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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Didática Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Kethlen Leite de Moura Revisão Textual: Jaquelina Kutsunugi Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula • Introdução; • Planejamento de Ensino; • Plano de Aula. • Discutir a importância da elaboração do planejamento e do plano de aula no trabalho docente. OBJETIVO DE APRENDIZADO Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula Introdução Os pressupostos que envolvem o planejamento de ensino e o plano de aula não são novidade na área educacional. Esse instrumento serve para atender a propósi- tos diferentes no âmbito da educação, delineamentos esses que têm determinados objetivos a serem cumpridos na formação do indivíduo. PLANEJAMENTO DE ENSINO Figura 1 – Planejamento de ensino Fonte: Andrew Grossman / 123RF Assim, para compreendermos a ideia que permeia o planejamento de ensino e o plano de aula, precisamos esboçar nem que seja brevemente algumas considerações sobre o sentido do planejamento, delimitando algumas ideias sobre ensino para que finalmente possamos debater sobre o planejamento de ensino e o plano de aula. Quando falamos de planejamento, precisamos considerar algumas tendências contemporâneas, pois tanto o planejamento de ensino quanto o plano de aula estão ligados a essa configuração do planejar, que precisa considerar informações que sejam passíveis de serem organizadas e categorizadas em três grandes fatores associados ao processo de ensino: mudança no papel do homem no mundo, mudança no estilo de aprender e mudança no estilo de ensinar. Leia o texto de José Moran sobre Mudar a forma de Ensinar e Aprender. Disponível em: https://bit.ly/2bUglQO.Ex pl or Quando tratamos da perspectiva de mudanças, sabemos que o papel do homem na sociedade em que ele está inserido é transformar. O homem torna-se criador e colecionador de informações que permitem que esse mesmo indivíduo interprete dados e seja responsável pelas tomadas de decisões. Os indivíduos, a partir do momento que passam a manipular informações, têm de lidar com inúmeras informações que são consideradas flutuantes, ou seja, que se modificam ao longo do tempo e de maneira cada vez mais rápida. Por isso, as 8 9 decisões que competem ao homem devem projetar ações a serem desenvolvidas para um futuro melhor. As mudanças no estilo de vida das pessoas também afetam a forma de aprendi- zagem dos indivíduos, e passamos a ter um processo de aprendizagem baseado na leitura de textos, de interação com meios digitais e a autoaprendizagem. Quando se trata desse processo, percebemos que a aprendizagem audiovisual torna-se a que mais contempla a necessidades dos alunos e alunas em sala de aula, levando à total necessidade de transformar a maneira de planejar e até mesmo a autonomia que precisa ser concedida aos estudantes. Importante! O espaço da sala de aula é um lugar privilegiado, pois nela se encontram professores e alunos que participam de ambientes sociais diversifi cados que necessitam estabelecer uma convivência. O professor necessita colaborar com a formação do educando na sua totalidade - consciência, caráter, cidadania -, tendo como mediação fundamental o co- nhecimento, visando à emancipação humana (CERQUEIRA, 2006. p. 21). Você Sabia? Por isso, quando falamos em mudanças, estamos nos referindo a modificações no estilo de ensinar, o que também implica na mudança do professor enquanto facilitador do processo de ensino e de aprendizagem. Para Garcia (1984, p. 10), deve “o professor deixar de ser mero transmissor de informações para se tornar um criador de estruturas para a organização de informações”. Nesse processo, saímos de um modelo de professor que é apenas transmissor de conhecimento para um professor-pesquisador, que busca explorar novas ações e metodologias para o processo de ensino-aprendizagem. Outro aspecto a destacar é o da consideração do professor isolado incompatível com todas as mudanças apresentadas, para a consideração de professor participante de redes de trabalho com diversificação de papéis, trabalho interdisciplinar para gerar novos campos de estudo e mesmo professor capaz de compartilhar suas competências com os demais membros de grupos de trabalho, visando decisões mais ricas e efetivas. (GARCIA, 1984. p. 10) Quando citamos essas transformações, entendemos que elas não se esgotam apenas com o processo de inovação e que não acontecem de maneira compul- sória. Acreditamos que essas mudanças ocorrem em meio a dificuldades, que são sentidas por professores e alunos no processo de aprendizagem. Importante! O maior desafi o da educação nos dias atuais é fazer com que alunos e alunas consigam aprender o que realmente está delimitado no planejamento do professor. Importante! 9 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula O conhecimento do professor e seu processo de formação contínua é importan- te para que as condições básicas consigam orientar o projeto de mudanças que são pretendidos ao longo a ação de formação de cada estudante. Figura 2 – Formação continuada de professores Fonte: Rawpixel / 123RF A seguir veremos o planejamento de ensino. Planejamento de Ensino Assim, estudante, adentramos na questão do planejamento de ensino. Quando falamos a respeito do planejamento de ensino, estamos falando de um processo de tomada de decisões, que partem de informações que são constantemente coletadas. O professor, ao reuni-las, permite iniciar o processo de racionalização dos recursos para que ele consiga atingir os objetivos estipulados previamente dentro do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, é bom lembrar que nesse processo não se deve especificar apenas um agente para a tomada de decisões, isto porque a responsabi-lidade para que o planejamento de ensino se efetive é de todos os atores da escola. Por isso, a instituição de ensino deve impulsionar a qualidade da educação que ali é ofertada, alunos e professores precisam ser vistos dentro da coletividade, e o planejamento de ensino precisa se associar às mais diversas áreas do conhecimento – até mesmo o corpo administrativo da instituição deve fazer parte desse processo de construção do conhecimento. Veja o vídeo de Selma Cravo, sobre o planejamento do professor com a BNCC. Disponível em: https://bit.ly/2w6Tga6. Ex pl or Dessa maneira, o planejamento de ensino deve ser um documento qualitativo, que tende a contribuir de maneira decisiva para o desempenho integrado de papéis específicos que detém uma meta comum, “a efetividade dos resultados atingidos, em relação ao proposto” (GARCIA, 1984. p. 12). 10 11 Assim, o planejamento de ensino não pode ser visto apenas como uma tarefa única e exclusivamente do professor da disciplina, já que compete a todo o corpo escolar e/ou universitário, e precisa estar de acordo com as políticas curriculares destinadas a cada área do conhecimento. O estilo de planejamento de ensino é resultante das práticas interdisciplinares da prática docente e deve estar envolvido com princípios, procedimentos e técnicas de melhoria da qualidade da educação. Como o planejamento de ensino se torna um instrumento de garantia para a aprendizagem dos alunos? Ex pl or E o que vem a ser o ensino nesse processo? Entendemos por ensino toda a ação deliberada e objetivada que atende a um processo planejado pelo professor, e tem por função alinhar os procedimentos de comunicação para que se possa prover interação com o aluno, visando sempre facilitar a aprendizagem dos estudantes. Ao pensarmos sobre o processo de ensino, precisamos pensar como está a interação entre professor e aluno, isso porque a natureza que envolve o ensi- no passa a se estabelecer dentro da sala de aula. E nesse movimento podemos destacar três fatores: professor como autoridade, professor como coordenador, professor como facilitador. No entanto, diante de qualquer estilo que o professor adote para poder ensinar, ele precisa ter em mente a meta que pretende atingir no processo de aprendizagem de seus alunos. Apoiar o ensino em algumas acepções de aprendizagem é útil, pois facilita a compatibilização dos eventos de processo de aprendizagem do aluno (condições internas) com as situações propostas pelo professor (condições externas) para efetivação da aprendizagem. (GARCIA, 1984, p. 14) Assim, mencionamos no quadro a seguir algumas possibilidades sobre o processo de ensino: • Possibilidades no processo de ensino » Aprender é um processo contínuo, individual, único e intransferível; » Aprendizagem ocorre como resposta do indivíduo à estimulação decorrente de sua interação com o ambiente; » A ideia de permanência do aprendizado implica em algum processo de orga- nização de experiências ou de estímulos; » O ato de aprender envolve uma série de fases, ocorrentes internamente no indivíduo; » O conhecimento dessas fases ajuda o professor a implementar eventos exter- nos, capazes de influenciar ato de aprendizagem mais efetivo; 11 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula » Modelos de ensino são modos de prover e criar ambientes adequados à efe- tivação da aprendizagem; » Instrução/ensino consiste no conjunto de eventos planejados para iniciar, ativar e manter a aprendizagem do aluno; » Qualquer que seja o modelo de ensino implementado por estilo de ensinar, ele envolve três fases de desenvolvimento: preparação, entrega e avaliação. (GARCIA, 1984, p. 13-14) As fases mencionadas acima delineiam os direcionamentos que os professores precisam tomar em relação ao processo de ensino. Mas é importante destacar uma questão que o professor precisa realizar ao longo de sua carreira: Como está o meu estilo de ensinar? Ex pl or A pergunta estruturada traz reflexões e uma proposta de ação conscientizado da importância do planejamento de ensino no processo de aprendizagem. Mes- mo diante das dificuldades dessa ação por parte dos docentes, o planejamento de ensino é o melhor instrumento para efetivar a aprendizagem dos alunos, a partir do momento que os professores demonstram fragilidades em seus planejamentos, pouco eles conseguiram intervir na realidade dos alunos. A seguir apresentamos um modelo de plano de ensino, para que você, estudante, saiba como construir esse material tão importante na organização do trabalho docente. Quadro 1 – Planejamento de ensino CURSO: DOCENTE: CÓDIGO DA DISCIPLINA: ANO DE IMPLANTAÇÃO: CARGA-HORÁRIA: EMENTA: A ementa é uma forma de descrever discursivamente o conteúdo conceitual e procedimental de uma disciplina. OBJETIVO GERAL: corresponde ao objetivo mais amplo da disciplina, sempre buscando pensar: “o que meu aluno deve saber ao final desta disciplina?”. OBJETIVO ESPECÍFICOS: referem-se às unidades de ensino, é o momento que explicita-se as ações que irão contribuir para o objetivo geral. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: explicita-se os conteúdos a serem trabalhados ao longo da disciplina, distribuídos em tópicos. ESTRATÉGIAS DE ENSINO: são as ações previamente planejadas para facilitar a relação de ensino e aprendizagem. Essas ações podem apoiar-se em recursos como: aula expositiva, dialogada, seminário, resenha, debates, entre outros. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: aqui deve se especificar o sistema de avaliação programada pelo departamento ou pelo colegiado do curso, especificando valores para as avaliações. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: apresentar os principais livros que irão orientar a disciplina. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: livros e/ou artigos que auxiliam nos estudos. 12 13 Para Souza e Figueiredo (s/d), o planejamento de ensino é um organizador me- todológico do conteúdo e visa atender às necessidades dos alunos. O planejamento deve ser compreendido como um instrumento capaz de intervir em uma situação real para transformá-la. É uma mediação teórico- metodológica para a ação consciente e intencional que tem por finalidade fazer algo vir à tona, fazer acontecer. Para isto, é necessário estabelecer as condições materiais, bem como a disposição interior, prevendo o desenvolvimento da ação no tempo e no espaço; caso contrário, vai se improvisando, agindo sob pressão, administrando por crise (SCHEWTSCHIK, 2017, p. 10664) Para compreender melhor a questão apresentada, organizamos um quadro que demonstra a série de técnicas e procedimentos disponíveis para o professor utilizar no planejamento de ensino da disciplina. Quadro 2 – Técnicas e procedimentos para o professor em sua refl exão pessoal Fases de Desenvolvimento da Instrução Estilos de Ensinar Professor Aluno Preparação Professor Autoridade Impõe programação que considera responsável único Apresenta passividade em relação à programação proposta Entrega Professor Coordenador Coordena a ação para que cada aluno opere dentro de sua própria escolha Aciona meios escolhidos para atingir metas selecionadas dentre as propostas pelo professor Avaliação Professor Avaliador Diagnostica as dificuldades para ampliação do programa individual do aluno Vê na avaliação o momento de se autoavaliar, uma experiência Fonte: Garcia (1982, p. 6) A partir do momento que o professor compreende esses passos ele está apto a planificar. E o planejamento irá envolver: ideias, dinâmicas, projeções, programa- ções, corporificações, plano de ação, entre outros. Acesse o Blog Horário e veja a importância sobre o planejamento na escola. Disponível em: https://bit.ly/30uhRDy.Ex pl or Assim, podemos dizer que o planejamento de ensino envolve diversas etapas, como: análise lógica de conteúdo,mapeamento do conteúdo, relação de objetivos e elaboração do plano de avaliação. Lembrando que essas etapas devem ser feitas de maneira concomitante. Apresentamos os princípios que envolvem o planejamento, e não obstante se faz necessário mostrar como o plano de aula está envolto a esse processo. 13 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula Plano de Aula De acordo com Veiga (2008, p. 267), “a aula, é um lugar privilegiado da vida pedagógica, refere-se às dimensões do processo didático - ensinar, aprender, pes- quisar e avaliar - preparado e organizado pelo professor e seus alunos”. Segundo a autora, aula nada mais é do que o momento em que se efetiva o fazer pedagógico, em que acontece de fato a aprendizagem, a pesquisa e o processo avaliativo – pro- cessos esses que precisam ser bem planejados. O ato de planejar e organizar a ação docente é um processo que exige domínio de conhecimento sobre os diversos níveis que compõem o planejamento. Por isso, a didática é tão importante, pois, além de fazer parte da pedagogia, trata dos pre- ceitos científicos que tendem a orientar a atividade educativa. E a didática em geral nos ensina que o planejamento de uma aula inicia-se com o plano de aula, e é nesse instrumento que iremos delimitar o que o aluno irá aprender. A isso se deve a necessidade de pensar em objetivos, nos conteúdos que se pretende ensinar, na metodologia e na avaliação, tudo isso apresentado de maneira detalhada. Para Zanon e Althus (2010), a atividade docente ainda apresenta fragilidades, isso porque, para alguns professores, planejar e dispor na construção de atividades é fácil, já para outros a dificuldade é maior. Assim, o processo de reflexão a respei- to das finalidades e objetivos do plano de aula precisa ser feito por meio de grandes estudos. Caso o professor não realize o planejamento, a ação docente deixa de atingir seu principal objetivo que é a aprendizagem. Os objetivos do plano de aula são caracterizados por verbos no infinitivo e visam designar um produto final da aula do professor; no caso, aquilo que queremos que o aluno aprenda. De acordo com Libâneo (2013), o professor precisa ter conhecimento dos obje- tivos educacionais, para que o seu planejamento esteja de acordo com todo o pro- cesso pedagógico. O norte da prática docente ocorre por meio do planejamento e do plano de aula, por isso os objetivos são considerados o ponto de partida para o desenvolvimento da prática educativa, já que será por meio delas que o professor irá encaminhar o processo de ensino visando atingir a aprendizagem dos alunos. Destacamos ainda que os conteúdos são um conjunto de conhecimentos, ha- bilidades, hábitos e modos valorativos de atuação histórico-social, que estão or- ganizados pedagogicamente e didaticamente para o processo de construção do conhecimento dos alunos. Libâneo (2013) coloca que os conteúdos são saberes que emergem da prática social e histórica que foram construídas pela humanidade, e traduzidos em matérias de ensino – por isso se transformam em conhecimento, o que resulta em capacidade cognoscitivas, e colaboram com o desenvolvimento das competências e habilidades. 14 15 Ela [a aula] é feita de prévias e planejadas escolhas de caminhos, que são diversos do ponto de vista dos métodos e técnicas de ensino; [...] também se constrói, em sua operacionalização, por percalços, que impli- cam correções de rota na ordem didática, bem como mudanças de rumo; [...] está sujeita a improvisos, porque não foram previstos, mas não pode constituir-se por improvisações. (ARAUJO, 2008, p.60-62) Assim, para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o professor encontre caminhos ou métodos de ensino. O método de ensino permite que o plano de aula tenha uma característica ativa, pois visa direcionar o processo de construção da aprendizagem, além de atender às necessidades dos alunos. Dessa forma, o professor precisa ter conhecimento de um “maior número de meios e estratégias para atender as diferentes demandas que aparecerão no transcurso do processo de ensino/aprendizagem” (ZABALA, 1998, p. 93). Ainda, o “processo de planejamento inclui o processo de avaliação, sem exa- gero pode-se afirmar que o planejamento é um processo de avaliação que se junta a ação para mudar o que não esteja de acordo com o ideal” (GANDIN, 1994, p. 115). Pela ótica do autor, conseguimos compreender que a avaliação é responsável pela reorganização da prática pedagógica, sendo ela quem vai demonstrar se os objetivos foram alcançados. O plano de aula precisa atender a todas as especificidades dos itens que o compõem. Trazer o objetivo da aula bem especificado, uma avaliação que revele se a intencionalidade foi atingida e as atividades relacionadas aos conteúdos que desenvolverão as habilidades necessárias para que ocorra a aprendizagem. Para tanto, ele precisa apontar uma avaliação que esteja alinhada aos objetivos de aprendizagem e que retrate se estes foram ou não alcançados. (SCHEWTSCHIK, 2017, p. 10668) Por isso é tão importante alinhar a avaliação aos objetivos propostos no plano de aula. A seguir apresentamos um modelo de plano de aula, para que você, estudante, possa utilizá-lo no momento de elaboração de suas aulas semanais ou mensais. Ficha do plano de aula Objetivo geral Público alvo Conteúdos ministrados Procedimentos a serem tomados Avaliação Tema: _________________________________________________________________________________ Professor/Aluno: ________________________________________________________________________ Escola/Instituição: _______________________________________________________________________ Palavras/Chave: _________________________________________________________________________ Data: ____/_____/_____ Figura 3 – Plano de Aula 15 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula Vejam que o plano de aula contém praticamente os mesmos quesitos do plano de ensino, no entanto, o que os diferencia é que o plano de aula é elaborado para a semana que irá se trabalhar determinados conteúdos. Outro fator que se alinha a esse processo construtivo da prática docente é que, no plano de aula, o professor precisa direcionar a avaliação da aprendizagem, ou seja, ele precisa dizer como irá desenvolver o avaliação. O plano de aula e a prática de ensino se concentra em resultados da aprendizagem: Um exemplo de prática de ensino que se concentra nos resultados de aprendizagem que se pretende que os estudantes alcancem [...] forne- ce orientações práticas aos professores sobre como planejar suas aulas, levando em consideração a perspectiva dos estudantes, de tal modo a mantê-los engajados de forma produtiva. (MENDONÇA, 2014, p. 2) Nesse sentido, as atividades que serão realizadas pelos alunos devem demonstrar o que eles aprenderam. O plano de aula mais completo utilizado é do Professor Gasparin, organizado da seguinte maneira: Quadro 4 – Plano de aula DISCIPLINA: OBJETIVO GERAL: corresponde ao objetivo mais amplo do conteúdo a ser ministrado, sempre buscando pensar: “o que meu aluno deve saber ao final deste conteúdo?”. OBJETIVO ESPECÍFICOS: referem-se às unidades de ensino, é o momento que se explicitam as ações que irão contribuir para o objetivo geral. I. PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO 1.1 CONTEÚDO: Vivência do Conteúdo: a) O que os alunos já sabem sobre o conteúdo ministrado? b) O que os alunos gostariam de saber mais sobre o conteúdo? II. PROBLEMATIZAÇÃO 2.1 DISCUSSÃO: a) O que é necessário para a produção de XXXXXXXXXXXX??? 2.2 DIMENSÕES DO CONTEÚDO: a) Conceitual b) Social c) Histórica d) Cultural III. INSTRUMENTALIZAÇÃO Aqui o professor deve explicar como será a aulae prever como irá desenvolver os conteúdos, a problematização e os recursos que utilizará para desenvolver as atividades. IV. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS V. CATARSE 5.1 SÍNTESE MENTAL DO ALUNO Aqui o professor irá explicitar tudo aquilo que o aluno apreendeu ao longo dessa etapa e qual o resultado dela. VI. PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO 6.1 Intenções do Aluno 6.2 Ações do Aluno BIBLIOGRAFIA BÁSICA: GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2003. 16 17 Isso demonstra que o plano de aula deve conter objetivos de aprendizagem que estejam bem definidos e atividades avaliativas alinhadas ao objetivo proposto. O que eu pretendo que meus alunos sejam capazes de fazer depois do que eu ensinei e que não podiam fazer antes? Em que nível eles são capazes de fazer? Como faço para promover atividades que irão ajudá-los a alcan- çar os resultados pretendidos da aprendizagem? Como posso avaliá-los para ver se eles alcançaram tais resultados? (BIGGS; TANG, 2010, apud MENDONÇA, 2014. p.2) Por isso focar no alinhamento entre objetivos e avaliação é tão importante, pois possibilita que o professor alcance bons resultados no processo de ensino. É justamente nesse processo que as atividades que irá desenvolver no processo de avaliação precisam estar no mesmo nível dos objetivos de aprendizagem, ou seja, a avaliação deve corresponder ao objetivo. Objetivo Atividades da aula Atividade avaliativa de veri�cação da aprendizagem 1 3 2 1 - Inicia-se com o planejamento dos objetivos de aprendizagem, o que se quer que os alunos aprendam. 2 - Planeja-se em seguida uma atividade para veri�car se eles aprenderam o que foi proposto com o objetivo. 3 - Busca-se, depois de elaborar a atividade avaliativa de veri�cação, a(s) atividade(s) que será(ão) proposta(s) durante a aula para que os alunos atinjam o objetivo pedagógico. Figura 4 – Esquema de Alinhamento Construtivismo Fonte: Dalcorso e Tamassia (2017) O esquema apresentado ilustra o detalhamento do alinhamento construtivo. Essa prática descrita nele visa definir os resultados pretendidos na aprendizagem. Tanto o planejamento de ensino quanto o plano de aula são instrumentos es- senciais na prática docente, pois eles visam garantir a aprendizagem e avaliar o que realmente se efetivou ao final de cada aula, sem se desvincular do processo de aprendizagem. Até aqui tratamos sobre as questões que envolvem o plano de ensino e o plano de aula, no entanto há conceitos importantes para que essa prática do trabalho do- cente se efetive. Assim, o infográfico estruturado exclusivamente para seus estudos demonstra quais são os importantes conceitos que fazem parte dos instrumentos da prática pedagógica docente. 17 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula A B C PREPARAÇÃO Autoanálise do professor, técnicas de redação de objetivos instrucionais, técnicas de mapeamento do conteúdo. ENTREGA DA INSTRUÇÃO Estratégias instrucionais especí�cas para que o processo de ensino dos alunos seja e�ciente. AVALIAÇÃO Avaliação normativa, avaliação por critérios e realimentação do processo de aprendizagem. Figura 5 – Instrumentos da prática pedagógica docente Assim, o infográfico apresentado permite compreendermos os principais que- sitos que envolvem o plano de aula e o plano de ensino, além de como eles são importantes para a prática docente. Ao longo da nossa aula, buscamos discutir a respeito da necessidade da construção do plano de ensino e do plano de aula, evidenciando os elementos necessários para a sua construção, e como esses do- cumentos fazem parte da prática docente e são fundamentais para o processo de aprendizagem com qualidade do aluno 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Planejamento de Aula na BNCC , com a Doutora Guaciara Fornaciari. O vídeo apresentado pela professora Guaciara visa demonstrar como ficará o planejamento das aulas após a aprovação da BNCC, ao enfatizar discussões a respeito do que muda na prática dos professores. https://bit.ly/2YwzGjG Planejamento Escolar – N.º 01 - Planejamento: o que não é https://youtu.be/MfyI6iwKnzA Planejamento Escolar – N.º 02 - O que é planejamento https://youtu.be/6nfDFsNhh-Y Planejamento Escolar – N.º03 - O que deve contemplar https://youtu.be/-V-BdMix_5c Leitura A influência do plano de aula na práxis docente O texto de Dorta e Franco (2013) visa abordar a importância que o plano de aula tem na práxis docente. Os autores focam na prática do ensino superior e ressaltam que até mesmo no ensino superior o plano de aula é importante. DORTA, G. C. da S.; FRANCO, S. A. P. A influência do plano de aula na práxis docente: uma abordagem no ensino superior. II Jornada de didática e I Seminário de pesquisa do CEMAD, 2013. Disponível em: https://bit.ly/2DEG6Cl A importância do planejamento no contexto escolar. O texto aborda a importância do planejamento no contexto escolar. Os autores retratam o papel que o planejamento desempenha nas práticas docentes e a importância desse documento no momento de nortear as ações pedagógicas dos professores e até mesmo da equipe pedagógica. https://bit.ly/2FqVY0r 19 UNIDADE Planejamento e a Prática Docente II: Plano de Ensino e Plano de Aula Referências ARAUJO, J. C. S. Disposição da aula: os sujeitos entre a tecnia e a polis. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008. p. 45-72. CERQUEIRA, T. C. S. O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e escuta sensível. Psic., v. 7, n. 1, São Paulo, jun. 2006. DALCORSO, C. Z.; TAMASSIA, S. A. S. Gestão Pedagógica: planejamento e formação de professores. São Paulo: Fundação Lemann/ELOS Educacional, 2017. GARCIA, C. de M. Planejamento de Ensino: fase de preparação. Educar, Curitiba, v. 3, n.01, jan/jun, 1984. LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013. MENDONÇA, A. Teoria do Alinhamento Construtivo: fundamentos e aplica- ções. 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/17729627/Teoria_ do_Alinhamento_Construtivo_-_Fundamentos_e_Aplica%C3%A7%C3%B5es_ Andr%C3%A9a_Mendon%C3%A7a. Acesso em: 15 fev 2017. SOUZA, A. G.; FIGUEIREDO, S. A. O planejamento no contexto escolar. Dispo- nível em http://www.discursividade.cepad.net.br/EDICOES/04/Arquivos04/05. pdf. Acesso em 4 fev. 2017. VEIGA, I. P. A. Organização didática da aula: um projeto colaborativo de ação imediata. In: VEIGA, I. P. A (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ARTMED, 1998. ZANON, D. P.; ATHAUS, M. T. M. Didática II. Ponta Grossa: UEPG/NUEAD, 2010. 20