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ARTESANATO 
E CULTURA 
BRASILEIRA
Vanessa Guerini Scopell
Arte e cultura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar arte de cultura.
  Explicar a importância da arte e da cultura nas diferentes expressões 
arquitetônicas.
  Analisar os traços da arquitetura associada à arte e à cultura brasileira.
Introdução
A arte é um dos tipos de manifestações culturais que consegue representar 
através da pintura, da escultura, da arquitetura e de outras maneiras as 
crenças, as tradições, os costumes e o momento histórico de cada cultura. 
Já a cultura é um termo mais amplo, que além de conter as diversas 
representações de arte também é formada pelos ensinamentos, pelos 
rituais, pela culinária, entre outros elementos. 
Neste capítulo, você vai estudar sobre as diferenças entre arte e cul-
tura, compreendendo também suas relações e a importância da arte 
e da arquitetura na valorização e identificação da cultura. Além disso, 
você poderá identificar tipos de arquitetura brasileira que conseguem 
ser expressões da cultura. 
Diferença entre arte e cultura
A cultura, segundo o Dicionário Informal (2019, documento on-line), pode 
ser compreendida como um “[...] conjunto de manifestações artísticas, so-
ciais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização [...]”. Assim, 
fazem parte da cultura de um povo as atividades de teatro, música, danças, 
a arquitetura, as formas de organização das sociedades, os pensamentos, as 
criações, a língua falada e escrita bem como os rituais religiosos. Assim, 
pode-se afi rmar que a cultura de um povo refere-se a expressão coletiva do 
homem em seu contexto social. Diante disso, observa-se que as manifestações 
de cultura na verdade são tipos de arte, pois a arte pode ser compreendida, 
segundo o Dicionário Informal (2019, documento on-line) como a “[...] aptidão 
ou habilidade para fazer alguma coisa [...]”, estando relacionada a culinária, 
às obras artísticas de uma época ou país, ao artesanato, entre outras áreas.
A arte possui um caráter estético e está intimamente relacionada com as 
sensações e emoções dos indivíduos. [...] Vale salientar que a arte tem uma 
importante função social na medida que expõe características históricas e 
culturais de determinada sociedade, tornando-se um reflexo da essência 
humana (AIDAR, 2019, documento on-line).
Enquanto a cultura vai sendo consolidada ao longo do tempo, levando em 
consideração diversos fatores, a arte faz parte da cultura e vai sendo produzida 
pelo homem conscientemente. Nesse sentido, a arte é uma forma de o ser 
humano expressar suas emoções através de diferentes maneiras. Portanto, as 
manifestações artísticas são o reflexo da história e da cultura de um povo e 
dessa forma fazem parte da cultura. Segundo Coli (1995, p. 8), “[...] somos 
capazes de identificar algumas produções da cultura em que vivemos como 
sendo ‘arte’ [...]” É possível dizer que “[...] arte, são certas manifestações da 
atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: 
nossa cultura possui uma noção que denomina solidamente algumas de suas 
atividades e as privilegia [...]” (COLI, 1995, p. 8).
A arte está presente na humanidade desde a pré-história e advém da ne-
cessidade do homem em representar os seus anseios, registrar momentos, 
expandir sua criatividade e demonstrar suas visões de mundo. Sendo uma 
das formas de representação da cultura, a arte tem a capacidade de evoluir 
de acordo com contextos e estilos, causando diferentes efeitos. 
Ela pode ser dividida em plástica, cênicas e visuais. As artes plásticas 
estão relacionadas a arquitetura, escultura, artesanato e artes gráficas. As 
artes visuais podem ser determinadas pelas representações artísticas as quais 
usa-se muito a imaginação, como por exemplo, a pintura. Já as artes cênicas 
envolvem o teatro, a música e a dança.
Conforme Aidar (2019), Aristóteles afirmava que a arte poderia ser en-
tendida como uma imitação da realidade. “Esse conceito, mais tarde, foi 
duramente refutado por diversas correntes artísticas que compreendiam que a 
arte não era somente baseada na imitação da realidade, e sim, na criação [...]” 
(AIDAR, 2019, documento on-line). Na Idade Média as artes foram divididas 
em artes manuais, conhecidas também como artes mecânicas, e artes liberais, 
nomeadas também como artes intelectuais. Nesse momento valorizava-se mais 
Arte e cultura2
as artes intelectuais, justamente por seu caráter voltado ao intelecto. A arte, 
assim como a arquitetura, pode ser dividida através de diferentes períodos, 
que produziram formas de arte diversas e voltadas ao contexto histórico. 
A arte vai além de ser uma forma de representação e expressão de cada 
indivíduo, ela serve também para comunicar significados, retratar a história, 
manifestar códigos, podendo envolver a todos e permanecendo viva diante do 
passar do tempo. Assim, as formas de arte são elementos que aproximam as 
pessoas, e colaboram para o reconhecimento de semelhanças e diferenças de 
cada visão, perspectiva e senso estético. Segundo Coli (1995), é muito difícil 
dizer o que é arte e o que não é. Atualmente existem diversos pesquisadores e 
estudiosos que podem atestar se uma produção criativa pode ser considerada 
como arte. 
Nossa cultura também prevê locais específicos onde a arte pode manifestar-se, 
quer dizer, locais que também dão estatuto de arte a um objeto. Num museu, 
numa galeria, sei de antemão que encontrarei obras de arte; num cinema "de 
arte", filmes que escapam à "banalidade" dos circuitos normais; numa sala 
de concerto, música "erudita", etc. Esses locais garantem-me assim o rótulo 
"arte" às coisas que apresentam, enobrecendo-as. No caso da arquitetura, 
como é evidentemente impossível transportar uma casa ou uma igreja para 
um museu, possuímos instituições legais que protegem as construções "ar-
tísticas" (COLI, 1995, p. 11).
Ainda, mesmo que uma manifestação criativa não seja efetivamente rotu-
lada como “arte”, ela consegue, da mesma forma, expressar as identidades de 
quem a criou, do povo, da origem, da história e das visões de mundo de uma 
pessoa e seu local. É também por meio das expressões artísticas que as pessoas 
conhecem outras realidades, expandem sua consciência e conseguem se inserir 
em outros contextos, compreendendo diferentes culturas e valorizando-as.
Por isso que a arte faz parte de qualquer cultura, possuindo uma função 
muito importante dentro de cada região, comunidade ou povo, pois consegue 
construir e apresentar, através de diferentes formas de expressão e visões de 
mundo, conteúdos e história.
Diante disso é evidente o quanto a arte e a cultura estão conectadas, pois 
a arte é um dos meios os quais pode-se apreciar, identificar e adquirir conhe-
cimento de diferentes locais. Além disso, são os diversos tipos de arte que, 
juntamente com outros elementos, concebem e fazem parte de uma cultura, 
tornando-se únicas em cada local.
Apesar de a relação entre arte e cultura ser bastante clara, é importante 
perceber que a cultura não é representada somente pelos diversos tipos de 
3Arte e cultura
arte, mas é muito mais complexa que isso, abrangendo também os contextos 
históricos, os hábitos de um povo, as técnicas passadas de geração em geração, 
as crenças e tradições, bem como os valores e símbolos de cada povo.
Estão elencados abaixo alguns elementos que compõem a cultura. 
  Conhecimentos: são informações que as pessoas vão acumulando, transmitindo 
e relacionando entre si, de acordo com sua vivência e seu cotidiano. Cada cultura 
privilegia um conjunto de conhecimentos para passar de geração a geração.
  Crenças: é algo em que se acredita como, por exemplo, a fé religiosa.
  Valores: podem ser objetos ou, como queremos destacar aqui, princípios e padrões 
que orientam o comportamento das pessoas.
  Normas: são as regras, em geral não escritas, mas conhecidas por todos, que 
orientam como as pessoas devem agir cotidianamentepara facilitar o convívio.
  Símbolos: são representações físicas ou sensoriais, com significados que o ho-
mem atribui de acordo com o momento histórico ou lugar. Por exemplo, uma 
bandeira é um símbolo, um gesto de mão pode ser um símbolo, um objeto 
pode ser um símbolo.
  Usos: padrões de comportamento reconhecidos e aceitos pelo grupo social de um 
mesmo país, estado ou região; embora bastante adotados, não são obrigatórios.
  Costumes: padrões de comportamento que o grupo social espera que seus in-
tegrantes adotem. Cada país, região e cidades possuem costumes diferentes que 
além dos aspectos sociais podem ser influenciados por outras questões como, por 
exemplo, aspectos geográficos.
  Leis: são regras de comportamento normalmente escritas, complexas, que cada 
sociedade (nem todas) adota como forma de organizar e facilitar o convívio.
  Tradições: é o conhecimento que se transmite oralmente de geração para geração;
  Hábitos: maneira de ser e agir que se repete com frequência, sem racionalização.
  Personagens: são pessoas que possuem uma representatividade histórica e/ou 
contemporânea, locais e regionais, ligados às artes, à literatura, à história e a política.
Fonte: Portal Educação (2019, documento on-line).
Arte e cultura nas diferentes expressões 
arquitetônicas
A arquitetura é considerada uma arte plástica e uma importante manifestação 
de cultura pois é uma cultura tangível, que pode ser facilmente identifi cada, 
vivenciada e experienciada. A arquitetura, assim como os diversos tipos de 
Arte e cultura4
arte foi evoluindo ao passar dos anos e sendo legado de diferentes momentos, 
contextos, estilos, inspirações e povos.
Pode-se dizer que a primeira manifestação arquitetônica relacionada a cultura 
são os monumentos de pedras e as cavernas da pré-história. Esse tipo de arqui-
tetura teve poucas contribuições do homem, em virtude da falta de ferramentas 
e conhecimento, mas ainda assim nesses locais de abrigo é possível identificar 
traços da cultura através das pinturas rupestres nas próprias pedras do local, do 
posicionamento de outras pedras que serviam como assento e dos próprios materiais 
que compunham esse espaço, que demonstram a cultura do período através deste 
tipo de pintura, da fabricação de ferramentas e dos hábitos desse povo.
Segundo Aidar (2019, documento on-line):
“A arte rupestre representa uma das mais antigas manifestações ar-
tísticas que surgiu a milhões de anos no contexto da pré-história. São 
desenhos ou pinturas, os quais foram produzidos, sobretudo, em ca-
vernas, por diversos povos antigos. Além das pinturas nas cavernas, é 
sabido que a escultura, a dança e a música também se iniciaram nesse 
período. Sendo assim, podemos refletir sobre a necessidade humana de 
se expressar, expor suas ideias, uma vez que por meio do fazer artístico 
o homem libera suas emoções. Na época paleolítica, por volta de 30.000 
a.C., os desenhos criados tinham muita relação com a natureza. Os 
traços empregados para representar animais temidos eram cheios de 
movimentos e força. Já os animais mais dóceis como renas e cavalos 
eram feitos de forma mais delicada, revelando leveza e fragilidade [...]”.
Com a evolução das sociedades e povos um outro tipo de expressão arquite-
tônica que se destacou nas comunidades de diferentes épocas e ainda se destaca 
é a arquitetura sacra, voltada para construções religiosas, como por exemplo 
templos, igrejas e conventos. Esse tipo de arquitetura, segundo Aidar (2019), foi 
bastante explorada na Idade Antiga, Clássica e Medieval, sendo considerada uma 
das principais formas de expressão durante muitos séculos. Através deste tipo de 
edificação é possível identificar traços da cultura que se relacionam com a arqui-
tetura, como por exemplo, a preocupação com a estética e simetria, como no caso 
dos templos gregos. É importante ressaltar que nesse momento evidenciou-se cada 
vez mais o uso de outros elementos de arte, como as pinturas e as esculturas para 
5Arte e cultura
enaltecer e complementar os espaços internos dessa arquitetura, sendo uma forma 
de produzir conhecimento e cultura e passar a enraizar cada vez mais esses tipos 
de manifestações artísticas a fim de ser uma maneira de identificação dos povos. 
A arquitetura barroca é um dos fortes exemplos de arquitetura sacra e 
manifestação artística voltada a cultura do momento. O surgimento deste estilo 
arquitetônico se deu em virtude do contexto da época, que era de mudanças, 
incertezas e uma aversão ao catolicismo. Diante dessa realidade surgiu o 
movimento barroco. Este estilo iniciou na Europa em um cenário de Reformas 
Religiosas, que ocorreu mais precisamente no final do século XVI, onde a 
Igreja Católica estava em decadência, pois havia perdido seu prestigio e poder. 
Apesar desta crise, o movimento católico ainda tinha bastante influência no 
cenário econômico, político e religioso da Europa. Foi assim que a arte bar-
roca, se distanciou, em partes, da Arte Sacra, criando uma arte mais erótica, 
profana, cotidiana e, portanto, não tanto idealizada.
Figura 1. Arquitetura sacra. 
Fonte: Pereira (2018, documento on-line).
Com o passar dos anos e o surgimento da Revolução Industrial, aproxi-
madamente a partir do século XVIII, surgiu uma arquitetura mais moderna, 
que, segundo Aidar (2019), em alguns momentos chegava até a ser uma 
movimento “anti-arte”. Nesse momento a cultura estava sofrendo fortes 
mudanças, tanto nos aspectos sociais, mas principalmente na economia. 
As industriais estavam se estabelecendo nos centros urbanos, as pessoas do 
Arte e cultura6
campo estavam vindo morar nas cidades e era preciso adequar a arquitetura 
a uma produção mais industrial, padronizada, com menos detalhes, mais 
pratica e funcional para atender àquele momento de transformações. 
Figura 2. Arquitetura moderna. 
Fonte: Wilder (2016, documento on-line).
Já a arquitetura da atualidade se diferencia de todas a outras manifestações 
artísticas realizadas até então. O momento arquitetônico atual relaciona-se com a 
cultura e com a arte na medida em que faz transparecer nas edificações o contexto 
as novidades e possibilita a criação dos mais diversos tipos e formas de construções.
Nossa cultura nos dias atuais é marcada pela diversificação, pela incor-
poração e fusão de culturas, pela transformação e pela aculturação. Esses 
fenômenos são demonstrados pela arquitetura através do uso de materiais 
diferenciados, as mais diversas tecnologias, recursos para otimizar o tempo 
das obras, elementos para facilitar o controle de energia e segurança, 
dentre outras novidades. Além disso, a arquitetura de atualmente é muito 
adequada a personalidade de cada morador, ou seja, o que cada um precisa 
para atender suas necessidades e facilitar sua rotina. 
A arte contemporânea ou arte pós-moderna surgiu no século XX, embora 
muitos estudiosos preferem indicar sua origem no final do século XIX. A 
arte contemporânea abrange um conceito de arte mais aberto, sendo pautado, 
portanto, na originalidade, experimentações artísticas e técnicas inovadoras. 
Assim, ela admite diversas modalidades e linguagens artísticas bem como a 
mistura entre elas. Hoje, fala-se em arte performática, arte multimídia, arte 
étnica, dentre outros (AIDAR, 2019, documento on-line).
7Arte e cultura
Diante destas relações entre cultura, arte e arquitetura é possível per-
ceber como as edificações estão voltadas para o momento cultural de 
cada época, sendo um reflexo da rotina, dos anseios e das necessidades 
de cada povo.
Arquitetura associada à arte
e à cultura brasileira
A arquitetura, considerada uma forma de arte, consegue representar de 
forma clara a cultura e costumes de um povo, e, através de seus elementos, 
pode causar sensações e transmitir signifi cados. O Brasil, assim como os 
outros países do mundo, tem a sua arquitetura associada a cultura. Atu-
almente, a arquitetura é bastante misturada, com elementos de diversas 
culturas, mas a arquitetura vernacular brasileira é um bomexemplo que 
demonstra a essência da cultura do nosso país.
A cultura vernacular brasileira trata-se, principalmente, das constru-
ções realizadas pelo povo indígena, antes da colonização do Brasil. Hoje, 
essas edificações ainda existem em algumas áreas do país, e fazem parte 
das culturas regionais e locais. Essa arquitetura, conforme destaca Lopes 
(2012), é rica e cheia de valor, sendo parte fundamental do patrimônio do 
nosso povo, abrangendo diversos aspectos e simbologias. A arquitetura 
vernacular tem esse nome porque trata-se de um estilo próprio de cada local 
ou região, e por isso representa uma identidade cultural tão importante. 
Essa arquitetura é criada pelo povo nativo, sem o uso de tecnologias ou 
qualquer estudo.
Pereira (2012), destaca que as edificações indígenas são consideradas um 
dos principais exemplos da arquitetura vernacular do Brasil porque foram 
uma das primeiras expressões arquitetônicas deste território, existentes 
muito antes da chegada dos portugueses. A arquitetura vernacular brasi-
leira é capaz de demonstrar materiais, técnicas construtivas e relacionar 
a construção a outros objetos de arte.
Primeiramente, esse tipo de arquitetura foi baseada levando em conside-
ração o local e que seria inserida, e após isso, construída com os materiais 
disponíveis nas proximidades desse local. No caso das edificações indí-
genas, elas se conformam basicamente de bambu, taquaras, algum outro 
tipo de madeira ou troncos, cipó para amarrações e folhas de palmeira ou 
palha para cobrimento.
Arte e cultura8
Figura 3. Oca indígena. 
Fonte: Arjan Ard Studio/Shutterstock.com.
Os materiais presentes na arquitetura vernacular se relacionam com a arte 
e a cultura pois eram utilizados também na criação de objetos, ferramentas, 
redes, balaios, entre outros. Esses itens representam a cultura brasileira e ainda 
são presentes no artesanato do país.
O uso do barro na arquitetura brasileira também é um exemplo de material 
que foi utilizado nas primeiras residências após a colonização dos portugueses 
e que também foi utilizado para a produção de objetos artesanais, como por 
exemplo os vasos e utensílios cerâmicos.
Figura 4. Objetos de arte feitos de barro.
Fonte: O.PASH/Shutterstock.com.
9Arte e cultura
Além da arquitetura vernacular, existem outros tipos de arquitetura bra-
sileira que conseguem evidenciar a cultura do país ou até mesmo de regiões 
especificas. Um destes exemplos são as Igrejas do Estado de Minas Gerais. Em 
um período chamado “século de ouro” a arquitetura se desenvolveu bastante na 
região e as edificações religiosas além de demonstrarem a cultura da religião 
católica no loca, foram construídas baseadas no estilo barroco, ou seja, cheias 
de entalhes, detalhes em dourado, além de esculturas e pinturas no seu interior.
Assim, essas arquiteturas conseguiram, não só demonstrar através da 
própria edificação a cultura, mas alia-la aos outros tipos de arte, evidenciando 
cada vez mais essa relação. Como produtores desses outros tipos de arte 
incorporados a edificação destacaram-se Aleijadinho e Mestre Ataíde, onde 
suas obras, consideradas as mais belas do país despontaram com maior encanto 
a partir de 1766. O período barroco brasileiro tem, então, em seus santos e 
suas igrejas a mais significativa manifestação de fé e de arte: não só uma fé 
intimista com que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também, 
como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte.
Figura 5. Santuário Bom Jesus dos Matosinhos.
Fonte: T photography/Shutterstock.com.
Através destes exemplos fica evidente o quanto as diversas formas de arte 
e a arquitetura fazem parte e são importantes para as culturas. Além disso, é 
possível perceber a relação e a contribuição entre a arquitetura e a escultura, 
pintura e artesanato. Assim é fundamental compreender que todos os tipos de 
arte conseguem contribuir para as culturas e merecem destaque na sociedade, 
seja na valorização, no mantimento desses elementos sempre vivos, ou apenas 
na divulgação dos mesmos para que mais pessoas possam conhecer e entender 
mais sobre a cultura brasileira.
Arte e cultura10
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