Prévia do material em texto
Lean Management 1 Lean Management Hominiss Consulting Lean Management 2 Sumário 1. O que é Lean Management? .................................................................................... 3 1.1. Enfoque tradicional x Lean Management ................................................................ 4 1.2. Processo decisório convencional x Processo decisório do Lean Management ........ 5 1.3. Vantagens do Lean Management ............................................................................ 6 2. Mindset ................................................................................................................... 7 2.1. O que é agregação de valor? ................................................................................... 7 2.1.1. Situação problema 1 ............................................................................................ 7 2.2. Visão de ocupação do tempo em uma organização ................................................ 8 2.3. Cowboy x Construtor de sistemas: Construção do conceito de valor .................... 10 3. Método de condução de melhorias ........................................................................ 12 3.1. Definir ..................................................................................................................... 13 3.1.1. Situação problema 2 .......................................................................................... 14 3.2. Medir e mapear ...................................................................................................... 17 3.3. Analisar e projetar .................................................................................................. 18 3.4. Implantar ................................................................................................................ 19 3.5. Controlar ................................................................................................................ 20 4. Gestão de desempenho ......................................................................................... 21 4.1. As três dimensões da gestão de desempenho ....................................................... 22 4.1.1. Situação problema 3 .......................................................................................... 23 4.2. Como são feitas avaliações de sustentabilidade?.................................................. 24 5. Gestão visual ......................................................................................................... 25 5.1. Quadros da gestão visual ....................................................................................... 25 5.1.1. Strategy Board ................................................................................................... 26 5.1.2. Site Board .......................................................................................................... 27 5.1.3. Gemba Board ..................................................................................................... 28 5.1.4. Geração de melhorias (kaizens) ........................................................................ 29 6. Rotinas de gestão .................................................................................................. 30 6.1. Gemba Walk ........................................................................................................... 30 6.2. As 7 perguntas essenciais do Gemba Walk ............................................................ 32 6.3. Considerações sobre disciplina............................................................................... 32 Lean Management 3 1. O que é Lean Management? O Lean Management é uma forma de gestão que visa atingir os objetivos da organização por meio das pessoas, padronizando e descentralizando o processo de tomada de decisão. Sendo assim, os objetivos do Lean Management podem ser sumarizados nos seguintes pontos: • Criar mecanismos para padronização e descentralização do processo de tomada de decisão. • Traduzir os princípios lean em critérios claros de avaliação de desempenho das operações em todos os níveis. • Manutenção de melhores práticas, através da padronização dos processos de gestão. Este último ponto é especialmente importante quando se trata do turnover na liderança operacional. Muito conhecimento acaba sendo levado embora da organização e os procedimentos anteriormente utilizados se perdem. Se houver criação de padrões de trabalho, este problema é mitigado. A figura 1 mostra o quanto é possível padronizar-se em cada nível da organização. Figura 1 – Porcentagem de atividades padronizáveis Lean Management 4 No nível estratégico, cerca de 10% das atividades podem ser padronizadas, enquanto no nível da gerência esse nível de padronização passa para 30%. No nível da supervisão é possível padronizar 70% das atividades e no da operação chega até a 90%! O funcionamento de um quadro Kanban é um ótimo exemplo de atividade em que o operador toma uma decisão baseado em uma padronização pré-definida. No momento em que o quadro Kanban aponta que a peça X deve ser produzida, ou a matéria prima deve ser reposta, a decisão do operador é seguir a orientação da forma como foi dada pelo Kanban. O correto e esperado é que o operador siga com a orientação, mas apesar disso é necessário que a decisão seja tomada por ele mesmo. Sendo assim, as ações resultantes do trabalho dos colaboradores que seguem padrões de trabalho são mais sistemáticas. 1.1. Enfoque tradicional x Lean Management É possível identificar diferenças significativas no enfoque da gestão tradicional e da proposta do Lean Management. Essas diferenças consistem nos seguintes pontos: Enquanto que o enfoque tradicional gera um senso de urgência imediatista, o enfoque do Lean Management é mais direcionado a uma mudança na cultura organizacional. Ao invés de atribuir um caráter simplista a todos os problemas e resolvê-los de forma recorrente, procura-se aprender mais com estes problemas, descobrir sua natureza e erradicá-los por completo. Além disso, é um enfoque de gestão inclusivo e descentralizado, em que a figura da liderança é utilizada como exemplo e indutor de comportamento para os colaboradores que, por sua vez, são constantemente proativos em melhorias para a organização. Lean Management 5 1.2. Processo decisório convencional x Processo decisório do Lean Management O processo decisório convencional é baseado em três níveis: Operacional, sistema de medidas de desempenho operacional e o processo decisório em si, praticamente exclusivo ao nível estratégico. A informação, nesse caso, sobe do operacional até o nível estratégico por meio de relatórios de desempenho (ou indicadores) para que sejam tomadas decisões de cunho estratégico e operacional. É realizado com frequência definida, e visa observar o que há de errado e tomar as medidas necessárias para corrigi-las. Figura 2 – Processo decisório convencional No Lean Management, por outro lado, o processo decisório é descentralizado e participativo. O nível operacional continua mandando informações para o processo decisório e os sistemas de medidas de desempenho operacional, da mesma forma que ocorre no processo decisório convencional. No entanto, melhorias operacionais já podem ser concebidas sem a necessidade de as informações subirem para o nível estratégico, pois as pessoas do nível operacional possuem certa autonomia para tomada de decisões e realização de eventuais mudanças e correções necessárias. Lean Management 6 A frequência de ocorrência das mudanças pode ser diária, hora a hora ou até mesmo imediata, uma vez que esse processo pode reagir a todo momento. O sistema de medição de desempenho continua gerando as informações para a tomada de decisõesestratégicas e definição de políticas importantes, e a diferença crucial está na frequência com que essa tomada de decisão pode ser realizada. A ideia é responder rapidamente e disparar decisões rápidas para correção dos problemas. Figura 3 – Processo decisório do Lean Management 1.3. Vantagens do Lean Management As melhorias no processo decisório convencional vêm sempre do nível mais alto de tomada de decisão. Como o processo de melhoria proveniente do Lean Management é mais participativo e iterativo entre os níveis da organização, as melhorias ocorrem com mais frequência. Essa maior frequência ocorre graças à descentralização do processo decisório. Apesar do nível operacional ser capaz de gerar mudanças na organização como um todo, é preciso entender que estas mudanças são voltadas diretamente a Kaizens de processo. Kaizen de processo: Mudança realizada no nível operacional e que não necessariamente precisa passar pela supervisão do nível estratégico da organização para acontecer. São mudanças locais que afetam diretamente a área em que foram realizadas. Lean Management 7 Kaizen de Fluxo: Mudança geralmente realizada pelo nível estratégico da organização. Kaizens de fluxo podem afetar diversas áreas de uma só vez e o modo como trabalham. Os kaizen de processo e o nível operacional refletem indiretamente nos Kaizens de fluxo, uma vez que as mudanças realizadas pelo nível estratégico são influenciadas pelas constantes correções e pequenas mudanças de rota no funcionamento das áreas da organização. Além do mais, a padronização das atividades proporciona um processo decisório mais sistemático no nível operacional, o qual permite ao nível estratégico manter seu foco em decisões mais complexas e estratégicas. 2. Mindset O mindset necessário para a implantação da gestão lean passa pela definição do conceito de valor, como este valor é visto e trabalhado pela organização. É importante citar que a gestão lean trabalha baseado em um mindset que visa o aprimoramento constante dos processos, da liderança, das pessoas e da organização como um todo. Sendo assim, a definição do que é valor para uma organização que trabalha com os modelos de gestão convencionais varia com relação a uma organização que utiliza o Lean Management como modalidade de gestão. 2.1. O que é agregação de valor? Agregar valor é fazer com que, aos olhos do cliente, ocorra um ganho em qualidade no objeto de consumo. Este objeto, por sua vez, pode ser um produto ou um serviço. No caso de uma organização, e do ponto de vista dos colaboradores, o conceito de agregação de valor pode estar associado a melhorias nos processos e rotinas de trabalho. Do ponto de vista do cliente dos produtos ou serviços que a organização oferece, a agregação de valor pode estar associada a uma redução no tempo de espera para receber atendimento, uma maior robustez do produto adquirido, um suporte técnico resolutivo, dentre outros. 2.1.1. Situação problema 1 Considerando o conceito de agregação de valor, leia e reflita sobre a situação a seguir. Lean Management 8 O diretor de uma empresa vai para um treinamento de lean e aprende que “tudo o que não agrega valor aos olhos do cliente é desperdício” e que “o cliente não vai querer pagar pelo que ele não entende como agregação de valor”. Ele volta para a empresa e começa a analisar todas as operações, e chega nas seguintes conclusões: • Desenvolvimento de produto: Agrega Valor • Planejamento da produção: Não Agrega Valor • Gestão de Melhorias: Não Agrega Valor • Qualidade: Agrega Valor (dúvida) • Produção: Agrega Valor • Logística Interna: Não Agrega Valor • Gestão de Estoques: Não Agrega Valor E resolve fazer cortes nas operações que não agregam valor ao cliente. Ele está certo ou errado? E esse ensinamento sobre agregação de valor do lean, está certo ou errado? Do ponto de vista da venda de um produto ou um serviço, o valor é tudo aquilo pelo que o cliente está disposto a pagar. A ideia de realizar-se cada vez menos processos que não agregam valor, ou seja, realizar o máximo de processos pelos quais o cliente irá pagar não é uma concepção totalmente equivocada. Porém, é necessário entender-se que dentro de uma organização há atividades que não agregam valor aos olhos do cliente, mas que são vitais para que a organização funcione. Nesse caso, é importante ter em mente que, sempre que possível seja feito um esforço no sentido de deixar essas atividades mais enxutas. Sendo assim, o esforço deve ser focado em fazê- las de forma mais eficiente e inteligente, diminuindo assim o esforço gasto nelas. 2.2. Visão de ocupação do tempo em uma organização As atividades que ocupam as organizações podem ser classificadas em quatro categorias principais: Lean Management 9 A – Atividades de administração da rotina: São as atividades cruciais para a organização produzir sua atividade fim (produto ou serviço). B – Melhorias nos processos: São as atividades que visam melhorar os processos em todos os níveis da organização. C – Administração de crises: São as atividades referentes à contenção de imprevistos (apagar incêndios) D – Atividades inúteis: Atividades indesejadas pela organização. Cada uma das categorias de atividades ocupam uma porcentagem do tempo das organizações dada a maturidade das mesmas. A figura 4 explicita essa divisão do tempo em atividades: Figura 4 – Divisão das atividades dada a maturidade da organização A organização imatura tem a mentalidade voltada à contenção dos imprevistos. Se for perguntado a qualquer um dos colaboradores da organização quais são as atividades mais importantes para o bom funcionamento das áreas, certamente o colaborador responderá que são as atividades do grupo C e A. Na organização madura, é possível notar que há um espaço grande para atividades de melhoria e um espaço cada vez menor para atividades inúteis e administração de crises. A mudança de mindset é evidente para que isso ocorra, e se for questionado a um colaborador a respeito da importância dos grupos de atividades, certamente a resposta seria o grupo A e o grupo B. Lean Management 10 Na organização em desenvolvimento é possível notar-se que há um esforço no sentido da mudança positiva. Como não há tempo hábil suficiente para que as melhorias sejam colocadas em prática, é comum que essas melhorias comecem a ser realizadas através de horas extras. É importante notar também que na organização em desenvolvimento a quantidade de imprevistos acaba aumentando um pouco pois é o período em que as primeiras mudanças e os projetos piloto estão funcionando. Mais informações sobre a evolução das empresas em maturidade para implantação da cultura Lean podem ser encontradas no módulo de Gestão da Mudança do EAD Lean da Hominiss Consulting. 2.3. Cowboy x Construtor de sistemas: Construção do conceito de valor No tópico anterior foi explicitada a divisão de tempo gasto entre os tipos de atividades de uma organização. Além disso, como os próprios colaboradores concebem esta divisão de atividades. Mas como este mindset é formado? Uma analogia interessante para ilustrar este caso é o da figura do cowboy. Uma das inúmeras funções do cowboy é guiar o rebanho do ponto A ao ponto B. Ele anda com seu cavalo ao lado da boiada sempre reagrupando um ou outro boi que se desgarrou da boiada e no final do percurso entrega todos os bois ao ponto B. Porém, ao fim da jornada, é comum que um ou outro boi chegue machucado, tenha se desgarrado muitas vezes ou mesmo que toda a boiada pareça um pouco abatida com o fim do percurso. É a partir deste contexto que se torna interessante observar a figura do construtor de sistemas. O construtor de sistemas levará a boiada da mesma forma do ponto A ao ponto B. A diferença entre ambos é que, enquantotoca a boiada o construtor de sistemas terá a seguinte reflexão: “De que forma seria possível levar essa boiada sem que nenhum se desgarrasse ou se machucasse? ”. A partir disso, terá a ideia de construir uma cerca para que a boiada ande sempre naquele espaço. Nas próximas vezes que for tocar a boiada pelo mesmo trajeto, já começará a construir, pouco a pouco, a cerca pelo caminho, sempre de olho na boiada para que não deixe com que nada de errado aconteça. Apesar disso, precisa lidar com mais bois se desgarrando por um tempo, mas quanto mais próximo do fim da construção a cerca se aproxima, mais tranquilo vai se tornando o percurso. Lean Management 11 Assim que a cerca é finalizada, o percurso se torna muito mais fácil e o construtor de sistemas pode começar a pensar em outras maneiras de aprimorar ainda mais o trajeto e fazer com que os bois cheguem cada vez mais intactos ao ponto B. Figura 5 – Cowboy x Construtor de sistemas Nas organizações acontece o mesmo que na analogia do cowboy e do construtor de sistemas. O cowboy é aquele preocupado em cumprir com as metas estabelecidas a qualquer custo e que saberá lidar com imprevistos de forma rotineira. O construtor de sistemas, por sua vez, será aquele que estará preocupado em melhorar os processos produtivos e fazer com que os imprevistos se tornem cada vez menos recorrentes, ou seja, se preocupará com o gerenciamento das exceções. Tudo depende de como a liderança vê o valor. Se a liderança é focada apenas no output (saída ou resultado) do processo, sem se importar em como o processo funcionará para gerar aquele output, a organização está privilegiando o comportamento do cowboy. Este padrão geralmente é encontrado em organizações imaturas. Se a liderança é focada em querer uma forma ou método para que o output seja alcançado, ou seja, se há foco no processo, então a organização se torna um terreno fértil para o aparecimento de construtores de sistemas. Este é o padrão esperado para organizações maduras. A forma com que as pessoas se comportam em uma organização é a forma como são sinalizadas pela direção, uma vez que as lideranças são indutoras de comportamento. Em um segundo momento é preciso dar o tempo para que as pessoas mesmas façam as melhorias. Sabendo disso, será que é suficiente apenas dar ferramentas e tempo para as pessoas realizarem as melhorias que estas melhorias acontecerão? A experiência mostra que mais do que isso é necessário ainda ter um método de condução do processo de melhoria aliado a tais ferramentas e tempo disponibilizado. Lean Management 12 3. Método de condução de melhorias O método de condução de melhoria utilizado pela Hominiss Consulting é o DMAIC, uma metodologia que possibilita o gerenciamento de projetos orientado à resultados de forma sistemática e embasado em fatos. É uma ferramenta derivada de conceitos Six Sigma para condução de projetos de controle de qualidade, além de ser utilizado para outros tipos de melhoria. Assim como várias outras, é uma metodologia que teve seu berço no ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act). A metodologia é definida em cinco partes principais, sendo DMAIC um acrônimo na língua inglesa para: Define, Measure, Analyze, Improve e Control, ou, em português, Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar. Na Hominiss, adaptamos a metodologia para a implantação dos conceitos da produção enxuta: • Definir – Fase dedicada à definição do escopo e dos objetivos do projeto, em conjunto com os colaboradores da organização envolvidos (acionistas, empregados, diretores). • Medir e Mapear – Fase dedicada ao mapeamento dos fluxos de valor que fazem parte do escopo do projeto, assim como o detalhamento e mensuração das variáveis importantes, a fim de identificar os principais problemas e restrições que impedem a organização de alcançar os objetivos definidos na etapa anterior. • Analisar e Projetar - Fase que consiste em analisar as causas raízes dos problemas, além de propor e projetar melhorias que viabilizem os objetivos definidos. • Implantar – Fase dedicada a priorização das melhorias e definir de um plano de ação para implantação da situação futura projetada na etapa anterior. • Controlar – O objetivo desta etapa é um sistema de medição de desempenho a fim de acompanhar a efetividade das melhorias implantadas, além de estabelecer rotinas de sustentabilidade para garantir a manutenção dos novos padrões de trabalho. Veja, a seguir, um detalhamento de cada uma dessas etapas. Lean Management 13 3.1. Definir Na fase de definir, o objetivo é entender de uma forma um pouco mais ampla, como o sistema está funcionando e quais são os gargalos que precisam ser atacados. Atuar em todo o sistema faz com que muita energia seja desperdiçada em pontos que não precisam ser trabalhados. Sendo assim, é necessário focar em metas globais e seguir o norte verdadeiro, ou seja, o objetivo prioritário da organização. Portanto, na fase de definir: • Define-se o que é importante para a organização • Define-se o norte verdadeiro Quais são os próximos passos que devem ser dados após estas definições? Em um primeiro momento, pode ser que as ações das diversas áreas podem não estejam alinhadas com o norte verdadeiro da organização. Sendo assim, o próximo passo é garantir esse alinhamento. Nesse sentido, uma prática muito comum é a do desdobramento de metas. As metas da organização são quebradas em metas para as áreas; estas, por sua vez, desdobram suas metas para os setores e estes criam ações específicas para o cumprimento das metas. Lean Management 14 Figura 6 – Desdobramento de metas em uma organização Apesar do desdobramento de metas parecer uma prática coerente, é necessário fazer-se uma análise mais crítica e cuidadosa a respeito deste procedimento. Nem sempre as ações e metas dos setores conseguem ser eficientemente cumpridas e darem os resultados esperados. 3.1.1. Situação problema 2 Considerando o desdobramento de metas por área, leia e reflita sobre a situação descrita a seguir. Uma empresa produz fornos industriais sob encomenda. Ela entende que o seu “norte verdadeiro” é redução de custos, para se tornar mais competitiva no mercado local. Lean Management 15 Estabelece um objetivo de redução de custos em 20% e pede às suas áreas um desdobramento deste objetivo para metas específicas destas áreas. As metas resultantes são as seguintes: • Engenharia: Reduzir em 30% a mão de obra de desenvolvimento, usando novas tecnologias computacionais de projeto. • Compras: Obter redução de 30% nos custos de itens comprados, trocando os fornecedores locais por fornecedores globais (China). • Vendas: Reduzir os custos de viagens de seus representantes em 30%. Complementarmente, aceitar uma maior variedade de pedidos, para obter ganhos em escala com um aumento de vendas em 20%. • Produção: Aumentar a produtividade em 30% através da utilização de ferramentas lean: Células de Manufatura, Redução de Tempos de Setup, 5S, TPM, etc. Passado um ano, não houve redução de custos e a empresa perdeu em competitividade. A culpa foi atribuída à Produção, pois foi a área que ficou mais distante no atingimento das metas. O gerente da Produção atualizou o seu curriculum. Just in case... O problema neste caso foi causado pela visão do ótimo local. Cada área olhou para si mesma e tentou atingir suas metas individualmente, não levando em consideração a organização como um todo. Para reduzir o custo do item comprado o setor de compras pode ter reduzido a qualidade do item comprado. A troca de um fornecedor local por um global pode ter feito com que a produção atrasasse porque o produto demorou mais para chegar. Ao aceitar mais pedidos o pessoal de vendas fez com que a organização aderisse a um portfólio maior. A consequência dissopode ter sido uma maior quantidade de setups e até mesmo uma queda na qualidade dos itens produzidos. Todos esses pontos citados refletem diretamente na produção, e nesse caso, poderiam ter impactado diretamente no cumprimento das metas dessa área. Lean Management 16 Apesar de cada área ter se esforçado para cumprir com todas as metas alinhadas com os interesses da organização, essas metas não funcionaram bem quando inter-relacionadas. A prática do desdobramento de metas por área acaba induzindo comportamento de cowboy, pois o objetivo era apenas o atingir das metas, e não como atingi-las. Para evitar este tipo de problema ao desdobrar metas, o ideal é fazer isso a partir da visão de fluxo de valor, partindo da seguinte pergunta: Quais são os fluxos de valor que mais vão influenciar nessa meta? Figura 7 – Desdobramento de metas embasado na visão de fluxo de valor A partir do fluxo de valor é possível identificar quais são as melhorias necessárias no mesmo e, a partir disso, é possível entender quais áreas estão envolvidas nessas melhorias. Com as áreas em mente é possível definir as ações necessárias para que estas apresentem um melhor desempenho. Após saber quais são as ações necessárias para melhorar as áreas, e quais os pontos que devem ser melhorados, é possível definir metas coerentes e alinhadas com o norte verdadeiro da organização para as áreas. Lean Management 17 A análise do fluxo de valor, que dá suporte ao desdobramento de metas como descrito acima, acontece na segunda fase do DMAIC. 3.2. Medir e mapear De maneira geral, se não houver uma visão global compartilhada na organização, cada pessoa inserida nela tende a ter uma visão um pouco diferente sobre os fluxos de valor, conhecendo bem apenas a parte do trabalho com a qual está envolvida. Isso leva a diferentes percepções sobre quais são os principais problemas e restrições que precisam ser trabalhados e priorizados. Em uma situação como essa, é comum observar o comportamento mais parecido com o do cowboy citado anteriormente, e a consequência disso é que os esforços de cada área são dedicados à otimização local, muitas vezes perdendo a noção dos principais gargalos do fluxo como um todo. Figura 8 –Várias visões locais sobre o mesmo fluxo O ideal é, através do mapeamento do fluxo de valor, criar uma visão unificada e global deste fluxo. Isso permite a todos terem a mesma percepção sobre quais são os principais gargalos a serem trabalhados. Essa é a visão esperada do perfil de construtor de sistemas. Lean Management 18 Figura 9 – Visão global do fluxo Sendo assim, na fase de medir e mapear do ciclo DMAIC, os principais objetivos são: • Entender bem o fluxo de valor, os problemas e as restrições da situação atual • Criar uma visão global e unificada dessa situação Mais informações sobre a etapa de mapeamento podem ser encontradas no módulo de Mapeamento do Fluxo de Valor Atual do EAD Lean da Hominiss Consulting. 3.3. Analisar e projetar Dado que já se possui uma visão do fluxo de valor, a fase de análise do clico DMAIC consiste em: • Entender quais os pontos que precisam ser atacados para se chegar em uma visão desejada. • Definir e projetar ações específicas para que essa visão seja alcançada. A situação futura é projetada e validada através de workshops e gera ações de melhoria para as áreas envolvidas. Essas ações geradas são definidas por área e já são atribuídas equipes para ataca-las de forma assertiva. Lean Management 19 Cada equipe deve fazer um planejamento detalhado para atacar as ações desenvolvidas. Essas ações podem ser melhor definidas e organizadas através da elaboração dos A3 de melhoria. Figura 10 – Detalhamento das ações de melhoria e plano de implementação Mais informações a análise da situação atual e proposição de melhorias podem ser encontradas no módulo de Elaboração da Situação Futura do EAD Lean da Hominiss Consulting. 3.4. Implantar A fase de implantação das mudanças, realizada a partir dos A3 desenvolvidos na etapa anterior, pode ser dividida em 3 partes, sendo que as duas primeiras (Pré Kaizen e Evento Kaizen) são trabalhadas na etapa de Implantar do DMAIC e a terceira (Pós Kaizen) é trabalhada na última etapa do DMAIC, Controlar. Lean Management 20 Figura 11 – Plano de ação do A3 dividido em 3 etapas O Pré Kaizen é a etapa na qual ocorre todo o planejamento da mudança: criação de cronogramas, preparação dos setores envolvidos, compra de materiais necessários, criação de ferramentas necessárias, dentre outros. O Evento Kaizen é um método de implantação de melhorias, e suas principais características são: • Geralmente acontece em 5 dias • Possui uma equipe totalmente dedicada • Possui metas agressivas • Tem prioridade no uso de recursos da empresa • Tem prioridade na coleta de informações Mais informações sobre (i) a condução de projetos de melhoria e (ii) a implantação de melhorias podem ser encontradas, respectivamente, nos módulos (i) Método A3 e (ii) Evento Kaizen do EAD Lean da Hominiss Consulting. 3.5. Controlar A última parte do ciclo DMAIC compreende a etapa de controlar e sustentar as mudanças implementadas. Sendo assim, nessa fase os principais pontos que devem ser abordados são: Lean Management 21 • Padronizar as operações • Criar indicadores de desempenho • Tornar gerenciável o novo sistema • Demonstrar ganhos obtidos Resumidamente, a fase de controle pode ser definida como o gerenciamento da rotina e a já mencionada operacionalização das mudanças. Uma das formas de controle utilizadas em organizações que estão implementando mudanças são as auditorias de sustentabilidade. Essas auditorias consistem em perguntas chave para entender como a área se comporta em relação às mudanças que foram implementadas. A frequência dessas auditorias varia com relação às áreas organizações em que são empregadas conforme a necessidade. Devem ser realizadas até que o novo processo se torne o padrão. Mais informações a etapa Controlar do DMAIC podem ser encontradas no módulo de Sustentabilidade de Melhorias do EAD Lean da Hominiss Consulting. 4. Gestão de desempenho Tradicionalmente, sistemas de medição de desempenho apresentam, basicamente, o aspecto operacional do fluxo de valor. Ou seja, indicadores relacionados com a produção e com o produto/serviço especificados. Essa visão é limitada e pode ser atribuída ao cowboy, já que o foco está principalmente nos outputs (saídas ou resultados de um processo), e os resultados são obtidos na adrenalina, gerando atuações individuais nas áreas. A gestão do desempenho não deve tratar apenas dos indicadores operacionais. O construtor de sistema precisa de uma visão mais integrada dos indicadores que envolvem todos aspectos relevantes das áreas de atuação. Lean Management 22 4.1. As três dimensões da gestão de desempenho Com base nessa ideia de a visão precisar ser mais abrangente e integrada é que se faz necessário analisar não só os indicadores de cunho operacional. Sendo assim, é possível classificar os indicadores em três eixos: indicadores operacionais, indicadores de melhoria e indicadores de sustentabilidade. Figura 12 – Sistema de indicadores e exemplos Indicadores referentes aos treinamentos, à quantidade de melhorias implantadas, aderência ao cronograma dentre outros estarão localizados no eixo de melhorias. Além do mais, tão importante quanto implantar as melhorias em uma organização, é garantir que as mesmas funcionem da forma como foram projetadas e se mantenham. Nesse caso, são observados os indicadores de sustentabilidade. Lean Management 23 4.1.1. Situação problema 3 Considerando a sustentabilidade de melhorias, leia e reflitasobre a situação descrita a seguir. Uma empresa está implantando lean, e uma das primeiras melhorias implantadas foi um quadro de kanban. Depois de algumas semanas de funcionamento o sistema começou a falhar, faltando peças com frequência na área de montagem. O diretor da empresa chamou o líder lean e disse para ele ¨dar um jeito¨, porque ele era o responsável pela implantação do sistema. O líder lean, investigando o problema, identificou que o supervisor de produção não estava usando o sistema. Segundo ele, “o sistema era complicado, porque o obrigava a fazer mais setups do que anteriormente”. Ele estava produzindo as peças de acordo com o seu feeling, em lotes maiores do que o especificado, sem utilizar ou atualizar o quadro. O líder lean explicou novamente o sistema para o supervisor e pediu que ele adotasse os novos procedimentos. Nada foi feito, e o problema continuou... Duas semanas depois, o diretor chamou o líder lean e disse que se o problema continuasse ele iria descontinuar a implantação do lean. O líder lean começou a atualizar o seu curriculum. A situação problema explicita um erro na atribuição das responsabilidades durante o processo de melhoria. A partir do momento em que foi realizada uma implantação pela equipe lean, a responsabilidade do novo processo é do supervisor de operação. A partir do sistema implantado e aceito da forma como foi projetado, qualquer problema deve ser considerado uma não Lean Management 24 conformidade. Quem deve assumir a responsabilidade pelo não funcionamento do novo processo é o supervisor, pois é responsável pela sustentabilidade dos processos. Sendo assim, ele deveria estar sendo avaliado e cobrado pelo bom funcionamento do processo. No caso apresentado o supervisor não seria bem pontuado pelos indicadores de sustentabilidade. 4.2. Como são feitas avaliações de sustentabilidade? Até que um certo nível de maturidade com relação à cultura e às ferramentas lean seja alcançado, é muito importante que algum tipo de avaliação seja realizado. Isso pode ser feito, por exemplo, através de um checklist (auditoria). Os checklists de sustentabilidade possuem área auditada, responsável, nota final de desempenho dentre outras variáveis. É adequado que tais auditorias sejam institucionalizadas, posteriormente, uma vez que a equipe lean deve focar em outras melhorias. Nesse caso, a área de qualidade é a mais indicada para se responsabilizar por essa avaliação. Além de assegurar o bom funcionamento dos processos implantados essa prática também pode ser utilizada para corrigir algum outro processo e iniciar planos de ação em diversos locais. Figura 13 – Exemplo de checklist de sustentabilidade Lean Management 25 Além do mais, uma forma de garantir que as mudanças permaneçam após implantadas é gerar campeonatos de sustentabilidade. O foco não é o prêmio, mas sim gerar um tipo de competição saudável para que as áreas se envolvam com a cultura de mudanças estabelecida na organização. 5. Gestão visual O propósito primordial da gestão visual é fazer com que o gerenciamento das áreas saia da tela do computador e seja exposto para as pessoas. Além do mais, este formato de gestão visual viabiliza o gerenciamento por caminhada. Esta prática é denominada Gemba Walk e consiste em caminhar-se pela planta de trabalho com o intuito de enxergar o desempenho das áreas através dos painéis de gestão visual. Alguns dos pontos que são explicitados nos quadros de gestão visual são: • O que deve feito. • O que não deve ser feito. • Os problemas da área. • As ações para correção dos problemas. • O desempenho das operações. • As ações de melhoria e seus objetivos. Alguns exemplos de gerenciamento que podem ser realizados por gestão visual incluem setups, programação da produção, acompanhamento de chegada de matéria prima, gestão de ferramentas, gestão de manutenção, acompanhamento de execução de limpeza, explicitação e gestão de valores, etc. 5.1. Quadros da gestão visual Os quadros de gestão visual podem ser divididos em três níveis principais: Lean Management 26 Figura 14 – Níveis dos quadros de gestão visual 5.1.1. Strategy Board O Strategy Board é utilizado no nível da diretoria e contém informações estratégicas da organização. O quadro é constituído pelas metas e KPIs (indicadores chave de performance) da organização, pela representação dos fluxos de valor que vão ser considerados para atingir as metas, pelo acompanhamento das ações estratégicas previstas no período (mensal, semestral e/ou anual), dentre outras informações particulares de cada organização. Lean Management 27 Figura 15 – Modelo de strategy board 5.1.2. Site Board O Site Board é o quadro para acompanhamento do processo de melhoria e geralmente fica na sala da equipe lean, ou “sala de guerra” do projeto lean. Ele deve passar a visão geral de qual o status de cada uma das melhorias em andamento na organização. Contém os MFV de situação atual e situação futura, além de uma cópia de cada A3 aberto e do cronograma detalhado de implantações. Figura 16 – Modelo de site board Lean Management 28 5.1.3. Gemba Board O Gemba Board encontra-se no nível de gestão da operação. É o quadro que explicita a gestão dos elementos operacionais, de melhorias e sustentabilidade, ou seja, as três dimensões da gestão de desempenho. Pode ser considerado o elemento mais importante de gestão visual. Idealmente, deve estar localizados nas próprias áreas, o mais próximo possível de onde as atividades acontecem. No caso da manufatura, devem estar no chamado “chão de fábrica”. Figura 17 – Modelo do Gemba Board Na primeira parte do Gemba Board estão localizados os indicadores de resultado (KPIs) e os indicadores de acompanhamento específicos da área. Ainda na parte de desempenho operacional, pode-se apresentar também um plano de contenção relacionado a problemas identificados através dos indicadores. Caso seja conveniente, os indicadores operacionais podem ser divididos em S Q D I (Safety - Segurança, Quality - Qualidade, Delivery - Entrega, Inventory - Estoques), S Q D C (Cost - Custos), ou, até mesmo, em S Q D C I P E (Productivity – Produtividade, Environment – Ambiente). Essas categorias de indicadores são acompanhadas das metas para qual estes indicadores foram desenvolvidos e podem ser divididos em pequenos quadros que representam dias, semanas ou meses. A cada meta atingida com sucesso o quadro do dia, semana ou mês é preenchido pela cor verde e a cada vez que a meta não foi cumprida por vermelho. Este tipo de indicador é benéfico pelo fato de ser binário e de fácil visualização e análise. Lean Management 29 Figura 18 – Classes de indicadores operacionais Na parte de melhorias estarão expostos os A3 das áreas, acompanhados do cronograma de implantação. Na parte de sustentabilidade, apresenta-se a compilação dos checklists de sustentabilidade, um resumo das correções já realizadas e um plano de contenção relacionado aos problemas identificados durante as auditorias. Tanto o plano de contenção relacionado ao desempenho operacional (indicadores), quanto o relacionado à sustentabilidade (melhorias), podem ser montados no formato 5W2H, informando: • What (o que): Ação • Who (quem): Responsável pela ação • When (quando): Prazo para executar a ação • Where (onde): Local da ação • Why (porque): Porque a ação é necessária • How (como): Meios para executar a ação • How much (quanto): Quais os custos relacionados à ação 5.1.4. Geração de melhorias (kaizens) A partir dos planos de contenção, são disparados dois tipos de melhoria: Lean Management 30 - Melhorias isoladas e pontuais: são simples e não demandam muito detalhamento ou estudo prévio, apenas a resolução dos problemasde forma rápida e efetiva. As próprias áreas podem realizar estas ações sem necessidade de envolvimento da coordenação. - Melhorias mais abrangentes e coordenadas: são mais sofisticadas e demandam a elaboração de um A3 ou projeto específico para planejamento e implantação da melhoria Essas melhorias (pontuais e A3) geradas na própria área, através do uso do Gemba Board, contribuem, majoritariamente, para a geração dos kaizens de processo. Paralelamente, as ações provenientes do Strategy Board, normalmente se caracterizam como kaizens de fluxo. O Site Board concentra- todas essas ações e, a partir dele, é realizada a coordenação e alinhamento de todas essas atividades. 6. Rotinas de gestão 6.1. Gemba Walk Já mencionado anteriormente, o gemba walk é um termo utilizado para descrever a observação pessoal do trabalho por meio do gerenciamento por caminhada. Há três pontos principais para levar em conta e que garantem o funcionamento desta ferramenta: • Observação: Realizada pessoalmente, o que é a chave de funcionamento da ferramenta. • Valorização do local de trabalho: Observação do trabalho no local em que é realizado, substituindo as reuniões em salas de conferências distantes e isoladas. • Sentimento de equipe: Promover interação com as pessoas e o processo, mantendo o espírito do kaizen (mudança boa) vivo. Existem gemba walks que acontecem relacionando o gestor da operação com a própria operação, gemba walks que acontecem relacionando o nível gerencial com o operacional (acompanhamento das áreas pelos gerentes) e também aqueles em que o nível estratégico acompanha cada uma das áreas. Nesse método de gestão são estabelecidos padrões de frequência em todos os níveis da organização. Os padrões de gemba walk são: Lean Management 31 Figura 19 – Frequência de realização dos gemba walk O gemba walk mensal envolve membros da diretoria, comitê executivo e gerente lean, e se inicia com o acompanhamento da evolução dos indicadores estratégicos junto ao Strategy Board. Em seguida, ocorre o acompanhamento do cronograma de melhorias junto ao Site Board e, por fim, passa por cada área, para análise dos indicadores operacionais, últimas implantações e questões de liderança nos Gemba Boards. É importante notar que, a cada local visitado, são envolvidos também os responsáveis pela área, conforme a necessidade. Os gemba walk semanal envolve o gerente de operação e o gerente lean, e se inicia no Site Board, para acompanhamento das melhorias em andamento. Em seguida, passa para o acompanhamento de cada área através do Gemba Boards. Os gemba walks diários acontecem ao lado do gemba board, devem ser rápidos (15 minutos), todos os participantes ficam de pé e ocorre antes de começar os turnos de trabalho. Também podem acontecer em áreas de suporte às áreas operacionais em que os gemba boards estão fixados. Recomenda-se criar padrões para as reuniões, em que são explicitados tanto o que deve ser visto em cada reunião como a duração das mesmas e quem devem ser os participantes. Lean Management 32 6.2. As 7 perguntas essenciais do Gemba Walk Há 7 perguntas fundamentais que devem ser feitas pela gerência nos gemba walks a fim de fazer com que essa poderosa ferramenta de gestão funcione de forma ótima. As perguntas são: 1. Quais foram os principais imprevistos operacionais desde (ontem, a última semana, último mês)? 2. Quais os principais problemas de sustentabilidade detectados nas últimas auditorias? 3. Quais ações de melhoria estão em andamento? 4. O que você fez de (ontem, última semana, último mês) para hoje, em termos de melhoria? 5. O que você planeja de hoje para (amanhã, próxima semana, próximo mês)? 6. Quais são as barreiras que estão te dificultando ou impedindo? 7. O que eu posso fazer para te ajudar nestas barreiras? 6.3. Considerações sobre disciplina O gemba walk é uma ótima ferramenta para que seja feito o desdobramento das necessidades de melhoria, estimular a ocorrência das melhorias, fazer a descentralização do processo de tomada de decisão dentre outros. É um ponto crucial para que a implantação da cultura lean seja realizada de forma efetiva como é conhecida atualmente. Um dos fatores mais críticos para a efetividade do gemba walk e, consequentemente, que mais contribui para o sucesso de uma implantação de Lean Management é o envolvimento e disciplina das lideranças, principalmente dos níveis de gerência e diretoria. O gemba walk é um processo de indução de comportamento orientado para a mudança. A partir desta prática as pessoas começam a dar importância para coisas que antes não recebiam atenção e, em consequência, se comportam de forma diferente por causa disso. Além disso, cria- se disciplina e a percepção de valor necessários para as pessoas trabalharem todos os dias em melhorias. Lean Management 33 A disciplina no gemba deve ser sinalizada constantemente pela liderança. As pessoas não mudam com cobrança, mas mudam com exemplo. A mudança nas pessoas não será atingida através de cobranças. Seja você a mudança que você quer para sua organização. Mantenha a sua disciplina pessoal. Seja um bom exemplo, pois este é o ingrediente mais importante da liderança.