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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 GINECOLOGIA – PUERPÉRIO E AMAMENTAÇÃO 1. Após a confirmação de abcesso mamário no puerpério localizado no quadrante superior direito da mama esquerda recomenda-se: I. Drenagem cirúrgica e antibioticoterapia. II. Esvaziamento de ambas as mamas e desprezando-se o leite. III. Manter a amamentação em ambas as mamas. IV. Inibir a lactação. Está correto o contido apenas em: A) I, II e III. B) I e III. C) II e IV. D) IV. 2. Paciente no 3º dia pós-cesariana a termo, sem comorbidades e assintomática, apresenta temperatura axilar de 37ºC. Ao exame físico, encontra-se corada e hidratada, hemodinamicamente estável; útero 5cm abaixo da cicatriz umbilical, contraído; ferida operatória em bom aspecto; lóquios serossanguinolentos; mamas túrgidas, sem hiperemia ou calor local; exames laboratoriais mostram leucometria = 25.000 com 4% de bastões, hemoglobina = 10,0 e hematócrito = 35%, sem outras alterações. Diante desse quadro, a orientação inicial é: A) realizar ultrassonografia para rastreio de mastite B) solicitar urinocultura para rastreio de infecção C) realizar ordenha e esvaziamento das mamas D) iniciar cefalosporina de 1ª geração 3. Paciente de 21 anos, G1P1A0C0, puerpério de 20 dias, refere mastalgia e hiperemia de mama esquerda, com endurecimento e calor local, e sangramento, às vezes, há 3 dias, com febre e rachadura de mamilo. Qual é o principal patógeno causador desse caso clínico? A) Streptococus aureus. B) Bacteroides fragilis. C) Sthafilococus aureus. D) Stafilococus agalactiae. 4. A melhor opção de anticoncepcional para paciente no 50º dia de pós-parto que está em aleitamento exclusivo é: A) adesivo B) anel vaginal C) injetável mensal D) pílula de progesterona 5. O abscesso mamário é uma causa de desmame tardio, cuja intervenção deve ser rápida e eficaz. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as medidas para o seu tratamento. A) Drenagem cirúrgica e manutenção da amamentação em ambas as mamas. B) Aspiração com agulha no local e suspensão temporária da amamentação. C) Prescrição de antibiótico por via oral, observação diária da evolução do quadro e suspensão da amamentação. D) Prescrição de antibiótico e anti-inflamatórios orais associados à aplicação de compressas frias. E) Internação imediata para antibiótico endovenoso e suspensão definitiva da amamentação. 6. No puerpério fisiológico do parto normal, devemos: A) Deixar a puérpera em dieta zero por mais 6 horas B) Prescrever hidratação venosa, 4 etapas C) Dieta livre, aleitamento materno, tão logo o recém nato retorne do berçário, deambular precocemente D) Enfaixar as mamas e amamentar somente após 24 horas NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 7. Thábata está amamentando seu filho de 3 dias e queixa-se de hiperdistensão mamária com desconforto e hipertermia local. A orientação que pode levar à piora desse quadro é: A) ordenhar as mamas depois das mamadas. B) corrigir a pega mamilar pelo recém-nascido. C) manter as mamas erguidas com porta-seios. D) estabelecer horários e períodos para as mamadas. 8. Sobre mastite puerperal, é correto afirmar: A) Aparece como região endurecida, hiperemiada, mas com ponto de flutuação e flictenas. B) O germe mais comum é o Staphylococcus epidermidis. C) A cultura da secreção deve ser realizada antes do início do tratamento em todos os casos suspeitos. D) Prematuridade e fendas palatinas no recém-nascido não têm relação com desenvolvimento de mastite. E) Ocorre frequentemente após a primeira semana de puerpério. 9. Paciente de 32 anos, procura pronto-atendimento no oitavo dia pós parto vaginal no termo, relatando calafrios, febre e mastalgia esquerda. Paciente refere hipertensão arterial crônica desde os 13 anos de idade e acompanha com nefrologista por doença renal crônica não dialítica. Ao exame clínico bom estado geral, corada, temperatura oral de 38,4°C, FC: 110 BPM, PA 98 x 60 mmHg, abdome indolor a palpação, útero contraído, loquia fisiológica, toque vaginal; colo grosso, posterior, impérvio. A imagem demonstra a inspeção mamária: (Conforme imagem do caderno de questões). Palpação mamária esquerda limitada pela dor, sem identificação de tumoração. Nesse momento, a conduta é: A) Internação, introdução de ampicilina e gentamicina B) Ambulatorial, introdução de cefalexina C) Internação, introdução de clindamicina D) Ambulatorial, introdução de ciprofloxacina 10. Uma condição bastante frequente no puerpério é a depressão pós-parto. Considerando os fatores de risco desta condição e suas características clínicas, é preciso adotar medidas de orientação e suspeição em especial na seguinte situação: A) Gestante primípara com parto por cesariana B) Gestante multípara com história de depressão periparto C) História de abortamentos anteriores ou fertilização D) Tratamento preventivo para transmissão vertical de HIV GABARITO: 1. B Questão que aborda uma queixa recorrente no puerpério: a mastite puerperal. Ela pode ser infecciosa ou não: costuma ser localizada, com NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 endurecimento e dor em um quadrante da mama. É tratada, inicialmente, apenas com esvaziamento mamário frequente e analgesia. Requer antibioticoterapia apenas se houver sintomas sistêmicos, como febre, ou se há ausência de melhora após as primeiras medidas. O caso descrito no enunciado é de uma complicação da mastite, o abscesso, que tem algumas particularidades no seu manejo. Vamos às proposições: I. CORRETA. Em caso de abscesso, é recomendada drenagem cirúrgica combinada à antibioticoterapia. II. INCORRETA. O esvaziamento das mamas ajuda a evitar estase do leite materno, de forma a contribuir para a resolução do quadro. Porém, não há necessidade de desprezar o leite: a amamentação só costuma ser contraindicada caso haja drenagem purulenta pelo mamilo, ou se a incisão para tratamento for na região dele. III. CORRETA. A manutenção da amamentação costuma ser a regra, com exceção dos casos supracitados. IV. INCORRETA. Absurdo: a amamentação em livre demanda ajuda a tratar o quadro e não exclui o lactente dos benefícios múltiplos do aleitamento 2. C Pacientes no puerpério podem cursar com aumento da temperatura axilar no decorrer da apojadura. A conduta baseia-se apenas nos cuidados locais com as mamas, sem necessidade de antibioticoterapia ou outros tratamentos sistêmicos 3. C 4. D 5. A O abscesso mamário pode ser uma complicação da mastite ou resultar de seu tratamento ineficaz. A paciente apresenta dor intensa, nódulo palpável e flutuante, drenagem purulenta e febre. A drenagem pode ocorrer por algum ducto ou para o exterior. O diagnóstico é sugerido pelo exame físico e uma ultrassonografia comprova a presença de uma cavitação. O tratamento do abscesso mamário se resume em administrar antibiótico, esvaziar a mama frequentemente e drenar cirurgicamente. Se o dreno ou a incisão cirúrgica estiverem longe da aréola a mãe não precisará interromper a amamentação na mama afetada. A amamentação é segura mesmo na presença de bactérias no leite materno. A OMS recomenda que não se amamente na mama acometida antes da drenagem cirúrgica. Alternativa A: CORRETA. O ideal é que seja realizada a drenagem cirúrgica e manutenção da amamentação. Alternativa B: INCORRETA. A drenagem cirúrgica é superior à aspiração com agulha. Além disso, não tem necessidade de suspender a amamentação. Alternativa C: INCORRETA. Não devemos suspender a amamentação. Alternativa D: INCORRETA. O que foi dito na alternativa não é suficiente para o tratamento do abscesso visto que a drenagem cirúrgica é fundamental. Alternativa E: INCORRETA. Algumas vezes não há necessidade de internação e não há indicação de suspender definitivamente a amamentação. 6. C O período pós-parto, também conhecido como puerpério, inicia-se após o nascimento do concepto e a saída da placenta.O final do puerpério não é tão bem definido, sendo muitas vezes descrito como seis a oito semanas após o parto, período em que as modificações anatômicas e fisiológicas do organismo materno, em especial do seu aparelho reprodutor, são marcadamente notadas: dextrodesvio, consistência firme e gradual involução uterina, regeneração endometrial, alongamento do colo uterino com retomada gradativa de imperviedade, crise vaginal pós-parto (descamação atrófica de seu epitélio) acompanhada por processo de ressurgimento de pregueamento e tônus de suas paredes. Didaticamente, o puerpério se divide em três etapas: do 1º ao 10º dia – puerpério imediato, do 10º ao 45º dia – puerpério tardio, além do 45º dia – puerpério remoto. As condutas de exame físico são importantes para o acompanhamento da paciente, deve-se fazer a verificação de sinais vitais (PA, frequência cardíaca, temperatura), avaliação de coloração da pele e mucosas, o exame das mamas, palpação abdominal (importante que não ocorra manipulação voluntariosa do útero visando manutenção intra-cavitária dos coágulos imprescindíveis a trombotamponagem) e avaliação de peristalse, observar as NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 variações na duração dos lóquios (não deve exceder o final da 2ª semana), constatação de redução diária de seu volume e eventual evolução patológica para padrão fétido de odor, inspeção perineal (se pós-parto vaginal), descartar empastamento de panturrilhas. Orientações são - Deambulação: deve ser estimulada desde as primeiras horas do pós-parto e permitida, com supervisão (devido a ocorrência de lipotímias), desde que cessados os efeitos da anestesia. O desconforto causado pela flacidez abdominal nos primeiros dias de puerpério pode ser minimizado com o uso de faixas ou cintas apropriadas. - Alimentação: pode ser liberada logo após o parto transpélvico. Não há restrições alimentares. A dieta deve conter elevado teor de proteínas e calorias. Importante incentivar a ingesta hídrica. - Higiene: a vulva e o períneo devem ser lavados com água e sabão após cada micção e evacuação; orientar a higiene sempre na direção do ânus e evitar o uso de papel higiênico - Episiorrafia: desnecessária a prescrição rotineira de antissépticos e pomadas cicatrizantes; compressas de gelo na região perineal podem reduzir o edema e o desconforto da episiorrafia nas primeiras horas. - Aleitamento: a amamentação precoce deve ser estimulada, bem como manutenção das mamas limpas e elevadas, através de sutiã apropriado; ingurgitamento mamário por ocasião da apojadura deve ser abordado com esvaziamento manual, compressa gelada após amamentação e, eventualmente, uso de ocitócico, spray nasal antes da mamada. Em caso de ingurgitamento mamário na ocasião da apojadura: Retirar o excesso de leite, após amamentação, por esvaziamento manual. Bombas de sucção devem ser evitadas. Compressa de gelo após amamentação por, no máximo, 10 minutos. - Alta obstétrica: salvo intercorrências, pode ser autorizada após 48 horas. Em se tratando de parto vaginal, admite-se antecipá-la quando, além de evolução puerperal fisiológica em parto eutócico, constata-se ausência de comorbidade materna. - Atividade sexual: liberada após 4 semanas do parto, respeitado o conforto e desejo da paciente. - Revisão: consulta obstétrica deverá ser rotineiramente agendada para 30 a 40 dias após o parto, ocasião em que, demais do exame ginecológico, reassegura-se manutenção da amamentação e procede-se orientação individualizada quanto à contracepção. 7. D 8. E A. INCORRETA. Esse quadro clínico é mais compatível com abscesso mamário. B. INCORRETA. O agente etiológico mais frequentemente envolvido é o Staphylococcus aureus. C. INCORRETA. A cultura não é recomendada de rotina, visto que a maioria dos casos responde bem a cefalosporinas de 1ª geração. D. INCORRETA. Prematuridade e fendas palatinas estão muito associadas a pega incorreta no momento da amamentação, o que predispõe a fissuras mamárias. E. CORRETA. A mastite puerperal ocorre com mais frequência em torno da primeira a quinta semanas puerperais. 9. C Mastite puerperal clássica! Devemos sempre estimular o esvaziamento das mamas pois a estase láctea propicia um verdadeiro caldo nutricional para bactérias. Alternativa A: Incorreto. Não é a melhor cobertura para pele e partes moles. Ademais, a gentamicina é nefrotóxica. Alternativas B e D: Incorretas. A paciente se encontra febril, taquicárdica e com foco de infecção presumido - É sepse e a internação imediata é obrigatória! Alternativa C: Correto! Para cobertura de germes de pele, sem ação nefrotóxica 10. B Não somente na obstetrícia mas em toda a medicina, antecedente pessoal de qualquer condição sempre é fator de risco importante para recorrencia!