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Manoel Almendra 
 
 
 
 
 Conceito: 
Na malária podemos ter recidivas, recrudescências recaídas e reinfecção. A recidiva da 
malária é conceituada como a recorrência de parasitemia assexuada seguinte ao 
tratamento da doença, após ter sido constatada a sua negativação, em variado período de 
tempo, na qual pode ocorrer por um dos seguintes aspectos: (a) falha terapêutica resultante 
de não adesão ao tratamento, da resistência do parasito às drogas utilizadas, da má 
qualidade do medicamento instituído, ou da utilização de doses subterapêuticas das drogas; 
(b) reativação de hipnozoítos; (c) exposição à nova infecção pelo mosquito vetor. (SIMÕES 
et al., 2014) 
A recrudescência de malária pode ocorrer quando as formas sanguíneas do parasito não 
são completamente erradicadas pelo tratamento e reexpandem o seu número após o declínio 
da concentração sérica das drogas. Ocorre com maior frequência na malária por P. 
falciparum e P. vivax e, raramente, pelo Plasmodium malariae. (SIMÕES et al., 2014) 
As recaídas são definidas como o reaparecimento da parasitemia e de manifestações 
clínicas do paciente por uma reinvasão das hemácias pelos merozoítos provenientes de 
hipnozoítos dormentes no fígado. Sua principal causa é a falha no tratamento. Baseado 
apenas na observação clínica, é muito difícil distinguir recrudescência de recaída e recaída 
de reinfecção. Em algumas situações, o discernimento pode ser feito pela identificação de 
genótipo idêntico do parasito da recaída com a infecção primária. Contudo, a genotipagem 
dos parasitos da infecção inicial e da recaída não tem sido eficiente para a distinção entre 
recaída e reinfecção. (SIMÕES et al., 2014) 
Reinfecção por P. vivax é uma nova infecção adquirida por pacientes que tenham tratado 
de malária, após intervalo de tempo incompatível com a ocorrência de recrudescência ou 
recaída. Em análise genotípica, pode-se considerar, como reinfecção, o achado de parasito 
geneticamente diferente daquele causador da infecção primária. Como os tempos entre os 
episódios se sobrepõem, mesmo com a análise genotípica, é também difícil a distinção precisa 
entre recaída e reinfecção. (SIMÕES et al., 2014) 
De acordo com SILVANO et al, 2019, não se sabe ao certo o motivo da ativação dos 
hipnozoítos no fígado, causando recorrência de malária. As recaídas podem ser uma 
 
Manoel Almendra 
 
característica adaptativa do parasito para sequestro ou hibernação durante condições 
inóspitas para o vetor Anopheles, outras hipóteses sugerem que as recaídas ocorrem em 
intervalos previsíveis, de maneira que os esporozoítos parecem ser geneticamente 
programados para latência precoce ou tardia. 
 
Figura 1: Esquema diferenciando recaída, reinfecção e recrudescência 
 
 
 
Fonte: SILVANO et al., 2019. 
 
 Manifestações clínicas: 
A maioria dos casos se apresenta como uma síndrome febril indiferenciada. O período de 
incubação é diferente para cada agente do Plasmodium e pode variar dependendo da 
imunidade da pessoa ou do uso de quimioprofilaxia. Os sintomas da malária começam com a 
liberação de merozoítos em ciclos eritrocíticos subsequentes. (CALVO e MÉNDEZ, 2020) 
Os sintomas da malária são inicialmente inespecíficos e incluem mal-estar, fadiga, febre, 
calafrios, dor de cabeça, mialgia, náusea, vômito e dor abdominal. Convulsões febris foram 
relatadas em pacientes com menos de 5 anos de idade, mas convulsões generalizadas devem 
sempre levantar a suspeita de malária cerebral. (REDONDO et al., 2020) 
Em pacientes com malária não grave, os achados no exame físico podem ser escassos e 
incluir: febre, palidez, hepatomegalia, esplenomegalia e icterícia. Parasitemia, anemia, 
trombocitopenia, transaminases elevadas e testes de função renal prejudicada podem ser 
detectados em laboratórios. (REDONDO et al., 2020) 
 
Manoel Almendra 
 
 
Figura 2: Critérios diagnósticos para malária severa 
 
Fonte: CALVO e MÉNDEZ, 2020. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 CALVO, Paula Araya; MÉNDEZ, Daniela Polanco. Malaria: revisión bibliográfica. 
Revista Ciencia y Salud, v. 4, n. 4, p. ág. 162-175, 2020. 
 REDONDO, Stephanie Hernández et al. Actualización de malaria. Revista Médica 
Sinergia, v. 5, n. 12, p. e616-e616, 2020. 
 SILVINO, Ana Carolina Rios et al. Recorrências na malária por Plasmodium vivax: 
variabilidade na enzima do complexo citocromo P450 2D6 (CYP2D6) e sua influência 
na falha terapêutica por primaquina. 2019. Tese de Doutorado. 
 SIMÕES, Luciano Rodrigues et al. Pais associados a recidivas de malária por 
Plasmodium vivax no Município de Porto Velho, Rondônia, Brasil, 2009. Cadernos de 
Saúde Pública , v. 30, pág. 1403-1417, 2014.

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