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<p>Professor Wagner Damazio</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas)</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>742</p><p>1436</p><p>Dessa forma, não pode ocorrer o corte na energia elétrica sob fundamento de que a dívida do</p><p>proprietário anterior seja de responsabilidade do proprietário atual.</p><p>c)Incorreto. Não pode ocorrer a interrupção no fornecimento de energia elétrica nos serviços</p><p>essenciais. Vejamos abaixo um precedente importante do STJ sobre o tema:</p><p>AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.290.034 - GO (2018/0107129-7) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL</p><p>MARQUES AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE PIRANHAS ADVOGADOS : RUBENS FERNANDO MENDES DE CAMPOS E</p><p>OUTRO (S) - GO008198 VALDENÍSIA MARQUES SILVA - GO022358 AGRAVADO : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG</p><p>D ADVOGADOS : DIRCEU MARCELO HOFFMANN E OUTRO (S) - GO016538 FABIANO DOS REIS TAIANO -</p><p>GO021179 PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N.</p><p>3/STJ. IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO DO PROCURADOR DO MUNICÍPIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA</p><p>7/STJ. SUSPENSÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.</p><p>INTERESSE DA COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. INTERRUPÇÃO EM RAZÃO DE DÉBITOS</p><p>ATUAIS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL PREJUDICADO. AGRAVO CONHECIDO PARA</p><p>SE CONHECER PARCIALMENTE DO RECURSO ESPECIAL E NESSA EXTENSÃO NEGAR-LHE PROVIMENTO. DECISÃO</p><p>Trata-se de agravo interposto pelo Município de Piranhas/GO, contra decisão de inadmissibilidade de recurso</p><p>especial em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, cuja ementa assim estabelece:</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO DE COBRANÇA E COMPENSAÇÃO DE DÍVIDAS. SUSPENSÃO NO</p><p>FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA COLETIVIDADE.</p><p>PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. INTERRUPÇÃO EM RAZÃO DE DÉBITOS ATUAIS. POSSIBILIDADE. 1. É</p><p>lícita a interrupção no fornecimento de energia elétrica em caso de inadimplemento, desde que atendidos os</p><p>requisitos definidos em lei, quais sejam, que o débito seja recente e o corte antecedido de notificação, pois a</p><p>finalidade é resguardar o interesse da coletividade na continuidade do serviço, a qual restaria ameaçada porque</p><p>sucessivos débitos onerariam a sociedade como um todo. Inteligência da Resolução nº 414, de 09 de setembro</p><p>de 2010, da ANEEL. 2. Em que pese o artigo 6º, § 3º, inciso II, da Lei federal nº 8.987/1995 estabeleça ser possível</p><p>a interrupção, nos casos de inadimplência de pessoa jurídica de direito público, no fornecimento de serviços</p><p>públicos essenciais, tal como a distribuição de energia elétrica, este mesmo dispositivo legal consignou</p><p>expressamente ser inviável que esta suspensão ocorresse de maneira indiscriminada, devendo ser considerado o</p><p>interesse da coletividade. 3. É possível a suspensão do fornecimento de energia elétrica na hipótese de</p><p>inadimplemento do consumidor, mesmo em se tratando de órgão público. Todavia, segundo disposto no artigo</p><p>6º, § 3º, inciso II, da Lei federal n.º 8.987/95 e artigo 140, § 3º, inciso II, da Resolução 414/2010/ANEEL, a medida</p><p>extrema pressupõe, sempre, observância ao interesse da coletividade, mantidos os serviços públicos essenciais,</p><p>uma vez que sua interrupção poderia acarretar graves e imprevisíveis transtornos aos munícipes.</p><p>(...)</p><p>(STJ - AREsp: 1290034 GO 2018/0107129-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Publicação:</p><p>DJ 28/05/2018) (grifos não constantes do original)</p><p>d)Correta. Segundo jurisprudência do STF, responde a concessionária de serviços públicos de forma</p><p>objetiva mesmo em relação a terceiros não usuários dos serviços que presta, desde que haja</p><p>inequívoca relação de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não</p><p>usuário do serviço público. Vejamos baixo um importante precedente do STF sobre o tema:</p><p>EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS</p><p>JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO</p><p>DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-</p>