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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA 
 (
ANA CLÁUDIA DE SOUZA SALOMÃO
JANAÍNA ALVES DE QUEIROZ
)
 (
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO
TRANSPORTADORA 
TRANSPEDROSA S/A
)
 (
Salvador
2015
)
 (
ANA CLÁUDIA DE SOUZA SALOMÃO
JANAÍNA ALVES DE QUEIROZ
)
 (
produção textual interdisciplinar 
EM GRUPO
TRANSPORTADORA
 
TRANSPEDROSA S/A
)
 (
Trabalho Interdisciplinar 
em grupo
 apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de G
erenciamento 
de 
Transportes
, Gestão 
da Cadeia de Suprimentos
, 
Logística Reversa
.
Orientador
es
:
 
Prof. 
Adriano Rosa Alves
 
Prof.ª
 Alessandra Petrechi 
 Prof. 
Ewerton Taveira Cangussu
 
 
 
)
 (
Salvador
201
5
)
			SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	HISTÓRICO DA EMPRESA	5
2.1	GERENCIAMENTO DE TRANSPORTES	7
2.2	GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS	9
2.3	LOGÍSTICA REVERSA	11
3	CONCLUSÃO	15
4	REFERÊNCIAS	16
INTRODUÇÃO
O mercado atual é caracterizado por frequentes mudanças que são acarretadas pelo processo de globalização, ocasionando a abertura dos mercados e o acirramento da competição. 
Nos últimos anos nota-se uma mudança rápida e intensa nas organizações, após o advento da informática e a automação industrial, novos produtos e serviços surgem e são oferecidos aos clientes sempre como um diferencial. As organizações estão mais dinâmicas e atentas às mudanças para continuarem competitivas e sobreviverem no atual mercado. Se antes o foco era o lucro, hoje as mudanças exigem que o foco das organizações sejam os clientes que utilizam seus produtos ou serviços. 
Dessa realidade global emerge a necessidade de adaptação das estruturas empresariais em busca da elevação do desempenho competitivo, através da adoção de novas técnicas e critérios que visam atender as exigências do mercado e garantir a sua sobrevivência e/ou liderança, sendo este o maior desafio que qualquer empresa enfrenta atualmente, independente do seu segmento, de seu porte ou de sua localização geográfica.
Nessa perspectiva, a gestão logística, nas últimas décadas, tem se apresentado como atividade essencial para o sucesso de muitas empresas em termos de posicionamento no mercado ao criar diferenciais competitivos que refletem no seu desempenho, inclusive na satisfação dos clientes e na rentabilidade da empresa. 
Portanto, partindo da compreensão de que a logística tem um papel relevante na gestão empresarial moderna, ao ganhar espaço e reconhecimento na hora de focalizar custos, receitas e, principalmente, quando agrega valor de tempo e lugar a aquilo que foi contratado, verifica-se a necessidade de realizar estudos sobre o gerenciamento logístico das empresas uma vez que a otimização do sistema logístico possibilita as empresas alcançarem vantagem competitiva.
O gerenciamento logístico do ponto de vista sistêmico é o meio pelo qual as necessidades dos clientes são satisfeitas mediante a coordenação dos fluxos de materiais e de informação que se estendem do mercado, passando pela empresa e suas operações, até os fornecedores.
O presente estudo objetivou apresentar a visão sistêmica no Processo de Gerenciamento Logístico da Transportadora Transpedrosa – filial Candeias-BA, com ênfase nas Operações Logísticas da Raízen Combustíveis (joint venture* entre Shell e Cosan). Para isso descreveu o funcionamento das operações logísticas da transportadora, bem como verificou os pontos fortes e fracos do seu gerenciamento logístico através da análise baseada nas informações coletadas e apresentou propostas de melhorias visando à redução de custos e aumento do nível de serviço prestado aos clientes.
Para consolidar a pesquisa em questão, este estudo de caso apresenta de forma simples e objetiva, a importância da logística nas operações de transporte, distribuição e armazenagem. A metodologia de pesquisa utilizada foi qualitativo-exploratória implementada por meio de um estudo de caso único. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas individuais em profundidade, com uma abordagem semiestruturada. Além disso, foram utilizados dados provenientes da observação direta, de pesquisa documental, bibliográfica ampla e também, pesquisa de campo, apresentando a maneira como a filial da Transportadora Transpedrosa- utiliza o processo logístico nas suas operações.
 
____________
*Joint Venture é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. Wikipédia: Acesso em: 24 out. 2015. 
histórico dA empresa
A Transpedrosa foi fundada em 1962, na cidade de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto-MG. É uma empresa de origem familiar, com 53 anos de atuação no segmento de transporte de cargas (especificamente no transporte de combustíveis) e movimentação interna de materiais. As suas filiais estão presentes nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia. 
No ano de 2004, a Transpedrosa sofreu uma grande mudança com a implantação do Modelo de Governança Corporativa por meio da criação do Conselho de Acionistas e Conselho de Administração deixando de ser uma empresa familiar e passando a adotar o mecanismo de gestão conhecido como Conselho, composto pelos familiares sócios.
Em 2005, a empresa avaliou os integrantes do Conselho e elegeu presidente da organização um de seus membros que ocupa o cargo até os dias de hoje.
Dentre o período de 2010 e 2011, a transportadora foi classificada entre as 150 pequenas e médias empresas que mais cresce no Brasil, de acordo com Pesquisa da revista Exame PME – 2010. Assumiu as operações de entrega de combustível da Shell, em Minas Gerais e na Bahia. 
No ano de 2013, a Transpedrosa atingiu a marca de 30.000.000 km, o equivalente a 750 voltas ao mundo, com uma frota de 324 veículos próprios.
Hoje, a Transpedrosa é considerada como uma das cinco melhores empresas do ramo de transporte de cargas líquidas perigosas e movimentação interna de materiais do país. Reconhecida e certificada pela terceira vez consecutiva pela ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade) e pela quinta vez com a SASSMAQ (Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade), sendo sua especialidade fornecer soluções logísticas com consequente redução de custos e viabilização de negócios. 
A Transpedrosa possui em sua carteira de clientes, gigantes como: Petrobras, Shell, Raízen, Cosan, Arcelormittal, RHI, Gerdau, Votorantim, Aperam, Usiminas, entre outros. A sua missão é gerar valor através de soluções duradouras com os clientes e com todas as partes envolvidas, e sua visão é ser uma empresa reconhecida no mercado pela excelência de sua Governança e de sua Gestão.
O objeto de estudo deste trabalho é a filial que está localizada na cidade de Candeias (Região Metropolitana de Salvador-BA), próxima a Rodovia BA KM 522.
Ela conta com mais quatro pontos de apoio estratégicos localizados nas cidades de Maracás, Jequié, Itabuna e Juazeiro (ver Figura 1). O seu quadro de colaboradores é composto por 124 motoristas e 52 funcionários que atuam nas áreas de manutenção, administrativa e apoio, funcionando em regime de 24 horas por dia e 7 dias por semana. 
A Transpedrosa – filial Candeias é uma empresa prestadora de serviços que atua em dois segmentos:
· Transporte de Cargas Líquidas Perigosas: onde são transportados combustíveis (derivados do petróleo) e biocombustíveis (originado da cana-de-açúcar); 
· Transportes de Cargas Secas: onde é realizado o transporte de sucatas de metais pesados. 
Segundo Fábio Pereira - Gerente das Operações do Nordeste da Transpedrosa - em dezembro de 2014, a filial absorveu as operações logísticas da Transportadora Aqces saindo de um patamar de faturamento de R$ 1.800.000,00 para R$ 3.500.000,00.
Figura 1 – Áreas de atuação 
Fonte: Transpedrosa, 2015.
GERENCIAMENTO DE TRANSPORTES
O transporte tem um papel de extrema importânciana qualidade dos serviços logísticos, já que reflete diretamente no tempo de entrega, na confiabilidade e na segurança dos produtos.
Razzolini Filho (2012) reforça ainda que a 
[...] intenção principal do gerenciamento dos modais de transportes é conseguir equilibrar o objetivo dos sistemas logísticos, por meio de um menor custo total possível para cada operação de transporte, e de um nível de serviço que seja satisfatório para os clientes ou que esteja de acordo com a estratégia de serviços da empresa. 
Neste caso podemos dizer que o transporte constitui o elemento logístico de maior relevância da cadeia de suprimentos, tanto em relação aos custos, quanto ao nível de serviço diferenciado. 
O modal de transporte utilizado pela empresa Transpedrosa é 100% rodoviário devido ao baixo investimento do governo em infraestrutura nos demais modais, o que acabou influenciando na prevalência do uso do transporte rodoviário por parte da organização. A escolha por este modal deve-se ao fato do mesmo fornecer uma maior vantagem competitiva, além de ser o mais recomendado para o transporte de mercadorias de alto valor agregado como é o caso dos combustíveis[footnoteRef:2]. [2: Igor Gomes - Gerente das Operações Logísticas da Transpedrosa.] 
Assim como a Transpedrosa várias organizações optam pelo transporte rodoviário, na verdade ele é o mais utilizado no Brasil desde a década de 50, com a implantação da indústria automobilística e o processo de pavimentação das rodovias com fins de fomentar a indústria. Porém, existe uma grande incoerência neste aspecto, tendo em vista que o mesmo modal que agrega, também subtrai. 
Estudo realizado por técnicos do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (Geipot) apontam que uma estrada degradada representa aumento de 58% no consumo de combustíveis, de 38% nos gastos de manutenção de veículo, de 50% no índice de acidentes e de até 100% no tempo gasto nas viagens (REVISTA CNT, 2001).
Verificou-se que o impacto dos custos do transporte é causado pelo consumo de combustível e manutenção dos veículos, onde o grande “vilão” é o combustível, chegando a absorver em média 40% do faturamento mensal da empresa, incidindo diretamente no valor do custo dos fretes cobrados, que gira em torno de 60%.
A Transpedrosa conta com uma frota de 103 veículos, composta por 48 bitrem, 07 super-bitrem, 46 carretas e 02 veículos de apoio, sendo que 44 deles pertencem a terceirizados, o que eles denominam agregados. Já os tanques, em sua totalidade, pertencem à organização, entretanto, este fato não diminui os custos do transporte, visto que a Transpedrosa é a principal responsável pela manutenção e abastecimento dos veículos, além de fornecer treinamento aos motoristas. Os gestores da empresa acreditam que desta forma conseguem manter o padrão de qualidade dos serviços prestados.
 
Figura 2 – Caminhão bitrem da Transpedrosa 
	
Fonte: http://transpedrosa.com.br/servicos/transporte-de-carga-liquida.
Em um mercado altamente competitivo, as organizações passaram a ter uma necessidade maior de controlar a gestão de suas atividades e o gerenciamento dos seus veículos, com isto elas têm procurado cada vez mais por soluções tecnológicas com o intuito de atender com qualidade e rapidez as exigências estabelecidas pelos clientes, objetivando alcançar patamares mais altos através da vantagem competitiva. 
Diante disto, as transportadoras tiveram que se modernizar e adotar novas práticas de gestão de transportes. A prova disto são as empresas que já disponibilizam aos seus clientes plataformas online demonstrando o detalhamento do pedido, sendo possível acompanhar todos os estágios até a efetiva entrega.
Após os avanços tecnológicos decorrentes do ERP- Enterprise Resource Planning[footnoteRef:3], surgiu o TMS - Transport Management System[footnoteRef:4]. [3: Planejamento dos Recursos Empresariais, software integrado de gestão empresarial que auxilia no planejamento e organização das empresas.] [4: Sistema de gerenciamento de transporte que tem por objetivo controlar os processos fiscais e gerenciais envolvidos na operação de transporte.] 
Um TMS pode ser considerado um sistema auxiliador das atividades do transporte, como consolidação de cargas, expedição, emissão de documentos (CTRC, Romaneio de Embarque, Faturas de Frete, etc.), entrega e coleta de produtos, rastreamento de frota e produto, auditoria de fretes, apoio à negociação, planejamento de rotas e modais, monitoramento de custos e nível de serviço e planejamento e execução de manutenção de frotas (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2010). 
Observou-se que a Transpedrosa utiliza dois sistemas para o gerenciamento de transportes: a) Protheus 11 – que é um sistema de gestão integrado que possui o módulo de TMS, que possibilita a empresa realizar o controle dos veículos, motoristas, fretes, viagens da empresa e de terceiros, solicitação de coleta, emissão de CTRC[footnoteRef:5], entre outros; b) FM300 - que é um sistema de monitoramento que realiza leituras de posição dos veículos via GPS e envia as informações via celular (GPRS/GSM), composto por um módulo eletrônico, um sistema de comunicação e um software central que tem a função de transformar todos os dados recolhidos em relatórios e gráficos gerenciais. Por meio deste sistema é possível customizar os parâmetros dos computadores de bordo desde velocidade excessiva, distâncias percorridas, comportamento dos motoristas até cercas eletrônicas traçadas sobre mapas digitais. [5: Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, documento fiscal emitido pelas transportadoras que serve para cobrir e dar conhecimento ao cliente, motorista e para a própria empresa, em caso de fiscalização, das mercadorias entre a localidade de origem e o destinatário da carga.] 
A Figura 3 nos mostra o monitoramento de um veículo através do FM300. 
Fonte: print screen do software FM300.
	Apesar da Transpedrosa ser a detentora dos veículos e poder acessar as informações de localização dos mesmos, somente a Raízen pode interferir, quando necessário, na sua rota, podendo até mesmo bloqueá-los caso algo não esteja no padrão. Além disso, a empresa iniciou neste ano um projeto pioneiro de captação de imagens colocando quatro câmeras no entorno e dentro da cabine do caminhão tanque. A principal ideia é acompanhar o comportamento dos motoristas, identificando desvios na condução e descarga do produto no Posto. 
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS 
A cadeia de abastecimento, também conhecida como cadeia de suprimentos, supply chain management ou canal de distribuição, é responsável pelo controle do fluxo de informações e produtos de maneira que possa equilibrá-los, eludindo oscilações na demanda e consequentemente gerando resultados como um todo, ou seja, as receitas e os custos como um valor global.
De acordo com Bertaglia (2009), a cadeia de abastecimento é um conjunto de etapas necessárias que vão desde o recebimento dos insumos, passando pelo processo de agregação de valor de acordo com as necessidades e desejos dos consumidores até a entrega para estes no momento, na quantidade e no local ideal. 
Segundo Abreu (2009), toda cadeia de suprimentos é formada por etapas que devem ser mantidas muito bem amarradas, pois se um delas se rompe, toda a cadeia é afetada. Sendo assim, é muito importante manter uma boa administração em todos os níveis, para que possa assegurar um bom desempenho, e sanar as necessidades de todos os envolvidos com a cadeia. 
Observou-se que na cadeia de suprimentos, a Transpedrosa exerce o papel de Fornecedor de Serviço, prestando serviços de operações de transferência entre unidades, coleta de granel líquido e distribuição de combustível aos produtores, retalhistas, atacadistas e clientes. O principal fornecedor da empresa (e também maior cliente) é a Raízen que fornece os combustíveis utilizados pelos veículos durante as operações. 
Por se tratar de uma transportadora, a empresanão possui um sistema de agendamento para recebimento de mercadorias negociadas. Na operação de coleta, eles acessam o portal interno da Raízen que chamam de Coleta On-line e informam o que vão carregar, a quantidade e a placa do veículo que fará a coleta do produto.
 Já na operação de transferência e distribuição de combustível a Transpedrosa faz a programação baseada nas informações do estoque do cliente, ou seja, eles sabem o quanto o cliente possui em estoque e daí eles informam através do portal da Raízen o tipo de produto e a quantidade que eles irão carregar, com base na necessidade do cliente. 
Quanto aos pedidos feitos pelos clientes diretamente no site da Raízen, os mesmos são processados e enviados pela matriz de São Paulo, para a filial da Transpedrosa em Candeias. Neles já estão designados os veículos e os clientes que serão atendidos de acordo com a melhor roteirização. Em ambos os casos o início da operação por parte da Transpedrosa, se dá a partir da emissão da nota fiscal gerada pela Raízen, só então o acesso ao sistema é liberado para que a Transpedrosa possa entrar em contato com o cliente e agendar o melhor horário para a entrega. 
Sabemos que a logística tem por objetivo a redução de tempo e custo, visando à satisfação do cliente, deste modo, o gerente logístico da empresa, verifica se há a possibilidade de fracionar o espaço de carga do veículo possibilitando assim a diversificação de embarcadores num mesmo transporte, diluindo desta forma, o custo entre os clientes na fração de sua utilização. Assim, um caminhão tanque (CT) poderá entregar em dois ou três clientes de uma mesma região (dois postos de Feira de Santana e um em Amélia Rodrigues, por exemplo) enquanto o outro faz entregas em outros clientes de outras regiões. 
Apesar dos pedidos serem processados em São Paulo, os produtos são retirados na Base da Raízen que fica em São Francisco do Conde - BA, já que o armazenamento de combustível requer estrutura e condições específicas, além de cuidados para manter a qualidade do produto.
A entrega dos produtos é realizada apenas pela Transpedrosa sendo que esta tem o compromisso de atender à solicitação dentro do prazo estipulado pela Raízen.
lOGÍSTICA REVERSA
Devido à velocidade com que um produto é lançado no mercado e através do avanço tecnológico, juntamente com a ampliação do fluxo de informações; a alta competitividade das organizações e o aumento da consciência ecológica no que diz respeito às consequências ocasionadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, a logística reversa surgiu como uma nova visão comportamental por parte das empresas e da sociedade, visando uma maior valorização dos processos de retorno de produtos e materiais descartados no ambiente. 
O Council of Logistics Management (1993), define a Logística Reversa como sendo o papel da logística que trata da reciclagem, controle de desperdício e o gerenciamento de materiais usados, numa ampla perspectiva que inclui todas as atividades relacionadas com a redução, reciclagem, substituição e reutilização de materiais. 
De acordo com Leite (2003), 
a logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
A logística reversa se divide em duas grandes áreas: 
· Logística reversa de pós-venda – composta por produtos que são devolvidos por razões comerciais, com erros em processamentos de pedidos, dentre outros;
· Logística reversa de pós-consumo – formada por produtos adquiridos, utilizados e descartados pelo consumidor, mas que podem retornar ao ciclo de produção, por meio dos canais reversos de reciclagem, de reuso e de desmanche. 
Com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em agosto de 2010, (Lei Federal nº 12.305/10), que define os princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes, relativas à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, em âmbito nacional, muitas empresas brasileiras tiveram que aprender a lidar com seu lixo, adotando então a logística reversa como o caminho para descarte desses resíduos. 
Algumas organizações entendem que muito além de uma obrigação legal, investir em logística reversa significa um importante diferencial competitivo e um grande marketing para a empresa, pois a cada dia cresce o número de pessoas preocupadas com o meio ambiente, passando assim a escolher produtos e serviços de empresas comprometidas com o bem-estar socioambiental.
Constatou-se que a Transpedrosa não possui um projeto de Logística Reversa devido à natureza dos produtos transportados serem líquidos inflamáveis de origem perigosa. 
Entretanto, por ser uma empresa que se preocupa com o meio ambiente, ela coleta e armazena em tonéis todos os resíduos dos motores de sua frota de veículos. Após alcançar uma quantidade limite, esses resíduos são coletados pela empresa LWART Lubrificantes que é uma empresa coletora autorizada pela ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Chegando lá, esses resíduos passam pelo processo de refino - processo industrial que transforma o óleo usado em óleo básico novamente -, evitando assim, que este resíduo perigoso seja descartado no meio ambiente. Deste modo, o óleo rerrefinado segue o caminho da sustentabilidade, fechando o ciclo de vida do produto, que retorna ao mercado por meio de formuladoras de óleo lubrificante (Figura 4).
Figura 4 – Ciclo de vida do óleo lubrificante 
 
Fonte: http://www.lwart.com.br/site/content/lubrificantes/rerrefino_logistica_reversa.asp.
A Transpedrosa não trata esse descarte como uma logística reversa propriamente dita, mas sim como uma maneira de atender as exigências da Resolução Conama nº362/2005, que diz que “todo o óleo lubrificante usado ou contaminado, deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação de suas propriedades”. 
A medida adotada pela empresa além de contribuir com a preservação do meio ambiente lhe confere certificações. Já que toda vez que eles solicitam a coleta dos resíduos recebem o “certificado de coleta”, que é um documento que demonstra que a organização agiu em conformidade com a Lei, com responsabilidade social e ambiental. 
São muitas as vantagens que uma empresa pode obter ao aplicar um processo adequado de logística reversa, dentre elas podemos citar: benefícios de ordem econômica e financeira, legal, ambiental, de imagem corporativa além da vantagem competitiva sustentável. 
Apesar das inúmeras vantagens ambientais que o descarte correto dos óleos dos motores traz, ainda não há incentivos propriamente ditos para as empresas que realizam esse descarte de forma correta. Houve várias tentativas de implementar leis onde as doações de pessoas físicas e jurídicas de materiais recicláveis, poderia gerar descontos no Imposto de Renda, futuramente, mas a proposta ainda não foi votada na Comissão do Meio Ambiente (CMA). Caso seja aprovada os cidadãos ou empresas poderão aplicar de 4% a 6% da quantia destinada ao IR, em projetos de reciclagem. Algo semelhante já ocorre com outras deduções, como doações à cultura, ao audiovisual e a fundos da criança, adolescente e do idoso.
CONCLUSÃO
Atualmente o mundo dos negócios está cada vez mais competitivo e as empresas precisam estar sempre buscando estratégias para se manterem competitivas no ramo em que atuam. Observa-se que alguns fatores são decisivos para se obter um bom gerenciamento logístico, dentre eles podemos citar: segurança, entrega no prazo, na hora e no local corretos, sem nenhum tipo de dano ou avaria à mercadoria transportada, serviços de atendimento ao cliente, uso de tecnologias da informação, entre outros.
Estes fatores auxiliamas transportadoras a se manterem no mercado competitivo sempre buscando a redução dos custos de operação logística, pois este é o diferencial que fará com que a empresa cresça e se projete positivamente no mercado.
O presente estudo de caso mostrou que a empresa Transpedrosa está atualizada com as exigências do mercado e pronta para atender de forma satisfatória os seus clientes, obedecendo as mais criteriosas regulamentações atuais e mantendo sua preocupação com o meio ambiente.
	
REFERÊNCIAS
ABREU, V. S. Cadeia de suprimentos bem administrada, fonte de vantagem competitiva. Disponível em: <http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=11&canallocal=41&canalsub2=132&id=2274>. Acesso em: 11 out. 2015.
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2009. 
	
CLM. Council of Logistics Management. Reuse and recycling reverse logistics opportunities. Illinois: Council of Logistics Management, 1993. 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRANSPORTES (CNT). Revista CNT. Brasília, 2001. Vários números. Disponível em: <http://www.cnt.org.br>. Acesso em: 22 set. 2015.
Ecycle. Projeto de lei quer dar incentivo fiscal a doações de para atividades de reciclagem. Disponível em:<http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/1020-projeto-de-lei-quer-dar-incentivo-fiscal-a-doacoes-para-atividades-de-reciclagem.html>. Acesso em: 01 nov. 2015.
FIGUEIREDO, K.F; FLEURY, P. F.; WANKE, P. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. 1. ed. – 6. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2010.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
LWART Lubrificantes. Disponível em: <http://www.lwart.com.br/site/content/home/default.asp>. Acesso em: 30 out. 2015.
RAZZOLINI FILHO. Transportes e modais: com suporte de TI e SI/ [livro eletrônico] / Edelvino Razzolini Filho. – Curitiba: Intersaberes, 2012.
Taconews. Computador de bordo FM300. Disponível em: <http://www.taconews.com.br/produtos/computador-de-bordo-fm-300/>. Acesso em: 01 nov. 2015.
Transpedrosa. Disponível em: <http://transpedrosa.com.br/>. Acesso em: 22 set. 2015.

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