Leia os textos a seguir: Texto 1: “Antes de analisar em que medida as confissões de Menocchio nos ajudam a precisar o problema, devemos nos perguntar que relevância podem ter, num plano geral, as ideias e crenças de um indivíduo único em relação aos do seu nível social. no momento em que equipes inteiras de estudiosos se lançam a empresas imensas de história quantitativa das ideias ou de história religiosa serial, propor uma investigação capilar sobre um moleiro pode parecer paradoxal ou absurdo, quase como o retorno ao tear mecânico numa era de teares automáticos.” (GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, pp. 19-20) Texto 2: “Ninguém, imagino, ousaria mais dizer hoje em dia, como os positivistas de estrita observância, que o valor de uma investigação se mede, em tudo e para tudo, por sua aptidão a servir à ação. A experiência não apenas nos ensinou que é impossível decidir previamente se as especulações aparentemente as mais desinteressadas não se revelarão, um dia, espantosamente úteis à prática. Seria infligir à humanidade uma estranha mutilação recusar-lhe o direito de buscar, fora de qualquer preocupação de bem-estar, o apaziguamento de suas fomes intelectuais. À história, mesmo que fosse eternamente indiferente ao homo faber ou politicus, bastaria ser reconhecida como necessária ao pleno desabrochar do homo sapiens. Entretanto, mesmo assim limitada, a questão não está, por isso, logo resolvida.” (BLOCH, Marc. Apologia da História, ou o Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001, pp. 44-45.) Texto 3: “Para além dos ciclos e interciclos, existe o que os economistas chamam, sem, contudo, estudá-la, a tendência secular. Mas ela só interessa, por enquanto, a raros economistas, e suas considerações sobre as crises estruturais, não tendo passado pela prova das verificações históricas, apresentam-se como esboços ou hipóteses, apenas enterradas no passado recente, até 1929, quando muito até os anos de 1870. Oferecem, todavia, uma útil introdução à história, de longa duração. Elas são como que uma primeira chave. A segunda, bem mais útil, é a palavra "estrutura". Boa ou má, é a que domina os problemas da longa duração. Por "estrutura", os observadores do social entendem uma organização, uma coerência, relações bastante fixas entre realidades e massas sociais. Para nós, historiadores, uma estrutura é, sem dúvida, um conjunto, uma arquitetura, mas é mais ainda uma realidade que o tempo usa mal e veicula demoradamente.” (BRAUDEL, Fernand. “História e Ciências Sociais: a longa duração”. Revista de História. v. 30, n. 62, 1965, p. 268.) Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações abaixo: O Texto 1 se refere ao contexto da Primeira Geração dos Annales, que trouxeram a ideia da “história-problema”, na qual o questionamento acerca da documentação e do papel do historiador ganharam destaque. O Texto 1 aborda a questão da micro história, na qual a história de um personagem – normalmente esquecido pela narrativa – tem tanta importância para se entender o passado quanto os grandes eventos políticos. O Texto 2 apresenta que o questionamento do passado passa pela crítica ao documento e à narrativa histórica causal positivista. O Texto 3 corresponde à Segunda Geração dos Annales, que abordou as estruturas da escrita da História a partir da ideia da longa duração. É correto o que se afirma apenas em: Grupo de escolhas da pergunta II e IV. I e II. I, II e III. II e III. II, III e IV.