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Profª Msc. Michele das Neves Pinto. SISTEMA COMPLEMENTO IMUNOLOGIA SISTEMA COMPLEMENTO O complemento é um conjunto de proteínas séricas que agindo em cascata promovem a lise de microrganismos. Ele foi descoberto na década de 1890 por Jules Bordet, como um componente termolábil do plasma normal que aumenta a opsonização e a morte de bactérias pelos anticorpos e, assim, essa atividade "complementa" as ações dos anticorpos. Definição: IMUNOLOGIA Sistema Complemento Reações em cascata Importante na imunidade e inflamação -primeira linha de defesa contra infecção Podem levar até a formação do complexo de ataque a membrana – MAC. Pertence ao sistema imune inato (via alternativa e lectina) e adquirida (via clássica) Mais de 25 proteínas ( plasmáticas e membranares ) IMUNOLOGIA Nomenclatura Muitas das proteínas são zimogénios (pré-enzimas não ativas). Necessitam de clivagem proteolítica para serem ativadas. A nomenclatura dos componentes se dá por letras seguidas de número, ou somente por letras. C1p,C1r,C1s,C4,C2,C3,C5,C6,C7,C8,C9 via clássca Fator B e fator D via alternativa 5 Principais funções: Eliminação de microrganismos -‐ Opsonização e Fagocitose -‐ Lise celular Inflamação Remoção de Imunocomplexos – complexos formados pela ligação antígeno –anticorpo. IMUNOLOGIA A superfície alvo (bactéria, vírus, complexo antígeno-anticorpo) é envolvido por proteínas do complemento às quais podem se ligar células fagocíticas. Opsonização IMUNOLOGIA Lise celular O objectivo final do complemento é formar um complexo que se insere na membrana citoplasmática da célula alvo abrindo nesta um poro que provoca lise celular. Lise Ativação da resposta imuneOpsonização Clearance Imunológico 31 FUNÇÕES DO COMPLEMENTO IMUNOLOGIA Vias de ativação do complemento Via Clássica - Ocorre na sequência da formação de complexos antigénio- anticorpo. Via das lectinas - Ativada diretamente por bactérias ou vírus sendo depois capaz de interagir com proteínas com capacidade enzimática idêntica às da via clássica. Via Alternativa - Inicia-se de forma espontânea e contínua no plasma. Inicia-se por contato com lipopolissararídeos bacterianos Não necessita anticorpo para ativação. IMUNOLOGIA IMUNOLOGIA As 3 vias Convertase C3 C3b C3a Evento central da via do complemento Independente da via de ativação todas as vias irão clivar C3 em duas partes. 6 As proteínas do complemento: Fase Inicial Fase Tardia C2 C3 C4 B D C5 C6 MASP1MASP2 MBL 7 Cx Proteína inativa Cxb ATIVAÇÃO Ativação do sistema: Cxa X= 2, 3, 4, 5 8 Ativação do C5 Via de ataque à membrana Via das lectinasVia Clássica Via alternativa Ativação do C3 e geração da C5 convertase Anticorpo Independente Anticorpo dependente VIAS DE ATIVAÇÃO DOCOMPLEMENTO Sistema complemento • Via clássica – Primeira via a ser descoberta – Depende da ligação do anticorpo com o antígeno – Éiniciada pela ligação da proteína C1a porção fc dos anticorpos ( domínio Ch2 para IgG e Ch3 para IgM) IMUNOLOGIA Via Clássica Relaciona-se com o sistema imune adaptativo, através da ligação de C1 ao complexo imune Ag-Ac. C1 é um complexo pentamolecular Ca2+ dependente: 1 Molécula C1q 2 Moléculas C1s 2 Moléculas C1r C1 cliva C4, originando C4b activado ( ligado à sup. celular ) #VIA CLÁSSICA Primeiro complexo multimérico a ligar: C1q, C1r e C1s Patógeno ou Célula-‐alvo ATIVAÇÃO DA VIACLÁSSICA IgG IgM Ligação de C1q a Ac + Ag ATIVAÇÃO C1 Sistema complemento • C1s ativa C4 que é clivada em dois fragmentos: C4a(solúvel) e C4B que se fixa a membrana ou ao complexo ag/ac C4a Via clássica Sistema complemento • Aproximação de C2 aocomplexo • C2 é clivada por C1s em C2a e C2b • C2b é aderido ao complexo formando a convertase de C3 C3 C3 C3b Via clássica Sistema complemento • Conversão de C3 em C3b eC3a • C3b é depositado na membrana ou liga-se ao complexo C4b2a • Formação do complexo C4b2a3b que é a convertase de C5 C3 C3 C3b C3b Via clássica VIA CLÁSSICA Após ligação Ag-Ac a proteína C1 recruta C4 que vai ser clivada em C4a e C4b. C4b vai recruta a proteína C2 e vai clivar em C2a e C2b. Via clássica Sistema complemento • Clivagem de C5 em C5a(solúvel) e C5b que é ligado ao complexo • Inserção das proteínas C6, C7,C8 e C9 ao complexo para formação do MAC Via clássica Sistema complemento Via clássica IMUNOLOGIA Sistema complemento • Via alternativa: – Desencadeada quando a proteína do sistema complemento C3 reconhece determinados antígenos presentes na superfície de microrganismos (ex. camada de LPS) – Mais específico na imunidade inata – Independe da ligação com anticorpos Sistema complemento C3b sofre alteração conformacional e exibe sítios de ligação que permitem a inserção de C3b na membrana celular e a ligação ao Fator Bplasmático Via alternativa Sistema complemento • Clivagem do fator B pelo Fator D produz a porção solúvel Ba e a porção ligada a membrana Bb complexo estabilizado pela properdina Via alternativa Sistema complemento O complexo C3bBb éa convertase para C3, produzindo C3b Complexo formado apenas na superfície de células microbianas Via alternativa Sistema complemento O complexo C3bBbC3b é a convertase para C5 e posterior formação do MAC Via alternativa VIAALTERNATIVA Fase fluida C3b Patógeno SE Patógeno C3 CONVERTA rdina Patógeno C CONV 5 ERTASE Fase fluida Hidrólise C3b inativo Patógeno C3 CONVERTASE Patógeno C5 D Patógeno CONVERTASE 18 -Filogeneticamente mais antiga -Importante no sistema imune inato -Ativada na ausência de anticorpo -Clivagem espontânea de C3. -O processo só irá continuar se houver ligação com o patógeno com o C3b. Sistema complemento convertase convertase Via alternativa IMUNOLOGIA Formação de C5 convertase C4B2A C3bBB C3 Convertase da via clássica C3 Convertase da via alternativa + C3b C4b2aC3b C3bBbC3b C5 Convertases C5a C5b C5 Via Clássica Anticorpo dependente Via alternativa 13 Anticorpo dependente Via alternativa Ativação do C3 e geração da C5 convertase Via Clássica Via das lectinas Anticorpo Independente VIAS DE ATIVAÇÃO DOCOMPLEMENTO Sistema complemento • Via da lectina – Desencadeada quando a lectina ligante de manose (MBL) reconhece a manose presente em glicoproteínas e glicolipídeos na superfície de microrganismos Glicoproteína bacteriana Manose terminal MBL MASP1 MASP2 Lectina ligadora de Manose (MBL) Semelhança estrutural com o Complexo C1 da via Clássica MASP – Mannose Associated Serine Proteases ATIVAÇÃO DA VIA DAS LECTINAS Inicia-se com a ligação da proteína que é uma lectina diretamente a superfície do patógeno e vai se ligar a um resíduo de manose da superfície do patógeno. Sistema complemento • A MASP 2 é uma serino protease que tem a capacidade de clivar C4 e C2, gerando C4b e C2a que são associados ao complexo para formar a convertase de C3 Via das Lectinas Sistema complemento Via das Lectinas Sistema complemento convertase convertase Via das Lectinas 15 VIA DAS LECTINAS CONV C5 ERTASE C3 CONVERTASE C5 CONVERTASE C3 CONVERTASE Alto grau de homologia com a via clássica, mas independente de anticorpos. Uma diferença é que a lectina funciona no lugar do C1. IMUNOLOGIA MAC (complexo de ataque à membrana) A formação subsequente de MAC é não-enzimática. - A ligação de C7 marca a transição de um estado hifrofílico para hidrofóbico. C5b + C6 + C7 + C8 + C9 C5b-9: molécula formadora de poros LISE CELULAR Ativação do C5 Via de ataque à membrana Via das lectinasVia Clássica Via alternativa Ativação do C3 e geração da C5 convertase Via de ataque à membrana Ativação do C3 e geração da C5 convertase Ativação do C5 Via das lectinasVia Clássica Via alternativa Anticorpo Independente Anticorpo dependente VIAS DOCOMPLEMENTO 20 COMPLEXO DE ATAQUE À MEMBRANA(MAC) C plexo de Ataque à membrana Lise elular Commplexo de Ataque à membrana Lise Celular As 3 vias formam no final C5a e C5b e continuam o complexo de ataque a membrana C5a Anafilatoxina:induz inflamação IMUNOLOGIA Deficiências do Complemento Componentes da via clássica e de C3 Família de receptores CR3/CR4/LFA-1 Infecções por Bactérias piogénicas Componentes do MAC Infecções por Leisseria meningitidis IMUNOLOGIA DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNAS DO SISTEMACOMPLEMENTO Via Clássica C1q, C1r, C1s ativação defeituosa Lupus eritematoso, infecções piogênicas C4 ativação defeituosa Lupus eritematoso, glomerulonefrite C2 ativação defeituosa Lupus eritematoso, inf. piogênicas, glomer. C3 ativação defeituosa infecções piogênicas e glomerulonefrite Via das lectinas defeito de opsonizaçãoMBL ativação normal (manose binding lectin) Via alternativa Fator D ativação defeituosa infecções por Neisseria outras infecções piogênicas infecções por Neisseria Componentes terminais C5, C6, C7, MAC defeituoso C8, C9 IMUNOLOGIA DÚVIDAS??? OBRIGADA!!!