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Hemorragia, hiperemia e congestão Paola Magalhães Hemorragia, hiperemia e congestão HemorragiaHemo: sangue “ragia”: quebrar Perda de sangue do sistema circulatório. Tipos · Hemorragia externa Quando o sangue se espalha para o exterior do corpo. · Hemorragia interna Quando o sangue se espalha no organismo ou nas cavidades naturais do organismo (para dentro do corpo). A ruptura vascular é a causa mais comum de hemorragia. Nomenclatura de acordo com o local · Rinorragia; Sangramento nasal. · Hemoptise; Aquela que vem com a tosse sanguinolenta junto com escarro de sangue. · Hematúria; Indica presença de hemorragia na urina. · Melena; Fezes que possui coloração mais escurecida mostrando que há sangue junto. · Enterorragia; Saída de sangue vivo ou coagulado pelo reto. · Metrorragia; Hemorragia uterina. · Apoplexia; Causada pelo extravasamento de sangue no cérebro ou medula espinal. · Otorragia, etc. Saída de sangue pelo canal auditivo, ouvidos. Nomenclatura de acordo com aspectos morfológicos · Petéquia; Hemorragias bem pequenas, puntiformes, de 1 a 2mm que aparece na pele, nas mucosas ou nas superfícies serosas. Geralmente associadas quando o paciente está com o processo de baixa quantidade de plaquetas, ou quando essas plaquetas estão com essa alteração funcional, ou quando se tem um aumento local da pressão intravascular. · Púrpura; Para hemorragias um pouco maiores, em torno de 3mm e podem estar associadas as mesmas patologias da petéquia, mas também com inflamação vascular · Equimose; Para quadros hemorrágicos de tecidos superficiais, que alteram sua coloração, como acontece na pele. São maiores que as púrpuras, tendo em torno de 1 a 3 cm. Típicas depois de traumatismos. · Hematoma. Qualquer coleção circunscrita de sangue extravasado e coagulado, formando uma massa. Pode ser pequeno e insignificante ou extremamente volumoso, suficiente para causar morte no paciente. É nos quadros hemorrágicos da superfície da pele, que será possível ver com clareza, a degradação dos eritrócitos nessas áreas hemorrágicas. Hemoglobina e Hemossiderina Origem · Dissociação da hemoglobina na hemólise. A hemólise acontece pelo quadro hemorrágico e extravasamento das hemácias para fora dos vasos. Vai fazer com que: · A hemoglobina, que tem uma coloração azul/avermelhada (coloração presente na pele após um trauma – “roxo”), ela é convertida enzimaticamente em bile rubina que possui uma coloração verde/azulada e em hemossiderina, que tem uma coloração castanho/dourada. E essa alteração de coloração que é visível na pele. Na hemólise, os eritrócitos vão ser fagocitados, degradados pelos macrófagos e os pigmentos de bile rubina irão ser excretados e a hemossiderina vai ser reaproveitada. Considerações sobre hematoma 1. Parte líquida reabsorvida prontamente pelos vasos; 2. Parte coagulada fagocitada pelos macrófagos; 3. Organização do coágulo pelo tecido de granulação*; *Presença de homossiderófagos. 4. Posteriormente: fibrose cicatricial com grânulos de hemossiderina. Hemorragia – Reação do organismo · Vasoconstrição das artérias e arteríolas; · Formação de trombos nas áreas seccionadas do vaso; · Hipotensão (pode levar a quadros mais graves como o choque hemorrágico). Hemorragia etiopatogenia relativa aos vasos · Lesões na parede do vaso de origem externa. Exemplos: traumatismos · Afecções dos vasos Exemplos: Afecções degenerativas (aneurismas, arteriosclerose) Arterites e flebites (reação de Arthus) Hipertensão + afecção vascular Hipovitaminose C Escoburto Hemorragia – Etiopatogenia relativa à coagulação · Hemofilia (deficiência do fator VIII); · Doença de caráter genético, hereditário · Acomete mais em indivíduos de sexo masculino · Apresentação clínica característica são quadros hemorrágicos severos ao traumatismo bem leve. · Hipovitaminose K (deficiência de protrombina e fatores VII, IX, X); · Púrpura trombocitopênica (deficiência de plaquetas). · O paciente apresenta petéquias e equimoses na pele e nas mucosas. Hemorragia – Consequências para o organismo · Hemorragia crônica Eritropoiese extramedular, anemia ferroprivaPor exemplo, as mulheres que tem o ciclo menstrual mensalmente. · Hemorragia aguda intensa Choque hemorrágico (hipovolêmico)Nos acidentes, a primeira coisa a se fazer é checar o pulso do paciente, pois se estiver alterada, aumentada, é porque possivelmente está acontecendo uma hemorragia. · Hemorragia de até 20% do volume Pouca repercussão clínica · Hemorragia no tronco cerebral Pode causar óbito, pois aumenta a pressão intracraniana. Hiperemia e Congestão Aumento de volume sanguíneo em um tecido ou órgão. Tipos · Hiperemia ativa Aumento do fornecimento de sangue a partir do sistema arterial. · Hiperemia passiva ou congestão O volume de sangue naquele órgão ou tecido, acontece pelo impedimento da saída do sangue através das veias venosas. Se consegue identificar a hiperemia, sob pressão, pois a área se apresenta isquêmica. Hiperemia ativa Aumento do fluxo sanguíneo capilar devido à dilatação arterial ou arteriolar · Aspecto: vermelhidão · Geralmente decorrente de uma resposta fisiológica: · Digestão; · Rubor no rosto (quando se fica envergonhada por exemplo); · Inflamação; · Exercícios (musculo cardíaco e esquelético). É bem comum na cavidade bucal, se observar o processo de hiperemia ativa pelos processos inflamatórios, como a gengivite por exemplo. Hiperemia passiva (congestão) Aumento do volume sanguíneo capilar devido à diminuição da drenagem venosa. · Aspecto: coloração azul-avermelhada na região afetada. · Etiologia: · Insuficiência cardíaca; · Obstáculos locais (obstrução dos vasos).A congestão dos leitos capilares está intimamente relacionada com o desenvolvimento do edema. Congestão pulmonar · Etiologia · Insuficiência cardíaca no ventrículo esquerdo. · Complicações · Microemorragias · Edema pulmonar · Fibrose pulmonar · Hipertensão pulmonar com insuficiência cardíaca direita Congestão hepática · Etiologia · Insuficiência cardíaca nas câmaras direitas, obstrução da veia cava inferior ou veia hepática. · Complicações · Veias centro-lobulares e sinusóides congestos · Atrofia dos hepatócitos · Metamorfose gordurosa periférica · Necrose centro-lobular Congestão esplênica (esplenomegalia congestiva) · Etiologia · Congestão sistêmica, afecções na veia porta e esplênica, cirrose hepática. · Complicações · Aumento do baço (esplenomegalia) · Fibrose (nos casos prolongados) · Destruição excessiva das células sanguíneas · Focos de hemorragia recente ou antiga Congestão esplênica de um cão Aspectos microscópicos da hiperemia Ataxia Aglutinação de hemácias Aglutinação de hemácias