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Medicin� basead� e� evidência� Objetivo 1: Compreender o MBE, seus tipos de estudo e sua relação com o PBL ºConceito: MBE é originalmente definida como o uso consciente, explícito e crítico da melhor evidência atual, integrado com a experiência clínica, e aos valores e preferências do paciente. A MBE tem para nortear as tomadas de decisões sobre os cuidados em saúde, o compromisso da busca explícita e honesta das melhores evidências científicas da literatura médica. O objetivo é praticar uma medicina mais efetiva e científica, capaz de otimizar benefícios e minimizar riscos e custos (forma de evitar desperdício de recursos). º Tipos de estudos: DOE ( evidência orientada à doença): estes estudos abordam desfechos intermediários, como redução da pressão ou do colesterol. Tem importância no contexto de pesquisa e não deveriam influenciar mudanças na prática diária, no sentido de tomada de decisões. POEM (evidência importante orientada ao paciente): é destes estudos que vão surgir as evidências mais relevantes para a prática diária. Medem o impacto das intervenções em termos de mortalidade, custos para o paciente, tempo de internação, ganho em qualidade de vida. Ex: A reposição hormonal nas mulheres menopausadas, a chamada TRH, foi inicialmente bem recebida pela comunidade científica e médica. Afinal, ela não só reduzia os níveis de colesterol, como aumentar o HDL e prevenia contra fraturas decorrentes da osteoporose. Contudo, essa impressão era baseada apenas na análise dos desfechos intermediários. Quando foi feito um grande ensaio clínico acompanhando milhares de mulheres durante vários anos, verificou-se que o hormônio aumentava os riscos de morte por problemas cardiovasculares e câncer de mama. ºEstudos p/ geração de evidências: Estudo clínico randomizado: É um estudo prospectivo, onde uma intervenção será testada em pelo menos dois grupos aleatórios de indivíduos, por um tempo determinado. O termo “controlado” significa que há grupo controle. Os ensaios clínicos randomizados são estudos primários que respondem a questões de tratamento e prevenção. Os ensaios clínicos randomizados são considerados nível II de evidências, pois possuem um grupo controle. Revisão sistemática: É um tipo de estudo secundário que reúne de forma organizada resultados de pesquisas clínicas de boa qualidade, com o objetivo de facilitar as decisões clínicas. É um método utilizado na avaliação de um conjunto de dados provenientes de diferentes estudos. Busca coletar toda a evidência empírica que se encaixa em critérios de elegibilidade pré-definidos, com o objetivo de responder uma questão específica, método principal de síntese de evidências. As revisões sistemáticas são consideradas, atualmente, o nível I de evidências para qualquer questão clínica por sumariar sistematicamente informações sobre determinado tópico através de estudos primários. Ensaios clínicos controlados e aleatorizados: Considerado o padrão-ouro dos estudos por diminuir o efeito de variáveis de confusão e permitir a padronização da qualidade e quantidade dos fatores, tornando os resultados mais seguros. ( utilização de placebo em um grupo, esse é considerado como filtro) Meta-análises: Combina os resultados de um número de estudos que abordam a mesma questão e empregam métodos similares. Objetiva aumentar a força de estatística e obter conclusão definitiva. As melhores fazem uso de estudos controlados e aleatorizados, com várias fontes de revisões sistemáticas. Técnica estatística. Coorte: Nesse tipo de estudo, os participantes expostos e não expostos ao fator de risco – cigarro – são seguidos prospectivamente durante um período de tempo até os eventos de interesse aparecerem. Nesse estudo, é testada uma hipótese de associação. Quando lidamos com questões de fatores de risco, o estudo de coorte é considerado nível II de evidências, apenas sucedendo a revisão sistemática de coortes Série de casos: Estudo com número maior de pacientes, em geral mais de dez, podendo ser retrospectivo ou prospectivo. Frequentemente avalia acontecimentos passados. Não tem grupo de comparação, o que pode gerar conclusões errôneas ºRelação com o PBL: origem no Canadá Objetivo 2: entender como funciona a estratégia de PICO Auxilia na construção da pergunta de pesquisa e revisão da literatura. Pergunta de pesquisa adequada (bem construída) possibilita a definição correta de que informações (evidências) são necessárias para a resolução da questão clínica de pesquisa, maximiza a recuperação de evidências nas bases de dados, foca o escopo da pesquisa e evita a realização de buscas desnecessárias. Objetivo 3: Analisar o grau de recomendação e níveis de evidência Grau de recomendação: A Consiste em estudos de nível 1. Estudo com forte recomendação na escolha; são excelentes os níveis de evidência para recomendar rotineiramente a conduta. Os benefícios possuem peso maior que o dano. Há boas evidências para apoiar a recomendação. B Consiste em estudos do nível 2 e 3 ou generalização de estudos de nível 1. Estudo que recomenda a ação; são encontradas evidências importantes no desfecho, e a conclusão é de que há benefício na escolha da ação em relação aos riscos do dano. Há evidências razoáveis para apoiar a recomendação C Consiste em estudos de nível 4 ou generalização de estudos de nível 2 ou 3. Encontra mínimas evidências satisfatórias na análise dos desfechos, mas conclui que os benefícios e os riscos do procedimento não justificam a generalização da recomendação. Há evidências insuficientes, contra ou a favor. D Consiste em estudos de nível 5 ou qualquer estudo inconclusivo. Estudos com pobre qualidade. Há evidências para descartar a recomendação. Grau de evidência: A hierarquia dos níveis de evidências não é estática e, sim, dinâmica conforme a pergunta elaborada. Objetivo 4: Descrever o papel dos comitês de ética em pesquisa O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. Este papel está bem estabelecido nas diversas diretrizes éticas internacionais, diretrizes estas que ressaltam a necessidade de revisão ética e científica das pesquisas envolvendo seres humanos, visando a salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar do sujeito da pesquisa. Finalmente, o CEP exerce papel consultivo e, em especial, papel educativo para assegurar a formação continuada dos pesquisadores da instituição e promover a discussão dos aspectos éticos das pesquisas em seres humanos na comunidade. Dessa forma, deve promover atividades, tais como seminários, palestras, jornadas, cursos e estudo de protocolos de pesquisa. Existe também o CEUA, comissão de ética na utilização dos animais, é dever primordial da CEUA a defesa do bem-estar dos animais em sua integridade, dignidade e vulnerabilidade, assim como zelar pelo desenvolvimento da pesquisa e do ensino seguindo o padrão ético e acadêmico. Objetivo 5: Conhecer o Cochrane e demais bases de dados Objetivo contribuir para o aprimoramento da tomada de decisões em saúde, com base nas melhores informações disponíveis. A missão do Centro Cochrane do Brasil é elaborar, manter e divulgar revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados, o melhor nível de evidência para as decisões em saúde. Realiza revisões sistemáticas, pesquisa clínica e avaliações de tecnologias em saúde. Promove Workshops de revisão sistemática e metodologia de pesquisa, além de realizar consultorias científicas. A Colaboração Cochrane é um excelente avanço para a tomada de decisões no campo dos cuidados à saúde, sendo comparada com o Projeto Genoma em importância para a medicina clínica mundial. Os objetivos da Colaboração Cochrane são fornecer informação precisa sobre os efeitos do cuidado à saúde prontamente disponível por todo o mundo, produzir e disseminar revisões sistemáticas de intervenções aos cuidados à saúde, e promover a busca por evidências na forma de ensaios clínicos e outros estudos de intervenção. º Outras bases de dados: MEDLINE, EMBASE, SciELO, LILACS,ARCA