Questão 1 – Considerando uma analogia entre o desenvolvimento de um projeto de mobiliário urbano e o projeto arquitetônico, leia atentamente o texto apresentado a seguir.

Os principais aspectos a serem considerados no processo de elaboração do projeto de um edifício, identificados como suas quatro vertentes, são: inserção no ambiente, forma, função e estrutura. No exercício aqui proposto vamos lançar nosso olhar sobre a vertente forma arquitetônica.

Ao analisar a forma arquitetônica de um edifício é preciso distinguir a forma externa, identificada como volumetria da forma interna, identificada como espaço. Ambas são constituídas por volumes geométricos simples ou por vários volumes associados em uma composição complexa. Importante é observar que é sempre possível identificar os volumes geométricos elementares presentes na configuração da volumetria ou do espaço, isoladamente ou associados em uma composição.

Ao projetar um edifício deve-se ter em vista o resultado formal externo e interno, ou sejam a volumetria e o espaço, aspectos da arquitetura a serem buscados e elaborados intencionalmente, no processo de desenvolvimento do projeto, pois respondem a uma extensa série de questões ligadas à linguagem arquitetônica, que qualificam o ambiente construído. Respondem às exigências da funcionalidade, à racionalidade construtiva e aos princípios estruturais de estabilidade do edifício e, simultaneamente, considera aspectos relativos à percepção do ambiente, o que envolve questões psicológicas e funções simbólicas que o edifício desempenha tanto interna quanto externamente.

O período modernista, embora tenha estabelecido com rigor uma série de diretrizes para a concepção formal do edifício, liberou o arquiteto do respeito a rígidas prescrições normativas, típicas das configurações estilísticas dos períodos precedentes. O arquiteto ganhou, a partir de então, liberdade para exercer sua criatividade composicional, seja na concepção da volumetria, seja na configuração do espaço. Esse fato, entretanto, não reduziu nem facilitou sua tarefa no campo de pesquisa da forma arquitetônica. Pelo contrário, o desenvolvimento da habilidade do trato com a forma tridimensional passou a ser uma das exigências básicas de sua boa formação e de seu desenvolvimento profissional.

Embora a elaboração da forma tridimensional, tanto no âmbito da volumetria quanto do espaço, seja uma habilidade específica, não se pode descartar a contribuição de todas as artes na formação do arquiteto, em especial das artes plásticas. Walter Gropius, ao conceber a estrutura educacional do ensino efetivado na Bauhaus, convidou para participar do corpo docente dessa escola de arquitetura, fundada na Alemanha em 1919, a vanguarda dos artistas plásticos daquele período. Sua intenção era promover a pesquisa da nova forma no âmbito das artes plásticas, para subsidiar a pesquisa da forma arquitetônica. Foi um brilhante procedimento, pois as artes plásticas não têm o vínculo com o programa funcional que caracteriza a arquitetura, o que lhes confere maior liberdade de investigação e de inovação. Era necessário que os arquitetos rompessem com os rígidos ditames formais dos períodos precedentes, para formular uma nova arquitetura, que dialogasse com as exigências da produção em série, que é uma das principais características da indústria, então emergente. Valores e hábitos costumam apresentar uma pesada inércia, uma forte resistência a mudanças: para alterá-los são necessários clareza de objetivos e, fundamentalmente, um conjunto de novos valores. Foi isso que os artistas plásticos da Bauhaus ofereceram ao campo da arquitetura: novos parâmetros de composição formal tridimensional, que direcionam até hoje os trabalhos de investigações nessa área.

Sendo a arquitetura uma arte utilitária, a pesquisa da forma arquitetônica não pode permanecer no âmbito puramente plástico. Ela deve buscar o diálogo entre forma e função e destas com a estrutura.

Tendo em vista o texto acima, considere as afirmativas apresentadas a seguir.

I. A forma arquitetônica resulta exclusivamente das exigências do programa funcional, não cabendo qualquer elucubração que se afaste desse princípio.

II. É próprio da boa arquitetura a investigação e a elaboração da forma, pois ela responde a fatores objetivos e subjetivos importantes, que qualificam o ambiente construído.

III. As preocupações com a forma arquitetônica desviam a atenção das questões principais que são a funcionalidade e a estabilidade do edifício.

IV. A forma arquitetônica é um aspecto totalmente subjetivo, não possibilitando qualquer abordagem sistematizada do assunto.

V. As questões formais tendem a onerar os custos construtivos, tornando-se por isso um assunto polêmico e inconclusivo.

É correto apenas o que se afirma em:

A forma arquitetônica
A
I

B
II

C
III

D
IV

E
V