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Introdução às Finanças – Aula III Rendas, investimento e poupança. Prof.: Roberto Victer Mestrado: Ciências Contábeis – UERJ Ex-auditor do Banco do Brasil e-mail: robertoferreiravicter@gmail.com Conceito de rendas As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, de alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital investido, aluguéis e assim por diante. Há diversos tipos de renda: A renda interna equivale ao produto interno da economia, exprimindo o total das rendas geradas no interior de um país. Engloba, em outras palavras, o total dos rendimentos (salários, juros, aluguéis, lucros, etc.) auferidos pelos agentes econômicos em determinado período (um ano, geralmente) em razão de sua participação no processo produtivo interno da economia (PIB). Renda Nacional É a soma de todas as rendas auferidas pelos habitantes de um país, determinada pelas operações produtivas de caráter interno ou externo. A característica marcante da renda nacional é que pertence ao país (PNB), sendo igual ao produto nacional. Por exemplo, lucros recebidos do exterior são de propriedade do país recebedor e, portanto, consideradas como renda nacional. Renda Pessoal É a renda efetivamente transferida às pessoas, é calculada deduzindo-se da renda nacional os lucros retidos pelas empresas, contribuições e benefícios previdenciários, imposto de renda sobre as pessoas jurídicas, etc. Investimento Representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas). O investimento pode ocorrer em bens de capital (máquinas, equipamentos, etc.), denominado formação bruta de capital fixo, e em estoques. Poupança é a parcela da renda economizada pelos agentes econômicos, que não foi consumida na aquisição de bens e serviços. Na avaliação da poupança costuma-se incluir, também, a parcela da renda gerada, mas que não foi transferida financeiramente para seus proprietários. Por exemplo, os lucros retidos pelas empresas. A poupança realimenta todo o processo produtivo por meio dos diversos instrumentos de intermediação do mercado financeiro e de capitais. Os intermediários financeiros captam a poupança disponível e a reconduzem ao sistema produtivo mediante diversas formas de créditos, contribuindo para a expansão do nível de investimento e oferta de bens e serviços. Uma baixa capacidade de poupança ou, o que é o mesmo, alta propensão ao consumo, limita o crescimento da economia. São direcionados, nessa situação menos recursos para investimentos produtivos, inibindo o crescimento do mercado. É interessante acrescentar que a formação da poupança pela simples retração do consumo não promove, necessariamente, o crescimento da economia, sendo preciso que esses recursos sejam viabilizados, por meio de instrumentos financeiros, para o financiamento dos investimentos produtivos. Relação Risco X Retorno O risco está associado ao grau de incerteza sobre o investimento no futuro. Quanto maior o grau de incerteza, maior o risco e maior o retorno esperado e vice-versa. Todo investidor deve escolher suas aplicações entre o menor risco possível e o maior retorno possível. Esta possibilidade de escolhas está representada no gráfico abaixo. Gestão de Risco Os bancos definem os juros de um empréstimo para um determinado cliente desta forma. Usam um modelo matemático para enquadrar o cliente num perfil já pré-estabelecido, que possui nível % x de inadimplência e, em decorrência disso, atribuirá a taxa adequada para o % de risco admitido. E sobre abrir um negócio novo? Quando as pessoas avaliam dessa forma, pode ser que encontrem um ponto na curva em que a rentabilidade esperada é incompatível com o risco inerente, e assim, abortam a decisão. Por exemplo: se resolvo abrir uma pizzaria, mas verifico que a rentabilidade possível é próxima a de uma aplicação de renda fixa, o risco dessa atividade a torna inviável. Perfil de Investidor O perfil de investidor é o resultado de uma análise das suas características em relação a investimentos, e principalmente ao risco envolvido. Simples de ser obtido através de algumas questões, o perfil de investidor serve para indicar a carteira de investimentos mais adequada para você. A forma como você lida com os acontecimentos, por exemplo, é o que determina o seu perfil de investidor. É algo ligado a sua personalidade e objetivos. Vídeo https://youtu.be/8_9IzEUChN0 CONSERVADOR Esse tipo de investidor prioriza a segurança em suas aplicações. Em sua diversificação de investimentos, o conservador deve manter a maior parte da sua carteira de investimentos em produtos de baixo risco, como por exemplo: Tesouro Direto CDB LC LCI/LCA Fundos de renda fixa MODERADO Esse investidor está entre os conservadores e os arrojados. Ele gosta de segurança, mas já possui tolerância a riscos de longo prazo. Assim, opta por investimentos mais arriscados dependendo da situação. Ele tem como características a versatilidade, sabendo aproveitar o melhor de cada investimento, seja sua segurança ou possível lucro acima da média. Esse perfil de investidor possui mais conhecimento do mercado e um patrimônio em crescimento, que já é grande o suficiente para diversificar em diferentes prazos. Este perfil de investidor tem um pouco mais de apetite ao risco e investe cerca 20% de seu patrimônio em ações com maior possibilidade de ganho ARROJADO OU AGRESSIVO Esse investidor não sente muito frio na barriga. Ele entende que as perdas a curto prazo são momentâneas e necessárias para aproveitar lucros mais altos a longo prazo. Normalmente, o agressivo busca crescer o seu patrimônio para cumprir alguns objetivos da sua vida e, claro, se aposentar mais cedo para viver da renda de seus investimentos. Mesmo sendo arrojado, é muito recomendado que o investidor agressivo tenha uma reserva de emergência para situações do cotidiano que demandem dinheiro a curto prazo.