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Camila Rizzo – MORFO 3P Clamídia CARACTERÍSTICAS GERAIS Agente etiológico: Chlamydia trachomatis. É uma bactéria obrigatoriamente intracelular não tem mitocôndria, é resistente a enzimas lisossomiais (ou seja, não morre ao ser fagocitada) e a lisozima (causa conjuntivite). Apresenta características virais e bacterianas. Pode gerar várias infecções: conjuntivite, vaginites, prostatites, uretrites e LGV (linfogranuloma venéreo-IST). OBS: LGV: IST que causa inflamações com grande quantidade de pus PRINCIPAIS SINTOMAS Causa a doença inflamatória pélvica (DIP) Leucorreia. Dispareunia (dor durante ou após o ato sexual) pode ser superficial ou profunda. Dor pélvica (simula inflamações do trato genital e urinário) Ardência ao urinar. Infertilidade por conta de causar fibrose na tuba uterina. OBS: entre os agentes causadores da DIP estão o da gonorréia e o da clamídia. Quando dentro do colo, a clamídia vai causar uma colpite/vaginite muco-purulenta e sua secreção é a leucorreia. Caso a secreção entre para dentro do útero, ela é capaz de causar a DIP OBS: a dor na região do colo uterino não é normal uma vez que essa é uma região que tende a trazer prazer para a mulher. Logo, uma dor no local configura ligamentos (como o largo, o cardinal) inflamados; fator que caracteriza a doença inflamatória pélvica OBS: As bolhinhas que são perceptíveis na figura fazem com que muitas pessoas confundam a doença com a herpes LINFOGRANULOMA VENÉREO (LGV) Linfonodos ficam aumentados. CICLO DE DESENVOLVIMENTO Forma infectante: corpúsculo elementar. Forma não infectante: corpúsculo reticular. Predomina na JEC, pois lá tem células em plena atividade que podem ser utilizadas pela bactéria para fazer o seu ciclo. Dentre as células mais utilizadas estão: as células profundas, células colunares e células metaplásicas Corpúsculo reticular é a forma imatura da clamídia Dentro do vacúolo a clamídia vai se desenvolver e se utilizar da energia da célula para sobreviver (fase 4). Ela sulga tanto a energia da célula que essa célula morre e libera muitos corpúsculos já maduros capazes de penetrar outras células e repetir o processo (fase 5) Duração: 48-64 horas. O diagnóstico sugestivo da clamídia é dado a partir da observação microscópica do vacúolo que é formado dentro da célula, o qual apresenta as formas da bactéria (fases 2,3,4). Observar células endocervicais, metaplásicas e/ou profundas com esses vacúolos. Outros exames são também o PCR e o teste de imunofluorescência Camila Rizzo – MORFO 3P OBS: imunofluorescência não é um exame 100% confiável uma vez que a imunofluorescência pode dar reação cruzada com outras substâncias. O exame mais confiável é o PCR Herpes simples CARACTERÍSTICAS GERAIS HSV1 herpes simples tipo 1. HSV2 herpes simples tipo 2. HZV3 herpes zoster tipo 3. EBV4 Epstein-Barr tipo 4. CMV5 citomegalovírus tipo 5 (pode causar aborto, lesão placentária) HERPES ZOSTER Agente etiológico: Herpesvirus varicellae (também causa catapora). Vírus fica hospedado no gânglio sensitivo. Se manifesta na pele, por meio de erupções denominadas varicela zoster As bolhas podem formar ulceras. Algumas pessoas desenvolvem imunidade ao vírus HERPES SIMPLES HSV1 pode causar lesões nas regiões não genitais (EX: boca, língua, faringe palato). HSV2 pode causar lesões nas regiões genitais e perianais. Não significa que o vírus da herpes vai ficar retido apenas nesses locais Vírus pode causar inclusive paralisia facial OBS: em pessoas que se encontram com a imunidade muito baixa, como é o caso de recém-nascidos, gestantes, pessoas com HIV; podem ter sua saúde significativamente comprometida pelo vírus, apresentando quadros que vão desde encefalite, até o óbito. Vacúolo com inclusão Citomegalovírus Camila Rizzo – MORFO 3P QUADRO CLÍNICO PRIMEIRA INFECÇÃO: Primeiros sintomas aparecem após a primeira semana. Causa febre, cefaleia, dor, prurido, enfartamento linfático. Causa lesões vesiculosas (herpéticas), que aos poucos se transformam em úlceras, durando 7 a 15 dias (ou mais). Líquido dentro das vesículas deriva do processo inflamatório seroso que forma também a necrose que vai acontecer no local e líquido está cheio de partículas virais podendo ocorrer autocontaminação ou infecção de outras pessoas Quando há a baixa da imunidade o vírus sai do seu período de latência nos gânglios e vai para a sua área de atuação causando lesões OBS: na herpes genital há uma tendencia de mudança de estado de bolha para úlcera OBS: quando há lesão no colo uterino, uma amostra deve ser coletada para a investigação com possibilidade de ser herpes PERÍODO DE LATÊNCIA: Ocorre nos nervos. Nervo trigêmeo boca. Nervo pudendo região genital. INFECÇÃO SECUNDÁRIA (RECORRENTE): Contaminação novamente pelo vírus. Vírus sempre volta para o mesmo local. OBS: deve-se sempre investigar as lesões já que muitas vezes pode não se tratar de herpes, mas sim, ISTs como a sífilis. Quando tem a bolha, devemos apenas analisar e constatar a herpes, contudo, caso tenha úlcera, deve-se levar material daquele local para análise em laboratório ESTÍMULOS QUE LEVAM À INFECÇÃO SECUNDÁRIA Imunosupressão (EX: estresse, febre). Gravidez. Doenças infecciosas. Período menstrual e pré-menstrual. Modificações bruscas de temperatura Estresse físico e emocional DIAGNÓSTICO Cultura de células. Imunofluorescência indireta. PCR. Citológico. Diagnóstico citológico: Multinucleação com amoldamento nuclear ou não núcleos deformados por não caberem na célula. Inclusões nucleares cromatina condensada no núcleo. Cromatina condensada na periferia do núcleo. Cromatina tipo “vidro fosco”. Multinucleação e binucleação. OBS: é comum encontrar hemácias e amoldamento nuclear (núcleo mudando o formato do outro) além de múltiplos núcleos, etc. Camila Rizzo – MORFO 3P Candidíase A candidíase é caracterizada por ser um crescimento anormal de fungos no trato genital feminino. Esse crescimento só vai acontecer caso o sítio de colonização dos microorganismos que colonizam o local se tornar favorável Candida sp: fungo mais comum no acometimento do trato genital inferior TIPOS DE CÂNDIDA 1) Cândida albicans 90% das infecções. 2) Cândida geotrichum. 3) Cândida paratropicalis. 4) Cândida glabrata – Toralopsis glabrata. OBS: a principal fontes dos tipos de cândida é o trato gastrointestinal e o contato acontece por meio de processo chamado de transmissão endógena (leveduras são veiculadas da região anal e perianal para a vagina por meio de auto-inoculação). Por meio de algumas enzimas xomo proteases e hidrolases as leveduras penetram o epitélio escamoso, podendo causar infecções tanto no momento de infecção quanto posteriormente. OBS: a OMS também considera que a candidíase vulvovaginal seja de possível transmissão sexual ASPECTOS CLÍNICOS Pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática: causa prurido, eritema e edema vulvar, ardor, microulcerações, dispareunia, corrimento vaginal parecendo nata de leite (branco, espesso, inodoro, parecendo farinha). Lesões podem se extender pelo períneo, região perianal e inguinal dependendo da gravidade. Em alguns casos o corrimento pode aparecer nas paredes vaginais e no colo uterino, se caracterizando por ter pequenos pontos branco-amarelados. Episódios ficam mais intensos no período pré-menstrual uma vez que é nesse período que a acidez vaginal aumenta (ambiente favorável á cândida) FATORES QUE FAVOREM O SEU APARECIMENTO Alterações hormonais durante o ciclo menstrual. Uso de anticoncepcionais, de antibióticos (elimina outros microrganismos competitivos) e imunossupressores (EX: corticoides). Gravidez. Diabetes Melitus. Aumento de glicogênio devido aproliferação de células intermediárias estimulado pela progesterona e diminuição do pH vaginal proliferação dos fungos. Pessoas imunodeprimidas OBS: progesterona vai fazer com que se prolifere um tipo epitelial (células intermediárias possuem glicogênio em seu citoplasma) que tende a fornecer glicogênio, algo que favorece a proliferação dos microorganismos CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 1) Cândida sp: Fungo dimórfico leveduras grande e sem brotamentos (em pares) ou filamentoso (hifas e pseudohifas). Tem-se grande quantidade de neutrófilos. Tratamento: Nistatina, miconazol. Geralmente quando em estado saprofítico (estado assintomático) ela tende a se apresentar na forma de leveduras espalhadas; já quando a cândida está em seu estado patogênico, ela se apresenta em sua forma filamentosa ALTERAÇÕES CITOPLASMÁTICAS: Vacúolos. Pseudoeosinofilia. Halos perinucleares. ALTERAÇÕES NUCLEARES: Aumento nuclear. Retração da borda nuclear. Camila Rizzo – MORFO 3P 2) Cândida glabrata: Fungo monomórfico leveduras pequenas e agrupadas, sem hifas ou pseudohifas. Incapaz de formar micélios Tratamento: violeta genciana a 2% uso tópico. OBS: Para diferenciar os tipos de cândida, algo importante para se definir o tratamento adequado, é importante que o esfregaço cérvico-vaginal seja observado. A presença isolada de leveduras no esfregaço não indica doença, dessa forma, para que o diagnóstico seja fechado são necessários outros parâmetros inflamatórios Cândida sp Forma esporulada: apresenta-se como organismos pequenos capsulados, redondos ou ovais por vezes pares, agarrados ou não ás hifas de cor eosinofílica Hifas ou pseudohifas: filamentos longos, septados de cor eosinofílica A infecção por cândida é associada a concentrações de neutrófilos As alterações citoplasmáticas mais comumente observadas são vacúolos citoplasmáticos, pseudoeosinófilia, halos perinucleares. As alterações nucleares são aumento nuclear e retração da borda nuclear Tricomoníase QUADRO CLÍNICO Agente etiológico: Trichomonas vaginalis. (causador da IST não viral mais comum do mundo) Via sexual é a principal forma de transmissão, mas o contato com toalhas, urina e outros são também possíveis vias Período de incubação: 4 a 28 dias. Fase aguda: é sintomática, apresentando corrimento abundante, amarelo-esverdeado, espumante e fétido, dispareunia, prurido vulvar, poliúria e disúria e dor pélvica (associada à DIP). A maioria dos homens tem uma fase aguda assintomática Exame ginecológico pode evidenciar hiperemia, edema nas paredes vaginais e colo uterino, além de apresentar aspecto característico de morango (colpitis macularis) Fase crônica: poucos sintomas. Fase latente: assintomática. Colo em framboesa. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Camila Rizzo – MORFO 3P Célula piriforme ou oval, corando-se em cinza-esverdeado ou rosa. Não dá pra ver os flagelos ou a membrana ondulante. Só dá pra ver o núcleo excêntrico e o axóstilo. São maiores que os PMN e o fundo do esfregaço é “sujo”. Limites mal definidos. Nos esfregaços, tem-se células profundas. Difícil de ser visualizado no esfregaço já que é corado palidamente e, com isso, os limites ficam mal definidos. Além disso, no esfregaço não se observa o flagelo nem a membrana ondulante Tricomonas não se prolifera em ambiente ácido Em alguns casos é possível de se ver o trichomonas se movimentando quando se está analisando histologicamente um material colido Trichomonas pode ser observado na forma que chamamos de banquete (ao redor) com relação à célula escamosa, já que ele se alimenta por fagocitose das células escamosas já que não apresenta mitocôndria ALTERAÇÕES CELULARES: Tumefação nuclear (aumento do núcleo). Halo perinuclear (indicativo de tricomoníase). Pseudoeosinofilia. Cariorrex e cariólise. Fundo inflamatório (presença de PMN). “Balas de canhão” (acúmulo de neutrófilos se sobrepondo às células epiteliais degeneradas). pH aumentado apagamento de bordas FONTE: Aulas de Morfo