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A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MOTOR Á VAPOR A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR O homem no decorrer do seu processo evolutivo prospectou minérios, descobriu o ferro e os metais, aprendeu a moldar os metais e criou a metalurgia. A metalurgia, associada ao fogo e a água, passou a gerar energia através da pressão do vapor. Esta energia passou a impulsionar as máquinas no mundo. Durante séculos o motor á vapor foi o único motor existente. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR AEULOPILA 130AC. - Heron de Alexandria (Egito) constrói um dispositivo esférico, que girava movido pela pressão de escape do vapor. Chamou-o de Aeulopila. . A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR FERDINAND VERBIEST 1550 - O missionário jesuíta holandês Ferdinand Verbiest, constrói e demonstra ao Imperador da China Shun Chih, um pequeno veículo de 4 rodas, autopropelido, que utilizava um jato de vapor soprando sobre um cata-vento. Na época isto foi considerado mera curiosidade. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR GIOVANNI BATISTA DELLA PORTA 1601 - O italiano Giovanni Batista della Porta, publica o projeto de uma máquina para bombear água, utilizando a pressão do vapor. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR GIOVANNI BRANCA 1629 - Giovanni Branca, químico italiano constrói um motor, onde um jato de vapor movimentava uma turbina, cujo movimento é otimizado através de engrenagens redutoras e produz trabalho útil. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR EDWARD SOMERSET - MARQUES DE WORCESTER 1663 - Surge uma necessidade: No norte da Inglaterra o carvão de pedra é retirado de minas cada vez mais profundas. As galerias das minas se enchem de água, a qual é removida por intermédio de baldes e cordas. Edward Somerset, Marques de Worcester constrói um dispositivo a vapor, que retira 100 litros d’água por descarga (a cada 4 minutos). Considera-se este dispositivo a primeira máquina a vapor que produziu trabalho útil. - A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR DENIS PAPIN 1690 - O francês Denis Papin utiliza a condensação do vapor sob um embolo para produzir sucção. Neste motor a caldeira e o cilindro do motor são a mesmo componente. Papin é o inventor da Panela de Pressão. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR THOMAS SAVERY 1698 - Thomas Savery aperfeiçoa a máquina para retirar água das minas de carvão. Sua máquina consiste em dois vasos que operam alternadamente. Ao se injetar vapor no vaso, este expulsa o ar contido, e quando o vapor se condensa forma um vácuo que abre a válvula (direcional) inferior succionando a água para o interior do vaso. Em seguida injeta-se vapor no vaso o qual empurra a água. O problema desta máquina era a pressão do vapor de 150 Psi, que empurrava a água até uma altura máxima de 10,5 metros quando as pressões se equilibravam. Esta é a primeira máquina comercializada que fazia uso da sucção por condensação do vapor A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR THOMAS NEWCOMEN 1705 - O ferreiro inglês Thomas Newcomen, constrói um motor movido a vapor que funciona com ótimo rendimento. Este motor torna-se um padrão, sendo fabricado pelos próximos 75 anos. Newcomen melhorou o desempenho do motor de Papin separando o cilindro e a caldeira em unidades distintas. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR THOMAS NEWCOMEN A grande novidade deste motor é que a condensação do vapor era provocada pela injeção de água fria no interior do cilindro, e o bombeamento da água era produzido pelo deslocamento de um pistão dentro de outro cilindro. Agora não existe mais o limite de altura. Este aparelho bombeava grandes quantidades de água em pouco tempo. Tinha porém um inconveniente, os registro tinham de ser abertos manualmente, serviço executado normalmente por crianças. "Newcomen atmospheric engine animation" by Emoscopes - Own work, drawn using XaraX software. Licensed under CC BY 2.5 via Wikimedia Commons A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR THOMAS NEWCOMEN A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR Cugnot constrói o que se considera o primeiro automóvel do mundo 1763 - O capitão francês, Nicholas Joseph Cugnot projeta e constrói o que se considera o primeiro automóvel do mundo. Uma carreta movida á vapor para a tracionar canhões. O veículo atinge a velocidade máxima de 4 km/h. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR JAMES WATT A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR JAMES WATT 1769 - O escocês James Watt, observou que a bomba de Newcomen tinha um consumo de vapor muito alto, para cada ciclo é necessário se injetar vapor duas vezes na câmara. Alem do mais a máquina não tinha válvulas de segurança e proteções para os operadores, funcionava sem lubrificação, os registros das válvulas tinham de ser abertos manualmente. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR JAMES WATT Watt construiu um motor onde resolveu e automatizou todos as deficiências detectadas na máquina de Newcomen. James Watt foi o primeiro que produzia e comercializava motores com uma potência de trabalho conhecida, e comparada ao trabalho produzido por cavalos. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR JAMES WATT James Watt criou uma unidade que permanece até os dias atuais o cavalo-vapor (75kg/m/s.) Máquinas a Vapor a Pistão MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA LONDRES Máquinas a Vapor a Pistão MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA LONDRES A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR NICHOLAS JOSEPH CUGNOT 1770 -Cugnot constrói seu segundo veículo, com autonomia de funcionamento de 15 minutos antes de acabar o vapor de sua caldeira. Durante testes atinge a velocidade de 5 Km/h, Cugnot perde o controle do veículo, derruba uma parede e o veículo capota. As autoridades julgam o veículo perigoso, o apreendem e proíbem Cugnot de continuar com seus experimentos. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR WILLIAMS MURDOCH 1784 - Williams Murdoch constrói uma carruagem com o primeiro motor a vapor, sem condensação. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR RICHARD TREVITHICK 1804 - O engenheiro ingles Richard Trevithick, constrói a Lokomotion: Primeira locomotiva que se deslocava sobre trilhos, nos 15 Km entre as cidades de Pennydarram e Albercynon (País De Gales). Em 1804 sua locomotiva rebocou cinco vagões carregados de minério de ferro e em cima deles, mais setenta homens. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR RICHARD TREVITHICK A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR George Stephenson 1813 - O engenheiro inglês George Stephenson, foi o verdadeiro criador da tração a vapor em estrada de ferro. Foi o primeiro a compreender o princípio de aderência de rodas lisas sobre uma superfície também lisa. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR George Stephenson Construiu em 1813 a locomotiva "Blucher", experimentada em 25 de julho de 1814, puxou 8 vagões com 30 toneladas, entre Lilligwort e Hetton. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR George Stephenson 1821 - Geórge Stephenson, encarregado de construir uma ferrovia entre Stockton e Darlington, na Inglaterra, criou uma Lokomotion com dois eixos motores, realizando a primeira viagem entre as duas cidades em 27 de setembro de 1825, puxou uma composição de 21 vagões completamente lotados de hulha, em toda a extensão de 61 quilômetros. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR 1825 - Em 27 de setembro de 1825, circulou na linha de Stockton a Darlington (51 km), Inglaterra, o primeiro trem de passageiros, tracionado pela locomotiva "Active", depois denominada "Locomotion", transportando 600 pessoas e 60 toneladas de carga. A EVOLUÇÃO DO MOTOR Á VAPOR 1827 - Timothy Hackworth aperfeiçoou a locomotiva a vapor, substituindo as rodas de ferro fundido por rodas de ferro forjado, com três eixos motores acoplados. No mesmo ano, na França, Marc Seguin inventou a caldeira tubular. Primeira linha férrea 1830 - A primeira linha férrea liga duas cidades, com objetivo de transportar regularmente cargas e passageiros, foi construída na Inglaterra por Geórge Stephenson, entre Liverpol e Manchester, inaugurada a 5 de setembro de 1830. Foi a obra capital de Stephenson, a locomotiva "The Rocket" (O Foguete) de 1829, funcionava utilizando o princípio da caldeira tubular. Entre 1830 e 1840, Stephenson coordenou a construção de várias linhas inglesas e na Suécia, Dinamarca, Bélgica, Suíça eEgito. Em Newcastle, Inglaterra, fundou uma fábrica de locomotivas, dirigida por seu filho, Robert Stephenson(1803-1859). Uma verdadeira "febre de construção de máquinas á vapor" tomou conta da Inglaterra a partir de 1840. Primeira linha férrea Primeira linha férrea - The Rocket Primeira linha férrea - The Rocket Exemplo de um Motor Grande Motor a Vapor BORSIG - Dois cilindros, tripla expansão - 2500 HP. 12 metros de altura Ano de fabricação: 1900 Exemplo de um Motor Grande MÁQUINA A VAPOR A PISTÃO COMPONENTES E PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO MAQUINAS A VAPOR A PISTÃO MÁQUINA A VAPOR A PISTÃO INTRODUÇÃO A máquina a vapor é um motor térmico de combustão externa, converte a energia calorífica em energia mecânica, a combustão se realiza fora do motor propriamente dito. MÁQUINA A VAPOR A PISTÃO Por outro lado, a máquina a vapor é um motor de movimento alternativo, que aproveita a ação do vapor de água a pressão que, ao expandir-se, produz este movimento. Este vapor de água a pressão deve ser obtido em uma instalação produtora de vapor (em uma caldeira com seus anexos) e será dirigido depois mediante tubulações até os órgãos de admissão da máquina. COMPONENTES DAS MÁQUINAS A VAPOR A PISTÃO TIPOS DE MÁQUINA A VAPOR As máquinas de vapor podem ser horizontais ou verticais, de acordo com a direção do movimento do embolo. Podem ser de simples ação se o percurso do cilindro é aproveitado somente em um sentido, ou de dupla ação se este percurso é aproveitado em ambos os sentidos. TIPOS DE MÁQUINA A VAPOR Se a pressão do vapor é aproveitado somente uma vez, a máquina é de simples expansão. Se o vapor não se expande totalmente em um cilindro, pode aproveitar-se a pressão resultante do vapor de escape para introduzi-lo em outro cilindro, obtendo-se a máquina de dupla expansão; se houver um triplo escalonamento de pressões, teremos a máquina de tripla expansão. As máquinas de simples expansão, são chamadas também de monocilíndricas e as de dupla e tripla expansão, são denominadas máquinas compound (compostas). Representação esquemática de uma máquina a vapor monocilíndrica MAQUINAS A VAPOR A PISTÃO Esquema de funcionamento de um máquina a vapor de dupla ação Esquema de funcionamento de um máquina a vapor de dupla ação Esquema de funcionamento de um máquina a vapor de dupla ação VÁLVULAS DE DISTRIBUIÇÃO Nas máquinas a vapor modernas, foram substituídas as válvulas de admissão e de escape pelas denominadas válvulas de distribuição, as quais vão comandadas pela manivela principal ou virabrequim da máquina através de uma manivela ou uma excêntrica. Estas válvulas admitem o passo do motor no cilindro, fecham herméticamente este último quando o vapor empurra o embolo e permitem a saída do vapor ao exterior do cilindro quando termina a sua expansão. VÁLVULAS DE DISTRIBUIÇÃO As válvulas de distribuição podem ser deslizantes ou de elevação. Entre as válvulas deslizantes há as corredeiras planas, de simples ou dupla ação, e as corredeiras de pistão Outro tipo de válvulas de distribuição é válvula Corliss. Corredeira plana de dupla ação VÁLVULAS DE DISTRIBUIÇÃO Corredeira plana de dupla ação. Corredeira de pistão Corliss Diagrama de pressão A ação combinada das válvulas de distribuição e do embolo, podem ser vistas por meio de um diagrama de pressão que expressa o ciclo termodinâmico da máquina a vapor. As abcissas, que correspondem às posições do embolo, são proporcionais ao volume do vapor, as ordenadas são proporcionais à pressão do mesmo. Diagrama de pressão teórico de uma máquina a vapor simples ação Diagrama de pressão No diagrama estão representadas esquematicamente as sucessivas posições do embolo e das válvulas de admissão e de escape, durante o ciclo de funcionamento da máquina. A pressão inicial do vapor, à saída da válvula de admissão, está representada por Pa, a pressão de escape Pe é sempre maior que a pressão atmosférica P0, que foi tomada como origem das abscisas, e é a pressão que o vapor tem ao sair pela válvula de escape. Não se pode aproveitar toda a longitude do cilindro como percurso útil do embolo, sempre existirá uma zona ou espaço morto, devido a situação da válvula de admissão. Representação esquemática do ciclo de funcionamento de uma máquina a vapor Diagrama real de pressão O diagrama real de funcionamento da mesma máquina de vapor, não coincide com o diagrama teórico. Isso se deve a diferentes causas, tais como a expansão incompleta do vapor, o estrangulamento do mesmo durante a admissão e o escape, etc... Diagrama de pressão real máquina a vapor de simples ação Diagrama real de pressão Nas máquinas de dupla ação, o diagrama de pressão também é duplo. Como a área do interior do diagrama é proporcional ao trabalho realizado pelo vapor sobre o embolo. E como a pressão media efetiva é aquela que, se fosse exercida durante o percurso completo, produziria o mesmo trabalho que a pressão variável real, conhecendo a escala de pressões do diagrama, o valor desta pressão media efetiva, pode ser determinado facilmente. Esta magnitude é importante para calcular a potência de uma máquina a vapor. Diagrama de pressão real máquina a vapor de dupla ação Características de funcionamento das máquinas de vapor A potência desenvolvida por uma máquina a vapor depende da pressão e da quantidade de vapor admitida no cilindro por segundo. A pressão varia ao longo do percurso do pistão, razão pela qual se adota um valor médio, denominado pressão media efetiva e que pode ser deduzida a partir do diagrama de pressão. Nessas condições, a potência, expressa em CV será, para uma máquina de simples ação será: Características de funcionamento das máquinas de vapor Onde: p = pressão media efetiva, em kg/cm2. l = longitude do percurso do embolo, em m. a = seção efetiva da cara do embolo em cm2. n = velocidade em r.p.m. O numeral 4.500 é a relação de conversão das unidades de medida da fórmula anterior, para que o resultado seja expresso diretamente em CV. Nas máquinas de dupla ação, a potência desenvolvida é quase o dobro da expressa na fórmula anterior. C.V. 4.500 p.l.a.n = P Máquinas a vapor monocilíndricas São utilizadas somente para pequenas potências, ou seja, em centrais elétricas de pequenas industrias ou em algumas centrais antigas de pequenas cidades. Geralmente, estas máquinas são montadas com instalação de condensação, já que o seu funcionamento com escape livre representará um desperdício de combustível. Existem máquinas monociliíndricas para vapor saturado e para vapor reaquecido à temperatura de 350 ºC. Em ambos os casos, a pressão do vapor oscila entre 8 e 12 atmosferas. Máquinas a vapor monocilíndricas Máquinas compound Nestas máquinas o vapor de escape do primeiro cilindro é reinjetado na admissão de um segundo cilindro (máquinas de dupla expansão) ou, algumas vezes, o vapor de escape do segundo vai a um terceiro cilindro (máquinas de tripla expansão). Em varias ocasiões, a manivela é substituída pela árvore, para somar os efeitos dos cilindros. Como o vapor de escape é melhor aproveitado, estas máquinas tem melhor rendimento que as anteriores e podem construir-se com ou sem condensador, para vapor saturado e para vapor reaquecido até 350 ºC. Atualmente, atinge pressões de mais de 25 atmosferas no cilindro de alta pressão. CENTRAL COM MÁQ. A VAPOR A PISTÃO - COMPOUND As máquinas compound podem ser abertas ou fechadas, nas máquinas abertas os cilindros de alta e de baixa pressão estão separados. Nas fechadas, ambos cilindros formam exteriormente um conjunto. máquina compound aberta máquina fechadas Máquinas compound Diagrama real de pressão de uma máquina a vapor compound APLICAÇÕES DE MÁQUINAS A VAPOR A PISTÃO LOCOMOTIVA A VAPOR DETALHE DO PISTÃO BARCOS A VAPOR BARCOS A VAPOR FÁBRICAS SECULO XIX FÁBRICAS SECULO XIX FÁBRICAS SECULO XIX FÁBRICAS SECULO XIX Templeton Carpet Factory FÁBRICAS SECULO XIX CENTRALELÉTRICA ACIONADA COM MÁQUINA A VAPOR A PISTÃO - USINA “REGINA MARGHERITA” USINA “REGINA MARGHERITA” A central “Regina Margherita” foi inaugurada na presença dos reis da Itália, Umberto I e sua consorte, Margherita, em 1895. A central fornecia luz e força à fábrica de seda Desio Gavazzi em Milão e foi fechada em 1954. Sua caldeira gerava vapor que era distribuído na instalação. Também gerava eletricidade e força, via pistões, volante e polias. Os cilindros de alta e baixa pressão tem 1,1 e 1,5 m de diâmetro respectivamente e 2,05 e 2,35 m de comprimento. Embora não gere mais vapor, a maquina pode ser vista trabalhando no Museu de Milão acionada por um motor elétrico. Especificações Técnicas: Potência Máxima: 264-465 H.P. - 85 rpm – Consumo de vapor: 4.40 kg por H.P./h Pressão de vapor: 11 atm. a 300°C – Dois cilindros paralelos – Compound Volante: 5.34 m de diâmetro – Dois alternadores com 200 V a 300 rpm. FIM