faixa maciça de laje junto aos apoios [1] considerados engastados (figura 2) e, por falta deste detalhe, durante a execução da estrutura os tijolos foram colocados em toda a área de laje, inclusive nas regiões de momentos fletores negativos (foto 3). Neste caso, embora a armadura negativa estivesse em quantidade suficiente, faltava concreto nas fibras inferiores (comprimidas), onde havia nervuras e tijolos comuns, diminuindo assim a capacidade resistente da laje. Este fato, com certeza, contribuiu para o aumento das flechas. Área de serviço Cozinha zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3 Q. empregada Banh1 1 Banh* zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA w "b Hall Living / Jantar Quarto Quarto Arquitetura • aptos 103 a 903 ? I • § . 0 1 v X < O s o> z £ LU 2 6 s {O -flr Q cg a> N1 - 24x2 0 5/16-905 c.NERV. co. co I zyvutsrqonmlkjihgedcbaYVUSRPNMLJIHGFEDCBA 5, -Q- N 1 6 - 7 1 0 T J co S i 5/1 J - 275 c.10 Armação-LaiêL7 nestas lajes e as conseqüentes trincas nas paredes. Poderia inclusive, quando do carregamento definitivo do prédio ao final da construção, conduzir a acidente mais grave, pois, de acordo com a verificação estrutural efetivada, a seção de engaste encontrava-se superarmada, passível de ocasionar a ruptura brusca da seção, sem aviso. Caso o engenheiro responsável pela execução tivesse uma maior noção de comportamento estrutural, poderia ter detectado o problema (falta da faixa maciça de laje junto aos engastes) e alertado a tempo, o que não ocorreu neste caso. Associado a isto, as paredes divisórias entre as salas e os quartos, nestes apartamentos, encontravam-se numa situação desfavorável, o que possivelmente também contribuiu para o aparecimento de grandes trincas inclinadas. Estas paredes, com extensão total de cerca de 2 m. tinham em uma das suas extremidades um pilar (pilar P15, figura 2), ponto indeslocável verticalmente. Estando a outra extremidade praticamente no centro da laje, onde são máxi- mas as flechas, tais deflexões foram excessivas para a rigidez da parede, provocando o aparecimento das trincas já anteriormente descritas. Este deve ser o motivo para as trincas observadas nas alvenarias de alguns apartamentos do 19 pavimento-tipo, onde as flechas observadas nas respectivas lajes, da ordem de 1.5 cm, estavam dentro dos limites máximos preconizados pela Norma Brasileira NBR-6118. O fato descrito no parágrafo anterior, em que são observadas trincas indesejáveis nas paredes, embora com valores de flechas nas lajes que as apóiam atendendo os limites da Norma, não são raros, como seria de se supor, ocorrendo com alguma freqüência nas edificações em geral, e especialmente naquelas cujo esquema estrutural escolhido ó o de lajes cogumelo. Isto tem chamado a atenção de alguns engenheiros da área de estruturas, os quais têm procurado alertar para a necessidade da Norma Brasileira prever limites de flechas e deflexões mais rígidos quando do projeto de lajes suportando diretamente paredes de alvenaria. Quanto à maior magnitude das trincas observadas nas paredes do 1° pavimento-tipo, a expli- cação encontrada seria por conta do pavimento imediatamente abaixo (pavimento de uso co- mum) ser desprovido de paredes sob as lajes críticas (ver foto 3), o que ocasionou flechas maiores nestas lajes e, conseqüentemente, maior abertura nas trincas. Já nos pavimentos supe- riores. a presença de paredes de alvenaria sob as lajes contribuiu para uma progressiva diminui- ção das flechas nestas lajes e, conseqüentemente, nas trincas das paredes. Na figura 4 pode-se ainda detectar um outro erro de detalhamento. Trata-se da armadura de canto (no lado inferior esquerdo da figura), cuja direção é acertada para a armadura positiva, porém foi desenhada com convenção de armadura negativa. Na vistoria da obra, constatou-se que esta armadura não estava no fundo das nervuras (caso estivesse, parte das barras estaria sem concreto de envolvimento, sob os tijolos). Possivelmente foi colocada na mesa - na face superior ou inferior - e. neste caso. esta armadura não estava colaborando na resistência da laje. Sendo a laje nervurada. seria recomendável que se utilizasse no cálculo dos esforços tabela que não computasse os momentos torçores, o que conduziria a momentos fletores de maior magnitude. Assim procedendo, a armadura de canto tomar-se-ia desnecessária. Foto 3 Vista inferior da laje L7 do piso do 1® pavimento-tipo • zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBASOLUÇÕES PROPOSTAS Tendo em vista o problema de estabilidade existente nas regiões de momento fletor negativo das lajes, comprometendo a segurança da estrutura, foi recomendado à empresa contratante do laudo técnico a elaboração de projeto de reforço da estrutura. BIBLIOGRAFIA zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 1. Souza VCM, Cunha AJP (1994),zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Lajes de Concreto Armado e Protondido, EDUFF, Niterói,BR. 2. Associaçõo Brasileira de Normas Técnicas (1978), Projeto e Execução de Obras do Concreto Armado - NBR 6118/88, ABNT, Rio do Janeiro, Brasil. 3. Cunha AJP. Souza VCM (1990), Esbeltez e Flechas em Lajes de Concreto Armado. II Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto, Sào Paulo. Anais • Vol. 2, 475-497. 4. Queiróz Cunha Engenharia Ltda. (30/04/90), Análise Estrutural de Edifício Residencial. Rio de Janeiro, BR, 15 pág. INSTABILIDADE DE PILARES EM UM GALPÃO COMERCIAL EM DUQUE DE CAXIAS - RJ zyxvutsrqponmlkjihgfedcbaZYWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA VICENTE CUSTÓDIO MOREIRA DE SOUZA PhD, MSc, Eng® Civil, Prof. Titular d o Curso dc Mestrado cm Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense INTRODUÇÃO O acidente em questão ocorreu em junho de 1988, tendo sido constatado quando da tentativa de colocação de uma cobertura tipozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA roll-on em um galpão comercial em construção na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, RJ. A edificação em si ó dividida em 3 partes, sendo que as partes 2 e 3 tôm 2 pavimentos, e a parte 1 tem apenas o pavimento térreo, com pé-direito duplo de 6m e cobertura tipo roll-on. Aqui trataremos apenas do problema ocorrido com a parte 1 do edifício, já que o mesmo problema não ocorreu com as partes 2 e 3, por estarem os pilares contraventados por vigas e lajes. • DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA O esquema geral da estrutura, em corte e em planta, da parte 1 da edificação, está mostrado nas figuras 1 e 2, respectivamente. Entre as vigas ao nível do aterro e a viga a 3,0m de altura, e entre esta e a viga de 6,0m de altura, foi colocada alvenaria de meia vez (tijolo em pé). DESCRIÇÃO DO PROBLEMA Como já foi dito na introdução, o problema com a estrutura só foi notado quando da colocação da cobertura do galpão. O que ocorreu foi que os pilares P2 a P4 e P27 a P29 sofreram uma rotação, e assim as distâncias entre cada par de pilares (P1-P26; P2-P27; P3-P28; P4-P29; P5A-P30A) não eram constantes, já que entre os pilares P1 e P26 e P5A e P30A havia vigas de