Em um contrato de empreitada para a construção de um edifício residencial, a Construtora Alfa S.A. comprometeu-se a entregar a obra em 24 meses. Contudo, após 18 meses de execução, a empresa enfrentou uma série de eventos imprevistos, incluindo a escassez global de materiais específicos e um aumento substancial e imprevisível nos custos de insumos essenciais, que inviabilizaram a continuidade do projeto nos termos originalmente pactuados sem que houvesse um prejuízo desproporcional à Construtora Alfa. A Construtora notificou formalmente o contratante, o Condomínio Residencial Beta, sobre a situação, buscando uma renegociação ou uma solução consensual para o impasse. O Condomínio, por sua vez, também tem interesse em uma resolução que minimize os impactos e custos adicionais, mas sem comprometer a entrega futura do empreendimento. A situação atual configura uma onerosidade excessiva superveniente, não imputável a nenhuma das partes, que desequilibra a base econômica do contrato, tornando a execução extremamente gravosa para a Construtora Alfa.

Considerando o cenário contratual apresentado e os princípios que regem a extinção das obrigações no direito civil, avalie as possibilidades jurídicas para a Construtora Alfa S.A. e o Condomínio Residencial Beta, e assinale a alternativa que descreve a superação do impasse de forma equilibrada, minimizando os prejuízos e preservando a boa-fé contratual.

A proposição de um distrato consensual entre as partes, buscando um acordo para a extinção do contrato com a menor penalização possível, ou a solicitação de revisão judicial do contrato com base na teoria da onerosidade excessiva para reequilibrar as prestações, visando a continuidade ou a resolução justa da relação obrigacional.


A invocação da exceção do contrato não cumprido pelo Condomínio, suspendendo os pagamentos devidos à Construtora até que esta demonstre capacidade de retomar o ritmo da obra, sem propor uma renegociação formal ou uma solução de longo prazo para o desequilíbrio, impactando o fluxo de caixa do empreendimento e a confiança mútua.


A resilição unilateral do contrato pela Construtora Alfa S.A., fundamentada na impossibilidade econômica de prosseguir com a obra, assumindo os riscos de uma potencial ação de perdas e danos por parte do Condomínio, sem prévia tentativa de mediação ou busca por reequilíbrio contratual que mitigue os impactos para ambas as partes.


A manutenção do contrato em seus termos originais, com a expectativa de que o mercado se estabilize e os custos diminuam, postergando qualquer ação legal ou negociação até que o inadimplemento se torne absoluto e as perdas sejam consolidadas, o que poderia agravar a situação financeira de ambas as partes e a entrega do empreendimento.


A formalização da mora da Construtora Alfa S.A. pelo Condomínio, com a imediata aplicação das cláusulas penais e juros previstos no contrato, para exigir o cumprimento do cronograma original, sem priorizar a reavaliação das condições contratuais à luz dos eventos supervenientes ou a busca por uma solução equitativa que considere o desequilíbrio econômico.