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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RECURSOS 
FINANCEIROS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Diana Cristina de Abreu 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
 Entre as tarefas da gestão escolar, está o gerenciamento do espaço 
físico e o patrimonial da instituição escolar. Como vimos anteriormente, essa 
gestão financeira deve ocorrer de acordo com os princípios da gestão 
democrática, portanto, devem estar envolvidos todos os sujeitos que compõem 
a gestão escolar. Membros dos Conselhos Escolares, as Associações de Pais, 
Professores e Funcionários devem estar atentos aos recursos que chegam à 
escola, como ele será gasto, mas também preocupar-se com a preservação e o 
cuidado do patrimônio material e imaterial, ou seja, os aspectos físicos e 
simbólicos que integram uma determinada instituição escolar a uma 
comunidade específica. Nesse sentido, vamos tecer algumas considerações 
acerca da gestão do patrimônio da escola. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 Os trabalhadores que estão nos espaços das instituições escolares não 
são especialistas em arquitetura, engenharia, nem experts em gestão do 
patrimônio público, entretanto, em suas atividades cotidianas, vivenciam ou já 
vivenciaram diferentes dificuldades, como entraves relacionados a problemas 
na ventilação ou na iluminação, ou, ainda, a falta de um determinado 
equipamento e/ou material para uma aula. Também há aqueles casos em que 
materiais caros são apenas empilhados em determinado local, esquecidos, não 
sendo usados por falta de comunicação. Situações assim demonstram má 
gestão, ou secundarização da gestão patrimonial, e esdas questões precisam 
ser cuidadas e debatidas no cotidiano escolar. 
 
TEMA 1: PATRIMÔNIO PÚBLICO E PRIVADO E A GESTÃO DOS RECURSOS 
FINANCEIROS 
 O conceito de patrimônio público, em geral, é entendido como algo de 
domínio público e, portanto, de todos e todas. Isso não significa que podemos 
utilizá-los para fins privados. Ao contrário, por ter uma natureza pública, deve 
ser cuidado e controlado por todos os envolvidos, pressupondo sua 
preservação. Assim, deve ser o trato com a coisa pública no ambiente escolar. 
Conforme sugere Freitas (2009, p. 24): 
 
3 
 
O patrimônio público [...] é de domínio público, isto é, de todos, não pertencendo a 
um único indivíduo ou a um determinado grupo. São essas características que 
também conferem às instituições públicas, bem como a toda sociedade, o dever 
de preservar, conservar, manter os bens que o compõem. A preservação do 
patrimônio público é, portanto, dever de todos. 
 
 No caso da escola, é uma incumbência da gestão escolar cuidar do 
patrimônio que está vinculado a ela. Ao gestor cabe, em primeira instância, 
adotar as medidas necessárias à sua preservação e conservação. Em geral, 
são designados funcionários que vão acompanhar e organizar a gestão do 
patrimônio da instituição escolar no cotidiano. Na ausência desse funcionário, o 
gestor da instituição escolar assume mais essa tarefa, a qual não é menor, ela 
está relacionada à gestão dos recursos financeiros e à gestão pedagógica da 
educação. 
 Em geral, temos um sério problema na gestão da coisa pública. Sobre 
isso, temos dois aspectos importantes para ser problematizado: 
 o público não considera seu, o que é público; 
 não se consideram parte de um público. 
 
 Para Rezende (2009,) isso nos permite considerar duas origens de 
ameaça ao patrimônio: uma interna, representada pela própria comunidade 
escolar; e outra externa, representada por pessoas ou instituições que estão 
fora da escola. Tais origens sugerem que a gestão do patrimônio seja feita por 
meio de estratégias que considerem os públicos interno e externo da escola. 
 Freitas (2009) considera como no cotidiano das instituições públicas 
atitudes de não cuidado e preservação patrimonial assumem dimensão 
corriqueira e naturalizada, citando exemplos simples, como usar uma folha 
inteira de sulfite para anotar um número de telefone, ou varrer o pátio usando a 
mangueira jorrando litros e litros de água. Toda ação que ocorre no espaço 
físico da escola tende a ser pedagógica, portanto, o todo deve ser pensando 
para que possam ser encontradas soluções de preservação e pertencimento ao 
patrimônio da escola. 
 Ações positivas colaboram para o processo formativo do cidadão. 
Segundo Freitas (2009, p. 25), 
 
4 
 
[...] o simples ato de apagar as luzes de um ambiente onde não há ninguém, 
fechar uma torneira que está pingando, não jogar lixo no chão; a distribuição e o 
uso racional dos materiais de limpeza, higiene e expediente, bem como da água e 
da eletricidade são atitudes cidadãs que exercem influência positiva sobre o outro, 
educando-o. 
 
 O espaço físico de uma instituição escolar deverá ser um ambiente 
educador. Nesse sentido, há muita importância social em uma instituição 
assim, ao ser reconhecida e identificada por desenvolver em seus educandos 
uma atitude de preservação do patrimônio escolar. 
 Rezende (2009, p. 21) sugere que a instituição escolar “está inserida em 
uma comunidade, com a qual se identifica e interage”. Nessa interação, estão 
envolvidos o “público interno e externo torna imperativa a necessidade de 
articulação entre as estratégias de gestão do patrimônio escolar que envolvam 
esses dois públicos”. 
 Para combater as práticas do público não considera seu, o que é 
público, e daqueles que não se consideram parte de um público, é fundamental 
esta articulação. A participação de integrantes da comunidade local na vida da 
escola pública se dá, em primeiro lugar, no que é essencial ou específico da 
função social escolar: a oferta de ensino a crianças, jovens e adultos. No 
entanto, por se tratar de uma escola pública, que com frequência constitui 
verdadeiro polo de integração comunitária, o uso social de seu patrimônio não 
se limita às atividades escolares propriamente ditas, como se pode verificar 
pelas demandas comunitárias por quadras de esportes, auditórios, bibliotecas, 
laboratórios de informática e, às vezes, até cozinhas. (Rezende, 2009). 
 
TEMA 2: PATRIMÔNIO PÚBLICO – MATERIAL E IMATERIAL 
 É importante compreendermos que existe nacionalmente definições para 
o patrimônio público e sua caracterização. A Lei 4.717, de 29 de junho de 1965, 
no artigo primeiro, parágrafo primeiro, apresenta a seguinte definição: 
“Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens 
e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico”. 
 
5 
 
 Nesse sentido, o fato de pertencer a um ente público vinculando-se a 
União, estados e/ou Municípios, ou ainda suas fundações, autarquias e 
empresas públicas caracteriza algo como patrimônio público. Para Freitas 
(2009), “Contudo, ao aprofundarmos a discussão acerca do conceito de 
‘público’, veremos que este termo também se aplica aquilo que é relativo ou 
pertencente à uma coletividade, que pertence a todos”. 
Portanto, em uma acepção mais ampla, patrimônio público pode ser 
compreendido como o conjunto de bens e direitos que pertence a todos e 
não a um determinado indivíduo ou entidade. De acordo com essa visão, o 
patrimônio público é um direito difuso, indivisível, do qual são titulares 
pessoas indeterminadas e ligadas umas às outras pelo fato de serem 
cidadãos, serem o povo para o qual o estado e a administração existem. 
Nesse sentido, o patrimônio público não tem um titular individualizado ou 
individualizável: é de todos, e de toda a sociedade. (FREITAS, 2009, p. 27). 
 
 Ainda do ponto de vista legal, a Constituição Federal define o seguinte: 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e 
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver;III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às 
manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá 
o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, 
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e 
preservação. 
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação 
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela 
necessitem. 
 
 A legislação define, portanto, a existência do patrimônio material e do 
imaterial. Ou seja, o patrimônio material se constitui de bens e imóveis (terreno 
e prédio) e de bens móveis (mobiliário, equipamentos etc.), mas o conceito 
também está articulado ao patrimônio imaterial, aquilo que constitui a 
identidade da escola, historicamente construída em sua relação com a 
comunidade, a partir do seu projeto pedagógico e de sua evolução ao longo 
tempo (Rezende, 2009). 
 
6 
 
 Além dessa classificação de patrimônio como sendo material e imaterial, 
é importante caracterizarmos o que vem a ser um “Bem Público” – definição 
que está presente no Código Civil: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, 
inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito 
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Freitas (2009, p. 30) ainda acrescenta que os bens públicos, presentes 
em uma instituição escolar, podem ser classificados como: 
 Bens imóveis – são os prédios e edificações pertencentes aos entes públicos, 
destinados a sediar suas atividades. 
 Materiais ou bens de consumo – são os produtos que podem ser 
armazenados ou que serão consumidos imediatamente após sua chegada. 
Nesse grupo estão incluídos materiais de expediente (papéis, canetas 
esferográficas, giz para o quadro, grampos, envelopes), artigos de higiene 
pessoal e de limpeza e conservação, entre outros. 
 Materiais o bens permanentes – são o mobiliário, os equipamentos, os 
eletroeletrônicos, os utensílios de cozinha, os aparelhos e equipamentos para a 
prática de esportes, veículos e semelhantes. 
 Materiais de distribuição gratuita – são materiais como os livros didáticos, os 
medicamentos, os óculos, as medalhas, os troféus, entre outros. 
 
TEMA 3: O PATRIMÔNIO ESCOLAR E SUA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE 
 Vimos que a escola está inserida em uma comunidade, com a qual se 
identifica e interage, e que a constante interação com o público interno e o 
externo torna imperativa a necessidade de articulação entre as estratégias de 
gestão do patrimônio escolar que envolvam esses dois públicos. (Rezende, 
2009). 
 Uma importante possibilidade de interação entre a escola e a 
comunidade, objetivando a preservação do patrimônio é a abertura de espaços 
e equipamentos escolares para toda a comunidade. E essa não é uma tarefa 
fácil. Mas existem muitas experiências nesse sentido. Um passo inicial é 
compreender o entorno da instituição escolar como um entorno abundante de 
vivências para crianças e jovens. E para cada um dos sujeitos, dependendo de 
 
7 
 
sua posição social, a cidade, o bairro a rua, podem se apresentar das maneiras 
mais variadas. 
 
Cada um desses pontos de vista demanda estratégias e conhecimentos 
diferentes: encontrar o caminho mais rápido é um saber valioso para quem vê a 
cidade como um lugar de passagem, assim como saber por onde e como se 
locomover com segurança é valioso para quem a vê como um lugar perigoso. 
(Leite, 2015). 
 
 Na prática, ao se encontrarem, escola e comunidade interagem e trocam 
saberes, propiciando a construção de uma comunidade de aprendizagem, na 
qual podem ser utilizados pela comunidade escolar tanto o espaço patrimonial 
da escola quanto os espaços da própria comunidade (espaços privados) e 
espaços públicos no entorno da escola (praças, ruas, bosques, parques etc.), 
transformando-os, assim, em espaços educativos. 
 Nesse sentido, poderíamos falar de um princípio educativo do uso social 
da escola, esse uso social efetiva-se na vontade da comunidade de participar 
da vida escolar, sentir-se um público que participa de algo que é e deve ser 
público – logo, que é seu (Rezende, 2009). 
 Conforme sugere Pádua (2014), para que os objetivos de ensino-
aprendizagem sejam atingidos, o gestor do patrimônio deve incluir no 
planejamento pedagógico a verificação das necessidades escolares (de ordem 
pessoal, material e de equipamentos...). Acrescentamos aqui que, para uma 
boa integração com a comunidade, é necessário colocar a instituição escolar 
como um “braço” efetivo do Estado (poder público) naquela comunidade. 
Nesse sentido, quando se elabora um projeto político pedagógico, as 
instituições escolares devem preocupar-se com o entorno, elaborar um 
profundo diagnóstico das condições da comunidade, levantar dados efetivos 
sobre o perfil socioeconômico e condições de escolarização da comunidade. 
 Assim, não se trata de eliminar os conflitos do cotidiano escolar, e sim 
fazermos os enfrentamentos que forem necessários, para fazermos da escola 
uma espaço mais democrático. Nesse sentido, conforme Saviani (1995, p. 21), 
destacamos que “o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e 
intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida 
histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. 
 
8 
 
 
O contexto educacional é constituído por sujeitos, sujeitos esses que se 
encontram e foram construídos a partir de uma dada realidade social. Partindo 
deste pressuposto, pode-se pensar que os fenômenos educacionais, entre eles: a 
relação professor/aluno, a seleção de conteúdos, a metodologia adotada, a forma 
de avaliação utilizada, o fracasso escolar e outros, não têm sua origem 
unicamente na sala de aula nem em processos cognitivos individuais. Ao 
contrário, eles extrapolam a sala de aula e os muros da escola. (Cordeiro; 
Donaduzzi, 2010) 
 
De acordo com o art. 12. da Lei 9.394/96, os estabelecimentos de 
ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a 
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica. Nesse sentido, 
as escolas, seguindo a LDB, devem refletir sobre o ato intencional de educar 
em um Projeto Político Pedagógico, o qual deve articular as dimensões 
financeira, administrativa e patrimonial da instituição escolar. 
 
TEMA 4: UTILIZAÇÃO, MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 
ESCOLAR 
 A utilização, a manutenção e a conservação do patrimônio escolar 
constituem importantes diferenciais da gestão escolar, não sendo, portanto, 
apenas elementos burocráticos do cotidiano escolar. Ao contrário, têm 
intrínseca relação com a natureza pedagógica de qualquer instituição de 
ensino. 
 Se o professor necessita de um equipamento para uma aula de 
laboratório na disciplina de Ciências, e a escola não possui o equipamento, 
isso compromete a qualidade daquela aula. Portanto, quando chega um 
recurso que pode ser gasto com esse tipo de material, a escola deve 
preocupar-se com isso, garantindo a articulação entre os recursos financeiros e 
o atendimento de necessidades pedagógicas existentes. 
 Por isso, a compra dos materiais deve ser decidida pela coletividade, 
visando atender às prioridades do espaço educativo. Outro fenômeno que 
observamos é que em uma mesma rede de ensino há escolas construídas na 
mesma época e com os mesmos padrões arquitetônicos, porémapresentam 
diferentes condições de uso, manutenção e conservação. 
 
9 
 
 Nesse caso, obviamente, devemos chamar a atenção para a forma 
como as gestões da instituição escolar cumprem e zelam por suas funções no 
cuidado com o patrimônio. 
A diferença entre a gestão do patrimônio em uma e outra escola decorre de vários 
fatores, como a sua localização, a participação da comunidade e, sobretudo, a 
forma como sua equipe gestora planeja e organiza o trabalho escolar. O 
planejamento e a organização exigem da equipe gestora de uma escola o domínio 
da arte de conciliar o tempo e os recursos humanos e materiais no espaço 
escolar. Essa arte, por sua vez, pressupõe conhecimentos, algumas vezes 
técnicos e não raramente de outras áreas, como engenharia e arquitetura, e 
saberes da prática diária. (Rezende, 2009). 
 
 
Infraestrutura, equipamentos e mobiliário escolar 
 
 O patrimônio não é constituído apenas por bens de capital – como 
mobiliário, equipamentos, instalações e pequenos objetos duráveis –, mas 
também de outros materiais perecíveis que não podem ser fontes de 
desperdício e evasão de recursos financeiros, motivados pela formação de 
grandes estoques e suas consequências, como produtos vencidos e 
desatualizados, entre outros. Rezende (2009) sugere que “Podemos afirmar 
que, antes de qualquer gasto, temos de fazer um bom planejamento das 
atividades, identificando assim as necessidades em termos de dimensões – 
tamanho, número –, durabilidade, transporte, montagem e segurança dos 
recursos materiais da escola”. 
64 Assim, há um conjunto de possibilidades de uso dos recursos financeiros 
na ampliação, na manutenção e na conservação do patrimônio da instituição 
escolar: 
 
10 
 
 
 
Equipamentos e material permanente 
 Considerando os recursos que chegam à escola, por meio da sua 
Unidade Executora (APPFs), via FNDE, ou seja, o Programa Dinheiro Direto na 
escola (PDDE), os recursos desse programa destinam-se à cobertura de 
despesas de custeio, manutenção e pequenos investimentos, de forma a 
contribuir, supletivamente, para a melhoria física e pedagógica dos 
estabelecimentos de ensino beneficiários, devendo ser empregados nas 
seguintes situações: aquisição de material permanente, quando receberem 
recursos de capital; manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade 
escolar; aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da 
escola. 
 O próprio Manual de Orientações Básicas do PDDE, disponível no site 
do FNDE, estabelece a diferenciação entre o que pode ou não ser comprado 
com as verbas, e assim ocorre também com os outros recursos 
descentralizados que chegam às escolas. 
 Entretanto, é importante destacarmos que os recursos de custeio são 
aqueles destinados à aquisição de bens e materiais de consumo e à 
contratação de serviço para a realização de atividades de manutenção, 
necessárias para o funcionamento da escola. Alguns exemplos são: compra de 
papel, cartolina, material de limpeza, giz, tinta de parede, material para 
manutenção e reparo das instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias (fios, 
tomadas, interruptores, canos, conexões etc.) e, também, a contratação de 
serviços para a realização de pintura do prédio, reparos nas instalações 
elétricas, hidráulicas e sanitárias, bem como reparo de equipamentos, desde 
que não sejam contratados servidores que tenham vínculo com a 
administração pública de qualquer esfera de governo. 
 Já os recursos de capital são aqueles destinados a cobrir despesas 
com a aquisição de equipamentos e material permanente para as escolas, que 
resultem em reposição ou elevação patrimonial (Manual de Orientações 
Básicas do PDDE/2003). Exemplo: aquisição de bebedouro, fogão, armário, 
 
11 
 
ventilador, equipamento de informática, retroprojetor, projetor de slides, 
geladeira, mimeógrafo etc. 
 Na gestão dos recursos financeiros, membros das APPFS, Conselhos 
Escolares e gestores de escola devem saber essa diferenciação para evitar 
constrangimentos e dificuldades na utilização dos recursos financeiros 
disponíveis. 
 
TEMA 5: MATERIAL DE CONSUMO, MATERIAL DE DISTRIBUIÇÃO 
GRATUITA E PREMIAÇÕES 
 
 Há confusões entre o que é material de consumo, material permanente, 
material de distribuição gratuita e premiações, e essas confusões aparecem na 
hora de realizar a prestação de contas. Nesse sentido, o gestor escolar deve 
estar atento a essas especificações para que não faça classificação 
equivocada dos materiais. 
 
Material de consumo 
 Segundo Rezende (2009), os materiais de consumo são aqueles que 
têm duração inferior a dois anos. Além do material de reposição de 
equipamentos e de outros materiais permanentes, existe uma gama de 
pequenos materiais sem os quais são inviáveis as atividades de gestão e 
docência na escola, como os de expediente, giz, papel para desenho etc. 
 Os materiais de consumo não dispensam cuidados quanto à qualidade, 
ao custo de aquisição e manutenção, à versatilidade, à facilidade de operação 
e manuseio, à adequação e facilidade de transporte, à segurança e à estética, 
mas precisam ser consideradas questões relativas à quantidade e ao espaço 
para a manutenção de um estoque. 
 É importante ficar atento para as normas estabelecidas pelas Secretaria 
de Educação (estadual e/ou municipal) à qual a escola está vinculada. Como 
podem ser definidas especificidades de uma região para outra (mesmo 
sabendo que os gastos devem ser efetuados de acordo com a legislação 
nacional, neste caso, a LDB/1996 e sua definição do que é gasto com 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino), é importante saber onde qual 
 
12 
 
produto/bem de consumo poderá ser incluído, e isso é constante nas escolas, 
uma vez que a sociedade de consumo nos apresenta diariamente novas 
possibilidades. 
 Dessa forma, para registrar tal especificidade, utilizamos a classificação 
contida no manual elaborado pela SEED/Paraná no ano de 2016: 
 
Constituem despesa de Custeio, pois são bens com pouca durabilidade e por isso 
não recebem número de patrimônio. Exemplo: panelas, pratos, assentos e 
encostos para conjunto escolar, material de expediente, administrativo, etc. 
 
 
 
Material de distribuição gratuita e premiações 
Os materiais de distribuição gratuita, como os livros do Programa Nacional de 
Livro Didático (PNLD), medicamentos do Programa Saúde do Escolar ou mesmo 
óculos e aparelhos de audição, em geral não são adquiridos na própria escola. 
 
É evidente que a natureza da despesa – distribuição gratuita – não prescinde dos 
cuidados com a especificação e aquisição dispensados aos equipamentos, 
materiais permanentes e materiais de consumo. O controle de estoque aqui deve 
ser ainda mais rigoroso, evitando-se a compra em excesso, uma vez que essas 
ações, em geral, são descontínuas. (Martins; Aguiar, 2009, p. 69) 
 
Outros materiais que devem passar por controle e organização são as 
premiações culturais, artísticas, científicas, desportivas, uma vez que sua 
aquisição frequentemente é feita pela própria escola. Em síntese, apresenta-se 
um resumo dos principais elementos que compõem os três conjuntos de 
materiais abordados. 
 Conforme Rezende (2009, p. 70), 
 
O quadro que se segue apresenta um resumo dos principais elementos que 
compõem os três conjuntos de materiais abordados. 
 
Composição das categorias Equipamentos e Material Permanente, Material de 
Consumo e Material para Distribuição Gratuita e Premiações 
 
Categoria Elementos que a compõem 
 
13 
 
Equipamentos e 
Material Permanente 
(EMP) 
Aparelhos e equipamentos para esporte, diversões, 
aparelhos e utensílios domésticos, coleções e materiais 
bibliográficos, instrumentos musicais e artísticos, 
maquinas, equipamentos e aparelhos diversos e de 
escritório, mobiliário em geral. 
Material de Consumo 
(MC) 
Materiais laboratoriais, materiais de expediente, materiais 
de construção para reparoem imóveis, materiais para 
fotografia e filmagem e materiais para instalação elétrica 
e eletrônica. 
Material de 
Distribuição Gratuita 
(MDG) 
Livros didáticos, medicamentos e outros materiais que 
possam ser distribuídos gratuitamente. 
Premiações (PREM) Prêmios e condecorações, medalhas e troféus. 
 
 
FINALIZANDO 
 Nesta aula, buscamos conceituar gestão patrimonial das instituições 
escolares. Nesse sentido, apresentamos uma diferenciação entre patrimônio 
material e imaterial; refletimos sobre a necessária articulação entre patrimônio 
escolar e a comunidade, entendendo, assim, a gestão do patrimônio numa 
dimensão pedagógica. Por fim, apresentamos as classificações dos bens 
(material de consumo, material permanente, material de distribuição gratuita, 
premiações) e algumas alternativas quanto à utilização, à manutenção e à 
conservação do patrimônio escolar. 
 
Saiba Mais 
 Em seu livro O que é a educação, Carlos Rodrigues Brandão (1985, p. 
7) revela que 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um 
modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para 
aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser 
ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. 
 Para discutirmos o conceito de patrimônio imaterial e a articulação da 
escola e de seu patrimônio à comunidade que a cerca, precisamos 
 
14 
 
compreender a multiplicidade de relações entre os sujeitos presentes na 
escola. Nesse sentido, sugiro este vídeo para refletirmos sobre a natureza 
dessas relações: 
 <https://www.youtube.com/watch?v=JkaEf362mtE> 
 
REFERÊNCIAS 
CAMARGO, C. Planejamento financeiro. Curitiba: Ibpex, 2007. 
CASTRO, A. P. P. A gestão de recursos financeiros e patrimoniais da escola. 
Curitiba: Intersaberes, 2014. 
CORDEIRO, M. H.; DONADUZZI, A.; SCHLINDWEIN, S. M. Psicologia e 
educação: Representação social do bom aluno: implicações éticas na 
educação. In: PLONER, K. S. et al. (org.). Ética e paradigmas na psicologia 
social. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. p. 152-
162. 
FREITAS, O. Administração de materiais. Brasília: Universidade de Brasília, 
2009. 
MARTINS, R. C. R; AGUIAR, R. R. Progestão: como gerenciar o espaço físico 
e o patrimônio da escola? Brasília: Consed, 2001. 
SEED/PARANÁ. Guia patrimonial – Procedimentos para as Instituições da 
Rede Estadual de Ensino. Disponível em: Disponível em: 
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/patrimonio/guia_patrimonial2016
.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017. 
SAVIANI, D. Escola e democracia. 31. ed. Campinas: Autores Associados, 
1997. (Polêmicas do Nosso Tempo). v. 5. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=JkaEf362mtE

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