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A Língua (versão adaptada a partir da crônica de Luis Fernando Verissimo) João vivia com medo de errar o português. Era daqueles que travavam na frente de uma placa com a dúvida: “Está certo trouxeste ou trouxe?” Quando falava com alguém mais estudado, suava frio tentando evitar um “pra mim fazer” ou um “menas gente”. Um dia, foi convidado para jantar na casa dos chefes da empresa. Queria causar boa impressão. Antes de ir, ensaiou frases corretas, consultou a internet, pediu ajuda ao corretor ortográfico — quase levou uma cola no bolso. Durante o jantar, veio a hora de agradecer o prato. João tentou ser elegante: — A comida estava ótima. Meus parabéns à cozinheira! Foi aí que a dona da casa corrigiu, gentilmente: — Ao cozinheiro. João ficou vermelho. Tentou se recuperar: — Claro, ao cozinheiro! O responsável pelo... pelo preparo culinário. Nesse momento, alguém perguntou se ele queria mais lasanha. Ele respondeu: — Quero sim... digo, aceito. Quer dizer, aceitarei! Aliás, não recuso!... Todos sorriram, mas João queria sumir. Percebeu que quanto mais tentava parecer culto, mais se enrolava na língua. Saiu dali com uma lição: não adianta decorar regras se você perde a naturalidade. No fim das contas, percebeu que a língua é feita para comunicar — e não para complicar a vida de ninguém. Fonte: VERISSIMO, Luis Fernando. “A Língua”. In: VERISSIMO, Luis Fernando. As mentiras que os homens contam. São Paulo: Objetiva, 2000. Adaptada. Ao final da crônica, João percebe que “não adianta decorar regras se você perde a naturalidade”. Com base nos acontecimentos do texto, é possível inferir que: A) João percebeu que tentar parecer culto o tempo todo o fazia esquecer que a língua serve, acima de tudo, para se comunicar com clareza. D) João concluiu que se esforçar demais para falar certo, sem estar à vontade, pode causar mais constrangimento do que erros simples . B) João percebeu que estudar tanto antes do jantar não o ajudou a se expressar com segurança quando realmente precisou falar. C) João pensou que, se tivesse levado mesmo a cola com frases prontas, talvez tivesse conseguido se sair melhor na conversa. E) João percebeu que ninguém na mesa estava tão preocupado com regras, e que ele mesmo criou toda a tensão da situação.
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Cristiane Lopes

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

Vamos analisar as alternativas uma a uma, considerando o que João aprendeu ao final da crônica. A) João percebeu que tentar parecer culto o tempo todo o fazia esquecer que a língua serve, acima de tudo, para se comunicar com clareza. - Essa alternativa reflete bem a ideia central de que a comunicação é mais importante do que seguir regras rígidas. B) João percebeu que estudar tanto antes do jantar não o ajudou a se expressar com segurança quando realmente precisou falar. - Essa alternativa também é válida, pois ele realmente se sentiu inseguro apesar de todo o estudo. C) João pensou que, se tivesse levado mesmo a cola com frases prontas, talvez tivesse conseguido se sair melhor na conversa. - Essa alternativa não é tão forte, pois a crônica enfatiza que a naturalidade é mais importante do que decorar frases. D) João concluiu que se esforçar demais para falar certo, sem estar à vontade, pode causar mais constrangimento do que erros simples. - Essa alternativa é verdadeira e reflete a experiência de João, que se sentiu mais constrangido ao tentar ser perfeito. E) João percebeu que ninguém na mesa estava tão preocupado com regras, e que ele mesmo criou toda a tensão da situação. - Essa alternativa também é válida, pois sugere que a preocupação excessiva de João era desnecessária. Após analisar todas as opções, a alternativa que melhor resume a lição que João aprendeu é a D), pois ela destaca o esforço excessivo para falar corretamente e o constrangimento resultante disso.

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