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Conversor CC-CC EEN502.1 Fundamentos de Eletrônica de Potência Prof. Rondineli Rodrigues Pereira 1 Conversor em Ponte Completa • A topologia do conversor em ponte completa pode ser utilizada em três distintas aplicações: 1. Acionamento de motores CC; 2. Conversão CC-CA monofásica senoidal (inversor de frequência); 3. Conversão CC-CA em fontes de tensão chaveadas isoladas por transformador. • O que muda de uma aplicação para outra é o tipo de controle. 2 Conversor em Ponte Completa • A magnitude da tensão de entrada, Vd, é fixa. A tensão de saída, Vo, pode ter sua magnitude e polaridade controladas. Bem como, a magnitude e sentido da corrente de saída, io. 3 Conversor em Ponte Completa • Desta maneira, um conversor em ponte completa pode operar nos quatros quadrantes do plano io-vo e o fluxo de potência no conversor pode ser em ambas as direções. 4 Conversor em Ponte Completa • O conversor em ponte completa consiste em duas pernas, A e B. Cada perna consiste em duas chaves e seus diodos em antiparalelo. • As duas chaves em cada perna são chaveadas de tal forma que quando uma está desligada a outra está ligada. • Na prática as duas ficam desligadas por um pequeno intervalo de tempo, chamado dead-time, para evitar o curto-circuito da entrada CC. 5 Conversor em Ponte Completa • Quando TA+ está ligada, io flui por TA+ se io for positiva ou flui por DA+ se io for negativa. Nos dois casos estando TA+ ligada garante que o ponto A estará com o mesmo potencial do terminal positivo da entrada CC. 6 𝑣𝐴𝑁 = 𝑉𝑑, se TA+ está ligada e TA- está desligada Conversor em Ponte Completa • Da mesma forma, quando TA− está ligada, io flui por TA− se io for negativa (estando DA+ reversamente polarizado) ou flui por DA − se io for positiva. 7 𝑣𝐴𝑁 = 0, se TA− está ligada e TA+ está desligada Conversor em Ponte Completa • A análise anterior demonstra que vAN depende somente do estado da chave, sendo independente do sentido de io. • A tensão de saída média da perna A do conversor durante um período de chaveamento pode ser calculada por: ton e toff são os intervalos em que a chave TA+ fica ligada e desligada, respectivamente. 8 𝑉𝐴𝑁 = 𝑉𝑑𝑡𝑜𝑛 + 0 ∙ 𝑡𝑜𝑓𝑓 𝑇𝑠 = 𝑉𝑑 𝑡𝑜𝑛 𝑇𝑠 = 𝑉𝑑 ∙ 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝐴+ Conversor em Ponte Completa • Os mesmos argumentos podem ser aplicados para a perna B do conversor e VBN pode ser calculada por: ton e toff são os intervalos em que a chave TB+ fica ligada e desligada, respectivamente. • Assim, a saída do conversor Vo = VAN − VBN pode ser controlada através do ciclo de trabalho das chaves, sendo independente da magnitude e sentido de io. 9 𝑉𝐵𝑁 = 𝑉𝑑𝑡𝑜𝑛 + 0 ∙ 𝑡𝑜𝑓𝑓 𝑇𝑠 = 𝑉𝑑 𝑡𝑜𝑛 𝑇𝑠 = 𝑉𝑑 ∙ 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝐵+ Conversor em Ponte Completa • Nos conversores CC-CC de uma chave, discutidos anteriormente, a tensão de saída é unidirecional. E a modulação PWM utilizava uma onda dente de serra para realizar a comparação com o sinal de controle vcontrol. • Em contraste, a tensão de saída do conversor CC em ponte completa tem a polaridade reversível. Desta forma, a modulação PWM utiliza uma onda triangular para realizar a comparação com o sinal de controle vcontrol. • Para tanto, existem duas estratégias de chaveamento comumente utilizadas: PWM bipolar e PWM unipolar. 10 Conversor em Ponte Completa • No PWM bipolar, as chaves (TA+, TB−) e (TA −, TB+) são tratadas como pares de chaves. As chaves em cada par são ligadas e desligadas simultaneamente. • No PWM unipolar as chaves em cada perna são controladas independentemente uma da outra. • No conversor CC-CC em ponte completa, a corrente de saída não se torna descontínua como no caso dos conversores CC-CC com uma chave. 11 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar • Os sinais de chaveamento são gerados pela comparação da forma de onda triangular, vtri, com a tensão de controle, vcontrol. • Se vcontrol > vtri, TA+ e TB− são ligadas e TA− e TB+ são desligadas. • Se vcontrol < vtri, TA− e TB+ são ligadas e TA+ e TB− são desligadas . 12 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar 13 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar • O ciclo de trabalho, D1, do par (TA+, TB−): • O ciclo de trabalho, D2, do par (TA −, TB+): • A tensão média de saída: 14 𝐷1 = 𝑡𝑜𝑛 𝑇𝑠 = 1 2 1 + 𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 𝑉𝑡𝑟𝑖 𝐷2 = 1 − 𝐷1 𝑉𝑜 = 𝑉𝑑 𝑉𝑡𝑟𝑖 𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 = 𝑘𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar • A equação anterior demonstra que no conversor CC- CC em ponte completa, similar aos conversores com uma chave, a tensão média de saída varia linearmente com o sinal de controle de entrada. • A forma de onda da tensão de saída, vo, mostra que a tensão é alterada entre +Vd e −Vd. Esta é a razão pela qual esta estratégia de chaveamento é chamada de PWM bipolar. 15 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar • O ciclo de trabalho D1 pode ser variado entre 0 e 1, dependendo da magnitude e da polaridade de vcontrol. Assim, Vo pode ser alterado em uma faixa de −Vd a +Vd. • Neste caso, a tensão de saída do conversor é independente da corrente de saída io, desde que o dead-time seja desprezado. 16 Conversor em Ponte Completa PWM Bipolar • A corrente média de saída pode ser positiva ou negativa. Para pequenos valores de Io, io pode ser positiva ou negativa durante um ciclo. • Quando Io > 0 a potência média flui de Vd para Vo. • Quando Io < 0 a potência média flui de Vo para Vd. 17 18 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar • Analisando o conversor abaixo é possível concluir que vo = 0, se as chaves TA+ e TB+ estiverem ligadas ou se as chaves TA− e TB− estiverem ligadas. E esta característica é utilizada na modulação PWM unipolar. 19 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar • Uma forma de onda triangular é comparada com as tensões de controle vcontrol e −vcontrol para determinar os sinais de chaveamento para as pernas A e B, respectivamente. • A comparação de vcontrol com vtri controla as chaves da perna A, enquanto as chaves da perna B são controladas pela comparação de −vcontrol com vtri. 20 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar • Se vcontrol > vtri, TA+ é ligada e TA− é desligada. • Se vcontrol < vtri, TA− é ligada e TA+ é desligada. • Se −vcontrol > vtri, TB+ é ligada e TB− é desligada. • Se −vcontrol < vtri, TB− é ligada e TB+ é desligada. 21 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar 22 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar • O ciclo de trabalho, D1, da chave TA+: • O ciclo de trabalho, D2, da chave TB+: • A tensão média de saída: 23 𝐷1 = 𝑡𝑜𝑛 𝑇𝑠 = 1 2 1 + 𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 𝑉𝑡𝑟𝑖 𝐷2 = 1 − 𝐷1 𝑉𝑜 = 2𝐷1 − 1 𝑉𝑑 = 𝑉𝑑 𝑉𝑡𝑟𝑖 𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 = 𝑘𝑣𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙 Conversor em Ponte Completa PWM Unipolar • A equação da tensão de saída no PWM unipolar é a mesma utilizada no PWM bipolar, variando linearmente com vcontrol. • Para uma mesma frequência de chaveamento a modulação PWM unipolar apresenta uma melhor forma de onda de tensão na saída do que o PWM bipolar. Pois, a frequência de chaveamento efetiva da tensão de saída é o dobro do PWM bipolar, reduzindo assim o ripple. 24 25 Exemplo 01 Para um conversor CC em ponte completa com modulação PWM bipolar calcule os ciclos de trabalho, D1 e D2, dos pares de chaves. Considere, Vd = 48 V e Vo = 36 V. 26 Comparação entre os Conversores CC-CC • Os conversores buck, boost e buck-boost transferem energia em uma única direção. Como consequência de produzirem tensão e corrente unidirecionais. • O conversor CC-CC em ponte completa é capaz de trabalhar com um fluxo de potência bidirecional. Em que, Vo e Io são independentes um do outro. • Esta capacidade de operar nos quatro quadrantes do plano Vo-Io permitem que o conversor em ponte completa seja utilizado como conversor CC-CA. 27 Comparaçãoentre os Conversores CC-CC • Para avaliar a utilização das chaves nos circuitos dos conversores apresentados, algumas suposições serão feitas: 1. A corrente média de saída, Io, está com seu valor nominal e o ripple na corrente do indutor é desprezível, iL(t) = IL. 2. A tensão de saída, vo, está no seu valor nominal e o ripple em vo é desprezível, vo(t) = 𝑉𝑜. 3. A tensão de entrada Vd pode variar. Para Vo constante deve ser feito o controle pelo ciclo de trabalho. 28 Comparação entre os Conversores CC-CC • Dadas as condições expostas, a potência nominal da chave pode ser calculada pela equação PT = VTIT. Sendo VT a tensão de pico sobre a chave e IT a corrente de pico. • O fator de utilização da chave é expresso pela equação Po/PT. Sendo Po = VoIo a potência de saída nominal do conversor. 29 Comparação entre os Conversores CC-CC • Fator de utilização das chaves nos conversores CC- CC. 30 Comparação entre os Conversores CC-CC • Para os conversores abaixador (buck) e elevador (boost), se as tensões de entrada e saída são da mesma ordem de magnitude, o fator de utilização da chave é alto. • No conversor buck-boost, o fator de utilização é baixo. O máximo fator é 0,25 para D = 0,5, o que corresponde a Vo = Vd. • No conversor em ponte completa o fator de utilização também é muito baixo. 31 Comparação entre os Conversores CC-CC • Considerando o fator de utilização da chave o uso de conversores buck e boost é aconselhável. • Se tanto uma tensão menor ou maior que a entrada, ou ainda, de polaridade negativa com relação a entrada for necessária, o conversor buck-boost será a escolha. • Mas, se o necessário for a operação nos quatro quadrantes, a escolha será o conversor em ponte completa. 32 Referências Bibliográficas • Mohan, N., Undeland, T. M. e Robbins, W. P., “Power Electronics – Converters, Applications and Design”, Wiley, 2013. • Rashid, M. H., “Eletrônica de Potência – Dispositivos, Circuitos e Aplicações”, Pearson, 2014. • Ahmed, A., “Eletrônica de Potência”, Pearson, 2000. • da Silva, V. F., Apostila de Eletrônica de Potência, 2013. 33