2 - Actinomicose, Actinobacilose e Leucose (1)

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Doenças Infecto Contagiosas 
– Ruminantes e Equinos
Prof.: Me Leonardo Luiz Dametto
Actinomicose
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Actinomicose
• Conceito: Doença infecciosa, não contagiosa, crônica, caracterizada 
por causar osteomielite localizada, principalmente na mandíbula e 
maxilar. “maxilar encaroçado”.
• Etiologia
• Actinomyces bovis;
• Bactéria filamentosa, pleomórfica, Gram-positiva, anaeróbios facultativos, 
Actinomicose
• Epidemiologia
• Difundida em escala mundial;
• Afeta bovinos de diferentes idades;
• Ocorrência de forma esporádica;
• Pode afetar outras espécies: ovinos, suínos e equinos.
• Sensíveis ao calor e desinfetante
• Comensal da cavidade oral e trato digestivo. 
• Reservatório
• Mucosa oral
• Superfície dos dente
• Trato gastro-intestinal
• Transmissão Endógena
• Soluções de continuidade
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Actinomicose
• Patogenia
• Penetração oral – via lesões;
• Atinge os ossos causando osteomielite.
A. Bovis (agente) + Traumatismo
Alvéolos dentários
Maxilar ou mandíbula
Granuloma
Actinomicose
• Sintomatologia – Sinais clínicos
• Dificuldade de mastigação, salivação e inapetência;
• Aparecimento de tumefação de consistência muito dura;
• Localização na altura dos dentes molares e pré-molares;
• Lesão crônica, mas pode evoluir em 30 dias(rara);
• Ulceração da pele, fistulação, com presença de pus;
• Dor localizada, afrouxamento e perda dos dentes;
• Emagrecimento progressivo;
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Actinomicose
• Patologia
• Osteomielite proliferativa com presença de focos purulentos;
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Actinomicose
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Actinomicose
• Diagnóstico
• Sinais clínicos característicos;
• Laboratorial: Esfregaço direto da pus, presença de rosetas com clavas, 
coloração de gram e cultivo (biopsia do tecido granulomatoso). 
• Radiografias: osteomielite severa.
• Diagnóstico diferencial
• Actinobacilose.
• Abcessos dentários, fraturas e tumores
Actinomicose
• Tratamento
• Depende do tamanho da lesão – Cirúrgico 
• Antibioticoterapia: Penicilina: 22.000 UI/Kg, IM, BID, por 14 dias;
Estreptomicina: 11mg/kg, IM, TID, por 05 dias;
Rifamicina, isoniazida.
• Administração de Iodeto de potássio ou sódio (1g por cada 12 Kg de P.V.)
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Actinomicose
• Profilaxia e Controle
• Controle dos fatores de lesão;
• Separar animais afetados dos sadios.
• Curiosidade em humanos.
Actinobacilose
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Actinobacilose
• Conceito: doença infecciosa, não contagiosa, crônica e
granulomatosa, que afeta os tecidos moles causando piogranulomas
(abcessos). “língua de pau”, “língua de madeira”.
• Nos bovinos é frequentemente observada na língua e eventualmente
nos linfonodos da região faríngea e esôfago.
• Nos ovinos e caprinos ocorre mais frequentemente nos lábios e
bochechas.
Actinobacilose
• Etiologia
• Actinobacillus lignieresii;
• Bacilo ou cocobacilo, Gram-negativo, imóvel, aeróbico;
• Comensal do trato digestivo;
• Cresce em ágar sangue;
• Não hemolítico;
• Sobrevive até 5 dias na palha.
• A. lignieresii podem produzir três diferentes citolisinas (hemolisinas)
Apx I,
Apx II
Apx III (pleurotoxina)
• Todas estas capazes de destruir macrófagos, neutrófilos, eritrócitos, e com 
habilidade para formar poros na membrana da célula hospedeira.
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Actinobacilose
• Epidemiologia
• Afeta principalmente bovinos, mas pode afetar: ovinos, suínos e equinos;
• Lesões língua e linfonodos da cabeça e pescoço;
• Ocorrência esporádica;
• Pastoreio de restevas;
• Surtos: animais jovens (morbidade de 1 – 90%);
• Prevalência no RS: 1,15% (lesões de matadouros).
Actinobacilose
• Epidemiologia 
Reservatório
– Mucosa oral
– Rúmen
Transmissão;
– Endógena
– Ferimentos
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Actinobacilose
• Patogenia
• Soluções de continuidade na mucosa oral;
• Alimentos fibrosos e grosseiros (traumas);
• Infecção – oral: bactéria atinge LN regionais;
• Aerógena – forma pulmonar;
• Na língua – infecção local granulomatosa (necrose e supuração).
Trauma ou solução 
de continuidade
Tecido mole Ulceração
Penetração do 
microrganismo
Granuloma
Linfonodo 
pulmonar
Actinobacilose
• Sinais Clínicos
• Infecção aguda – anorexia;
• Salivação intensa – dificuldade de alimentação;
• Hipertrofia da língua (glossite difusa) – dura, sensível e dolorosa;
• Lesões nos lábios, palato, faringe, fossas nasais e face;
• Quando atinge os LN – linfadenite (cabeça e pescoço), LN: retrofaríngeos, 
parotídeos e submandibulares;
• LN hipertrofiados, duros, indolores e frios, abscedados e fistulados; 
• Dificuldade respiratória e secreção purulenta. 
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Actinobacilose
• Patologia
• Glossite difusa – atinge parte ou toda a língua;
• Forma ulcerativa – dorso da língua;
• Forma disseminada – grande número de nódulos;
• Linfadenite e linfangite ( nódulos com conteúdo purulento)
• Centro: Drusas com projeções radiais e rodeadas por 
neutrófilos e plasmócitos.
• Macrófagos, células epitelióides e células gigantes rodeando as 
drusas
• Tecido conjuntivo fibroso envolve o granuloma
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Actinobacilose
• Diagnóstico
• Clínico – observação de grânulos nos tecidos moles;
• Laboratorial – coloração de gram e isolamento.
• Diagnóstico Diferencial
• Actinomicose;
• Corpo estranho
• Tuberculose.
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Actinobacilose
• Tratamento
• Antibioticoterapia: Penicilina: 22.000 UI/Kg, IM, BID, por 3-4 dias;
• Administração de Iodeto de potássio (20%) ou sódio (30mg/450 Kg de P.V., IV) 
ou Iodeto orgânico oral (30g/450Kg);
• Antissépticos orais – clorexidina 0,1% ou PVPI 0,1% - B.I.D. até desaparecer as 
lesões.
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Actinobacilose
• Profilaxia e Controle
• Isolamento de animais doentes;
• Evitar secreções dos animais doenças nas pastagens;
• Evitar alimentação de pastagens grosseiras.
Leucose Enzoótica Bovina 
Sinônimos: Linfossarcoma, Linfoma maligno e leucemia
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Leucose Enzoótica Bovina - VLB
• Conceito: Doença infecciosa, doença neoplásica mais comum em 
gado leiteiro. Descreve duas condições em bovinos: Linfossarcoma e 
linfocitose persistente. 
Enfermidade infecciosa linfo-proliferativa.
Tumorações de localização bastante variada. Maioria dos 
animais com infecção inaparente e persistente. 
• Etiologia: Vírus RNA tumoral, Família: Retroviridae, subfamília: 
Oncovirinae.
Leucose Enzoótica Bovina - VLB
• Enfermidade cursa com uma infecção persistente em uma 
subpopulação de linfócitos B.
• Devido a integração do DNA proviral ao DNA celular.
• Estas infecções duram por toda a vida do hospedeiro devido a 
integração do DNA viral as células infectadas do hospedeiro.
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Leucose Enzoótica Bovina - VLB
Leucose Enzoótica Bovina 
• Epidemiologia
• No Brasil diagnosticada pela 1 vez em 1959;
• Distribuído em todos os estados do Brasil;
• Doença de animais adultos: 4 – 8 anos;
• Premunição contra TPB – porta de entrada (RS);
• Amostragem de 39.799 animais – 9,2% (+), 7,1% Passo Fundo. 
• Transmissão
• Principal via horizontal – contato direto (fluido corporais – sangue, saliva, 
secreções nasais, urina, fezes, sêmen e embriões) – moscas 
• Iatrogênicas - Tatuador, descornador, palpação retal, agulhas, instrumentos 
cirúrgicos, vacinações em massa;
• Intra-uterina menos frequente;
• VLB é eliminado no colostro e leite.
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Prevalência de animais reagentes ao vírus da Leucose Enzoótica 
Bovina em alguns estados do Brasil.
ESTADO PREVALÊNCIA REFERÊNCIA
Acre 9,7% Abreu et al. (1990)
Bahia 16,1% Távora e Birgel (1991)
Goiás 35,9% Andrade e Almeida (1991)
Minas Gerais 29,5% Modena et al. (1984)
Pará 49,8% Molnár et al. (1999)
Paraná 20,5%Kantek et al. (1983)
Pernambuco 13,85% Melo e Birgel (1994) 
Rondônia 23% Abreu et al. (1990)
Rio de Janeiro 53% Romero e Rowe (1981)
Rio Grande do Sul 12,0% Moraes et al. (1996)
São Paulo 36,6% Alencar Fº et al. (1979) 
São Paulo, Paraná e Santa Catarina 38% Oliveira et al. (1990) 
São Paulo 42,9% Birgel et al. (1991) 
São Paulo 47,4% Megid et al. (2003) 
TOSTES, R. A. 2005
Patogenia
Bovinos infectados – portadores permanentes (10-12 dias);
Linfócitos B – alvo do vírus (resposta imune humoral);
Período curto de viremia pós-infecção;
Longo período de latência (1-8 anos);
Compromete o sistema linfoide dos bovinos (agente imunossupressor);
1 -Infecção inaparente
2 - Linfocitose persistente
3 -Linfossarcoma
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Patogenia 
• Infecção inaparente
• Nenhum sinal clínico ou hematológico – resposta sorológica positiva
• Pode adquirir antes de nascer (útero) – Linfócitos B – sangue.
• 3-4 semanas após a inoculação já tem resposta imunológica – apenas 1ml de sangue 
– intradérmica ou subcutânea.
• Linfocitose persistente
• Aumento de linfócitos – hematologia 
• Raro antes de 2 anos de idade –persiste por vários anos até a morte.
• Procede a aparição de tumores –variação de meses ou anos
• Pode desaparecer antes da formação de tumores
• Linfossarcoma 
• Única forma clínica – linfocitose persistente e resposta sorológica positiva
• Após formação tumoral a evolução é rápida até a morte
Leucose Enzoótica Bovina 
• Sinais Clínicos:
• Linfocitose persistente (30%) – identificação de anticorpos contra BLV.
• Linfossarcoma (1 – 10%): 
• Anorexia e anemia;
• Queda na produção e perda de peso;
• Caquexia e decúbito;
• Incoordenação, paresia progressiva dos membros posteriores;
• Exoftalmia;
• Lesões de útero;
• Lesões cardíacas;
• Lesões digestivas;
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Leucose Enzoótica Bovina 
Leucose Enzoótica Bovina 
Tumores hemolinfáticos
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Leucose Enzoótica Bovina 
• Patologia
• Massas tumorais (firme e coloração branca) – qualquer 
órgão;
• Linfonodos mais comumente afetados, coração, abomaso, 
útero, rins, intestinos, meninges e os tecidos 
retrobulbares;
• Linfonodo: aumentados de tamanho – superfície de corte 
branco-amarelado
Linfonodos
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Linfonodos
Mesentério
Pulmão
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Coração
Abomaso
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Rim
Retículo
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Útero
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Leucose Enzoótica Bovina 
•Diagnóstico
•Clínico: forma tumoral é difícil, avaliação dos 
linfonodos palpáveis, Idade dos animais e biópsias.
•Necropsia: Formações tumorais e exame histológico 
dos órgãos afetados;
• Exame de sangue: linfocitose ???????
Leucose Enzoótica Bovina 
• Diagnóstico Sorológico
• Imunodifusão em Gel de Ágar 
ou Imunogeldifusão em ágar 
(IGDA) – detectar anticorpos 
no plasma;
• TESTE OFICIAL;
1 – Negativo e 2 - Positivo
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Leucose Enzoótica Bovina 
• Diagnóstico Diferencial:
• Emagrecimento progressivo;
• Adenopatias (tuberculose e Actinobacilose);
• Incoordenação dos membros posteriores(raiva);
• Abcessos e traumas medulares;
• Insuficiência cardíaca (RPT) e (Ateleia glazioviana), peito 
inchado.
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Leucose Enzoótica Bovina 
• Profilaxia e Controle
• Não existe vacina ou tratamento efetivo;
•Programas de Controle:
• Teste e remoção de animais reagentes (erradicação);
• Segregação dos animais - rebanhos soropositivos e 
soronegativos;
• Adoção de práticas de manejo – redução da transmissão.
Leucose Enzoótica Bovina 
• Erradicação da Doença:
• Remoção dos animais infectados do rebanho com teste periódicos (3 – 6 
meses); 
• Adoção de práticas de manejo:
• Agulhas individuais;
• Equipamentos esterilizados;
• Troca de luvas obstétricas no exame ginecológico;
• Desinfecção de equipamentos;
• Pasteurização do colostro e leite aos jovens;
• Controle de insetos hematófagos.
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Fonte: Adaptado de Braga et al; 1998; 
Oliveira, K.B., 2014