitivo”. Depois, é apresentado um novo retângulo com o seguinte texto: “01/03/20X1”. Seguindo o fluxograma, temos dois retângulos: um acima da linha, o chamado “2º Perío- do Aquisitivo”, e outro abaixo da linha, o chamado “1º Período Concessivo”. Também há um retângulo com a data “01/03/20X2” e dois retângulos: um acima da linha, o chamado: “3º Período Aquisitivo”, e um abaixo da linha, o chamado: “2º Período Concessivo”. Para finalizar, o último retângulo tem a seguinte data: 01/03/20X3. Figura 1 - Períodos aquisitivo e concessivo / Fonte: os autores UNICESUMAR UNIDADE 3 102 férias poderão ser reduzidos, de acordo com o Art. 130 da CLT. Um resumo sobre a temática é exposto no quadro a seguir (BRASIL, 1943). Número de faltas injustificadas durante o período aquisitivo Dias corridos de férias 0 a 5 faltas 30 dias 6 a 14 faltas 24 dias 15 a 23 faltas 18 dias 24 a 32 faltas 12 dias Acima de 32 faltas 0 dias Quadro 22 - Dias de férias / Fonte: os autores. O aviso do período de gozo de férias deve ser comunicado por escrito pelo em- pregador ao empregado com antecedência mínima de 30 dias. O empregado deve assinar o aviso. É o que determina Art. 135 da CLT (BRASIL, 1943). Em relação ao adicional de férias, a Constituição Federal de 1988, no in- ciso XVII do Art. 7º, estabelece que o que o gozo de férias deve ser remunerado em 1/3 a mais que o salário normal (BRASIL, 1988a). Deve-se considerar que o salário concebido é o salário fixo mais as médias das remunerações variáveis, assim como acontece no 13º salário (BRASIL, 1943). O pagamento do valor total das férias deverá ser mediante um recibo que discrimine os proventos e os descontos no prazo de, no mínimo, dois dias antes do início do período de gozo (BRASIL, 1943). Sobre as férias em dobro, o empregado terá direito ao valor das férias em dobro, caso o empregador não conceda o período de gozo de férias dentro do período concessivo, tendo em vista que o final do período de gozo deve ocorrer dentro do período concessivo (BRASIL, 1943). Além disso, existem as férias co- letivas. Os empregadores podem conceder férias coletivas, seja para a empresa toda, seja para um departamento todo. Todavia, a legislação não prevê a possibi- lidade de haver férias coletivas apenas para alguns empregados (BRASIL, 1943). O grande objetivo das férias coletivas, na gestão das empresas, está na admi- nistração de pessoas em períodos sazonais de produção ou em atividade empre- sarial. Assim, a empresa pode escolher um ou dois períodos do ano para conceder férias a todos os empregados em conjunto. 103 “ Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os em-pregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. (Re- dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mí- nima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, preci- sando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida co- municação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de tra- balho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (BRASIL, 1943, on-line). Para um melhor entendimento, faremos o cálculo de férias de mês integral (de 1 a 30 de abril) da colaboradora Fernanda Lima. Como ela tem remune- ração variável, primeiramente, temos que fazer a média para, depois, encon- trarmos o salário-base para as férias. Base para cálculo de férias em Abril/20X1 Fernanda Lima Descrição Valor Salário de Abril 1.300,00 Adicional de Insalubridade 220,00 Média Adicional Noturno 20,48 Média RSR Adicional Noturno 3,15 SALÁRIO-BASE PARA FÉRIAS 1.543,63 Quadro 23 - Base para o cálculo de férias / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 104 Encontramos, desse modo, o salário-base para férias, cujo valor é de R$ 1.543,63 Agora, calcularemos o valor a ser pago dois dias antes do início do gozo de férias. RE CI BO D E FÉ RI AS PE RÍ O D O A Q U IS IT IV O 01 /0 2/ 20 a 3 1/ 01 /2 1 PE RÍ O D O C O N CE SS IV O 01 /0 2/ 20 20 a 31 /0 1/ 20 21 PE RÍ O D O D E G O ZO 01 a 3 0/ 04 /2 02 1 D IA D O P A G A M EN TO 28 /0 3/ 20 21 D IA S D E FÉ RI A S 30 A BO N O P EC U N IÁ RI O 0 D A TA D E RE TO RN O A O S TR A BA LH O 01 /0 5/ 20 21 EM PR EG A D O FE RN A N D A L IM A CÓ D IG O D ES CR IÇ Ã O RE F. PR O VE N TO S D ES CO N TO S 06 1 Fé ria s G oz ad as 30 1. 54 3, 63 06 2 Ad ic io na l 1 /3 F ér ia s 51 4, 54 26 1 IN SS s / F ér ia s 16 8, 74 SO M A P RO VE N TO S 2. 05 8, 17 SO M A D ES CO N TO S 16 8, 74 SA LÁ RI O L ÍQ U ID O 1. 88 9, 43 BA SE F G TS : 2 .0 58 ,1 7 F G TS : 1 64 ,6 5 Q ua dr o 24 - R ec ib o de f ér ia s de F er na nd a / F on te : o s au to re s. 105 No exemplo apresentado, as férias são pagas com base no salário calculado ante- riormente e as verbas variáveis são calculadas pela média. Nesse caso, o empre- gador deverá pagar um adicional de 1/3 sobre o salário-base. De acordo com a legislação, o valor das férias deve ser somado com o adicional para utilizar, como base de cálculo, o INSS e o IRRF. Sendo assim, calculamos somente o INSS, pois o IRRF, segundo o Art. 6 da Lei nº 7.713, é isento, em virtude de o valor total dos proventos estar entre o valor de isenção conforme a tabela do IRRF (faixa de isenção de R$ 1.903,98) (BRASIL, 1988b). É importante considerar que o período de gozo de férias abrangeu o mês de abril inteiro. Nesse caso,não houve trabalho em abril, portanto, não haverá salário, uma vez que o empregado, normalmente, recebe as férias antecipada- mente. Somente seria pago em 5 de maio o valor do salário-família caso a cola- boradora tivesse direito. Na sequência, verificaremos o cálculo de férias de 20 dias com abono de 21 de maio a 9 de junho. Para exemplificar, faremos o cálculo das férias do cola- borador Bruno Gonçalves. Como ele tem remuneração variável, primeiramente, temos que fazer a média para encontrarmos o salário-base para as férias. Além dessa preparação para calcular as férias, veremos, na prática, duas situações mais complexas e enfrentadas durante o cálculo de férias: o abono pecuniário e o início e o fim das férias durante o mês. Primeiramente, encontraremos o salário-base de férias. Base para cálculo de férias em Maio/20X1 Bruno Gonçalves Descrição Valor Salário de Maio 4.400,00 Adicional de Periculosidade 1.320,00 Média HE 50% 182,40 Média RSR HE 50% 35,07 SALÁRIO-BASE PARA FÉRIAS 5.937,47 Quadro 25 - Base para o cálculo de férias / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 106 Como serão somente 20 dias de férias e os outros 10 dias serão pagos como abono pecuniário, tanto o INSS quanto o IRRF incidem somente sobre o valor referente aos 20 dias, incluindo o adicional de 1/3. O abono e o adicional são isentos. A seguir, calcularemos o IRRF. IRRF sobre férias do Bruno Gonçalves Valor das férias (20 dias) 3.958,31 Valor do adicional de 1/3 sobre os 20 dias de férias 1.319,43 (-) INSS descontado 590,17 (-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77 Base de cálculo 4.118,80 Alíquota de acordo com a tabela 22,5% Cálculo preliminar do IRRF 926,73 Valor a deduzir de acordo com a tabela (636,13) IRRF a descontar do empregado 290,60 Quadro 26 - Cálculo de IRRF sobre o 13º salário de Bruno Gonçalves / Fonte: os autores. 107 RE CI BO D E FÉ RI AS PE RÍ O D O A Q U IS IT IV O 01 /0 2/ 20 A 3 1/ 01 /2 1 PE RÍ O D O C O N CE SS IV O 01 /0 2/ 20 20 a 31 /0 1/ 20 21 PE RÍ O D O D E G O ZO 21 /0 5 a 09 /0 6/ 20 21 D IA D O P A G A M EN TO 19 /0 5/ 20 21 D IA S D E FÉ RI A S 20 A BO N O P EC U N IÁ RI O 10 D A TA D E RE TO RN O A O S TR A BA LH O 10 /0 6/ 20 21 EM PR EG A D O BR U N O G O N ÇA LV ES CÓ D IG O D ES CR IÇ Ã O RE F. PR O VE N TO S D ES CO N TO S 06 1 Fé ria s G oz ad as 20 3. 95 8, 31 06 2 Ad ic io na l 1 /3 F ér ia s 1. 31 9, 43 07 1 Ab on o Pe cu ni ár io 10 1. 97 9, 15 07 2 Ad ic io na l 1 /3 A bo no P ec un iá rio 65 9, 71 26 1 IN SS s / F ér ia s 59 0, 17 26 2 IR RF s / F ér ia s 22 ,5 29 0, 60 SO M A P RO VE N TO S 7. 91 6, 60 SO M A D ES CO N TO S 88 0, 77 SA LÁ RI O L ÍQ U ID O 7. 03 5, 83 BA SE F G TS : 5 .2 77 ,7 4 FG TS : 4 22 ,2 1 Q ua dr o 27 - R ec ib o de f ér ia s de B ru no G on ça lv es / F on te : o s au to re s. UNICESUMAR UNIDADE 3 108 Quando há a concessão de férias com as características em questão, temos que destacar alguns elementos que refletirão no recibo de pagamento de salário dos meses de maio e junho: ■ Como o início do período das férias foi em 21/05, o empregado tem a receber, em 05/06, como sa- lário do mês de maio, 20 dias de trabalho. ■ Como o final do período das férias foi em 09/06, o empregado terá a receber, em 05/07, como sa- lário do mês de junho, 21 dias de trabalho. Sabemos que o período de gozo das férias representa um descanso para o trabalhador. No entanto, para a empresa, simboliza um período improdutivo, mas re- munerado. Além disso, o desembolso da organização ao colaborador será com acréscimo de ⅓ do valor da remu- neração mensal média. Desse modo, contabilmente, de acordo com o regime de competência, o valor pago por ocasião das férias não pode ser considerado uma despe- sa do mês das férias, pois não há trabalho e as despesas são gastos necessários para a geração de receitas. Como o colaborador que está de férias não trabalhou, também não contribuiu para a geração das receitas do período. Por isso, durante o processo de registro na conta- bilidade, mensalmente, devemos constituir uma pro- visão para as férias. Assim, quando o colaborador sair de férias, utilizaremos contabilmente essa provisão ao contrário das despesas. 109 RE CI BO D E FÉ RI AS PE RÍ O D O A Q U IS IT IV O 01 /0 2/ 20 a 3 1/ 01 /2 1 PE RÍ O D O C O N CE SS IV O 01 /0 2/ 20 20 a 31 /0 1/ 20 21 PE RÍ O D O D E G O ZO 01 a 3 0/ 04 /2 02 1 D IA D O P A G A M EN TO 28 /0 3/ 20 21 D IA S D E FÉ RI A S 30 A BO N O P EC U N IÁ RI O 0 D A TA D E RE TO RN O A O S TR A BA LH O 01 /0 5/ 20 21 EM PR EG A D O FE RN A N D A L IM A CÓ D IG O D ES CR IÇ Ã O RE F. PR O VE N TO S D ES CO N TO S 06 1 Fé ria s G oz ad as 30 1. 54 3, 63 06 2 Ad ic io na l 1 /3 F ér ia s 51 4, 54 26 1 IN SS s / F ér ia s 16 8, 74 SO M A P RO VE N TO S 1. 88 9, 43 SO M A D ES CO N TO S 16 8, 74 SA LÁ RI O L ÍQ U ID O 2. 05 8, 17 BA SE F G TS : 1 .8 01 ,3 3 F G TS : 1 64 ,6 5 Q ua dr o 28 - R ec ib o de f ér ia s de F er na nd a Li m a / F on te : o s au to re s. UNICESUMAR UNIDADE 3 110 No caso das férias da colaboradora Fernanda Lima, temos a seguinte linha do tempo para os fatos contábeis e os lançamentos: ■ 28/03/21: dois dias antes do início do período de férias. Pagamento do valor líquido de férias. ■ 30/04/21: lançamento das férias. ■ 30/04/21: lançamento dos encargos sobre as férias. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 28/03/21 Adiantamento de Férias (Ativo) Caixa Geral Valor referente ao paga- mento das férias de Fernanda Lima 1.889,43 Quadro 29 - Lançamento do pagamento das férias no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 Férias (Despesa) Férias a pagar (Passivo) Valor das férias de Fernanda Lima 1.543,63 30/04/21 Férias (Despesa) Férias a pagar (Passivo) Valor do adicional de férias de Fernanda Lima 514,54 111 Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 Férias a pagar (Passivo) INSS a recolher (Passivo) Valor do INSS des- contado das férias de Fernanda Lima 168,74 30/04/21 Férias a pagar (Passivo) Adiantamento de Férias (Ativo) Valor das férias de Fernanda Lima 1.889,43 Quadro 30 - Lançamento do pagamento das férias no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 30/04/21 INSS (Despesa) INSS a recolher (Passivo) INSS parte da empresa sobre Férias 411,63 30/04/21 FGTS (Despesa) FGTS a recolher (Passivo) FGTS sobre férias 164,65 Quadro 31 - Lançamento dos encargos das férias no diário / Fonte: os autores. Com os lançamentos expostos, a conta “Adiantamento de Férias” deve ficar com saldo ZERO. O mesmo fato deve ocorrer com a conta “Férias a Pagar”. No mês de maio, temos as férias do colaborador Bruno Gonçalves. Veja a seguir. UNICESUMAR UNIDADE 3 112 RE CI BO D E FÉ RI AS PE RÍ O D O A Q U IS IT IV O 01 /0 2/ 20 A 3 1/ 01 /2 1 PE RÍ O D O C O N CE SS IV O 01 /0 2/ 20 20 a 31 /0 1/ 20 21 PE RÍ O D O D E G O ZO 21 /0 5 a 09 /0 6/ 20 21 D IA D O P A G A M EN TO 19 /0 5/ 20 21 D IA S D E FÉ RI A S 20 A BO N O P EC U N IÁ RI O 10 D A TA D E RE TO RN O A O S TR A BA LH O 10 /0 6/ 20 21 EM PR EG A D O Br un o G on ça lv es CÓ D IG O D ES CR IÇ Ã O RE F. PR O VE N TO S D ES CO N TO S 06 1 Fé ria s G oz ad as 20 3. 95 8, 31 06 2 Ad ic io na l 1 /3 F éria s 1. 31 9, 43 07 1 Ab on o Pe cu ni ár io 10 1. 97 9, 15 07 2 Ad ic io na l 1 /3 A bo no P ec un iá rio 65 9, 71 26 1 IN SS s / F ér ia s 59 0, 17 26 2 IR RF s / F ér ia s 22 ,5 29 0, 60 SO M A P RO VE N TO S 7. 91 6, 60 SO M A D ES CO N TO S 88 0, 77 SA LÁ RI O L ÍQ U ID O 7. 03 5, 83 BA SE F G TS : 5 .2 77 ,7 4 FG TS : 4 22 ,2 1 Q ua dr o 32 - R ec ib o de f ér ia s de B ru no G on ça lv es / F on te : o s au to re s. 113 Para lançarmos os valores, estabelecemos a seguinte linha do tempo para os fatos contábeis e os lançamentos: ■ 19/05/21: dois dias antes do início do período de férias. Pagamento do valor líquido de férias. ■ 31/05/21: lançamento das férias. ■ 31/05/21: lançamento dos encargos sobre férias. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 19/05/21 Adiantamento de Férias (Ativo) Caixa Geral Valor re- ferente ao pagamento das férias de Bruno Gon- çalves 7.035,83 Quadro 33 - Lançamento do pagamento das férias no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 31/05/21 Férias (Des- pesa) Férias a pa- gar (Passivo) Valor das férias de Bruno Gonçalves 3.958,31 31/05/21 Férias (Des- pesa) Férias a pa- gar (Passivo) Valor do adicional de férias de Bruno Gonçalves 1.319,43 31/05/21 Férias (Des- pesa) Férias a pa- gar (Passivo) Valor do Abono Pe- cuniário de Bruno Gonçalves 1.979,15 31/05/21 Férias (Des- pesa) Férias a pa- gar (Passivo) Valor do adicional de 1/3 sobre o Abo- no Pecuniário de Bruno Gonçalves 659,71 31/05/21 Férias a pa- gar (Passivo) INSS a reco- lher (Passivo) Valor do INSS des- contado das férias de Bruno Gonçal- ves 590,17 UNICESUMAR UNIDADE 3 114 Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 31/05/21 Férias a pa- gar (Passivo) IRRF a reco- lher (Passivo) Valor do IRRF des- contado das férias de Bruno Gonçal- ves 290,60 31/05/21 Férias a pa- gar (Passivo) Adiantamen- to de Férias (Ativo) Valor das férias de Bruno Gonçalves 7.035,83 Quadro 34 - Lançamento do pagamento das férias no diário / Fonte: os autores. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 31/05/21 INSS (Despesa) INSS a recolher (Passivo) INSS parte da empresa sobre Férias 1.055,55 31/05/21 FGTS (Despesa) FGTS a reco- lher (Passivo) FGTS sobre férias 422,21 Quadro 35 - Lançamento dos encargos das férias no diário / Fonte: os autores. Por fim, com os lançamentos apresentados, a conta “Adiantamento de Férias” deve ficar com saldo zero. O mesmo processo deve ocorrer com a conta “Férias a Pagar”. Para finalizarmos as rotinas trabalhistas, o processo de rescisão do contrato de trabalho pode ser considerado a última etapa das práticas trabalhistas. É um processo, tendo em vista que não acontece de uma vez. Normalmente, começa com o aviso prévio, passa pelos cálculos dos direitos do empregado e pelo recolhimento do FGTS sobre a rescisão, e chega até o cumprimento de Com base nos assuntos abordados no decorrer desta unidade, você deve estar se pergun- tando: qual é a importância da Reforma Trabalhista na vida do empregador e do emprega- do? A Reforma Trabalhista veio proporcionar a adaptação do trabalho às necessidades do empregador e do empregado, visto que concede maior flexibilidade às leis trabalhistas. PENSANDO JUNTOS 115 algumas obrigações acessórias, tais como o envio de informações ao órgão de controle do Ministério do Trabalho. Durante o processo de rescisão de contrato, temos o aviso prévio. Tanto o empregado quanto o empregador podem manifestar o desejo de encerrar a relação de emprego. Essa manifestação de vontade é chamada de aviso prévio. O Art. 487 da CLT sustenta que: “ Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua re-solução com a antecedência mínima de: I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. (BRASIL, 1943, on-line) A Constituição Federal de 1988, no Art. 7º, inciso XXI, afirma: “ Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou-tros que visem à melhoria de sua condição social:XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mí- nimo de trinta dias, nos termos da lei (BRASIL, 1988, on-line) A Lei nº 12.506/2011, no Art. 1º, explica: “ Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto--Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acres- cidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. (BRASIL, 2011, on-line). UNICESUMAR UNIDADE 3 116 A seguir, é exposta uma tabela exemplificativa dos novos prazos para o aviso prévio a partir da lei supracitada. Anos Trabalhados Dias de aviso Anos Trabalhados Dias de aviso Até 1 ano 30 Até 11 anos 60 Até 2 anos 33 Até 12 anos 63 Até 3 anos 36 Até 13 anos 66 Até 4 anos 39 Até 14 anos 69 Até 5 anos 42 Até 15 anos 72 Até 6 anos 45 Até 16 anos 75 Até 7 anos 48 Até 18 anos 81 Até 8 anos 51 Até 18 anos 81 Até 9 anos 54 Até 19 anos 84 Até 10 anos 57 Até 20 anos 87 Mais de 20 anos 90 Quadro 36 - Tempo de aviso prévioFonte: os autores. O aviso prévio, independentemente da parte que o motive, pode ocorrer de duas formas: trabalhado ou indenizado. Assim, se a iniciativa da dispensa for do em- pregador, ele deverá reduzir a jornada de trabalho do empregado em duas horas diárias durante o aviso prévio trabalhado, sem prejuízo do salário integral, conforme Art. 488 da CLT (BRASIL, 1943). O empregado mensalista poderá optar por não reduzir a jornada diária e reduzir sete dias no período de 30 dias, trabalhando somente 23 dias. Por outro lado, se a iniciativa da dispensa for do empregado, a legislação não prevê a redução de jornada (BRASIL, 1943). No aviso prévio indenizado, quando o empregador promove o desligamento do empregado sem tê-lo avisado com antecedência, ele deve indenizar o empre- gado. É preciso considerar que o contrato de trabalho se estenderá por mais, no mínimo, 30 dias, indo até a 90 dias, caso o tempo de trabalho na mesma empresa seja maior que 20 anos. Quando isso ocorrer, todas as verbas rescisórias devem levar em consideração o período de aviso prévio. Isso terá reflexo, inclusive, nos valores do 13º salário e das férias a serem pagos na rescisão (BRASIL, 1943). 117 Da mesma forma, o empregado pode promover o desligamento sem o devi- do aviso com antecedência. Quando isso ocorrer, o empregador poderá deduzir dos haveres do empregado o valor de 30 dias como indenização à empresa pelo desligamento imediato. Na prática, não tem sido considerado o tempo adicional do aviso prévio preconizado pela Lei nº 12.506/2011, quando o desligamento é promovido pelo empregado (BRASIL, 1943). Também temos as verbas rescisórias. Logo, para o cálculo das verbas referen- tes à rescisão do contrato de trabalho, é preciso observar a legislação. Expore- mos, em alguns quadros, um resumo daquilo que deve constar nas rescisões para cada tipo de desligamento. Entretanto, antes, apresentaremos os principais tipos de desligamento: ■ Rescisão por pedido de demissão: ocorre quando o funcionário solicita o término do contrato de trabalho. ■ Rescisão por dispensa sem justa causa: acontece quando o empregador (empresa) pede o término do contrato de trabalho com o funcionário. Em outras palavras, por algum motivo, a empresa não pode mais ficar com o empregado e, porisso, é realizado esse tipo de rescisão. NOVAS DESCOBERTAS Título: Reforma trabalhista Autores: Arnaldo Pipek, Alexandre Lauria Dutra e Isabella Renwick Magano Editora: Blucher Sinopse: o livro demonstra as principais alterações que aconteceram em vir- tude da Reforma Trabalhista realizada em 2017. A Reforma Trabalhista mo- dificou algumas regras que eram utilizadas nos processos voltados à folha de pagamento, ao 13º salário, às férias e à rescisão de contrato. A Consolida- ção das Leis do Trabalho (CLT) passou por algumas mudanças ao longo dos anos para atender às necessidades dos empregados e dos empregadores. A Lei nº 13.467/2017 expõe as necessidades da sociedade em relação à re- gulamentação trabalhista vigente no país. Por meio de uma escrita simples e objetiva, o livro apresenta as principais mudanças e questões recorrentes sobre os temas que envolvem as rotinas trabalhistas. UNICESUMAR UNIDADE 3 118 ■ Rescisão por dispensa com justa causa: a empresa realiza o desliga- mento do funcionário em função de ele ter cometido algum ato grave que tenha prejudicado a organização. Algumas ações incluem o ato de improbidade, a embriaguez habitual e a violação de segredo da empresa. Causa do Afastamento Rescisão por pedi- do de de- missão (menos de 1 ano) Rescisão por pedi- do de de- missão (mais de 1 ano) Resci- são por dispensa SEM jus- ta causa (menos de 1 ano) Resci- são por dispensa SEM jus- ta causa (mais de 1 ano) Saldo de Salário SIM SIM SIM SIM Aviso Prévio NÃO NÃO SIM SIM 13º Salário SIM SIM SIM SIM Férias Vencidas NÃO SIM NÃO SIM Férias Proporcionais SIM SIM SIM SIM Adicional 1/3 Férias SIM SIM SIM SIM FGTS mês anterior SIM SIM SIM SIM FGTS mês da rescisão SIM SIM SIM SIM Multa FGTS NÃO NÃO SIM SIM Indenização Adicional NÃO NÃO SIM SIM Indenização Art. 479 CLT NÃO NÃO NÃO NÃO Salário Família SIM SIM SIM SIM Quadro 37 - Verbas rescisórias por pedido de demissão e dispensa sem justa causa Fonte: os autores. 119 Causa do Afastamento Resci- são por dispensa COM jus- ta causa (menos de 1 ano) Resci- são por dispensa COM jus- ta causa (mais de 1 ano) Resci- são por dispensa indireta (menos de 1 ano) Resci- são por dispensa indireta (mais de 1 ano) Saldo de Salário SIM SIM SIM SIM Aviso Prévio NÃO NÃO SIM SIM 13º Salário NÃO NÃO SIM SIM Férias Vencidas NÃO SIM NÃO SIM Férias Proporcionais NÃO NÃO SIM SIM Adicional 1/3 Férias NÃO SIM SIM SIM FGTS mês anterior SIM SIM SIM SIM FGTS mês da rescisão SIM SIM SIM SIM Multa FGTS NÃO NÃO SIM SIM Indenização Adicional NÃO NÃO SIM SIM Indenização Art. 479 CLT NÃO NÃO NÃO NÃO Salário Família SIM SIM SIM SIM Quadro 38 - Verbas rescisórias por dispensa com justa causa e dispensa indireta / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 120 Causa do Afastamento Resci- são por culpa re- cíproca (menos de 1 ano) Resci- são por culpa re- cíproca (mais de 1 ano) Resci- são por aposen- tadoria especial (menos de 1 ano) Resci- são por aposen- tadoria especial (mais de 1 ano) Saldo de Salário SIM SIM SIM SIM Aviso Prévio SIM SIM NÃO NÃO 13º Salário NÃO NÃO SIM SIM Férias Vencidas SIM SIM SIM SIM Férias Proporcionais SIM SIM SIM SIM Adicional 1/3 Férias SIM SIM SIM SIM FGTS mês anterior SIM SIM SIM SIM FGTS mês da rescisão SIM SIM SIM SIM Multa FGTS SIM SIM NÃO NÃO Indenização Adicional NÃO NÃO NÃO NÃO Indenização Art. 479 CLT NÃO NÃO NÃO NÃO Salário Família SIM SIM SIM SIM Quadro 39 - Verbas rescisórias por culpa recíproca e aposentaria especial / Fonte: os autores. 121 Causa do Afastamento Rescisão pelo fim do contrato de experiência Rescisão an- tecipada do contrato de experiência pelo empre- gador Rescisão an- tecipada do contrato de experiência pelo empre- gado Saldo de Salário SIM SIM SIM Aviso Prévio NÃO NÃO NÃO 13º Salário SIM SIM SIM Férias Vencidas NÃO NÃO NÃO Férias Proporcionais SIM SIM SIM Adicional 1/3 Férias SIM SIM SIM FGTS mês anterior SIM SIM SIM FGTS mês da rescisão SIM SIM SIM Multa FGTS NÃO SIM NÃO Indenização Adicional NÃO SIM NÃO Indenização Art. 479 CLT NÃO SIM NÃO Salário Família SIM SIM SIM Quadro 40 - Verbas rescisórias por fim de contrato de experiência e rescisão antecipada do fim do contrato de experiência (empregador e empregado) / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 122 Causa do Afastamento Rescisão por faleci- mento (menos de 1 ano) Rescisão por fale- cimento (mais de 1 ano) Saldo de Salário SIM SIM Aviso Prévio NÃO NÃO 13º Salário SIM SIM Férias Vencidas NÃO SIM Férias Proporcionais SIM SIM Adicional 1/3 Férias SIM SIM FGTS mês anterior SIM SIM FGTS mês da rescisão SIM SIM Multa FGTS NÃO NÃO Indenização Adicional NÃO NÃO Indenização Art. 479 CLT NÃO NÃO Salário Família SIM SIM Quadro 41 - Verbas rescisórias por falecimento / Fonte: os autores. Agora, aprenderemos a base de cálculo da rescisão. A base para o cálculo das verbas da rescisão de contrato será a maior remuneração a que o empregado faz jus no mês da demissão. Como maior remuneração, devemos considerar: o salá- rio contratual, os adicionais (noturno, periculosidade, insalubridade e outros), a média de horas extras, a média das comissões e as outras remunerações variáveis. Segundo as regras para a rescisão de contrato, existe um prazo de pagamen- to da rescisão. Nos casos de contrato por prazo determinado e de aviso prévio trabalhado, a quitação das verbas rescisórias deverá ser feita no primeiro dia útil seguinte ao último dia trabalhado (BRASIL, 1990). Quando o contrato for por prazo indeterminado e não houver aviso prévio, ou seja, se o aviso prévio for indenizado, a quitação das verbas rescisórias deverá ser feita até o décimo dia corrido após o último dia trabalhado (BRASIL, 1990). 123 No processo de rescisão, também temos o FGTS e os depósitos rescisórios. Mensalmente, o empregador deposita, na conta vinculada ao FGTS do empre- gado, 8% da remuneração. O depósito também deverá ser feito sobre as verbas rescisórias. Ao final de cada ano, a conta apresenta, aproximadamente, o equiva- lente à remuneração de um mês. Na ocasião do desligamento, em algumas causas de afastamento (rescisão por dispensa sem justa causa, rescisão antecipada do contrato de experiência por iniciativa da empresa, rescisão por dispensa indireta e rescisão por culpa recíproca), a empresa, além de fazer a liberação do valor depositado na conta do empregado, o que inclui o valor calculado na rescisão, deve depositar ao empregado a multa equivalente a 40% do saldo acumulado na conta do empregado. Os prazos para recolhimento do FGTS da rescisão são os mesmos para o pagamento da rescisão ao empregado (BRASIL, 1990). Para a formalização da rescisão de contrato, há um modelo do Termo de Res- cisão do Contrato de Trabalho. O Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi padronizado em 2002 pela Portaria nº 302, de 26 de junho de 2002, que aprovou o modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho a ser utilizado como recibo de quitação das verbas rescisórias e para o saque de FGTS (MTE, 2002). A referida portaria foi revogada em 2010 pela Portaria nº 1.621, de 14 de julho de 2010, que sofreu alterações em 2011 pela Portaria nº 2.685, de 26 de dezembro de 2011, e, em 2012, pela Portaria nº 1.057, de 6 de julho de 2012, que expôs adequações relacionadas à transmissão pelo Sistema HomologNet (MTE, 2012). Visualize o modelo do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho e os reflexos dele acessando o site do Tribunal Regional do Trabalho da 2º Região de São Paulo (SRT, [2022], on-line)¹. Com base nos assuntos trabalhados, explicaremos o cálculo prático do Ter- mo de Rescisão do Contrato de Trabalho. Dessa forma, para elaborar uma simulação do cálculo de rescisão, consideraremos algumas informações. Conhe- ça-as a seguir. UNICESUMAR UNIDADE 3 124 Base para cálculo da Rescisão – Dispensa Sem Justa Causa pelo empregador Aviso: 05/08/2021 Desligamento: 03/09/2021 Admissão:01/02/2012 Férias Gozadas: 8 Dependentes menores de 21 anos: 3 Saldo FGTS até o depósito ref. julho/2021: R$ 18.409,55 Descrição Bruno Gonçalves Salário-Base de Setembro/2021 4.400,00 Adicional de Periculosidade 1.320,00 Média HE 50% 150,00 Média RSR HE 50% 28,85 Valor Salário-Base 5.898,85 Quadro 42 - Base para cálculo da rescisão / Fonte: os autores. Na rescisão, devemos calcular o INSS e o IRRF separadamente sobre a remunera- ção do mês da rescisão e sobre o valor do 13º salário. Sobre as férias, não incidem INSS, nem o IRRF. Demonstraremos o cálculo do IRRF sobre a rescisão, tendo em vista que, sobre a remuneração do mês, ele não incide, porque ficou dentro da faixa de isenção. Observe o cálculo. IRRF sobre rescisão – 13º salário Bruno Gonçalves Valor do 13º Salário Proporcional 3.813,33 (-) INSS descontado sobre 13º Salário 385,15 (-) Dependentes (3 x 189,59) 568,77 Base de cálculo 2.859,41 Alíquota de acordo com a tabela 15% Cálculo preliminar do IRRF 428,91 125 Valor a deduzir de acordo com a tabela (354,80) IRRF a descontar do empregado 74,11 Quadro 43 - Cálculo IRRF sobre rescisão – 13º salário / Fonte: os autores. Valores que constarão no termo de rescisão do contrato de trabalho CÓDIGO DESCRIÇÃO PROVENTOS DESCONTOS 901 Saldo de salário - rescisão 440,00 902 Adicional de Periculosidade – Rescisão 132,00 907 Férias Vencidas - Rescisão 5.720,00 908 Adicional 1/3 Férias Vencidas – Recisão 1.906,66 909 Férias Proporcionais – Rescisão 2.933,33 910 Adicionals 1/3 Férias Prop - Rescisão 977,77 911 13º Salário Proporcional - Res- cisão 3.813,33 951 INSS desc. s/ Salários – Resci- são 33,00 952 INSS s/ 13º Sal. – Rescisão 385,15 954 IRRF desc. s/ 13º Salário - Res- cisão 74,11 SOMA DE PROVENTOS/DESCONTOS 15.923,09 492,26 LÍQUIDO DE RESCISÃO A PAGAR 15.430,83 Quadro 44 - Termo de rescisão do contrato de trabalho / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 3 126 Demonstraremos, a seguir, as verbas referentes ao FGTS decorrentes da rescisão, considerando as condições já demonstradas. TOTAL FGTS A RECOLHER – BRUNO GONÇALVES Saldo FGTS até o depósito ref. a julho/2021 18.409,55 FGTS do mês anterior 487,60 FGTS s/ salário na rescisão (572,00 x 8%) 45,76 FGTS s/ 13º salário (3.813,33 x 8%) 305,06 Novo Saldo do FGTS (Saldo anterior 18.409,55 + mês ante- rior 487,60 + salário rescisão 45,76 + 13º salário na rescisão 305,06) 19.247,97 40% resgatável pelo empregado 7.699,19 TOTAL A RECOLHER 8.537,61 VALOR A SER RESGATADO PELO EMPREGADO DEMITIDO 26.947,16 Quadro 45 - FGTS sobre rescisão / Fonte: os autores. O gasto financeiro da empresa diante da rescisão simulada é de R$ 15.923,09, referente aos proventos. Não deduzimos os descontos desse valor, consideran- do que os descontos do empregado representam as retenções que a empresa deve fazer, mas que recolhe dos referidos órgãos públicos. Soma-se a esse valor o FGTS depositado, que tem o valor de R$ 838,42, e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, que é equivalente a R$ 7.699,19. Desse modo, temos um total de gastos de R$ 24.460,70. Por outro lado, o recebimento total pelo empregado desligado em detrimen- to da rescisão é de R$ 26.947,16. Para chegar a esse valor, somamos: o saldo do FGTS acumulado antes da rescisão (R$ 18.409,55), o FGTS do mês anterior, o qual ainda não tinha sido depositado (R$ 487,60), o FGTS sobre os salários e o 13º salário calculados na rescisão (R$ 350,82), e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS (R$ 7.699,19). Por fim, contabilizaremos as verbas referentes à rescisão do contrato de trabalho calculada. 127 Valores que constarão no termo de rescisão do contrato de trabalho CÓDIGO DESCRIÇÃO PROVENTOS DESCONTOS 901 Saldo de salário - rescisão 440,00 902 Adicional de Periculosidade – Rescisão 132,00 907 Férias Vencidas - Rescisão 5.720,00 908 Adicional 1/3 Férias Vencidas – Recisão 1.906,66 909 Férias Proporcionais – Rescisão 2.933,33 910 Adicionals 1/3 Férias Prop - Rescisão 977,77 911 13º Salário Proporcional - Rescisão 3.813,33 951 INSS desc. s/ Salários – Rescisão 33,00 952 INSS s/ 13º Sal. – Rescisão 385,15 954 IRRF desc. s/ 13º Salário - Rescisão 74,11 SOMA DE PROVENTOS/DESCONTOS 15.923,09 492,26 LÍQUIDO DE RESCISÃO A PAGAR 15.430,83 Quadro 46 - Termo de rescisão do contrato de trabalho / Fonte: os autores. Na rescisão, temos diversas verbas a serem contabilizadas. Precisamos entender as caraterísticas de cada uma delas para identificarmos as contas que deverão ser utilizadas. Analisemos as verbas. ■ As verbas positivas do saldo de salário e do adicional de periculosida- de são referentes ao trabalho do mês da rescisão. Portanto, esses valores serão lançados pelo resumo da folha de pagamento no débito de despesas e no crédito de salários a pagar. Dessa forma, o débito, no momento da rescisão, não deverá acontecer nas despesas, mas na conta. UNICESUMAR UNIDADE 3 128 ■ As verbas positivas referentes às férias, tantos as vencidas quanto as pro- porcionais, não serão lançadas em despesas, porque, mensalmente, são constituídas (veja o tópico “Contabilização das Férias” que se encontra nesta unidade). ■ As verbas referentes ao 13º salário foram lançadas mensalmente. Conhe- çamos os lançamentos da rescisão no diário. Data Conta Devedora Conta Credora Histórico Valor 03/09/21 Salários a pagar (Passivo) Rescisões a pagar (Passivo) Saldo de Salário na rescisão de Bruno Gonçalves 440,00 03/09/21 Salários a pagar (Passivo) Rescisões a pagar (Passivo) Adicional de Periculo- sidade na rescisão de Bruno Gonçalves 132,00 03/09/21 Férias (Despesa) Rescisões a pagar (Passivo) Férias vencidas e proporcionais mais adicional de férias na rescisão de Bruno Gonçalves 11.537,76 03/09/21 13º Salário (Despesa) Rescisões a pagar (Passivo) 13º Salário na rescisão de Bruno Gonçalves 3.813,33 03/09/21 Rescisões a pagar (Passivo) INSS a recolher (Passivo) INSS descontado sobre salários e 13º salário na rescisão de Bruno Gonçalves 418,15 03/09/21 Rescisões a pagar (Passivo) IRRF a recolher (Passivo) IRRF descontado sobre 13º salário na rescisão de Bruno Gonçalves dos Santos 74,11 03/09/21 Rescisões a pagar (Passivo) Caixa Geral Pagamento da rescisão de Bruno Gonçalves dos Santos 15.430,83 Quadro 47 - Lançamento da rescisão no diário / Fonte: os autores. 129 Quanto aos encargos: o INSS parte da empresa e o FGTS será lançado pelo total do mês, envolvendo as demais verbas da folha além da rescisão. Demonstraremos, a seguir, as verbas referentes ao FGTS e decorrentes dessa rescisão, considerando as condições já expostas. TOTAL DE FGTS A RECOLHER – BRUNO GONÇALVES Saldo FGTS até o depósito ref. a julho/2021 18.409,55 FGTS do mês anterior 487,60 FGTS s/ salário na rescisão (572,00 x 8%) 45,76 FGTS s/ 13º salário (3.813,33 x 8%) 305,06 Novo saldo do FGTS (Saldo anterior 18.409,55 + mês anterior 487,60 + salário rescisão 45,76 + 13º salário na rescisão 305,06) 19.247,97 40% Resgatável Pelo Empregado 7.699,19 TOTAL A RECOLHER (04/09) 8.537,61 VALOR A SER RESGATADO PELO EMPREGADO DEMITIDO 26.947,16 Quadro 48 - FGTS sobre rescisão / Fonte: os autores. Para a contabilização dos fatos contábeis referentes ao FGTS da rescisão, consi- deraremos que: ■ O valor do FGTS da folha de pagamento do mês anterior e do mês da rescisão já foram lançados nas despesas a crédito do FGTS a recolher. ■ A multa sobre o saldo do FGTS não foi provisionada, pois a empresa não sabe quais empregados serão desligados por iniciativa da empresa. Então, lançaremos esses valores nas contas de despesas. Veja o lançamento apresentado a seguir. UNICESUMAR UNIDADE 3 130 Data Conta Deve- dora Conta Cre- dora Histórico Valor 04/09/21 Indenização e Aviso Prévio (Despesa) FGTS a recolher (Passivo) Multa do FGTS da rescisão de Bruno Gonçalves 7.699,19 Quadro 49 - Multa do FGTS sobre rescisão / Fonte: os autores. Considerando os valores do FGTS lançados e o valorda multa contabilizado, é possível lançar o pagamento total utilizando a conta FGTS a recolher. Segue o lançamento: Data Conta De- vedora Conta Cre- dora Histórico Valor 04/09/21 FGTS a recolher (Passivo) Caixa Geral (Ativo) Pagamento do FGTS da rescisão de Bruno Gon- çalves 8.537,61 Quadro 50 - Recolhimento do FGTS total sobre rescisão / Fonte: os autores. Assim, finalizamos os cálculos e os lançamentos contábeis referentes às seguintes rotinas trabalhistas: 13º salário, férias e rescisão do contrato de trabalho. Os conteúdos que foram abordados nesta unidade abrangem a segunda parte dos aspectos da folha de pagamento. Nesse contexto, exploramos as regras e o processo de contabilização do 13º salário, das férias e da rescisão de contrato de trabalho. Os profissionais da área de Recursos Humanos e os contadores devem estar alinhados com as práticas trabalhistas, a CLT, as leis e as normas contábeis, para que possam realizar todos os procedimentos necessários para cálculo e con- tabilização dessas situações dentro de uma organização. Realizaremos um bate-papo com um profissional da área sobre o processo que envolve as rotinas trabalhistas dentro de um escritório de contabilidade. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9694 131 1. As férias representam um período de descanso concedido anualmente pelas or- ganizações aos funcionários. Assim, as férias são um direito garantido a todos os trabalhadores. Contudo, para que esse direito seja respeitado, é necessário seguir uma série de recomendações legais e observações quanto à forma de concessão desse benefício. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o período de gozo permitido após a Reforma Trabalhista feita em 2017: a) 13 dias + 12 dias + 05 dias. b) 19 dias + 07 dias + 04 dias. c) 8 dias + 04 dias + 18 dias. d) 12 dias + 13 dias + 06 dias. e) 20 dias + 05 dias + 05 dias. 2. As férias constituem um período de descanso das atividades referentes ao contrato de trabalho. Além de não gerar prejuízo na remuneração mensal, deve ter um valor adicional de 1/3. Sendo assim, descreva o período necessário de trabalho para que o empregado tenha direito às férias. Em seguida, discorra sobre o período que o empregador tem para conceder as férias. 3. Tanto o empregado quanto o empregador podem manifestar o desejo de encerrar a relação de emprego. Essa manifestação de vontade é chamada de aviso prévio e pode ser feita de duas formas. Identifique-as e as descreva. 4. O pagamento do 13º salário faz jus ao trabalhador urbano, rural, avulso ou doméstico. Já as férias são concedidas por ato do empregador em apenas um período nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Desse modo, a rescisão de contrato de trabalho representa a formalização do térmi- no de um vínculo empregatício. Para calcularmos as verbas do 13º salário, das férias e da rescisão do contrato de trabalho, precisamos de uma remuneração para a base. Discorra sobre essa remuneração e explique como ela deve ser formada. 132 5. O 13º salário foi instituído em 1962 por meio da Lei nº 4.090/62. Trata-se de um paga- mento extra concedido às pessoas que têm o direito garantido. Assim, o 13º salário é concedido a todo trabalhador com carteira assinada, aos funcionários públicos e aos aposentados e pensionistas da Previdência Social. O 13º salário é pago em duas par- celas: a primeira acontece até 30/11 e a outra pode ser feita em 20/12 de cada ano. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o lançamento contábil referente ao pagamento da primeira parcela do 13º salário: a) Débito: 13º salário (despesa); crédito: 13º salário a pagar (passivo). b) Débito: adiantamento de fornecedores (ativo); crédito: caixa ou banco (ativo). c) Débito: 13º salário a pagar (passivo); crédito: adiantamento de 13º salário (ativo). d) Débito: caixa ou banco (ativo); crédito: 13º salário a pagar (passivo). e) Débito: adiantamento de 13º salário (ativo); crédito: caixa (ativo). 6. O desconto do Imposto de Renda (IRRF) é calculado sobre o valor bruto do 13º salário, de acordo com as regras do regulamento do imposto de renda. Sobre a primeira parcela do 13º salário, não há incidência do IRRF. Assim, a importância paga ao em- pregado a título de primeira parcela será deduzida do valor do 13º salário devido até o dia 20 de dezembro. Assinale a alternativa que indica corretamente o lançamento contábil referente ao IRRF descontado dos funcionários no pagamento da segunda parcela do 13º salário. a) Débito: IRRF (despesa); crédito: IRRF a recolher (ativo). b) Débito: IRRF a recolher (passivo); crédito: 13º salário (despesa). c) Débito: 13º salário a pagar (passivo); crédito: IRRF a recolher (passivo). d) Débito: 13ª salário (despesa); crédito: IRRF a pagar (passivo) e) Débito: 13º salário a pagar (ativo); crédito: IRPJ a recolher (despesa) 133 7. Em 1 de março de 2020, entrou em vigor a nova tabela de INSS estabelecida pela Portaria SEPRT nº 3.659/2020 em função da nova sistemática de desconto progres- sivo definida pela Emenda Constitucional nº 103/2019 (Reforma da Previdência). De acordo com a alteração, as rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da data em questão precisam obedecer às novas faixas de salário-de-contribuição e aos respectivos percentuais de desconto progressivo. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o lançamento contábil referente ao desconto do INSS na rescisão do contrato de trabalho: a) Débito: INSS (despesa); crédito: INSS a recolher (ativo). b) Débito: INSS a recolher (passivo); crédito: Rescisão de contrato (passivo). c) Débito: Salário a pagar (passivo); crédito: INSS a recolher (passivo). d) Débito: Rescisões a pagar (passivo); crédito: Salários a pagar (passivo). e) Débito: Rescisões a pagar (passivo); crédito: INSS (despesa). 4Estoque e Controle de Mercadorias Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Me. José Manoel da Costa Caro(a) aluno(a), nesta unidade, conheceremos as temáticas voltadas às rotinas contábeis do estoque e do controle de mercadorias. Assim, entenderemos a relevância dos estoques às organizações e o concei- to e a metodologia de apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Além disso, saberemos as diferenças entre os inventários pe- riódico e permanente no processo dos estoques. Por fim, compreen- deremos os critérios de estoques utilizados pelas empresas, incluindo o Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS), o Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS), a Média Ponderada Móvel (MPM) e o Custo Específico. UNIDADE 4 136 Uma organização do ramo de fabricação de embutidos de carne suína e que se enquadra no regime tributário do Lucro Real vem passando por dificuldades no processo de apuração dos saldos dos estoques. Em outras palavras, foram encontradas divergências de valores em relação aos custos da matéria-prima, dos insumos e dos produtos industrializados. Portanto, o contador Rodrigo precisa fazer uma conciliação contábil de todas as notas fiscais de entrada e saída, com o intuito de fazer a apuração correta dos valores do custo de aquisição das maté- rias-primas, dos insumos e do Custo do ProdutoVendido (CPV). Dessa forma, será necessário emitir os relatórios do sistema contábil, o livro diário e os razonetes para verificar os valores registrados na compra e na venda. A partir desses relatórios, será possível confrontar os valores e conferir se o custo de aquisição está correto. No entanto, se o custo de aquisição estiver incorreto, ele impactará no CPV, no momento da baixa do produto vendido. Diante disso, convido você a pensar nos seguintes questionamentos: quais são os tributos envolvidos no processo de compra de matéria-prima? Qual é a fórmula que realiza a apuração do custo de aquisição da matéria-prima? Quais são os critérios de controle de estoque que podem ser utilizados pela empresa? Como apurar o CPV referente à baixa do produto vendido? O contador Rodrigo estava muito preocupadoem realizar a conciliação con- tábil dos saldos dos estoques, em virtude da aproximação do fechamento contábil anual. Desse modo, houve o levantamento dos arquivos de todas as notas fiscais de compra e de venda, a fim de realizar a averiguação. Rodrigo distribuiu os meses que deveriam ser conferidos pelos funcionários da equipe para a realização da conciliação contábil. A princípio, cada funcioná- rio emitiria o livro diário e os razonetes de acordo com o mês de conferência. Com todos os documentos encontrados e os relatórios emitidos, os trabalhos de conciliação começaram. Durante o processo de conciliação, foram feitas a verificação do valor da nota fiscal de compra e a conferência do valor do custo de aquisição para a confirmação do valor lançado na ficha de estoque. O mesmo raciocínio será seguido para a conferência das notas de saída. A partir das informações apresentadas, os conhecimentos que Rodrigo e a equipe dele precisam relembrar para realizar as conciliações contábeis são: ■ Saber os itens que compõem o custo dos produtos produzidos pela empresa. ■ Rever os tributos que fazem parte desse processo de acordo com o regime tributário da empresa, tais como ICMS, PIS e COFINS. 137 ■ Verificar a existência de frete e/ou seguro nas operações de compras. ■ Analisar o critério de estoque utilizado pela empresa (MPM, PEPS e UEPS). ■ Com a adequação dos valores de aquisição na ficha de estoque, automati- camente, o sistema realizará os acertos relativos aos valores do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) no que diz respeito à venda dos produtos. Proponho a análise das informações e da situação relatada. Posteriormente, anote os possíveis erros que podem ser encontrados na conciliação contábil. A partir das suas anotações sobre os possíveis erros, reflita: quais são as conse- quências para a organização em apurar o saldo dos estoques de forma incorreta? Qual é a importância dos estoques para as empresas? Sabemos que o contador da empresa citada precisa realizar uma conciliação contábil dos saldos dos estoques em função da existência de valores incorretos. Nesta unidade, exploraremos os assuntos relativos aos estoques e ao controle de mercadorias. As mercadorias adquiridas por uma empresa e destinadas à comercialização passam por um processo de controle, seja periódico, seja per- manente, com o objetivo de apurar, em determinada época, o inventário desses produtos relacionando a descrição da mercadoria, o saldo inicial, a quantidade, o preço unitário, o preço total e outras informações necessárias à adequada ad- ministração do estoque. UNICESUMAR UNIDADE 4 138 O Decreto nº 9.580/2018, ao tratar dos livros fiscais, no Art. 275, determina que a pessoa jurídica deverá ter, além dos livros de contabilidade, o registro de in- ventário (BRASIL, 2018). Já o Art. 276 preconiza que o livro inventário e os itens apresentados a seguir deverão ser arrolados com especificações que facilitem a identificação deles (BRASIL, 2018). Dependendo do volume comercializado, a empresa precisará adotar um controle mais ágil, seguro e efetivo para proteger os bens e gerar informações tempestivas e atualizadas sobre a movimentação dos produtos negociados. Ao vender um pro- duto, a organização precisa contabilizar o valor da receita de vendas, os impostos referentes à operação e identificar se a transação ocorreu à vista ou a prazo. Tão importante quanto contabilizar a venda é registrar o custo das mercadorias que saíram do estoque. Assim, para Favero et al. (2009), o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) diz respeito aos gastos efetuados para colocar os itens em condições de venda. Por sua vez, Viceconti e Neves (2013, p. 85) ponderam que, durante a venda da mer- cadoria, o preço de venda é conhecido. “Mas e quanto ao preço de custo? Como a empresa pode determinar que a mercadoria vendida (que está no estoque) veio deste ou daquele fornecedor já que os preços de compra foram diferentes?”. O questionamento apresentado é importante para demonstrar que as mercadorias destinadas à revenda precisam de algum tipo de controle para que o custo seja identificado e lançado adequadamente no período em que ocorreu a venda. Esse controle tende a ser mais simples em entidades de pequeno porte e mais complexo em organizações de médio ou grande porte, em virtude das carac- terísticas empresariais, limitações dos sistemas de informações ou da quantidade As mercadorias Os produtos manufaturados As matérias- primas Os produtos em fabricação Os bens em almoxarifado Descrição da Imagem: a figura apresenta as classificações a respeito dos itens que compõem os estoques das organizações. Desse modo, há cinco setas na cor azul que carregam as classificações. Da esquerda para a direita, encontram-se: “As mercadorias”, “Os produtos manufaturados”, “As matérias-primas”, “Os produtos em fabricação” e “Os bens em almoxarifado”. Figura 1 - Itens que deverão constar no livro de inventário / Fonte: adaptada de Brasil (2018). 139 insuficiente de funcionários. A dificuldade em questão pode ser facilitada pelo método de controle de estoque chamado de “inventário periódico”. Nesse segmento, para uma melhor compreensão do CMV, trabalharemos o conceito e a metodologia de apuração do CMV. Ao adotar o sistema de inventário periódico, o registro contábil do estoque de mercadorias ocorrerá apenas no final de determinado período com a contagem física das quantidades existentes (GRECO; AREND, 2006). Favero et al. (2009) defendem que, mediante a ocorrência da compra e da venda de mercadorias sem um controle permanente, é inviável conhecer o CMV quan- do a venda é realizada. No inventário periódico, esse custo só será identificado por meio de um levantamento ou da contagem física e da respectiva valoração com base na fórmula apresentada a seguir, que objetiva identificar o CMV. CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras (C) – Estoque Final (EF) Quadro 1 - Fórmula da CMV / Fonte: os autores. Viceconti e Neves (2013) explicam que o inventário periódico ocorre quando os estoques existentes na empresa são avaliados na data de encerramento do Balanço Patrimonial por meio da contagem física. Diante disso, o estoque das mercadorias é chamado de estoque final. Em relação à valoração ou ao preço utilizado para NOVAS DESCOBERTAS Título: Estoques e armazenagem Autor: Bruno Paoleschi Editora: Érica Sinopse: Bruno Paoleschi expõe, no livro, as atividades relacionadas à armazenagem e aos estoques. Assim, aborda e explica o processo de ar- mazenagem referente a diversos produtos. Também explana a administra- ção dos armazéns e o planejamento dos inventários. Contextualiza os crité- rios de estoques, como média, PEPS e a UEPS. Não só, mas também trata do planejamento dos setores de recebimento e expedição, e explica os proce- dimentos alfandegários para exportação. Por fim, indica algumas planilhas e exercícios práticos para a fixação dos conteúdos. Os temas podem ser apli- cados em diversos cursos, tais como Administração, Comércio e Finanças. O livro está disponível na Biblioteca Virtual da Unicesumar. UNICESUMAR UNIDADE 4 140 a avaliação dos estoques, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por intermédio do Pronunciamento Técnico 16 (R1), no item 9, prevê que os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido. Dos dois, o menor (CPC, 2009). Em consonância com o pronunciamento técnico, a Lei das Sociedades por Ações, materializada pela Lei nº 6.404/76, ao tratar do critério de avaliação dos elementos do ativo, estabelece, no Art. 183, inciso II, que as mercadorias e os produtos do comércio da companhia, as matérias-primas, os produtos em fabri- cação e os bens em almoxarifado serão avaliados pelo custo de aquisição ou de produção, deduzido de provisão, para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior (BRASIL, 1976). Iudícibus et al. (2010) reforçam que, quando é necessário apurar o resulta- do obtido com a Venda deMercadorias (RCM) e as vendas são realizadas sem controle paralelo e concomitantemente ao estoque, é preciso realizar um levan- tamento físico para avaliar as mercadorias existentes naquela data. A partir da diferença entre o total dos produtos disponíveis para venda durante o período definido e o estoque final (apurado extracontabilmente), obtém-se o CMV. Considere o seguinte exemplo: a) Determinada empresa iniciou o ano com um estoque inicial avaliado e escriturado no valor de R$ 100.000,00, referente a 100 unidades (R$ 1.000,00 cada uma). b) No decorrer do ano, algumas compras e vendas foram realizadas. Todas foram comprovadas por meio de notas fiscais. As compras totalizaram R$ 120.000,00 e as vendas R$ 480.000,00. c) No final do ano, a empresa realizou uma contagem física dos produtos existentes no estoque e, com base nos últimos preços de compras (excluí- dos os impostos recuperáveis), identificou um saldo de 50 unidades ao valor unitário de R$ 1.100,00 (R$ 55.000,00 no total). Com base nas informações exibidas e de acordo com a fórmula do Custo das Mercadorias Vendidas, a empresa apresentará um CMV de R$ 165.000,00. Ob- serve os dados apresentados a seguir. 141 Percebe-se, assim, que o CMV de R$ 165.000,00 representa um saldo residual das mercadorias que existiam em estoque, adicionadas às compras e subtraídas do estoque final. Em outras palavras, esse valor demonstra quanto foi o custo de X produtos vendidos em determinado período. Ao apurar o resultado contábil apenas com as informações apresentadas, a empresa teria um saldo final no Balanço Patrimonial, na conta de estoque de mercadorias, de R$ 55.000,00 (representando os bens físicos destinados às ven- das). Já na Demonstração do Resultado do Exercício, haveria um lucro bruto de R$ 315.000,00, resultado do valor das vendas (R$ 480.000,00) subtraído do CMV (R$ 165.000,00). No exemplo evidenciado, é importante observar dois aspectos em relação ao resultado obtido: A. Vendas: na apuração do lucro, são consideradas todas as vendas rea- lizadas no período, independentemente se elas foram feitas à vista ou a prazo. O que diferencia é o destino ou a contrapartida das vendas. Por exemplo, se a venda foi à vista, o destino dos recursos recebidos será o caixa da empresaou sua conta em banco. Se a venda foi realizada a pra- Estoque inicial Compras Estoque �nal CMV R$100.000,00 R$120.000,00 R$55.000,00 R$165.000,00+ - = Descrição da Imagem: na figura, é apresentado um exemplo voltado à composição da formula do custo. Na parte superior, constam quatro retângulos azuis. Cada um carrega uma seta na parte inferior, a qual é direcionada para um único retângulo na cor branca. Da direita para a esquerda, o primeiro retângulo tem escrito no centro: “Estoque Inicial”. A seta dele se volta ao valor de R$100.000,00, contido no retângulo branco. Depois, há um símbolo de adição e o segundo retângulo azul. Nele, está escrito: “Compras” e a seta dele se direciona ao valor de R$ 120.000,00. Na sequência, há um símbolo de subtração e o terceiro retângulo. Nele, está redigido: “Estoque Final” e a seta dele se volta ao valor de R$ 55.000,00. Depois, há um símbolo de igualdade e um retângulo com a escrita “CMV”. A seta dele aponta para o resultado final de R$ 165.000,00. Figura 2 - Fórmula esquematizada do CMV / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 4 142 zo, terá, como contrapartida, uma conta de direito (conta de clientes ou duplicatas a receber). B. Lucro bruto: de acordo com o resultado apresentado de R$ 315.000,00, em uma situação real, a empresa precisaria considerar o acréscimo de ou- tras receitas (financeiras, descontos obtidos, bonificações etc.) e despesas (vendas, administrativas etc.) para apurar o lucro ou o prejuízo líquido do exercício. Além das contas de estoque inicial, compras e estoque final, outras são conside- radas para a apuração do custo das mercadorias vendidas na metodologia do inventário periódico. A seguir, são expostas as contas mais usuais para identificar o CMV de acordo com Favero et al. (2009). 3211 - CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS 321101 - Estoque Inicial (+) 321102 - Compras de Mercadorias (+) 321103 - Estoque Final (-) 321104 - ICMS sobre Compras (-) 321105 - ICMS sobre Fretes (-) 321106 - ICMS sobre Devolução de Compras (+) 321107 - PIS Faturamento sobre Fretes (-) 321108 - PIS Faturamento sobre Devolução de Compras (+) 321109 - PIS Faturamento sobre Fretes (-) 321109 - PIS Faturamento sobre Devolução de Compras (+) 321110 - COFINS sobre Compras (-) 321111 - COFINS sobre Fretes (-) 321112 - COFINS sobre Devolução de Compras (+) 321113 - Fretes sobre Compras (+) 321114 - Seguros sobre Compras (+) 321115 - Devolução de Compras (-) 321116 - Abatimento sobre Compras (-) Quadro 2 - Composição da conta CMV / Fonte: adaptado de Favero et al. (2009). 143 Assim, é perceptível que há inúmeras contas contribuindo para o aumento ou a redução do valor do custo das mercadorias vendidas. Dentre essas contas, desta- cam-se os impostos, pela relevância dos valores deles na aquisição de estoques. No momento de compra das mercadorias para revenda, se a empresa puder aprovei- tar ou recuperar os valores de ICMS, PIS ou COFINS, eles não comporão o custo da mercadoria, uma vez que a organização está se beneficiando dos valores para abater possíveis obrigações tributárias relacionadas aos impostos. Em continuidade, entenderemos o inventário permanente. Ele objetiva con- trolar os estoques de uma empresa de forma constante para as compras, as vendas e as devoluções de mercadorias. Nesse sentido, você aprenderá a metodologia de controle e de avaliação dos estoques permanentes. O inventário permanente, ao contrário do periódico, controla os estoques constantemente a cada compra ou venda realizada. É desnecessária a realização de qualquer contagem física para apurar o saldo de estoques e determinar o CMV. Para Greco e Arend (2006), o inventário permanente contabiliza o custo das mercadorias vendidas no ato da venda. Isso permite que a empresa controle con- tinuamente as quantidades e os valores das entradas, das saídas e das devoluções dos produtos. Iudícibus et al. (2010) destacam que, nas médias e nas grandes em- presas, principalmente, há a necessidade de um controle sucessivo e ininterrupto do estoque das mercadorias, o que justifica a utilização do inventário permanente. Portanto, é fundamental o uso de sistemas de informações modernos que gerem dados e relatórios pontuais e compatíveis com o fluxo de movimentação do estoque de produtos. Sobre a geração de informações, Favero et al. (2009, p. 236) declaram que: “ O inventário permanente refere-se a um controle de estoque que per-mite aos usuários da informação contábil obter a qualquer momento informações precisas sobre a quantidade e valor de cada item do es- toque da empresa. Com a utilização do inventário permanente não há necessidade de se fazer um desdobramento das contas, similar ao ocorrido no caso do inventário periódico. No inventário permanente, todos os lançamentos relativos às operações com a compra de merca- dorias poderão ser efetuados utilizando-se a conta MERCADORIAS, classificada no subgrupo de Estoque no Ativo Circulante. UNICESUMAR UNIDADE 4 144 No inventário permanente, o controle do estoque de mercadorias é feito por meio de fichas de controle de entradas e saídas de mercadorias. Essas fichas podem ser físicas (material gráfico) ou eletrônicas (sistemas de informações contábeis e gerenciais). Nos últimos anos, a Tecnologia da Informação (TI) vem contribuindo substancialmente aos processos de escrituração, controle e geração de informa- ções contábeis. Em relação ao controle de estoques, é possível destacar o uso de aplicativos e de multimídias tecnológicas, como o código de barras e a leitura ótica, que favorecem a obtenção de um controle mais ágil e seguro. A seguir, é apresentado um modelo de ficha de controle de estoques. 145 Em pr es a Ex em pl o Lt da . Fich a de C on tr ol e de E st oq ue Id en ti fic aç ã da M er ca do ri a: X YZ D AT A EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L 01 /0 5/ X1 - - - - - - 50 10 ,0 0 50 0, 00 02 /0 5/ X1 80 10 ,0 0 80 0, 00 - - - 13 0 10 ,0 0 1. 30 0, 00 06 /0 5/ X1 - - - 30 10 ,0 0 30 0, 00 10 0 10 ,0 0 1. 00 0, 00 TO TA L 80 - 80 0, 00 30 - 30 0, 00 10 0 10 ,0 0 1. 00 0, 00 Q ua dr o 3 - M od el o de fi ch a co nt ro le d e es to qu e / Fo nt e: a da pt ad o de Iu dí ci bu s et a l. (2 0 10 ). UNICESUMAR UNIDADE 4 146 Com base no modelo apresentado, a ficha é composta basicamente por quatro colunas: 1. Data: especificação do período referente à transação realizada. 2. Entrada: classificação das compras realizadas e da devolução das respec- tivas compras com sinal negativo. 3. Saída: descrição das vendas ocorridas e da devolução das respectivas vendas com sinal negativo, compondo, no final, o custo das mercadorias vendidas. 4. Saldo: funciona como um termômetro, indicando a variação final das entradas e das saídas de mercadorias. É importante destacar que o saldo final identificado na ficha de controle é o mesmo apresentado no Balanço Patrimonial da empresa, na conta “Mercadorias” no ativo circulante. Em comparação ao inventário periódico, em que o CMV é identificado com base na contagem física e a atribuição de valor se fundamenta nas últimas compras, no inventário permanente, esse custo é identificado diretamente na coluna “Saída”. 147 Em pr es a Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e. Id en ti fic aç ã da M er ca do ri a: X YZ D AT A EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L 01 /0 5/ X1 - - - - - - 50 10 ,0 0 50 0, 00 ES TO - Q U E IN I- CI A L 02 /0 5/ X1 80 10 ,0 0 80 0, 00 - - - 13 0 10 ,0 0 1. 30 0, 00 06 /0 5/ X1 - - - 30 10 ,0 0 30 0, 00 10 0 10 ,0 0 1. 00 0, 00 TO TA L 80 - 80 0, 00 30 - 30 0, 00 10 0 10 ,0 0 1. 00 0, 00 CM V ES TO Q U E FI N A L Q ua dr o 4 - Es qu em a co m a id en ti fic aç ão d os s al do s na fi ch a de c on tr ol e de e st oq ue / F on te : o s au to re s. UNICESUMAR UNIDADE 4 148 Favero et al. (2009) explicam que a ficha de controle de estoque é usada com o intuito de fornecer informações relacionadas à quantidade de itens estocados e aos respectivos valores deles. Além disso, serve de referência para a confrontação entre a contagem física e a quantidade registrada na ficha. De modo conclusivo, o inventário permanente pode ser avaliado pelos seguintes métodos: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS) e Média Ponderada Móvel (MPM). Agora, entenderemos os critérios relacionados à avaliação do estoque (PEPS, UEPS e MPM). O estoque é avaliado pelo custo de aquisição e o controle é feito de acordo com a baixa ou a saída de uma mercadoria pelos seguintes métodos: PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai), UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) e MPM (Média Ponderada Móvel). O Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS), traduzido do inglês “First In, First Out” (FIFO), é um método que utiliza primeiramente o custo das com- pras efetuadas, a fim de obter o valor do custo das mercadorias vendidas. Desse modo, toda vez que ocorre uma venda, baixam-se as primeiras compras efetuadas (GRECO; AREND, 2006). NOVAS DESCOBERTAS Título: Almoxarifado e gestão de estoques Autor: Bruno Paoleschi Editora: Érica Sinopse: este livro apresenta a importância da gestão de estoques para as empresas e explica o impacto dessa informação no processo de to- mada de decisão empresarial. Além disso, demonstra como é a parte ope- racional do setor de almoxarifado das organizações. Desse modo, expõe diversas planilhas para facilitar o entendimento dos conteúdos relativos à gestão de estoques. Também explica as etapas do planejamento industrial nas organizações, o PCP, a produção, a engenharia e marketing e a gestão da qualidade, por exemplo. Por fim, explora a noção de logística no processo de estoques. Você pode acessá-lo na Biblioteca Virtual da Unicesumar. 149 Viceconti e Neves (2013) explicam que o objetivo do método PEPS é avaliar o estoque final pelas aquisições mais recentes e o custo das mercadorias vendidas pelas aquisições mais antigas. Em outras palavras, o estoque final é reflexo das últimas compras realizadas: representa aquilo que ficou no estoque. O custo das mercadorias vendidas, porém, é avaliado pelas primeiras compras, pois as primei- ras mercadorias compradas devem ser as primeiras a serem baixadas: primeiro que entra, primeiro que sai. O raciocínio exposto, segundo Favero et al. (2009), visa demonstrar que, primeiramente, são vendidas as mercadorias mais antigas. Considere as seguintes informações: • No dia 01/07/X1, a empresa identifica um saldo de 110 unidades com valor unitário de R$ 5,00. Quando há estoque inicial, é necessário conside- rar essa informação como a “primeira entrada”. • No dia 05/07/X1, são adquiridas 100 unidades pelo valor unitário de R$ 6,00. • No dia 08/07/X1, é realizada uma venda de 80 unidades pelo valor de R$ 10,00 cada. Perceba que, nesse caso, na ficha de controle de estoque, o valor da “venda” não é considerado, mas tão somente o valor do “custo de aquisição” do produto. UNICESUMAR UNIDADE 4 150 Em pr es a Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e. Id en ti fic aç ã da M er ca do ri a: X YZ D AT A EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L 01 /0 7/ X1 - - - - - - 11 0 5, 00 55 0, 00 05 /0 7/ X1 10 0 6, 00 60 0, 00 - - - 11 0 5, 00 55 0, 00 10 0 6, 00 60 0, 00 08 /0 7/ X1 - - - 80 5, 00 40 0, 00 30 5, 00 15 0, 00 10 0 6, 00 60 0, 00 TO TA L 10 0 - 60 0, 00 80 - 40 0, 00 13 0 - 75 0, 00 Q ua dr o 5 - Co nt ro le d e es to qu e pe lo m ét od o P EP S / Fo nt e: o s au to re s. 151 Com base na ficha apresentada, são depreendidas as seguintes informações: • Estoque inicial (EI): R$ 550,00. • CMV: R$ 400,00. • Estoque final (EF): R$ 750,00. • Aplicando a fórmula para a identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00 (EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 750,00 (EF) = R$ 400,00 (CMV). Agora, entenderemos o Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS). O mé- todo UEPS ou “Last In, First Out” (LIFO), em inglês, considera o CMV pelo custo das últimas mercadorias adquiridas. Contudo, proporciona maior custo às mercadorias vendidas e, consequentemente, menor resultado. Portanto, esse critério de valoração do estoque não é aceito pela legislação brasileira do Imposto de Renda (FAVERO et al., 2009). Viceconti e Neves (2013) sustentam que o método UEPS tem como objetivo avaliar o estoque final pelas aquisições mais antigas e o CMV pelas aquisições mais recentes. Em um contexto de alta inflação, o UEPS subavalia o valor do estoque final (aquisições mais antigas) e preserva o valor do CMV (aquisições mais recentes). O CPC, por intermédio do Pronunciamento Técnico 16 (R1), de 8 de maio de 2009, também não admite a utilização desse método para valoração do estoque (CPC, 2009). Utilizando os mesmos dados (quantidades e valores) da metodologia PEPS, tem-se o seguinte cenário para o critério do método UEPS. UNICESUMAR UNIDADE 4 152Em pr es a Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e. Id en ti fic aç ã da M er ca do ri a: X YZ D AT A EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L 01 /0 7/ X1 - - - - - - 11 0 5, 00 55 0, 00 05 /0 7/ X1 10 0 6, 00 60 0, 00 - - - 11 0 5, 00 55 0, 00 10 0 6, 00 60 0, 00 08 /0 7/ X1 - - - 80 6, 00 48 0, 00 11 0 5, 00 55 0, 00 20 6, 00 12 0, 00 TO TA L 10 0 - 60 0, 00 80 - 48 0, 00 13 0 - 67 0, 00 Q ua dr o 6 - Co nt ro le d e es to qu e pe lo m ét od o U EP S / Fo nt e: o s au to re s. 153 De acordo com a ficha apresentada, depreendem-se as seguintes informações: ■ Estoque inicial (EI): R$ 550,00. ■ CMV: R$ 480,00. ■ Estoque final (EF): R$ 670,00. Aplicando a fórmula para a identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00 (EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 670,00 (EF) = R$ 480,00 (CMV) É possível concluir que o UEPS (R$ 480,00) apresentou um CMV superior ao método PEPS (R$ 400,00). Isso justifica a reprovação desse método pela legis- lação brasileira do Imposto de Renda, tendo em vista que, com um custo maior, dispõe-se de um lucro menor e, consequentemente, um imposto menor a recolher dos cofres públicos. Por fim, compreenderemos a Média Ponderada Móvel (MPM). Ela consi- dera o CMV pelo valor médio das mercadorias compradas, fugindo do controle de preços por lotes, assim como acontece nos métodos anteriores. É o método mais utilizado e lógico, pois o valor médio de cada unidade em estoque se altera à medida que são compradas outras unidades. Desse modo, o custo é calculado a partir da divisão do custo total do estoque pelas unidades existentes (IUDÍ- CIBUS et al., 2010). Favero et al. (2009) advertem que, na MPM, normalmente, o CMV apurado fica abaixo do valor apurado pelo método UEPS e acima do valor encontrado por meio do PEPS, ou seja, um valor médio. Utilizando as informações que já foram expostas, tem-se a situação apresen- tada a seguir. UNICESUMAR UNIDADE 4 154 Em pr es a Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e. Id en ti fic aç ã da M er ca do ri a: X YZ D AT A EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L 01 /0 7/ X1 - - - - - - 11 0 5, 00 55 0, 00 05 /0 7/ X1 10 0 6, 00 60 0, 00 - - - 21 0 5, 48 1. 15 0, 00 08 /0 7/ X1 - - - 80 5, 48 43 8, 10 13 0 5, 48 71 1, 90 TO TA L 10 0 - 60 0, 00 80 - 43 8, 10 13 0 - 71 1, 90 Q ua dr o 7 - Co nt ro le d e es to qu e pe la M P M / F on te : o s au to re s. 155 Pela MPM, os saldos de estoque e CMV são: ■ Estoque inicial (EI): R$ 550,00. ■ CMV: R$ 438,10. ■ Estoque final (EF): R$ 711,90. Aplicando a fórmula para a identificação do CMV, tem-se: R$ 550,00 (EI) + R$ 600,00 (C) – R$ 711,90 (EF) = R$ 438,10 (CMV) Assim, é visível que o custo das mercadorias vendidas pela MPM (R$ 438,10) ficou abaixo do valor apurado pelo método UEPS (R$ 480,00) e acima do valor encontrado por meio do PEPS (R$ 400,00), o que corrobora com as explicações de Favero et al. (2009). A seguir, é possível identificar as principais diferenças entre os métodos PEPS, UEPS e MPM. MÉTODO PEPS UEPS MPM Estoque inicial 550,00 550,00 550,00 (+) Compras 600,00 600,00 600,00 (-) Estoque final (750,00) (670,00) (711,90) (=) CMV 400,00 480,00 438,10 Quadro 8 - Comparação entre os métodos PEPS, UEPS e MPM / Fonte: os autores. Com base no quadro anterior, é perceptível que os saldos de estoque inicial e de compras não sofrem alterações, somente as contas de estoque final e o custo das mercadorias vendidas pela interferência dos custos diferenciados e relacionados com as compras e as baixas de mercadorias. Contudo, além dos métodos apresen- tados, Greco e Arend (2006) apresentam outro sistema de valoração e controle: o custo específico ou identificado, que é o controle de mercadoria específica. Ele é adequado somente aos produtos com preço elevado e pouca rotação nos estoques, como tratores e automóveis, os quais permitem uma identificação por unidade. Favero et al. (2009, p. 250), que nomeiam o método em questão de “preço específico”, esclarecem que “cada unidade de mercadoria terá seu preço específico e, por este valor, será dada a baixa no momento de sua venda”. Nesse sentido, o UNICESUMAR UNIDADE 4 156 preço específico pode apresentar uma contabilização mais perfeita, visando à apuração de um resultado contábil mais correto, quando o determinamos pela diferença entre o valor de venda e o valor de custo exato de determinada unidade. Quando é possível determinar, no momento da venda, o preço exato de cada unidade em estoque, é possível dar a baixa na ficha de estoque por esse valor. Sendo assim, o estoque final será a soma de todas as mercadorias existentes no estoque pelos preços específicos delas. Portanto, esse critério pode ser aplicado em alguns casos, quando a quanti- dade, o valor ou a própria característica da mercadoria o permitem. Considere um tipo de empresa comercial que avalia o estoque pelo preço específico de auto- móveis. Geralmente não é possível identificar o custo específico de cada unidade. Assim, atribui-se, à cada unidade do estoque, o preço efetivamente pago por ela. Para um melhor entendimento do custo ou do preço específico, a seguir, é exposto um exemplo. Com base nas operações da empresa Volks Comércio de Carros Novos, será apresentada a ficha de estoque pelo critério de custo específico. • Em 05/07/X1: compra de um automóvel da marca CrossFox, chassi nº 2.500, por R$ 46.067,00. • Em 12/07/X1: compra de um automóvel da marca Polo Sedan, chassi nº 5.134, por R$ 49.490,00. • Em 12/07/X1: compra de um automóvel da marca Jetta, chassi nº 00221, por R$ 62.990,00. • Em 13/07/X1: venda de um automóvel da marca Polo Sedan, chassi nº 5.134. • Em 15/07/X1: compra de três automóveis da marca Parati, chassis nº 6.850, nº 6.851 e nº 6.852, por R$ 42.420,00 cada um. • 18/07/X1: compra de dois automóveis da marca Kombi, chassis nº 750 e nº 751, por R$ 48.150,00 cada uma. • 20/07/X1: venda de um automóvel da marca Parati, chassi nº 6.852. • 20/07/X1: venda de um automóvel da marca Kombi, chassi nº 751. • 25/07/X1: compra de três automóveis da marca Fusca, chassis nº 8.507, nº 8.508 e nº 8.509, por R$ 79.990,00 cada um. • 29/07/X1: venda de um automóvel da marca Fusca, chassi nº 8.507. Quadro 9 - Dados para resolução do exemplo / Fonte: os autores. De acordo com as informações expostas, a seguir, é evidenciada a resolução da ficha de estoque pelo custo específico. 157 Atenção, querido(a) aluno(a)! Forma de leitura [página dupla] Aproveite sua leitura! Devido ao tamanho, o quadro/tabela a seguir deverá ser interpretado(a) no sentido horizontal (livro aberto). Para visualização no formato digital (PDF), você precisará configurar em: Visualizar > Exibição da página > Exibição em duas páginas. UNICESUMAR UNIDADE 4 158 DATA HISTORICO ENTRADA QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL 05/07/X1 C. Cros Fox 1 46.067,00 46.067,00 SALDO FINAL DO DIA: 12/07/X1 C. POLO SEDAN 1 49.490,00 49.490,00 12/07/X1 C. JETTA 1 62.990,00 62.990,00 SALDO FINAL DO DIA: 13/07/X1 V. POLO SEDAN SALDO FINAL DO DIA: 15/07/X1 C. PARATI 3 42.420,00 127.260,00 SALDO FINAL DO DIA: 18/07/X1 C. KOMBI 2 48.150,00 96.300,00 SALDO FINAL DO DIA: 20/07/X1 V. PARATI V. KOMBI SALDO FINAL DO DIA: 25/07/X1 C. FUSCA 3 79.990,00 239.970,00 SALDO FINAL DO DIA: 29/07/X1 V. FUSCA SALDO FINAL DO DIA: Quadro 10 - Resolução da ficha de estoque pelo preço específico / Fonte: os autores.159 SAÍDAS SALDOS QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL 1 46.067,00 46.067,00 1 - 46.067,00 1 49.490,00 49.490,00 1 62.990,00 62.990,00 3 - 158.547,00 1 49.490,00 49.490,00 2 - 109.057,00 3 42.420,00 127.260,00 5 - 236.317,00 2 48.150,00 96.300,00 7 - 332.617,00 1 42.420,00 42.420,00 1 48.150,00 48.150,00 5 - 242.047,00 3 79.990,00 239.970,00 8 - 482.017,00 1 79.990,00 79.990,00 7 - 402.027,00 UNICESUMAR UNIDADE 4 160 Com base nos conceitos e nos ensinamentos apresentados, observa-se que, de- pendendo do método aplicado, o estoque poderá ser avaliado pelas primeiras ou pelas últimas compras, ficando mais próximo ou mais distante do valor atual. O custo das mercadorias vendidas também será maior ou menor, o que também interfere no resultado do exercício. Reforça-se, portanto, a necessidade de serem feitas leituras complementares e realizados exercícios práticos para melhor com- preensão do assunto. Esta unidade apresentou os principais assuntos relativos às rotinas do estoque. Assim, pudemos refletir sobre os problemas que podem acontecer pela falta de gerenciamento dos estoques nas organizações. O registro incorreto da compra de uma mercadoria poderá gerar um erro no cálculo do preço de venda das merca- dorias e no valor que será contabilizado de CMV no momento da baixa da venda. Esses erros impactarão na DRE, em função do valor incorreto da CMV. Além disso, prejudicarão o saldo final que será apresentado no Balanço Patrimonial e no DRE. Portanto, o contador Rodrigo e a equipe dele devem realizar a concilia- ção contábil dos registos das notas fiscais de entrada e saída para verificação do saldo final do estoque. Com base no processo de conciliação contábil, foi possí- vel encontrar os valores incorretos e realizar o procedimento de acertos para a apuração do saldo correto, o qual será apresentado nas demonstrações contábeis. De acordo com os conteúdos apresentados no decorrer desta unidade, você deve estar se perguntando: quais critérios de estoque podem ser utilizados para fins fiscais? Segundo o Regulamento do Imposto de Renda, de 1999, os critérios MPM e PEPS podem ser usados para atender às demandas fiscais. Contudo, o UEPS só pode ser utilizado para cunho ge- rencial (BRASIL, 1999). PENSANDO JUNTOS Realizaremos um bate-papo voltado ao processo que envolve as rotinas do controle de estoque e exporemos a relevância dele para as empresas. Aperte o play e confira. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9695 161 1. O inventário periódico é realizado em intervalos e é permitido pela legislação do Im- posto de Renda. Esse tipo de inventário permite apurar os custos em determinado período, por exemplo, um mês. Adotando-se o sistema de inventário periódico, a apuração e registro do CMV ocor- rerá: a) Apenas no início de determinado período, com a contagem das notas fiscais lançadas no ano anterior ao ocorrido. b) No final de determinado período, por meio do critério PEPS. c) No início de um período, utilizando a metodologia UEPS. d) Apenas no final de determinado período, com a contagem física das quantidades existentes. e) Somente no final de um período, com a contagem física e a utilização da meto- dologia MPM. 2. O inventário permanente é um modo de controlar os estoques nas empresas. Assim, é dado baixa nos itens em estoque após cada operação de venda. Sobre o inventário permanente, leia as afirmativas a seguir: I - Além de contabilizar o CMV no ato da venda, o inventário permanente precisa de uma contagem física dos produtos para apurar o saldo final de estoques. II - Esse sistema consiste em contabilizar o CMV no ato da venda. III - No inventário permanente, é desnecessária a realização de qualquer contagem física para apurar o saldo de estoques e determinar o CMV. IV - De maneira oposta ao inventário periódico, no permanente, os estoques não são controlados constantemente, seja a cada compra, seja a cada venda realizada. É coreto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) III e IV, apenas. 162 3. Os critérios de estoque mais conhecidos e utilizados para a avaliação de estoque e a mensuração do preço da mercadoria, do produto e do serviço são os seguintes: MPM, PEPS e UEPS. De acordo com a legislação do Imposto de Renda, no Brasil, as empresas podem apenas usar a MPM e a PEPS para fins de contabilidade de custos. Em relação à avaliação dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e MPM, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para as Verdadeiras e (F) para as Falsas: ( ) A MPM considera o CMV pelo valor da primeira entrada, fugindo do controle de preços por lotes. ( ) No critério PEPS, avalia-se o estoque final pelas aquisições mais recentes e o CMV pelas aquisições mais antigas. ( ) O CMV apurado na MPM é mais alto que o valor encontrado no método UEPS, aceito pela legislação brasileira do Imposto de Renda. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) V, F, F. b) V, F, V. c) F, V, F. d) F, F, V. e) F, F, F. 4. Bastante usado pelas organizações de pequeno e de médio porte, o inventário perió- dico demanda pouca rotina, visto que é feito periodicamente, em intervalos. Assim, é realizado o controle de estoques com base no número de itens, apurando o custo de fabricação. No inventário periódico, o CMV é composto por diversas contas. Dentre elas, des- tacam-se: a) Estoque Inicial (+), compras de mercadorias (+) e devolução de compras (-). b) Estoque inicial (+), COFINS sobre compras (+) e abatimento sobre compras (-). c) Estoque final (-), compras de mercadorias (+) e devolução de compras (+). d) COFINS sobre compras (-), fretes sobre compras (-) e abatimento sobre compras (+). e) Abatimento sobre compras (-), estoque final (+) e estoque inicial (-). 163 5. O PEPS é um dos critérios de estoque que realiza a movimentação das mercadorias ou dos produtos. Dessa forma, os itens que entram primeiro no estoque devem sair antecipadamente no momento da venda. ENTRADA SAÍDAS SALDO Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L - - - - - - 200 1,80 360,00 120 2,00 240,00 - - - 200 1,80 360,00 120 2,00 240,00 - - - 50 120 - 240,00 Fonte: os autores. Com base na ficha de controle de estoque exposta e no método PEPS, considere as afirmativas a seguir: I - O estoque inicial será de R$ 360,00 e o CMV de R$ 90,00. II - O estoque final será de R$ 510,00. III - O CMV será de R$ 100,00 e o estoque inicial de R$ 240,00. IV - O estoque final será de R$ 540,00 e o CMV de R$ 90,00. É correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I apenas. d) II, III e IV apenas. e) III e IV apenas. 164 6. O controle de estoque nas empresas pode ser realizado pelo inventário periódico ou pelo inventário permanente. Assim, pode ser feita uma contagem física extra para determinação do estoque e valorização das demonstrações contábeis. Considerando os critérios aceitos para a gestão dos estoques, analise as afirmativas a seguir: I - Os tipos de inventário permitidos são PEPS, UEPS e MPM. II - O único inventário aceito legalmente no Brasil é o UEPS. III - O inventário legalmente aceito se refere à sobreposição do maior preço, o que diminui os custos dos produtos, dos mercados e dos serviços. É correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I e III apenas. d) II apenas. e) I apenas. 165 7. No Brasil, o critério de estoque mais usado é o MPM. Nesse critério, os itens do estoque são avaliados pelo custo médio de aquisição apurado na entrada dos itens. Contudo, também existem outros métodos que podem ser utilizados, tais como PEPS, UEPS e custo específico. Com base nos critérios de avaliação de estoques, relacione os métodos expostos na coluna da esquerda às respectivas definições, presentes na coluna da direita: 1- Preço específico( ) Nesse critério, os custos mais antigos são atribuídos aos estoques. 2- PEPS ( ) Consiste em atribuir, a cada unidade do estoque, o preço efetivamente pago por ela. 3- UEPS ( ) Nesse critério, as mercadorias estocadas serão sem- pre valoradas pela média dos custos de aquisição. 4- MPM ( ) Nesse critério, os custos mais recentes são atribuídos aos estoques. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) 3, 1, 4, 2. b) 2, 4, 1, 3. c) 3, 4, 1, 2. d) 2, 1, 4, 3. e) 1, 2, 3, 4. 5Operações com Mercadorias sem Impostos Me. Tatiane Garcia da Silva Santos Me. José Manoel da Costa Nesta unidade, compreenderemos as operações com mercadorias sem impostos. Desse modo, contextualizaremos como a contabilidade trata as operações que abrangem as compras, as vendas e as devolu- ções de compras e de vendas. Por fim, demonstraremos como essas operações contábeis são importantes para a geração de informações para a tomada de decisão empresarial. UNIDADE 5 168 A empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda. realiza operações de com- pras de mercadorias para revenda, tais como mesas, cadeiras e sofás. No decorrer do mês de agosto, o gerente da empresa verificou, por meio dos relatórios geren- ciais, que os valores de custos das mercadorias compradas não estavam sendo calculados da forma correta. Essa situação poderia impactar o valor das vendas das mercadorias aos consumidores finais. Consequentemente, o gerente da organização deve verificar a composição dos custos das mercadorias adquiridas e os valores delas nas fichas de estoque. Além disso, precisa constatar se o sistema gerencial da empresa está calculando de forma correta os custos das mercadorias. Faço os seguintes questionamentos em relação ao problema da empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda.: ■ Qual é a fórmula que deve ser usada para a apuração do custo de aquisição das mercadorias compradas? ■ Quais são as consequências de formular o custo de aquisição das merca- dorias de forma incorreta? ■ Qual é o impacto do custo incorreto na formulação do preço de venda das mercadorias? O gerente da empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda. está preocupado com o valor do custo de aquisição das mercadorias, porque ele sabe as conse- quências dessa situação para a organização. Portanto, deve fazer o levantamento das notas fiscais de entrada do mês de agosto para realizar uma conferência no sistema gerencial. Por meio dessa conferência, pode ser encontrada uma falha de registro que impactará o custo de aquisição das mercadorias, o preço de venda delas e a baixa do estoque. O escritório de contabilidade encaminhou os arquivos XML das notas fiscais de entrada para o processo de conferência do mês de agosto. O gerente começou a rever as notas fiscais e o registro realizado no sistema gerencial. No entanto, houve a necessidade de rever o cálculo executado pelo sistema gerencial em relação à formulação do custo de aquisição. Esse processo de conferência deve ser realizado o mais rápido possível, pois o custo incorreto poderá impactar o próximo mês. Com base nas informações expostas, quais são os conhecimentos que o ge- rente precisa para realizar a conferência do custo de aquisição das mercadorias compradas e dos demais processos? Conheça-os a seguir: 169 ■ Relembrar o processo de composição do custo de aquisição das merca- dorias compradas. ■ Verificar os itens que podem ser incorporados no processo de custo de aquisição de mercadorias, tais como frete e seguro. ■ Analisar os impactos das devoluções de compras e de vendas no custo das mercadorias. ■ Explorar o critério de estoque que a empresa utiliza para o gerenciamento das mercadorias. Proponho a seguinte ação: a partir das informações e dos conhecimentos que você tem, anote, no diário de bordo, os possíveis erros de registro que o gerente poderá encontrar no sistema gerencial. De acordo com as informações apresentadas sobre a empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda., convido você a fazer as seguintes reflexões: ■ Ao realizar o cálculo do custo da mercadoria comprada de forma incor- reta, é possível haver um impacto no preço de venda? ■ O custo sobre as vendas das mercadorias poderá influenciar os resultados da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)? A empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda. vem passando por pro- blemas de gerenciamento na formulação do custo de aquisição das mercado- rias para revenda. Por meio dos assuntos que serão abordados nesta unidade, UNICESUMAR UNIDADE 5 170 entenderemos o impacto da falta de controle e de registro das operações com mercadorias sem impostos. Primeiramente, entenderemos a compra de mercadorias para revenda. Assim, a contabilização das operações com mercadorias apresentada seguirá o método do inventário permanente, o qual foi estudado na Unidade 4, de maneira a permitir o controle constante das movimentações de compra, venda e devolu- ções, e a identificação do custo das mercadorias vendidas no ato da venda. Isso se difere do método do inventário periódico, em que o controle gerencial não ocorre simultaneamente às operações, mas se dá por intermédio da concentração dos lançamentos na conta de Custo da Mercadoria Vendida (CMV) e da contagem física das mercadorias para confirmação e ajustes dos saldos em estoque. O estoque de mercadorias representa um dos principais elementos do pa- trimônio de uma empresa e está presente na maioria delas. Portanto, precisa ser avaliado, contabilizado e demonstrado, a fim de permitir um controle eficiente (NASCIMENTO; COSTA, 2015). As mercadorias, quando ingressam na empresa, têm o valor registrado no grupo “Ativo Circulante” do Balanço Patrimonial. Isso proporciona um aumento do valor dos bens patrimoniais, ou seja, amplia-se o valor do grupo dos Esto- ques. No momento da venda, o estoque tem, como contrapartida, uma conta de resultado conhecida como Custo de Mercadoria Vendida (CMV), constante na Demonstração do Resultado do Exercício. Desse modo, é necessário conhecer a metodologia de cálculo para identificar os itens que farão parte do custo da mercadoria adquirida. Greco e Arend (2006) explicam que o custo unitário da mercadoria é obtido pelo valor total das respec- tivas compras, incluindo os seguros e os fretes, dividido pela quantidade adqui- rida. Em outras palavras, o custo das compras de mercadorias é calculado com base no esquema indicado pelo Quadro 1. VALOR DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS (+) FRETES (+) SEGUROS (+) OUTROS GASTOS (=) CUSTO TOTAL DE AQUISIÇÃO 171 (/) QUANTIDADE COMPRADA (=) CUSTO UNITÁRIO DE AQUISIÇÃO Quadro 1 - Composição do custo de aquisição de mercadoria Fonte: adaptado de Nascimento e Costa (2015). Cabe ressaltar que, dentre os valores que compõem o custo das mercadorias adquiridas, é possível incluir os tributos não recuperáveis e excluir os tributos recuperáveis (impostos que dão o direito de a empresa abater ou recuperar de- terminado valor sobre o montante final a pagar). Contudo, para fins didáticos e facilitar o aprendizado do conteúdo proposto, esta unidade não tratará dos impostos envolvidos na aquisição, na venda e na devolução de mercadorias. De modo prático, considere que a empresa Exemplo Ltda. comprou 50 uni- dades de determinada mercadoria para revenda. O valor das mercadorias totalizou R$ 500,00. A empresa também pagou R$ 80,00 de frete e R$ 20,00 de seguro. Assim, o valor unitário da mercadoria adquirida é de R$ 12,00, de acordo com as informações presentes no Quadro 2. Identificação Qte. Valor Unitário Valor Total Valor dos produtos 50 R$ 10,00 R$ 500,00 (+) Valor do Frete R$ 80,00 (+) Valor do Seguro R$ 20,00 (=) Custo Total de Aquisição R$ 600,00 (/) Quantidade comprada 50 (=) Custo Unitário de Aquisição R$ 12,00 Quadro 2 - Exemplo de composição e identificação do custo unitário de mercadoria Fonte: os autores. Com base no exemplo anterior, as próximas informações se referem às compras de mercadoriasusando a metodologia do Livro Diário e Razão para contabilizar os fatos ocorridos. Suponha que a Empresa Exemplo Ltda. realizou uma compra de mercadorias para revenda no dia 02/01/X1, com o pagamento do frete e do seguro. A compra poderia acontecer à vista ou a prazo. UNICESUMAR UNIDADE 5 172 1. Compra de mercadorias para revenda no valor total de R$ 8.0000,00. 1.1) Compras à vista: D (Débito) – Mercadorias p/ revenda (estoque) C (Crédito) – Caixa ou bancos........ R$ 8.000,00 1.2) Compras a prazo: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Fornecedores ou duplicatas a pagar........ R$ 8.000,00 Caro(a) aluno(a), a seguir, é apresentado um único razonete. Nele, são visíveis as possíveis contas contábeis que poderão ser utilizadas na operação de compra de mercadorias para revenda, tais como caixa (à vista), bancos (à vista, via cheque) e fornecedores (a prazo). Observe que, no formato de lançamento contábil exposto, independentemente de ser uma compra à vista ou a prazo, todo débito corresponde a um crédito de igual valor. Cumpre-se, assim, o que determina o método das partidas dobradas. 2. Pagamento do frete referente ao transporte das mercadorias adquiridas no valor de R$ 1.000,00. D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Caixa, bancos ou fretes a pagar........ R$ 1.000,00 A seguir, é apresentado um único razonete. Nele, são inseridas as possíveis contas contábeis que poderão ser utilizadas na operação de compra de mercadorias para Mercadorias p/ Revenda Cx/Bancos/Fornecedores 8.000,00 8.000,00 D C D C Figura 1 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. 173 revenda com a incidência do frete, tais como caixa (à vista), bancos (à vista, via cheque) e fretes a pagar (a prazo). 3. Pagamento de seguro das mercadorias adquiridas no valor de R$ 500,00. D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Caixa, bancos ou seguros a pagar........ R$ 500,00 A seguir, é apresentado um único razonete. Nele, encontram-se as possíveis contas contábeis que poderão ser utilizadas na operação de compra de mercadorias para revenda com a incidência do seguro, tais como caixa (à vista), bancos (à vista, via cheque) e seguros a pagar (a prazo). Mercadorias p/ Revenda Cx/Bancos/Fretes a Pagar 1.000,00 1.000,00 D C D C Figura 2 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. Mercadorias p/ Revenda Cx/Bancos/Seguros a Pagar 500,00 500,00 D C D C Figura 3 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 5 174 Ao usar a ficha de controle do estoque de mercadorias e a Média Ponderada Móvel (MPM), os valores de compra, de frete e de seguro permanecem do modo como a Tabela 1 os apresenta. Fi ch a de C on tr ol e de E st oq ue D AT A H IS TÓ - RI CO EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L 02 /0 1/ X1 CO M - PR A 10 0 80 ,0 0 8. 00 0, 00 - - - 10 0 80 ,0 0 8. 00 0, 00 02 /0 1/ X1 FR ET E - - 1. 00 0, 00 - - - - - 1. 00 0, 00 02 /0 1/ X1 SE G U - RO - - 50 0, 00 - - - - - 50 0, 00 TO TA L 10 0 - 9. 50 0, 00 - - - 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 Ta be la 1 - F ic ha d e co nt ro le d e es to qu e (c om pr a de m er ca do ria s) / F on te : o s au to re s. 175 É perceptível que os preços do frete e do seguro pagos pela empresa na aquisição das mercadorias contribuíram para aumentar o valor do estoque. Dessa forma, o custo final das mercadorias adquiridas apresenta um valor de R$ 9.500,00. Nesse caso, a instituição consegue identificar o custo unitário das mercadorias quando divide o valor total pelas quantidades que servirão de referência para apurar o CMV. As empresas também realizam a venda de mercadorias, que é o objetivo prin- cipal das organizações comerciais e industriais. O valor do faturamento deve ser superior ao custo das mercadorias adquiridas, a fim de suprir as diversas neces- sidades operacionais e administrativas. No momento da venda, com base no enquadramento tributário e na atividade econômica empresarial, os valores dos impostos sobre a receita de vendas devem ser apurados, contabilizados e provisionados para o pagamento. Entretanto, esta unidade não tratará dos impostos relacionados à movimentação de mercadorias. A contabilização da receita de vendas de mercadorias pode apresentar um des- dobramento em vendas à vista ou a prazo, de acordo com o tipo de negociação estabelecido. No primeiro caso, a empresa recebe os valores por meio do caixa ou via crédito bancário. Por outro lado, nas vendas a prazo, esse valor só é recebido posteriormente, embora haja, de imediato, o reconhecimento do direito a receber por meio do registro contábil na conta “Clientes” ou “Duplicatas a Receber”. NOVAS DESCOBERTAS Título: Contabilidade comercial Autores: Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion Editora: Atlas Sinopse: no livro, são apresentados os assuntos relativos à contabili- dade comercial. Assim, são destacados os temas relacionados às principais operações que acontecem nas organizações. Além disso, são explicados os assuntos com base nos aspectos legais e fiscais vigentes no país. A obra pode ser utilizada nas disciplinas que tratam das operações com mercadorias sem e com tributos. No decorrer do livro, também são explicadas as operações comerciais destinadas aos processos de exportação e importação, as técni- cas contábeis para a contabilização de matriz e de filial, o custo de reposição e as operações comerciais e financeiras. Caso queira, você pode encontrar o livro na Biblioteca Virtual da Unicesumar. UNICESUMAR UNIDADE 5 176 Greco e Arend (2006) sustentam que as vendas de produtos ou serviços via cartões de crédito também são caracterizadas como vendas a prazo, pois as em- presas administradoras de cartões de crédito somente efetuam o pagamento, normalmente, depois de 20 dias da data de venda. Também é importante ressaltar que, no registro da venda de mercadorias, independentemente de ser à vista ou a prazo, a organização precisa fazer o lançamento contábil dessa venda e a baixa do estoque, reconhecendo o CMV. Considere, portanto, que, no dia 10/01/X1, ocorreu uma venda de 10 unidades ao valor unitário de R$ 200,00 cada uma: 4. Venda de mercadorias no valor total de R$ 2.000,00 (10 x R$ 200,00): 4.1) Vendas à vista: D – Caixa ou bancos C – Receita com vendas à vista........ R$ 2.000,00 4.2) Vendas a prazo: D – Clientes ou duplicatas a receber C – Receita com vendas a prazo........ R$ 2.000,00 Caixa/Bancos Receita c/ Vendas à Vista 2.000,00 2.000,00 D C D C Figura 4 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. 177 4.3) Independentemente do tipo de venda, a seguir, há um exemplo de baixa do estoque e de reconhecimento do CMV: D – CMV C – Mercadorias p/ revenda (estoque)........ R$ 950,00 (10 unid. x R$ 95,00) Com base em (4.3), observe que o registro do CMV e da baixa da mercadoria do estoque diz respeito ao custo de aquisição da mercadoria constante na ficha de controle de estoque, e não ao valor de venda. No razonete, essas movimentações são registradas da forma exposta a seguir. Após o lançamento contábil do CMV, é identificado o saldo final da conta “Esto- que de Mercadorias”, o qual é de R$ 8.550,00, referente às 90 unidades restantes com valor unitário de R$ 95,00. Desse modo, a ficha de controle de mercadorias sofre alterações, com redução da quantidade de produtos estocados e do saldo total, assim como é visível na Tabela 2. Clientes/Dup. a Receber Receita c/ Vendas a Prazo 2.000,00 2.000,00 D C D C Figura 5 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. CMW Mercadorias p/ Revenda ���������� ��������������������� 950,00 950,009.500,00 8.550,00 D C D C Figura 6 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 5 178 Em pr esa Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e D AT A H IS TÓ RI - CO EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L 02 /0 1/ X1 CO M PR A + FR ET E + SE G U RO 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 - - - 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 10 /0 1/ X1 VE N D A 10 95 ,0 0 95 0, 00 90 95 ,0 0 8. 55 0, 00 TO TA L 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 10 95 ,0 0 95 0, 00 90 95 ,0 0 8. 55 0, 00 Ta be la 2 - F ic ha d e co nt ro le d e es to qu e (v en da d e m er ca do ria s) / F on te : o s au to re s. 179 Agora, serão estudados os lançamentos contábeis referentes às devoluções de compra e de vendas de mercadorias. Assim, entenderemos como essas situações podem alterar a ficha de controle de estoque. Para iniciarmos, conheceremos a devolução de compras de mercadorias. A devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas pode ocorrer por diversos fatores, incluindo entrega inadequada do pedido, nota fiscal com erros e produto com avaria ou defeito. Essa devolução também precisa ser registrada nos livros contábeis, com o intuito de refletir os efeitos do fato gerador no inventário de mercadorias e na apuração tributária. Considere, por exemplo, que, no dia 15/01/X1 a Empresa Exemplo Ltda. de- volveu 05 unidades de um produto comprado no dia 02/01/X1. A seguir, são expostos dois exemplos, considerando a devolução de compra à vista e a prazo: 1. Devolução de compra à vista: D – Caixa ou bancos C – Mercadorias p/ revenda (estoque) ........ R$ 475,00 (05 x R$95,00) 2. Devolução de compra a prazo: D – Fornecedores ou duplicatas a pagar C – Mercadorias p/ revenda (estoque)........ R$ 475,00 (05 x R$95,00) Desse modo, a conta “Estoque de Mercadorias” tem o saldo reduzido em R$ 475,00, referente às 05 unidades devolvidas. Na Tabela 3, a qual apresenta uma ficha de controle de estoque, é possível visualizar o controle da baixa de devolução e a quantia final, de acordo com o saldo demonstrado no razonete. Cx/Bancos/Fornecedores Mercadorias p/ Revenda ���������� ���������������� 475,00 950,00 475,00 9.500,00 8.550,00 8.075,00 D C D C Figura 7 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 5 180 Em pr es a Ex em pl o Lt da . F ic ha d e Co nt ro le d e Es to qu e D AT A H IS - TÓ RI - CO EN TR AD A SA ÍD AS SA LD O Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . TO TA L Q U AN T. VR . U N IT . VR . T O - TA L 02 /0 1/ X1 CO M - PR A + FR ET E + SE - G U RO 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 - - - 10 0 95 ,0 0 9. 50 0, 00 10 /0 1/ X1 VE N - D A 10 95 ,0 0 95 0, 00 90 95 ,0 0 8. 55 0, 00 15 /0 1/ X1 D EV O - LU - Çà O D E CO M - PR A S -5 95 ,0 0 (4 75 ,0 0) - - - 85 95 ,0 0 8. 07 5, 00 TO TA L 95 95 ,0 0 9. 02 5, 00 10 95 ,0 0 95 0, 00 85 95 ,0 0 8. 07 5, 00 Ta be la 3 - F ic ha d e co nt ro le d e es to qu e (d ev ol uç ão d as c om pr as ) / F on te : o s au to re s. 181 Agora, compreenderemos a devolução de vendas de mercadorias. Para tanto, serão evidenciados os lançamentos contábeis e o reflexo deles nos razonetes e na ficha de controle do estoque. A devolução de mercadorias pode ser realizada tanto pelo cliente (empresa) quanto pelo cliente (consumidor final). A instituição que realizou a venda pode receber uma mercadoria devolvida pelo consumidor final por várias razões, tais como problemas relacionados à qualidade, à especificação técnica, à demora na entrega e à divergência no pedido (GRECO; AREND, 2006). Para ilustrar a devolução de uma venda, considere que a Empresa Exem- plo Ltda. recebeu dois produtos devolvidos no dia 20/01/X1. Nesse caso, como o cliente pagou, no dia 10/01/X1, a quantia de R$ 200,00 por cada unidade, a empresa precisa devolver a esse consumidor o valor total de R$ 400,00 (02 x R$ 200,00). Além disso, precisa registrar, no estoque, o ingresso das mercadorias e estornar o CMV no valor de R$ 190,00 (02 x R$ 95,00). 3. Devolução da venda: a conta “Devolução de Venda” utilizada é uma conta “Resultado”, pertencente à DRE. 3.1) Devolução da venda à vista: D – Devolução de Vendas (DRE) C – Caixa ou bancos........ R$ 400,00 (02 x R$ 200,00) 3.2) Devolução da venda a prazo: D – Devolução de Vendas (DRE) C – Clientes ou duplicatas a receber........ R$ 400,00 (02 x R$ 200,00) Devolução de Vendas Caixa/Bancos/Clientes 400,00 400,00 D C D C Figura 8 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. UNICESUMAR UNIDADE 5 182 Observe que, no lançamento “Devolução de Vendas”, é feito um débito na pró- pria conta de devolução. Isso representa uma redução da conta “Receita de Ven- das”, presente no demonstrativo contábil DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). Essa classificação pode ser melhor visualizada no Quadro 3. RECEITA BRUTA DE VENDAS R$ 800.000,00 (-) DEDUÇÕES R$ 50.000,00 (-) Devoluções de Vendas R$ 50.000,00 (=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS R$ 750.000,00 Quadro 3 - Exemplo da classificação da devolução de vendas na DRE / Fonte: os autores. Após o lançamento da devolução de vendas ao cliente, é necessário fazer o estorno do CMV e o ingresso da referida mercadoria no estoque de produtos da empresa por meio do seguinte registro: 3.3) Estorno do CMV e do ingresso da mercadoria ao estoque: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – CMV (DRE) .................................... R$ 190,00 (02 x R$ 95,00) Na ficha de controle de estoque, o resultado final das mercadorias disponíveis para venda é de R$ 8.265,00. Mercadorias p/ Revenda CMV 9.500,00 950,00 ������ 8.550,00 8.075,00 190 ������������������ ���������� 190,00 950 475 D C D C Figura 9 - Razonete das contas contábeis / Fonte: os autores. 183 Atenção, querido(a) aluno(a)! Forma de leitura [página dupla] Aproveite sua leitura! Devido ao tamanho, o quadro/tabela a seguir deverá ser interpretado(a) no sentido horizontal (livro aberto). Para visualização no formato digital (PDF), você precisará configurar em: Visualizar > Exibição da página > Exibição em duas páginas. UNICESUMAR UNIDADE 5 184 Empresa Exemplo Ltda. Ficha de Controle de Estoque DATA HISTÓRICO ENTRADA QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL 02/01/X1 COMPRA + FRETE + SEGURO 100 95,00 9.500,00 10/01/X1 VENDA 15/01/X1 DEVOLU- ÇÃO DE COMPRAS -5 95,00 (475,00) 20/01/X1 DEVOLU- ÇÃO DE VENDAS - - - TOTAL 95 95,00 9.025,00 Tabela 4 - Ficha de controle de estoque (devolução das compras) / Fonte: os autores. 185 SAÍDAS SALDO QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL - - - 100 95,00 9.500,00 10 95,00 950,00 90 95,00 8.550,00 - - - 85 95,00 8.075,00 -2 95,00 (190,00) 87 95,00 8.265,00 8 95,00 760,00 87 95,00 8.265,00 Dessa maneira, a empresa consegue evidenciar a própria movimentação de com- pras e vendas, e devolução de compras e vendas utilizando o registro contábil a partir do método das partidas dobradas (débito e crédito), com reflexo nos razonetes. Além do mais, é possível controlar as mercadorias monetariamente e fisicamente pela ficha de controle de estoque. UNICESUMAR UNIDADE 5 186 Por fim, contextualizaremos o inventário do estoque de mercadorias. Ele é um sistema de controle contábil (monetário e físico) das mercadorias necessário ao acompanhamento e à tomada de decisão por parte dos proprietários, dos gerentes e dos sócios da empresa. Foi possível identificar, por meio da ficha de controle do estoque, o inventário permanente, as informações essenciais sobre o saldo de estoques disponível para venda, o total do custo das mercadorias vendidas no período e o saldo final de estoque. Essas informações podem ser extraídas facilmente da fichade controle, assim como é exposto na Tabela 5. NOVAS DESCOBERTAS Título: Noções de contabilidade comercial Autor: Osni Moura Ribeiro Editora: Érica Sinopse: o livro trata dos assuntos voltados aos fundamentos da contabilidade, mas visando à contabilidade comercial. Assim, apresenta os conceitos e a parte prática da contabilidade comercial, demonstrando os processos de contabilização das operações comerciais, tais como compra, venda e devolução de compra e de venda. Também explica os aspectos que envolvem o resultado bruto das organizações comerciais. Nesse contexto, explora as temáticas que envolvem a depreciação, a amortização e os re- gimes de caixa e competência. Por fim, ensina os processos de apuração e contabilização do resultado do exercício para as empresas comerciais. Todos os assuntos apresentados estão em conformidade com a contabilidade IFRS. Caso queira, você pode acessar a obra na Biblioteca Virtual da Unicesumar. 187 Atenção, querido(a) aluno(a)! Forma de leitura [página dupla] Aproveite sua leitura! Devido ao tamanho, o quadro/tabela a seguir deverá ser interpretado(a) no sentido horizontal (livro aberto). Para visualização no formato digital (PDF), você precisará configurar em: Visualizar > Exibição da página > Exibição em duas páginas. UNICESUMAR UNIDADE 5 188 Empresa Exemplo Ltda. Ficha de Controle de Estoque DATA HISTÓRICO ENTRADA QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL 01/01/X1 ESTOQUE INICIAL - - - 02/01/X1 COMPRA + FRETE + SEGURO 100 95,00 9.500,00 10/01/X1 VENDA 15/01/X1 DEVOLU- ÇÃO DE COMPRAS -5 95,00 (475,00) 20/01/X1 DEVOLU- ÇÃO DE VENDAS - - - TOTAL 95 95,00 9.025,00 Tabela 5 - Ficha de controle de estoque (devolução das compras) / Fonte: os autores. 189 SAÍDAS SALDO QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL - - - - - - - - - 100 95,00 9.500,00 10 95,00 950,00 90 95,00 8.550,00 - - - 85 95,00 8.075,00 -2 95,00 (190,00) 87 95,00 8.265,00 8 95,00 760,00 87 95,00 8.265,00 CMV ESTOQUE FINAL A partir da ficha de controle, podemos retirar as seguintes informações: Estoque inicial: R$ 0,00. A empresa, quando iniciou o mês de janeiro de X1, não tinha nada no estoque. Foi apenas a partir do dia 02/01/X1 que iniciou a movimentação, por meio da compra de 100 unidades de determinado produto. CMV: R$ 760,00. Esse custo representa as mercadorias que saíram do estoque por motivo de venda. A quantia registrada representa o custo de aquisição, e não o preço de venda. Esse valor deverá ser idêntico ao apresentado na Demonstração do Resultado do Exercício. UNICESUMAR UNIDADE 5 190 Estoque final: R$ 8.265,000. Após a realização de compras, vendas e de- voluções, a Empresa Exemplo Ltda. ficou, no dia 20/01/X1, com 87 unidades no estoque. Esse valor deverá ser o mesmo apresentado na conta “Estoques do Balanço Patrimonial”. Assim, o inventário cumpre o papel de informar toda a movimentação de mercadorias ocorrida em determinado período, ao indicar os valores e as quanti- dades que servirão de parâmetros para a conciliação com outras contas e grupos contábeis do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Por fim, para auxiliar na compreensão dos assuntos voltados às operações de mercadorias sem tributos, a seguir, são apresentados alguns exemplos práticos sobre compras, devoluções e vendas. Desenvolvimento: Primeiramente, devemos realizar o cálculo do custo de aquisição referente à compra das mercadorias, para que o custo possa ser lançado na ficha de estoque. O critério de estoque usado no exemplo será MPM. CUSTO DE AQUISIÇÃO MERCADORIA 25.200,00 (+) FRETE 504,00 (+) SEGURO 252,00 (=) CUSTO 25.956,00 Quadro 4 - Custo de aquisição / Fonte: os autores. 07/06/2021 – Compra de mercadorias para revenda. Nota fiscal nº 004.124, de Perolar Indústria e Comércio de Móveis Ltda. Pago à vis- ta via cheque nº 000.487 do Bando TFG. 10 – Jogo de sofá do modelo “Zen” R$ 25.200,00 Valor Total do Produto: R$ 25.200,00 Na operação evidenciada, houve a incidência de frete no valor de 2% sobre o total dos produtos, com pagamento à vista via cheque do banco TFG. Além disso, houve a contratação de seguro no valor de 1% sobre o total dos produtos, com pagamento a prazo para 15 dias. 01 EXEMPLO 191 Depois, realizaremos os lançamentos contábeis das partidas dobradas referentes à compra: 1. Valor total das mercadorias: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Banco TFG ............................................ R$ 25.200,00 2. Valor total do frete: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Banco TFG ............................................ R$ 504,00 3. Valor do seguro: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – Seguros a pagar ...................................... R$ 252,00 Desenvolvimento: Inicialmente, é preciso fazer o lançamento contábil do valor financeiro da devolução. Em seguida, é necessário realizar o lançamento do estorno do frete e do seguro. 1. Valor total da devolução de compra: D – Banco TFG (ativo) C – Mercadorias p/ revenda (estoque) ........................... R$ 2.520,00 2. Valor referente ao estorno do frete: na situação em questão, o frete é enten- dido como uma despesa, porque a empresa assume esse gasto no processo de devolução. D – Frete e carretos (DRE) C – Mercadorias p/ revenda (estoque) ........................... R$ 50,40 08/06/2021 – Devolução referente a uma compra efetuada no dia 07/06/2020 por defeito na mercadoria. Nota fiscal n° 004.124, de Pe- rolar Indústria e Comércio de Móveis Ltda. Devolução efetuada por meio da nota fiscal nº 000.420, sendo abatida no valor do banco TFG. 01 - Jogo de sofá do modelo “Zen” R$ 2.520,00 Valor dos produtos: R$ 2.520,00 Na operação evidenciada, houve a incidência de frete no valor de 2% sobre o total das mercadorias. Além disso, foi feito um seguro de 1% sobre o valor das mercadorias. 02 EXEMPLO UNICESUMAR UNIDADE 5 192 3. Valor referente ao estorno do seguro: na situação em questão, o seguro é uma despesa, porque a empresa assume esse gasto no processo de de- volução. D – Seguros (DRE) C – Mercadorias p/ revenda (estoque) ........................... R$ 25,20 Observação: ao realizar a somatória dos lançamentos a crédito, o valor total será R$ 2.595,60, ou seja, o mesmo valor do custo de devolução na ficha de estoque. Desenvolvimento: Primeiramente, devemos realizar os lançamentos contábeis referentes à venda e à baixa de estoque da mercadoria vendida. Contudo, devemos verificar o valor do CMV na ficha de estoque: 1. Valor total da venda: D – Banco TFG C – Receita com vendas à vista (DRE)................... R$ 7.560,00 2. Valor referente ao custo da baixa na ficha de estoque: D – CMV (DRE) C – Mercadorias p/ revenda (estoque)................... R$ 5.191,20 10/06/2021 – Venda de mercadorias para revenda. Nota fiscal nº 000.350 para Sofá Comercial Ltda., com sede na Avenida Mandacaru, nº 820, Curitiba, Paraná, CNPJ 00.874.369/0001-60 e Inscrição Esta- dual nº 000.47147-01. Pagamento à vista, por meio de um depósito ao banco TFG. 02 - Jogo de sofá do modelo “Zen” R$ 7.560,00 Valor Total da Nota Fiscal:R$ 7.560,00 03 EXEMPLO 10/06/20 – Devolução referente à venda efetuada no dia 10/06/2021. Nota fiscal nº 000.350 para Sofá Comercial Ltda. por defeito nas mer- cadorias. A devolução será efetuada por meio da nota fiscal nº 000.356, sendo abatida no valor destinado ao banco TFG. 01 - Jogo de sofá do modelo “Zen” R$ 3.780,00 Valor Total da Nota Fiscal:R$ 3.780,00 04 EXEMPLO 193 Inicialmente, devemos fazer o lançamento referente ao valor financeiro da de- volução de venda e, em seguida, registrar o custo da devolução de acordo com os valores da ficha de estoque. 1. Valor da devolução de venda: D – Devolução de venda (DRE) C – Banco TFG .............................................. R$ 3.780,00 2. Valor referente ao custo da baixa da devolução de venda: D – Mercadorias p/ revenda (estoque) C – CMV (DRE) ..............................................R$ 2.595,60 Para finalização dos exemplos práticos apresentados, segue a ficha de estoque com todas as operações. Atenção, querido(a) aluno(a)! Forma de leitura [página dupla] Aproveite sua leitura! Devido ao tamanho, o quadro/tabela a seguir deverá ser interpretado(a) no sentido horizontal (livro aberto). Para visualização no formato digital (PDF), você precisará configurar em: Visualizar > Exibição da página > Exibição em duas páginas. UNICESUMAR UNIDADE 5 194 Ficha de Controle de Estoque. JOGO DE SOFÁ MODELO "ZEN" DATA HISTÓRICO ENTRADA QUANT. VR. UNIT. VR. TOTAL 7/6/21 COMPRA 10 2.595,60 25.956,00 8/6/21 DEV. COMPRA -1 2.595,60 (2.595,60) 10/6/21 VENDA 10/6/21 DEV. VENDA TOTAL 9 - 23.360,40 Tabela 6 - Ficha de controle de estoque / Fonte: os autores. Diante dos temas apresentados no decorrer desta unidade, podemos fazer o seguinte questionamento: qual é a importância das operações de mercadorias para a geração de informações destinadas à tomada de decisão empresarial? As operações que envolvem as compras, as vendas e as devoluções de compras e vendas impactam o custo de aquisição, interferindo no custo final e no preço de venda PENSANDO JUNTOS Realizaremos um bate-papo sobre o processo que envolve as operações de mercadorias e o estoque. Aperte o play. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9696 195 SAÍDAS SALDO QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL QUANT. VR. UNIT. VR. TO- TAL 10 2.595,60 25.956,00 9 2.595,60 23.360,40 2 2.595,60 5.191,20 7 2.595,60 18.169,20 -1 2.595,60 (2.595,60) 8 2.595,60 20.764,80 1 - 2.595,60 8 2.595,60 20.764,80 Nesta unidade, foram apresentados os principais assuntos relativos às opera- ções de mercadorias que acontecem nas organizações. Dessa forma, foi explo- rado o tratamento contábil para as operações de compra e venda e devoluções de compra e venda. Por fim, foi explanado o inventário permanente para o controle dos estoques. O gerente da empresa Casa Conforto Comércio de Móveis Ltda. fez a confe- rência das notas fiscais de entrada para verificar os valores dos custos de aquisição das mercadorias compradas. Essa conciliação de valores também foi realizada, para que não ocorressem erros no custo de aquisição das mercadorias, em virtude de ele impactar o valor de venda. Constatamos que o estoque com saldo incorreto impacta o CMV, que vai à DRE e, em consequência, o resultado da organização. Portanto, com a realização da conferência dos valores de entrada das mercadorias compradas, o gerente pôde identificar e corrigir os erros encontrados no custo de aquisição, que impactou o custo da baixa referente à venda das mercadorias e a DRE do mês de agosto. UNICESUMAR 196 1. O inventário permanente sempre está atualizando o saldo dos estoques para a apu- ração correta do custo. Já o inventário periódico é realizado por fórmula e a confe- rência dele é feita pela contagem física do estoque ao final do exercício da empresa. Sobre os inventários periódico e permanente, assinale a alternativa correta: a) Pelo inventário permanente, as mercadorias, quando ingressam na empresa, têm o valor registrado no Ativo Circulante, subgrupo do Estoque. b) No momento de aquisição, as mercadorias são registradas no Ativo Circulante, subgrupo do CMV. c) O estoque de mercadorias é um item pouco estudado na contabilidade, por não representar um elemento importante no patrimônio empresarial. d) Pelo inventário periódico, as mercadorias, quando ingressam na empresa, têm o valor registrado no Ativo Circulante, subgrupo do Estoque. e) A empresa, ao adquirir mercadorias para revenda, deve registrar essa aquisição na conta contábil CMV e, no momento de venda, contabilizar na conta Devolução de Vendas. 2. As mercadorias representam os artigos adquiridos pelas empresas comerciais para revenda no varejo ou no atacado. Sobre os valores a serem considerados na aquisição de mercadorias para revenda, com o intuito de compor o custo de aquisição, considere as afirmativas a seguir: I - O valor dos produtos (+) fretes. II - O valor dos produtos (+) seguros e (+) outros gastos. III - O valor dos produtos (+) fretes e (-) seguros. IV - O valor dos produtos (-) fretes (+) seguros e (+) outros gastos. É correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I apenas. d) II, III e IV apenas. e) III e IV apenas. 197 3. As vendas de uma organização devem ser contabilizadas pelo regime de competên- cia contábil. O regime de competência reconhece a receita no momento em que ela acontece, independentemente do recebimento dela. Em relação à venda de mercadorias, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para as Verdadeiras e (F) para as Falsas: ( ) A conta de débito corresponde à contrapartida do tipo de venda (à vista ou a prazo). Pode ser um recebimento (caixa ou bancos) ou o reconhecimento de um direito (clientes ou duplicatas a receber). ( ) A conta de crédito corresponde à receita de venda, efetivamente. Pode ser re- gistrada à vista ou prazo. ( ) A conta de crédito corresponde à contrapartida do tipo de venda (à vista ou a prazo). Pode ser um recebimento (caixa ou bancos) ou o reconhecimento de um direito (clientes ou duplicatas a receber). Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) V, F, F. b) V, V, F. c) F, V, F. d) F, F, V. e) V, V, V. 198 4. A devolução de vendas ocorre de duas maneiras. A primeira se dá pela recusa da mercadoria por parte do destinatário. Já a outra acontece por meio da devolução da mercadoria pelo destinatário. Quando a empresa registra uma devolução de vendas, é correto afirmar: a) Há um lançamento debitando a conta de devolução de vendas e creditando es- toque de mercadorias. b) Há um lançamento debitando a conta de estoque de mercadorias e creditando devolução de vendas. c) Há dois lançamentos: um para registrar a devolução de vendas utilizando caixa, bancos ou clientes, a fim de baixar os saldos, e outro para registrar o retorno do estoque de mercadorias e o estorno do CMV. d) Há dois lançamentos: um para registrar o CMV utilizando caixa, bancos ou clientes para baixar os saldos, e outro para registrar o retorno do estoque de mercadorias e o estorno da devolução de vendas. e) Há três lançamentos: um para registrar o CMV, outro para evidenciar a devolução de vendas e o terceiro para retornar o estoque das mercadorias. 5. A ficha de estoque é um relatório que as organizações utilizam para o controle e a geração de informação a respeito da entrada e da saída de mercadorias. Com base na ficha de controle de estoque, pelo inventário permanente, considere as afirmativas a seguir: I - O saldo do CMV é indicado na coluna de saída. II - Os saldos do CMV e do Estoque Final são indicados nas colunas de entrada e saída, respectivamente. III - Os saldos de Estoque Final e Inicial são indicados nas colunas de entrada e saída, respectivamente. IV - Os saldos do CMV e do Estoque Final são indicados nas colunas de saída e en- trada, respectivamente. É correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I apenas. d) II, III e IV apenas. e) II e IV apenas. 199 6. Na contabilidade, usamos o inventário permanente para o controle dos estoques. Assim, por meio do gerenciamento das fichas de estoque, é possível apurar diaria- mente os saldos. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o lançamento contábil realizado para o registro de uma mercadoria comprada: a) Débito: Caixa/Crédito: Mercadorias para revenda b) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: Caixa ou Banco ou Fornecedores c) Débito: Fornecedores/Crédito: Mercadorias para revenda d) Débito: Banco/Crédito: Mercadorias para revenda e) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: Estoque 7. Tudo aquilo que acontece no dia a dia das empresas deve ser contabilizado, inclusive, as operações com mercadorias. Sendo assim, quando a compra de uma mercadoria tem frete, devemos fazer a inclusão dele no custo de aquisição. Assinale a alternativa queapresenta corretamente o lançamento contábil de reco- nhecimento do frete a prazo no custo de aquisição: a) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: CMV b) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: Banco TFG. c) Débito: Fretes a pagar/Crédito: Mercadorias para revenda d) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: Fretes a pagar e) Débito: Mercadorias para revenda/Crédito: Fretes (despesa) 200 UNIDADE 1 BÄCHTOLD, C. Contabilidade Básica. Curitiba: IFPR EaD, 2011. Disponível em: http://redeetec. mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/contabil_basica.pdf. Acesso em: 6 dez. 2021. BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, fiscaliza- ção, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Nature- za. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/ id/51525535/do1-2018-11-23-decreto-n-9-580-de-22-de-novembro-de-2018-51525026. Acesso em: 6 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Dis- ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm. Acesso em: 6 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 6 dez. 2021. CFC. Manual de Contabilidade do Sistema CFC/CRCs. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: ht- tps://cfc.org.br/wp-content/uploads/2018/04/1_manual_cont.pdf. Acesso em: 6 dez. 2021. CFC. Resolução CFC nº 1.330, de 22 de março de 2011. Aprova a ITG 2000 - Escrituração Contábil. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1330.htm. Acesso em: 6 dez. 2021. CORDEIRO, L. Elaboração do plano de contas: Um estudo em escritórios de contabilidade de Florianópolis. 2006. 43 f. Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis) – Centro Sócio- -Econômico, Departamento de Ciências Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006. CREPALDI, S. A. Curso Básico de Contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013. FAVERO, H. L. Contabilidade: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. v. 1. GRECO, A. L. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2017. IUDÍCIBUS, S. de et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicada a todas as sociedades – De acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: Aplicável também às demais sociedades de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 201 PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica: Uma introdução à prática contábil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. das. Contabilidade Básica. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. UNIDADE 2 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Dispo- nível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Aces- so em: 7 dez. 2021. BRASIL. Decreto-Lei nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/ d3048.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Aces- so em: 7 dez. 2021. BRASIL. Decreto-Lei nº 9.666, de 28 de agosto de 1946. Dá nova redação ao art. 73 da Conso- lidação das Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ Del9666.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973. Normas reguladoras do trabalho rural. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5889.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolida- ção das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em: 7 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras provi- dências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7418.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 7.619, de 30 de setembro de 1987. Altera dispositivos da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que instituiu o vale-transporte. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L7619.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l8036consol.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L8212cons.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. 202 BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previ- dência Social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l8213cons.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 8.269, de 16 de dezembro de 1991. Reajusta valores da tabela progressiva para cálculo do imposto de renda. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8269.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007. Efetua alterações na tabela do imposto de ren- da da pessoa física; dispõe sobre a redução a 0 (zero) da alíquota da CPMF nas hipóteses que menciona; altera as Leis nos 7.713, de 22 de dezembro de 1988, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 11.128, de 28 de junho de 2005, 9.311, de 24 de outubro de 1996, 10.260, de 12 de julho de 2001, 6.194, de 19 de dezembro de 1974, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 9.432, de 8 de janeiro de 1997, 5.917, de 10 de setembro de 1973, 8.402, de 8 de janeiro de 1992, 6.094, de 30 de agosto de 1974, 8.884, de 11 de junho de 1994, 10.865, de 30 de abril de 2004, 8.706, de 14 de setembro de 1993; revoga dispositivos das Leis nos 11.119, de 25 de maio de 2005, 11.311, de 13 de junho de 2006, 11.196, de 21 de novembro de 2005, e do Decreto-Lei no 2.433, de 19 de maio de 1988; e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11482.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 2012. Altera o art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Brasília, 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12740.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 12.997, de 18 de junho de 2014. Acrescenta o § 4º ao art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Brasília, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-2014/2014/Lei/L12997.htm. Acesso em: 8 dez. 2021. BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de ade- quar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 7 dez. 2021. BRASIL. Portaria SEPRT/ME nº 477, de 12 de janeiro de 2021. Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e dos demais valores cons- tantes do Regulamento da Previdência Social - RPS (Processo nº 10132.112045/2020-36). Dis- ponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-seprt/me-n-477-de-12-de-janeiro- -de-2021-298858991. Acesso em: 8 dez. 2021. 203 UNIDADE3 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Fede- ral, 1988a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocom- pilado.htm. Acesso em: 3 jan. 2022. BRASIL. Decreto nº 57.155, de 3 de novembro de 1965. Expede nova regulamentação da Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, que institui a gratificação de Natal para os trabalhadores, com as alterações introduzidas pela Lei nº 4.749, de 12 de agôsto de 1965. Brasília, DF: Presidência da República, 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/ d57155.htm. Acesso em: 3 jan. 2022. BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Tra- balho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 3 jan. 2022. BRASIL. Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011. Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12506.htm. Acesso em: 3 jan. 2022. BRASIL. Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Altera a legislação do imposto de renda e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1988b. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7713.htm. Acesso em: 3 jan. 2022. BRASIL. Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036compilada.htm. Acesso em: 4 jan. 2022. MTE. Portaria MTE nº 302, de 26 de junho de 2002. Brasília, DF: MTE, 2002. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/portariamet302_2002.htm. Acesso em: 4 jan. 2022. MTE. Portaria nº 1.057, de 6 de julho de 2011. Altera a Portaria nº 1.621, de 14 de julho de 2010, que aprovou os modelos de Termos de Rescisão do Contrato de Trabalho e Termos de Homo- logação. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 131, p. 108-118, 9 jul. 2012. REFERÊNCIA ON-LINE ¹Em: http://sistema-homolognet.mte.gov.br/inter/homolognet/pages/public/consultarResci- soes.seam. Acesso em: 7 jan. 2022. 204 UNIDADE 4 BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, fiscalização, ar- recadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Bra- sília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto/d3000.htm. Acesso em: 11 jan. 2022. BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fiscali- zação, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília, DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso em: 4 jan. 2022. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Bra- sília, DF: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/L6404compilada.htm. Acesso: 4 jan. 2022. CPC. Pronunciamento Técnico CPC 16(R1). Estoques. Brasília, DF: CPC, 2009. FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. GRECO, A. L.; AREND, L. R. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2006. IUDÍCIBUS, S. de. et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade básica. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. UNIDADE 5 CFC. Edital do exame de suficiência edição nº 02/2020. [Exame de suficiência como requisito para obtenção de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (CRC)]. Brasí- lia: CFC, 20 set. 2020. p. 1-14. Disponível em: https://d3du0p87blxrg0.cloudfront.net/concur- sos/1511/1_1079899.pdf. Acesso em: 7 dez. 2021. GRECO, A. L.; AREND, L. R. Contabilidade: teoria e prática básicas. São Paulo: Saraiva, 2006. NASCIMENTO, C. de L.; COSTA, J. M. da. Contabilidade introdutória. Maringá: Unicesumar, 2015. 205 UNIDADE 1 1. D. O tamanho da empresa, os usuários, o ramo de atividade e o sistema contábil. O Plano de Contas deve ser elaborado conforme o ramo de atividade da empresa, em função das diversas contas contábeis que podem ser utilizadas conforme a opera- cionalidade da organização. Por fim, cada sistema contábil tem um plano de contas padrão, porém cada software tem um layout diferente para elaboração das demons- trações contábeis. 2. B. As alternativas II e III estão corretas em função dos quatro níveis que podem ser usados para tal finalidade. Por isso, a conta do 4º nível é considerada sintética, en- quanto a conta de ativo representa o 1º nível. 3. A. No lançamento de 3ª fórmula, temos contas que são debitadas e, apenas, uma creditada, então, a primeira e a segunda alternativas são falsas. 4. C. Transferência, estorno (lançamento inverso) e complementação. Retificação dos lançamentos contábeis podem ser realizados por meio de transferências, estorno e complementação. 5. A. As contas de Passivo e Patrimônio Líquido são lançadas a crédito quando há au- mento, e as contas do Ativo são lançadas a débito, quando ocorrem aumentos. As alternativas estão corretas porque, realmente, representam o critério de lançamento conforme a natureza das contas. Assim, toda conta de natureza credora aumenta com um crédito, e toda conta de natureza devedora aumenta com um débito. UNIDADE 2 1. B. Resolução: Salário: 1.100,00. (-) INSS: 82,50. (-) Sindicato: 16,50. (=) Salário Líquido: 1.001,00. 206 2. E. Resolução: Consideramos como despesas da empresa: Salários e ordenados: R$ 80.000,00. Horas extras trabalhadas: R$ 15.000,00. Salário bruto: R$ 95.000,00. INSS patronal a 28,8%: R$ 27.360,00. FGTS do segurado a 8%: R$ 7.600,00. Total de despesas (somatória de todos os valores): R$ 129.960,00. 3. C. Resolução: (+) Salários: 20.000,00. (+) INSS Patronal: 4.400,00. (+) FGTS: 1.600,00. (=) Total despesas: 26.000,00. 4. C. Na Contabilidade, existem várias formas de realizar a contabilização da folha de pagamento. Porém, conforme ensinado na unidade, a Contabilidade precisa realizar os registros de todas as verbas referentes à folha de pagamento. Assim, o lançamen- to, a seguir, representa o desconto do INSS do funcionário na folha de pagamento. Débito: salários a pagar (passivo); crédito: INSS a recolher (passivo). 5. C. Conforme visto na unidade, a contabilidade registra todas as verbas que incidem sobre a folha de pagamento. Dessa forma, sobre o desconto do IRRF, podemos utilizar o lançamento, a seguir: Débito: salários a pagar (passivo); crédito: IRRF a recolher (passivo). 6. B. Na geração da folha de pagamento, existe o processamento de várias verbas. Nesse sentido, temos as verbas que representam os descontos, os quais são as obrigações por parte do empregado em relação ao salário, tais como: vale-transporte; IRRF; INSS, entre outros. Por isso, a alternativa correta é o vale-transporte. 207 7. E. Resolução: (+) Salários e ordenados: 225.000,00. (+) Horas extras trabalhadas: 61.363,64. (+) DSR: 9.440,56. (+) Adicional noturno: 35.000,00. (=) Salário bruto: 330.804,20 (+) INSS Patronal: 76.084,97. (+) FGTS: 26.464,34. (=) Total despesas: 433.353,50. UNIDADE 3 1. E. Reduz de 10 para 5 o número mínimo de dias de cada período fracionado. Ressal- va-se que um deles não poderá ser inferior a 14 dias. 2. Período aquisitivo: trata-se do períodode 12 meses que começa no dia da contratação e se encerra exatamente um ano depois, quando começa o próximo período. Período concessivo: trata-se do período de 12 meses em que o empregador deve conceder as férias ao empregado, no que diz respeito ao período aquisitivo imediatamente anterior. O período concessivo se inicia no dia seguinte, ao final do período aquisitivo, e termina 12 meses após. É importante ressaltar que o empregado deverá encerrar o gozo de férias dentro do período concessivo. 3. O aviso prévio, independentemente da parte que o motive, pode ser trabalhado ou indenizado. O aviso prévio trabalhado, caso haja contrato mensal, é aquele que ocorre 30 dias ou mais antes do último dia previsto para ser trabalhado. Já o aviso prévio indenizado é um aviso para desligamento imediato, quando não haverá trabalho a partir do dia do aviso. Nesse caso, a parte que promover o desligamento deverá indenizar a outra pelo período de, no mínimo, 30 dias. 208 4. Para calcular o 13º salário, as férias e a rescisão, devemos considerar a maior remu- neração a que o empregado fizer jus no mês do evento. Essa remuneração é formada pelo salário fixo contratual, os adicionais (noturno, periculosidade e insalubridade, por exemplo), a média de horas extras, a média de comissões e outras remunerações variáveis. 5. E. Débito: adiantamento de 13º salário (ativo); crédito: caixa (ativo). 6. C. Débito: 13º salário a pagar (passivo); crédito: IRRF a recolher (passivo). 7. D. Débito: rescisões a pagar (passivo); crédito: salários a pagar (passivo). UNIDADE 4 1. D. O inventário período é realizado em períodos, tais como mensal, bimestral, semestral e anual. Sendo assim, a partir da contagem física, é possível confirmar as quantidades e os valores na contabilidade. 2. B. O inventário permanente realiza a apuração do custo de aquisição de mercadorias e da matéria-prima, por exemplo. Assim, o custo de aquisição é levado à ficha de esto- que, a fim de fornecer os valores de custos referentes às vendas dos itens. Portanto, com um controle efetivo das notas de entrada e de saída, não é necessário realizar a contagem física do estoque. 209 3. C. A MPM representa a média realizada entre a entrada e a saída de itens do esto- que. Entretanto, pelo critério da PEPS, os itens são retirados na ordem da primeira aquisição. Desse modo, o CMV fica valorizado pelo valor mais antigo. Logo, o valor apurado pela MPM é mediano em relação aos outros critérios. A PEPS representa um valor mais alto que a MPM. Contudo, a MPM e a PEPS são aceitas pela legislação do Imposto de Renda. 4. A. O inventário periódico utiliza as principais contas que apuram o valor dos estoques. Desse modo, temos a seguinte fórmula: CMV = EI + C – EF. Logo, para a apuração da fórmula, é necessário encontrar o valor das contas contábeis que fazem parte desse processo, como devoluções de compras. 5. A. De acordo com as informações apresentadas na ficha de estoque, o valor total do estoque inicial é de R$ 360,00, com um custo unitário de R$ 1,80. No entanto, a CMV será de R$ 90,00, porque serão 50 unidades vendidas ao custo da primeira aquisição, que é R$ 1,80 cada. Ao realizar um cálculo temos: 50 unidades x 1,80 = 90,00. 6. E. Segundo a legislação do Imposto de Renda no Brasil, somente os critérios MPM e PEPS são aceitos para a geração de informação fiscal. Entretanto, de forma gerencial, é permitido o uso dos seguintes critérios: MPM, PEPS e UEPS. 7. D. De acordo com cada critério de estoque, temos as seguintes definições: PEPS: atribui os custos mais antigos aos estoques; preço específico: atribui, a cada unidade do estoque, o preço efetivamente pago por ela; MPM: as mercadorias estocadas são valoradas pela média dos custos de aquisição; UEPS: atribui os custos mais recentes aos estoques. 210 UNIDADE 5 1. A. A conta “Mercadorias para Revenda” está inserida no grupo “Ativo”, subgrupo “Circu- lante”, que contempla o subgrupo “Estoques”. 2. A. A alternativa representa os itens necessários para a apuração do custo de aquisição. É preciso representar da seguinte forma: Valor dos produtos (+) Fretes (+) Seguros (+) Outros gastos (+) Custo total de aquisição 3. B. Nas operações de venda, temos que reconhecer o “caixa” ou “banco” se a operação for à vista. Caso seja a prazo, devemos usar a conta “Clientes” ou “Duplicatas a rece- ber”. Na venda, é preciso reconhecer a receita efetuando um lançamento a crédito, independentemente se a venda for à vista ou a prazo. 4. C. No caso da devolução de vendas, realmente, temos que utilizar as contas contábeis “Caixa”, “Banco” ou “Clientes” na baixa de saldos. Também é preciso considerar o estorno nas contas contábeis “Mercadorias para Revenda” e “CMV”. 5. C. Na ficha de estoque, a CMV está localizada na coluna da saída, que representa o valor do custo sobre a operação de venda de mercadorias. 211 6. B. Na compra de mercadorias para revenda, o lançamento contábil deve passar pelas seguintes contas contábeis: Débito: mercadorias para revenda. Crédito: caixa, banco ou fornecedores. Todavia, é necessário identificar se a operação de compra é à vista ou a prazo. 7. D. Na compra de mercadorias para revenda com incidência de frete, o lançamento contábil deve passar pelas seguintes contas contábeis: Débito: mercadorias para revenda. Crédito: fretes a pagar. De acordo com a fórmula do custo de aquisição, o frete incorpora o custo da mer- cadoria. 212 Anexo I Caro(a) aluno(a), segue um Modelo de Plano de Contas elaborado pelo CFC – Conse- lho Federal de Contabilidade, para ser utilizado na elaboração de Balanço Patrimonial e DRE. 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 _GoBack As Contas e o Processo Contábil Rotinas Trabalhistas e Contabilização – Parte I Rotinas Trabalhistas e Contabilização – Parte II Estoque e Controle de Mercadorias Operações com Mercadorias sem Impostos 1fob9te 3znysh7 tyjcwt 1t3h5sf _GoBack 4d34og8 2s8eyo1 17dp8vu lnxbz9 35nkun2 1ksv4uv 44sinio 2jxsxqh gjdgxs 30j0zll 1fob9te z337ya 3j2qqm3 1y810tw 4i7ojhp _GoBack 3whwml4 2bn6wsx qsh70q 3as4poj 1pxezwc 49x2ik5 2p2csry ihv636 1hmsyys 2grqrue vx1227 3fwokq0 1v1yuxt _GoBack _GoBack _GoBack Button 14: Botão 22: Botão 23: Button 15: Página 10: Botão 24: Botão 25: Botão 21: