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‘ 
2021, Maria Isabel S. J. Marcatto 
Manual de Prevenção e Controle em Serviços de Tatuagem e Piercing com Ênfase em 
Biossegurança 
Coordenação e supervisão editorial – Thalma L. Bertozzi 
Ilustração: Thalma L. Bertozzi 
Diagramação: Kátia B. N. Kuhn 
Todos os direitos reservados à autora. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida 
ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive 
impressão, fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, 
sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas 
críticas ou artigos de revistas. (Lei nº 9.610 de 19.02.1998) 
Editora Magis 
Rua Alto de Santa Maria, 107, Vila Marari 
São Paulo / SP CEP: 04402-180 
Telefones: (11) 9.4141-1380 e, ou (11) 9.8320-9050 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Olá... sou MARIA ISABEL S. J.  MARCATTO, formada em odontologia 
pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – SP – CROSP 25.199. 
Pós‐Graduação em Saúde Pública e Homeopatia, com experiência 
de 32 anos atuando em diversos setores de vigilância sanitária nas áreas 
técnicas de serviços de saúde e de interesse à saúde.  
Este manual foi elaborado com a finalidade de orientar as condutas 
na  prevenção  e  controle,  possibilitando  minimizar  riscos  à  saúde,  dos 
profissionais  que  exercem  atividades  com  exposição  aos  materiais 
biológicos (sangue e secreções) e que podem comprometer sua segurança, 
do cliente e do meio ambiente. 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 
REGULARIZAÇÃO DA SITUAÇÃO FUNCIONAL DO ESTABELECIMENTO .................. 8 
ESTRUTURA FÍSICA – EQUIPAMENTOS E INSUMOS .............................................. 9 
Instalações ................................................................................................... 10 
Ambientes ................................................................................................... 10 
Recepção (área não crítica) ......................................................................... 10 
Sala de procedimentos (área crítica) .......................................................... 11 
Área/sala de processamento de artigos (área crítica) ................................ 11 
Ambientes de Apoio .................................................................................... 12 
Instalações sanitárias (área suja) ................................................................ 12 
Gestão de equipamentos, materiais e produtos ........................................ 13 
Produtos, Materiais e Equipamentos ......................................................... 14 
REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS ................................................................... 19 
LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES ......................................................... 37 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .................................................................................. 42 
IMUNIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS ..................................................................... 45 
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO  POTENCIALMENTE CONTAMINADO .. 47 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ............................................. 49 
ORIENTAÇÕES PARA A ANTISSEPSIA ................................................................... 52 
MANEJO DOS RESÍDUOS ..................................................................................... 53 
GLOSSÁRIO ......................................................................................................... 58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
A  tatuagem  é  uma  das  formas  de  modificação  do  corpo  mais 
conhecidas e cultuadas do mundo. Trata‐se de um desenho permanente 
feito  na  pele  humana  que,  tecnicamente,  é  uma  aplicação  subcutânea 
obtida através da introdução de pigmentos por agulhas, um procedimento 
que durante muitos séculos foi completamente irreversível. 
A  atividade  geralmente  é  realizada  por  profissional  prático,  ou 
seja,  não  existe  um  órgão  de  classe  que  regulamente  o  exercício  da 
profissão ou estipule critérios para sua formação que envolve atividades de 
risco com exposição a material biológico (sangue), exigindo que as normas 
e  princípios  de  biossegurança  sejam  criteriosamente  atendidos,  para  a 
obtenção do Alvará de Licença Sanitária. 
Os SIPS – Serviços de Interesse para a Saúde são considerados de 
risco, ou seja, nesses locais são realizadas atividades que podem alterar ou 
influenciar  o  estado  de  saúde,  em  função  dos  riscos  associados  ou  da 
vulnerabilidade do público atendido, podendo provocar danos ou agravos, 
direta ou indiretamente. 
Cenário Atual 
A pandemia da COVID‐19, pelo novo corona vírus (SARS‐CoV‐2), 
tem se apresentado como um dos maiores desafios sanitários, em escala 
global, deste século.  
Pelo que se sabe, a forma de transmissão se dá de pessoa para 
pessoa, ou seja, através de gotículas respiratórias ou contato. 
6 
 
 Qualquer pessoa em contato próximo com outra, está em risco 
de  ser  exposta  a  uma  contaminação.  É  importante  observar  que  a 
disseminação de pessoa para pessoa, pode ocorrer de forma contínua. 
 Sabe‐se que a maior dificuldade é como fazer um atendimento 
seguro,  tanto  para  o  profissional  como  para  o  cliente.  Em  meio  a  essa 
situação é preciso:  
 Criar estruturas facilitadoras no ambiente de trabalho;  
 Adotar precauções padrão para  reduzir a  transmissão do 
vírus SARS‐CoV‐2;  
 Implementar  mudanças  nos  processos  de  trabalho  e 
comportamento profissional;  
 Incentivar medidas de promoção na redução de risco; 
 Redobrar  a  frequência  de  limpeza  e  desinfecção  dos 
ambientes  compartilhados  (vestiários,  sanitários,  sala  de 
procedimento)  e  áreas  de  circulação  e  superfícies  com 
contato constante (maçanetas, portas, etc.). 
       
 
 
7 
 
 
 
8 
 
REGULARIZAÇÃO DA SITUAÇÃO FUNCIONAL 
DO ESTABELECIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se que a Regularização do estabelecimento 
depende de uma série de requisitos que devem ser 
atendidos, perante a Vigilância Sanitária para que o 
Alvará de Licença Sanitária seja concedido. 
9 
 
ESTRUTURA FÍSICA 
EQUIPAMENTOS E INSUMOS 
 
 
Requisitos sanitários 
Estes serviços devem ser instalados em locais próprios, com entrada 
independente;  não  ter  comunicação  direta  ou  passagem  no  interior  da 
residência  e  está  proibida  a  realização  dessas  atividades  ao  ar  livre,  em 
locais insalubres ou públicos.  
Os  aspectos  referentes  à gestão  de  infraestrutura incluem  as 
condições físicas e a infraestrutura de conforto e segurança do Serviço de 
Interesse para a Saúde (SIPS), dentro das exigências da vigilância sanitária 
e dos padrões recomendados para o funcionamento do serviço.  
O  serviço  deve  ser  organizado  para  atender  às  demandas  de 
manutenção  predial,  obras,  reformas,  adequações  de  áreas  físicas, 
consertos e reparos diversos. 
 
10 
 
Instalações 
As  instalações  prediais  de  água,  esgoto,  energia  elétrica, 
climatização,  proteção  e  combate  a  incêndio,  comunicação  e  outras 
existentes devem atender às exigências dos  códigos de obras e posturas 
locais,  assim  como  normas  técnicas  pertinentes  a  cada  uma  delas.  Os 
ambientes externos e internos devem ser mantidos em boas condições de 
conservação, segurança, organização, conforto e limpeza. 
Os SIPS devem realizar ações de manutenção preventiva e corretiva 
das instalações prediais, de forma própria ou terceirizada. Também devem 
possuir  paredese  pisos  lisos  e  impermeáveis  e  as  instalações  elétricas 
devem estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras, 
de forma a permitir a higienização dos ambientes.  
 
 
 
Ambientes 
Os ambientes dos SIPS devem estar identificados, limpos, livres de resíduos 
e  de  odores  incompatíveis  com  a  atividade.  Além  disso,  devem  ser 
organizados e ter a circulação livre em todas as áreas do estabelecimento. 
Recepção (área não crítica) 
Dimensionamento  compatível  com a  demanda.  Considerada  uma 
área não crítica, sendo a primeira barreira  física antes da entrada para a 
sala de procedimentos.  
Algumas atividades econômicas podem qualificar o 
empresário em Microempreendedor individual (MEI), por 
exemplo, serviço de tatuagem e piercing. Nesse caso, a 
atividade pode ser exercida na residência do empresário em 
local separado e de livre acesso à fiscalização sanitária. 
11 
 
  Disponibilizar água potável e copos descartáveis; 
  Lixeira  com  tampa e  pedal com saco de cor não‐branca para o resíduo         
comum. 
 
Sala de procedimentos (área crítica) 
 Área para atendimento individualizado deve ter dimensões 
compatíveis. Para a realização de atendimentos simultâneos, devem 
existir boxes com altura mínima de 2 m, cada; 
 Pia exclusiva para lavagem das mãos com água corrente, que dispense o 
acionamento manual, dispensador de sabonete líquido, toalheiro fixo com 
papel toalha descartável.  
 Os móveis e equipamentos devem ser revestidos de material que facilite 
limpeza e desinfecção, dispostos de forma a manter um espaço suficiente 
para circulação 
  Lixeira  com  tampa  acionada  por  pedal,  para  resíduo  infectante 
contendo saco de lixo branco leitoso 
  Lixeira para resíduo comum contendo saco de lixo de cor não‐branca; 
 Recipiente para descarte de materiais perfuro cortantes,  instalado em 
suporte próprio, com altura de aproximadamente 1,30m do chão; 
 
Área/sala de processamento de artigos (área crítica) 
a)  bancada  com  pia  exclusiva  e  água  corrente  para  preparo,  lavagem, 
desinfecção e esterilização de materiais contaminados. 
12 
 
b)   esta atividade pode estar  localizada dentro da sala de procedimento, 
desde  que,  estabelecida  barreira  técnica  e mantenha  pia  exclusiva  para 
higienização das mãos.  
c)  Local  específico  para  guarda  de  materiais  esterilizados,  dotado  de 
armário exclusivo fechado, limpo e livre de umidade.   
Ambientes de Apoio 
Depósito  de  Material  de  Limpeza  (DML)  dotado  de  tanque 
EXCLUSIVO, para higienização de materiais usados no processo de limpeza 
das superfícies do estabelecimento e para o descarte das águas servidas. 
Obs.:  Na  impossibilidade  de  local  específico,  manter  armário  com 
dimensões suficientes para guarda dos materiais.  
Instalações sanitárias (área suja) 
Área  física  adaptada  para  deficientes  físicos  segundo  legislação 
vigente (ABNT NBR 90/50); 
Vaso sanitário com tampa; 
Pia  para  lavagem  das  mãos,  dotado  de  dispensador  de  sabão 
líquido,  porta‐papel‐toalha,  sendo  o  sabão  líquido  e  papel‐toalha  não 
reciclados; 
Lixeira  com  tampa,  acionamento  por  pedal,  para  resíduo  comum 
contendo saco de lixo de cor não‐branca. 
Os SIPS devem ser dotados de iluminação e ventilação compatíveis 
com o desenvolvimento das suas atividades e garantir a qualidade da água 
necessária  para  o  seu  funcionamento,  assegurando  a  limpeza  dos 
reservatórios de água a cada 6 meses. 
13 
 
Gestão de equipamentos, materiais e produtos 
A gestão  abrange  desde  o  planejamento  e  entrada  destes  no 
estabelecimento até seu descarte, visando à proteção dos trabalhadores, à 
preservação da saúde pública e do meio ambiente e à segurança do usuário. 
De acordo com a complexidade do serviço e o atendimento da demanda, 
deve ser garantida a disponibilidade de equipamentos, materiais e insumos. 
Os  SIPS  deverão  dispor  de  todos  os  equipamentos  necessários  à 
realização  das  atividades  propostas,  mantendo‐os  higienizados  e  em 
condições de funcionamento e ergonômicas adequadas.  
Os equipamentos devem ser utilizados exclusivamente para os fins 
a que se destinam e estar em perfeito funcionamento, tendo manutenção 
preventiva  e  corretiva.  A  manutenção  preventiva  e  corretiva  dos 
equipamentos deverá ser comprovada por notas fiscais. Em alguns casos, 
também  podem  ser  colocadas  etiquetas  nos  equipamentos,  constando, 
inclusive, a data da próxima manutenção. 
A  utilização  desses  equipamentos  deve  obedecer  à  legislação 
vigente  e  às  instruções  e  restrições  de  uso  do  fabricante.  Devem  ser 
disponibilizados manuais de operação do equipamento em português. Os 
profissionais que utilizam equipamentos elétricos, por exemplo, secadores 
e pranchas, devem estar protegidos do risco de choques elétricos. 
OS  equipamentos  sujeitos  à  vigilância  sanitária,  a  regularização 
deles deve  ser verificada na Anvisa. Esses equipamentos devem ter uma 
etiqueta  indelével,  contendo  as  seguintes  informações:  identificação  do 
fabricante  (razão  social  ou  marca),  identificação  do  produto  (nome  e 
modelo comercial), número de série do equipamento e número de registro 
14 
 
do produto na Anvisa. Caso exista dúvida, para consultar se o equipamento 
tem registro na Anvisa, acesse o endereço eletrônico:  
 http://portal.anvisa.gov.br/produtos/consultas. 
 
Produtos, Materiais e Equipamentos 
•  Os  produtos  utilizados  no  procedimento  de  pigmentação  artificial 
permanente  da  pele  devem  possuir  registro  na  ANVISA  ou  do  órgão 
competente (RDC nº. 55/2008).  
•  Deve  dispor  de  materiais  em  número  adequado  para  atendimento  à 
demanda. 
•  As tintas devem ser fracionadas, individualizadas, para cada cliente e as 
sobras desprezadas no lixo infectante. A parte do equipamento que entrar 
em contato com a derme não deve ter contato com a tinta na embalagem 
original.  
•  O  piercing  deve  ser  constituído  de  material  biocompatível,  estéril  e 
reconhecidamente apto para inserção subcutânea.  
•  Os  produtos  e  materiais  não  descartáveis,  devem  ser  submetidos  ao 
processo  de  limpeza,  desinfecção  e/ou  esterilização,  preconizado  pelo 
Manual  de  Processamento  de  Artigos  e 
Superfícies  em  Estabelecimentos  de 
Saúde/MS. 
• As luvas, agulhas, lâminas ou dispositivos 
destinados  a  raspar  pelos,  devem  ser 
descartáveis  e  a  segregação  deve  ser  de 
acordo com a classificação do resíduo.  
15 
 
•  As manutenções  preventivas e  corretivas dos todos os equipamentos 
devem ser registradas, assinadas e datadas.   
 
Recursos Humanos 
Os  profissionais  de  que  trata  o  manual,  podem  ter  diversas 
escolaridades e muitas das vezes, formação em cursos profissionalizantes, 
isso  porque  expressam  seus  talentos  e  conhecimentos  em  forma  de 
ilustração artística, pigmentando a pele e  inserindo adornos. A  formação 
dos  profissionais  deverá  ser  comprovada  por  meio  de  certificado  de 
treinamento, curso técnico, graduação, especialização, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Educação Continuada 
Diz  respeito  à  continuidade  da  formação  inicial,  visando  o 
aperfeiçoamento  profissional  e  devem  ser  adequadas  ao avanço do 
conhecimento do profissional que será capacitado. 
É recomendado que os profissionais recebam capacitação antes do 
início das atividades e de forma continuada em assuntos relacionados aos 
processos de trabalho desenvolvidos. 
Os profissionais da tatuagem e piercing realizam processamento de 
materiais  e  procedimentos  invasivos  que  expõem  os  trabalhadores    e 
usuários  ao risco  de  infecções,  sendo  fundamentais  capacitações 
relacionadas aos  seguintes  temas:  controle de  infecção; higienização das 
mãos;  processos  de  limpeza,  desinfecção  e  esterilizaçãode  artigos; 
monitoramento  de  processos  de  esterilização  através  de  indicadores; 
funcionamento  dos  equipamentos;  conhecimentos  sobre  embalagens, 
preparo,  inspeção  e  acondicionamento  de  artigos  e  gerenciamento  de 
resíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Boas Práticas na Gestão de Qualidade 
 
 
 
 Alvará de Licença Sanitária (expedido pela VISA local); 
 Controle  de  saúde  e  vacinação  dos  profissionais  que  devem  estar  
imunizados contra hepatite B e tétano sem prejuízo de outras que forem 
necessárias;  
 Registro de formação de escolaridade, treinamentos e capacitação com 
conhecimento  básico  em controle de infecção, processamento de artigos 
e superfícies, biossegurança e gerenciamento de resíduos;  
 Ficha Cadastral do Cliente; 
 Termo de Consentimento Livre Informado;  
 Quadro com esclarecimentos ao cliente;  
 Comprovantes  de  manutenção  preventiva  e  corretiva  dos 
equipamentos; 
 Comprovantes de monitorização dos processos de esterilização; 
 Livro para registro de acidentes e exposição a material biológico; 
18 
 
 Manual de Rotinas técnicas escritas para as atividades: reprocessamen‐
to de materiais,  limpeza  e desinfecção de superfícies, higienização das 
mãos entre outras;  
 POPs ‐ Procedimentos Operacionais Padrão, descrição do passo a passo 
para cada procedimento executado, assinado e datado. 
 Plano  de  Gerenciamento  de  Resíduos  de  Serviços  de Saúde (PGRSS) 
conforme RDC 222/2018 ANVISA/MS. 
 
19 
 
REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS 
 
A área ou sala de reprocessamento de materiais deve dispor de uma 
bancada  com  dimensões  que  permitam  a  conferência  dos materiais,  de 
forma a garantir a segurança do processo. A área de recepção e limpeza dos 
materiais é considerado um setor sujo.  
A  Sala  de  preparo  e  esterilização,  monitoramento  do  processo, 
armazenamento  e  distribuição  de  materiais  esterilizados  é  considerada 
uma área limpa.  
 
Para garantir o processo, iniciar com a limpeza do material 
de maneira correta 
Processamento: 
Conjunto  de  ações 
relacionadas  à  pré  lim‐
peza,  recepção,  limpeza, 
secagem,  avaliação  da  in‐
tegridade  e  da  funcionali‐
dade,  preparo,  desinfec‐
ção ou esterilização, arma‐
zenamento  e  distribuição 
para as unidades consumi‐
doras. 
 
20 
 
Limpeza de materiais:  Remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, 
redução  da  carga  microbiana  presente  nos  materiais  utilizando  água, 
detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica 
(manual  ou  automatizada),  atuando  em  superfícies  internas  (lúmen)  e 
externas, de forma a tornar o material seguro para manuseio e preparado 
para desinfecção ou esterilização.  
Detergentes:  produto destinado  a  limpeza de  artigos  e  superfícies  por 
meio  da  diminuição  da  tensão  superficial,  composto  por  grupo  de 
substâncias  sintéticas,  orgânicas,  líquidas  ou  pós  solúveis  em  água  que 
contêm agentes umectantes e emulsificantes que suspendem a sujidade e 
evitam a formação de compostos insolúveis ou espuma no instrumento ou 
na superfície. 
Limpeza manual — Procedimento realizado por fricção mecânica e deve ser 
realizada com acessórios não abrasivos e que não liberem partículas. 
Limpeza automatizada  —  Processo  que  utiliza  equipamentos 
automatizados  que  combinam  temperatura,  tempo,  produto  químico  e 
ação mecânica.  
Ex.:  Lavadora  ultrassônica:  equipa‐
mento  automatizado  de  limpeza  que 
utiliza o princípio da cavitação, em que 
ondas de energia acústica propagadas 
em  solução  aquosa  rompem  os  elos 
que fixam a partícula de sujidade à su‐
perfície do produto.  
21 
 
Produtos passíveis de processamento: Produtos  fabricados a partir 
de  matérias  primas  e  conformação  estrutural,  que  permitem  repetidos 
processos  de  limpeza,  preparo  e  desinfecção  ou  esterilização,  até  que 
percam a sua eficácia e funcionalidade. 
 
Ao proceder a limpeza dos artigos contaminados 
não esqueça de: 
 Utilizar pia exclusiva para limpeza dos materiais; 
 Usar Equipamentos de proteção individual (EPI): gorro, máscara, óculos 
de proteção, luvas grossas de borracha cano longo, avental impermeável e 
sapatos fechados impermeáveis; 
 Limpar os materiais de preferência após o uso, para evitar que a sujidade 
e matéria orgânica resseque dificultando 
sua remoção e ocasionando aumento da 
carga microbiana.  
 Limpeza manual dos materiais: 
 Remover toda sujidade e matéria or‐
gânica utilizando detergente enzimático; 
 Utilizar  como  acessórios  de  limpeza: 
escovas  plásticas  de  cabo  longo  e 
esponjas de material não abrasivo; 
 Friccionar os materiais individualmente; 
 Enxaguar abundantemente em água potável e corrente; 
 Secar  individualmente  com  panos  limpos  e  secos  (compressas  de 
algodão,  tecido  de  algodão  macio  e  absorvente  ou  papel  toalha  não 
reciclado); 
22 
 
 Os  panos  utilizados  para  secagem  devem  ser  encaminhados  para 
lavagem sempre que estiverem saturados (molhados);  
 Realizar  inspeção  visual  dos materiais  com objetivo  de  constatar  se  o 
mesmo está limpo, íntegro e em condições de uso.  
 
DESINFECÇÃO DE MATERIAIS 
Processo  de  destruição  de  microrganismos  na  forma  vegetativa 
(exceto  os  esporulados),  presentes  em materiais, mediante  aplicação  de 
agentes  físicos  (calor)  e  químicos  (desinfetantes).  O  processo  de 
desinfecção  é  indicado  para  materiais  não  críticos  que  não  tenham 
indicação de esterilidade. 
Materiais como: máquina de tatuagem, clipcord, dermógrafo, mixer 
de  pigmentos,  medidor  de  espessura  /  paquímetro,  suporte  não 
descartável  para  batoque,  gabarito  e  régua  para  aréola  deverão,  após 
limpeza prévia, ser desinfetados utilizando produtos profissionais com essa 
finalidade. Existem no mercado uma gama de produtos profissionais que 
fazem  a  limpeza  e  desinfecção  como,  por  exemplo,  o  quaternário  de 
amônia de 5ª geração mais Polihexametileno Biguanida (PHMB). 
23 
 
 
ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS 
Esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, 
bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que 
utiliza agentes químicos ou físicos, ou associação destes.   
O bacteriano (forma  mais  resistente  aos  agentes  esterilizantes)  é  o 
parâmetro utilizado para o estudo microbiológico da esterilização, ou seja, 
para se assegurar a esterilização de um artigo todos os esporos devem ser 
destruídos. (Anvisa) 
É o método mais seguro, rápido, eficiente e econômico para a esterilização 
de  materiais  resistentes  ao  calor.  A  morte  microbiana  ocorre  pela 
desnaturação das proteínas dos microrganismos existentes nos materiais. 
O processo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão é o método 
mais utilizado e o que maior segurança oferece. 
A segurança do processo de esterilização depende 
de todas as fases da preparação dos artigos. 
24 
 
 
 
A  esterilização  deve  ser  realizada  por  método  que  utilize  vapor 
saturado sob pressão, ou seja, em autoclave. Esse processo físico elimina 
todas as  formas de  vida microbiana,  incluindo os esporos bacterianos. A 
esterilização de artigos por estufa, fornos elétricos, equipamentos à base 
de radiação ultravioleta, formol e métodos caseiros não é permitida por não 
possuir eficácia comprovada. 
25 
 
Os materiais deverão ser embalados em invólucros adequados ao 
processo de esterilização, individualmente ou em kits individuais.  
A embalagem deve estar regularizada junto à Anvisa, deve permitir 
a penetração do agente esterilizante (vapor) e proteger os artigos de modo 
a assegurar a esterilidade até a sua abertura. 
Para esterilização em autoclave, recomenda‐se papel grau cirúrgico, 
papel  crepado,  tecido  não  tecido  (TNT),  tecido  de  algodão  cru  (campoduplo), vidro e nylon, cassetes e caixas metálicas perfuradas. 
Embalagens  compostas  de  papel  grau  cirúrgico,  devem  ter  o  ar 
removido  antes  da  selagem,  pois  o  ar  atua  como  um  obstáculo  na 
transmissão de calor e de umidade. O fechamento do papel grau cirúrgico 
deve  promover  o  selamento  hermético  da  embalagem  e  garantir  sua 
integridade. A faixa de selagem deve ser ampla, preferencialmente de 1 cm 
ou reforçada por duas ou três faixas menores. Recomenda‐se promover o 
selamento deixando uma borda de 3 cm, que facilitará a abertura asséptica 
do  pacote.  Pinças,  alicates  e  tesouras  devem  ser  esterilizados  com  suas 
articulações abertas. 
As embalagens devem conter a identificação dos artigos, a data da 
esterilização, o prazo de validade da esterilização e o nome do responsável. 
A  data  de  validade  da  esterilização  é  a  data  limite  de  uso  do  produto 
esterilizado.  Deve  ser  determinada  em  cada  serviço  pela  avaliação  da 
integridade das embalagens, considerando: a resistência das embalagens, 
eventos  relacionados  ao  seu  manuseio  (estocagem  em  gavetas, 
empilhamento de pacotes, dobras das embalagens), condições de umidade 
e  temperatura,  segurança  da  selagem  e  rotatividade  do  estoque 
armazenado. 
26 
 
Todas as embalagens devem conter um marcador termo físico para 
comprovação do processo de esterilização.  
A  relação  tempo  de  exposição/temperatura  do  material  a  ser 
esterilizado deverá  atender  às  recomendações do  fabricante. A  carga da 
autoclave deverá permitir o espaçamento entre os pacotes em si e entre os 
pacotes e as paredes da câmara, possibilitando a circulação do vapor nas 
embalagens. 
 
Recomendações: 
A  produção  do  vapor  utilizado  na  esterilização  requer  alguns 
cuidados como a água utilizada para a produção do vapor, esta deve estar 
livre de contaminantes em concentração que possa interferir no processo 
de esterilização, danificar o aparelho ou os produtos a serem esterilizados. 
•    Embalagens  indicadas para  a  esterilização de materiais  em autoclave: 
Tecidos de algodão; Filmes transparentes (poliamida e polipropileno); Papel 
grau cirúrgico; não‐tecido (SMS); Caixas metálicas perfuradas (recobertas 
com as embalagens permeáveis ao vapor descritas acima); Vidro refratário. 
•  Relações  tempo  de  exposição/temperatura  devem  obedecer  às 
recomendações dos fabricantes. 
 •  Usar autoclave horizontal, pois a do tipo vertical dificulta a circulação do 
vapor; a drenagem do ar e a penetração do vapor nos pacotes por estarem 
sobrepostos e não possuírem ciclo de secagem dos artigos; 
No caso em que o serviço não assegure o processo 
de esterilização, deve-se necessariamente utilizar 
artigos descartáveis. 
27 
 
•   Realizar a manutenção preventiva mensal do equipamento, a qual deve 
ser registrada, datada e assinada; 
•   Carregar a autoclave obedecendo ao espaçamento de 2,5 a 5 cm entre 
os pacotes, e entre eles e as paredes da câmara, possibilitando a circulação 
do vapor nas embalagens; 
 •  Utilizar  luvas de proteção térmica para temperaturas elevadas. 
Na  finalização  do  ciclo  a  porta  da  autoclave  deve  ser  aberta 
lentamente e deve permanecer entreaberta de 5 a 10 minutos, antes de 
retirar os pacotes 
Monitoramento da esterilização: 
Controles físicos 
Registros  do  tempo  de  exposição/temperatura/pressão,  pelo 
menos em três momentos do ciclo (início, meio e fim) 
Indicadores químicos 
Externos 
Indicam que o vapor entrou em contato com a superfície exposta. 
Devem ser utilizados em todos os pacotes.   
 ‐  Fitas  termocrômicas  ou  etiquetas  adesivas  ‐  impregnadas  com 
substância  química  termo  sensível  específica  ao  vapor,  que  ao  serem 
retiradas da autoclave deverão apresentar mudança de coloração. 
‐ Impresso ‐ tinta indicativa termo sensível impressa diretamente na 
embalagem que ao ser retirada da autoclave deverá apresentar mudança 
de coloração. 
 
28 
 
Internos 
 Indicam que o vapor penetrou o interior da embalagem. 
‐ Tiras de papel ‐ impregnadas com tinta em concentração graduada 
com  substâncias  químicas  termo  sensíveis  específicas  ao  vapor.  Ao  ser 
retirada da autoclave deverá apresentar coloração de marrom a preto. 
 ‐ Integrador químico ‐ reagente químico liberado gradativamente à medida 
que  ocorre  a  combinação  dos  parâmetros  de  temperatura,  umidade  e 
tempo de exposição. Indicada a colocação em pacotes de difícil acesso do 
vapor. Deve ser utilizado em todos os CICLOS. 
Monitorização Biológica 
É  realizada  por  meio  de  indicadores  biológicos  que  consiste  em 
utilizar uma população padronizada de microrganismos viáveis conhecidos 
como  resistentes  ao  modo  de  esterilização  que  se  quer  monitorar.  A 
frequência dos testes biológicos difere de acordo com as recomendações 
das instituições que os preconizam.  
Para  esterilização  à  vapor,  os  bacilos mais  comuns  utilizados  nos 
indicadores biológicos são os do tipo Bacillus stearothermophyllus. 
Indicadores biológicos 
São considerados a maneira mais segura de monitoramento de 
esterilização, pois  sua  tecnologia  consiste  na  aplicação  dos  próprios 
esporos (bactérias adormecidas e resistentes ao processo de esterilização a 
ser  monitorado)  impregnados  em  tiras  de  papel.  Nos  indicadores 
biológicos,  são  utilizados  esporos  de Geobacillus  stearotermophilus,  não 
patogênicos e altamente resistentes ao calor úmido, separados em meio de 
cultura (roxo) pela ampola de vidro que será quebrada durante a ativação, 
29 
 
quando  colocada na  incubadora  para  completar  o  teste. Os  esporos  são 
utilizados  como  desafio,  pois  uma  vez  tendo  sido  eliminados,  todos  os 
outros esporos e formas vegetativas também serão. 
Os pacotes não devem ser colocados em superfícies metálicas logo 
após a esterilização, pois em contato com superfície fria o vapor residual se 
condensa e torna as embalagens úmidas, comprometendo a esterilização 
uma  vez  que  a  umidade  diminui  a  resistência  do invólucro de papel e 
interfere no mecanismo de filtração do ar. 
Obs.: Não utilizar os pacotes em que a fita indicadora apareça com as 
listras descoradas após a esterilização. 
O teste deve ser realizado uma vez por semana, da seguinte forma: 
1) Separe duas ampolas de indicador biológico do mesmo lote;  
2) Coloque  uma  das  ampolas  de  indicador  biológico  dentro  de  um 
envelope. Insira‐o na autoclave, já montada para um ciclo padrão;  
3) Feche a autoclave e realize o ciclo de esterilização normalmente 
4) Terminado  o  ciclo  de  esterilização,  aguarde  15  minutos  para  o 
resfriamento.  Abra  o  envelope  e  recupere  a  ampola  teste  que  foi 
autoclavada. 
5) Introduza  1/3 da  ampola  teste na  incubadora para  ativá‐la  e  dobre  a 
parte  superior  da  ampola  plástica  flexível.  Isso  fará  com  que  a  ampola 
interna de vidro se quebre, liberando o meio de cultura para contato com 
os esporos 
6) Segure  a  ampola  e  dê  um  “peteleco”  na  parte  inferior  de modo  que 
somente desloque esta região do tubo. Certifique‐se que o meio de cultura, 
de cor roxa, embebeu totalmente a fita de esporos. Não agite a ampola.  
7) Repita  esta  mesma  operação  na  ampola  controle,  que  não  foi  auto 
clavada, que será denominada ampola Padrão  
30 
 
8) Coloque ambas para  incubar na mini  incubadora  (24 ou 48 horas), de 
acordo com as especificações do fabricante do equipamento. 
9) Faça a leitura final com 48 horas. 
A interpretação dos resultados é bastante simples, por meio visual. 
• Resultado aprovado  
O  resultado  esperado  é  que  o  teste  permaneça  roxo  e  o  controle  fique 
amarelo. Isto indica que na ampola‐teste os esporos foram incapazes de se 
reproduzir, enquanto que na ampola padrão formaram colônias. Deduz‐se, 
assim, que a esterilização foi efetiva. 
• Resultado reprovadoSe as ampolas teste e padrão ficarem com cor amarela após a incubação, 
indica que houve crescimento bacteriano em ambas. Isto pode ser devido à 
necessidade  de  manutenção  da  autoclave  e  conclui‐se,  então,  que  a 
esterilização não foi efetiva. 
 Após observado o resultado 
• Retire a etiqueta de cada ampola (teste e padrão) e cole‐as no livro de 
registros. Anote o  resultado referente a cada ampola no espaço de cada 
etiqueta.  
•  Arquive  os  resultados  dos  indicadores  biológicos  juntamente  com  os 
testes  químico  internos  (integradores),  que  devem  estar  presentes  em 
todos  os  ciclos.  Esta  documentação  tem  validade  legal  por  5  anos,  no 
mínimo.  
• Faça auto clavagem da ampola padrão (e da ampola teste, se o resultado 
foi  positivo  para  crescimento  bacteriano)  envolvida  por  algodão  e  fita 
crepe, dentro de envelope de papel grau cirúrgico.  
31 
 
• Descarte o conjunto (ampola, algodão e envelope) desmembrado após o 
ciclo de esterilização, em lixo comum, junto à ampola teste negativa.  
OBS.: Os indicadores químicos Classe 5 (integradores químicos) devem ser 
arquivados conforme uso.  
Registros da monitoração da esterilização 
Todos  os  resultados  da  monitoração  devem  ser  arquivados  em 
pastas e/ou cadernos específicos para esse fim e servem como documentos 
legais de controle de Esterilização. Assim, cada teste utilizado, seja químico 
ou biológico deve ter seu resultado arquivado.  
No  caso dos  indicadores  biológicos,  apenas  as  etiquetas do  teste 
devem ser coladas na pasta com as devidas anotações de data, número de 
ciclo, o resultado foi positivo ou negativo e outros.  
 
Acondicionamento: 
 É a última etapa do Reprocessamento de Artigos seguindo o fluxo 
unidirecional  e  tem  fundamental  importância.  Sua  função  é  preservar  a 
condição estéril dos artigos processados. Em serviços odontológicos o ideal 
é o armazenamento das embalagens em gavetas ou armários fechados que: 
• Garantam a integridade da embalagem  
• Tenham área seca, longe de umidade 
• Não estejam superlotados  
• Não dobrem ou amassem as embalagens 
 
 
32 
 
Falhas no processo de autoclavagem 
 Falhas Humanas: 
 limpeza incorreta ou deficiente dos materiais; 
 utilização  de  invólucros  inadequados  para  os  artigos  a  serem 
esterilizados; 
 confecção de pacotes muito grandes, pesados ou apertados; 
 disposição inadequada dos pacotes na câmara; 
 abertura muito rápida da porta ao término da esterilização; 
 tempo de esterilização insuficiente; 
 utilização de pacotes que saíram úmidos da autoclave; 
 mistura de pacotes esterilizados e não esterilizados; 
 não identificação da data de esterilização e data‐limite de validade 
nos pacotes; 
 desconhecimento  ou  despreparo  da  equipe  para  usar  o 
equipamento. 
Falhas mecânicas: 
As  falhas  mecânicas  decorrem  da  operação  incorreta  e  da  falta  de 
manutenção das autoclaves. 
Prevenção de riscos operacionais 
Para  o  manuseio  das  autoclaves,  embora  existam  diferentes  modelos  e 
cada  um  deles  possua  seu  próprio  manual  de  instrução  de  uso,  alguns 
cuidados são fundamentais para a prevenção de acidentes: 
 manter as válvulas de segurança em boas condições de uso; 
33 
 
 não abrir a porta da autoclave enquanto a pressão da câmara não se 
igualar à pressão externa; ao abrir a porta da autoclave proteger o rosto 
para evitar queimaduras, explosões ou implosões dos frascos de vidro; 
 utilizar  luvas  apropriadas  para  a  retirada  dos  artigos  metálicos  da 
câmara; 
 verificar periodicamente o funcionamento de termostatos, válvulas de 
segurança; 
 não forçar a porta para abrir quando esta emperrar; 
 a porta da autoclave deve possuir uma trava de segurança para que esta 
não abra enquanto houver pressão no interior da câmara. 
 
 
 
 
34 
 
CALOR SECO (estufa de Pasteur): 
A  inativação  dos microrganismos  pelo  calor  seco  ocorre  por  oxidação  e 
dessecação celular. 
Recomendações para o uso de Estufa 
‐  Embalagens  indicadas:  caixas 
metálicas  fechadas,  papel  alu‐
mínio  (apenas  para  uso  imedi‐
ato do material) ou vidro refra‐
tário; 
‐ Relações de tempo de exposi‐
ção  /  temperatura  indicadas: 
I70°C por uma hora ou 160° por 
duas horas. Contar o tempo de 
esterilização após o alcance da temperatura determinada; 
‐A  esterilização  de  materiais  em  estufa  deve  ser  realizada  do  seguinte 
modo: dispor os materiais no equipamento, fechar, ligar; esperar o alcance 
da temperatura monitorando a relação tempo de exposição/temperatura 
pela utilização de termômetro acessório; 
A esterilização de materiais em estufa exige cuidados, como: 
•   Colocar pequenas quantidades de materiais dentro das embalagens; 
•   Propiciar a livre circulação do ar por toda a estufa e entre as caixas. Não 
sobrecarregar a estufa, utilizar somente 2/3 de sua capacidade, dispondo 
as embalagens do seguinte modo: não as encostar nas laterais da estufa, 
não as sobrepor, não as colocar na base e no centro do equipamento e não 
as encostar umas nas outras; 
 
35 
 
•  Não abrir a estufa durante o ciclo de esterilização para a retirada ou a 
inclusão de materiais; 
•  Utilizar como EPI: luvas de proteção térmica no momento da retirada dos 
materiais esterilizados da estufa; 
•   Realizar manutenção preventiva mensal do equipamento. 
 
Procedimentos mínimos para o monitoramento da esterilização: 
‐ Controles físicos: registros do  tempo de exposição /temperatura do ciclo 
a partir do alcance da temperatura determinada com a estufa já carregada, 
pelo menos em três momentos (início, meio e fim); 
‐  Controle  biológico  com  Bacillus  subtilis  para  verificar  a  eficácia  do 
equipamento  quanto  à  esterilização,  semanalmente  e  após manutenção 
preventiva ou corretiva da estufa. 
 
 
Materiais 
 
 Cateter  para  aplicação  de  piercing,  compressa  cirúrgica  e  vaselina 
fracionada ‐ Devem ser descartados após cada uso. 
 Agulhas ‐ Devem ser esterilizadas e descartadas após cada uso. 
“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, dispõe 
de regulamentação de produto do tipo desinfetante e 
sanitizantes para diversas superfícies através da 
RDC 35/2010 para produtos com ação antimicrobiana 
utilizados em artigos semicríticos e críticos”. 
36 
 
 Batoques  e  dispositivos  para  raspar  pelos  ‐  São  materiais  não 
esterilizados que devem ser descartados após cada uso. 
 Caneta demarcadora e  lápis demarcador  ‐ Devem ser protegidos com 
barreira física (Filmes Plásticos de PVC). 
 
 
ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS ESTERILIZADOS 
 
 
 
O armazenamento dos materiais esterilizados deve ser em:  
  Armários fechados, sem umidade, limpos e organizados e revestidos de 
materiais de fácil limpeza e desinfecção;  
 Considerar  impróprios  para  uso,  pacotes  que  caírem  no  chão  ou 
estiverem amassados, torcidos ou úmidos;  
 Armazenar os pacotes quando estiverem completamente frios; 
 Realizar  inspeção  periódica  dos  pacotes  armazenados,  para  verificar 
qualquer degradação visível  e  seus prazos de  validade de acordo com o 
recomendado pelo fabricante da embalagem; 
 
 
 
 
O armazenamento adequado do material é que 
mantém as propriedades inalteradas garantindo o 
processo para utilização. 
37 
 
LIMPEZA E 
DESINFECÇÃO DE 
SUPERFÍCIES 
 
 LIMPEZA DE SUPERFÍCIES 
É a remoção de sujidades e mi-
crorganismos presentes em 
superfícies fixas (pisos, pare-
des, tetos, portas, janelas, mo-
biliário, equipamentos e demais instalações) mediante aplicação de 
energia química (soluções detergentes) e mecânica (fricção) em um 
determinado período de tempo. 
 
BOAS PRÁTICAS DE LIMPEZA 
  Lavar  as  mãos  antes  e  após  o  uso  de  luvas  e  realização  de  qualquer 
atividade; 
  Evitar  o  uso  de  anéis  e 
pulseiras  durante  o  período  de 
trabalho; 
  Usar  EPI’s:  luvas de borracha 
de  canolongo,  avental  imper‐
meável, botas de borracha, ócu‐
los de proteção ocular, gorro ou 
touca descartável; 
  Proceder  à  varredura  úmida, 
que deve ser feita com pano de 
chão umedecido com água, pois 
o ato de varrer o piso (varredura 
a  seco)  leva  a  dispersão  de 
 
38 
 
microrganismos que podem ser veiculados por partículas de pó; 
   Utilizar produtos de limpeza aprovados pela ANVISA/MS;  
   Panos  utilizados  na  limpeza  de  bancadas,  mobiliário  e  equipamentos 
devem ser de  cores diferentes dos materiais usados na  limpeza do  teto, 
paredes e pisos; 
   Panos  de  limpeza  e  de  chão, 
escovas, baldes, rodos, devem ser 
lavados  com  água  e  sabão, 
desinfetados  com  hipoclorito  de 
sódio  a  I  %  por  30  minutos  e 
guardados no DML, após o uso; 
   Nunca  realizar  movimentos  de 
vaivém,  limpar  em  sentido 
unidirecional; 
   A  limpeza de  todas  as  áreas  inclusive DML e  sanitários,  deve  ser  feita 
diariamente; 
   Uma vez por semana, a  limpeza geral de todos os ambientes deve ser 
realizada  com  água  e  sabão,  incluindo  portas,  janelas,  mobiliário,  ar 
condicionado entre outros. Deve obedecer ao fluxo: teto, paredes e pisos. 
   Limpeza semanal ou quinzenal dos aparelhos de ar condicionado 
   Remover o filtro do aparelho,  
Lavar em água corrente e sabão, deixando‐o escorrer. Limpar a superfície 
externa do aparelho. 
 
 
 
39 
 
Limpeza e desinfecção da caixa d'água 
A  limpeza deve  ser  feita por  empresa  contratada,  licenciada pela 
vigilância sanitária que deve fornecer o certificado de limpeza e laudo de 
potabilidade. 
•  Realizar  limpeza  e  desinfecção  semestral  da  caixa  d'água,  conforme 
recomendações sanitárias vigentes; 
• Registrar a data da limpeza e a assinatura do responsável. 
DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES 
É  o  processo  aplicado  às  superfícies  inertes,  que  elimina 
microrganismos na  forma vegetativa,  exceto esporos bacterianos,  com a 
utilização de processo químico (desinfetantes). 
Nesses serviços, no término de cada atendimento, após a limpeza e 
secagem das superfícies como: cadeira ou maca, almofada de apoio, alça e 
interruptor  do  foco  de  luz,  puxadores  de  gaveta,  bancada  de  trabalho, 
dentre  outras,  deve‐se  realizar  a  desinfecção  química  com  materiais 
aprovados pela ANVISA. 
A desinfecção de todas as áreas do estabelecimento deve ser feita 
diariamente. Após a  limpeza geral e secagem, aplicar com pano no chão, 
hipoclorito de sódio a 1% e aguardar a secagem espontânea (cerca de 10 
minutos).                          
 
40 
 
 
As  superfícies  que  estiverem  com  presença  de  matéria  orgânica 
(sangue  ou  fluido  corporal)  devem  ser  submetidas  a  processo  de 
descontaminação prévia. Com o uso de EPI necessários, retirar o excesso de 
matéria orgânica da superfície utilizando papel‐toalha, aplicar hipoclorito 
de sódio a 1% por 10 minutos e após este tempo, proceder à limpeza com 
água e sabão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
A  colocação  de  barreiras  físicas  (filmes  plásticos  de  PVC),  visa 
proteger os equipamentos de contaminações. A conduta deve ser limitada 
ao atendimento, sendo previamente necessária a realização dos processos 
de limpeza e desinfecção de superfícies que são as medidas recomendadas 
e eficazes na prevenção e controle de infecções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
Consiste na fricção das mãos com água e sabão, visando à remoção 
mecânica de sujidades e microrganismos da camada superficial da pele. 
 
QUANDO HIGIENIZAR: 
• Antes e após  o  preparo 
dos  produtos a serem uti‐
lizados nos clientes; 
• Antes  e  após  cada pro‐
cedimento realizado; 
• Antes  e  após  o  uso  de 
luvas; 
• Quando  as mãos estive‐
rem visivelmente sujas; 
• Antes  e  após  utilizar  o 
sanitário; 
• Antes e após as refeições. 
• No início e no final do turno de trabalho 
 
 
43 
 
POR QUE HIGIENIZAR? 
As  mãos  são  a  principal  via  de  transmissão  de  microrganismos 
durante  a  realização  de  procedimentos.  Esses  germes  podem  ser 
transferidos de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele 
com pele) ou  indireto  (contato com objetos e superfícies contaminadas). 
Sabe‐se que a higienização das mãos, utilizando‐se a técnica correta reduz 
a  carga  microbiana  interrompendo  a  transmissão  de  microrganismos 
veiculados por contato. 
 
RECURSOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
Lavatório  exclusivo 
para  higienização  das  mãos 
com torneira que dispense o 
contato das mãos para o seu 
manuseio;  Dispensador  de 
sabão  líquido,  preferencial‐
mente sem contato manual;  
Porta‐papel  toalha,  de  material  que  não  favoreça  a  oxidação, 
instalado  de  forma  que  o  papel‐toalha  não  receba  respingos  de  água  e 
sabão; 
Papel‐toalha  deve  ser  mantido  dentro  do  porta‐papel‐toalha 
evitando  sua  contaminação,  não  reciclado,  preferencialmente  que 
possibilitem o uso individual, folha a folha, de boa propriedade de secagem 
para não liberar partículas. 
Lixeira com tampa, protegida com saco de lixo de cor não‐branca, 
junto aos lavatórios para descarte de papel‐toalha;  
 
44 
 
Técnica para higienização das mãos 
 
1. Abra a torneira e molhe as mãos, evitando encostar na pia. 
2. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido 
para  cobrir  todas  as  superfícies  das  mãos  (seguir  a  quantidade 
recomendada pelo fabricante). 
3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando‐as entre si. 
4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda (e 
vice‐versa) entrelaçando os dedos. 
5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais. 
6. Esfregue  o  dorso  dos  dedos  de  uma mão  com  a  palma  da  mão 
oposta (e vice‐versa), segurando os dedos, com movimento de vai‐
e‐vem. 
7. Esfregue o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda 
(e vice‐versa), utilizando movimentos circulares. 
8. Friccione as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma 
da  mão  direita,  fechada  em  concha  (e  vice‐versa),  fazendo 
movimento circular. 
9. Esfregue o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita 
(e vice‐versa), utilizando movimento circular.  
10. Enxague as mãos retirando os resíduos de sabonete. Evite contato 
direto das mãos ensaboadas com a torneira. 
11. Seque as mãos com papel‐toalha descartável, iniciando pelas mãos 
e seguindo pelos punhos. 
                                                                                                               Fonte: (SUS/MS/ANVISA) 
45 
 
IMUNIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS 
 
Imunização  ativa  ‐  adminis‐
tração  de  todo  ou  parte  de 
um  microrganismo  ou  um 
produto modificado deste or‐
ganismo  para  invocar  uma 
resposta  imunológica  imi‐
tando aquela da infecção na‐
tural, mas que normalmente 
apresenta pouco ou nenhum 
risco para o receptor. 
Os  profissionais,  que 
atuam nos SIPS por estarem 
expostos a secreções, possuem um risco elevado de contaminação e devem 
ser imunizados ativamente através de vacinas. Recomendam‐se: 
46 
 
Vacina contra Hepatite B — em três doses no esquema de zero, um 
e  seis meses.  Não  é 
necessária  dose  de 
reforço.  
É  recomendável  a 
realização  do  exa‐
me  anti‐HBs  para 
confirmação  da  res‐
posta  vacinal,  em 
caso  não  responde‐
dor  repetir  as  três 
doses e novo exame. 
Vacina  contra  difte‐
ria  e  tétano  (dT)  ‐ 
três  doses  no  es‐
quema de zero, dois 
e  quatro  meses. 
Requer uma dose de reforço a cada dez anos, antecipada para cinco anos 
no caso de gravidez ou acidente com lesões graves. 
Vacina Influenza: H1N1 - Proteção contra gripe. Deve ser tomada 
anualmente. Vacinar‐se contra o vírus influenza não possui eficácia contra 
o  corona  vírus.    No  entanto,  com  a  evoluçãoda  pandemia  no  país,  a 
vacinação  contra  a  gripe  ajuda  a  reduzir  a  procura  por  atendimento  de 
saúde e ainda auxilia profissionais da área na exclusão do diagnóstico, uma 
vez que os sintomas da gripe e da covid‐19 podem ser parecidos.  
 
 
47 
 
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO 
POTENCIALMENTE CONTAMINADO 
 
COMO PROCEDER? 
Os acidentes ocupacionais com materiais biológicos que podem estar 
contaminados (sangue e outros fluidos corporais) são sérios riscos aos 
profissionais em seus locais de trabalho.  
Medidas devem ser tomadas imediatamente após o acidente com sangue 
e outros fluidos orgânicos, para preservar a saúde do trabalhador: 
• Cuidados  após 
contato com ma‐
terial   biológico. 
Lavar a área aco‐
metida com água 
abundante  e  sa‐
bão.  As mucosas 
devem  ser  lava‐
das com água ou 
solução    fisioló‐
gica. 
• Notificação: 
Deverá ser 
imediata ao 
responsável pelo serviço que providenciará: 
 
 
48 
 
I ‐ Registro da exposição no livro de ocorrências; 
2‐ Preenchimento da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). 
 
• Encaminhamento 
O  trabalhador  deve  ser  encaminhado  para  atendimento  na  unidade  de 
saúde de referência de seu município, com dados do cliente fonte (nome 
completo, data de nascimento,  sexo, endereço completo e o número do 
RG), dentro das duas primeiras horas de ocorrência.  
 
49 
 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
(EPI) 
 
50 
 
São todos os dispositivos ou produtos de uso individual, destinados 
a  proteção  de  trabalhadores  contra  riscos  ocupacionais.  O  empregador 
deve fornecer aos trabalhadores os EPI, gratuitamente, adequados ao risco 
de cada atividade e em perfeito estado de conservação e funcionamento, 
de acordo com a NR6 e NR32 do Ministério do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO! 
EPIs DANIFICADOS DEVEM SER SUBSTITUÍDOS 
IMEDIATAMENTE. 
51 
 
USO DE EPI NESTES SERVIÇOS 
 
Quadro - Uso de equipamentos de proteção individual (EPI) por profissionais dos serviços de tatuagem e piercing. 
TIPOS EPI ESPECIFIDADES FINALIDADES CUIDADOS COM O USO
GORRO Descartável
Proteger contra:  A 
possibilidade de 
contaminação dos 
cabelos por secreções, 
aerossois e produtos;     
A queda de cabelos 
sobre o sítio de 
procedimentos no 
cliente.
Trocar a cada turno de trabalhou ou sempre 
que visivelmente sujo.
ÓCULOS DE 
PROTEÇÃO
Laterais largas com 
boa vedação, 
confortavies e 
totalmente 
transparentes.
Proteger os olhos contra 
respingos de secreções, 
aerossóis e produtos 
químicos.
Após cada procedimento: a) Lavar com água 
corrente e sabão; b) Guardar em local limpo e 
seco.
MÁSCARA Descartável
Proteger: a) As vias 
aéreas superiores contra 
respingos de secreções, 
aerossois e produtos 
químicos. b) O cliente da 
contaminação de vias 
aéreas do trabalhados.
Trocar após o atendimento a cada cliente e em 
intervalores menores quando ficarem 
umedecidas.
Longo de mangas 
compridas, de 
tecido ou 
descartável.
Proteger contra: 
aerossóis e respingos de 
secreções durante os 
procedimentos com o 
cliente.
Trocar a cada turno e quando necessário por 
procedimento.
Impermeável
Proteger contra umidade 
proveniente de 
operações de limpeza e 
desinfecção de 
materiais, equipamentos 
e ambientes.
a) Trocar a cada turno e quando necessário por 
procedimento (descartável); b) Lavar com água 
e sabão.
Látex esterilizadas, 
descartáveis
Proteger contra: a) 
contaminação das mãos 
dos profissionais de 
agentes químicos e 
biológicos; b) 
contaminação do sítio de 
procedimeneto.
a) Trocar após o atendimento a cada cliente e 
quando necessário, durante o procedimento. 
B) Não tocar outras superfícies com as mãos 
enluvadas.
Grossas de borracha 
e cano longo
Proteger as mãos contra 
agentes abrasivos e 
escoriantes.
Após o uso: a) Lavar com água corrente e sabão; 
b) Desinfetar internamente e externamente 
com hipoclorito de sódio a 1% por 10 minutos; 
c) Enxaguar; d) Secar ao ar com os punhos para 
baixo. E) Observar antes do uso se a parte 
interna está seca.
CALÇADOS
Fechados, 
impermeáveis e 
com solados 
antiderrapantes
Protege contra: a) 
Umidade proveniente de 
operações com uso de 
água; b) Materiais 
escoriantes e 
perfurocortantes.
Lavar semanalmente com água corrente e 
sabão. Uso exclusivo no ambiente de trabalho.
AVENTAL
LUVAS
52 
 
ORIENTAÇÕES PARA A ANTISSEPSIA 
 
Antissepsia é um processo de eliminação ou inibição do crescimento 
dos microrganismos na pele e mucosas, com a utilização de antisséptico. 
Como realizar a antissepsia? 
I ‐ Lavar o local do procedimento com água e sabão; 
2‐ Secar a região; 
3‐ Aplicar o antisséptico em movimentos unidirecionais, com fricção 
por aproximadamente 3 minutos.  
 
Antisséptico Indicação de uso 
Clorhexidina Aquosa  Utilizado para mucosas e pele 
íntegra 
Clorhexidina Alcoólica  Utilizado apenas em pele íntegra 
Álcool a 70%  Utilizado apenas em pele íntegra 
 
 
‐  Os  antissépticos  devem  ser  acondicionados  em  frascos  (almotolias)  de 
tamanhos pequenos, com tampas, identificados e datados. 
‐ As almotolias devem ser  limpas, enxaguadas,  secas e desinfetadas com 
hipoclorito  de  sódio  a  1  %  por  30  minutos  a  cada  24  horas,  antes  de 
proceder à renovação das soluções. 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANEJO DOS RESÍDUOS 
 
 
Os serviços de tatuagem e 
piercing  geram  resíduos 
(lixo) que deverão ser cui‐
dadosamente manejados, 
pois  podem  representar 
risco à saúde pública e ao 
meio ambiente.  
 
Portanto,  deverão  possuir  um  Plano de Gerenciamento de 
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). 
Fazer  este  plano  possibilita  minimizar  a  produção  de  resíduos  e 
proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma 
eficiente,  visando a proteção dos  trabalhadores, a preservação da  saúde 
 
54 
 
pública,  dos  recursos  naturais  e  do meio  ambiente.  (Resolução Diretoria 
Colegiada– RDC 222/2018/ANVISA/MS e Resolução n°358/2005/CONAMA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PGRSS é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao 
manejo dos resíduos sólidos, ações de proteção à saúde pública e ao meio 
ambiente e deve ser elaborado de acordo com a legislação vigente. 
O  manejo  de  resíduos  compreende  as  ações  de  gerenciamento 
destes,  desde  a  geração  até  a  disposição  final:  segregação, 
acondicionamento,  identificação,  transporte  interno,  armazenamento 
temporário,  tratamento,  armazenamento  externo,  coleta  e  transporte 
externo e disposição final. 
 
 
 
 
 
55 
 
QUEM DEVE ELABORAR E IMPLANTAR O PGRSS? 
O  gerador  destes  resíduos  deve  designar  um  profissional  com 
registro  ativo  junto  ao  seu  conselho  de  classe,  com  Anotação  de 
Responsabilidade Técnica, ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou 
documento similar, para responsabilizar‐se pela elaboração e implantação 
do PGRSS. 
Para  fins de aplicabilidade 
da  RDC  ANVISA/MS 
222/2018,  os  resíduos  fo‐
ram  classificados  em  gru‐
pos  e  subgrupos  segundo 
riscos  potenciais  ao  meio 
ambiente  e  à  saúde  e  em 
função  de  suas  caracterís‐
ticas e riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS NESTES SERVIÇOS 
 
 
 
Quadro – Classificação dos resíduos gerados nos Serviços 
 
 
 
 
GRUPO TIPO EXEMPLOS ACONDICIONAMENTO TRATAMENTO / DISPOSIÇÃO
A
Resíduos com a 
possível presença de 
agentes biológicos 
que por suas 
características podem 
apresentar riscos de 
infecção.
Game ou 
compressas com 
material biológico, 
restos de tintas 
usadas, entre 
outros.
Saco de lixo branco 
leitoso
Aterro sanitário 
licenciado pelo órgão 
ambiental.
B
Resíduos com 
substâncias químicas  
de risco à saúde 
pública ou ao meio 
ambiente devido 
suas característicasde inflamabilidade, 
corrosividade, 
reatividade e 
toxicidade.
Desinfetantes, 
vaselinas e outros 
produtos químicos
Recipiente de material 
compatível
Segundo orientações 
da ficha de 
Informações de 
segurança de 
produtos químicos 
(FISPQ)
D
Resíduos que não 
apresentam risco 
biológico, químico ou 
radiológico à saúde 
ou ao meio 
ambiente, podendo 
ser equiparadods aos 
resíduos 
domiciliares.
Resíduos orgânicos, 
copos descartáveis, 
papel de escritório, 
entre outros.
Lixeira protegida em 
saco plástico.
Sem tratamento / 
Aterro sanitário 
licenciado pelo órgão 
ambiental.
E Perfurocortantes
Agulhas, lâminas, 
catéteres, entre 
outros.
Recipiente de paredes 
rígidas. NBRI 3853 / 97
Aterro sanitário 
licenciado pelo órgão 
ambiental.
57 
 
Contrato de Serviços terceirizados 
Quando  houver  necessidade  de  contratação  de  terceiros  para  a 
realização de serviços ou atividades pelos SIPS, deve existir um contrato de 
prestação  de  serviço. Os  serviços  e  atividades  terceirizados  devem estar 
regularizados perante a vigilância sanitária competente, quando couber. 
Exemplos de atividades frequentemente contratadas por SIPS são: 
serviço de controle de pragas, lavanderia, limpeza do reservatório de água 
e recolhimento de resíduos. 
Controle de vetores e pragas urbanas  
Os SIPS devem garantir ações eficazes e contínuas de controle de 
vetores  e  pragas  urbanas  (baratas,  moscas,  formigas,  ratos  etc.)  com  o 
objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso ou a proliferação deles. 
O controle químico, quando for necessário, deve ser realizado por 
empresa  habilitada  e  possuidora  de  licença  sanitária  e  ambiental  e  com 
produtos  desinfestantes  regularizados  pela  Anvisa.  A  empresa 
especializada  deve  fornecer  ao  cliente  o  comprovante  de  execução  de 
serviço contendo, no mínimo, as seguintes informações: nome do cliente; 
endereço do imóvel; praga(s)‐alvo; data de execução dos serviços; prazo de 
assistência  técnica,  escrito  por  extenso,  dos  serviços  por  praga(s)‐alvo; 
grupo(s)  químico(s)  do(s)  produto(s)  eventualmente  utilizado(s);  nome  e 
concentração  de  uso  do(s)  produto(s)  eventualmente  utilizado(s); 
orientações  pertinentes  ao  serviço  executado;  nome  do  responsável 
técnico,  com  o  número  do  seu  registro  no  conselho  profissional 
correspondente;  número  do  telefone  do  Centro  de  Informação 
Toxicológica;  e  identificação  da  empresa  especializada  prestadora  do 
serviço, com razão social, nome fantasia, endereço, telefone e números das 
licenças sanitária e ambiental com seus respectivos prazos de validade. 
58 
 
GLOSSÁRIO 
 
Aerossóis: pequenas partículas que permanecem suspensas no ar 
durante horas e podem ser dispersar a longas distâncias por corrente de ar. 
Água potável:  água  para  consumo  humano  cujos  parâmetros 
microbiológicos,  físicos,  químicos  e  radioativos  atendam  ao  padrão  de 
potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. 
Antissepsia: processo de eliminação ou inibição do crescimento dos 
microrganismos na pele e mucosas. 
Antissépticos:  são  substâncias  químicas  utilizadas  para  fazer  a 
antissepsia. Ex.: clorexidina, álcool e outros. 
Área: ambiente aberto, sem paredes em uma ou mais de uma das 
faces. 
Área de reprocessamento de materiais:  local onde são realizadas 
lavagem, preparação, desinfecção ou esterilização e  guarda de materiais 
utilizados  nos  procedimentos  de  maquiagem  definitiva,  tatuagem  e/ou 
piercing. 
Bactérias:  são  organismos  unicelulares,  procariontes  e 
microscópicos,  que  podem  ser  encontrados  em  qualquer  ambiente  na 
forma isolada ou em colônias. 
Bactérias na forma vegetativa: quando estão realizando todas as 
suas atividades metabólicas, como respiração, multiplicação e absorção. 
Biocida:  é o  termo empregado coletivamente para desinfetantes, 
esterilizantes químicos, antissépticos e preservativos. 
59 
 
Contaminação:  presença  transitória  de  microrganismos  em 
superfícies ou hospedeiros, sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. 
Descontaminação:  é  o  processo  de  eliminação  total  e  parcial  da 
carga  microbiana  de  artigos  e  superfícies,  tornando‐os  aptos  para  o 
manuseio seguro. 
Desinfecção: processo físico ou químico que elimina a maioria dos 
microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies. 
Embalagem: envoltório, invólucro, recipiente ou qualquer forma de 
acondicionamento  destinado  a  cobrir,  empacotar,  envasar,  proteger  ou 
manter produtos. 
Esporos: forma mais resistente dos microrganismos. 
 Esterilização:  processo  físico,  químico  ou  físico‐químico  que 
elimina  todas  as  formas  de  vida  microbiana,  incluindo  os  esporos 
bacterianos. 
Infecção: é a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um 
agente infecciosos no organismo de uma pessoa ou animal. 
Limpeza: consiste na remoção de sujidades dos artigos e superfícies, 
realizada com água adicionada de sabão ou detergente, de forma manual 
ou automatizada, com consequente redução da carga microbiana. 
Local insalubre:  local  que  permite  a  exposição  a  fatores  de  risco 
para a saúde, presente em ambientes e processos de trabalho. 
Materiais: compreendem instrumentos de naturezas diversas como 
acessórios de equipamentos e outros. Exemplo: pinças, alicates, tesouras, 
biqueiras, clipcord, máquina de tatuagem, paquímetro, batoque, etc. 
60 
 
Material descartável:  é  o  produto  que,  após  o  uso,  perde  suas 
características originais e não deve ser reutilizado e nem reprocessado. 
Microrganismos: são formas de vida de dimensões microscópicas, 
visíveis apenas ao microscópio. Entre aqueles que causam danos à saúde 
humana, incluem‐se bactérias, fungos, alguns parasitas, vírus e outros. 
Mucosa: membrana que reveste certas cavidades do organismo. 
Reprocessamento de materiais:  processo  a  ser  aplicado  em 
materiais  para  permitir  sua  reutiliza  são  com  segurança.  Inclui  limpeza, 
preparo,  desinfecção/  esterilização,  testes  biológicos  e  químicos,  análise 
residual do agente esterilizante, testes de integridade física de amostras e 
controle de qualidade conforme legislação vigente. 
Resíduos perfuro cortantes ou escarificantes: são todos os objetos 
e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas 
e agudas capazes de cortar ou perfurar como: agulhas, lâmina de barbear, 
cateteres, etc. 
Vacina:  são  substâncias  produzidas  a  partir  de  vírus  ou  bactérias 
que  estimulam o  sistema de  defesa  do  organismo  a  produzir  anticorpos 
específicos contra microrganismos, evitando a transmissão de doenças. 
Vírus:  são  agentes  infectantes  de  células  vivas,  causadores  de 
doenças em animais e plantas, e capazes de atacar outros organismos mais 
inferiores, até mesmo bactérias. 
 
 
 
 
61 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Vigilância Sanitária Brasília.  2002.  I00f.  Monografia  (Especialização  em 
Saúde Coletiva — Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde) ‐ Faculdade de 
Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2002. 
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novembro de 2005. Aprova  a Norma Regulamentadora n°.  32,  relativa  à 
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Resolução RDC nº. 55 de 06 de agosto de 2008. Dispõe sobre o registro de 
62 
 
produtos utilizados no procedimento de pigmentação artificial permanente 
da  pele,  e  dá  outras  providências.  Diário Oficial da União,  Brasília,  08 
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saúde. 2. Ed. Brasília, 1994. 50p. 
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______Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em 
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estabelecimentos  de  saúde.    Ministério  da  Saúde  /Coordenadoria  de 
Controle de Infecção Hospitalar. 1994 
63 
 
‐  BRASIL,  Ministério  da  Saúde.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária‐ 
ANVISA,  Resolução  ‐  RDC  55  de  05/05/2008‐  Estabelece  normas  para 
comercialização no Brasil de tintas usada em pigmentação artificial da pele 
‐  BRASIL, Ministério  da  Saúde.  Agência Nacional  de Vigilância  Sanitária  ‐ 
ANVISA  ‐  Referência  Técnica  para  o  funcionamento  dos  serviços  de 
tatuagem e piercing, dezembro de 2009 ‐ Dispõe sobre o funcionamento 
dos  estabelecimentos  de  pigmentação  artificial  permanente  da  pele  e 
inserção de piercing;  
‐  BRASIL,  Ministério  da  Saúde.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária. 
Resolução  RDC nº. 55 de 06 de agosto de 2008. Dispõe sobre o registro de 
produtos utilizados no procedimento de pigmentação artificial permanente 
da pele, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 08 agosto 
2008. 
‐  BRASIL,  Ministério  da  Saúde.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária‐ 
ANVISA, Resolução  ‐ RDC 222 de 28de março de 2018  ‐ Regulamenta as 
Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá 
outras providências  
• BRASIL, Ministério do Trabalho. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3214 
de  08  de  junho de  1978.    Aprova  as  normas  regulamentadoras  – NR do 
capítulo  V,  título  II,  da  consolidação  das  leis  do  trabalho,  relativas  a 
segurança  e  medicina  do  trabalho.  Norma  Regulamentadora  NR6  – 
equipamento de proteção individual. NR7 – programa de controle médico 
de saúde ocupacional. Diário Oficial da União de 06 de julho de 1978. 
•  BRASIL, Estado de São Paulo‐ Lei Estadual Nº 9828, de 06 de novembro 
de 1997 – Estabelece proibição quanto à aplicação de tatuagens e adornos, 
na forma que especifica. 
64 
 
•  BRASIL, Norma Brasileira ‐NR 32 ‐ SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Publicação D.O.U. 
Portaria MTb n.º 485, de 11 de novembro de 2005 16/11/05, Alterações: 
Portaria MTE n.º 939, de 18 de novembro de 2008 19/11/08; Portaria MTE 
n.º 1.748, de 30 de agosto de 2011 31/08/11, Portaria SEPRT n.º 915, de 30 
de julho de 2019 31/07/19. 
‐  BRASIL, Estado de São Paulo ‐  Centro de Vigilância Sanitária. Portaria CVS 
‐ 12 de 30 de julho de 1999. Dispõe sobre os estabelecimentos de interesse 
à saúde denominados gabinetes de tatuagem e gabinetes de piercing e dá 
providências correlatas. 
‐ BRASIL, Estado de São Paulo ‐ Lei Estadual 10.083/98 de 23de setembro 
1998 – Dispõe sobre o Código sanitário. 
‐  EDITORIAL 
 • Cad. Saúde Pública 36 (5) 8 Maio 20202020  ‐         
https://scielosp.org/article/csp/2020.v36n5/e00068820/‐ 
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/vapor.htm

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