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1 
 
 
 
 
 
 
 
TRF 4 
Técnico Judiciário - Área Administrativa 
 
 
Da Tributação: Do Sistema Tributário Nacional, Dos Princípios Gerais, Das Limitações do 
Poder de Tributar, Dos Impostos da União - artigos 145 a 154 da Constituição da 
República......... ........................................................................................................................ 1 
Obrigação Tributária. Crédito Tributário - artigos 113 a 193 do Código Tributário 
Nacional....... .......................................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
1 
 
 
 
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 
O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de regras jurídicas que disciplina o exercício do poder 
impositivo pelos diversos Órgãos Públicos, aos quais a Constituição Federal atribui competência 
tributária. 
Para a compreensão do Sistema Tributário Nacional é preciso recorrer à Constituição da República, 
para se encontrar a origem do fundamento de validade de todo o Sistema, já que todo o ordenamento 
jurídico brasileiro deve ser coadunado ao referido diploma legal. 
Isso porque a Constituição Federal, dentre diversas disposições, estabelece normas gerais em matéria 
tributária e atribui competências aos Entes Federados para a criação dos tributos. 
O Sistema Tributário Nacional foi criado para harmonizar a relação entre a sociedade e os órgãos 
públicos, preservando assim os princípios fundamentais dos cidadãos e o respeito ao pacto federativo 
sob o qual vivemos. 
Veja o que diz a Constituição Federal/1988: 
 
TÍTULO VI 
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO 
CAPÍTULO I 
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
SEÇÃO I 
DOS PRINCÍPIOS GERAIS 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir 
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o 
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, 
das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime 
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes 
aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; 
Da Tributação: Do Sistema Tributário Nacional, Dos Princípios Gerais, Das 
Limitações do Poder de Tributar, Dos Impostos da União - artigos 145 a 154 da 
Constituição da República. 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
2 
 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, 
adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de 
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer 
normas de igual objetivo. 
 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for 
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos 
municipais. 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou 
sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o 
disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à 
despesa que fundamentou sua instituição. 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação 
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, 
para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não 
será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de 
importação, o valor aduaneiro; 
b) específica, tendopor base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa 
jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas 
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo 
de energia elétrica. 
 
Posto isso, abordaremos a seguir as principais considerações sobre o assunto. 
 
Princípios Gerais 
 
Os princípios constitucionais tributários compõem a delimitação do poder tributário conferido aos entes 
públicos, prevalecendo sobre todas as normas jurídicas, as quais têm validade apenas quando os 
princípios constitucionais são obedecidos. Esses princípios visam à proteção do contribuinte e uma 
solução interpretativa para o legislador. 
Cioso ressaltar que a própria Carta Magna identifica como garantias asseguradas ao contribuinte, em 
seu art. 150, as principais limitações do poder tributário do Estado. 
Além das vedações citadas no presente artigo, apresentam-se outros princípios constitucionais 
necessários ao adequado entendimento do Sistema Tributário Brasileiro, vejamos: 
 
Princípio da legalidade: (é vedado) cobrar ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, ou seja, o 
imposto será devido apenas quanto da existência de uma lei que determine sua cobrança ou majoração 
(CF, art. 150, inciso I); 
 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
3 
 
Princípio da isonomia tributária: (é vedado) aplicar tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, ou seja, verifica-se a premissa de que todos são iguais perante a lei 
(CF, art. 150, inciso II); 
 
Princípio da irretroatividade tributária: (é vedado) exigir tributos em relação a fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Assim, os fatos 
geradores serão tributados após a vigência da lei que tenha previsto a incidência do imposto (CF, art. 
150, inciso: III, alínea: a); 
 
Princípio da anterioridade da lei: (é vedado) exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (CF, art. 150, inciso: III, alínea: b); 
 
Princípio da uniformidade geográfica: os tributos cobrados pela União devem ser iguais em todo o 
território nacional, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados à promoção do equilíbrio e 
desenvolvimento socioeconômico de determinadas regiões do País (CF, art. 151, inciso: I); 
 
Princípio da capacidade contributiva: considera a capacidade econômica individual do contribuinte, 
assim o tributo será graduado conforme a capacidade do contribuinte, com o objetivo de proceder à 
redistribuição de renda, exigindo mais dos contribuintes com maior capacidade econômica e reduzindo 
ou isentando os contribuintes com menor capacidade econômica (CF/88, art. 145, § 1º); 
 
Princípio da vedação ao confisco: o tributo cobrado deve ser justo, não podendo configurar-se em 
um ônus tão elevado que represente um confisco da renda ou bem do contribuinte. Constitui-se em um 
limite do poder de tributar concedido pela CF à União, Estado, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 150, 
IV); 
 
Princípio da imunidade recíproca: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem 
instituir impostos sobre: (a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (b) templos de qualquer culto; 
(c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais 
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; (d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (CF, art. 150, VI); 
 
Princípio da imunidade de tráfego: nenhuma lei tributária poderá restringir ou limitar o tráfego no 
território nacional de pessoas ou bens, exceto a cobrança de pedágio pela utilização de vias públicas (CF, 
art. 150, V; CTN, art. 9º, III); 
 
Princípio da transparência: a lei cuidará para que os contribuintes obtenham esclarecimentos 
referentes aos impostos incidentes sobre mercadorias e serviços (CF, art. 150, § 5º); 
Os princípios constitucionais tributários, além de proteger os interesses dos contribuintes contra 
excessos de arrecadação dos entes públicos, servem de norte aos legisladores para que o Sistema 
Tributário Nacional promova sua função básica essencial de promover a distribuição de renda e o bem 
estar social. 
 
Princípio da seletividade: abrange uma seleção mínima de impostos, o ICMS (CF, art. 155, §2º, III) 
e o IPI (CF, art. 153, § 3º, I), considerados “impostos proporcionais”. Sua função é variar a alíquota de 
acordo com a essencialidade do bem. Assim, ao se deparar com um bem de maior essencialidade, a 
alíquota será menor e, pela lógica, se for o bem de menor essencialidade, a alíquota é maior. Tais 
incidências são consideradas para os tributos indiretos, isto é, aqueles em que o ônus tributário repercute 
no consumidor final. Com isso, as técnicas do princípio da seletividade visam promover justiça fiscal, 
inibindo os efeitos negativos provocados por esses impostos, que tendem "regressividade". 
Por fim, cabe destacar que é determinado, nos termos do texto constitucional, que o "IPI será seletivo" 
ao passo que "o ICMS poderá ser seletivo". 
 
Observação: o Poder de Tributar, sob a perspectiva de um Estado Democrático de Direito, deve ser 
concebido de maneira que, respeite os direitos e garantias fundamentais dos seus cidadãos, propicie a 
justiça social e alcance o objetivo constitucional de uma vida digna para todos. 
 
 
 
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Limitações do Poder de Tributar 
 
Os tributos são criados de acordo com a competência tributária que a Constituição Federal atribui à 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de modo que é estabelecido parâmetros que tutelam os 
valores que ela considera relevantes, tais como os direitos e garantias individuais. 
Sabe-se, assim, que o poder de tributar do Estado é limitado para que não haja violação dos direitos 
humanos e fundamentais, por isto que a ordem constitucional impões certos limites ao Estado para a 
realização de tal atividade. 
Limitações ao poder de tributar é o conjunto dos princípios e normas que disciplinam os balizamentos 
da competência tributária. 
Neste prisma, limitação ao poder de tributar consiste em instrumentos que limitam a competência 
tributária do fisco, isto é, a delimitação do poder tributário do Estado de criar e arrecadar tributos. 
Os limites ao poder de tributar, ou seja, o exercício da competência tributária desdobra-se nos 
princípios constitucionais tributários e nas imunidades. Diante dos princípios e das demais normas 
constantes do texto constitucional, pode-se afirmar que são duas as principais características do 
sistema tributário: 
I) a rigidez, isto é, a Constituição não fornece ao legislador ordinário a liberdade para desenhar-lhe 
qualquer traço fundamental, uma vez que ela própria determina o campo de cada uma dessas pessoas 
dotadas de competência tributária; 
 II) exaustão e complexidade, onde a Constituição estabelece todos os contornos do sistema, pouco 
relegando à legislação ordinária. 
 
Na mesma linha de pensamento Eduardo Sabbag1 aduz que: 
A Constituição Federal impõe limites ao poder de tributar, ou seja, limites à invasão patrimonial 
tendente à percepção estatal do tributo. Essas limitações advêm, basicamente, dos princípios e das 
imunidades constitucionais tributárias estão inseridas nos arts. 150, 151, e 152 da Carta Magna. 
É de se salientar ainda que o Estado não pode agir na seara tributária sem respeitar o contribuinte, de 
modoa reduzi-lhe a dignidade, a individualidade e a privacidade. O governo não pode, portanto, sob a 
justificativa da arrecadação violar a Constitucional, isto é, violar os princípios constitucionais, que são os 
instrumentos dos Direitos Humanos. 
 
Conforme disposto na CF/88, o assunto é tratado em seção própria: 
 
Seção II 
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida 
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído 
ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea b; 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder 
Público; 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
 
1 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou 
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como 
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de 
mídias ópticas de leitura a laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; 
e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e 
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem 
imóvel. 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a 
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos 
que incidam sobre mercadorias e serviços. 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, 
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei 
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo 
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a 
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou 
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a 
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico 
entre as diferentes regiões do País; 
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos 
que fixar para suas obrigações e para seus agentes; 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária 
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
Competência Residual e Extraordinária 
 
Além da competência expressa, fixada com fundamento no critério da base econômica (art. 153), a 
Constituição prevê ainda uma competência residual e uma competência extraordinária para a União, 
conforme arts. 154, I e II da CF/88. 
 
“Art. 154. A União poderá instituir: 
 
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;” 
 
Segundo a norma constitucional, as bases econômicas que poderão ser tributadas pela União no 
âmbito da competência residual não são previstas expressamente. Na verdade, a competência é ampla, 
delimitada por exclusão, ou seja, permite que a União tribute qualquer outra situação relacionada ao 
contribuinte, desde que: 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
6 
 
a) não tribute fatos geradores ou bases de cálculo próprios dos impostos discriminados na Constituição 
(vedação da bitributação); 
b) a instituição do imposto residual se dê por lei complementar; 
c) seja observada a não cumulatividade. 
 
A União também possui uma competência extraordinária para instituir impostos no caso de guerra 
externa ou a sua iminência, conforme o Inciso II do art. 154 da CF/88: 
 
“II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em 
sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua 
criação.” 
 
Impostos da União, dos Estados e dos Municípios 
 
A Constituição dispõe sobre as espécies de tributos, quais sejam: imposto, taxa e contribuição. Ainda 
assim, muito se discute na doutrina acerca da classificação dos tributos. 
As classificações mais comumente adotadas pelos juristas são: 
I) a classificação tripartite (imposto, taxa e contribuição de melhoria) e 
II) a classificação quinquipartite (imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e 
contribuições especiais), entre outras classificações. 
 
A posição tradicional e mais adotada é a tripartite, segundo a qual tributos como os empréstimos 
compulsórios e as contribuições, que não a de melhoria, poderão ser equiparados a impostos ou taxas, 
mediante a verificação da natureza de seu fato gerador. 
Assim, segundo a posição tradicional, é possível citar como exemplo o fato de algumas contribuições 
sociais apresentarem fato gerador similar ao de impostos. É o que se observa ao se comparar o Imposto 
de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): ambos os tributos têma mesma 
base de cálculo - e, portanto, ambos são considerados impostos de acordo com a classificação tripartite. 
Contudo, embora seja a classificação tripartite a mais tradicional, a classificação a ser efetivamente 
adotada dependerá de quais variáveis serão adotadas como elementos distintivos. 
Uma dessas variáveis é a existência ou não de vinculação dos tributos pagos ao Estado à prestação 
de um determinado serviço público. Com base neste único critério, tem-se que: 
a) Os impostos são definidos por lei e não dependem de qualquer prestação estatal. Em outras 
palavras: o cidadão é obrigado, por força de lei, a recolher o imposto aos cofres públicos, sem que haja 
a correspondente obrigação do Estado em prestar serviços públicos específicos em razão de tal 
pagamento. 
b) O mesmo não se verifica com as taxas, na medida em que estas estão relacionadas a uma 
prestação (ou mera disponibilização) de serviço público ao contribuinte, desde que o referido serviço seja 
específico e divisível. Todavia, poder-se-á também haver a cobrança de taxa quando ocorrer serviços de 
função fiscalizatória. 
c) Ainda nesta linha de raciocínio, as contribuições previstas como "contribuição de melhoria 
decorrente de obra pública" contam com um elemento vinculativo, vez que se tratam de contribuições 
devidas pelos proprietários de bens imóveis beneficiados pela valorização de seus bens gerada por uma 
obra pública. 
d) Figuras tributárias como as contribuições concernentes à seguridade social, à intervenção no 
domínio econômico e as relacionadas às classes profissionais, seguindo a divisão tripartite, podem ser 
classificadas como impostos ou taxas, ante a existência ou não do elemento vinculativo; ao passo em 
que, adotando-se a teoria mais moderna (quinquipartite), todas corresponderiam a uma única espécie 
tributária: contribuições. O mesmo fenômeno é observado em relação à figura do empréstimo 
compulsório. 
 
A Constituição Federal de 1988 estipulou a todas as pessoas jurídicas de direito público (União, 
Estados e Municípios) a competência para legislar livremente acerca de tributos específicos. Vejamos a 
seguir: 
 
 
 
 
 
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7 
 
União 
Compete à União dispor sobre os seguintes tributos: 
 
- Imposto de Importação (II): recai sobre os produtos estrangeiros no Brasil, sendo devido a partir do 
registro da declaração de importação. Sua base de cálculo é o valor aduaneiro2 da mercadoria, e suas 
alíquotas variam em função dos produtos importados (bens considerados essenciais têm alíquotas 
reduzidas, enquanto bens considerados supérfluos têm alíquotas mais elevadas). 
 
- Imposto de Exportação (IE): destina-se aos produtos a serem exportados, sendo devido a partir da 
declaração de exportação. O IE é cobrado sobre pouquíssimos produtos, de modo a estimular as 
exportações brasileiras. 
 
- Imposto de Renda (IR): o Imposto de Renda é devido tanto pelas pessoas físicas (IRPF) quanto 
pelas jurídicas (IRPJ) sobre rendas e proveitos de qualquer natureza que tenham sido recebidos a cada 
ano. As pessoas físicas apuram o IR com alíquotas progressivas de 0%, 15% e 27,5%1. Já a alíquota 
básica do IR pago pelas pessoas jurídicas encontra-se atualmente fixada em 15% do lucro real, presumido 
ou arbitrado, previsto ainda um adicional de 10% sobre a parcela do lucro apurado que exceder a 
determinado valor. O IR tem ainda uma sistemática de cobrança que prevê retenções pela fonte pagadora 
(IRRF), cujo valor pode ser posteriormente aproveitado pela pessoa que teve parte de seu pagamento 
retido. Este raciocínio aplica-se tanto a pagamentos efetuados no Brasil quanto a valores remetidos ao 
Exterior. 
 
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): incide no momento da saída do produto que sofre 
industrialização do estabelecimento, ou no momento da importação do produto, tendo alíquotas variáveis 
conforme cada produto. 
 
- Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): como o próprio nome sugere, incide sobre operações 
financeiras, e conta com alíquotas variáveis em função da operação financeira efetivada: operações de 
crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
 
- Imposto Territorial Rural (ITR): é cobrado dos proprietários de áreas rurais, e tem alíquotas 
variáveis conforme o uso e a localização da terra. 
 
- Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF): embora conte com previsão constitucional desde 1988, 
ainda não há lei que o tenha instituído e regulamentado. 
 
- Contribuição Social sobre o Lucro (CSL): incide, juntamente com o Imposto de Renda, sobre o 
lucro apurado pelas pessoas jurídicas. Sua alíquota é de 9%. 
 
- Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS): destinada ao financiamento da Seguridade 
Social, incidente sobre o faturamento mensal das empresas, à alíquota de 7,6%. A mesma alíquota incide 
sobre bens ou serviços importados, calculado segundo termos fixados pela Receita Federal. 
 
- Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS): incide sobre o faturamento à alíquota de 
1,65%. Também incide sobre importações. 
 
- Contribuição Social ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS): em geral à alíquota de 
20% sobre a folha de pagamentos do empregador, a cargo deste, e 11% sobre salário de contribuição do 
empregado. 
 
- Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM): é calculado sobre o valor do 
frete, com alíquotas variadas em função da operação (no geral, 25%). 
 
- Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): existem várias espécies de CIDE, 
porém a de maior impacto nas operações de empresas multinacionais no Brasil é a chamada "CIDE-
 
2 Instrução Normativa SRF Nº 327, de 09 de maio de 2003. 
“Art. 2º O valor aduaneiro, base de cálculo do Imposto de Importação, é o valor da mercadoria importada, conforme definido no Acordo sobre a Implementação 
do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994 (Acordo de Valoração Aduaneira), promulgado pelo Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 
1994”. 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
8 
 
Royalties". Trata-se de uma contribuição devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou 
adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem 
transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no Exterior. A contribuição é 
apurada mensalmente à alíquota de 10% sobre o royalty pago, creditado, entregue, empregado ou 
remetido a qualquer título ao Exterior para remuneração das obrigações contratadas. 
 
Estados-Membros 
Cabem aos Estados-Membros os impostos estaduais abaixo elencados: 
 
- Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD): cobrado sobre a transmissão de 
quaisquer bens ou direitos, à alíquota de 4%; 
 
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): excetuadas as exportações, incide, 
em regra, as operações de circulação de mercadorias (inclusive sobre a prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal) e as operações de comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior. Sua incidência se dá sempre sobre o valor agregado a cada operação 
mercantil, respeitada a não cumulatividade, com alíquotas que variam entre 7% e 25%, em função da 
destinação das mercadorias e da essencialidade destas e dos serviços; 
 
- Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): como explicita o próprio nome do 
tributo, o IPVA incide sobre a propriedade de veículos automotores. Tem alíquota variável de Estado a 
Estado, a qual geralmente corresponde a 4% do valor do veículo. 
 
Municípios 
Aos Municípios competem os seguintes tributos: 
 
- Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU): incidente sobre a propriedade 
de bens imóveis localizados dentro do perímetro urbano, podendo ter suas alíquotas progressivas de 
forma aassegurar o cumprimento da função social da propriedade. 
 
- Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI): devido na transmissão, por ato 
oneroso e a qualquer título, por natureza ou acessão física, de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição. Têm alíquotas variáveis de acordo com a 
legislação de cada Município; 
 
- Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS): incide sobre serviços definidos em lei 
complementar, excluídos aqueles sujeitos ao recolhimento do ICMS (serviços de comunicação e de 
transporte interestadual e intermunicipal). Suas alíquotas, cujo percentual mínimo é de 2%, são fixadas 
por cada Município, e variam em função da natureza dos serviços prestados. 
 
- Contribuição para Iluminação Pública (CIP): após um longo debate jurídico, a Emenda 
Constitucional 39, de 19 de dezembro de 2002, regularizou tal cobrança. 
 
No que se refere às Contribuições de Melhoria e às Taxas Fiscalizatórias, importa destacar que tais 
espécies tributárias podem ser instituídas tanto pela União como pelos Estados e pelos Municípios, nos 
termos apresentados na descrição das espécies tributárias. 
Por fim, no que diz respeito ao Distrito Federal, alçado à condição de Ente Federado pela Constituição 
Federal de 1934, observa-se que a Constituição Federal de 1988 lhe atribuiu as competências tributárias 
próprias dos Estados-Membros e dos Municípios, dada sua natureza peculiar. 
 
Repartição das Receitas Tributárias 
 
A forma de Estado adotada pela Constituição Federal é a Federação, e esta só estará legitimada se 
cada ente da Federação gozar de autonomia administrativa e fiscal. Em consonância com este 
entendimento a Constituição institui a competência tributária de cada um dos Entes da Federação, porém 
há uma concentração mais elevada de tributos na esfera federal. Atento a esta discrepância, o legislador 
constituinte originário determinou que algumas das receitas tributárias deveriam ser repartidas com outros 
Entes da Federação. 
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9 
 
Diante da necessidade de uma melhor distribuição da parcela dos tributos arrecadados, nota-se que a 
repartição sempre ocorrerá do maior Ente da federação para o menor, ou seja, a União repartirá algumas 
de suas receitas com os Estados, DF e Municípios, e os Estados distribuirão parte de suas receitas 
tributárias com os Municípios. 
Esta distribuição ocorrerá de forma direta ou indireta. Na forma direta, o Ente beneficiado receberá 
diretamente os recursos, enquanto que na forma indireta a parcela distribuída integrará um fundo, que 
posteriormente será repartido. 
Além disso, é importante frisar que os tributos vinculados a uma atuação estatal não estão sujeitos a 
repartição de suas receitas, isto ocorre como uma decorrência lógica do próprio sistema tributário. Se a 
receita proveniente destes tributos deve custear a atividade do Estado, não faz sentido que a mesma seja 
repartida. Neste mesmo sentido, as receitas provenientes dos empréstimos compulsórios também não 
podem ser objeto de repartição, visto que a mesma deverá ser aplicada, integralmente, no motivo que 
embasou a sua instituição e cobrança. 
No mesmo sentido, as contribuições também estariam fora do rol dos tributos que podem ter suas 
receitas repartidas, com exceção da CIDE-COMBUSTÍVEIS. 
Assim, nos restam os impostos. Estes sim podem ter suas receitas repartidas com outros Entes da 
Federação, visto que a sua cobrança independe de qualquer atividade estatal relativa ao contribuinte 
(não-vinculados) e suas receitas, em regra, não podem estar vinculadas a qualquer órgão, fundo ou 
despesa (art. 167, IV, CRFB/88). 
 
São as seguintes hipóteses constitucionais de repartição de receitas tributárias: 
 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
 
Segundo este dispositivo, a União deve “repassar” aos Estados e Distrito Federal a totalidade da 
receita de Imposto sobre Rendas e Proventos de Qualquer Natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, pelos Estados e Distrito Federal, suas autarquias e fundações. 
Neste caso, como a lei atribui a responsabilidade tributária para a fonte pagadora de reter o Imposto 
de Renda na fonte, não haverá necessidade da União repassar a referida receita tributária. Na prática o 
Estado e o Distrito Federal, bem como suas autarquias e fundações, efetuarão a retenção do referido 
imposto no momento do pagamento de seus funcionários, e não repassarão à União, visto que estas 
receitas lhe pertencem. 
 
A segunda hipótese de repartição de receitas tributárias está prevista no artigo 157, II, nos seguintes 
termos: 
 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
(...) 
II – vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da 
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
 
Nesta hipótese, caso a União exerça a competência residual, e institua novos impostos terá que 
repassar 20% da arrecadação para os Estados e Distrito Federal. 
 
A terceira hipótese está prevista no artigo 158, I da CF/88, nos seguintes termos: 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
 
Este caso é similar ao previsto no inciso I do artigo 157, só que diz respeito aos Municípios, suas 
autarquias e fundações públicas. Assim, estas pessoas jurídicas ao efetuarem a retenção na fonte do 
imposto sobre renda e proventos pagos aos seus funcionários, não precisarão repassar o produto da 
arrecadação à União. 
 
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10 
 
Prosseguindo, temos o inciso II do artigo 158. 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
(...) 
II – Cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial 
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se 
refere o art. 153, § 4º, III; 
 
Segundo este dispositivo, a União terá que repassar 50% da arrecadação a título do imposto sobre a 
propriedade territorial rural para o município onde estiver situado o referido imóvel rural. 
O dispositivo traz ainda a ressalva de que caso o Município opte por fiscalizar e cobrar o referido tributo 
terá direito à totalidade da arrecadação do mesmo, conforme art. 153, §4°, III da CF/88, regulamentado 
pela Lei n° 11.250/2005 e Instrução Normativa SRF n° 643/2006. 
 
A seguir, a Constituição Federal traz nova hipótese no inciso III do artigo 158. 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
(...) 
III – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de 
veículos automotores licenciados em seus territórios; 
 
Nesta hipótese, os Estados deverão repassar 50% do produto da arrecadação do IPVA para os 
Municípios onde estiverem matriculados os veículos. 
 
Finalizando as repartições tributárias diretas para os Municípios temos o inciso IV e parágrafo-único 
do artigo 158. 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
(...) 
IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas 
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal 
e de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão 
creditadas conforme os seguintes critérios: 
I – três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de 
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadasem seus territórios; 
II – até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. 
 
Este dispositivo determina que 25% do total arrecadado a título de ICMS deverão ser repassados para 
os municípios localizados naquele estado. 
O parágrafo-único do referido dispositivo determina como será feita a divisão do valor repassado pelos 
municípios. 
A primeira observação a se fazer é que no mínimo três quartos serão distribuídos na proporção do 
valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços e até 
um quarto de acordo com lei estadual, ou seja, o critério do valor adicionado pode até abarcar a totalidade 
dos valores a serem repassados. 
A segunda observação diz respeito ao que seria considerado como valor adicionado? Este conceito 
foi definido no artigo 3° da Lei Complementar n° 63/1990, nos seguintes termos: 
 
Art. 3º. 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas 
à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal 
e de Comunicação serão creditados, pelos Estados, aos respectivos Municípios, conforme os seguintes 
critérios: 
I – 3/4 (três quartos), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação 
de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; 
II – até 1/4 (um quarto), de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos territórios, lei 
federal. 
§ 1º O valor adicionado corresponderá, para cada Município: 
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11 
 
I – ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços, no seu território, 
deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil; 
II – nas hipóteses de tributação simplificada a que se refere o parágrafo único do art. 146 da 
Constituição Federal, e, em outras situações, em que se dispensem os controles de entrada, considerar-
se-á como valor adicionado o percentual de 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta. 
 
O inciso I do parágrafo 1° do artigo 3° da LC 63/1990 será aplicado para as empresas tributadas pelo 
regime geral, e o inciso II será aplicado para as empresas participantes do regime simplificado de 
tributação (SIMPLES). 
Assim, aplicando-se a regra constitucional, a participação de cada município na parcela repassada 
pelo Estado a título de ICMS guarda proporcionalidade na sua contribuição efetiva para a incidência do 
tributo em questão. 
 
Continuando o estudo das repartições das receitas tributárias, vamos analisar os casos de repartição 
indireta, a partir do artigo 159, I da CF/88. 
 
Art. 159. A União entregará: 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre 
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito 
Federal; 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os 
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos 
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do 
mês de dezembro de cada ano; 
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro 
decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
 
Uma outra hipótese de repartição de receitas tributárias prevista no artigo 159 é a destinação pela 
União de 10% do arrecadado a título do imposto sobre produtos industrializados para os Estados e Distrito 
Federal. 
 
Art. 159. A União entregará: 
(...) 
II – do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados 
e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos 
industrializados. 
 
Este dispositivo tem por finalidade ressarcir os Estados e DF da perda que tiveram com a desoneração 
do ICMS incidente sobre a exportação. A EC n° 42/2003, deu nova redação ao artigo 155, §2°, X, a da 
CF/88, estabelecendo que o ICMS não poderá incidir sobre operações que destinem mercadorias para o 
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o 
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores. Desta forma, o 
repasse de 10% do IPI passa a ter a finalidade de ressarcimento por esta perda. 
Neste mesmo raciocínio, os Estados deverão repassar 25% do que receberem para os seus municípios 
que também tiveram perdas com a desoneração do ICMS incidente na exportação, conforme artigo 159, 
§3° da CF/88. 
E, finalizando a análise deste dispositivo, o parágrafo segundo do artigo 159 da Constituição Federal 
determina que nenhum Estado ou DF poderão receber a título desta modalidade de repartição percentual 
superior a 20%, devendo o excedente ser repartido pelos demais entes da federação. 
O último dispositivo a tratar da repartição das receitas tributárias é o inciso III do artigo 159, nos 
seguintes termos: 
 
 
 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
12 
 
Art. 159. A União entregará: 
(...) 
III – do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 
177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, 
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. 
 
Este dispositivo estabelece o repasse de 29% do que foi arrecadado pela União a título de CIDE-
COMBUSTÍVEIS para os Estados e DF, os quais deverão repassar 25% do que receberem para os seus 
municípios, conforme artigo 159, §4° da CF/88. 
O destino dos valores repassados nesta hipótese serem destinados ao financiamento de programas 
de infraestrutura de transportes, conforme artigo 177, §4°, II, c da CF/88. 
Encerrando o estudo das repartições das receitas tributárias é oportuna a transcrição do artigo 160 da 
CF/88, que proíbe a União de reter ou estabelecer qualquer restrição à entrega ou ao emprego dos 
recursos atribuídos pela Constituição. 
 
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, 
nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e 
acréscimos relativos a impostos. 
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem 
a entrega de recursos: 
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. 
 
Eis os dispositivos constitucionais sobre a matéria: 
 
CF/88 
Seção VI 
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da 
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - cinquenta por cento doproduto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial 
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se 
refere o art. 153, § 4º, III; 
III – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de 
veículos automotores licenciados em seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas 
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal 
e de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, 
serão creditadas conforme os seguintes critérios: 
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de 
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. 
 
Art. 159. A União entregará: 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre 
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
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a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito 
Federal; 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os 
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos 
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do 
mês de dezembro de cada ano; 
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro 
decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados 
e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos 
industrializados. 
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 
177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, 
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. 
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-
á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. 
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante 
a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, 
mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. 
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que 
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e 
II. 
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento 
serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. 
 
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, 
nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e 
acréscimos relativos a impostos. 
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem 
a entrega de recursos: 
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. 
 
Art. 161. Cabe à lei complementar: 
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I; 
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os 
critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio socioeconômico 
entre Estados e entre Municípios; 
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das 
participações previstas nos arts. 157, 158 e 159. 
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos 
de participação a que alude o inciso II. 
 
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês 
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos 
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de 
rateio. 
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; 
os dos Estados, por Município. 
 
Questões 
 
01. (APEX Brasil - Analista Jurídico - IADES/2018) Os impostos que integram o Sistema Tributário 
Nacional possuem características e elementos próprios que os diferenciam uns dos outros. Nesse 
contexto, é correto afirmar que o 
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14 
 
(A) Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
são impostos cumulativos. 
(B) Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza é informado pelo critério da generalidade. 
(C) Imposto Territorial Rural (ITR) não pode ter alíquotas progressivas. 
(D) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) incide sobre o serviço de comunicação. 
(E) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) não pode ter alíquotas diferenciadas 
em função do tipo e utilização do veículo. 
 
02. (UEG - Delegado de Polícia - UEG/2018) O sistema tributário nacional é integrado por um conjunto 
de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do Estado. Acerca do exercício da 
competência tributária verifica-se que 
(A) a anterioridade aplicável ao direito penal tem igual aplicação na seara tributária, sendo vedada 
qualquer alteração na legislação tributária, ainda que não corresponda a aumento do tributo. 
(B) é vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido 
publicada lei que os instituiu, aumentou ou reduziu. 
(C) a imunidade religiosa é consectária da garantia fundamental da liberdade religiosa, que tem 
alcance além do templo religioso. 
(D) a vedação do não-confisco ao Estado, no exercício de seu poder de tributar, limita a perda de bens 
no âmbito criminal. 
(E) as regras de imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, na medida em que 
correspondem a benefícios fiscais aos contribuintes. 
 
03. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Procurador - VUNESP/2017) Consiste em corolário 
do princípio da igualdade tributária e aplica-se na ordem jurídica tributária, na busca de uma sociedade 
mais igualitária em termos da exação de tributos. O trecho trata do princípio da 
(A) Seletividade. 
(B) Uniformidade jurídica da tributação. 
(C) Vedação do confisco. 
(D) Capacidade contributiva. 
(E) Generalidade. 
 
04. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) Relativamente 
aos princípios constitucionais tributários, é correto afirmar: 
(A) O princípio da legalidade tributária, segundo o qual a instituição e majoração de tributos só podem 
ser realizadas mediante lei, não admite exceções e guarda relação com o princípio constitucional geral 
deque ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. 
(B) São exceções ao princípio da legalidade tributária o II, IE, IOF, IPI e COFINS, na medida em que 
se faculta ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
respectivas alíquotas. 
(C) O princípio da irretroatividade tributária consubstancia, de modo rígido, a regra de que o tempo 
rege o fato, estabelecendo a proibição de cobrança de tributo em relação a fato gerador ocorrido antes 
da vigência da lei que o institui ou majora. 
(D) O princípio da irretroatividade da lei tributária impera de forma relativa, pois, mesmo não sendo o 
tributo sanção de ato ilícito, sofre influência da lei tributária posterior mais benéfica em relação ao 
contribuinte. 
 
05. (TJ/RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros - IESES/2017) Nos termos da Constituição 
Federal, é vedado à União, EXCETO: 
(A) Utilizar tributo com efeito de confisco. 
(B) Instituir, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou 
não em sua competência tributária. 
(C) Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. 
(D) Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos Estados e Municípios. 
 
06. (PGE/AC - Procurador do Estado - FMP Concursos/2017) Sobre o princípio da isonomia é 
CORRETO afirmar: 
(A) A Emenda à Constituição Federal n° 42/2003 estabeleceu a possibilidade de estabelecerem-se 
“critérios especiais de tributação” no art. 146-A, flexibilizando o princípio da isonomia. 
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15 
 
(B) A “situação equivalente” mencionada no art. 150, II, do CTN é dependente de definição pelo 
legislador complementar, devido à sua imprecisão. 
(C) Devido às disparidades continentais do Brasil, os Estados estão autorizados a conceder benefícios 
e condições especiais tributárias aos seus administrados, independentemente dos outros Estados. 
(D) O princípio da isonomia tributária impacta diretamente os princípios da livre concorrência e da livre 
iniciativa, uma vez que o Estado deve garantir as mesmas regras do jogo para todos os contribuintes. 
(E) Ao se deparar com uma situação de privilégio e, portanto, anti-isonômica, a solução que a Justiça 
confere é a de estender o eventual privilégio a quem mais solicitar. 
 
07. (TCM/GO - Auditor Controle Externo - Área Jurídica - FCC) De acordo com a Constituição 
Federal, é vedado aos Municípios instituir 
(A) Impostos e contribuições sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
especificamente naquilo que se relaciona com as finalidades essenciais dessas entidades. 
(B) Impostos e taxas sobre patrimônio, renda ou serviços, da União, dos Estados e do Distrito Federal 
e de outros Municípios. 
(C) Impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros. 
(D) Tributos sobre templos de qualquer culto, no que diz respeito ao patrimônio, renda e serviços, 
relacionados ou não com as suas finalidades essenciais. 
(E) Impostos sobre livros, jornais, periódicos, papel, tinta e demais insumos empregados na sua 
impressão. 
 
08. (TRF 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) Sobre a essencialidade do bem e o regime tributário 
a ele aplicável, em vista dos princípios constitucionais tributários, 
(A) A essencialidade do bem pode servir como exceção ao princípio da não-cumulatividade. 
(B) O princípio da isonomia veda, taxativamente, qualquer consideração sobre a essencialidade do 
bem e distinção tributária. 
(C) Pelo princípio da uniformidade geográfica, os Estados ficam impedidos de considerar a 
essencialidade do bem na disciplina dos tributos de sua competência. 
(D) Pelo princípio da seletividade, pode-se garantir que a tributação seja maior ou menor, dependendo 
da essencialidade do bem. 
(E) O princípio da capacidade contributiva desloca o caráter da essencialidade do bem para o caráter 
pessoal da capacidade econômica do contribuinte 
 
09. (EBSERH - Advogado - IBFC/2016) Em consonância com o disposto na Constituição Federal, 
especificamente no capítulo que versa sobre o Sistema Tributário Nacional, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
(A) Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é permitido à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos 
(B) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência 
(C) Cabe à lei complementar dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
(D) É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação à Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, 
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País 
(E) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre 
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
10. (TJ/CE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - IESES) Leia atentamente as 
proposições abaixo e assinale a que se apresentar CORRETA: 
(A) Consoante os ditames do sistema constitucional tributário, é aplicável a imunidade recíproca às 
autarquias e empresas públicas que prestam serviço público indireto, ainda que distribuam suas rendas 
e resultados, direta ou indiretamente, a particulares. 
(B) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre 
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
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16 
 
(C) Nos termos da Constituição da República, a imunidade tributária recíproca é integralmente 
aplicável às taxas. 
(D) A União ostenta competência constitucional concorrente para conceder isenções de tributos de 
competência dos Estados. 
 
11. (Prefeitura de Porto Alegre/RS - Procurador Municipal - FUNDATEC) Nos termos da 
Constituição Federal, assinale a alternativa INCORRETA. 
(A) O imposto sobre a propriedade territorial rural, por ser da competência da União, jamais poderá ser 
fiscalizado e cobrado pelos Municípios. 
(B) Não é possível aos Municípios instituírem IPTU em relação ao imóvel localizado fora de seus 
territórios. 
(C) Nos estritos termos e nas situações excepcionais estabelecidas pela Constituição Federal, é 
possível a União instituir impostos municipais. 
(D) Não é competência dos Municípios instituir imposto sobre o fornecimento de energia elétrica. 
(E) Há prestações de serviços que são tributadas, mas não pelo imposto sobre a prestação de serviços 
de qualquer natureza. 
 
12. (SEFAZ/PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - FCC) De acordo com a Constituição Federal, 
(A) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, 
gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
(B) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos não compreendidos em sua competência 
tributária, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados na Constituição Federal. 
(C) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição de melhoria,decorrente de obra pública, ainda que não haja valorização imobiliária dela decorrente. 
(D) A União poderá instituir empréstimos compulsórios, mediante medida provisória, no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
(E) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública. 
 
13. (AL/ES - ANALISTA - CESPE) Acerca das limitações ao poder de tributar e dos impostos dos 
entes da Federação, assinale a opção CORRETA de acordo com a jurisprudência do STF: 
(A) A denominada imunidade tributária recíproca entre os entes da Federação se aplica em face de 
todas as espécies tributárias dispostas na CF. 
(B) É vedada pela CF a edição de lei municipal que estabeleça a incidência de alíquota progressiva ao 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
(C) É vedado à União dispor sobre a isenção de impostos de competência estadual, ainda que em 
decorrência de sua atuação no âmbito internacional. 
(D) O estado-membro tem competência constitucional para instituir contribuição compulsória para 
custeio de serviços de assistência médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica de seus servidores. 
(E) O estado-membro pode, no exercício da competência legislativa plena, dispor acerca de imposto 
sobre doação de bens móveis, considerando a ausência de lei complementar nacional que regule o tema. 
 
14. (Prefeitura de Porto Alegre/RS - Procurador Municipal - FUNDATEC) Nos termos da 
Constituição Federal, pertencem aos Municípios o produto da arrecadação do imposto da União sobre 
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos a 
(A) Qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
(B) Título apenas de salário, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
(C) Qualquer título, apenas por eles e suas autarquias que instituírem e mantiverem. 
(D) Qualquer título, apenas por eles e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
(E) Qualquer título, apenas por eles. 
 
15. (Prefeitura de Porto Alegre/RS - Procurador Municipal - FUNDATEC) Nos termos da 
Constituição Federal, quanto por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a 
propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios pertencem aos Municípios? 
(A) Quarenta (40). 
(B) Quarenta e cinco (45). 
(C) Quarenta e sete (47). 
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17 
 
(D) Cinquenta (50). 
(E) Cinquenta e cinco (55). 
 
16. (TJ/MG - Juiz - VUNESP) Com relação ao sistema tributário nacional, assinale a alternativa correta. 
(A) O sistema tributário nacional é integralmente regido por leis complementares, em resoluções do 
Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais e estaduais. 
(B) Diante da relação jurídica de natural inferioridade do contribuinte para com o Estado, o poder de 
tributar revela-se absoluto. 
(C) O poder de tributar é ato unilateral e vinculado, como decorrência constitucional da soberania 
estatal, e impõe ao destinatário do tributo que aceite a invasão em parcela de seu patrimônio. 
(D) As “limitações ao poder de tributar” são princípios constitucionalizados que restringem a atividade 
tributária estatal diante de direitos fundamentais, mas que não impedem que o Estado exija dos 
contribuintes, no exercício de atividade discricionária, uma parcela de seu patrimônio. 
 
17. (MPF - Procurador) Ante a higidez como característica inerente ao sistema tributário nacional é 
correto asseverar que: 
(A) A Constituição é que cria os tributos; 
(B) No texto constitucional, dentre as diferentes maneiras por meio das quais o legislador constituinte 
outorga competência tributária, pode-se distinguir aquela exercitada mediante a exclusiva identificação 
do aspecto material da hipótese de incidência do tributo; 
(C) A destinação do produto da arrecadação sempre se encontra presente na outorga da competência, 
validando o tributo; 
(D) A Constituição Federal não menciona expressamente, em hipótese alguma, o contribuinte do 
tributo. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C / 03.D / 04.C / 05.B / 06.D / 07.C / 08.D / 09.A / 10.B 
11.A / 12.A / 13.E / 14.A / 15.D / 16.C / 17.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
§2º O imposto previsto no inciso III: 
I - Será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma 
da lei; 
 
02. Resposta: C 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 
03. Resposta: D 
O princípio da capacidade contributiva considera a capacidade econômica individual do contribuinte, 
assim o tributo será graduado conforme a capacidade do contribuinte, com o objetivo de proceder à 
redistribuição de renda, exigindo mais dos contribuintes com maior capacidade econômica e reduzindo 
ou isentando os contribuintes com menor capacidade econômica. 
 
04. Resposta: C 
O princípio da irretroatividade tributária disciplina que é vedado exigir tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Assim, os 
fatos geradores serão tributados após a vigência da lei que tenha previsto a incidência do tributo. 
 
 
 
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18 
 
05. Resposta: B 
Atenção! Essa questão possui uma dupla negação, então se eu quero saber a exceção do que é 
vedado a União, quero saber o que é permitido. Deste modo, nos termos do art. 154, II, da CF/88, a União 
poderá instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou 
não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de 
sua criação. 
 
06. Resposta: D 
O princípio da isonomia tributária prevê que é vedado aplicar tratamento desigual entre contribuintes 
que se encontrem em situação equivalente, ou seja, verifica-se a premissa de que todos são iguais 
perante a lei. 
 
07. Resposta: C 
A alternativa correta diz respeito à imunidade musical prevista no art. 150, VI, “e” da Constituição. 
 
08. Resposta: D 
Princípio da Seletividade consiste num critério de variação de alíquotas em função da essencialidade 
dos produtos, aplicada a impostos sobre o consumo. A CF determina que o "IPI será seletivo" ao passo 
que "o ICMS poderá ser seletivo" 
 
09. Resposta: A 
Prevê o art. 150, II, da CF/88, que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida 
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Deste modo, é incorreta a afirmativa “A”. 
 
10. Resposta: B 
É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens 
e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Eis o teor do art. 152, da Lei 
Maior pátria. 
 
11. Resposta: A 
Conforme o disposto no art. 153, §4º, III, da CF/88, existe a possibilidade do Município optar por 
fiscalizar e cobrar o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), tendo direito à totalidade da 
arrecadação deste, mesmo este tributo sendo de competência da União. 
 
12. Resposta: A 
O art. 154, em seu inciso I, exige a utilização de lei complementar para a instituição dos chamados 
impostos residuais, contudo, no que reporta aos impostos extraordinários (II) não há nenhuma exigência,logo, pode a União valer-se de lei ordinária para institui-los. 
 
13. Resposta: E 
Está correra a alternativa “E”, uma vez que ao Estado compete instituir e cobrar imposto sobre doação 
de quaisquer bens ou direitos (art. 155, I, CF). 
 
14. Resposta: A 
De acordo com a literalidade do art. 158, I, da CF/88, pertence aos Municípios o produto da 
arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, 
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem 
e mantiverem. 
 
15. Resposta: D 
Considerando o disposto no art. 158, III, da CF/88, pertencem aos Municípios cinquenta por cento do 
produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados 
em seus territórios. 
 
16. Resposta: C. 
(A) Arts. 1º e 2º, CTN. (B) Pode se falar em vulnerabilidade, porém não em inferioridade; arts. 5º e 150, 
CF. (C) Art. 3º, CTN; (D) Arts. 150 a 152, CF. 
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17. Resposta: B. 
(A) Incorreta – art. 150, I, CF. (B) Correta – ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária, p. 68. 
(C) Incorreta – art. 4º, II, CTN. (D) Incorreta – art. 149, § 1º, CF. 
 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador. Assim, quando o sujeito realiza o 
comportamento descrito na lei como fato gerador de um tributo, surge entre ele e o Estado um vínculo 
jurídico subjetivo que é chamado de obrigação tributária. A obrigação tributária pode ser principal ou 
acessória, de acordo com o CTN: 
A obrigação principal é aquela que envolve um pagamento em dinheiro, por isso surge com o fato 
gerador. É a chamada obrigação de dar. 
Já a obrigação acessória pode ser traduzida como a obrigação de fazer, não fazer ou tolerar que se 
faça. Ex.: escriturar livros, não adquirir bens de pessoas jurídicas sem cadastro junto ao Fisco, tolerar a 
fiscalização. 
Ambas as obrigações decorrem da lei, não sendo necessária a vontade do sujeito. Logo, se eu compro 
uma casa em zona urbana, realizo o fato gerador do IPTU, portanto, surge a obrigação de pagar o referido 
tributo (obrigação principal). 
Diferentemente do Direito Civil a obrigação acessória NÃO segue a principal. Verdadeiramente elas 
não guardam relação entre si, podendo uma existir sem a outra. 
Embora o § 3º use a expressão “converte-se”, o descumprimento de uma obrigação acessória faz 
nascer uma obrigação principal. Assim, caso os livros não sejam escriturados o sujeito será multado. A 
multa é uma penalidade pecuniária, portanto, uma obrigação principal. 
Não há relação, uma não segue a outra, mas, o descumprimento da obrigação acessória faz nascer 
uma obrigação principal. 
Os dispositivos sobre o tema está no artigo 113,§1, §2 e §3 do CTN: 
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas 
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Recife-PE – Analista de Gestão Contábil - FCC/2019) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, a obrigação tributária principal é 
(A) aquela cujo cumprimento o fisco deve exigir em primeiro lugar, sob pena de ocorrência de 
responsabilidade funcional administrativa. 
(B) a obrigação acessória cujo cumprimento antecede ao de todas as demais, dentro de determinado 
período, e no mesmo exercício financeiro. 
(C) aquela que surge com a ocorrência do fato gerador e que tem por objeto o pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária. 
(D) a mais importante de todas as obrigações acessórias, embora seu adimplemento não precise 
ocorrer, necessariamente, antes do adimplemento das obrigações primárias. 
(E) aquela cujo cumprimento o fisco deve exigir em primeiro lugar, sob pena de ocorrência de crime 
funcional. 
 
02. (TJ/RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros - IESES/2017) No que tange a obrigação 
tributária é correto afirmar: 
I. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
Obrigação Tributária. Crédito Tributário - artigos 113 a 193 do Código Tributário 
Nacional. 
 
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II. A obrigação principal decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
III. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
IV. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
 
A sequência correta é: 
(A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
(B) Apenas a assertiva IV está correta. 
(C) Apenas as assertivas I, III, IV estão corretas. 
(D) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
 
03. (Prefeitura de Penalva/MA - Procurador Municipal - IMA/2017) Acerca da obrigação tributária, 
é CORRETO afirmar que: 
(A) É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo 
própria de determinado imposto, desde que haja integral identidade entre uma base e outra. 
(B) A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
(C) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos, nos casos previstos em lei. 
(D) A obrigação principal decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
04. (TCM/GO – Procurador do Ministério Público de Contas – FCC) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, a obrigação tributária 
(A) secundária não tem existência independentemente da obrigação tributária primária. 
(B) secundária, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação essencial de pagar 
penalidade pecuniária 
(C) acessória tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade. 
(D) acessória decorre necessariamente de decreto. 
(E) acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas na legislação tributária. 
 
Gabarito 
 
01.C/ 02.D / 03.B / 04.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
De acordo com o Código Tributário Nacional, art. 113, §1 “A obrigação principal surge com a 
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e 
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”. 
 
02. Resposta: D 
A assertiva II está incorreta, porque apresenta a definição de “obrigação acessória”, mas cita como 
sendo de “obrigação principal”. E a assertiva IV, faz o inverso, apresenta a definição de “obrigação 
principal”, contudo cita como sendo de “obrigação acessória”. 
 
03. Resposta: B 
Dispõe o art. 113, §3º, do CTN que: “A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, 
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”. 
 
04. Resposta: E 
A obrigação acessória é aquela que derivada de lei, impõe ao sujeito passivo a obrigação de fazer, 
não fazer ou tolerar que se faça. A alternativa correta transcreve o disposto no art. 113, § 2º do CTN. 
 
 
 
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Conceito 
 
A expressão Fato Gerador é empregada em dois sentidos: 
1 - Fato gerador abstrato ou hipótese de incidência não realizada compreende a previsãolegal, 
geral e abstrata de uma situação que, se vier a ocorrer no mundo dos fatos, fará nascer a obrigação 
tributária; e 
2 - Fato gerador concreto ou hipótese de incidência realizada que ocorre quando o sujeito realiza 
o comportamento descrito na norma tributária. 
Ex.: Comprar imóvel. 
 
O fato gerador da obrigação principal difere do fato gerador da obrigação acessória, leia-se as normas 
do CTN (Código Tributário Nacional) a esse respeito: 
 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente 
à sua ocorrência. 
 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
De acordo com o CTN não é relevante a validade jurídica dos atos praticados, os efeitos dos fatos, 
bem como a vontade dos agentes. 
Dito de outra forma, não importa a vontade do agente (por isso ele não precisa ser capaz), a forma 
como o ato foi praticado, a licitude do objeto ou sua impossibilidade. Para o Direito Civil os atos praticados 
sem observar esses quesitos são nulos ou anuláveis, mas, para o Direito Tributário não importa. Realizou-
se o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Veja-se: 
 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, 
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
Classificação 
 
O fato gerador doutrinariamente pode ser classificado em: 
a) Fato Gerador Instantâneo: é aquele que ocorre em um momento determinado. Ex.: ICMS, a cada 
saída de mercadoria, realiza-se o fato gerador; 
b) Fato Gerador Periódico: realiza-se ao longo de um determinado período de tempo. Ex.: Imposto 
de Renda, em que se considera toda a disponibilidade econômica obtida pelo sujeito no período de 01 de 
janeiro a 31 de dezembro; 
c) Fato Gerador Continuado: há o prolongamento no tempo da situação que faz nascer a obrigação 
tributária, porém, a lei fixa um momento específico para sua ocorrência. Ex.: IPVA, a propriedade se 
prolonga no tempo por isso, a lei fixa uma data para que se considere ocorrido o fato gerador. 
 
O CTN também classifica: 
 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os 
seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em 
lei ordinária. 
 
FATO GERADOR 
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A situação jurídica será definida no momento em que ocorrer o fato gerador da obrigação tributária. 
De acordo com o artigo 116 do CTN, o fato gerador quando envolve uma situação jurídica que se 
aperfeiçoa, ou seja, quando estão presentes os seus requisitos legais, se trata de tributo que está 
vinculado a realização de um negócio jurídico, concretizando-se assim que tal negócio for formalizado. 
 Quando envolver uma situação de fato, sua concretização se dará a partir da verificação de 
circunstâncias materiais que proporcionem a produção de seus efeitos. 
Assim, o artigo 116 do CTN, estabelece, de forma supletiva, o momento em que se tem por ocorrido o 
fato gerador. Normalmente, a própria lei definidora do fato gerador fixa esse momento, de sorte que o 
dispositivo sob comento só terá aplicação nas hipóteses de ausência de norma em sentido contrário do 
mencionado nos dois incisos. O Código ao regular a matéria distingue dois tipos de situações: a situação 
de fato e a situação jurídica, ambas geradoras de obrigação tributária. 
A norma do parágrafo único do artigo 116 do CTN, é chamada de norma geral antielisão, pois busca 
evitar que o sujeito pratique atos para fugir da obrigação tributária. 
Porém o correto seria chamar antielusão, porquanto a elisão não é prática incorreta, pelo contrário, 
ela decorre do planejamento tributário e ocorre quando o sujeito opta por uma menor tributação dentro 
dos limites legais. 
Ex.: a lei diz que determinadas empresas podem optar pelo SIMPLES. Imagine que determinada 
empresa, após estudo de viabilidade, verifique que optar pelo SIMPLES seja a melhor opção. Ela estará 
tendo uma atitude elisiva posto que está lançando mão de meios legais para sofre menor incidência da 
carga tributária. 
Já a evasão fiscal é prática defesa no ordenamento jurídico pois, corresponde à utilização de meios 
escusos para fugir à tributação. 
Ex.: qualquer tipo de sonegação fiscal. 
Por sua vez, a elusão ocorre quando há o chamado abuso das formas, ou seja, o sujeito utiliza-se de 
meios lícitos para fugir da tributação, porém, abusa desses meios ao atuar com dolo, fraude ou simulação. 
Ex.: A transferência de bens imóveis está sujeita ao ITBI (imposto sobre transmissão de bens imóveis), 
contudo, a CF previu imunidade quando essa transferência ocorre por meio de integralização de capitais. 
Assim, todo aquele que transferir um imóvel para uma sociedade, da qual faça parte, com vistas a 
integralizá-lo ao patrimônio da empresa, estará imune. 
Agora imagine a seguinte situação: João quer comprar a casa de Maria e ambos não pretendem pagar 
o ITBI, portanto, eles constituem uma empresa em sociedade e, no contrato social fica estipulado que o 
capital social da empresa será de R$ 200.000,00, sendo que João integralizará R$ 100.000,00 em 
dinheiro e Maria integralizará a casa no valor de R$ 100.000,00. Ao transferir a casa para a propriedade 
da empresa há a imunidade, portanto, não existe incidência do tributo em questão, porém poucos meses 
depois, ambos dissolvem a sociedade e nesse momento fica acertado que João ficará com a casa e Maria 
com o dinheiro. A transferência da propriedade da casa da empresa para João também é situação imune, 
portanto, novamente não há dever de pagar o tributo. Ocorre que, o comportamento de João e Maria 
constitui elusão fiscal, ou seja, embora o meio utilizado seja lícito, eles o utilizaram com simulação. 
Simularam uma situação para mascarar a verdadeira (compra e venda de imóvel). 
Nesses casos, o Fisco pode desconsiderar os atos jurídicos, ou seja, pode o Fisco cobrar o ITBI como 
se a empresa nunca houvesse existido. 
 
Como se sabe há negócios jurídicos condicionais, ou seja, que somente se reputarão perfeitamente 
acabados após cumprida determinada condição. 
As condições podem ser suspensivas ou resolutivas. As condições suspensivas são aquelas que 
devem estar presentes para que o negócio jurídico surta efeito. Ex.: pai diz ao filho que lhe dará um carro, 
se ele for aprovado no concurso público. A aprovação é condição suspensiva, haja vista que o negócio 
jurídico (doação do carro) somente ocorrerá quando essa se realizar. 
As condições resolutivas são aquelas que encerram o negócio jurídico, assim ele é eficaz até sua 
ocorrência. Ex.: pai doa apartamento ao filho com a condição que ele não se case. Assim, ao se casar, a 
doação é encerrada. Logo, o cumprimento da condição faz com que o negócio jurídico se encerre. 
Nesses casos o CTN regulamenta a ocorrência do fato gerador, veja-se: 
 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos 
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momentoda prática do ato ou da celebração do negócio. 
 
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Assim, se o fato definido como gerador de um tributo for uma situação jurídica com condição 
suspensiva, só haverá a realização do fato quando essa condição for implementada. No exemplo 
acima só estará realizado o fato gerador com a efetiva doação, ou seja, depois da aprovação no concurso 
público. 
Se o fato gerador for uma situação jurídica com condição resolutória, desde o início, ou seja 
desde a prática do ato, o fato gerador ocorrerá, porém, com o cumprimento da condição, a situação 
jurídica é extinta e, consequentemente a relação tributária também. No exemplo anterior, o casamento é 
condição resolutória, então, uma vez realizado, encerra também a relação tributária. 
 
Questões 
 
01. (SEAD/AP – Analista Jurídico – FCC/2018) Sobre o fato gerador da obrigação principal, conforme 
determina o Código Tributário Nacional 
(A) a previsão legal e a atividade administrativa respectiva são condições imprescindíveis à sua 
ocorrência. 
(B) trata-se de situação de fato legalmente qualificada e assim reconhecida por ato administrativo. 
(C) sua ocorrência depende, em qualquer caso, de fato jurídico único e instantâneo. 
(D) sua ocorrência não depende de lei, mas da declaração do contribuinte. 
(E) trata-se de situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
 
02. (Prefeitura de Alumínio/SP - Procurador Jurídico - VUNESP) Estabelece o Código Tributário 
Nacional (CTN) que 
(A) o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. 
(B) o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe o pagamento de tributo ou penalidade cabível. 
(C) salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
(D) salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável. 
(E) a autoridade administrativa não poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
03. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) O fato gerador da 
obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Sobre o 
fato gerador disciplinado no Código Tributário Nacional, analise as afirmações que seguem: 
I. Inclui-se na interpretação da definição legal do fato gerador a validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto ou dos 
seus efeitos. 
II. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
III. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
IV. Tratando-se de situação de fato, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
 
Está correto o que se afirma em: 
(A) I e II, apenas. 
(B) II e III, apenas. 
(C) II, III e IV, apenas. 
(D) I, II, III e IV. 
 
 
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04. (Curitiba/PR – Procurador – PUC/PR) A expressão “fato gerador” é criticada por vários segmentos 
da doutrina em razão de que: 
(A) não importa, para a análise das obrigações tributárias, a investigação sobre os fatos que deram 
origem a elas. 
(B) o fato concreto, legalmente descrito, quando ocorrido, nenhum efeito gera. 
(C) as situações concretas relevantes para o Direito Tributário não são os fatos jurídicos, e sim os atos 
jurídicos. 
(D) alude, ao mesmo tempo, à previsão abstrata da norma e à situação concreta a que ela se refere. 
(E) a obrigação tributária principal não nasce, segundo o CTN, com a ocorrência do fato gerador. 
 
05. Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento 
(A) em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que 
normalmente lhe são próprios, tratando-se de situação jurídica. 
(B) do implemento da condição, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição resolutiva. 
(C) da prática do ato ou celebração do negócio, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição 
suspensiva. 
(D) em que esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável, tratando-se de situação 
de fato. 
(E) em que se verifique as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que 
normalmente lhe são próprios, tratando-se de situação de fato. 
 
06. No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que: 
(A) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na Constituição como indicativa da 
possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência 
para fazê-lo. 
(B) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
(C) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática 
ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal. 
(D) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos da legislação de regência. 
(E) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
07. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - FUNDATEC) De acordo com o CTN, 
assinale a alternativa correta: 
(A) O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária à sua 
ocorrência. 
(B) O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática ou a abstenção de ato que configure obrigação principal. 
(C) Considera-se ocorrido o fato gerador, mas não existentes os seus efeitos, tratando-se de situação 
de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que se produza 
os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
(D) Considera-se ocorrido o fato gerador, mas não existentes os seus efeitos, tratando-se de situação 
jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
(E) O negócio jurídico com condição suspensiva, reputa-se perfeito e acabado desde o momento de 
seu implemento. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.A / 03.C / 04.D / 05.E / 06.E / 07.E 
 
 
 
 
 
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Comentários 
 
01. Resposta: E 
Art. 114, do CTN.Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
 
02. Resposta: A 
Art. 114, do CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
 
03. Resposta: C 
Somente a afirmativa I está incorreta, posto que nos termos do art. 118, I, do CTN, a definição legal do 
fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. 
 
04. Resposta: D. 
Art. 114, CTN; PAULSEN, Leandro. Direito tributário, p. 911-912. 
 
05. Resposta: E. 
CTN, Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
 
06. Resposta: E. 
CTN, Art. 116, Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos 
em lei ordinária. 
 
07. Resposta: E 
Nos termos do que prevê o artigo 117 do CTN: 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos 
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I - sendo suspensiva a condição, 
desde o momento de seu implemento; (...) 
Desta forma, a alternativa correta é a “E”, haja vista que se encontra de acordo com o previsto na 
norma tributária. 
 
 
 
Sujeição ativa 
 
O Sujeito Ativo da obrigação tributária é o ente competente para instituir o tributo, ou seja, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Conforme definição do Código Tributário Nacional (CTN) 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para 
exigir o seu cumprimento. 
 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir 
pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará 
até que entre em vigor a sua própria. 
 
Sujeição passiva 
 
O Sujeito Passivo da obrigação tributária é a pessoa obrigada ao cumprimento da obrigação principal 
e acessória, tais obrigações têm como objeto o dever de dar, ou seja, realizar o pagamento de 
determinado tributo ou penalidade pecuniária, fazer ou deixar de fazer. 
SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
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A obrigação tributária principal é aquela que está obrigado ao pagamento do tributo ou da penalidade, 
enquanto a obrigação acessória é a pessoa que está obrigada a fazer, não fazer ou tolerar. 
 
Assim, existem dois tipos de sujeitos passivos, a saber: 
a) Sujeito passivo direto: é o contribuinte, que possui relação pessoal e direta com o fator gerador (art. 
121, parágrafo único, I, do CTN). Exemplo: o proprietário do bem imóvel é contribuinte do IPTU; 
b) Sujeito passivo indireto: é o responsável, na condição de terceiro, escolhido por lei para o pagamento 
do tributo, sem que tenha relação com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, II, do CTN). Exemplos: 
os pais são os responsáveis tributários relativamente ao tributo devido pelo filho menor; o adquirente do 
bem imóvel (ou móvel) é o responsável tributário relativamente ao tributo devido pelo alienante; o 
administrador da sociedade é responsável tributário relativamente ao tributo devido pela pessoa jurídica. 
 
Com relação a responsabilidade tributária, com relação ao sujeito passivo, a doutrina estabelece os 
seguintes tipos: 
a) Responsabilidade por transferência: ocorre quando existe de forma legal o contribuinte, e a lei atribui 
a outro o dever do pagamento do tributo, tendo em vista eventos futuros ao surgimento da obrigação 
tributária. Exemplo: no caso de falecimento do proprietário de um imóvel urbano, devedor de IPTU, a 
responsabilidade passa a ser do espólio (art. 131, III, do CTN); 
b) Responsabilidade por substituição: ocorre quando a legislação situa uma pessoa qualquer como 
sujeito passivo no lugar do contribuinte, desde a ocorrência do fato gerador. Nesse caso, a lei afasta o 
contribuinte previamente, independentemente de eventos futuros. Exemplo: no recolhimento do IRRF, o 
empregado é o contribuinte, porém a fonte pagadora é responsável pelo recolhimento do tributo. 
 
Veja-se as regras do CTN a esse respeito: 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição 
expressa de lei. 
 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o 
seu objeto. 
 
Por fim, cabe ainda destacar o que diz o art. 123 do CTN, onde não permite que contratos particulares 
sejam utilizados perante o Fisco para a modificação do sujeito passivo: 
 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar 
a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 
 
Deste modo, o art. 123 reforça a regra de que somente a lei pode obrigar alguém ao pagamento do 
tributo, logo, acordos entre as partes não tem efeito para o Fisco. Imagine que em um contrato de locação, 
o locatário fique obrigado ao pagamento do IPTU e não o faça. O Fisco irá notificar o locador, haja vista 
ser esse o sujeito passivo da relação obrigacional tributária e, ele não poderá apresentar o contrato de 
locação para se eximir da responsabilidade. Pode somente executá-lo na via cível. 
 
Solidariedade 
A solidariedade tem contornos próprios no Direito Tributário. Difere da solidariedade do Direito Civil 
pois aqui somente cabe a solidariedade passiva e não existe a figura da solidariedade consensual, logo 
somente a lei pode determiná-la. 
Há dois casos de solidariedade previstas no CTN, abaixo: 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
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Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
 
O primeiro caso é a chamada solidariedade natural e não precisa de lei específica para sua ocorrência. 
Ex.: João e José são proprietários de uma casa, logo, ambos são devedores solidários do IPTU, 
porquanto possuem interesse comum na situação que constitui o fato gerador. 
Já no segundo caso a lei determina quem será solidário independente de esse ter ou não interesse 
comum na situação que constitui o fato gerador. 
Ex.: Os casos do art.134 do próprio CTN são exemplos dessa solidariedade. 
 
Os efeitos da solidariedade vêm descritos no art. 125 do CTN: 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a 
um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos 
demais. 
 
Alguns benefícios fiscais podem ser concedidosde forma subjetiva, ou seja, considerando as 
características pessoais do sujeito. Nessa hipótese, a pessoa para se beneficiar deve comprovar 
satisfazer tais condições. É o que acontece, por exemplo, com as isenções para as pessoas portadoras 
de necessidades especiais. 
Se tratando de efeito de solidariedade, se a isenção (dispensa legal do pagamento) ou a remissão 
(perdão) forem concedidas objetivamente, beneficia a todos os devedores solidários, porém se forem 
concedidas de forma subjetiva, somente beneficiará aquele devedor que comprovar o cumprimento dos 
requisitos legais. 
Sendo um dos devedores solidários beneficiado pela isenção ou pela remissão, a obrigação tributária 
subsistirá em relação aos demais, porém deve-se descontar a parte do isento ou remido. 
 
Capacidade tributária 
Capacidade Tributária é a aptidão para realizar o fato gerador e ocupar o polo passivo da relação 
jurídico-tributária. Não guarda relação com a capacidade civil, sendo bem mais ampla, veja-se a norma 
do CTN a respeito: 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de 
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
 
Vê-se que, para o Direito Tributário não importa a idade da pessoa, nem sua condição mental ou 
regularidade jurídica, realizando o fato gerador, a pessoa física ou jurídica torna-se sujeito passivo da 
obrigação tributária. 
É por isso que uma criança, uma empresa juridicamente irregular e até mesmo as pessoas com 
doenças mentais podem ser sujeitos passivos da obrigação tributária. 
 
Domicílio tributário 
Domicílio Tributário é o local para onde o Fisco envia suas notificações, determina a repartição 
competente para o recolhimento do tributo e onde a pessoa será juridicamente demandada. 
O CTN traça as regras no art. 127, leia-se: 
 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o 
centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
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III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou 
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
A regra é que o contribuinte eleja seu domicílio tributário, caso não o faça aplicam-se as regras dos 
incisos acima. 
Não sendo possível a aplicação dessas regras ou sendo o domicílio eleito recusado pela autoridade 
administrativa, aplica-se a regra do § 1º. 
Assim: 
a) se o sujeito elegeu seu domicílio e esse não foi recusado: esse será seu domicílio. 
b) em não havendo eleição: aplica-se as regras dos incisos do art. 127; 
c) se as regras dos incisos não forem suficientes ou se a autoridade administrativa recusar o domicílio 
eleito: aplica-se o § 1°. 
 
Algumas observações importantes: 
 
1) O domicílio tributário serve para determinar a competência das unidades administrativas a que estão 
juridicamente vinculados os sujeitos passivos. É comum uma mesma pessoa física ou jurídica ter diversos 
domicílios tributários, conforme o tributo. Assim, se eu tiver imóveis urbanos em dois municípios 
diferentes, cada um desses municípios será meu domicílio tributário relativamente ao IPTU incidente 
sobre o imóvel nele situado. Se uma pessoa jurídica tiver estabelecimentos em estados distintos, os 
domicílios de cada estabelecimento serão, também, distintos. 
2) O CTN estabelece como regra geral a escolha do domicílio pelo sujeito passivo. 
3) Na hipótese de o sujeito passivo não escolher domicílio tributário, serão aplicadas as regras dos 
incisos do art. 127 do Código. 
4) Se não for possível aplicar as regras dos incisos do art. 127 do Código, então, será domicílio o lugar 
da situação dos bens (se o tributo incidir sobre um bem) ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram 
origem à obrigação (se o tributo incidir sobre um ato ou uma operação). 
5) Embora o CTN estabeleça como regra a faculdade de escolha do domicílio tributário pelo sujeito 
passivo, o § 2º do art. 127 prevê a recusa, pela Administração, do domicílio escolhido, caso este 
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. O ato administrativo de recusa 
terá que ser motivado, demonstrando por escrito as razões pelas quais a Administração terá 
dificuldade ou ficará impossibilitada de arrecadar ou fiscalizar o tributo. 
6) Ocorrendo a recusa, incidirão as regras dos incisos do art. 127, e, se estas não puderem ser 
aplicadas, observar-se-á a regra estabelecida no § 1º do art. 127. 
7) Não obstante o CTN estabeleça como regra geral a possibilidade de escolha do domicílio tributário 
pelo sujeito passivo, há casos em que a lei restringe ou suprime essa liberdade de escolha. É interessante 
que essa restrição ou vedação não está autorizada no texto do CTN, mas tem sido adotada sem que a 
doutrina ou o Judiciário oponham qualquer objeção. 
É comum, por exemplo, a legislação do ICMS, para efeito desse imposto, determinar domicílio fiscal 
obrigatório para os estabelecimentos, sem que o contribuinte possa escolher outro. Um exemplo 
marcante, na esfera federal, encontra-se na lei do ITR (Lei nº. 9.393/1996). O parágrafo único do art. 4º 
dessa lei determina, expressamente: “o domicílio tributário do contribuinte é o município de localização 
do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro”. Apesar disso, em questões de concurso, devemos sempre 
marcar como verdadeira a afirmativa de que o CTN estabelece como regra a escolha do domicílio 
tributário pelo sujeito passivo. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Lages/SC - Auditor Fiscal Tributário - FEPESE/2016) É(São) Sujeito(s) ativo(s) 
da obrigação tributária: 
(A) aqueles que devem pagar o tributo, podendo ser contribuinte ou responsável. 
(B) os contribuintes visto que são os devedores diretos que têm relação pessoal e direta com o fato 
gerador (art. 121, I, CTN). 
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(C) qualquer empresa ou cidadão que deve ao ente público e consequentemente deve ser considerado 
como um ativo. 
(D) o responsável que é o devedor indireto que, embora não sendo contribuinte, deve responder pela 
obrigação tributária, por força de lei (art. 121, II, CTN). 
(E) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os quais detêm a competência tributária, 
podendo legislar sobre tributos e exigi-los, dentro de suas respectivas esferas. 
 
02. (PC/DF – Delegado de Polícia – FUNIVERSA) Em relação à obrigação tributária, assinale a 
alternativa correta. 
(A) É pessoalmente responsável o tabelião pelos tributos devidos em relação aos atos praticados por 
ele no exercício de sua função. 
(B) O sucessor responde solidariamente pelo crédito tributário decorrente de tributo devido pelo de 
cujus. 
(C) Se o locador e o locatário de determinado imóvel convencionarem contratualmente que a 
responsabilidade pelo pagamento do imposto predial e territorial urbano (IPTU) ficará a cargo do locatário,tal convenção particular poderá ser oposta à fazenda pública caso se pretenda posteriormente cobrar o 
referido imposto do locador do imóvel. 
(D) Diz-se responsável o sujeito passivo da obrigação tributária principal quando este tenha relação 
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
(E) Sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência 
para exigir o cumprimento da obrigação. 
 
03. A capacidade tributária ativa 
(A) pressupõe que somente o titular da competência tributária possui capacidade tributária. 
(B) não pode ser delegada ou deixar de ser exercida, sob pena de caracterizar renúncia de receita. 
(C) pode ser delegada por lei, desde que o produto da arrecadação permaneça com o ente delegante. 
(D) admite sub-rogação de direitos tributários no caso de cisão de pessoas políticas por 
desmembramento territorial. 
(E) para instituir tributo exclui as pessoas jurídicas de direito privado. 
 
04. (TRF 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - CONSULPLAN/2017) Quanto ao sujeito passivo tributário 
e suas características, pode-se afirmar que responsável tributário é 
(A) pessoa jurídica que tem relação pessoal e direta com a situação que constitui o fato gerador do 
tributo. 
(B) terceiro a quem a lei atribui o dever de pagar o tributo, por motivos de facilidade de cobrança e de 
fiscalização do recolhimento. 
(C) pessoa física ou jurídica que, em decorrência do fenômeno da repercussão, fica obrigada a quitar 
o tributo. 
(D) pessoa física ou jurídica obrigada por lei ao cumprimento da prestação tributária principal, por ter 
com esta relação direta e pessoal. 
 
05. (TCM/GO – Procurador do Ministério Público de Contas – FCC) De acordo com o Código 
Tributário Nacional, no que se refere à sujeição passiva de obrigação tributária, pode-se asseverar que 
 (A) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos que tenham interesse comum na situação que 
constitua o fato gerador da obrigação principal. 
 (B) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação direta ou indireta 
com a situação que constitua o respectivo fato gerador. 
 (C) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos expressamente designados pela legislação 
tributária 
 (D) sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de penalidade 
pecuniária. 
 (E) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, revestindo ou não a condição 
de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da legislação tributária. 
 
06. (CREA/SP - Analista Advogado - Nosso Rumo/2017) A capacidade tributária passiva independe 
I. da capacidade civil das pessoas naturais. 
II. de estar a pessoa jurídica sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de 
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios. 
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III. de estar a pessoa física regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica 
ou profissional. 
 
É correto o que está contido em 
(A) I e III, apenas. 
(B) II, apenas. 
(C) III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, apenas. 
 
07. (TJ/RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros - IESES/2017) Sobre o sujeito passivo da 
obrigação tributária, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A capacidade tributária passiva possui como condição a existência de capacidade civil do sujeito, 
nos termos da legislação civil. 
(B) A capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, 
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. 
(C) Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária. 
(D) Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu 
objeto. 
 
08. (Prefeitura de Campinas/SP - Procurador - FCC/2016) É correto afirmar que a regra vigente no 
Direito Tributário brasileiro é a do domicílio 
(A) de eleição ou legal dependendo do tributo, ou seja, para taxas e contribuições é o domicílio legal 
da ocorrência do fato gerador e para impostos é o domicílio eleito pelo sujeito passivo. 
(B) legal, que, para pessoa natural, é o lugar onde estabelece sua residência com ânimo definitivo. 
(C) legal, ou seja, aquele definido em lei como sendo o lugar do fato gerador. 
(D) de eleição, salvo se este domicílio impossibilitar ou dificultar a arrecadação ou fiscalização do 
tributo, hipótese em que será o local da situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador. 
(E) de eleição, salvo se houver dificuldade do Fisco para fiscalizar ou arrecadar os tributos, hipótese 
em que será aplicado como domicílio tributário o domicílio civil. 
 
09. De regra, o contribuinte tem domicílio fiscal ou tributário: 
(A) no local que estabelecer residência com vontade definitiva ou, caso tenha diversas residências, 
naquela que fique a maior parte do tempo; 
(B) onde é sua residência habitual; 
(C) no lugar onde eleger, desde que não recusado pela autoridade administrativa; 
(D) no lugar da situação de seus bens; 
(E) onde a autoridade administrativa indicar, quando se tratar de pessoa jurídica de direito privado. 
 
10. No que diz respeito ao chamado domicílio tributário, é correto afirmar que 
(A) é coincidente, em qualquer hipótese, com o domicílio civil, previsto no Código Civil brasileiro de 
2002. 
(B) em casos específicos, pode o domicílio tributário ser aquele da situação dos bens ou da ocorrência 
dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
(C) no caso do contribuinte pessoa física, é sempre coincidente com a sua residência. 
(D) não apresenta qualquer distinção na sua fixação no que diz respeito ao caso dos contribuintes 
pessoas jurídicas, sejam estas de direito privado de direito público. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.E / 03.D / 04.B / 05.A / 06.E / 07.A / 08.D / 09. C/ 10.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Nos termos do art. 119, do CTN: “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, 
titular da competência para exigir o seu cumprimento”. 
 
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02. Resposta: E 
O sujeito ativo é a pessoa que tem o poder constitucional de instituir o tributo, ou seja, é o ente 
competente para exigir o cumprimento da obrigação principal. 
 
03. Resposta: D. 
A capacidade tributária ativa é indelegável. Entretanto, no caso de cisão (junção) de pessoas políticas 
a capacidade ativa será sub-rogada. É o que dispõe o art. 120 do CTN 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir 
pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará 
até que entre em vigor a sua própria. 
 
04. Resposta: B 
É o que disciplina o art. 121 do CTN: 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I – contribuinte (pessoas naturais e jurídicas), quando tenha relação pessoal e direta com a situação 
que constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição 
expressa de lei. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa correta transcreve o disposto no art. 124, I do Código Tributário Nacional 
 
06. Resposta: E 
As afirmativas II e III, estão incorretas, tendo em vista que substituem onde deveria constar o termo 
“pessoa natural” por “pessoa jurídica” e onde deveria constar “pessoa jurídica” por “pessoa física”, 
contrariando o que prevê o art. 126 do CTN. 
 
07. Resposta: A 
Ensina o art. 126 do CTN, que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil do sujeito 
da obrigação tributária. 
 
08. Resposta: D 
A regra vigente no direito tributáriobrasileiro é a do domicílio de eleição (art. 127 do CTN). Somente 
quando não couber a aplicação das regras fixadas para a eleição do domicílio, considerar-se-á 
excepcionalmente como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens 
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação (art. 127, §1º, do CTN). 
 
09. Resposta: C. 
CTN, Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma 
da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o 
centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou 
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
10. Resposta: B. 
CTN, Art. 127, § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste 
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos 
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
 
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A responsabilidade tributária é a obrigação legal, assumida pelo sujeito passivo da relação jurídico-
tributária, não diretamente beneficiado pelo ato praticado, perante o fisco, de pagar o tributo ou a 
penalidade pecuniária. 
O polo passivo da obrigação tributária é composto pelo contribuinte ou pelo responsável. 
O Contribuinte é a pessoa que possui relação direta e pessoal com o fato gerador, ou seja, que o 
realiza. Já o responsável é aquele que, sem revestir a condição de contribuinte, vale dizer, sem ter relação 
pessoal e direta com o fato gerador respectivo, tem seu vínculo com a obrigação decorrente de dispositivo 
expresso em lei. 
Assim, a lei pode, ao atribuir a alguém a responsabilidade tributária, liberar o contribuinte; mas pode 
também atribuir apenas supletiva, isto é, sem liberar o contribuinte; e tanto pode ser total, como poder ser 
apenas parcial. Portanto, para haver responsabilidade tributária é preciso dois requisitos: lei e vinculação 
com o fato gerador. 
O art. 128 do CTN traça as regras gerais sobre responsabilidade tributária: 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva 
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do 
cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
Modalidades de Responsabilidade 
 
A doutrina classifica a responsabilidade tributária em: por substituição e por transferência. Essa última 
é subdividida em: por sucessão (arts. 130 a 133, CTN), por solidariedade (art. 124, CTN) e de terceiros 
(art. 134, CTN). 
O CTN divide as hipóteses de responsabilidade em: responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 
133), responsabilidade de terceiros (arts. 133 e 134) e responsabilidade por infrações (arts 136 a 138). 
 
Passemos ao estudo de cada modalidade: 
 
Responsabilidade por Transferência A obrigação tributária nasce com um determinado devedor no 
polo passivo mas, a ocorrência de fato determinado por lei faz com que haja a transferência da sujeição 
passiva. Ex: Imagine que um proprietário de imóvel venha a falecer. A sujeição passiva do IPTU será 
transferida para o espólio. 
 
Responsabilidade por Substituição Nesse caso não há mudança na sujeição passiva posto que a 
lei, desde o início determina que a sujeição passiva recaia sobre pessoa diferente do contribuinte. Ex: 
fonte pagadora. 
A substituição tributária pode ser regressiva quando as pessoas que ocupam posições anteriores nas 
cadeias de produção e circulação são substituídas por aquelas que ocupam posições posteriores, ou 
progressiva, hipótese em que as pessoas que ocupam posições posteriores nessas cadeias são 
substituídas por pessoas que ocupam posições anteriores. 
 
Responsabilidade por Sucessão O art. 129 do CTN define regra quanto ao marco temporal da 
transferência da responsabilidade: 
 
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente 
constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente 
aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. 
 
Percebe-se que o marco é a data da ocorrência dos eventos que a lei definiu como aptos a gerar a 
sucessão. 
A responsabilidade do sucessor é modalidade da responsabilidade por transferência. 
 
Responsabilidade do adquirente de bens imóveis: está disciplinada no art. 130, CTN: 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
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Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio 
útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes 
a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo 
quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo 
preço. 
 
Por esse dispositivo o adquirente sucede ao alienante no polo passivo da obrigação tributária, portanto, 
é uma sub-rogação pessoal em que ocorrendo a mudança do sujeito passivo, o adquirente passa a ser 
responsável pelo montante devido. 
Somente não responderá pelos débitos anteriores quando houver no título de transferência de 
propriedade, prova da quitação dos tributos. 
Em se tratando de arrematação em hasta pública, a sub-rogação é real, posto que o valor pelo qual o 
bem é arrematado é que irá sub-rogar. 
 
Responsabilidade do adquirente de bens móveis: a responsabilidade é pessoal por força do 
disposto no art. 131, I, CTN: 
 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
Ocorre a remição quando o cônjuge, o ascendente ou o descendente, exercendo a ordem de 
preferência, resgata o bem que garante execução fiscal. 
Note-se que nesse dispositivo não há exceção quanto à responsabilidade, diferentemente do que 
ocorre com a responsabilidade do adquirente de bens imóveis. Assim, aquele que adquire bem imóvel e 
apresenta prova da quitação dos tributos anteriormente devidos, fica excluído da responsabilidade 
tributária, porém em se tratando de aquisição de bens móveis, o mesmo não ocorre. 
Logo, ainda que haja essa prova da quitação, por falta de previsão legal, a responsabilidade tributária 
ocorrerá, em que pese os reclames da doutrina. 
 
Responsabilidade na sucessão causa mortis: a sucessão tem início com a morte e termina com a 
partilha. Assim, a responsabilidade tributária será do espólio no período entre a abertura da sucessão e 
a conclusão do processo de inventário, porquanto, até a morte o falecido era contribuinte.O espólio também será contribuinte dos fatos geradores realizados no período compreendido entre 
a morte e a formalização da partilha. Após essa serão contribuintes os sucessores a qualquer título e o 
cônjuge meeiro. 
Logo, o espólio somente será pessoalmente responsável pelos tributos que o falecido devia até a data 
da abertura da sucessão. 
Caso o espólio não pague os tributos que deve, seja como responsável, seja como contribuinte, o 
sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro serão pessoalmente responsáveis, até o limite de seus 
respectivos quinhões, ou seja, até o limite daquilo que herdou. 
 
Sucessão empresarial: disciplina nos arts 132 e 133 do CTN: 
 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de 
outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito 
privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, 
ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo 
de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, 
sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
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II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses 
a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou 
profissão. 
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido 
ou em recuperação judicial; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido 
ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar 
a sucessão tributária. 
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva 
isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, 
contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos 
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
 
A sucessão empresarial gera a responsabilidade tributária por sucessão. A primeira regra sobre 
sucessão empresarial está contida no art. 132 do CTN, acima transcrito. Para entendermos a extensão 
desse dispositivo é preciso conhecer os institutos nele mencionados, vejamos: 
 
Fusão: ocorre a fusão quando duas ou mais empresas se unem para formar uma empresa nova. Foi 
o que aconteceu no ano 2000, quando a Brahma e a Antarctica se fundiram e formaram a Ambev. Até a 
data da fusão cada empresa era contribuinte dos tributos que haviam realizado o fato gerador. Com a 
fusão as empresas deixaram de existir, portanto, a nova empresa – Ambev – tornou-se responsável 
tributária dos tributos devidos por aquelas. Após a data da fusão, quem passou a realizar o fato gerador 
foi a nova empresa, portanto, ela passou a ser contribuinte desses. 
 
Incorporação: ocorre quando uma sociedade absorve a outra, assim a sociedade incorporada deixa 
de existir e a incorporadora fica responsável pelos tributos por aquela devidos até a data da incorporação. 
 
Transformação: ocorre quando há mudança no tipo societário, ex: uma empresa que é limitada 
(LTDA) passa a ser sociedade por ações (S.A.). Em tese, nesse caso não haveria que se falar em 
responsabilidade tributária, haja vista não ocorrer a extinção da pessoa jurídica, não haver a sucessão. 
Contudo, optou o CTN por incluir a transformação como hipótese de responsabilidade por sucessão. 
Seguindo esse raciocínio e utilizando o exemplo acima, a S.A. é responsável pelos tributos devidos pela 
LTDA até a data da transformação. 
 
Cisão: esse instituto está regulamentado na Lei nº 6.404/76 que em seu art. 229 a conceitua: 
 
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma 
ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se 
houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. 
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que absorver parcela do patrimônio da 
companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de 
cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida 
sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não 
relacionados. 
§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada 
pela assembleia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os 
números do artigo 224; a assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do 
patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembleia de constituição da nova companhia. 
 
O CTN não tratou da questão da responsabilidade em caso de cisão, fato que levanta inúmeras 
controvérsias. Há aqueles que defendam não ser possível a responsabilidade por falta de previsão legal, 
contudo, outros defendem a existência da responsabilidade fundamentando no § 1º do artigo supracitado 
e no art. 233 da mesma lei: 
 
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Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do 
seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida 
que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas 
obrigações da primeira anteriores à cisão. 
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas 
do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem 
transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor 
anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no 
prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos atos da cisão. 
 
Extinção da Pessoa Jurídica: de acordo com o parágrafo único do art. 132 aplicar-se-ão as regras 
da fusão, incorporação e transformação para os casos de extinção da pessoa jurídica, DESDE QUE sócio 
remanescente ou espólio continuem a explorar a mesma atividade, ainda que com outra razão social, 
por meio de firma individual ou até mesmo de forma irregular. 
 
Responsabilidade do Adquirente de Fundo de Comércio: o art. 133 acima transcrito determina que 
o adquirente de fundo de comércio ou de estabelecimento comercial, industrial ou profissional se torna 
responsável pelos tributos por esse devido QUANDO continuar a exploração, ainda que sob outra razão 
social, por meio de firma individual ou até mesmo de forma irregular. 
Perceba-se que nesse caso a empresa em si não é alienada, mas tão somente o fundo de comércio, 
a saber o conjunto de bens corpóreos ou incorpóreos. 
Nesse caso a responsabilidade poderáser: 
a) Integral: caso em que o alienante deixa de explorar comércio, indústria ou atividade; 
b) Subsidiária: quando o alienante prosseguir na exploração ou inicia-la em até seis meses contados 
da data da alienação. Nesse caso, o FISCO tentará cobrar os tributos do alienante e, somente não sendo 
possível, cobrará do adquirente. 
 
Responsabilidade de Terceiros: O CTN trata dessa temática em dois dispositivos que diferenciam-
se pelo tipo de atuação do terceiro. No art. 134 a atuação foi regular, ou seja, sem afronta à lei, ao contrato 
social ou aos estatutos, já no art. 135 a atuação foi irregular. Veja-se: 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que 
forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
 
Responsabilidade por Infrações: A responsabilidade por infrações em Direito Tributário independe 
da intenção do agente, é o que se chama de responsabilidade objetiva, porém, em alguns casos o dolo 
serve como agravador da punição. 
Frise-se: a responsabilidade objetiva é a regra, contudo, é possível que a lei imponha a 
responsabilidade subjetiva, basta que isso fique expresso. 
O termo responsável deve ser entendido em sentido amplo, visto que a pessoa responsável pela 
infração é aquela que a cometeu e que, portanto, deve sofrer a punição. 
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A penalidade mais comum em Direito Tributário é a multa mas, nos casos de alguns tributos como o 
imposto de importação e o imposto de exportação, é possível a aplicação da pena de perdimento e a 
proibição de gozo de regimes especiais de tributação. 
Como se trata de infração aplica-se o princípio do “in dubio pro reo”, ou seja, em caso de dúvida sobre 
a caracterização ou não da sonegação, da fraude ou do conluio, o contribuinte deve ser punido com a 
multa mais amena. 
A regra básica é que as consequências do ato ilícito sejam suportadas por aquele que o praticou, logo, 
em regra, a punição deve atingir direta e exclusivamente a pessoa física ou jurídica que violou o 
ordenamento jurídico. 
Contudo, o art. 137 do CTN traz hipóteses que o agente que praticou o ato em nome da pessoa jurídica, 
seja responsabilizado. Assim, a pessoa jurídica ocupará o polo passivo na qualidade de contribuinte do 
tributo e não de responsável pelo ilícito. 
O inciso I do referido artigo trata dos crimes e contravenções, portanto, das infrações de ordem 
criminal. Assim, todo aquele que cometer um crime tributário será pessoalmente responsável, a não ser 
que tenha agido no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. 
Já o inciso II cuida das infrações administrativas que tenha o dolo como elementar, ou seja, são as 
infrações em que exige-se do sujeito passivo uma intenção específica, ex: “obter vantagem para si”. 
Por fim, o inciso III trata das infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico de 
determinadas pessoas contra aquelas em nome das quais praticam esses atos. Isso ocorre quando, tendo 
uma pessoa o dever de zelar por outra, não o faz e, pior, procura prejudica-la ao praticar um ilícito. 
Eis a regra do art. 136 do CTN: 
 
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária 
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do 
ato. 
 
O art. 137 trata da responsabilidade pessoal do agente. A regra é que aquele que cometeu o ato ilícito 
deverá suportar suas consequências de forma pessoal, veja-se: 
 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas 
no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem 
expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
 
Denúncia Espontânea 
 
Esse instituto está regulamentado no art. 138 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for 
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela 
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
 
A denúncia espontânea tem o poder de afastar a responsabilidade daquele que cometeu uma infração 
tributária, entretanto, para que isso ocorra é preciso que a pessoa confesse o ato antes que o Fisco realize 
qualquer providência tendente a lançar o tributo. 
Registre-se que para fins de estabelecer esse marco se faz necessária a comunicação formal ao sujeito 
passivo do início do procedimento. Essa comunicação deve conter ainda o período e os tributos que são 
objeto de apuração. 
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37 
 
Além da confissão em momento correto, é preciso que o sujeito recolha o valor devido a título de tributo 
acrescido dos juros de mora correspondente, porém, se não for possível a apuração de plano do valor do 
crédito tributário, deve o sujeito recolher o valor arbitrado pela autoridade fiscal. 
Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o benefício da denúncia espontânea não se 
aplica às obrigações acessórias. 
Esse mesmo Tribunal entende ainda que o benefício não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação declarados e não pagos. É o diz a Súmula 360: 
 
SÚMULA N. 360 –STJ -O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a 
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
 
Solidariedade tributária e responsabilidade subsidiária (ou supletiva) 
 
A solidariedade tributária ocorre quando duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas estiverem no 
mesmo polo da obrigação perante o fisco. A solidariedade tributária abrange, além do débito referente à 
obrigação principal, também os deveres relativos às obrigações acessórias. 
Nesse caso, o fisco poderá eleger qualquer dos sujeitos passivos para proceder à arrecadação do 
tributo, sem benefício de ordem. Pode ser natural ou legal (art. 124, I e II do CTN).Natural é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, interesse comum na 
situação que dá origem ao fato gerador da obrigação principal, respondendo, cada um deles, pela 
totalidade da dívida. Ex.: vários irmãos, proprietários de um imóvel, são devedores solidários do IPTU. 
Legal é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, por imposição de lei, 
determinada obrigação tributária. Ex.: os sócios, pelo pagamento de tributos de uma sociedade de 
pessoas, no caso de encerramento de atividades. 
Por sua vez, a responsabilidade é subsidiária ou supletiva quando a exigência deve ser feita 
prioritariamente sobre o contribuinte, sendo possível exigir-se do responsável apenas na hipótese de a 
execução sobre o primeiro restar frustrada pela insuficiência de patrimônio. Estabelece-se, pois, uma 
ordem de exigência: primeiro, cobra-se do contribuinte, somente depois cobra-se do responsável. É o 
caso do CTN, art. 133, II, que estipula que na hipótese de alienação de fundo de comercio ou 
estabelecimento comercial ou industrial ou profissional, em que o alienante não cessa suas atividades 
empresariais ou, cessando, voltar a exercê-las dentro de um período de 6 meses a contar da alienação. 
Nesse caso, responde o alienante, eis que, presumidamente, a cobrança sobre ele será factível, já que 
continua a operar, reservando-se à Fazenda o direito de pleitear a execução contra o adquirente 
(responsável) caso se torne impossível a cobrança sobre o alienante (contribuinte). 
 
Questões 
 
01. (PGE/AC - Procurador do Estado - FMP Concursos/2017) Segundo o CTN, no que tange à 
responsabilidade tributária, é CORRETO afirmar que 
(A) o adquirente, em leilão judicial, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio em processo 
de falência, é pessoalmente responsável por tributos devidos até a data da aquisição. 
(B) o cônjuge e o sucessor a qualquer título ficam responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus 
até a data da partilha ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante da herança. 
(C) o alienante de bem imóvel é responsável pelo IPTU, no caso de ter assumido em escritura pública 
a obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da transmissão, quando não houver prova 
de quitação de tributos. 
(D) o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, é responsável pelos 
tributos devidos por fatos geradores anteriores à arrematação. 
(E) Nenhuma das alternativas acima está correta. 
 
02. (Prefeitura de São José dos Campos/SP – Procurador - VUNESP/2017) Nos casos de 
impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem 
solidariamente com este nos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, 
determinadas pessoas que a lei especifica, dentre as quais 
(A) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. 
(B) o adquirente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos. 
(C) o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
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(D) o sucessor a qualquer título, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão. 
(E) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação de outra 
ou em outra. 
 
03. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) Acerca da 
responsabilidade tributária por infrações, é correto afirmar: 
(A) De acordo como o princípio da responsabilidade objetiva, a responsabilidade por infração à 
legislação tributária, via de regra, independe da intenção do agente, porém a extensão dos efeitos do ato 
interfere naquela responsabilidade. 
(B) Certa pessoa jurídica é obrigada a entregar a declaração anual de imposto de renda, mas seu 
respectivo diretor descumpriu tal obrigação tributária acessória e, por ser o agente da infração, responde 
pessoalmente perante o Fisco. 
(C) A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal constitui o crédito tributário, 
todavia não dispensa outras providências por parte do Fisco. 
(D) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por 
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
 
04. (SAAE de Barra Bonita/SP - Procurador Jurídico - Instituto Excelência/2017) Segundo o 
Código Tributário Nacional de acordo com o Art. 137 a responsabilidade é pessoal ao agente quando: 
(A) a responsabilidade é excluída pela denuncia espontânea da infração, acompanhada do pagamento 
do tributo devido e dos juros de mora. 
(B) a responsabilidade por infração independe da intenção do agente ou do responsável e da 
efetividade, natureza e extensão dos efeitos dos atos. 
(C) as infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico. 
(D) Nenhuma das alternativas. 
 
05. (TRF/5ª Região – Juiz Federal Substituto – CESPE) A respeito de responsabilidade tributária, 
assinale a opção correta. 
(A) A responsabilidade tributária derivada é aquela que é transferida a terceiro que tenha ligação direta 
e pessoal com o fato gerador da obrigação, sem que decorra de expressa previsão legal. 
(B) A responsabilidade tributária originária é aquela que ocorre com o inadimplemento da obrigação 
tributária por parte do contribuinte. 
(C) A responsabilidade tributária por infração a lei tributária praticada por pessoa na gestão de 
sociedade limitada ficará adstrita ao capital social devidamente integralizado. 
(D) A responsabilidade tributária por infração implica solidariedade da sociedade com o gestor que 
cometer infração no pagamento dos tributos. 
(E) A sujeição passiva indireta pode ser fruto de uma responsabilidade por sucessão, o que caracteriza 
uma das modalidades de responsabilidade por transferência. 
 
06. (TJ/GO – Juiz Substituto – FCC) A responsabilidade tributária 
(A) é atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está 
a ele vinculado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte. 
(B) é atribuída ao sujeito passivo da obrigação tributária que pratica o fato gerador. 
(C) é do contribuinte quando a lei lhe impõe esta obrigação, mesmo que não pratique o fato gerador. 
(D) pode ser atribuída a terceiro estranho ao fato gerador através de contrato particular firmado entre 
o contribuinte e terceiro. 
(E) independe de qualquer vínculo jurídico entre o terceiro e o contribuinte, bastando que haja expressa 
disposição legal ou convenção entre as partes. 
 
07. (Florianópolis-SC - Procurador – FEPESE) Acerca da responsabilidade tributária, é correto 
afirmar: 
(A) O simples inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera a responsabilidade solidária 
do sócio-gerente. 
(B) A responsabilidade por infrações da legislação tributária é subjetiva, ou seja, depende da intenção 
do agente ou do responsável. 
(C) O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por 
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
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39 
 
(D) De acordo com o Código Tributário Nacional, é possível opor convenções particulares à Fazenda 
Pública, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos. 
(E) Os tutores e curadores serão sempre pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos por seus 
tutelados ou curatelados. 
 
08. (Curitiba-PR - Procurador – PUC/PR) Acerca da responsabilidade tributária é correto afirmar: 
(A) O inventariante é responsável pelos tributos devidos pelo espólio até a data da abertura da 
sucessão. 
(B) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou 
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo 
ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito. 
(C) A pessoa jurídica de direito privado que adquireestabelecimento comercial por meio de alienação 
judicial de filial de empresa em processo de recuperação judicial responde pelos tributos devidos até a 
data da respectiva alienação. 
(D) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, 
do pagamento do tributo devido, da multa e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada 
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
(E) Os pais, tutores e curadores somente respondem pelos tributos devidos pelos filhos menores, 
tutelados e curatelados no caso de tributos incidentes sobre bens imóveis. 
 
09. (FCC) A responsabilidade tributária 
(A) é atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está 
a ele vinculado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte. 
(B) é atribuída ao sujeito passivo da obrigação tributária que pratica o fato gerador. 
(C) é do contribuinte quando a lei lhe impõe esta obrigação, mesmo que não pratique o fato gerador. 
(D) pode ser atribuída a terceiro estranho ao fato gerador através de contrato particular firmado entre 
o contribuinte e terceiro. 
(E) independe de qualquer vínculo jurídico entre o terceiro e o contribuinte, bastando que haja expressa 
disposição legal ou convenção entre as partes. 
 
10. A responsabilidade por infrações da legislação tributária 
(A) independe, salvo disposição em contrário, da intenção do agente ou do responsável e da 
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
(B) depende sempre da intenção do agente ou do responsável, mas não da efetividade, natureza e 
extensão dos efeitos do ato. 
(C) independe, salvo indisposição em contrário, da intenção do agente ou do responsável, mas 
depende sempre da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
(D) independe sempre da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão 
dos efeitos do ato. 
(E) independe, salvo disposição em contrário, da intenção do agente, mas, tratando-se de responsável, 
depende da intenção deste e também da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.A / 03.D / 04.C / 05.E / 06.A / 07.C / 08.B / 09.A / 10.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Nos termos do art. 131, do CTN, são pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
02. Resposta: A 
Art. 134, do CTN. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal 
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de 
que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e 
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curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de 
terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o 
síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, 
escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou 
perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
 
03. Resposta: D 
Súmula 360 do STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a 
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
 
04. Resposta: C 
Prevê o art. 137, do CTN. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas 
no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem 
expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
 
05. Resposta: E 
A responsabilidade por transferência é aquela em que a obrigação tributária nasce com um devedor 
no polo passivo mas, posteriormente a sujeição passiva é modificada devido a ocorrência de um fato 
determinado pela lei. 
A responsabilidade por sucessão é modalidade da responsabilidade por transferência porque um 
sujeito sucede ao outro no polo passivo da obrigação tributária. É o que ocorre, por exemplo, na sucessão 
causa mortis. 
 
06. Resposta: A 
A alternativa está correta porquanto em consonância com o art. 128 do CTN. 
 
07. Resposta: C. 
(A) Incorreta – Súmula 430, STJ. (B) Incorreta – art. 136, CTN. (C) Correta – Súmula 360, STJ. (D) 
Incorreta – art. 123, CTN. (E) Incorreta – art. 134, II, CTN. 
 
08. Resposta: B. 
(A) Incorreta – art. 131, III, c/c art. 134, IV, CTN. (B) Correta – art. 137, I, CTN. (C) Incorreta – art. 133, 
§ 1º, II, CTN. (D) Incorreta – art. 138, CTN. (E) Incorreta – art. 134, I e II, CTN. 
 
09. Resposta: A. 
CTN, art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva 
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do 
cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
10. Resposta: A. 
CTN, Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação 
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos 
efeitos do ato. 
 
 
 
O crédito tributário, portanto, é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o 
Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o 
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional). 
Portanto a natureza jurídica do crédito tributário é de uma relação obrigacional de direito público. 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
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41 
 
Assim, uma vez realizado o fato gerador, surge a obrigação tributária. Essa obrigação para ser exigível 
precisa passar pelo lançamento que é o ato que faz nascer o crédito tributário. Assim, o crédito é 
decorrente do lançamento e pode ser traduzido como o direito que tem o Fisco de exigir, do sujeito 
passivo, o cumprimento da obrigação tributária. 
 
Diz o CTN: 
 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. 
 
Pela leitura depreende-se a natureza do crédito tributário que é a mesma da obrigação que lhe deu 
origem. Contudo, não se deve confundir obrigação tributária (vínculo jurídico que une o Fisco ao 
contribuinte) com o crédito tributário que é o direito de exigir o cumprimento daquela. 
Somente pode haver exigência da obrigação se houver crédito tributário. 
Tendo, ambos os institutos, uma mesma natureza, pode-se afirmar que o crédito tributário possui 
natureza de relação jurídica de direito público de caráter pessoal. 
Sendo distintos os institutos, o crédito tributário possui autonomia em relação à obrigação, senão 
vejamos: 
 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as 
garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetama obrigação 
tributária que lhe deu origem. 
 
Contudo, a extinção do crédito importa na extinção da obrigação tributária. Uma vez constituído o 
crédito tributário aplica-se a ele o princípio da indisponibilidade do patrimônio público, logo somente a lei 
pode dispensar seu pagamento ou garantias. Abaixo: 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua 
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas 
garantias. 
 
Lançamento 
 
Como dito, o crédito tributário é constituído por meio do lançamento, ato que se passa a estudar. 
Segundo o CTN: 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo 
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. 
 
O lançamento possui dupla função: declarar a existência de uma obrigação tributária e constituir o 
crédito tributário. 
Verifica-se no dispositivo supratranscrito que o legislador adotou a privatividade do Fisco para proceder 
ao lançamento, assim, não há lançamento sem a participação do Fisco ainda que essa seja somente 
tácita, como se verá nas modalidades. 
É ainda uma atividade vinculada posto que não cabe ao agente público grau de discricionariedade, ao 
contrário, a Administração deve ater-se somente à lei. 
No ato do lançamento a autoridade administrativa descreve o fato gerador qualitativa e 
quantitativamente, identifica todos os elementos da obrigação tributária e, após tudo documentado, 
procede à notificação do sujeito passivo. 
Assim, só se considera devidamente concluído o lançamento após a ciência do devedor por meio da 
notificação que pode ser por edital. 
Caso o valor do tributo esteja em moeda estrangeira a conversão para moeda nacional é feita no 
lançamento. Essa é a regra do CTN: 
 
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42 
 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda 
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência 
do fato gerador da obrigação. 
 
De acordo com o art. 144 do mesmo diploma legal, aplica-se no ato do lançamento a legislação vigente 
à época do fato gerador. Assim, se o fato gerador do Imposto de Importação foi realizado em março de 
2012 e, nessa data a alíquota do referido tributo era de 2% é essa que deve ser aplicada quando do 
lançamento, ainda que a legislação tenha sido modificada. 
 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela 
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes 
de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde 
que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
 
O § 1º traz exceção à regra do caput porém, nesses casos não há prejuízo para o contribuinte, por 
isso é permitido a aplicação de lei diferente. Perceba-se que a lei nova a ser aplicada trata de regras 
procedimentais do Fisco e de garantias e privilégios do crédito, não afetando e nem surpreendendo o 
contribuinte. Já o § 2º trata dos fatos geradores continuados. 
 
Modalidades de lançamento 
 
a) Por declaração: é aquele em que o sujeito passivo ou um terceiro deve prestar informações para 
que a autoridade administrativa possa calcular o montante do tributo, identificar os sujeitos da relação e 
proceder à notificação. É uma modalidade que exige a participação do Fisco e do particular. 
 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando 
um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre 
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir 
tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o 
lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela 
autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
 
Os parágrafos do dispositivo acima tratam da revisão dessa modalidade de lançamento. 
Caso o particular não preste as informações necessárias ou, em ocorrendo o disposto no § 2º, o Fisco 
está autorizado a arbitrar os valores, veja-se: 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de 
bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará 
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os 
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente 
obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 
 
No caso de arbitramento é necessário que a autoridade administrativa fundamente. 
 
b) De ofício: é o tipo de lançamento em que a autoridade administrativa realiza a atividade na 
totalidade, cabendo ao contribuinte somente o pagamento. Um bom exemplo é o IPTU em que o Fisco 
realiza todos os passos descritos no art.142, CTN e envia o carnê para o contribuinte efetuar o 
pagamento. É aplicado nesses casos: 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes 
casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
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43 
 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação 
tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso 
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento 
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo 
daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação 
tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício 
da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que 
dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, 
fraude ou simulação; 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento 
anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade 
que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da 
Fazenda Pública. 
 
Percebe-se que o lançamento de ofício pode ser originário, quando a lei assim define ou subsidiário 
nos casosem que substitui uma outra modalidade de lançamento. 
 
d) Por homologação: é a modalidade em que o contribuinte calcula e paga antecipadamente o tributo, 
cabendo ao Fisco homologar, ou seja, manifestar concordância. Caso discorde há o lançamento de ofício. 
Caso permaneça silente, após cinco anos, considera-se que houve homologação tácita. 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao 
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição 
resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo 
sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo 
porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato 
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se 
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, 
fraude ou simulação. 
 
Em regra, não se pode alterar o lançamento após a notificação do contribuinte, porém, o art. 145 do 
CTN traz taxativas exceções: 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
 
Deve-se ainda analisar o art. 146 do mesmo diploma legal: 
 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, 
nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode 
ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à 
sua introdução. 
 
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A impugnação pelo sujeito passivo é a forma como ele resiste à pretensão do Estado. Por meio dela 
se instaura a chamada fase contenciosa do lançamento. Há também a fase oficiosa que se encerra com 
a notificação. 
O sujeito passivo usa a impugnação para tentar desconstituir ou alterar o lançamento. A ele é garantido 
a ampla defesa e o contraditório. Quando da decisão, seu pedido pode ser acatado total ou parcialmente, 
logo, o lançamento será alterado ou até mesmo anulado. 
Deve-se atentar para a possibilidade de a situação do contribuinte ser alterada para pior, uma vez que 
a reformatio in pejus é permitida. 
O recurso de ofício é também conhecido como duplo grau obrigatório ou recurso necessário e ocorre 
toda vez que a Fazenda sai vencida, total ou parcialmente, de um processo. 
A alteração por meio de iniciativa de ofício da autoridade administrativa ocorre devido ao fato de a 
própria Administração ser responsável por auferir a legalidade de seus atos e, em sendo verificado, sua 
ausência, o ato deve ser corrigido. A correção implica em alteração do lançamento. 
 
Hipóteses de Alteração do Lançamento 
 
Nos termos do art. 145 do CTN o lançamento só poderá ser alterado nos seguintes casos: 
- impugnação do sujeito passivo; 
- recurso de ofício; 
- iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
 
Impugnação do sujeito passivo: é quando o contribuinte apresenta sua defesa ou reclamação na esfera 
administrativa. 
A fase litigiosa se inicia com a protocolização da impugnação pelo sujeito passivo. 
 
Recurso de ofício: esse recurso dará a possibilidade de “rejulgamento” da decisão em primeira 
instância, na órbita administrativa. 
 
Iniciativa de ofício da autoridade administrativa: o art. 149 traz hipóteses taxativas da possibilidade de 
revisão do lançamento. 
 
CTN, art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes 
casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação 
tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso 
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento 
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo 
daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação 
tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício 
da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que 
dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, 
fraude ou simulação; 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento 
anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade 
que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da 
Fazenda Pública. 
 
 
 
 
 
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Questões 
 
01. (TJ/RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros - IESES/2017) Com base no Código 
Tributário Nacional, assinala a alternativa correta sobre o Crédito Tributário e sua constituição: 
(a) O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. 
(b) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei 
vigente na data do lançamento. 
(c) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo não pode ser alterado em hipótese alguma 
por iniciativa de ofício da autoridade administrativa. 
(d) A constituição do crédito tributário pelo lançamento, não é de competência privativa da autoridade 
administrativa. 
 
02. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) Acerca da 
constituição do crédito tributário, à luz das disposições do Código Tributário Nacional, é INCORRETO 
afirmar que: 
(A) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional. 
(B) O lançamento regularmente notificado pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito 
passivo. 
(C) O lançamento rege-se pela lei vigente na data de sua efetivação. 
(D) A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos 
critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser 
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua 
introdução. 
 
03. (MPE/RR - Promotor de Justiça Substituto - CESPE/2017) A legislação que instituiu determinada 
taxa atribuiu ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento do tributo, sem qualquer exame prévio 
por parte do órgão da fazenda pública competente pela respectiva arrecadação. A mesma lei prevê que 
o lançamento do tributo ocorrerá em momento posterior ao pagamento, por meio de ato administrativo 
com o qual a autoridade tributária, tomando conhecimento da declaração prestada pelo contribuinte 
quanto à atividade exercida, confirmará ou não o montante do tributo devido. Nessecaso, estando o 
pagamento correto, a autoridade tributária reconhecerá de ofício a extinção do respectivo crédito 
tributário. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o CTN, a modalidade de lançamento tributário prevista pela 
referida lei consiste em lançamento 
(A) direto. 
(B) por homologação. 
(C) de ofício. 
(D) por declaração. 
 
04. (Copergás/PE - Analista Contador FCC/2016) De acordo com o Código Tributário Nacional, o 
crédito tributário relativo a um determinado imposto 
(A) é constituído pela simples ocorrência do fato gerador, desde que esse fato gerador ocorra dentro 
do prazo decadencial. 
(B) é extinto, provisoriamente, quando, pelo menos, metade do valor do acordo de parcelamento é 
satisfeito. 
(C) tem sua exigibilidade suspensa com a consignação em pagamento. 
(D) é extinto temporariamente pela moratória. 
(E) é constituído por meio do lançamento, formalizado nos termos da legislação aplicável. 
 
05. (Prefeitura de Amontada/CE - Fiscal de Tributos - UECE-CEV/2016) No que concerne à 
constituição do crédito tributário, é correto afirmar que 
(A) compete privativamente ao sujeito passivo constituir o crédito tributário pelo lançamento. 
(B) compete concorrentemente à autoridade administrativa e ao sujeito passivo constituir o crédito 
tributário pelo lançamento. 
(C) compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. 
(D) compete preferencialmente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento. 
 
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06. (Prefeitura de Araguari/MG - Procurador Municipal - IADHED/2016) Marque a opção que não 
corresponde a uma modalidade de lançamento do crédito tributário: 
(A) Lançamento por homologação; 
(B) Lançamento por declaração; 
(C) Lançamento por arbitramento; 
(D) Lançamento por transação. 
 
07. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais - FEPESE) De acordo 
com o Código Tributário Nacional, assinale a alternativa que indica o tipo de lançamento que ocorre 
quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem 
prévio exame da autoridade administrativa, e, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando 
conhecimento da atividade exercida pelo obrigado, constitui o crédito tributário. 
(A) Lançamento de ofício. 
(B) Lançamento antecipado. 
(C) Lançamento por declaração. 
(D) Lançamento por arbitragem. 
(E) Lançamento por homologação. 
 
08. (PGE/PE - Direito - IPAD) Considerando o disposto no Código Tributário Nacional, assinale a 
alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna. 
Se a lei não fixar prazo para a homologação do lançamento tributário, será ele de ________ anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador. 
(A) 2 (dois) 
(B) 3 (três) 
(C) 4 (quatro) 
(D) 5 (cinco) 
(E) 8 (oito) 
 
09. (BADESC – Advogado– FGV) Com relação ao crédito tributário, assinale a afirmativa 
INCORRETA. 
(A) Deve ser inscrito na Dívida Ativa do Estado, se não pago no prazo legal. 
(B) Tem sua exigibilidade suspensa no caso de o contribuinte efetuar o depósito do seu montante 
integral. 
(C) Prefere a qualquer outro crédito, à exceção dos de origem trabalhista e de outros em processo de 
falência. 
(D) Extingue-se no prazo de 5 (cinco) anos contados da data da ocorrência do fato gerador. 
(E) Não se extingue com a morte do contribuinte devedor. 
 
10. (TJ/MS – Juiz– FGV) Em relação às preferências do crédito tributário previstas no CTN, assinale 
a afirmativa incorreta. 
(A) São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do 
processo de falência. 
(B) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da 
constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes de acidente de trabalho ou da legislação do 
trabalho, independentemente do seu valor. 
(C) A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, recuperação judicial, inventário ou arrolamento. 
(D) São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a 
outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos a cargo do de cujus ou de seu 
espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento 
(E) São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da 
liquidação. 
 
11. (TJ/PA – Juiz – FGV) Em matéria de lançamento e crédito tributário, assinale a alternativa correta. 
(A) Em conformidade com o CTN, quando regularmente notificado o sujeito passivo, o lançamento 
somente pode ser alterado por impugnação do próprio sujeito passivo, recurso de ofício ou por iniciativa 
de ofício da autoridade administrativa. 
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(B) A atividade administrativa do lançamento é obrigatória; contudo, será discricionária quando o CTN 
expressamente autorizar. 
(C) A “teoria dualista” do Direito Tributário determina a aplicação da legislação vigente à época do 
lançamento do tributo para a apuração do crédito tributário, em qualquer hipótese. 
(D) A moratória, parcelamento, conversão do depósito em renda, concessão de liminar em mandado 
de segurança, reclamações e recursos administrativos são exemplos de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário. 
(E) A isenção não pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, sob pena 
de violação do princípio constitucional da isonomia tributária. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.C / 03.B / 04.E / 05.C / 06.D / 07.E / 08.D / 09.D / 10.B / 11.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Art. 139, do CTN. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. 
 
02. Resposta: C 
Art. 144, do CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
 
03. Resposta: B 
É que ensina o art. 150 e seu §1º, do CTN: 
“Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao 
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição 
resolutória da ulterior homologação ao lançamento”. (...) 
 
04. Resposta: E. 
Art. 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo 
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. 
 
05. Resposta: C. 
É a redação do art. 142, CTN. 
 
06. Resposta: D. 
O CTN traz 3 modalidades de lançamento: de ofício, declaração ou homologação, estão disciplinados 
nos arts, 149, 147 e 150, respectivamente. 
 
07. Resposta: E. 
A resposta correta é a “E”, tendo em vista que o Lançamento por Homologação é aquele em que o 
contribuinte auxilia ostensivamente o Fisco na atividade do lançamento, recolhendo tributo, antes de 
qualquer providencia da Administração, com base em montante que ele próprio mensura. Exemplos de 
tributos: ICMS, IPI, ITCMD. 
 
08. Resposta: D. 
De acordo com o artigo 150, §4º do CTN, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5 (cinco) 
anos, a contar daocorrência do fato gerador. 
 
 
 
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09. Resposta: D. 
(A) Correta – art. 201, CTN. (B) Correta – art. 151, II, CTN. (C) Correta – art. 186, caput, c/c parágrafo 
único, CTN. (D) Incorreta – art. 173, I, CTN. (E) Correta – art. 131, II e III, CTN. 
 
10. Resposta: B. 
(A) Art. 188, CTN. (B) Art. 186, CTN, c/c art. 83, Lei n. 11.101/2005. (C) Art. 187, CTN. (D) Art. 189, 
CTN. (E) Art. 190, CTN. 
 
11. Resposta: A. 
(A) Art. 145, CTN. (B) Art. 3º, c/c art. 142, CTN. (C) J. F. REZEK, Direito internacional público, p. 4. (D) 
Art. 151, c/c art. 156, CTN. (E) Art. 176, parágrafo único, CTN. 
 
 
 
Após constituído o crédito tributário, o fisco pode imediatamente promover sua execução, já que a 
constituição o torna líquido, certo e exigível. Entretanto, existem hipóteses em que a possibilidade de 
promoção de atos de cobrança fica suspensa. São as seguintes: 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 
 
Causas Suspensivas 
 
Moratória 
A moratória que é a dilação do prazo para o pagamento do tributo, pode ser concedida, em caráter 
geral ou individual. 
 
Importante destacar que a União pode conceder moratória para tributos de competência dos demais 
entes, mas, é preciso que também conceda aos seus tributos. Por ser exceção ao princípio da 
privatividade de competência tributária essa só pode ocorrer em casos de extrema gravidade, de 
comoção social como guerras, catástrofes, etc. 
 
Vejamos as normas que o Código Tributário Nacional traça acerca desse instituto: 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, 
quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito 
privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas 
condições do inciso anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade 
à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada 
classe ou categoria de sujeitos passivos. 
 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual 
especificará, sem prejuízo de outros requisitos: 
I - o prazo de duração do favor; 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
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II - as condições da concessão do favor em caráter individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo 
atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter 
individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. 
 
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente 
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado 
àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. 
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo 
ou do terceiro em benefício daquele. 
 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado 
de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou 
não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito 
acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro 
em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e 
sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do 
inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. 
 
Atente-se para o disposto no art. 155, CTN que prega a revogação da moratória individual quando o 
beneficiário agir com dolo, fraude ou simulação. Nesse caso a consequência será o pagamento do crédito 
acrescido de juros e penalidades e o não cômputo do prazo entre a concessão e a revogação para fins 
de prescrição. 
Caso a revogação ocorra por simples erro, sem ter o beneficiário agido com dolo, fraude ou simulação, 
tem-se como consequência o dever de pagar o tributo com juros. Não há penalidades e a revogação 
somente poderá ocorrer antes do prazo prescricional. 
 
O Depósito do seu Montante Integral 
O depósito integral do montante é utilizado toda vez que o sujeito passivo quer discutir judicialmente o 
crédito tributário sem o risco de sofrer uma ação executiva. Assim, ele realiza o depósito integral do 
montante e suspende a exigibilidade do crédito tributário. Note-se que esse somente é necessário nas 
discussões judiciais, uma vez que os recursos e reclamações administrativas, por si só suspendem a 
exigibilidade. 
 
As Reclamações e os Recursos, nos Termos das Leis Reguladoras do Processo Tributário 
Administrativo 
O simples questionamento do crédito na via administrativa, por meio de reclamações e recursos 
configura causa suspensiva. Não há necessidade de realização de depósito integral, porém, se o 
contribuinte o realizar ficará a salvo da incidência de juros e multa. 
 
A Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança 
A concessão de medida liminar em Mandado de Segurança também suspende a exigibilidade do 
crédito. Deve-se atentar que não basta a mera impetração do mandado de segurança, é necessário a 
concessão da medida liminar dentro dessa ação constitucional. 
 
A Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada, em Outras Espécies de Ação Judicial 
Essas modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito estão previstas nos incisos IV e V do 
artigo 151 do CTN. Preenchidos todos os requisitos legais para a concessão da medida liminar ou da 
tutela antecipada, é possível a suspensão da exigibilidade do crédito. 
Desse modo enquanto não transitada em julgado a decisão favorável ao contribuinte, esta possuirá 
efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário. 
 
 
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O Parcelamento 
O parcelamento também é uma dilação do prazo para pagamento do tributo. Eis a regulamentação 
dada pelo CTN: 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência 
de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis 
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste 
caso, sero prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. 
 
Importante: embora muito parecidos, os institutos da moratória e do parcelamento distinguem-se. 
A moratória somente pode ser concedida em situações excepcionais, enquanto o parcelamento é uma 
medida corriqueira. A moratória exclui a incidência de juros e multa, enquanto o parcelamento não. 
 
Questões 
 
01. (COSANPA - Advogado - FADESP/2017) Sobre a suspensão do crédito tributário, pode-se afirmar 
que: 
(A) as hipóteses previstas no Código Tributário Nacional são exemplificativas, podendo a legislação 
tributária municipal e estadual criar novas hipóteses. 
(B) a possibilidade de suspensão do crédito tributário, em caso de concessão de liminar, só é permitida 
em Mandado de Segurança em razão da natureza especial de seu processamento. 
(C) a suspensão do crédito tributário não impede sua constituição. 
(D) a ocorrência de suspensão do crédito tributário tem efeito impeditivo da contagem do prazo 
prescricional para o ajuizamento da ação fiscal, mas não suspende a contagem se ele já tiver tido início. 
 
02. (TJ/RO - Titular de Serviços de Notas e de Registros - IESES/2017) Suspendem a exigibilidade 
do crédito tributário, EXCETO: 
(A) A prescrição e a decadência. 
(B) O parcelamento. 
(C) A concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
(D) A moratória. 
 
03. (DPU - Defensor Público Federal - CESPE/2017) Acerca da suspensão e da extinção do crédito 
tributário, julgue o item a seguir à luz do CTN. 
 
É possível a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em decorrência da concessão de medida 
liminar em mandado de segurança. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
04. (DPU - Defensor Público Federal - CESPE/2017) Acerca da suspensão e da extinção do crédito 
tributário, julgue o item a seguir à luz do CTN. 
Nas hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, fica dispensado o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal que for suspensa. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
05. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) A propósito do 
crédito tributário, indique a alternativa correta: 
(A) Extinguem o crédito tributário o pagamento, a compensação, a conversão do depósito em renda, 
o parcelamento, a transação e a remissão. 
(B) A moratória concedida em caráter individual gera direito adquirido e, caso o beneficiado deixe de 
satisfazer os requisitos para a concessão, não serão cobrados juros de mora. 
 
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51 
 
(C) A lei concessiva da moratória pode circunscrever sua aplicabilidade a determinada região do 
território, ou determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. 
(D) Suspende a exigibilidade do crédito tributário o depósito do montante que o sujeito passivo 
considere devido, desde que acrescido dos juros de mora e eventuais multas. 
 
06. (MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - FMP Concursos/2017) Em face do que está 
previsto no Código Tributário Nacional a respeito da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, é 
CORRETO afirmar que 
(A) a concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada de ofício, 
sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não 
cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito tributário 
acrescido de juros de mora e impondo-se penalidades, tenha ou não havido dolo ou simulação. 
(B) a concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada de ofício, 
sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não 
cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito tributário 
acrescido de juros de mora e também, se tiver ocorrido dolo ou simulação, se impondo penalidades. 
(C) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias por parte do beneficiado, mas não de terceiros que sejam responsáveis pela retenção do 
tributo. 
(D) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias por parte do beneficiado e também de terceiros que sejam responsáveis pela retenção do 
tributo. 
(E) nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.A / 03.Certo / 04.Errado / 05.C / 06.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
Após constituído o crédito tributário, o fisco pode imediatamente promover sua execução, já que a 
constituição o torna líquido, certo e exigível. Entretanto, existem hipóteses em que a possibilidade de 
promoção de atos de cobrança fica suspensa. Assim, o que fica suspensa é a cobrança do crédito 
tributário e não a sua constituição (lançamento do tributo). 
 
02. Resposta: A 
Dentre as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, do CTN, 
não estão inseridas a prescrição e a decadência. 
 
03. Resposta: Certo 
Dispõe o Art. 151, IV, do CTN, que suspendem a exigibilidade do crédito tributário, dentre outras 
causas, a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
 
04. Resposta: Errado 
Art. 151, parágrafo único, do CTN: O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 
 
05. Resposta: C 
Art. 152, parágrafo único, do CTN: “A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente 
a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, 
ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos”. 
 
06. Resposta: B 
Art. 155, I, do CTN: “A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será 
revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as 
condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o 
crédito acrescido de juros de mora com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação 
do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele”. 
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52 
 
 
 
As hipóteses extintivas estão descritas no art. 156 do CTN e são taxativas, somente podendo ser 
ampliadas mediante Lei complementar, veja-se: 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 
e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que 
não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Vide Lei nº 
13.259, de 2016) 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior 
verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. 
 
A extinção do crédito tributário importa, em regra, também na extinção da obrigação tributária a ele 
referente. 
Algumas situações fogem a essa regra. Nas palavras de Robinson Sakiyama Barreirinhas3: “de fato, 
mesmo que o sujeito passivo pague o tributo lançado pelo fisco, extinguindo, a princípio, o crédito e a 
correspondente obrigação, pode ocorrer de a administração tributária verificar, posteriormente, algum fato 
que permita a revisão do lançamento efetuado (art. 149 do CTN).Nessa hipótese, o fisco pode rever o 
lançamento e complementar o crédito anteriormente constituído. Apesar daquele pagamento realizadopelo sujeito passivo, a obrigação tributária subsistiu. 
Há ainda casos em que o lançamento efetuado é revogado ou anulado por decisão administrativa ou 
judicial. 
No caso de a decisão se basear em defeito formal (lançamento efetuado por autoridade incompetente, 
por exemplo, ou erro na identificação do sujeito passivo, como outro exemplo), a decisão extingue o 
crédito tributário constituído, sem extinguir a obrigação tributária. E se ainda não ocorreu a decadência, 
o fisco poderá voltar a lançar o tributo da forma que entender correta”. 
 
Causas Extintivas 
 
- Pagamento 
A primeira causa é o pagamento que ocorre quando o sujeito passivo entrega ao sujeito ativo o 
montante correspondente ao crédito tributário. Deve ser feito em dinheiro e possui algumas regras 
específicas. 
De acordo com o art. 156, CTN, a penalidade imposta por não ter sido cumprida obrigação tributária 
(multa) não desobriga do dever de pagar o crédito de forma integral. 
O pagamento de uma prestação não faz presumir o pagamento das anteriores. 
Em não havendo regra específica, o vencimento do tributo se dá 30 dias após a notificação do sujeito 
passivo. 
O atraso no pagamento gera a incidência de juros e multa de mora, sem prejuízo da aplicação de 
penalidades. Isso não acontece no caso de consulta, expediente utilizado pelo contribuinte para sanar 
dúvidas em relação ao pagamento do tributo. 
Já o pagamento antecipado pode ou não gerar desconto, a depender de previsão na legislação 
tributária. 
Quando um mesmo devedor tiver débitos para com o mesmo ente, relativos ao mesmo tributo, a 
tributos diferentes, a penalidades pecuniárias ou aos juros, a imputação deve ser feita na seguinte ordem: 
 
3 BARREIRINHAS, Robinson Sakiyama. Manual de Direito Tributário: doutrina e jurisprudência. Rio de Janeiro: Forense, 2009. 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
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53 
 
primeiro paga-se os débitos em que ele seja o contribuinte e, havendo saldo, o que ele figura como 
responsável. Caso ele figure como contribuinte ou responsável de espécies tributárias diferentes, paga-
se primeiro as contribuições de melhoria, depois as taxas e os impostos. 
Agora, imagine que um mesmo devedor figure como contribuinte de vários impostos, paga-se aquele 
que estiver mais próximo de prescrever e assim por diante. Em havendo mais de um imposto com mesma 
data de prescrição, prefere-se pagar aquele que tem maior valor. 
O art. 164, CTN prevê a ação de consignação em pagamento que é utilizada pelo sujeito passivo 
quando houver recusa no recebimento, subordinação desse ao pagamento de outro tributo ou penalidade, 
ao cumprimento de obrigação acessória, de exigências administrativas sem fundamento legal e, ainda 
quando mais de um ente exigir o cumprimento de tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador. 
Segue as regras do CTN para o pagamento: 
 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. 
 
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
 
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição 
competente do domicílio do sujeito passivo. 
 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito 
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas 
condições que estabeleça. 
 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for 
o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de 
quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento 
ao mês. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do 
prazo legal para pagamento do crédito. 
 
 Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou 
vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, 
ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito 
a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o 
erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em 
estampilha. 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com 
a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes 
de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o 
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que 
enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de 
responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
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Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, 
nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, 
ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento 
legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um 
mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada 
é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
- Compensação 
A compensação ocorre quando duas pessoas são devedoras e credoras entre si, por isso é possível 
o abatimento de uma dívida com outra. Eis os dispositivos do CTN a esse respeito: 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso 
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos 
e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste 
artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente 
ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do 
vencimento. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação 
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 
 
- Transação 
A transação é uma espécie de acordo em que ambas as partes fazem concessões. Está disciplinada 
no art. 171 do CTN:Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação 
tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e 
consequente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. 
 
- Remissão 
A remissão é o perdão do crédito tributário e é abordado no artigo: 
 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando 
cabível, o disposto no artigo 1554. 
 
- Decadência 
A decadência é a perda do direito de promover o lançamento pela inércia e está prevista no art. 173, 
CTN: 
 
4 Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não 
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de 
juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição 
do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. 
Importante recordar as consequências da revogação da moratória pois, essas também são aplicadas à remissão. 
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55 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, 
contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do 
prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela 
notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 
 
O Fisco tem cinco anos para promover o lançamento. São quatro os termos iniciais, a saber: 
a) Regra Geral: contida no inciso I do art. 173 do CTN. O prazo para o lançamento extingue-se em 
cinco anos, contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado; 
Ex.: fato gerador realizado em agosto de 2013, nesse mesmo ano poderia ter sido realizado o 
lançamento, logo o termo inicial é dia 01 de janeiro de 2014. 
b) Regra da antecipação de contagem: contida no parágrafo único do art. 173 do CTN. A contagem 
inicia-se na data do ato tendente a lançar o tributo. Ex: fiscalização ou qualquer outra medida preparatória 
indispensável ao lançamento. Assim, se determinada empresa sofre fiscalização e, porventura, encontra-
se alguma irregularidade, o fiscal a notifica. Sendo assim, o prazo decadencial já passa a correr a partir 
dessa data. 
c) Regra de anulação de lançamento por vício formal: contida no inciso II do mesmo dispositivo legal. 
A data em que se tornar definitiva a decisão que anulou o lançamento é o termo inicial para a contagem 
da decadência; 
d) Regra do lançamento por homologação: conforme já estudado, o art. 150, § 4º determina que a 
partir da data da ocorrência do fato gerador, se transcorridos cinco anos sem que a Fazenda Pública 
tenha se manifestado no que reporta à homologação, essa ocorrerá de forma tácita. 
 
O STJ tem entendido que a regra acima não é aplicável quando o contribuinte não realiza o pagamento 
na data correta. Logo, aplicar-se-ia a regra geral. 
Caso o pagamento tenha sido realizado com dolo, fraude ou simulação também aplica-se a regra geral. 
 
- Prescrição 
A prescrição ocorre pela inércia do Estado em propor a Ação de Execução Fiscal. De acordo com o 
CTN o prazo é de cinco anos contados da constituição definitiva do crédito tributário, veja-se: 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da 
sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito 
pelo devedor. 
 
Prescrição é assunto expressamente reservado à Lei Complementar no art. 146, III, b, da CF/88. É 
uma norma geral de direito tributário reservada a essa espécie legislativa. Assim, não teriam validade 
quaisquer normas ordinárias que instituíssem termos, prazos, hipóteses de suspensão ou de interrupção. 
Como se sabe, trata-se do prazo que tem a Fazenda para cobrar o crédito tributário, desaparecendo 
sua pretensão em 05 anos. O prazo deve ser contado a partir da constituição definitiva do crédito 
tributário. 
A prescrição não extingue apenas a pretensão, como ocorre no direito civil, extingue também o crédito 
tributário. 
No direito tributário não há renúncia à prescrição exatamente por isso, o pagamento feito a posteriori 
foi um pagamento sem causa, não havia vínculo. Essa que é a grande diferença da prescrição tributária 
para a prescrição de direito civil. No direito tributário a prescrição extingue a obrigação, pagamento de 
crédito prescrito é repetível, porque não há vínculo tributário, o pagamento é sem causa, diferentemente 
do direito civil, em que o pagamento seria de obrigação natural, logo, irrepetível. 
O crédito é cobrado a partir do momento em que não pode mais ser alterado, tendo se tornado 
definitivo. 
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56 
 
a) Lançamento de ofício: o prazo prescricional se inicia exatamente do primeiro dia após terminar o 
prazo dado ao contribuinte para pagar o tributo. Se houve impugnação, o prazo começa a contar a partir 
de quando se decide definitivamente sobre ela, sendo o contribuinte intimado da decisão final em desfavor 
da qual não caiba mais recurso. 
Logo, o prazo prescricional deve ser contado a partir de quando o tributo passa a ser exigível. 
 
b) Lançamento por homologação: no momento em que o contribuinte informa à Fazenda a constituição 
do crédito via DCTF, GFIP, GIA e outros documentos hábeis. A partir daí ela terá os 05 anos para cobrar. 
Se o contribuinte entrega a declaração antes do vencimento do tributo, isso não terá o condão de adiantar 
a contagem do prazo prescricional. A contagem do prazo prescricional será contada, ainda, do 
vencimento. Muitas vezes o prazo prescricional tem seu termo inicial a partir da entrega do documento, 
data em que deverá ser feito o pagamento. Porém, outras vezes, quando se pode declarar, mas ainda se 
tem prazo para pagar, a obrigação somente se torna exigível findo o prazo. Logo, a data de início do 
prazo prescricional será aquela em que a fazenda pública pode legitimamente promover a inscrição em 
dívida ativa. 
 
Outras Considerações Quanto a Prescrição 
 
Causas de Interrupção da Prescrição (art. 174, p. único) 
Interrupção são causas de reinício da contagem do prazo prescricional,desprezando-se os períodos 
já decorridos. 
a) Pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal: para as ações ajuizadas antes de 
09/06/2005, que promoveu a modificação desse inciso, somente interromperia a prescrição a redação 
antiga, ou seja, a efetiva citação pessoal do devedor. Isso tornava problemático para a Fazenda Pública 
cobrar seus créditos, pois bastava aos devedores se esconderem para não serem citados. A alteração 
legislativa, com a redação atual, somente se aplica para as novas ações ajuizadas, pois o art. 174 do 
CTN deve ser interpretado em conjunto com o disposto no art. 219, § 1º, do CPC, de modo que o marco 
interruptivo atinente à prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do 
ajuizamento do feito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional. Destarte, a 
propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial 
para sua recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no art. 174, parágrafo único, do CTN. 
b) Pelo protesto judicial: o protesto judicial é aquele previsto nos artigos 867 e seguintes do CPC. 
c) Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor: no caso da redação antiga da letra a, 
utilizava-se de citação por edital para interromper a prescrição em desfavor dos devedores. 
d) Por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo 
devedor: é o caso, v.g., de adesão ao REFIS, oportunidade em que o prazo fica suspenso até o 
pagamento final ou até a exclusão; a confissão feita pelo contribuinte para fins de parcelamento; 
e) Constituição definitiva do crédito tributário: essa hipótese não se encontra no artigo, mas é evidente 
que interrompe. 
É cediço que a constituição definitiva do crédito tributário, sujeita à decadência, inaugura o decurso do 
prazo prescricional de cinco anos para o Fisco cobrá-lo judicialmente. Nos casos em que o Fisco constitui 
o crédito tributário mediante lançamento, inexistindo quaisquer causas de suspensão da exigibilidade ou 
de interrupção da prescrição, o prazo prescricional conta-se da data em que o contribuinte for 
regularmente notificado do lançamento tributário (arts. 145 e 174 do CTN). Entretanto, sobrevindo causa 
de suspensão de exigibilidade antes do vencimento do prazo para pagamento do crédito tributário 
formalizado pelo contribuinte (em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação) ou 
lançado pelo Fisco, não tendo sido reiniciado o prazo ex vi do parágrafo único do art. 174 do CTN, o dies 
a quo da regra da prescrição desloca-se para a data do desaparecimento jurídico do obstáculo à 
exigibilidade (REsp 1.107.339-SP). 
 
Causas de Suspensão do Prazo Prescricional 
Suspendem a fluência do prazo prescricional: 
a) A concessão de moratória, parcelamento, anistia, remissão, isenção em caráter individual e 
mediante procedimento fraudulento do beneficiário, ficando o prazo suspendo até a anulação do favor; 
b) O depósito do montante integral, o parcelamento, a concessão de liminar ou tutela antecipada ao 
sujeito passivo, a concessão de liminar em mandado de segurança, a instauração de um PAF e a 
moratória, ficando a obrigação suspensa até que o crédito volte a ser exigível; 
 
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57 
 
c) A inscrição do débito tributário em dívida ativa, a suspensão durará 180 dias ou até a distribuição 
da execução fiscal, se esta ocorrer primeiro (LEF); 
d) Por ordem judicial. 
 
Repetição do Tributo Prescrito 
O tributo prescrito pago pode ser repetido, trata-se de um direito do contribuinte. 
Há o direito do contribuinte à repetição do indébito quando o montante pago foi em razão de um crédito 
tributário prescrito (STJ, REsp 646.328/RS). 
Conforme disposto nos arts. 168, I, e 156, I, do CTN, nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, o 
prazo prescricional de cinco anos para pleitear a repetição tributária é contado da extinção do crédito 
tributário, do efetivo pagamento do tributo. O trânsito em julgado da declaração do STF relativa à 
inconstitucionalidade da Lei instituidora do tributo (controle concentrado) ou a publicação de resolução do 
Senado Federal que suspenda a execução da Lei (declaração da inconstitucionalidade em controle 
difuso) não têm influência na contagem do prazo prescricional referente aos tributos sujeitos ao 
lançamento de ofício ou por homologação (REsp 1.110.578-SP) 
 
Prescrição Intercorrente 
Após constituído o crédito, o fisco tem 05 anos para propor a ação de execução fiscal, fundada na 
Certidão da Dívida Ativa. Porém, o art. 40 da LEF determina que caso na execução fiscal não seja 
encontrado o devedor, ou caso não tenham sido encontrados bens para a penhora, o processo seja 
suspenso por 1 ano. Se, ultrapassado esse prazo de 01 ano, não houvesse notícias do devedor ou de 
bens dele, era possível que fosse determinado o arquivamento dos autos. 
Porém, esse arquivamento não poderia ser por prazo indefinido. Caso o arquivamento se desse por 
um prazo superior a 05 anos, deveria ser decretada a prescrição intercorrente. Isso, entretanto, foi uma 
construção jurisprudencial. 
Porém, o artigo 40 foi posteriormente alterado, prevendo expressamente a prescrição intercorrente 
caso arquivado o processo por mais de 05 anos. 
Por que essa lei poderia tratar da prescrição, se não é Lei complementar? Pois a lei trata da prescrição 
no manejo do processo, e não da prescrição do crédito tributário. O que prescreve é o processo, já que a 
Fazenda foi omissa no manejo do processo executivo. 
Essa prescrição é aplicada, inclusive, para trás, ou seja, antes de ter entrado em vigor a lei que alterou 
a LEF. 
 
Prescrição Intercorrente em Procedimento Administrativo 
Inexiste prescrição no procedimento administrativo. Enquanto pendente o procedimento, e não 
constituído definitivamente o crédito tributário, não ocorre o lapso prescricional, o que somente passa a 
acontecer com a ciência ao contribuinte acerca do encerramento do procedimento. 
 
- Conversão do Depósito em Renda 
É a modalidade que ocorre quando o depósito integral do montante foi realizado a fim de suspender a 
exigibilidade do crédito tributário enquanto a questão principal é discutida judicialmente. Tendo o 
contribuinte saído perdedor desse processo, o depósito efetuado será convertido em renda, ou seja, será 
levantado pela Fazenda Pública, extinguindo o crédito. 
 
- Pagamento Antecipado e Homologação do Pagamento 
Ocorre nos tributos sujeitos a lançamento por homologação. O Fisco tem 5 anos para promover a 
homologação expressa. Caso não o faça, transcorrido esse prazo ocorre a homologação tácita. Em 
ambas as hipóteses a homologação extingue o crédito tributário. 
 
- Consignação em Pagamento Julgada Procedente 
É uma ação disciplinada pelo art. 164, CTN. Se julgada procedente, o pagamento reputa-se efetuado 
e a importância é convertida em renda, extinguindo o crédito tributário. Pela importância, transcreve-se o 
§ 2º do art. 164, CTN: 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada 
é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
 
 
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- Decisão Administrativa Irreformável 
Ocorre quando o sujeito passivo se insurge administrativamente contra a pretensão do Fisco. Então, 
instaura-se o processo administrativo fiscal que se encerra com uma decisão. Se essa for favorável ao 
contribuinte e não houver mais possibilidade de modificação, extingue-se o crédito tributário. 
 
- Decisão Judicial Passada em Julgado 
Semelhante a anterior, mas só ocorre quando o sujeito passivo utiliza a via judicial para se insurgir 
contra a pretensão do Fisco. A decisão passada em julgado é aquela contra qual não cabe mais recursos,ou seja, não pode ser mais reformada. Se favorável ao contribuinte, extingue o crédito tributário. 
 
- Dação em Pagamento em Bens Imóveis 
É entrega de um bem imóvel como forma de cumprir com a obrigação tributária. Na dação em 
pagamento, caso o crédito que se pretenda extinguir seja objeto de discussão judicial, a dação em 
pagamento somente produzirá efeitos após a desistência da referida ação pelo devedor ou 
corresponsável e a renúncia dó direito sobre o qual se funda a ação. 
 
Questões 
 
01. (PC/PI - Delegado de Polícia - NUCEPE/2018) Assinale a alternativa que não contempla hipótese 
de extinção do crédito tributário expressamente prevista no Código Tributário Nacional: 
(A) Remissão; 
(B) Compensação; 
(C) Isenção; 
(D) Dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei; 
(E) Decisão judicial passada em julgado. 
 
02. (CFC - Bacharel em Ciências Contábeis - CONSULPLAN/2018) O crédito tributário representa 
o direito de crédito da Fazenda Pública perante o contribuinte ou o responsável a pagar o tributo. O Código 
Tributário Nacional define as hipóteses de extinção, suspensão e exclusão do crédito tributário. Qual dos 
meios a seguir NÃO acarreta em extinção da exigibilidade do crédito tributário? 
(A) Pagamento. 
(B) Parcelamento. 
(C) Compensação. 
(D) Decisão judicial passada em julgado. 
 
03. (STJ - Analista Judiciário - CESPE/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições 
do Código Tributário Nacional (CTN). 
 
A decadência é uma hipótese de extinção do crédito tributário que decorre do transcurso do tempo 
máximo previsto para a constituição desse crédito. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
04. (SAAE de Barra Bonita/SP - Procurador Jurídico - Instituto Excelência/2017) Segundo o 
Código Tributário Nacional: O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, 
ou tem sua exigibilidade não suspensa ou excluída. Da extinção do crédito tributário é CORRETO afirmar: 
(A) Consiste na paralisação do curso do processo enquanto persistir a causa da suspensão. O prazo 
já percorrido permanece computado e após a solução da causa suspensiva continua do ponto onde parou. 
(B) Consiste no desaparecimento da exigibilidade do crédito tributário motivado por qualquer ato 
jurídico ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva, desde que prevista em lei, ao qual 
mencionará as modalidades de extinção do crédito tributário, poderá ser total ou parcial e, será assim 
definida, após a verificação de irregularidade da sua constituição. 
(C) Consiste em apenas duas hipóteses a qual o Código Tributário Nacional menciona tal "beneficio" 
ao contribuinte, sejam elas pela anistia ou pela isenção observando que a exclusão do crédito tributário 
não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito 
seja excluído, ou dela consequente. 
(D) Nenhuma das alternativas. 
 
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59 
 
05. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Procurador - VUNESP/2017) O Código Tributário 
Nacional elenca a decadência dentre as causas de extinção do crédito tributário. Contudo, há uma 
incongruência nessa disposição, eis que se ocorre a decadência, 
(A) o crédito resta constituído, mas não pode mais ser cobrado porque ultrapassado o prazo para sua 
exigência. 
(B) o crédito não existe, porque ultrapassado o prazo para sua constituição. 
(C) opera-se a homologação tácita, tratando-se de tributos lançados de ofício. 
(D) ainda se contam mais cinco anos para que se extingua o crédito relativo aos tributos lançados por 
homologação. 
(E) somam-se mais cinco anos até que se opere a prescrição. 
 
06. (Prefeitura de Porto Ferreira/SP - Procurador Jurídico - VUNESP/2017) De acordo com o que 
dispõe o Código Tributário Nacional, a lei pode facultar, nas condições que estabeleça, objetivando o 
término do litígio com a consequente extinção do crédito tributário, que os sujeitos ativo e passivo da 
obrigação tributária, mediante concessões mútuas, celebrem 
(A) compensação. 
(B) conversão do depósito em renda. 
(C) dação em pagamento. 
(D) transação. 
(E) parcelamento. 
 
07. (IPREV - Procurador Previdenciário - IBEG/2017) Quanto ao crédito tributário, indique a 
alternativa correta: 
(A) extingue-se mediante o depósito do seu montante integral; 
(B) sua exclusão dispensa o cumprimento das obrigações acessórias; 
(C) extingue-se depois de decorrido o prazo decadencial de 5 anos, contados da data da sua 
constituição definitiva; 
(D) as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias 
ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade afetam a obrigação tributária que lhe 
deu origem; 
(E) Sua importância pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, no caso de subordinação 
do recebimento do crédito ao pagamento da penalidade pecuniária; 
 
08. (COSANPA - Advogado - FADESP/2017) Sobre a extinção e exclusão do crédito tributário, pode-
se afirmar que 
(A) excepcionalmente, o Decreto presidencial pode instituir novas formas de extinção do crédito 
tributário, contanto que tenha prazo temporário. 
(B) em direito tributário, o pagamento de uma parcela do crédito tributário presume o pagamento das 
parcelas anteriores, cabendo à Fazenda Pública fazer prova em contrário. 
(C) o pagamento antecipado do crédito tributário gera direito ao contribuinte de obter desconto de seu 
valor total. 
(D) a compensação do crédito tributário requer que os créditos sejam líquidos e certos, vencidos ou 
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. 
 
09. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) Sobre a extinção 
do crédito tributário disciplinada no Código Tributário Nacional, assinale a assertiva correta: 
(A) A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão 
total ou parcial do crédito tributário, atendendo à sua diminuta importância. 
(B) A lei pode autorizar a compensação de créditos tributários com créditos ilíquidos do sujeito passivo 
contra a Fazenda pública. 
(C) É vedada a celebração de transação entre os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária que, 
mediante concessões mútuas, importe em extinção de crédito tributário. 
(D) A prescrição se interrompe pela citação do devedor em execução fiscal. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.B / 03.Certo / 04.B / 05.B / 06.D / 07.E / 08.D / 09.A 
 
 
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60 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
A Isenção é modalidade de exclusão do Crédito Tributário 
 
02. Resposta: B 
O parcelamento é modalidade de suspensão do Crédito Tributário. 
 
03. Resposta: Certo 
A decadência é a perda do direito de promover o lançamento pela inércia e está prevista no art. 173, 
CTN. 
Ainda aduz o artigo 156, V, do CTN: 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
V - a prescrição e a decadência; 
 
04. Resposta: B 
Extinção significa que deixará de existir, a extinção acarreta a inexistência. Há previsão, no Código 
Tributário Nacional, das formas de extinção do crédito tributário (art. 156, do CTN). O que se extingue é 
a própria obrigação tributária e não somente o crédito tributário, que é um dos seus elementos (a 
obrigação tributária possui três elementos: sujeito ativo, sujeito passivo e crédito tributário). Essa regra, 
porém, não é absoluta: pode ocorrer a extinção de um crédito sem a extinção da obrigação, desde que a 
causa extintiva tenha afetado apenas a formalização do crédito. 
 
05. Resposta: B 
Embora a decadência esteja elencada como causa de extinção do “crédito tributário”, formalmente o 
crédito não existe, isso porque ele ainda não fora constituído pelo lançamento. O lançamento tem 
natureza dúplice, de declarar a obrigação tributária e de constituir o crédito tributário. 
 
06. Resposta: D. 
É o que prevê o art. 156, III, doCTN, que extingue o crédito tributário, dentre outras causas, a 
transação. 
 
07. Resposta: E 
É o que prevê o art. 164, II, do CTN. A importância de crédito tributário pode ser consignada 
judicialmente pelo sujeito passivo, no caso de subordinação do recebimento ao cumprimento de 
exigências administrativas sem fundamento legal. 
 
08. Resposta: D 
Conforme o art. 170, do CTN: “A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja 
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos 
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda 
pública”. 
 
09. Resposta: A. 
Disciplina o art. 172, III, do CTN. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por 
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo à diminuta importância 
do crédito tributário. 
 
 
 
Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Trata-se de situações em que, não 
obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode 
haver lançamento, de forma que não surgirá o crédito tributário. 
Somente existem duas hipóteses de exclusão: a anistia e a isenção. A primeira exclui o crédito relativo 
à penalidade pecuniária, enquanto a segunda, a tributos. 
Em nenhuma das hipóteses ocorre a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito foi excluído. Diz o art. 175 do CTN: 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
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61 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 
 
Diferença entre isenção e anistia: 
 
Isenção Anistia 
Exclui o crédito relativo ao tributo Exclui o crédito relativo à penalidade 
pecuniária 
 
A isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo e deve ser feita por meio de lei específica, 
segundo regra contida no art. 150, § 6º, CF: 
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, 
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei 
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
 
O CTN assim disciplina a isenção: 
 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as 
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo 
de sua duração. 
 Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, 
em função de condições a ela peculiares. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode 
ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho 
da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento 
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será 
renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do 
primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento 
da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o 
disposto no artigo 155. 
 
No que reporta à revogação da isenção onerosa, importante a Súmula 544 do STF, abaixo: 
 
STF. Súmula 544. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser 
livremente suprimidas. 
 
Quando a isenção é concedida em caráter individual pode ser anulada de ofício se for constatado que 
o sujeito não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou que não cumpria ou deixou de cumprir 
os requisitos necessários para a concessão. Nesse caso, o tributo é cobrado com acréscimo de juros de 
mora. A anulação deve ocorrer antes do prazo prescricional. 
Cobra-se ainda penalidade pecuniária quando a isenção é obtida com dolo, fraude ou simulação, seja 
do beneficiário ou de terceiro em seu favor. 
Ainda nos casos de dolo, fraude ou simulação, não corre prazo prescricional entre a data da concessão 
e da anulação. 
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A anistia é o perdão legal de infrações e está prevista no arts. 180 a 182 do CTN: 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que 
a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em 
benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas 
naturais ou jurídicas. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não 
com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja 
atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho 
da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento 
das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando 
cabível, o disposto no artigo 155. 
 
A anistia somente pode ser concedida para infrações ocorridas antes da vigência da lei concessiva, 
essa é a regra esposada no art. 180 supracitado. A concessão também somente pode ocorrer antes do 
lançamento da infração, visto tratar-se de causa de exclusão do crédito tributário. 
É proibido conceder anistia aos crime, contravenções e aos atos praticados com dolo, fraude ou 
simulação, seja pelo beneficiário ou por terceiro em seu favor. 
Também não é possível, salvo disposição em contrário, a concessão da anistia quando as infrações 
derivarem de conluio de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas. Conluio é assim definido pela Lei nº 
4.502/64: 
 
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer 
dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. 
 
Pela importância, transcreve-se também os arts. 71 e 72 das referida Lei: 
 
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 
I - da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias 
materiais; 
II - das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o 
crédito tributário correspondente. 
 
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente,a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas 
características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu 
pagamento. 
 
A anistia também pode ser concedida em caráter individual. Nesse caso, são aplicadas as mesmas 
regras da isenção no que reporta à anulação do benefício. 
 
 
 
 
 
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63 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Amontada/CE - Fiscal de Tributos – UECE-CE) Excluem o crédito tributário: 
(A) o parcelamento e a isenção. 
(B) a isenção e a anistia. 
(C) a anistia e a moratória. 
(D) a isenção e a moratória. 
 
02. (Câmara de Franca/SP – Advogado - IBFC) Em conformidade com o preceituado no Código 
Tributário Nacional, apresenta-se como hipótese de exclusão do crédito tributário: 
(A) a remissão. 
(B) a novação. 
(C) a isenção. 
(D) a suspensão. 
 
03. (MPE/RO - Promotor de Justiça Substituto - FMP Concursos/2017) No atinente à isenção, É 
CORRETO afirmar que 
(A) é extensiva, salvo disposição de lei em contrário, às taxas e contribuições de melhoria e aos tributos 
instituídos posteriormente à sua concessão. 
(B) dispensa o cumprimento de obrigações acessórias. 
(C) pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, salvo se concedida por prazo certo e 
em função de determinadas condições. 
(D) pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, salvo se concedida por prazo certo ou 
em função de determinadas condições. 
(E) extingue o crédito tributário da mesma forma que a anistia. 
 
04. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN/2017) Excluem o crédito 
tributário a anistia e a isenção. Sobre a exclusão do crédito tributário prevista no Código Tributário 
Nacional, analise: 
I. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a 
concede, aplicando-se aos atos qualificados em lei como contravenções. 
II. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 
III. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de 
melhoria. 
IV. A anistia pode ser concedida limitadamente às infrações punidas com penalidades pecuniárias até 
determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
(A) I e II. 
(B) II, III e IV. 
(C) I, III e IV. 
(D) III e IV. 
 
05. (CREA/SP - Analista Advogado - Nosso Rumo/2017) A anistia pode ser concedida em caráter 
geral e limitadamente, EXCETO 
(A) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não 
com penalidades de outra natureza. 
(B) às infrações da legislação relativa a determinado tributo. 
(C) aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em 
benefício daquele. 
(D) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. 
(E) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja 
atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C / 03.C / 04.B / 05.C 
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Comentários 
 
01. Resposta: B 
É o que disciplina o art. 175 do CTN. 
 
02. Resposta: C 
A isenção é uma das hipóteses de exclusão do crédito tributário, a dispensa legal do pagamento do 
tributo devido. No entanto, segundo entendimento majoritário do judiciário, a isenção não é causa de não 
incidência tributária, pois, mesmo com a isenção, os fatos geradores continuam a ocorrer, gerando as 
respectivas obrigações tributárias, sendo apenas excluída a etapa do lançamento e, por conseguinte, a 
constituição do crédito. 
 
03. Resposta: C 
Art. 178, do CTN: “A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas 
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III 
do art. 104”. 
 
04. Resposta: B 
Somente a afirmativa I está incorreta, tendo em vista que nos termos do art. 180, I, do CTN, a anistia 
abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se 
aplicando-se aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em 
benefício daquele. 
 
05. Resposta: C 
A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a 
concede, não se aplicando aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo 
sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por 
terceiro em benefício daquele (Art. 180, I, do CTN). 
 
 
 
Garantias são regras que asseguram direitos. Em sede tributária, elas facultam a entrada do Estado 
no patrimônio particular para receber a prestação relativa a tributos. São os meios jurídicos assecuratórios 
que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação tributária. Privilégios são as regras que 
põem o crédito tributário numa posição de vantagem quanto aos demais. 
As garantias previstas no CTN não são taxativas, podendo outras virem a ser estipuladas em outras 
leis de acordo com as peculiaridades dos tributos a que se refiram. 
Garantias e privilégios são medidas que visam assegurar a satisfação do crédito tributário. Essas 
estão previstas em rol exemplificativo nesse capítulo do CTN. 
Segundo o art. 184, CTN, ainda que a obrigação tributária seja de natureza pessoal (responsabilidade 
pessoal) o patrimônio total do devedor responderá pela dívida, ainda que sobre o bem recaia cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade, ainda que o bem esteja gravado por ônus real. 
Essa regra comporta somente duas exceções: os bens declarados por lei como impenhoráveis (art. 
833 do Código de Processo Civil)5 e os bens gravados por ônus real em processo falimentar. Essa última 
 
5 Art. 833. 
São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como 
as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de 
profissional liberal, ressalvado o § 2º; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponívelà execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
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não é propriamente uma exceção e sim uma limitação, dado que o crédito tributário não prefere mais os 
créditos com garantias real, desde que no limite do bem gravado. 
 
CAPÍTULO VI 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras 
que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que 
se refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste 
nem a da obrigação tributária a que corresponda. 
 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, 
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou 
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como 
dívida ativa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo 
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
 
A partir do momento da regular inscrição em dívida ativa do crédito, qualquer alienação ou oneração 
de bens ou rendas será presumida fraudulenta, desde que o sujeito passivo tenha sido formalmente 
comunicado do fato e não lhe restem bens para arcar com a dívida. 
Provada a comunicação, a presunção será absoluta, não se aceitando qualquer prova em 
contrário. 
Não é mais necessária, como antes se exigia, a prévia citação do devedor para essa presunção. Nesse 
sentido: 
Portanto, se o débito já está regularmente inscrito em dívida ativa, qualquer alienação ou oneração de 
bens ou rendas, ou seu começo pelo sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, será 
considerada fraudulenta. (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009, pg. 
892) 
A redação dada pela Lei complementar n. 118/2005 veio a ratificar o entendimento de que a mera 
inscrição em dívida ativa – ato de controle no âmbito administrativo da legalidade da conduta fazendária, 
no qual se apuram a liquidez e certeza do crédito tributário – e, não mais a efetiva propositura da ação de 
execução fiscal, já se mostra bastante para configurar a fraude na alienação ou na oneração de bens, o 
que espelha um aumento das garantias do crédito tributário. 
A presunção só não se aplica se o sujeito passivo provar que deixou bens ou rendas suficientes ao 
total pagamento da dívida inscrita. 
Então os requisitos são: a inscrição do crédito em dívida ativa previamente à alienação e a insolvência 
patrimonial do devedor por decorrência dessa alienação. 
Essa presunção de fraude doutrinariamente é considerada uma presunção iuris et de iuri (de direito e 
por direito), ou seja, absoluta, e o seu efeito é de tornar ineficaz, inoponível o negócio jurídico, a alienação, 
no caso, à Fazenda credora, que pode pedir que a penhora recaia sobre o bem alienado do devedor. 
 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens 
à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, 
bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 
3º. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou 
a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou 
quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 
1564935 E-book gerado especialmente para PAULO CAVALCANTE SRAZEREPCI
 
66 
 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, 
aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim 
de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o 
juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse 
limite. 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão 
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem 
promovido. 
 
Foi introduzida em sede tributária pela Lei complementar nº 118/05. Caso o devedor citado não pague 
e nem apresente bens à penhora no prazo legal, e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz 
utilizará meios eletrônicos para comunicar aos órgãos e entidades bancários, de mercados de capitais e 
de registros públicos a ordem de indisponibilidade dos bens, na exata quantia necessária para satisfazer 
o credor. 
Segundo entendimento do STJ, com a introdução do art. 655-A no CPC, basta o requerimento do 
exequente para realização da penhora, não sendo mais necessário que se esgotem as tentativas para a 
localização de bens do devedor penhoráveis. 
Nesse sentido, a interpretação das alterações efetuadas no CPC não pode resultar no absurdo lógico 
em colocar o credor privado em situação melhor que o credor público, especialmente no que diz respeito 
à cobrança do crédito tributário. Em interpretação sistemática do ordenamento jurídico na busca de uma 
eficácia maior do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art 185-A do CTN com o art 11 da LEF e 
os artigos 655 e 655-A do CPC para possibilitar a penhora de dinheiro e depósito em aplicação financeira, 
independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis”. (REsp 
1.074.228). 
Concluindo, o STJ já tem entendido que não é necessária essa demonstração de inexistência de outros 
bens pela Fazenda, podendo ser efetivada a penhora de dinheiro de imediato (REsp 1.097.895/BA). Isso 
porque dinheiro é o primeiro bem na lista de preferência da penhora (art. 655, CPC), não sendo correto 
impor esse ônus à Fazenda. 
 
SEÇÃO II 
Preferências 
 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
 Parágrafo único. Na falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem 
gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
 
As regras sobre privilégios têm lugar quando o crédito está sujeito a concurso de credores, como no 
caso de falência, recuperação judicial, inventário, arrolamento e liquidação de empresas. O crédito 
tributáriosempre preferirá a qualquer outro, salvo os decorrentes de relações de trabalho e de 
acidente de trabalho, ressalvados também outros pontos específicos que a lei determinar. 
O crédito tributário tem prioridade sobre os créditos chamados quirografários, comuns e também sobre 
os créditos com garantia real. Basicamente, como regra geral, o crédito tributário tem prioridade quase 
que absoluta, só perde prioridade para os créditos decorrentes da legislação do trabalho, chamados 
trabalhistas, e os de acidente de trabalho. 
 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação 
em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
 Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito 
público, na seguinte ordem: 
I - União; 
 
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II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
 
O art. 187 não quer dizer que o crédito tributário seja prioritário em relação a qualquer outro. É preciso 
entender adequadamente o que ele dispõe. Quando o legislador no art. 187 do CTN estabeleceu que o 
crédito tributário não se submete a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, 
concordata, inventário ou arrolamento, ele quis dizer que o procedimento de cobrança do crédito tributário 
é sempre o da Lei nº 6.830/80, independentemente de estar deflagrado um concurso de credores em 
torno do patrimônio do devedor. O Fisco tem esse privilégio, ele não se submete a procedimentos de 
concurso de credores, a cobrança é feita na forma da Lei nº 6.830/80, LEF, salvo se optar expressamente 
pela habilitação, conforme visto no julgado do STJ acima (REsp 1.103.405/MG). 
O art. 187 do CTN trata de procedimento para exigir o crédito tributário. Dizer que o fisco não se 
submete ao procedimento do concurso de credores não é o mesmo que dizer que o fisco não se 
submeta à classificação de crédito. À classificação de crédito ele tem que se submeter, porque o crédito 
dele, embora prioritário, não tem prioridade absoluta. 
 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso 
do processo de falência. 
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando 
reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a 
garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o 
representante da Fazenda Pública interessada. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata. 
 
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, 
ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de 
seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. 
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º do artigo 
anterior. 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou 
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis 
no decurso da liquidação. 
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
 
Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de 
todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. 
 
Exigir a quitação de tributos em determinadas situações é forma de exigir indiretamente seu 
adimplemento. De acordo com o art. 191, CTN, a extinção das obrigações do falido requer prova de 
quitação de todos os tributos dos quais for sujeito passivo, responsável ou contribuinte, mesmo que o fato 
gerador seja alheio à sua atividade mercantil. 
Também a recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, 
de acordo com o art. 191-A. 
Neste último caso, a suspensão da exigibilidade do crédito com o parcelamento, com a consequente 
obtenção de certidão que atesta o fato, é prova de quitação, autorizando o gozo legal da recuperação 
judicial. 
 
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova 
da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. 
 
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua 
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante 
ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, 
relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. 
 
 
 
 
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Crédito Tributário na Falência 
 
O crédito tributário não está sujeito ao concurso de credores falimentar. Isso significa que ele não 
precisa ser habilitado no processo falimentar. Geralmente o que ocorre é uma penhora no rosto dos autos. 
Essa não sujeição, evidentemente, não significa que os valores devidos à Fazenda não serão pagos. 
O único concurso que ocorre é entre os próprios créditos tributários (da União, dos Estados e DF e dos 
Municípios). 
Apesar de a cobrança não estar sujeita à habilitação e falência, isso não significa que a habilitação 
está proibida, e sim que a Fazenda tem a prerrogativa de poder ou não se utilizar da LEF ou do concurso 
falimentar. Porém, a escolha de um rito importa na renúncia do outro. Não pode haver execução 
simultânea pelo mesmo crédito por dois ritos diferentes. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - FGV/2016) Sobre 
as garantias e os privilégios do crédito tributário, assinale a afirmativa correta. 
(A) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados apenas, os créditos extraconcursais ou as importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, e os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
(B) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por sujeito passivo em débito 
para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa. 
(C) O juiz pode determinar a indisponibilidade de bens e direitos do executado antes da sua citação, 
como forma de assegurar a garantia do juízo na execução fiscal. 
(D) A cobrança judicial do crédito tributário está sujeita à habilitação em falência e recuperação judicial. 
(E) Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados e quirografários. 
 
02. (Prefeitura de São José dos Campos/SP - Procurador - VUNESP/2017) Nos termos da lei, o 
crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, 
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente do trabalho. Nesse sentido, 
é correto afirmar que na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos 
(A) com garantia real. 
(B) com privilégio especial. 
(C) com privilégio geral. 
(D) quirografários. 
(E) subordinados. 
 
03. (Prefeitura de Andradina/SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico - VUNESP/2017) 
Acerca das preferências do crédito tributário na falência, é correto afirmar que 
(A) prefere aos créditos extraconcursais. 
(B) prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. 
(C) prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
apenas os créditos decorrentes da legislação do trabalho. 
(D) é considerado extraconcursal quando decorrente de fato gerador ocorrido durante o processode 
falência. 
(E) a multa tributária tem preferência com relação a qualquer outro crédito, seja qual for sua natureza 
ou classificação nos termos da lei falimentar. 
 
04. (TJ/RJ - Juiz Substituto - VUNESP/2016) No tocante às garantias e privilégios do crédito tributário, 
é correto afirmar que 
(A) a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário altera a natureza deste e a da obrigação 
tributária a que corresponda. 
(B) na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e aos créditos com garantia 
real. 
(C) a multa tributária, no processo falimentar, prefere apenas aos créditos quirografários. 
(D) responde pelo crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, excetuados os gravados com cláusula de impenhorabilidade. 
(E) a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
 
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05. Com relação à Administração Tributária e às Garantias e Privilégios do crédito tributário, assinale 
a afirmativa incorreta. 
(A) A certidão em que constar a existência de crédito não vencido, no curso de cobrança executiva em 
que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade tenha sido suspensa, será considerada "positiva, 
com efeito, de negativa". 
(B) A dívida regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-
constituída. Assim, com base na alteração introduzida no CTN pela Lei Complementar 118/05, presume-
se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito 
para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
(C) A penhora on-line, no Direito Tributário, encontra amparo no CTN e permite a decretação judicial 
da indisponibilidade dos bens e direitos do devedor, com a comunicação da decisão, preferencialmente 
por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem os registros de transferência de bens, a fim 
de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
(D) Segundo o CTN, os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do 
processo de falência são considerados extraconcursais. 
(E) A enumeração das garantias do crédito tributário pelo CTN é taxativa, pois não permite que outras 
garantias sejam previstas em lei. 
 
06. Sobre garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que 
(A) o crédito tributário, na falência, se sujeita a concurso de credores com créditos decorrentes de 
legislação do trabalho ou do acidente do trabalho e com os créditos extraconcursais. 
(B) o bem gravado com cláusula de impenhorabilidade convencional responde pelo pagamento do 
crédito tributário, qualquer que seja a data de constituição do ônus. 
(C) o termo inicial da presunção de alienação de bens em fraude à execução é o despacho do juiz que 
ordena a citação em sede de execução fiscal. 
(D) a decretação de indisponibilidade de bens e direitos de devedor tributário devidamente citado, que 
não paga nem oferece bens à penhora no prazo legal, e não são encontrados bens penhoráveis, deve 
ser decretada apenas em sede de medida cautelar fiscal. 
(E) o crédito tributário, na falência, prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou tempo de 
sua constituição, ressalvados apenas os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente 
do trabalho e os créditos extraconcursais. 
 
07. Sobre as garantias e privilégios do crédito tributário é correto afirmar: 
(A) Os créditos tributários preferem os créditos trabalhistas e os créditos decorrentes de acidente do 
trabalho. 
(B) A alienação de bens que reduza o devedor à insolvência a partir da regular inscrição do crédito 
tributário em dívida ativa já caracteriza fraude à execução. 
(C) A cláusula de inalienabilidade, seja qual for a forma e a data de constituição, é oponível ao Fisco, 
desde que registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
(D) A ordem de preferência dos créditos tributários é a mesma em caso de falência ou fora de hipótese 
de falência. 
(E) A cobrança de créditos tributários é sujeita a concurso de credores e habilitação em falência, 
recuperação judicial, inventário e arrolamento. 
 
08. Sobre as garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que 
(A) a indisponibilidade de bens e direitos em execução fiscal é decretada de ofício pelo juiz, desde que 
o devedor tenha sido devidamente citado e não tenha oferecido bens para garantir a execução e não 
forem encontrados bens suficientes para tanto. 
(B) a indisponibilidade de bens e direitos do devedor decorre da decretação, de ofício pelo juiz, da 
fraude à execução, que se dá quando existe alienação de bens que reduzam o devedor à insolvência 
após a citação válida, ainda que por edital. 
(C) a fraude à execução fiscal tem seu termo inicial a partir do despacho do juiz que ordena a citação. 
(D) o juiz não pode decretar fraude à execução fiscal se o devedor está em local incerto e não sabido 
e foi citado por edital, caso seja constatada a alienação de imóvel após a publicação do edital. 
(E) o juiz deve decretar a indisponibilidade de todos os bens e direitos do devedor que se encontra em 
local incerto e não sabido e é citado por edital em sede de execução fiscal. 
 
 
 
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09. No tocante às garantias e privilégios do crédito tributário, assinale a alternativa correta. 
(A) Prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados, 
exclusivamente, os créditos decorrentes da legislação do trabalho. 
(B) Na falência, os créditos tributários preferem aos créditos extraconcursais e aos gravados com 
garantia real. 
(C) São considerados concursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no 
curso do processo de falência. 
(D) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em falência, recuperação judicial, 
inventário ou arrolamento. 
(E) São pagos, preferencialmente a quaisquer outros, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da 
liquidação. 
 
10. A respeito das Garantias e Privilégios do Crédito Tributário, é correto afirmar: 
(A) São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a 
cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da 
liquidação. 
(B) É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida 
em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo, como, por exemplo, o 
montante por ele devido inscrito em Dívida Ativa. 
(C) Enquanto não julgadas as Ações Diretas de Inconstitucionalidade que discutem a possibilidade de 
quebra do sigilo bancário diretamente por autoridade administrativa, pode o Poder Executivo disciplinar 
os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária as 
operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços, inclusive dispondo sobre a necessidade 
de inserção de elementos que permitam identificar a origem e a natureza dos gastos realizados. 
(D) A presunção de dissolução irregular que permite o redirecionamento da cobrança do crédito 
tributário decorre, por exemplo, do retorno sem cumprimento, por mudança de endereço, do Aviso de 
Recebimento regularmente encaminhado para o domicílio fiscal constante dos cadastros da pessoa 
jurídica perante a administração tributária. 
(E) Há esgotamento das diligências para fins de aplicação da indisponibilidade prevista no art. 185-A 
do Código Tributário Nacional quando comprovado nos autos o acionamento do Bacen Jud, a expedição 
de ofícios a todos os registros públicos e aoDENATRAN ou DETRAN. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.E / 03.D / 04.E / 05.E / 06.B / 07.B / 08.A / 09.A / 10.A 
 
Comentários 
01. Resposta: B 
É o que disciplina o art. 185 do CTN: Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou 
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. Em resumo: para configurar a fraude basta a inscrição do crédito 
em dívida ativa. Para a caracterização de fraude é preciso que haja a prévia ciência oficial do ato de 
inscrição. 
 
02. Resposta: E 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
Parágrafo único. Na falência: 
(...) 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
 
03. Resposta: D 
Conforme o art. 188, do CTN. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos 
geradores ocorridos no curso do processo de falência. 
 
04. Resposta: E 
Dispõe o art. 191, do CTN: “A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os 
tributos”. 
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05. Resposta: E 
A assertiva é contrária ao disposto no art. 183 A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo 
ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza 
ou das características do tributo a que se refiram. 
 
06. Resposta: B 
No direito tributário apenas os bens declarados por lei como impenhoráveis estarão protegidos de uma 
eventual execução. Assim, aqueles bens voluntariamente declarados impenhoráveis (por ato voluntário 
do particular) serão objeto de execução. 
CTN, Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos 
em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus 
real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou 
da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 
07. Resposta: B 
Se o devedor aliena todo o seu patrimônio é por óbvio que estaremos diante de uma fraude à execução, 
pois com a dilapidação de seu patrimônio o devedor fica impossibilitado de quitar os débitos tributários. 
É preciso atentar-se para a ressalva do parágrafo único do art. 185: o disposto neste artigo não se 
aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento 
da dívida inscrita. 
Assim, se o devedor tem uma dívida de R$ 10.000,00, um patrimônio de R$ 100.000,00 e aliena um 
bem de R$ 50.000,00 não estaremos diante de uma fraude à execução, porque ainda restará montante 
para quitação do débito. 
 
08. Resposta: A 
CTN, Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar 
bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, 
aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim 
de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela LCP nº 118, de 
2005) 
 
09. Resposta: A 
CTN, Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou 
vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis 
no decurso da liquidação. 
 
10. Resposta: A 
É a redação do art. 190, do CTN. 
 
 
 
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