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Prévia do material em texto

2013
Instrumentos e 
Processo de trabalho 
em servIço socIal
Prof.ª Gisele de Cássia Galvão Ruaro
Prof.ª Juliana Maria Lazzarini
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Gisele de Cássia Galvão Ruaro
Prof.ª Juliana Maria Lazzarini
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 361.0023
 R894iRuaro, Gisele de Cássia Galvão Instrumentos e processo de 
 trabalho em serviço social/ Gisele de Cássia Galvão Ruaro, 
 Juliana Maria Lazzarini. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 132 p. : il
 ISBN 978-85-7830-813-1
 1. Serviço social como profissão. 2. Serviço social. I. 
 Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
aPresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Iniciamos os estudos de Instrumentos e Processo de Trabalho em 
Serviço Social. Entraremos no mundo intrínseco da atuação profissional 
do assistente social e seus princípios norteadores, sua origem e evolução, 
e trabalharemos a questão dos diferentes instrumentos de competência do 
profissional de Serviço Social na sua atuação cotidiana.
Esta disciplina aborda a importância da utilização e aplicação dos 
instrumentos técnicos operativos do Serviço Social, além de propiciar um 
primeiro contato com a Política de Assistência Social e promover uma 
reflexão e uma discussão sobre esta política como direito de todos os 
cidadãos e dever do Estado. 
Também trabalhar-se-ão neste caderno as diferenças entre Assistência 
Social como política, assistente social como profissional, Assistencialismo 
como ações caritativas e Serviço Social como profissão, correlacionando os 
diversos termos quanto à terminologia. 
Para que você possa compreender estes conceitos de Instrumentos e 
Processo de Trabalho em Serviço Social, e os assuntos pertinentes às questões 
do fazer profissional, proporcionaremos uma reflexão acerca da Assistência 
Social, na perspectiva do Sistema Único de Assistência Social, e o Projeto 
Político-Pedagógico do Serviço Social, de modo que você possa trabalhar 
estes conceitos e correlacioná-los com a atuação prática do profissional.
Na primeira unidade, você discutirá inicialmente questões em torno 
do processo de trabalho do assistente social, no intuito de conhecer um pouco 
de sua atuação prática, também conhecendo a Lei Orgânica de Assistência 
Social e o projeto ético-político do Serviço Social, além de conhecer e refletir 
sobre a Política Pública de Assistência Social.
Na segunda unidade, você conhecerá alguns instrumentos técnicos 
operativos do Serviço Social, promovendo a reflexão e a discussão sobre os 
instrumentos ligados à apreensão da realidade e os instrumentos ligados à 
intervenção da realidade, contribuindo, assim, com o fazer profissional em 
ações práticas. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Na terceira unidade deste Caderno de Estudos, você compreenderá 
os métodos interventivos do Serviço Social. Além disso, estudaremos o 
instrumento perícia social e desmembramentos: laudo social, parecer social 
e estudo social. Também nos possibilitará a compreensão do instrumento de 
estudo socioeconômico, trabalhando sua aplicação e formas de utilização no 
campo profissional. 
Você está pronto(a) para conhecer e compreender o significado de 
algumas das ações da prática profissional do assistente social, na sua atuação 
cotidiana? Este Caderno de Estudos de Instrumentos e Processo de Trabalho 
em Serviço Social possibilitará essa compreensão e análise. 
Bons estudos!
Prof.ª Gisele de Cássia Galvão Ruaro
Prof.ª Juliana Maria Lazzarini
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL ........................................... 1
TÓPICO 1 – O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL ................................ 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 BREVES CONSIDERAÇÕES REFERENTES À TRAJETÓRIA DA PROFISSÃO DO 
 ASSISTENTE SOCIAL ...................................................................................................................... 3
2.1 QUESTÃO SOCIAL ....................................................................................................................... 4
3 AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL 
 DO ASSISTENTE SOCIAL ............................................................................................................... 5
RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 6
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 7
TÓPICO 2 – LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL) .......................................... 9
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 9
2 ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................................................................... 9
3 LEI Nº 1.605, DE 25 DE AGOSTO DE 1993, INSTITUI A LEI ORGÂNICA DE 
 ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS .................................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 2 ..................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 27
TÓPICO 3 – POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ................................................................... 29
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 29
2 POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL .................................................................... 29
3 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS .......................................................... 30
3.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA ................................................................................................... 30
3.1.1 Centro de Referência da Assistência Social – CRAS ....................................................... 32
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 37
3.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL ............................................................................................... 37
3.2.1 Proteção social especial de média complexidade ........................................................... 39
3.2.2 Proteção social especial de alta complexidade ................................................................ 39
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 40
RESUMO DO TÓPICO 3 ..................................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 44
TÓPICO 4 – PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL ......................................... 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 PROJETOS SOCIETÁRIOS ............................................................................................................. 45
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46
2.1 PROJETOS PROFISSIONAIS ...................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47
3 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL .............................................................. 47
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 4 ..................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 51
sumárIo
VIII
UNIDADE 2 – INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL ...... 53
TÓPICO 1 – APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL .................................. 55
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 55
2 INSTRUMENTAL TEÓRICO OPERATIVO DO SERVIÇO SOCIAL ................................... 56
2.1 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DA AÇÃO PROFISSIONAL ............................................. 58
3 TÉCNICAS UTILIZADAS PELO SERVIÇO SOCIAL .............................................................. 60
3.1 TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO ................................................................................................... 60
3.2 TÉCNICA DE INTERVENÇÃO ................................................................................................. 62
3.3 TÉCNICA DE ENCAMINHAMENTO ..................................................................................... 63
3.4 OUTRAS CONSIDERAÇÕES .................................................................................................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 64
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 66
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 67
TÓPICO 2 – RECONHECENDO A REALIDADE ......................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69
2 VISITA DOMICILIAR ..................................................................................................................... 69
3 ENTREVISTA .................................................................................................................................... 72
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 78
TÓPICO 3 – A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO) E AS 
 PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE (DINÂMICAS 
 DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS) ............. 79
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 79
2 RELATÓRIO ...................................................................................................................................... 79
3 DINÂMICAS DE GRUPO E VIVÊNCIAS .................................................................................. 80
4 ENCAMINHAMENTO .................................................................................................................... 81
5 REUNIÕES ......................................................................................................................................... 82
6 ASSEMBLEIAS .................................................................................................................................. 84
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 86
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 91
UNIDADE 3 – MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL ................................. 93
TÓPICO 1 – A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL ........................................................................... 95
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 95
2 A PERÍCIA SOCIAL ......................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 98
3 O ESTUDO SOCIAL ........................................................................................................................ 99
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 100
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 104
TÓPICO 2 – O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL ........................................................... 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 105
2 PARECER SOCIAL ............................................................................................................................ 105
3 LAUDO SOCIAL ............................................................................................................................... 107
IX
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................109
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117
TÓPICO 3 – ESTUDO SOCIOECONÔMICO .............................................................................. 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119
2 UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO ESTUDO SOCIOECONÔMICO ............................... 119
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 127
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 129
X
1
UNIDADE 1
PROCESSO DE TRABALHO E 
SERVIÇO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender algumas estratégias e instrumentos técnicos operativos que 
o assistente social utiliza cotidianamente na sua atuação;
• conhecer as leis e diretrizes do foco de atuação do assistente social;
• identificar possibilidades de práticas operativas da profissão;
• refletir sobre a atuação do assistente social;
• identificar a diversidade dos espaços de atuação do aGssistente social.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles 
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos 
conteúdos explorados.
TÓPICO 1 – O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
TÓPICO 2 – LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
TÓPICO 3 – POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
TÓPICO 4 – PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
2 BREVES CONSIDERAÇÕES REFERENTES À TRAJETÓRIA 
DA PROFISSÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
Para compreender o processo de trabalho do assistente social, precisamos 
conhecer ou relembrar a história da profissão. Caro(a) acadêmico(a), isso 
pode ser retomado através do Caderno de Estudos Fundamentos e História 
do Serviço Social, já estudado anteriormente.
Neste sentido, iniciaremos apresentando brevemente a trajetória do 
Serviço Social enquanto profissão regulamentada, fazendo uma ligação com 
as expressões da questão social objeto da prática profissional do assistente 
social. Também contextualizaremos as formas equivocadas de interpretação 
ligadas à profissão. 
O Serviço Social enquanto profissão tem sua trajetória voltada para ações 
de caridade e filantropia, com perspectiva assistencialista, de favor e troca. 
Em meados da década de 30, surge o processo de urbanização e 
industrialização, ficando o Estado com o papel regulador das questões sociais. 
Porém, o Estado atuava com ações emergenciais que atendiam a população 
somente em situações momentâneas e de necessidades sociais básicas. Ficaram 
responsáveis, por atuar junto às demandas sociais, entidades caritativas que 
desenvolviam o trabalho voluntariamente para a população menos favorecida.
O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e 
interventivo, que atua nos segmentos da esfera pública, privada e terceiro setor, 
nas mais variadas áreas de atuação (criança e adolescente, idoso, saúde, educação, 
habitação, assistência social, forense). Tem sua prática profissional pautada pelos 
princípios e direitos firmados pela Constituição Federal de 1988. 
Como profissional, o assistente social tem a “função de planejar, 
gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços 
sociais, o assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no 
cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e 
de prestação de serviços”. (CRESS, 2009). 
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
4
Este profissional para uma eficaz atuação tem que compreender todo 
o contexto, obrigatoriamente tem que estar informado sobre a realidade 
econômica e social do país, além de ter clareza das políticas públicas existentes 
e se, de fato, elas têm eficiência para a população usuária dos serviços.
Com as transformações do mundo do trabalho, advindas da sociedade 
capitalista, começam a surgir conflitos entre capital e trabalho, bem como as 
desigualdades sociais, emergindo assim a questão social.
2.1 QUESTÃO SOCIAL
A questão social é uma categoria, compreendida e pensada, que expressa 
as divergências do modo capitalista de produção, ou seja, os trabalhadores 
constroem a riqueza com sua mão de obra e os capitalistas tomam posse desta 
riqueza, apoderando-se do capital. 
Segundo Iamamoto e Carvalho (1983, p. 77):
A questão social não é senão as expressões do processo de formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário 
político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por 
parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da 
vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e 
repressão.
Sendo assim, a questão social é um conjunto de problemáticas vivenciadas 
pela classe operária, pouco assistida pelas políticas públicas e menos favorecida, 
seja em âmbito político, social e econômico. Portanto, a questão social é o objeto 
da prática profissional do assistente social. 
Na trajetória histórica, a questão social se delineia tomando outras faces, 
denominadas expressões da questão social. Podemos considerar expressões da 
questão social necessidades cotidianas apresentadas na sociedade, como exemplo 
citamos: desemprego; dificuldade de acesso a direitos básicos como saúde, 
educação e habitação; desigualdades sociais; saneamento básico, entre outras 
expressões que podemos observar cotidianamente. 
Contudo, o Serviço Social enquanto profissão em sua trajetória teve 
conquistas, avanços e reconhecimento como profissão, porém ainda muito 
tem que alcançar principalmente no que diz respeito à importância do 
profissional nas diversas áreas de atuação e a clareza nas interpretações das 
nomenclaturas ligadas à profissão, como veremos a seguir.
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
5
3 AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DA ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
O Serviço Social tem sua história vinculada com ações de caridade e 
benevolência, por isso ainda nos dias de hoje passa pelo desafio de esclarecer 
as interpretações equivocadas feitas pela sociedade, que não tem clareza do real 
significado da terminologia ligada à profissão. 
Sendo assim, confundem-se muito os termos: Serviço Social, Serviços 
Sociais, assistente social, Assistência Social e Assistencialismo, conforme 
veremos a seguir no demonstrativo do quadro.
Serviço Social É uma profissão reconhecida de nível superior. 
Assistente social Profissional com formação em curso superior, devidamente habilitado e registrado no Conselho Regional de Serviço Social.
Serviços Sociais
São serviços disponibilizados à população, com a finalidade 
de garantir os direitos mínimos de acesso à saúde, educação, 
habitação, saneamento básico, entre outros.
Assistencialismo
É a prática oposta da política de Assistência Social. Ações 
assistencialistas são caracterizadas como doações, caridade ou 
ajuda. Também configura assistencialismo a troca de favores, 
como, por exemplo, a entrega de cestas básicas em campanhas 
eleitorais visando ao voto.
Assistência Social Política Pública de DIREITO de todo o cidadão e de dever do Estado.
FONTE: As autoras
QUADRO 1 – CONCEITOSBÁSICOS
De acordo com este quadro, podemos citar como exemplo uma expressão muito 
comum utilizada por leigos: “o assistente social é formado em Assistência Social”. 
Acadêmico(a), no decorrer da sua atuação como profissional você 
certamente se deparará com falas como a do exemplo citado. Por esta questão, 
temos que ter muita clareza em relação ao significado da terminologia ligada à 
profissão, para assim poder fazer a defesa da interpretação correta. 
Também devemos abolir a ideia de que o assistente social é um profissional 
que atua somente com a preocupação de ajudar as pessoas nas situações mais 
vulneráveis, ou ainda que só atua junto à população menos favorecida. 
Enfim, o assistente social é formado e é profissional de Serviço 
Social, atua no campo da Assistência Social prestando serviços sociais e 
desenvolvendo ações que designam o combate ao assistencialismo, através 
do fortalecimento e acesso aos direitos sociais para todo cidadão.
6
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou:
• A trajetória do Serviço Social enquanto profissão.
• O Serviço Social enquanto profissão reconhecida.
• A questão social como objeto da prática do assistente social.
• A questão social e suas expressões.
• A equivocada interpretação existente da terminologia ligada à profissão.
• Serviço Social como profissão.
• Assistência social como política pública.
• Assistente social como profissional de Serviço Social.
• Assistencialismo como uma prática de caridade, ajuda e dominação do usuário.
• Serviços sociais como serviços de acesso à população.
7
AUTOATIVIDADE
1 Descreva uma ação assistencialista que você pode observar em seu município. 
Depois, realize um debate com seus colegas sobre essa temática.
2 Reflita sobre a atuação do profissional de Serviço Social e elabore um texto.
8
9
TÓPICO 2
LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 ASSISTÊNCIA SOCIAL
A Lei Orgânica de Assistência Social brasileira define que a assistência 
social é de direito de todo cidadão e é dever do Estado garantir mínimos sociais 
de sobrevivência. Mas, o que se pode compreender por assistência social?
Neste tópico abordaremos uma breve compreensão do significado da 
assistência social e apresentaremos na íntegra a Lei Orgânica de Assistência Social.
Popularmente podemos dizer que a assistência social é aquela política 
pública que promove os direitos sociais dos cidadãos de uma determinada 
sociedade.
Observamos que a Constituição Federal do Brasil, de 1988, inseriu em seu 
contexto pela primeira vez a questão da assistência social, como podemos ver no 
seu artigo a seguir:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
FONTE: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/.../constituicao/constituiçao.htm>. Acesso em: 19 out. 
2009. 
A partir daí consolida-se a Lei Orgânica da Assistência Social, na qual se 
busca definir novas colocações e diretrizes no que diz respeito aos direitos sociais, 
propiciando e incentivando que todas as estruturas de gestão e serviços sejam 
praticadas de forma mais participativa, democrática e descentralizada.
Neste momento, faz-se necessário percorrermos um pouco a história da 
assistência social no Brasil para assim compreendermos um pouco mais do significado 
e importância da assistência social. Para isto, sugiro a leitura do texto a seguir:
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
10
UM POUCO DA HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO 
BRASIL 
As primeiras iniciativas de atendimento aos necessitados ocorreram no 
seio das igrejas, especialmente da Igreja Católica. As ações sociais das ordens 
religiosas assumiam seu compromisso com os pobres com base na caridade e 
generosidade cristã desenvolvendo ações de benemerência que ocorriam de 
forma individualizada – na concessão de esmolas ou auxílio material, ou em 
atividades regulamentadas e organizadas. A partir do século XVIII a igreja criou 
as estruturas de coleta de doações, estabeleceu a oferta de serviços e construiu 
inúmeras “obras pias”, localizadas ao lado das igrejas e dos conventos religiosos. 
As Santas Casas de Misericórdia se tornaram as instituições mais 
conhecidas da igreja ao longo dos séculos XVIII e XIX e a partir delas as 
diversas necessidades emergenciais da população eram atendidas. O 
aumento das demandas sociais levou as diretorias a organizar instituições 
regulares de atendimento coletivo: na área da saúde foram criados hospitais 
especializados, como aqueles que atendiam exclusivamente os doentes de 
hanseníase ou tuberculose; para o atendimento aos desamparados surgiram 
as “rodas dos expostos” ou “roda dos enjeitados” – um recurso para manter 
em sigilo a identidade dos pais que abandonavam seus filhos aos cuidados 
de amas e irmãs de caridade.
NOTA
A Roda dos Expostos era uma porta cilíndrica que continha um compartimento 
onde eram depositadas as crianças abandonadas pelos pais. Permitia que, ao se girar o 
equipamento, a criança passasse para o lado de dentro do cilindro, sem que se soubesse a 
identidade de quem a deixara. O recurso foi utilizado para se evitar o abandono de crianças 
em locais inadequados em que ficavam ao relento e sem cuidados. A Roda dos Expostos de 
São Paulo foi desativada em 1927.
A partir de 1822, com a população das cidades aumentando, cresceu 
também o número de crianças abandonadas e perambulantes o que levou 
as Santas Casas à criação de inúmeras instituições sociais para órfãos, 
abandonados e outros necessitados. Surgiam assim as grandes instituições 
de cuidados que se baseavam na internação e no isolamento social como os 
asilos, hospitais de insanos ou doentes crônicos, orfanatos e educandários. 
Os recursos para este atendimento deveriam ser providos pelas Câmaras 
Municipais ou Assembleias Provinciais.
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
11
A superlotação das obras sociais obrigava as instituições a inúmeras 
adequações e à construção de novas unidades. No final do século XIX, o 
aumento do êxodo rural, a introdução do trabalho assalariado e o fim da 
escravatura fizeram surgir o movimento higienista – uma associação entre a 
assistência e a medicina social para proteger as cidades do grande número de 
inválidos, órfãos e delinquentes. Médicos higienistas e juristas sob influência 
das ideias iluministas tentaram introduzir conceitos e técnicas “científicas” 
nos serviços sociais existentes cujas práticas consideravam ultrapassadas. 
(BAPTISTA, 2006).
No período da gênese do Serviço Social como profissão e sua entrada 
na universidade como área acadêmica de formação, a questão social esteve 
fortemente vinculada à doutrina social da Igreja inspirada nas encíclicas papais 
Rerum Novarum de 1891 e Quadragésimo Ano de 1931 (MESTRINER, 2005). 
Num contexto político de surgimento e consolidação dos ideais socialistas na 
Europa, a Igreja se coloca ao lado dos pobres e explorados, mas adota uma 
posição humanista, aceitando o capitalismo como modelo. (MANRIQUE, 2006).
Em São Paulo, no início do século XIX e início do século XX, a chegada 
de inúmeros imigrantes levou ao desamparo algumas famílias ou pessoas 
estrangeiras que não conseguiam sua manutenção econômica num novo 
país. Isto estimulou alguns grupos étnicos como os japoneses, portugueses, 
italianos, libaneses, judeus, entre outros, a criarem as sociedades de auxílio 
mútuo para ajudar seus compatriotas.
Por volta dos anos 20, quando a assistência social começou a ser 
assumida legalmente pelo Estado, esta manteve ainda uma relação orgânica 
com a filantropia embora já se prenunciasse uma crescente laicização e 
profissionalização da área. Num processo contraditório, a assistência se 
instala como política social de responsabilidade pública, mas se realiza 
sempre mediada pela ação das organizaçõessem fins lucrativos, muitas 
delas inspiradas nos ideais de benemerência ou filantropia dos primeiros 
momentos da assistência social. 
A ordem social estabelecida no governo Vargas deu nova interpretação 
aos problemas sociais introduzindo na Constituição de 1934 o dever do Estado 
de prover condições à preservação física e moral da infância e da juventude 
e de garantir o auxílio do Estado aos pais miseráveis que não conseguissem 
garantir a subsistência de seus filhos (BAPTISTA, 2006). Este período, segundo 
Mestriner (2006), se caracterizou pela filantropia disciplinadora que respondia 
à exigência de se preparar, amparar e educar o trabalhador para ser produtivo 
adaptando-se ao novo mercado de trabalho. 
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
12
O modo de atuação da assistência social nas primeiras décadas do século 
XX mantinha ainda um caráter paternalista: ofertava o auxílio ou a ajuda 
material, mas mantinha o beneficiado na condição de pobreza e subalternidade. 
A crítica aos trabalhos de cunho assistencialista marcou o discurso das ciências 
sociais nos anos 70 e 80; nele defendia-se a ideia de que era preciso não apenas 
“dar o peixe”, mas “ensinar a pescar”, sugerindo uma atuação que promovesse 
alterações mais diretas na qualidade de vida dos assistidos e que não apenas 
atendesse às suas necessidades imediatas.
NOTA
Segundo Sposati, o assistencialismo [...] é o acesso a um bem através de uma 
benesse, de doação, isto é, supõe sempre um doador e um receptor. Este é transformado em 
um dependente, um apadrinhado, um devedor [...].
Num contexto histórico, econômico e social bastante heterogêneo e 
contraditório, os políticos logo descobriram as vantagens da ajuda aos pobres 
como moeda eleitoral. A assistência social nesta perspectiva foi usada como um 
recurso clientelista que mantinha os usuários como devedores dependentes 
e manobrados pelo poder político do “doador”. Complementarmente, em 
muitos estados e municípios a assistência social pública era (e continua 
sendo) exercida pelas primeiras-damas institucionalizando o assistencialismo 
e conservando um caráter de “favor” transfigurado em benevolência, que 
mantém os usuários como “carentes” ou “assistidos” e não como beneficiários 
de um direito social. A assistência assim conduzida instalava-se na periferia da 
política pública, embora carregasse uma aura de importância pela proximidade 
com o poder na figura da mulher do governante. 
Em plena vigência da ditadura, a luta pela melhoria das condições objetivas 
de vida do povo, embora mantivesse um discurso crítico, se dava por um pacto 
associativo com o Estado buscando ampliar a oferta de serviços e programas sociais 
nas comunidades. Isto levou as organizações de trabalho social a criarem serviços 
que processavam demandas não atendidas por outras políticas sociais como, por 
exemplo, os programas de habitação popular, cursos profissionalizantes, creches 
e programas educativos complementares à escola, entre outros. 
A criação de unidades de atendimento com características de instituição 
total continuou durante a maior parte do século XX, mas já no final dos anos 40 se 
denunciavam as precárias condições e a inadequação das formas institucionais 
de atendimento às crianças abandonadas e aos “menores delinquentes”. Tais 
questionamentos foram reiterados em muitos fóruns e seminários sociais e, 
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
13
nos anos seguintes, a pressão por soluções para a “questão social” resultou 
em iniciativas diretas ou indiretas do governo, que tentava incorporar uma 
dimensão técnica e científica aos programas. Buscou-se organizar e estruturar 
os serviços voluntários e incorporar ao serviço público os profissionais das 
ciências sociais, especialmente assistentes sociais, mas também psicólogos, 
pedagogos e psiquiatras visando substituir o padrão assistencialista e repressor 
pelo padrão técnico então difundido pelas ciências. 
O ESTADO SOCIAL BRASILEIRO
Enquanto nos países centrais se forjava o chamado Estado de Bem-Estar 
Social ou Welfare State, como alternativa de regulação da economia capitalista, 
no Brasil “o Welfare State surge a partir de decisões autárquicas e com caráter 
predominantemente político”, normatizando as condições de trabalho e 
a venda da força de trabalho (MEDEIROS, 2001). O empobrecimento da 
população é novamente suavizado pelas ações assistenciais e pela criação 
de grandes organismos nacionais de política social. Por esta razão muitos 
autores recusam a ideia de que exista ou tenha existido no Brasil um Estado 
de Bem-Estar Social considerando que algumas políticas de seguridade social 
focalizadas e descontínuas não são em nada similares em cobertura e natureza 
aos processos que ocorreram na Europa. (GOMES, 2006). 
Apesar do avanço político com o retorno à democracia e do aumento 
da participação popular, no final da década de 80 as políticas sociais ficaram 
estagnadas ou se retraíram; e o resgate da “dívida social” não passou de retórica 
frente ao avanço das medidas de ajuste macroeconômico. A desativação das 
estruturas públicas no campo social desarticulou serviços e deu espaço ao 
retorno das ações assistencialistas e clientelísticas.
O desmantelamento das agências públicas de nível nacional e suas 
regionais – Legião Brasileira de Assistência – LBA e Centro Brasileiro 
para a Infância e Adolescência – CBIA –, justificado pela necessidade de 
descentralização, apontou para o município como “lócus” privilegiado da 
ação social. Entretanto, os municípios e os agentes municipais ainda estavam 
despreparados e sem recursos para atender às demandas não incorporadas “à 
cultura burocrática e política local. Isto provocou a descontinuidade e a baixa 
qualidade na oferta de serviços.
A desarticulação entre os diferentes níveis de governo nesta fase tornou 
confusas as ações de assistência social. Até mesmo entre órgãos do mesmo 
governo prevalecia a irracionalidade administrativa com a superposição de 
programas e projetos. Essa descoordenação provocava o desperdício de recursos 
públicos, principalmente aqueles destinados ao financiamento de serviços 
assistenciais prestados pela rede de entidades sociais não governamentais. 
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
14
O marco importante em termos legais se deu com a Constituição Federal 
de 1988 quando a assistência social ganhou o estatuto de política social, 
compondo o tripé da seguridade social com a política de saúde e a previdência 
social. Entretanto, as mudanças legais não se objetivam imediatamente, pois 
encontram estruturas e culturas moldadas pela forma de atuação fragmentada, 
pela resistência, explícita ou implícita, dos “feudos” de poder dos políticos e 
dos agentes sociais públicos ou privados e pelo despreparo dos funcionários. 
A partir da Constituição ocorreram outras regulamentações como a Lei 
Orgânica da Assistência Social – LOAS e o Estatuto da Criança e do Adolescente 
– ECA. Mais recentemente a aprovação do Sistema Único da Assistência Social 
– SUAS e da NOB – Norma Operacional Básica da Assistência Social, conferem 
um novo status e um desafio maior à política pública de assistência social. Essas 
normas legais evidenciam que este é um campo ainda em construção que transita 
do antigo modelo para um novo estatuto em que a assistência se coloca como 
direito social, mesmo que ainda esteja muito longe sua efetiva concretização. 
Os ventos favoráveis à descentralização e à municipalização das políticas 
sociais deram maior autonomia aos programas locais e garantiram maior 
proximidade com a população. Além disso, foram ampliados os canais de 
participação social, através dos Conselhos Municipais, e houve maior estímulo 
à articulação das políticas setoriais. 
Se, historicamente, foi no plano organizacional e burocrático que se 
enraizaram as mais fortes contradições da área de assistência social é também 
neste campo que vem se desenvolvendo a reestruturação atual da política de 
assistência,que tem como diretrizes a participação da sociedade, a integração 
dos programas e a descentralização político- administrativa. Uma nova 
regulação impõe hoje um novo modelo de atuação, mas ela não se faz sem a 
superação de atitudes e culturas enraizadas na tradição social brasileira.
FONTE: GUARÁ, Isa Maria F. Rosa; JESUS, Neusa Francisca de. Assistência social e proteção 
social: uma nova história. Fundação João Mangabeira: Escola de Formação Política Miguel 
Arraes, jun. 1991. p. 4-9. Disponível em: <www.tvjoaomangabeira.com.br/.../Texto_Ref_Modulo_
II_Aula-04.doc>. Acesso em: 30 jul. 2009.
NOTA
E aí, conseguiu entender um pouco mais a respeito da assistência social no 
Brasil?
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conteúdos, sugerimos a leitura do texto 
completo de GUARÁ, Isa Maria F. Rosa; JESUS, Neusa Francisca de. Assistência social e 
proteção social: uma nova história.
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
15
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
CAPÍTULO I
Das Definições e dos Objetivos
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, 
realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da 
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Art. 2º A assistência social tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de 
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada 
às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos 
mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências 
sociais e à universalização dos direitos sociais.
Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de assistência social 
aquelas que prestam, sem fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos 
beneficiários abrangidos por esta lei, bem como as que atuam na defesa e 
garantia de seus direitos.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e das Diretrizes
SEÇÃO I
Dos Princípios
Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências 
de rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da 
ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito 
a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
3 LEI Nº 1.605, DE 25 DE AGOSTO DE 1993, INSTITUI A 
LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS
Apresentaremos neste tópico a Lei nº 1.605, de 25 de agosto de 1993, que 
institui a Lei Orgânica de Assistência Social, nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
16
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de 
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
 V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos 
critérios para sua concessão.
SEÇÃO II
Das Diretrizes
Art. 5º A organização da assistência social tem como base as seguintes 
diretrizes:
I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, 
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de 
assistência social em cada esfera de governo.
CAPÍTULO II
Da Organização e da Gestão
Art. 6º As ações na área de assistência social são organizadas em sistema 
descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações 
de assistência social abrangidas por esta lei, que articule meios, esforços e 
recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas compostas pelos 
diversos setores envolvidos na área.
Parágrafo único. A instância coordenadora da Política Nacional de 
Assistência Social é o Ministério do Bem-Estar Social.
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito das entidades e organizações 
de assistência social, observarão as normas expedidas pelo Conselho Nacional 
de Assistência Social (CNAS), de que trata o art. 17 desta lei.
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observados 
os princípios e diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão suas respectivas 
Políticas de Assistência Social.
Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações de assistência social 
depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência 
Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso.
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios de inscrição e 
funcionamento das entidades com atuação em mais de um município no 
mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou Distrito Federal.
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência Social e ao Conselho de 
Assistência Social do Distrito Federal a fiscalização das entidades referidas no 
caput na forma prevista em lei ou regulamento.
§ 3o A inscrição da entidade no Conselho Municipal de Assistência Social, 
ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, é condição essencial 
para o encaminhamento de pedido de registro e de certificado de entidade 
beneficente de assistência social junto ao Conselho Nacional de Assistência 
Social - CNAS. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001.) 
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
17
§ 4º As entidades e organizações de assistência social podem, para 
defesa de seus direitos referentes à inscrição e ao funcionamento, recorrer aos 
Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.
Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal podem 
celebrar convênios com entidades e organizações de assistência social, em 
conformidade com os Planos aprovados pelos respectivos Conselhos.
Art. 11. As ações das três esferas de governo na área de assistência social 
realizam-se de forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e execução dos programas, em suas respectivas 
esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Art. 12. Compete à União:
I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação 
continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal;
II - apoiar técnica e financeiramente os serviços, os programas e os 
projetos de enfrentamento da pobreza em âmbito nacional;
III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência.
Art. 13. Compete aos Estados:
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação 
no custeio do pagamento dos auxílios natalidade e funeral, mediante critérios 
estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social;
II - apoiar técnica e financeiramente os serviços, os programas e os 
projetos de enfrentamento da pobreza em âmbito regional ou local;
III - atender, em conjunto com os Municípios, às ações assistenciais de 
caráter de emergência;
IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e 
consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social;
V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ouausência de demanda 
municipal justifiquem uma rede regional de serviços, desconcentrada, no 
âmbito do respectivo Estado.
Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
I - destinar recursos financeiros para o custeio do pagamento dos 
auxílios natalidade e funeral, mediante critérios estabelecidos pelo Conselho 
de Assistência Social do Distrito Federal;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a 
parceria com organizações da sociedade civil;
IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei.
Art. 15. Compete aos Municípios:
I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos auxílios 
natalidade e funeral, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos 
Municipais de Assistência Social;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a 
parceria com organizações da sociedade civil;
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
18
IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;
V - prestar os serviços assistenciais de que trata o art. 23 desta lei.
Art. 16. As instâncias deliberativas do sistema descentralizado e 
participativo de assistência social, de caráter permanente e composição 
paritária entre governo e sociedade civil, são:
I - o Conselho Nacional de Assistência Social;
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social;
III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;
IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social.
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), 
órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão da 
Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional 
de Assistência Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente da República, 
têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual período.
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é composto por 
18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao 
órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da 
Política Nacional de Assistência Social, de acordo com os critérios seguintes:
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante 
dos Estados e 1 (um) dos Municípios;
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre representantes 
dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades e organizações de 
assistência social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio sob 
fiscalização do Ministério Público Federal.
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é presidido por 
um de seus integrantes, eleito dentre seus membros, para mandato de 1 (um) 
ano, permitida uma única recondução por igual período.
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) contará com 
uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em ato do 
Poder Executivo.
§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16 deverão 
ser instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos 
Municípios, mediante lei específica.
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assistência Social:
I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social;
II - normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza 
pública e privada no campo da assistência social;
III - observado o disposto em regulamento, estabelecer procedimentos 
para concessão de registro e certificado de entidade beneficente de assistência 
social às instituições privadas prestadoras de serviços e assessoramento 
de assistência social que prestem serviços relacionados com seus objetivos 
institucionais (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.187-13, de 2001);
IV - conceder registro e certificado de entidade beneficente de assistência 
social (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001);
V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de 
assistência social;
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
19
VI - a partir da realização da II Conferência Nacional de Assistência Social 
em 1997, convocar ordinariamente a cada quatro anos a Conferência Nacional 
de Assistência Social, que terá a atribuição de avaliar a situação da assistência 
social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema (Redação dada 
pela Lei nº 9.720, de 26.4.1991);
VII - (Vetado)
VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social 
a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável 
pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social;
IX - aprovar critérios de transferência de recursos para os Estados, 
Municípios e Distrito Federal, considerando, para tanto, indicadores que 
informem sua regionalização mais equitativa, tais como: população, renda 
per capita, mortalidade infantil e concentração de renda, além de disciplinar 
os procedimentos de repasse de recursos para as entidades e organizações 
de assistência social, sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes 
Orçamentárias;
X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os ganhos 
sociais e o desempenho dos programas e projetos aprovados;
XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anuais e 
plurianuais do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS);
XII - indicar o representante do Conselho Nacional de Assistência Social 
(CNAS) junto ao Conselho Nacional da Seguridade Social;
XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;
XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as suas decisões, 
bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os 
respectivos pareceres emitidos.
Parágrafo único. Das decisões finais do Conselho Nacional de Assistência 
Social, vinculado ao Ministério da Assistência e Promoção Social, relativas à 
concessão ou renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência 
Social, caberá recurso ao Ministro de Estado da Previdência Social, no prazo de 
trinta dias, contados da data da publicação do ato no Diário Oficial da União, 
por parte da entidade interessada, do Instituto Nacional do Seguro Social - 
INSS ou da Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda (Incluído 
pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003); 
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pública Federal responsável 
pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social:
I - coordenar e articular as ações no campo da assistência social;
II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) a Política 
Nacional de Assistência Social, suas normas gerais, bem como os critérios de 
prioridade e de elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação de 
benefícios, serviços, programas e projetos;
III - prover recursos para o pagamento dos benefícios de prestação 
continuada definidos nesta lei;
IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da assistência social, 
em conjunto com as demais da Seguridade Social;
V - propor os critérios de transferência dos recursos de que trata esta lei;
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
20
VI - proceder à transferência dos recursos destinados à assistência social, 
na forma prevista nesta lei;
VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS) relatórios trimestrais e anuais de atividades e de realização 
financeira dos recursos;
VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios e às entidades e organizações de assistência social;
IX - formular política para a qualificação sistemática e continuada de 
recursos humanos no campo da assistência social;
X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as análises de 
necessidades e formulação de proposições para a área;
XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades 
e organizações de assistência social, emarticulação com os Estados, os 
Municípios e o Distrito Federal;
XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas políticas de saúde 
e previdência social, bem como com os demais responsáveis pelas políticas 
socioeconômicas setoriais, visando à elevação do patamar mínimo de 
atendimento às necessidades básicas;
XIII - expedir os atos normativos necessários à gestão do Fundo Nacional 
de Assistência Social (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS);
XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistência Social 
(CNAS) os programas anuais e plurianuais de aplicação dos recursos do 
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
CAPÍTULO IV
Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos Projetos de Assistência 
Social
SEÇÃO I
Do Benefício de Prestação Continuada
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) 
salário-mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 
70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como família o conjunto 
de pessoas elencadas no art. 16 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que 
vivam sob o mesmo teto (Redação dada pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
§ 2º Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa portadora de 
deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora 
de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 
(um quarto) do salário-mínimo.
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo 
beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro 
regime, salvo o da assistência médica.
§ 5º A situação de internado não prejudica o direito do idoso ou do 
portador de deficiência ao benefício.
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
21
§ 6o A concessão do benefício ficará sujeita a exame médico pericial e 
laudo realizados pelos serviços de perícia médica do Instituto Nacional do 
Seguro Social – INSS (Redação dada pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no município de residência 
do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu 
encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura 
(Redação dada pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser declarada pelo 
requerente ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos 
previstos no regulamento para o deferimento do pedido (Redação dada pela 
Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 
(dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas 
as condições referidas no caput, ou em caso de morte do beneficiário.
§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na 
sua concessão ou utilização.
SEÇÃO II
Dos Benefícios Eventuais
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais aqueles que visam ao 
pagamento de auxílio por natalidade ou morte às famílias cuja renda mensal 
per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
§ 1º A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão 
regulamentados pelos Conselhos de Assistência Social dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, mediante critérios e prazos definidos pelo Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS).
§ 2º Poderão ser estabelecidos outros benefícios eventuais para atender 
necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária, com 
prioridade para a criança, a família, o idoso, a pessoa portadora de deficiência, 
a gestante, a nutriz e nos casos de calamidade pública.
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), ouvidas as 
respectivas representações de Estados e Municípios dele participantes, poderá 
propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das três esferas de 
governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e 
cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de 
idade, nos termos da renda mensal familiar estabelecida no caput.
SEÇÃO III
Dos Serviços
Art. 23. Entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas 
que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para 
as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes 
estabelecidas nesta lei.
Parágrafo único. Na organização dos serviços da Assistência Social serão 
criados programas de amparo: (Redação dada pela Lei nº 11.258, de 2005).
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
22
I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em 
cumprimento ao disposto no art. 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069, 
de 13 de julho de 1990; (Incluído pela Lei nº 11.258, de 2005);
II - às pessoas que vivem em situação de rua. (Incluído pela Lei nº 11.258, 
de 2005).
SEÇÃO IV
Dos Programas de Assistência Social
Art. 24. Os programas de assistência social compreendem ações 
integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência 
definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços 
assistenciais.
§ 1º Os programas de que trata este artigo serão definidos pelos respectivos 
Conselhos de Assistência Social, obedecidos os objetivos e princípios que 
regem esta lei, com prioridade para a inserção profissional e social.
§ 2º Os programas voltados ao idoso e à integração da pessoa portadora 
de deficiência serão devidamente articulados com o benefício de prestação 
continuada estabelecido no art. 20 desta lei.
SEÇÃO V
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a 
instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando 
subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, 
capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de 
subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio 
ambiente e sua organização social.
Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento da pobreza assentar-
se-á em mecanismos de articulação e de participação de diferentes áreas 
governamentais e em sistema de cooperação entre organismos governamentais, 
não governamentais e da sociedade civil.
CAPÍTULO V
Do Financiamento da Assistência Social
Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comunitária (FUNAC), 
instituído pelo Decreto nº 91.970, de 22 de novembro de 1985, ratificado pelo 
Decreto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990, transformado no Fundo 
Nacional de Assistência Social (FNAS).
Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos 
estabelecidos nesta lei far-se-á com os recursos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, das demais contribuições sociais previstas 
no art. 195 da Constituição Federal, além daqueles que compõem o Fundo 
Nacional de Assistência Social (FNAS).
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela 
coordenação da Política Nacional de Assistência Social gerir o Fundo Nacional 
de Assistência Social (FNAS) sob a orientação e controle do Conselho Nacional 
de Assistência Social (CNAS).
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
23
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a 
contar da data de publicação desta lei, sobre o regulamento e funcionamento 
do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Art. 28-A. Constitui receita do Fundo Nacional de Assistência Social, o 
produto da alienação dos bens imóveis da extinta Fundação Legião Brasileira 
de Assistência (Incluído pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001).
Art. 29. Os recursos de responsabilidadeda União destinados à 
assistência social serão automaticamente repassados ao Fundo Nacional de 
Assistência Social (FNAS), à medida que se forem realizando as receitas.
Parágrafo único. Os recursos de responsabilidade da União destinados 
ao financiamento dos benefícios de prestação continuada, previstos no art. 20, 
poderão ser repassados pelo Ministério da Previdência e Assistência Social 
diretamente ao INSS, órgão responsável pela sua execução e manutenção 
(Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e 
ao Distrito Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e 
funcionamento de:
I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo 
e sociedade civil;
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos 
Conselhos de Assistência Social;
III - Plano de Assistência Social.
Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência de recursos 
do FNAS aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a comprovação 
orçamentária dos recursos próprios destinados à Assistência Social, alocados 
em seus respectivos Fundos de Assistência Social, a partir do exercício de 1999 
(Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998).
CAPÍTULO VI
Das Disposições Gerais e Transitórias
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efetivo respeito aos direitos 
estabelecidos nesta lei.
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da 
publicação desta lei, obedecidas as normas por ela instituídas, para elaborar 
e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a extinção e reordenamento dos 
órgãos de assistência social do Ministério do Bem-Estar Social.
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá formas de transferências 
de benefícios, serviços, programas, projetos, pessoal, bens móveis e imóveis 
para a esfera municipal.
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicará Comissão 
encarregada de elaborar o projeto de lei de que trata este artigo, que contará 
com a participação das organizações dos usuários, de trabalhadores do setor e 
de entidades e organizações de assistência social.
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
24
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias da promulgação 
desta lei, fica extinto o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), revogando-
se, em consequência, os Decretos-Lei nº 525, de 1º de julho de 1938, e nº 657, de 
22 de julho de 1943.
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências necessárias para a 
instalação do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e a transferência 
das atividades que passarão à sua competência dentro do prazo estabelecido 
no caput, de forma a assegurar não haja solução de continuidade.
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput será transferido, no prazo 
de 60 (sessenta) dias, para o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), 
que promoverá, mediante critérios e prazos a serem fixados, a revisão dos 
processos de registro e certificado de entidade de fins filantrópicos das 
entidades e organização de assistência social, observado o disposto no art. 3º 
desta lei.
Art. 34. A União continuará exercendo papel supletivo nas ações de 
assistência social, por ela atualmente executadas diretamente no âmbito dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, visando à implementação do 
disposto nesta lei, por prazo máximo de 12 (doze) meses, contados a partir da 
data da publicação desta lei.
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela 
coordenação da Política Nacional de Assistência Social operar os benefícios de 
prestação continuada de que trata esta lei, podendo, para tanto, contar com o 
concurso de outros órgãos do Governo Federal, na forma a ser estabelecida em 
regulamento.
Parágrafo único. O regulamento de que trata o caput definirá as formas 
de comprovação do direito ao benefício, as condições de sua suspensão, os 
procedimentos em casos de curatela e tutela e o órgão de credenciamento, de 
pagamento e de fiscalização, dentre outros aspectos.
Art. 36. As entidades e organizações de assistência social que incorrerem 
em irregularidades na aplicação dos recursos que lhes forem repassados 
pelos poderes públicos terão cancelado seu registro no Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS), sem prejuízo de ações cíveis e penais.
Art. 37. O benefício de prestação continuada será devido após o 
cumprimento, pelo requerente, de todos os requisitos legais e regulamentares 
exigidos para a sua concessão, inclusive apresentação da documentação 
necessária, devendo o seu pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco 
dias após cumpridas as exigências de que trata este artigo (Redação dada pela 
Lei nº 9.720, de 30.11.1998). 
Parágrafo único. No caso de o primeiro pagamento ser feito após o prazo 
previsto no caput, aplicar-se-á na sua atualização o mesmo critério adotado 
pelo INSS na atualização do primeiro pagamento de benefício previdenciário 
em atraso (Incluído pela Lei n. 9.720, de 30.11.1998).
Art. 38. A idade prevista no art. 20 desta Lei reduzir-se-á para sessenta 
e sete anos a partir de 1o de janeiro de 1998 (Redação dada pela Lei nº 9.720, 
de 30.11.1998).
TÓPICO 2 | LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
25
Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), por decisão 
da maioria absoluta de seus membros, respeitados o orçamento da seguridade 
social e a disponibilidade do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), 
poderá propor ao Poder Executivo a alteração dos limites de renda mensal per 
capita definidos no § 3º do art. 20 e caput do art. 22.
Art. 40. Com a implantação dos benefícios previstos nos artigos 20 e 22 
desta lei, extinguem-se a renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o auxílio-
funeral existentes no âmbito da Previdência Social, conforme o disposto na Lei 
nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
§ 1º A transferência dos benefíciários do sistema previdenciário para 
a assistência social deve ser estabelecida de forma que o atendimento à 
população não sofra solução de continuidade (Redação dada pela Lei nº 9.711, 
de 20.11.1998).
§ 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao inválido o direito de 
requerer a renda mensal vitalícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995, 
desde que atenda, alternativamente, aos requisitos estabelecidos nos incisos I, 
II ou III do § 1º do art. 139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Redação dada 
pela Lei nº 9.711, de 20.11.1998).
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da Independência e 105º da República.
ITAMAR FRANCO Jutahy Magalhães Júnior
FONTE: BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Lei Orgânica da Assistência Social. 
Brasilia: DF, 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8742.htm>. 
Acesso em: 16 jun. 2009.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou:
• Um pouco da história da Assistência Social no Brasil.
• A Lei Orgânica de Assistência Social está dividida nos seguintes capítulos:
• Capítulo I – Das Definições e dos Objetivos.
• Capítulo II – Dos Princípios e das Diretrizes.
• Capítulo III – Da Organização e da Gestão.
• Capítulo IV – Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos Projetos 
de Assistência Social.
• Capítulo V – Do Financiamento da Assistência Social.
• Capítulo VI – Das Disposições Gerais e Transitórias.
27
AUTOATIVIDADE
1 Faça um texto de compreensão, relacionando-o com os termos descritos na 
Lei Orgânica de Assistência Social, destacando os principais tópicos que, para 
você, tiveram maior relevância. 
28
29
TÓPICO 3
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
A partir da Constituição Federal de 1988, a Assistência Social passa a 
ter novas concepções e se constitui como uma ferramenta de gestão da Política 
Nacional de Assistência Social, inclusa nosistema de Seguridade Social. Porém, 
foi regulamentada como política social pública com a aprovação da Lei Orgânica 
de Assistência Social em 1993. 
Neste tópico, pretendemos discutir de forma bem objetiva a Assistência 
Social como política pública, a divisão dos dois níveis de proteção e como 
gestão desta política o Sistema Único de Assistência Social, na compreensão 
do cidadão como possuidor de direitos, dos programas, serviços e projetos de 
responsabilização estatal.
O princípio organizativo da assistência social baseado num modelo 
sistêmico aponta para a ruptura do assistencialismo, da benemerência, de ações 
fragmentadas, ao sabor dos interesses coronelistas e eleitoreiros. Afirma a 
assistência social como uma política pública, dever do Estado e direito de todos 
os cidadãos, com a afirmação do controle social por parte da sociedade civil. 
Conforme estabelece o artigo 1º da LOAS – Lei Orgânica de Assistência 
Social, estudada no tópico anterior, “[...] a assistência social, direito do cidadão e 
dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os 
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de iniciativa pública 
e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”.
A partir da LOAS, a assistência social torna-se uma política social pública, 
desenvolvendo ações com visibilidade nos direitos, universalização do acesso 
a serviços, programas e projetos e também responsabilizando o Estado como 
órgão gestor e financiador. Nesta direção, a política de assistência social passa a 
fazer parte da configuração de um tripé conjunto com outras políticas: saúde e 
previdência social. 
Com a tentativa de unificar a Assistência Social em todo o território 
nacional e garantir política pública, surge o Sistema Único de Assistência Social – 
SUAS, conforme veremos a seguir.
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
30
NOTA
A Política Nacional de Assistência Social poderá ser lida na íntegra, através do site 
<www.mds.gov.br/servicos/pss-2008/processo.../pnas_final.pdf>.
3 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS
Na tentativa de consolidar a Assistência Social como política pública 
gerida pelo Estado, foi criado em 2005 o Sistema Único de Assistência Social – 
SUAS, com o intuito de unificar a gestão, estabelecendo níveis diferenciados para 
os municípios, o financiamento e as ações de Assistência Social. 
Contudo:
[...] o SUAS é modelo de gestão descentralizado e participativo, 
constitui-se na regularização e organização em todo território nacional 
das ações sócio-assistenciais. Os serviços, programas, projetos e 
benefícios têm como foco prioritário a atenção às famílias, seus 
membros e indivíduos e o território como base de organização, que 
passam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número 
de pessoas que deles necessitam e pela sua complexidade, pressupõe 
ainda, gestão compartilhada, cofinanciamento da política pelas três 
esferas de governo e definição clara das competências técnico-políticas 
da União, Estados e Distrito Federal e Municípios, com a participação 
e mobilização da sociedade civil, e estes têm o papel efetivo na sua 
implantação e implementação (BRASIL, PNAS, 2004).
Nesta concepção, o SUAS é a organização de uma rede de serviços, ações 
e benefícios tendo sua centralidade pautada na família e na comunidade, com 
perspectiva na emancipação dos sujeitos sociais. Tem proposta de dois diferentes 
níveis de complexidade para as ações da Assistência Social, que passa a ser dividida 
em: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, como veremos a seguir.
3.1 PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
Segundo a Política Nacional de Assistência Social, a proteção social básica tem 
como objetivos prevenir as situações que apresentam risco através do desenvolvimento 
de potencialidades e aquisições, além do fortalecimento da convivência e vínculos 
familiares e comunitários de forma saudável. Destina-se à população em situação de 
vulnerabilidade social e econômica decorrente da privação de renda, precário acesso 
aos serviços públicos (habitação, saúde, educação), além da fragilização de vínculos 
afetivos relacionais e de pertencimento social por discriminação etária, gênero, étnica 
e também por alguma classificação de deficiência. 
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
31
Os serviços, programas, projetos e benefícios de Proteção Social Básica 
devem ter articulação com políticas públicas existentes no município, cuja 
responsabilização de execução é das três esferas do governo (União, Estado e 
Município), além de obrigatoriamente ter articulação com o Sistema Único de 
Assistência Social. Dentre os previstos, destaca-se o Programa de Atenção 
Integrada à Família e o Benefício de Prestação Continuada.
O Programa de Atenção Integrada à Família – PAIF –, tem como principal 
objetivo a promoção e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, e 
desenvolve suas ações centradas na família, contando com equipe multiprofissional, 
incluindo o assistente social, que deve informar, orientar e encaminhar a família 
atendida, na perspectiva da garantia de direitos e de serviços sócio-assistenciais 
existentes na rede de proteção social básica.
Já o Benefício de Prestação Continuada está previsto na Constituição 
Federal e regulamentado na Lei Orgânica de Assistência Social, garantindo o 
repasse de um salário-mínimo às pessoas idosas com idade superior a 65 anos, 
obedecendo aos critérios de renda estabelecidos na lei e para pessoas com algum 
tipo de deficiência cuja renda per capita familiar mensal seja igual ou inferior 
a ¼ do salário-mínimo vigente. Com a aprovação do Estatuto do Idoso (Lei nº 
10.741, de 1º de outubro de 2003), o Benefício de Prestação Continuada ganhou 
maior intensidade de fortalecimento como garantia, fazendo parte da política de 
proteção social básica. 
Estes programas são de competência direta do Governo Federal, com a 
garantia de existência em todos os municípios do território nacional. 
A proposta dos serviços de proteção social básica é buscar a garantia e a 
sustentabilidade das ações e o protagonismo da população atendida, de forma a 
suprir as condições de vulnerabilidade, além da proteção e prevenção de risco 
social (BRASIL. PNAS, 2004).
DICAS
Os serviços desenvolvidos pelas ONGs – Organizações Não Governamentais, 
ligadas à Assistência Social, também seguem este segmento estabelecido pela Política 
Nacional de Assistência Social. Caro(a) acadêmico(a), se você tiver interesse nesta discussão, 
sugiro que faça a leitura do artigo: <http://www.rededobem.org/arquivospdf/1383.pdf>.
Contudo, os serviços, programas, projetos e benefícios de Proteção 
Social Básica propostos na Política Nacional de Assistência Social podem ser 
desenvolvidos nos espaços dos Centros de Referência de Assistência Social – 
CRAS, previstos nesta Política, conforme veremos na discussão seguinte.
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
32
3.1.1 Centro de Referência da Assistência Social – CRAS
O Centro de Referência da Assistência Social constitui-se em um espaço 
público com base territorial, localizado em áreas comunitárias que apresentam 
alto índice de vulnerabilidade social e econômica, com presença de violação de 
direitos e negligência. Este espaço pode abranger até 1.000 (um mil) famílias 
atendidas em cada ano (BRASIL, PNAS, 2004).
Os serviços disponibilizados nos CRAS seguem o nível de Proteção 
Social Básica, desenvolvendo ações onde atuam com a população usuária em um 
contexto comunitário, visando à orientação e ao convívio familiar e comunitário 
de forma saudável. Busca integrar esta população em outros serviços sócio-
assistenciais do município, garantindo assim o acesso da população em toda a 
esfera da família, mantendo em execução o serviço da inclusão social.
Segundo a Política Nacional de Assistência Social, nos espaços dos 
CRAS, estão previstas as seguintes ações oferecidas para a comunidade de 
abrangência do CRAS:
- Programade Atenção Integral às Famílias.
- Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza.
- Centro de Convivência para Idosos.
- Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem ao fortalecimento dos vínculos 
familiares, ao direito de brincar, ações de socialização e de sensibilização para 
a defesa dos direitos das crianças.
- Serviços socioeducativos para crianças, adolescentes e jovens na faixa etária 
de 6 a 24 anos, visando à sua proteção, socialização e ao fortalecimento dos 
vínculos familiares e comunitários.
- Programas de incentivo ao protagonismo juvenil, e de fortalecimento dos 
vínculos familiares e comunitários.
- Centro de informação e de educação para o trabalho, voltado para jovens e 
adultos. 
FONTE: Brasil, PNAS (2004)
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
33
ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA
Marlova Jovchlovitch
O período pós-constitucional está marcado por uma série de modificações 
profundas no campo social e da cidadania. Conhecida como Constituição Cidadã, 
a Constituição Federal de 1988 inova em aspectos essenciais, especialmente no que 
concerne à descentralização político-administrativa, alterando as normas e regras 
centralizadoras e distribuindo melhor as competências entre o Poder Central 
(União) e os poderes regionais (Estados) e locais (Municípios). Também como a 
descentralização, aumenta o estímulo à maior participação das coletividades locais 
– sociedade civil organizada – e, portanto, ao processo de controle social. 
No que tange à questão social especificamente, a Constituição Federal de 
1988 introduziu um conceito novo: o conceito de seguridade social, incluindo aí o 
tripé saúde, previdência e assistência social. 
Hoje, a assistência social conta com sua Lei Orgânica específica (Lei 8.742 
de 07/12/93), a LOAS. 
Trata-se, mais do que um texto legal, de um conjunto de ideias, de concepção 
e de direitos. 
A LOAS introduz uma nova forma de discutir a questão da Assistência 
Social, substituindo a visão centrada na caridade e no favor. 
Historicamente, a assistência social tem sido vista como uma ação 
tradicionalmente paternalista e clientelista do poder público, associada às 
primeiras-damas, com um caráter de “benesse”, transformando o usuário na 
condição de “assistido”, “favorecido” e nunca como cidadão, usuário de um 
serviço a que tem direito. 
Da mesma forma confundia-se a assistência social com a caridade da igreja, 
com a ajuda aos pobres e necessitados. Assim, tradicionalmente a assistência social 
era vista como assistencialista. 
É preciso diferenciar os conceitos de assistência social e assistencialismo. 
O Assistencialismo reproduzido nas políticas governamentais de corte social, 
ao contrário de caminhar na direção da consolidação de um direito, reforça os 
mecanismos seletivos como forma de ingresso das demandas sociais e acentua o 
caráter eventual e fragmentado das respostas dadas à problemática social. 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
34
As políticas sociais governamentais são entendidas como um movimento 
multidirecional resultante do confronto de interesses contraditórios e também 
enquanto mecanismos de enfrentamento da questão social, resultantes do 
agravamento da crise socioeconômica, das desigualdades sociais, da concentração 
de renda e da agudização da pauperização da população. 
Assim, a assistência social era vista de forma dicotomizada, com caráter 
residual, próxima das práticas filantrópicas, um espaço de reprodução da exclusão 
e privilégios e não como mecanismo possível de universalização de direitos sociais. 
A Assistência sempre se apresentou aos segmentos progressistas da sociedade 
como uma prática e não como uma política. Era vista até como necessária, mas vazia 
de “consequências transformadoras”. Sua operação era revestida de um sentido de 
provisoriedade, mantendo-se isolada e desarticulada de outras práticas sociais. 
É essencial tornar claro que a prestação de serviços assistenciais não é o 
elemento revelador da prática assistencialista. 
A assistência social é orgânica às demais políticas sociais e públicas. Ela 
é um mecanismo de distribuição de todas as políticas. Mais do que isso, é um 
mecanismo de deselitização e consequente democratização das políticas sociais. 
A assistência social tem um corte horizontal, isto é, atua a nível de todas 
as necessidades de reprodução social dos cidadãos excluídos, enquanto as demais 
políticas sociais têm um corte setorial (educação, saúde,...). 
Em outras palavras, é possível dizer que à assistência social compete 
processar a distribuição das demais políticas sociais e também avançar no 
reconhecimento dos direitos sociais dos excluídos brasileiros. 
Assim, a LOAS inova ao conferir à assistência social o status de política 
pública, direito do cidadão e dever do Estado. Inova também pela garantia da 
universalização dos direitos sociais e por introduzir o conceito dos mínimos sociais. 
É um novo posicionamento. É discutir, sobretudo, eticamente, o que 
precisamos fazer no campo dos direitos sociais e da cidadania. Ultrapassar a 
discussão de que a Lei Orgânica da Assistência Social é uma lei dos pobres ou que 
propõe um conjunto de benefícios que envolve a organização do Estado e medidas 
administrativas. Até porque, a pobreza e a miséria não se resolvem com um conjunto 
de benefícios. A situação da pobreza somente poderá ser alterada quando houver 
vontade política efetiva do governo e da sociedade no sentido de melhor trabalho, 
salário, condições de vida e, efetivamente, na distribuição da renda. 
É preciso, então, construir uma ética de defesa dos mínimos sociais 
necessários à vida digna de cada cidadão brasileiro. 
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
35
A política de assistência social, para ganhar níveis de efetividade desejáveis 
e urgentes, precisa ser descentralizada. E é assim que está prevista na LOAS. 
A descentralização consiste em uma efetiva partilha de poder entre o 
governo e as coletividades locais. Implica a autogestão local. 
A descentralização está intimamente conectada com a reforma do Estado, 
ou seja, novas formas de relação povo-governo dentro do qual a autonomia das 
organizações locais proporciona o exercício de controle das coletividades locais e a 
possibilidade de influir nas decisões das várias instâncias de poder. 
Nesse sentido, a descentralização, considerando o papel do Estado e a 
conjuntura política, carrega como conteúdo intrínseco a ideia de avanço democrático. 
A municipalização deve ser entendida como processo de levar os serviços 
mais próximos da população e não apenas repassar encargos para as prefeituras. 
Municipalização é a passagem de serviços e encargos que possam ser 
desenvolvidos mais satisfatoriamente pelos municípios. É a descentralização das 
ações político-administrativas com a adequada distribuição de poderes político 
e financeiro. É desburocratizante, participativa, não autoritária, democrática e 
desconcentradora do poder. Essa conceituação vem no esteio de uma ideia maior 
que norteia a reforma do Estado: a instauração de um processo de flexibilizador e 
negociador da gestão da coisa pública frente às demandas da sociedade civil e o 
patente déficit público. 
A descentralização e a municipalização, como consolidação democrática, 
estão sempre ligadas à participação e mostram que a força da cidadania está no 
município. É no município que as situações, de fato, acontecem. É no município 
que o cidadão nasce, vive e constrói sua história. É aí que o cidadão fiscaliza e 
exercita o controle social. 
A municipalização constitui ainda uma fórmula de organizar o trabalho 
do Estado que é gigantesco. Assim, a descentralização permite também maior 
racionalidade, agilidade e eficiência. Entretanto, precisamos estar alertas para não 
mascarar as contradições: 
1. a descentralização não pode mais ser a centralização camuflada que, na verdade, 
só reparte o poder entre o chefe do executivo e seus assessores;2. a municipalização 
não poder ser confundida com prefeiturização. 
A municipalização é muito mais ampla e democrática e envolve mais do 
que a figura do prefeito e seus assessores; envolve o coletivo local. 
Condições para que haja municipalização: 
36
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
- política tributária condizente; - fim da legislação centralizadora; - maior 
racionalização nas ações; - fim para administração convenial; - programas efetivos 
de apoio técnico aos municípios; - existência de recursos humanos habilitados em 
nível local; - capacidade de gestão; - planejamento participativo em nível local; - 
participação popular/efetiva e não apenas formal, com o cidadão tomando parte 
na produção, gestão e usufruto dos bens que produz; - aproximar o Estado do 
“locus cotidiano” de sua população; - garantir maior racionalidade e economia de 
recursos, assegurando maior articulação e ação interinstitucional no que se refere 
aos níveis federal, estadual e municipal; - reduzir e simplificar o aparelho do 
Estado; - reaproximar o Estado da sociedade civil pela via municipalizante, espaço 
priviligiado da ação conjunta. 
PRINCÍPIOS 
- descentralização - fortalecimento administrativo - participação comunitária - 
enfoque integrador da administração local 
Cabe ainda enfatizar a importância da participação real da sociedade civil 
e do governo (em seus três níveis) na discussão da política pública de assistência 
social. Por participação real entendemos aquela que dá origem ao novo, que 
leva às rupturas da ordem social vigente e é o oposto da participação formal. A 
participação real precisa ser feita envolvendo todos os atores sociais e retirando da 
cena o Estado – poder central – como tutelador, como forte “protetor” do município 
neste processo. Basta da cultura do favor da benesse. É hora de dividir o palco com 
a sociedade civil e os governos municipais. 
Vamos explicar a política pública de assistência social sob a lógica do direito 
e da ética. Municipalização, entretanto, não pode ser vista como uma panaceia 
que resolveria todos os males. Também o poder local apresenta problemas. O que 
garante uma certa isenção ao poder local é justamente o fato de ser o poder onde a 
população está mais próxima e, portanto, tem ação fiscalizadora mais efetiva. 
É essencial reter que a municipalização e a consolidação do poder local 
ainda são um desafio. É processo e deverá caminhar gradualmente implementando 
estratégias que garantam o seu êxito, dadas as peculiaridades locais, e as dificuldades 
e resistências do poder central (União e Estados). 
Entretanto, temos de pensar neste processo, conhecer suas possibilidades 
e limites, pois o fortalecimento do poder local representa, sem dúvida, uma real 
contribuição para a retomada da democracia e da cidadania em nosso país. 
FONTE: JOVCHLOVITCH, Marlova. Assistência social como política pública. Disponível em: 
<http://www.rebidia.org.br/noticias/social/assispol.html>. Acesso em: 30 jul. 2009.
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
37
Procure em sua cidade se existe CRAS. Conheça o trabalho desenvolvido 
neste espaço e verifique se está ocorrendo conforme estabelecido na Política 
Nacional de Assistência Social. Esta ação possibilitará uma maior fixação do 
conteúdo apresentado.
AUTOATIVIDADE
3.2 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
A Política Nacional de Assistência Social define a Proteção Social Especial 
como uma modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e 
indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência 
de abandono, maus tratos físicos e/ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias 
psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação 
de trabalho infantil, entre outras. 
Os serviços garantidos pelo sistema de Proteção Social Especial necessitam 
de acompanhamento sistemático individual ou familiar (coletivo), com maior ênfase 
e agilidade nos encaminhamentos e ações realizadas, conforme situação exposta 
pelo usuário. A ação realizada neste nível de proteção deve ter articulação com as 
demais Políticas Públicas e instituições (ONGs, Escolas, Associações e Fundações) 
que compõem o Sistema de Garantia de Direitos, repassando as informações 
já coletadas. Frisamos que estes encaminhamentos devem ser monitorados e 
avaliados, assegurando proteção e garantia dos direitos dos usuários.
NOTA
ATENDIMENTO SISTEMÁTICO: consiste em atendimento contínuo, com 
avaliações periódicas da realidade apresentada para o profissional que está acompanhando o 
caso. Pode ser realizado por equipe multiprofissional ou por apenas um profissional.
No nível de Proteção Social Especial, ressaltamos a existência de programas 
federais, que surgiram com o intuito de atuar nesta modalidade de atendimento, 
dentre eles destacamos o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil 
e o Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes 
(Programa SENTINELA).
38
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI – tem como 
objetivo a retirada de crianças e adolescentes entre 07 e 15 anos, da situação de 
trabalho, principalmente quando a atividade desenvolvida é perigosa e insalubre, 
colocando em risco a vida e a saúde de crianças e adolescentes. Como exemplo, 
podemos citar a coleta e separação de material reciclável, flanelinhas, construção 
civil, comercialização de drogas, plantação de fumo, prostituição. 
Este é um programa do governo federal que, além de retirar crianças 
e adolescentes de situação de trabalho infantil, tem suas ações voltadas para a 
família, desenvolvendo ações socioeducativas, e atendimentos com profissionais 
específicos do programa. Também tem por objetivo inserir as famílias atendidas 
em programas e projetos de geração de trabalho (existentes no município), 
buscando a inclusão social e o direito à cidadania.
NOTA
O trabalho socioeducativo com famílias baseia-se no tripé sujeito, família e rede 
e se constitui de ações que oferecem oportunidade de desenvolvimento social, humano e 
econômico, visando à socialização, à ampliação do campo de conhecimentos, dos vínculos 
relacionais e da convivência comunitária. (CARTILHA DO PETI, p. 9).
O programa tem como critério a permanência e a frequência na escola, 
atuando contra a evasão escolar e incluindo crianças e adolescentes no Programa de 
Jornada Ampliada. Este programa, em contraturno escolar, tem ações educativas 
complementares às oferecidas nas escolas, que devem acontecer todos os dias da 
semana (segunda a sexta-feira) com carga horária de 4 horas diárias em horário 
oposto ao da escola. O programa não substitui o processo ensino-aprendizagem 
oferecido nas escolas, sendo a frequência na escola obrigatoriedade monitorada 
por profissionais do programa.
O programa disponibiliza uma bolsa em dinheiro para cada criança e 
adolescente inserido, respeitando todos os critérios estabelecidos na Cartilha do PETI.
NOTA
Para conhecer o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil na íntegra, leia a 
Cartilha do PETI, disponível em: 
<http://www.mds.gov.br/suas/guia_creas/mediacomplexidade/peti/manual_peti.zip/view>. 
Acesso em: 20 out. 2009.
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
39
Outro programa de nível de Proteção Social Especial é o Programa de 
Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Este tem por objeto 
propiciar atendimento de crianças e adolescentes vítimas de alguma forma de 
violência, seja violência física, psicológica, sexual ou negligência. Os atendimentos 
são realizados por equipe interdisciplinar, em âmbito psicossocial e pedagógico, 
assistindo as vítimas de violência e sua família. 
Este programa é de âmbito federal e surgiu com a proposta de garantir os 
direitos previstos na Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, 
Lei Orgânica de Assistência Social e faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento 
à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.3.2.1 Proteção social especial de média complexidade
Os serviços de proteção social especial de média complexidade têm 
atendimento direcionado a famílias e pessoas que se encontram com seus direitos 
violados, porém com vínculos familiares e comunitários sem rompimento. Por 
este motivo, requerem ampla estruturação técnico-operacional, com equipes 
multiprofissionais com atenção especializada e individualizada direcionada ao 
usuário. Também necessitam de acompanhamento sistemático, com avaliação 
e monitoramento periódico. Os serviços previstos na Política Nacional de 
Assistência Social, neste nível de atendimento, são:
•	serviço de orientação e apoio sociofamiliar; 
•	plantão social; 
•	abordagem de rua; 
•	cuidado no domicílio; 
•	serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência; 
•	medidas socioeducativas em meio aberto (PSC – Prestação de Serviços à 
Comunidade e LA – Liberdade Assistida). 
A proteção especial de média complexidade também tem seus princípios 
pautados na convivência familiar e comunitária de forma saudável. Mas, difere 
da proteção social básica por se tratar de um atendimento dirigido às situações 
de violação de direitos.
3.2.2 Proteção social especial de alta complexidade
Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são 
direcionados a usuários em situação emergencial e de risco, necessitando de 
proteção integral. Estes usuários encontram-se sem referência ou em situação 
de ameaça, necessitando de intervenção imediata, sendo retirados de seu núcleo 
familiar ou comunitário, que é seu espaço de convivência. 
40
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, os serviços 
oferecidos na proteção social especial de alta complexidade são:
•	atendimento integral institucional; 
•	casa lar; 
•	república; 
•	casa de passagem; 
•	albergue; 
•	família substituta; 
•	família acolhedora; 
•	medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semiliberdade, 
internação provisória e sentenciada); 
•	trabalho protegido.
ASSISTÊNCIA SOCIAL E DEMOCRACIA NO BRASIL 
CONTEMPORÂNEO 
 
Potyara A. P. Pereira
Falar de assistência social no Brasil não é tarefa fácil porque vários são os 
preconceitos e ideias equivocadas que ainda cercam essa matéria. Em decorrência, 
ela quase não é vista como fruto de conquistas sociais, que resultaram das lutas 
democráticas pela ampliação da cidadania, desde a promulgação da Constituição 
Federal de 1988. Pelo contrário, a assistência social é geralmente identificada com 
um ato mecânico e emergencial de mera provisão, desvinculada da linguagem 
dos direitos e de projetos coletivos de mudança social. Isso tem contribuído 
para desqualificar um acontecimento histórico, sem equivalência nas sociedades 
contemporâneas, que faz do Brasil um país inovador, qual seja: em meio à onda 
neoliberal que se espalhou pelo mundo, a partir dos anos 1980, a nação brasileira 
concebeu um sistema de seguridade social que elevou a assistência a um status 
de cidadania que nem o inglês Beveridge, com o seu emblemático sistema de 
seguridade, do segundo pós-guerra, ousou arquitetar. Isso naturalmente 
contrariou concepções e interesses pautados no novo liberalismo, para quem 
o Estado deveria ser mínimo na proteção aos pobres e facilitador do livre 
funcionamento do mercado, que não tem vocação social. 
Hoje se pode afirmar que, se a assistência social vem ganhando 
espaço em várias partes do globo, inclusive no chamado Primeiro Mundo, 
não é com a conotação que ela assumiu no Brasil dos últimos anos. Nesses 
países, a assistência social vem se configurando uma alternativa aos direitos 
sociais desmantelados pelo neoliberalismo, enquanto no Brasil ela vem se 
constituindo um direito social que rompe com um passado de clientelismos 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
41
e barganhas populistas. É claro que isso não tem ocorrido sem dificuldades e 
sem esbarrar em várias limitações de ordem econômica, política e cultural. 
Afinal, a ascensão do pobre à condição de titular de direitos sociais, a 
serem concretizados por política pública, não é uma tradição brasileira. 
 
 Porém, o fato insofismável é que, a partir de 1988, a assistência social no Brasil 
deu um salto de qualidade. Não só saiu da abominável condição de antidireito, mas 
revolucionou o pensamento juspolítico (jurídico e político) a seu respeito. Além 
disso, exigiu redefinições teóricas e filosóficas que redundaram na fundação de 
um paradigma próprio, antes inexistente, e na ampliação do catálogo de direitos 
no País. Redefinida a partir do regime autoritário, a assistência social lavrou tentos 
não desprezíveis: ressignificou-se, assumindo nova identidade; introduziu-se nos 
ordenamentos jurídicos, nos currículos das Universidades, na consciência e nos 
discursos de intelectuais e formadores de opinião e na agenda dos governos. 
Transformou-se também em objeto de estudos e pesquisas; em matéria suscitadora 
de polêmica; em bandeira de luta de grupos simpatizantes (e até militantes) e, 
como não poderia deixar de ser, em espinha atravessada na garganta de setores 
conservadores que a negam como direito devido. Enfim, contrariando previsões 
pessimistas e preconceitos arraigados, e remando contra a corrente neoliberal 
hegemônica, a assistência social brasileira vem ironicamente se constituindo 
em espaço privilegiado para a construção de projetos contra-hegemônicos. 
 
 Em suma, regida por lei federal (LOAS – Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 
1993), que regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição, e serve de referência 
mestra à Política Nacional de Assistência Social (PNAS), de 2004, e ao Sistema 
Único de Assistência Social (SUAS), previsto nesta política, a assistência social 
passou a ser concebida como:
a) política pública que, associada às demais políticas sociais e econômicas, 
deve concretizar direitos historicamente negados a uma ampla parcela da 
população. Como política pública, ela possui uma complexidade que requer 
conhecimento particular, gestão qualificada e ação competente. Por isso, ela 
não pode ser encarada apenas como distribuição de benefícios e serviços, 
mas como uma unidade de processos diversos, interligados entre si, que vão 
desde a compreensão e o estudo da realidade, o planejamento, a definição 
de opções, a decisão coletiva (geralmente conflituosa), até a implementação, 
o acompanhamento e a avaliação das ações. E isso exige aparato legal e 
institucional, recursos materiais, financeiros e pessoal qualificado – tendo 
como referência o interesse público e o cultivo da cidadania;
b) política cuja realização é de competência primaz do Estado, com o aval 
e o controle da sociedade. Essa primazia não se resume à garantia legal de 
direitos – já que só o Estado tem essa prerrogativa –, mas também inclui: 
obrigação governamental de atender necessidades sociais básicas e prontidão 
estatal para remover obstáculos ao exercício das liberdades democráticas (no 
Brasil, um dos principais obstáculos a ser removido é a pobreza absoluta). 
42
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
Tal concepção não implica, como muitos pensam, paternalismo ou 
autoritarismo. Implica, sim, obrigar o Estado a arcar com responsabilidades que 
são de sua competência – e que lhe foram delegadas pela sociedade no curso 
da redemocratização do País. Está se falando, portanto, de um Estado Social de 
Direito, e não de um Estado Liberal omisso e mercantilizador, que não encampa 
as causas sociais. Ou, mais precisamente, está se falando de um Estado que é 
fruto das lutas sociais por maior liberdade e justiça distributiva, que deverá ter 
como uma de suas principais funções a redução das incertezas sociais mediante 
políticas públicas. Trata-se, em resumo, de um Estado em ação, que sob o controle 
ou mesmo pressão da sociedade, presta serviços ao mesmo tempo em que procura 
saldar dívidas sociais seculares contraídascom a maioria da população.
Tem-se, assim, de forma breve, os traços definidores do paradigma da 
assistência social instituído em 1988, que deverá ser defendido e preservado pela 
sociedade, já que desta depende, sobremaneira, a sua concretização.
FONTE: PEREIRA, Potyara A.P. Assistência Social e Democracia no Brasil Contemporâneo. 
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/sites/conferencias-1/artigos/assistencia-social-e-
democracia-no-brasil-comtemporaneo-potyara-a-p-pereira/>. Acesso em: 20 out. 2009.
43
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou:
• A Política de Assistência Social como uma política pública de direito a todo o 
cidadão e dever do Estado. 
• A partir da LOAS, a assistência social torna-se uma política social pública, 
desenvolvendo ações com visibilidade nos direitos, universalização do acesso 
a serviços, programas e projetos e também responsabilizando o Estado como 
órgão gestor e financiador.
• O SUAS é a organização de uma rede de serviços, ações e benefícios, tendo 
sua centralidade pautada na família e na comunidade, com perspectiva na 
emancipação dos sujeitos sociais.
• A proteção social básica tem como objetivo prevenir as situações que 
apresentam risco, através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições.
• O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS – constitui-se em um 
espaço público com base territorial, localizado em áreas comunitárias que 
apresentam alto índice de vulnerabilidade social e econômica, com presença 
de violação de direitos e negligência.
• Proteção social especial como uma modalidade de atendimento assistencial, 
destinada a famílias e indivíduos, que se encontram em situação de risco 
pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus-tratos físicos e/ou psíquicos, 
abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas 
socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. 
• Proteção social especial de média complexidade tem atendimento direcionado 
a famílias e pessoas que se encontram com seus direitos violados, porém com 
vínculos familiares e comunitários sem rompimento.
• Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são direcionados a 
usuários em situação emergencial e de risco, necessitando de proteção integral. 
44
AUTOATIVIDADE
1 Destaque as principais diferenças entre o nível de proteção social básica e 
nível de proteção social especial. 
2 Descreva a proposta do SUAS frente às ações de Assistência Social.
45
TÓPICO 4
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 PROJETOS SOCIETÁRIOS
No Brasil, a construção do Projeto Ético-Político do assistente social deu-
se em meados da década de 70 e início da década de 80, momento este marcado 
pela história da profissão. Neste tópico abordaremos aspectos do Projeto Ético-
Político do Serviço Social, com ênfase na sua construção, desempenho e atuação 
do assistente social. 
Para melhor compreensão do Projeto Ético-Político, traremos inicialmente 
os conceitos de projetos societários e projetos profissionais.
Os projetos societários são ações propostas coletivamente, em outras palavras, 
é um projeto coletivo que busca e faz propostas para a sociedade como um todo.
Conforme Netto (2009):
[...] os projetos societários tratam daqueles projetos que apresentam uma 
imagem de sociedade a ser construída, que reclamam determinados 
valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e 
culturais) para concretizá-los. [...] os projetos societários são projetos 
coletivos, mas seu traço peculiar reside no ato de se constituírem como 
projetos macroscópicos, como proposta para o conjunto da sociedade. 
Somente eles apresentam esta característica – os outros projetos 
coletivos (por exemplo, os projetos profissionais) não possuem este 
nível de amplitude e inclusividade, como veremos a seguir.
NOTA
Projetos macroscópicos: consistem em projetos com visão e perspectivas 
amplas e abrangentes da sociedade.
46
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
Portanto, os projetos societários consistem em projetos de classe, em que 
evidentemente existe uma dimensão política, envolvendo relações de poder. 
Reis (2009) ressalta ainda que:
[...] os projetos societários podem ser, em linhas gerais, transformadores 
ou conservadores. Entre os transformadores há várias posições que 
têm a ver com as formas (as táticas e as estratégias) de transformação 
social. Assim, temos um pressuposto fundante do projeto ético-
político: a sua relação ineliminável com os projetos de transformação 
ou de conservação da ordem social. (Grifo nosso).
Desta forma ressaltamos que o projeto ético-político do Serviço Social 
compõe um projeto de sociedade.
AUTOATIVIDADE
Qual é a função e a importância de um projeto societário para a sociedade onde 
vivemos?
2.1 PROJETOS PROFISSIONAIS
Em complemento aos projetos societários, surgiram no marco dos projetos 
coletivos aqueles ligados às profissões denominados projetos profissionais. 
Para Netto (2009):
[...] os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma 
profissão, elegem os valores, que a legitimam socialmente, delimitam 
e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, 
práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para 
o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas 
relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e 
com as organizações e instituições sociais privadas e públicas (inclusive o 
Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). 
Os projetos profissionais são constituídos de forma coletiva e devem ser 
pensados, elaborados e colocados em prática por um conjunto de pessoas, ou 
seja, por uma categoria de profissionais, como, por exemplo, a categoria dos 
profissionais de Serviço Social, denominados assistentes Sociais. 
Contudo, segundo Netto (2009):
[...] os projetos profissionais também são estruturas dinâmicas, 
respondendo às alterações no sistema de necessidades sociais sobre 
o qual a profissão opera, as transformações econômicas, históricas e 
culturais, ao desenvolvimento teórico e prático da própria profissão, e 
as mudanças na composição social do corpo profissional.
TÓPICO 4 | PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
47
Neste contexto, se faz necessário ressaltar que, para que os projetos 
profissionais atinjam resultados positivos, é necessária a participação ativa, com 
responsabilidades e compromissos pautados em uma missão única e propósitos 
coletivos da profissão.
AUTOATIVIDADE
Identifique a diferença entre projetos societários e projetos profissionais.
3 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social brasileiro, a partir da década de 70, através de um 
Projeto Ético-Político constituído de forma coletiva e hegemônica, expressa 
o compromisso da categoria com a elaboração de nova ordem societária, com 
justiça, igualdade e garantia de direitos universais. 
Também neste contexto surge, na década de 60, o Movimento 
de Reconceituação que, na América Latina, fez com que o Serviço Social 
tivesse algumas mudanças radicais, uma delas foi o início de denúncias do 
conservadorismo do Serviço Social. 
Sobre o Movimento de Reconceituação, Reis (2009) nos esclarece que:
A chegada entre nós dos princípios e ideias do Movimento de 
Reconceituação deflagrado nos diversos países latino-americanos 
somado à voga do processo de redemocratização da sociedade 
brasileira formaram o chão histórico para a transição para um Serviço 
Social renovado, através de um processo de ruptura teórica, política 
(inicialmente mais político-ideológica do que teórico-filosófica) com os 
quadrantes do tradicionalismo que imperavam entre nós. 
Diante disto, segundo Netto (2009):
[...] a luta pela democracia na sociedade brasileira, encontrando eco 
no corpo profissional, criou o quadro necessário para romper com o 
quase monopólio do conservadorismo no Serviço Social: no processo 
da derrotada ditadura se inscreveu a primeira condição – sendo esta a 
condição política – para a constituição de um novo projeto profissional 
(Grifo nosso).
É importante lembrar que a constituição do Serviço Social instaurou:
[...] uma forma de intervenção ideológica que se baseia no 
assistencialismo como suporte de uma atuação cujos efeitos são 
essencialmente políticos: o enquadramento das populações pobres 
e carentes, o que engloba o conjunto das classes exploradas. Não 
48
UNIDADE 1 | PROCESSO DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL
pode também ser desligado do contexto mais amplo em que se situa 
a posição política assumida e desenvolvida pelo conjunto do bloco 
católico: a estreita aliança com o ‘fascismo nacional’, o constituir-
se num polarizador da opinião de direita através da defesa de um 
programa profundamente conservador, a luta constante e encarniçada 
contra o socialismo, a defesa intransigente das relações sociais vigentes 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 1983, p. 221-222).
As primeiras discussões para a construção de um Projeto Ético-Político 
dos profissionais de Serviço Social, baseado em um projeto societário, com visão 
coletiva e enfoque na classe trabalhadora, ocorreu no ano de 1979, no III Congresso 
Brasileiro de assistentes Sociais.
Este Congresso foi denominado e é popularmente conhecido como 
“Congresso da Virada”, pelo fato de que os profissionais presentes destituíram os 
militares de sua composição, alterada para nomes reconhecidos pelos movimentos 
dos trabalhadores. Além disto, os profissionais de Serviço Social lutavam pela 
democracia no País, fazendo a ligação com novos projetos da profissão.
O texto a seguir é parte do artigo “A Construção do Projeto Ético-Político 
do Serviço Social”, de José Paulo Netto. Ao lê-lo você identificará como foi 
construído o Projeto Ético-Político da profissão, demandas apresentadas a esses 
profissionais, bem como aspectos relevantes deste Projeto. 
Se você tiver interesse em aprofundar esta discussão, leia o texto na íntegra 
no site indicado na fonte.
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
José Paulo Netto
O Projeto Ético-Político do assistente social, no Brasil [...] tem uma história 
que não é tão recente, iniciada na transição da década de 1970 à de 1980. Este período 
marca um momento importante no desenvolvimento do Serviço Social no Brasil, 
vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denúncia do conservadorismo 
profissional. É neste processo de recusa e crítica do conservadorismo que se 
encontram as raízes de um projeto profissional novo, precisamente as bases do 
que se está denominando projeto ético-político. 
Se considerarmos o Serviço Social no Brasil, tal organização compreende 
o sistema CFESS/CRESS, a ABEPSS, a ENESSO, os sindicatos e as demais 
associações de assistentes sociais.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 4 | PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
49
Serviço Social é uma profissão – uma especialização do trabalho coletivo, no 
marco da divisão sociotécnica do trabalho –, com estatuto jurídico reconhecido (Lei 
8.669, de 17 de junho de 1993); enquanto profissão, não é uma ciência nem dispõe 
de teoria própria; mas o fato de ser uma profissão não impede que seus agentes 
realizem estudos, investigações, pesquisas etc. e que produzam conhecimentos de 
natureza teórica, incorporáveis pelas ciências sociais e humanas. Assim, enquanto 
profissão, o Serviço Social pode se constituir, e se constituiu nos últimos anos, 
como uma área de produção de conhecimentos, apoiada inclusive por agências 
públicas de fomento à pesquisa (como, por exemplo, o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq). Em poucas palavras, entrou 
na agenda do Serviço Social a questão de redimensionar o ensino com vistas à 
formação de um profissional capaz de responder, com eficácia e competência, às 
demandas tradicionais e às demandas emergentes na sociedade brasileira – em 
suma, a construção de um novo perfil profissional.
O Projeto Ético-Político da profissão tem em seu núcleo o reconhecimento 
da liberdade como valor central – a liberdade concebida historicamente, como 
possibilidade de escolha entre alternativas concretas; daí um compromisso 
com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. 
Consequentemente, este projeto profissional se vincula a um projeto societário 
que propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração/dominação 
de classe, etnia e gênero. A partir destas opções que o fundamentam, tal projeto 
afirma a defesa intransigente dos direitos humanos e o repúdio do arbítrio e dos 
preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo, tanto na sociedade 
como no exercício profissional. A dimensão política do projeto é claramente 
enunciada: ele se posiciona a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva 
da universalização do acesso a bens e a serviços relativos às políticas e programas 
sociais; a ampliação e a consolidação da cidadania são explicitamente postas 
como garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. 
Correspondentemente, o projeto se declara radicalmente democrático – 
considerada a democratização como socialização da participação política e 
socialização da riqueza socialmente produzida.
Enfim, o projeto assinala claramente que o desempenho ético-político dos 
assistentes sociais só se potencializará se o corpo profissional articular-se com 
os segmentos de outras categorias profissionais que compartilham de propostas 
similares e, notadamente, com os movimentos que se solidarizam com a luta 
geral dos trabalhadores.
FONTE: Adaptado de: NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do serviço 
social. Disponível em: <http://www.cpihts.com/PDF03/jose%20paulo%20netto.pdf>. Acesso em: 
10 jun. 2009.
50
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu:
• Projetos societários: constituem-se de um projeto coletivo, que busca e faz 
propostas para a sociedade como um todo. Estes projetos consistem em projetos 
de classe e possuem uma dimensão política, envolvendo relações de poder. 
• Projetos profissionais: são constituídos de forma coletiva e devem ser pensados, 
elaborados e colocados em prática por um conjunto de pessoas, ou seja, por uma 
categoria de profissionais.
• Movimento de Reconceituação: fez algumas alterações no Serviço Social na 
América Latina, contribuindo para o início de denúncias do conservadorismo 
do Serviço Social.
• O conservadorismo do Serviço Social brasileiro teve ligação com o processo de 
derrota da ditadura, que inscreveu a condição política.
• Projeto Ético-Político do Serviço Social: as primeiras discussões ocorreram no III 
Congresso Brasileiro de assistentes Sociais, que ficou conhecido como Congresso 
da Virada.
• O Projeto Ético-Político foi constituído de forma coletiva e hegemônica. 
51
AUTOATIVIDADE
1 Em poucas palavras descreva qual a sua interpretação do Projeto Ético-Político 
do Serviço Social, focando na importância deste projeto para a profissão.
2 Como sugestão de Leitura Complementar para fixação 
do conteúdo, leia a Revista Serviço Social e Sociedade, 
nº 79, que trata especificamente da formação e do projeto 
político do Serviço Social.
3 Para uma melhor compreensão sobre o Projeto Ético- 
Político do Serviço Social, acesse o site do CRESS de sua 
região e pesquise mais sobre este projeto da profissão. 
52
53
UNIDADE 2
INSTRUMENTOS TEÓRICOS 
OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• conhecer os instrumentos de intervenção em Serviço Social;
• utilizar os instrumentos de reconhecimento de uma realidade em Serviço 
Social – a visita domiciliar e a entrevista;
• compreender os mecanismos de transcrição de dados e informações, con-
tidos em relatórios.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – APREENSÃO E INTERVENÇÃOEM SERVIÇO SOCIAL
TÓPICO 2 – RECONHECENDO A REALIDADE
TÓPICO 3 – A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO) E AS 
PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE (DI-
NÂMICA DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E 
ASSEMBLEIAS)
54
55
TÓPICO 1
APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Além das disciplinas teóricas do Serviço Social, é preciso estudar 
também como é a pratica do Serviço Social, sobretudo quais os instrumentos que 
possibilitam a efetivação do trabalho do assistente social. Para que o profissional 
do Serviço Social esteja realmente preparado para o cotidiano da profissão, é 
preciso, pois, que este profissional saiba aplicar seu conhecimento teórico na 
construção de soluções para problemas sociais realmente existentes. 
É neste diapasão – teoria e prática – que surgem os instrumentos teóricos 
metodológicos que auxiliam o profissional a praticar seu ofício. Estes instrumentos 
podem ser classificados em duas categorias: instrumentos relativos à apreensão 
da realidade e instrumentos relativos à intervenção na realidade. 
Os instrumentos ligados à apreensão da realidade são: visita domiciliar, 
entrevistas, observações e perícia social. Os instrumentos ligados à intervenção 
da realidade são os encaminhamentos, reuniões e assembleias, dentre outros.
Deve-se, entretanto, tomar cuidado com esta classificação, pois muitas 
vezes um instrumento classificado como de apreensão da realidade, de alguma 
maneira pode já estar interferindo nela, assim como o de intervenção pode servir 
também como instrumento de apreensão da realidade, conforme veremos adiante.
Neste capítulo se discutirão minuciosamente estes instrumentos para que 
o(a) acadêmico(a) tenha uma visão panorâmica sobre o tema. No primeiro tópico 
é apresentada a discussão em torno da natureza dos instrumentos operativos do 
Serviço Social.
Após discutir a natureza dos instrumentos operativos do Serviço 
Social, passa-se a discutir instrumento por instrumento, começando pela visita 
domiciliar, entrevistas individuais e coletivas e todos os outros utilizados pelo 
Serviço Social.
Para completar o processo de aprendizagem, cada tópico será 
complementado com sugestões de leituras, exercícios e textos auxiliares.
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
56
2 INSTRUMENTAL TEÓRICO OPERATIVO DO SERVIÇO 
SOCIAL
É inegável que o ofício do Serviço Social 
está demasiadamente interessado nos problemas 
das sociedades. Sobretudo nos problemas mais 
delicados do corpo social, como a marginalidade 
resultante de problemas sociais derivados de ordem 
econômica, os problemas relacionados às famílias, 
como guarda, adoção, violência doméstica, outros 
problemas eventuais, como desabrigados por 
catástrofes naturais e inúmeros outros problemas 
sociais. Diante desta situação, o Serviço Social 
coloca-se como uma possibilidade para construção 
de políticas públicas que amenizem os problemas 
das mais diversas ordens. 
FIGURA 1 – IMAGEM 
FONTE: Disponível em:<http://nos
media.wordpress.com/2007/07/10/
os-nossos-mundos>. Acesso em: 
27 ago. 2009.
Aqui reside, pois, uma grande característica do Serviço Social. Ele é, antes 
de tudo, instrumental. Por algum tempo e em alguns ambientes, pensadores do 
Serviço Social negaram essa característica por entenderem que, além de esta ideia 
ser uma herança norte-americana, entendiam também que não contemplava a 
totalidade de tal ofício. 
Evidentemente que havia alguma porcentagem de razão nesta negação, 
sobretudo com relação a não representar a totalidade do Serviço Social. Entretanto, 
hoje é praticamente unânime que a instrumentalidade do Serviço Social é sua 
característica primeira, tratando-se, pois, de um saber fazer. 
Essa natureza instrumental do Serviço Social implica dizer que o cotidiano 
da profissão é uma atividade de intervenção, e é especificamente da necessidade 
interventiva que emerge a necessidade de um domínio teórico também. Além da 
necessidade de um domínio de diversas teorias que são produzidas por outras 
áreas do conhecimento, como, por exemplo, teorias da sociologia e da ciência 
política, foi e é preciso também que o Serviço Social produza teorias metodológicas 
instrumentais, objetivando uma maior efetividade de suas intervenções. 
Na América Latina, o Serviço Social teve significativos avanços em relação 
à sistematização de práticas, conduzindo a uma importante reflexão sobre a 
metodologia de intervenção, o que, evidentemente, também contribui para o 
amadurecimento do Serviço Social enquanto profissão no País, conforme escreve 
Teixeira de Almeida:
 
TÓPICO 1 | APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
57
A “sistematização da prática” para o Serviço Social encerra, contudo, 
diversos significados. Tomando por base as produções do Centro 
Latino-Americano de Trabalho Social (CELATS, 1983), percebemos que 
ela engloba não só os procedimentos investigativos que demarcam a 
ação profissional como objeto de reflexão. A sistematização da prática 
foi entendida pelo CELATS como todo o processo de organização 
teórico-metodológico e técnico-instrumental da ação profissional em 
Serviço Social. Neste sentido, a preocupação com a sistematização 
se inicia com a própria delimitação dos referenciais que orientarão a 
eleição dos aportes teóricos, da condução metodológica, da definição 
das estratégias de ação, do reconhecimento do objeto da intervenção 
profissional, assim como de seus objetivos e da avaliação dos resultados 
alcançados. (ALMEIDA, 2009. p. 3).
Evidentemente não se pode apenas falar em intervenção. É preciso também 
falar em apreensão da realidade. A possibilidade de intervir em uma determinada 
realidade pressupõe que, primeiro, o profissional a compreenda. Trata-se da 
apreensão da realidade. Isso ocorre porque a escolha de uma estratégia ou outra 
para a intervenção em Serviço Social necessita que a estratégia escolhida esteja em 
diapasão com o meio em que ela vai ser aplicada. Em outras palavras, antes de tentar 
solucionar ou amenizar determinados problemas sociais, é preciso compreendê-
los, sobretudo em relação ao contexto social em que eles se manifestam. 
Essa reflexão acerca da instrumentalidade do Serviço Social possibilitou 
a formação de um corpo teórico relacionado às questões metodológicas de 
abordagem, tanto em relação à compreensão do contexto social como em relação 
à intervenção propriamente dita. Aguçou também o debate intelectual, conforme 
escreve Teixeira de Almeida:
É inegável o avanço intelectual deste debate no Brasil, principalmente 
no que diz respeito: ao enfrentamento do significado social da 
profissão (IAMAMOTO; CARVALHO, 1982), à sua inscrição 
na divisão social e técnica do trabalho na sociedade capitalista 
(IAMAMOTO, 1994 e NETTO, 1992), à sua atuação no âmbito das 
políticas sociais (FALEIROS, 1980 e SPOSATI et al., 1985) e à questão 
teórico-metodológica (FALEIROS, 1985 e ABESS, 1989) (ALMEIDA, 
2009. p. 2).
Nesse sentido, a ação profissional do assistente social é baseada nos 
instrumentos e nas técnicas, pois estes possibilitam o desenvolvimento das ações.
Segundo Thiollent (apud SOUZA, 1991, p. 165), a técnica “[...] é uma 
teoria em atos. Quando se fala em instrumentos e técnicas, portanto, não se está 
referindo a uma simples engrenagem material ou mecânica para condução de 
ações determinadas”.
Com o fim de oferecer subsídios a você, acadêmico(a), para a compreensão 
da técnica ou dessa “teoria em atos”, veremos a seguir a complexidade destes 
instrumentos bem como sua descrição e considerações relevantes para seu 
emprego no Serviço Social.
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
58
2.1 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DA AÇÃO PROFISSIONAL
Para poder fazer uma leitura da realidade é necessário um conhecimento 
teórico operativo. A técnica possibilita o conhecimento e a mudança da realidade 
e a conquista dos direitos sociais básicos. Lembramos que é preciso conhecer e 
refletir sobre a técnica antes de utilizá-la. Já os instrumentosdenotam ser todo 
e qualquer recurso empregado na condução do processo de conhecimento da 
realidade social em estudo. É a tática utilizada para realizar a ação; como o Serviço 
Social não tem teoria própria, ele se apropria de instrumentos de outras áreas do 
saber como a entrevista, a visita domiciliar, as reuniões e os grupos. A todos estes 
elementos podemos chamar de instrumentos para a efetivação da teoria e prática 
do Serviço Social.
De acordo com Santos (2005, p. 6), “[...] os instrumentos são entendidos como 
um caminho para se alcançar determinado fim, de forma linear e evolutiva. São 
tratados como elementos que têm fim em si mesmos, portanto, neutros, abstratos, 
a-históricos e não como produto dos homens na satisfação de suas necessidades.”
Assim, segundo o MPAS (1995, p. 17), “[...] a metodologia do Serviço 
Social, ou seja, o seu fazer profissional exige uma coerência com a concepção 
teórica adotada, uma vez que a teoria não só se nutre da prática e da leitura de 
realidade como também indica os caminhos a serem percorridos”.
Também podemos observar que os instrumentos e técnicas da ação 
profissional do assistente social possuem as:
[...] ações centradas numa abordagem individual, em que as sequelas 
da “questão social” são consideradas como problemas dos indivíduos, 
cabendo, portanto, uma ação que objetive mudanças de atitudes 
e de comportamento dos indivíduos que estão em “disfunção”. 
Os instrumentos e técnicas são utilizados com o objetivo único de 
favorecer essas mudanças, tendo em vista o controle social. (SANTOS, 
2005, p. 6).
Nesta perspectiva, o MPAS (1995, p. 17) complementa, expondo que:
O procedimento metodológico supõe o uso de instrumentos e 
técnicas vinculados a uma concepção teórica que lhes dá direção, 
intencionalidade (contrário à neutralidade), constituindo-se como 
fundamentais à viabilização das estratégias propostas. Assim 
sendo, as entrevistas, as visitas domiciliares, a abordagem junto às 
populações, as dinâmicas de grupo, palestras, seminários, bem como o 
parecer social, pesquisa e recursos materiais estão direcionados neste 
documento pelo método histórico-dialético.
TÓPICO 1 | APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
59
Já Santos (2005, p. 4) diz que:
[...] concebe instrumentos e técnicas como partes constitutivas do 
instrumental de intervenção, entendendo por instrumental um conjunto 
articulado entre instrumentos e técnicas que formam uma unidade 
orgânica indissociável e que articulados a outros elementos efetivam 
a ação profissional. A técnica é vista como criação, correspondendo a 
um conjunto próprio de determinada cultura e formação sociopolítico-
econômica. Ela é utilizada para a criação e construção do instrumento, 
para seu manejo e para o desenvolvimento da ação, ou seja, relaciona-
se às maneiras pelas quais conduzimos nossas ações ou objetivamos 
nossas intencionalidades. Já os instrumentos são considerados como os 
potencializadores das intencionalidades teórico-políticas para a efetivação 
da ação. São recursos utilizados para a viabilização das técnicas.
Outro elemento destacado por Santos (2005, p. 5) refere-se “[...] à 
consideração dos instrumentos e técnicas como ‘mediação’ da prática profissional”. 
E estas considerações dos instrumentos e técnicas da ação profissional do 
assistente social concentram-se em três posições:
•	Mediação como categoria instrumental, ou seja, através dela 
constrói-se alguma coisa operada pelo assistente social, ocorrendo 
sua materialização. O próprio Serviço Social passa a ser considerado 
como mediação.
•	Mediação como correlação entre instrumentais técnico-operativos 
e o método em Marx. Corre-se aqui o risco de este ser considerado 
um modelo a ser seguido. Os níveis de abrangência da realidade 
– singular, particular, universal –, tendem a transformar-se em 
etapas a serem atingidas de forma evolutiva e linear.
•	Mediação como uma categoria ontológica e reflexiva que permite 
à razão construir categorias para auxiliar a compreensão e ações 
profissionais, portanto já existente na realidade, necessitando de ser 
apreendida pelo sujeito cognoscente (SANTOS, 2005, p. 5, grifo nosso).
Ainda, Santos (2005, p. 6) coloca-nos que: 
[...] há uma preocupação unilateral com a eficácia e a eficiência das 
ações. Para tanto, o uso adequado dos instrumentos e técnicas faz-
se necessário. Instrumentos e técnicas são abordados, apenas, como 
um conjunto de procedimentos e habilidades. A preocupação com a 
cientificidade da técnica na obtenção da qualidade das informações 
é enfatizada, de forma imediatista, ou seja, sem reconhecer as 
mediações constitutivas da intervenção profissional.
Santos (2005, p. 7) complementa ainda que: 
a dimensão técnico-operativa é reduzida a instrumentos e técnicas 
e é descolada das demais dimensões da intervenção profissional do 
Serviço Social. Essa fragmentação vem ao encontro da concepção de 
“neutralidade” no trato dos instrumentos e técnicas.
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
60
Assim, podemos observar que as técnicas e instrumentos utilizados pelos 
profissionais do Serviço Social devem ser coerentes com a realidade cotidiana 
daquela determinada questão social.
Segundo Souza (1991, p. 165):
A técnica, enquanto técnica, caracteriza-se por um conjunto de atos 
articulados dentro de uma sistemática dada. Esta sistemática, implícita 
ou explicitamente, revela a existência de uma teoria subjacente. Claro 
que nem toda teoria é elaborada com base na dinâmica da prática. 
Algumas são elaboradas para justificar a prática social e não como 
meio de explicação e conhecimento real da mesma; outras, ainda, são 
elaboradas a partir das motivações subjetivas dos seus agentes. Assim 
um trabalho com pretensões à objetividade vai requerer que as suas 
bases teóricas sejam devidamente explicitadas.
Daí concluímos que a utilização dessas técnicas demandam do operador 
um profundo conhecimento teórico e prático, exigindo um domínio pleno da 
teoria que embasa sua prática, bem como da técnica empregada nessa prática.
Considerando que a aplicação dessas técnicas é dinâmica, inclusive com 
a possibilidade de reavaliação dos objetivos e das teorias utilizadas, o operador 
deve, sempre que necessário, a partir do contato com a realidade, rever e ajustar 
a técnica visando a uma prática social mais eficaz.
3 TÉCNICAS UTILIZADAS PELO SERVIÇO SOCIAL
As técnicas empregadas pelo Serviço Social atuam como instrumentos 
para a sua operacionalização. Devemos pressupor que haja uma consciência 
clara da escolha da técnica a ser empregada, com sua real significância social. 
O emprego da técnica inadequada, enquanto intervenção no meio, pode, além 
da perda de tempo, gerar “ruído” no meio em estudo estabelecendo um clima 
desfavorável à aplicação de outras técnicas. À luz desta reflexão apresentamos as 
técnicas mais empregadas no Serviço Social com suas particularidades.
Neste tópico abordaremos as técnicas de observação, intervenção, 
autoavaliação e encaminhamento. As outras técnicas serão vistas adiante em 
tópicos específicos de nosso estudo.
3.1 TÉCNICA DE OBSERVAÇÃO
Como diretrizes fundamentais da técnica de observação temos: ouvir com 
atenção, não julgar e não discriminar.
Segundo Souza (1991, p. 184):
TÓPICO 1 | APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
61
A observação consiste na ação de perceber, tomar conhecimento 
de um fato ou acontecimento que ajude a explicar a compreensão 
da realidade objeto do trabalho e, como tal, encontrar os caminhos 
necessários aos objetivos a serem alcançados. É um processo mental e, 
ao mesmo tempo, técnico. 
Ainda segundo Souza (1991, p. 184, grifo nosso), a observação como 
processo técnico, instrumento do Serviço Social, deve atender algumas exigências:
[...] especificação: o que vamos observar;
quantificação: que tipo de mensuração é possível detectar nos 
fenômenos observados;
objetividade: qual a significação dos fenômenos observados; embora 
sejam observados em sua aparência,a sua objetividade, no entanto, 
está além dela.
Resulta desta análise que a observação não pode ser procedida de forma 
empírica ou parcial. Deve ser objetiva e isenta de prejulgamentos ou opiniões já 
formadas. O que parece em primeiro plano simples torna-se complexo à medida 
que queremos dar um contexto científico à observação. Exige-se para tanto um bom 
conhecimento da técnica, bem como controle emocional e discernimento para não 
interferir nem se deixar levar por aparências (o que parece ser, mas nem sempre é).
Concluindo, o profissional do Serviço Social deve ter clareza e segurança 
na aplicação do instrumento técnico da observação quanto aos objetivos que quer 
alcançar com tal prática e ter pleno domínio do instrumento. 
Para complementar o estudo deste tópico, sugerimos a leitura do texto 
a seguir.
SABER OUVIR
Cláudia Deitos Giongo
Ouvir significa direcionar a atenção a quem se fala, manter a mente 
aberta e interessada no que se ouve, podendo compreender o que está sendo 
dito. Significa estar de corpo e alma presente, concentrando-se em toda a 
conversa, não somente naquilo que se entende necessário. 
É através da audição que se obtêm conhecimentos para o desvendamento 
de novos horizontes. Quando se ouve com atenção, se compreende o que está 
sendo dito, assim não se corre o risco de distorcer instruções, mensagens e 
causar desentendimentos desnecessários. 
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
62
Ouvir é algo que se faz durante todo o tempo, desde muito pequenos, e 
por isso corre-se o risco de perder a sensibilidade para perceber outros detalhes 
da fala: voz, ritmo, linguagem corporal, pois confunde-se ouvir com escutar. 
Ouvir é muito mais do que apenas deixar que os sons entrem por um ouvido e 
saiam por outro. Ouvindo demonstra-se respeito às outras pessoas, pois torna-
se importante aquilo que dizem. 
[...] ouvir não se trata de um passatempo fácil e descompromissado; 
exige esforço positivo do indivíduo que pretende se tornar 
um ouvinte efetivo. Esse esforço, no entanto, será amplamente 
recompensado, uma vez que esse mesmo indivíduo estará dando a si 
próprio oportunidade total para desenvolver-se como pessoa. Estará 
demonstrando seu próprio valor e seu respeito pelo próximo, seus 
pontos de vista, conhecimentos e experiência. (MACKAY, p. 36).
Existem, para o autor, vários motivos que fazem as pessoas perder a 
habilidade de ouvir com eficiência: audição seletiva, ritmo da fala e o ritmo do 
pensamento, falta de interesse, crenças e atitudes, reações possíveis à pessoa 
que fala, palavras ouvidas, distrações físicas etc. São armadilhas às quais tem-
se que estar atentos. Quando um desses fatores desvia a atenção do ouvinte, 
este precisa ser franco consigo mesmo e perguntar o que está desviando sua 
atenção e então ater-se novamente em quem fala.
Existem diferentes motivos que interferem na capacidade de ouvir com 
atenção e compreensão. Da mesma forma existem alternativas que ajudam a 
desenvolver habilidades de ouvinte: consciência do que pode atrapalhar é a 
primeira delas, capacidade de compreensão, atenção e interesse voltados a 
quem está sendo ouvido. Procurar manter a mente aberta, tendo consciência 
que as pessoas têm valores e crenças diferentes. Faz-se necessário buscar a 
lógica da pessoa que fala e não simplesmente deixar-se conduzir pela linha 
de raciocínio pessoal.
FONTE: GIONGO, Cláudia Deitos. Processos de trabalho de Serviço Social III. Porto Alegre: 
Editora ULBRA, 2003. p. 25-26.
3.2 TÉCNICA DE INTERVENÇÃO
Como princípios básicos da intervenção temos: incentivar o grupo a falar 
sobre si e sobre os demais envolvidos, questionar, problematizar, relacionar o 
indivíduo com o coletivo aplicando os instrumentos relativos à apreensão da 
realidade. Somente a partir dessa base de conhecimento é possível desenvolver e 
aplicar os instrumentos da intervenção da realidade.
Segundo Vieira (1985, p. 125):
TÓPICO 1 | APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
63
Intervenção pode ser considerada como: 1) ação de participação 
voluntária, de caráter mediador; 2) fruto de uma vontade regida 
por valores que vão influenciar a ação, e 3) atuação de um agente 
externo para provocar mudanças psicológicas ou sociais desejáveis no 
indivíduo, no grupo ou na comunidade.
A noção de “mudança” está no âmago da intervenção do Serviço 
Social. O Serviço Social intervém, entra na situação para ajudar ou 
capacitar para essa mudança. 
A intervenção baseia-se na constatação por parte do(a) assistente social de 
que o grupo não consegue encontrar sozinho a solução para suas dúvidas e seus 
conflitos ou superar suas dificuldades.
A intervenção não se caracteriza como uma técnica, mas como a 
associação de algumas técnicas que se somam. Dentre elas podemos exemplificar 
as dinâmicas de grupo, os encaminhamentos, as reuniões e assembleias etc., que 
se caracterizam como instrumentos ligados à intervenção da realidade e, por 
consequência, de sua transformação.
3.3 TÉCNICA DE ENCAMINHAMENTO
3.4 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
O(A) assistente social deve utilizar-se do instrumento de encaminhamento, 
como em todos os seus atos, com respeito ao seu código de ética e à questão do 
respeito aos direitos e cidadania, pois é fundamental que o operador zele pelos 
direitos já conquistados pela pessoa ou grupo que está atendendo e continue 
colaborando na conquista de novos direitos para os mesmos.
A técnica do encaminhamento configura-se como uma ponte de ligação entre 
outras ações do Serviço Social. Pressupõe o conhecimento das políticas públicas da 
problematização para os devidos encaminhamentos, bem como um levantamento 
prévio das condições e características do contexto em estudo, com o detalhamento e 
a documentação dos fenômenos observados, a fim de buscar a sua resolução. 
A conceituação e significação da técnica de encaminhamento são 
abordadas de modo mais específico no item 4 do Tópico 3 desta unidade. Faça a 
“ligação” dos dois conteúdos para melhor compreensão do tema.
Durante a aplicação destas técnicas é necessário o assistente social ter claro 
que o usuário do serviço é um portador de direitos e tem todo o direito de lutar por 
sua cidadania. É imprescindível que o profissional tenha embasamento teórico 
do assunto apresentado para a intervenção e os encaminhamentos necessários.
Feitas estas considerações, podemos elencar como principais instrumentos 
teóricos do Serviço Social:
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
64
•	Visitas domiciliares
•	Entrevista individual 
•	Entrevista coletiva
•	Observações 
•	Relatório
•	Parecer social
•	Perícia social 
•	Encaminhamentos
Além dos instrumentos já vistos, ao longo do nosso estudo veremos 
detalhadamente aqueles ainda não abordados, bem como outros que 
complementam esse rol de técnicas do Serviço Social.
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NOS PROGRAMAS DO 
GOVERNO
Cecília Contete
O assistente social está inserido nas mais diversas áreas da política pública 
social. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) é um programa do 
Governo Federal, ligado diretamente ao Ministério de Desenvolvimento Social 
e às Secretarias Estaduais e Municipais de Assistência Social, ou similares. O 
principal objetivo é retirar crianças e adolescentes entre sete e quinze anos do 
trabalho considerado perigoso, penoso, insalubre ou degradante. Rodrigo de 
Oliveira Ribeiro, que atualmente está coordenando os Centros de Referência de 
Assistência Social (CRAS) atuou como assistente social do PETI.
Ele reconhece que o programa tem limitações, já que em sua opinião 
toda forma de trabalho coloca em risco a saúde e a segurança das crianças e 
adolescentes. Mas acredita que todas as ações voltadas para garantir o direito 
desse público são importantes para diminuir as desigualdades sociais. O 
assistente social explica que, para a entrada no PETI, é necessário que a criança 
esteja frequentando a escola e que a família tenha renda per capita até meio salário-
mínimo,mas ressalta que este último critério é uma orientação para prioridade, o 
que significa a possibilidade de entrada de famílias que tenham renda superior. 
Relata que a família inserida no programa recebe uma bolsa mensal no valor de 
R$ 40,00 (quem mora em áreas urbanas) e R$ 25,00 (áreas rurais). Acrescenta que 
estes valores são para cada criança ou adolescente inserido e que não há limite de 
vagas por família.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | APREENSÃO E INTERVENÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
65
A criança ou adolescente passa a comparecer em jornada ampliada, isto 
porque em um período eles frequentam as aulas escolares e, no outro, atividades 
desenvolvidas pelo PETI ligadas às áreas esportivas, culturais, artísticas, de lazer e 
reforço escolar. O trabalho se dá em três frentes: a escolar, onde é necessária uma 
articulação com a secretaria de educação para acompanhamento e elevação do 
desempenho nesta área; a jornada ampliada, que pretende aumentar e possibilitar 
o desenvolvimento integral da criança com sua inserção na rede de serviços e bens e 
a família, onde são trabalhados fundamentalmente aspectos quanto à socialização e 
à questão da geração de trabalho e renda. Segundo Rodrigo, o assistente social que 
atua nesse programa é responsável, dentre outras funções, pelo processo seletivo 
e o planejamento das atividades junto à equipe multidisciplinar, composta pelo 
gerente do PETI, uma psicóloga, uma pedagoga, uma funcionária administrativa e 
pelos monitores que executam a jornada ampliada. 
Os monitores, em sua maioria, são professores. São chamados monitores 
volantes aqueles que desenvolvem atividades diferenciadas em mais de um polo, 
por exemplo, atividade circense. Ele destacou que o profissional de Serviço Social 
também desenvolve um trabalho socioeducativo e de atendimento social junto às 
famílias, que pode desdobrar em encaminhamentos para outros programas e/ou 
Conselhos Tutelares a fim de resguardar o direito da criança e do adolescente. De 
acordo com Rodrigo, o PETI atualmente atende cerca de 960 crianças, nos trinta 
e seis polos onde são desenvolvidas as jornadas ampliadas. O espaço escolar é 
priorizado para a realização dos trabalhos, mas nem todos funcionam em escolas. 
Lembra que o programa prevê o desenvolvimento de atividades socioeducativas 
e geração de trabalho e renda, porém estas ainda serão desenvolvidas, posto que 
a prioridade atual é realizar cadastros para que se possa atingir a meta de 1036 
crianças. Além disso, uma articulação com a Secretaria Municipal de Educação 
está sendo feita a fim de qualificar as ações da jornada ampliada e assim garantir 
o direito da criança e do adolescente. Mensalmente é realizado o monitoramento 
da frequência daqueles inseridos no PETI, afirma o assistente social. No 
planejamento, está prevista a criação de instrumentos para, em articulação com a 
rede de educação, fazer o acompanhamento do desempenho escolar. 
Mas este ainda é um grande desafio que a equipe decidiu assumir 
para que se tenha clareza da qualidade desempenhada pelo programa. É 
importante ressaltar que os monitores são fundamentais nesses processos e que 
mensalmente são realizados relatórios de acompanhamento de cada polo a fim 
de avaliar a realidade local, tendo em vista a dimensão geográfica e diferenças 
existentes no município.
FONTE: CONTETE, Cecília. O trabalho do assistente social nos programas do governo. Práxis 
(Revista do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, jun. 2009, 
p. 7-8.
66
Neste tópico você estudou:
Principal característica 
d o S e r v i ç o S o c i a l 
contemporâneo
A instrumentalidade do Serviço Social enquanto 
profissão que objetiva intervir na realidade, tendo 
em vista melhorar as condições daquelas pessoas que 
vivem em situação de risco.
Como fazer a escolha 
do melhor instrumento 
para efetivar o trabalho 
do assistente social
Para poder escolher o melhor instrumento para prestar 
o Serviço Social às pessoas, é necessário que o assistente 
social faça uma análise de cada caso concreto, tendo 
em vista que é o contexto do problema em questão 
que determinará qual o melhor método a ser utilizado.
Instrumentos teóricos 
m e t o d o l ó g i c o s d o 
Serviço Social
Visitas domiciliares, entrevista individual, entrevista 
coletiva, observações, relatório, parecer social, perícia 
social, encaminhamentos.
RESUMO DO TÓPICO 1
67
AUTOATIVIDADE
Caro(a) acadêmico(a): após a leitura deste Tópico, desenvolva a atividade 
a seguir para aumentar sua compreensão sobre os temas apresentados. 
1 De acordo com o texto, quais são os instrumentos de apreensão da realidade 
e quais são os instrumentos de intervenção na realidade?
2 A divisão em instrumentos de apreensão da realidade e de intervenção da 
realidade é observada rigorosamente pelos assistentes sociais?
68
69
TÓPICO 2
RECONHECENDO A REALIDADE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 VISITA DOMICILIAR
Os instrumentos utilizados no Serviço Social para se reconhecer uma 
realidade são as visitas domiciliares e as entrevistas. No cotidiano da profissão, 
quase diariamente é necessário fazer uso destes instrumentos. Por isso, dedica-se 
este tópico a estas duas importantes ferramentas do Serviço Social.
Como o próprio nome sugere, a visita domiciliar é a ida do profissional 
do Serviço Social na residência do usuário. Esse “ir” do assistente social 
evidentemente não é despreocupado, sem objetivo, não. Trata-se de uma busca, 
uma busca in loco com um objetivo predeterminado, em que o profissional do 
Serviço Social se dirige até o lar do usuário para alcançar o objetivo traçado, que 
geralmente é conhecer melhor a realidade do usuário.
FONTE: Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/noticias/fotos/Visita%20
Juventude% 20Assistida%20%20-%20Foto%20Jo%C3%A3o%20Barreto_6096.jpg>. 
Acesso em: 25 out. 2009.
FIGURA 2 – VISITA DOMICILIAR
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
70
A visita domiciliar é um instrumento muito utilizado pelo profissional 
do Serviço Social, além de ser um modo específico para o conhecimento e 
entendimento da realidade. A visita domiciliar, conforme Mioto (2001, p. 148), 
“tem como objetivo conhecer as condições (residência, bairro) em que vivem 
tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das relações, aspectos esses que 
geralmente escapam à entrevista de gabinete”. O assistente social deve fazer um 
mapa dos serviços disponíveis no local onde vive essa família, para conhecer as 
situações sociais a serem abordadas. Por exemplo, escola que atenda, qual a faixa 
etária, creche e qual o horário de atendimento, disponibilidade de atividades, 
programas para crianças quando os pais estão trabalhando. Para os idosos, 
atividades comunitárias, intelectuais. Postos de saúde ou estratégias de saúde da 
família. O profissional deve conhecer os horários e locais de ônibus, entre outros, 
para poder construir com essa família a consolidação da cidadania e a busca das 
mudanças sociais com maior qualidade de vida para essa comunidade.
No dia a dia as pessoas envolvidas numa situação que necessita da 
intervenção do assistente social se comunicam e criam relações que não ficam 
visíveis e nem verbalizadas quando atendidas dentro das instituições de 
trabalho. Essa ação faz com que o profissional tenha habilidade para perceber 
o que está por trás do que não é dito, mas expresso por gestos, olhares e 
posturas. E principalmente esse profissional não pode realizar a visita com 
olhar preconceituoso, discriminatório e nem impositivo, conforme Resolução 
n. 273, do CFESS (1993, p. 3), “[...] defesa intransigente dos direitos humanos 
[...]; ampliação e consolidação da cidadania [...]; posicionamento em favor da 
equidade, de justiça social [...]; eliminação de todas as formas de preconceitos”. 
Nesta resolução, quando se fala em todas as formas de preconceitos, são todas 
realmente, como gênero, etnia, religião, deficiências, classe social, racial, opção 
sexual, entre outras, que podemexistir. 
O assistente social tem que ter claro que sua intervenção profissional 
cria com as pessoas envolvidas um processo de mudança de hábitos, olhares e 
opiniões. “O resultado desse processo é sempre uma transformação na natureza 
e no próprio homem, uma vez que, ao final, ele já não é mais o mesmo homem”. 
(GUERRA, 2002, p. 8).
Não é difícil argumentar que, nem sempre, entre as quatro paredes nas 
quais, diariamente, o profissional do Serviço Social labora, onde esse profissional 
recebe seus usuários e ali procede as entrevistas, não pode, aquele profissional 
neste momento e espaço, compreender a realidade vivida pelo usuário, e sobretudo 
utilizando apenas as palavras do usuário. Sair do ambiente institucional e buscar 
a realidade onde ele realmente vive é fundamental em muitos casos. 
É no contexto no qual o usuário reside que a realidade está disponível. 
Desta forma, deve o assistente social considerar todas as informações relevantes 
alcançadas pela visita domiciliar. Ressalta-se que não é apenas no local em que 
reside o usuário que deve recair a atenção do profissional, ou seja, não é só 
TÓPICO 2 | RECONHECENDO A REALIDADE
71
dentro da residência do usuário que o profissional deve observar, não. Quando o 
profissional está se deslocando para a residência do usuário, já deve ele observar 
os aspectos da região em que reside o usuário. 
Como é, efetivamente, o bairro em que reside o usuário. Quais são as 
relações de vizinhança, não só do usuário com seus vizinhos, mas também destes 
com eles mesmos. Note-se que se deve levar em conta, na observação, as mais 
variadas formas de relações, desde familiares, profissionais, trocas simbólicas, 
religiosas etc. da região e bairro onde reside o usuário. 
É preciso igualmente que o profissional do Serviço Social esteja atento às 
relações existente no lar do usuário também. Relações do usuário com os outros 
membros da família que habitam o mesmo espaço ou até mesmo com pessoas 
que moram com o usuário, mas não pertencem ao grupo familiar. 
Alguns cuidados devem ser tomados na utilização da visita domiciliar 
como instrumento do Serviço Social. Cuidados simples, mas que podem fazer 
bastante diferença na efetividade da visita. Em primeiro lugar, deve o profissional 
do Serviço Social evitar fazer visitas durante o horário de refeições. É possível 
que o usuário se sinta constrangido com a presença do assistente social, inclusive 
pode o usuário se sentir na obrigação de convidar o profissional a compartilhar 
dos alimentos, o que, em ambos os casos – negar ou aceitar o convite – pode criar 
uma situação constrangedora. Para evitar estes inconvenientes, recomenda-se 
que o profissional tenha muita atenção para o horário da visita domiciliar. 
Não se pode, contudo, confundir a cortesia de um ‘cafezinho’ com o 
sentar-se à mesa para o almoço. Cortesias de costumes são recomendáveis que 
o profissional aceite, inclusive para que o usuário se sinta mais à vontade na 
presença do profissional.
Questão de grande importância é o conhecimento prévio da visita e 
também o conhecimento do objetivo e da motivação da visita.
 O objetivo da visita é aquilo que se busca verificar com a visita. É o 
caso, por exemplo, da visita domiciliar para verificar qual o tipo de interação 
entre a pessoa que tem a guarda de um adolescente e este, fundamentalmente 
com o que pretende a adoção. O objetivo é, pois, verificar como é esta interação. 
A motivação, para o mesmo exemplo é que o objetivo funcione como um 
embasamento para que a autoridade decida sobre a adoção. Observa-se que, 
tanto o quando, o para quê e o porquê da visita domiciliar devem ser previamente 
informados ao usuário.
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
72
DICAS
Leia o texto: O SIGNIFICADO DE VISITA DOMICILIAR PARA USUÁRIOS DE UM 
PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA (CAPD) EM GOIÂNIA, 
de Elisete Regina Rubin De Bortoli Sant’Ana , Lúcia Taia, Marcelo Medeiros, disponível em: 
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/viewArticle/727/787>.
3 ENTREVISTA
Que se entende, pois, por entrevista? A entrevista é um ato, do qual devem 
participar no mínimo duas pessoas (entrevista individual) ou mais (entrevista 
coletiva), onde se busca compreender, identificar ou constatar uma determinada 
situação. Não se limita, entretanto, a compreender, identificar ou constatar tão 
somente. Poderá sim a entrevista ter outros fins, como é o caso, por exemplo, da 
entrevista de ajuda. De qualquer forma, o conceito anterior pode ser considerado 
básico e, embora algumas entrevistas possam ter maiores finalidades, todas devem 
necessariamente querer compreender, identificar ou constatar uma determinada 
situação, tratando-se, é claro, de entrevistas no Serviço Social.
Para o Serviço Social, a entrevista é antes de tudo um espaço de escuta. 
Neste ato, o profissional do Serviço Social deve se colocar a ouvir o usuário, 
lembrando que ouvir é uma atividade ativa, e não passiva, como pensam muitos. 
Ativa no sentido de que não se trata apenas de receber as informações do usuário, 
mas, sim, concentrar-se nelas, refletir sobre elas, indagá-las.
FONTE: Disponível em: <www.adj.org.br/site/internas.
asp?area=9924&id=512>. Acesso em: 25 out. 2009.
FIGURA 3 – ENTREVISTA 
TÓPICO 2 | RECONHECENDO A REALIDADE
73
Também deve o assistente social se colocar na posição de condutor da 
entrevista. Embora seja demasiadamente importante o assistente social saber 
ouvir o usuário, não se trata de ouvir qualquer coisa que o usuário queira dizer, 
não. O entrevistador deve estar atento para poder interromper quando as palavras 
do usuário não fazem sentido para o objetivo do trabalho do assistente social. 
Ressalta-se que é preciso ter muito cuidado com esta situação por dois motivos. 
Primeiro, o profissional deve distinguir bem, no momento da entrevista, 
o que é pertinente e o que não é pertinente para o objetivo do trabalho do Serviço 
Social, porque pode ele ou interromper o que era fundamental para os objetivos da 
entrevista ou não interromper o que não tinha nenhum sentido para os objetivos 
da entrevista, tornando-a muito longa e cansativa. Em segundo lugar, deve o 
profissional saber interromper o usuário, com delicadeza, elegância, astúcia, de tal 
modo que o usuário sinta-se conduzido e não interrompido, fundamentalmente 
porque pode este se sentir desinteressado para continuar a entrevista.
A entrevista é o meio por excelência que integra o usuário e o profissional. 
É este o momento no qual o assistente social pode e deve estabelecer uma relação 
de confiança com o usuário de tal forma que este não esconda informações do 
profissional. Por isso mesmo, deve dar especial atenção à entrevista, fazendo-a 
com zelo, consciente dos objetivos. Conforme escreve Cláudia D. Giongo, citando 
Veloso e Silva, a entrevista precisa ir muito além de um mero ‘bate-papo’:
Textos atuais como o de Veloso (1995) e Silva (1995), enfatizam o que 
não se configuraria como uma entrevista em Serviço Social, como que 
ao definir o que seja entrevista, recorrem à sua negação. Daí dizer que a 
entrevista não é um jogo de “pingue-pongue”, como um questionário 
de perguntas e respostas que inibem e empobrecem uma relação 
que se quer rica e competente. A entrevista precisa ir além de um 
mero “bate-papo”, ou de uma conversa informal entre duas ou mais 
pessoas, sem traçarem objetivos definidos. Ainda que ocorra busca 
de dados durante a entrevista, ela não se reduz a isso, e estes dados 
devem estar implicados no porquê e a quem serve esta entrevista, 
num processo que envolve e conclama a real participação do usuário, 
acompanhado de esclarecimentos e objetivos a serem traçados num 
processo interventivo, que pode vir a ser desencadeado. Não se 
pode esquecer que o objetivo de uma primeira entrevista pode ser o 
conhecimento da situação usuário para o prosseguimento do processo 
e construção interventiva que envolve posteriores entrevistas, ou pelo 
menos a possibilidadede ser deixada uma porta aberta para o usuário 
retornar em busca de auxílio profissional (GIONGO, 2003, p. 13).
Diante deste texto de Cláudia D. Giongo, podemos compreender o quanto 
é importante a entrevista. Este é, pois, o momento em que o usuário estabelece 
relações de confiança com o profissional, bem como vê este como um possível 
auxílio para resolver o problema que lhe aflige. 
Para melhor compreender a natureza e o significado da entrevista como 
instrumento do Serviço Social, observe as classificações a seguir:
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
74
a) Quanto ao modelo:
• estruturada: busca a coleta de dados do tipo quantitativo. O entrevistar não 
pode alterar o conteúdo dos questionamentos preestabelecidos. Exemplo 
clássico é da entrevista socioeconômica;
• não estruturada ou aberta: é uma entrevista qualitativa, oferecendo flexibilidade 
ao entrevistador em relação ao conteúdo. Possibilita a conscientização, 
capacitação, orientação, informação, participação, valorização da autoestima 
do usuário. Um exemplo deste tipo de entrevista é a reflexiva;
• entrevista dialogada: é fundamental, na entrevista dialogada, que tanto o 
usuário quanto o profissional se coloquem em posições iguais, de tal forma 
que entrevistado e entrevistador sejam agentes deste processo e ambos o 
desenvolvam. 
b) Quanto ao tipo de entrevista:
• entrevista de triagem: este tipo de entrevista serve para verificar determinados 
critérios em relação às condições do usuário (econômica, social, cultural, 
empregatícia, alimentar etc.) para que o mesmo seja inserido em algum tipo de 
atividade ou programa;
• entrevista de avaliação socioeconômica: também utilizada para participação em 
programas sociais, de empresas ou em plantões sociais. Serve para qualificar 
o usuário economicamente em relação às classes sociais (baixa inferior, baixa 
superior, média inferior, média, média superior e classe alta, conforme escala 
social de Graffar);
• entrevista de ajuda: a entrevista de ajuda pressupõe que o usuário sente a 
necessidade de resolver uma situação social determinada e, nesse sentido, a 
entrevista de ajuda busca capacitar o usuário ao enfrentamento do problema. 
Estas são as classificações encontradas na literatura do Serviço Social. 
Evidentemente que uma entrevista pode assumir, simultaneamente, uma 
característica ou outra, como é o caso da entrevista de triagem, que funciona 
também como entrevista de avaliação socioeconômica.
As entrevistas em Serviço Social devem constituir um ato estruturadamente 
pensado, do começo ao fim, buscando, pois, alcançar a maior efetividade possível 
ao trabalho do assistente social. Nesse sentido, é preciso ter o domínio e o controle 
da entrevista, desde seu início até o encerramento, de tal forma que o profissional 
consiga maximizar a equação tempo e objetivos. Só assim é possível uma 
razoável utilização do tempo da entrevista, que não pode ser curta nem longa, 
e essa relação só é possível determinar depois de desvelado qual o problema 
a ser enfrentado. Notadamente, a entrevista se divide em três fases, a saber: o 
acolhimento, o desenvolvimento e o encerramento. 
TÓPICO 2 | RECONHECENDO A REALIDADE
75
A etapa da entrevista chamada de acolhimento é a etapa inicial, o primeiro 
momento, onde há uma primeira aproximação. Neste momento o profissional deve 
se preocupar em conhecer o usuário, e tão somente o usuário, desconsiderando, 
pois, o problema que traz o usuário ali ou o que leva o profissional ao usuário.
É durante o acolhimento que o profissional cumprimenta firmemente 
o usuário e inicia o diálogo. Sempre que possível, deve o profissional iniciar a 
conversa falando de qualquer outro assunto que possivelmente despertará algum 
interesse do usuário. Futebol, novela, tempo. Sempre que possível porque, em 
alguns casos, o usuário está tão aflito que não consegue pensar em outra coisa 
senão o problema que o levou ao profissional ou que trouxe o profissional até ele. 
Passada esta fase de acolhimento, é preciso começar a desenvolver 
a entrevista propriamente dita. Esta fase inicia-se com o questionamento 
acerca do problema que motivou o encontro entre usuário e profissional. No 
desenvolvimento deve o profissional desvelar não só o problema, mas também 
em qual contexto ele se desenvolveu. 
Para o melhor desenrolar da entrevista, pode o entrevistador se valer dos 
seguintes quesitos norteadores:
• exploração: aprofundar-se nos diversos aspectos da vida do usuário, inclusive 
aspectos de foro íntimo, como gostar ou não de alguém, desejar ou repudiar etc.;
• questionamento: é sempre utilizado pelo entrevistador como principal 
ferramenta que possibilita a orientação da entrevista. Normalmente quando a 
entrevista está perdendo o sentido em relação ao trabalho que deve ser feito, o 
entrevistador questiona acerca de algo que é bastante fecundo para o trabalho 
o que, evidentemente, trará novamente a entrevista para o rumo desejado;
• acareação das ideias contraditórias: sempre que o entrevistador notar que 
existem ideias que, de alguma forma, se contradizem, deve ele demonstrar a 
contradição e pedir que o usuário se manifeste;
• socialização de conhecimento: sempre que o profissional perceber que o 
usuário se questiona acerca de conhecimentos que o profissional tem, deve 
este socializar este conhecimento, esclarecendo para o usuário suas dúvidas; 
• reflexão: reconhecer uma questão dentro do contexto e concentrar-se 
enfaticamente nela, possibilitando, assim, uma ação pensada;
• silêncio: é bem-vindo na entrevista em duas ocasiões. Primeiro, quando o 
usuário precisa de alguns instantes para associar, internalizar, repensar etc. 
as ideias, sugestões, possibilidades etc. ocorridas na entrevista. Em segundo 
lugar, é preciso silêncio após as ocasiões em que o usuário se emociona – o que 
ocorre não raras vezes – tendo, pois, tempo para recompor seus sentimentos; 
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
76
• reexposição: trata-se de parafrasear o que foi dito, tanto pelo usuário como 
pelo profissional. A reexposição possibilita uma outra forma de compreender 
o que até então não havia sido. 
A partir destes instrumentos, pode o profissional do Serviço Social 
conduzir bem uma entrevista, seja ela individual ou coletiva. 
Após o desenvolvimento da entrevista, o assistente social deve preocupar-
se com o encerramento. É salutar que nesta fase o profissional recapitule 
brevemente o que foi discutido e se alguma providência foi sugerida. Caso, na fase 
de encerramento da entrevista, o usuário aborde algum assunto que é pertinente, 
mas não há mais tempo para discuti-lo, deve o entrevistador deixar claro que o 
assunto é importante e que será retomado apenas na próxima entrevista.
É sempre preciso que o entrevistador, durante toda a entrevista e em 
todas elas, tome muito cuidado com a orientação da entrevista. Isso porque só 
tem legitimidade ética na entrevista os assuntos de interesse no problema e não 
as curiosidades pessoais do entrevistador. Nesse sentido, a entrevista nunca 
pode ser tomada como um instrumento de satisfação dos interesses pessoais do 
entrevistador, o que, evidentemente, tornaria a entrevista ilegítima, desvirtuando 
os reais objetivos da entrevista e também da própria profissão.
DICAS
Para um aprofundamento do instrumento técnico da entrevista, sugerimos que 
você leia o artigo seguinte: 
LEWGOY, Alzira Maria Baptista; SILVEIRA, Esalba Carvalho. A entrevista nos processos de 
trabalho do assistente social. Revista Virtual Textos & Contextos, n. 8, dez. 2007. 
Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/2315/3245>.
Acesso em: 17 out. 2009.
77
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou:
Visita domiciliar
Trata-se do assistente social ir até a residência do usuário, 
com um objetivo predeterminado, motivado, com horário e 
data ajustados com o usuário.
Entrevista
É o ato pelo qual duas ou mais pessoas procuramcompreender, identificar ou constatar uma determinada 
situação. 
Quesitos 
norteadores das 
entrevistas
Reexposição, silêncio, reflexão, socialização de conhecimento, 
acareação das ideias contraditórias, questionamento e 
exploração.
78
Caro(a) acadêmico(a), após a leitura deste tópico, desenvolva a atividade 
a seguir para aumentar sua compreensão sobre os temas apresentados. 
1 Segundo Mioto, quais são os objetivos da visita domiciliar?
 
2 Descreva os diferentes tipos de entrevistas.
3 Acompanhe, em duplas, a visita domiciliar de um assistente social e faça um 
breve relatório dos aspectos destacados desta atividade.
AUTOATIVIDADE
79
TÓPICO 3
A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E 
AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E 
ASSEMBLEIAS)
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 RELATÓRIO
No Serviço Social, tudo que foi e é pesquisado deve ser apresentado em 
forma de dados, pois a informação sem ser traduzida de nada adianta, não passa 
de um emaranhado de informações sem nexo. Para solucionar tal questão, faz-se 
necessária a realização de relatórios, que representam a transcrição dos dados e 
informações da realidade e do contexto social para o papel. 
Este documento – o relatório – é o responsável pelas análises sociais 
desenvolvidas em pesquisas, projetos, reuniões, assembleias, entrevistas, visitas 
domiciliares, encaminhamentos etc. E os dados do relatório, quando são transcritos, 
possuem muita relevância, pois apresentam as informações decodificadas e 
organizadas, de forma a serem compreendidas e passíveis de análise.
Serão a seguir mais aprofundados os conhecimentos acerca do relatório, 
assim como de alguns mecanismos que auxiliam na efetividade e na socialização 
em grupo, além de uma explanação sobre reuniões e seus procedimentos.
O relatório é o documento produzido pelo profissional do Serviço Social, 
no qual constarão todos os aspectos relevantes de um determinado ato praticado 
por este profissional. Os atos que são passíveis de relatórios são os mais diversos, 
como, por exemplo, visitas domiciliares, entrevistas, observações etc. 
Passa-se a tratar agora especificamente do relatório da visita domiciliar 
e tudo o que for dito sobre este relatório cabe também para os outros atos do 
assistente social.
O relatório da visita domiciliar é o documento onde são registrados os 
aspectos relevantes da abordagem domiciliar feita pelo profissional do Serviço 
Social. Neste relatório devem estar presentes os elementos que possibilitem 
uma interpretação do contexto do usuário, tanto por aquele profissional que 
visitou o domicílio do usuário ou por qualquer outro profissional que necessite 
80
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
daquele conhecimento, inclusive de outras áreas, como Promotores de Justiça, 
Juízes de Direito etc. Para alcançar este objetivo – qual seja, proporcionar uma 
interpretação do contexto do usuário –, é necessário que o relatório contenha os 
seguintes elementos:
•	um resumo dos acontecimentos, ordenados cronologicamente; 
•	uma breve descrição de cada membro;
•	a família como grupo, as pautas da interação e a conduta nos papéis;
•	o ambiente de vizinhança, físico e humano;
•	o resultado prático, face ao objetivo da entrevista.
Presentes todos esses elementos no relatório, possível será a interpretação 
do contexto do usuário que recebeu uma visita domiciliar do profissional do Serviço 
Social, de tal forma que esta interpretação será possível pelo mesmo profissional 
que efetuou a visita assim como por outro profissional, de outra área, inclusive.
3 DINÂMICAS DE GRUPO E VIVÊNCIAS
As dinâmicas de grupo servem ao Serviço Social como ferramentas 
de aproximação, exploração dos potenciais, desenvolvimento de habilidades, 
capacitação, reflexão, entre muitas outras possibilidades. Configuram-se, como 
práticas catalisadoras das qualidades, potencialidades, dificuldades e conflitos 
dos grupos. 
De acordo com Schmitt et al. (1999, p. 29-30):
Um dos melhores meios para uma pessoa se desenvolver, aprender 
coisas novas e perder a vergonha de falar, é participar de um grupo 
e de suas atividades. Nestes grupos, uma das formas de ajudar as 
pessoas a expor suas ideias é usando dinâmicas, que são instrumentos 
para facilitar a comunicação e a interação do grupo.
[...]
A dinâmica provoca abertura no relacionamento entre o EU e o 
OUTRO, isto é, facilita a vivência no grupo, no sentido de percebermos 
as diferenças de cada um. É necessário percebermos que cada pessoa 
pensa, sente e age de diferentes maneiras e de formas diversas, em 
relação a uma mesma situação. Perceber essas diferenças facilita a 
superação de alguns problemas que existem na vida comunitária.
Ainda de acordo, com Schmitt et al. (1999, p. 30), as dinâmicas possuem 
algumas finalidades:
TÓPICO 3 | A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS)
81
•	[...] dão abertura para a comunicação: muitas pessoas são inibidas 
e temem falar por se sentirem inseguras. A dinâmica serve para 
derrubar essas barreiras que impedem a comunicação. Também 
ajuda na eliminação de preconceitos e desconfianças;
•	despertam a solidariedade, colaboração e ajuda mútua: trata-se de 
libertar-se do individualismo, vencer o egoísmo e organizar-se de 
forma coletiva, comprometendo-se com a realidade de todos;
•	possibilitam conhecer-se e assumir-se a si mesmo: com as dinâmicas 
percebemos nossas limitações, dificuldades e medos e vamos, aos 
poucos, superando essas dificuldades;
•	desenvolvem a maturidade no grupo: as dinâmicas provocam 
abertura, sinceridade, confiança, colaboração e compromisso, 
fazendo com que o grupo cresça;
•	dinamizam o grupo, isto é, as dinâmicas facilitam o trabalho em 
equipe, o crescimento individual e coletivo, melhoram a percepção 
da realidade grupal e social, provocando participação e mudanças.
Diante das possibilidades e do potencial que as dinâmicas de grupo 
encerram, elas servem ao Serviço Social como excelentes ferramentas para 
execução de seu ofício, ressalvando o fato de que sua variedade e complexidade 
deve ser muito bem compreendida pelo(a) profissional do Serviço Social. O 
domínio pleno das técnicas é fundamental para se alcançar o resultado esperado, 
o insucesso ou até a superação das expectativas.
4 ENCAMINHAMENTO
A prática do encaminhamento se dá como resultado das ações antecedentes 
de análise situacional no contexto do indivíduo ou grupo e objetiva a eficácia 
social com a resolução do problema identificado, ou de parte dele, visto que 
podem ser necessárias outras ações para resolução e equalização dos problemas 
levantados. Em geral as ações com foco no coletivo se sobrepõem às ações com 
foco no contexto individual. 
O encaminhamento não se caracteriza propriamente como ação principal, mas 
como ação acessória que estabelece uma ponte entre duas ou mais ações orientadas 
no sentido da resolução de um problema identificado no contexto do grupo.
O encaminhamento pressupõe condições ao grupo, coleta de dados, 
cadastramento e identificação clara dos problemas ou necessidades do grupo, 
cabendo aos operadores do Serviço Social o desenvolvimento dessas atividades.
A seguir veremos um exemplo negativo de encaminhamento que conflita 
com o código de ética do Serviço Social. Em setores de Perícia Médica dos 
Institutos de Previdência, o maior objetivo é obter o menor número de pessoas 
afastado acima de quinze dias, desta forma o segurado contribui sempre e só 
receberá o benefício na aposentadoria. Na visão administrativa não são vistos 
os motivos que levaram a pessoa à doença, a falta de médicos especialistas e 
de exames, por exemplo; vê-se somente que a pessoa deve estar trabalhando. 
82
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
Nesta situação o assistente social tem o papel fundamental de encaminhar os 
usuários para os programas adequadosde saúde e envolvê-los em programas de 
alimentação, atividades físicas de qualidade de vida e outros mais, além de fazer, 
se necessário, o enfrentamento na direção da equidade e da justiça social.
5 REUNIÕES
São encontros realizados por duas ou mais pessoas, onde se discutem e se 
encaminham questões relativas a um determinado objeto. No caso das reuniões 
relativas ao Serviço Social, este objeto vai ser sempre social.
Segundo Souza (1991, p. 188), “[...] a reunião é instrumento coletivo de 
reflexão sobre as necessidades, preocupações e interesses comunitários, assim como 
de organização e ação.”
De acordo com Schmitt et al. (1999, p. 35), a reunião é “[...] um encontro 
de pessoas que têm como objetivo discutir e propor soluções para uma ou várias 
situações”. Todos nós fazemos reuniões, como, por exemplo: as associações de 
moradores, as APPs das escolas, os clubes em geral, os grupos de idosos, as pastorais, 
as empresas etc.
No planejamento de uma reunião é interessante fazer um check list de tudo 
que é necessário para a realização da reunião: data, local, horário, material de apoio 
(canetas, cartolina, pincel atômico, disposição das cadeiras, programação da reunião, 
lista de presença, avaliação).
Para que uma reunião possa acontecer, devem-se levar em consideração alguns 
procedimentos. Conforme Schmitt et al. (1999, p. 35-36), entre estes procedimentos 
destacamos:
A) preparação antecipada do local onde será realizada a reunião (sala, 
auditório, campo);
B) organização e preparação do material necessário (cartazes, vídeo, 
panfletos, transparências, papéis diversos, enfim, o que se fizer 
necessário);
C) preparação de um ambiente agradável pelo coordenador da 
reunião;
D) recomenda-se, quando o grupo não se conhece, iniciar com a 
apresentação das pessoas, ou dos novos participantes e dos 
visitantes, quando for o caso. Para isso podemos utilizar dinâmicas 
variadas.
O papel do assistente social durante a reunião é de coordenar a reunião, 
focar no objetivo, controlar o tempo, proporcionar a participação dos participantes, 
motivar a discussão, proporcionar a socialização e as análises.
TÓPICO 3 | A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS)
83
FONTE: Disponível em: <http//populo.weblog.com.pt/arquivo/reuniao.gif>. Acesso em: 
25 out. 2009.
FIGURA 4 – REUNIÃO
A avaliação da reunião é necessária para verificar se as metas e objetivos 
foram alcançados, além de obter fundamentos para preparar a próxima reunião. 
É importante avaliar a participação individual de cada um, duração da reunião, 
se existe troca entre os participantes. 
Ainda de acordo com Schmitt et al. (1999, p. 36):
[...] a reunião poderá ter vários aspectos e características. Isto é, 
dependendo do motivo por que nos reunimos, ela poderá ser 
simplesmente de integração entre os indivíduos do grupo, ou para 
estudos de um determinado assunto, como, por exemplo, discutir as 
reivindicações da comunidade e os procedimentos necessários para 
encaminhá-las; ou discussão de uma polêmica que estamos vivendo 
que influencia a vida da comunidade e da sociedade.
Mas, como se planeja uma reunião? De acordo com Souza (1991, p. 188), 
enquanto instrumento técnico, a reunião supõe algumas condições:
[...]
1. que tenha objetivos claros;
2. que se adote agenda sugestiva;
3. que seja oportuna;
4. que se adote uma coordenação democrática e participativa.
De acordo com Schmitt et al. (1999, p. 37), para que uma reunião aconteça de 
forma participativa e alcance os objetivos propostos, enumeramos algumas dicas:
84
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
•	planejar a reunião com antecedência, elaborando uma pauta, e, se 
possível, informando-a no convite para as pessoas;
•	ler a ata da reunião anterior, lembrando o que aconteceu e o que foi 
deliberado [para os casos em que já houve reuniões anteriores];
•	estipular um tempo para a reunião, de acordo com a disponiblidade 
dos integrantes. É importante estipular um tempo de fala para cada 
um, de modo que todos tenham oportunidade de falar;
•	subdividir o grupo, para incentivar e estimular a participação de 
todos nas tarefas concretas. Isto pode servir para dinamizar o grupo;
•	avaliar a reunião;
•	utilizar-se, sempre que possível, de dinâmicas, dependendo do 
assunto a ser tratado.
Em síntese, a utilização desta técnica e seu sucesso dependem, além de 
todos os elementos sugeridos anteriormente, da escolha da técnica mais adequada 
para se alcançar os objetivos propostos, da definição clara desses objetivos e 
fundamentalmente de uma coordenação democrática, que permita e estimule a 
participação efetiva de todos os envolvidos.
Lembre que objetivos claros, agenda sugestiva, que seja oportuna e coordenação 
democrática e participativa são elementos fundamentais para o sucesso da técnica reunião. E 
ainda, não basta decidir junto, é preciso, sim, o comprometimento de todos no processo de 
tomada de decisão, ou seja, participar ativamente.
ATENCAO
6 ASSEMBLEIAS
Trata-se de uma reunião qualificada pela possibilidade de deliberação. É 
através de uma assembleia que um grupo de pessoas legitima uma decisão que se 
torna um encaminhamento (é o caso, por exemplo, de assembleias sindicais que 
decidem pela greve).
Mas, o que é uma assembleia? De acordo com Schmitt et al. (1999, p. 39):
Uma assembleia é uma grande reunião aberta a todos os cidadãos. 
Normalmente é realizada quando uma comunidade quer discutir 
alguma questão específica, como, por exemplo, decidir sobre a 
construção de um posto de saúde ou, ainda, para uma prestação de 
contas. 
As assembleias também são usadas para que um determinado grupo 
comunitário possa ouvir a opinião da população em geral, permitindo 
que ela própria tome a decisão sobre questões que lhe dizem respeito.
TÓPICO 3 | A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS)
85
FONTE: Disponível em: <http://agal-gz.org/blogues/index.php/
gent/2008/09/08/assembleia-geral-sabado-dia-13>. Acesso em: 25 out. 2009.
FIGURA 5 – ASSEMBLEIA
A importância da assembleia consiste em manter um segmento da 
população informado e envolvido na decisão. É o caso, por exemplo, do início de 
um Congresso Nacional de Serviço Social em que se reúnem os participantes em 
assembleia para aprovar a pauta da reunião.
O papel do assistente social ou do organizador de uma assembleia é 
organizá-la. Para organizar uma assembleia, é interessante fazer um check list de tudo 
que é necessário para a realização da assembleia: data, local, horário, programação, 
divulgação, material de apoio (canetas, cartolina, pincel atômico); organização da 
mesa diretora (coordenar os trabalhos, apresentar o material para o grupo, receber os 
questionamentos, propostas, encaminhar a votação e anotar as alterações).
Aspectos que podem dificultar a eficiência da assembleia:
• quando não ocorre a troca entre os membros da mesa e o público-alvo;
• quando os membros da mesa desprezam as informações e questionamentos da 
plateia;
• quando os membros da mesa induzem as propostas e resultados;
• quando os participantes da plateia não participam com questionamentos.
Aspectos que podem facilitar a eficiência da assembleia:
• distribuição de folhas na plateia para encaminhar os questionamentos;
• equipe de apoio na plateia, com microfone, lanterna, folhas para perguntas e 
canetas;
• esclarecer no início o procedimento dos trabalhos, início e término das 
atividades, forma de encaminhar as perguntas.
86
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
DINÂMICAS
Equipe da Casa da Juventude Pe. Burnier 
Introdução
Dinâmicas de Grupo
As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um 
processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do 
conhecimento.
Para que servem:
- Para levantar a prática:o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e 
sofrem.
- Para desenvolver um caminho de teorização sobre esta prática como processo 
sistemático, ordenado e progressivo.
- Para retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la.
- Para incluir novos elementos que permitem explicar e entender os processos 
vividos.
As técnicas participativas geram um processo de aprendizagem libertador 
porque permitem:
1. Desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão.
2. Ampliar o conhecimento individual, coletivo, enriquecendo seu potencial e 
conhecimento.
3. Possibilitar criação, formação, transformação e conhecimento, onde os 
participantes são sujeitos de sua elaboração e execução.
Uma técnica por si mesma não é formativa, nem tem um caráter 
pedagógico.
Para que uma técnica sirva como ferramenta educativa libertadora deve 
ser utilizada em função de temas específicos, com objetivos concretos e aplicados 
de acordo com os participantes com os quais esteja trabalhando.
Os elementos de uma dinâmica
Objetivos: Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que se quer 
alcançar.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 3 | A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS)
87
Materiais-recursos: Que ajudem na execução e na aplicação da dinâmica 
(TV, vídeo, som, papel, tinta, mapas...). Outros recursos, que podem ser utilizados 
em grupos grandes, são o retroprojetor, exposições dialogadas, além de técnicas 
de teatro, tarjetas e cartazes.
Ambiente-clima: O local deve ser preparado de acordo, para que possibilite 
a aplicação da dinâmica (amplo, fechado, escuro, claro, forrado, coberto...), onde 
as pessoas consigam entrar no que está sendo proposto.
Tempo determinado: Deve ter um tempo aproximado, com início, meio 
e fim.
Passos: Deve-se ter clareza dos momentos necessários, para o seu 
desenvolvimento, que permitam chegar ao final de maneira gradual e clara.
Número de participantes: Ajudará a ter uma previsão do material e do 
tempo para o desenvolvimento da dinâmica.
Perguntas e conclusões: Que permita resgatar a experiência, avaliando: 
o que foi visto; os sentimentos; o que aprendeu. O momento da síntese final, dos 
encaminhamentos, permite atitudes avaliativas e de encaminhamentos.
Técnica quebra-gelo
- Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro.
- Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem.
- Resgata e trabalha as experiências de criança.
- São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas.
Técnica de apresentação
- Ajuda a apresentação de uns aos outros, possibilitando descobrir: quem sou, de 
onde venho, o que faço, como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso... 
Sem máscaras e subterfúgios, mas com autenticidade e sem violentar a vontade 
das pessoas.
- Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo.
- São as primeiras informações da minha pessoa.
- Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontração.
- O momento para a apresentação, motivação e integração. É aconselhável que 
sejam utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.
Técnica de integração
- Permite analisar o comportamento pessoal e grupal, a partir de exercícios bem 
específicos, que possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações 
interpessoais do grupo.
- Trabalha a interação, comunicação, encontros e desencontros do grupo.
88
UNIDADE 2 | INSTRUMENTOS TEÓRICOS OPERATIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
- Ajuda a sermos vistos pelos outros na interação grupal e como nos vemos a nós 
mesmos. O diálogo profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo, 
vividos pelos participantes em suas relações.
- Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em relação.
Técnicas de animação e relaxamento
- Têm como objetivo eliminar as tensões, soltar o corpo, voltar-se para si e dar-se 
conta da situação em que se encontra, focalizando cansaço, ansiedade, fadigas 
etc., elaborando tudo isso para um encontro mais ativo e produtivo.
- Estas técnicas facilitam um encontro entre pessoas que se conhecem pouco e 
quando o clima grupal é muito frio e impessoal.
- Devem ser usadas quando necessitam romper o ambiente frio e impessoal 
ou quando se está cansado e é necessário retomar uma atividade, não para 
preencher algum vazio no encontro ou tempo que sobra.
Técnica de capacitação
- Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de 
animação grupal.
- Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os destinatários, 
a realidade que os rodeia.
- Amplia a capacidade de escutar e observar.
- Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu 
trabalho grupal, de forma mais clara e livre com os grupos.
- Quando é proposto o tema/conteúdo principal da atividade, devem ser utilizadas 
dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais 
demoradas.
Litúrgicas
- Possibilitam aos participantes uma vivência e uma experiência da mística, do 
sagrado.
- Facilitam o diálogo com as leituras bíblicas, com os participantes e com Deus.
- Ajudam a entrar no clima da verdadeira experiência e não somente a 
racionalização.
Observação: Outros autores ou organizações usam outra nomenclatura 
para definir os tipos de dinâmicas. Por exemplo, no livro “Aprendendo a ser e a 
conviver”, de Margarida Serrão e Maria C. Boleeiro, Editora FTD, 1999, as técnicas 
são divididas em Identidade, Integração, Comunicação, Grupo, Sexualidade, 
Cidadania, Projeto de Vida e Jogos para formação de subgrupos.
FONTE: Informativo Casa da Juventude Pe. Burnier, CAJU, Goiânia, GO. Artigo publicado na 
edição 313, fev. 2001, p. 20. Disponível em: <http://www.mundojovem. pucrs.br/subsidios-
dinamicas-01.php>. Acesso em: 17 out. 2009.
TÓPICO 3 | A TRANSCRIÇÃO DA REALIDADE (O RELATÓRIO)E AS PREOCUPAÇÕES RELACIONADAS À EFETIVIDADE 
(DINÂMICAS DE GRUPO, ENCAMINHAMENTO, REUNIÕES E ASSEMBLEIAS)
89
DICAS
Para um aprofundamento do instrumento técnico da dinâmica de grupos, 
sugerimos a leitura das obras de Minicucci, em quatro volumes, e da obra de Yozo: MINICUCCI, 
Agostinho. Dinâmica de grupo: manual de técnicas. São Paulo: Atlas, 1974.
YOZO, Ronaldo Yudi K. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para 
empresas, escolas e clínicas. 3. ed. São Paulo: Ágora, 1996.
90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou:
Relatório
Documento no qual o profissional do Serviço Social 
transcreve os aspectos mais relevantes de uma situação 
social.
Dinâmica de 
grupos
Técnicas de grupo em que se objetiva: integração, 
desinibição, relaxamento, capacitação, formação, criação 
e recriação do conhecimento etc. 
Encaminhamentos Técnica expressa na ação destinada a dar continuidade, sequência a um processo do Serviço Social. 
Reunião Encontros realizados por duas ou mais pessoas, objetivando discutir questões e encaminhar ações práticas.
Assembleia Deliberação coletiva sobre alguma questão.
91
AUTOATIVIDADE
Caro(a) acadêmico(a): após a leitura do Tópico 4, desenvolva a atividade 
a seguir, para aumentar sua compreensão dos temas apresentados. 
1 Acompanhe uma reunião organizada por um assistente social e relate 
minuciosamente o procedimento e também os fatos mais relevantes. 
2 Quais são os elementos que devem constar em um relatório de visita 
domiciliar?
92
93
UNIDADE 3
MÉTODOS INTERVENTIVOS DO 
SERVIÇO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• oferecer elementos teóricos referentes aos métodos interventivos do assis-
tente social;
• identificar os diversos métodos de intervenção profissional do assistente 
social, tais como: a perícia e o estudo social; o parecer social e o laudo so-
cial; e por fim o estudo socioeconômico;
• compreender o significado e a importância da perícia e do estudo social, 
na atuação profissional do assistentesocial; 
• verificar como o parecer social e o laudo social são desenvolvidos na inter-
venção profissional dos assistentes sociais;
• compreender que o estudo socioeconômico é um instrumento de pesquisa, 
também utilizado pelo assistente social na sua prática interventiva.
A Unidade 3 está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL
TÓPICO 2 – O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
TÓPICO 3 – ESTUDO SOCIOECONÔMICO
94
95
TÓPICO 1
A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão abordados diferentes tipos de instrumentos utilizados 
pelo assistente social no decorrer de sua prática interventiva, sendo assim, no 
primeiro momento abordaremos os instrumentos Perícia Social e Estudo Social.
Iniciaremos com a perícia social, conceituando-a e abordaremos os seus 
desdobramentos, quais sejam: estudo, parecer e laudo social, discorrendo sobre cada 
um para que você, acadêmico(a), possa ter clareza destes conceitos e de sua prática.
2 A PERÍCIA SOCIAL
Perícia é uma análise detalhada de um determinado objeto, fato ou 
realidade. Existem, pois, diversas modalidades ou tipos de perícia. Pode-se, então, 
falar de perícia contábil (que analisa questões referentes a receitas e despesas de 
determinadas pessoas físicas ou jurídicas), a perícia médica (que analisa questões 
relacionadas à saúde física das pessoas), a perícia geológica, mecânica etc. Dentre 
os vários tipos de perícia, elenca-se também a perícia social. Acerca da perícia, 
escrevem Karine e Douglas Freitas:
A perícia latu sensu é todo procedimento de averiguação de uma dada 
situação conflituosa, que necessita de um especialista para atuar na 
solução do problema respectivo de sua área. No sentido estrito, ou 
seja, a perícia social como ramo da perícia, é aquela responsável para 
dirimir as situações flagrantes ocorridas no seio familiar, envolvendo 
crianças e adolescentes. (FREITAS; FREITAS, 2003, p. 56).
A etimologia da palavra perícia vem do latim peritia, que significa 
“conhecimento adquirido pela experiência”. A perícia social constitui-se, como 
dito antes, de um “processo pelo qual um especialista [...] realiza o exame de 
situações sociais que envolvam interesses de crianças e adolescentes, com a 
finalidade de emitir um parecer, buscando solução do caso periciado” (FREITAS; 
FREITAS, 2003, p. 55). O conceito de perícia social foi usado pelos autores para 
“crianças e adolescentes”, mas se aplica a todos os outros casos que demandem 
uma perícia social. Esta conceituação de perícia proposta por Freitas e Freitas 
apresenta os elementos fundamentais de tal instituto, quais sejam:
• uma situação social;
• tal situação é caracterizada por uma problemática;
• a necessidade de resolver o problema;
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
96
• a aplicação dos conhecimentos técnicos do Serviço Social para esclarecer e 
propor a solução à situação.
Fica claro que a finalidade da perícia social é conhecer melhor e propor 
soluções a determinadas situações sociais consideradas problemáticas. A 
problemática das situações pode ser de várias ordens, como familiar – muito 
comum – econômica etc.
De acordo com Galvão, Costa e Marques (2009, p. 3) “a Perícia Social 
é entendida como um processo por meio do qual um especialista, no caso, o 
assistente social, realiza exame de situações sociais com a finalidade de emitir um 
parecer sobre as mesmas.”
Considerando que a perícia social é tão amplamente utilizada nos ambientes 
judiciais que os especialistas do assunto dizem existir dois tipos de perícia social: 
a perícia social judicial e a perícia social extrajudicial. A diferença básica existente 
entre ambas reside na instituição para a qual e pela qual a perícia é realizada. A 
primeira é sempre feita pelo Poder Judiciário, o qual, em seus quadros de pessoal, 
geralmente tem a presença de um profissional do Serviço Social, chamado de 
assistente social forense. É o assistente social forense que realiza as perícias sociais 
judiciais. Outras instituições, entretanto, também podem ter em seus quadros o 
profissional do Serviço Social. É o caso, por exemplo, do Ministério Público, que 
cada vez mais contrata assistentes sociais para auxiliá-lo em seus deveres funcionais. 
Poderia citar aqui outros exemplos de perícia social extrajudicial, como aquelas 
realizadas por organizações não governamentais, hospitais etc.
Nesta perspectiva, segundo Galvão, Costa e Marques (2009, p. 3):
[...] no âmbito do MP [...] a perícia social tem a finalidade de conhecer, 
analisar e emitir pareceres sobre situações vistas como conflituosas ou 
problemáticas, visando assessorar os Promotores de Justiça em suas 
decisões, ou seja, instruir procedimentos em trâmite nas Promotorias 
de Justiça e nos Centros de Apoio Operacional.
Como se depreende do conceito de perícia, esta tem um objetivo. No 
caso da perícia social o objetivo é esclarecer uma situação social. Evidentemente 
esta necessidade de esclarecer uma situação social não é à toa, está ligada a um 
motivo. O motivo pelo qual é necessário esclarecer uma situação social pode ter 
várias razões e, geralmente, está ligado a um problema judicial, comumente de 
família ou criminal.
IMPORTANT
E
A PERÍCIA SOCIAL pode ser compreendida como área de trabalho especializada 
e atuação profissional do assistente social, em aspectos de preservação individual e social, na 
garantia e conquista dos direitos individuais, políticos e sociais e a busca constante da Justiça.
TÓPICO 1 | A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL
97
O instrumento de ação Perícia Social é especificidade do Serviço Social, 
sendo que este poderá ser executado em um espaço sócio-ocupacional. No entanto, 
este instrumento acarretará uma ação ligada à Justiça que fará a intervenção em 
situações de violação de direitos. 
Então, se o profissional de Serviço Social atua junto ao setor educacional 
em uma escola e identifica uma situação de violência de um aluno, por exemplo, 
utilizará o instrumento Perícia Social para avaliar a situação e realizará o registro 
através do Estudo Social. Depois encaminha o fato para o Conselho Tutelar ou 
Promotoria da Infância e Juventude, órgãos que atuam amplamente na proteção 
da criança e do adolescente, cujos instrumentos contribuirão para a intervenção 
do poder judiciário nesta situação de violação de direitos. 
Leia agora um texto bastante informativo sobre o assunto.
PERÍCIA SOCIAL: O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE O PROFISSIONAL DE 
SERVIÇO SOCIAL E OS OPERADORES DO DIREITO NO JUIZADO DA 
INFÂNCIA E JUVENTUDE.
SILVA, Dadieza de Jesus da
SILVA, Jaqueline Resende da
PROSENEWICZ, Ivânia
HEINECK, Dulce Teresinha
O Poder Judiciário possui papel de destaque na sociedade como objeto 
mantenedor da harmonia nas relações sociais existentes. O Serviço Social no 
âmbito do judiciário encontra-se totalmente subordinado ao administrador do 
fórum na comarca [...].
Há mais de 16 anos que o Serviço Social atua no judiciário. Já no 
âmbito da Justiça da Infância o Serviço Social encontra-se desde 1940. Um 
dos principais instrumentos de trabalho utilizados pelos profissionais de 
Serviço Social é a perícia, atividade esta concernente a exame realizado por 
profissional especialista, legalmente habilitado, destinada a verificar ou 
esclarecer determinado fato. Sendo assim objetivou-se pesquisar os limites e 
De acordo com Galvão, Costa e Marques (2009, p. 4):
Por meio do exercício da mediação, a Perícia em Serviço Social do 
MP/GO busca, a partir das demandas oriundas dos Centros de 
Apoio Operacionais, analisar os fatos sociais, caracterizados pela sua 
singularidade, relacionando-os com as leis tendenciais universais, que 
permitem compreendê-los, controlá-los e extrapolá-los para visões 
mais amplas e complexas do real. E é nessa relação entre o singular e o 
universal que se encontra a particularidade, que é, justamente, o campo 
das mediaçõesda intervenção profissional.(PONTES, 2000). Assim, 
fecha-se a tríade singularidade/universalidade/particularidade, que 
vai orientar a intervenção profissional, possibilitando que a mediação 
perpasse os eixos da perícia social e da articulação política aqui 
mencionados. (grifo no original).
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
98
possibilidades do profissional do Serviço Social na condição de Perito da Vara 
de Infância e Juventude no âmbito do Poder Judiciário. Optou-se pelo estudo de 
caso como método de procedimento e a coleta de dados pela fonte documental 
e bibliográfica; utilizou-se também a técnica da entrevista e observação, como 
método de análise, a dialética, que nos permite uma interpretação dinâmica e 
totalizante da realidade. 
Cresce cada dia mais o número de crianças e adolescentes autores de 
atos infracionários, representantes do lar sem autonomia para com seus filhos, 
passam assim a existir crianças e adolescentes cada vez mais indisciplinados, 
irresponsáveis, delinquentes. A falta de pulso firme por parte dos pais não pode 
ser caracterizada como o fator principal que leva esses adolescentes a realizar 
atos ilegais. Estes cometem atos infracionais como uma forma de reagir contra 
os maus tratos familiares, miséria, pobreza, ausência dos genitores, condições 
de higiene e sobrevivência subumanas. 
A insignificância com que o Estado trata famílias carentes e a desorganização 
social também são fatores contribuintes para a crescente criminalidade 
infantojuvenil. Estes fatores fazem com que as famílias ou as autoridades tenham 
que tomar precauções ou decisões quanto à vida de adolescentes autores de atos 
infracionais, automaticamente elevando a demanda dos profissionais da área 
jurídica, especificamente os assistentes sociais. 
A perícia social remete ao profissional de Serviço Social o direito de 
analisar alguma situação em questão com base nos seus conhecimentos teóricos, 
éticos, técnicos, através da mesma podem emitir um laudo ou parecer social. A 
partir desse estudo percebe-se que a instituição pode vir a trabalhar de outra 
maneira, ou seja, que tudo o que lhes [sic] rodeia merece uma investigação 
profunda, ter visão do todo e fazer mediação entre a teoria e a realidade vivida 
por eles e se chegue a soluções adequadas dos problemas.
FONTE: SILVA, Dadieza de Jesus da et al. Perícia social: o elo de ligação entre o profissional 
de serviço social e os operadores do direito no juizado da infância e juventude. Disponível em: 
<www.revista.ulbrajp.edu.br/seer/inicia/ojs/.../getdoc.php?id.>. Acesso em: 15 out. 2009.
1 Quais os requisitos básicos que deve conter uma perícia social?
2 Dirija-se até uma instituição que é servida por profissional do serviço social 
e peça para fazer a leitura de, pelo menos, duas perícias sociais, relatando 
brevemente os aspectos destacados.
AUTOATIVIDADE
TÓPICO 1 | A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL
99
3 O ESTUDO SOCIAL
O instrumento estudo social é um procedimento metodológico de 
atribuição do profissional de Serviço Social que busca conhecer detalhadamente, 
e de forma crítica, demandas específicas ou expressões da questão social, levando 
em consideração na análise aspectos culturais, econômicos e sociais.
 Este instrumento refere-se ao estudo in loco que consiste em coletar 
dados, de acordo com cada situação, onde o profissional deverá elaborar um 
instrumental modelo específico.
O estudo social é o momento em que o profissional do Serviço Social 
se coloca a pesquisar o problema a ser enfrentado. Esta pesquisa – estudo – 
pode ser feita de várias formas, dependendo, é claro, do tipo de problema. 
Comumente o estudo social é feito através de visitas domiciliares (forma mais 
comum), entrevistas, reuniões etc. É no estudo social que o profissional vai buscar 
compreender a situação social que deve ser analisada. 
Para a aplicação do instrumento estudo social, busca-se identificar, analisar 
e compreender as particularidades deste instrumental, pois este é competência 
e atribuição do assistente social, estabelecido na Lei de Regulamentação da 
Profissão e do Código de Ética Profissional.
É de suma importância a avaliação dos procedimentos metodológicos 
utilizados pelo assistente social periodicamente, pois a elaboração deste 
instrumento pode influenciar a decisão final de um processo judicial, determinado 
pelo juiz ou pelo promotor.
Este instrumento na sua aplicação passa por algumas etapas, conforme 
veremos a seguir:
•	elaboração de instrumental específico para a coleta dos dados, realizado pela 
assistente social;
•	análise dos dados e fundamentação teórica, que dará subsídios para as 
informações coletadas;
•	elaborar relatório ou opinião profissional sobre a situação trabalhada no 
momento.
Nesta perspectiva, o assistente social busca atingir alguns objetivos como:
•	identificar as condições de vulnerabilidade social e econômica do indivíduo, 
conhecendo sua realidade e sua história de vida, apontando onde deve haver 
intervenção do poder judiciário;
•	conhecer e ressaltar se existe alguma situação de risco;
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
100
•	aprofundar de forma crítica e fundamentada teoricamente e metodologicamente, 
uma determinada situação, fazendo com que a realidade investigada seja 
melhor analisada.
Para o profissional de Serviço Social, que pode ou não estar inserido no 
campo de atuação do judiciário, tem que haver precisão nas suas informações e 
ações, pois os indivíduos estão sujeitos aos protagonismos da sociedade.
Ressaltamos ainda que o instrumento estudo social teve mais legitimidade 
a partir da aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, com a destituição 
do Código de Menores, permitindo que este instrumento fosse suporte para a 
aplicação de medidas judiciais e facilitador na análise dos processos.
ANÁLISE/DESCRIÇÃO DA ELABORAÇÃO DO ESTUDO SOCIAL
Elisabeth Francisca da Costa e outros 
O estudo social refere-se ao estudo in loco que consiste em coletar dados, 
a partir de um instrumental específico e definido pelo assistente social, para 
cada caso particular, e interpretar estes dados a partir de um referencial teórico, 
elaborando assim um posicionamento profissional sobre a situação. Dentro de 
uma visão de globalidade, visto ser a interpretação da situação, ele é construído 
através da realização de estudo dos documentos contidos nos autos do processo, 
entrevistas, visita domiciliar e, quando necessário, coleta de informes na 
comunidade na qual reside a parte autora ou réu.
Segundo Regina Célia Tamaso Miotto: “O estudo social é o instrumento 
utilizado para conhecer e analisar a situação, vivida por determinados sujeitos ou 
grupo de sujeitos sociais, sobre a qual fomos chamados a opinar”. (MIOTO, 2001). 
A visita domiciliar, como instrumental de busca de materialidade das 
relações sociais, assim como a coleta de informes na comunidade consiste na 
coleta de dados observados no próprio local de vida da família e propicia uma 
observação dinâmica do indivíduo na relação com seu meio social: padrões 
culturais (usos e costumes) e atendimento da necessidade básica de abrigo e 
segurança. Deverá seguir procedimentos científicos próprios, para facilitar a sua 
confecção e, após, a emissão de um parecer justo e centrado.
Não existe “receita” ou “modelo” metodológico sobre o estudo social, nem 
precisa apontar quais são todos os dados que esse estudo precisa revelar sobre 
as pessoas envolvidas nas ações, mas, sim, pensar que é necessária uma atitude 
profissional que implique a busca de se conhecer de forma mais ampla e ter maior 
interação com o real que se apresenta no cotidiano da prática. Esse movimento 
poderá dar indicações sobre a forma e o conteúdo dos estudos e de seu registro.
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | A PERÍCIA E O ESTUDO SOCIAL
101
Contemporaneamente, o estudo social apresenta-se como suporte 
fundamental para a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Não 
deve ser elaborado com base emquestões preestabelecidas, por exemplo, em 
roteiro ou formulário, mas, sim, em diretrizes que permitam levar em conta 
as semelhanças e diferenças de cada situação. É composto por um conjunto de 
informações sobre os sujeitos e os acontecimentos nos quais estão envolvidos, 
acontecimentos que culminam na situação pesquisada, com ações que se 
processam no âmbito da Justiça.
O assistente social, nessa área de intervenção, trabalha com técnicas de 
história de vida. Uma história que contemple a origem dos sujeitos, sua trajetória 
e suas condições no presente, destacando-se seu processo de socialização, o 
âmbito de suas relações familiares (vínculos com o núcleo original ou a família 
extensa, existência de laços a serem resgatados, relacionamento com a criança/
adolescente envolvida na ação), relações de vizinhança, inserção em grupos 
sociais, formação educacional e profissional, inserção nas relações de trabalho 
(formal e informal), nível de renda, meio ambiente, situação de moradia, 
situação de saúde, vínculo com seguridade social, dependência e inserção (ou 
não) na rede de atendimento social, o que desencadeou a situação vivida (objeto 
da ação judicial), como vê ou qual o significado que atribui a esta questão, como 
a vivência, suas pretensões, interesses e condições para lidar com ela, quais 
seus sonhos, desejos, ou projetos de vida. Enfim, uma história que explore a 
complexidade da vida dos sujeitos, tendo claro que muitas vezes é com base 
nessas informações que a decisão judicial é tomada.
Pizzol (2003) ressalta que “o estudo social é totalmente adequado para 
demonstrar toda situação que demande acompanhamento e cujas informações 
sejam importantes em qualquer tipo de processo”. Também se considera que:
“Este tipo de trabalho, realizado em processos judiciais, funciona como 
documento a ser apreciado pelas partes, pelo promotor de justiça e, principalmente, 
pela autoridade judiciária”. (PIZZOL, 2003).
É importante lembrar que o estudo/intervenção profissional do assistente 
social não se apresenta como suficiente para o conhecimento global dos sujeitos. 
É preciso não ignorar a ausência do Estado na proposta e na implementação de 
políticas e programas sociais o que, geralmente, dificulta, sobrecarrega e limita o 
cotidiano de trabalho nessas áreas.
FONTE: COSTA, Elisabeth Francisca da et al. Análise/descrição da elaboração do estudo social. 
Disponível em: <http://www.tjpe.gov.br/SERVSOCJEC/TEXTOS/ARQUIVOS/AN% C1LISE- 
DESCRI%C7%C3O%20ESTUDO%20SOCIAL-%20MONO%20ELIZABETH.DOC>. Acesso em: 16 
out. 2009.
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
102
DICAS
O aperfeiçoamento do Estudo Social que fundamenta Perícias, Pareceres e 
Laudos Técnicos tem sido preocupação frequente dos(as) assistentes sociais que trabalham 
no Poder Judiciário, na Previdência Social e no Sistema Penitenciário. Sensível a essa 
demanda, o CFESS, em parceria com a Cortez Editora, traz ao público a contribuição de 
experientes profissionais dessas áreas de atuação.
103
Neste tópico, você estudou que:
•	 Perícia social, segundo Freitas, é “[...] processo pelo qual um especialista 
realiza o exame de situações sociais que envolvam interesses de crianças e 
adolescentes, com a finalidade de emitir um parecer, buscando solução do caso 
periciado”. (FREITAS, 2003, p. 47).
•	 A perícia social está dividida em três partes: estudo social, parecer social e 
laudo social (este será visto a seguir, no tópico 2).
•	 O instrumento perícia social e estudo social é especificidade do Serviço Social, 
que pode ser utilizado não somente na área jurídica.
•	 O estudo social busca conhecer detalhadamente e de forma crítica demandas 
específicas ou expressões da questão social, levando em consideração na 
análise aspectos culturais, econômicos e sociais.
•	 O estudo social teve ampliação com a aprovação do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
RESUMO DO TÓPICO 1
104
AUTOATIVIDADE
1 Escreva um texto sobre os instrumentos perícia social e estudo social, 
estudados neste tópico, fazendo uma comparação entre os dois e apontando 
suas diferenças.
105
TÓPICO 2
O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 PARECER SOCIAL
A prática do assistente social precisa ser constantemente repensada, 
exigindo uma postura crítica do profissional e argumentações frente aos 
desafios e limites da profissão. Para isso, temos que ter clareza dos instrumentos 
da ação profissional.
Neste tópico pretendemos pontuar os instrumentos Parecer Social e Laudo 
Social, conceituando-os e apontando a importância no fazer cotidiano do profissional.
O parecer social é uma segunda etapa na qual o assistente social propõe 
a solução do problema enfrentado. Observe que o parecer social, nesse sentido, é 
comprometido com um resultado, qual seja, resolver um problema. É por isso que 
no parecer social deve o profissional demonstrar, de acordo com o caso concreto e 
fundado em base teórica, qual a melhor solução possível do caso.
O parecer social é um instrumento que possibilita ao assistente social 
organizar as informações como um relatório. Porém é uma avaliação teórica e 
técnica realizada pelo profissional, em que este também emite opinião e sugere 
encaminhamentos sobre as informações existentes.
O parecer social diferencia-se do relatório por apresentar profunda análise 
dos fatos, não somente a sua descrição. Então, este instrumento é a conclusão de 
uma determinada ação realizada pelo profissional. 
Com este instrumental, o assistente social terá condições de apontar 
percepções sobre possíveis causas ou consequências da situação. Também 
constam, no parecer social, sugestões de ampliação ou melhoria das ações a 
serem desenvolvidas junto à situação. Estas ações poderão ser desenvolvidas pelo 
profissional de Serviço Social ou por outros profissionais técnicos ou membros de 
equipes multiprofissionais. 
De acordo com o MPAS (1995, p. 17), o parecer social é entendido como 
a “[...] opinião profissional do assistente social, com base na observação e estudo 
de uma dada situação, fornecendo elementos para a concessão de um benefício, 
106
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
recurso material e decisão médico-pericial”. Ou seja, o assistente social possui 
por competência realizar e conceder um parecer social. Depois de escolhido um 
instrumento, observada e estudada uma determinada situação, elaborará um 
diagnóstico, ou um parecer social sobre aquela determinada realidade.
Para tanto, segundo o MPAS (1995, p. 18) o parecer social:
[...] poderá valer-se de entrevistas e/ou visitas domiciliares. A 
visita domiciliar deve ser utilizada para o aprofundamento ou 
complementação de dados, com vistas à instrumentalização do parecer 
social, não podendo se constituir num instrumento de comprovação 
de informações prestadas pelo usuário.
Ainda segundo o MPAS (1995, p. 18), os elementos básicos constitutivos 
do Parecer Social são:
[...]
a) dependência econômica - entendida pela existência de um vínculo parcial/
total com outrem se revela numa relação de dependência, geralmente pelo baixo 
padrão salarial da população brasileira, obrigando as famílias ou agrupamento de 
pessoas a proverem suas necessidades mínimas básicas de forma coletiva;
b) satisfação das necessidades básicas X pobreza - as necessidades básicas 
são aquelas indispensáveis à manutenção digna de vida, ou seja, materiais, 
psicológicas e culturais, determinadas historicamente em cada sociedade, de 
acordo com o grau de satisfação de cada grupo social. A pobreza, então, se 
define pela ausência ou precariedade no cumprimento dessas necessidades. A 
aferição destes elementos implica a análise da renda sob múltiplos aspectos: a) 
regularidade de inserção do indivíduo no mercado de trabalho ou a substituição 
por um benefício temporário ou permanente; b) posição do indivíduo no grupo 
familiar, a partir da interdependência do vínculo econômico-social; c) capacidade 
que possa ter o usuário no suprimento das necessidadesbásicas de bens e 
serviços. Isto significa que ela deve se relacionar com as condições e localização 
de custos de moradia, condições de saúde dos indivíduos, da disponibilidade de 
certos bens e serviços, alimentação, educação, lazer, transporte e outros.
c) implicações sociais da doença - as causas e agravamento de muitos 
quadros nosológicos guardam estreita relação com as condições de vida e 
trabalho. A identificação das mesmas pode ser importante para subsidiar a 
decisão médico-pericial nas seguintes situações: a) usuários portadores de 
patologia cuja origem e evolução tenham agravantes/determinantes sociais; b) 
usuários em fase de exames médico-periciais de revisão analítica bem como em 
outras situações necessárias; c) usuários com intercorrência social significativa 
identificada pelo assistente social.
TÓPICO 2 | O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
107
E estes elementos básicos do parecer social, por sua vez, demonstram 
que neste documento deve haver um cuidado especial com a análise do caráter 
econômico da população envolvida, além de permear as necessidades básicas, a 
pobreza do público usuário e suas implicações sociais e de saúde.
O MPAS (1995, p. 18) expõe ainda que: 
[...] o parecer social deve ser conclusivo quanto à opinião do profissional 
sobre a situação analisada: dependência, situação econômico-social e 
implicação social da doença. A definição da concessão do benefício 
ou da incapacidade laborativa é de competência exclusiva dos setores 
responsáveis pelas respectivas linhas.
Complementando, o MPAS (1995, p. 18) coloca-nos que “[...] o relato do 
estudo social deve constar sigilosamente em prontuários do Serviço Social, devendo 
o parecer social emitido aos setores evidenciar apenas a conclusão, fazendo 
referência aos elementos analíticos indispensáveis e aos instrumentos utilizados.”
DICAS
Maiores informações acessem o site da MPAS: <www.mpas.gov.br>.
3 LAUDO SOCIAL
O laudo é o documento pelo qual se veicula a perícia social. Na elaboração 
deste documento o profissional deve ter cuidado de demonstrar alguns elementos 
fundamentais relativos à situação social objeto da perícia, bem como transcrever 
no laudo o parecer sobre a situação, ou seja, mencionar a melhor situação possível. 
Este é o produto final da perícia social.
Este faz parte da metodologia de atuação do profissional de Serviço Social. 
Na sua elaboração deve ser apresentada uma breve contextualização do estudo 
realizado pelo profissional. Sendo assim, neste instrumento o profissional deve 
cuidar para preservar o sigilo e a identidade dos sujeitos envolvidos, evitando 
a vitimização ou a culpabilização da demanda apresentada pelo indivíduo por 
suas práticas, ações ou situação de vida. 
O laudo social requer do profissional um conhecimento teórico-prático da 
realidade social para determinar conflitos sociais vivenciados pelos indivíduos 
que necessitam da intervenção do assistente social.
Na utilização dos instrumentos ligados à pericia social, como é o caso do 
laudo social, o profissional de Serviço Social tem três principais competências: 
teórico-metodológica, ético-politica e técnico-operativa.
108
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
O laudo social possui alguns requisitos básicos que devem ser destacados:
•	o nome ou cargo da autoridade a que é dirigida;
•	 identificação do procedimento ou processo no qual foi solicitado o parecer;
•	preliminares;
•	relatório minucioso da situação social;
•	questões técnicas;
•	parecer técnico sobre o caso;
•	respostas aos quesitos;
•	conclusões;
•	 formalidades de encerramento.
Observe o modelo de laudo:
Autoridade a qual é dirigida a perícia social (juízes de direito, membros do 
ministério público etc.).
(deixar 4 linhas em branco)
Dados do procedimento ou processo (todos os procedimentos em órgãos 
públicos ou particulares têm algum tipo de identificação, geralmente dispõem 
de número e tipo de procedimento).
(deixar 4 linhas em branco)
Preliminares (pequeno texto introdutório no qual o profissional faz os 
cumprimentos de costume e demonstra do que se trata o documento).
Relatório: (descrição do procedimento utilizado pelo profissional para fazer o 
estudo social).
Parecer: (sugestão do profissional em relação à melhor solução possível ao 
problema).
Resposta aos quesitos (quando existirem quesitos, o profissional deve responder 
um a um, detalhadamente).
QUADRO 2 – MODELO DE LAUDO SOCIAL
TÓPICO 2 | O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
109
Conclusão: (reforça o parecer, formaliza o final do laudo, dizendo que são 
verdades as afirmações feitas, pede o arbitramento dos honorários, quando for 
o caso, dizendo também o número de páginas que tem o texto.
Cidade e data.
Nome do profissional e inscrição no Conselho
FONTE: As autoras
Então, o instrumento laudo social é um documento resultante do processo 
de perícia social, sendo que esse só poderá ser elaborado a partir da perícia social. 
Além disto, registra todos os aspectos e ações de mais relevância do estudo social 
e do parecer social.
Este documento é muito importante para a tomada de decisão do setor 
judicial, pois é conhecido como um dos elementos de prova pelo meio judiciário.
LEITURA COMPLEMENTAR
REFLEXÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DOS LAUDOS SOCIAIS
Selma Marques Magalhães
Este texto fundamenta-se em um dos capítulos da dissertação de 
mestrado “Laudos Sociais na Comunicação Forense: Caminhos e Descaminhos”, 
apresentada em out/2000, na PUC/SP, sob a orientação da Prof. Dra. Myrian Veras 
Baptista. Aproveito para agradecer aos assistentes sociais dos fóruns da capital e 
do interior que colaboraram com a realização da pesquisa.
As relações sociais no espaço institucional são, notadamente, reflexo da 
sociedade - por si só contraditória. Num TJ, essas relações permeiam-se com as 
contradições das linguagens utilizadas no processo de comunicação forense, 
onde a escrita assume relevante papel. No caso do assistente social (AS), esse tipo 
de comunicação é efetivado sob a forma de laudos, frutos de um estudo social.
Tais contradições ganham visibilidade nas interações comunicativas entre 
técnicos, usuários e profissionais do direito. Nos atendimentos, a interação entre 
o principal locutor (usuário) e interlocutor (AS) é direta, face a face; a linguagem 
é oral, coloquial. A participação de ambos é ativa, o que facilita dirimir falhas de 
comunicação. Contudo, ao interpretar profissionalmente a fala do usuário e escrever 
sua avaliação nos autos, o técnico passa a ser o principal locutor da mensagem e esta 
será, literalmente, lida por seus interlocutores (promotores, advogados, juízes etc.). 
A nova linguagem, indireta e formal, passa a assumir conotação de metalinguagem, 
interpretada e reinterpretada por diferentes profissionais. 
110
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
A partir do momento em que se anexa o laudo ao processo, a comunicação 
fica distante e torna-se difícil esclarecer dúvidas. Seu texto poderá sofrer diferentes 
interpretações e, como seus leitores, num TJ, têm objetivos profissionais específicos, 
o técnico poderá ter seu laudo elogiado, criticado. Poderá, também, surpreender-
se, caso seu interlocutor mais imediato - o juiz - não acatar seu parecer.
Ao atender, o AS realiza o contato face a face e faz intervenção imediata no 
caso. E o próprio laudo social, nessa instituição, também é intervenção. Quantas 
vezes não é ele a única forma de comunicação entre o assistente social e o juiz? 
Sendo assim, a mensagem emitida nos laudos deve ser clara, precisa, coerente e 
identificadora da área de competência do serviço social. Pressupõe a não utilização 
de linguagem coloquial, pois trata-se de texto elaborado por profissional graduado 
numa área do conhecimento. Seu saber está implicitamente reconhecido, a partir do 
momento em que consta, nos autos, a determinação de realizar um estudo social. 
Mesmo que nomes não sejam declinados, está claro que ele deverá ser realizado 
pelo assistente social - enão por profissionais de outras áreas.
O Laudo Social é o texto final de análises e avaliações feitas durante o 
estudo. Por essa razão, não pode ser um apanhado de informações, ou uma longa 
história, com detalhes que fogem aos objetivos da avaliação. Como o AS lida com 
a linguagem manifesta e com histórias de vida, nada mais natural que registrá-las 
no laudo. Cautela, todavia, para não fazer da descrição pura e simples a essência 
do trabalho, pois este não deve se ater apenas à coleta de dados, mas à intervenção 
e à avaliação cuidadosa do caso - comumente problemático.
O laudo precisa situar e analisar as relações sociais num determinado 
contexto sociocultural e econômico, para que as particularidades do segmento 
de classe envolvido possam ser melhor compreendidas. As relações sociais são, 
portanto, o ponto inicial para a análise e avaliação social e devem estar explícitas 
nos autos, para dar visibilidade ao trabalho profissional e fundamentar o parecer.
Ao se redigir o texto, os aspectos éticos não podem ser esquecidos. No 
entanto, dados relevantes da análise, que deem indícios do que seria melhor 
para a criança ou adolescente podem ser sinalizados, desde que fiquem claros 
os aspectos técnicos da questão. A leitura do laudo não pode dar margem a 
interpretações equívocas, no sentido de julgamentos ou preconceitos pessoais.
A ação competente do assistente social num fórum cristaliza-se na 
elaboração dos laudos sociais, através dos quais vai construindo e afirmando sua 
identidade profissional na instituição. Assim, mesmo que o AS busque o referencial 
hegemônico da profissão, ou norteie sua atuação em outros paradigmas teórico-
metodológicos, é importante o enfoque na especificidade de sua área de formação.
Sendo ciência aplicada, o serviço social apropria-se de outras áreas do 
conhecimento e atua em vários campos de trabalho, o que contribui para a 
imagem difusa da ação profissional. Sua trajetória, caracterizada pela atuação 
em situações-limite, pelo trabalho em instituições e pela dicotomia teoria-
TÓPICO 2 | O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
111
prática, configurou, reflexo das próprias contradições da sociedade, uma práxis 
contraditória - e o AS ganhou uma imagem profissional muito mais relacionada 
à ação, do que ao saber...
No TJ/SP não foi diferente. A urgência típica da instituição, o trabalho 
solitário, a falta de troca e a especificidade dos problemas levaram o AS a 
construir um conhecimento do trabalho forense na própria ação - sem divulgá-lo 
ou sistematizá-lo. Há mais de cinquenta anos no Judiciário paulista, por vezes o 
AS ainda vê sua imagem confundida com a de “tarefeiro”. A hora, porém é de 
mudanças: pensar coletivamente, socializar conhecimentos, reunir para discutir 
casos, estudar. Principalmente, modificar posturas. A profissão do social admite 
a dinâmica da ação, sim, mas não se resume nisso. O assistente social possui um 
conhecimento acumulado na própria experiência e, também, nas produções da área 
do serviço social. Por que, então, deixar que a imagem equivocada se perpetue?
Identidades profissionais são construídas e reconstruídas. Num TJ, essa 
construção passa pelos laudos, os quais, queiramos ou não, também constituem 
ação. Importantes instrumentos de comunicação no universo forense devem 
identificar a área de competência do profissional que os elaborou. 
A partir de minha experiência enquanto psicóloga judiciária em Vara de 
Infância e Juventude, trabalhando nos casos de adoção internacional, em São Paulo, 
foi possível observar tratar-se de uma atuação que abrange várias questões, o que 
provocou em mim o desejo de fazer uma reflexão sobre o tema. Primeiramente, 
cabe esclarecer que os pretendentes à adoção internacional, antes de vir ao Brasil, 
passam por uma seleção prévia através dos autos que encaminham à CEJAI - 
Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional. Os casais pré-aprovados 
em seu país de origem para adoção internacional enviam relatórios da avaliação 
psico-social, que incluem dados sobre a criança pretendida. No Brasil, estes autos 
passam pela equipe técnica de Vara de Infância, que verifica se os relatórios estão 
claros e com dados suficientes, se são recentes e, em caso de dúvida, é solicitada 
complementação de dados. 
Só após ter havido este processo e ter existido um cruzamento entre o 
cadastro de crianças disponíveis para adoção e o de pretendentes para adoção, 
é que o casal estrangeiro é notificado de que poderá vir ao Brasil buscar uma 
criança, ficando o psicólogo, a partir daí incumbido de fazer a aproximação da 
criança aos pretendentes, bem como trabalhar a adaptação entre as partes. Só esta 
tarefa, em si, não é nada fácil. 
Cabe lembrar que o ECA - Estatuto da Criança e Adolescente, em seu artigo 
46, inciso 2 reza que: “Em caso de adoção por estrangeiro residente ou domiciliado 
fora do país, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de no 
mínimo quinze dias para crianças de até dois anos de idade, e de no mínimo 30 
dias quando se tratar de adotando acima de dois anos de idade.” Isto nos cria um 
problema. Há um estágio de convivência muito curto para avaliar uma adaptação, 
que se malsucedida poderá trazer sequelas graves para aquela adoção.
112
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
De outra parte, não nos podemos furtar a pensar na dificuldade que 
representa para um estrangeiro deixar seu país de origem, em geral bastante 
longínquo do Brasil, para vir adotar aqui. Acaba sendo necessário tirar férias 
do trabalho para vir em busca do filho adotivo, e, portanto, é quase impossível 
para os requerentes dispor de um período maior de permanência no Brasil. Com 
frequência o casal acaba de descer no aeroporto cansado do voo e já vai para a 
Instituição onde se encontra acolhida a criança pretendida, vindo em seguida ao 
Fórum para dar andamento ao processo.
O psicólogo que atende este casal depara-se, sem sombra de dúvida, 
com um casal esgotado fisicamente, havendo poucas condições para uma boa 
entrevista. Ademais, há que se levar em conta que os casais sentem-se, ao chegar 
no Brasil, extremamente sem referências, as quais ficaram, obviamente, em seu 
país de origem. Em função disto os requerentes que deveriam poder fornecer 
à criança um asseguramento, sentem-se perdidos, e a criança também perdeu 
sua referência que era a Instituição. Fica aí marcada a necessidade de uma dupla 
orientação, feita pelo psicólogo judiciário à criança e à sua nova família. Ressalte-
se que a criança está na iminência de perder o seu país, o que certamente é fator 
gerador de muita ansiedade.
Outro aspecto que não pode ser desprezado, é que os pretendentes chegam 
de seus países com vários sonhos e fantasias com relação à adoção, os quais foram 
a base de sua reivindicação de adotar. Chegam aqui plenos de idealizações que 
por vezes escamoteiam temores. Como será a criança? Ela os aceitará? De fato, 
as primeiras experiências serão marcantes na relação crianças-pretendentes que 
se inicia. Daí a importância do trabalho do psicólogo judiciário, a quem compete 
avisar a entidade onde está a criança da chegada da família, preparar a criança 
para a adoção e acompanhar o estágio de convivência desde o início, como 
maneira de efetuar a prevenção de problemas futuros. No exíguo período do 
estágio de convivência, em média de vinte dias, frente à quantidade de questões 
a tratar com os pretendentes, fica-se sem saber a resposta a muitas perguntas. Há 
que ressaltar que após a primeira entrevista, costuma-se marcar a segunda para 
após uma semana, desde que não se sintam graves dificuldades iniciais, para 
deixar a família mais à vontade para ir se adaptando, para possibilitar o máximo 
de espontaneidade no relacionamento.
No entanto, é um contrassenso deixar o relacionamento caminhar da 
forma mais natural, havendo um prazo de tempo curtíssimo para isto. Em geral, 
durante o estágio de convivência há em média quatro entrevistas, sendo que a 
primeira e a últimadão-se em conjunto com o serviço social.
Previamente à primeira entrevista, o que se tem dos pretendentes são apenas 
os dados constantes nos autos. Obviamente é muito diferente ler sobre alguém, a ter 
contato com esta mesma pessoa. Destarte a primeira entrevista, é também o primeiro 
momento de sentir os requerentes, em verdade é aí que se trava um conhecimento, 
que em termos dos autos já está avançado a ponto de os pretendentes já terem 
sido aprovados e estarem no Brasil com uma criança. Sem sombra de dúvida este 
TÓPICO 2 | O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
113
descompasso é um entrave a mais na ação do psicólogo, que, repito mais uma vez, 
dispõe de um tempo brevíssimo para trabalhar as mais variadas questões atinentes 
à adoção. O estágio de convivência é a oportunidade que o psicólogo judiciário tem 
de fazer o casamento entre a criança e seus pretendentes. 
Na verdade, há que se fazer uma aproximação e adaptação entre 
verdadeiros estranhos. Este trabalho pode ser facilitado sobremaneira quando 
a agência internacional de adoção executa um bom trabalho na preparação dos 
pretendentes em seu país de origem, e acompanha adequadamente a família no 
Brasil e os encaminha de pronto às Varas. O psicólogo ao trabalhar a adaptação 
tem de levar os requerentes a compreender o que era a vida que a criança levava 
numa Instituição, que em geral a criança desconhecia a vida extramuros, que o 
infante costuma não possuir a mínima noção do que seja uma família, da diferença 
que existe entre viver no meio de muitas crianças como ela e num lar.
Compete ao psicólogo apontar que haverá primeiramente um período 
de lua de mel com os requerentes, onde a criança tudo fará para agradar, mas 
que assim que começar a se sentir um pouco mais segura passará a desafiar as 
regras, testando os futuros pais adotivos para se certificar de se realmente estes 
a suportam, se a aceitam, se gostam dela mesmo fazendo coisas erradas. Outro 
tópico importante é passar para os futuros adotantes todos os dados que constam 
nos autos sobre o histórico da criança, trabalhando a importância de a criança 
poder conhecê-los de modo a se apropriar de sua história, sentindo-se mais cidadã 
de si; além de fornecer elementos para que detectem eventuais comportamentos 
ou sintomas das crianças.
Também se trabalham as questões da motivação, da revelação e da 
esterilidade, todas de suma relevância e que sempre estarão permeando a relação 
adotantes-adotado. Um elemento complicador, no entanto, reside no fato de estas 
problemáticas estarem sendo trabalhadas num momento em que está havendo 
uma lua de mel adotantes-adotado. Como é sabido, nesse período de um 
casamento, o que impera é a idealização, sendo difícil haver espaço psíquico para 
problemáticas que desfazem a tão agradável vivência de um apaixonamento. A 
impressão que tenho, muitas vezes, é de que o casal escuta as orientações apenas 
racionalmente, não havendo brecha para emoção, que está dirigida para o pseudo 
enlace matrimonial. 
Os casais tendem a ouvir alegremente tudo que lhes é dito, acreditando, 
naquele momento, serem de fácil resolução os problemas que poderão surgir e 
duvidando destas possibilidades menos róseas, ocultando uma onipotência própria 
da posição esquizo-paranoide, quando impera a idealização. Neste sentido o tempo 
legal, do direito, e o tempo psicológico estão na contramão, um do outro, o que 
embute uma séria questão quanto à validade do trabalho feito em ambas as áreas. 
Paralelamente há mais uma interferência, a da língua. Normalmente, os 
pretendentes estrangeiros não falam português, se fazendo necessária a presença 
de um tradutor. Isto certamente dificulta o estabelecimento do rapport. O tradutor 
114
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
fica colocado no lugar de um terceiro, entre o psicólogo e os requerentes. Além 
disto, não existe a figura de um tradutor juramentado, sendo o profissional 
incumbido da tarefa, com frequência, o representante da agência de adoção 
encarregada do caso, o que pode colocar em dúvida a neutralidade de seu 
trabalho. Para piorar, a Psicanálise se baseia na escuta da palavra, que quando 
traduzida não é mais a mesma, até porque correntemente uma expressão existe 
numa língua e não em outra e isto interfere na nossa avaliação, criando ruídos de 
comunicação que podem chegar a invalidar uma leitura do caso. Neste sentido, 
talvez tenhamos que nos preocupar em criar outros instrumentos de avaliação, 
mais condizentes com a realidade que se nos apresenta. 
Como proposta vejo a necessidade de uma maior interação entre as agências 
internacionais de adoção e o judiciário. É imperioso conhecer como cada agência 
trabalha, para ter uma noção mais clara do “ponto de cozimento” dos requerentes 
quando chegam ao Brasil. Isto possibilita ao psicólogo responsável pelo caso uma 
visão do que realmente necessita ser trabalhado, podendo planejar a sua ação, o 
que é muito diferente de ter apenas os dados de relatório sobre o casal.
Seria necessário gerar um espaço de encontros entre as diversas agências e 
o Judiciário destinado à troca de experiências, havendo não só um enriquecimento, 
mas uma padronização da maneira de se trabalhar. Afora isto vejo como necessidade 
que, após o retorno ao país de origem, haja um acompanhamento periódico para 
auxiliar a nova família, no momento em que aflora o tema da adoção em sua 
dinâmica. Pelo que consta várias agências fazem este tipo de trabalho, porém de 
forma muito heterogênea e, como não recebemos relatórios sobre este trabalho, 
ficamos sem saber com que tipo de suporte podemos efetivamente contar. 
É claro que, para isto acontecer, há que existir uma regulamentação deste 
processo em lei, ou seja há que se fazer uma sensibilização dos profissionais do 
Direito para compreender a extensão e a importância disto, buscando uma certa 
uniformidade de procedimento nos casos.
Outra dúvida que existe com relação à preparação de requerentes em seus 
países de origem é de se as agências internacionais sensibilizam adequadamente 
seus clientes para a adoção ou se os treinam de modo a responder assertivamente 
as perguntas feitas pelo psicólogo judiciário. As agências trabalham as angústias 
dos requerentes, ou apenas maquiam as defesas destes, possibilitando que o 
cliente se apresente da forma como o profissional de psicologia espera deste. Para 
responder a estas questões teríamos que dispor de estatística de cada agência 
para saber a porcentagem de devolução de crianças por agência de adoção, o que 
certamente seria um bom indicador da eficácia do trabalho executado, estatística 
esta da qual não dispomos. 
Voltando ao CEJAI, há também um sério problema quanto à 
heterogeneidade dos dados constantes nos autos, conforme o país de origem. Mais 
uma vez seria necessária a interseção Direito-Psicologia, de modo a possibilitar 
uma maior uniformidade dos autos. 
TÓPICO 2 | O PARECER SOCIAL E O LAUDO SOCIAL
115
Todos os apontamentos feitos até agora, nesta breve reflexão, corroboram a 
importância e amplitude da temática da adoção internacional, cujo trabalho ainda 
apenas engatinha, havendo um longo caminho a percorrer no aprimoramento 
deste tipo de trabalho, que envolve diferentes tipos de profissionais e de culturas. 
Referências Bibliográficas: Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 
8069 de 13/7/90
FONTE: MAGALHÃES, Selma Marques. Reflexões sobre a elaboração dos laudos sociais. 21 maio 
2009 . Disponível em: <http://www.aasptjsp.org.br/index.php?option=com_content&view=a
rticle&id=839:reflexoes-sobre-a-elaboracao-dos-laudos-sociais&catid=66:artigos&Itemid=1>. 
Acesso em: 15 out. 2009.
116
Neste tópico, você estudou que:
•	O parecer social é comprometido com um resultado da investigação de um 
determinado problema social.
•	O parecer social é um instrumento de intervenção profissional, que possibilita 
ao assistente social organizar as informações como um relatório, só que com 
maior profundidade de análise. 
•	Constam no parecersocial sugestões de ampliação ou melhoria das ações a 
serem desenvolvidas junto à situação analisada. 
•	O parecer social é entendido como a opinião profissional do assistente social, 
com base na observação e estudo de uma determinada situação, que fornece 
elementos para a concessão de um benefício, recurso material e decisão médico-
pericial.
•	O parecer social deve ser conclusivo quanto à opinião do profissional sobre a 
situação analisada.
•	Na elaboração de um laudo social, o assistente social deve demonstrar alguns 
elementos fundamentais relativos à situação social investigada, bem como 
transcrever no laudo o parecer sobre a situação, ou seja, mencionar a melhor 
situação possível. 
•	Na elaboração de um laudo social, deve ser apresentada uma breve 
contextualização do estudo realizado.
•	O laudo social requer do profissional que o está elaborando um conhecimento 
teórico-prático da realidade social do indivíduo, exigindo uma análise 
aprofundada da vida social.
•	Na utilização dos instrumentos ligados à pericia social, como é o caso do laudo 
social, o profissional de Serviço Social tem três principais competências: teórico-
metodológica, ético--política e técnico-operativa.
RESUMO DO TÓPICO 2
117
AUTOATIVIDADE
1 O que você identifica no instrumento laudo social que o diferencia dos 
demais instrumentos estudados neste Caderno de Estudos, ou seja, parecer 
social e estudo social?
2 Qual a contribuição do profissional de Serviço Social em seus processos com 
a utilização do instrumento parecer social? 
118
119
TÓPICO 3
ESTUDO SOCIOECONÔMICO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 UTILIZAÇÃO DO INSTRUMENTO ESTUDO
SOCIOECONÔMICO
A atuação prática cotidiana do assistente social está constantemente 
exigindo análises críticas e completas sobre o contexto onde o usuário está 
inserido. O profissional fica incapacitado de desenvolver alguma ação ou 
encaminhamento sem ter prévios conhecimentos da história de vida do usuário, 
como a comunidade onde vive, grupo familiar e acesso às políticas públicas.
Então, neste tópico estudaremos o instrumento Estudo Socioeconômico 
utilizado pelo profissional de Serviço Social.
O estudo socioeconômico tem como objetivo apresentar as características 
sociais e econômicas de uma determinada população que será analisada. 
Este método de pesquisa é geralmente realizado através de entrevistas 
estruturadas, onde o formulário aplicado aponta variáveis conjunturais que 
contribuem para identificação da realidade em estudo. A pesquisa pode ser 
quantitativa ou qualitativa, sendo, pelo Serviço Social, a qualitativa a mais 
utilizada. Esta pode ser aplicada com todos os envolvidos, atingindo 100% da 
amostra, ou realizarmos uma amostragem do número de entrevistados, utilizando 
o mesmo critério para toda a amostragem.
UNI
Utilizamos como exemplo as pesquisas socioeconômicas familiares, em que se 
aplica um questionário para apenas um representante da família, porém, ao coletar os dados 
e fazer a análise, o perfil de todos os integrantes é considerado.
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
120
Escolha 
do público 
entrevistado
Dar-se-á mediante o objetivo do estudo, podendo ser realizado 
por amostragem.
Coleta de dados
Deverão ser coletados mediante questionários ou entrevistas 
aplicadas ao público selecionado. Em pesquisas do Serviço Social, 
geralmente o profissional vai a campo realizar a coleta dos dados, 
ou conforme estabelecido no objetivo do estudo.
Tabulação dos 
dados coletados
Após a coleta de dados, estes deverão ser tabulados e disponibilizados 
em um banco de dados que facilitará a visualização e armazenagem 
das informações.
Análise
Esta também deverá seguir o estabelecido nos objetivos do 
estudo, e deverão ser aproveitados todos os dados coletados, após 
realizar gráficos ou tabelas comparativos de todas as informações 
coletadas.
FONTE: As autoras
QUADRO 3 – PASSOS DO ESTUDO SOCIOECONÔMICO
Os dados da pesquisa socioeconômica permitem que o profissional, além 
de conhecer a realidade social e econômica do entrevistado, compreenda as 
dificuldades e necessidades do indivíduo e sua família, dificuldade de acesso às 
Políticas Públicas. Na análise pode-se sugerir ampliação ou implementação de 
novos serviços que contribuirão para o acesso aos direitos dos usuários atendidos 
pelos profissionais de Serviço Social. 
Caso forem insuficientes os dados coletados e fornecidos pelo 
entrevistado, o assistente social pode aplicar outros instrumentos profissionais 
de sua competência para atingir os objetivos propostos, como visita domiciliar 
(instrumento que vimos no tópico anterior), com a finalidade de acompanhar a 
realidade do usuário na entrevista já iniciada. 
O estudo socioeconômico é um instrumento de pesquisa também 
utilizado pelo assistente social na sua prática interventiva. Este estudo tem 
como objetivo conhecer o perfil socioeconômico de famílias e ou indivíduos, 
facilitando o atendimento realizado pelo profissional, e traçar o perfil de usuários 
atendidos, podendo ser comparados dados de outras pesquisas realizadas com o 
mesmo público, com o mesmo foco de análise. Sendo assim, tem por finalidade 
o conhecimento crítico de uma determinada situação, como, por exemplo, 
problemas relacionados com habitação e saneamento básico.
O estudo socioeconômico segue alguns passos que podem ser comparados 
com as etapas de alguns tipos de pesquisas, como veremos a seguir:
TÓPICO 3 | ESTUDO SOCIOECONÔMICO
121
Nome Idade Parentesco Escolaridade Ocupação Renda mensal
1. Identificação
Nome: ___________________________________________________
Data de Nascimento: ___/___/___ Idade: ____ Sexo: Feminino Masculino 
Naturalidade:_____________________ Profissão: _____________________
Endereço:__________________________________________________________
Bairro:__________________
Cidade: ________________________ Estado: ____ CEP: _____________________
Telefone: ________________ 
2. Situação Familiar
Quadro de composição familiar incluindo você:
Caro(a) acadêmico(a), para melhor compreensão do instrumento estudo 
socioeconômico, disponibilizamos, a seguir, um modelo de questionário para 
coleta de dados deste instrumento da ação profissional.
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
122
FONTE: As autoras
QUADRO 4 – MODELO DE QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO
Situação de moradia:
( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Financiada
Se alugada ou financiada qual o valor: R$ ______________
A água de sua residência:
( ) Bica ( ) Poço ( ) Paga mensalmente/Valor: R$____________
Possui energia elétrica: 
( ) Não ( ) Sim/Valor pago mensalmente: R$ ____________
A rua em que você mora:
( ) Calçada ( ) Asfaltada ( ) Estrada de barro
Recebe algum benefício do Governo Federal:
( ) Não ( ) Sim/Valor: R$ _____________
Tem alguma outra fonte de renda (pensão, aluguéis)
( ) Não ( ) Sim/Valor: R$ ____________
3. Na sua família tem algum membro que possui algum tipo de deficiência:
 ( ) Não ( ) Sim/Qual doença: __________________________
Algum integrante familiar faz uso de medicação contínua:
( ) Não ( ) Sim 
Consegue acessar o SUS – Sistema Único de Saúde:
( ) Não ( ) Sim 
Qual o valor mensal gasto com medicação na sua residência:
R$ _______________
Qual o valor mensal gasto com alimentação: R$ ________________
4. Use este espaço para alguma observação que julgue necessária:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Declaro serem verdadeiras as informações aqui prestadas.
Assinatura do Responsável: ____________________________________
Assinatura do Técnico Responsável: ______________________________ 
Data _____/_____/________
TÓPICO 3 | ESTUDO SOCIOECONÔMICO123
LEITURA COMPLEMENTAR
ESTUDO SOCIOECONÔMICO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DA PARCERIA 
AGRÍCOLA NA REGIÃO CACAUEIRA
Joselito Albano dos Santos 
Aline Conceição Souza
INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é analisar o início do sistema de parceria rural na 
região cacaueira, enquanto alternativa para a relação entre capital e trabalho. A 
monocultura do cacau durante décadas foi o principal sustentáculo da economia 
baiana e caracterizou-se por períodos de apogeu e crises; a mais recente crise 
começou em meados dos anos 80, resultante da confluência de fatos negativos, 
como: o aumento da produção dos países concorrentes, queda nas cotações no 
mercado mundial, clima desfavorável e o grave “aparecimento” da vassoura-de-
bruxa no Sul da Bahia. Segundo Couto (2000, p. 39), “Retrai-se o agronegócio 
em decorrência da queda dos preços pagos ao produtor e da produtividade da 
lavoura cuja principal repercussão é a diminuição imediata da renda e do emprego 
na região cacaueira”, resultando na migração, no subemprego, no desemprego 
e na opção agrícola pela pecuária extensiva com baixos índices de ocupação 
(CANUTO, 2004). Diante da descapitalização do cacauicultor, do contingente 
de trabalhadores desempregados e da necessidade de combater a vassoura-de-
bruxa, o sistema de parceria expandiu-se como uma alternativa para minimizar 
os efeitos da crise da lavoura cacaueira.
Embora a parceria tenha sido institucionalizada pelo Código Civil 
de 1916, conforme cita Silva (2004), atualmente, é regido pelo que dispõe o 
Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64) e regulado pelo Decreto Federal n. 59.566/66, 
salientando-se também, que o parceiro agrícola é amparado quanto a seus direitos 
previdenciários baseado no que dispõe as leis n. 8.212/91 e 8.213/91, na categoria 
de “segurado especial” (BRASIL, 2002, p. 32-80).
MATÉRIAS E MÉTODOS
Pesquisa realizada através de estudos de caso, seleção não probabilística 
por tipicidade, está em curso desde 05/04/2006, em propriedades agrícolas 
localizadas nos municípios de Almadina, Coaraci, Itajuípe, Uruçuca e Ilhéus, que 
fazem parte da bacia do Rio Almada, na microrregião cacaueira, no sul do estado, 
uma das mais tradicionais subregiões onde a cultura do cacau foi implantada na 
Bahia; sendo assim, os dados e informações aqui trabalhados são preliminares. 
UNIDADE 3 | MÉTODOS INTERVENTIVOS DO SERVIÇO SOCIAL
124
Inicialmente, realizou-se a busca de informações através de pesquisas 
bibliográficas, para configuração do embasamento teórico e conhecimento das 
características da parceria agrícola. Posteriormente, buscou-se analisar o contexto 
das parcerias na região cacaueira, através de dados secundários, observações e 
informações colhidas em contatos com os sujeitos da pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A parceria agrícola familiar surgiu na região cacaueira, portanto, no vácuo 
da descapitalização financeira e do desemprego que se abateu sobre a cultura 
agrícola regional, tornando-se uma alternativa para equacionar as condições 
sociais adversas.
Mesmo ainda pairando a suspeita de que o sistema seria uma forma 
disfarçada de expropriar direitos dos trabalhadores, prejudicando-os 
economicamente e favorecendo apenas o outorgante.
Cabe ressaltar que o trabalhador, ao tornar-se um participante ativo 
e corresponsável, através do sistema de parceria familiar, trabalha com mais 
interesse, objetivando uma parcela cada vez maior do produto, conforme expõe 
Santos (1997), proporcionando uma maior produtividade da mão de obra e 
satisfação aos seus integrantes.
Sendo assim, o processo de transformação do cenário de crise passa 
necessariamente pela transformação da mentalidade do cacauicultor, deixando de 
ser o “Coronel do Cacau” para se transformar no empresário rural na alternativa 
estrutural da parceria.
Cabe ressaltar que o enfrentamento da crise passa pela reestruturação de 
toda cadeia produtiva do cacau, principalmente no que se refere às inovações 
tecnológicas apropriadas à realidade local.
Neste sentido, a atividade produtiva necessita de empreendedores, 
de indivíduos aptos e capacitados, que impulsionem o desenvolvimento 
econômico, principalmente na área rural. As relações de trabalho devem 
ser repensadas para se adequar às necessidades do sistema produtivo e dos 
direitos e deveres de seus participantes.
Mas, o crescimento econômico e a melhoria da qualidade de vida na região 
cacaueira, não dependem única e exclusivamente da parceria agrícola, mas de 
um conjunto de fatores como a renovação genética, o novo manejo agronômico, 
via sincronização da produção e a diversificação através de SAFs, otimizando a 
utilização dos recursos naturais e políticas públicas adequadas.
TÓPICO 3 | ESTUDO SOCIOECONÔMICO
125
CONCLUSÕES
Considera-se ao final que a expansão dos sistemas de parceiras agrícolas 
aconteceu em função do problema socioeconômico que se agravou com as 
crises da lavoura cacaueira, pois, com o desemprego de uma grande parcela 
da população que só sabia “lidar” com a cultura do cacau, esta foi uma forma 
encontrada por alguns para continuar trabalhando com o que mais sabia. Essa 
relação de produção entre proprietário e funcionários com base nas parcerias 
traz uma nova perspectiva, pois se conseguir articular os aspectos dessa nova 
relação, com a eficiência econômica e preocupações ambientais trará uma nova 
dinâmica para as demandas sociais existentes. Sendo assim, a eficiência e eficácia 
do sistema de parcerias condicionam-se a uma mudança de mentalidade do 
cacauicultor e à presença de um trabalhador participante ativo e corresponsável, 
objetivando uma parcela cada vez maior do produto, proporcionando uma maior 
produtividade da mão de obra e satisfação aos seus integrantes.
FONTE: SANTOS, Joselito Albano dos; SOUZA, Aline Conceição. Estudo socioeconômico sobre 
a implantação da parceria agrícola na região cacaueira. Disponível em: <http://www.uesc.br/
seminarioic/sistema/resumos/2007258.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009.
126
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
•	O estudo socioeconômico é um instrumento de pesquisa também utilizado 
pelo assistente social na sua prática interventiva.
•	O estudo socioeconômico segue alguns passos: escolha do público entrevistado; 
coleta de dados; tabulação dos dados; análise dos dados.
•	A pesquisa socioeconômica permite que o profissional, além de conhecer a 
realidade social e econômica do entrevistado, compreenda as dificuldades e 
necessidades do indivíduo e sua família. 
127
AUTOATIVIDADE
1 Qual a importância que você percebe no instrumento da ação profissional do 
estudo socioeconômico? E de que forma este instrumento pode contribuir no 
fazer profissional do assistente social?
2 Você já preencheu um questionário ou entrevista socioeconômica? Relate sua 
experiência com este instrumento que pode ser utilizado pelo profissional de 
Serviço Social.
128
129
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Retomando a temática da “sistematização da 
prática” em serviço social. Disponível em: <http://www.peepss.org/documentos/
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e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/.../LEIS/2003/
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VIEIRA, Balbina Ottoni. Metodologia do serviço social: contribuição para sua 
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ANOTAÇÕES
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