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Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal Evolução dos suínos O ser humano confinou suínos selvagens em chiqueiros, logo ele não precisava mais fugir de predadores e correr longas distâncias a procura de alimento Mercado consumidor hoje quer uma carne magra – pernil e lombo áreas mais nobres, logo os suínos tiveram o corpo alongado aumentando a área de lombo por melhoramento genético Suíno é um tipo de animal que não tem gordura entremeada, apenas uma capa de gordura Importância dos suínos na medicina humana *Pâncreas de suínos que foram para o abate ACTH vem dos suínos Hormônios de tireoide para tratamento pode ter vindo dos suínos Xenotransplante = espécies diferentes fazendo transplante. Ex: válvulas cardíacas Pelagem Coloração preta não é muito utilizado no BR No BR e no mundo é utilizado porcos com coloração branca A carcaça do animal deve ser predominantemente clara, o consumidor rejeita Melhoramento genético – Pelagem dos cruzamentos Cruzamentos industriais: agregar valor híbrido Quando compramos um corte de suíno geralmente é de um animal que veio de um cruzamento industrial, não é raça pura Na espécie suína a cor branca é predominante a pele preta Reprodutores devem ser raça pura ou no máximo F1 Abate e engorda: F1, F2 ou mais raramente animais de raça pura Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal Aptidão materna Determinadas raças são boas fecundadoras Fatores levados em conta: - Elevado número de leitões por parto: 12 á 14 leitões por parto - Boa produção de leite pela fêmea Aptidão paterna Determinada raça é um bom fecundador Fatores levados em conta: - Boa conformação de carcaça (bastante musculatura e baixo percentual de gordura - Bom desempenho zootécnico (índices de produtividade em geral) LARGE WHITE Aptidão materna e paterna Orelha pequena para cima LANDRACE Aptidão materna e paterna DUROC Aptidão paterna Chama atenção a rusticidade, apesar de ter melhoramento genético – são muito resistentes Fêmeas durocs tem má conformação de teta, mas sua importância está na perpetuação da raça pura PIETRAN Pelagem oveira É bem musculoso, por causa disso é bem suscetível ao quadro de hipertermia maligna – esforço excessivo em horas quentes elevam de mais a temperatura corporal trazendo ricos a ele A forma do suíno perder calor é pelo contato Aptidão basicamente paterna Inseminação artificial é melhor para essa raça Colheita do ejaculado nas horas mais frescas do dia Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal Exemplos de cruzamentos industriais L x LW = qualquer um serviria como macho ou fêmea, as 2 raças têm aptidão materna e paterna → assim que decidimos O último exemplo são animais F2 – logo, não são usados para reposição de plantel Existem melhoramentos genéticos com 2 fases ou passos Obs: F1 = 2 animais de raça pura F2 = 1 raça pura e 1 sem raça Raças nacionais - Subsistência Nunca levamos raça nacional para indústria nem vice versa Pode ter extinção de raça brasileira, mas isso não pode acontecer Nessa raça há problemas de ossatura fraca, quando está gestante, a fêmea pode arrastar as tetas no chão, podendo causar mastite Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal MANEJO DE FÊMEA REPRODUTORA Granja de ciclo completo: Reprodução – maternidade – creche – crescimento e terminação Já tem granjas que trabalham apenas com o setor de engorda Outras fazem a parte da reprodução para vender para outras granjas Quarentenário: todos os animais novos que compramos de uma granja externa fica no período de quarentena. Ele deve ficar cerca de 500m dos demais galpões, barreira vegetal, observações de possíveis manifestações clínicas de doenças. No quarentenário os suínos ficam 20,25 dias, quando estão por lá realizamos sorologia, cultura de doenças, ajuste de protocolos de vacinação Setor de reprodução: há tanto macho quanto fêmeas, mas terá muito mais fêmeas do que machos. A monta natural está caindo em desuso, hoje em dia utiliza-se mais I.A. Machos tem o maior valor agregado – paga-se mais para compra de machos reprodutores. No prédio de reprodução iremos fazer o diagnóstico do cio Descarte machos: quando atingem 2 e 3 anos de vida Descarte fêmeas: quando atingem 5 ou 6 partos Critério para compra: sempre na fase antes da puberdade e compra de fêmeas NÃO gestantes, pois não sabemos o pai desses animais A transferência da fêmea do galpão de reprodução para maternidade é feita 7 dias antes da data prevista para o parto – esse caminho é feito andando, logo o caminho deve ser plano, próximo, piso antiderrapante, andar em horas menos quentes do dia No setor de maternidade teremos a ocorrência do parto, número de leitões por parto (12 á 14 leitões), assistência ao parto → lembrando que se uma fêmea de 14 tetos funcionais parir 20 leitões, os 6 a mais vão morrer se não intervirmos A lactação dura em média 21 dias e a ração começa a ser oferecida um pouco já na maternidade (com 10 dias de vida) Leitoas tem restrição de dieta para não causar distocia no parto e constipação Na creche teremos os leitões desmamados Quando a fêmea volta para reprodução acontece o intervalo de desmame-cio: que dura de 3 a 9 dias para apresentar o novo cio produtivo. Assim, faremos a monta natural ou I.A. Devemos cuidar do score corporal para que a fêmea consiga entrar no cio. Quando o leitão vai para a creche a mãe já volta para a reprodução para estimular um novo cio Leitões permanecem na creche até completarem 70 dias de idade em média Fase de crescimento – 70 dias até 110 dias Fase de terminação – acontece com animais pesando 100 kg, normalmente o abate acontece em 150 dias A ração da fase de crescimento é diferente da fase de terminação, logo devemos saber em qual fase está para trocar a ração O grande problema é o mercado consumidor arcar com os custos de castração com o uso de anestésico e analgésico, na Europa, por exemplo, é mais fácil realizar essas exigências Higienização dos ambientes: quando terminamos a criação temos que realizar a higienização dos ambientes para uma nova criação – limpeza a seco (vassoura e pá), lavagem com água e sabão (máquinas de pressão), espere secar completamente, depois realizar a desinfecção seguindo a diluição recomendada pelo fabricante (isso demora de 7 á 8 dias) → após isso entrará no período de vazio sanitário de 7 dias Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal Fêmea reprodutora: A taxa de reposição anual de matrizes é de cerca de 30 a 40% Geralmente a reposição ocorre após 5 ou 6 partos Baias individuais foram trocadas por baias coletivas de fêmeas reprodutoras, são mais espaçadas, mas o comportamento social dos suínos é super hierárquico, logo os animais brigam bastante para disputa de espaço, ração, água, gerando muito estresse, mais do que nas individuais PUBERDADE FÊMEA A fêmea nunca é introduzida na vida reprodutiva no primeiro cio e sim no 2 ou 3 cios, mas precisamos identificar o diagnóstico desse cio Fatores que interferem na puberdade da fêmea: Genética - as fêmeas de cruzamento industrial, genética de mais de uma raça são mais precoces que animais de raças puras Alojamento – o estresse faz acontecer um cio mais precoce Presença do macho – cachaço começa a passear fêmeas pré púberes são estimuladas pelo passeio do cachaço para entrar mais cedo na puberdade Transporte – leva estresse para fêmeas auxilia a puberdade mais cedo, fêmeas compradas de outro plantel Nutrição – efeito flushing provoca o aumento da taxa ovulatória devido ao aumento da energia da ração, isso faz com que tenha um maior número de leitões nascidosna primeira gestação. Ao invés de 7 leitões na primeira ou na segunda gestações de 8 ou 9, dai para frente não tem uma resposta tão boa assim FATORES IMPORTANTES PARA DETERMINAR O MOMENTO IDEAL PARA COBERTURA OU I.A Momento da ovulação: terço final da ocorrência do cio DIAGNÓSTICO CIO Se não identificar o cio teremos 21 dias de prejuízo Sinais: edema vulvar, secreção transparente na vulva, fêmea em cio na presença do cachaço fica parada com orelhas eretas RTM: reflexo de tolerância ao macho, quando o macho monta e fêmea permite a monta (RTM +) é um sinal positivo do cio, caso contrário seria RTM - RTH: reflexo de tolerância ao homem pessoa fazendo pressão com as mãos na parte posterior da matriz, se ficar parada (RTH +) está no cio, caso contrário RTH – Para fêmeas jovens devemos ter = cuidado, o tempo de duração do cio é mais curto, as fêmeas jovens mesmo estando no cio pode apresentar RTM e RTH – para tirar essa dúvida o macho pode fazer um contato naso nasal e ai sim fazer contato de RTH e RTM para verificar os sinais Medicina Veterinária – Mariana de Campos – Criação e produção animal Frequência de diagnóstico do cio: Tem algumas granjas que tem poucos funcionários eles passam 1x ao dia geralmente 8h outras fazem 2x ao dia 8h e 16h do mesmo dia. Se fizer o diagnóstico e identificar o cio já inseminar ou realizar a monta Fêmea em cio deve receber 2 doses inseminastes ou se for monta deve ser exposta 2x ao macho. Se o diagnostico for feito as 8h da manhã então a inseminação é feita a tarde e a segunda dose na manhã seguinte, isso se aplica a tarde Quanto maior o intervalo mais perdido ficamos Aplicação de vitamina A e ácido fólico MANEJO DO MACHO REPRODUTOR O macho reprodutor devera ficar em baias de alvenaria sozinhos sempre Treinamento para monta Inicio aos 7 meses – cheiro de urina de fêmea no cio Esses machos serão utilizados aos 7-8 meses Não utilizar em dias consecutivos O ejaculado deve ser bom para emprenhar as fêmeas A maior parte das granjas trabalham com I.A