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MÁQUINASMÁQUINAS ELÉTRICASELÉTRICAS Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – JOÃO MOREIRA SALLES ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração Rogério Silva Batista Unidade Operacional CFP-JMS ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ SumárioSumário LISTA DE FIGURAS......................................................................................................................... 5 LISTA DE TABELAS...................................................................................................................... 11 APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 12 1. MOTORES ELÉTRICOS............................................................................................................... 1 1.1 HISTÓRICO.................................................................................................................................. 1 1.2 UNIVERSO TECNOLÓGICO DOS MOTORES ELÉTRICOS:.............................................................................. 3 1.3 COMPONENTES DOS MOTORES ELÉTRICOS........................................................................................... 3 1.4 TIPOS DE MOTORES ELÉTRICAS ........................................................................................................ 5 1.5 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES ELÉTRICOS ...................................................................... 7 1.6 PARTICULARIDADES DOS MOTORES ELÉTRICOS .................................................................................. 13 1.7 MOTORES MONOFÁSICOS .............................................................................................................. 19 1.8 MOTOR ASSÍNCRONO DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ..................................................................................... 23 1.9 GERADORES E MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA............................................................................... 37 1.10 MOTOR DE PASSO .................................................................................................................................................... 50 2.TRANSFORMADORES .............................................................................................................. 64 2.1 TRANSFORMADOR MONOFÁSICO....................................................................................................... 64 2.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO....................................................................................................... 65 2.3 - CORRENTES DE FOUCAULT ......................................................................................................... 70 2.4 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR SEM CARGA (Á VAZIO) .............................................................. 71 2.5 - FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR COM CARGA........................................................................... 71 2.6 RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO OU RELAÇÃO DE ESPIRAS ...................................................................... 72 2.7 POTÊNCIA DE PERDAS ................................................................................................................. 73 2.8 RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR.................................................................................................. 74 2.9 REGULAÇÃO .............................................................................................................................. 74 2.10 NÚCLEO ................................................................................................................................. 75 2.11 AUTOTRANSFORMADOR .............................................................................................................. 76 2.12 TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) .......................................................................................... 77 2.13 TRANSFORMADOR DE POTENCIAL (TP) .......................................................................................... 78 2.14 TRANSFORMADOR DE ISOLAÇÃO ................................................................................................... 79 3.TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS ........................................................................................ 80 3.1 TANQUE ................................................................................................................................... 80 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 3.2 RESFRIAMENTO........................................................................................................................... 81 3.3 CONEXÕES DO TRANSFORMADOR TRIFÁSICO....................................................................................... 82 4. PROTEÇÃO E ATERRAMENTO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.......................................... 84 4.1 ATERRAMENTO........................................................................................................................... 84 4.2 LIGAÇÕES À TERRA...................................................................................................................... 84 4.3 ELETRODOS DE ATERRAMENTO........................................................................................................ 84 4.4 CONDUTORES DE ATERRAMENTO..................................................................................................... 86 4.5 CONDUTORES DE PROTEÇÃO - SEÇÕES MÍNIMAS................................................................................. 87 4.6 TIPOS DE CONDUTORES DE PROTEÇÃO.............................................................................................. 89 4.7 ATERRAMENTO POR RAZÕES DE PROTEÇÃO....................................................................................... 89 4.8 ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO..........................90 4.9 COMPATIBILIDADE COM CONDUTORES PEN DA EDIFICAÇÃO.................................................................... 91 5. COMPONENTES ELÉTRICOS................................................................................................... 95 DISPOSITIVOS DR........................................................................................................................... 95 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)................................................................................. 96 FUSÍVEIS DIAZED.............................................................................................................................. 97 FUSÍVEIS NH................................................................................................................................... 97 MINI DISJUNTORES 5SX1.................................................................................................................. 98 BOTÕES DE COMANDO E SINALEIROS- .................................................................................................. 98 RELÉS AUXILIARES............................................................................................................................. 98 RELÉS DE IMPULSO - ........................................................................................................................99 RELÉ HORÁRIO............................................................................................................................... 100 MINUTERIAS................................................................................................................................... 100 TRANSFORMADORES DE SEGURANÇA.................................................................................................... 100 TOMADAS INDUSTRIAIS...................................................................................................................... 101 CONTATORES................................................................................................................................. 101 RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA......................................................................................................... 102 CHAVES SECCIONADORAS.................................................................................................................. 102 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................. 103 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lista de figurasLista de figuras FIG. 1 – UNIVERSO DOS MOTORES ELÉTRICOS......................................................................... 3 FIG.2 - ROTOR................................................................................................................................. 4 FIG. 3 - ESTATOR............................................................................................................................ 4 FIG.4 – MOTOR SÍNCRONO............................................................................................................ 6 FIG.5 – MOTOR ASSÍNCRONO....................................................................................................... 7 FIG.6 – ELETROÍMÃS EM SÉRIE.................................................................................................... 8 FIG.7 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8 FIG.8 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 8 FIG.9 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR................................................................ 9 FIG.10 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9 FIG.11 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR.............................................................. 9 FIG.12 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10 FIG.13 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 10 FIG.14 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.15 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.16 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 11 FIG.17 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.18 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.19 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 12 FIG.20 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR............................................................ 13 FIG.21 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 13 FIG.22 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 14 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG.23 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15 FIG.24 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 15 FIG.25 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 16 FIG.26 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO.................................... 17 FIG.27 – ESQUEMA INTERNO DO MOTOR MONOFÁSICO........................................................ 20 FIG.28 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 20 FIG.29 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21 FIG.30 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR MONOFÁSICO.................................. 21 FIG.31 – DEFASAGEM DA CORRENTE NO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 21 FIG.32 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 110V.................................. 22 FIG.33 – CONEXÕES ELÉTRICAS DO MOTOR MONOFÁSICO EM 220V.................................. 22 FIG.34 – MOTOR MONOFÁSICO......................................... 22 FIG.35 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR MONOFÁSICO......................................... 23 FIG.36 – CONJUGADO DO MOTOR.............................................................................................. 24 FIG.37 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 25 FIG.38 – LIGAÇÃO INTERNA DO MOTOR TRIFÁSICO .............................................................. 25 FIG.39 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 26 FIG.40 – PRINCÍPIO DE ROTAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO..................................................... 27 FIG.41 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO................................................................................ 28 FIG.42 – LIGAÇÃO ESTRELA DO MOTOR TRIFÁSICO............................................................... 29 FIG.43 – LIGAÇÃO TRIÂNGULO DO MOTOR TRIFÁSICO.......................................................... 29 FIG.44 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE SEIS TERMINAIS............................................. 29 FIG.45 – LIGAÇÃO DO MOTOR TRIFÁSICO DE DOZE TERMINAIS........................................... 30 FIG.46– POTÊNCIAS EXISTENTES NO MOTOR.......................................................................... 35 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG.47 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO MOTOR TRIFÁSICO.............................................. 37 FIG.48 – MOTOR CC...................................................................................................................... 38 FIG.49 – ROTOR DO MOTOR CC.................................................................................................. 38 FIG.50 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 38 FIG.51 – MOTOR CC COM EXCITAÇÃO INDEPENDENTE............................................................................................................................ 39 FIG.52 – GERADOR CC SÉRIE..................................................................................................... 40 FIG.53 – GERADOR CC PARALELO...... 41 FIG.54– GERADOR CC MISTO...................................................................................................... 42 FIG.55 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR CC...................................................... 42 FIG.56 – MOVIMENTO GIRANTE EM MOTORES CC...................................................................43 FIG.57 – FEM INDUZIDA EM MOTOR CC...43 FIG.58 – MOTOR CC SÉRIE...... 44 FIG.59 – MOTOR CC PARALELO.................... 45 ................................................................................................. 45 FIG.60 – MOTOR CC MISTO..........45 FIG.61 – COMUTAÇÃO DO MOTOR CC....................................................................................... 46 FIG.62– INDUZIDO DO MOTOR CC...... 47 FIG.63– CAMPO MAGNÉTICO NO INDUZIDO....47 FIG.64–CAMPO MAGNÉTICO DO ESTATOR............................................................................... 48 FIG.65 – CONEXÕES DO MOTOR CC........................................................................................... 49 FIG.66 – ROTOR E ESTATOR DE UM MOTOR DE PASSO......................................................... 51 FIG.67 – MOTOR DE PASSO UNIPOLAR..................................................................................... 53 FIG.68 – MOTOR DE PASSO BIPOLAR........................................................................................ 53 FIG.69 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UM MOTOR DE PASSO............................................... 54 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 71 - MOTOR BIPOLAR COM MEIO PASSO.......................................................................... 54 FIG. 72 - MOTOR UNIPOLAR COM PASSO INTEIRO.................................................................. 54 FIG. 73 - MOTOR UNIPOLAR COM MEIO PASSO....................................................................... 55 FIG. 74 – MICRO-MOTOR DE PASSO........................................................................................... 57 FIG.75 – SCANNER ÓPTICO......................................................................................................... 57 FIG.76 – TELESCÓPIO CONTROLADO POR MOTOR DE PASSO.............................................. 58 FIG.77– CONTROLE DO MOTOR DE PASSO.............................................................................. 59 FIG.78 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60 FIG.79 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 60 FIG.80 – CONTROLE DO MOTOR DE PASSO............................................................................. 61 FIG.81 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 62 FIG.82 – SERVO MOTOR............................................................................................................... 63 FIG.83 – DIAGRAMA DE TEMPO DO CONTROLE DO SERVO MOTOR..................................... 64 FIG.84 – CONTROLE DO SERVO MOTOR UTILIZANDO CONTROLADOR PIC.........................64 FIG. 85 – TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................. 65 FIG. 86 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR....................................... 65 FIG. 87 – RELAÇÃO FLUXO MAGNÉTICO X CORRENTE ELÉTRICA........................................ 66 .................................................................................................................................... 66 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 88 – CAMPO MAGNÉTICO NUM CONDUTOR.................................................................................................................................... 66 FIG. 89 – CRIAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO NO SECUNDÁRIO............................................. 66 FIG. 90 – CRIAÇÃO DE CAMPO MAGNÉTICO NO SECUNDÁRIO................................................................................................................................ 67 FIG. 91 – CIRCUITO MAGNÉTICO DE UM TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 68 FIG. 92 – SIMBOLOGIA DO TRANSFORMADOR......................................................................... 68 FIG. 93 – LEI DE LENZ................................................................................................................... 69 FIG. 94 – PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DO TRANSFORMADOR....................................................................................................................... 69 FIG. 95 – NÚCLEO TIPO E............................................................................................................. 70 FIG. 96 – PRINCÍPIO DAS CORRENTE PARASITAS................................................................... 70 FIG. 97 – TRANSFORMADOR À VAZIO........................................................................................ 71 FIG. 98 – TRANSFORMADOR COM CARGA................................................................................ 71 FIG. 99– LEI DE LENZ..................72 FIG. 100 – POTÊNCIA DAS PERDAS NO TRANSFORMADOR................................................... 73 FIG. 101 – PERDAS NO TRANSFORMADOR............................................................................... 74 FIG. 102 – FORMATO DE NÚCEOS.............................................................................................. 75 FIG. 103 – NÚCLEO TIPO SHELL E CORE................................................................................... 76 FIG. 104 – CONVERSÃO DE TRANSFORMADOR EM AUTO-TRANSFORMADOR................... 77 FIG. 105– TRANSFORMADOR DE PEQUENO PORTE................................................................ 77 FIG. 106 – TC.................................................................................................................................. 77 FIG. 107 – CONEXÕES DO TC...................................................................................................... 78 FIG. 108 – TRANSFORMADOR DE POTENCIAL.......................................................................... 78 FIG. 109 – TRANSFORMADOR ISOLAÇÃO................................................................................. 79 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ FIG. 110 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO..................................................................... 80 FIG. 111 – TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO - DESENHO................................................ 81 FIG. 112 – SISTEMA DE RESFRIAMENTO DO TRANSFORMADOR........................................... 81 FIG. 113 – DIAGRAMA ESTRELA................................................................................................. 82 FIG. 114– DIAGRAMA TRIÂNGULO..............................................................................................82 FIG. 115– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83 FIG. 116– DIAGRAMA ZIGUE-ZAGUE.......................................................................................... 83 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lista de tabelasLista de tabelas TAB.1 – CONVERSÃO DE POTÊNCIAS....................................................................................... 28 TAB.2 – GRAU DE PROTEÇÃO IP................................................................................................ 32 TAB.3 – CLASSE DE ISOLAÇÃO DOS MOTORES...................................................................... 33 TAB.4 -VELOCIDADE NOMINAL DE MOTORES.......................................................................... 34 TAB.5 – CÓDIGOS PARA PLACA DE LIGAÇÕES DO MOTOR CC............................................. 48 TAB.6 – QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS MOTORES SÉRIE, PARALELO E MISTO....... 49 TAB. 7 – ELETRODO DE ATERRAMENTO................................................................................... 86 TAB. 8 – PROTEÇÃO DO CONDUTOR DE ATERRAMENTO...................................................... 86 TAB.9 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO PROVIDOS DE ISOLAÇÃO NÃO INCORPORADOS EM CABOS MULTIPOLARES OU CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS EM CONTATO COM A COBERTURA DE CABOS........................................................................ 87 TAB.10 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM VEIA DE CABOS MULTIPOLARES.............................................................................................................. 88 TAB.11 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO QUE SEJAM CAPA OU ARMAÇÃO DE CABO.................................................................................................................... 88 TAB.12 - VALORES DE K PARA CONDUTORES DE PROTEÇÃO NUS ONDE NÃO HAJA RISCO DE DANO EM QUALQUER MATERIAL VIZINHO PELAS TEMPERATURAS INDICADAS ........................................................................................................................................................ 88 TAB.13 - SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO....................................................... 89 ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Apresentação “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento. “ Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia ____________________________________________________________ Curso Técnico de Automação Industrial Máquinas elétricas ____________________________________________________________ 1. Motores Elétricos 1.1 Histórico O ano de 1866 pode ser considerado, em termos práticos, como o ano de nascimento da máquina elétrica, pois foi nesta data que o cientista alemão Wemer Siemens inventou o primeiro gerador de corrente contínua auto-induzido. Entretanto, deve-se mencionar que esta máquina elétrica, que revolucionou o mundo em poucos anos, foi o último estágio de um processo de estudos, pesquisas e invenções de muitos outros cientistas, durante quase três séculos. Em 1600 o cientista inglês William Gilbert publicou, em Londres, a obra intitulada "De Magnete", descrevendo a força de atração magnética. O fenômeno da eletricidade estática já havia sido observado pelo grego Tales, em 641 AC, ele verificou que ao atritar uma peça de ârnbar com pano esta adquiria a propriedade de atrair corpos leves, como pêlos, penas, cinzas, ete. A primeira máquina eletrostática foi construída em 1663, pelo alemão Otto Guericke, e aperfeiçoada em 1775 pelo suíço Martin Planta. O físico dinamarquês Hans Christian Oersted, ao fazer experiências com correntes elétricas, verificou ao acaso, em 1820, que a agulha magnética de uma bússola era desviada de sua posição norte-sul quando esta passava perto de um condutor no qual circulava corrente elétrica. Esta observação permitiu a Oersted reconhecer a íntima relação entre magnetismo e eletricidade, dando assim o primeiro passo em direção ao desenvolvimento do motor elétrico. O sapateiro inglês Williarn Sturgeon - que, paralelamente à sua profissão, estudava eletricidade nas horas de folga - baseando-se na descoberta de Oersted constatou, em 1825, que um núcleo de ferro envolto por um fio condutor elétrico transformava-se em imã quando se aplicava uma corrente elétrica, observando também que a força do ímã cessava tão logo a corrente fosse interrompida. Estava inventando o eletroímã, que seria de fundamental importância na construção de máquinas elétricas girantes. Mas as experiências com o magnetismo e a eletricidade não cessaram. Em 1832, o cientista italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina de corrente alternada com movimento de vaivém. Já no ano de 1833 o inglês W. Ritchie inventou o comutador, construindo um pequeno motor elétrico onde o núcleo de ferro enrolado girava em torno de um imã permanente. Para dar uma rotação completa, a polaridade do eletroímã era alternada a cada meia volta através do comutador. A inversão da polaridade também foi demonstrada pelo mecânico parisiense H. Pixii ao construir um gerador com um imã em forma de ferradura que girava diante de duas bobinas fixas com um núcleo de ferro. A corrente alternada era transformada em corrente contínua pulsante através de um comutador. Grande sucesso obteve o motor elétrico desenvolvido pelo arquiteto e professor de física Moritz Herrnann Von Jacobi - que, em 1838, aplicou-o a uma lancha. Somente em 1866 Siemens construiu um gerador sem a utilização de imã permanente, provando que a tensão necessária para o magnetismo podia ser retirada do próprio enrolamento do rotor, isto é, que a máquina podia auto-excitar- se. O primeiro dínamo de Werner Siemens possuía uma potência de aproximadamente 30 watts e uma rotação de 1200rpm. A máquina de Siemens não funcionava somente como gerador de eletricidade. Podia também operar como motor, desde que se aplicasse aos seus bornes uma corrente contínua. ____________________________________________________________Curso Técnico de automação industrial 1 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Em 1879, a firma Siemens & Halske apresentou, na feira industrial de Berlim, a primeira locomotiva elétrica, com uma potência de 2kW. A nova máquina de corrente contínua apresentava vantagens em relação à máquina a vapor, à roda d'água e à força animal. Entretanto, o alto custo de fabricação e sua vulnerabilidade em serviço (por causa do comutador) marearam-na de tal modo que muitos cientistas dirigiram suas atenções para o desenvolvimento de um motor elétrico mais barato, mais robusto e de menor custo de manutenção. * Entre os pesquisadores preocupados com esta idéia destacam-se o iugoslavo Nicola Tesla, o italiano Galileu Ferraris e o russo Michael Von Dolivo Dobrowolsky. Os esforços não se restringiram somente ao aperfeiçoamento do motor de corrente contínua, mas também se cogitou de sistemas de corrente alternada, cujas vantagens já eram conhecidas desde 188 1. Em 1885, o engenheiro eletricista Galileu Ferraris construiu um motor de corrente alternada de duas fases. Ferraris, apesar de ter inventado o motor de campo girante, concluiu erroneamente que motores construídos segundo este princípio poderiam, no máximo, obter um rendimento de 50% em relação à potência consumida. E Tesla apresentou, em 1887, um pequeno protótipo de motor de indução bifásico com rotor em curto-circuito. Também este motor apresentou rendimento insatisfatório, mas impressionou de tal modo a firma norte-americana Westinghouse, que esta lhe pagou um milhão de dólares pelo privilégio da patente, além de se comprometer ao pagamento de um dólar para cada HP que viesse a produzir no futuro. O baixo rendimento deste motor inviabilizou economicamente sua produção e três anos mais tarde as pesquisas foram abandonadas. Foi o engenheiro eletricista Dobrowolsky, da firma AEG, de Berlim, que, persistindo na pesquisa do motor de corrente alternada entrou, em 1889, com o pedido de patente de um motor trifásico com rotor de gaiola. O motor apresentado tinha uma potência de 80 watts, um rendimento aproximado de 80% em relação à potência consumida e um excelente conjugado de partida. As vantagens do motor com rotor de gaiola em relação ao de corrente contínua eram mercantes: construção mais simples, silencioso, menor manutenção e alta segurança em operação. Dobrowolsky desenvolveu, em 1891, a primeira fabricação em série de motores assíncronos, nas potências de 0,4 a 7,5kW. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 2 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.2 Universo tecnológico dos motores elétricos: Fig. 1 – Universo dos motores elétricosFig. 1 – Universo dos motores elétricos 1.3 Componentes dos motores elétricos 1.3.1 Rotor É a parte giratória do motor elétrico. Os rotores são classificados em: • Rotor bobinado com anéis coletores com comutadores • Rotor em curto-circuito ou gaiola de esquilo O rotor em curto-circuito é também conhecido como gaiola de esquilo devido à sua semelhança com as gaiolas utilizadas nos Estados Unidos e Canadá para prender esquilos. É constituído de um conjunto de chapas de ferro-silício isoladas ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 3 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ umas das outras. A superfície desse conjunto pode ser ranhurada no sentido longitudinal, para permitir a colocação de barras condutores de alumínio ou cobre, ou pode também o conjunto ser furado e, nesses furos, serem colocadas as barras condutoras. Nos extremos do conjunto de chapas, são fundidos dois anéis que provocam o curto-circuito entre as barras colocadas nas ranhuras ou nos furos. Fig.2 - RotorFig.2 - Rotor 1.3.2- Estator É parte fixa do motor e não gira durante o seu funcionamento, nele ficam alojadas as bobinas de campo. O estator é responsável pela criação de um campo magnético que influencia o motor. É constituído de um conjunto de chapas de ferro-silício contendo ranhuras longitudinais. O número de ranhuras varia de acordo com a rotação do motor, potência e tipo de bobinado. Fig. 3 - EstatorFig. 3 - Estator Observação: Utilizam-se chapas de ferro silício por ser o silício um excelente condutor magnético e isolante elétrico. Nessas condições, o conjunto de chapas de ferro silício transforma-se em um núcleo magnético. As chapas finas, isoladas eletricamente e prensadas umas às outras, reduzem as correntes parasitas, diminuindo os efeitos térmicos provocados pelas correntes de Foucault. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 4 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.4 Tipos de motores elétricas Os motores elétricos podem ser de corrente alternada (CA) e de corrente contínua (CC). Os motores mais utilizados são os de corrente alternada, devido ao seu reduzido custo de fabricação e manutenção, além da facilidade de alimentação, uma vez que a energia comercial é gerada em CA. Os motores de corrente alternada são de dois tipos: síncrono e assíncrono. 1.4.1 Motores síncronos Funcionam com velocidade invariável. É denominado síncrono devido à velocidade do campo magnético girante ser igual à velocidade do rotor. Dentre os motores de CA, o síncrono é o de mais alto custo. Portanto, seu uso é restrito a trabalhos específicos, tais como: • correção do fator de potência em circuitos industriais • movimentação de máquinas que exigem velocidade constante. Os motores síncronos apresentam as seguintes vantagens: • Correção do fator de potência, além de fornecer torques à carga que eles acionam • Têm rendimento maior que os similares de indução assíncrona; • os rotores, com suas massas polares, permitem o uso de maiores entreferros do que os rotores tipo gaiola de esquilo usados nos motores de indução, requerendo menor tolerância nos mancais e permitindo maior utilização dos mesmos; • Podem ser mais baratos para a mesma potência, velocidade e tensão nominal. Apresentam as seguintes desvantagens: • Necessidade de excitação na partida • Sistema complexo de acionamento e controle • Alto custo de fabricação Características dos Motores síncronos: Como os motores de indução, os motores síncronos possuem enrolamentos no estator que produzem o campo magnético girante, mas, o circuito do rotor de um motor síncrono é excitado por uma fonte de corrente contínua proveniente de uma excitatriz, que é um pequeno gerador de corrente contínua. A Figura seguinte mostra o desenho da estrutura básica de um motor síncrono. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 5 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.4 – Motor síncronoFig.4 – Motor síncrono O motor síncrono não tem partida própria, necessitando, portanto, que o rotor seja arrastado até a velocidade síncrona por um meio auxiliar. Existem motores em que a partida é dada por condutores em gaiola embutidos na face dos pólos do rotor. Inicia-se a partida como motor de indução e no momento certo excita-se os pólos do rotor e o motor entra em sincronismo. 1.4.2 Motor Assíncrono A partir do momento que os enrolamentos localizados nas cavas do estator são sujeitos a uma corrente alternada, gera-se um campo magnético no estator, consequentemente, no rotor surge uma força eletromotriz induzida devido ao fluxo magnético variável que atravessa o rotor. A f.e.m. induzida dá origem a uma corrente induzida no rotor que tende a opor-se à causa que lhe deu origem,criando assim um movimento giratório no rotor. Como podemos constatar o princípio de funcionamento do motor de indução baseia-se em duas leis do eletromagnetismo, a Lei de Lenz e a Lei de Faraday Lei de Faraday: "Sempre que através da superfície abraçada por um circuito tiver lugar uma variação de fluxo, gera-se nesse circuito uma força eletromotriz induzida. Se o circuito é fechado será percorrido por uma corrente induzida". ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 6 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Lei de Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal que esta pelas suas ações magnéticas tende sempre a opor-se à causa que lhe deu origem". Fig.5 – motor assíncronoFig.5 – motor assíncrono Os motores assíncronos de corrente alternada são compostos basicamente de uma parte estática (estator) e uma parte móvel (induzido ou rotor). Se dividem em dois grandes grupos: Motores monofásicos e motores trifásicos. 1.5 Princípio de funcionamento dos motores elétricos Quanto ao funcionamento do motor, inicialmente, pode-se afirmar que se trata de uma máquina elétrica na qual a energia elétrica aplicada é transformada em energia mecânica. Através do detalhamento à seguir, será explicado o processo dessa transformação. Supõe-se, inicialmente, que haja dois eletroímãs cujas bobinas estão ligadas, como ilustra a figura, e que estejam sendo alimentada por corrente alternada. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 7 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.6 – Eletroímãs em sérieFig.6 – Eletroímãs em série É preciso lembrar-se de que, no momento em que a corrente elétrica circular no sentido indicado, a polaridade dos eletroímãs apresentar-se-á da seguinte forma: Fig.7 – Princípio de funcionamento do motorFig.7 – Princípio de funcionamento do motor No momento em que a corrente elétrica tiver o seu sentido invertido, a polaridade dos eletroímãs também será invertida. Fig.8 – Princípio de funcionamento do motorFig.8 – Princípio de funcionamento do motor Supõe-se agora, que haja uma espira de fio de cobre com seu centro demarcado, que será colocada no centro do campo magnético dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 8 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.9 – Princípio de funcionamento do motorFig.9 – Princípio de funcionamento do motor Considerando que a espira ficará fixa pelo seu centro no centro dos eletroímãs e que terá plena liberdade de girar para a esquerda ou para a direita, supõe-se que, nesse momento, a polaridade dos eletroímãs apresenta-se assim: Fig.10 – Princípio de funcionamento do motorFig.10 – Princípio de funcionamento do motor Em seguida, aciona-se a espira, dando-lhe um rápido impulso para a direita, ou seja, no sentido dos ponteiros do relógio. Fig.11 – Princípio de funcionamento do motorFig.11 – Princípio de funcionamento do motor A espira continuará girando para a direita enquanto a corrente elétrica circular pelas bobinas dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 9 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Observação: Se o impulso tivesse sido dado para a esquerda, a espira continuaria girando para a esquerda, pelos mesmos motivos que a fizeram girar para a direita. Dessa forma, neste ponto, uma questão pode ser formulada: Por que a espira fica girando depois de ter sido dado o primeiro impulso? No momento em que foi dado o impulso na espira, criaram-se condições para que, quando ela estivesse cruzando as linhas de força do campo magnético dos eletroímãs, circulasse por ela uma corrente elétrica. Por sua vez, essa corrente elétrica da espira, deu origem a um campo magnético, a partir de 00, tomando-se máximo a 900 do campo magnético dos eletroímãs. Fig.12 – Princípio de funcionamento do motorFig.12 – Princípio de funcionamento do motor Conseqüentemente, uma primeira visão que se pode ter é a baseada na regra: Pólos magnéticos de nomes iguais se repelem e pólos magnéticos de nomes diferentes se atraem. A aplicação dessa regra é observada no seguinte exemplo Fig.13 – Princípio de funcionamento do motorFig.13 – Princípio de funcionamento do motor Examinando o que acontece com as linhas de força magnética numa situação em que se têm dois campos magnéticos defasados de 900, observa-se que: • Na posição inicial, as linhas de força magnética partem do pólo Norte e seguem diretamente para o pólo Sul dos eletroímãs. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 10 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.14 – princípio de funcionamento do motorFig.14 – princípio de funcionamento do motor • Com o campo magnético da espira defasado de 900, a situação modifica- se, surgindo uma outra na qual as linhas de força saem do o Norte do eletroímã e penetram pelo pólo Sul do campo magnético espira. Fig.15 – princípio de funcionamento do motorFig.15 – princípio de funcionamento do motor • Em seguida, saem pelo pólo Norte, também do campo magnético da espira, entrando finalmente pelo pólo Sul do eletroímã. Fig.16 – Princípio de funcionamento do motorFig.16 – Princípio de funcionamento do motor Nota-se que, com isso, haverá um desvio no sentido das linhas força magnética. Portanto, numa situação em que existem dois campos magnéticos defasados de 900 haverá um desvio das linhas de força magnética. As linhas de força magnética procuram sempre manter a sua trajetória entre o pólo Norte e o pólo Sul o mais curto possível. Dessa forma, nessa situação, elas agem como se fossem tiras de elástico sob pressão, ou seja, as linhas de força magnética forçam a espira a girar no mesmo sentido para o qual foi impulsionada inicialmente. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 11 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.17 – Princípio de funcionamento do motorFig.17 – Princípio de funcionamento do motor Com isso, a espira receberá um forte impulso. Como as bobinas dos eletroímãs estão sendo alimentadas por corrente alternada, à medida que a espira é impulsionada, estará havendo a variação na corrente que circula pelas bobinas. Como a espira está girando na velocidade aproximada de variação do campo magnético, quando ela tiver dado 1/4 de volta, estará havendo também a inversão do sentido da corrente elétrica pelas bobinas. Haverá, então, a inversão da polaridade dos eletroímãs, o que acarretará o surgimento de linhas de força magnética no sentido contrário ao anterior. Conseqüentemente, com 1/4 de volta, o campo magnético formado pela espira desaparecerá por completo. Fig.18 –Fig.18 – Princípio dePrincípio de funcionamento do motorfuncionamento do motor Porém, à medida que a espira vai girando até completar meia volta, irá surgindo um novo campo magnético que será máximo a 90" do campo magnético dos eletroímãs. Fig.19 – Princípio de funcionamento do motorFig.19 – Princípio de funcionamento do motor Haverá novamente um desvio das linhas de força do campo iagnético dos eletroímãs, resultando, como no caso anterior, um ovo impulso na espira. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 12 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.20 – Princípio de funcionamento do motorFig.20 – Princípio de funcionamento do motor Logo, recebendo impulsos consecutivos,a espira irá girar indefinidamente enquanto estiver circulando corrente elétrica pelas bobinas dos eletroímãs. Essa é, pois, a noção do princípio de funcionamento de um motor elétrico de corrente alternada. 1.6 Particularidades dos motores elétricos Os motores elétricos, como já foi visto, apresentam partes que são fixas (eletroímãs) e urna parte móvel (espira) que tem um movimento de rotação. Essas partes são chamadas, respectivamente, estator e rotor. No motor elétrico de CA, uma corrente elétrica é aplicada às bobinas dos eletroímãs (estatores). Embora não exista ligação elétrica alguma entre essas bobinas e a espira (rotor) surge, na espira (rotor), uma corrente elétrica induzida que, por sua vez, cria um campo magnético induzido responsável pelo movimento do rotor. Por essa razão, esses motores são chamados motores de corrente alternada do tipo indução. Fig.21 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.21 – Princípio de funcionamento do motor de indução Conforme também foi estudado anteriormente, o campo magnético do estator estará variando, isto é, acompanhando as variações da corrente alternada. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 13 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.22 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.22 – Princípio de funcionamento do motor de indução Portanto, se a corrente alternada utilizada apresenta uma freqüência de 6OHz (cicios/seg), e sabendo-se que em cada Hz haverá duas inversões do sentido de circulação da corrente elétrica, deduz-se que, a cada Hz, haverá também duas variações do campo magnético do estator, ou seja: CA de 6OHz (60 ciclos/seg) Em cada segundo, 120 inversões do sentido de circulação da CA. Portanto, Em cada segundo, 120 inversões do campo magnético do estator. Então, pode-se afirmar que, neste caso, a velocidade de variação dos campos magnéticas no estator é correspondente a 120 vezes por segundo. Também de acordo com o que já foi estudado, quando se coloca no centro do estator um rotor (espira) e dá-se um impulso para a direita ou para a esquerda, o rotor passa a girar acompanhando a velocidade de variação do campo magnético do estator. A variação do campo magnético do estator é tão rápida que pode-se imaginar que o campo magnético praticamente descreve um movimento de rotação para a esquerda ou para a direita a uma velocidade de 60 rotações por segundo. Nessa rotação, o campo magnético arrasta consigo o rotor. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 14 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.23 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.23 – Princípio de funcionamento do motor de indução A velocidade do campo magnético do estator pode ser chamada de velocidade de sincronismo ou velocidade síncrona (ns), e pode ser calculada através da seguinte fórmula: Onde: ns = velocidade síncrona em rpm - 120 = constante f = freqüência da rede elétrica P = número de pólos do motor Por exemplo, num motor alimentado com uma tensão elétrica de 6OHz, tendo dois pólos magnéticos, qual será o número de rpm desse motor? Solução: Calcula-se a velocidade do campo magnético girante: Para facilitar o estudo deste conteúdo, foi dito, até aqui, que o rotor acompanha a velocidade de rotação do campo magnético do estator, ou seja, se o campo magnético do estator está a uma velocidade de rotação de 60 vezes por segundo, o rotor estará girando a uma velocidade de 60 voltas por segundo. Porém, esta não é a realidade porque, para que o rotor gire, é necessário que ocorra nele uma indução. Essa indução, por sua vez, provocará o aparecimento de um campo magnético defasado do campo magnético do estator. Fig.24 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.24 – Princípio de funcionamento do motor de indução ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 15 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ E, para que haja indução no rotor, sua velocidade de rotação não pode ser igual à velocidade de rotação do campo magnético do estator. Se o rotor acompanhar a velocidade de rotação do campo magnético do estator, deixará de haver nele a indução de corrente. Sem indução (e sem campo magnético defasado), o rotor perde velocidade. Girando a uma velocidade um pouco menor, o rotor terá novamente corrente induzida e campo magnético defasado. Consequentemente: O rotor sempre gira em velocidade um pouco menor que a velocidade de rotação do campo magnético do estator. Essa diferença entre a velocidade de rotação do campo magnético do estator e a velocidade de rotação do rotor é chamada deslize ou escorregamento (S) e pode ser calculada assim: onde: S = escorregamento ns = velocidade síncrona nr = velocidade do rotor Fig.25 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.25 – Princípio de funcionamento do motor de indução Por esse motivo, os motores de corrente alternada do tipo indução são chamados assíncronos. Daí, conclui-se que: Motor assíncrono é o motor em que a velocidade do rotor é um pouco menor que a da velocidade de rotação do campo magnético do estator. Porém, a velocidade de rotação do rotor dos motores de CA do tipo indução, assíncronos, mantém-se constante, ou seja, praticamente não apresenta variação. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 16 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O motor empregado até o momento é elementar, constituído por uma só espira no rotor, o que o toma impraticável, como poderá ser verificado a seguir. Fig.26 – Princípio de funcionamento do motor de induçãoFig.26 – Princípio de funcionamento do motor de indução Observa-se que: • Os momentos 00, 1800 e 3600 são os momentos em que a espira caminha no sentido longitudinal em relação às linhas de força do campo magnético. Assim, a espira não corta as linhas de força do campo magnético, deixando de ocorrer, portanto, a indução da corrente elétrica na espira. • Nesses momentos, a corrente elétrica estará no seu valor zero, e a espira encontra-se em um ponto em que, praticamente, não está sendo impulsionada, ponto esse chamado de neutro. Ponto neutro é portanto, o ponto em que a espira (rotor) deixa de ser impulsionada. De acordo com o que já foi estudado, pode-se deduzir que, sempre que a espira estiver cruzando o centro do campo magnético dos eletroímãs, ela estará recebendo impulso. Por outro lado, sempre que a espira estiver perpendicular ao centro do campo magnético dos eletroímãs, ela estará passando pelo ponto neutro. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 17 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Porém, mesmo diminuindo seu movimento, a espira não chega a parar, pois o impulso que recebeu anteriormente é suficiente para fazer com que ela ultrapasse o ponto neutro. Portanto, observa-se que: Quando a espira parte do primeiro ponto neutro. Após ter dado 1/4 de volta, recebe o primeiro grande impulso. Prosseguindo, passa pelo segundo ponto neutro. Recebendo o segundo grande impulso após ter dado 3/4 de volta. O movimento de rotação da espira será rápido após o impulso e diminuirá em seguida, até receber novo impulso. Então, seu movimento de rotação voltará a aumentar para diminuir emseguida, até um novo impulso, e assim sucessivamente. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 18 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Dessa forma, devido aos impulsos e aos pontos neutros, a espira apresenta um movimento de rotação pulsante. Movimento de rotação pulsante é o movimento da espira cuja velocidade de rotação aumenta e diminui sucessivamente durante uma volta completa. 1.7 Motores monofásicos Motor de corrente alternada, monofásico, é aquele projetado para ser alimentado por circuitos de corrente monofásica ou bifásica. Os motores monofásicos são empregados geralmente quando a carga não exige grande potência. Esses motores podem ser de vários tipos, segundo as respectivas aplicações. 1.7.1 Aplicações do motor monofásico Cada tipo de motor monofásico tem certas aplicações, tais como: a) de fase dividida ou de arranque capacitivo - destina-se a máquinas em geral de pequena potência como lavadoras, bombas d'água, picadeiras de cana, etc.; b) de pólos amortecedores - destina-se a proporcionar funcionamento em equipamentos como toca-discos, ventiladores, etc.; c) universal - é o único tipo de motor monofásico que pode ser alimentado por tensão contínua ou alternada. É utilizado em equipamentos como liquidificadores, furadeiras, enceradeiras e eletrodomésticos em geral. 1.7.2 Principais características dos motores monofásicos Para se utilizar os motores monofásicos, é preciso observar as suas características -que vêm gravadas na placa de identificação do motor. São elas: • Tensão-em volts.Quando o motor trabalha com duas tensões,ambas são gravadas na placa. Normalmente, os motores trabalham em 110 e 22OV; • Freqüência - em hertz. No Brasil, a freqüência padronizada de corrente elétrica é de 6OHz; • Velocidade -em rpm. A rotação marcada na placa é a nominal quando o motor está a plena carga. A rotação é inversamente proporcional ao número de pólos do motor; • Potência -em cv, HP ou kW. Os motores monofásicos são normalmente, fabricados para potências,de 1/8, 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1 1/2, 2, 3, 4, 5, 7, 10 e 12 1/2cv. Além das características citadas, vêm também registrados, na placa de identificação, o esquema de ligação, o nome do fabricante, o número de série do motor, mês e ano de fabricação, etc. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 19 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.7.3 Motor monofásico de arranque capacitivo Este tipo de motor possui um enrolamento de trabalho, um interruptor centrífugo, um enrolamento de partida e um capacitar de partida, conforme pode ser observado no esquema a seguir. 1-Enrolamento de trabalho 2- Interruptor centrífugo 3- Enrolamento de partida 4- Capacitor de partida Fig.27 – Esquema interno do motor monofásicoFig.27 – Esquema interno do motor monofásico Trata-se de um motor monofásico do tipo indução, com arranque capacitivo, onde a corrente elétrica tem dois caminhos para percorrer. No primeiro caminho, a corrente elétrica irá percorrer apenas o enrolamento de trabalho. Portanto, pode-se dizer que esse é um circuito predominantemente indutivo. Fig.28 – Princípio de funcionamento do motor monofásicoFig.28 – Princípio de funcionamento do motor monofásico O enrolamento de trabalho é o responsável pela criação do campo magnético que, após a partida, irá continuar propiciando condições para que o motor produza trabalho. Esse enrolamento entra em funcionamento a partir do momento em que o motor é ligado e só deixa de funcionar quando o motor é desligado. Quando o circuito é predominantemente indutivo, sua carga também será indutiva, havendo, portanto, um defasamento de até 900entre a corrente e a tensão, ou seja, a corrente poderá ficar até 900 atrasada em relação à tensão, conforme pode ser observado no gráfico a seguir. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 20 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.29 – Defasagem da corrente no motor monofásicoFig.29 – Defasagem da corrente no motor monofásico No segundo caminho, a corrente elétrica passará pelo interruptor centrífugo, pelo enrolamento de partida e pelo capacitor. O interruptor centrífugo atua através da força centrífuga gerada pela rotação do rotor. Fig.30 – Princípio de funcionamento do motor monofásicoFig.30 – Princípio de funcionamento do motor monofásico Observação: O interruptor centrífugo não influencia em nada o defasamento da corrente em relação à tensão. O enrolamento de partida é aquele que, devido à sua combinação com o capacitor, proporciona um outro campo magnético que, em conjunto com o campo magnético produzido pelo enrolamento de trabalho, irá provocar a partida do motor, dando o sentido da rotação. Com relação ao enrolamento de partida, como se trata de uma carga indutiva, a tendência é provocar um atraso da corrente de até 900 em relação à tensão. No segundo caminho, há também um capacitor. Tratando-se, portanto, de uma carga capacitiva, a tendência é haver um adiantamento da corrente de até 900 em relação à tensão, como mostra o gráfico a seguir. Fig.31 – Defasagem da corrente no motor monofásicoFig.31 – Defasagem da corrente no motor monofásico Esquemas de ligações ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 21 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Os diagramas a seguir ilustram esquemas de ligações (fechamentos) de um motor de indução monofásico cujos terminais dos três enrolamentos (bobinas) são: 1-3, 2-4 e 5-6. Fig.32 – Conexões elétricas do motor monofásico em 110VFig.32 – Conexões elétricas do motor monofásico em 110V Fig.33 – Conexões elétricas do motor monofásico em 220VFig.33 – Conexões elétricas do motor monofásico em 220V Características de um motor monofásico de 3HP WEG • Potência: 3 HP • Pólos: 2 • Frequência: 60 Hz • Conjugado: 6,04 Nm • Tensão: 110/220 V • Carcaça: G56H • RPM: 3480 • In: 30,8/15,4 A • Rendimento (100%): 78,5 • F.P. (100%): 0,83 • Isolamento: F • Ruído: 50 dB(A) • Corrente a vazio: 15,0/7,50 A • Ip / In: 7 Fig.34 – Motor monofásico Fig.34 – Motor monofásico ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 22 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.35 – Curvas características do motor monofásicoFig.35 – Curvas características do motor monofásico Legenda Curva A = Rendimento Curva B = Fator de potência Curva C = Escorregamento Curva D = Corrente em 110 V 1.8 Motor assíncrono de indução trifásico 1.8.1 Considerações gerais O motor assíncrono de indução trifásico é um motor elétrico de construção simples e de baixo custo de manutenção. É o mais utilizado nas indústrias de transformação, porque pode ser empregado na maioria das máquinas operatrizes e seu custo é reduzido se comparado aos similares (motor monofásico e motor de corrente contínua). Apresenta algumas desvantagens, sendo uma delas a de não poder variar a sua rotação sem a utilização de equipamentos especiais. 1.8.2 Conceito e constituição ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 23 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O motor assíncrono de indução trifásico é uma máquina elétrica ligada a um sistema trifásico que transforma energia elétrica em energia mecânica.É constituído fundamentalmente de duas partes: • Estator - composto por um pacote de chapas de ferro silício onde são alojadas as bobinas de campo. Envolvendo o estator, encontra-se a carcaça do motor, que é a estrutura-suporte do conjunto. A função do estator é produzir um campo magnético girante. • Rotor - é um pacote de chapas de ferro silício, formando um cilindro. Nas ranhuras existentes, são fundidas barras metálicas curto-circuitadas nos extremos do cilindro formado pelo pacote de chapas. O cilindro é montado sobre um eixo que transmitirá a energia mecânica gerada pelo motor. No rotor, acontece a transformação da energia elétrica em energia mecânica, sendo essa a sua principal função. 1.8.3 Conjugado Torque é o conjunto de forças que tende a produzir a rotação no motor elétrico. Dada a partida no motor de indução, com a tensão nominal aplicada aos terminais do estator, o rotor apresenta um torque de partida (Tp) que provocará o aumento de sua velocidade. À medida que a velocidade aumenta, o torque também aumenta até atingir o torque máximo (Tm). Isso leva a velocidade a aumentar ainda mais, reduzindo o torque do motor a um valor igual ao torque aplicado pela carga. O gráfico a seguir mostra o conjugado desenvolvido no motor de indução, desde a partida até o torque nominal. Fig.36 – Conjugado do motorFig.36 – Conjugado do motor Nesse gráfico, são observados: • O conjugado de partida, que tira o motor do estado de repouso; ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 24 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • O conjugado máximo, que representa o máximo valor de conjugado que o motor desenvolve; • O conjugado nominal, que o motor desenvolve nas suas condições nominais de funcionamento, isto é, com freqüência e tensão nominais aplicadas ao estator, fazendo com que gire a uma velocidade nominal fornecendo, assim, uma potência nominal. Observação: A unidade de medida do conjugado é Nm (Newton/metro ou kgfm (quilograma-força/metro). 1.8.4 Funcionamento Quando a corrente alternada trifásica é aplicada aos enrolamentos do estator do motor assíncrono de CA, produz-se um campo magnético rotativo (campo girante). A figura abaixo mostra a ligação interna de um estator trifásico em que as bobinas (fases) estão defasadas em 1200 e ligadas em triângulo. Fig.37 – Ligação interna do motor trifásicoFig.37 – Ligação interna do motor trifásico O campo magnético gerado por uma bobina depende da corrente que no momento circula por ela. Se a corrente for nula, não haverá formação de campo magnético; se ela for máxima, o campo magnético também será máximo. Como as correntes nos três enrolamentos estão com uma defasagem de 1200, os três campos magnéticos apresentam também a mesma defasagem. Fig.38 – Ligação interna do motor trifásicoFig.38 – Ligação interna do motor trifásico Os três campos magnéticos individuais combinam-se e disso resulta um campo único cuja posição varia com o tempo. Esse campo único, giratório, é que vai agir ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 25 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ sobre o rotor e provocar seu movimento. O esquema a seguir mostra como agem as três correntes para produzir o campo magnético rotativo num motor trifásico. Fig.39 – Princípio de rotação do motor trifásicoFig.39 – Princípio de rotação do motor trifásico • No esquema vemos que no instante 1, o valor da corrente A é nulo e, portanto, não há formação de campo magnético, isto é representado pelo O (zero) colocado no pólo do estator. • As correntes B e C possuem valores iguais, porém sentidos opostos. • Como resultante, forma-se no estator, no instante 1, um campo único direcionado no sentido N S. • No instante 2, os valores das correntes se alteram. O valor de C é nulo. A e B têm valores iguais, mas A é positivo e B e negativo. • O campo resultante desloca-se em 601 em relação à sua posição anterior. • Quando um momento intermediário (d) é analisado, vemos que nesse instante as correntes C e A têm valores iguais e o mesmo sentido positivo. A corrente B, por sua vez, tem valor máximo e sentido negativo. Como resultado, a direção do campo fica numa posição intermediária entre as posições dos momentos 1 e 2. (Fig. Seguinte). Se analisarmos, em todos os instantes, a situação da corrente durante um cicio completo, verificaremos que o campo magnético gira em torno de si. A velocidade de campo relaciona-se com a freqüência das correntes conforme já foi demonstrado. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 26 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.40 – Princípio de rotação do motor trifásicoFig.40 – Princípio de rotação do motor trifásico 1.8.5 Características do motor trifásico Como os motores monofásicos, também os motores trifásicos, possuem uma placa de identificação fixada na carcaça. Na placa de identificação, estão relacionados, através de símbolos e abreviaturas previstos em normas, todos os dados técnicos do motor. Esses dados técnicos estão descritos a seguir. Tensão nominal (V) É a tensão para a qual o motor foi projetado. Pelas normas, o motor deve ser capaz de funcionar satisfatoriamente com tensões de até 10% acima ou abaixo da nominal, desde que a freqüência da rede seja igual à tensão nominal. Caso haja simultaneamente variação de tensão e freqüência, haverá alteração no funcionamento do motor. As tensões trifásicas mais encontradas nas instalações industriais são 220, 380 e 44OV. Porém, são encontradas indústrias de origem ou influência norte- americana que especificam motores para 230, 460 e 575V. A grande maioria dos motores elétricos chega ao mercado consumidor com terminais religáveis, para funcionar, pelo menos, em duas redes de tensões diferentes. Esse tipo de ligação exige seis terminais no motor, o que permite comutar o motor em dois fechamentos: triângulo () - para a menor tensão - e estrela (Y) - para a maior tensão. O valor da segunda tensão corresponde ao valor da primeira multiplicada por 3. Por exemplo, 220/38OV significa 220 x 3- = 220 x 1,73 = 38OV. Observação: As tensões acima de 600V (por exemplo, 380/66OV e 440/76OV) não são consideradas de baixa-tensão. As tensões maiores servem apenas para indicar que o motor pode ser ligado em sistema de partida estrela e triângulo. Potência nominal (P) É a potência de saída no eixo do motor. Sua unidade é expressa em cavalo-vapor (cv) e horse power (HP). Para conversão de potência mecânica (CV e HP) em potência elétrica (W), são necessários: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 27 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Tab.1 – Conversão de potênciasTab.1 – Conversão de potências Diagrama de ligação Os motores trifásicos, para que possam ser ligados às diversas tensões para as quais foram fabricados, apresentam, na sua caixa de ligações, três, seis, nove ou 12 terminais. Os terminais saem dos enrolamentos e poderão ser fechados de acordo com o diagrama gravado na placa. Os motores podem ter seus terminais identificados por número, como por exemplo: • entrada da bobina - 1, 2, 3, 7, 8 e 9; • saída da bobina - 4, 5, 6, 10, 11 e 12. As figuras a seguir mostram as bobinas de dois motores devidamente numeradas, ou seja: a) Motor de seis terminais b) Motor de doze terminais Fig.41 – Ligação do motor trifásicoFig.41 – Ligaçãodo motor trifásico Como já foi estudado, o motor trifásico tem as bobinas distribuídas no estator e ligadas de modo a formar três circuitos distintos, chamados de fases de enrolamento. Essas fases são interligadas formando ligações em estrela (Y) ou em triângulo (), para o acoplamento a uma rede trifásica. Para isso, deve-se levar em conta a tensão que irão operar. Na ligação em estrela, o final das fases se fecha em si, e o início se liga à rede. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 28 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.42 – Ligação estrela do motor trifásicoFig.42 – Ligação estrela do motor trifásico Na ligação em triângulo, o inicio de uma fase é fechado com o final da outra e essa junção é ligada à rede. Os motores trifásicos podem dispor de 3 6, 9 ou 12 terminais para a ligação do estator à rede elétrica. Assim, eles podem operar em uma, duas, três ou quatro tensões, respectivamente. Todavia, é mais comum encontrar motores com 6 e 12 terminais. Fig.43 – Ligação triângulo do motor trifásicoFig.43 – Ligação triângulo do motor trifásico Os motores trifásicos com seis terminais só podem ser ligados em duas tensões uma a 3 vezes maior do que a outra. Por exemplo: 220V/38OV ou 440/76OV. Fig.44 – Ligação do motor trifásico de seis terminaisFig.44 – Ligação do motor trifásico de seis terminais Os motores com 12 terminais, por sua vez, têm possibilidade de ligação em quatro tensões: 220V, 380V, 440V e 760V. A ligação à rede elétrica é feita da seguinte maneira: para 220V para 440V YY para 380 V Y para 760V ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 29 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Veja a representação da placa de ligação desse tipo de motor. Fig.45 – Ligação do motor trifásico de doze terminaisFig.45 – Ligação do motor trifásico de doze terminais No que se refere às dimensões, os fabricantes seguem as normas NEMA, IEC e da ABNT. Observação: Os terminais dos motores podem ser também identificados através de letras: entrada - u, v, w; saída - x, y, z. Freqüência nominal (Hz) É a freqüência da rede para a qual o motor foi projetado. Os motores, pelas normas, devem funcionar satisfatoriamente com uma variação de freqüência de até 5% acima ou abaixo da freqüência nominal. Um motor projetado para freqüência de 5OHZ, quando alimentado por uma rede de freqüência igual a 6OHz, tem a corrente de partida e o conjugado diminuídos em aproximadamente 17% e a sua velocidade nominal aumentada em 20%. Fator de serviço (FS) É o fator que, aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sob condições especificadas pelo fabricante. É a capacidade de sobrecarga contínua, Ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis. Rendimento (n) É o dado que expressa as perdas no motor elétrico. Trata-se de uma relação matemática entre a potência de saída - que é a potência efetiva transformada em potência mecânica no eixo -e a potência de entrada - que é a potência absorvida da rede elétrica. Essa relação pode ser representada através da seguinte expressão matemática: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 30 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Pe = In . Vn . cos . 3 Onde: In = corrente nominal Vn = tensão nominal cos = fator de potência 3 = fator do circuito trifásico Para calcular o rendimento, aplica-se a seguinte fórmula: Onde: n (eta, letra grega) = rendimento Pe = potência de entrada Ps = potência de saída O resultado é um dado percentual como, por exemplo, um rendimento igual a 0,90, que equivale a 90%. É muito importante que o motor apresente alto rendimento, porque quanto maior for o rendimento do motor menores serão: • as perdas; • o aquecimento; • a potência absorvida da linha; • o custo de consumo por hora de funcionamento. Os motores de alto rendimento foram projetados não somente para ultrapassar os valores de rendimento e fator de potência definidos por lei. O rendimento dos motores quando operando a 75% de carga são equivalentes à operação em 100%, oferecendo menor consumo de energia mesmo operando com carga parcial ou em regimes intermitentes. Estes motores especiais contêm: • Enrolamentos fabricados com condutores de cobre com alto grau de pureza; • Chapas de aço de alta qualidade com grãos orientados, utilizadas na fabricação do estator e rotor; • Menor entreferro graças ao design avançado e à produção totalmente automatizada dos pacotes do estator e rotor; • Sistema de mancais e rolamentos desenhados para reduzir perdas por atrito; • Ventilador desenvolvido para oferecer máximo fluxo de ar com mínimas perdas. Grau de proteção (IP) Os equipamentos elétricos são fabricados com certo grau de proteção, de acordo com a sua finalidade de uso. Os tipos de proteção podem ser contra: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 31 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • contatos acidentais; • penetração de corpos sólidos estranhos; • penetração de água. As normas da [EC (international Electrotechnical Commission) da ABNT (NBR 6146) definem o grau de proteção dos equipamentos por meio das letras IP seguidas de dois algarismos. O primeiro algarismo indica o grau de proteção contra contatos acidentais e penetração de corpos sólidos estranhos. Tab.2 – Grau de proteção IPTab.2 – Grau de proteção IP Classes de isolação ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 32 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ O limite de temperatura de um motor depende do tipo do material empregado na sua isolação interna. Para fins de normalização, os materiais isolantes e os sistemas de isolação são agrupados em classes de isolamento definidas pelo limite de temperatura de cada material. Conforme a ABNT (NBR 7094), as classes de isolação utilizadas em máquinas elétricas são as seguintes: Tab.3 – Classe de isolação dos motoresTab.3 – Classe de isolação dos motores Velocidade nominal (RPM) É a velocidade do motor, funcionando a plena carga, alimentado por tensão e freqüência nominais. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 33 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Tab.4 -Velocidade nominal de motoresTab.4 -Velocidade nominal de motores Corrente nominal (In) É a corrente que o motor absorve da rede quando funciona com a potência, tensão e freqüência nominais. O valor da corrente nominal depende do rendimento (n) e do fator de potência (cos ) do motor, e é expresso em ampéres (A). A corrente nominal é calculada empregando-se a seguinte fórmula: onde: In = corrente nominal P = potência em watt 3 = fator de multiplicação do circuito trifásico Vn = tensão nominal cos = fator de potência n (eta, letra grega) = rendimento Fator de potência (cos ) Quando o motor entra em funcionamento, absorve da rede uma potência aparente (Pa), também chamada de potência disponível. Essa potência é transformada em: • potência efetiva (Pe) - transformada em trabalho útil; • potência reativa(Pr) -transformada em magnetização nas bobinas do motor; • potência das perdas (Pp) -necessária para suprir as perdas do motor, tais como atrito, ventilação, condutores (efeito joule), etc. As transformações da potência aparente podem ser visualizadas através do esquema a seguir. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 34 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.46– Potências existentes no motorFig.46– Potências existentes no motor São as seguintes as expressões matemáticas que permitem calcular cada tipo de potência de um sistema trifásico: Pa= V x I x 3 Pe= V x I x 3 x cos Pr= V x I x 3 x sen Pp= Pe – Ps Ps=Pe x n Quando a corrente elétrica entra num motor elétrico assíncrono (tipo gaiola), ela se decompõe em duas modalidades de atuação, porque um tipo chamado corrente reativa ou magnetizante forma um campo magnético no enrolamento do estator do motor e o outro tipo faz girar o rotor deste mesmo motor fornecendo energia ativa(mecânica)capaz de acionar uma máquina operatriz, produzindo, portanto, trabalho. A previsão normal da relação entre a corrente ativa e a corrente total é de 92% (0,92), sendo este o rendimento previsto e para o qual deve-se trabalhar permanentemente no intuito de mantê-lo constante. Abaixo desse rendimento previsto - de 92% - é estipulada uma multa. Quando o número de consumidores de energia elétrica era reduzido, uma indústria pagava somente a parcela de energia que era transformada, isto é, que era efetivamente consumida em forma de trabalho. A medida que o número de consumidores foi aumentando, as centrais elétricas verificaram que estavam fornecendo uma quantidade excessiva de energia, isto é, estavam desperdiçando ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 35 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ energia. Constatou-se, então, que poderia haver uma redução na geração de energia se as indústrias melhorassem o fator de potência. A solução foi a aplicação de uma multa para o baixo fator de potência. Diante disso, verificasse que a corrente total ou aparente ficará mal aproveitada todas as vezes que a corrente reativa aumentar, isto é, à medida que o ângulo for crescendo. Neste caso, os reflexos na rede elétrica serão os seguintes: • sobrecarga nos transformadores; • queda de tensão; • aquecimento na rede elétrica, com perda de calor; • mau funcionamento dos motores; • iluminação reduzida. Essas cinco conseqüências decorrentes do baixo fator de potência irão significar na prática: • aumento na conta de energia; • multa; • queima de motores; • perda de energia pelo aquecimento dos condutores; • mau funcionamento da rede sobrecarregada. Pelas placas de identificação das características dos motores elétricos, é fácil verificar que normalmente eles são fabricados para trabalhar com um fator de potência cos = 0,85, a não ser os motores de má qualidade ou de pequeno porte, cujo fator de potência é mais baixo. Não sendo possível uma operação de máquinas absolutamente equilibrada em relação à sua carga - porque é difícil manter um fluxo de fabricação uniforme -, evidentemente haverá variações no fator de potência e, para mantê-lo igual ou acima de 0,85, haverá necessidade de se colocar, no circuito, um banco de capacitares. Assim, haverá uma redução na corrente total consumida, com aproveitamento de uma parte da corrente desperdiçada. Características técnicas de um motor trifásico de 7,5HP • Potência: 7,5 HP • Pólos: 4 • Frequência: 60 Hz • Conjugado: 30,2 Nm • Tensão: 220/380 V • Carcaça: 112M • RPM: 1740 • In: 20,0/11,6 A • Rendimento (100%): 88,0 ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 36 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • F.P. (100%): 0,82 • Isolamento: B • Ruído: 58 dB(A) • Corrente a vazio: 10,0/5,79 A • Ip / In: 7 Fig.47 – Curvas características do motor trifásicoFig.47 – Curvas características do motor trifásico Legenda do gráfico acima: Rendimento: curva A Fator de potência : curva B Escorregamento: curva C Corrente em 220V: curva D 1.9 Geradores e motores de corrente contínua A máquina é um motor, quando transforma energia elétrica em energia mecânica. Quando transforma energia mecânica em energia elétrica, ela é um gerador. Do ponto de vista da construção, motores e geradores de CC são iguais. Assim, um motor de CC pode funcionar como gerador de CC e vice-versa. 1.9.1 Construção As máquinas de CC são compostas basicamente por duas partes: o estator e o rotor. O estator (ou carcaça) é a parte fixa ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 37 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ da máquina. Nele alojam-se as bobinas de campo cuja finalidade é conduzir o fluxo magnético. Fig.48 – Motor CCFig.48 – Motor CC O estator é formado por: • pólos de excitação (ou sapatas polares) - constituídos por condutores enrolados sobre o núcleo de chapas de aço laminados; • pólos de comutação - têm a função de evitar o deslocamento da linha neutra em carga e reduzir a possibilidade de centelhamento. Localizam-se na região interpolar e por eles passa a corrente da armadura (rotor); • conjunto porta-escova - aloja as escovas feitas de material condutor e tem a função de realizar a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. O rotor é a parte móvel que abriga as bobinas ligadas ao comutador. É formado pelas seguintes partes: • induzido (ou armadura) - fica dentro do estator. O mais usado é o do tipo tambor. É constituído por chapas de aço laminadas em cujas ranhuras se acomoda o enrolamento; • comutador - constituído por lâminas de cobre isoladas uma das outra por lâminas de mica; sua função é transferir a energia do enrolamento da armadura para o exterior; • eixo - é o elemento que transmite a potência mecânica convertida pela máquina. Fig.49 – Rotor do motor CCFig.49 – Rotor do motor CC 1.9.2 Gerador de CC - princípio de funcionamento O funcionamento do gerador de CC baseia-se no princípio da indução eletromagnética, ou seja, quando um condutor elétrico é submetido a um campo magnético, surge no condutor uma tensão induzida. Além disso, a magnitude dessa tensão induzida é diretamente proporcional à intensidade do fluxo magnético e à taxa de sua variação. O gerador de CC funciona segundo esses dois princípios. Assim, ao ser girado com velocidade (n), o induzido (rotor) faz os condutores cortarem as linhas de força magnética que formam o campo de excitação do gerador CC. Fig.50 – Princípio deFig.50 – Princípio de funcionamento do motor CCfuncionamento do motor CC ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 38 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Nos condutores da armadura aparece, então, uma força eletromotriz induzida. Essa força depende da velocidade de rotação (n) e do número de linhas magnéticas que tais condutores irão cortar, ou do fluxo magnético () por pólo do gerador. Representando a tensão induzida por E (quando o gerador está em vazio), conclui-se: E =k x n x Onde: k é uma constante que depende das características construtivas da máquina. n é a velocidade de rotação é o fluxo magnético 1.9.3 Classificação dos geradores de CC Os geradores de CC são classificados de acordo com o tipo de ligação (excitação)para a alimentação de suas bobinas de campo. Assim, temos: • geradores de CC com excitação independente, quando a corrente de alimentação vem de uma fonte externa; • geradores com auto-excitação, quando a corrente de excitação vem do próprio gerador. No gerador de CC com excitação independente, as bobinas de campo são construídas com várias espiras de fio relativamente fino. Essas espiras são alimentadas (excitadas) por uma fonte externa, como mostra a representação esquemática da figura ao lado. Fig.51 – motor CC com excitação independente Fig.51 – motor CC com excitação independente Quando esse gerador começa a funcionar, mesmo sem excitação, aparece uma força eletromotriz (fem) de pequeno valor devido ao magnetismo residual. Durante a excitação gradativa do gerador, ocorra também um aumento gradativo do fluxo magnético. Conseqüentemente, a tensão gerada eleva-se de modo ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 39 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ gradual. Isso ocorre até que haja a saturação magnética. Quando isso acontece, o acréscimo da corrente excitadora não aumenta o fluxo magnético. Quando o gerador é posto em carga, a tensão por ele fornecida diminui. Isto se deve a três fatores: • resistência do enrolamento do induzido; • resistência de contato nas escovas; • diminuição do fluxo indutor pela reação do induzido. Nesses tipos de geradores, para que a tensão se mantenha constante, a cada aumento de carga deve haver, manual ou automaticamente, um aumento da excitação. Um exemplo desse tipo de gerador de CC é o dínamo do automóvel. No gerador de CC auto-excitado, as bobinas de campo são ligadas ao induzido. Assim, o próprio gerador se auto-alimenta. 1.9.4 Tipos de geradores Conforme o tipo de ligação entre as bobinas de campo e o induzido, os geradores são classificados como: • gerador de CC em série; • gerador de CC em paralelo; • gerador de CC misto. No gerador de CC em série, as bobinas de campo são constituídas por poucas espiras de fio relativamente grosso, ou seja, com bitola suficiente para suportar a corrente de armadura. As espiras são ligadas em série com o induzido, como mostra ao lado É preciso notar que nesse gerador a corrente de carga é a própria corrente de excitação. No trabalho em vazio a fem é gerada apenas pelo magnetismo residual das sapatas polares. Fig.52 – gerador cc sérieFig.52 – gerador cc série Ao acrescentar carga ao gerador, uma corrente circula pela carga e pela bobina de excitação, fazendo com que aumente o fluxo indutor e, por conseguinte, a tensão gerada. Ao elevar-se a tensão, a corrente aumenta e, conseqüentemente, aumenta também o fluxo indutor. Isso se repete até que se verifique a saturação magnética, quando a tensão se estabiliza. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 40 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Observação Antes da saturação magnética, a tensão pode alcançar valores perigosos. Para evitar que a tensão se eleve, quando se acrescenta uma carga ao circuito, coloca-se um reostato em paralelo com a excitação. No gerador de CC em paralelo, as bobinas de campo são ligadas em paralelo com o induzido. Elas são formadas por várias espiras de fio relativamente fino, cuja bitola varia de acordo com a potência do motor. Essa bitola deve ser suficiente para suportar a corrente do campo paralelo. A corrente de excitação provém de uma pequena parcela da corrente do gerador e pode ser controlada por um reostato ligado em série com o campo magnético. Fig.53 – Gerador cc paralelo Fig.53 – Gerador cc paralelo Assim que o gerador entra em funcionamento, a tensão geradora em vazio é devida da ao magnetismo residual. Essa tensão faz circular uma corrente pela bobina de excitação, o que, por sua vez, reforça o fluxo magnético e eleva a tensão gerada até o ponto de saturação do fluxo. É neste momento que a tensão se estabiliza. A corrente do gerador deve alimentar tanto a carga como a bobina de campo, pois ambas estão em paralelo. Assim, a tensão gerada diminui com o aumento de carga. A cada aumento de carga há uma diminuição na excitação e, conseqüentemente, uma queda na tensão. Se ocorrer um curto, ocorre também uma elevação instantânea da corrente. Em seguida, o gerador deixa de gerar energia, pois a tensão nos terminais será nula, não havendo, portanto, excitação. No gerador de CC misto, a excitação é efetuada por dois enrolamentos. Um deles é constituído por poucas espiras de fio grosso ligadas em série ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 41 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ com o induzido. O outro é formado por várias espiras de fio fino ligadas em paralelo com o induzido. Nesse gerador, a tensão mantém-se constante tanto em carga como em vazio, já que ele reúne as características dos geradores em série e em paralelo. - + Fig.54– Gerador cc mistoFig.54– Gerador cc misto A tensão gerada é controlada através de reostato em série com a bobina de campo em paralelo e de reostato em paralelo com a bobina de campo em série. Observação A relação entre as tensões em vazio e em carga de qualquer tipo de gerador é denominada de tensão de regulação e é dada em porcentagem pela seguinte fórmula: 1.9.5 Motor de CC - funcionamento O funcionamento do motor de corrente contínua baseia-se no princípio da reação de um condutor, colocado num campo magnético fixo, ao ser percorrido por uma corrente elétrica. A interação entre o campo magnético fixo e o campo magnético produzido pela corrente, que circula no condutor, provoca o aparecimento de uma força. É essa força que expulsa o condutor para fora do campo magnético fixo. A figura 6.9 ilustra esse princípio. De acordo com a figura, de um lado do condutor há uma diminuição das linhas magnéticas. Do lado oposto há um acúmulo dessas linhas. Estas provocam o aparecimento da força magnética que é a responsável pelo movimento do condutor. Fig.55 – Princípio de funcionamento do motor ccFig.55 – Princípio de funcionamento do motor cc O motor de corrente contínua funciona sob o mesmo princípio. Nele existe um campo magnético fixo formado pelas bobinas de campo. Há também condutores instalados nesse campo (no rotor), os quais são percorridos por correntes elétricas. A figura abaixo mostra como aparece o movimento girante em motores de CC. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 42 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.56 – Movimento girante em motores ccFig.56 – Movimento girante em motores cc Podemos observar que a corrente que circula pela espira faz este movimento nos dois sentidos: por um lado, a corrente está entrando e, por outro, saindo. Isso provoca a formação de duas forças contrárias de igual valor (binário), das quais resulta um movimento de rotação (conjugado), uma vez que a espira está presa à armadura e suspensa por mancal. Essas forças não são constantes em todo giro. A medida que o condutor vai se afastando do centro do pólo magnético, a intensidade das forças vai diminuindo. Nos motores, para que hajaforça constante, as espiras colocadas nas ranhuras da armadura devem estar defasadas entre si e interligadas ao circuito externo através do coletor e escova, conforme figura abaixo. Quando o rotor do motor de CC começa a girar, condutores de cobre cortam as linhas magnéticas do campo. Em conseqüência, uma força eletromotriz induzida força a circulação de corrente no circuito da armadura, no sentido contrário à corrente de alimentação do motor. Fig.57 – Fem induzida em motor cc Fig.57 – Fem induzida em motor cc A força eletromotriz induzida, por ser de sentido contrário à tensão aplicada, recebe o nome de força contra-eletromotriz (fcem). O valor da força contra-eletromotriz induzida (Eo) é dado por: E0 =n . . k Onde: n é a rotação é o fluxo magnético k é a constante da máquina ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 43 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A corrente total que circulará pela armadura (Ia) será dada por: Onde E é a tensão aplicada Eo é a força contra-eletromotriz Ra é a resistência 1.9.6 Tipos de motores cc Assim como acontece com os geradores, os motores também são classificados segundo o tipo de ligação de seus campos, ou seja: motor de CC em série, motor de CC em paralelo, motor de CC misto. No motor de CC em série, as bobinas são constituídas por espiras de fio relativamente grosso ligadas em série com o rotor (induzido). Por causa da ação magnética, nesse motor, o conjugado é diretamente proporcional ao fluxo indutor e à corrente que circula pelo induzido. Esses motores possuem arranque vigoroso. A partida e a regulagem de velocidade podem ser feitas por meio do reostato intercalado no circuito. Fig.58 – Motor cc série Fig.58 – Motor cc série No arranque, o valor da corrente e, por conseqüência, o fluxo magnético são elevados. Isso fornece um alto conjugado ao motor. Esse tipo de motor é indicado para casos em que é necessário partir com toda a carga. Por isso, eles são usados em guindastes, elevadores e locomotivas, por exemplo. Como tendem a disparar (aumentar a rotação), não é recomendável que esses motores funcionem a vazio, ou seja, sem carga. No motor de CC em paralelo, as bobinas de campo são constituídas por muitas espiras de fio relativamente fino e ligadas em paralelo com o induzido. O reostato de armadura (Ra), ligado em série com o induzido, limita a corrente no momento da partida. E o reostato de campo (Rc), ligado em ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 44 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ série com as bobinas do campo magnético, regula a velocidade dentro de determinado limite. Na partida, o cursor do reostato Rc deve estar no ponto médio para possibilitar o ajuste de velocidade. A resistência do reostato Ra, por sua vez, deve estar intercalada no circuito. Fig.59 – motor cc paralelo Fig.59 – motor cc paralelo Pela ação eletromagnética, o conjugado é proporcional ao fluxo e à corrente. No momento da partida, a corrente no induzido deve ser limitada pelo reostato, o que diminui o conjugado. Por isso, recomenda-se que esse tipo de motor inicie seu funcionamento em vazio, ou seja, sem carga. O motor de CC em paralelo é empregado, por exemplo, em máquinas- ferramentas. No motor de CC misto, as bobinas de campo são constituídas por dois enrolamentos montados na mesma sapata polar. Um desses enrolamentos é de fio relativamente grosso e se liga em série com o induzido. O outro, de fio relativamente fino, se liga em paralelo com o induzido. Fig.60 – Motor cc misto Fig.60 – Motor cc misto Esse tipo de motor apresenta características comuns ao motor em série e ao motor em paralelo. Assim, seu arranque é vigoroso e sua velocidade estável em qualquer variação de carga. Pode também partir com carga. Na partida, a resistência do reostato do campo paralelo (RC) deve estar totalmente intercalada no circuito. Isso permite que o motor se comporte como motor em série sem o perigo de disparar, mesmo quando a carga é pequena ou nula. Por sua vez, o reostato da armadura (Ra), ligado em série com o induzido, limita a corrente no momento da partida. Após a partida, o cursor RC é deslocado para ajuste da velocidade. Esses motores são empregados em prensas, estamparia, etc. 1.9.7 Comutação Nos motores e geradores de corrente contínua, a ligação da armadura com o circuito externo é feita por meio de escovas que se apoiam sobre as lâminas do coletor. Quando se alimenta o motor ou se retira a corrente gerada pelo gerador, as escovas fecham, durante a rotação, no mínimo, duas lâminas do coletor em curto. Isso provoca um faiscamento. Esse faiscamento acontece porque, no momento em que a escova está comutando de uma lâmina para outra, a corrente que circula na bobina tem seu sentido inverti do. A figura abaixo ilustra esta situação. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 45 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.61 – Comutação do motor ccFig.61 – Comutação do motor cc Para que o motor ou o gerador não sejam danificados, devido ao faiscamento, o curto deverá ocorrer quando a bobina estiver passando pela zona neutra do campo magnético, já que neste ponto não há tensão induzida. Por causa da reação do induzido, o ponto de comutação no motor e no gerador é móvel e varia de acordo com a carga. 1.9.8 Reação do induzido Nas máquinas de CC, quando não circula corrente no induzido, o campo magnético produzido pelas bobinas do ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 46 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ estator é constituído por linhas retas, e a densidade do fluxo é praticamente uniforme. Fig.62– induzido do motor cc Fig.62– induzido do motor cc Quando uma corrente é aplicada ao induzido com uma fonte externa qualquer e se interrompe a corrente das bobinas do estator, o campo magnético produzido no induzido será constituído por linhas concêntricas. Quando a máquina estiver em funcionamento e com carga, ou seja, quando a máquina estiver com corrente circulando nas bobinas do estator e nos condutores do induzido, seus campos magnéticos interagem formando um novo campo magnético com as linhas distorcidas e sem uniformidade. Nas extremidades polares A e D, as linhas do campo magnético, criado pela corrente que circula noinduzido, têm sentido oposto ao campo produzido pela corrente que flui do estator. O inverso acontece nas extremidades B e C, onde as linhas do campo magnético, criado pelo induzido, têm o mesmo sentido das linhas produzidas pelo estator. Isto pode ser observado, quando analisamos a figura abaixo que indica os sentidos dos campos magnéticos do estator do rotor. Fig.63– Campo magnético no induzido Fig.63– Campo magnético no induzido ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 47 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.64–Campo magnético do estatorFig.64–Campo magnético do estator Em conseqüência, ocorre uma redução das linhas nos campos magnéticos das extremidades A' e D' e uma intensificação nas extremidades B' e C'. Todavia, a intensificação em B' e C' não compensa a redução que se verifica em A' e D'. Isto se deve à saturação magnética que provoca a redução do fluxo magnético total. Assim, para evitar o faiscamento, a reação da armadura ou induzido provoca a redução do fluxo total, o deslocamento da linha neutra e a necessidade de deslocamento das escovas. 1.9.9 Identificação dos terminais das máquinas de CC Os bornes da placa de ligação das máquinas de CC obedecem a uma nomenclatura normalizada. A tabela a seguir mostra as designações dos elementos da máquina com seus correspondentes para a norma DIN (alemã) e para a norma ASA (americana). Tab.5Tab.5 – Códigos para placa de ligações do motor cc– Códigos para placa de ligações do motor cc Veja agora um exemplo da placa de máquina de CC conectada para funcionar como motor misto de acordo com a norma ASA. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 48 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.65 – Conexões do motor ccFig.65 – Conexões do motor cc Quadro Comparativo de Motores de CC Tab.6 – Quadro comparativoTab.6 – Quadro comparativo entre os motores série, paralelo eentre os motores série, paralelo e misto.misto. Dicas de Manutenção • Evitar um funcionamento prolongado, a fim de evitar um ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 49 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ aquecimento nas bobinas, que pode provocar um curto-circuito devido ao verniz que serve como isolante entre espiras ter derretido com o calor. • A lubrificação dos rolamentos deve ser constante e adequada evitando, assim, o aquecimento destas peças. • A limpeza e a verificação do estado do comutador também devem ser feitas pelo menos uma vez por ano. • A inspeção das escovas, bem como das molas dos porta-escovas deve ser feita cuidadosamente a fim de mantê-las em ótimo estado. • Devem-se manter todas as peças do motor bem limpas, evitando a acumulação de pó que, juntamente com a umidade, poderia provocar um curto-circuito. • Todo o material isolante exterior é em alumínio tendo como grande vantagem a dissipação do calor. • Todas as peças são substituíveis, o que quando realizada uma manutenção planejada e eficaz poderá prolongar em muitos anos a vida deste motor. 1.10 Motor de passo O motor de passo é um transdutor que converte energia elétrica em movimento controlado através de pulsos, o que possibilita o deslocamento por passo, onde passo é o menor deslocamento angular. Com o passar dos anos houve um aumento na popularidade deste motor, principalmente pelo seu tamanho e custo reduzidos e também a total adaptação por controle digitais. Outra vantagem do motor de passos em relação aos outros motores é a estabilidade. Quando quisermos obter uma rotação específica de um certo grau, calcularemos o número de rotação por pulsos o que nos possibilita uma boa precisão no movimento. Os antigos motores passavam do ponto e, para voltar, precisavam da realimentação negativa. Por não girar por passos a inércia destes é maior e assim são mais instáveis. 1.10.1 Definições para Motores a Passo Antes de explicarmos os tipos de motores e o funcionamento em si, definiremos algumas outras expressões a fim de tornar o texto mais claro. Rotor = É denominado rotor o conjunto eixo-imã que rodam solidariamente na parte móvel do motor. Estator = Define-se como estator a trave fixa onde as bobinas são enroladas. Abaixo segue uma figura onde podemos ver as partes mencionadas (o rotor à esquerda e o estator a direita). ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 50 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.66 – Rotor e estator de um motor de passoFig.66 – Rotor e estator de um motor de passo 1.10.2 Parâmetros Importantes • Graus por Passo = sem dúvida a característica mais importante ao se escolher o motor, o número de graus por passo está intimamente vinculado com o número de passos por volta. Os valores mais comuns para esta característica, também referida como resolução, são 0.72,1.8, 3.6, 7.5, 15 e até 90 graus. • Momento de Frenagem = momento máximo com o rotor bloqueado, sem perda de passos. • Momento (Torque) = efeito rotativo de uma força, medindo a partir do produto da mesma pela distância perpendicular até o ponto em que ela atua partindo de sua linha de ação. • Taxa de Andamento = regime de operação atingido após uma aceleração suave. • Momento de Inércia = medida da resistência mecânica oferecida por um corpo à aceleração angular. • Auto-Indutância = determina a magnitude da corrente média em regimes pesados de operação, de acordo com o tipo de enrolamento do estator: relaciona o fluxo magnético com as correntes que o produzem. • Resistências Ôhmicas = determina a magnitude da corrente do estator com o rotor parado. • Corrente máxima do estator = determinada pela bitola do fio empregado nos enrolamentos. • "Holding Torque" = é mínima potência para fazer o motor mudar de posição parada. • Torque Residual = é a resultante de todos os fluxos magnético presente nos pólos do estator. • Resposta de Passo = é tempo que o motor gasta para executar o comando. • Ressonância = como todo material, o motor de passos tem sua freqüência natural. Quando o motor gira com uma freqüência igual a sua, ele começa a oscilar e a perder passos. • Tensão de trabalho = normalmente impresso na própia chassi do motor, a tensão em que trabalha o motor é fundamental na obtenção do torque do componente. Tensões acima do estipulado pelo fabricante em seu datasheet costumam aumentar o torque do motor, porém, tal procedimento resulta na diminuição da vida útil do mesmo. Destaca-se que a tensão de trabalho do motor não necessariamente deve ser a tensão utilizada na lógica do circuito. Os valores normalmente encontrados variam de +5V à +48V. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 51 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 1.10.3 Tipos de Motores de Passo • Relutância Variável = Apresenta um rotor com muitas polaridades construídas a partir de ferro doce, apresenta também em estator laminado. Por não possuir imã, quando energizado apresenta torque estático nulo. Tendo assim baixa inércia de rotor não pode ser utilizado como carga inercial grande. • Imã Permanente = Apresenta um rotor de material alnico ou ferrite e é magnetizado radialmente devido a isto o torque estático não é nulo. • Híbridos = É uma mistura dos dois anteriores e apresenta rotor e estator multidentados . O rotor é de imã permanente e magnetizado axialmente. Apresenta grande precisão (3%), boarelação torque/tamanho e ângulos pequenos (0,9 e 1,8 graus). Para que o rotor avance um passo é necessário que a polaridade magnética de um dente do estator se alinha com a polaridade magnética oposta de um dente do rotor. 1.10.4 Funcionamento básico do motor de passo Normalmente os motores de passo são projetados com enrolamento de estator polifásico o que não foge muito dos demais motores. O número de pólos é determinado pelo passo angular desejado por pulsos de entrada. Os motores de passo têm alimentação externa. Conforme os pulsos na entrada do circuito de alimentação, este oferece correntes aos enrolamentos certos para fornecer o deslocamento desejado, como veremos em breve. Falaremos agora então, mais um pouco sobre motores com imã permanente. Além do número de fases do motor, existe outra subdivisão entre estes componentes, a sua polaridade. Motores de passo unipolares são caracterizados por possuírem um center-tape entre o enrolamento de suas bobinas. Normalmente utiliza-se este center-tape para alimentar o motor, que é controlado aterrando-se as extremidades dos enrolamentos. Abaixo segue uma figura ilustrativa onde podemos ver que tal motor possui duas bobinas e quatro fases. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 52 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.67 – Motor de passo unipolarFig.67 – Motor de passo unipolar Diferentes dos unipolares, os motores bipolares exigem circuitos mais complexos. A grande vantagem em se usar os bipolares é prover maior torque, além de ter uma maior proporção entre tamanho e torque. Fisicamente os motores têm enrolamentos separados, sendo necessário uma polarização reversa durante a operação para o passo acontecer. Em seguida vemos uma ilustração do motor bipolar. Fig.68 – motor de passo bipolarFig.68 – motor de passo bipolar Um motor de corrente contínua, quando alimentado, gira no mesmo sentido e com rotação constante, ou seja, para que estes motores funcionem, é necessário apenas estabelecer sua alimentação. Com o auxilio de circuitos externos de controle, estes motores de corrente contínua poderão inverter o sentido de rotação ou variar sua velocidade. Para que um motor de passo funcione, é necessário que sua alimentação seja feita de forma seqüencial e repetida. Não basta apenas ligar os fios do motor de passo a uma fonte de energia e sim ligá-los a um circuito que execute a seqüência requerida pelo motor. Existem três tipos básicos de movimentos o de passo inteiro e o de meio passo e o micropasso, tanto para o motor bipolar como para o unipolar. O de micropasso tem sua tecnologia não muito divulgada, e baseia-se no controle da corrente que flui por cada bobina multiplicado pelo numero de passos por revolução. Internamente, os motores têm seus enrolamentos similares a figura. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 53 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.69 – Esquema simplificado de um motor de passoFig.69 – Esquema simplificado de um motor de passo A energização de uma e somente uma bobina de cada vez produz um pequeno deslocamento no rotor. Este deslocamento ocorre simplesmente pelo fato de o rotor ser magneticamente ativo e a energização das bobinas criar um campo magnético intenso que atua no sentido de se alinhar com as pás do rotor. Assim, polarizando de forma adequada as bobinas, podemos movimentar o rotor somente entre as bobinas (passo inteiro), ou entre as bobinas e alinhadas com as mesmas. Abaixo segue os movimentos executados. Fig.70 Motor bipolar com passo inteiroFig.70 Motor bipolar com passo inteiro Fig. 71 - Motor bipolar com meio passoFig. 71 - Motor bipolar com meio passo Fig. 72 - Motor unipolar com passo inteiroFig. 72 - Motor unipolar com passo inteiro ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 54 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 73 - Motor unipolar com meio passoFig. 73 - Motor unipolar com meio passo Abaixo segue uma tabela com a seqüência que deve ser alimentada as bobinas do motor. Para que se obtenha uma rotação constante é necessário que a energização das bobinas seja periódica. Esta periodicidade é proporcionada por circuitos eletrônicos que controlam a velocidade e o sentido de rotação do motor. A pequeno ângulo deslocado pelo rotor depende do número de dentes do mesmo,assim como o número de fases do motor. Preferimos não explicar mais detalhadamente este tópico minuciosamente, por ser de grande dificuldade de se explicar à movimentação dos dentes do rotor pelo estator bidimensionalmente. Em geral, o número de dentes do rotor multiplicado pelo número de fases revela o número de passos por revolução. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 55 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Por se tratar de sinais digitais, fica fácil compreender a versatilidade dos motores de passo. São motores que apresentam uma gama de rotação muito ampla que pode variar de zero até 7200 rpm; apresentam boa relação peso/potência; permitem a inversão de rotação em pleno funcionamento; alguns motores possuem precisão de 97%; possuem ótima frenagem do rotor e podem mover-se passo-a-passo. Mover o motor passo-a-passo resume-se ao seguinte: se um determinado motor de passo possuir 170 passos, isto significa que cada volta do eixo do motor é dividida 170 vezes, ou seja, cada passo corresponde a 2,1 graus e o rotor tem a capacidade para mover-se apenas estes 2,1 graus. Didaticamente falando, o sistema de controle se baseia em um circuito oscilador onde seria gerado um sinal cuja freqüência estaria diretamente relacionado com a velocidade de rotação do motor de passo. Esta freqüência seria facilmente alterada (seja por atuação em componentes passivos seja por meio eletrônico) dentro de um determinado valor, assim o motor apresentaria uma rotação mínima e uma máxima. A função "Freio" se daria simplesmente pela inibição do sinal gerado pelo oscilador. O próximo passo seria providenciar um circuito amplificador de saída, pois algumas aplicações exigem uma demanda de corrente relativamente elevada. Caberia ao circuito amplificador de saída fornecer estas correntes de forma segura, econômica e rápida. O circuito amplificador de saída seria constituído de transistores e/ou dispositivos de potência que drenam corrente em torno de 500 mA ou mais. Motores de passo geralmente suportam correntes acima de 1,5 ampére. O amplificador de saída é o dispositivo mais solicitado em um projeto de controle de motor de passo. Devido às variações de trabalho a que pode ser submetido o motor de passo, um amplificador mal projetado pode limitar muito o conjunto como um todo. Um exemplo destas limitações pode ser facilmente entendido. Um motor de passo girando a altas rotações, repentinamente é solicitado a inverter sua rotação (como ocorre em máquinas CNC e cabeçotes de impressão). No momento da inversão as correntes envolvidas são muito altas e o circuito amplificador deve suportar tais drenagens de corrente. O torque do motor de passo depende da freqüência aplicada a alimentação. Quanto maior a freqüência, menor o torque, porque o rotor tem menos tempo para mover-se de um ângulo para outro. A faixa de partida deste motor é aquela na qual a posição da carga segue os pulsos sem perder passos, a faixa de giro é aquela na qual a velocidade da carga também segue a freqüência dos pulsos, mas com uma diferença: não pode partir, parar ou inverter, independente do comando. 1.10.5 Aplicações com motor de passo Como os motores de passos têm movimentos precisos, qualquer equipamento que precise de precisão no movimento utilizaram estes motores. ___________________________________________________________Curso Técnico de Automação industrial 56 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Podemos citar pôr exemplo o controle de microcâmeras num circuito interno de vigilância, em clínicas radiológicas no auxílio de operadores para os mesmos orientarem o posicionamento das pessoas submetidas a uma radiografia, posicionamento de uma mesa de trabalho em duas dimensões, furação automática de acordo com instruções em fita sobre as posições dos furos. A seguir veremos algumas aplicações mais detalhadamente. Aplicação #1 A primeira aplicação relatada é de um scanner óptico. O projetista do laser utilizado para o scanner tem que rotacionar precisamente uma rede de difração com o controle do computador para ajustar a freqüência do laser. A rede precisa ser posicionada com um erro máximo de 0.05º. A alta resolução do micromotor de passo e a ausência de movimentos não previstos quando este pára o tornam ideal. Fig. 74 – Micro-motor de passoFig. 74 – Micro-motor de passo A solução encontrada: como a inércia da rede é igual a 2% da inércia do motor ela pode ser ignorada. A situação exigia um pequeno motor. Um micromotor de passo, que produzia um grande torque foi selecionado. Através da interface utilizando o protocolo IEEE-4888 controlada por um simples programa escrito em BASIC, o micromotor funcionou de forma satisfatória. Abaixo segue uma figura ilustrativa do problema. Fig.75 – Scanner ópticoFig.75 – Scanner óptico ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 57 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Aplicação #2 Esta segunda aplicação tem por objetivo mostrar o uso dos motores de passo, acoplado a engrenagens, na movimentação de telescópios. Comparadas às aplicações que utilizam apenas micromotores, as engrenagens apresentam baixa eficiência, desgaste e podem ser barulhentas. As engrenagens são justamente úteis, para romper grandes inércias, pois a inércia refletida de volta para o motor através das engrenagens é dividida pelo quadrado da inércia aplicada a elas. Desta maneira, grandes cargas inerciais podem ser movimentadas enquanto o rotor mantem uma carga menor. No caso descrito era necessário vasculhar fenômenos celestiais em velocidade baixa de 15º por hora e em velocidade alta em 15º por segundo. Assim, utilizando uma caixa de engrenagens que reduz de 30:1, 30 revoluções dadas pelo motor equivalem a uma rotação de 360º dada pelo telescópio, foi desenvolvido o projeto. A velocidade de tracking de 15º por hora corresponde 1.25 revoluções por hora, ou em torno de 9 passos por segundo para uma resolução de 25000 passos por revolução. A velocidade de 15º por segundo requere 1.25 rps para o mesmo motor. A lei do inverso do quadrado faz com que o motor sofra uma carga de 1/900 da inércia rotacional do telescópio. Na figura abaixo mostra o esquema do projeto. Fig.76 – Telescópio controlado por motor de passoFig.76 – Telescópio controlado por motor de passo 1.10.6 Controladores para motor de passo Nesta etapa falaremos um pouco sobre circuitos que podem controlar os motores adequadamente. Destacamos que como as cores dos fios que levam energia as bobinas não são padronizados. Portanto não comentaremos sobre a ordem certa de polarização utilizando as cores dos fios. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 58 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ • primeira etapa: falaremos sobre o controle de um motor de passo diretamente pelo computador. Através da porta paralela visaremos controlar um motor de quatro fases e unipolar através da excitação por passo-inteiro. Pesquisando os drivers existentes, descobrimos o CI ULN2003 que é um 7bit 50V 500mA TTL-input NPN darlington driver, que funciona como amplificador. Obviamente toda a lógica deve ser exercida pelo computador inclusive a da ordem de excitação das bobinas. Abaixo segue o circuito elétrico mostrando a ligação entre o motor e a porta. Fig.77– Controle do motor de passoFig.77– Controle do motor de passo Destaca-se que o diodo zener foi utilizado como intuito de absorver o campo eletromagnético reverso produzido pelo motor quando o mesmo é desligado. A inversão observada nos pinos de entrada 3 e 4 do ULN2003 são necessárias para manter a ordem certa de ativação das bobinas. • Agora veremos o controle ser feito através de componentes discretos. Utilizando um contador Johnson CMOS que controla a etapa de potência não mostrada, podemos exercer um simples comando ao motor somente através dos clock. Este circuito tem a desvantagem de não exercer o controle da direção e observa-se que o mesmo executa o procedimento de passo inteiro. Abaixo segue o esquema elétrico. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 59 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.78 – Controle do motor de passoFig.78 – Controle do motor de passo • Utilizando agora portas lógicas e flip-flops, exerceremos o controle tanto da direção (através de DIR) quanto da velocidade do motor. Abaixo segue o esquema a ser analisado. Fig.79 – Controle do motor de passoFig.79 – Controle do motor de passo O circuito funciona basicamente invertendo a saída Q e Qinv de um dos flip-flops em cada borda de descida. Na borda seguinte, podemos esperar que a saída do outro flip-flop seja invertida mantendo a do primeiro igual, repetindo o ciclo a partir de então. A porta XOR superior esquerda funciona como uma inversora, o que permite só um dos flip-flops alterar o seu estado de acordo com as saídas. Abaixo segue a tabela que se espera encontrar para este circuito, trabalhando por conseqüência em passo inteiro. Para DIR low (sentido anti-horário) 4A 1A 2A 3A 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 Para DIR high (sentido horário) ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 3A 4A 1A 2A 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 60 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Por último veremos um circuito com todas as etapas do processo. Abaixo segue o circuito a ser analisado. Fig.80 – Controle do motor de passoFig.80 – Controle do motor de passo À esquerda vemos o LM555 que é responsável pela produção dos pulsos necessários para o CI 74194. Através do potenciômetro R6, podemos controlar o sentido da rotação. Através do resistor R5 e do capacitor C1 podemos controlar o ton e o toff do trem de pulsos, controlando então a velocidade. O CI74194 é um TTL registrador de deslocamento bidirecional acionado pelo clock do LM555. Os pinos S0 e S1 são os responsáveis por determinar se o deslocamento é direito ou esquerdo, ativando as saídas de A0 a D0. SR (serial right) e SL (serial left) são os pinos responsáveis pelo o bit high, inicialmente ativado por A1 estar high, efetuarem um deslocamento em anel. Assim, deve-se constatar somente um bobina do motor ser ativada por vez, após a etapa amplificadora constituída pelos transistores de potência TIP120. Como explicado anteriormente, os diodos são utilizados para proteger o circuito de tensões inversas provocadas pelo armazenamento de energia dos indutores. No caso específico, podemos verificar que a alimentação do motor é idêntica a alimentação da parte lógica. 1.11 Servo-Motor Um servo-motor é um pequeno dispositivo cujo veio pode ser posicionado numa determinada posição angular de acordo com um sinal codificado que lhe é ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 61 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ enviado. Enquanto esse código persistir na entrada, o servo irá manter a sua posição angular.Se o código de entrada variar a posição angular também varia. Na prática os servo-motores são usados no controlo de aviões telecomandados, robots, etc. Fig.81 – Servo motorFig.81 – Servo motor Os servo-motores são extremamente úteis em robótica. Os motores são pequenos, possuem internamente o circuito de controle, engrenagens redutoras, mecanismo de posicionamento por feedback e são extremamente potentes para o seu tamanho. Um servo possui 3 entradas. Uma é a alimentação (+5 V), outra é a massa e a outra é a entrada de controle. Um servo é controlado enviando-lhe um sinal PWM (Pulse Width Modulation), ou seja, a posição angular irá depender da largura do pulso enviado. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 62 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.82 – Servo motorFig.82 – Servo motor O sinal de controle é uma onda quadrada (0 a 5 V) de frequência igual a 50 Hz (também funciona a 60 Hz). A uma frequência de 50 Hz corresponde um período de 20 ms (1/50 = 20 ms). O sinal PWM à enviar terá de ter sempre o primeiro milisegundo a 5 V. A partir daí, durante o milisegundo seguinte, o tempo que o sinal se mantiver a 5 V irá determinar a posição do veio do servo-motor. Ou seja, se imediatamente após o primeiro milisegundo o sinal passar a ser de 0 V, então servo ir-se-á colocar na posição 0º. Se em vez disso, o sinal for durante o primeiro milisegundo igual a 5 V e se esse valor se mantiver durante o segundo milisegundo (igual a a 5 V) então o servo-motor ir-se-á colocar na posição 180º (a posição angular máxima de um servo-motor é normalmente de 180º). Em qualquer dos casos, a partir do segundo milisegundo e durante os 18 ms restantes (2 ms +18 ms =20 ms) o sinal de controle deverá ser de 0 V. Vemos assim que é o tempo, durante o segundo milisegundo, que o sinal se mantem a 5 V, que determina a posição angular do servo. Ou seja, se o servo tem um raio de ação de 180º então, como 1/180 ≈ 5 μs, bastam incrementos de 5 μs, para alterar a posição do servo Exemplos de sinais PWM e respectiva posição angular: • 1 ms a 5 V e 19 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de 0º. • 1,005 ms a 5 V e 18,995 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de 1º. • 1,010 ms a 5 V e 18,990 ms a 0 V corresponde a uma posição angular de 2º ... e assim sucessivamente... Para controlar o servo-motor o sinal deverá ser o seguinte: ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 63 1ms 20ms 1ms s 18ms0V 5V E repertir-se Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig.83 – Diagrama de tempo do controle do servo motorFig.83 – Diagrama de tempo do controle do servo motor Este sinal deve repetir-se para que o servo se posicione na posição angular pretendida e se mantenha lá imóvel. Uma forma de gerar este tipo de sinal é usando um microcontrolador. Neste caso foi usado o PIC16F84 da Microchip. Fig.84 – Controle do servo motor utilizando controlador PICFig.84 – Controle do servo motor utilizando controlador PIC Usou-se a PORTB (todos os pinos) como variável de entrada para o processo unicamente para demonstrar o funcionamento deste controlador de servo- motores. Em utilizações reais do servo, bastaria usar um pino de entrada e enviar os dados ao micro-controlador via protocolo série (RS-232, SPI, I2C, etc). Este circuito deve ser uma referência para outras utilizações de um servo. 2.Transformadores 2.Transformadores 2.1 Transformador monofásico São inúmeros os problemas causados pela queda de tensão em um circuito. Eles fazem parte do cotidiano nas residências e nos ambientes de trabalho. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 64 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A solução para esta anormalidade são os reguladores de tensão, ou seja, os transformadores, que têm a capacidade de variar a tensão. Outro problema freqüente é a compatibilidade ou casamento da tensão entre a rede e a carga. Para esse caso, o transformador também é a solução, pois pode elevar ou reduzir a tensão da rede a um valor compatível com a carga. Sempre que um aparelho elétrico for de tensão não-compatível com a rede que o alimentará, será necessário o transformador. Os transformadores podem ser monofásicos, para usos residencial e industrial, e trifásicos, normalmente utilizados para uso industrial e distribuição e transmissão de energia elétrica. As figuras a seguir ilustram alguns tipos de transformadores monofásicos. Fig. 85 – Transformador de pequeno porteFig. 85 – Transformador de pequeno porte 2.2 Princípio de funcionamento A corrente alternada apresenta duas variações, a saber: Fig. 86 – Princípio de funcionamento do transformadorFig. 86 – Princípio de funcionamento do transformador Por conseguinte, o campo magnético apresenta essas duas variações. Assim, conforme os gráficos demonstrados, à proporção que é variada a corrente - seja de amplitude ou de polaridade -, varia-se o campo magnético de um condutor. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 65 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 87 – Relação fluxo magnético x corrente elétricaFig. 87 – Relação fluxo magnético x corrente elétrica O campo magnético expande-se e contrai-se em ambos os sentidos. Fig. 88 – Campo magnético num condutor Fig. 88 – Campo magnético num condutor O mesmo ocorre num solenóide ou bobina quando percorrida por uma corrente alternada. Fig. 89 – Criação do campo magnético no secundárioFig. 89 – Criação do campo magnético no secundário No semicicio positivo, a corrente I, entrando no circuito, produz um campo magnético cujo pólo norte está na posição superior. No semiciclo negativo, a corrente I produz um campo magnético cujo pólo norte está na posição inferior. E, em ambos os semiciclos, o campo magnético varia de intensidade do zero ao máximo e vice-versa. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 66 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Então, se for colocada outra bobina ao lado desta ou em seu interior, a bobina 1 envolverá a bobina 2 com uma intensidade de campo magnético variável Fig. 90 – Criação de campo magnético no secundário Fig. 90 – Criação de campo magnético no secundário Embora não haja contato elétrico, se for instalado um miliamperímetro na bobina 2, entre os bornes A e B, este acusará uma corrente elétrica, resultante dessa intensidade do campo magnético variável da bobina 1, devido à indução eletromagnética. É assim que funciona o transformador. Uma bobina ligada a uma fonte variável (corrente alternada) induz, na outra bobina, uma corrente alternada na mesma freqüência. A bobina ligada à fonte, para produzir o campo magnético variável, é chamado campo indutor - é denominado enrolamento primário, e a bobina onde aparece a f.e.m. induzida, devido ao campo induzido, é chamada enrolamento secundário, que é responsável pela alimentação das cargas. A corrente no primário é denominada corrente indutora e a corrente no enrolamento secundário é denominada corrente induzida. Daí, conclui-seque o transformador funciona pela indução eletromagnética. Onde: L = indutância eletromagnética = fluxo magnético (Wb) I = intensidade da corrente elétrica (A) = . S . cos onde: = intensidade do campo magnético (A/m) S = área da bobina = ângulo formado -entre e S. A indutância basicamente depende de: = permeabilidade magnética do meio N - número de espiras do enrolamento = comprimento da bobina (enrolamento) ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 67 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A = área de uma única espira Então: L = . N² . A A permeabilidade magnética do meio , como a condutividade, depende dos mesmos fatores: - natureza do material; - seção transversal; - comprimento; - temperatura. Para melhorar a indutância do circuito magnético, basta melhorar o acoplamento magnético , ou seja, substituir o meio pelo qual circulam as linhas de força, o ar, que é uma substância paramagnética, por um material ferromagnético, que possui a permeabilidade magnética cinco a oito mil vezes maior que o ar, e, com isso, diminuir a dispersão magnética, como mostra o diagrama ao lado Fig. 91 – Circuito magnético de um transformador Fig. 91 – Circuito magnético de um transformador A figura seguinte apresenta o símbolo do transformador e as partes constituintes. Fig. 92 – Simbologia do transformadorFig. 92 – Simbologia do transformador De acordo com a lei de Faraday, a f.e.m. induzida poderá ser calculada em função da variação do fluxo ( ) numa unidade de tempo (segundos). ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 68 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ V = t onde: v = f.e.m. induzida instantaneamente = variação do fluxo t = variação do tempo Assim, de acordo com a lei de Lenz, a f.e.m. induzida é uma reação à variação do fluxo que a produziu, e essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira: "O sentido de uma f.e.m. induzida é tal que se opõe, pelos seus efeitos, à causa que a produziu." Por isso, num transformador, a corrente do enrolamento secundado está em oposição ao sentido da corrente do primário. Fig. 93 – Lei de LenzFig. 93 – Lei de Lenz Mesmo possuindo o transformador um núcleo de ferro, com o objetivo de melhorar a indução eletromagnética, ainda existe dispersão de linhas de força que pode ser minimizada com a sobreposição de bobinas, bastando, para isso, colocar o enrolamento primário sobre o enrolamento secundário, separados por um material isolante. Fig. 94 – Primário e secundário do transformador Fig. 94 – Primário e secundário do transformador Com a sobreposição dos enrolamentos primário e secundário, pode-se empregar outro núcleo com chapas em forma de E, para diminuir ainda mais as dispersões eletromagnéticas. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 69 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 95 – Núcleo tipo EFig. 95 – Núcleo tipo E 2.3 - Correntes de Foucault São responsáveis pela transformação da energia elétrica em calor, causando aquecimento nos núcleos das máquinas elétricas (transformadores). Quando há variação de fluxo magnético num condutor, surge uma f.e.m. induzida entre seus terminais. Se o condutor for de grandes dimensões, conforme diagrama a seguir, pode-se observar que, dentro deste condutor, pode-se encontrar vários percursos fechados e, em cada percurso, o fluxo magnético varia em função do tempo e, portanto, forças eletromagnéticas induzidas fazem circular no interior do condutor, correntes induzidas chamadas correntes de Foucault. Fig. 96 – Princípio das corrente parasitasFig. 96 – Princípio das corrente parasitas Como o condutor maciço tem resistência elétrica muito pequena, as correntes de Foucault podem atingir intensidades muito elevadas. Quando isso ocorre, há dissipação de considerável quantidade de energia (P = R. i²), causando aquecimento no condutor. Nas máquinas elétricas, transformadores, motores, etc, o condutor que se encontra no meio do fluxo magnético é o núcleo. Para reduzir as correntes de Foucault, deve-se laminar o núcleo (condutor), deixando as lâminas em direção paralela às linhas de força e isoladas eletricamente entre si por um verniz mineral ou o próprio óxido do metal. As lâminas do núcleo ferromagnético são constituídas de ferro com silício, substância excelente condutora de fluxo magnético. Apesar de o silício conduzir bem o fluxo magnético, ele não é bom condutor de eletricidade, devido à sua resistência ôhmica ser alta; com isso, reduzem-se ainda mais as correntes de Foucault. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 70 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Quanto maior a freqüência maior o aquecimento e as perdas. A corrente de Foucault também pode ser aproveitada como trabalho útil, por exemplo, nos fornos de indução, nos instrumentos de medição (amortecimento do ponteiro, etc.). 2.4 - Funcionamento do transformador sem carga (á vazio) Aplica-se uma tensão V1 no enrolamento primário à freqüência nominal, deixando o enrolamento secundário aberto. Fig. 97 – Transformador à vazioFig. 97 – Transformador à vazio Conforme a figura demonstra, o enrolamento secundário não é percorrido por corrente alguma. A força magnetomotriz (ampéres-espiras N1I1) do enrolamento primário produz a corrente de excitação le. Então, corrente de excitação le é a corrente necessária para produzir um campo magnético para o funcionamento do transformador a partir de seus valores nominais. Para o transformador a vazio, a corrente de excitação le é igual à corrente do enrolamento primário, ou seja: onde: le=corrente de excitação I1 = corrente do primário A corrente de excitação de um transformador é da ordem de 1 a 7% da corrente nominal. 2.5 - Funcionamento do transformador com carga Aplica-se uma tensão V1 no enrolamento primário à freqüência nominal e conecta-se uma carga ao enrolamento secundário, conforme diagrama a seguir. Fig. 98 – Transformador com cargaFig. 98 – Transformador com carga ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 71 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Ambos os enrolamentos são percorridos por correntes, sendo que, no enrolamento primário, circula a corrente I1 e, no secundário, a corrente I2. A corrente I2 ocorre em função da carga utilizada, ou seja, quanto menor a impedância da carga, maior a corrente do secundário I2. A corrente primária I1 é a soma geométrica da corrente de excitação le com a corrente secundária I2 refletida no enrolamento primário. Essa corrente secundária refletida no primário recebe o nome de componente de carga I’1. Então: I1 = I’1 + Ie onde: I1 = corrente primária I’1 = componente decarga Ie = corrente de excitação Como foi estudado anteriormente, a corrente I1 está em oposição à corrente secundária I2, conforme a lei de Lenz. Fig. 99– lei de Lenz Fig. 99– lei de Lenz Devido a essa oposição de correntes, os ampéres-espiras do secundário N2I2 tendem a produzir um fluxo desmagnetizante que reduz o fluxo que enlaça ambos os enrolamentos e as tensões induzidas E1 e E2 instantaneamente. Imediatamente após a redução da tensão induzida E1, a corrente do primário I1 aumenta-se, para produzir o fluxo magnético suficiente para suprir o aumento de carga. 2.6 Relação de transformação ou relação de espiras Através do estudo feito sobre o transformador com carga, observa-se que, ao se fazer circular uma corrente no enrolamento secundário, surge um fluxo desmagnetizante em função de I2N2 (força magnetomotriz - fmm). Nesse instante, E1 produz um aumento de corrente I1, aumentando a força magnetomotriz do primário N1I’1. Como a corrente de excitação é pequena, pode- se considerar que: onde: N1 = número de espiras do primário N2 = número de espiras do secundário I1 = corrente do primário I2 = corrente do secundário ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 72 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A relação existente entre o número de espiras e as correntes do transformador é chamada de relação de transformação ou relação de espiras, que é igual à relação das tensões induzidas E1/E2. É representada pela letra grega = N1 = I2 = E1 N2 I1 E2 Através da relação de transformação, pode-se saber para quantas espiras num enrolamento correspondem no outro enrolamento, ou seja, para a relação de transformação = 10, num transformador elevador, significa que, para cada 10 espiras no primário, corresponde uma espira no enrolamento secundário. 2.7 Potência de perdas Como pode-se concluir, o transformador é uma máquina estática, pois não possui partes girantes que transferem energia do enrolamento primário para o secundário (carga). A distribuição dessa energia é mostrada no diagrama a seguir. Fig. 100 – Potência das perdas no transformadorFig. 100 – Potência das perdas no transformador Observa-se que a energia total divide-se em energia de perdas e energia para carga, ou em outras palavras: Pe = Pp + Ps Onde: Pe = potência de entrada Pp = potência responsável pelas perdas no transformador ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 73 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Ps = potência de saída A potência de perdas ou simplesmente as perdas do transformador são basicamente assim distribuídas: • perdas no cobre - devidas à resistência dos condutores da bobina. Provocam calor; • perdas no ferro - devidas às correntes parasitas, Foucault e histerese. Provocam calor; • perdas adicionais -devem-se ao fluxo de dispersão, correntes de fuga pelo dielétrico, etc. Naturalmente, é de interesse prático que essas perdas sejam as menores possíveis. O diagrama a seguir demonstra as potências do primário e do secundário. Fig. 101 – Perdas no transformadorFig. 101 – Perdas no transformador 2.8 Rendimento do transformador É a percentagem da potência de entrada, que é obtida na saída do transformador. O rendimento é representado pela letra grega (lê-se êta). Porém, é expressa em percentagem, ou seja %. Para calcular o rendimento, emprega-se a fórmula: % = Ps Pe onde: % = percentagem do rendimento Ps = potência cedida à carga (potência de saída) Pe = potência absorvida da rede (potência de entrada) 2.9 Regulação É a relação existente entre a diferença da tensão a vazio e a tensão a plena carga dividida pela tensão a plena carga. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 74 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A regulação - também chamada de índice de regulação - pode ser expressa da seguinte forma: sendo: E2 = tensão do secundário à vazio V2 = tensão do enrolamento secundário à plena carga Logo, quanto menor for a regulação, melhor será a qualidade do transformador. Por norma, a regulação máxima é de 5%. 2.10 Núcleo O núcleo é composto de chapas sobrepostas conforme ilustrações a seguir: Fig. 102 – Formato de núceosFig. 102 – Formato de núceos As chapas que compõem o núcleo são isoladas uma da outra, para evitar o aumento de correntes parasitas. A isolação dessas chapas pode ser por: • oxidação, para transformadores de baixa-tensão; • verniz mineral,para transformadores que trabalham em média tensão e acima. A eficiência do transformador depende das suas partes constituintes, sobretudo o núcleo. Este deve permitir a passagem e a concentração das linhas de força do campo magnético; por isso, é feito de material ferromagnético especial constituído de uma liga composta basicamente de ferro com pequena quantidade de silício. A baixa qualidade dessa liga é uma das responsáveis pela perda de potência de um transformador, pois, junto com o seccionamento das chapas, são responsáveis pela perda no ferro. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 75 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A seguir são apresentados dois tipos mais comuns de núcleo em transformadores: Fig. 103 – núcleo tipo Shell e coreFig. 103 – núcleo tipo Shell e core 2.11 Autotransformador É um transformador cujos enrolamentos primário e secundário são conectados em série, tornando-se um único enrolamento. Assim, um transformador de enrolamentos múltiplos pode ser considerado um autotransformador se todos os seus enrolamentos forem ligados em série, em adição (para que se obtenha a soma das tensões), para formar um único enrolamento. Os autotransformadores diferem dos transformadores isolados no circuito elétrico, sendo idênticos na estrutura magnética. Os diagramas a seguir mostram que qualquer transformador comum de dois enrolamentos pode ser convertido num autotransformador. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 76 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 104 – Conversão de transformador em auto-transformadorFig. 104 – Conversão de transformador em auto-transformador Fig. 105– Transformador de pequeno porteFig. 105– Transformador de pequeno porte 2.12 Transformador de corrente (TC) Os transformadores de corrente (TC) têm como objetivo reduzir valores de corrente a outros de menor intensidade. São utilizados basicamente para medição e proteção de sistemas elétricos, evitando, assim, a construção de instrumentos de medição e sistemas de proteção de grande porte, o que acarretaria um alto custo para o equipamento. Fig. 106 – TCFig. 106 – TC ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 77 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________Fig. 107 – Conexões do TCFig. 107 – Conexões do TC 2.13 Transformador de potencial (TP) É um transformador que reduz proporcionalmente tensões elevadas da rede para valores que podem ser medidos por voltímetros. Este tipo de transformador é utilizado em circuitos de medição, controle ou proteção. Por isso, a corrente do secundário é extremamente baixa. Comparado com o transformador de potência, o transformador de potencial deve ter: • erro menor na relação de transformação; - • melhor escolha de condutores; • melhor qualidade das chapas que constituem o núcleo; - • classe de precisão de até 1,2. Fig. 108 – Transformador de potencialFig. 108 – Transformador de potencial ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 78 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 2.14 Transformador de isolação É um transformador de potencial, com a relação de espiras normalmente = 1, que tem como objetivo isolar eletricamente o primário - aterrado - do secundário - não-aterrado -, conforme esquema a seguir. Fig. 109 – Transformador isolaçãoFig. 109 – Transformador isolação O transformador de isolação, pelo fato de não ter o secundário ligado à terra, evita que uma falha na isolação possa fazer com que uma corrente de fuga passe através do operador e da terra, no caminho de volta ao transformador de distribuição, que é aterrado. Em outras palavras, interrompe o circuito de fuga e, com isso, protege o operador. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 79 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 3.Transformadores trifásicos 3.Transformadores trifásicos Transformadores trifásicos são equipamentos que transferem a energia elétrica de um enrolamento primário para o secundário, devido à indução eletromagnética alterando ou não os níveis de tensão e correntes trifásicas, porém mantendo-se a freqüência constante. Para se transformar a tensão de uma fonte trifásica, é necessário: • três transformadores monofásicos independentes unidos entre si em ligação trifásica • um só transformador trifásico que, de certa forma, reúne os três monofásicos 3.1 Tanque O conjunto de bobinas e núcleo é colocado num recipiente próprio denominado tanque. Fora do tanque, existem seis terminais: três para entrada da rede trifásica e quatro para a saída. Nota-se que, ( fig. seguinte) no lado da tensão mais elevada, os terminais são próprios para alta- tensão: têm muitas "saias" e são bem mais longos. O isolador para a tensão mais baixa é bem menor em comprimento, tem menos "saias" e os seus terminais (parafusos de fixação do condutor) têm maior diâmetro, pois a corrente nesses terminais é bem maior que a existente no lado de alta-tensão. A seguir, são apresentados dois modelos de transformadores com respectivos esquemas de localização de seus acessórios, sendo que alguns dos acessórios são comuns aos dois modelos. Fig. 110 – Transformador de distribuiçãoFig. 110 – Transformador de distribuição ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 80 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 111 – Transformador de distribuição - desenhoFig. 111 – Transformador de distribuição - desenho 3.2 Resfriamento Como foi visto anteriormente, no transformador monofásico, as perdas geram calor, provocando o aquecimento dos enrolamentos. Com o excesso de calor, o isolamento dos enrolamentos e também o isolamento entre as bobinas tende a perder suas funções, provocando curto-circuito e queima do transformador. Por isso, o calor deve ser dissipado, a fim de que a temperatura estabelecida para os enrolamentos seja mantida. Os pequenos transformadores podem dissipar o calor por radiação direta, isto é, expostos ao ar, naturalmente. Porém, transformadores para grandes capacidades monofásicas ou trifásicas precisam de maior resfriamento. Não sendo suficiente a ventilação natural, esses transformadores podem ser resfriados por ventilação forçada. Na ventilação forçada, empregam-se ventiladores que impelem ar frio para dentro do transformador. A contínua circulação de ar frio retira o calor dos pontos onde ele é gerado. Fig. 112 – sistema de resfriamento do transformadorFig. 112 – sistema de resfriamento do transformador Transformadores a óleo são os que possuem suas bobinas e núcleo colocados num tanque cheio de óleo isolante, com o objetivo de isolação e resfriamento dos mesmos. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 81 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Circulando no tanque, o óleo retira o calor das bobinas e se aquece, precisando ser novamente resfriado. O óleo pode ser resfriado pelo ar, em movimento natural ou por refrigeração forçada, como, por exemplo, através de ventiladores. 3.3 Conexões do transformador trifásico Os diagramas a seguir representam a ligação de um transformador com o enrolamento primário ligado em estrela. Fig. 113 – Diagrama estrelaFig. 113 – Diagrama estrela Para exemplificar a ligação estrela, foi utilizado o enrolamento primário, mas também pode-se ter essa ligação no enrolamento secundário. A seguir, é apresentada a ligação de um transformador ligado em triângulo, utilizando-se também o enrolamento primário como exemplo. Fig. 114– Diagrama triânguloFig. 114– Diagrama triângulo Do mesmo modo que na ligação estrela, essa ligação (triângulo) pode ser utilizada no enrolamento primário ou secundário. Ligação em ziguezague Essa ligação só é feita no secundário do transformador, e é assim denominada porque esse enrolamento (secundário) de fase é distribuído metade numa coluna e metade na outra, conforme diagramas a seguir. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 82 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fig. 115– Diagrama zigue-zagueFig. 115– Diagrama zigue-zague Observa-se que as primeiras metades estão num sentido e as segundas em outro. Isso é necessário para retorno do fluxo magnético. O diagrama a seguir apresenta as bobinas secundadas de um transformador ligado em ziguezague e sua representação esquemática. Fig. 116– Diagrama zigue-zagueFig. 116– Diagrama zigue-zague A ligação em ziguezague é recomendada para pequenos transformadores de distribuição cuja carga no secundário não seja equilibrada, pois se houver um desequilíbrio - aumento de carga em uma das fases -, a corrente aumentará, aumentando-se também a indução eletromagnética. Como uma fase ou bobina está distribuída em duas colunas, isso faz com que haja um equilíbrio de carga no transformador, resultando menor queda de tensão na fase secundária correspondente. Então, a ligação em ziguezague visa a atenuar os efeitos do desequilíbrio de cargas no secundário. As demais ligações não permitem esse artifício. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 83 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 4. Proteção e aterramento em instalações elétricas4. Proteção e aterramento em instalações elétricas 4.1 Aterramento As características e a eficácia dos aterramentos devem satisfazer às prescrições de segurança das pessoas e funcionais da instalação. O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e de funcionamento da instalação elétrica. 4.2 Ligações à terra Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional) o aterramento deve ser único em cada local da instalação. NOTA: Para casosespecíficos de acordo com as prescrições da instalação, podem ser usados separadamente, desde que sejam tomadas as devidas precauções. A seleção e instalação dos componentes dos aterramentos devem ser tais que: a) o valor da resistência de aterramento obtida não se modifique consideravelmente ao longo do tempo; b) resistam às solicitações térmicas, termomecânicas e eletromecânicas; c) sejam adequadamente robustos ou possuam proteção mecânica apropriada para fazer face às condições de influências externas. Devem ser tomadas precauções para impedir danos aos eletrodos e a outras partes metálicas por efeitos de eletrólise. 4.3 Eletrodos de aterramento O eletrodo de aterramento preferencial numa edificação é o constituído pelas armaduras de aço embutidas no concreto das fundações das edificações. NOTAS 1- A experiência tem demonstrado que as armaduras de aço das estacas, dos blocos de fundação e das vigas baldrames, interligadas nas condições correntes de execução, constituem um eletrodo de aterramento de excelentes características elétricas. 2- As armaduras de aço das fundações, juntamente com as demais armaduras do concreto da edificação, podem constituir, nas condições prescritas pela NBR 5419, o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (aterramento e gaiola de Faraday, completado por um sistema captor). 3- Em geral os elementos em concreto protendido não devem integrar o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 84 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ No caso de fundações em alvenaria, o eletrodo de aterramento pode ser constituído por uma fita de aço ou barra de aço de construção, imersa no concreto das fundações, formando um anel em todo o perímetro da estrutura. A fita deve ter, no mínimo, 100 mm 2 de seção e 3 mm de espessura e deve ser disposta na posição vertical. A barra deve ter o mínimo 95 mm 2 de seção. A barra ou a fita deve ser envolvida por uma camada de concreto com espessura mínima de 5 cm. Quando o aterramento pelas fundações não for praticável, podem ser utilizados os eletrodos de aterramento convencionais, indicados na tabela 1, observando-se que: a) o tipo e a profundidade de instalação dos eletrodos de aterramento devem ser tais que as mudanças nas condições do solo (por exemplo, secagem) não aumentem a resistência do aterramento dos eletrodos acima do valor exigido; b) o projeto do aterramento deve considerar o possível aumento da resistência de aterramento dos eletrodos devido à corrosão. NOTA 1-Preferencialmente o eletrodo de aterramento deve constituir um anel circundando o perímetro da edificação. 2- A eficiência de qualquer eletrodo de aterramento depende das condições locais do solo; devem ser selecionados um ou mais eletrodos adequados às condições do solo e ao valor da resistência de aterramento exigida pelo esquema de aterramento adotado. O valor da resistência de aterramento do eletrodo de aterramento pode ser calculado ou medido. Tipo de eletrodo Dimensões mínimas Observações Tubo de aço zincado 2,40 m de comprimento e diâmetro nominal de 25 mm Enterramento totalmente vertical Perfil de aço zincado Cantoneira de (20mmx20mmx3mm) com 2,40 m de comprimento Enterramento totalmente vertical Haste de aço zincado Diâmetro de 15 mm com 2,00 ou 2,40 m de comprimento Enterramento totalmente vertical Haste de aço revestida de cobre Diâmetro de 15 mm com 2,00 ou 2,40 m de comprimento Enterramento totalmente vertical Haste de cobre Diâmetro de 15 mm com 2,00 ou 2,40 m de comprimento Enterramento totalmente vertical Fita de cobre 25 mm² de seção, 2 mm de espessura e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m. Largura na posição vertical Fita de aço galvanizado 100 mm² de seção, 3 mm de espessura e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m. Largura na posição vertical ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 85 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Cabo de cobre 25 mm² de seção e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m. Posição horizontal Cabo de aço zincado 95 mm² de seção e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m. Posição horizontal Cabo de aço cobreado 50 mm² de seção e 10 m de comprimento Profundidade mínima de 0,60 m. Posição horizontal Tab. 7 – Eletrodo de aterramentoTab. 7 – Eletrodo de aterramento Não devem ser usados como eletrodo de aterramento canalizações metálicas de fornecimento de água e outros serviços, o que não exclui a ligação equipotencial de que trata . 4.4 Condutores de aterramento Os condutores de aterramento devem atender às prescrições gerais. Quando o condutor de aterramento estiver enterrado no solo, sua seção mínima deve estar de acordo com a tabela seguinte Protegido mecanicamente Não protegido mecanicamente Protegido contra corrosão De acordo com 6.4.3.1 Cobre: 16 mm² Aço: 16 mm² Não protegido contra corrosão Cobre: 16 mm² (solos ácidos) 25 mm² (solos alcalinos) Aço: 50 mm² Tab. 8 – Proteção do condutor de aterramentoTab. 8 – Proteção do condutor de aterramento Quando o eletrodo de aterramento estiver embutido nas fundações a ligação ao eletrodo deve ser realizada diretamente, por solda elétrica, à armadura do concreto mais próxima, com seção não inferior a 50 mm 2 , preferencialmente com diâmetro não inferior a 12 mm, ou ao ponto mais próximo do anel (fitas ou barra) embutido nas fundações. Em ambos os casos, deve ser utilizado um condutor de aço com diâmetro mínimo de 12 mm, ou uma fita de aço de 25 mm x 4 mm. Com o condutor de aço citado, acessível fora do concreto, a ligação à barra ou condutor de cobre para utilização, deve ser feita por solda exotérmica ou por processo equivalente do ponto de vista elétrico e da corrosão. Em alternativa podem usar-se acessórios específicos de aperto mecânico para derivar o condutor de tomada de terra diretamente da armadura do concreto, ou da barra de aço embutida nas fundações, ou ainda do condutor de aço derivado para o exterior do concreto. NOTA - O condutor de aço derivando para exterior do concreto deve ser adequadamente protegida contra corrosão. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 86 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Na execução da ligação de um condutor de aterramento a um eletrodo de aterramento deve-se garantir a continuidade elétrica e a integridade do conjunto. 4.5 Condutores de proteção - Seções mínimas A seção não deve ser inferior ao valor determinado pela expressão seguinte (aplicável apenas para tempos de atuação dos dispositivos de proteção que não excedam 5 s): S t k I= 2 . Onde: S é a seção do condutor, em milímetros quadrados; I é o valor (eficaz) da corrente de falta que pode circular pelo dispositivo de proteção, para uma falta direta, em ampéres; t é o tempo de atuação do dispositivo de proteção, em segundos; NOTA - Deve ser levado em conta o efeito de limitação de corrente das impedâncias do circuito, bem como a capacidade limitadora (integral de Joule) do dispositivo de proteção. k é o fator que depende do material do condutor de proteção, de sua isolação e outras partes e das temperaturas inicial e final conforme tabelas a seguir. NOTAS 1 - É necessário que a seção calculada seja compatível com as condições impostas pela impedância do percurso da corrente de falta. 2 - Para limitações de temperatura em atmosferas explosivas,ver IEC-79-0. 3 - Devem ser levadas em conta as temperaturas máximas admissíveis para as ligações. Tab.9 - Valores de k para condutores de proteção providos de isolação não incorporados emTab.9 - Valores de k para condutores de proteção providos de isolação não incorporados em cabos multipolares ou condutores de proteção nus em contato com a cobertura de caboscabos multipolares ou condutores de proteção nus em contato com a cobertura de cabos Isolação ou cobertura protetora Material do condutor PVC EPR ou XLPC Cobre Alumínio Aço 143 95 52 176 116 64 NOTAS 1 - A temperatura inicial considerada é de 30º C. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 87 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 2 - A temperatura final do condutor é considerada igual a 160º C para o PVC e a 250º C para o EPR e o XLPE. Tab.10 - Valores de k para condutores de proteção que sejam veia de cabos multipolaresTab.10 - Valores de k para condutores de proteção que sejam veia de cabos multipolares Isolação ou cobertura protetora Material do condutor PVC EPR ou XLPC Cobre Alumínio 115 76 143 94 NOTAS 1 - A temperatura inicial do condutor é considerada igual a 70º C para o PVC e a 90º C para o EPR e o XLPE. 2 - A temperatura final do condutor é considerada igual a 160º C para o PVC e a 250º C para o EPR e o XLPE. Tab.11 - Valores de k para condutores de proteção que sejam capa ou armação de caboTab.11 - Valores de k para condutores de proteção que sejam capa ou armação de cabo Isolação ou cobertura protetora Material do condutor PVC EPR ou XLPC Aço Aço/Cobre Alumínio Chumbo (Ainda não normalizados) Tab.12 - Valores de k para condutores de proteção nus onde não haja risco de dano em qualquerTab.12 - Valores de k para condutores de proteção nus onde não haja risco de dano em qualquer material vizinho pelas temperaturas indicadasmaterial vizinho pelas temperaturas indicadas Condições Material do condutor Visível e em áreas restritas 1) Condições normais Risco de incêndio Temperatura máxima Cobre k 500º C 228 200º C 159 150º C 138 Temperatura máxima Alumínio k 300º C 125 200º C 105 150º C 91 Temperatura máxima Aço k 500º C 82 200º C 58 150º C 50 As temperaturas indicadas são válidas apenas quando não puderem prejudicar a qualidade das ligações. NOTA - A temperatura inicial considerada é de 30º C. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 88 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ A seção do condutor de proteção pode, opcionalmente ao método de cálculo, ser determinada através da tabela 7. Se a aplicação da tabela conduzir a valores não padronizados, devem ser usados condutores com a seção normalizada mais próxima. Os valores da tabela 7 são validos apenas se o condutor de proteção for constituído do mesmo metal que os condutores fase. Caso não seja, sua seção deve ser determinada de modo que sua condutância seja equivalente à da seção obtida pela tabela. Tab.13 - Seção mínima do condutor de proteçãoTab.13 - Seção mínima do condutor de proteção Seção dos condutores fase da instalação S (mm²) Seção mínima do condutor de proteção correspondente Sp (mm²) S ≤ 16 16 < S ≤ 35 S > 35 S 16 S 2 A seção de qualquer condutor de proteção que não faça parte do mesmo cabo ou do mesmo invólucro que os condutores vivos deve ser, em qualquer caso, não inferior a: a) 2,5 mm² se possuir proteção mecânica; b) 4 mm² se não possuir proteção mecânica. 4.6 Tipos de condutores de proteção Podem ser usados como condutores de proteção: a) veias de cabos multipolares; b) condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus num conduto comum aos condutores vivos; c) condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus independentes; d) proteções metálicas ou blindagens de cabos; e) eletrodutos metálicos e outros condutos metálicos; f) certos elementos condutores estranhos à instalação. NOTA - As canalizações metálicas de água e gás não devem ser usadas como condutores de proteção. 4.7 Aterramento por razões de proteção Condutores de proteção usados com dispositivos de proteção a sobrecorrentes ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 89 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Quando forem utilizados dispositivos de proteção a sobrecorrentes para a proteção contra contatos indiretos, o condutor de proteção deve estar contido na mesma linha elétrica dos condutores vivos ou em sua proximidade imediata. • Aterramento de mastro de antenas e do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) da edificação • Mastros de antenas devem ser incorporados ao SPDA, devendo ser atendidas as prescrições da NBR 5419. Condutor PEN - Nos esquemas TN, quando o condutor de proteção tiver uma seção maior ou igual a 10 mm² em cobre ou a 16 mm² em alumínio, nas instalações fixas, as funções de condutor de proteção e de condutor neutro podem ser combinadas, desde que a parte da instalação em referência não seja protegida por um dispositivo a corrente diferencial-residual. No entanto, a seção mínima de um condutor PEN pode ser de 4 mm², desde que o cabo seja do tipo concêntrico e que as conexões que garantem a continuidade sejam duplicadas em todos os pontos de conexão ao longo do percurso do condutor periférico. O condutor PEN concêntrico deve ser utilizado desde o transformador e limitado a uma instalação que utilize acessórios adequados. O condutor PEN deve ser isolado para as tensões a que possa ser submetido, a fim de evitar fugas de corrente. Se, a partir de um ponto qualquer da instalação, o neutro e o condutor de proteção forem separados, não é permitido religá-los após esse ponto. No ponto de separação, devem ser previstos terminais ou barras separadas para o condutor de proteção e o neutro. O condutor PEN deve ser ligado ao terminal ou barra previsto para o condutor de proteção. 4.8 Aterramento e equipotencialização de equipamentos de tecnologia da informação As prescrições aqui contidas tratam do aterramento e das ligações equipotenciais dos equipamentos de tecnologia da informação e de equipamentos similares que necessitam de interligações para intercâmbio de dados. Podem também ser utilizadas para outros equipamentos eletrônicos suscetíveis a interferências. NOTAS 1 - O termo “equipamento de tecnologia da informação” é usado pela IEC para designar todos os tipos de equipamentos elétricos e eletrônicos de escritório e equipamentos de telecomunicação. 2 - São exemplos de equipamentos aos quais prescrições podem ser aplicáveis: - equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados, equipamentos de processamentos de dados ou instalações que utilizam transmissão de sinais com retorno à terra, interna ou externamente ligadas a uma edificação; - fontes de corrente contínua que alimentam equipamentos de tecnologia da informação no interior de uma edificação; ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 90 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ - equipamentos e instalações de CPCT- Central Privada de Comutação Telefônica (PABX); - redes locais; - sistemas de alarme contra incêndio e contra roubo; - sistemas de automação predial; - sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam computadores. 3 - As prescrições aqui contidas não consideram a possível influência de descargas atmosféricas. 4 - Não são consideradas as ligações de equipamentos com correntes de fuga elevadas. As prescrições aqui contidas tratam: a) da proteção contra corrosão eletrolítica; b) daproteção contra correntes contínuas de retorno elevadas nos condutores de aterramento funcional, nos condutores de proteção e nos condutores de proteção e aterramento funcional; c) da compatibilidade eletromagnética. O aterramento dos equipamentos de tecnologia da informação objetivando a proteção contra choques elétricos. No entanto, prescrições adicionais podem ser necessárias para garantir o funcionamento confiável e seguro dos equipamentos e da instalação. NOTA 1 - O terminal de aterramento principal da edificação pode ser geralmente utilizado para fins de aterramento funcional. Nesse caso, ele é considerado, sob o ponto de vista da tecnologia da informação, como o ponto de ligação ao sistema de aterramento da edificação. 4.9 Compatibilidade com condutores PEN da edificação Em edificações que abriguem ou estejam previstas para abrigar instalações de tecnologia da informação de porte significativo, deve-se considerar o uso de condutor de proteção (PE) e condutor neutro (N) separados, desde o ponto de entrada da alimentação. NOTA - Esta prescrição tem por objetivo reduzir ao mínimo a possibilidade de ocorrência de problemas de compatibilidade eletromagnética e, em casos extremos de sobrecorrente, devidos à passagem de correntes de neutro nos cabos de transmissão de sinais. Se a instalação elétrica de uma edificação possuir um transformador, grupo gerador, sistemas UPS (uninterruptible power systems) ou fonte análoga responsável pela alimentação de equipamentos de tecnologia da informação e se essa fonte for, ela própria, alimentada em esquema TN-C, deve adotar o esquema TN-S em sua saída. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 91 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ - Proteção contra corrosão eletrolítica Quando os condutores de aterramento funcional, ou os condutores de proteção e aterramento funcional, forem percorridos por corrente contínua, devem ser tomadas precauções para impedir danos aos condutores e a partes metálicas próximas por efeitos de eletrólise. - Barramento de equipotencialidade funcional O terminal de aterramento principal de uma edificação pode, quando necessário, ser prolongado emendando-se-lhe um barramento de equipotencialidade funcional, de forma que os equipamentos de tecnologia da informação possam ser ligados e/ou aterrados pelo caminho mais curto possível, de qualquer ponto da edificação. Ao barramento de equipotencialidade funcional podem ser ligados: a) quaisquer dos elementos normalmente ligados ao terminal de aterramento principal da edificação b) blindagens e proteções metálicas dos cabos e equipamentos de sinais; c) condutores de equipotencialidade dos sistemas de trilho; d) condutores de aterramento dos dispositivos de proteção contra sobretensões; e) condutores de aterramento de antenas de radiocomunicação; f) condutor de aterramento do polo “terra” de alimentações em corrente contínua para equipamentos de tecnologia da informação; g) condutores de aterramento funcional; h) condutores de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas; i) condutores de ligações equipotenciais suplementares O barramento de equipotencialidade funcional, de preferência em cobre, pode ser nu ou isolado e deve ser acessível em toda sua extensão, por exemplo, sobre a superfície das paredes ou em eletrocalha. Condutores nus devem ser isolados nos suportes e na travessia de paredes, para evitar corrosão. Quando for necessário instalar um barramento de equipotencialidade funcional numa edificação com presença extensiva de equipamentos de tecnologia da informação, este deve constituir um anel fechado. O barramento de equipotencialidade funcional deve ser dimensionado como em condutor de equipotencialidade principal. NOTA - A confiabilidade da ligação equipotencial entre dois pontos do barramento de equipotencialidade funcional depende da impedância do condutor utilizado, determinada pela seção e pelo percurso. Para freqüências de 50 Hz ou de 60 Hz, caso mais comum, um condutor de cobre de 50 mm 2 de seção nominal constitui um bom compromisso entre custo e impedância. - Ligação equipotencial ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 92 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ NOTAS 1 - A ligação equipotencial pode incluir condutores, capas metálicas de cabos e partes metálicas da edificação, tais como tubulações de água e eletrodutos ou uma malha instalada em cada pavimento ou em parte de um pavimento. É conveniente incluir as armaduras do concreto da edificação na ligação equipotencial. 2 - As características das ligações equipotenciais por razões funcionais (por exemplo, seção, forma e posição dos condutores) dependem da gama de freqüência dos sistemas de tecnologia da informação das condições presumidas para o ambiente eletromagnético e das características de imunidade/freqüência dos equipamentos. A seção de um condutor de equipotencialidade entre dois equipamentos ou duas partes de um equipamento. NOTA - No caso de curtos-circuitos envolvendo partes condutoras aterradas, pode surgir uma sobrecorrente nas ligações de sinal entre os equipamentos. Os condutores de equipotencialidade funcional que satisfazem às prescrições de proteção contra choques elétricos, devem ser identificados como condutores de proteção. Se for utilizada uma malha de equipotencialidade para o aterramento funcional de equipamentos de tecnologia da informação. - Condutores de aterramento funcional A determinação da seção dos condutores de aterramento funcional deve considerar as possíveis correntes de falta que possam circular e, quando o condutor de aterramento funcional for também usado como condutor de retorno, a corrente de funcionamento normal e a queda de tensão. Quando os dados necessários não forem disponíveis, deve ser consultado o fabricante do equipamento. Os condutores de aterramento funcional que ligam os dispositivos de proteção contra surtos ao barramento de equipotencialidade funcional devem seguir o percurso mais reto e mais curto possível, a fim de reduzir ao mínimo a impedância. - Condutores de proteção e aterramento funcional Um condutor de proteção e aterramento funcional deve, no mínimo, obedecer às prescrições relativas ao condutor de proteção, em todo o seu comprimento (ver 3). Sua seção deve atender, além das prescrições relativas ao condutor de proteção. Um condutor de retorno de corrente contínua da alimentação de um equipamento de tecnologia da informação, pode ser usado como condutor de proteção e aterramento funcional, com a condição de que, na eventualidade de abertura do circuito, a tensão entre duas partes simultaneamente acessíveis não exceda os valores das tensões de contato limite. Se as correntes contínuas e de sinal puderem produzir, no condutor de proteção e aterramento funcional, uma queda de tensão que possa vir a resultar numa ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 93 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ diferença de potencial permanente na instalação da edificação, a seção do condutor deve ser tal que a queda de tensão seja limitada a 1 V. NOTAS 1 - O principal objetivo desta prescrição é restringir a corrosão. 2 - No cálculo da queda de tensão deve ser ignorado o efeito devido aos percursos paralelos. Podem ser usados como condutores de proteção e aterramento funcional. Partes condutoras estruturais de equipamentos de tecnologia da informação podem ser usadas como condutores de proteção e aterramentofuncional, desde que sejam atendidas, simultaneamente, as seguintes condições: a) a continuidade elétrica do percurso seja garantida pelo tipo de construção ou pela utilização de técnicas de conexão que impeçam a degradação devido aos efeitos mecânicos, químicos e eletroquímicos; NOTA - Como exemplos de métodos de conexão adequadas, podem ser citados solda, rebitagem ou fixação por parafusos. b) quando uma parte de um equipamento for destinada a ser removida, a ligação equipotencial entre as partes restantes do equipamento não deve ser interrompida, a menos que a alimentação elétrica dessas partes seja previamente removida. c) no caso de painel ou conjunto de painéis com 10 m ou mais de comprimento, os condutores de proteção e aterramento funcional devem ser ligados em ambas as extremidades à malha de equipotencialidade ou ao barramento de equipotencialidade funcional. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 94 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ 5. Componentes elétricos5. Componentes elétricos Dispositivos DR NBR 5410/97 - Uso obrigatório em todo o território nacional conforme lei 8078/90, art. 39-Vl11, art. 12, art. 14. Instalação segura, sua família protegida Em se tratando de instalações elétricas, todo cuidado é pouco. Uma falha na instalação, em eletrodomésticos, ou um simples fio descascado podem colocar em risco a sua casa e a saúde de sua família. Como todas as funções biológicas do corpo humano são realizadas por meio de pequenos impulsos elétricos, é fácil imaginar os distúrbios que a passagem de uma corrente elétrica de origem externa (choque elétrico) pode causar à saúde das pessoas. Entre os efeitos mais graves, podemos citar: • Paralisia total ou parcial dos movimentos durante a ocorrência do contato. É o que realmente ocorre quando as pessoas ficam "agarradas" a uma superfície energizada. • Queimaduras quase sempre graves. • Parada respiratória, ou seja, paralisia dos músculos toráxicos que executam a respiração (fatal, sem atendimento médico de urgência). • Fibrilação cardíaca, que consiste em graves alterações do ritmo dos batimentos cardíacos, podendo levar a morte. • Parada cardíaca, quando a corrente elétrica externa paralisa o funcionamento do coração. • Adicionalmente, as fugas de corrente por falhas de isolação são responsáveis por geração de focos de incêndio, curto-circuitos e gastos adicionais com as perdas de energia. • Eles detectam as fugas de corrente que possam existir em circuitos elétricos, desligando imediatamente a alimentação deles. As fugas podem ser provocadas por falhas de isolação ou mesmo por toques de pessoas em pontos eletrificados. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 95 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Dispositivo de proteção contra surtos (DPS) A causa mais freqüente da queima de equipamentos eletrônicos – como computadores, TVs e aparelhos de fax, por exemplo – é a sobretensão causada por descargas atmosféricas ou manobras de circuito. Contudo, estes problemas estão com os dias contados. Os avanços da tecnologia já permitem a implementação de uma proteção eficaz contra estes efeitos. Instalados nos quadros de luz, os Dispositivos de Proteção contra surtos (DPS), são capazes de evitar qualquer tipo de dano, descarregando para a terra os pulsos de alta-tensão causados pelos raios. Utilizado para limitar as sobretensões e descarregar os surtos de corrente originários de descargas atmosféricas nas redes de energia. Os dispositivos são aplicados na proteção de equipamentos conectados à redes de energia, informática, telecomunicações etc. Fixação rápida por engate em trilho, atendendo ao sistema N - modular standard. ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 96 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Fusíveis Diazed Os fusíveis DIAZED são utilizados na proteção de curto-circuito em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais e que quando normalmente instalados, permitem o seu manuseio sem riscos de toque acidental. Possuem categoria de utilização gL/gG, em três tamanhos (DI, DII e DIII) atendem as correntes nominais de 2 a 100A Limitadores de corrente, possuem elevadas capacidades de interrupção: • até 20A - 100kA • 25 a 63A - 70kA • 80 e 100A - 50k em até 500VCA Através de parafusos de ajuste, impedem a mudança para valores superiores, preservando as especificações do projeto. Permitem fixação por engate rápido sobre trilho ou parafusos. Fusíveis NH Os fusíveis NH são aplicados na proteção de sobrecorrentes de curto-circuito e sobrecarga em instalações elétricas industriais. Possui categoria de utilização gL/gG, em cinco tamanhos atendem as correntes nominais de 6 a 1250A. Limitadores de corrente, possuem elevada capacidade de interrupção de 120kA em até 500VCA. Com o uso de punhos garantem manuseio seguro na montagem ou substituição dos fusíveis. Dados aos seus valores de energia de fusão e interrupção facilitam a determinação da seletividade e coordenação de proteção ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 97 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Mini Disjuntores 5SX1 Monopolares Curva B 6 a 32A Curva C 0,5 a 80A Bipolares Curva B 6 a 32A Curva C 0,5 a 80A Tripolares Curva C 0,5 a 80A Corrente Máxima de Interrupção 3KA (220/380V) - NBR IEC 60898 Botões de Comando e Sinaleiros- Os botões de Comando se identificam, por seu design moderno, sua facilidade de montagem e sua disponibilidade de identificação. Perfeitamente adequada aos modernos painéis de controle e com diâmetro nominal de 22mm. Relés auxiliares Acionados por dispositivo de comando, são aplicados para manobrar circuitos auxiliares ou diretamente outras cargas. Lâmpadas incandescentes: 1200 W / polo Lâmpadas fluorescentes: ( sem correção de fator de potência ) 25 lâmpadas de 40 W / polo ou 20 lâmpadas de 58 W / polo ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 98 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Relés de impulso - Substituem com vantagens os tradicionais sistemas de interruptores paralelos e intermediários; Com ligações simplificadas e circuito de comando utilizando pulsadores, permitem economia nos condutores e na mão de obra da instalação; Pode ser encontrado com comando centralizado, permitindo a existência de um impulso mestre que atua sobre os outros impulsos. Ideal para aplicações em grandes corredores, salas amplas, garagens, ou qualquer instalação residencial, comercial ou industrial, onde se necessite ligar e desligar uma carga de vários pontos diferentes. Disponíveis nas versões mono, bi e tripolares além de tipos específicos para comando centralizado. Exemplos de aplicação: Circuito de iluminação trifásico 230V AC. Controle de circuito de iluminação trifásico através de vários pulsadores ligados em paralelo ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 99 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Relé horário Os relés horários possuem um desempenho preciso e são indicados para gerenciar tempos em circuitos de iluminação, painéis luminosos, sistemas de segurança, bombeamento de água, irrigação etc. Permitematé 28 programas (14 ligações e 14 desligamentos) diferentes ou iguais para cada dia da semana, com reserva de energia de 50 horas. Corrente nominal de 16A / AC-1 em 220V Tensão de comando de 220VCA Fixação rápida por engate em trilho, atendendo ao Sistema N - modular standard. Minuterias Permite o desligamento de cargas após o acionamento das mesmas mediante a um tempo pré determinado. Utilizada em escadarias, garagens e outros locais amplos. Pode ser utilizada com dispositivo de pré-aviso. Transformadores de Segurança Dotados de proteção térmica, fornecem extra baixas- tensões de segurança (SELV), o que permite acionar cargas em ambientes sujeitos a presença de água e risco de choques elétricos. Destinam-se especialmente ao comando de banheiras com hidromassagem ou piscinas, campainhas, etc. Tensões secundárias 8/ 12/ 24V Correntes secundárias 2/ 2/ 1A ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 100 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Tomadas industriais Com elevado índice de segurança, os plugues e tomadas CEKTON são utilizados para conexões elétricas de equipamentos fixos e móveis, principalmente em ambientes comerciais e industrializados. Correntes nominais: 16, 32, 63 e 125A Tensão nominal: até 440VAC Resistência ao arco: até 750V, 500Hz Grau de proteção: 16 e 32A : IP44 63 e 125A : IP55 Alta resistência: mecânica, dielétrica e química. Possibilidade de inversão dos miolos para formação de aparelhos "negativos". Contato piloto nas correntes de 63 e 125A que pode ser usado para bloqueio elétrico. Contatos em latão maciço. Tampa de mola/trava evitando desconexão Contatores Contatores para manobra de motores são subdivididos pelos seguintes tipos: Contatores tripolares Contatores a vácuo tripolares Contatores para manobra de cargas resistivas (AC-1), Contatores para a manobra de motores, tetrapolar (2NA+2NF) Contatores para interface, para manobra de motores, tripolar (de baixo consumo) Contatores de faixa de operação ampliada, 0,7 a 1,25 xUs, com sistema magnético para CC, a 70ºC Contatores para a manobra de capacitores Contatores de manobra de circuitos auxiliares são subdivididos pelos seguintes tipos: Contatores auxiliares de 4 e 8 contatos Contatores auxiliares com bloqueio mecânico de 4 contatos Contatores auxiliares de 10 contatos Contatores auxiliares de interface de 4 contatos (baixo consumo) ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 101 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Relé térmico de sobrecarga Chaves seccionadoras Tem como principio de utilização o comando e a distribuição de energia. Disponíveis nas versões 40,63 e 125 A (Montagem pela base ou pelo topo). ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial Relé de Sobrecarga: RW 67 weg Faixas de ajuste / Fusíveis máximos recomendados (gL/gG) 40 - 57 / 100 50 - 63 / 100 57 - 70 / 125 63 - 80 / 125 Dimensões (mm) Altura ( H ) 73 Largura ( L ) 50 Profundidade ( P ) 106 Peso (kg) 0,31 Base de fixação individual BF 67 D 102 Máquinas Elétricas ____________________________________________________________ Referências Bibliográficas DORNELAS, Fernando José. Eletricidade Básica – Caderno Técnico. Belo Horizonte, 1995 SENAI.MG. Caderno Técnico. Coleção Eletrotécnica. Belo Horizonte,1994. SENAI.MG. Eletricista de manutenção.Máquinas elétricas.Belo Horizonte,1998 SIEMENS. Catálogo. São Paulo. www.siemens.com.br WEG.Módulo 1. Comando e proteção.Jaraguá do Sul.2003. ELETRICAZINE. Apostila de Aterramento.www.eletricazine.hpg.ig.com.Br WEG.Catálogo eletrônico.Jaraguá do Sul. www.weg.com.br ___________________________________________________________ Curso Técnico de Automação industrial 103 http://www.weg.com.br/ http://www.siemens.com.br/