A empresa Sabores da Terra Ltda., microempresa que atua no ramo de produtos alimentícios artesanais, possuía contratos importantes com redes de supermercados e plataformas digitais de entrega. Durante a pandemia, sofreu forte queda no faturamento, acumulando dívidas com fornecedores, bancos (com garantia real), contratos de locação e débitos tributários. Com a retomada das atividades em 2023, a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial, alegando a necessidade de reorganização financeira e manutenção dos 12 postos de trabalho ainda existentes. O juiz deferiu o processamento da recuperação e determinou a suspensão das execuções, mas alguns credores resistiram ao plano, especialmente bancos e arrendadores, sustentando que a microempresa não poderia apresentar plano com carência prolongada de pagamento e deságio. Em assembleia, o plano foi aprovado pela maioria das classes de credores, mas houve dissenso por parte de credores detentores de garantia real, que ingressaram em juízo pedindo a convolação em falência sob o argumento de que o plano é inviável e que deveriam ter preferência absoluta na ordem de pagamento. Considerando a situação descrita e o regime jurídico da Lei nº 11.101/2005 (com alterações da Lei nº 14.112/2020), assinale a opção correta: a. O juiz deve decretar imediatamente a falência da microempresa, pois a divergência entre credores com garantia real e demais credores impede a aprovação válida do plano de recuperação judicial. b. Os credores com garantia real podem exigir prioridade absoluta no recebimento, mesmo em recuperação judicial, pois a Constituição Federal assegura a intangibilidade do direito de propriedade. c. A aprovação do plano em assembleia geral de credores impede o controle judicial posterior de legalidade, razão pela qual o magistrado está vinculado irrestritamente à vontade dos credores. d. A microempresa não poderia apresentar plano com deságio, pois a lei só confere tratamento favorecido às recuperações de empresas de médio e grande porte, e não às micr