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Saúde da Criança e do Adolescente - Caso 01

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ADDONAI TEIXEIRA MED 20 - FPS
Caso 01 - Na sala de parto
Objetivos de Aprendizagem
1. Definir a classificação do risco do RN, entendendo como ocorre a assistência na sala de parto
2. Entender o exame físico sumário, enumerando suas etapas
3. Compreender as adaptações fisiológicas no corpo do RN, associando aos principais sistemas
4. Explicar como ocorre a assistência humanizada ao RN, estabelecendo a importância do primeiro
contato com a mãe;
5. Identificar os tocotraumatismos, reconhecendo os mais frequentes
Termos desconhecidos
Crede – medida profilática com solução aquosa de nitrato de prata
AIG – adequado para a idade gestacional
Mecônio – Material mucilaginoso (espesso, de cor variando entre verde e preto) encontrado nos intestinos de
fetos a termo. Constituído por secreções de glândulas intestinais, PIGMENTOS BILIARES, ÁCIDOS
GRAXOS, LÍQUIDO AMNIÓTICO e fragmentos intrauterinos. O mecônio constitui as primeiras
evacuações feitas pelo recém-nascido.
Escore de Apgar – boletim que avalia a vitalidade do RN
Tocotraumatismo – [Objetivo]
Bossa serossanguínea – é a alteração mais frequentemente encontrada após o nascimento. Caracteriza-se por
edema de couro cabeludo, depressível, de limites imprecisos que inicialmente se restringe à área de
apresentação do parto e que pode se deslocar para outras regiões conforme o decúbito.
Classificação de Risco
O atendimento à gestante, à puérpera e ao RN deve ser priorizado com acolhimento, avaliação de risco e
vigilância à saúde pelos serviços de saúde.
O termo RN de risco se refere àquele exposto a situações em que há maior risco de evolução
desfavorável, que devem ser prontamente reconhecidas pela equipe de saúde, pois demandam atenção
especial e prioritária. Essas situações podem estar presentes no nascimento - RN de risco ao nascer - ou
acontecer ao longo da vida da criança.
A Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e a Redução da Mortalidade Infantil sugere os
seguintes critérios para identificação do RN de risco:
● Baixo nível socioeconômico.
● História de morte de criança menor de 5 anos na família.
● Criança explicitamente indesejada.
● Mãe adolescente (< 20 anos).
● RN pré-termo (< 37 semanas).
● RN com baixo peso ao nascer (< 2.500g).
● Mãe com baixa instrução (< 8 anos de estudo).
Sugerem-se os seguintes critérios para identificar o RN de alto risco:
● RN com asfixia grave ao nascer (Apgar < 7 no 5º min).
● RN pré-termo com peso ao nascer < 2.000g.
● RN < 35 semanas de idade gestacional.
● RN com outras doenças graves.
Alguns componentes da vigilância à saúde do RN no caso de um RN de alto risco:
● Identificação do RN de risco, notificação da alta, agendamento de consulta na atenção básica,
programação de visita domiciliar e agendamento para o ambulatório de seguimento do RN de alto
risco, conforme protocolo local / Ministério da Saúde.
● O RN de alto risco deverá manter o calendário de acompanhamento na Atenção Básica, além do
acompanhamento pelo ambulatório de atenção especializada.
● O RN de alto risco deve ser acompanhado até pelo menos o segundo ano completo de vida (mínimo
de duas avaliações por ano); o acompanhamento até o 5º ano é desejável, para melhor avaliação da
função cognitiva e da linguagem.
Exame Físico Sumário do RN
Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro
situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas:
● 1) Ausência de mecônio?
● 2) Respirando ou chorando?
● 3) Bom tônus muscular?
● 4) Rosado?
● 5) Gestação a termo?
Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de
manobras de reanimação. A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia
dependem da avaliação simultânea de dois sinais: respiração e frequência cardíaca (FC).
A avaliação do RN na sala de parto deve ser uma constante, valorizando-se o Apgar no 1º e no 5º minuto,
pelo significado prognóstico; deve-se lembrar que certos elementos, como tônus, cor e irritabilidade reflexa,
são parcialmente dependentes da maturidade fisiológica do RN. Logo, o prematuro pode apresentar Apgar
baixo sem necessariamente ter sofrido asfixia.
O exame sumário em sala de parto é necessário a fim de que sejam determinadas condições respiratórias,
cardiocirculatórias e malformações grosseiras; por meio da observação do cordão umbilical, que deve constar
de duas artérias e uma veia, pode-se suspeitar de malformação dos aparelhos digestivo e renal, caso apresente
artéria umbilical única. A avaliação da idade gestacional, conjuntamente com outros dados, permitirá ao
pediatra decidir qual o destino do RN, unidade intermediária ou alojamento conjunto, além de nortear os
cuidados específicos e a morbidade própria de cada grupo.
O boletim de Apgar não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem
instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aferição longitudinal permite avaliar a resposta do
RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o escore é inferior a sete no 5º minuto,
recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida.14 Enfatiza-se que, apesar da
subjetividade e da dificuldade em aplicá-lo em RN sob ventilação, o acompanhamento dos escores de Apgar
em uma instituição permite identificar a necessidade de implementar programas educacionais e melhoria no
cuidado perinatal, além de verificar o impacto das intervenções na qualidade do serviço. É necessário que a
documentação do escore de Apgar seja concomitante à dos procedimentos de reanimação executados, em
formulário específico, como demonstrado no Quadro 4.
No RN com boa vitalidade, ou seja, RN a termo, com tônus normal, choro ou respiração regular e
movimentação ativa, com Apgar de 1 e 5 minutos acima de 7, recomenda-se que após 1 hora de contato pele
a pele, sejam verificados:
● Exame dos orifícios: permeabilidade dos orifícios naturais do corpo para o diagnóstico de fenda
palatina, atresia de esôfago e anomalias anorretais.
● Medidas do RN: realizar mensuração do peso de nascimento, A Antropometria (comprimento,
perímetro cefálico e torácico) poderão ser postergados e realizados no momento antes do primeiro
banho e comparar essas medidas com curvas padrões.
● Determinação da idade gestacional: a estimativa da idade gestacional permite a classificação do RN
como a termo, pré-termo, ou pós-termo e auxilia no estabelecimento de risco de comprometimento
neonatal ou de desenvolvimento em longo prazo. Esta estimativa é feita através do cálculo da
amenorreia, que pode ser confirmada por vários métodos como a ecografia fetal, avaliação clínica
e/ou neurológica, determinação da idade radiológica pelo aparecimento dos núcleos de ossificação,
nível de hemoglobina fetal, eletroencefalograma, entre outros A discrepância da idade gestacional
entre os vários métodos impõe a necessidade de se considerar a melhor avaliação. Dentre as várias
possibilidades, a primeira escolha se baseia na amenorreia, desde que a informação seja confiável,
seguida por ecografia fetal precoce (antes de 12 semanas) e pela avaliação clínica.
Resumo mais resumido do primeiro exame físico
O exame físico do recém-nascido deve ser feito na primeira hora de vida. Tem como finalidade principal
detectar a presença de alguma anomalia congênita, se houve possíveis danos ao recém-nascido causados pela
gestação, pelo trabalho de parto, uso de drogas usadas pela mãe, ou se há algum sinal de infecção ou
distúrbios metabólicos. Verifica-se a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de
artéria umbilical única pode associar-se a anomalias congênitas. A passagem de uma sonda gástrica em cada
narina durante o atendimento inicial permite analisar a permeabilidade das coanas nasais. A dificuldade ou a
impossibilidade de realizar tal procedimento levanta a suspeita de atresia de coanas. O grau de esforço
respiratório é um importante sinal do bem-estar do recém-nascido.A frequência respiratória varia de 40 a 60
mpm, eles apresentam respiração torácica sincronizada com a respiração abdominal, sem retrações visíveis.
Na boca verifica-se se há presença de lábio leporino ou fenda palatina. A postura do recém-nascido reflete
suas condições físicas, com ele adotando uma posição semelhante à intra-uterina. Um recém-nascido a termo
fica numa postura predominantemente flexora. Verifica-se a permeabilidade anal, posição e tamanho do ânus.
Descartar ânus imperfurado e presença de fístulas. Na genitália masculina verifica-se o tamanho do pênis
(3,5 a 5 cm), testículos na bolsa escrotal, hérnias inguinais, hipospádias ou epispádia e ambiguidade sexual.
Na genitália feminina verifica-se abertura vaginal, clitóris e lábios. Medidas antropométricas incluindo peso,
comprimento, perímetro cefálico, torácico e abdominal são realizados.
Necessidade de Reanimação
A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação
simultânea de dois sinais:
1) Respiração
2) Frequência cardíaca (FC)
A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação. Logo após o
nascimento, o bebê deve respirar de maneira regular e suficiente para manter a FC acima de 100 batimentos
por minuto (bpm). A FC é avaliada por meio da ausculta do precórdio com estetoscópio ou pela palpação do
pulso do cordão umbilical. A avaliação da coloração da pele e das mucosas do bebê não é mais utilizada para
decidir procedimentos na sala de parto.3
Classificações dos RN
PESO DE NASCIMENTO
Idealmente, pesar até a primeira hora de vida. É determinante direto da mortalidade neonatal.
1. Baixo peso: < 2500 g;
2. Muito baixo peso: < 1500 g;
3. Extremo baixo peso: < 1000 g.
IDADE GESTACIONAL CLASSIFICAÇÃO (OMS)
1. Termo: 37 – 41 semanas e 6 dias;
2. Pós-termo: a partir de 42 semanas;
3. Pré-termo: < 37 semanas;
3.1 Limítrofe: 36 – 36 semanas e 6 dias;
3.2 Moderado: 31 – 35 semanas e 6 dias;
3.3 Extremo: < 31 semanas;
3.4 Tardio: 34 – 36 semanas e 6 dias.
PESO PARA A IDADE GESTACIONAL
● Adequado para a Idade Gestacional (AIG): p10 < peso < p90;
● Grande para a Idade Gestacional (GIG): peso > p90;
● Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso < p10;
● PIG simétrico: PC < p10 e PIG assimétrico: PC > p10;
● Tabela de Alexander;
● Gráficos de Lubchenco.
Tocotraumatismos
Tocotraumatismos são traumas ocorridos ho feto por ocasião do nascimento de maneira natural ou
iatrogênica, evitáveis ou não. Apresentam elevados índices de morbimortalidade e de sequelas definitivas. Os
mais frequentes são: bossa serossanguínea, cefalematoma, equimoses, hemorragia subconjuntival, fratura de
clavícula, paralisia do plexo braquial.
Assistência ao RN a termo com Boa vitalidade ao Nascer
Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está respirando ou chorando e com tônus muscular em
flexão, sem a presença de líquido amniótico meconial, a criança apresenta boa vitalidade e não necessita de
qualquer manobra de reanimação.
Três metanálises recentes com vários ensaios clínicos randomizados, além de um estudo nacional,
concluíram que o clampeamento em tempo oportuno do cordão umbilical é benéfico em comparação ao
clampeamento imediato com relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 6 meses. O RN a termo com
boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo,
um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente 3 minutos após o nascimento), para só
então realizar-se o clampeamento.
Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o
corpo da mãe como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita movimentos
respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de
260ºC, reduz o risco de hipotermia em RN a termo que nascem com respiração espontânea e que não
necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos pré-aquecidos.
Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação. A Organização Mundial de Saúde recomenda que o
aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está associado a menor mortalidade
neonatal, maior período de amamentação, melhor interação mãe-bebê e menor risco de hemorragia materna.
Após a realização dos cuidados de rotina na sala de parto, a serem relatados ao final do texto, o RN em boas
condições clínicas deve ser encaminhado juntamente com a mãe ao alojamento conjunto.
Contato Pele a pele com a Mãe
No momento do nascimento, no caso de bebês e mães saudáveis, é preciso oferecer tempo e ambiente
tranquilo, auxiliar a mãe a posicionar-se confortavelmente, atentar para o estado de alerta e procura do bebê
destacando os comportamentos positivos, favorecer a confiança materna e evitar manobras que apressem o
bebê na amamentação.
Observam-se os seguintes benefícios desta prática: facilita a transição para a vida extrauterina; o
recém-nascido tem menos dor; previne a ocorrência de infecções no bebê; a mãe apresenta menor nível de
dor no ingurgitamento mamário, o que possibilita início precoce e manutenção prolongada da amamentação.
Por isso, o contato pele a pele mãe-filho deve iniciar imediatamente após o nascimento, ser contínuo,
prolongado e estabelecido entre toda a mãe-filho saudáveis. Desta forma, o contato pele a pele com a mãe é
um procedimento simples, que traz benefícios à recuperação da mãe, ao desenvolvimento psíquico, motor e
emocional do recém-nascido e proporciona a construção do vínculo afetivo.
Também iniciar a amamentação dentro da primeira hora após o nascimento pode estar associada à redução
dos índices de mortalidade infantil. Em serviços onde o contato pele a pele vem ocorrendo como rotina, é
possível observar que o contato precoce mãe-filho em sala de parto traz alguns sentimentos como felicidade,
amor, conforto, tranquilidade, compartilhados entre a equipe e o binômio.
Cuidados de rotina após a estabilização clínica do RN na sala de parto
Laqueadura do cordão umbilical
Fixar o clamp à distância de 2 a 3cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool
etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%.11 Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico.
Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de artéria umbilical única
pode associar-se a anomalias congênitas.
Credê
O método de Credé consiste numa medida profilática contra o desenvolvimento de oftalmia neonatal
(conjuntivite) e é realizado por meio do uso oftálmico de uma solução aquosa de nitrato de prata a 1%
nos RN. A utilização dessa solução começou em 1881 com um obstetra alemão (Credé) e se mostrou eficaz
ao passo em que reduziu drasticamente a quantidade de oftalmia neonatal (especialmente a oftalmia
gonocócica) em recém-nascidos, cuja etiologia geralmente é por Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia
trachomatis devido ao contato com as secreções genitais maternas.
Em países bem desenvolvidos há um questionamento sobre a utilização da solução de nitrato de prata, pois
poderia causar conjuntivite química e o risco de utilização superaria os benefícios, visto que nesses países
têm-se uma elevada taxa de assistência pré-natal e utilização de testes rápidos. Outro ponto que serve como
base de questionamento é que os sais de prata são mais eficazes contra a conjuntivite causada pelo gonococo
do que contra a clamídia, e esta última vem aumentando nos últimos anos entre mulheres de idade fértil.
Entretanto, segundo o Guia de Atenção à Saúde do Recém Nascido, esse método profilático deve sim ser
realizado na 1ª hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto no cesáreo. Essa decisão é endossada
pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a qual, baseando-se em dados da OMS (Organização Mundial
de Saúde) que mostram que a infecção por Chlamydia trachomatis é a IST bacteriana mais comum em todo o
mundo, fez recomendações extras.
Em resumo, mesmo sendo mantida a profilaxia pelo Método deCredé em todo o Brasil, existem algumas
recomendações feitas pela SBP:
● Uso da povidona a 2,5% (colírio), considerando sua menor toxicidade em relação ao nitrato de prata
a 1% e maior eficácia contra clamídia;
● Utilização da pomada de eritromicina a 0,5% e, como alternativa, tetraciclina a 1%;
● A utilização de nitrato de prata a 1% deve ser reservada apenas em caso de não se dispor de
eritromicina ou tetraciclina, ainda que o ideal seja a formulação em colírios.
Antropometria
Realizar exame físico simplificado, incluindo peso, comprimento e os perímetros cefálico, torácico e
abdominal.
Identificação
O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamenta a identificação do RN mediante o registro de sua
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe. Essa identificação é feita no prontuário e nas três
vias da Declaração de Nascido Vivo. Pulseiras devem ser colocadas na mãe e no RN, contendo o nome da
mãe, o registro hospitalar, a data e hora do nascimento e o sexo do RN.
Vitamina K
Administrar 1mg de vitamina K por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento para evitar sangramento
por deficiência de vitamina K.
Classificação sanguínea
Coletar sangue da mãe e do cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e Rh. Não é
necessário realizar o teste de Coombs direto de rotina. No caso de mãe Rh negativo, deve-se realizar
pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão
umbilical.
Sorologia HIV e sífilis
Coletar sangue materno para determinar a sorologia para sífilis. Caso a gestante não tenha realizado
sorologia para HIV no último trimestre da gravidez ou o resultado não estiver disponível no dia do parto,
deve-se fazer o teste rápido para anti-HIV o mais breve possível, e administrar a zidovudina profilática antes
do parto, caso o teste seja positivo.
Adaptações Fisiológicas do RN
Adaptação respiratória
No decorrer da 24ª e 30ª semana de gestação, é produzido surfactante pelas células alveolares, que diminui a
tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos ao término da expiração. Por esse processo, o
surfactante faz com que as trocas gasosas sejam facilitadas, a pressão para a insuflação necessária para
abertura das vias respiratórias diminuída, a complacência pulmonar melhorada e o esforço respiratório
reduzido. Antes do evento do nascimento, o pulmão permanece repleto de líquido e recebe de 10 a 15% do
débito cardíaco total. O início da função respiratória é estabelecido por estímulos químicos, térmicos, físicos
e sensoriais, como dor e luminosidade, sendo que a primeira respiração deve ocorrer dentro de 20 segundos
após o parto. Após os primeiros minutos de vida, com a expulsão e reabsorção do líquido presente nos
pulmões, este enche-se de ar e o fluxo sanguíneo aumenta consideravelmente, cerca de oito a dez vezes. Com
a compressão do tórax ao passar pelo canal vaginal, cerca de um terço do líquido pulmonar, é expelido pela
boca e nariz, e os dois terços restantes são absorvidos pela circulação pulmonar e sistema linfático, dentro de
6 a 24 horas após o nascimento. Após o nascimento, com a compressão mecânica do tórax e expulsão do
líquido pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax, criando-se assim, uma pressão negativa que traz o ar
para dentro dos pulmões. A completa expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre quando o
recém-nascido chora, porque o choro cria uma pressão intratorácica positiva, mantendo os alvéolos abertos e
forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares pulmonares e sistema linfático. Após as primeiras
respirações, o recém-nascido assume sua atividade ventilatória e de oxigenação, com a substituição do
espaço antes ocupado pelos fluidos pulmonares por ar atmosférico
Adaptação cardiovascular
Quando o cordão umbilical é clampeado e o neonato tem sua primeira respiração, a resistência vascular
sistêmica aumenta e o fluxo de sangue através do ducto arterioso declina. A maior parte do débito ventricular
direito flui através dos pulmões favorecendo o retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo. Em resposta a
um volume sanguíneo aumentado no coração e nos pulmões, a pressão atrial esquerda se eleva. Combinada
com a resistência sistêmica elevada, essa elevação de pressão resulta em fechamento funcional do forame
oval. Dentro de vários meses, o forame oval sofre fechamento anatômico [...] A instalação do esforço
respiratório e os efeitos do aumento da pressão parcial de oxigênio arterial causam uma constrição do ducto
arterioso, que fecha funcionalmente 15 a 24 horas após o nascimento. Em torno da terceira a quarta semana,
esse desvio sofre fechamento anatômico. O clampeamento do cordão umbilical para o fluxo sanguíneo
através do ducto venoso, fechando funcionalmente essa estrutura. O ducto venoso se fecha anatomicamente
em torno da primeira ou segunda semana. Após o nascimento, a veia e as artérias umbilicais não mais
transportam o sangue e se obliteram. Devido aos shunts fetais se fecharem funcionalmente antes de se
fecharem anatomicamente, podem ocorrer aberturas intermitentes dessas estruturas, ocorrendo passagem de
sangue não oxigenado do lado direito para o esquerdo do coração, levando o recém-nascido a apresentar uma
cianose transitória e com o choro, aumenta a pressão da veia cava e átrio direito, que leva ao aparecimento de
sopros. A simples presença de sopros não significa, necessariamente, a presença de um problema cardíaco,
mas quando são acompanhados de cianose e sinais de dificuldade cardíaca e respiratória devem ser
investigados.
Adaptação renal
O sistema renal do recém-nascido é um pouco imaturo, o que o torna suscetível, em casos de diarréias e
vômitos, à desidratação, acidose e desequilíbrio eletrolítico. Os rins do neonato são ineficazes na secreção de
íons de hidrogênio nos túbulos renais para a manutenção do equilíbrio ácido-básico, porque os túbulos renais
são curtos e estreitos, inibindo a concentração e acidificação da Urina. A primeira diurese costuma ocorrer
na sala de parto ou nas primeiras 48h.
Adaptação digestiva
Após o nascimento, o neonato precisa assumir as funções antes realizadas pela placenta, que inclui o
metabolismo da água, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, afim de manter um
crescimento e desenvolvimento adequados. Mas devido a imaturidade do sistema digestivo, o recém-nascido
apresenta dificuldades em metabolizar o alimento, em virtude de deficiência de enzimas pancreáticas e
hepáticas. Apesar do feto poder deglutir líquido amniótico, a coordenação da sucção e deglutição se dá em
torno da 35ª semana de gestação, assim, um recém-nascido a termo é capaz de sugar e deglutir o leite sem
dificuldades. A capacidade gástrica no neonato, após o nascimento, é de 40 a 60 ml (que vai aumentando à
medida das alimentações subsequentes); o tempo de esvaziamento gástrico é de 2 a 4 horas; e a peristalse é
rápida, por isso o neonato carece de ingesta alimentar em pequenos volumes e com maior frequência. Devido
à frouxidão do esfíncter esofágico, o recém-nascido pode apresentar regurgitação da alimentação, que é uma
situação transitória e tende a se resolver com o tempo.
Instabilidade térmica do RN
O RN, assim como o adulto, tem possibilidade de controlar a sua temperatura corporal, sendo, portanto, um
ser homeotérmico. No entanto, os RN, notadamente os pré‑termo e os com crescimento fetal restrito,
apresentam maiores dificuldades nesse controle. Entre os fatores envolvidos, encontram‑se: relação menor
entre a massa e a superfície corporal, aumentando a sua perda de calor; menor quantidade de gordura
marrom, a grande responsável por geração de calor no RN; maior permeabilidade epidérmica; e manuseio
excessivo a que muitas vezes estão submetidos, favorecendo maior perda de água corporal e temperatura.
Quanto menor a idade gestacional e maior a restrição do crescimento, maiores as chances de perda do
controle térmico, tornando o RN mais suscetível às variações da temperatura ambiente e, portanto,mais
afeito a quadros de hipotermia, na presença de temperaturas mais baixas, e de hipertermia quando a
temperatura ambiente é excessiva. As principais formas de perda de calor são por convecção, radiação e
evaporação de água.
Deficiência de vitamina K
Devido à ausência de atividade bacteriana no trato gastrointestinal, o recém-nascido não tem condições de
sintetizar vitamina K (responsável pela ativação de fatores de coagulação) satisfatoriamente, o que o torna
suscetível a desenvolver hemorragias, principalmente a doença hemorrágica do recém-nascido, que pode ser
prevenida pela administração de vitamina K após o nascimento.
Importância da imunidade passiva (leite materno)
O sistema imunológico do recém-nascido é deficiente, e com o evento da parturição, ocorre uma exposição
do neonato às substâncias ou agentes que não estavam presentes intraútero, o que ativa os componentes da
resposta imunológica. Por isso, é necessário o pleno funcionamento do sistema imunológico do feto e
recém-nascido para a diminuição da suscetibilidade a infecções, sejam elas bacterianas, virais, parasitárias ou
fúngicas. A pele, mucosas, secreções e enzimas atuam como primeira linha de defesa do recém-nascido, em
seguida fazendo parte deste sistema imunológico, entram em ação os linfócitos, fagócitos e granulócitos. A
imunidade neonatal é afetada em recém-nascidos pequenos para a idade gestacional, hiperbilirrubinêmicos e
filhos de mães que abusaram de drogas ou medicações.

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