A COP 30, que poderia ser uma oportunidade para promover um desenvolvimento urbano mais equitativo e inclusivo, corre o risco de perpetuar desigualdades socioespaciais e reproduzir um modelo de urbanização subordinado aos interesses do capital e da estética. E para que isso não aconteça, precisa superar os desafios históricos de exclusão e priorizar o legado sustentável para todos os moradores. Afinal, modernizar uma cidade não deveria significar apenas torná-la mais atraente para os olhos do mundo, mas também mais justa e acessível para quem nela vive. Nesse sentido, é necessário compreender como os investimentos associados ao evento impactam diretamente a estrutura da cidade e reforçam a lógica de mercantilização do espaço urbano. Em Belém, tem-se utilizando a conferencia como justificativa para remodelar o espaço urbano com foco na atratividade econômica e turística, intensificando uma série de investimentos direcionados para áreas estratégicas, especialmente as de alta visibilidade, como o centro histórico e a orla fluvial, que é o chamado “Polígono da COP”, delineado para incluir áreas-chave como o aeroporto, hotéis, espaços de conferência e o centro comercial das docas, onde se concentram as