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<p>A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2</p><p>ANÁLISE COMPARATIVA DA EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA GLOBAL</p><p>SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO ............................................. 3</p><p>MARCOS REFERENCIAIS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........ 6</p><p>OS PROBLEMAS AMBIENTAIS.................................................................... 11</p><p>OS MOTIVOS QUE ESTÃO LEVANDO AS EMPRESAS A SE</p><p>PREOCUPAREM COM O VERDE ........................................................................... 18</p><p>SURGIMENTO DOS MERCADOS VERDES ................................................ 22</p><p>REFERÊNCIAS ............................................................................................. 24</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,</p><p>em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-</p><p>Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo</p><p>serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação</p><p>no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.</p><p>Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que</p><p>constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de</p><p>publicação ou outras normas de comunicação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma</p><p>confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base</p><p>profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições</p><p>modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,</p><p>excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>3</p><p>ANÁLISE COMPARATIVA DA EVOLUÇÃO DA</p><p>CONSCIÊNCIA GLOBAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E</p><p>DESENVOLVIMENTO</p><p>Atualmente é incontestável que a problemática ambiental assumiu uma</p><p>posição de destaque nas mais diversas dimensões da sociedade, como na esfera</p><p>política, nos movimentos da sociedade civil, no meio empresarial, nas expectativas</p><p>dos consumidores, entre outras.</p><p>A consciência que se retrata atualmente sobre o meio ambiente e</p><p>desenvolvimento sustentável é resultado de uma construção que passou pela</p><p>contribuição dos movimentos ambientalistas mundiais e pela elaboração de um</p><p>pensamento oficial sobre o problema, influenciado pelas principais conferências e</p><p>estudos realizados pelos centros técnico-científicos e políticos do mundo, a partir de</p><p>1970. Segundo SOUZA (2000), a preocupação com a preservação ambiental, até</p><p>aproximadamente os anos 50 do século passado, não passava de um luxo elitista e</p><p>uma excentricidade científica, não tendo muito espaço para progredir, restringindo-se</p><p>praticamente aos movimentos conservacionistas e ecologistas.</p><p>A ciência econômica, boa representante das ciências sociais voltadas ao</p><p>desenvolvimento econômico, preocupava-se muito mais em fornecer aparato teórico</p><p>para as disputas entre comunismo e capitalismo, e em desenvolver modelos de</p><p>gestão de políticas públicas que proporcionassem contornar os ciclos econômicos, do</p><p>que em estudar os efeitos ambientais do crescimento, considerado um "problema</p><p>burguês" pelos marxistas (que desviava a atenção das lutas de classes) e um "falso</p><p>problema" pelos liberais (que poderia ser resolvido pelo avanço tecnológico e pelo</p><p>próprio mercado) (SOUZA, 2000, p. 51-52) Os problemas ambientais, nessa época,</p><p>não representavam nenhuma prioridade na percepção tanto da comunidade, dos</p><p>cientistas e dos governos, não havendo a vinculação direta entre a degradação</p><p>4</p><p>ambiental, a saúde humana e o bem-estar social, sendo os principais problemas</p><p>ambientais identificados, segundo SOUZA (2000), referentes à extinção de espécies,</p><p>ao desmatamento e à deteriorização de ambientes naturais.</p><p>Em resultado a essa percepção, verifica-se que as primeiras regulamentações</p><p>ambientais, no Brasil, visavam disciplinar o uso dos recursos naturais e garantir a</p><p>preservação de espécies, como é o caso do Código Florestal e do Código das Águas</p><p>de 1934, do Código da Pesca de 1938, do Código de Mineração de 1940 e do Estatuto</p><p>da Terra de 1964. O período de 1950 a 1970, segundo SOUZA, pode ser considerado</p><p>a fase de massificação, em que a degradação ambiental começa a afetar o bem-estar</p><p>das pessoas, sendo que a concentração industrial, a urbanização, o crescimento</p><p>econômico e populacional e o aumento significativo na renda e no consumo, fizeram</p><p>com que os problemas ambientais associados às atividades produtivas (sobretudo às</p><p>industriais) se fizeram sentir de forma generalizada sobre o bem-estar das pessoas.</p><p>(2000, p. 54)</p><p>A preocupação ambiental nessa fase, refere-se com maior profundidade à</p><p>poluição do ar, da água, do solo e do espaço urbano, causada por resíduos industriais</p><p>agrícolas, lixo e esgoto doméstico, sendo de curto prazo e delimitada localmente, não</p><p>tendo-se ainda uma consciência ampliada dos efeitos da degradação do meio</p><p>ambiente sobre o futuro do planeta. Nos anos de 1970 a 1980, verificam-se grandes</p><p>avanços, os problemas ambientais ganham dimensões internacionais e implicações</p><p>sobre o futuro do modelo de desenvolvimento econômico, baseado na produção e no</p><p>consumo intensivos, além de esse período ser marcado por importantes eventos que</p><p>representam os primeiros passos da construção mundial de uma percepção oficial e</p><p>hegemônica sobre a natureza dos problemas ambientais, e sobre as suas implicações</p><p>na vida do planeta (SOUZA, 2000).</p><p>Os principais eventos, que marcaram o pensamento e a percepção da questão</p><p>ambiental no período de 1970 a 1980, têm como marco inicial a primeira Conferência</p><p>das Nações Unidas realizada em 1972, também conhecida por Conferência de</p><p>Estocolmo, que teve como um dos subsídios de discussão o Relatório Meadows -</p><p>Limites do Crescimento - que alertou o mundo sobre a sustentabilidade do</p><p>crescimento econômico acelerado. Nesse período merecem também ser destacados,</p><p>5</p><p>além da Conferência de Estocolmo, os estudos e relatórios realizados pelo Clube de</p><p>Roma entre 1971 e 1976 e o relatório elaborado pelo conselho ambiental americano</p><p>Quality environment Concil para o governo de Jimmy Carter em 1980, intitulado</p><p>Global Report 2000. A criação da Secretaria Especial para o Meio Ambiente - SEMA,</p><p>por meio do Decreto n. 73.030/73, segundo SOUZA "foi uma primeira resposta</p><p>brasileira à nova fase de relação entre desenvolvimento econômico e preservação</p><p>ambiental, inaugurada pela Conferência de Estocolmo" (2000, p. 284).</p><p>Em 1975, surgem as primeiras regulamentações sobre poluição industrial no</p><p>Brasil, especificamente o Decreto n. 1.413 que dispõe sobre o controle da poluição</p><p>do meio ambiente provocada por atividades industriais e o Decreto n. 76.389,</p><p>complementar ao anterior, que dispõe sobre medidas de prevenção e controle da</p><p>poluição industrial.</p><p>A evolução da regulamentação ambiental brasileira acompanhou as</p><p>tendências globais, sendo em 1981 instituída uma lei abrangente, que definiu todo o</p><p>espectro de dimensões que envolvem a ação do Governo sobre o meio ambiente: a</p><p>Lei n. 6.938 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente com a criação do</p><p>Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. O período de 1980 a 1990 é</p><p>marcado por uma série de iniciativas internacionais de tratados e convenções que</p><p>visaram debater e apresentar soluções aos problemas ambientais mais urgentes, bem</p><p>como criar condições internacionais para a implementação dos princípios do</p><p>desenvolvimento sustentável de mercado, em que se destaca o relatório da Comissão</p><p>Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,</p><p>intitulado "O Nosso Futuro</p><p>Comum", também chamado relatório Brundtland. Entre os principais acordos e</p><p>convenções internacionais sobre o meio ambiente, que se realizaram no século</p><p>passado, distinguem-se:</p><p>(a) o acordo para a proteção da camada de ozônio;</p><p>(b) o global environment facility - GEF;</p><p>(c) a convenção da mudança climática;</p><p>(d) a convenção sobre a biodiversidade;</p><p>(e) a Conferência do Rio: Eco-92; e</p><p>6</p><p>(f) o acordo de Madrid.</p><p>Em termos de construção teórica acerca do desenvolvimento sustentável e da</p><p>mundialização da consciência sobre a necessidade de administração dos recursos</p><p>ambientais, tem-se o ápice na Conferência do Rio de 1992, mais conhecida como</p><p>Eco-92. Após a Eco-92, muitos países desenvolveram agendas nacionais,</p><p>estabelecendo as prioridades ambientais e as principais linhas de ação para a solução</p><p>dos seus problemas.</p><p>O Brasil também já possui uma agenda nacional, estando atualmente alguns</p><p>estados brasileiros, como é o caso do Rio Grande do Sul, implementando as suas. A</p><p>Agenda 21, mais do que um documento, é um processo de planejamento participativo</p><p>que analisa a situação atual de um país, estado, município e/ou região, e planeja o</p><p>futuro de forma sustentável. É um processo de planejamento que envolve todos os</p><p>atores sociais na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e</p><p>compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazos.</p><p>Dando continuidade à evolução na consciência pública, científica e oficial</p><p>sobre os problemas ambientais, no início deste milênio, foi realizada recentemente a</p><p>terceira Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em</p><p>Johnnesburg, conhecida por Rio + 10.</p><p>MARCOS REFERENCIAIS DO DESENVOLVIMENTO</p><p>SUSTENTÁVEL</p><p>O desenvolvimento sustentável teve destaque nas principais conferências</p><p>sobre o meio ambiente, respectivamente a Conferência das Nações Unidas</p><p>(ESTOCOLMO, 1972); a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e</p><p>Desenvolvimento (RIO DE JANEIRO, 1992) e a Conferência das Nações Unidas para</p><p>o Desenvolvimento Sustentável (JOHNNESBURG, 2002); e em diversos</p><p>documentos, onde a literatura não apresenta grandes desacordos em listar o</p><p>Relatório do Clube de Roma: Limites do Crescimento; a Declaração de Estocolmo; o</p><p>7</p><p>Relatório de Bruntland - O Nosso Futuro Comum; a Declaração do Rio e a Agenda</p><p>21.</p><p>Em 1968, por sugestão do industrial italiano Aurelio Peccei, foi criado o Clube</p><p>de Roma, que elaborou vários estudos, entre os quais destaca-se o Limites do</p><p>Crescimento, A Humanidade na Encruzilhada e Reformando a Ordem Internacional:</p><p>um Relatório para o Clube de Roma. O trabalho mais conhecido foi o relatório The</p><p>limits of Growth - Limites do Crescimento - denominado Relatório Meadows.</p><p>O referido documento, segundo Grinevald, chocou a opinião pública, tendo os</p><p>propagadores do crescimento econômico conseguido minimizar o seu teor, acusando</p><p>os seus autores de alarmistas e catastróficos (apud MOTA, 2000). O referido relatório</p><p>do Clube de Roma alertou o mundo sobre a sustentabilidade do crescimento</p><p>econômico acelerado. Comida, recursos e um ambiente saudável são necessários,</p><p>mas não condições suficientes para o crescimento.</p><p>O Relatório, entre outros pontos, aponta que as restrições quantitativas do</p><p>meio ambiente mundial conduzirão a uma revisão do comportamento humano e de</p><p>toda a sociedade; as taxas de crescimento demográficas ameaçam o estado de</p><p>equilíbrio no planeta; o equilíbrio, em termos de desenvolvimento absoluto e relativo</p><p>entre nações, somente pode ser alcançado por meio de uma estratégia global; na</p><p>estratégia global de desenvolvimento deve ser incluída, principalmente, a relação do</p><p>homem com o seu meio ambiente e o desafio da mudança é atribuído à geração</p><p>presente.</p><p>O Relatório causou muita polêmica, alertando as autoridades para a</p><p>necessidade de diferenciação entre crescimento e desenvolvimento econômico,</p><p>servindo de subsídio para os debates da Conferência de Estocolmo.</p><p>No ano 1972, foi realizada a Primeira Conferência das Nações Unidas que</p><p>colocou a questão ambiental nas agendas oficiais e nas organizações internacionais,</p><p>enfocando a necessidade de tomar-se medidas efetivas de controle dos fatores que</p><p>causam a degradação ambiental, sendo considerada um marco do ambientalismo</p><p>global. A Conferência de Estocolmo propôs um plano de ação para combater os</p><p>diversos tipos de poluição e proteger a natureza.</p><p>8</p><p>Pretendia, conforme cita MOTA (2000), desenvolver ações contra o</p><p>subdesenvolvimento, por meio da transferência de recursos técnicos e financeiros</p><p>para os países do Terceiro Mundo, tendo sido recomendado uma nova estratégia, o</p><p>eco desenvolvimento, baseada na utilização de recursos humanos e naturais em</p><p>escala local e regional, instituindo as seguintes palavras de ordem: "Uma única terra",</p><p>"Um único povo". Vários outros estudos sucederam os realizados pelo Clube de</p><p>Roma, destacando-se o Global Report 2000, encomendado pelo presidente James</p><p>Carter dos EUA, publicado em 1980. O estudo denunciava como se estava</p><p>desperdiçando e acabando com os recursos naturais mundiais a passo acelerado e</p><p>de forma insustentável.</p><p>Também trazia como mensagem, segundo SOUZA (2000), a afirmação de que</p><p>não é possível estender para todo o mundo o estilo de vida das sociedades</p><p>desenvolvidas, uma vez que isso implicaria à amplificação em escala mundial da</p><p>utilização de recursos naturais e da geração de contaminantes ambientais, colocando</p><p>em risco a sobrevivência da vida humana na terra. O estudo foi considerado</p><p>demasiadamente pessimista pelos críticos da época, por não levar em conta as</p><p>possibilidades do gênio humano ou do poder da ciência e da tecnologia para resolver</p><p>os problemas apontados. Marco importante relativo à questão ambiental foi o</p><p>manifesto</p><p>O Nosso Futuro Comum, lançado em 1987 pelo Conselho Mundial de</p><p>Desenvolvimento e Meio Ambiente da ONU, que contribuiu expressivamente na</p><p>integração dos conceitos meio ambiente e desenvolvimento. O relatório, entre outras,</p><p>priorizou a necessidade de diminuir o consumo dos recursos naturais, sendo a</p><p>sustentabilidade do desenvolvimento vista como um processo de mudança contínua</p><p>social das nações, em que as variáveis tecnologia, organização social e capacidade</p><p>de suporte da biosfera podem ser gerenciadas e aprimoradas, a fim de proporcionar</p><p>uma nova ordem no crescimento econômico.</p><p>Neste documento - O Nosso Futuro Comum -, também chamado de relatório</p><p>Brundtland, elaborou-se o conceito de "desenvolvimento sustentável", como sendo</p><p>aquele que "satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade</p><p>das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades". Esse conceito,</p><p>9</p><p>para a Comissão que elaborou o documento, segundo SOUZA, "carrega duas ideias-</p><p>chave: a ideia de necessidade, principalmente as necessidades dos pobres do mundo</p><p>que deveriam receber a máxima prioridade; e a noção das limitações que o estágio</p><p>da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de</p><p>atender às necessidades presentes e futuras" ( 2000, p. 72).</p><p>Em termos ambientais e desenvolvimento sustentável, merece destaque a</p><p>Conferência do Rio de Janeiro ECO-92 - The Earth Summit, que reuniu mais de 100</p><p>Chefes de Estado, e de onde resultaram três importantes documentos: a Carta da</p><p>Terra (também conhecida como Declaração do Rio), a Agenda 21 e a Declaração</p><p>Autorizada de Princípios. 9 A Eco-92 abordou e debateu os principais desafios do</p><p>final do século XX, destacando-se a interação homem-ambiente, deveres perante a</p><p>geração futura e as demais espécies, clima e biodiversidade. O problema da</p><p>sustentabilidade dos recursos naturais foi enfatizado na Declaração Autorizada de</p><p>Princípios, afirmando que os "Estados devem legislar nacionalmente sobre a</p><p>responsabilidade e a compensação para as vítimas da poluição ou outros danos</p><p>ambientais"</p><p>(MOTA, 2000, p. 26-27). No entanto, o principal produto da Eco-92 foi</p><p>aprovar um plano de ação, a Agenda 21, composta de 4 seções e 40 capítulos que</p><p>definem objetivos e metas a serem alcançados, constituindo-se num documento</p><p>político com compromissos assumidos e ações concretas sobre o meio ambiente e</p><p>desenvolvimento.</p><p>Destaca-se também, em termos internacionais, os princípios CERES,</p><p>apresentados em 1989 como os Princípios Valdez, concebidos para estimular o</p><p>desenvolvimento de programas positivos, projetados para prevenir a degradação</p><p>ambiental, auxiliar as empresas a estabelecer sua política e possibilitar aos</p><p>investidores conhecer informações relacionadas às questões ambientais. Os</p><p>Princípios CERES, elaborados pela Coalition for Environmentally Responsible</p><p>Economies dispõem sobre:</p><p>a) Proteção da Biosfera;</p><p>b) Uso Sustentável de Recursos Naturais;</p><p>c) Redução e Descarga de Resíduos;</p><p>10</p><p>d) Conservação de Energia;</p><p>e) Redução de Riscos;</p><p>f) Produtos e Serviços Seguros;</p><p>g) Restauração Ambiental;</p><p>h) Informações ao Público;</p><p>i) Compromisso da Gerência; e</p><p>j) Auditorias e Relatórios.</p><p>Outro referencial internacional para o desenvolvimento sustentável é a Carta</p><p>do Meio Empresarial pelo Desenvolvimento Sustentável, introduzida formalmente</p><p>pela International Chamber of Commerce, em abril de 1991, por ocasião da Segunda</p><p>Conferência Industrial Mundial sobre Gerenciamento Ambiental. Por meio da Carta</p><p>do Meio Empresarial pelo Desenvolvimento Sustentável, a International Chamber of</p><p>Commerce convidou empresas e associações empresariais a unirem esforços para</p><p>que o desempenho ambiental continue a ser melhorado. Dentre os princípios da</p><p>Carta, destaca-se o da "Prioridade da empresa", que deve reconhecer o</p><p>gerenciamento ambiental como uma das mais altas prioridades e como determinante</p><p>fundamental do desenvolvimento sustentável.</p><p>11</p><p>OS PROBLEMAS AMBIENTAIS</p><p>Fonte: google</p><p>Em termos simples, a poluição ambiental pode ser definida como toda ação ou</p><p>omissão do homem que, pela descarga de material, energia, atuando sobre as águas,</p><p>o solo e o ar, cause desequilíbrio nocivo, seja ele de curto ou de longo prazo, sobre</p><p>o meio ambiente. Seus efeitos mais sensíveis são a degradação da qualidade</p><p>ambiental e os prejuízos à saúde, segurança e qualidade de vida do homem, afetando</p><p>a biota e as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.</p><p>O poluidor pode ser uma pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,</p><p>responsável direta ou indiretamente pela atividade causadora da degradação</p><p>ambiental (VALLE, 2002:26). Com a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII na</p><p>Inglaterra, a capacidade da humanidade de intervir na natureza dá um salto colossal</p><p>aumentando progressivamente (ROMEIRO, 2003:04).</p><p>12</p><p>A degradação de Londres nesta época foi apontada por vários autores.Com o</p><p>fenômeno da globalização, iniciado no final do século XX, houve uma expansão da</p><p>exploração mineral, da produção econômica e das fronteiras agrícolas, combinada</p><p>com o crescimento da população humana, provocou o agravamento dos problemas</p><p>ambientais de caráter local, regional e global.</p><p>Alguns dos principais problemas serão discutidos abaixo: a) Mudanças</p><p>Climáticas: desde o início da agricultura, o clima da terra tem se mantido</p><p>extraordinariamente estável. Hoje, a temperatura está em elevação devido</p><p>aparentemente ao efeito estufa – o aquecimento resultante do aumento da</p><p>concentração de gases retentores de calor, principalmente o dióxido de</p><p>carbono(CO2)na atmosfera.</p><p>Esse aumento de concentração do CO2 tem duas origens: a queima de</p><p>combustíveis fósseis e o desmatamento. Anualmente, mais de 6 bilhões de toneladas</p><p>de carbono são liberadas na atmosfera com a queima de combustíveis fósseis. As</p><p>estimativas de liberação de carbono pelo desmatamento variam muito, mas se</p><p>concentram em 1,5 bilhão de toneladas/ano(BROWN,2002:40).</p><p>Um estudo da Sociedade Americana para o Progresso da Ciência(AAAS)</p><p>estimou em 1988,que o dobro de concentração de CO2 elevará a temperatura entre</p><p>2º a 5ºC. Um aumento médio na temperatura global de 5º tornaria a terra mais quente</p><p>do que ela tem sido nos últimos 100 anos, pelo menos. Para Pereira e May(2003:222)</p><p>dentre as possíveis consequências do efeito estufa podem-se destacar:</p><p>• A elevação dos níveis dos oceanos;</p><p>• O derretimento de geleiras, glaciares e calotas polares;</p><p>• Mudanças nos regimes de chuvas e ventos, com intensificação de fenômenos</p><p>extremos como furacões, tufões, ciclones, tempestades tropicais e inundações;</p><p>• Intensificação do processo de desertificação e de acesso à água potável;</p><p>• Perda da biodiversidade;</p><p>• Perda de áreas agricultáveis;</p><p>13</p><p>• Aumento da incidência de algumas doenças transmissíveis por alguns</p><p>vetores;</p><p>• Aumento de risco de incêndio, dentre outros. As consequências das</p><p>mudanças climáticas, portanto, são imprevisíveis mas, certamente, serão</p><p>catastróficas, podendo comprometer a sobrevivência da própria espécie humana.</p><p>Fonte: google</p><p>b) A Água: o total de água globalmente retirado de rios, aquíferos e outras</p><p>fontes aumentou nove vezes, enquanto que o uso por pessoa dobrou e a população</p><p>cresceu três vezes. Em 1950, as reservas mundiais representavam 16,8 mil</p><p>m3/pessoa, atualmente está reserva reduziu-se para 7,3 mil m3/pessoa e espera-se</p><p>que venha a se reduzir para 4,8mil m3/pessoa nos próximos 25 anos devido ao</p><p>aumento da população, industrialização e agricultura (UNESCO,1999).</p><p>14</p><p>Quando comparados os usos e a disponibilidade média, erroneamente pode-</p><p>se concluir que existe água suficiente, mas a variação temporal e espacial é grande,</p><p>existindo diversas regiões vulneráveis. Cerca de 460 milhões de pessoas (8% da</p><p>população mundial) sofrem frequentes falta de água e aproximadamente 25% estão</p><p>indo para o mesmo caminho.</p><p>É possível que 2/3 da população mundial sofra desde a moderada à severa</p><p>falta de água, resultante da escassez quantitativa (TUCCI, 2003:267). Hoje, cerca de</p><p>2 bilhões de pessoas em 80 países vivem em áreas que sofrem com a escassez</p><p>crônica de água, Nordeste do Brasil, a maior parte da África e do Oriente Médio,</p><p>grande parte dos EUA, Noroeste do México, parte da China e da</p><p>Argentina(VICTORINO, 2000:49). Já existem vários conflitos por causa da água,</p><p>alguns deles envolvendo a política internacional.</p><p>A Síria chegou a colocar tropas na fronteira com a Turquia para impedir que o</p><p>vizinho utilize as suas reservas de água. O conflito envolve também o vizinho Iraque</p><p>(Rio Tigre-Eufrates). No sudeste asiático, o Laos está em conflitos com a Tailândia</p><p>por causa da intenção deste país em represas (o Mekong drenaria o Laos). A</p><p>perspectiva é de que esses conflitos cresçam em todo o mundo(DIAS, 2002:156). O</p><p>Brasil é considerado uma superpotência hídrica, com 15% de toda a água potável do</p><p>planeta. Entretanto, existem cerca de 40 milhões de pessoas no país que vivem sem</p><p>ter abastecimento de água e 80% do esgoto coletado não é</p><p>tratado.(SANTOS,2003:293).</p><p>c) A Intensificação do Consumo: a competição industrial, tendo como</p><p>elementos catalisadores à obsolescência programada e a propaganda que cria</p><p>necessidades artificiais gerou um de seus filhos mais feios – a sociedade do</p><p>desperdício.</p><p>O advento da era do descartável contribuiu muitíssimo para esse fenômeno.</p><p>Saudado como um símbolo da modernidade, indicador do inequívoco progresso, o</p><p>descartável é uma das principais causas do consumo crescente de matéria-prima e,</p><p>consequentemente, do aumento da quantidade de lixo gerado.(PENNA,2002:34).</p><p>15</p><p>Para inúmeros bens de consumo, mudanças anuais de desenho se tornaram</p><p>a chave para estimular vendas. Nos automóveis, os modelos mudavam a cada ano.</p><p>O lançamento de novos modelos, um evento de destaque nos calendários</p><p>econômicos dos principais países industrializados, automaticamente desvalorizava</p><p>o</p><p>modelo do ano anterior.</p><p>As mudanças destinavam-se não tanto para melhoria de desempenho e sim</p><p>para vender mais veículos. (BROWN,2002:187) O binômio produção-consumo</p><p>termina gerando uma maior pressão sobre os recursos naturais(consumo de matéria-</p><p>prima, água, energia elétrica, combustíveis fósseis, desflorestamentos, etc) causando</p><p>ainda mais degradação ambiental.</p><p>Fonte: google</p><p>(DIAS,2002:116) Para Feldmann(2003:148)um dos grandes problemas diz</p><p>respeito ao fato de o consumo mundial ter se desenvolvido num ritmo e perfil de</p><p>desigualdade tão grande que há necessidade emergencial de uma total mudança nos</p><p>padrões de comportamento da sociedade, à medida que 20% da população mundial</p><p>nos países de mais alto rendimento totalizam 86% das despesas de consumo privado,</p><p>16</p><p>e os 20% mais pobres, um minúsculo 1,3%. Mais especificamente, o quinto mais rico</p><p>da população consome 45% de toda a carne e peixe(o quinto mais pobre, 5%), 58%</p><p>da energia total(o quinto mais pobre, menos de 4%), tem 74% de todas as linhas</p><p>telefônicas(o quinto mais pobre, 1,5%), consome 84% de todo o papel (o quinto mais</p><p>pobre,1,1%), possui 87% da frota de veículos a nível mundial(o quinto mais pobre,</p><p>menos de 1%)</p><p>d) A Explosão Demográfica: um dos assuntos mais polêmicos é a taxa de</p><p>fecundidade, pois, mexe com religiões e com as emoções das pessoas.</p><p>Segundo Penna( 1999) cerca de 95% do aumento da população projetado para</p><p>2025 ocorrerá no terceiro mundo. Dos 5,5 bilhões de humanos que existiam no início</p><p>de 1994, os países em desenvolvimento abrigavam 4,3 bilhões, ou seja, 78%. Em</p><p>2025, eles possuirão cerca de 84% da população global. Entre os países ricos, os</p><p>EUA serão responsáveis pela maior parte do aumento populacional. Para Penna</p><p>(1999), os maiores problemas trazidos pelo alto crescimento demográfico, vão além</p><p>da questão da alimentação, os problemas se estendem à falta de água potável, ao</p><p>uso de maior energia, moradia, educação, assistência médica e empregos.</p><p>O surgimento de um pensamento ecológico: A preocupação com o meio</p><p>ambiente teve início no auge da Revolução Industrial, autores como Dicckens, já</p><p>apresentavam a degradação ambiental de Londres (Bernardes e Ferreira, 2003:25).</p><p>Em 1861, o Imperador D. Pedro II sancionou, no Rio de Janeiro, uma Lei para proteger</p><p>a Floresta de Tijuca, uma floresta urbana, que estava então totalmente degradada.</p><p>Em 1863, o Parlamento Inglês aprovou o Alkali Act, primeira lei ambiental, para</p><p>regular a emissão de poluentes do ar pela indústria do vidro da época. Em 1872,</p><p>criou-se nos EUA, o primeiro parque nacional-o Parque de Yellowstone.</p><p>Essas ações foram pioneiras que serviram de exemplo para outras ações,</p><p>alguns anos depois.(Valle, 2002:19) Entretanto, a maior preocupação com a questão</p><p>ambiental teve início após a segunda guerra mundial.</p><p>A década de 60 começou a exibir ao mundo as consequências dos modelos</p><p>de desenvolvimento econômico adotados nos países industrializados. Registraram-</p><p>17</p><p>se níveis alarmantes de poluição atmosférica nos grandes centros urbanos –Los</p><p>Angeles, Nova York, Chicago, Berlim, Tóquio e Londres, principalmente (Dias,</p><p>2002:21).</p><p>O conceito de “desenvolvimento sustentável” surge na década de 70, em um</p><p>contexto de controvérsias sobre as relações entre crescimento econômico e meio</p><p>ambiente, exacerbada principalmente pelo relatório do Clube de Roma que pregava</p><p>crescimento zero como forma de evitar catástrofe ambiental (Romeiro, 2003:06)</p><p>As acirradas polêmicas geradas pelo Clube de Roma, levaram a Organização</p><p>das Nações Unidas a promover na Suécia, de 5 a 16 de junho de 1972, a Conferência</p><p>da ONU sobre Meio Ambiente Humano, ou Conferência de Estocolmo. Essa</p><p>Conferência reuniu representantes de 113 países, com o objetivo de estabelecer uma</p><p>visão global e princípios comuns que servissem de inspiração e orientação à</p><p>humanidade, para a preservação e melhoria do ambiente humano.</p><p>A Conferência gerou a Declaração Sobre o Ambiente Humano e estabeleceu</p><p>um Plano de Ação, documentos que serviram de base para o surgimento de</p><p>instrumentos de políticas de gestão ambiental (Dias, 2002:23)</p><p>Entretanto, para a população, a preocupação com o crescimento econômico e</p><p>a questão ambiental inicia-se com os graves acidentes ambientais, como o ocorrido</p><p>em 1973 em Knaspsack na Alemanha, que foi a primeira cidade a ser declarada</p><p>inabitável por causa da poluição do ar,outro famoso acidente que chamou a atenção</p><p>da opinião pública ocorreu em 1984, na indústria de pesticida da Union Carbide, em</p><p>Bhopal na Índia, matando cerca de 2800 pessoas, entretanto o mais grave acidente</p><p>ecológico ocorreu em 1986, na Usina Nuclear de Chernobyl na Ucrânia, países como</p><p>Áustria, Bulgária, Finlândia, Alemanha, Suíça, Romênia, Suécia e a ex-Iuguslávia</p><p>sofreram as mais altas contaminações.</p><p>Tais acidentes provocaram uma maior consciência ecológica da sociedade</p><p>civil, principalmente das sociedades de países mais ricos.(Penna, 1999:113).</p><p>18</p><p>OS MOTIVOS QUE ESTÃO LEVANDO AS EMPRESAS A SE</p><p>PREOCUPAREM COM O VERDE</p><p>Fonte: google</p><p>As exigências dos consumidores diante de acidentes ambientais e fatores como a</p><p>globalização dos negócios, a internacionalização dos padrões de qualidade ambiental</p><p>descritos na série ISO 14000 e o fortalecimento dos Partidos Verdes em países</p><p>europeus, estão fazendo com que haja mudanças nas empresas</p><p>A responsabilidade ambiental passou a ser vista como uma questão de sobrevivência.</p><p>Hoje, a ética ambiental faz parte da missão corporativa de diversas companhias. Uma</p><p>pesquisa recente da Confederação Nacional do Comércio e IBOPE revelou que 68%</p><p>dos consumidores brasileiros estariam dispostos a pagar mais por um produto que</p><p>não agredisse o meio ambiente.</p><p>De acordo com uma pesquisa realizada em 1998, denominada Gestão Ambiental na</p><p>Indústria Brasileira, cerca de 85% das empresas no Brasil adotavam algum tipo de</p><p>procedimento associado às questões ambientais.</p><p>De 1500 empresas com receita líquida total de R$ 37 bilhões, observou-se que 90%</p><p>delas investiu em meio ambiente nos anos de 1996 e 1997, embora só 35% das</p><p>19</p><p>microempresas tinham feito o mesmo. Segundo o estudo, 75% das companhias</p><p>pretendem realizar investimentos ambientais nos próximos anos, com destaque para</p><p>proteção de recursos hídricos e deposição de resíduos sólidos(VINHA, 2000:70).</p><p>Segundo Tachizawa(1998,p.24) as empresas que tomarem decisões estratégicas</p><p>integradas à questão ambiental conseguirão significativas vantagens competitivas,</p><p>quando não, redução de custos e aumento nos lucros a médio e longo prazo. Para</p><p>Barbieri(2000:68)</p><p>A empresa não deve se preocupar com o meio ambiente apenas para atender aos</p><p>requisitos legais a que está sujeita, mas também, para alcançar objetivos econômicos</p><p>compatíveis com padrões sustentáveis de desenvolvimento. Em matéria de</p><p>tecnologia, significa adotar uma postura que, no mínimo, objetive alcançar ganhos de</p><p>produtividade através da prevenção da poluição. Na visão de Maimon (2000), existem</p><p>três tipos de comportamentos adotados pelas empresas:</p><p>e) as empresas “responsáveis” onde o discurso corresponde à ação efetiva;</p><p>f) as empresas “seguidoras” que não possuem um discurso ambiental; e</p><p>g) as empresas “mentirosas” cujo discurso contradiz a ação efetiva A organização</p><p>responsável possui uma gestão de longo prazo e compõe seus interesses com os da</p><p>sociedade em que vive.</p><p>Possui uma atitude proativa, que transforma uma restrição ambiental em nova</p><p>oportunidade de negócio. A organização seguidora é antes de mais nada, é uma</p><p>empresa que não possui uma consciência ambiental. É o caso da maioria das</p><p>pequenas e médias empresas, onde a questão de sobrevivência é mais importante</p><p>do que a responsabilidade ambiental.</p><p>A organização seguidora obedece quando pode, aos órgãos do movimento</p><p>ambientalista por questão de sobrevivência. A organização mentirosa possui uma</p><p>estratégia</p><p>de curto prazo. Para este tipo de organização, os bens e serviços não</p><p>passam de mercadorias.</p><p>Estas organizações caracterizam-se por: exportar a poluição e os resíduos tóxicos;</p><p>utilizar os direitos da poluição em efetuar os investimentos necessários para</p><p>20</p><p>respondera à regulamentação; usar seu poder político e jurídico para neutralizar a</p><p>regulamentação dos governos, normalmente recorrem à maquiagem verde para</p><p>mudar a imagem da organização. Georg Winter criou um programa de gerenciamento</p><p>ecológico, conhecido simplesmente por “modelo Winter”, esse programa é</p><p>considerado o mais bem-sucedido da Europa.(CALLENBACK,1999,35) Conforme</p><p>Winter (apud CALLENBACK,1999,p.35) existem seis motivos pelos quais todo</p><p>administrador responsável deve implementar os princípios da administração com</p><p>consciência ecológica em sua empresa:</p><p>Fonte: google</p><p>1. Sobrevivência Humana: sem empresas com consciência ecológica, não</p><p>poderemos ter uma economia com consciência ecológica; sem uma economia com</p><p>consciência ecológica, a sobrevivência humana estará ameaçada.</p><p>21</p><p>2. Consenso Público: sem empresas com consciência ecológica, não haverá</p><p>consenso entre o povo e a comunidade de negócios; sem esse consenso, a economia</p><p>de mercado estará politicamente ameaçada.</p><p>3. Oportunidade de Mercado : sem administração com consciência ecológica, haverá</p><p>perda de oportunidades em mercados em rápido crescimento.</p><p>4. Redução de riscos: sem administração com consciência ecológica, as empresas</p><p>correm o risco de responsabilização por danos ambientais, que potencialmente</p><p>envolvem imensas somas de dinheiro, e de responsabilização pessoal de diretores,</p><p>executivos e outros integrantes de seus quadros.</p><p>5. Redução de custos: sem administração com consciência ecológica, serão perdidas</p><p>numerosas oportunidades de reduzir custos.</p><p>6. Integridade Pessoal: sem administração com consciência ecológica, tanto</p><p>administradores como empregados terão a sensação de falta de integridade pessoal</p><p>sendo, assim, incapazes de identificar-se totalmente com seu trabalho.</p><p>No modelo Winter, há seis princípios considerados essenciais para o sucesso a longo</p><p>prazo de uma empresa administrada de forma responsável:</p><p>• Qualidade: um produto é de qualidade apenas se for fabricado de forma</p><p>ambientalmente benigna, e se puder ser usado e descartado sem causar danos</p><p>ambientais.</p><p>• Criatividade: a criatividade da força de trabalho de uma empresa é intensificada</p><p>quando as condições de trabalho respeitam as necessidades biológicas humanas</p><p>(baixo nível de ruído, alimentação saudável, arquitetura de cunho ecológico, etc).</p><p>• Humanidade: o clima geral de trabalho será mais humano se os objetivos e</p><p>estratégias da empresa forem voltados não apenas para o sucesso econômico, mas</p><p>também para o senso de responsabilidade para com todas as formas de vida.</p><p>• Lucratividade: a lucratividade da empresa pode aumentar pela adoção de inovações</p><p>ecológicas redutoras de custo e pela exploração de oportunidades de mercado de</p><p>produtos de apelo ecológico.</p><p>22</p><p>• Continuidade: no interesse da continuidade da empresa, torna-se cada vez mais</p><p>importante evitar riscos de responsabilidade decorrentes da legislação ambiental</p><p>cada vez mais rigorosa, e riscos de mercado resultantes da demanda decrescente de</p><p>produtos danosos ao ambiente.</p><p>• Lealdade: em última análise, os funcionários de uma empresa são leais a seu país</p><p>e a seus concidadãos devido a uma ligação emocional, que só existe enquanto o país</p><p>não se descaracteriza como resultado da destruição do ambiente.</p><p>O modelo Winter inclui o uso estratégico de instrumentos tradicionais de</p><p>administração para fins ecológicos. Portanto, a gestão ambiental e a responsabilidade</p><p>social tornaram-se importantes instrumentos gerenciais na busca de uma maior</p><p>competitividade. A “empresa verde” é hoje e será no futuro sinônimo de bons</p><p>negócios.</p><p>SURGIMENTO DOS MERCADOS VERDES</p><p>O processo de globalização iniciado no final do século XX, aliado aos graves</p><p>problemas ambientais no planeta, impulsionaram o surgimento de um novo tipo de</p><p>mercado: o mercado verde ou ecomercado, ou seja, oportunidades de negócios onde</p><p>existe uma consciência ecológica. Esta preocupação com o verde já se traduziu em</p><p>maiores vendas na indústria. Uma pesquisa nos EUA, em 1993, indicou que cerca de</p><p>50% dos consumidores norte-americanos dão preferência a produtos menos</p><p>agressivos ao meio ambiente.</p><p>No primeiro semestre de 1999, 9,2% dos produtos introduzidos no mercado eram</p><p>anunciados como “verdes”, enquanto, em 1985, estes constituíam apenas 0,5%. Na</p><p>Europa, estudos recentes estimam que o consumidor europeu está disposto a pagar</p><p>de 5 a 15% a mais em mercadorias que ostentem a mais em mercadorias de madeira</p><p>que ostentem rótulos ecológicos.(Maimon,2000;35) No Brasil, uma pesquisa</p><p>realizada pelo Instituto da Religião(ISER) em 2001, revelou que 81% dos</p><p>entrevistados declararam se sentir mais motivados a comprar quando leem que o</p><p>produto foi produzido de maneira correta, do ponto de vista ambiental, e 73% se o</p><p>produto é “orgânico”(cultivado sem insumos químicos).</p><p>23</p><p>Mais da metade da população não sabe o que são transgênicos (organismos</p><p>geneticamente modificados). Ainda assim, mais de 70% consideram que eles trazem</p><p>riscos para a saúde e que seria melhor não consumi-los. Para Samira</p><p>Crespo(2003:65), coordenadora dessa pesquisa, a variável “nível de escolaridade” é</p><p>realmente a mais importante, funcionando como “preditor”, isto é, como determinante</p><p>no padrão de respostas, ou seja, quanto mais alto o nível de escolaridade, mais</p><p>consistente é o interesse, o conhecimento e a preocupação com as questões</p><p>ambientais.</p><p>Fonte: google</p><p>24</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDRADE, Rui Otávio de., CARVALHO, Ana Barreiros de., TACHIZAWA, Takeshy.</p><p>Gestão Ambiental – Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável.</p><p>São Paulo: Makron Books, 2000.</p><p>BECKER, Dinizar Fermiano (Org.). Desenvolvimento Sustentável: necessidade e/ou</p><p>possibilidade? 3 ed. , Santa Cruz do Sul : EDUNISC, 2001. BECKER, Dinizar</p><p>Fermiano. A economia Política da Regionalização do Desenvolvimento</p><p>contemporâneo. Revista Redes - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento</p><p>Regional, Santa Cruz do Sul, n.3, p. 7- 46, set./dez. 2001.</p><p>BRASIL. IBAMA, Lei de Crimes Ambientais: Lei n. 9.605, de 12 de fev. 1998.</p><p>Acessado em 06 dez. 2000. Disponível na Internet http/www.ibama.gov.br/.</p><p>CAIRNCROSS, Frances. Meio Ambiente: custos e benefícios. Tradução de Cid Knipel</p><p>Moreira. São Paulo: Nobel, 1992.</p><p>CALLENBACH, Ernest et.all . Gerenciamento ecológico - Guia do Instituto Elmwood</p><p>de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis. São Paulo: Editora Cultrix,1999.</p><p>CARVALHO, L. Nelson, MATOS, Emanuel Rodrigues Junqueira de. MORAES,</p><p>Romildo de Oliveira. Contabilidade Ambiental. Pensar Contábil, Rio de Janeiro:</p><p>CRCRJ, n. 8, p. 31-38, mai./jul. de 2000.</p><p>DORINI, Raquel Pereira. Desenvolvimento sustentável como responsabilidade social</p><p>das empresas - um enfoque ambiental. São Paulo, 1999. 245 p. Dissertação,</p><p>Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. 1999.</p><p>FIGUEIREDO, S., CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 1997.</p><p>FREIRE, Willian. Direito ambiental brasileiro. 2 ed. Rio de Janeiro: AIDE, 2000.</p><p>KINLAW, Dennis C. Empresa competitiva e ecológica – desempenho sustentado na</p><p>era ambiental. São Paulo: Makron Books, 1997.</p><p>25</p><p>LOGAN, J. W., JOYNER, B. E., RAIBORN, C. A. ISO 14000 e o Chão de Fábrica: a</p><p>norma ambiental pode conduzir a uma vantagem competitiva sustentável. Banas</p><p>Ambiental, n. 6, p. 12-16, jun. 2000.</p><p>MAIMON, Dália. Passaporte Verde – gestão ambiental e competitividade. Rio de</p><p>Janeiro: Qualitymark Ed., 1996.</p><p>MOTA, José Aroudo. Valoração de ativos ambientais como subsídio à decisão</p><p>pública. Brasília, 2000. 225 f. Tese de Doutorado</p><p>(Centro de Desenvolvimento</p><p>Sustentável - CDS), Universidade de Brasília - UnB, Brasília. 2000.</p><p>PUTNAM Robert D. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. 2</p><p>ed. Rio de Janeiro: FGV, 2000.</p><p>BARBIERI, Jose Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de</p><p>mudanças da Agenda 21. Petropolis,RJ:Vozes.1997. 115p.</p><p>BROWN,Lester.Eco-Economia.Disponível em: Acesso em:10 jul.2000 .</p><p>CALLENBACH,Ernest.et.al.Gerenciamento Ecológico. São Paulo: Cultrix.1999.107p.</p><p>COHEN,Claude.Padrões de Consumo e Energia: Efeitos sobre o Meio Ambiente e o</p><p>Desenvolvimento.In: P.MAY, M.C. LUSTOSA & V. VINHA(orgs.): Economia do Meio</p><p>Ambiente: Teoria e Prática. Rio de Janeiro. Editora Campus,2003. 317p.</p><p>CRESPO,Samyra.Uma visão sobre a evolução da consciência ambiental no Brasil</p><p>nos anos 1990. In: A.TRIGUEIRO(org.). Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro:</p><p>Sextante, 2003. 367p.</p><p>CRESPO,Samyra.O que o Brasileiro pensa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento</p><p>Sustentável.ISER.Rio de Janeiro.2002.</p><p>DIAS,Genebaldo F.Pegada Ecológica e Sustentabilidade Humana.São Paulo:</p><p>Gaia.2002. 257p.</p><p>FELDMANN,Fabio(2003). A parte que nos cabe:consumo sustentável? In:</p><p>A.TRIGUEIRO(org.). Meio Ambiente no Século 21.Rio de Janeiro:Sextante,2003.</p><p>367p.</p><p>26</p><p>LUSTOSA,Maria.C.J.Industrialização, Meio Ambiente, Inovação e</p><p>Competitividade.In: Economia do Meio Ambiente: Teoria e Prática. Rio de Janeiro</p><p>Editora Campus,2003. 317p.</p><p>MAIMON, Dalia. Passaporte Verde: gestão ambiental e competitividade – Rio de</p><p>Janeiro: Qualitymark. 2000. 110p.</p><p>PENNA, Carlos G.. O Estado do Planeta: sociedade de consumo e degradação</p><p>ambiental. Rio de Janeiro: Record,1999. 252p.</p>