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PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 60 2. TEORIA DO ADENSAMENTO PRIMÁRIO 2.1 Introdução Adensamento é a gradual redução de volume de um solo saturado de baixa permeabilidade devido à drenagem da água de seus vazios, com o processo hidráulico-mecânico continuando até que o excesso de poropressão gerado por um incremento de tensão total tenha sido completamente dissipado. O adensamento envolve os seguintes fenômenos interconectados: aumento da tensão efetiva, decréscimo da poropressão, decréscimo do teor de umidade, decréscimo do volume do solo e rearranjamento das partículas sólidas. Se o excesso de poropressão for negativo, com o solo aumentando de volume no tempo, o processo é chamado de expansão. A maior parte deste capítulo é reservada para estudo da teoria do adensamento unidimensional (deformações verticais apenas) proposta por Terzaghi (1923), incluindo os métodos experimentais para avaliação de parâmetros geotécnicos, soluções aproximadas (algébricas e gráficas), formulações para cálculo do recalque de adensamento primário e de compressão secundária, técnicas para aceleração da dissipação dos excessos de poropressão (drenos verticais), imposição de pré-carregamentos para aceleração de recalques, entre outros tópicos. 2.2 EQUAÇÃO DIFERENCIAL GOVERNANTE DO FLUXO DE ÁGUA EM MEIOS POROSOS A Fig. 2.1 mostra o movimento da água ao longo de trajetórias curvas, chamadas de linhas de fluxo, no solo de fundação de uma barragem de concreto de grande comprimento perpendicular ao plano do papel, com cortina impermeável à montante, caracterizando um problema de fluxo 2D. Considere as condições de fluxo no ponto P, representado em escala majorada pelo prisma de arestas infinitesimais dx, dy, dz na mesma figura. A velocidade no ponto P é tangente à linha de fluxo e pode ser representada por suas componentes horizontal vx e vertical vy, lembrando que vz = 0 neste problema 2D. Assumindo que a água é incompressível, a vazão infinitesimal no elemento, definida como a diferença entre a vazão de entrada entdQ e a vazão de saída saidQ pode ser escrita como, saient dQdQdQ (2.1) zxyzyx ent ddvddvdQ (2.2) zxy y yzyx x x sai ddd y v vddd x v vdQ (2.3) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 61 zyx yx ddd y v x v dQ (2.4) (a) (b) Figura 2.1 - (a) Fluxo 2D no solo de fundação de barragem impermeável de concreto; (b) componentes de velocidade no elemento infinitesimal que representa o ponto P. A vazão no elemento de volume dV = dxdydz pode também ser expressa em função da variação com o tempo do volume de água dVw presente nos vazios dVw = SdVv onde S é o grau de saturação e dVv o volume infinitesimal de vazios. e ddd t Se t e edV S t SdV dV t dQ zyxv w 1 1 (2.5) observando que dxdydz/(1+e) = dVs é o valor constante do volume de sólidos, independente do tempo. Como as Eqs. (2.4) e (2.5) são equivalentes, e ddd t Se ddd y v x v zyx zyx yx 1 (2.6) dx x v v xx xv yv dy y v v y y PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 62 Considerando a lei de Darcy para regime de fluxo laminar xhkv xx e yhkv yy resulta t S e t e S ey h k yx h k x yx 1 1 (2.7) onde kx e ky são os coeficientes de permeabilidade principais. Hipótese 1: solo é homogêneo 0 ykxk yx t S e t e S ey h k x h k yx 1 1 2 2 2 2 (2.8) Hipótese 2: solo é homogêneo e isotrópico kkk yx t S e t e S ey h k x h k 1 1 2 2 2 2 (2.9) Hipótese 3: na equação (2.9) o índice de vazios varia com o tempo 0 te mas grau de saturação S=1 permanece constante 0 tS . t e ey h k x h k 1 1 2 2 2 2 (2.10) A Eq. 2.10 governa o adensamento 2D onde o solo permanece saturado mas o volume de vazios diminui (adensamento) ou aumenta (expansão) com o tempo. Hipótese 4: na equação (2.9) o índice de vazios permanece constante 0 te e grau de saturação permanece constante 0 tS . 000 2 2 2 2 2 2 2 2 2 h y h x h y h k x h k (2.11) A Eq. 2.11 governa o fluxo permanente 2D onde o solo permanece com volume e grau de saturação (S =1) constantes, assunto já tratado em disciplina anterior. Esta equação diferencial parcial linear é conhecida como equação de Laplace. 2.3 TEORIA DO ADENSAMENTO PRIMÁRIO DE TERZAGHI A teoria do adensamento de Terzaghi estuda a variação das poropressões com o tempo, sendo a deformação do esqueleto sólido determinada de forma independente com base na equivalência assumida entre a porcentagem média de dissipação dos excessos de proropressão Uv e o recalque de adensamento PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 63 primário no instante t. A teoria de Terzaghi é bastante utilizada na prática da engenharia geotécnica apesar de algumas limitações introduzidas por suas hipóteses básicas: a) solo isotrópico, completamente saturado; b) grãos minerais e a água são incompressíveis; c) validade da lei de Darcy; d) o coeficiente de adensamento cv permanece constante durante o adensamento; e) há uma única relação linear entre índice de vazios e tensão vertical efetiva que permanece constante durante o adensamento; f) as deformações que ocorrem no solo são infinitesimais. As maiores limitações1 dizem respeito às hipóteses d) e e). Evidências experimentais em solos mostram que o coeficiente de adensamento decresce rapidamente quando a tensão vertical efetiva atinge a pressão de pré- adensamento e o comportamento tensão x deformação é tampouco linear ou elástico. Ressalte-se, neste ponto, que a não linearidade da curva tensão x deformação pode ser incorporada na obtenção do recalque final de adensamento primário mas não na solução da equação do adensamento primária desenvolvida por Terzaghi. Considere a equação diferencial governante para o adensamento 2D (Eq. 2.10) t e ey h k x h k 1 1 2 2 2 2 (2.10) Para a situação 1D, admitindo z como eixo vertical t e ez h k z 1 1 2 2 onde (2.12) ess w e uuh zz h 1 2 2 2 2 (2.13) Como a carga de elevação he varia linearmente com a coordenada vertical z, resulta na Eq. (2.13) que 0zh 2e 2 . Como na condição permanente a poropressãouss 2 varia linearmente com a profundidade 3, então 0zu 2ss 2 e a Eq. 2.13 pode ser reescrita como: t e e1 1 z uk 2 e 2 w z (2.14) 1 “Considerando que a teoria de Terzaghi produz resultados aceitáveis em muitos casos de campo, alguns engenheiros sentem que se todas as hipóteses realistas fossem consideradas simultaneamente certos efeitos poderiam se cancelar mutuamente” - Mesri & Rokhsar, 1974. 2 O índice ss (steady state) denota a condição permanente em t 3 Relembrar que para fluxo 1D em regime permanente o gradiente hidráulico é constante. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 64 Considerando uma relação tensão x deformação linear para o esqueleto sólido, define-se como coeficiente de compressibilidade 4 'vv ddea (Fig. 2.2). Assim, pela regra da cadeia do cálculo diferencial e em conjunto com o princípio das tensões efetivas de Terzaghi para solos saturados, é possível escrever essv2 e 2 vw z ' v ' v 2 e 2 w z uu tz u a e1k t e e1 1 z uk (2.15) Figura 2.2 – Relação linear assumida entre a variação do índice de vazios ( e ) e a variação da tensão vertical efetiva ( ' v ) - Craig (2004). Como na condição permanente 0tuss , obtém-se então a equação de adensamento de Terzaghi cuja “dedução marca o início da moderna mecânica dos solos” (Lambe e Whitman, 1969). Desenvolvida na década de 1920, “é ainda ensinada para todo estudante de engenharia geotécnica, ainda usada por todo engenheiro geotécnico, mesmo quando métodos mais avançados são também ensinados ou eventualmente empregados” (Duncan,1993). vw z v vee v a ek c tt u z u c 1 2 2 (2.16) onde cv é denominado coeficiente de adensamento com unidades L 2 T-1. Se a tensão total permanecer constante 0tv a Eq. 2.16 se transforma em um caso particular da equação de difusão (Eq. 2.17). Note que pelo fato da tensão total ser considerada constante, a ocorrência de deformações do esqueleto sólido é totalmente devida ao acréscimo das tensões efetivas decorrente da gradual dissipação dos excessos de poropressão. 4 O sinal negativo se justifica porque há uma diminuição do índice de vazios com o aumento da tensão vertical efetiva e o parâmetro de deformabilidade av é definido como quantidade positiva. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 65 t u z u c e 2 e 2 v (2.17) A equação diferencial parcial Eq. 2.17 é linear, isto é o excesso de poropressão ue e suas derivadas aparecem somente na primeira potência e também não há produtos entre a variável ue e suas derivadas. A superposição de soluções é válida e a linearidade da equação governante torna conveniente a utilização de parâmetros normalizados com o objetivo de expressar a Eq. 2.17 de forma adimensional e assim obter uma solução matemática geral que facilite a apresentação de resultados sob a forma de gráficos e tabelas. Define-se os parâmetros adimensionais por, 2 v v H tc Te H z Z (2.18) onde z representa a profundidade de um ponto a partir do topo da camada de solo saturado, Z a profundidade adimensional, Tv o fator tempo, H a espessura de drenagem da camada, igual à sua espessura real dividida pelo número de faces de drenagem (2 para drenagem no topo e base; 1 para drenagem no topo ou na base). Logo, a Eq. 2.17 pode ser transformada em v e 2 e 2 v e v 22 e 2 2 v T u Z u T u c H 1 Z u H c (2.19) A solução da equação diferencial parcial (Eq. 2.19) naturalmente vai depender ainda das condições de contorno específicas do problema e de uma condição inicial, conforme algumas soluções típicas abordadas na seção seguinte. 2.4 SOLUÇÕES DA EQUAÇÃO DE DIFUSÃO 2.4.1 – Caso 1 a) Condição inicial – no instante inicial t0 excesso de poropressão u0 uniforme ao longo da espessura b da camada para 0 ≤ z ≤ b. b) Condições de contorno – para t > 0 excesso de poropressão nulo ue = 0 nos contornos em z = 0 (Z = 0) e em z = b (Z = 2), admitindo-se duas faces de drenagem (b = 2H). Antes de prosseguir, pergunta-se que tipo de carregamento produziria um excesso inicial de poropressão u0 uniforme com a profundidade e deformações laterais nulas? Considere a fundação circular perfeitamente flexível de raio R, uniformemente carregada (q), na superfície de um semi-espaço linearmente elástico, homogêneo e isotrópico. Como já estudado no capítulo 1, a distribuição dos acréscimos das tensões principais causado pelo carregamento PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 66 da fundação pode ser determinada analítica (Poulos e Davis, 1974) ou graficamente, conforme Fig. 2.3. Nesta figura observe que as deformações horizontais são nulas em x/R = 0 devido à simetria do problema em relação ao eixo z/R. Admitindo que o raio da fundação circular aumente infinitamente tal que, para qualquer ponto do maciço de solo P(x,z), resulte nos valores normalizados 0R/x e 0R/z , então o acréscimo de tensão vertical tende a tornar-se constante com a profundidade e igual ao valor do carregamento aplicado q. Observe também que as deformações horizontais seriam também nulas porque qualquer eixo vertical para uma fundação de raio infinito pode ser admitido como eixo de simetria ( 0R/x ). A designação 1D para o adensamento significa, portanto, unidimensional em termos de deformações, i.e. acontecem somente deformações verticais. Em campo, as condições para geração de deformações 1D implica portanto na aplicação de um carregamento (aterro, radier) de grandes dimensões e, em laboratório, no confinamento lateral das amostras de solo ensaiadas. Figura 2.3 – Distribuição dos acréscimos das tensões principais em um semi-espaço linearmente elástico, isotrópico e homogêneo gerados pelo carregamento uniforme ∆q em uma fundação circular perfeitamente flexível de raio R. Distribuição dos acréscimos 3 para ν = 0.45 (Lambe e Whitman, 1969). A solução analítica da equação diferencial 2.19 é dada pela série de Fourier (Taylor, 1948) 1m2 2 McomesenMZ M u2 u v 2TM 0m 0 e (2.20) graficamente representada na Fig. 2.4 onde Uz é a porcentagem (ou grau) de dissipação dos excessos de poropressão na profundidade normalizada Z para o fator tempo Tv. Define-se Uz como PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 67 1m2 2 MesenMZ M 2 1U u u 1 u uu U v 2TM 0m z 0 e 0 e0 z com (2.21) O progresso do adensamento no tempo é visualizado através da série de curvasda Fig. 2.4, chamadas de isócronas. A inclinação da isócrona em relação ao eixo vertical, para quaisquer valores de Z e Tv, é proporcional ao valor do gradiente hidráulico que gera o fluxo vertical transiente da água. Figura 2.4 – Porcentagem de dissipação do excesso de poropressão Uz em função da profundidade normalizada Z e do fator tempo Tv para excesso uniforme de poropressão inicial u0 (Lambe e Whitman, 1969). Entre os pontos A e B da Fig. 2.5 o fluxo transiente, vertical e ascendente, no fator tempo Tv, ocorre devido à seguinte diferença de carga hidráulica w B e B ssB e w A e A ssA e BA uuh uu hhhh (2.22) BzAz W 0B ss A ss w B e A e w B ssB e w A ssA e U1U1 u hh uuu h u hh 2.23 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 68 Admitindo-se em princípio que na condição permanente não há fluxo, então a diferença de carga total hss é nula 5 em t , 0hhh Bss A ssss W z0 W A z B z0 UuUUuh (2.24) Figura 2.5 – Diferença de carga hidráulica h entre os pontos A e B no fator tempo Tv. No limite, quando os pontos A e B coincidirem ( 0 ZHz ), o gradiente hidráulico no tempo Tv, considerando a Eq. 2.24, pode ser calculado por Z U H u Z U lim H u z h limi z W 0z 0Z W 0 0z (2.25) A interpretação geométrica da derivada Z Uz é a inclinação que a tangente à isócrona Tv, traçada pelo ponto na profundidade normalizada Z = z/H, forma com o eixo vertical Z. Estas considerações sobre a interpretação do gradiente hidráulico permitem fazer as seguintes observações em relação às isócronas da Fig. 2.4: a) imediatamente após a aplicação do carregamento surgem grandes gradientes hidráulicos nas proximidades do topo e da base da camada, indicando que há uma rápida variação do volume de solo nestas regiões. Em 5 se na condição permanente ocorrer diferença de carga total, uma solução do problema de fluxo permanente 1D deve ser adicionada à solução do problema de fluxo transiente (adensamento 1D). PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 69 contrapartida, no meio da camada (Z =1), deformações significativas começam a ocorrer somente para valores de Tv > 0.05; b) o gradiente hidráulico em Z = 1 é sempre nulo (tangente vertical), logo não há fluxo d’água através do plano médio da camada de solo; c) para Tv > 0.3 as isócronas são quase que curvas senoidais perfeitas, i.e. apenas o primeiro termo da série da Eq. 2.20 (m = 0 com M = /2) torna-se importante para definição da isócrona. 3.0TparaeZ 2 sen u4 u v T 40 e v 2 (2.26) Em termos de engenharia geotécnica, é mais conveniente conhecer, para certo valor do fator tempo Tv, a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv em toda a espessura da camada de solo saturado e não apenas em pontos isolados na profundidade normalizada Z. 0 e 0 e0 v u u 1 u uu U (2.27) onde eu é o excesso médio de poropressão na camada de solo saturado para determinado valor de Tv. O valor de eu pode ser calculado com base na equivalência das áreas da Fig. 2.6, uma compreendida entre a isócrona genérica Tv e o eixo vertical Tv (quando Uz = 100%) e outra área de forma retangular, com mesma espessura normalizada (Z=2), e largura igual ao valor médio do excesso de poropressão eu no mesmo fator tempo Tv. Figura 2.6 – Equivalência de áreas para determinação do excesso médio de poropressão eu no fator tempo Tv. 1m2 2 McomdZeMZsen M u2 2 1 udZuu2 v 2TM 2 0 0m 0 2 0 eee (2.28) ūe 2 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 70 0m TM 2 0 e 0m 2 0 TM 2 0 e 0cosM2cose M u uMZcose M u u v 2 v 2 com cos(0) =1 e cos(2M) = -1. Logo, 0m TM 2 0 e v 2 e M u2 u (2.29) 1m2 2 Mcome M 2 1 u u 1)T(U 0m TM 2 0 e vv v 2 (2.30) A Eq. (2.30) também pode ser aproximada, com boa precisão, pelas seguintes expressões algébricas propostas por Fox (1948): 60.0Upara085.0)U1log(933.0T 60.0UparaU 4 T v 2 vv (2.31) ou, alternativamente, ser estimada por meio da solução gráfica representada na Fig. 2.7 pela curva (1). Uma comparação dos valores obtidos pelas equações (2.30) e (2.31) é mostrada na Tabela 2.1. Tabela 2.1 – Comparação entre valores da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv. Tv Uv (%) Eq. 2.30 Uv (%) Eq. 2.31 0.001 03.57 03.57 0.010 11.28 11.28 0.020 15.96 15.96 0.030 19.54 19.54 0.040 22.57 22.57 0.050 25.23 25.23 0.060 27.64 27.64 0.070 29.85 29.85 0.080 31.92 31.92 0.090 33.85 33.85 0.100 35.68 35.68 0.200 50.41 50.46 0.300 61.32 61.33 0.400 69.79 69.79 0.500 76.40 76.40 0.600 81.56 81.56 0.700 85.59 85.59 0.800 88.74 88.74 0.900 91.20 91.20 1.000 93.13 93.13 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 71 Figura 2.7 – Relação entre porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv e fator tempo Tv (Craig, 2004). Teoricamente o adensamento primário se prolonga infinitamente no tempo ( t ) mas, para fins de engenharia, poderia ser escolhido um valor do fator tempo Tv que indicasse, na prática, o final do adensamento primário? Com base nos valores da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv da Tabela 2.2, geralmente se considera para propósito de engenharia o final do adensamento primário quando Tv = 1 (Lambe e Whitman, 1969). curva 1 curva 1 curva 1 curva 1 curva 2 curva 3 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 72 Tabela 2.2 - Porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão para alguns valores do fator tempo Tv. Tv Uv (%) Tv Uv (%) Tv Uv (%) 1 93.13% 2 99.42 3 99.95 Para consolidar os conceitos introduzidos até este ponto será resolvido em sala de aula o exercício proposto 1. 2.4.2 – Caso 2 a) Condição inicial – no instante inicial t0 excesso de poropressão u0 uniforme ao longo da espessura b dacamada para 0 ≤ z ≤ b. b) Condições de contorno – para t > 0 excesso de poropressão nulo ue = 0 no contorno em z = 0 (Z = 0) e velocidade de fluxo nula ( 0 zuzhi e ) no contorno impermeável em z = b (Z = 1), admitindo-se única face de drenagem (b = H). Alternativamente, com condições de contorno intercambiadas entre os contornos em Z = 0 e Z = 1. Neste caso as soluções obtidas no caso 1 para porcentagem de dissipação dos excessos de poropressão Uz na profundidade normalizada Z, no fator tempo Tv (Eq. 2.21 e Fig. 2.4), bem como para porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv no fator tempo Tv (Eqs. 2.30 e 2.31, Fig. 2.7, Tabela 2.1) continuam válidas, porém restritas ao intervalo 0 ≤ Z ≤ 1. Note que se no caso 1 (dupla drenagem) uma camada de solo de espessura b atingir determinado valor de Uv no tempo t1, então a mesma camada, porém com drenagem simples (caso 2), atingirá a mesma porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv no tempo t2 = 4t1. 1222v21v 2 v 1 v 2 vv 1 vv t4t b tc 2 b tc TTTUTU (2.32) 2.4.3 – Caso 3 Quando a distribuição inicial do excesso de poropressão for uma função da profundidade u0 = u0(z) então a solução da equação da difusão (Eq. 2.19) é dada por ...2,1ncomeH2 zn sendz H2 zn sen)z(u H 1 u 4 Tn 1n H2 0 0e v 22 (2.33) Uma das únicas soluções de interesse prático na engenharia é a variação linear (triangular, trapezoidal) dos excessos iniciais de poropressão. Uma distribuição triangular pode ser gerada em campo pela redução da poropressão em aquífero granular por bombeamento (extração d’água da camada de areia inferior na Fig. 2.8a) ou pela variação do nível do lençol freático na camada permeável superior da Fig. 2.8b. Outros exemplos são o adensamento de PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 73 aterros hidráulicos devido ao peso próprio (Fig. 2.8c) ou o carregamento de fundações superficiais (Fig. 2.8d) onde a distribuição dos acréscimos iniciais de poropressão ao longo do eixo pode ser aproximada por uma distribuição trapezoidal (aproximação da distribuição dos acréscimos de tensão vertical obtida da solução pela teoria da elasticidade linear do capitulo 1). Figura 2.8a - Uma camada de argila, inicialmente sujeita ao fluxo permanente 1D gerado na camada de areia inferior (aquífero granular artesiano). Na figura a carga de pressão do aquífero é reduzida para o valor da carga de pressão hidrostática por meio de bombeamento. Figura 2.8b - A carga hidráulica da camada de argila está inicialmente em equilíbrio com o nível do lençol freático 1, que é elevado para o nível 2 devido ao enchimento do reservatório de uma barragem situado nas proximidades, por exemplo. Admite-se que carga hidráulica da camada de areia inferior não seja modificada. Note a ocorrência combinada na camada de argila de fluxo transiente (ascendente e descendente) e fluxo permanente (descendente, da camada de areia superior para a camada de areia inferior). Figura 2.8c – Distribuição triangular do excesso inicial de poropressão causada pelo peso próprio do material lançado (Jumikis, 1962). PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 74 Figura 2.8d – Distribuição trapezoidal aproximada dos excessos iniciais de poropressão causada pelo carregamento de fundação superficial. A linha tracejada corresponde à distribuição dos acréscimos de tensão vertical pela teoria da elasticidade linear (Jumikis, 1962) a) Condição inicial – no instante inicial t0 distribuição triangular do excesso de poropressão u0 ao longo da espessura b da camada para 0 ≤ z ≤ b. b) Condições de contorno – para t > 0 excesso de poropressão nulo ue = 0 nos contornos em z = 0 (Z = 0) e em z = b (Z = 2), admitindo-se duas faces de drenagem (b = 2H). A solução analítica da equação diferencial Eq. 2.19 neste caso é dada por ...2,1 2 1 2 4 221 1 0 ncome Zn sen n u u vTnn n b e (2.34) onde Z é medido a partir do vértice da distribuição triangular e b0u representa o excesso de poropressão inicial na base desta distribuição. A porcentagem de dissipação do excesso de poropressão Uz na profundidade normalizada Z no fator tempo Tv é obtida pela Eq. 2.35 ou dos gráficos das isócronas da Fig. 2.9. ...2,1 2 1 2 1 1 4 22 1 1 00 0 ncome Zn sen n U u u u uu U vTnn n z b e b e b z (2.35) A porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv = Uv(Tv) é determinada pela equivalências das áreas da Fig. 2.10, em relação ao excesso de poropressão equivalente �̅�𝑏 na base da distribuição triangular. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 75 Figura 2.9 – Porcentagem de dissipação do excesso de poropressão Uz na profundidade normalizada Z, no fator tempo Tv, para distribuição triangular inicial de u0. Figura 2.10 – Equivalência de áreas de distribuição dos excessos de poropressão para determinado fator tempo Tv. ,...2,1 2 1 2 2 2 2 0 1 4 22 10 2 0 ndZe Zn sen n u udZu u n vTn n b b e b ,...2,1)0cos()cos( 2 1 2 1 4 22 10 nn n e n u u n vTn n b b uma série que apresenta termos positivos não nulos apenas para valores ímpares de n. ...,5,3,1 842 1 4 22 22 0 1 4 22 0 ne n u n e n u u n vTnb n vTnb b Logo, a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão, em relação ao excesso de poropressão inicial bu0 na base da distribuição triangular, é determinada por �̅�𝑏 𝑍 = 2 𝑍 = 0 𝑢𝑒 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 76 ,...,5,3,1ncome n 8 1 u u 1)T(U 1n 4 Tn 22b 0 b vv v 22 (2.36) Comparando as Eqs. 2.30 e 2.36, com nmM 2 )12( 2 , verifica-se que a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv = Uv(Tv) para a distribuição triangular com dupla face de drenagem (Eq. 2.36) é exatamente igual ao do caso 1 (Eq. 2.30). As soluções algébricas aproximadas (Eq. 2.31), bem como a solução gráfica da curva (1) da Fig. 2.7, podem então ser aplicadas no caso 3. Valores de Uv = Uv(Tv) permanecem os mesmos também para uma distribuição trapezoidal dos excessos iniciais de poropressão, conforme Tabela 2.1. Para consolidar os conceitos introduzidos até este ponto será resolvido em sala de aula o exercício proposto2. 2.4.4 – Caso 4 a) Condição inicial – no instante inicial t0 distribuição triangular do excesso de poropressão u0 ao longo da espessura b da camada para 0 ≤ z ≤ b. b) Condições de contorno – para t > 0 excesso de poropressão nulo ue = 0 no contorno em z = 0 (Z = 0) e velocidade de fluxo nula ( 0 zuzhi e ) no contorno impermeável em z = b (Z = 1), admitindo-se única face de drenagem (b = H). Alternativamente, com condições de contorno intercambiadas entre os contornos em Z = 0 e Z = 1. A distribuição dos excessos de poropressão com a profundidade para t > 0 deve ser obtida através de solução numérica aproximada da Eq. 2.19, visto que no decorrer do adensamento há uma reversão do sentido de fluxo transiente (Fig. 2.11). Até determinado valor do fator tempo Tv a drenagem ocorre em ambos os sentidos, delimitados pelo ponto da isócrona com tangente vertical. A partir deste valor de Tv a drenagem passa a acontecer apenas do contorno impermeável para o contorno permeável. Em relação à porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv = Uv(Tv) as soluções gráficas estão mostradas na Fig. 2.7 nas curvas (2) e (3), dependendo da posição da face impermeável em relação à distribuição triangular inicial de u0. A Tabela 2.3 mostra a relação entre Tv e Uv para ambos os casos de distribuição inicial dos excessos de poropressão: 𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 2 quando a base da distribuição triangular está junto à superfície impermeável e 𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 3 quando o vértice da distribuição triangular está junto à superfície impermeável. Note que 𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 1 = 𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 2+𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 3 2 (2.37) Para uma distribuição trapezoidal (𝑈𝑉 𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑧𝑜𝑖𝑑𝑎𝑙 ) utilizar a equação de Frohlich 𝑈𝑉 𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑧𝑜𝑖𝑑𝑎𝑙 = 2𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 1+ 𝑈𝑉 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 2(𝜂−1) 𝜂+1 (2.38) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 77 onde η é a razão entre os excessos de poropressão inicial na base e no topo da distribuição trapezoidal (𝑢0 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑢0 𝑡𝑜𝑝𝑜⁄ ). Figura 2.11 - Isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão com única face de drenagem, com reversão do sentido de fluxo no decorrer do adensamento (Craig, 2004). Tabela 2.3 - Porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão e única face de drenagem (Jumikis, 1962). Tv Uv (%) Curva 2 da Fig. 2.7 Uv (%) Curva 3 da Fig. 2.7 0.004 0.85 15.05 0.008 1.62 19.14 0.012 2.41 22.55 0.020 4.00 27.96 0.028 5.60 32.18 0.036 7.20 35.62 0.048 9.50 39.78 0.060 11.98 43.30 0.072 14.36 46.20 0.083 16.46 48.20 0.100 19.76 51.48 0.125 24.42 55.36 0.150 28.86 58.54 0.167 31.74 60.46 0.175 33.06 61.30 0.200 37.04 63.78 0.250 44.32 68.12 0.300 50.78 71.86 0.350 56.49 75.15 0.400 61.54 77.92 0.500 69.94 82.86 0.600 76.52 86.60 0.700 81.65 89.53 0.800 85.66 91.82 0.900 88.80 93.58 1 91.25 95.01 2 99.30 99.60 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 78 2.5 CARREGAMENTO DEPENDENTE DO TEMPO As soluções apresentadas na seção anterior foram obtidas com a hipótese de carregamento instantâneo, sem variação da tensão total com o tempo. A Eq. 2.31 permite uma estimativa do tempo de construção para que um carregamento possa ser admitido como instantâneo. Para 1% de dissipação média dos excessos de poropressão (Uv = 0,01) o tempo correspondente pode ser aproximado por: 𝑡1% = 𝜋𝐻2 4𝑐𝑣 × 10−4 ≈ 𝐻2 𝑐𝑣 × 10−4 (2.38a) Logo, um carregamento aplicado em tempo inferior a t1% pode ser considerado como instantâneo. Há situações, no entanto, onde o tempo de construção não pode ser ignorado nos cálculos como, por exemplo, na construção de aterros que podem demorar semanas ou meses para serem completados. Em tais casos, a prática usual é subdividir o diagrama carregamento versus tempo (q x t) em um número adequado de carregamentos parciais e considerá-los aplicados instantaneamente no centro dos diferentes intervalos de tempo conforme Fig. 2.12. A curva recalque x tempo de cada carregamento parcial é obtida e todas são somadas para produzir uma curva final aproximada recalque x tempo considerando o carregamento dependente do tempo. Figura 2.12 - Subdivisão do carregamento dependente do tempo em carregamentos instantâneos parciais. Outro procedimento foi sugerido por Olson (1977) para carregamentos que crescem linearmente no tempo, atingindo um valor constante qc no tempo final de construção tc (Fig. 2.13). Para o caso de camada com dupla drenagem, o excesso infinitesimal de poropressão inicial du0, constante com a profundidade, gerado pela aplicação do incremento infinitesimal de carregamento dq no instante ti é expresso por i c c dt t q dqdu 0 (2.39) q q t qc q2 q1 qc q2 q1 t1 t2 tc t PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 79 No tempo t – ti , na profundidade normalizada Z, o excesso infinitesimal de poropressão vem da Eq. 2.20, 2 2 0 )( exp 2 H ttcM MZsendt t q M du iv m i c c e (2.40) Figura 2.13 - Função carregamento versus tempo, linear para t ≤ tc e constante para t > tc (Olson, 1989). A Eq. 2.40 deve então ser integrada considerando os períodos de carregamento crescente (t < tc) e de carregamento constante (t > tc). Para t < tc resulta, t i iv m c c u e dt H ttcM MZsen t q M du e 0 2 2 00 )( exp 2 (2.41) v m c c e TMMZsen TM q u 2 0 3 exp1 2 (2.42) com 22 12 2 H tc T H tc TmM vv cv c A porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv é definida como c e c c v q dZu t t q U 2 2 2 0 (2.43) Substituindo a Eq. 2.42 na Eq. 2.43 resulta 0 2 4 exp1 12 1 m v vc v v TM MTT T U (2.44) Para t > tc uma análise similar leva às seguintes equações, PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 80 v m c c c e TMMZsenTM TM q u 2 0 2 3 exp1exp 2 (2.45) v m c c v TMTM MT U 2 0 2 4 exp1exp 12 1 (2.46) Os gráficos da Fig. 2.14 mostram a evolução da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv para vários valores do fator tempo de construção Tc . Figura 2.14 – Porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv = Uv(Tv) para vários valores do fator tempo de construção Tc (números no interior dos círculos) considerando carregamento linearmentecrescente. (Olson, 1977). 2.6 DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DO SOLO EM LABORATÓRIO A determinação experimental dos parâmetros geotécnicos necessários para estimativa da velocidade de adensamento (coeficiente de adensamento) bem como para cálculo do recalque de adensamento primário (parâmetros de compressibilidade) é feita normalmente em um equipamento desenvolvido por Terzaghi (1923), aperfeiçoado por Casagrande (1936), denominado edômetro (Fig. 2.15). É basicamente constituído por um sistema de aplicação de carregamento vertical (prensa de adensamento), uma célula de adensamento que contém a amostra de solo, um anel de confinamento, pedras porosas e uma placa rígida de transmissão do carregamento. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 81 A deformação lateral da amostra de solo é impedida pelo anel, ocorrendo portanto somente deformações verticais durante o ensaio. Drenagem é permitida através das pedras porosas colocadas no topo e na base da amostra, de modo que a água expulsa dos poros durante o adensamento deve fluir na direção vertical. Quando um incremento de carregamento é aplicado na amostra de solo, há um aumento instantâneo da poropressão igual ao valor do acréscimo de tensão vertical total. À medida que a drenagem ocorre, os excessos de poropressão se dissipam e as tensões efetivas crescem com o tempo, transferindo o carregamento para o esqueleto sólito que se deforma gradualmente, produzindo um deslocamento vertical (recalque) medido por um extensômetro durante o ensaio. O procedimento de ensaio consiste em aplicar carregamentos incrementais na célula de adensamento (20kPa, 40kPa, 80kPa, 160kPa, 320kPa, 640kPa) por meio de um sistema de pesos e alavancas, duplicando a intensidade do carregamento anteriormente aplicado, mantendo-os constantes por até 24 horas, dependendo do tipo de solo. Para cada um dos estágios de carregamento, a variação com o tempo da espessura da amostra é registrada por meio de leituras feitas no extensômetro na sequência de tempos 1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8, 15, 30 minutos e 1, 2, 4, 8, 24 horas. Se for necessário conhecer o comportamento de expansão da amostra de solo, retiram-se as cargas na sequência inversa, registrando-se novamente as leituras do extensômetro com o tempo na fase de descarregamento. Para cada estágio de carregamento, as leituras são utilizadas para determinação do coeficiente de adensamento cv, normalmente feita com dois métodos de interpretação: a) método de Taylor ou t ; b) método de Casagrande ou log t. 2.6.1 Coeficiente de adensamento cv a) Método de Taylor (1948) a.1) Justificativa teórica Considerando que a determinação da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão para Uv ≤ 0.60 é aproximada pela Eq. 2.31, então em um gráfico Uv versus VT aquela equação é representada por uma linha reta com inclinação 2 em relação ao eixo vertical (Fig. 2.16). Uma nova reta traçada pela origem (Uv = 0), com inclinação 15% superior, intercepta a curva teórica em Uv = 90%, correspondente ao fator tempo 𝑇𝑣 90 = 0.848. Em laboratório, são plotadas as leituras do extensômetro versus a raiz quadrada dos tempos de medição e uma curva experimental é então traçada através destes pontos. Como o recalque de adensamento da amostra de solo e a drenagem acontecem na direção vertical (1D), então existe uma PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 82 proporcionalidade direta entre evolução das leituras do extensômetro (curva experimental) e da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv (curva teórica). Similarmente, como o coeficiente de adensamento é considerado constante durante o estágio de carregamento, também existe proporcionalidade entre o fator tempo vT e o tempo t . Figura 2.15 – Célula de adensamento, pedras porosas e papel filtro (acima), esquema da célula de adensamento com amostra de solo e execução do ensaio na prensa de adensamento do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio (abaixo). a.2) Determinação do coeficiente de adensamento cv i) Para cada incremento de carregamento, construir a curva de adensamento marcando-se no eixo das ordenadas as leituras do extensômetro (variação da espessura da amostra de solo) e no eixo das abscissas os correspondentes valores da raiz quadrada do tempo desde o início do ensaio; ii) determinar o ponto da leitura inicial corrigida do extensômetro ds prolongando a reta definida pelos pontos iniciais do ensaio; iii) a partir do ponto ds, traçar uma nova reta com inclinação em relação ao eixo vertical 1,15 vezes maior do que a inclinação da reta do trecho inicial, PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 83 prolongando-a até interceptar a curva de laboratório no ponto com coordenadas ( 90t , d90); iv) o coeficiente de adensamento é calculado como 90 2848.0 t H cv v) no método de Taylor o final do adensamento também pode ser estimado calculando-se o valor da leitura 90100 9 10 dddd ss . Figura 2.16 – Curvas teórica e experimental no método de Taylor para determinação do coeficiente de adensamento. b) Método de Casagrande (1940) b.1) Justificativa teórica A curva teórica Uv = Uv(Tv) é plotada em escala logarítmica para os valores do fator tempo Tv. A curva é composta por um trecho parabólico para Uv ≤ 0.60, seguido de um trecho intermediário linear e uma curva final para a qual o eixo das abscissas é uma assíntota horizontal (Fig. 2.17). O valor correspondente a Uv = 0 é obtido selecionando-se dois valores de fator tempo no trecho parabólico inicial (Tv1 e Tv2) tal que Tv2/Tv1 = 4. Logo, 2 U U 1 4 U 4 U 4 T T 1v 2v 2 1v 2 2v 1v 2v (2.47) e a posição do ponto inicial pode ser marcado conforme indicado na Fig. 2.17. Teoricamente o adensamento termina (Uv = 100%) para um tempo t . Todavia, uma aproximação finita pode ser feita para 𝑇𝑣 100 considerando a interseção da assíntota (eixos das abscissas) com o prolongamento do trecho linear intermediário da curva. O método de Casagrande é baseado no valor do PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 84 fator tempo correspondente a 50% de dissipação média dos excessos de poropressão, calculada como 𝑈𝑣 50 = (𝑈𝑣 0 + 𝑈𝑣 100)/2. Para 𝑈𝑣 50 o valor teórico correspondente do fator tempo é 𝑇𝑣 50 = 0.197. Figura 2.17 - Curva teórica Uv = Uv(Tv) plotada com fator tempo em escala logarítmica. b.2) Determinação do coeficiente de adensamento cv i) Para cada incremento de carregamento, construir a curva de adensamento marcando-se no eixo das ordenadas as leituras do extensômetro (variação da espessura da amostra de solo) e no eixo das abscissas, em escala logarítimica, os correspondentes valores de tempo; ii) determinaro ponto correspondente à leitura inicial corrigida do extensômetro ds selecionando-se, no trecho parabólico inicial do ensaio, dois pontos separados pela razão t2/t1 = 4. Medir a diferença entre as leituras do extensômetro nestes tempos e transportá-la acima da leitura de t1 para assim estabelecer o valor de ds; iii) determinar o ponto d100, correspondente a Uv = 100%, na interseção entre a reta do trecho intermediário da curva de adensamento e a tangente ao seu trecho final (Fig. 2.18). Devido à possibilidade de ocorrência de compressão secundária na amostra de solo, esta tangente pode não ser horizontal, como previsto pela teoria de adensamento primário de Terzaghi; iv) considerando a leitura média do extensômetro (ds + d100)/2 determinar o tempo t50 correspondente a 50% de adensamento; v) o coeficiente de adensamento é calculado como 50 2 v t H197.0 c PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 85 Figura 2.18 – Curvas teórica e experimental do método de Casagrande para determinação do coeficiente de adensamento. Uma das dificuldades na estimativa do coeficiente de adensamento, tanto pelo método de Taylor quanto de Casagrande, é que o valor da espessura de drenagem H, elevada ao quadrado, influencia o resultado final. Pode haver grande diferença entre valores de cv calculados com a espessura inicial da amostra e com algum outro valor de espessura reduzida, como as correspondentes para as leituras do extensômetro d100 ou d50, por exemplo. Duncan (1993) recomenda utilizar o valor da espessura de drenagem inicial da amostra mas usualmente as interpretações de ensaios de laboratório consideram a espessura de drenagem média H = (d100 - ds)/2. Ambos os métodos (Taylor e Casagrande) utilizam a mesma equação (Eq. 2.31) para estabelecer o valor da leitura inicial corrigida ds mas diferem em relação ao método pelo qual estimam a leitura d100 correspondente ao final do adensamento primário. Em termos gerais, o método de Taylor é mais afetado pela compressão inicial da amostra, cujo efeito é aumentar o valor de cv, enquanto que o método de Casagrande é mais afetado pela ocorrência de compressão secundária, produzindo valores de cv usualmente mais baixos. Ambos os métodos são teoricamente válidos e deveriam produzir o mesmo valor para o coeficiente de adensamento se a curva teórica Uv versus Tv fosse fielmente reproduzida pelos resultados de laboratório. Duncan (1993), com base na constatação de que na maioria dos casos as velocidades de recalque estimadas pela teoria convencional do adensamento são inferiores às medidas em campo, sugere a utilização do método de Taylor que, por utilizar maiores valores de cv, tenderia a diminuir a diferença entre velocidades de recalque previstas e observadas. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 86 2.6.2 Parâmetros de compressibilidade Gráficos típicos de valores de índice de vazios (e) pós-adensamento versus tensão vertical efetiva 'v são mostrados na Fig. 2.19, exibindo uma compressão inicial, seguida por um ciclo de expansão e de recompressão. A forma destas curvas depende da história de tensões do solo, sendo aproximadamente linear para argilas normalmente adensadas (NA) e possuindo trecho inicial curvo para argilas pré-adensadas (PA). No descarregamento, observa-se também que o solo não segue a mesma trajetória de tensão da fase de carregamento, indicando que deformações plásticas irrecuperáveis ocorreram. A compressibilidade do solo, com base no comportamento dos gráficos da Fig. 2.19, pode ser representada pelos seguintes parâmetros: Figura 2.19 – Gráficos de índice de vazios versus tensão vertical efetiva (Craig, 2004). a) Índice de compressão Cc e índice de recompressão Cr Os resultados do ensaio edométrico são normalmente apresentados em um gráfico semi-log (Fig. 2.19, à direita) onde no eixo das ordenadas, em escala aritmética, são plotados os valores do índice de vazios no final do estágio de carregamento e no eixo das abscissas, em escala logarítmica, os correspondentes valores de tensão vertical efetiva. Para valores baixos de tensão efetiva, a taxa de decréscimo do índice de vazios é normalmente pequena, evidenciando que se trata da recompressão de um solo pré-adensado. De fato, ao se retirar uma amostra indeformada do interior do maciço de solo há um alívio de tensões e a amostra se comportará como pré-adensada enquanto o valor da máxima tensão a que já esteve submetida em campo (chamada de pressão de pré-adensamento 'vm ) não for ultrapassada pela tensão vertical efetiva induzida pelo carregamento do ensaio. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 87 O índice de recompressão Cr pode ser definido no trecho de pré-adensamento ou, similarmente, em um ciclo de expansão e recompressão. Em geral recomenda-se a determinação de Cr no ciclo de expansão e recompressão porque no trecho inicial a amostra pode ainda exibir efeitos de perturbação sofridos durante a etapa de preparação da amostra. Leonards (1976) sugere que este ciclo seja executado próximo ao valor da pressão de pré- adensamento e que uma mesma inclinação média seja adotada para identificar as trajetórias de recompressão e expansão. 'log v r e C (2.48) Para tensão vertical efetiva superior à pressão de pré-adensamento, define-se no trecho linear (chamado de reta virgem) o índice de compressão Cc 'log v C e C (2.49) Valores típicos de Cc em argilas saturadas variam de 0.1 - 0.5, aumentando com o índice de plasticidade do solo. Em turfas e solos orgânicos o índice de compressão pode atingir até 3, ainda que em alguns casos (argila da cidade do México, como exemplo) possa ser tão alto quanto 10 (Mesri et al., 1975). Ladd (1971) sugeriu o intervalo 0.1 Cr/Cc 0.2 enquanto que para Leonards (1976) valores típicos se situam entre 0.015 Cc 0.035, decrescendo com a diminuição do índice de plasticidade (IP) do solo. A pressão de pré-adensamento 'vm , definida como a máxima tensão vertical efetiva que a amostra de solo já esteve submetida em sua história, pode ser determinada por vários métodos propostos na literatura, dentre os quais o método de Casagrande (1936) e o método Pacheco Silva (ABNT, 1990), este último normalizado no Brasil pelo documento MB-3336 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Conhecida a pressão de pré-adensamento, é possível então determinar a razão de pré-adensamento do solo OCR6 definida como a razão entre a tensão vertical efetiva máxima 'vm e a tensão vertical efetiva atual ' v . a.1) Pressão de pré-adensamento: método de Casagrande (1936) Em relação à Fig. 2.20 o processo de determinação da pressão de pré- adensamento segue os seguintes passos: i) marcar na curva o ponto A de máxima curvatura (ou de raio mínimo); ii) por este ponto, traçar uma horizontal e uma tangente à curva, formando entre elas o ângulo; iii) a interseção da bissetriz do ângulo com o prolongamento da reta virgem determina então a pressão de pré-adensamento 'vm .6 da terminologia inglesa overconsolidation ratio PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 88 Figura 2.20 - Método de Casagrande para determinação da pressão de pré-adensamento ' vm a.2) Pressão de pré-adensamento: método de Pacheco Silva (1990) Em relação à Fig. 2.21 o processo de determinação da pressão de pré- adensamento segue os seguintes passos: i) Pelo índice de vazios inicial e0 traçar uma horizontal e determinar seu ponto de interseção com o prolongamento da reta virgem; ii) por este ponto, traçar uma vertical até cruzar com a curva de ensaio e, em seguida, a partir deste ponto de interseção traçar uma horizontal até encontrar o prolongamento da reta virgem, determinando-se assim a pressão de pré- adensamento 'vm . Figura 2.21 - Método de Pacheco Silva para determinação da pressão de pré-adensamento ' v (escala log) (escala log) ín d ic e d e v az io s PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 89 b) Coeficiente de compressibilidade av Definido anteriormente na Fig. 2.2 como ' v v e a . Na realidade, trata-se de uma relação tensão vs deformação pois ' v v 0' v 0 0 ' v 0 0 ' v s v ' v v e1 AL LA e1 V V e1 V V e a (2.50) onde A é a área da seção transversal da amostra, L= L - L0 a variação da espessura da amostra no estágio de carregamento sendo L0 e L as espessuras inicial e final, respectivamente, e0 o índice de vazios inicial. Como L < L0 o resultado final da Eq. 2.50 é positivo. c) Coeficiente de variação volumétrica mv Por definição, '' 0 ' 0 v v vv v AL LA V V m (2.51) Conclui-se portando das Eqs. 2.50 e 2.51 que 01 e a m vv (2.52) d) Módulo de compressão confinada M Também chamado de módulo de deformação 1D ou módulo edométrico, tem a seguinte definição, já introduzida no capítulo 1 pela Eq. 1.9 v vM ' (2.53) Das Eqs. 2.51, 2.52 e 2.53 vv a e m M 0 11 (2.54) A relação entre o módulo de compressão confinada M (estado 1D de deformação) e o módulo de Young E (estado 3D de deformação) também foi estabelecida anteriormente no capítulo 1 (Eq. 1.9). 121 1E M (1.9) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 90 Observação 1 - Note que se v = vu = 0.5 (condição não drenada) o valor de M e 0z , i.e. o solo não apresenta recalque não drenado (também chamado imediato ou elástico) quando carregado. Observe também que à medida que o adensamento ocorre, os valores do coeficiente de Poisson vu = 0.5 e do módulo de elasticidade não drenado Eu mudam gradualmente para os valores dos parâmetros elásticos do esqueleto sólido ' e 'E (condição drenada). Admitindo o comportamento do solo como elástico linear, existe a seguinte relação entre os parâmetros nas condições drenada e não drenada ''' ' 12 3 1212 E EEE G u u u (2.55) onde G é o módulo de cisalhamento. Lambe e Whitman (1969) reportam que em solos a razão Eu/ E' é superior ao valor elástico teórico, não sendo incomum encontrar-se valores de 3 a 4 superiores no caso de argilas NA. Observação 2 - A Tabela 2.4 lista as relações existentes entre os diversos parâmetros de compressibilidade utilizados para cálculo de recalques na teoria unidimensional. Tabela 2.4 - Relação entre os parâmetros de compressibilidade no estado 1D de deformação (Lambe e Whitman, 1969) M mv av Cc M v vM ' vm M 1 va e M 0 1 C v C e M 435.0 1 '0 mv M mv 1 ' v v vm 01 e a m vv '01 435.0 v C v e C m av M e av 01 vv mea 01 ' v v e a ' 435.0 v C v C a Cc M e C vC 435.0 1 '0 435.0 1 '0 vv C me C 435.0 ' vv C a C 'log v C e C onde ' v representa a tensão vertical efetiva média no intervalo. As relações entre os parâmetros M, mv e av foram estabelecidas a partir de suas definições. Entretanto, não são evidentes as relações entre estes parâmetros e o índice de compressão Cc mostradas na Tabela 2.4. Para compreender a relação entre Cc e av, por exemplo, considere a definição do índice de compressão em termos infinitesimais, ''' ' ' '' ' 435.0 30.2 30.2 ln 30.2 log log v c v C v v v vC v C vC v C CC d de a dC d C dCde d de C (2.56) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 91 No caso de incrementos de tensão finitos, considerar 'v igual ao valor médio da tensão vertical efetiva no intervalo ( 'v = ' v ). 2.7 RECALQUE NÃO DRENADO, DE ADENSAMENTO PRIMÁRIO E DE COMPRESSÃO SECUNDÁRIA Como já mencionado, o recalque total de uma camada de solo pode ser decomposto em três parcelas, calculadas por formulações distintas: a) o recalque não drenado e ou recalque elástico ou recalque imediato, avaliado por formulação da teoria da elasticidade linear, que ocorre imediatamente após a aplicação do carregamento; b) recalque de adensamento primário c cuja evolução no tempo, na hipótese 1D de deformação, pode ser prevista com base na dissipação média dos excessos de poropressão Uv calculados pela teoria de adensamento de Terzaghi; c) recalque de compressão secundária 𝜌𝑠 que pode ser significativo em turfas e solos altamente orgânicos. 2.7.1 Recalque não drenado Parcela do recalque e que ocorre imediatamente após o carregamento, sem qualquer mudança de volume do solo saturado. Normalmente calculada pela formulação da teoria da elasticidade linear considerando os parâmetros Eu (módulo de Young não drenado) e u = 0.5 de um meio elástico, isotrópico e homogêneo. Para o estado 1D de deformações, o recalque não-drenado é nulo pois, como já mencionado, M e 0z . 2.7.2 Recalque final de adensamento primário - método direto Considere uma camada de solo homogêneo saturado de espessura inicial b0 sujeita a um carregamento infinito de intensidade q que provoca um recalque final de adensamento c t . Este deslocamento, considerado positivo na mecânica dos solos quando indica encurtamento da espessura da camada de solo (recalque), é definido como 10 bb c (2.57) onde b1 representa o valor da espessura final da camada. Definindo agora o acréscimo de deformação vertical de compressão como 0 b 1 b 0 b v (2.58) obtém-se da Eq. 2.57 v0 b c (2.59) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânicados Solos C. Romanel 92 Considerando que no caso 1D de deformações a variação de volume (compressão) é expressa como 0 0 0 V VV V V 0 e1 e 0 b 0 V V 0 b v0 b c (2.60) com eee 0 a diferença entre os valores do índice de vazios inicial e final, respectivamente. Em termos do parâmetro 'vvvm o recalque final de adensamento primário pode ser expresso da Eq. 2.59 como ' vv m 0 b v0 b c (2.61) Em termos do parâmetro M = 1/mv resulta diretamente da Eq. 2.61 M ' v 0 b c (2.62) e em termos do parâmetro 01 ema vv ' v 0 e1 v a 0 b c (2.63) Considerando os parâmetros Cc e Cr três situações devem ser examinadas: a) Solo pré-adensado com tensão vertical final '' vmvf . Considerando na Eq. 2.60 que ' v log r Ce 0 ee resulta ' 0v ' v ' 0vlog 0 e1 r C 0 b' 0v log' vf log 0 e1 r C 0 b c (2.64) b) Solo normalmente adensado com tensão vertical inicial '' 0 vmv . ' 0v ' v ' 0v 0 C 0c log e1 C b (2.65) c) Solo pré-adensado com ''' 0 vfvmv ' vm ' vf log C C ' 0v ' vmlog r C 0 e1 0 b c (2.66) Observação 1 - Note da Eq. 2.66 que o recalque é calculado por meio de um modelo bilinear de comportamento mecânico do solo com índices Cr e Cc. Observação 2 - As Eqs. 2.61 a 2.66 se referem ao cálculo do recalque final de adensamento primário t . Na prática da engenharia, é necessário também conhecer a evolução do recalque com o tempo. Como na teoria de PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 93 Terzaghi as deformações e a drenagem associada à dissipação dos excessos de poropressão ocorrem ambas na direção vertical, então o recalque de adensamento primário no tempo t é diretamente proporcional à porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv neste mesmo tempo. cv t c tU (2.67) 2.7.3 Recalque de adensamento primário - método indireto O recalque final de adensamento primário pode ser calculado pelo método indireto subdividindo-se a camada de solo em um número adequado de sub- camadas, conforme explicado no capítulo 1, seção 1.7.1.2, utilizando valores dos parâmetros do estado 1D de deformação: M, av, mv, CC e Cr. 2.7.4 Recalque de adensamento primário – carregamento não instantâneo Uma solução aproximada (Taylor, 1948) pode ser aplicada para a previsão de recalque de adensamento no caso de carregamento linearmente crescente com o tempo até t = tc (tempo de construção) e em seguida constante (Δq = qc). O recalque de adensamento no instante t para um carregamento não instantâneo )t(nic pode ser determinado em função do recalque de adensamento para carregamento instantâneo )t(ic por: a) no período de construção (0 < t tc) recalque carregamento = recalque carregamento x fração do carregamento não instantâneo em t instantâneo em 0.5t aplicada em t c i c ni c q q t5.0t (2.68) b) após o período de construção ( t > tc) recalque carregamento = recalque carregamento não instantâneo em t instantâneo em (t - 0.5tc) c i c ni c t5.0t)t( (2.69) Um fato comum na prática da engenharia é a ocorrência de carregamentos descontínuos, isto é, uma obra (por exemplo, aterro) é construída durante certo tempo, em seguida interrompida e finalmente, depois de algum período, retomada com a continuidade da aplicação do carregamento, assumido como linearmente crescente até atingir o valor final qc no tempo tc. Nesta situação, as soluções para cada estágio de carregamento podem ser obtidas de forma independente, aplicando-se as equações ou método gráfico para cada carregamento separadamente, e os resultados somados para obtenção da curva final recalque x tempo. 2.7.5 Recalque de compressão secundária PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 94 Compressão secundária é geralmente interpretada como aquela que ocorre após o término do adensamento primário (Fig. 2.22). Esta definição é bastante simplificada pois sugere que a compressão secundária somente inicia quanto toda a camada de solo completou o processo de adensamento. Se assim o fosse, elementos de solo junto aos contornos de drenagem não deveriam experimentar nenhum efeito de compressão secundária até que ocorresse o final do adensamento nos elementos de solo situados na região central da camada. A compressão secundária provavelmente resulta da ação de diferentes mecanismos, ainda não completamente compreendidos, dentre os quais: a) solos têm vazios de diferentes tamanhos, e água pode drenar dos vazios maiores de acordo com a teoria do adensamento primário e ser expulsa mais lentamente dos vazios menores, produzindo efeitos de compressão secundária. b) em solos orgânicos contendo restos vegetais, a água pode drenar dos vazios do solo de acordo com a teoria do adensamento primário e ser expulsa lentamente dos vegetais através das paredes das células, produzindo efeitos de compressão secundária; c) em alguns solos orgânicos, a condutividade hidráulica decresce mais do que uma ordem de magnitude durante o adensamento. O adensamento primário é naturalmente mais rápido na fase inicial do processo, diminuindo gradualmente com a redução da condutividade hidráulica do solo e produzindo efeitos aparentes de compressão secundária; d) curvas tensão x deformação altamente não lineares podem produzir um comportamento carga x recalque semelhante ao observado nas curvas experimentais envolvendo adensamento primário e compressão secundária. Como mencionado, não é completamente conhecido se, e em que grau de importância, qualquer um dos (ou outros) mecanismos acima controla os efeitos de compressão secundária e que podem variar para diferentes tipos de solo. Sob tais circunstâncias, embora exista na literatura formulação matemática para modelagem da compressão secundária (o modelo apresentado por Gibson e Lo (1961) é o mais conhecido) é pouco comum a sua aplicação na análise de problemas de recalque. A maioria dos métodos práticos é ainda baseada na proposição de Buisman (1936) que constatou em ensaios de laboratório uma relação linear entre a compressão secundária e o logaritmo do tempo, com inclinação representada através do coeficiente de compressão secundária C t e C log (2.71) A caracterização da compressão secundária por meio de curvas lineares é criticada por vários autores que afirmam que a curva recalque versus tempo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 95 (escala log) tende a se tornar gradualmente horizontal e que uma representação da compressão secundária por segmento de reta éjustificada apenas porque o período de tempo da realização do ensaio de laboratório não foi suficientemente longo. Por outro lado, ensaios de longo prazo também são difíceis de serem executados e interpretados, pois questões surgem sobre a influência do crescimento de matéria orgânica devido à presença de oxigênio, a oxidação de minerais de ferro presentes na amostra, a influência de pequenas trepidações no ambiente do laboratório, etc. Figura 2.22 - Ocorrência de compressão secundária no método de Casagrande para determinação do coeficiente de adensamento. Mesri et al. (1994) sugerem que C seja relacionado com o índice de compressão Cc conforme Tabela 2.5. Tabela 2.5 - Valores de CCC para solos 7 (Mesri et al., 1994). Solo CCC Argila e silte inorgânico 0.04 ± 0.01 Argila e silte orgânico 0.05 ± 0.01 Turfa 0.06 ± 0.01 Sob ponto de vista prático, restaria ainda saber a partir de que tempo t* o recalque devido à compressão secundária deveria ser adicionado ao valor do recalque de adensamento primário. A maneira mais simples e utilizada (ainda que arbitrária) é considerar que a compressão secundária inicia a partir do final do adensamento primário (Fig. 2.22). 7 No caso de solos PA os valores da Tabela 2.5 se referem à relação rCC , indicando que a compressão secundária em solos pré-adensados é menos significativa do que para solos NA. L ei tu ra d o e x te n sô m et r o ( m m ) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 96 Considerando a Eq. 2.60, o recalque de compressão secundária s pode ser obtido como p s t t og e C b e e b 0 0 0 0 11 (2.72) onde e0 é o índice de vazios inicial, tp o tempo para final do adensamento primário e t o tempo onde se deseja avaliar a parcela de recalque s. De modo geral, pode-se dizer que dentre os aspectos relacionados com a estimativa de recalques na engenharia geotécnica, o tema da compressão secundária ainda foi pouco desenvolvido, tanto no sentido de compreender seus mecanismos como quantificar a influência e importância de cada um dos seus possíveis agentes. Na ausência de uma abordagem plenamente aceita, o método de Buisman (1936) é ainda o mais utilizado para fornecer estimativas da parcela de recalque causada por compressão secundária. 2.8) DRENOS VERTICAIS A maioria dos depósitos de argila são anisotrópicos, formados por deposição de camadas horizontais (ou quase horizontais) com coeficiente de permeabilidade na direção horizontal kh superior ao valor do coeficiente de permeabilidade na direção vertical kv. Logo, se drenagem com fluxo na direção horizontal ocorrer, então a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão, a evolução com o tempo do recalque de adensamento primário, o acréscimo de tensões efetivas e o aumento da resistência ao cisalhamento do solo aconteceriam sob velocidades maiores do que as estimativas previstas pela teoria do adensamento 1D. Uma técnica para acelerar a dissipação dos excessos de poropressão consiste na instalação de drenos verticais, com a execução de furos na camada de argila e posterior preenchimento utilizando areia bem graduada, que permita um fluxo eficiente da água (função de dreno) mas que também impeça a migração de partículas finas do solo através de seus vazios (função de filtro). Atualmente drenos pré-fabricados (Figs 2.23 e 2.24) são empregados, inseridos em furos previamente abertos ou no interior de tubos cravados através do maciço de solo até profundidades superiores a 60m. Para determinação do raio do dreno equivalente rd no caso de drenos pré-fabricados de forma retangular axb, várias sugestões existem na literatura, mas para aplicações práticas a seguinte expressão parece ser a mais recomendada (Atkinson e Eldred, 1981; Jansen e den Hoedt, 1983; Rixner et al. 1986): 𝑟𝑑 = 𝑎+𝑏 4 (2.73) Drenos são normalmente instalados em configurações quadrada ou triangular (Fig. 2.25) e a definição do espaçamento entre eles, normalmente entre 1 a 4m, é o objetivo principal do projeto. O espaçamento deve ser, naturalmente, menor PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 97 do que a espessura da camada, não sendo vantajoso, portanto, a utilização de drenos em camadas relativamente finas. O raio de drenagem R é determinado pela equivalência de áreas entre um círculo e um quadrado (configuração quadrada) ou entre um círculo e um hexágono (configuração triangular). Para configuração quadrada, SSRSR 564.022 (2.74) onde S é a distância entre os drenos verticais. Para a configuração triangular SSR S R 525.0 2 3 34 6 42 2 (2.75) A razão entre os coeficientes de adensamento na direção horizontal ch e na direção vertical cv situa-se normalmente no intervalo 21 vh cc , sendo o dreno mais eficiente quanto maior for esta relação. Ambos os coeficientes de adensamento na região de solo imediatamente vizinho à periferia do furo podem ser significativamente reduzidos devido ao amolgamento provocado pela instalação do dreno, fenômeno conhecido como efeito smear. Na formulação do adensamento radial, o efeito smear pode ser incorporado diminuindo-se o valor do coeficiente de adensamento horizontal ch ou reduzindo-se o valor do raio do dreno. Outra complicação que poderia ocorrer é a tendência do dreno de areia atuar como uma coluna, reduzindo o acréscimo de tensão vertical na camada de argila, no que pode resultar em baixos valores de poropressão não totalmente dissipados e recalques de adensamento primário não totalmente acontecidos. Este efeito é mínimo no caso de drenos pré-fabricados devido à grande flexibilidade dos geossintéticos (Fig. 2.26). Observações: i) Drenos verticais podem ser ineficientes em argilas pré-adensadas se o acréscimo de tensão vertical efetiva não for suficiente para ultrapassar o valor da pressão de pré-adensamento. De acordo com Bjerrum (1972) a utilização de drenos verticais em argilas PA é recomendada quando 𝑙𝑜𝑔 𝜎𝑣𝑓 ′ 𝜎𝑣𝑚 ′ 𝑙𝑜𝑔 𝜎𝑣𝑓 ′ 𝜎𝑣0 ′ > 0,6 (2.76) ii) O amolgamento de argilas pré-adensadas devido ao processo de instalação dos drenos pode majorar os valores de recalque de adensamento. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 98 iii) Drenos verticais não podem controlar a ocorrência de recalque de compressão secundária de camadas de argila. iv) Parte ou toda a água coletada pelo sistema de drenos irá fluir para o tapete de drenagem na superfície (Fig. 2.23). Como a permeabilidade da areia é consideravelmente mais alta do que a da argila, é usualmente considerado no projeto que não haverá o desenvolvimento de resistência hidráulica no tapete, especificando-se uma camada suficientemente espessa (mais do que 0,5m) de areia limpa (porcentagem de finos inferior a 5%). Figura 2.23- Drenos verticais diminuem o comprimento de drenagem e aceleram a dissipação dos excessos de poropressão gerados pelo carregamento. Figura 2.24 - Drenos verticais pré-fabricados em polipropileno, com canais para drenagem da água em ambos os lados, envolvido por um filtro de geossintético de alta permeabilidade, flexibilidade e resistência. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 99 Figura 2.25 - Padrões de configuração (quadrada e triangular) e raio de influência R dos drenos separados entre si da distância S. Figura 2.26 - Deformação de drenos pré-fabricados durante adensamento. 2.8.1) Adensamento primário com drenagem radial A obtenção da equação diferencial governante do adensamento 1D na direção radial r foi obtida por Rendulic (1935), 2 2 1 r u r u r c t u ee h e (2.77) onde o coeficiente de adensamento na direção horizontal é definido por vwrh aekc 1 , sendo kr o coeficiente de permeabilidade radial e admitindo a tensão vertical total v constante. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 100 Barron (1948) obteve a solução da Eq. 2.77 considerando a lei de Darcy válida, que a zona de influência do dreno é circular e que a permeabilidade do dreno é infinita em comparação com a do solo. O excesso de poropressão ue no tempo t na distância radial Rrrd é expresso pela seguinte equação, onde n = R/rd é o raio de drenagem R normalizado em relação ao raio do dreno rd. 2 2 2 2 2 exp1 2 1 ),( R tc Fr r r r nn Fn q tru h nddn e (2.78) variando do valor ue = 0 em r = rd até um valor máximo em r = R. A porcentagem média de dissipação radial dos excessos de poropressão Ur no fator tempo 2hr RtcT é calculada por r n rr T F TU 2 exp1)( ou (2.79) 0U1nFT2 rnr onde 2 2 2 2 4 13 1 n n nn n n Fn (2.80) (2.81) Uma expressão aproximada foi sugerida por Hansbo (1981), 75.0nnFn (2.82) Para alguns valores de n a Eq. 2.79 está representada nos gráficos da Fig. 2.27. 2.8.2) Drenos verticais com efeito smear A instalação de drenos no campo, por cravação ou carregamento estático, perturba o solo na região vizinha aos furos. O grau de perturbação depende do tipo de solo, varia com a distância à parede do furo e possivelmente com a profundidade do furo, influenciando a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão na direção radial Ur. Barron (1944, 1948) assumiu que a zona de solo amolgado pode ser representada por uma casca cilíndrica ao redor do dreno. O modelo consiste portanto de um dreno cilíndrico de raio rd, em contato com uma casca cilíndrica de solo amolgado, saturado, de raio externo rs e coeficiente de permeabilidade ks, seguido por outra casca cilíndrica de solo homogêneo intacto com raio externo R e coeficiente de permeabilidade radial kr. A seguinte solução foi apresentada por Moran et al. (1958) para a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Ur PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 101 rrr TTU 2 exp1)( ou (2.83) 0U1nT2 rr onde (2.84) sn n sn k k n s s n n sn n s r 2 22 2 2 22 2 4 75.0 com ds rrs (2.85) Uma expressão aproximada foi sugerida por Hansbo (1981), sn k k 75.0 s n n s r com ds rrs (2.86) Figura 2.27 - Relação Ur = Ur(Tr) para adensamento radial (Barron, 1948). Análises mostram que um decréscimo significativo do coeficiente de permeabilidade na zona amolgada produz um drástico aumento no tempo necessário para atingir determinado valor da porcentagem média Ur exceto na óbvia situação em que 1 ds rrs e a Eq. 2.83 se reduz para a Eq. 2.79. A razão entre os coeficientes de permeabilidade rs kk depende da realização de ensaios especiais, raramente executados. De acordo com Hansbo (1986, 1987) e Hird e Moseley (2000) esta razão varia entre 0.1 a 0.33, enquanto Bergado et al. (1991) sugerem valores entre 0.5 e 0.66. Na falta de informações Hansbo (1981) sugere usar rvrs k/kkk que, no caso de argilas moles brasileiras, corresponde a valores entre 0.5 a 0.66 (Almeida, 1996). Vários pesquisadores (Hansbo, 1997; Jamiolkowski et al., 1983; Bergardo et al., 1993; Holtz e Holm, 1973; Sathananthan e Indraratna, 2006) indicam que o raio da zona de solo amolgado varia de 2 a 3 vezes o raio equivalente do mandril utilizado para instalação do dreno. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 102 2.8.4) Adensamento primário 1D com drenagem vertical e radial Considerando a drenagem combinada pelo fluxo simultâneo nas direções vertical e radial, a equação diferencial governante do adensamento primário pode ser expressa por 2 2 2 2 1 r u r u r c z u c t u ee h e v e (2.87) Carrillo (1942) obteve a solução desta equação como rv UUU 111 (2.88) onde U é a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão considerando fluxo nas direções vertical e radial, Uv a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão devido ao fluxo na direção vertical (Eqs. 2.30, 2.31) e Ur a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão devido ao fluxo na direção radial (Eqs. 2.79 ou 2.83). 2.9) PRÉ-CARREGAMENTO COM ATERRO Pré-carregamento consiste na aplicação de uma sobrecarga temporária sq em uma camada de solo antes da construção da estrutura permanente. A intensidade do pré-carregamento deve ser suficiente para eliminar grande parte do recalque final de adensamento primário. Em solos pré-adensados, para que a técnica seja eficiente, é necessário ultrapassar o valor da pressão de pré- adensamento. Removido o carregamento temporário, com o solo na condição PA, pode-se estimar que os eventuais recalques de compressão secundária devam ser inferiores aos que aconteceriam com a camada de solo na condição NA. Como vantagens principais do pré-carregamento podem ser citadas: a) para sua construção, apenas equipamentos convencionais de movimento de terra são necessários; b) existe um longo histórico de casos de sucesso com a utilização desta técnica; c) podem apresentar uma relação custo-benefício bastantefavorável no caso de obras que gerem pequenos carregamentos (rodovias, pisos de estabelecimentos comerciais como supermercados, etc.) desde que o material de aterro seja facilmente disponível. Como desvantagens mencionam-se: a) aterros devem estender-se horizontalmente além do perímetro planejado de construção, o que pode não ser possível em locais confinados; b) podem necessitar do transporte de grandes quantidades de solo; c) o período de permanência da sobrecarga pode atrasar o cronograma da construção. Pré-carregamentos são geralmente projetados para durarem de 3 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 103 a 9 meses e, no caso de depósitos de solo de grande espessura, este tempo pode ser reduzido com a instalação simultânea de drenos verticais. O princípio da técnica de pré-carregamento está ilustrado na Fig. 2.28, onde o carregamento temporário ( sq ) que excede o carregamento da construção permanente ( fq ) é aplicado durante determinado tempo ts.. Considerando dupla drenagem, observa-se que quando o carregamento temporário é removido, a região central da camada de argila terá adensado menos do que as regiões próximas aos contornos. Se a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv for usada como critério para remoção de qs então a região central da camada continuará a adensar após a retirada do carregamento temporário enquanto que as regiões das bordas irão expandir. Embora estes efeitos tendam a se contrabalançar, o recalque excederá a expansão visto que o índice de compressão Cc é superior ao índice de recompressão Cr. Johnson (1970) recomenda utilizar a porcentagem de dissipação do excesso de poropressão no centro da camada Uz=1 como critério de remoção do carregamento temporário e não o valor médio Uv para toda a espessura da camada. Figura 2.28 - Esquema de pré-carregamento para acelerar recalques de adensamento. Admitindo no centro de uma camada de argila NA a existência de uma subcamada de espessura unitária (b0 = 1), com plano médio coincidente com Z = 1, então: a) recalque final de adensamento da subcamada de espessura unitária devido aos carregamentos temporário e permanente sq + fq ' 0v fs ' 0v C 0 v0 fs c qq logC e1 1 1b (2.89) ts qs qf q PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 104 b) recalque final de adensamento da subcamada de espessura unitária devido ao carregamento permanente fq ' 0v f ' 0v C 0 v0 f c q logC e1 1 1b (2.90) onde ' 0v é a tensão vertical efetiva inicial no centro da camada (Z = 1). No tempo ts o recalque devido ao carregamento sq + fq iguala o recalque final devido ao carregamento fq (Fig. 2.29), podendo-se definir a porcentagem de dissipação do excesso de poropressão no centro da camada de espessura unitária por fc fs c fs Z f cs fs c Utt 1 (2.91) f s ' 0v f ' 0v f f s ' 0v f c ' 0v f c fs 1Z q q 1 q 1log q 1log q q 1 q 1logC1 q 1logC1 U (2.92) Observe que Eq. 2.92 representa na realidade a razão entre deformações verticais no centro da camada de argila visto que a espessura da subcamada foi admitida unitária. Com relação à utilização da Eq. 2.928, duas situações podem ocorrer: i) o valor da sobrecarga sq é conhecido e pede-se calcular o tempo ts de aplicação da mesma. Neste caso, avaliar fs 1ZU como estimativa da porcentagem de dissipação do excesso de poropressão em Z = 1, determinar em seguida o valor de Tv correspondente ao centro da camada com auxílio das isócronas da Fig. 2.4 e calcular o tempo ts considerando a definição usual do fator tempo. ii) o valor do tempo ts é conhecido e pede-se calcular o valor da sobrecarga sq . Neste caso, calcular o valor do fator tempo Tv e, em seguida, a porcentagem de dissipação do excesso de poropressão em Z = 1, por meio das isócronas da Fig. 2.4. Resolver em seguida a Eq. 2.92 para fs qq (portanto sq ) considerando ' 0v a tensão vertical efetiva inicial no plano médio da camada. 2.10 RECALQUES ADMISSÍVEIS 8 Observe que a Eq. 2.92 poderia ter sido obtida expressando-se o recalque final de adensamento primário em função de outro parâmetro de compressibilidade como, por exemplo, mv . PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 105 O carregamento de maciços de solo com uma estrutura sempre produz deslocamentos. Se os movimentos forem significativos, a estrutura deixa de funcionar de maneira adequada, atingindo um estado limite que pode provocar desde danos em sua aparência (trincas, inclinação de paredes, ...), passando pela perda de sua utilidade (portas emperradas, desalinhamentos de equipamentos, ruptura de tubulações devido a recalques diferenciais, ...) podendo mesmo atingir o colapso estrutural (inclinação de fundações levando a rupturas de pilares, ruptura do solo de fundação, perda de sustentação devido a deslizamentos, ...). O cálculo dos deslocamentos de estruturas é uma tarefa difícil e complicada, e a experiência demonstra que as previsões são geralmente insatisfatórias. Algumas das razões da dificuldade desta tarefa são as seguintes: a maioria das estruturas é muito complicada para ser modelada detalhadamente, as propriedades dos materiais envolvidos são conhecidas apenas aproximadamente, análises são feitas como se as estruturas fossem construídas exatamente como projetadas, efeitos de longo prazo são geralmente ignorados, etc. Movimentos de edificações podem ser classificados em: (a) recalque de corpo rígido; (b) rotação de corpo rígido; (c) distorção. O recalque de corpo rígido não é usualmente um problema, ainda que possa trazer danos a tubulações e infraestrutura externa conectada à edificação (passarelas, por exemplo). Rotação de bloco rígido pode ser um problema para edifícios altos, a qual se torna perceptível quando a inclinação ultrapassar 1/250. A distorção implica na deformação de uma estrutura e este fato causa a ocorrência de fissuras e outros danos a edificações. Bjerrum (1963) apresentou critérios para limites máximos de distorção angular em função do tipo de dano, conforme mostra a Tabela 2.6. Nesta investigação algumas estruturas aparentemente experimentaram maiores distorções sem a ocorrência de danos, mas nenhuma delas danificou sob valores menores de indicadosDeve ser ressaltado que estes dados se aplicam a estruturas tradicionais (anteriores à década de 1960) e que para estruturas modernas, mais flexíveis, os valores listados na Tabela 2.6 podem ser encarados como conservativos. Na prática, os valores limites de distorção não são utilizados pelo engenheiro geotécnico porque os projetos normalmente prevêem distorção zero, mas distorções podemocorrer devido à falta de uniformidade das condições do solo de fundação. Correlações foram então obtidas entre a distorção e o recalque total máximo max , expresso em polegadas, de acordo com as equações seguintes: Para fundações isoladas, maxmax 1200 1 em argilas (2.93) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 106 maxmax 600 1 em areias (2.94) Como exemplo, considerando 3001max em ambas as equações resultam os valores mm1004"max para argilas e mm502 " max para areias. Tabela 2.6 - Distorção angular máxima para diversos tipos de dano em edificações 9 (Bjerrum, 1963). 9 H/L na Tabela 2.6 se refere à razão altura/comprimento de uma parede de alvenaria. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990) - Ensaio de adensamento unidimensional, MB 3336, Rio de Janeiro, 15p. Almeida, M.S. (1996) - Aterros sobre sobre moles: da concepção à avaliação do desempenho, editora UFRJ, 215p. 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Para o estágio de carregamento ∆q = 200 kPa 0 0 0 0 0c e1 815.0e 2769.0 e1 e b (A1) e para o estágio de carregamento ∆q = 400 kPa 0 0 0 0 0c e1 710.0e 2665.0 e1 e b (A2) Resolvendo as Eqs. A1 e A2 vem cm971.002.1e 00 A espessura b1 da amostra quando a leitura do extensômetro é 0.696 cm é obtida como cm725.1696.0971.02b696.0971.0bb 110 2) Um aterro granular de 6m de largura e de grande comprimento foi construído sobre uma camada de argila de 3m de espessura sobrejacente a uma rocha impermeável. O nível d’água situa-se a 0.5m abaixo da superfície do terreno. Se o aterro aplica uma sobrecarga de 75 kPa na superfície do terreno, e a argila encontra-se saturada acima do nível d’água, pede-se calcular, considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3, o recalque final de adensamento primário da camada de argila pela teoria 1D. A argila tem a seguintes propriedades: Índice de vazios no centro da camada 0.8 Densidade dos grãos Gs 2.6 Razão de pré-adensamento OCR 4 Índice de compressão Cc 0.21 Índice de recompressão CR 0.035 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 111 Peso específico saturado da argila 3 w s sat m/kN9.1810 8.01 8.016.2 e1 SeG Tensão vertical efetiva inicial no centro da camada de argila kPa35.180.15.1 wsat ' 0v Pressão de pré-adensamento kPa4.7335.1844OCR 'vm' 0v ' vm Tensão vertical efetiva final após carregamento Considerando a Eq. 1.38 ou gráficos da Fig. 1.8 vem ∆𝜎𝑣 ′ = 𝑝 𝜋 [𝛼 + 𝑠𝑒𝑛𝛼] com = 2.214 (1.39) ∆𝜎𝑣 ′ = 71.96 𝑘𝑃𝑎 kPa31.9096.7135.18'v ' 0v ' v Como 'v > ' vm então o recalque deverá ser calculado como a soma das seguintes parcelas: m067.0 4.73 31.90 log21.0 35.18 4.73 log035.0 8.01 3 logClogC e1 b c ' vm ' v C' 0v ' vm r 0 0 c 3) Pretende-se construir um edifício em um local onde passa um duto enterrado contendo cabos de grande sensibilidade. O projeto prevê uma fundação retangular (Fig. ER1) que transmite um carregamento uniforme de 220 kPa na superfície do solo. Uma planta baixa da edificação e da posição do cabo pode ser vista na figura. O solo consiste de 2m de areia sobre um depósito de argila de 5m de espessura sobrejacente a rocha sã. O duto está enterrado no meio da camada de argila, conforme mostra o corte vertical da Fig. ER2. O nível d´água coincide com o topo da camada de argila. A areia está seca com d = 15 kN/m 3 e a argila possui sat = 18 kN/m 3. Para ambos os tipos de solo Gs = 2.6 e a razão de pré- adensamento OCR = 3 em toda a camada de argila. A areia pode ser assumida incompressível e para a argila considere Cr = 0.1, Cc = 0.5. Pede-se determinar, considerando peso específico da água w = 10kN/m 3: a) o recalque final de adensamento primário nos pontos A, B e C do duto através da teoria 1D. Índice de vazios inicial na camada de argila PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 112 1e10 e1 e16.2 18 e1 SeG w s sat Observar que o recalque do duto será produzido pelas deformações verticais da subcamada de argila entre as profundidades 4.5m < z < 7m Tensão vertical efetiva inicial na profundidade média z = 5.75m desta subcamada, kPa6075.38215' 0v kPa180360OCR ' 0v ' vm i) Acréscimo de tensão vertical sob o ponto A (Fig. ER3) 3.1 75.5 5.7 5.77.0 75.5 4 4 nnzmmz (m e n são intercam- biáveis). Do gráfico de Fadum (Fig. ER5)10 ou Tabela ER1 vem f(m,n) = 0.16 kPanmfqv 8.14016.02204),(4 ' kPavvv 8.2008.14060 '' 0 ' Como 'v > ' vm então o recalque deverá ser calculado como a soma das seguintes parcelas: m09.0 180 8.200 log5.0 60 180 log1.0 11 5.2 logClogC e1 b ' vm ' v C' 0v ' vm r 0 0 c Figura ER1 – Planta da fundação superficial retangular 10 embora o perfil apresente duas camadas de diferentes solos a solução elástica aproximada utilizada na solução deste problema considera um maciço de solo homogêneo. 4m 4m 15m 7.5m 4m A B C Linha do duto enterrado PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 113 Figura ER2 - Corte do perfil de solo Figura ER3 – Localização do ponto A no canto de 4 subáreas retangulares (7.5m x 4m). ii) Acréscimo de tensão vertical sob o ponto B (Fig. ER4) Figura ER4 – Localização do ponto B no canto de 2 subáreas retangulares (15m x 4m). NA 4m 4m 7.5m Linha do duto enterrado A Rocha Duto Areia Argila Argila 2.5m 2m 220 kPa 2.5m 4m 15m B Linha do duto enterrado 4m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 114 Figura ER5 – Gráficos do fator de influência f(m,n) para cálculo do acréscimo de tensão vertical na profundidade z abaixo do canto de uma área retangular uniformemente carregada sobre material elástico, homogêneo e isotrópico. (b) No ponto A obtém-se q)n,m(fv - (Newmark, 1942) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 115 Tabela ER1 – Fator de influência f(m,n) para cálculo do acréscimo de tensão vertical na profundidade z abaixo do canto de uma área retangular uniformemente carregada sobre material elástico, homogêneo e isotrópico. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 116 6.2 75.5 15 n15nz7.0 75.5 4 m4mz Do gráfico de Fadum (Fig. ER5) ou Tabela ER1 vem f(m,n) = 0.17 kPa8.7417.02202)n,m(fq2'v kPa8.1348.7460'v ' 0v ' v Como 'v < ' vm então o recalque deverá ser calculado como m04.0 60 8.134 log1.0 11 5.2 logC e1 b ' 0v ' v r 0 0 c iii) Acréscimo de tensão vertical sob o ponto C (Fig. ER6) Considerando área retangular estendida até o ponto C 3.3 75.5 19 n19nz7.0 75.5 4 m4mz Do gráfico de Fadum (Fig. ER5) ou Tabela ER1 vem f1 (m,n) = 0.17 Figura ER6 – Localização do ponto C no canto de 2 subáreas retangulares (19m x 4m). Considerando área retangular 4 x 4 m2 que passa pelo ponto C (Fig. ER7) 7.0 75.5 4 n4nz7.0 75.5 4 m4mz Do gráfico de Fadum (Fig. ER5) ou Tabela ER1 vem f2(m,n) = 0.13 kPa6.1704.02202)n,m(f)n,m(fq2 21 ' v kPa6.776.1760'v ' 0v ' v Como 'v < ' vm então o recalque deverá ser calculado por m01.0 60 6.77 log1.0 11 5.2 logC e1 b ' 0v ' v r 0 0 c 4m 15m 4m A C Linha do duto enterrado 19m 4m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 117 Figura ER7 – Localização do ponto C no canto de 2 subáreas retangulares (4m x 4m). b) Estes recalques poderiam causar algum dano ao duto enterrado admitindo- se que a máxima distorção angular do duto não deve ultrapassar 0.005? Distorção angular entre os pontos A e B 0067.0 5,7 04,009,0 tan > 0.005 - potencial de dano ao duto enterrado Distorção angular entre os pontos B e C 0075.0 4 01,004,0 tan > 0.005 - potencial de dano ao duto enterrado 4 - No perfil de solo da Fig. ER8, no instante t = 0 um bombeamento é executado na camada de areia 3 causando uma redução instantânea da carga de pressão hp = 2m em todos os seus pontos. No tempo t = 30 dias, uma camada superficial de areia (γt = 20 kN/m 3), de grande extensão e espessura de 2m, é removida da superfície do terreno. Considerando o peso específico da água 3/10 mkNw pede-se determinar o diagrama de poropressões em: (a) t < 0; (b) t = 0; (c) t = 30 dias; (d) t = 90 dias; (e) t Preencha também a tabela de poropressões (Tabela ER2). Tempo para adensamento das camadas de argila 2 e 3 dias9,57s105t 100 t102 1 H tc T 6 2 3 2 v v Tempo para adensamento da camada de argila 1 dias29s105,2t 100 t104 1 H tc T 6 2 3 2 v v As distribuições de poropresssão nos tempos solicitados estão mostradas nas Figs. ER9 a ER12. 4m B C Linha do duto enterrado 4m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 118 Figura ER8 - Perfil de solo com camadas alternadas de argila e areia. a) t < 0 (Fig. ER9) Figura ER9 – Perfil de distribuição de poropressões com a profundidade em t < 0. 0 4m 6m 8m 9m 11m 12m NA Areia 1 Areia 3 Areia 4 argila 1 argila 2 cv = 4 x 10 -3cm2/s cv = 2 x 10 -3cm2/s k = 2 x 10-7cm/s k = 1 x 10-8cm/s Areia 2 argila 3 k = 1 x 10-8cm/s cv = 2 x 10 -3cm2/s 14m 20 kN/m3 0 4m 6m 8m 9m 11m 12m NA areia 1 areia 3 areia 4 argila 1 argila 2 areia 2 argila 3 14m piezômetros PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 119 b) t = 0 (Fig. ER10) Figura ER10 – Perfil de distribuição de poropressões com a profundidade em t=0. c) t = 30 dias (Fig. ER11) Figura ER11 – Perfil de distribuição de poropressões com a profundidade em t=30 dias. 0 4m 6m 8m 9m 11m 12m NA areia 1 areia 3 areia 4 argila 1 argila 2 areia 2 argila 3 14m us 2m 4m 6m 8m 9m 11m 12m NA areia 1 areia 3 areia 4 argila 1 argila 2 areia 2 argila 3 14m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel120 d) t = 90 dias e t → ∞ (Fig. ER12) Figura ER12 – Perfil de distribuição de poropressões com a profundidade em t=90 dias e t . Tabela ER2 - Poropressões (kPa) no perfil de solo em diversos tempos. profundidade t < 0 t = 0 t = 30 dias t = 90 dias t 4m 0 0 0 0 0 6m 20 20 20 / -20 20 20 8m 40 40 0 / 40 40 40 9m 50 50 50 / 10 50 50 11m 110 110 / 90 50 / 90 90 90 12m 120 100 / 120 100 / 60 100 100 14m 100 100 60 / 100 100 100 5 - Um grande aterro rodoviário (Δqf = 60 kPa) será construído sobre uma camada de argila de 6m de espessura sobrejacente a um estrato de areia profunda. Para minimizar a ocorrência de recalque após aplicação do revestimento asfáltico, um pré- carregamento (Δqs) instantâneo é aplicado sobre a camada de argila durante um período de 1 ano, conforme Fig. ER13. O material do aterro é altamente permeável e as propriedades da argila são cv = 4,5 m 2/ano e mv = 0,001 m 2/kN. Pede-se calcular: (a) o recalque final de adensamento primário; (b) o valor do pré-carregamento Δqs se o projeto especifica que o pavimento não deve experimentar recalque de adensamento primário no início da execução do revestimento asfáltico em t = 1 ano; (c) repetir pergunta anterior considerando que o início do revestimento asfáltico acontece em t = 1,5 anos. 2m 4m 6m 8m 9m 11m 12m NA areia 1 areia 3 areia 4 argila 1 argila 2 areia 2 argila 3 14m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 121 Figura ER13 – Aplicação de pré-carregamento pelo período de 1 ano antes do início da construção do pavimento. a) Recalque final de adensamento Observe que a função do pré-carregamento é acelerar o recalque mas não modificar o seu valor final. Assim sendo, mmb cvvc 36,060001,06 ' 0 b) Considerando um pré-carregamento de intensidade Δqs pelo período de 1 ano, a proporção entre os recalques finais de adensamento primário causados pelo carregamento permanente (Δqf = 60 kPa) e pelo carregamento total (Δqs + Δqf ) é escrita como 60 60 0 0 1 sfsv fvfs Z qqqmb qmb U com 5,0 3 15,4 T H tc T 2v2 v v Na Fig. 5.3, para Z = 1 e Tv = 0,5 determina-se 63,0U fs 1Z . Logo, kPa,q q , s s 235 60 60 630 c) Neste caso entre t = 1 ano e t = 1,5 anos o recalque progride devido ao carregamento permanente Δqf = 60 kPa, calculando-se o acréscimo 51 1 ,t t . Para t = 1,5 anos 750 3 5154 22 , ,, T H tc T v v v c, ,, , ,, ,t tc t V ,t V ,t t UU 93320 085050 93320 0850750 51 1 15151 1 101101 m,,,,,tt 03903607639087260 51 1 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 122 A proporção entre os recalques de adensamento primário em t = 1 ano causados pelo carregamento permanente (Δqf = 60 kPa) e pelo carregamento total (Δqt = Δqs + Δqf) é escrita como 630 51 1 1 ,U sf f qq ,t t q fs Z da Fig. 5.3 com Z = 1 e Tv = 0,5 kPa,q , , qmb, ,, ssv qq qq sf sf 924 630 3210 60630 0390360 0 6 - Um aterro será construído sobre uma camada de argila de 10m de espessura sobrejacente a rocha sã. A construção aumentará a tensão vertical total na argila em 65 kPA. O projeto especifica a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão U = 0.85 após 6 meses do carregamento instantâneo. Determine em uma malha quadrada o espaçamento necessário de drenos verticais (diâmetro de 400mm) que permita atender às condições de projeto. Considerar para a argila smcv /105.1 27 e smch /105.2 27 . a) Determinação de Uv após 6 meses 0233.0 10 606024306105.1 H tc T 2 7 2 v v Da Eq. 2.31 60.017.0 0233.04 4 2 vvv UUT Da Eq. 2.88 82.0 117.0185.01111 r rrv U UUUU Espaçamento entre os drenos verticais 222 7 2 2.97 2.0 606024306105.2 nnR tc T hr a) Solução numérica rigorosa Das Eqs. 2.80 e 2.81 vem 082.01n n4 1n3 nn 1n n n 2.972 2 2 2 2 2 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 123 que resolvida numericamente com auxílio do programa MatLab resulta em n = 8.8 b) Solução numérica aproximada Das Eqs. 2.80 e 2.82 vem 082.01n75.0nn n 2.972 2 que resolvida numericamente com o programa MatLab resulta em n = 8.8 c) Solução gráfica (Fig. ER14) n Fig. 2.27 Tr Fig. 2.27 n* = rT2.97 5 0.8 11.0 7 1.1 9.4 10 1.5 8.0 O valor procurado é obtido pela interseção da curva interpolada com os 3 pontos da terceira coluna e a reta n* = n desenhada pela origem dos eixos, com inclinação de 45, conforme mostra a Fig. ER14, determinando o valor aproximado n = 8,5. O raio de drenagem é calculado como R = nrd = 8.8(0.2) = 1.76m e, finalmente, para uma malha quadrada de drenos verticais o espaçamento é determinado como m1.3RS . Observe que para a obtenção desta interseção, os 3 valores escolhidos de n devem delimitar o resultado final, o que é indicado pelo comportamento do sinal da diferença entre n e n*. No caso, n – n* = (-6.0, -2.4, 2), o que permite inferir que o resultado final deve estar compreendido entre 7 < n < 10. Figura ER14 – Solução gráfica aproximada para obtenção de n = R/rd. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 124 7 - Um aterro com peso específico natural 20kN/m3 foi construído sobre o perfil de solo indicado na Fig. ER15. No dia 2 de maio de 2010 a cota do nível d’água no interior do piezômetro foi de +5.5m, em relação ao nível do terreno (NT), e no dia 2 de maio de 2011 foi de +4.0m. Calcular a data da construção do aterro, admitindo carregamento instantâneo e peso específico da água w = 10 kN/m3 . Figura ER15 – Medição da carga de pressão no plano médio da camada de argila. Coordenada normalizada do plano médio da camada de argila 5.0 6 3 H z Z Excesso de poropressão no dia 2 de maio de 2010 kPa650.45.1010hhu ssp1pw1e Excesso de poropressão no dia 2 de maio de 2011 kPa500.40.910hhu ssp2pw2e Porcentagem de dissipação do excesso de poropressão em Z = 0.5 no dia 02 de maio de 2010 2 v 1v 0 1e 1Z 6 tc 075.0T4.2.Fig1875.0 204 65 1 u u 1U (A3) Porcentagem de adensamento em Z = 0.5 no dia 02 de maio de 2011 2 v 2v 0 2e 2Z 6 1tc 15.0T4.2.Fig375.0 204 50 1 u u 1U (A4) PUC-Rio, Departamento de Engenharia CivilENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 125 Logo, das Eqs. (A3) e (A4) resulta anot tt cv 1 1 15.0075.0 62 Logo, início da construção em 02/05/2009 8 - O cronograma de obra prevê que 90% do recalque final de adensamento primário causado pelo aterro rodoviário (t = 20 kN/m 3 , h = 3m) da Fig. ER16 deverá ocorrer em até 150 dias. Considerando instantânea a aplicação do carregamento, pede-se verificar: a) se a condição de projeto vai ser atendida; b) caso negativo, uma das opções do engenheiro é utilizar um pré- carregamento com o mesmo material do aterro definitivo, também admitido aplicado instantaneamente. Por questões de estabilidade, a altura da sobrecarga não pode ultrapassar 2,5m. Verificar se esta alternativa atende à condição de projeto. Figura ER16 – Aterro rodoviário sobre maciço de solo contendo camada de argila. a) Coeficiente de variação volumétrica da argila mv kN/m10 10610 106 c k m 23 8 10 vw v Recalque final de adensamento primário devido ao aterro rodoviário mmb vv aterro c 24,0320104 3' 0 Critério de projeto: recalque em t = 150 dias deve ser no mínimo igual a 90% do recalque final de adensamento primário causado pelo aterro. aterro rodoviário 3m areia areia argila areia 0 3m 5m 9m NA PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 126 mprojetodt 216,090,024,0150 Recalque de adensamento em t = 150 dias para carregamento instantâneo 600490 19044 190 2 606024150106 2 8 2 ,, ,T U , H tc T v v v v mUv aterro c aterro dt 118,049,024,0150 Portanto, o critério de projeto não é satisfeito considerando dissipação dos excessos de poropressão somente por drenagem vertical. b) Verificação do recalque provocado por pré-carregamento de altura h = 2,5m. mqqmb fsvpreaterroc 44,035,220104 30 Na Fig. 5.3, considerando Z = 1 e Tv = 0,19 determina-se 2201 ,U fs Z . Logo, mU fsZ preaterro c preaterro dt 097,022,044,01150 Portanto, o critério de projeto não é atendido considerando a aplicação do aterro e do pré-carregamento; uma possível alternativa seria combinar o pré- carregamento com drenos verticais. 9 – (Prova P1 – 2014.2) Para o depósito de solo da Fig. ER17 pede-se traçar os diagramas de poropressão nos instantes t < 0, t = 0, t e completar as tabelas ER3, ER4 e ER5. Considerar isoladamente os seguintes eventos instantâneos: i) rebaixamento do nível do lençol freático de NA1 para NA2, incluindo variação do peso específico da camada de areia 2; ii) bombeamento na camada intermediária de areia 2 (aquífero artesiano) com decréscimo da carga de pressão hp = 2m em todos os pontos da camada; iii) remoção da camada superficial de areia de 2m de espessura. Desconsiderar efeitos de capilaridade. Notar que para os eventos isolados i), ii) e iii) os diagramas de poropressão em t < 0 são iguais. Propriedades dos solos solo peso específico (kN/m 3 ) cv (m 2 /ano) k (m/ano) areia 1 17 ----- ----- areia 2 20 ----- ----- argila 16 1,25 0,02 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 127 Figura ER17 – Perfil de solo com indicação de cargas de pressão por piezômetros. Figura ER18 – Distribuição de poropressão com a profundidade em t < 0 para os eventos i), ii) e iii). areia 2 areia 2 areia 2 argila areia 2 argila areia 2 areia 1 0 2m 4m 5m 7m 9m 13m 15m NA1 NA2 piezômetros Aquífero artesiano PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 128 Figura ER19 – Distribuição de poropressão (rebaixamento + variação do peso específico) com a profundidade em t = 0 no evento i) Figura ER20 – Distribuição de poropressão com a profunidade no instante t → ∞ para o evento i PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 129 Figura ER21 – Distribuição de poropressão com a profundidade no instante t = 0 para o evento ii Figura ER22 – Distribuição de poropressão com a profundidade no instante t → ∞ para o evento ii PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 130 Figura ER23 – Distribuição de poropressão com a profundidade no instante t = 0 para o evento iii Figura ER24 – Distribuição de poropressão com a profundidade no instante t → ∞ para o evento iii PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 131 Tabela ER3 - Valores de poropressão (kPa) - evento i z (m) t < 0 t = 0 t 2 0 0 0 4 20 0 0 5 30 10 / 24 10 7 70 64 / 70 70 9 90 90 / 84 90 13 110 104 / 110 110 15 130 130 130 Tabela ER4 - Valores de poropressão (kPa) - evento ii z (m) t < 0 t = 0 t 2 0 0 0 4 20 20 20 5 30 30 30 7 70 70 / 50 50 9 90 70 / 90 70 13 110 110 110 15 130 130 130 Tabela ER5 - Valores de poropressão (kPa) - evento iii z (m) t < 0 t = 0 t 2 0 0 0 4 20 20 20 5 30 30 / -4 30 7 70 36 / 70 70 9 90 90 / 56 90 13 110 76 / 110 110 15 130 130 130 10 – (Prova P4 – 2015.1) No perfil de solo da Fig. ER25, no instante t = 0 é executado um rebaixamento de 3m no nível do lençol d'água de NA1 para NA2. No final do adensamento primário devido ao rebaixamento, em termos de engenharia, executou-se um bombeamento na camada de areia 2 (aquífero artesiano) com o rebaixamento da carga de pressão de 5m em todos os pontos da camada de areia. Considerando peso específico da água 3/10 mkNw , peso específico saturado das argilas 3arg /16 mkNilasat , peso específico saturado da areia 3/20 mkNareiasat e peso específico total da areia acima do NA 3/18 mkNareiat , pede-se determinar, desconsiderando a influência da variação do peso específico da camada superior de areia, a distribuição de poropressões em: (a) t < 0; (b) t = 0; (c) em t = 13 dias; (d) no instante do final do adensamento primário (em termos de engenharia)devido ao rebaixamento do NA; qual é o PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 132 valor deste tempo? (e) no instante do bombeamento com rebaixamento da carga de pressão em todos os pontos da camada de areia 2; (f) t ; (g) as velocidades de fluxo no tempo t = 13 dias nas profundidades z = 7m e z = 12m a partir da superfície do terreno; (h) o recalque final na superfície do terreno devido ao adensamento das camadas de argila. Preencher os valores de poropressão da tabela ER6. Tabela ER6 - Poropressões (kPa) no perfil de solo em diversos tempos com diagramas de poropressão correspondentes apresentados nas Figs ER26 a ER32 Profundidade (m) t < 0 t = 0 t = 13 dias t final do adensamento devido ao rebaixamento t instante do bombeamento na camada de areia 2 t 3 0 0 0 0 0 0 6 30 0/30 0 0 0 0 7 56,67 56,67 47,47 36,67 36,67 20 8 83,33 83,33 82,33 73,33 73,33 40 9 110 110 110 110 110/60 60 11 130 130 130 130 80/130 80 12 115 115 115 115 115 90 13 100 100 100 100 100 100 16 130 130 130 130 130 130 Figura ER25 – Perfil de solo a) Final do adensamento da camada de argila 1 em termos de engenharia: Para 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 𝑡 𝐻2 = 1 ⟹ 𝑡 = 1.52 4𝑥10−3𝑥10−4 = 65.1 𝑑𝑖𝑎𝑠 b) Análise para t = 13 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 133 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 𝑡 𝐻2 = 4𝑥10−3𝑥10−4𝑥13𝑥24𝑥60𝑥60 1.52 ⟹ 𝑇𝑣 = 0.2 b.1) Porcentagem de adensamento 𝑈𝑧 em z = 7m ⟹ z* = 1m (a partir do topo da camada de argila) 𝑍 = 𝑧∗ 𝐻 = 1 1.5 = 0.667 Do gráfico das isócronas da Fig. 2.9 (distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão) 𝑇𝑣 = 0.2 𝑍 = 0.667 𝑈𝑧 = 0.64 Poropressão na condição permanente 𝑢𝑠𝑠 𝑁𝐴 = 36.67𝑘𝑃𝑎 Poropressão em t = 13 dias 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 𝑁𝐴 + 𝑢𝑒 𝑁𝐴 = 36.67 + (1 − 0.64)𝑥30 ⟹ 𝑢 = 47.47𝑘𝑃𝑎 b.2) Porcentagem de adensamento 𝑈𝑧 em z = 8m ⟹ z* = 2m (a partir do topo da camada de argila) 𝑍 = 𝑧∗ 𝐻 = 2 1.5 = 1.333 Do gráfico das isócronas da Fig. 2.9, 𝑇𝑣 = 0.2 𝑍 = 1.333 𝑈𝑧 = 0.70 Poropressão na condição permanente 𝑢𝑠𝑠 𝑁𝐴 = 73.33𝑘𝑃𝑎 Poropressão em t = 13 dias 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 𝑁𝐴 + 𝑢𝑒 𝑁𝐴 = 73.33 + (1 − 0.70)𝑥30 ⟹ 𝑢 = 82.33𝑘𝑃𝑎 b.3) Velocidade de fluxo em z = 7m 𝑣𝑡 = 𝑘𝑖 = 𝑘 × 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 × Z U z ⟹ 𝑣𝑡 = 2𝑥10 −7 × 30 10𝑥1.5 × 0.15 0.667 = 0.9 × 10−7 𝑐𝑚/𝑠 (↑) 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 𝑘 𝑥 𝛥ℎ 𝐿 ⟹ 𝑣𝑠𝑠 = 2𝑥10 −7 × 8 3 = 5.33 × 10−7𝑐𝑚/𝑠 (↑) 𝑣 = 𝑣𝑡 + 𝑣𝑠𝑠 = 0.9 × 10 −7 + 5.33 × 10−7 = 6.23 × 10−7 𝑐𝑚/𝑠 (↑) b.4) Velocidade de fluxo em z = 12m 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 𝑘 × 𝛥ℎ 𝐿 ⟹ 𝑣𝑠𝑠 = 2𝑥10 −7 × 5 2 = 5 × 10−7𝑐𝑚/𝑠 (↓) c) Recalque da superfície do terreno PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 134 𝑚𝑣 = 𝑘 𝛾𝑤𝑐𝑣 = 2𝑥10−7×10−2 4𝑥10−3×10−4 = 0.5 × 10−3 𝑚2 𝑘𝑁 c.1) Recalque da camada superior de argila devido ao rebaixamento do NA, considerando o ponto médio z = 7.5m 𝜌𝑐 𝑁𝐴 = 𝑏0 𝑚𝑣 𝛥𝜎𝑣 ′ = 3 × 0.5 × 10−3𝑥15 ⟹ 𝜌𝑐 𝑁𝐴 = 22.5 × 10−3 𝑚 Observe que o valor 𝛥𝜎𝑣 ′ = 15 𝑘𝑃𝑎 correspondente ao ponto médio faz com que a área triangular dos acréscimos de tensão vertical efetiva seja calculada exatamente ( 𝑏0∆𝜎′𝑣 𝑏 2 =⁄ 𝑏0𝛥𝜎𝑣 ′). O mesmo raciocínio se aplica aos casos de bombeamento dos itens c.2 e c.3. c.2) Recalque da camada superior de argila devido ao bombeamento da camada de areia considerando o ponto médio z = 7,5m 𝜌𝑐 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 𝑏0 𝑚𝑣 𝛥𝜎𝑣 ′ = 3 × 0,5 × 10−3 × 25 ⟹ 𝜌𝑐 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 37,5 × 10−3 𝑚 c.3) Recalque da camada inferior de argila devido ao bombeamento da camada de areia considerando o ponto médio z = 12m 𝜌𝑐 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 𝑏0 𝑚𝑣 𝛥𝜎𝑣 ′ = 2 × 0,5 × 10−3 × 25 ⟹ 𝜌𝑐 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 25 × 10−3 𝑚 c.4) Recalque total da superfície de terreno: 𝜌𝑐 = (22,5 + 37,5 + 25) × 10 −3 = 85 × 10−3 𝑚 Figura ER26 – Distribuição de poropressão em t < 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 135 Figura ER27 – Distribuição de poropressão em t = 0 Figura ER28 – Distribuição de poropressão em t = 13 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 136 Figura ER29 – Distribuição de poropressão no final do adensamento primário (t = 65.1 dias) devido ao rebaixamento do lençol freático Figura ER30 – Distribuição de poropressão no bombeamento na camada de areia 2 noinstante t = 65.1 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 137 Figura ER31 – Distribuição de poropressão em t →∞ 11 – (Prova P1 – 2015.1) No perfil de solo da Fig. ER33 foi feito um rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2. Admitindo peso específico da água w = 10 kN/m 3 e considerando os efeitos do rebaixamento na variação do peso específico da areia, pede-se: a ) Os diagramas de distribuição de poropressão com a profundidade nos instantes t = 0, t = 46,3 dias e t → ∞ . Preencher a tabela ER7 com os valores calculados de poropressão nas profundidades indicadas. b) Nas profundidades z = 5m e z = 11m, a partir da superfície do terreno, os valores da tensão vertical efetiva no tempo t = 46,3 dias. c ) Nas profundidades z = 5m e z = 11m, a partir da superfície do solo, os valores e os sentidos da velocidade de fluxo da água no tempo t = 46,3 dias. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 138 Figura ER32- Diagramas de poropressão em diversos tempos. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 139 Figura ER33 – Perfil de solo Tabela ER7 – Valores de poropressão (kPa)devido ao rebaixamento do lençol freático e variação do peso específico da areia em diversos tempos e profundidades. z (m) t < 0 t = 0 rebaixamento + variação do peso específico u = uss + 𝑢0 𝑟𝑒𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑢0 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 t = 46,3 dias t →∞ uss 1 0 0 0 0 3 20 0 0 0 4 30 10/24 10 10 5 40 34 25 + 6,4 – 3,3 = 28,1 25 6 50 44 40+7,6 - 4,6 = 43,0 40 7 60 54 55 + 4,8 – 3,3 = 56,5 55 8 70 64/70 70 70 9 80 80/74 80 80 10 90 84 90 – 3,3 = 86,7 90 11 100 94 100 – 4,6 = 95,4 100 12 110 104 110 – 3,3 = 106,7 110 13 120 114 / 120 120 120 15 140 140 140 140 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 140 Figura ER34 – Distribuição de poropressões em t = 0 (rebaixamento e variação do peso específico da areia) e t → ∞ a) Em t = 0 devido à variação do peso específico da areia 𝑢0 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 = −3 × 2 = −6 𝑘𝑃𝑎 b) Em t = 46,3 dias 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 2 × 10−7 × 46,3 × 24 × 60 × 60 22 = 0,2 z (m) Z* 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 Z 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 4 0 1 0 1 5 0,5 0,68 0,5 0,45 6 1,0 0,62 1,0 0,23 7 1,5 0,76 1,5 0,45 8 2 1 2,0 1 9 ------ 0 1 10 ------ 0,5 0,45 11 ------ 1,0 0,23 12 ------ 1,5 0,45 13 ------ 2,0 1 * medido a partir da base da distribuição triangular inicial de excessos de poropressão PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 141 z (m) uss (kPa) (1 − 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜)𝑢0 𝑏 (1 − 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 )𝑢0 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 4 10 0 0 5 25 (1-0,68)x 20 = 6,4 (1-0,45)x(-6) = -3,3 6 40 (1-0,62)x20 = 7,6 (1-0,23)x(-6) = -4,6 7 55 (1-0,76)x20 = 4,8 (1-0,45)x(-6) = -3,3 8 70 0 0 9 80 ------ 0 10 90 ------ (1-0,45)x(-6) = -3,3 11 100 ------ (1-0,23)x(-6) = -4,6 12 110 ------ (1-0,45)x(-6) = -3,3 13 120 ------ 0 𝑢0 𝑏 se refere ao valor na base da distribuição triangular inicial de excessos de poropressão c) Valores de tensão efetiva em t = 46,3 dias z (m) u (kPa) 𝜎𝑣0 (kPa) 𝜎𝑣0 ′ = 𝜎𝑣0 − 𝑢 (kPa) 5 28,1 17 x 3 + 20 x 1 + 1x16 = 87 58,9 11 95,4 17 x 3 + 20 x 1 + 4 x 16 + 20 x 1 +2 x 16 = 187 91,6 d) Valores e sentidos da velocidade de fluxo em t = 46,3 dias. d.1) Em z = 5m Velocidade devido ao rebaixamento com base na Fig. 2.9. scm Z U H u kkiv z W /1076,0 5,0 68,087,0 210 20 102 770 Velocidade devido à variação do peso específico com base na Fig. 2.4. scm Z U H u kkiv z W /1048,0 5,0 45,085,0 210 6 102 770 scmv /1048,0 7 Velocidade devido ao fluxo permanente scm h kkiv /10 4 2 102 77 d.2) Em z = 11m Velocidade devido à variação do peso específico com base na Fig. 2.4. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 142 0 5,0 0 210 6 102 70 Z U H u kkiv z W Observe que em Z =1 (correspondente a z = 11m) as inclinações das tangentes com a vertical nas isócronas da Fig. 2.4 são nulas. z (m) vrebaixamento (cm/s) vpeso específico (cm/s) vpermenente (cm/s) vtotal (cm/s) 5 71076,0 71048,0 710 71028,1 11 0 0 0 0 12 – (Prova P1 – 2015.2) No perfil de solo da Fig. ER35 é executado um rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2. Quando a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão atingiu o valor de 65%, um carregamento de intensidade q = 100 kPa, de grande extensão, é aplicado na superfície do depósito de solo. Considerando que após o rebaixamento do nível d’água a areia permanece saturada por capilaridade na região 1m < z < 3m, pede-se: a) os gráficos de distribuição de poropressão nos tempos t = 0, no tempo t correspondente a 65% da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão devido ao rebaixamento, no tempo imediatamente após a aplicação do carregamento superficial q = 100 kPa e no tempo t →∞. b) velocidade de fluxo no instante de aplicação do carregamento superficial no ponto situado na profundidade z = 5m. Qual o valor deste tempo ? c) preencher a tabela ER8 com os valores de poropressão nos tempos solicitados. d) os valores de recalque imediato, recalque de adensamento primário e recalque de compressão secundária no tempo t = 10 anos relativos à superfície do terreno. Não considerar a compressibilidade da areia. Figura ER35 – Perfil do depósito de solo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 143 Tabela ER8 – Valores de poropressão (kPa) devido ao rebaixamento do lençol freático e ao carregamento superficial em diversos tempos e profundidades. z (m) t = 0 t correspondente a Uv = 65% (rebaixamento) t correspondente aplicação do carregamento superficial t →∞ 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 4 10/30 10 10/110 10 5 40 25+4 = 29,0 129,0 25 6 50 40+5,4 = 45,4 145,4 40 7 60 55+4,4 = 59,4 159,4 55 8 70 70 170/70 70 9 80 80 80/180 80 10 90 90 190 90 11 100 100 200 100 12 110 110 210 110 13 120 120 220 120 15 140 140 240/140 140 16 150 150 150 150 17 160 160 160 160 12.1 Tempo t correspondente a 65% da porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão devido ao rebaixamento 𝑇𝑣 = −0,933 log10(1 − 𝑈𝑣) − 0,085 para Uv > 0,60 𝑇𝑣 = −0,933 log10(1 − 0,65) − 0,085 = 0,34 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 𝑡 = 0,34 × 22 4,3 × 10−3 = 316,3 𝑑𝑖𝑎𝑠 12.2) Excessos de poropressão na camada superior de argila quando Uv = 65% Do gráfico das isócronas da Fig. 2.9, com Tv = 0,34, resulta Z UZ 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧)𝑢0 𝑏 (kPa) 0,5 0,80 0,20 x 20 = 4,0 1,0 0,73 0,27 x 20 = 5,4 1,5 0,83 0,17 x 20 = 3,4 Z medido a partir da base da distribuição triangular inicial de excessos de poropressão PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 144 Figura ER36 – Distribuição de poropressão em t = 0 Figura ER37 – Distribuição de poropressão em t - = 316,3 dias (imediatamente antes da aplicação do carregamento superficial q = 100 kPa) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 145 Figura ER38 – Distribuição de poropressão em t+ = 316,3 dias (imediatamente apósa aplicação do carregamento superficial q = 100 kPa) Figura ER39 – Distribuição de poropressão em t PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 146 12.3) Velocidade de fluxo no instante de aplicação do carregamento superficial no ponto situado na profundidade z = 5m. Qual o valor deste tempo ? 𝑣𝑡𝑟 = 𝑘𝑖 = 𝑘 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 = 0,02 × 20 10 × 2 × 0,15 0,5 = 6 × 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↑ 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 0,02 𝑥 ( 2 4 ) = 10 𝑥 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↑ 𝑣𝑡 = 16 𝑥 10 −3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↑ onde 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 = 0,15 0,5 foi estimado da Fig. 2.9 como a inclinação, medida a partir da vertical, da tangente traçada à isócrona Tv = 0,34 (interpolada) em Z = 0,5. Valor do tempo calculado anteriormente t = 316,3 dias 12.4) Valores de recalque imediato, recalque de adensamento primário e recalque de compressão secundária no tempo t = 10 anos relativos à superfície do terreno. Não considerar a compressibilidade da areia. 12.4.1) Recalque imediato ou não drenado no adensamento 1D é nulo (seção 2.7.1 das notas de aula). 12.4.2) Recalque total de adensamento primário na superfície do depósito de solo 𝜌𝑐 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜌𝑐 𝑟𝑒𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝜌𝑐 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 a ) Recalque de adensamento primário devido ao rebaixamento O rebaixamento somente afeta a camada de argila superior. Considerando o ponto médio desta camada em z = 6m, os valores da tensão vertical inicial e final são, 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏 = 𝜎′𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 2 − 50 = 59 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑓 𝑟𝑒𝑏 = 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏 + ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑏 = 59 + 10 = 69𝑘𝑃𝑎 < 𝜎′𝑣𝑚 = 1,5 × 59 = 88,5 𝑘𝑃𝑎 com ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑏 = 10 𝑘𝑃𝑎 30 0 0 ' ' 0,03 69 log 4 log 4,2 10 1 ' 1 0,95 59 reb reb rebaixamento v vR c reb vo C b m e b ) Recalque de adensamento primário devido ao carregamento superficial O carregamento superficial afeta ambas as camadas de argila. Para o ponto médio da camada de argila superior em z = 6m, 𝜎′𝑣0 𝑐𝑎𝑟 = 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏 + (𝑢0 − 𝑢𝑒)316,3𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑏 = 59 + (50 − 45,4) = 63,6 𝑘𝑃𝑎 onde (𝑢0 − 𝑢𝑒)316,3𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑏 = 50 − 45,4 = 4,6 𝑘𝑃𝑎 vem da Tab. ER8. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 147 Para o ponto médio da camada de argila inferior em z = 12m, 𝜎′𝑣0 𝑐𝑎𝑟 = 𝜎′𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 4 + 20 × 1 + 16 × 3 − 110 = 99 𝑘𝑃𝑎 camada ponto (m) 𝜎′𝑣0 (kPa) ∆𝜎′𝑣 (𝑘𝑃𝑎) 𝜎′𝑣𝑓 (kPa) 𝜎′𝑣𝑚 (kPa) argila superior 6 63,6 100 163,6 88,5 argila inferior 12 99 100 199 148,5 '' arg sup 0 ' ' 0 0 4 88,5 163,6 log log 0,03 log 0,21 log 1 1 0,95 63,6 88,5 vfila erior vm c R C v vm b C C e arg sup 3123,8 10ila eriorc m 5148 199 210 99 5148 030 9501 6 1 00 0 , log, , log, , logClogC e b ' vm ' vf C' v ' vm R eriorinfilaarg c m,eriorinfilaargc 310498 Logo, 𝜌𝑐 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (4,2 + 123,8 + 98,4) × 10−3 = 226,4 × 10−3 𝑚 Tempo para que ocorra o final do adensamento primário (Tv = 1) Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 𝑡 = 1×22 4,3×10−3 = 930,2 𝑑𝑖𝑎𝑠 Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 𝑡 = 1×32 4,3×10−3 = 2093 𝑑𝑖𝑎𝑠 Como o carregamento q = 100 kPa foi aplicado em t = 316,3 dias então o adensamento primário, em relação ao instante do rebaixamento t0 = 0, termina em: Camada de argila superior 𝑡𝑝 = 930,2 + 316,3 = 1246,5 𝑑𝑖𝑎𝑠 Camada de argila inferior 𝑡𝑝 = 2093 + 316,3 = 2409,3 𝑑𝑖𝑎𝑠 12.4.3) Recalque de compressão secundária em t = 10 anos Camada de argila superior m, , log , ,, t t og e C b p eriorsup s 3 0 0 10010 51246 3650 9501 210050 4 1 Camada de argila inferior m, , log , ,, t t og e C b p eriorinf s 3 0 0 1085 32409 3650 9501 210050 6 1 Recalque total de compressão secundária em t = 10 anos m,,,eriorinfs eriorsup ss 33 108151085010 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 148 13 – (Prova P4 2015.2) Com relação ao perfil de solo da Fig. ER40 e Tabela ER9, admitido como material elástico linear, os seguintes eventos aconteceram sequencialmente: a) rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2 no instante t0 = 0; b) remoção instantânea da camada superficial de areia seca de 2m de espessura no instante t1 correspondente ao final do adensamento primário causado pelo rebaixamento do lençol freático; c) construção instantânea na nova superfície do terreno escavado de uma fundação circular, perfeitamente flexível, de raio R = 6m com carregamento uniformemente distribuído ∆q = 100 kPa no instante correspondente ao final do adensamento primário t2 causado pela remoção da camada superficial de areia; Pede-se determinar, considerando peso específico da água w = 10 kN/m 3 e desprezando os efeitos de capilaridade e da variação da tensão vertical total devido à mudança do peso específico da areia na região 2m < z < 4m: i) a distribuição de poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡0 − (imediatamente antes) e 𝑡0 + (imediatamente após) o rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2 . ii) a distribuição de poropressões com a profundidade no instante 𝑡1 − (imediatamente antes) e 𝑡1 + (imediatamente após) a remoção da camada superficial de areia. Qual o valor deste tempo t1 ? iii) a distribuição de poropressões com a profundidade no instante 𝑡2 − (imediatamente antes) e 𝑡2 + (imediatamente após) o carregamento da fundação circular. Qual o valor deste tempo t2 ? iv) a distribuição de poropressões com a profundidade no instante 𝑡3 − correspondente ao final do adensamento primário causado pelo carregamento da fundação circular. Qual o valor deste tempo t3 ? v) após o término do adensamento primário causado pelo carregamento da fundação circular (instante 𝑡3 −) foi feito o reaterro da camada original de areia e em seguida a elevação do lençol freático de NA2 para NA1. No tempo t → ∞ qual a estimativa do recalque final de adensamento primário do centro da fundação circular perfeitamente flexível ? Além dos gráficos de distribuição das poropressões com a profundidade dos itens i), ii), iii) e iv) preencha a Tabela ER10. Tabela ER9 – Propriedades dos solos camada de solo peso específico (kN/m 3 ) cv m 2 / s mv m 2 / kN coeficiente de Poisson v areia seca 18 ----- ------- --------- areia PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 149 saturada 20 ------- ------- ---------- argila saturada 18 4x 10 -7 3 x 10 -4 0,3 Tabela ER10 – Valores de poropressão no perfil de solo (kPa) prof.(m) 𝑡0 − 𝑡0 + 𝑡1 − 𝑡1 + 𝑡2 − 𝑡2 + 𝑡3 − 2 0 0 0 0 0 0 0 4 20 0/20 0 0/-36 0 0/96,83 0 5 30 30 16,67 -19,33 16,67 107,72 16,67 6 40 40 33,33 -2,67 33,33 116,26 33,33 7 50 50 50 14/50 50 123,76 / 50 50 8 60 60 60 60/24 60 60 / 124,64 60 9 70 70 70 34 70 126,23 70 10 80 80 80 44 80 128,80 80 11 90 90 90 54 90 132,40 90 12 100 100 100 64/100 100 136,95 / 100 100 15 130 130 130 130 130 130 130 Figura ER40 – Perfil do depósito de solo i) a distribuição de poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡0 − e 𝑡0 + do rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2. Figura ER41 - Poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡0 − e 𝑡0 + PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 150 ii) a distribuição de poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡1 − e 𝑡1 + da remoção da camada superficial de areia. Qual o valor deste tempo? Determinação do tempo t1 considerando que o adensamento, em termos de engenharia, termina em Tv = 1 então 𝑡1 = 𝑇𝑣𝐻 2 𝑐𝑣 = 1×1,52 4×10−7 → 𝑡1 = 65,1 𝑑𝑖𝑎𝑠 Não há necessidade de examinar a camada de argila 2 que não é afetada pelo rebaixamento do nível d’água. iii) a distribuição de poropressões com a profundidade no instante t2 do carregamento da fundação circular. Qual o valor deste tempo? Determinação do tempo t2 considerando a camada de maior espessura de drenagem (argila inferior) 𝑡2 = 𝑡1 + ( 𝑇𝑣𝐻 2 𝑐𝑣 ) 𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 = 𝑡1 + 1×22 4×10−7 → 𝑡2 = 65,1 + 115,7 = 180,8 𝑑𝑖𝑎𝑠 Figura ER42 - Poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡1 − e 𝑡1 + Figura ER43 - Poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡2 − e 𝑡2 + ao longo do eixo da fundação circular PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 151 iv) a distribuição de poropressões com a profundidade no instante no instante 𝑡3 − correspondente ao final do adensamento primário causado pelo carregamento da fundação circular. Qual o valor deste tempo t3 ? Determinação do tempo t3 considerando a camada de maior espessura de drenagem (argila inferior) 𝑡3 = 𝑡2 + ( 𝑇𝑣𝐻 2 𝑐𝑣 ) 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 = 𝑡2 + 1×22 4×10−7 → 𝑡2 = 180,8 + 115,7 = 296,5 𝑑𝑖𝑎𝑠 Figura ER44 - Poropressões com a profundidade nos instantes 𝑡3 − (mesma distribuição em 𝑡2 −) v) Com a hipótese de elasticidade do solo os processos de rebaixamento / levantamento do lençol freático e remoção / reaterro da camada de areia são mutuamente excludentes e não causam recalque de adensamento primário em t → ∞. Assim, o recalque final é provocado apenas pelo carregamento da própria fundação circular, cujos acréscimos de tensão vertical efetiva nas argilas superior e inferior foram determinados pela Eq. 1.55 nos planos médios das subcamadas de espessura b0 = 1m, conforme Tabela ER11. A profundidade z* foi medida a partir da base da fundação circular. prof. (m) b0 (m) ∆𝜎′𝑣 (kPa) mv (m2/kN) ∆𝜌 (m) z* = 2.5 1 94,31 3 × 10−4 0,028293 Camada de argila superior z* = 3.5 1 87,21 3 × 10−4 0,026163 z* = 4.5 1 78,40 3 × 10−4 0,023520 0,077976 z* = 6.5 1 60,33 3 × 10−4 0,018099 z* = 7.5 1 52,39 3 × 10−4 0,015717 Camada de argila inferior z* = 8.5 1 45,47 3 × 10−4 0,013641 z* = 9.5 1 39,56 3 × 10−4 0,011868 0,059325 Recalque total 0,137301 m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 152 14 – (Prova P1 2016.1) Uma fundação circular perfeitamente flexível de raio R = 20m é uniformemente carregada (q = 100 kPa) na superfície do maciço de solo mostrado na Fig. ER45. Pede-se calcular o recalque final de adensamento primário da camada de argila pelos seguintes métodos: a) estado de deformação 1D considerando acréscimos de tensão vertical gerados pelo carregamento de uma fundação circular de raio infinito; b) estado de deformação 1D considerando acréscimos de tensão vertical gerados pelo carregamento da fundação circular de raio R = 20m (teoria da elasticidade linear); Para fins de cálculo indireto do recalque, admitir a camada de argila subdividida em 5 subcamadas de 8m de espessura. Os acréscimos normalizados de tensão vertical ao longo do eixo z que passa pelo centro da fundação circular são: z/R 0,3 0,7 1,1 1,5 1,9 ∆𝜎𝑧𝑧 ∆𝑞⁄ 0,98 0,81 0,59 0,42 0,31 c) estado de deformação 1D considerando acréscimos de tensão vertical gerados pelo carregamento da fundação circular de raio R = 20m (método da distribuição das tensões 2:1). Figura ER45 – Fundação superficial sobre depósito de solo. 𝑀 = 𝐸(1 − 𝑣) (1 − 2𝑣)(1 + 𝑣) = 3 × 103 × (1 − 0,25) (1 − 0,50)(1 + 0,25) = 3600 𝑘𝑃𝑎 a) Recalque final de adensamento primário considerando carregamento de uma fundação circular com raio infinito (∆𝜎𝑣 ′ = ∆𝑞) 𝜌𝑐 = 𝑏0 ∆𝜎𝑣 ′ 𝑀 = 40 × 100 3600 = 1,1𝑚 b) Recalque final de adensamento primário considerando acréscimos de tensão vertical induzidos pelo carregamento da fundação circular de raio R = 20m no plano médio de 5 subcamadas de 8m de espessura. Acréscimos de tensão determinados pela teoria da elasticidade linear. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 153 z (m) – plano médio z/R ∆𝜎𝑣 ′/∆𝑞 ∆𝜎𝑣 ′ (kPa) 6 0,3 0,98 98 14 0,7 0,81 81 22 1,1 0,59 59 30 1,5 0,42 42 38 1,9 0,31 31 𝜌𝑐 = ∑ 𝑏0𝑖 ∆𝜎𝑣𝑖 ′ 𝑀𝑖 5 𝑖=1 = 8 3600 (98 + 81 + 59 + 42 + 31) = 0,69𝑚 c) Recalque final de adensamento primário considerando acréscimos de tensão vertical induzidos pelo carregamento da fundação circular de raio R = 20m no plano médio de 5 subcamadas de 8m de espessura. Acréscimos de tensão determinados pelo método aproximado de distribuição de tensão vertical 2:1 (Fig. ER46). z (m) – plano médio Rz (m) ∆𝜎𝑣 ′ = ∆𝑞(𝑅/𝑅𝑧) 2 6 23 75,61 14 27 54,87 22 31 41,62 30 35 32,65 38 39 26,30 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = ∆𝑞(𝜋𝑅2) = ∆𝜎𝑣 ′(𝜋𝑅𝑧 2) ∆𝜎𝑣 ′ = ∆𝑞 × (𝑅/𝑅𝑧) 2 𝜌𝑐 = ∑ 𝑏0𝑖 ∆𝜎𝑣𝑖 ′ 𝑀𝑖 5 𝑖=1 = 8 3600 (75,61 + 54,87 + 41,62 + 32,65 + 26,30) = 0,51𝑚 Figura ER46 - Distribuição aproximada dos acréscimos de tensão vertical na proporção 2(V): 1(H) 15 – (Prova P4 2016.1) No perfil de solo da Fig. ER47 foi feito um bombeamento instantâneo em t = 0 na camada de areia entre 8m ≤ z ≤ 9m com redução da carga de pressão hp= 3m em todos os seus pontos. No tempo t = 263 - dias pede-se determinar considerando peso específico da água w = 10 kN/m3: PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos SolosC. Romanel 154 a) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t < 0, t = 0 e t = 263- dias, preenchendo os valores da Tabela ER12. 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 22 = 0,283 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 32 = 0,126 Em z = 6m, do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão (Fig. 2.9) devido ao bombeamento considerando Z =1 e Tv = 0,283 estima-se Uz = 0,68. 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧) × 𝑢0 𝑏 = (1 − 0,68) × 30 = 9,6 𝑘𝑃𝑎 Em z = 12m, do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão (Fig. 2.9) devido ao bombeamento considerando Z =1 e Tv = 0,126 estima-se Uz = 0,54. 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧) × 𝑢0 𝑏 = (1 − 0,54) × 30 = 13,8 Figura ER47 – Perfil geotécnico de maciço de solo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 155 Tabela ER12 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 263 - dias 1 0 0 0 3 20 20 20 4 30 30 30 6 65 65 50+9,6 = 59,6 8 100 100/70 70 9 110 80/110 80 12 125 125 110+13,8=123,8 15 140 140 140 17 160 160 160 Em seguida, no tempo t = 263+ dias foi executado um rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2 com variação do peso específico da camada de areia entre 1m ≤ z ≤ 3m. Pede-se determinar: b) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t = 263+ dias, t = 526 dias e t → ∞, preenchendo os valores na Tabela ER13. Camada de argila superior (bombeamento) 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 526 22 = 0,566 Camada de argila inferior (bombeamento) 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 526 32 = 0,252 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 156 Devido ao rebaixamento e variação do peso específico da areia em t = 526 dias com início no instante t0 = 263 dias Camada de argila superior (rebaixamento e variação do peso específico) 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 22 = 0,283 Camada de argila inferior (somente variação do peso específico) 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 32 = 0,126 Em z = 6m, a poropressão resulta em: 𝑢𝑒 = 40 + (1 − 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏) × 𝑢0 𝑏1 + (1 − 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏) × 𝑢0 𝑏2 + (1 − 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝 ) × 𝑢0 3 𝑢𝑒 = 40 + (1 − 0,84) × 30 + (1 − 0,68) × 20 + (1 − 0,37) × (−6) 𝑢𝑒 = 40 + 4,8 + 6,4 − 3,78 = 47,42 𝑘𝑃𝑎 onde 𝑢0 𝑏1 = 30 𝑘𝑃𝑎 𝑢0 𝑏2 = 20 𝑘𝑃𝑎 𝑢0 3 = −6 𝑘𝑃𝑎 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 0,84 para Z =1 e Tv = 0,566 da Fig. 2.9; 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏 = 0,68 para Z =1 e Tv = 0,283 da Fig. 2.9; 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝 = 0,37 para Z = 1 e Tv = 0,283 da Fig. 2.4 Em z = 12m, a poropressão resulta em: 𝑢𝑒 = 110 + (1 − 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏) × 𝑢0 𝑏1 + (1 − 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝 ) × 𝑢0 3 𝑢𝑒 = 110 + (1 − 0,65) × 30 + (1 − 0,11) × (−6) = 110 + 10,50 − 5,34 = 115,16 𝑘𝑃𝑎 onde 𝑢0 𝑏1 = 30 𝑘𝑃𝑎 𝑢0 3 = −6 𝑘𝑃𝑎 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 0,65 para Z =1 e Tv = 0,252 da Fig. 2.9; 𝑈𝑧 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝 = 0,11 para Z = 1 e Tv = 0,126 da Fig. 2.4 Tabela ER13 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 263 + dias t = 526 dias t → ∞ 1 0 0 0 3 0 0 0 4 10/30 – 6 = 24 10 10 6 59,6 – 6 = 53,6 40+4,8+6,4-3,78 = 47,42 40 8 70-6 = 64/70 70 70 9 80/ 80 -6 = 74 80 80 12 123,8 -6 = 117,8 110+ 10,50-5,34=115,16 110 15 140 -6 = 134/140 140 140 17 160 160 160 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 157 c) o valor do recalque final de adensamento primário na superfície do terreno. Efetue os cálculos com base nos parâmetros CC ou Cr c.1) Camada de argila superior Recalque final de adensamento primário considerando as tensões no plano médio da camada c.1.1) Devido ao bombeamento em t = 0 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎′𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 2 − 65 = 44 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑚 = 𝜎 ′ 𝑣0 × 𝑂𝐶𝑅 = 44 × 1,25 = 55 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑓 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 + ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 44 + 15 = 59 𝑘𝑃𝑎 c.1.2) Devido ao rebaixamento / variação do peso específico em t = 263 dias 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏/𝛾 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 + (𝑢0 − 𝑢𝑒)263 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑏𝑜𝑚 = 44 + (65 − 59,6) = 49,4 𝑘𝑃𝑎 onde (65 − 59,6) = 5,4 𝑘𝑃𝑎 vem da Tab. ER12 para z = 6m. 𝜎′𝑣𝑓 𝑟𝑒𝑏/𝛾 = 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏/𝛾 + ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑏 + ∆𝜎′𝑣 𝛾 = 49,4 + 10 − 2 × 3 = 53,4 𝑘𝑃𝑎 observando que o rebaixamento do nível dágua e a variação do peso específico da camada superior de areia são eventos simultâneos. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 158 / sup 0 0 / 0 0 0 0 ' '' log log log 1 ' ' 1 ' bom reb vf vferior vm C r C rbom reb v vm v b b C C C e e sup 4 55 59 4 53,40,10 log 0,21 log 0,10 log 1 0,95 44 55 1 0,95 49,4 erior C sup 0,040eriorC m c.2) Camada de argila inferior Recalque final de adensamento primário considerando as tensões no plano médio da camada em z = 12m c.2.1) Devido ao bombeamento em t = 0 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎′𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 4 + 20 + 3 × 16 − 125 = 84 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑚 = 𝜎 ′ 𝑣0 × 𝑂𝐶𝑅 = 84 × 1,25 = 105 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑓 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 + ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 84 + 15 = 99 𝑘𝑃𝑎 c.2.2) Devido à variação do peso específico em t = 263 dias 𝜎′𝑣0 𝛾 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 + (𝑢0 − 𝑢𝑒)263 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑏𝑜𝑚 = 84 + (125 − 123,8) = 85,2 𝑘𝑃𝑎 onde (125 − 123,8) = 1,2 𝑘𝑃𝑎 vem da Tab. ER12 para z = 12m 𝜎′𝑣𝑓 𝛾 = 𝜎′𝑣0 𝛾 + ∆𝜎′𝑣 𝛾 = 85,2 − 2 × 3 = 79,2 𝑘𝑃𝑎 inf 0 0 0 0 0 0 ' ' log log 1 ' 1 ' bom vf vferior C r rbom v v b b C C e e inf 6 99 6 79,20,10 log 0,10 log 0,012 1 0,95 84 1 0,95 85,2 erior C m c.3) Recalque final de adensamento primário na superfície do terreno sup inf 0,040 0,012 0,052erior eriorC C C m 16 – (Prova P1 2016.2) No perfil de solo da Fig. ER48 foi feito um bombeamento instantâneo em t = 0 na camada de areia entre 8m ≤ z ≤ 9m com redução de 3m da carga de pressão em todos os seus pontos. Considerando o peso específico da água w = 10 kN/m 3 pede-se determinar: a) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t < 0, t = 0 e t = 263 dias, preenchendo os valores da Tabela ER14. a.1) Na camada de argila superior em t = 263 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel159 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 22 = 0,283 Em z = 6m, do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão devido ao bombeamento considerando Z =1 e Tv = 0,283 estima-se Uz = 0,68. 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧) × 𝑢0 𝑏 = (1 − 0,68) × 30 = 9,6 𝑘𝑃𝑎 Figura ER48 – Perfil de solo a.2) Na camada de argila inferior em t = 263 dias 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 32 = 0,126 Em z = 12m, do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão devido ao bombeamento considerando Z =1 e Tv = 0,126 estima-se U = 0,54. 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧) × 𝑢0 𝑏 = (1 − 0,54) × 30 = 13,8 𝑘𝑃𝑎 Tabela ER14 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 263- dias 1 0 0 0 3 20 20 20 4 30 30 30 6 65 65 50+9,6 = 59,6 8 100 100/70 70 9 110 80/110 80 12 125 125 110+13,8=123,8 15 140 140 140 17 160 160 160 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 160 b) determinar as velocidades de fluxo no plano médio das camadas de argila, no tempo t = 263 dias, indicando respectivos sentidos na Tabela ER15. Observe que a redução da carga de pressão hp= 3m entre 8m ≤ z ≤ 9m tornou hidrostática a distribuição de poropressão na camada de areia. Logo, não há diferença de carga hidráulica entre o topo e a base das camadas de argila e, portanto, a velocidade de fluxo permanente em ambas as camadas é nulo. b.1) Velocidade de fluxo transiente na camada de argila superior 𝑣 = 𝑘𝑖 → 𝑣 = 𝑘 × 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0,02 × 30 10 × 2 × 0,06 = 1,8 × 10−3𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ com 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0,06 determinado do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão considerando Z =1 e Tv = 0,283. b.2) Velocidade de fluxo transiente na camada de argila inferior 𝑣 = 𝑘𝑖 → 𝑣 = 𝑘 × 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0,02 × 30 10 × 3 × 0,28 = 5,6 × 10−3𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↓ com 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0,28 determinado do gráfico das isócronas para distribuição triangular inicial dos excessos de poropressão considerando Z =1 e Tv = 0,126. Tabela ER15 - Velocidades de fluxo em t = 263 dias z (m) v (m/s) 6 1,8 × 10−3𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ 12 5,6 × 10−3𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↓ Em seguida, no tempo t = 263+ dias foi executado um rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2 com a areia permanecendo saturada por capilaridade entre 1m ≤ z ≤ 3m. Pede-se determinar: c) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t = 263+ dias, t = 526 dias e t → ∞, preenchendo os valores da Tabela ER16. c.1) Devido ao bombeamento em t = 526 dias Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 526 22 = 0,566 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 0,84 𝑍 = 1 Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 526 32 = 0,252 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 0,65 𝑍 = 1 c.2) Devido ao rebaixamento em t = 526 dias com início no instante t0 = 263 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 161 Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 263 22 = 0,283 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏 = 0,68 𝑍 = 1 Camada de argila inferior – não sofre influência do rebaixamento c.3) Em z = 6m, a poropressão resulta em: 𝑢𝑒 = 40 + (1 − 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏) × 𝑢0 𝑏1 + (1 − 𝑈𝑧 𝑟𝑒𝑏) × 𝑢0 𝑏2 𝑢𝑒 = 40 + (1 − 0,84) × 30 + (1 − 0,68) × 20 𝑢𝑒 = 40 + 4,8 + 6,4 = 51,2 𝑘𝑃𝑎 onde 𝑢0 𝑏1 = 30 𝑘𝑃𝑎 𝑢0 𝑏2 = 20 𝑘𝑃𝑎 c.4) Em z = 12m, a poropressão resulta em: 𝑢𝑒 = 110 + (1 − 𝑈𝑧 𝑏𝑜𝑚𝑏) × 𝑢0 𝑏1 𝑢𝑒 = 110 + (1 − 0,65) × 30 = 110 + 10,50 = 120,5 𝑘𝑃𝑎 onde 𝑢0 𝑏1 = 30 𝑘𝑃𝑎 Tabela ER16 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 263+ dias t = 526 dias t → ∞ 1 0 0 0 3 0 0 0 4 10 / 30 10 10 6 59,6 40+4,8+6,4 = 51,2 40 8 70 70 70 9 80 80 80 12 123,8 110+ 10,50=120,5 110 15 140 140 140 17 160 160 160 d) determinar o valor do recalque final de adensamento primário na superfície do terreno. d.1) Camada de argila superior Recalque final de adensamento primário considerando as tensões no plano médio da camada d.1.1) devido ao bombeamento em t = 0 𝜎𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 2 = 109 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣0 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎𝑣0 − 𝑢0 = 109 − 65 = 44 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑚 = 𝜎 ′ 𝑣0 × 𝑂𝐶𝑅 = 44 × 1,25 = 55 𝑘𝑃𝑎 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 162 ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 15 𝑘𝑃𝑎 em z = 6m d.1.2) devido ao rebaixamento em t = 263 dias 𝜎′𝑣0 𝑟𝑒𝑏 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 + (∆𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚) 263 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑏𝑜𝑚 = 44 + (65 − 59,6) = 49,4 𝑘𝑃𝑎 onde (65 − 59,6) vem da Tab. ER14 ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑏 = 10 𝑘𝑃𝑎 em z = 6m sup 0 0 0 0 0 0 ' '' ' log log log log 1 ' ' 1 ' ' bom reb vf vferior vm vm C r C r Cbom reb v vm v vm b b C C C C e e sup 4 55 59 4 55 59,40,03 log 0,21 log 0,03 log 0,21 log 0,036 1 0,95 44 55 1 0,95 49,4 55 erior C m d.2) Camada de argila inferior Recalque final de adensamento primário considerando as tensões no plano médio da camada em z = 12m 𝜎𝑣0 = 17 × 1 + 20 × 3 + 16 × 4 + 20 × 1 + 16 × 3 = 209 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣0 = 𝜎′𝑣0 𝑏𝑜𝑚 = 𝜎𝑣0 − 𝑢0 = 209 − 125 = 84 𝑘𝑃𝑎 𝜎′𝑣𝑚 = 𝜎 ′ 𝑣0 × 𝑂𝐶𝑅 = 84 × 1,25 = 105 𝑘𝑃𝑎 ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 15 𝑘𝑃𝑎 em z = 12m inf 0 0 0 ' 6 84 15 log 0,03 log 0,007 1 ' 1 0,95 84 bom vferior C r bom v b C m e d.3) Recalque final de adensamento primário na superfície do terreno sup inf 0,036 0,007 0,043erior eriorC C C m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 163 Figura ER49 - Distribuição de poropressões em t < 0 Figura ER50 - Distribuição de poropressões em t = 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 164 Figura ER51 - Distribuição de poropressões em t = 263 dias Figura ER52 - Distribuição de poropressões em t = 263 + dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel165 Figura ER53 - Distribuição de poropressões em t = 526 dias Figura ER54 - Distribuição de poropressões em t → ∞ 17 – (Prova P1 2016.2) Para construir um tanque para armazenamento de óleo com 30m de diâmetro uma camada de areia superficial de 5m de espessura será removida do perfil de solo da Fig. ER55. O tanque aplicará um carregamento q = 200 kPa na superfície do solo escavado em z = 5m. A construção do tanque foi feita 5 anos após a remoção da camada de areia superficial. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 166 Pede-se determinar, considerando o peso específico da água w = 10 kN/m 3, o recalque final de adensamento primário pelo método indireto, dividindo a camada de argila em 4 subcamadas de 5m de espessura. a) Alívio das tensões verticais no plano médio de cada subcamada devido à remoção da areia superficial (5m de espessura) (∆𝜎𝑣 ′)𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 = 5 × 17 = − 85 𝑘𝑃𝑎 b) Acréscimos das tensões verticais no plano médio de cada subcamada, ao longo do eixo vertical do tanque, determinados pela equação 2/3 2tan /1 1 1' zR q quev com q = 200 kPa, R = 15m c) Recalque final de adensamento primário em cada subcamada quevremoçãovvc M b tan 0 ''' profundidade (m) ∆𝜎𝑣 ′ (kPa) 𝑏0∆𝜎𝑣 ′/𝑀 (𝜌𝐶)𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 (m) 12,5 97,11 5 × 97,11/3600 0,135 17,5 62,53 5 × 62,53/3600 0,087 22,5 27,46 5 × 27,46/3600 0,038 27,5 -0,21 −5 × 0,21/3600 0 Recalque total 0,260 Figura ER55 - Perfil de solo onde será construído o tanque para armazenamento de óleo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 167 Porque o recalque final de adensamento primário foi calculado com o parâmetro linear M (e não com os parâmetros CR e CC) não é necessário determinar a tensão vertical efetiva inicial e suas atualizações no tempo, como nos exercícios 12, 15 e 16. 18 – (Prova P1 2017.1) No perfil de solo da Fig. ER56 é executado um rebaixamento instantâneo (t = 0) de 2m no nível do lençol d'água de NA1 para NA2. Posteriormente, no instante t = 61 dias é feita a remoção de parte da camada superficial de areia até a profundidade de 2m. Considerando peso específico da água 3/10 mkNw , peso específico saturado da argila 3arg /16 mkNilasat , peso específico saturado da areia 3/20 mkNareiasat e peso específico total da areia acima do NA 3/17 mkNareiat , pede-se determinar, incluindo nos cálculos os efeitos da variação do peso específico da areia causada pelo rebaixamento: a) os gráficos de distribuição de poropressão em: (a) t < 0; (b) t = 0; (c) t = 17,5 dias (d) t = 61 dias; (e) t . Preencha os valores das poropressões na Tabela ER17. b) velocidade total de fluxo nos planos médios das camadas de argila em: (a) t = 17,5 dias; (b) t = 61 dias. Preencha os valores de velocidade na Tabela ER18. c) recalque final de adensamento primário da superfície do terreno. Figura ER56 - Perfil de solo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 168 Tabela ER17 – Poropressões (kPa) no perfil de dolo Profundidade (m) t < 0 t = 0 t =17,5 dias t =61 dias t 2 0 - - - - 4 20 0 0 0 0 5 30 10/24 10 10/-24 10 6 40 34 32,4 -4 30 7 50 44/50 50 16/50 50 8 60 60/54 60 60/26 60 10 90 84 85,4 54,7 90 12 120 114/120 120 86/120 120 14 140 140 140 140 140 Tabela ER18 – Velocidades (cm/s) no perfil de solo Profundidade (m) t = 17,5 dias t= 61 dias 6 1,8 x 10 -7 cm/s ↑ 2,0 x 10 -7 cm/s ↑ 10 2,6 x 10 -8 cm/s ↑ 2,6 x 10 -8 cm/s ↑ Figura ER57 - Poropressões (kPa) em t < 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 169 Figura ER58a - Poropressões (kPa) em t = 0 considerando separadamente efeitos do rebaixamento (somente na camada de argila superior) e variação do peso específico da areia (ambas as camadas). Figura ER58b - Poropressões (kPa) em t = 0 considerando conjuntamente do rebaixamento (somente na camada de argila superior) e variação do peso específico da areia (ambas as camadas). PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 170 Figura ER59 - Poropressões (kPa) em t = 17,5 dias Figura ER60 - Poropressões (kPa) em t = 61 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 171 Figura ER61 - Poropressões (kPa) em t → ∞ a)Tempo para camadas de argila atingirem o final do adensamento primário Tv =1 a. 1) Camada de argila superior → 1 = 𝑐𝑣𝑡𝑝 𝐻2 → 𝑡𝑝 = 1002 2×10−3×24×60×60 = 57,9 𝑑𝑖𝑎𝑠 a. 2) Camada de argila inferior → 1 = 𝑐𝑣𝑡𝑝 𝐻2 → 𝑡𝑝 = 2002 5,3×10−3×24×60×60 = 87,4 𝑑𝑖𝑎𝑠 b) Valores dos excessos de poropressão no plano médio das camadas de argila (Z = 1) no tempo t = 17,5 dias b.1) Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 2×10−3×17,5×24×60×60 1002 = 0,3 Do gráfico das isócronas com distribuição u0 constante com a profundidade (variação do peso específico da areia) é lido Uz = 0,40 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧)𝑢0 = (1 − 0,40)(−6) = −3,6𝑘𝑃𝑎 Do gráfico das isócronas com distribuição linear de u0 com a profundidade (rebaixamento do nível d’água) é lido Uz = 0,70 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧)𝑢0 𝑏 = (1 − 0,70)(20) = 6𝑘𝑃𝑎 Logo 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 30 + 6 − 3,6 = 32,4𝑘𝑃𝑎 b.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 5,3×10−3×17,5×24×60×60 2002 = 0,2 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 172 Do gráfico das isócronas com distribuição u0 constante com a profundidade (variação do peso específico da areia) é lido Uz = 0,23 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧)𝑢0 = (1 − 0,23)(−6) = −4,6𝑘𝑃𝑎 Logo 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 90 − 4,6 = 85,4𝑘𝑃𝑎 c) Valores dos excessos de poropressão no plano médio das camadas de argila (Z = 1) no tempo t = 61 dias c.1) Camada de argila superior já adensoudevido aos efeitos do rebaixamento porque tp = 57,9 dias < 61 dias. O excesso de poropressão somente é devido à remoção instantânea da camada de areia superior de 2m de espessura. Logo 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 30 − 2 × 17 = −4𝑘𝑃𝑎 c.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 5,3×10−3×61×24×60×60 2002 = 0,7 Do gráfico das isócronas com distribuição u0 constante com a profundidade (variação do peso específico da areia) é lido Uz = 0,78 𝑢𝑒 = (1 − 𝑈𝑧)𝑢0 = (1 − 0,78)(−6) = −1,3𝑘𝑃𝑎 Logo 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 90 − 1,3 − 2 × 17 = 54,7𝑘𝑃𝑎 d) Velocidade de fluxo no plano médio da camada de argila superior d.1) t = 17,dias d.1.1) Devido à variação do peso específico vt = 0 pois em Z =1 as tangentes às isócronas são verticais. d.1.2) Devido à variação do nível d’água, com base no gráfico das isócronas correspondente 𝑣𝑡 = 𝑘 × 𝑖 = 𝑘 × 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤 × 𝐻 × 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 ] 𝑍=1 = 2 × 10−7 × 20 10 × 1 × 0,05 1 = 2 × 10−8𝑐𝑚/𝑠 ↓ d.1.3) Devido ao fluxo permanente em t → ∞ 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘 × 𝑖 = 𝑘 × ∆ℎ 𝑏0 = 2 × 10−7 × 2 2 = 2 × 10−7𝑐𝑚/𝑠 ↑ d.1.4) Velocidade total de fluxo 𝑣 = 𝑣𝑠𝑠 + 𝑣𝑡 = 2 × 10 −7 − 2 × 10−8 = 1,8 × 10−7 𝑐𝑚/𝑠 ↑ d.2) t = 61 dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 173 O adensamento devido ao rebaixamento e variação do peso específico já terminou e no instante t = 61dias ainda não houve dissipação dos excessos de poropressão gerados pela remoção da camada de areia. Logo vt = 0 e somente ocorre velocidade de fluxo permanente 𝑣𝑠𝑠 = 2 × 10 −7𝑐𝑚/𝑠 ↑ e) Velocidade de fluxo no plano médio da camada de argila inferior e.1) t = 17dias e.1.1) Devido à variação do peso específico vt = 0 pois em Z =1 as tangentes às isócronas são verticais. Somente existe fluxo devido ao regime permanente 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘 × ∆ℎ ∆𝑧 ⁄ = 5,3 × 10 −8 × (2 4⁄ ) = 2,65 × 10−8 𝑐𝑚/𝑠 ↑ e.2) t = 61 dias e.2.1) Devido à variação do peso específico vt = 0 pois em Z = 1 as tangentes às isócronas são verticais. Ainda não houve dissipação dos excessos de poropressão gerados pela remoção da camada de areia. Somente ocorre velocidade de fluxo permanente 𝑣𝑠𝑠 = 2,65 × 10 −8 𝑐𝑚/𝑠 ↑ f ) Recalque de adensamento primário na superfície do maciço de solo f.1) Camada de argila superior kN/m c k m vw v 23 43 27 10 1010210 10102 No método de cálculo indireto com o parâmetro linear mv, considerando o plano médio da camada, mmb remcc reb c ' vvc 23 11101 10634610102 f.2) Camada de argila inferior kN/m , , c k m vw v 24 43 28 10 10103510 101035 No método de cálculo indireto com o parâmetro linear mv, considerando o plano médio da camada, m,mb remcc ' vvc 24 2202 1061346104 f.3) Recalque total da superfície do solo cm,m,ccc 6710616 2 21 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 174 19 – (Prova P4 2017.1) No perfil de solo da Fig. ER62 é feito no tempo t = 0 um bombeamento instantâneo na camada de areia situada na profundidade 8m ≤ z ≤ 9m que provoca um alívio de pressão de 12,6 kPa em todos os pontos desta camada. Em seguida, no tempo t = 209 dias é feita a escavação instantânea de 2m da camada superficial de areia. Pede-se: a) os gráficos de distribuição de poropressão nos tempos t < 0, t = 0, t = 209 - dias (imediatamente antes da escavação), t = 209 dias (no instante da escavação), t = 418 dias, t → ∞. Preencher os valores de poropressão na Tabela ER19; b) o recalque final de adensamento primário na superfície do terreno. Figura ER62 – Perfil do depósito de solo Tabela ER19 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 209 - dias t = 209 dias t = 418 dias t →∞ 3 0 0 0 0 0 0 4 10 10 10 10 / -24 10 10 6 45 45 43,2 9,2 16,53 38,7 8 80 80 / 67,4 67,4 33,4 / 67,4 67,4 67,4 9 90 77,4 / 90 77,4 77,4 / 43,4 77,4 77,4 12 105 105 104,6 70,6 71,53 98.7 15 120 120 120 86 / 120 120 120 17 140 140 140 140 140 140 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 175 a) valores de poropressão em t = 209– dias com base no gráfico das isócronas com distribuição inicial triangular do excesso de poropressão a.1) argila superior Z = 1, 6402250 2 2091034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v a.2) argila inferior Z = 1, 53010 3 2091034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v z (m) Uz ue = (1-Uz)12,6 (kPa) uss (kPa) u (kPa) 6 0,64 4,54 38,7 43,24 12 0,53 5,92 98,7 104,62 b) valores de poropressão em t = 209 dias devido à escavação da camada superficial de areia de 2m de espessura. Todos os pontos das camadas de argila superior e inferior sofrem uma redução de poropressão u0 = - 2 x 17 = - 34 kPa c) valores de poropressão em t = 418 dias c.1) excessos de poropressão com base no gráfico das isócronas com distribuição inicial triangular (bombeamento) em t = 418 dias c.1.1) argila superior Z = 1, 790450 2 4181034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v c.1.2) argila inferior Z = 1, 62020 3 4181034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v z (m) Uz ue = (1-Uz)12,6 (kPa) 6 0,79 2,65 12 0,62 4,79 c.2) excessos de poropressão com base no gráfico das isócronas com distribuição inicial constante (escavação) em t = 418 dias, correspondendo a t’ = t - 209 = 209 dias. c.2.1) argila superior Z = 1, 2702250 2 2091034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v c.2.2) argila inferior Z = 1, 06010 3 2091034 2 3 2 ,U, , H tc T Z v v z (m) Uz ue = (1-Uz)(-34) (kPa) 6 0,27 -24,82 12 0,06 -31,96 c.3) valores de poropressão em t = 418 dias considerando efeitos combinados do bombeamento e da escavação da camada superficial de areia z (m) ue kPa (bombeamento) ue kPa (escavação) uss (kPa) u (kPa) 6 2,65 -24,82 38,7 16,53 12 4,79 -31,96 98,7 71,53 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 176 d) Recalque final de adensamento primário na superfície do terreno d.1) Argila superior considerando o ponto médio em z = 6m d.1.1) Coeficiente de deformação volumétrica mv kNm c k m vw z v /1032,0 103,410365 105 23 3 3 d.1.2) Variação da tensão vertical efetiva devido ao bombeamento em t → ∞ kPa, , u' t bom t bom v 36 2 612 0 0 d.1.3) Variação da tensão vertical efetiva devido à escavação em t → ∞ kPau t esc t esc v 34' 0 0 d.1.4) Recalque final de adensamento primário da camada superior de argila mmb vvc 035,0343,61032,04' 3 0 sup d.2) Argila inferior considerando o ponto médio em z = 12md.2.1) Coeficiente de deformação volumétrica mv kNm c k m vw z v /1027,1 103,410365 02,0 23 3 d.2.2) Variação da tensão vertical efetiva devido ao bombeamento em t → ∞ kPa, , u' t bom t bom v 36 2 612 0 0 d.2.3) Variação da tensão vertical efetiva devido à escavação kPau' t esc t esc v 34 0 0 d.2.4) Recalque final de adensamento primário da camada inferior de argila mmb vvc 053,0343,61032,06' 3 0 inf d.3) Recalque final de adensamento primário na superfície do terreno mcc 088,0053,0035,0 supsup PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 177 Figura ER63 – Distribuição de poropressão em t < 0 Figura ER64 – Distribuição de poropressão em t = 0 us t < 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 178 Figura ER65 – Distribuição de poropressão em t = 209 – dias (em preto) e t = 209 dias (em verde) Figura ER66 – Distribuição de poropressão em t = 418 dias (a distribuição real é a soma dos excessos de poropressão devidos ao bombeamento e escavação) – gráficos sem escala. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 179 Figura ER67 – Distribuição de poropressão em t → ∞ 20 – (Prova P1 2017.2) Com relação ao perfil de solo da Fig. ER68 os seguintes eventos aconteceram: a) rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2 em t0 = 0; b) remoção instantânea da camada superficial de areia seca de 2m de espessura ao final do adensamento primário causado pelo rebaixamento do lençol freático no instante t1; c) construção instantânea na nova superfície do terreno escavado de uma fundação circular, perfeitamente flexível, de raio R = 6m com carregamento uniformemente distribuído Δq = 100 kPa, no instante de tempo correspondente ao final do adensamento primário t2 causado pela remoção da camada superficial de areia. Pede-se determinar o recalque final de adensamento primário do depósito de solo considerando o acréscimo de distribuição vertical devido ao carregamento da fundação q determinado pela teoria da elasticidade linear. Considere a variação do peso específico provocado pelo rebaixamento do lençol freático. No cálculo indireto do recalque, para facilitar os cálculos, em cada estrato de argila considere apenas uma camada (i.e. não é necessário subdividir os estratos de argila em subcamadas). PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 180 Figura ER68 – Perfil do depósito de solo a) Recalque final de adensamento primário Acréscimo de tensão vertical devido ao carregamento da função circular perfeitamente flexível é determinado por 23 2 1 1 1 * fun v z R q' com z* = zmed - 2 Espessura camada (m) Ponto médio zmed (m) 0v' (kPa) vm' (kPa) reb v' (kPa) v' (kPa) esc v' (kPa) fun v' (kPa) 3 5,5 63 94,5 10 - 6 -34 87,21 4 10 94 141 0 - 6 -34 48,80 a.1) Recalque devido ao rebaixamento do lençol freático e variação do peso específico (eventos simultâneos) Espessura camada (m) Ponto médio zmed (m) 0v' (kPa) vm' (kPa) reb v' (kPa) v' (kPa) esc v' (kPa) fun v' (kPa) 3 5,5 63 94,5 10 - 6 -34 87,21 4 10 94 141 0 - 6 -34 48,80 Espessura subcamada (m) Ponto médio zmed (m) 0v' (kPa) vm' (kPa) rebvf' (kPa) Parâmetro 3 5,5 63 94,5 63+10- 6= 67 CR pois vm' > rebvf' 4 10 94 141 94-6 = 88 CR pois vm' > rebvf' PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 181 mrebc 3105,0 94 88 log03,0 95,01 4 63 67 log03,0 95,01 3 a.2) Recalque devido à escavação da camada de areia superficial (evento sequencial) Espessura subcamada (m) Ponto médio zmed (m) rebvf' (kPa) vm' (kPa) esc vf' (kPa) Parâmetro 3 5,5 67 94,5 67-34=33 CR pois vm' > esc vf' 4 10 88 141 88-34=54 CR pois vm' > esc vf' m,log, , log, , esc c 310227 88 54 030 9501 4 67 33 030 9501 3 a.3) Recalque devido ao carregamento da fundação (evento sequencial) Espessura subcamada (m) Ponto médio zmed (m) esc vf' (kPa) vm' (kPa) fun vf' (kPa) Parâmetro 3 5,5 33 94,5 33+87,21=120,21 CR e Cc pois esc vf' < vm' < fun vf' 4 10 54 141 54+48,80=102,80 CR pois vm' > fun vf' mfunc 3101,72 54 80,102 log03,0 95,01 4 5,94 21,120 log21,0 33 5,94 log03,0 95,01 3 a.4) Recalque final de adensamento primário mfunc esc c reb cC 33 104,44101,722,275,0 21 – (Prova P4 2017.2) Considere uma camada de argila de espessura L adensando com dupla drenagem sob carregamento linearmente crescente até atingir o valor total q em t = tc. Após certo tempo t o recalque de adensamento primário observado foi t. Caso o carregamento total q tivesse sido aplicado instantaneamente em t = 0, então no tempo t o valor do recalque de adensamento primário observado teria sido: a) igual a t b) maior do que t c) menor do que t d) nenhuma das alternativas Considere uma camada de argila de espessura L adensando com dupla drenagem sob carregamento linearmente crescente até atingir o valor total q em t = tc. O recalque final de adensamento primário observado foi . Caso o carregamento total q tivesse sido PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 182 aplicado instantaneamente em t = 0, então o valor do recalque final de adensamento primário observado teria sido: a) igual a b) maior do que c) menor do que d) nenhuma das alternativas 22 – (Prova P4 2017.2) No depósito de solo da Fig. ER69 foi feito um bombeamento instantâneo em t = 0 na camada de areia entre 15m ≤ z ≤ 17m com redução de 3m da carga de pressão em todos os seus pontos. Considerando o peso específico da água w = 10 kN/m 3 pede-se determinar: a) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t < 0, t = 0 e t = 2,3 anos, preenchendo os valores da Tabela ER20. Figura ER69 –Perfil do depósito de solo b) velocidades de fluxo no plano médio das camadas de argila, no tempo t = 2,3 anos indicando respectivos sentidos na Tabela ER21. Em seguida, no tempo t = 2,3+ anos ocorreu um levantamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2 com a areia sendo saturada entre 1m ≤ z ≤ 3m. Considerando a variação do peso específico da areia, pede-se determinar: c) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t = 2,3+ anos, t = 4 anos e t → ∞, preenchendo os valores da Tabela ER22. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 183 d) velocidades de fluxo no plano médio das camadas de argila, no tempo t = 4 anos indicando respectivos sentidos na Tabela ER23. Tabela ER20 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 2,3 anos 1 0 0 0 3 0 0 0 4 10 10 10 6 30 30 30 8 50 50 50 9 60 60 60 12 115 115 100+7,2 = 107,2 15 170 170/140 140 17 190 160 160 Tabela ER21 – Velocidade de fluxo (m/ano) em t = 2,3 anos z (m) v (m/ano) 6 0 12 (6,7 + 0,4) × 10−3 = 7,1 × 10−3 ↑ Tabela ER22 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 2,3 + anos t = 4 anos t → ∞ 1 0 0 0 3 20 20 20 4 30/16 30 30 6 36 40+1,4-2,4=39 40 8 56/50 50 50 9 60/66 60 60 12 113,2 100+3,6+3,3=106,9 100 15 146/140 140 140 17 160 160 160 Tabela ER23 – Velocidade de fluxo (m/ano) em t = 4 anos z (m) v (m/ano) 6 10−2 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↓ 12 6,7 × 10−3 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ a) Valor do excesso de poropressão em z = 12m em t = 2,3 anos devido ao bombeamento 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 × 𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 2,3 × 365 32 = 0,40 Do gráfico das isócronas com distribuição triangular dos excessos iniciais de poropressão (Fig. 2.9) considerando Z =1 e Tv = 0,4: 𝑈𝑧 = 1 − 𝑢𝑒 𝑢0 𝑏 = 0,76 → 𝑢𝑒 = (1 − 0,76) × 30 = 7,2 𝑘𝑃𝑎 b) Valor do excesso de poropressão em z = 6m em t = 2,3 anos devido ao bombeamento Camada de argila superior não é afetada pelo bombeamento PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 184 c) Velocidade de fluxo em z = 6m em t = 2,3 anos 𝑣𝑠𝑠 = 0 𝑣𝑡 = 0 d) Velocidade de fluxo em z = 12m em t = 2,3 anos devido ao bombeamento considerando NR em z = 15m 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 𝑘 ∆ℎ ℓ = 𝑘 [ (0 + 14) − (6 + 6) 6 ] = 0,02 × 1 3 = 6,7 × 10−3 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ 𝑣𝑡 = 𝑘𝑖 = 𝑘 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0,02 × [ 30 10 × 3 ] × 0,02 = 0,4 × 10−3 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ e) Carregamento em t = 2,3+ anos devido ao aumento do peso específico na camada superior de areia em 1m ≤ z ≤ 3m (ambas as camadas de argila são afetadas) ∆𝑞 = (20 − 17) × 2 = 6 𝑘𝑃𝑎 f) Valor do excesso de poropressão em z = 6m em t = 4 anos devido ao aumento do peso específico da areia 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 × 𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × (4 − 2,3) × 365 22 = 0,67 Do gráfico das isócronas com distribuição uniforme dos excessos iniciais de poropressão (Fig. 2.4) considerando Z =1 e Tv = 0,67: 𝑈𝑧 = 1 − 𝑢𝑒 𝑢0 = 0,76 → 𝑢𝑒 = (1 − 0,76) × 6 = 1,4 𝑘𝑃𝑎 g) Valor do excesso de poropressão em z = 6m em t = 4 anos devido à variação do nível d’água de NA1 para NA2 Do gráfico das isócronas com distribuição triangular dos excessos iniciais de poropressão (Fig. 2.9) considerando Z =1 e Tv = 0,67: 𝑈𝑧 = 1 − 𝑢𝑒 𝑢0 𝑏 = 0,88 → 𝑢𝑒 = (1 − 0,88) × (−20) = −2,4 𝑘𝑃𝑎 h) Valor do excesso de poropressão em z = 12m em t = 4 anos devido à variação do peso específico da areia 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 × 𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × (4 − 2,3) × 365 32 = 0,3 Do gráfico das isócronas com distribuição uniforme dos excessos iniciais de poropressão (Fig. 2.4) considerando Z =1 e Tv = 0,3: 𝑈𝑧 = 1 − 𝑢𝑒 𝑢0 = 0,4 → 𝑢𝑒 = (1 − 0,4) × 6 = 3,6 𝑘𝑃𝑎 i) Valor do excesso de poropressão em z = 12m em t = 4 anos devido ao bombeamento PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 185 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣 × 𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 4 × 365 32 = 0,7 Do gráfico das isócronas com distribuição triangular dos excessos iniciais de poropressão (Fig. 2.9) considerando Z =1 e Tv = 0,7: 𝑈𝑧 = 1 − 𝑢𝑒 𝑢0 𝑏 = 0,89 → 𝑢𝑒 = (1 − 0,89) × (30) = 3,3 𝑘𝑃𝑎 j) Velocidade de fluxo em z = 6m em t = 4 anos devido ao levantamento do NA considerando NR em z = 8m 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 𝑘 ∆ℎ ℓ = 𝑘 [ (4 + 3) − (0 + 5) 4 ] = 0,02 × 2 4 = 10−2 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↓ Fluxo transiente devido ao levantamento do NA com Z = 1 e Tv = 0,67 resulta do gráfico da isócrona da Fig. 2.9 que 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 | 𝑍=1 ≅ 0. Logo, 𝑣𝑡 𝑁𝐴 = 0 Fluxo transiente devido à variação do peso específico da areia em Z =1 resulta do gráfico da isócrona da Fig. 2.4 que 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0. Logo, 𝑣𝑡 𝛾 = 0 k) Velocidade de fluxo em z = 12m em t = 4 anos devido ao bombeamento considerando NR em z = 15m 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 𝑘 ∆ℎ ℓ = 𝑘 [ (0 + 14) − (6 + 6) 6 ] = 0,02 × 1 3 = 6,7 × 10−3 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ Fluxo transiente devido ao bombeamento em Z =1 com 𝑇𝑣 = 0 ,7 resulta do gráfico da isócrona da Fig. 2.9 que 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 | 𝑍=1 ≅ 0. Logo, 𝑣𝑡 𝑏𝑜𝑚𝑏 = 0 Fluxo transiente devido à variação do peso específico da areia em Z =1 resulta do gráfico da isócrona da Fig. 2.4 que 𝜕𝑈𝑧 𝜕𝑍 | 𝑍=1 = 0. Logo, 𝑣𝑡 𝛾 = 0 As Figs ER70 a ER75 apresentam os diagramas de poropressão com a profundidade. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 186 Figura ER70 – Distribuição de poropressões em t < 0 desenho sem escala Figura ER71 – Distribuição de poropressões em t = 0 desenho sem escala PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 187 Figura ER72 – Distribuição de poropressões em t = 2,3 anos desenho sem escala Figura ER73 – Distribuição de poropressões em t = 2,3 + anos desenho sem escala PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 188 Figura ER74 – Distribuição de poropressões em t = 4 anos desenho sem escala Figura ER75 – Distribuição de poropressões em t → ∞ desenho sem escala PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos SolosC. Romanel 189 23 - (Prova P1 2018.1) No maciço de solo da Fig. ER76 ocorreu o rebaixamento instantâneo de 2m do nível d’água de NA1 para NA2. Dezoito dias após, foi feito o carregamento instantâneo (q = 100 kPa) de uma fundação circular de raio R = 5m, perfeitamente flexível, na superfície do terreno. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3 e que o peso específico da camada de areia superior devido ao rebaixamento do NA varia de sat = 20 kN/m 3 para t = 17 kN/m 3, pede-se: a) desenhar os diagramas de poropressão com a profundidade nos tempos t = 0+, t = 18 - dias, t = 18+ dias, t → ∞. Preencher também os valores na tabela ER24; b) as velocidades de fluxo nas profundidades z = 3m e z = 9m, ao longo do eixo vertical que passa pelo centro da fundação, nos tempos t = 0 e t = 18+ dias, indicando respectivos sentidos de fluxo. Preencher também os valores na tabela ER25; c) recalque final de adensamento primário c pelo método indireto. Para determinar a parcela do recalque provocado pela fundação considere subcamadas de 2m de espessura; d) recalque de adensamento primário no tempo t = 54 dias. Figura ER76 – Perfil do depósito de solo PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 190 Tabela ER24 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 0 t = 18 - dias t = 18 + dias t → ∞ 1 0 0 0 0 2 0/14 0 0/94,88 0 3 26,5 17,5+6,6-3,4=20,7 20,7+86,38 =107,08 17,5 6 64/70 70 (70+54,66 = 124,66)/ 70 70 7 80/74 80 80/(80+46,12=126,12) 80 9 95-6=89 95-4,6=90,4 90,4+33,20=123,60 95 11 104/110 110 110+24,55 = 134,55/110 110 12 120 120 120 120 Tabela ER25 – Valores de velocidade de fluxo (m/s) z (m) t = 0 + t = 18 - dias 3 0,94x 10 -9 ↑ (0,94+0,50-0,30)x 10 -9 = 1,14x10 -9 ↑ 9 0,31x 10 -9 ↓ 0,31x 10 -9 ↓ Figura ER77 – Distribuição de poropressão em t = 0 (desenho sem escala) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 191 Figura ER78 – Distribuição de poropressão em t = 18 - dias (desenho sem escala) Figura ER79 – Distribuição de poropressão em t = 18 + dias (desenho sem escala) PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 192 Figura ER80 – Distribuição de poropressão em t → ∞ a.1) Excesso de poropressão em z = 3m no tempo t = 18 dias devido ao rebaixamento do NA 71 5 10 18 24 60 60 0,5 0,194 2 4 vZ e T 1 0,67 20 6,6eu kPa considerando Z = 0,5 medido da base do triângulo. a.2) Excesso de poropressão em z = 3m no tempo t = 18 dias devido à variação do peso específico 1 0,44 6 3,4eu kPa a.3) Excesso de poropressão em z = 9m no tempo t = 18 dias devido à variação do peso específico 72 5 10 18 24 60 60 1 0,194 2 4 vZ e T 1 0,23 6 4,6eu kPa PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 193 b.1) no tempo t = 0+ somente ocorre fluxo permanente em ambas as camadas de argila (fluxo ascendente em z = 3m e descendente em z = 9m) 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘𝑖 = 1,25 × 10 −9 × 3 4 = 0,94 × 10−9 𝑚/𝑠 b.2) no tempo t = 18- dias somente ocorre fluxo permanente descendente na camada de argila inferior enquanto em z = 3m ocorre também velocidade de fluxo transiente devido ao adensamento provocado pelo rebaixamento do NA e variação do peso específico: Em z = 3m b.2.1) 9 9 3 1,25 10 0,94 10 / 4 ssv ki m s b.2.2) 9 9 20 0,88 0,68 1,25 10 0,50 10 / 10 2 0,5 reb tv ki m s com auxílio do gráfico das isócronas (distribuição inicial triangular dos excessos de poropressão) b.2.3) 9 9 ( 6) 0,84 0,44 1,25 10 0,30 10 / 10 2 0,5 tv ki m s com auxílio do gráfico das isócronas (distribuição inicial uniforme dos excessos de poropressão) c.1 ) Recalque final de adensamento devido ao rebaixamento do NA (afeta somente a camada de argila superior),variação do peso específico e carregamento da fundação z (m) ∆𝜎′𝑣 𝛾 (kPa) ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑏 (kPa) ∆𝜎′𝑣 𝑓𝑢𝑛𝑑 (kPa) ∆𝜎′𝑣 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (kPa) 3 -6 15 86,38 95,38 5 -6 5 64,64 63,64 8 -6 0 39,32 33,32 10 -6 0 28,45 22,45 214,79 9 3 2 7 1,25 10 0,25 10 / 10 5 10 v w v k m m kN c 4 40 ' 2 2,5 10 95,38 63,64 33,32 22,45 2 2,5 10 214,79 i i c v vb m 0,107c m c.2) Recalque final de adensamento devido ao rebaixamento do NA (afeta somente a camada de argila superior) e a variação do peso específico 40 ' 2 2,5 10 6 15 6 5 6 6 0,002 reb i i c v vb m m c.3) Recalque final de adensamento devido ao carregamento da fundação 40 ' 2 2,5 10 86,38 64,64 39,32 28,45 0,109 fund i i c v vb m m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 194 d.1 ) Recalque de adensamento devido ao rebaixamento do NA e a variação do peso específico em t = 54 dias 7 2 5 10 54 24 60 60 0,583 0,81 4 v v v c t T U H 54 0,81 0,002 0,002 reb t dias m d.2 ) Recalque de adensamento devido ao carregamento da fundação em t = 54 dias 7 2 5 10 54 18 24 60 60 0,388 0,69 4 v v v c t T U H 54 0,69 0,109 0,075 fund t dias m d.3 ) Recalque total de adensamento primário em t = 54 dias 54 0,002 0,075 0,073t dias m 24 - (Prova P1 2018.1) O valor do recalque de adensamento primário de uma camada de argila saturada no tempo t, admitindo que o carregamento é aplicado linearmente no tempo até o final da construção no tempo tc > 0: (a) é igual ao recalque no tempo t considerando o carregamento aplicado instantaneamente; (b) é superior ao recalque no tempo t considerando o carregamento aplicado instantaneamente; (c) é inferior ao recalque no tempo t considerando o carregamento aplicado instantaneamente; (d) nada pode ser afirmado sem conhecer o tempo do final de construção tc > 0 Considere uma camada de argila saturada carregada instantaneamente em t = 0 por um aterro de grandes dimensões. No tempo t → ∞ pode-se afirmar que os valores de poropressão são (valor = 0,5 pontos): (a) hidrostáticos (b) nulos (c) iguais aos valores em t < 0 (d) correspondem aos valores de fluxo permanente . 25 - (Prova P1 2018.2) Um aterro rodoviário, arenoso, de comprimento infinito eseção trapezoidal, deverá ser construído instantaneamente sobre uma camada de argila sobrejacente a uma camada de areia densa (Fig. ER81). No centro da camada de argila existe um duto que a atravessa transversalmente, perpendicular ao comprimento do aterro. O duto, projetado para uma vida útil de 30 anos, resiste a uma distorção angular máxima de 0.05°causada por um eventual PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 195 recalque diferencial na camada de argila. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m3, o peso específico do aterro aterro = 20kN/m 3 e admitindo uma distribuição elástica das tensões no solo, calcule o valor máximo do recalque diferencial entre os pontos A (na linha central do aterro) e B (extremidade do aterro), também considerando o recalque de compressão secundária. Verifique se haverá ou não ruptura do duto. Figura ER81 – Aterro rodoviário sobre camada de argila mole a) Recalque do ponto A O recalque é provocado pela compressão da subcamada entre as profundidades 3m ≤ z ≤ 6m. O acréscimo de tensão vertical efetiva na profundidade média z = 4,5m pode ser determinado com o cálculo do fator de influência I pelo gráfico de Osterberg (Fig. ER82), considerando: 𝑎 𝑧 = 1,5 4,5 = 0,33 𝑏 𝑧 = 3 4,5 = 0,66 vem 𝐼 → 𝑓 ( 𝑎 𝑧 ; 𝑏 𝑧 ) = 0,37 Para as duas partes simétricas do aterro 𝐼1 = 𝐼2 = 0,37 ∆𝜎′𝑣 = 𝑝𝐼 ( 𝑎 𝑧 ; 𝑏 𝑧 ) = 𝑝(𝐼1 + 𝐼2) = 2 × 20 × 2 × 0,37 = 29,60 𝑘𝑃𝑎 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 196 Figura ER82 - Gráfico de Osterberg (1957) Estado inicial de tensões no ponto na profundidade z = 4,5m 𝜎𝑣0 = 4,5 × 16 = 72𝑘𝑃𝑎 𝑢0 = 4,5 × 10 = 45𝑘𝑃𝑎 𝜎𝑣 ′ 0 = 72 − 45 = 27𝑘𝑃𝑎 𝜎𝑣𝑚 ′ = 27 × 𝑂𝐶𝑅 = 18 × 1,5 = 40,5𝑘𝑃𝑎 Recalque final de adensamento primário no ponto A 𝜌𝐴 𝐼 = 𝑏0 1 + 𝑒0 [𝐶𝑟 log ( 𝜎𝑣𝑚 ′ 𝜎𝑣′ 0 ) + 𝐶𝑐 log ( 𝜎𝑣 ′ 0 + 𝛥𝜎𝑣 ′ 𝜎𝑣𝑚′ )] 𝜌𝐴 𝐼 = 3 1 + 1,8 [0,002 × log ( 40,5 27 ) + 0,025 × log ( 27 + 29,6 40,5 )] 𝜌𝐴 𝐼 = 0,00427𝑚 Recalque de compressão secundária no ponto A Tempo tp para final do adensamento primário da camada de argila em Tv = 1 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 197 𝑇𝑉 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 𝑡 = 𝑇𝑉𝐻 2 𝑐𝑣 = 32 2 . 10−7 = 45000000𝑠 = 1,42 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 𝑡𝑝 𝜌𝐴 𝐼𝐼 = 𝑏0 1 + 𝑒0 𝐶𝛼 log ( 𝑡 𝑡𝑝 ) 𝜌𝐴 𝐼𝐼 = 3 1 + 1,8 × 0,02 × log ( 30 1,42 ) 𝜌𝐴 𝐼𝐼 = 0,028𝑚 Recalque total no ponto A em t = 30 anos 𝜌𝐴 𝐼 + 𝜌𝐴 𝐼𝐼 = 0,00427 + 0,028 = 0,032𝑚 = 3,2𝑐𝑚 b) Recalque do ponto B distante 4,5m da linha central do aterro Do gráfico de Osterberg (Fig. ER82), 𝐼1 → 𝑓 ( 𝑎 𝑧 ; 𝑏 𝑧 ) = 𝑓 ( 1,5 4,5 ; 7,5 4,5 ) = 𝑓(0,33; 1,66) = 0,485 𝐼2 → 𝑓 ( 𝑎 𝑧 ; 𝑏 𝑧 ) = 𝑓 ( 1,5 4,5 ; 0 4,5 ) = 𝑓(0,33; 0) = 0,10 Logo ∆𝜎′𝑣 = 𝑝(𝐼1 − 𝐼2) = 2 × 20 × (0,485 − 0,10) = 15,40 𝑘𝑃𝑎 Recalque final de adensamento primário no ponto B 𝜌𝐵 𝐼 = 𝑏0 1 + 𝑒0 [𝐶𝑟 log ( 𝜎𝑣𝑚 ′ 𝜎𝑣′ 0 ) + 𝐶𝑐 log ( 𝜎𝑣 ′ 0 + 𝛥𝜎𝑣 ′ 𝜎𝑣𝑚′ )] 𝜌𝐵 𝐼 = 3 1 + 1,8 [0,002 × log ( 40,5 27 ) + 0,025 × log ( 27 + 15,4 40,5 )] 𝜌𝐵 𝐼 = 0,0009𝑚 Recalque de compressão secundária no ponto B 𝜌𝐵 𝐼𝐼 = 𝜌𝐴 𝐼𝐼 = 0,028𝑚 Recalque total no ponto B em t = 30 anos 𝜌𝐵 𝐼 + 𝜌𝐵 𝐼𝐼 = 0,0009 + 0,028 = 0,029𝑚 = 2,9𝑐𝑚 c) Verificação da ruptura do duto PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 198 Recalque diferencial na profundidade de 4,5m para os dois pontos horizontalmente alinhados: 𝜌𝑑𝑖𝑓 = 𝑡𝑔(𝛼) = 0,032 − 0,029 4,5 = 6,7 × 10−4 → 𝛼 = 0,0380 < 𝛼𝑚𝑎𝑥 = 0,05 0 Logo, não haverá a ruptura do duto devido ao recalque diferencial entre os pontos A e B. 26 - (Prova P4 2018.2) Marque as afirmativas seguintes com as quais você concorda. Pode haver mais de uma resposta correta. 26.1) a velocidade de fluxo transiente causado por adensamento primário é: a) nula na profundidade média da camada de argila b) inferior à velocidade no topo e na base de uma camada de argila com duas faces de drenagem em 0 < t < ∞ c) no caso de camada de argila com única face de drenagem, a velocidade é quatro vezes maior na face drenante do que na face impermeável d) as componentes de velocidade permanente e transiente são ambas calculadas pela lei de Darcy 26.2) Com relação à determinação do coeficiente de adensamento cv: a) no método de Taylor é necessário determinar o ponto correspondente à leitura inicial corrigida selecionando, no trecho parabólico inicial do ensaio, dois pontos separados de razão t2/t1 = 4 b) o método de Casagrande é baseado no valor do fator tempo correspondente a 50% de dissipação média dos excessos de poropressão c) o método de Taylor é baseado no valor do fator tempo correspondente a 90% de dissipação média dos excessos de poropressão d) o método de Taylor é baseado no valor do fator tempo Tv = 0,197 26.3) No cálculo do recalque imediato de uma camada de argila saturada pela teoria 1D: a) o valor do coeficiente de variação volumétrica (mv) tende a zero b) o valor do coeficiente de variação volumétrica (mv) tende a infinito c) o valor do módulo de deformação 1D (M) tende a zero d) o valor do módulo de deformação 1D (M) tende a infinito 26.4) O recalque final de adensamento primário considerando carregamento não instantâneo é: PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 199 a) inferior ao recalque final de adensamento primário considerando carregamento instantâneo b)superior ao recalque final de adensamento primário considerando carregamento instantâneo c) igual ao recalque final de adensamento primário considerando carregamento instantâneo d) nada pode se afirmado porque depende da velocidade de carregamento 27 - (Prova P4 2018.2) No perfil de solo da Fig. ER83 aconteceram os seguintes eventos: t = 0 bombeamento instantâneo na camada de areia entre 8m ≤ z ≤ 9m com redução da carga de pressão hp= 3m em todos os seus pontos t = 7 meses remoção da camada superficial de solo com espessura de 2m t = 14 meses Construção de fundação retangular (24 m x 12 m) uniformemente carregada com q = 50 kPa Considerando o peso específico da água w = 10 kN/m 3, pede-se: a) os diagramas de poropressão com a profundidade, ao longo do eixo que passa pelo centro da fundação, nos instantes t < 0, t = 0, t = 7+ meses, t = 14+ meses e t → ∞ preenchendo os valores da Tab. ER26. b) as velocidades de fluxo em t = 14+ meses nospontos situados nas profundidades z = 6m e z = 12m, preenchendo os valores da Tab. ER27. c) o recalque final de adensamento primário das camadas de argila. Não há necessidade de dividi-las em subcamadas para cálculo do recalque pelo método indireto. d) o recalque de adensamento primário das camadas de argila em t = 21 meses a) Tempo para final de adensamento primário em cada evento (𝑇𝑣 = 1) a.1) Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 1 = 4,3 × 10−3 × 𝑡 22 → 𝑡 = 930 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 31 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 a.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 → 1 = 4,3 × 10−3 × 𝑡 32 → 𝑡 = 2093 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 69,8 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 Portanto, até t = 21 meses as camadas de argila ainda estão adensando. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 200 Figura ER83 - Perfil geotécnico de maciço de solo b) Poropressão em t= 7+ meses = 210 dias b.1) Em z = 6m devido ao bombeamento 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 22 = 0,226 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial triangular das poropressões (Fig. 2.9), ou da Eq. 2.35, com Z = 1 𝑈𝑧 = 0,636 → 𝑢𝑒 𝑏𝑜𝑚 = (1 − 0,636) × 30 = 10,92 𝑘𝑃𝑎 b.2) Em z = 6m devido à remoção da camada superficial de espessura 2m 𝑢0 𝑟𝑒𝑚 = −2 × 17 = −34 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 40 + 10,92 − 34 = 16,92 𝑘𝑃𝑎 b.3) Em z = 12m devido ao bombeamento 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 32 = 0,10 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 201 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial triangular das poropressões (Fig. 2.9), ou da Eq. 2.35, com Z = 1 𝑈𝑧 = 0,525 → 𝑢𝑒 𝑏𝑜𝑚 = (1 − 0,525) × 30 = 14,25 𝑘𝑃𝑎 b.4) Em z = 12m devido à remoção da camada superficial de espessura 2m 𝑢0 𝑟𝑒𝑚 = −2 × 17 = −34 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 100 + 14,25 − 34 = 80,25 𝑘𝑃𝑎 c) Poropressão em t= 14+ meses = 420 dias c.1) Em z = 6m devido ao bombeamento 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 14 × 30 22 = 0,452 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial triangular das poropressões (Fig. 2.9), ou da Eq. 2.35, com Z = 1 𝑈𝑧 = 0,790 → 𝑢𝑒 𝑏𝑜𝑚 = (1 − 0,790) × 30 = 6,30 𝑘𝑃𝑎 c.2) Em z = 6m devido à remoção da camada superficial de espessura 2m 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 22 = 0,226 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial uniforme das poropressões (Fig. 2.4), ou da Eq. 2.21, com Z = 1 𝑈𝑧 = 0,273 → 𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑚 = (1 − 0,273) × (−34) = −24,72 𝑘𝑃𝑎 c.3) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 6 – 2 = 4m após removida a camada superficial de espessura 2m. Subdividindo a fundação em 4 áreas (12m x 6m) considerando m = 12/4 = 3 e n = 6/4 = 1,5 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,228. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,228 × 50 = 45,60 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 40 + 6,30 − 24,72 + 45,60 = 67,18 𝑘𝑃𝑎 c.4) Em z = 12m devido ao bombeamento 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 14 × 30 32 = 0,20 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial triangular das poropressões (Fig. 2.9), ou da Eq. 2.35, com Z = 1 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 202 𝑈𝑧 = 0,614 → 𝑢𝑒 𝑏𝑜𝑚 = (1 − 0,614) × 30 = 11,58 𝑘𝑃𝑎 c.5) Em z = 12m devido à remoção da camada superficial de espessura 2m 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 32 = 0,10 Do gráfico das isócronas para distribuição inicial uniforme das poropressões (Fig. 2.4), ou da Eq. 2.21, com Z = 1 𝑈𝑧 = 0,05 → 𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑚 = (1 − 0,05) × (−34) = −32,30 𝑘𝑃𝑎 c.6) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 12 – 2 = 10m após removida a camada superficial de espessura 2m. Subdividindo a fundação em 4 áreas (12m x 6m) considerando m = 12/10 = 1,2 e n = 6/10 = 0,6 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,143. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,143 × 50 = 28,60 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢𝑒 = 100 + 11,58 − 32,30 + 28,60 = 107,88 𝑘𝑃𝑎 c.7) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 4 – 2 = 2m após removida a camada superficial de espessura 2m. Subdividindo a fundação em 4 áreas (12m x 6m) considerando m = 12/2 = 6 e n = 6/2 = 3 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,246. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,246 × 50 = 49,20 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 10 + 49,20 = 59,20 𝑘𝑃𝑎 c.8) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 8 – 2 = 6m após removida a camada superficial de espessura 2m. Considerando m = 12/6 = 2 e n = 6/6 = 1 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,200. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,200 × 50 = 40 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 70 + 40 = 110 𝑘𝑃𝑎 c.9) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 9 – 2 = 7m após removida a camada superficial de espessura 2m. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 203 Considerando m = 12/7 = 1,71 e n = 6/7 = 0,86 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,185. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,185 × 50 = 37 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 80 + 37 = 117 𝑘𝑃𝑎 c.10) Devido ao carregamento da fundação, ao longo do eixo central, na profundidade z* = 15 – 2 = 13m após removida a camada superficial de espessura 2m. Considerando m = 12/13 = 0,92 e n = 6/13 = 0,46 resulta da Tabela 1.2 o valor do fator de influência I = 0,110. 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 4𝐼∆𝜎𝑣 = 4 × 0,110 × 50 = 22 𝑘𝑃𝑎 Logo, 𝑢 = 𝑢𝑠𝑠 + 𝑢0 𝑓𝑢𝑛 = 120 + 22 = 142 𝑘𝑃𝑎 Tabela ER26 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 7+ meses t = 14+ meses t → ∞ 3 0 0 0 0 0 4 10 10 10/-24 10/59,20 10 6 55 55 16,92 67,18 40 8 100 100/70 36/70 110/70 70 9 110 80/110 46/80 117/80 80 12 115 115 80,25 107,88 100 15 120 120 86/120 142/100 120 17 140 140 140 140 140 d) Cálculo da velocidade em t = 14+ meses no ponto em z = 6m Observe que somente o bombeamento produz velocidade de fluxo transiente em z = 6m e z = 12m porque para distribuição inicial constante das poropressões (remoção da camada superficial) a velocidade é nula em Z = 1. d.1) Velocidade de fluxo permanente vss 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘 ∆ℎ 𝐿 = 5 × 10−3 × 2 4 = 2,5 × 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↑⁄ d.2) Velocidade de fluxo transiente 𝑣𝑡 = 𝑘 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 ⌋ 𝑍=1 ≅ 5 × 10−3 × 30 10 × 2 × 0 = 0 d.3) Velocidade de fluxo total 𝑣 = 𝑣𝑠𝑠 + 𝑣𝑡 = 2,5 × 10 −3 + 0 = 2,5 × 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↑⁄PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 204 e) Cálculo da velocidade em t = 14+ meses no ponto em z = 12m e.1) Velocidade de fluxo permanente vss 𝑣𝑠𝑠 = 𝑘 ∆ℎ 𝐿 = 5 × 10−3 × 2 6 = 1,67 × 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↓⁄ e.2) Velocidade de fluxo transiente 𝑣𝑡 = 𝑘 𝑢0 𝑏 𝛾𝑤𝐻 𝜕𝑈𝑍 𝜕𝑍 ⌋ 𝑍=1 ≅ 5 × 10−3 × 30 10 × 3 × 0,14 = 0,7 × 10−3 ↓ e.3) Velocidade de fluxo total 𝑣 = 𝑣𝑠𝑠 + 𝑣𝑡 = (1,67 + 0,7) × 10 −3 = 2,37 × 10−3 𝑚 𝑎𝑛𝑜 ↓⁄ Tabela ER27 – Velocidades de fluxo (m/ano) em t = 14+ meses z (m) velocidade sentido 6 2,5 × 10−3 ↑ 12 2,37 × 10−3 ↓ f) Recalque final de adensamento primário f.1) Camada de argila superior kNm c k m vw z v /1027,1 103,410365 02,0 23 3 f.1.1) Acréscimo de tensão vertical efetiva devido ao bombeamento no meio da camada ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 15 𝑘𝑃𝑎 f.1.2) Acréscimo de tensão vertical efetiva devido à remoção da camada superficial ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑚 = −34 𝑘𝑃𝑎 f.1.3) Acréscimo de tensão vertical efetiva devido ao carregamento da fundação retangular na nova superfície do terreno ∆𝜎′𝑣 𝑓𝑢𝑛 = 45,60 𝑘𝑃𝑎 f.1.4) Recalque final de adensamento primário da camada de argila superior 𝜌𝑐 𝑠𝑢𝑝 = 𝑏0 × 𝑚𝑣 × ∆𝜎′𝑣 = 4 × 0,32 × 10 −3 × (15 − 34 + 45,60) = 0,034𝑚 𝜌𝑐 𝑠𝑢𝑝 = 0,019 − 0,043 + 0,058 = 0,034𝑚 f.2) Camada de argila inferior PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 205 kNm c k m vw z v /1027,1 103,410365 02,0 23 3 f.2.1) Devido ao bombeamento Tensão vertical inicial no ponto médio da camada (z = 12m) ∆𝜎′𝑣 𝑏𝑜𝑚 = 15 𝑘𝑃𝑎 f.2.2) Devido à remoção da camada superficial ∆𝜎′𝑣 𝑟𝑒𝑚 = −34 𝑘𝑃𝑎 f.2.3) Devido ao carregamento da fundação retangular na nova superfície do terreno ∆𝜎′𝑣 𝑓𝑢𝑛 = 28,60 𝑘𝑃𝑎 f.2.4) Recalque final de adensamento primário da camada de argila inferior 𝜌𝑐 𝑖𝑛𝑓 = 𝑏0 × 𝑚𝑣 × ∆𝜎′𝑣 = 6 × 0,32 × 10 −3 × (15 − 34 + 28,60) = 0,018𝑚 𝜌𝑐 𝑖𝑛𝑓 = 0,029 − 0,065 + 0,055 = 0,019𝑚 f.3) Recalque final de adensamento primário das camadas de argila 𝜌𝑐 = 𝜌𝑐 𝑠𝑢𝑝 + 𝜌𝑐 𝑖𝑛𝑓 = 0,034 + 0,018 = 0,052𝑚 g) Recalque de adensamento primário no tempo t = 21 meses g.1) Porcentagem média de dissipação de poropressão devido ao bombeamento g.1.1) Camada de argila superior 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑏𝑜𝑚 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 21 × 30 22 = 0,677 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 = −0,933 log(1 − 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑏𝑜𝑚 ) − 0,085 → 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑏𝑜𝑚 = 0,847 g.1.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 21 × 30 32 = 0,300 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚 = −0,933 log(1 − 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚) − 0,085 → 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚 = 0,613 g.2) Porcentagem média de dissipação de poropressão devido à remoção da camada superficial g.2.1) Camada de argila superior 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 14 × 30 22 = 0,452 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 206 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 = −0,933 log(1 − 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 ) − 0,085 → 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 = 0,734 g.2.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 14 × 30 32 = 0,200 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚 = 𝜋 4 (𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚) 2 → 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚 = 0,505 g.3) Porcentagem média de dissipação de poropressão devido ao carregamento da fundação g.3.1) Camada de argila superior 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 22 = 0,226 𝑇𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 = 𝜋 4 (𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 ) 2 → 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 = 0,536 g.3.2) Camada de argila inferior 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3 × 10−3 × 7 × 30 32 = 0,100 𝑇𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 = 𝜋 4 (𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 ) 2 → 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 = 0,357 g.4) Recalque de adensamento primário em t = 21 meses 𝜌𝑡 21 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 = 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑏𝑜𝑚 × 𝜌𝑐𝑠𝑢𝑝 𝑏𝑜𝑚 + 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚 × 𝜌𝑐𝑖𝑛𝑓 𝑏𝑜𝑚 + 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 × 𝜌𝑐𝑠𝑢𝑝 𝑟𝑒𝑚 + 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚 × 𝜌𝑐𝑖𝑛𝑓 𝑟𝑒𝑚 + 𝑈𝑣𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 × 𝜌𝑐𝑠𝑢𝑝 𝑓𝑢𝑛 + 𝑈𝑣𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 × 𝜌𝑐𝑖𝑛𝑓 𝑓𝑢𝑛 𝜌𝑡 21 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 = 0,847 × 0,019 + 0,613 × 0,029 + 0,734 × (−0,043) + 0,505 × (−0,065)+ 0,536 × 0,058 + 0,357 × 0,055 = 0,020 𝑚 28 - (Prova P1 2019.1) No perfil de solo da Fig. ER84 aconteceram os seguintes eventos: a) no tempo t = 0, bombeamento instantâneo na camada de areia situada na profundidade 11m ≤ z ≤ 12m com redução de 4m da carga de pressão em todos os seus pontos. b) no tempo t = 150 dias, remoção instantânea de uma camada superficial de areia de 1m de espessura. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m3, pede-se os gráficos de distribuição da poropressão com a profundidade nos tempos t < 0, t = 0, t = 150- dias (imediatamente antes da remoção da camada de areia), t = 150+ dias PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 207 (imediatamente após a remoção), t = 250 dias e t → ∞. Preencher também os valores de poropressão na Tab. ER38. ii) velocidade de fluxo (m/s) no instante t < 0 dias e t = 250 dias nos pontos situados à profundidade z = 5 m e z = 9 m. Preencher as velocidades na Tab. ER29 e indicar o sentido das mesmas. Tabela ER28 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 150- dias t = 150+ dias t = 250 dias t →∞ 1 0 0 0 0 0 0 3 20 20 20 20/3 20 20 5 45 45 35+8=43 43-17=26 35+4,8-9,4=30,4 35 7 70 70 50+12,4=62,4 62,4-17=45,4 50+7,2-13,1=44,1 50 9 95 95 65+9,2=74,2 74,2-17=57.2 65+4,8-9,4=60,4 65 11 120 120/80 80 63/80 80 80 12 130 90 90 90 90 90 Tabela ER29 – Valores de velocidade de fluxo (m/s) z(m) t < 0 sentido t = 250 dias sentido 5 vss 1,25x10 -7 ↑ 1,25x10 -7 ↓ vt 0 1,3x10 -7 ↓ 9 vss 1,25x10 -7 ↑ 1,25x10 -7 ↓ vt 0 1,3x10 -7 ↑ i) Determinação da poropressão nas profundidades 5, 7 e 9 m i.a) Após 150 dias 7 2 2 3,7 10 150 24 60 60 0,3 4 v v c t T H com H = b/2 = 8/2 = 4m Na profundidade 5 m correspondente a z = 2m (a partir do topo da camada de argila) com Z = 2/4 = 0,5 e Tv = 0,3 determina-se no gráfico das isócronas (distribuição triangular da poropressão inicial) Uz = 0,8 01 1 0,8 40 8kPa 35 8 43kPa b e z ss e u U u u u u Na profundidade 7 m correspondente a z = 4m (do topo da camada de argila) com Z = 4/4 = 1 e Tv = 0,3 determina-se no gráfico das isócronas (distribuição triangular da poropressão inicial) Uz = 0,69 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos SolosC. Romanel 208 Figura ER84 – Perfil do depósito de solo 01 1 0,69 40 12,4kPa 50 12,4 62,4kPa b e z ss e u U u u u u Similarmente, na profundidade 9m correspondente a z = 6m com Z = 6/4 = 1,5 e Tv = 0,3 determina-se Uz = 0,77 01 1 0,77 40 9,2kPa 65 9,2 74,2kPa b e z ss e u U u u u u i.b) Após 250 dias Fator tempo devido ao bombeamento: 7 2 2 3,7 10 250 24 60 60 0,5 4 v v c t T H Fator tempo devido à remoção da camada superficial de areia: PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 209 7 2 2 3,7 10 100 24 60 60 0,2 4 v v c t T H Para a profundidade 5 m (z = 2m, Z = 2/4 = 0,5) determina-se: Bombeamento (Tv = 0,5) → gráfico das isócronas com distribuição triangular do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,88 → 1 0,88 40 4,8kPa bom eu Remoção (Tv = 0,2) → gráfico das isócronas com distribuição constante do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,45 → 1 0,45 ( 17) 9,4kPa rem eu 35 4,8 9,4 30,4kPabom remss e eu u u u Para a profundidade 7 m (z = 4m, Z = 4/4 = 1) determina-se: Bombeamento (Tv = 0,5) → gráfico das isócronas com distribuição triangular do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,82 → 1 0,82 40 7,2kPa bom eu Remoção (Tv = 0,2) → gráfico das isócronas com distribuição constante do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,23 → 1 0,23 ( 17) 13,1kPa rem eu 50 7,2 13,1 44,1kPabom remss e eu u u u Para a profundidade 9 m (z = 6m, Z = 6/4 = 1,5) determina-se: Bombeamento (Tv = 0,5) → gráfico das isócronas com distribuição triangular do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,88 → 1 0,88 40 4,8kPa bom eu Remoção (Tv = 0,2) → gráfico das isócronas com distribuição constante do excesso de poropressão inicial → Uz = 0,45 → 1 0,45 ( 17) 9,4kPa rem eu 65 4,8 9,4 60,4kPabom remss e eu u u u ii) Determinação das velocidades de fluxo ii.1) Em t < 0 dias Somente velocidade de fluxo permanente, constante em todos os pontos da camada de argila: 7 725 10 1,25 10 m/s 8 ss ss h v ki k ii.2) Em t = 250 dias ii.2a) Velocidade de fluxo permanente em todos os pontos da camada de argila: 7 725 10 1,25 10 m/s 8 ss ss h v ki k ii.2b) Velocidade de fluxo transiente: Profundidade 5 m (Z = 0,5): PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 210 Parcela devido ao bombeamento (Tv = 0,5): 7 70 0,5 40 5 10 0,2 1 10 m/s 10 4 b z Zw u U v ki v k H Z Parcela devido à remoção da camada superficial de areia (Tv = 0,2): 7 70 0,5 17 5 10 0,85 1,8 10 m/s 10 4 z Zw u U v ki v k H Z Velocidade de fluxo transiente: 7 7 71 10 1,8 10 0,8 10 m/stv Profundidade z = 9 m (Z = 1,5): Parcela devido ao bombeamento (Tv = 0,5): 7 70 1,5 40 5 10 0,2 1 10 m/s 10 4 b z Zw u U v ki v k H Z Parcela devido à remoção (Tv = 0,2): 7 70 1,5 17 5 10 0,85 1,8 10 m/s 10 4 z Zw u U v ki v k H Z Velocidade de fluxo transiente: 7 7 71 10 1,8 10 0,8 10 m/stv 29 - (Prova P1 2019.1) A planta baixa de uma edificação, que suporta um carregamento uniformemente distribuído q = 200 kPa, está mostrada na Fig. ER85. A edificação será construída na superfície do perfil de solo mostrado na Fig, ER86, que contem duas camadas de argila saturada. Pede-se calcular o recalque final na superfície do terreno (ponto X na Fig. ER85) considerando o método indireto para determinação do recalque de adensamento primário das duas camadas de argila. Não é necessário subdividir as camadas de argila em subcamadas. Observar a simetria da edificação. A geometria da edificação pode ser decomposta em três retângulos que compartilham o mesmo ponto sob o canto. Por simetria, tem-se: Em z = 6m considerando os gráficos da Fig. 1.18 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 211 Figura ER85 - Dimensões da área carregada com q = 200 kPa (sem escala) Figura ER86 - Perfil do depósito de solo 1 1 110 / 6 13/ 6 , 0,22m n I f m n 2 2 210 / 6 3/ 6 , 0,13m n I f m n 3 3 31/ 6 3/ 6 , 0,025m n I f m n 1 2 3 0,22 0,13 0,025 0,115totalI I I I ' 4 4 0,115 200 92v totalI q kPa PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 212 Condições iniciais das tensões 0 1 17 2 20 3 16 105v kPa 0' 105 5 10 55v kPa 0' ' 1,25 55 68,75vm vOCR kPa ' 0' ' 55 92 147vf v v kPa Recalque de adensamento primário 1 6 68,75 147 0,03 log 0,21 log 0,22 1 0,95 55 68,75 m Em z = 12m considerando os gráficos da Fig. 1.18 1 1 110 /12 13/12 , 0,166m n I f m n 2 2 210 /12 3/12 , 0,062m n I f m n 3 3 31/12 3/12 , 0,083m n I f m n 1 2 3 0,166 0,062 0,083 0,187totalI I I I ' 4 4 0,187 200 94,4v totalI q kPa Condições iniciais das tensões 0 1 17 2 20 6 16 1 20 2 16 205v kPa 0' 205 11 10 95v kPa 0' ' 1,25 95 118,75vm vOCR kPa ' 0' ' 95 94,4 189,4vf v v kPa Recalque de adensamento primário 2 4 118,75 189,4 0,03 log 0,21 log 0,093 1 0,95 95 118,75 m Recalque total de adensamento primário 1 2 0,22 0,093 0,313m 30 - (Prova P4 2019.1) Marcar a resposta correta para as questões a) e b), que pode ser mais do que apenas uma. a) A dissipação dos excessos de poropressão em uma camada de argila saturada gerados por um carregamento linearmente crescente no tempo é: PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 213 i) mais rápida do que no caso do mesmo carregamento aplicado instantaneamente ii) mais lenta do que no caso do mesmo carregamento aplicado instantaneamente iii) ocorre com a mesma taxa de dissipação do mesmo carregamento aplicado instantaneamenteiv) depende do valor do carregamento aplicado v) nada pode ser afirmado b) Considere uma camada de argila saturada carregada instantaneamente em t = 0 por um aterro de grandes dimensões. No tempo t → ∞ pode-se afirmar que os valores de poropressão são: i) hidrostáticos ii) nulos iii) iguais aos valores em t < 0 iv) correspondem aos valores de fluxo permanente v) dependem se existem um ou dois contornos de drenagem 31 - (Prova P1 2019.2) No perfil de solo da Fig. ER87 aconteceram os seguintes eventos: a) no tempo t = 0, rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2; b) no tempo t = 150 dias, rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA2 para NA3. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3, e que o peso específico da camada de areia superior devido ao rebaixamento varia de γsat = 19kN/m 3 para t = 17kN/m 3, pede-se: i) os gráficos de distribuição da poropressão com a profundidade nos tempos t < 0, t = 0, t = 150+ dias, t = 250 dias e t → ∞. Preencher também os valores de poropressão na Tab. ER30. ii) velocidade de fluxo (m/s) no instante t = 150+ dias e t = 250 dias nos pontos situados à profundidade z = 7 m e z = 12 m. Preencher as velocidades na Tab. ER31 e indicar o sentido das mesmas. Tabela ER30 – Valores de poropressão (kPa) z t < 0 t = 0 t = 150+ dias t = 250 dias t →∞ (m) 3 30 0 0 0 0 5 50 20/44 0 0 0 7 60 54 (35+10)+9,3-3,6- 4,0=46,7 35+5,4-2,2+7,6- 3,1=42,7 35 9 70 64/70 70 70 70 10 80 80/74 80 80 80 12 110 104 110-3,6-4,0=102,4 110-2,2-3,1=104,7 110 14 140 134/140 140 140 140 15 150 150 150 150 150 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 214 Tabela ER31 – Valores de velocidade de fluxo (m/s) z(m) t= 150+ dias sentido t=250 dias sentido 7 vss 1,25 x 10 -7 m/s 3,75 x 10-7 m/s vt 6,75 x 10 -8 m/s 9,0 x 10-8 m/s 12 vss 2,50 x 10 -7 m/s 2,50 x 10-7 m/s vt 0 0 Figura ER87 – Perfil do depósito de solo i) Determinação das poropressões nas profundidades de 7 e 12 m. i.a) Poropressão em 150 + dias. 8 2 2 9,3 10 150 24 60 60 0,3 2 v v c t T H H = b/2 = 4/2 = 2 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 215 Para a profundidade de 7 m: Reb NA1 para NA2 : Uz = 0,69 01 1 0,69 30 9,3kPae zu U u Δγ (NA1 para NA2) : Uz = 0,4 01 1 0,4 ( 6) 3,6kPae zu U u Δγ (NA2 para NA3) : Uz = 0 01 1 0,0 ( 4) 4,0kPae zu U u Para a profundidade de 12 m: Δγ (NA1 para NA2) : Uz = 0,4 01 1 0,4 ( 6) 3,6kPae zu U u Δγ (NA2 para NA3) : Uz = 0 01 1 0,0 ( 4) 4,0kPae zu U u i.b) Poropressão em 250 dias 8 2 2 9,3 10 250 24 60 60 0,5 2 v v c t T H , H = b/2 = 4/2 = 2 8 2 2 9,3 10 100 24 60 60 0,2 2 v v c t T H , H = b/2 = 4/2 = 2 Para a profundidade de 7 m: Tempo: 250 dias, Tv = 0,5 Reb NA1 para NA2 : Uz = 0,82 01 1 0,82 30 5,4kPae zu U u Δγ (NA1 para NA2) : Uz = 0,63 01 1 0,63 ( 6) 2,2kPae zu U u Tempo: 100 dias, Tv = 0,2 Reb NA2 para NA3 : Uz = 0,62 01 1 0,62 20 7,6kPae zu U u Δγ (NA2 para NA3) : Uz = 0,23 01 1 0,23 ( 4) 3,1kPae zu U u Para a profundidade de 12 m: Tempo: 250 dias, Tv = 0,5 Δγ (NA1 para NA2) : Uz = 0,63 01 1 0,63 ( 6) 2,2kPae zu U u Tempo: 100 dias, Tv = 0,2 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 216 Δγ (NA2 para NA3) : Uz = 0,23 01 1 0,23 ( 4) 3,1kPae zu U u ii) Determinação das velocidades de fluxo ii.1) Fluxo em t =150 + dias Para a profundidade de 7 m: Velocidade permanente: 7 715 10 1,25 10 m/s 4 ss ss h v ki k Velocidade transiente: 7 80 1 30 0,09 5 10 6,75 10 m/s 10 2 1 b z t t Zw u U v ki v k H Z Para a profundidade de 12 m: Velocidade permanente: 7 725 10 2,50 10 m/s 4 ss ss h v ki k Velocidade transiente: i = 0 , vt = 0 ii.2) Fluxo em t = 250 dias Para a profundidade de 7 m: Velocidade permanente: 7 735 10 3,75 10 m/s 4 ss ss h v ki k Velocidade transiente (Tv=0,5): 70 1 30 5 10 0 0m/s 10 2 b z t t Zw u U v ki v k H Z Velocidade transiente (Tv=0,2): 7 80 1 20 0,18 5 10 9 10 m/s 10 2 1 b z t t Zw u U v ki v k H Z Para a profundidade de 12 m: Velocidade permanente: 7 725 10 2,50 10 m/s 4 ss ss h v ki k Velocidade transiente: i = 0 , vt = 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 217 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1- Dado o perfil de solo da Fig. EP1 determine para a profundidade 6m abaixo da superfície do terreno, 4 meses após a aplicação do carregamento instantâneo: a) o excesso de poropressão ue ; b) a poropressão u; a tensão vertical efetiva ’v ; d) a velocidade de fluxo vt Considere peso específico da água w = 10 kN/m 3 e admita que a camada de areia superior permanece saturada acima do nível d’água (NA). Figura EP1 – Maciço de solo com carregamento q = 100 kPa Respostas: a) ue = 74 kPa; b) u = 124 kPa; c) ’v = 82 kPa; d) vt ≈ 96 × 10 -3 m/ano ↑ com leitura em gráfico da Fig. 2.4 da tangente ∆𝑈𝑧 ∆𝑍 ≅ 0,74−0,26 0,5 = 0,96 2 - Dado o perfil de solo da Fig. EP2 determine para a profundidade 6m abaixo da superfície do terreno, 4 meses após o rebaixamento instantâneo do nível do lençol freático de NA1 para NA2: a) o excesso de poropressão ue ; b) a poropressão u; a tensão vertical efetiva ’v ; d) a velocidade total de fluxo v (em regime transiente e permanente). Considere peso específico da água w = 10 kN/m 3 e admita que a camada de areia superior permanece saturada acima do nível d’água (NA), i.e. não há variação nas tensões totais devido ao rebaixamento do nível do lençol freático. Respostas: a) ue = 9,6 kPa; b) u = 44,6 kPa; c) ’v = 61,4 kPa; d) v ≈ 20,4 × 10 -3 m/ano ↑ 3 - Considere uma camada de argila de 6m de espessura, com dupla face de drenagem e a seguintes propriedades: cv = 9 x 10 -3 m2 /dia, ch = 45 x 10 -3 m2 /dia, mv variando linearmente de 12 x 10 -4 m2/kN (topo da camada) até 6 x 10-4 m2/kN (base da camada). Pede-se calcular: PUC-Rio, Departamento deEngenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 218 a) o recalque de adensamento no tempo t = 8 meses considerando a aplicação instantânea de um carregamento infinito com intensidade ∆q = 40 kPa; b) o projeto de engenharia especifica que apenas 3cm do recalque total são admissíveis após t = 8 meses. Verifique como atender esta condição, utilizando drenos verticais (rd = 20cm) em uma malha quadrada; c) outra possível solução, sem considerar a utilização de drenos verticais, para atender às condições de projeto é aumentar a intensidade do carregamento com o objetivo de atingir o valor especificado de recalque no tempo t = 8 meses. Determinar o valor da sobrecarga ∆qs necessária, considerando que o carregamento total (40 + ∆qs) kPa é aplicado instantaneamente. Respostas: a) mtc 119.0 b) S ≈ 5 m c) ∆qs = 74,81 kPa 4 - Um projeto de engenharia prevê que a estrutura existente apresentará um recalque final de adensamento igual a 10cm, devido ao carregamento circular (R = 300 cm) colocado nas proximidades, conforme mostra a Fig. EP3. Determine o valor do recalque de adensamento no centro da estrutura existente no tempo t = 1.5 anos. Resposta: 𝜌𝑡=1.5𝑎𝑛𝑜𝑠 = 7.56 𝑐𝑚 5 - Um reservatório cilíndrico (R = 6m, h= 3m) para armazenamento de óleo 3/8 mkNoleo foi construído sobre uma camada de argila saturada de 24m de espessura, conforme Fig. EP4. Considerando w = 10 kN/m 3, pede-se determinar o recalque final de adensamento no centro do reservatório, admitido como fundação perfeitamente flexível, considerando a distribuição dos acréscimos de tensão vertical induzidos pelo carregamento. Resposta: Subdividindo a camada de argila em 4 subcamadas de 6m de espessura, 𝜌𝑐 1𝐷 = 6,3 𝑐𝑚 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 219 Figura EP3 – Corte vertical e projeção horizontal de estrutura existente e carregamento circular nas proximidades. Figura EP4 – Reservatório cilíndrico para armazenamento de óleo sobre camada de argila 6 - O cronograma de obra prevê que o recalque final de adensamento causado pelo aterro rodoviário mhmkNt 2,/20 3 deverá ocorrer em até 30 dias após a sua construção, considerada instantânea (Fig. EP5). Desconsiderando efeitos de capilaridade, pede-se: a) verificar se o rebaixamento instantâneo do lençol freático de NA1 para NA2 (w = 10 kN/m3) pode ser um método para atingir esta condição de projeto, incluindo efeitos da variação do peso específico da camada de areia; 600cm Projeção horizontal areia argila q cv = 80 cm 2 /dia Corte vertical 300cm 300cm estrutura existente estrutura existente rocha 24m 6m 3m argila areia NA PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 220 b) caso negativo, além do rebaixamento do lençol freático, determinar a altura adicional de aterro (pré-carregamento) para atingir a condição de projeto, considerando instantâneos ambos os eventos (rebaixamento do lençol freático e lançamento da sobrecarga). Respostas: a) 𝜌𝑡=30 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 6.1 𝑐𝑚 < 8 𝑐𝑚 b) h = 1,72m com 𝑈𝑍=1 𝑠+𝑓 = 0,51 Figura EP5 – Adensamento provocado por aterro rodoviário e rebaixamento do nível do lençol freático. 7 – (Prova P4 2014.1) A fundação de um grande edifício consiste de duas sapatas quadradas flexíveis, com 20m de lado, e uma separação de 10m entre elas. Uma projeção horizontal da fundação é mostrada na Fig. EP6. O edifício aplica um carregamento uniforme de 200 kPa na fundação. As sapatas são colocadas sobre a superfície de um depósito de solo formado por uma camada superior de areia densa com 9m de espessura, seguida por uma camada de argila de 2m de espessura e, finalmente, por uma camada espessa de pedregulho. O nível do lençol freático está 4m abaixo da superfície e a areia situada acima está seca. As propriedades da areia são d = 15 kN/m 3 , sat = 19 kN/m 3 e as propriedades da argila estão listadas na Tabela EP1. Tabela EP1 - Propriedades da argila Peso específico saturado sat 16.5 kN/m 3 Densidade dos grãos Gs 2.6 Coeficiente de Poisson v’ 0.3 Índice de recompressão Cr 0.06 Índice de compressão Cc 0.35 Pressão de pré-adensamento ´vmax 175 kPa Coeficiente de adensamento cv 0.5 m 2 /ano 5m 3m 0 h NA2 NA1 aterro areia areia argila 9m areia 3/20 mkNsat PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 221 Desconsiderando os recalques das camadas de areia e pedregulho e admitindo que a construção das sapatas demorou um ano, com taxa de carregamento constante, pede-se: a) pela teoria 1D o recalque de adensamento primário no centro de uma das sapatas em t b) pela teoria do adensamento 1D, o recalque de adensamento primário no centro de uma das sapatas no tempo t = 2 anos. Figura EP6 - Projeção horizontal de duas sapatas de um grande edifício Respostas: a) m055.0c b) m048.0)2( ni c 8 - No perfil de solo da Fig. EP7 é executado um bombeamento instantâneo da camada de areia entre 8m < z < 9m no tempo t = 0 que diminuiu 2m da carga de pressão em todos os seus pontos. Pede-se: a) os gráficos de distribuição de poropressão nos tempos t < 0, no tempo t = 0, no tempo t = 209 dias, no tempo t →∞. b) velocidade de fluxo no tempo t = 209 dias nos pontos situados às profundidades z = 6m e z = 12m. c) preencher a Tabela EP2 com os valores de poropressão nos tempos solicitados. d) quais são os valores de recalque imediato, recalque final de adensamento primário e recalque de compressão secundária no tempo t = 10 anos relativos à superfície do terreno? Qual o tempo (em dias) para que ocorra o final do recalque de adensamento primário? 20 m 20 m 10 m PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 222 Figura EP7 – Perfil do depósito de solo Respostas: Tabela EP2 – Valores de poropressão (kPa) devido ao bombeamento na camada de areia situada entre 8m < z < 9m em diversos tempos e profundidades. z (m) t < 0 t = 0 t = 209 dias u = uss + ue t →∞ 3 0 0 0 0 4 10 10 10 10 5 27,5 27,5 22,5 + 4,4 = 26,9 22,5 6 45 45 35+7,2 = 42,2 35 7 62,5 62,5 47,5 + 6,0 = 53,5 47,5 8 80 80/60 60 60 9 90 70/90 70 70 10 95 95 78,3 + 7 = 85,3 78,3 11 100 100 86,7 + 10,6 = 97,3 86,7 12 105 105 95 + 9,4 = 104,4 95 13 110 110 103,3 + 6,6 = 109,9 103,3 15 120 120 120 120 16 130 130 130 130 17 140 140 140 140 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos SolosC. Romanel 223 Figura EP8 – Distribuição de poropressão em t < 0 Figura EP9 – Distribuição de poropressão em t = 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 224 Figura EP10 – Distribuição de poropressão em t = 209 dias Figura EP11 – Distribuição de poropressão em t PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 225 Excessos de poropressão em t = 209 dias Camada de argila superior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3×10−3×209 22 = 0,225 profundidade z (m) Z = z/H (a partir do vértice) Uz Fig. 2.9 ue = (1-Uz)x 20 5 0,5 0,78 4,4 6 1,0 0,64 7,2 7 1,5 0,70 6,0 Camada de argila inferior 𝑇𝑣 = 𝑐𝑣𝑡 𝐻2 = 4,3×10−3×209 32 = 0,10 profundidade z (m) Z = z/H (a partir do base) Uz Fig. 2.9 ue = (1-Uz)x 20 10 1/3 0,65 7,0 11 2/3 0,47 10,6 12 1,0 0,53 9,4 13 4/3 0,67 6,6 14 5/3 0,83 3,4 Velocidade de fluxo no tempo t = 209 dias nos pontos situados nas profundidades z = 6m e z = 12m. a) para o ponto z = 6m Velocidade total 𝑣 = 𝑣𝑠𝑠 + 𝑣𝑡 = 0,005 + 0,004 = 0,009 𝑚/𝑎𝑛𝑜 ↑ b) para o ponto z = 12m Velocidade total ano/m,,,vvv tss 007000400030 Recalque imediato nulo; recalque de adensamento primário m,c 0570 ; recalque de compressão secundária m,s 0210 ; tempo para final do adensamento primário 𝑡∗ = 2093 𝑑𝑖𝑎𝑠 9 – (Prova P4 2016.2) No maciço de solo da Fig. EP12 ocorreu o rebaixamento instantâneo de 2m do nível d’água NA. Dezoito dias após, foi feito o carregamento instantâneo (q = 100 kPa) de uma fundação circular de raio R = 5m na superfície do terreno. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3 e que a camada de areia superior permanece sempre na condição saturada, pede-se: a) desenhar os diagramas de poropressão com a profundidade nos tempos t < 0, t = 0, t = 18+ dias, t → ∞. Preencher também os valores na Tabela EP3. b) determinar as velocidades de fluxo nas profundidades z = 3m e z = 9m nos tempos t = 0 e t = 18+ dias, indicando respectivos sentidos de fluxo. Preencher também os valores na Tabela EP4. c) calcular o recalque final de adensamento primário c pelo método indireto considerando subcamadas de 2m de espessura. d) no tempo t = 36 dias qual a porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv devido ao carregamento da fundação ? PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 226 Figura EP12 – Perfil do maciço de solo. Respostas: Tabela EP3 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 18 + dias t → ∞ 1 10 0 0 0 2 20 0 / 20 0 / 94,88 0 3 32,5 32,5 (6,6+86,38) 17,5 6 70 70 (70+54,66) / 70 70 7 80 80 80 / (80+46,12) 80 9 95 95 (95+33,20) 95 11 110 110 (110+24,55) / 110 110 12 120 120 120 120 Tabela EP4 – Valores de velocidade de fluxo (m/s) z (m) t = 0 t = 18 dias 3 0,31 × 10−9 ↑ 0,31 × 10−9 + 0,50 × 10−9 ↑ 9 0,31 × 10−9 ↓ 0,31 × 10−9 ↓ Recalque final de adensamento devido ao rebaixamento do NA, que afeta somente a camada de argila superior m,,mb 'vv NA c 010 2 20 10524 40 Recalque final de adensamento devido ao carregamento da fundação, que afeta ambas as camadas de argila m,,,,,,mb 'vv fundação c 1090442802396464388610522 4 0 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 227 Recalque total de adensamento primário m,,,c 11001090010 Porcentagem média de dissipação dos excessos de poropressão Uv devido ao carregamento da fundação De acordo com a Fig. 2.8-d, a distribuição de Boussinesq dos acréscimos de tensão vertical total ao longo do eixo da fundação circular pode ser aproximada por uma distribuição trapezoidal. No caso de camada de argila com dupla drenagem e distribuição constante ou linear (triangular, trapezoidal) dos acréscimos iniciais (t = 0) de poropressão com a profundidade, o valor de Uv pode ser calculado para as duas camadas de argila (mesmos valores de cv e H) por 1940 2 60602418105 2 7 2 , H tc T vv %%,UUT vvv 60749 4 2 10 – (Prova P1 2017.1) Uma fundação retangular perfeitamente flexível de dimensões largura B = 16m e comprimento L = 20m é uniformemente carregada (q = 100 kPa) na superfície do maciço de solo mostrado na Fig. EP13. Calcular o recalque final de adensamento primário da camada de argila pelo método indireto considerando: a) acréscimos de tensão vertical zz induzidos pelo carregamento, sob o centro da fundação, determinados pela teoria da elasticidade linear conforme valores abaixo: Para fins de cálculo indireto do recalque, admitir a camada de argila subdividida em 4 subcamadas de 5m de espessura. Os acréscimos de tensão vertical ao longo do eixo z que passa pelo centro da fundação são: z (m) 4,5 9,5 14,5 19,5 ∆𝜎𝑧𝑧 (kPa) 92,0 65,2 44,0 29,2 b) acréscimos de tensão vertical induzidos pelo método da distribuição das tensões 2:1 Respostas parciais: Tensões induzidas calculadas pela teoria da elasticidade linear subcamada z (m) plano médio ’v (kPa) ’v0 (kPa) ’vf (kPa) ’vm = ’v0 x OCR (kPa) 1 4,5 92,0 49 141,0 73,5 2 9,5 65,2 79 144,2 118,5 3 14,5 44,0 109 153,0 163,5 4 19,5 29,2 139 168,2 208,5 Tensões induzidas calculadas pelo método aproximado 2:1 subcamada z (m) plano médio ’v (kPa) ’v0 (kPa) ’vf (kPa) ’vm = ’v0 x OCR (kPa) 1 4,5 63,7 49 112,7 73,5 2 9,5 42,5 79 121,5 118,5 PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 228 3 14,5 30,4 109 139,4 163,5 4 19,5 22,8 139 161,8 208,5 Respostas finais: a) 𝜌 = 𝜌1 + 𝜌2 + 𝜌3 + 𝜌4 = 0,241𝑚 b) 𝜌 = 𝜌1 + 𝜌2 + 𝜌3 + 𝜌4 = 0,146𝑚 Figura EP13 – Fundação retangular (16m x 20m) sobre depósito de solo. Respostas parciais: Tensões induzidas calculadas pela teoria da elasticidade linear subcamada z (m) plano médio ’v (kPa) ’v0 (kPa) ’vf (kPa) ’vm = ’v0 x OCR (kPa) 1 4,5 92,0 49 141,0 73,5 2 9,5 65,2 79 144,2 118,5 3 14,5 44,0 109 153,0 163,5 4 19,5 29,2 139 168,2 208,5 Tensões induzidas calculadas pelo método aproximado 2:1 subcamada z (m) plano médio ’v (kPa) ’v0 (kPa) ’vf (kPa) ’vm = ’v0 x OCR (kPa) 1 4,5 63,7 49 112,7 73,5 2 9,5 42,5 79 121,5 118,5 3 14,5 30,4 109 139,4 163,5 4 19,5 22,8 139 161,8 208,5 Respostas finais: a) 𝜌 = 𝜌1 + 𝜌2 + 𝜌3 + 𝜌4 = 0,241𝑚 b) 𝜌 = 𝜌1+ 𝜌2 + 𝜌3 + 𝜌4 = 0,146𝑚 11 – (Prova P4 2018.1) No depósito de solo da Fig. EP14 foi feito um bombeamento instantâneo em t = 0 na camada de areia entre 15m ≤ z ≤ 17m com redução da carga de pressão de 3m em todos os pontos. Considerando o peso específico da água w = 10 kN/m 3 pede-se determinar: a) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t = 0 e t = 1,7- anos, preenchendo os valores da Tabela EP5. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 229 Em seguida, foi feito um bombeamento instantâneo em t = 1,7+ anos na camada de areia entre 8m ≤ z ≤ 9m com redução da carga de pressão de 2m em todos os pontos. Pede-se determinar: b) os diagramas de poropressão com a profundidade nos instantes t = 1,7+ anos, t = 3 anos e t → ∞, preenchendo os valores da Tabela EP6; c) velocidades de fluxo em z = 7m e z = 13,5m no tempo t = 3 anos indicando respectivos valores e sentidos na Tabela EP7. Tabela EP5 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 0 t = 1,7 - anos 3 0 0 4 10 10 6 55 55 8 100 100 9 110 110 12 140 125+9,3=134,3 15 170/140 140 17 160 160 Tabela EP6 - Valores de poropressão (kPa) z (m) t = 1,7 + anos t = 3,0 anos t → ∞ 3 0 0 0 4 10 10 10 6 55 45+3,3 = 48,3 45 8 100/80 80 80 9 90/110 90 90 12 134,3 115+4,5+7,3 =126,8 115 15 140 140 140 17 160 160 160 Tabela EP7 – Velocidade de fluxo (m/ano) em t = 3,0 anos z (m) v (m/ano) sentido 7 0,015 - 0,004 = 0,011 ↑ 13,5 -0,0033 – 0,040 – 0,005 = -0,048 ↓ PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 230 Figura EP14 – Perfil do depósito de solo 12 – (Prova P1 2018.2) No perfil de solo da Fig. EP15 aconteceram os seguintes eventos: a) no tempo t = 0, rebaixamento instantâneo de 2m do nível do lençol freático de NA1 para NA2, com variação do peso específico da areia de sat = 20 kN/m3 para t = 17 kN/m 3; b) no tempo t = 0, bombeamento instantâneo na camada de areia situada na profundidade 8m ≤ z ≤ 9m com redução de 2m da carga de pressão em todos os seus pontos. c) no tempo t = 375 dias, remoção instantânea de uma camada superficial de areia de 2m de espessura. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3, pede-se: i) os gráficos de distribuição da poropressão com a profundidade nos tempos t < 0, t = 0, t = 375 - dias (imediatamente antes da remoção da camada de areia), t = 375+ dias (imediatamente após a remoção), t → ∞. Preencher também os valores de poropressão na Tabela EP8. ii) velocidade de fluxo (m/ano) no instante t = 375 - dias e t = 375+ dias nos pontos situados à profundidade z = 6m e z = 12m. Preencher as velocidades na Tabela EP9 e indicar o sentido das mesmas. PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 231 Figura EP15 – Perfil do depósito de solo Respostas: Tabela EP8 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 375 - dias t = 375 + dias t → ∞ 3 20 0 0 0 0 4 30 10/24 10 10/-24 10 6 65 59 45+6,72=51,72 51,72-34=17,72 45 8 100 94/80 80 46/80 80 9 110 90/104 90 90/56 90 12 125 119 115+8-4,68=118,32 118,32-34=84,32 115 15 140 134/140 140 106/140 140 Tabela EP9 – Velocidades de fluxo (m/ano) z (m) t = 375 - dias t = 375 + dias 6 15 × 10−3 ↑ 15 × 10−3 ↑ 12 5,7 × 10−3 ↓ 5,7 × 10−3 ↓ 13 – (Prova P4 2019.1) No perfil de solo da Fig. EP16 aconteceram os seguintes eventos: a) no tempo t = 0, bombeamento instantâneo na camada de areia situada na profundidade 11m ≤ z ≤ 12m com redução de 4m da carga de pressão em todos os seus pontos; PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 232 b) no tempo t = 150 dias, levantamento instantâneo do nível do lençol freático de NA2 para NA1; c) no tempo t = 250 dias, remoção instantânea de uma camada superficial de areia de 1m de espessura. Considerando o peso específico da água w = 10kN/m 3 e desprezando os efeitos da variação do NA no peso específico da areia, pede-se: i) os gráficos de distribuição da poropressão com a profundidade nos tempos t < 0, t = 0, t = 150 + dias (imediatamente após o levantamento do NA), t = 250 - dias (imediatamente antes da remoção da camada de areia), t = 250 + dias (imediatamente após a remoção da camada de areia), t → ∞. Preencha também os valores de poropressão na Tab. EP10; ii) velocidade de fluxo (m/s) em t = 150 dias e t = 250 dias nos pontos situados às profundidades z = 5 m e z = 9 m. Preencher as velocidades na Tab. EP11 e indicar os respectivos sentidos; Tabela EP10 – Valores de poropressão (kPa) z (m) t < 0 t = 0 t = 150 + dias t = 250 - dias t = 250 + dias t → ∞ 1 0 0 0 0 0 0 3 0 0 20/0 20 20/0 20 5 30 30 20+8 = 28 35+4,8-6,4=33,4 13,4 35 7 60 60 40+12 = 52 50+7,2-7,6=49,6 29,6 50 9 90 90 60+9,2=69,2 65+4,8-4,8 = 65 45 65 11 120 120/80 80 80 60/80 80 12 130 90 90 90 90 90 Tabela EP11 – Valores de velocidade de fluxo (m/s) z(m) t = 150 dias sentido t = 250 dias sentido 5 vss 0 1,25 × 10 −7 ↓ vt 1,5 × 10 −7 ↑ 1 × 10−7 − 9,5 × 10−8 ≈ 0 9 vss 0 1,25 × 10 −7 ↓ vt 1,7 × 10 −7 ↓ 1,1 × 10−7 − 8,5 × 10−7 ≈ 2,5 × 10−8 ↓ PUC-Rio, Departamento de Engenharia Civil ENG1211 – Mecânica dos Solos C. Romanel 233 Figura EP16 – Perfil do depósito de solo