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LIVRO ARTE E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL KLS UNOPAR

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Arte e educação 
não formal
Tatiana Romagnolli Peres
Arte e educação não 
formal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Peres, Tatiana Romagnolli 
 
 ISBN 978-85-8482-448-9 
 1. Arte – Educação e ensino. 2. Educação não formal. 3. 
 Museus. 4. Espaços culturais. 5. Patrimônio cultural. I. Título.
 CDD 708 
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
 200 p.
P437a Arte e educação não formal / Tatiana Romagnolli Peres. – 
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Regina Cláudia da Silva Fiorin
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Parecerista
Rosângela de Oliveira Pinto
Editoração
Emanuel Santana
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, 
escolas de arte, galerias
Seção 1 - Sobre a importância da formação em arte 
1.1 | A importância da arte e da formação em arte
1.2 | Arte e sua relação com os espaços
Seção 2 - Espaços culturais para a arte 
2.1 | Museus 
2.2 | Centros de cultura
2.3 | Escolas de arte
2.4 | Galerias
7
11
11
23
31
31
42
44
46
Unidade 2 | Interação entre os espaços de educação formal e não formal
Seção 1 - Delimitações sobre espaço formal e não formal 
2.1 | Espaço formal
1.1 | Espaço não formal
Seção 2 - Arte em diferentes espaços 
1.1 | A arte começa na escola?
1.2 | Possibilidades da integração entre educação formal e não formal
59
63
63
78
87
87
92
Unidade 3 | Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação 
de bens culturais
Seção 1 - Conceitos de exposição, curadoria, monitoria 
1.1 | Exposição
1.2 | Curadoria
1.3 | Monitoria
Seção 2 - Patrimônio e conservação 
2.1 | O que é patrimônio cultural?
2.2 | Conservação de bens culturais
107
111
111
120
130
137
137
143
Unidade 4 | Praticas pedagogicas em sala de aula
Seção 1 - Novas práticas para a arte-educação: desafios de
aproximação entre educação formal e não formal 
1.1 | Os novos desafios para a aproximação da educação formal e não formal
153
157
158
Sumário
1.2 | Visitando exposições de arte: discussões, propostas e sugestões
introdutórias
Seção 2 - Reflexões sobre o museu virtual como prática
educativa
171
187
Apresentação
Atualmente, diversos questionamentos se interpõem frente à educação em 
arte. Muitos buscam desvendar e contribuir para a proposição de novos caminhos 
que tentam desvendar as potências implícitas ou explícitas do conhecimento em/
sobre arte. 
Contudo, um fator chama a atenção quando se atenta para as implicações da 
arte: as constantes e atuais transformações do universo informacional e tecnológico. 
É evidente que muitas dessas transformações, que, muitas vezes, são originárias de 
outras áreas, acabam também desencadeando uma série de mudanças nos modos 
de fazer, compreender, apreciar, pesquisar ou de relacionar-se com a arte e com 
seus desdobramentos. Em razão disso, interpõem-se questões sobre a capacidade 
de adaptação dos conteúdos ou metodologias da aula de arte. 
Por esse motivo, este livro visa debater como possíveis conexões entre espaços 
de educação formal e não formal podem alavancar as potencialidades da arte e 
cooperar de modo significativo para o surgimento de possibilidades educacionais 
que estimulem e instiguem os novos perfis de estudantes da contemporaneidade.
Dessa forma, o livro Arte e Educação Não Formal objetiva discutir novas práticas 
e abordagens pedagógicas que tenham em vista ultrapassar os muros das escolas, 
alcançando outros possíveis lugares para formação e construção do conhecimento, 
mesmo que esses sejam simplesmente espaços virtuais. Neste material, você terá 
acesso a informações que demandam discutir sobre esses possíveis espaços não 
formais de formação e sua relação com o conhecimento em arte. A intenção será 
refletir sobre como esses espaços não formais podem cooperar para a criação de 
novos ambientes de intervenção e interação educacional.
A Unidade 1, "Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas 
de arte, galerias", possui duas seções. A primeira seção, "Sobre a importância da 
formação em Arte", compreende delimitações sobre a relevância da arte para 
a compreensão do universo comunicacional e imagético. A segunda, "Espaços 
culturais para a Arte", aponta como diferentes espaços culturais podem contribuir 
para a formação em arte.
Na Unidade 2, Interação entre os espaços de educação formal e não formal, 
encontram-se duas seções, sendo que a primeira, "Delimitações sobre o espaço 
formal e não formal", apresenta definições sobre educação formal e não formal. 
Assim, a segunda, "Arte em diferentes espaços", proporciona formas de pensar a 
interação entre espaços formais e não formais na arte-educação.
Já a Unidade 3, "Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação 
de bens culturais", apresenta duas seções. A primeira, "Conceitos de exposição, 
curadoria, monitoria", discute delimitações e especificidades desses termos. 
A segunda, "Patrimônio e conservação", trata de evidenciar a valorização e 
conservação do patrimônio cultural brasileiro.
Por fim, a Unidade 4, "Práticas pedagógicas em sala de aula", apresenta 
também duas seções. A primeira, "Novas práticas para a arte-educação: desafios 
da aproximação entre educação formal e não formal", direciona debates sobre 
propostas de aproximação entre educação formal e não formal por meio da visita 
a museus. Já a segunda, "Reflexões sobre o museu virtual como prática educativa", 
aborda a importância da exploração de museus virtuais nas aulas de Arte.
Bons estudos!
Tatiana Romagnolli Peres
Unidade 1
ARTE E OS ESPAÇOS 
CULTURAIS: MUSEUS, CENTROS 
DE CULTURA, ESCOLAS DE 
ARTE, GALERIAS
Na primeira seção desta unidade, compreenderemos a relevância da 
arte para a compreensão do universo comunicacional e imagético. Tais 
conteúdos convergirão para reflexões sobre as potencialidades da arte e, 
Seção 1 | Sobre a importância da formação em Arte
Objetivos de aprendizagem 
Nesta unidade, você irá compreender a importância da arte e do universo 
imagético para a atualidade e como ambos tornaram-se imprescindíveis para 
entender as relações do homem contemporâneo. Além disso, compreenderá que 
a arte pode ser um grande instrumento de comunicação, percebendo ainda que 
ela pode portar influências advindas de relações sociais e culturais precedentes. 
Nesse contexto, a posição de importância da arte na contemporaneidade será 
evidenciada por meio de análises sobre a sua função a partir das contribuições 
da arte-educação. Para tanto, serão evidenciadas as propostas de intervenção 
de espaços culturais específicos como museus, centros de cultura, escolas 
de arte e galerias. Também serão sugeridas reflexões que contribuirão para o 
estabelecimento de novos posicionamentossobre a arte por meio de correlações 
dessa com possíveis espaços de produção, apresentação e apreciação artística 
vigentes. Essas informações podem ser fundamentais para que você possa 
entender que a formação em arte ultrapassou, há tempos, os limites de escolas.
Tatiana Romagnolli Peres
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
8
consequentemente, da imagem na formação dos indivíduos. Essas discussões 
convergirão, do mesmo modo, para a necessidade de pensar a respeito das 
relações estabelecidas entre a arte-educação e os espaços culturais.
Já a segunda seção se desdobrará sobre os diferentes espaços culturais que 
podem contribuir para a educação cultural e formação em Arte. Sendo assim, 
serão abordados assuntos referentes às ações e possibilidades de intervenções 
sugeridas por museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias.
Seção 2 | Espaços culturais para a Arte
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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Introdução à unidade
Qual a importância da arte? Em que espaços pode-se ter acesso à arte? Uma 
educação para a arte pode ser acessada somente por meio de instituições formais 
de ensino, como a escola? A arte é capaz de portar alta quantidade de elementos 
informacionais e comunicacionais. Dessa forma configura-se como importante 
instrumento de comunicação humana. Em função dessas constatações, percebe-se 
que o lugar que a arte ocupa atualmente na formação dos diferentes grupos tornou-se 
extremamente relevante na medida em que percebemos que ela contribui de maneira 
pontual para a construção de sujeitos muito mais críticos, criativos e capazes de melhor 
compreender a realidade que os cerca.
Nesta unidade, faremos uma viagem por diferentes questões que embasam 
o conhecimento sobre a importância da arte para a formação dos indivíduos, 
abarcando questões que amparam a ideia de que se tornou imprescindível o contato 
e ampliação de conhecimento sobre a necessidade da arte. Configura-se, portanto, 
um momento em que se buscará promover a compreensão de como a arte e os 
espaços em que esta é apresentada são essenciais para o desenvolvimento estético. 
Para que isso ocorra, destacaremos também que a arte pode ser encontrada em 
ambientes surpreendentes e alternativos que rompem com lugares estereotipados 
ou elitistas.
Para tanto, na primeira seção, "A importância da arte e de seus espaços culturais", 
o estudante entenderá as potencialidades da arte e as influências dos espaços para 
a educação não formal. Na segunda seção, 'Espaços culturais para a arte", você irá 
conhecer diferentes espaços culturais para a exposição de objetos artísticos/obras 
de arte como museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias.
Cultura: “Do verbo latino colere, que significa cultivo, cuidado com 
as plantas, os animais e tudo o que se relaciona com a terra, como a 
agricultura. Designava também o cuidado com os deuses, de onde vem 
a palavra ‘culto’; também era aplicada ao cuidado com as crianças e com 
sua educação, referindo-se ao cultivo do espírito. É neste último sentido 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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que o termo é usado até hoje. Do ponto de vista da Antropologia, o termo 
‘cultura’ refere-se a tudo o que o ser humano faz, pensa, imagina, inventa, 
porque ele é capaz de viver somente guiado por seus instintos, ele é levado 
a construir ‘ferramentas’ que possam ajudá-lo a instalar-se no mundo, a 
sobreviver, a desenvolver sua humanidade. A essas ferramentas dá-se o 
nome de cultura. [...] Em sentido restrito, diz respeito à produção ligada 
às diferentes práticas artísticas, ou seja, às manifestações que façam uso 
das linguagens artísticas, populares ou eruditas” (ARANHA; MARTINS, 
2009, p. 409-411).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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Seção 1
Sobre a importância da formação em Arte
Nesta seção, iremos desvendar informações sobre importância da arte e 
compreender como ela pode interferir ativamente na construção crítica dos indivíduos. 
Abordaremos, para tanto, modos que possibilitarão a apreensão do potencial 
informacional, muitas vezes subjetivo, contido tanto na arte quanto nas imagens, 
sejam elas artísticas ou não. Discutiremos sobre como o universo imagético tornou-se 
imprescindível para as relações sociais e culturais do homem contemporâneo. Além 
disso, nesta seção, também será possível notar aprofundamentos sobre como a arte 
pode exercer ativamente sua função, ainda que encontrada em espaços culturais 
diferenciados, que rompem com a perspectiva óbvia da sala de aula, da educação 
formal. Por isso, você poderá notar como a arte se relaciona com os espaços em que 
é exposta e qual o papel que esses espaços podem ocupar atualmente na educação 
não formal sobre Arte.
1.1 A importância da arte e da formação em arte
Qual a importância da imagem e da arte para você? Com base no que imaginou 
previamente, você poderá embrenhar-se em um outro universo que tentará a 
desvendar os segredos contidos na arte e por consequência na imagem. De diferentes 
O homem anseia por absorver o mundo circundante, integrá-
lo a si; anseia por estender pela ciência e pela tecnologia o 
seu "Eu" curioso e faminto de mundo até as mais remotas 
constelações e até os mais profundos segredos do átomo; 
anseia por unir na arte o seu "Eu" limitado com uma existência 
humana coletiva e por tornar social a sua individualidade.
 Ernst Fischer
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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pontos de vista, vários autores, que serão estudados nesta unidade, debruçaram-se 
sobre inúmeras pesquisas na tentativa de desvendar e discutir a importância da arte, 
sua relação com o processo de aprendizagem e com a educação. Em função disso, 
é sabido que a arte-educação contribui amplamente com o desenvolvimento do 
aluno, podendo também colaborar na construção de criticidade e percepção do 
mundo. De acordo com Buoro (2003, p. 33), “a finalidade da Arte na educação é 
propiciar uma relação mais consciente do ser humano no mundo e para o mundo, 
contribuindo na formação de indivíduos mais críticos e criativos que, no futuro, 
atuarão na transformação da sociedade”.
Por isso, pode-se imaginar antecipadamente que as relações estabelecidas entre 
arte e educação não são isentas de potencialidades extremamente importantes, não 
podendo, portanto, ser considerada desnecessária ao currículo. Consequentemente, 
é possível afirmar que a educação, em suas variadas instâncias, coexiste com a arte, 
num processo de dependência mútua. Essas relações denotam consequências 
altamente complexas para a arte-educação, já que complementam e influenciam o 
processo de ensino-aprendizagem. Inquestionavelmente, reafirma-se a necessidade 
da presença permanente da arte-educação nos currículos.
Sendo assim, todas essas discussões iniciais giram em torno da ideia de se 
pontuar claramente qual é a verdadeira função da arte na formação educacional, 
metodológica, cultural ou histórica do indivíduo. A arte pode ser vista como reflexo 
de diferentes relações sociais. Pode ser percebida também como um modo do 
indivíduo, seja ele pertencente a qualquer época ou lugar, compreender seu entorno 
e, consequentemente, estabelecer relações com a cultura circundante. Para reforçar 
essa percepção sobre a função da arte, vale analisar a fala de Buoro (2003, p. 23) 
É necessário introduzir a arte na educação como uma 
metodologia pedagógica e como uma metodologia para 
adquirir conhecimentos. O fato é que é necessário introduzir 
noções pedagógicas na arte para afinar o rigor da criação e 
para melhorar a comunicaçãocom o público ao qual o artista 
quer se dirigir. O fato é que não há verdadeira educação 
sem arte nem verdadeira arte sem educação. O fato é que o 
artista que não consegue sobreviver no mercado vai ensinar 
sem saber como ensinar. O fato é que o professor que não 
tem ideias não se atreve a recorrer à arte para tê-las. O fato, 
trágico, é que aceitamos socialmente que é possível ensinar 
sem rigor e que somente pode se fazer arte por designação 
divina. [...] arte e educação são uma mesma atividade que se 
formaliza em meios diversos (CAMNITZER, 2009, p. 20-21).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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ao assegurar que “em cada momento específico o homem tenta satisfazer suas 
necessidades socioculturais também por meio de sua vontade/necessidade de Arte”.
Logo, há que se pensar que a arte é primeiramente e, no mínimo, necessária.
Ao longo de toda a vida, cada indivíduo entra em contato com uma quantidade 
incalculável de imagens cotidianamente. Dessa maneira, devemos refletir que 
“imagens impõem presenças que não podem persistir ignoradas ou subestimadas 
em sua potencialidade comunicativa” (BUORO, 2003a, p. 35). Faz-se necessário 
compreender o mundo imagético e informacional circundante.
Contudo, uma questão se faz presente: as imagens são mesmo relevantes 
na contemporaneidade? A resposta a essa pergunta decorre de um outro 
questionamento: onde encontramos imagens? Todos poderiam citar uma infinidade 
de espaços, até porque a quantidade de imagens a que se tem acesso atualmente 
tornou-se praticamente incalculável. Elas encontram-se na internet, nos celulares, 
A arte, portanto, se faz presente, desde as primeiras 
manifestações de que se tem conhecimento, como linguagem, 
produto da relação homem/mundo. Neste sentido, não 
existe homem puro, o ser biológico separado de suas 
especificidades psicológicas, sociais e culturais. Cada uma 
dessas especificidades está presente e sempre esteve presente 
na vida humana, e é por meio delas que, desde os tempos 
mais remotos, o homem foi se relacionando com a natureza 
e com o mundo ao seu redor, construindo as possibilidades 
de sua sobrevivência e desenvolvimento. A arte, enquanto 
linguagem, interpretação e representação do mundo, é parte 
deste movimento. Enquanto forma privilegiada dos processos 
de representação humana, é instrumento essencial para o 
desenvolvimento da consciência, pois propicia ao homem 
contato consigo mesmo e com o universo. Por isso, a arte é 
uma forma de o homem entender o contexto ao seu redor e 
relacionar-se com ele (BUORO, 2003, p. 20).
FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
14
nos outdoors, nas revistas, na televisão, na escola, nos livros escolares dos alunos de 
todas as idades ou em outros inúmeros lugares ou espaços. 
No entanto, acessa-se cotidianamente um número de imagens, que podem ou 
não ser arte, mas que inundam seu repertório visual, mesmo que imperceptivelmente. 
Há, portanto, uma urgência em se pontuar e destacar qual o papel da imagem/arte 
para a formação do indivíduo, começando pela definição da importância que tanto 
a imagem quanto a arte possuem. Logo, é necessário investir em uma educação 
pautada em imagens e em sua compreensão. É imprescindível, sobretudo, 
uma alfabetização a partir das visualidades, decodificando o mundo imagético e 
compreendendo suas correlações. Sendo assim, para Buoro (2003a, p. 34-35):
De forma categórica, podemos afirmar que já, há algum tempo, o homem 
contemporâneo convive com tantas imagens que essas passaram a fazer parte do 
seu dia a dia. A grande quantidade de imagens que vemos todos os dias pode se 
tornar prejudicial para a compreensão e distinção do valor da imagem? Autores 
como Vilém Flusser (2007) ponderam que o excesso de visibilidade dado às imagens 
pode ser prejudicial à visualidade e à compreensão do mundo, já que acabam 
interpondo-se na percepção do mundo. Dessa forma, Flusser (2007, p. 143) afirma 
que “o propósito das imagens é dar significados ao mundo, mas elas podem se 
tornar opacas para ele, encobri-lo e até mesmo substituí-lo”. 
A substituição assegurada por Vilém Flusser (2007) pressupõe que as imagens 
produzidas pelos aparelhos eletrônicos são incalculáveis e, por isso, tornam-se 
substitutas dos próprios objetos. O autor ainda continua explicando como superarmos 
tal problema entre excesso de imagens e a percepção do mundo, à medida que ele 
desvenda que uma das formas seria tornando compreensível o universo imagético. 
Dessa maneira, afirma que “as imagens são mediações entre o homem e o seu mundo 
[...]. São ferramentas para superar a alienação humana. [...] É necessário aprender a 
As imagens, que aparecem majoritariamente com função 
intransitiva de mera decoração nos livros de ensino 
fundamental e da educação infantil, surgem assim como que 
parcialmente emudecidas e, portanto, incapacitadas para 
fornecer significados a professores e crianças e, mais ainda, para 
encaminhá-los no sentido de sua apropriação como poderoso 
recurso a serviço da prática pedagógica. É imperativo investir 
numa prática que transforme esses sujeitos em interlocutores 
competentes, envolvidos em intenso e consistente diálogo com 
o mundo, estimulados para isso por conexões e informações 
que circulam entre verbalidade e visualidade. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
15
decifrar essas imagens, é preciso aprender as convenções que lhes imprimem 
significados” (FLUSSER, 2007, p. 142).
A chave fundamental para superar esse processo de alienação é começar a 
compreender os códigos imagéticos trazidos pelas imagens. No entanto, ainda 
existem muitas referências a respeito dos prejuízos ocasionados pelos excessos 
de imagem. Uma das principais discussões ainda se refere a essa possibilidade das 
imagens se tornarem “biombos”, encobrindo o mundo e, consecutivamente, a visão 
crítica de fatos ou informações. Essas implicações determinam que a percepção do 
mundo visível também pode se tornar ofuscada, limitada ou destorcida. Pimentel 
(2003, p. 85-87) adverte que:
Você já observou que, em parques, espaços públicos, 
exposições de grandes obras de arte ou até mesmo nas 
escolas, o ato de fotografar tem se tornado mais importante 
do que a simples observação das formas, dos objetos, dos 
momentos, das paisagens?
Você, em algum momento importante, já se preocupou mais 
em tirar uma fotografia do que em apreciar o acontecimento? 
Você já retomou todas as imagens que fotografou para 
observá-las e apreciá-las calmamente?
Nos dias de hoje, a imagem visual tem uma presença cada 
vez maior na vida das pessoas. Imagens nos são apresentadas 
e reapresentadas a todo momento, num misto de criação e 
recriação. A apropriação e transformação de imagens procura 
dar uma nova significação a imagens já conhecidas e, ocupa 
grande espaço na mídia, sendo cada vez mais usadas em 
cartazes, outdoors e nos meios de comunicação eletrônicos. 
Devido à velocidade com que vemos as imagens, nem sempre 
podemos pensar sobre elas e selecionar as que devem fazer 
parte do nosso repertório imagético, isto é, da referência 
visual que gostaríamos de deixar registrada. Nesse contexto, 
é importante desenvolver-se a competência de saber ver e 
analisar a imagem, para que se possa, ao produzir imagens, 
fazer com que ela tenha significação [...]. Assim, é preciso 
conhecer a produção artística visual contemporânea, valorizar 
nossa herança cultural e ter consciência da nossa participação 
enquanto fruidores e construtores da cultura do nosso tempo. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
16
Como compreender o universo imagético? Como tornaro alfabetismo visual 
acessível, consciente e necessário ao desenvolvimento humano? Essas respostas 
encontram-se, certamente, nos caminhos que levam à arte-educação, seja ela 
formal ou não formal. A tomada de consciência da potencialidade do mundo 
imagético perpassa por desvendamentos fornecidos pelo universo da arte e, hoje, 
são fundamentais para o estabelecimento da importância desses objetos.
Qual a distinção entre imagem e arte? Toda imagem observada pode ser 
considerada uma obra de arte ou imagem artística? É possível assegurar que existe 
uma distinção muito pontual entre imagens artísticas ou não, mas é necessário 
destacar que a arte pode se utilizar frequentemente de imagens em suas criações. 
Do mesmo modo, os arte-educadores também se utilizam de imagens durante 
o processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, esta seção se debruça sobre 
discussões que abrangem tanto a imagem quanto a arte, por compreender, nesse 
momento, que em diversos contextos, não há como separar uma e outra. 
No entanto, para serem consideradas artísticas, as imagens devem respeitar uma 
série de critérios como, por exemplo: intenção de criação artística ou preocupação 
com ineditismo, unicidade (criação única), proposição de uma poética, criatividade, 
entre outros. Apesar disso, tanto a imagem artística quanto não artística possuem 
signos passíveis de leitura e análise. Porém, a leitura de imagens é diferente daquela 
que acontece com textos lineares produzidos pela escrita tradicional. 
Na imagem, a leitura acontece de forma livre e de modo não linear, já que os 
olhos caminham livremente pelo espaço. O mesmo não ocorre na escrita, pois ela 
possui uma lógica que deve ser obedecida durante a leitura, como, por exemplo: da 
esquerda para a direita, de cima para baixo. Já as imagens possuem códigos abertos, 
ou seja, códigos que não podem ser precisamente determinados como ocorre no 
caso do alfabeto. Desse modo, as informações sugerem a ocorrência de diferentes 
interpretações durante a leitura de uma mesma imagem ou obra de arte. Essas 
diferenças de interpretação dependem da vivência, da bagagem informacional ou 
da cultura que cada pessoa que observa e busca compreender a imagem possui. Por 
Visualidade: qualidade ou estado de ser visual ou visível; visibilidade. Imagem 
mental ou pictórica; visualização.
Visibilidade: qualidade ou caráter do que é visível, do que pode ser percebido 
pelo olhar; percepção pelo sentido da visão.
Disponível em: <http://www.aulete.com.br/visualidade>. Acesso em: 18 fev. 
2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
17
Curiosidade
Você já brincou de olhar para o céu e determinar as formas que cada nuvem 
possui? E você já fez essa brincadeira, mesmo quando criança, junto com 
outras pessoas? Você já notou como é comum cada uma das pessoas 
encontrar formas completamente diferentes para uma mesma nuvem?
O mesmo pode acontecer com uma obra de arte ou uma imagem!
Cada uma das pessoas tem impressões, sensações ou percepções diferentes 
diante de uma mesma obra.
isso, compreende-se que um mesmo traço pode representar diferentes objetos ou 
formas, dependendo do contexto em que está inserido e da pessoa que o observa.
Para explicar as potencialidades da imagem, há que se adentrar mais 
profundamente nos conceitos que as embasam. E, se imagens possuem códigos 
passíveis de leitura, há que se compreender o que são os códigos e qual sua função 
na comunicação. Nesse contexto, Flusser (2007, p. 130) afirma que “um código é 
um sistema de símbolos. Seu objetivo é facilitar a comunicação entre os homens. 
Como os símbolos são fenômenos que substituem ('significam') outros fenômenos, 
a comunicação, é, portanto, uma substituição: ela substitui a vivência daquilo a que 
se refere”.
A capacidade informacional das imagens, e consequentemente da arte, já foram 
descritas e elucidadas. Agora, faz-se necessário pensar sobre a criação artística de 
forma mais aprofundada, partindo justamente dos elementos sociais e culturais que 
podem influenciar uma produção em arte.
O que influencia a criação artística? Pode-se pontuar que todo indivíduo é resultado 
do tempo histórico em que se encontra e das relações sociais e culturais que possa 
estabelecer. Descobrem-se assim, outras fontes que podem influenciar a criação 
artística. Portanto, os lugares que frequentam, a época em que vivem, o lugar onde 
moram, as pessoas com as quais se relacionam também influenciam na formação dos 
indivíduos e influenciam, consequentemente, a produção artística. Ostrower (1977, p. 
5) corrobora essas ideias ao garantir que “a natureza criativa do homem se elabora no 
contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas 
necessidades e valorações culturais moldam os próprios valores de vida”.
Essa noção de correlação entre o meio e a arte é necessária para que se possa 
compreender como a criação artística pode ser resultado de muitas influências 
socioculturais. Dessa forma, pode-se perceber que ao entrar em contato com uma 
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obra de arte, um objeto artístico, tem-se acesso a épocas, lugares ou culturas distintas. 
Esses conhecimentos obtidos por meio da arte são capazes de desvendamentos, 
esclarecimentos, ampliação de conhecimentos e até mesmo compreensão do 
mundo circundante. 
Retrocedendo no tempo, pode-se perceber que o homem, desde os primórdios 
da civilização, sempre se utilizou ou se expressou por meio de imagens. Essas 
informações reafirmam a necessidade de relacionar-se com imagens e, portanto, 
com diferentes formas de arte. Através do desenho, gravura, pintura, escultura, ou 
qualquer uma das modalidades, o ser humano sempre demostrou sua necessidade 
de comunicação ou de criação de imagens, fossem elas com objetivos artísticos ou 
não. Sobre essas informações, Buoro (2003, p. 24) destaca que:
Surge, então, uma questão a ser pensada: ao longo da história, seria possível 
traçar uma forma única de criação de arte? Obviamente, não! A obra de arte é a 
consequência do tempo em que está inserida e das necessidades decorrentes desse 
período. Logo, ela é resultado de uma sequência de influências que respondem 
a características atreladas às transformações espaço-temporais. Daí a necessidade 
de pensar como a arte acontece, se articula e se transforma em decorrência de 
constantes transformações sociais e culturais. Para cada época, lugar ou região, 
apresenta-se um tipo de criação artística específica. 
Atualmente, deve-se levar em consideração várias transformações no que é ou 
não considerado arte. Os parâmetros que orientam os limites do que seja ou não 
arte são delimitados a partir de padrões, normas ou questões que estão conectadas 
a variantes intimamente arraigadas com o tempo ou o lugar em questão. Nota-se, 
na contemporaneidade, que se alteraram os materiais, os objetivos, os estilos, os 
espaços que apresenta ou se desenvolve a arte e, consequentemente, as relações 
estabelecidas entre artista, obra e público. Todas essas relações e formatos são 
absolutamente diferentes dos que eram apresentados há alguns anos atrás. 
Ao desenhar nas paredes das cavernas e fabricar cestarias 
e cerâmicas, o homem “primitivo” era impulsionado pelas 
mesmas questões de sobrevivência que motivaram o homem 
do Renascimento e do século XX. A Arte, então, aparece no 
mundo humano como forma de organização, como modo de 
transformar a experiência vivida em objeto de conhecimento que 
se desvela por meio de sentimentos, percepções e imaginação. 
Assim, ela abarca um tipo de conhecimento a partir de universos 
sensíveis e ideias da apreensão humana da realidade.
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Você percebeu como aarte pode refletir diferentes influências?
Diante de todas as informações analisadas, já é admissível perceber todas as 
possíveis conexões e alterações propostas por esta arte na formação do indivíduo. 
Contudo, ainda é imprescindível refletir a relevância da contextualização da obra 
• Quais são as principais diferenças notadas por você entre as 
duas imagens a seguir?
• Você percebeu que ambas as imagens podem ser percebidas 
ou analisadas a partir de reflexos do tempo sociocultural em 
que estão inseridas?
• Você notou que elas pertencem a momentos históricos 
diferentes?
• Portanto, você percebeu como as representações da 
figura humana são concebidas de modo completamente 
diferentes?
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_2go2vY-U8Ac/
S9rUKVa24MI/AAAAAAAAAvA/PQoB0obulUs/s1600/
Rubens.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016. 
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/8/81/JuanGris.Portrait_of_Picasso.
jpg/464px-JuanGris.Portrait_of_Picasso.jpg>. Acesso 
em: 11 fev. 2016.
Figura 1.1 | As três graças, Peter Paul 
Rubens (1635)
Figura 1.2 | Retrato de Picasso de Juan 
Gris (1887-1927)
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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para a compreensão de informações pertinentes a ela. Por isso, ao observar a 
importância da arte por diferentes ângulos, é provável encontrar novos pontos a 
serem conectados. Um deles é que não se pode acostumar com a percepção e 
apreciação de formatos específicos de arte. Estando conectada ao período histórico, 
à cultura e à sociedade, a arte pode ser considerada efêmera e, portanto, altamente 
mutável.
A história da arte não se pode basear na naturalização do 
objeto artístico. Além disso, é preciso admitir que a ideia de 
arte se relaciona aos usos da imagem. Os usos da imagem, 
porém, são muito diversificados e envolvem também os seus 
usos artísticos, o que confere um estatuto especial à imagem, 
distinguindo-a de outras. Há uma construção social que está 
baseada na afirmação de um sistema de artes, que define as 
características do circuito da criação, produção, exposição, 
fruição e recepção do objeto artístico, conduzindo à sua 
institucionalização. Isso implica um jogo de posições no 
sistema das artes que se relaciona com a ordem política da 
sociedade. Há um entrelaçamento entre ordem política e 
sistema das artes (KNAUSS, 2013, p. 61).
Efêmero: [Figurado] De curta duração = breve, passageiro, temporário, 
transitório ≠ duradouro, permanente.
Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 2008-2013. Efêmero. 
Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/ef%C3%AAmero>. 
Acesso em: 31 jan. 2016.
Mutável: Que pode ser mudado.
Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 2008-2013. Mutável. 
Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/mut%C3%A1vel>. 
Acesso em: 31 jan. 2016.
Em razão dessa constatação, discute-se ainda sobre como a arte sofreu constantes 
transformações ao longo do tempo. Transformações essas que também puderam ser 
constatadas do mesmo modo nas sociedades, épocas ou culturas. Destaca-se que o 
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contexto histórico, todas as experiências e contatos que cada pessoa estabelece ao 
longo da vida acabam influenciando de modo único suas produções. Buoro (2003a, 
p. 58) demonstra que todas essas alterações ocorrem ao afirmar que:
[...] qualquer ser humano inicia sua formação antes mesmo de 
nascer. Mais tarde, segue construindo seus caminhos pessoais, 
determinados pelos encontros e eventos significativos que nele 
operam crises e transformações, pelos desejos que movem 
suas buscas, descobertas de novos interesses e gostos, muitos 
dos quais inusitados, e pela superação de gostos e interesses 
que perdem seu vigor no embate com a experiência – e tudo 
isso é o mesmo que viver significativamente. A escola participa 
intensivamente dessa formação, a qual alterna as dimensões 
formal e informal e as entretece numa trama que é a da nossa 
história pessoal: somos as narrativas que construímos. Assim, 
cada ser humano é único nas relações que estabelece com o 
mundo – parceiro e eterno outro que nos fascina, assombra 
e põe em marcha – ao longo de seus percursos de vida e de 
formação profissional.
Essa discussão sobre as alterações nos modos de propor, fazer ou apreciar arte 
define, portanto, que é preciso sempre ponderar sobre quais foram as influências 
determinantes em cada período da história. Do mesmo modo, essas possíveis 
conexões orientam esclarecimentos sobre como cada artista se apropriou e se 
relacionou com todas as influências no decorrer do processo de construção do 
seu trabalho artístico. Em contrapartida, surge a necessidade de compreensão das 
complexidades que entrelaçam a produção artística que, muitas vezes, só podem ser 
acessadas por meio da educação específica em arte, seja ela formal ou não. Muitas 
vezes, para que haja perfeita compreensão do objeto artístico é necessária muita 
pesquisa, conhecimento do contexto histórico e do percurso criativo do artista.
Para complementar essas revelações sobre o universo artístico e suas 
complexidades, são necessárias definições a respeito da relevância de se desvendar 
a arte, ou a imagem, a partir de esclarecimentos mais profundos sobre seus códigos. 
Já é sabido que a arte pode conter uma imensa gama de informações referentes 
ao entorno, à cultura, à época ou ao próprio indivíduo que a produz. Acessa-se, 
portanto, um mundo codificado e altamente informacional até então adormecido. 
Você já percebeu anteriormente que as informações referentes ao universo 
imagético sempre estiveram ali, diante de nossos olhos, mas eram inacessíveis por 
falta de conhecimentos sobre como promover a leitura desses códigos contidos 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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nessas superfícies (imagens). Por isso, reafirma-se que o estímulo à capacidade de 
leitura dos códigos imagéticos também será responsabilidade da arte-educação, 
formal ou não. Sendo assim, vale destacar a importância de se distinguir as diferenças 
e relevâncias de esclarecimentos sobre os códigos em superfícies ou em linhas. 
Portanto, é imprescindível considerar novamente a fala de Flusser (2007, p. 102), ao 
assegurar que:
As superfícies adquirem cada vez mais importância no nosso 
dia a dia. Estão nas telas de televisão, nas telas de cinema, nos 
cartazes e nas páginas de revistas ilustradas, por exemplo. 
As superfícies eram raras no passado. Fotografias, pinturas, 
tapetes, vitrais e inscrições rupestres são exemplos de 
superfícies que rodeavam o homem. Mas elas não equivaliam 
em quantidade nem importância às superfícies que agora 
nos circundam. Portanto, não era tão urgente com hoje 
que se entendesse o papel que desempenhavam na vida 
humana. Outro problema de maior importância existia no 
passado: a tentativa de entender o significado das linhas. 
Desde a “invenção” da escrita alfabética (isto é, desde que o 
pensamento ocidental começou a ser circulado), as linhas 
escritas passaram a envolver o homem de modo a lhe exigir 
explicações.
O que pode ser pontuado, neste momento, é que muito tempo se passou 
sem que se pudesse compreender o quanto a imagem, e a própria arte, poderiam 
colaborar para a ampliação e aprofundamento do conhecimento geral ou estético. 
Tanto a imagem quanto a arte são capazes de ampliar visões de mundo. Visão 
essa que também pode ser transformada por meio da percepção dos códigos 
imagéticos/artísticos. Considerando-se que somente uma parcela da comunicação 
se dá sobre a forma da fala e escrita linear, há que se considerar como a apreensão 
de códigos das superfícies, das imagens ou da arte, é necessário à compreensão 
globalda comunicação humana. Essa comunicação global só pode ser alcançada 
quando compreende-se a existência de signos contidos no “mundo codificado, ou 
seja, um mundo construído a partir de símbolos ordenados, no qual se represam as 
informações adquiridas” (FLUSSER, 2007, p. 96). 
A partir de agora, você já é capaz de entender quais são as potencialidades da 
imagem discutidas no decorrer desta seção: imagens/arte comportam uma série de 
códigos que contemplam informações que podem contribuir para a apreensão do 
mundo que nos cerca e, por isso, são fundamentais para o processo comunicacional. 
Em razão destas colocações, é possível saber como esse universo cultural imagético 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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também pode ser considerado uma forma de discurso que contribui para a 
compreensão da sociedade, da história e da cultura. Deve-se, sobretudo, aceitar o 
fato de que aprender a comunicar-se com palavras ou compreender suas regras é 
tão importante quanto aprender a comunicar-se com ou por meio de imagens.
Diante de todas as informações já citadas, reafirma-se a necessidade de reforçar 
outras razões que podem contribuir para o estabelecimento desta linha de reflexão 
que se refere às potencialidades, muitas vezes subjetivas, das imagens. Portanto, 
reitera-se que o universo imagético se tornou imprescindível para as relações sociais 
e culturais do homem contemporâneo. 
Como começar a reestruturação dos encaminhamentos metodológicos sobre 
a educação que poderão alterar a percepção da relevância da arte-educação? A 
resposta encontra-se na formação dos arte-educadores (ou agentes-mediadores) 
e na conscientização de que esses devem propor discussões que contextualizem 
as informações artísticas durante as visitas aos espaços culturais de arte. Essa 
contextualização abrangerá, consequentemente, toda a referência sobre o 
entrelaçamento entre arte e cultura, já citado anteriormente nesta unidade. Por esse 
motivo, é importante destacar informações que evidenciam que:
Qualquer que seja o caminho metodológico construído ou 
reconstruído, é de suma importância atentar para o papel 
dos agentes mediadores no processo: os educadores, os 
mediadores, assessores, facilitadores, monitores, referências, 
apoios ou qualquer outra denominação que se dê para os 
indivíduos que trabalham com grupos organizados ou não. 
Eles são fundamentais na marcação de referenciais no ato 
de aprendizagem, eles carregam visões de mundo, projetos 
societários, ideologias, propostas, conhecimentos acumulados 
etc. Eles se confrontarão com os outros participantes do 
processo educativo, estabelecerão diálogos, conflitos, ações 
solidárias etc. Eles se destacam no conjunto e por meio deles 
podemos conhecer o projeto socioeducativo do grupo, a visão 
de mundo que estão construindo, os valores defendidos e os 
que são rejeitados. Qual o projeto político-cultural do grupo 
em suma (GOHN, 2006, p. 1).
1.2 Arte e sua relação com os espaços
Quando se sugere reflexões acerca da arte e sua relação com os espaços, uma 
das primeiras questões a surgir é: quais são os espaços da arte? Onde a arte pode 
ser observada e apreciada?
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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É plausível citar uma lista de espaços onde a arte pode ser encontrada, começando 
por museus, galerias, fundações culturais, coleções particulares, internet, entre 
inúmeros outros. E, ao longo do tempo, muitos espaços diferenciados foram 
utilizados. Nas paredes das cavernas, nas catedrais, em templos, palácios, livros, 
catacumbas, paredes das casas. Contudo, por diversas vezes, o público em geral não 
tinha acesso a muitas obras produzidas. Assim, o público encontrava-se “distante do 
ambiente artístico, da apreciação, da fruição ou manifestação artística, permaneciam 
alijados da cultura, prejudicados em sua sensibilidade, sem meios suficientes para 
apreciar ou produzir arte. Viviam afastados da cultura de seu tempo” (SANTA ROSA; 
SCALÉA, 2006, p. 54). 
Apesar disso, em diferentes momentos pode-se perceber que houve a pretensão 
de expor obras de arte em espaços públicos, mesmo que essa intenção estivesse 
atrelada à exaltação de governantes. Percebe-se, então, que esses ambientes de 
cultura transformaram-se em espaços onde se buscava usufruir ou apreciar a beleza 
e refletir a respeito das diferentes propostas dos artistas (SANTA ROSA; SCALÉA, 
2006).
Hoje em dia, em quais espaços a arte pode ser encontrada, visualizada, apreciada? 
De que modo estes espaços culturais interferem na construção da arte-educação?
Atualmente, é perceptível que, diante das possibilidades de acesso propiciadas 
pelas mídias e pela internet, as fronteiras que distanciavam obra e espectador foram 
reestabelecidas e alargadas. Até há algum tempo atrás, a arte era objeto restrito aos 
espaços de grandes museus e galerias. Contudo, em todos esses espaços o objetivo 
é sempre o mesmo: esses ambientes são concebidos para se tornarem lugares para 
apreciação e reflexão crítica sobre arte.
No entanto, desde de que outras propostas foram absorvidas pela arte 
contemporânea, como, por exemplo, o uso de novos espaços para apresentação 
e exposição da arte, alterações substanciais nos moldes do fazer artístico foram 
evidenciadas. Uma delas toma como ponto de partida a aproximação da obra com 
o público. Dessa forma, nota-se que a arte-educação, formal ou não formal, e a 
convivência com obras tornaram-se fundamentais para a perfeita compreensão do 
universo comunicacional circundante. Conclui-se, para tanto, que a arte pode exercer 
ativamente sua função ainda que encontrada em espaços culturais diferenciados.
A educação em arte só pode propor um caminho: o da 
convivência com as obras de arte. Aquelas que estão assim 
rotuladas em museus e galerias, as que estão em praças 
públicas, bancos, repartições do governo, nas casas de 
amigos e de conhecidos. Também aquelas, anônimas, que 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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25
Durante a seção 1, você compreendeu a importância da exploração das 
potencialidades da arte. Por isso, agora vale refletir sobre como os espaços culturais, 
grandes vias de acesso à obra de arte, podem contribuir para a exploração de tais 
potencialidades. Importante se faz também a aproximação entre obra e público, 
promovendo constantes interações culturais e ampliação do conhecimento. Essas 
alterações se tornaram extremamente importantes, pois passaram a desmistificar a 
arte enquanto objeto de culto, intocável e praticamente inacessível. 
É necessário pontuar que a aproximação entre obra e público também aconteceu 
em razão da chegada dos aparelhos técnicos, de reprodutibilidade e das máquinas 
de fotografar. E, nessa onda da reprodução das imagens e da arte, ou de imagens 
de arte, novas relações ou aproximações se estabeleceram também entre público 
e obra. E, como num movimento em cadeia, essas transformações acarretaram, 
consecutivamente, novas formas de arte, novas práticas, novos espaços e novas 
formas de aproximação.
Surgem novos espaços culturais para a divulgação da arte que ultrapassam as 
barreiras da escola (educação formal). Entre esses novos espaços, é possível destacar 
os museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias. Todos eles contribuem 
amplamente, e de modo muito pontual, para a formação artística. Desse modo, 
cada um desses espaços assume uma função complementar à aproximação do 
público com a arte, facilitando o processo de educação estética.
Você sabia que muitos museus promovem diversas atividades educativas e 
culturais no intuito de aproximar-se do público? 
Muitas dessas ações educativas são resultado de um grande processo de 
desenvolvimento de tecnologias que servem, nestes casos, para auxiliar, aproximare proteger a memória cultural. E ainda vale lembrar o quanto os acessos e visitas a 
estes espaços que buscam promover a arte podem ser altamente enriquecedores. 
encontramos às vezes numa vitrina, numa feira [...]. As que estão 
em alguns cinemas, teatros, na televisão e no rádio. As que estão 
nas ruas: certos edifícios, casas, jardins, túmulos. Passamos por 
muitas delas, todos os dias sem vê-las. Por isso, é preciso uma 
determinada intenção de procurá-las, de percebê-las. Quanto 
mais ampla for essa convivência com os tipos de arte, os estilos, as 
épocas e os artistas, melhor. É só por meio desse contato aberto e 
eclético que podemos afinar nossa sensibilidade para as nuanças 
e sutilezas de cada obra (ARANHA; MARTINS, 2009, p. 433). 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Sobre as atividades do Museu Nacional de Belas Artes
“As ações educativas do Museu Nacional de Belas artes visam à 
promoção da cidadania cultural, entendida como o acesso democrático 
ao universo artístico do nosso patrimônio cultural. Nesse sentido, as 
ações, que ocorrem nas Galerias da Arte Brasileira dos Séculos XIX e 
de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, procuram atender aos 
mais diferentes públicos, em diversos projetos, de forma a diminuir 
barreiras, estabelecendo uma relação dialógica: partindo dos contextos 
previamente trazidos pelos participantes, busca-se levá-los à construção 
do conhecimento artístico”.
Projetos: Visitas ao acervo do museu; todo mundo no museu; oficina 
para professores; projetos inclusivo; material de apoio pedagógico.
Disponível em: <http://mnba.gov.br/portal/educacao/atividades.html>. 
Acesso em: 1 fev. 2016.
Sob sua ótica, é possível potencializar ainda mais a formação em arte a partir do 
incentivo a aproximações do público com museus, galerias, centros de arte, casas 
de cultura? 
Para adentrar nesse campo, é necessário saber que “é preciso repensar a formação 
do educador e do educando no sentido de possibilitar o conhecimento, levando em 
conta a totalidade do ser e de perceber a função da arte na educação como campo 
de conhecimento tão importante como o da ciência” (BUORO, 2003, p. 32).
Com base nessas informações que enfatizam assuntos relativos ao potencial da arte, 
é possível pensar de que modo os agentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem 
podem contribuir para promover estímulos que demandem encontros significativos 
com a arte. É necessário avaliar que existem influências mútuas e constantes advindas 
de todos os envolvidos neste processo de arte-educação. Por isso, considerar que o 
público apreciador também tem muito a contribuir. Como resultado, compreende-se 
que “não há espectador totalmente ingênuo. Portanto, há marcas culturais tatuadas nas 
pupilas dos olhos dos alunos que não devem ser desprezadas, mas, sim, incorporadas 
e ampliadas [...] para que novas interpretações e construção de sentido possam ser 
desveladas” (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 9).
Além de contextualização das informações estéticas, os propositores/mediadores 
também podem contribuir com o enriquecimento da formação e do contato com a 
arte a partir da ideia de impulsão de potencialidade.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Vários exemplos de intervenções que divulgam uma remodelação nos formatos de 
relação obra e público vêm sendo implantadas no intuito de aproximar e aprofundar 
estas relações. O formato de exposição que considera a arte como metodologia 
do conhecimento, sugerido por Luis Camnitzer durante a da 6a Bienal do Mercosul, 
apresenta-se como um grande exemplo de novas propostas de intervenção.
Ainda refletindo sobre como a arte se relaciona com os espaços de formação 
e apresentação e qual o papel que esses espaços podem ocupar atualmente na 
educação não formal, é possível destacar outras questões. Uma delas encontra-se 
no fato de que o Brasil é um país gigantesco com muitas peculiaridades que são 
fruto de influências específicas. Dessa forma, não há como falar sobre espaços para 
arte sem embrenhar-se em territórios que demandam considerações. 
Impulsionar a potencialidade de obras e artistas submersos 
nos livros, nos museus, nos sites, nas reproduções esquecidas 
que fazem parte de nosso acervo de professores, para além 
daquelas sempre escolhidas. Reside nessa ação a formação 
cultural dos alunos. Formação esta que, enfatizando a 
habilidade perceptiva e cognitiva para interpretar obras de arte 
em termos de seu contexto social e cultural, possa ampliar o 
acervo imaginário de tal modo que obras e artistas passem 
a integrar o patrimônio pessoal como um bem simbólico 
interno, um repertório conectado à vida para a leitura do 
mundo, das coisas do mundo e da própria Arte (MARTINS; 
PICOSQUE, 2003, p. 8). 
A equipe curatorial redesenhou a estrutura da Bienal para 
destacar a relação entre o artista e o público, para envolver 
o visitante no processo criativo do artista, para conseguir que 
o consumidor vá se equipando para ser criador; em outras 
palavras: para voltar a resgatar a arte como uma metodologia 
do conhecimento. Queremos que a ênfase da mostra não 
termine em exibir a inteligência do artista, mas em estimular 
a inteligência do visitante. Essa tarefa, por sua vez, estimula 
muito mais a nossa inteligência como artistas do que poderia 
conseguir o narcisismo tradicional (CAMNITZER apud 
CAMNITZER; PÉREZ-BARREIRO, 2009, p. 13-14).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Diversas cidades brasileiras não possuem museus, centros de arte ou galerias. 
Muitas delas sequer possuem espaços culturais. Em algumas escolas, principalmente 
públicas, o ensino da arte ainda está nas mãos de professores sem graduação 
específica. As aulas são curtas, o número de alunos por turma é bastante amplo 
em diversos lugares, os espaços para desenvolvimento das atividades são restritos 
à própria sala de aula e os materiais muitas vezes são simples ou reduzidos. Esses 
espaços limitados dificultam a exploração e o desenvolvimento pleno de atividades. 
Em contraponto, os espaços não formais podem, muitas vezes, possuir uma estrutura 
muita mais desenvolvida e planejada.
O ensino de artes plásticas no currículo da escola formal coloca 
o professor diante de alguns determinantes, no que se refere à 
escolha de seu objeto de trabalho. A realidade física da sala de 
aula e o tempo de duração da aula, muito diferentes daquele 
vivido em um ateliê ou oficina, reduzem as diversas abordagens 
da escolha de atividades, que poderiam ser realizadas, para 
trabalhar os conteúdos. É o caso, por exemplo, das produções 
tridimensionais, que exigem espaços amplos, nem sempre 
compatíveis com a sala de aula. Além disso, o ensino de arte 
a ser proposto no contexto da escola formal deve considerar, 
entre outras coisas, fatores ligados aos conteúdos selecionados, 
às questões de ensino-aprendizagem, aos interesses de alunos 
e educadores, ao uso de materiais compatíveis com o espaço 
físico, e ao número de aulas que o educador dispõe para a 
abordagem em cada conteúdo (BUORO, 2003, p. 110). 
Um professor que mantém viva a curiosidade, que gosta de 
estudar, investigar imagens para sua prática na sala de aula e 
levar seus alunos ao encontro com a linguagem da arte sem 
forçar uma construção do sentido “correto” ou único, veste 
sandálias de professor-pesquisador, envolvendo com a mais 
fina atenção sua pele pedagógica, dando sustentação para 
pisar em terras ainda desconhecidas. Não lida com as certezas, 
Além disso, muitas questões precisam ser revistas para que se tenha acesso a 
esclarecimentos que apoiariam novas percepções e proposição de diferentes 
possibilidades de formação da educação em arte. Nesse sentido:
Arte e os espaços culturais: museus, centrosde cultura, escolas de arte, galerias
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e com reducionismos simplistas, mas com a compreensão e a 
articulação da complexidade. Por isso mesmo, seu caminhar se 
dá no futuro, no lugar da pergunta, da questão, da dúvida, movido 
por passos de andar sinuoso que evitam os caminhos retos porque 
assim pode traçar sua própria trilha na escavação das Arqueologias 
Contemporâneas (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 8).
Apesar de debatermos a respeito das potencialidades da arte (e 
,consequentemente, da imagem), há que se destacar que outros pontos de 
vista podem se contrapor, ou até mesmo complementar tais colocações. 
Vicente Lanier (2011, p. 45) destaca que alguns posicionamentos somente 
reiteram que a arte esteja apenas empregada sobre os domínios da 
responsabilidade social, deixando de lado sua função de procedimentos 
estéticos-visuais. Por isso, explica que:
Não há, tampouco, nenhuma razão constrangedora 
que nos faça duvidar ou negar que as atividades de 
arte na sala de aula possam promover crescimentos 
pessoais independente do valor ou da resposta estética. 
Talvez a arte possa tornar alguém mais criativo em 
geral (o que quer que isso queira dizer). Talvez possa 
fazê-lo perceber seu contexto físico ou social mais 
objetivamente. Talvez possa ajudá-lo a resolver suas 
inadequações emocionais, aumentar seu QI, enriquecer 
sua aposentadoria ou promover a paz mundial e a 
boa vontade entre os homens. O ponto sobre o qual 
queremos insistir é que todos esses outros aspectos do 
crescimento individual não são ou não deveriam ser o 
principal foco para o professor de artes plásticas: que 
a sua principal referência deveria ser o progresso no 
domínio dos procedimentos estéticos-visuais. [...] Em 
resumo, estou propondo que, de fato, devolvamos a 
arte à arte-educação (BARBOSA, 2011, p. 45).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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1. Diante de todas as informações propostas na seção 
1, descreva, de acordo com os textos estudados, qual a 
importância da arte?
2. Os espaços culturais para o desenvolvimento/formação em 
arte restringem-se somente às escolas?
• Você já havia imaginado como os espaços culturais para 
divulgação e exposição de obras são importantes para a 
formação em arte?
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Seção 2
Espaços culturais para a arte
Nesta seção, será dada continuidade ao assunto já iniciado na seção 1, que 
discutiu a importância da arte e de seus espaços de divulgação e exposição. 
Neste momento, para fundamentar ainda mais o que já fora estudado, alguns 
aprofundamentos serão propostos. Dessa forma, assuntos ligados aos principais 
conceitos e funções dos espaços culturais serão discutidos. Você irá reconhecer 
e distinguir diferentes espaços culturais para a exposição de objetos artísticos, 
ou obras de arte, como museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias. 
Muitos desses ambientes culturais têm como objetivo expor, promover debates e 
aprofundar os conhecimentos sobre arte por meio do contato aproximado entre 
público, obra e artista. Os conceitos e delimitações aqui sugeridos continuarão a 
revelar potencialidades subjetivas da aplicação da arte como forma de instigar o 
desenvolvimento intelectual e estético do indivíduo. Convido você a se enveredar 
por essa aventura, que se distingue principalmente por ser extremamente relevante 
para novas proposições sobre a disciplina de Arte!
2.1 Museus
Antes de aprofundamentos mais conceituais sobre os museus e sua relação com 
a arte-educação, uma questão será respondida: como surgiram os museus? De 
acordo com Santa Rosa e Scaléa (2006), os museus surgiram no século XVIII com a 
chamada prática do colecionismo. 
Pessoas abastadas recolhiam objetos exóticos, pinturas, 
esculturas, recordações de viagens, documentos, sem nenhum 
critério e exibiam em suas casas. [...] Nos meados do século XVIII, 
com a democratização de grande parte da Europa, as coleções 
passaram a ser geridas pelo Estado e os governantes tomaram 
para si a reponsabilidade de preservá-las. Diversos museus 
foram criados com o objetivo de guardar as obras de arte, mas 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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logo se tornou necessário que exibissem suas coleções, isto é, 
que tornassem públicas as obras que pertenciam à sociedade, e o 
museu passou a ter um ou mais espaços expositivos destinados à 
visitação. [...] Só no final do século XIX, os museus passaram a ter 
coleções mais homogêneas, com espaços específicos para obras 
de arte, objetos e documentos de valor histórico (SANTA ROSA; 
SCALÉA, 2006, p. 55).
É possível considerar que espaços como os museus podem socializar e 
democratizar o ensino de arte? De acordo com Ott (2011, p. 113), existem infinitas 
potencialidades a serem exploradas nesses espaços.
O ensino de arte em museus constitui um componente 
essencial para arte-educação: a descoberta de que arte é 
conhecimento. A arte pode assumir diversos significados em 
suas várias dimensões, mas como conhecimento proporciona 
meios para a compreensão do pensamento e das expressões 
de uma cultura. Por meio dessa prática educativa em museus, 
podem ser reveladas diversas formas de expressão artística 
que contêm muitas das maiores ideias da cultura universal, 
cujos significados de arte são contribuições relevantes para 
a sociedade. Esses conceitos necessitam ser trabalhados 
por meio de um ensino sensível, ou seja, um sistema de 
arte-educação que possibilite, nos museus, uma atmosfera 
positiva para a crítica. 
Incontestavelmente, o museu é uma das instituições não formais e culturais 
de arte mais conhecidas, principalmente por apreciadores de arte que buscam 
promover a divulgação do patrimônio artístico e cultural de determinado artista, estilo 
ou período. No entanto, tais espaços não são encontrados em todas as cidades do 
país. Os museus não surgem com o objetivo de ensinar arte, mesmo que diversas 
vezes pode-se encontrar cursos e ações educativas em seus espaços. Schilaro e 
Scaléa (2006, p. 52) apontam que “a instituição em si não tem como objetivo o 
ensino da arte, e sim a formação de um público apto a usufruir desse segmento do 
conhecimento”.
Diante das afirmações sobre o papel dos museus na construção do conhecimento, 
é importante pontuar o quanto as visitas a esses espaços podem ser acessíveis. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Atualmente, pode-se ter acesso a esses lugares de duas formas: numa visita física, 
presencial ou por meio de visitas virtuais. Além da apreciação dos acervos, os museus 
hoje oferecem uma ampla gama de possibilidades de cursos, aperfeiçoamentos, 
ações educativas e projetos.
Nesta seção, você terá a oportunidade de conhecer diferentes opções de 
materiais disponíveis na internet que serão capazes de agregar muitas informações 
relevantes sobre arte. Por isso, fique ligado! Essas dicas são necessárias justamente 
para propiciar acesso a espaços culturais a todas as pessoas que vivem em regiões 
que não possuem museus ou que se encontram distantes dos circuitos tradicionais 
de arte. 
Sugestão de visita ao site do Conselho Federal de Museologia!
Nesse espaço você poderá acessar uma série de links de grandes 
universidades sobre temas ligados à teoria museológica, história dos 
museus, questões relacionadas à formação profissional, administração, 
planejamento, patrimônio, memória etc.
Disponível em: <http://cofem.org.br/?page_id=423> Acesso em: 2 fev. 
2016.
Curiosidade
Alguns sites oferecem sugestões de visitas a alguns dos principais museus 
de São Paulo. 
Além de visitá-los pessoalmente, você também pode visitá-los virtualmente, 
já que a maioria possui sites interessantíssimos!!Vale a pena conferir!
Como exemplo, podemos citar um guia que propõe uma seleção do que 
considera os 9 museus mais imperdíveis de São Paulo. 
• PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO
• MUSEU DE ARTE MODERNA – MAM
• MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
• MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO – MASP
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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• MUBE – MUSEU BRASILEIRO DA ESCULTURA
Disponível em: <http://www.guiadasemana.com.br/artes-e-teatro/noticia/
cinco-museus-imperdiveis-em-sao-paulo>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Vale lembrar que é possível refletir sobre a relevância dos museus para a arte- 
-educação e para as definições do valor da obra de arte enquanto portadora de 
infinitos signos e significados. Sendo assim, são essenciais algumas considerações 
sobre as obras de arte e sua relação com espaços culturais como os museus.
Por isso, mesmo que você esteja em uma cidade que não possua museu, 
ainda assim, você pode e deve conhecê-los. Uma das grandes contribuições do 
desenvolvimento tecnológico é diminuir as distâncias. Dessa maneira, você pode 
conhecer virtualmente uma grande quantidade de espaços como esses por todo 
o país, ou até pelo mundo, acessando sites ou redes sociais e desfrutar de passeios 
virtuais interessantíssimos. Na verdade, esse pode ser um grande trunfo para o arte-
-educador. Numa sala com muitos alunos e numa cidade que não possui espaços 
culturais, a visita ao museu poderia ser impensável se não fosse por meio de 
computadores. Então, aproveite e utilize todos os recursos a favor da arte!
Os museus são repertórios de objetos com significado. Nós 
guardamos as coisas que nos são caras, mas, mesmo assim, 
os objetos nas coleções dos museus são meramente objetos. 
As obras como as que pertencem ao acervo dos museus, 
destituídas do valor monetário que a sociedade lhes atribui, 
servem para lembrar-nos das ideias que as inspiraram. Assim 
sendo, nós aprendemos e também nos afetamos pela Arte 
(OTT, 2011, p. 119).
Sugestão de visita virtual!
MARE – Museu de Arte para a Educação é um banco interativo de imagens e 
textos sobre os temas representados na arte ocidental, desde a Antiguidade. 
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Para Chagas e Storino (2014, p. 74):
Nele, você poderá descobrir muito mais sobre obras de arte! Você pode 
conhecer um pouco mais sobre este assunto acessando o site do museu 
disponível em: <http://www.mare.art.br/index.asp>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Os museus são compreendidos como práticas sociais, antros de 
relação e dispositivos de narração que se constrõem por meio 
de espacialidades, temporalidades, imagens, informações, 
vivências e convivências tratadas, em simultâneo, como bens, 
ver se deve aparecer dois Para saber mais a seguir. 
De acordo com a Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que instituiu 
o Estatuto de Museus, “Consideram-se museus, para os efeitos desta 
Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, 
comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, 
pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções 
de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra 
natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu 
desenvolvimento”.
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/os-museus/o-que-e-
museu/>. Acesso em: 2 fev. 2016.
No portal do colocar iniciais em caixa alta de Museus, você poderá 
encontrar assuntos correlacionados a museus, o que é museu, como 
criar museus, museus do Brasil, museus Ibram, economia dos museus, 
além de uma série de links sobre o assunto. Você pode conhecer mais 
sobre esse assunto acessando o site!
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/os-museus/>. Acesso em: 
2 fev. 2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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No entanto, o objetivo de se pensar sobre museus é também distinguir sua 
função para a educação não formal em arte. Desse modo, há que se retomar as 
informações sobre ações educativas, já iniciadas na seção 1, para complementar a 
busca por posturas que promovam a ampliação de conhecimento artístico. Por isso, 
uma pergunta emerge: quais as ações promovidas pelos museus que estreitam ou 
viabilizam a promoção do conhecimento artístico?
Existem vários museus no país que promovem ações no intuito de socializar 
conhecimento sobre obras ou temáticas específicas. Alguns possibilitam esses 
recursos por meio de palestras, revistas impressas ou digitais com artigos que 
discutem sobre temas relacionados aos museus, oficinas, visitas mediadas, materiais 
de apoio pedagógico (que, muitas vezes, podem estar disponíveis no site para 
download) e que podem acontecer de forma presencial ou a distância. 
Importante se faz ressaltar como estas ações são extremamente relevantes para 
a formação em arte. Indiscutivelmente, esses espaços virtuais encurtam distâncias e 
potencializam o uso do tempo, já que podem ser acessados virtualmente. 
Dessa forma, vários espaços que exploram estes ambientes virtuais serão trazidos 
como exemplo. O objetivo principal é o de divulgar possibilidades que podem 
contribuir para o enriquecimento cultural e estético.
Vejam como essas ações culturais são apresentadas. O primeiro exemplo é o site 
do Museu de Belas Artes.
Projetos ofertados:
1 – Visitas ao acervo do museu: mediações – voltadas para grupos de 
instituições escolares da rede pública e privada, e ONGs que possuam uma 
ação educativa, ocorrem mediante agendamento prévio pelo telefone. As 
visitas mediadas objetivam promover a construção de significados e novos 
olhares no espaço expositivo. As visitas do público infantil, a partir de 5 anos, 
podem ser permeadas por jogos e histórias, acolhendo a forma da criança 
interagir com o mundo.
2 – Todo mundo no museu! – esse projeto contempla visitas mediadas para 
famílias, com jogos e brincadeiras, nas galerias do museu, com objetivo 
de articular arte, cultura e lazer. Ao apreciarmos uma obra de arte, nos 
despimo-nos do olhar cotidiano e abrimos espaço para novos significados. 
Fazer isto em família é uma oportunidade de renovar as relações humanas.
3 – Oficina para professores – o Museu Nacional de Belas Artes e seu acervo: 
contribuições para o ensino da Arte na Educação. Objetivo: discutir sobre o 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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papel do museu na educação, conhecer o Museu Nacional de Belas Artes, 
fornecer subsídios para que o professor crie estratégias pedagógicas para 
trabalhar o acervo do MNBA em suas aulas e incentivar a visitação ao museu.
4 – Projetos inclusivos: Ver e Sentir através do Toque – projeto experimental 
de acessibilidade estética. Consiste em visitas mediadas com grupos de 
cegos e videntes, utilizando estímulos sensoriais diversos, a fim de provocar 
o diálogo e a troca de impressões, lembranças, comparações, tornando a 
visita ao museu uma experiência enriquecedora para todos os visitantes do 
grupo. 
5 – Material de apoio pedagógico
Publicações da Seção Educativa disponíveis para download:
Coleção aprendendo no Museu
Vol. 1 - Guia de Visita em Família: orientações para a visita em família, de 
forma autônoma, com jogos e brincadeiras sobre o acervo do museu.
Vol. 2 - Quando o Brasil amanhecia – a Primeira Missa no Brasil vista por Vítor 
Meireles e Candido Portinari
Disponível em: <http://mnba.gov.br/portal/educacao/atividades.html>. 
Acesso em: 2 fev. 2016.
Você observou como os museus oferecem muitas possibilidades de interação e 
informação por meio de ações educativas sugeridas em seus espaços virtuais?
É possível promover o enriquecimento do conhecimento em arte a partir de 
visitas virtuais a museus?
Existem ainda outros exemplos de museusque promovem discussões amplas a 
respeito de diversos assuntos ligados a este tema e também a temas correlacionados. 
Um deles é o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que possui um site com muitas 
informações. Vale conferir! Nele, é possível acessar uma revista científica com artigos 
que promovem debates interessantíssimos, tour virtual, notícias, apresentação de 
exposições, catálogos de obras, publicações, entre outros.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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“O Museu de Arte do Rio Grande do Sul apresenta o primeiro número da 
revista Tes ] xOH. A publicação foi criada com o objetivo não só de refletir 
prioritariamente as áreas de atividade do museu, mas também de ampliar 
seu raio de ação para outras disciplinas. As áreas de desenvolvimento 
da revista são aquelas compreendidas entre conservação e restauração, 
curadoria, história de exposições, crítica e teoria da arte, arte-educação, 
administração em arte, arquivismo em arte e arte.”
Acesse o site e descubra mais sobre a revista e o museu!
Disponível em: <http://www.margs.rs.gov.br/publicacao/revista-
no-01/>. Acesso em: 2 fev. 2016. 
Outras possibilidades para tratar das inter-relações sugeridas pelo museu 
demandam produções práticas. Como exemplo, é possível citar um artista, arquiteto, 
professor, poeta e artista plástico chamado Antônio Luiz Andrade (Almandrade). 
Ele se propôs realizar trabalhos que geraram exposições que discutiram a ideia de 
museu. Aqui, apresenta-se a criação de uma exposição, onde aconteceu, muito 
provavelmente, o ápice da interação e da busca por evidenciar a reflexão sobre as 
possibilidades da educação museológica. E sobre essa exposição e o museu ele 
comenta:
Claramente, uma das grandes contribuições da arte é promover a plena 
comunicação entre homem e o universo circundante, reorientando novas formas 
de olhar e de pensar. Esses objetivos podem ser potencializados se o número de 
pessoas alcançadas por estes espaços for o maior possível. Portanto, alguns espaços, 
com suas ações plenamente ativas, educativas e disseminadoras de arte, contribuem 
imensamente para que os objetivos da educação em arte sejam alcançados. 
Destaca-se, por isso, ações com o intuito de promover o acesso do maior número 
possível de pessoas. Há exposições importantes para o universo artístico, como a 
Instituição paradigmática para a arte contemporânea, 
conhecer seu espaço físico e ideologia que a envolve era 
uma necessidade do artista experimental. Realizei algumas 
exposições que tinham entre os seus objetivos discutir o 
museu, a exemplo das exposições: O Sacrifício do Sentido, 
no Museu da Arte Moderna na Bahia e a instalação “Público/
Privado”, montada no Museu de Arte Moderna no Rio de 
Janeiro, em 1982 (ALMANDRADE, 2013, p. 10).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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que aconteceu recentemente no Instituto Tomie Ohtake. 
A Exposição “Frida Kahlo – Conexões entre mulheres surrealistas no México” foi 
trazida para o Brasil em 2015 e circulou em diferentes estados por alguns meses. No 
entanto, por inúmeros motivos, muitas pessoas que gostariam de visitar a exposição 
não tiveram acesso. Pensando nisso, o instituto disponibilizou um espaço em seu 
site para visitas virtuais, em que é possível passear pela exposição utilizando apenas 
os comandos do computador. Incrível, não? Até pouco tempo atrás, essas atitudes 
eram impensáveis e a presença nos espaços físicos era incontestável. Pode-se 
afirmar, portanto, que esta é uma das grandes vantagens do universo altamente 
tecnológico no qual estamos inseridos! 
Você já visitou um museu de arte?
Você pode acessar a exposição virtual “Frida Kahlo – Conexões entre 
mulheres surrealistas no México” e se aventurar no passeio através do 
endereço do Instituto Tomie Ohtake. Disponível em: <http://www.
institutotomieohtake.org.br/media/frida/index.html>. Acesso em: 3 fev. 
2016.
Aproveite!
Fonte: <http://www.institutotomieohtake.org.br/media/frida/index.html>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Figura 1.3 | Vista parcial do site com a exposição de Frida Kahlo
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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A acessibilidade aos espaços dos museus é completamente remodelada em 
função do aparecimento da internet. Todas as relações puderam ser reorganizadas 
justamente por tornar espaços que se encontram a milhares de quilômetros de 
distância acessíveis a um toque de tela. Por isso, enquanto professores de arte ou 
público apreciador, vale acompanhar notícias, exposições, cursos, visitas on-line e as 
agendas desses diferentes espaços de produção e divulgação da arte. As possibilidades 
mostram-se infinitas, mesmo que a distância. 
Nesta seção, você está estudando a importância de determinados espaços 
culturais de educação não formal para a formação em arte, por isso há que se 
exemplificar como acontece a divulgação, quais as atividades oferecidas e qual é 
a função destes espaços culturais com relação ao público apreciador, ao artista e à 
arte.
Outro exemplo de espaço de educação não formal, de museu, que auxilia na 
formação e ampla divulgação da Arte é o MAM – Museu de Arte Moderna – de São 
Paulo. No quadro a seguir, você pode conhecer o Museu de Arte de São Paulo 
e conferir quais são as ações práticas propostas que servem como exemplo de 
interação entre arte e os espaços culturais na educação em/para arte, propostas 
como objetivo desta seção.
Conhecendo o MAM!
Missão: colecionar, estudar, incentivar e difundir a arte moderna e 
contemporânea brasileira, tornando-a acessível ao maior número de 
pessoas possível.
Sobre o MAM: o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade 
civil de interesse público, sem fins lucrativos, fundada em 1948. Sua coleção 
possui mais de 5 mil obras produzidas pelos nomes mais representativos da 
arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto a coleção 
como as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a 
pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das 
sociedades contemporâneas.
As exposições principais são realizadas em duas salas, segundo uma grade 
anual estruturada em quatro temporadas. Outras mostras são exibidas 
regularmente nos espaços da biblioteca e do corredor de ligação, onde é 
desenvolvido o programa de instalações Projeto Parede. Integra a grade 
expositiva o programa DJ Residente, voltado para a difusão de pesquisas 
sonoras experimentais nas áreas internas do museu.
A cada dois anos, o MAM realiza o Panorama da Arte Brasileira, exposição 
que resulta do mapeamento da produção contemporânea em todas as 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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regiões do país. O crescimento do interesse pela arte brasileira no mundo 
consolidou o Panorama como uma mostra relevante no circuito artístico 
internacional.
O museu mantém ainda uma ampla grade de atividades que inclui cursos, 
seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de 
vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades 
é acessível a todos os públicos, por meio de audioguias, videoguias e 
tradução para a língua brasileira de sinais.
Instalações: o MAM está localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante 
área verde de São Paulo. O edifício foi adaptado por Lina Bo Bardi e possui, 
além das salas de exposição, ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e loja. 
Os espaços do museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, 
projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas 
as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
Coleção: as obras da coleção são exibidas em exposições temporárias 
realizadas no MAM e em outras instituições, tanto brasileiras comoestrangeiras. O museu tem uma política de atualização, conservação e 
ampliação permanente da coleção.
Biblioteca: o acervo de livros, periódicos, documentos e material 
audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas 
de museus de vários países mantém o acervo vivo.
Educativo: a formação de público é o alvo principal das ações do Educativo. 
O atendimento escolar é gratuito e específico para cada faixa etária, da 
educação infantil à universidade. Visitas às exposições, práticas artísticas, 
oficinas e cursos especiais são concebidos para atender às necessidades 
do público diverso. As atividades são acessíveis a todos, não havendo 
barreiras físicas, sensoriais, mentais, intelectuais ou sociais.
Publicações: catálogos de exposições, projetos especiais e uma revista 
trimestral distribuída gratuitamente são editados no MAM. As publicações 
permitem ao museu perpetuar e difundir conteúdos por meio da 
distribuição em bibliotecas públicas.
Cursos: uma extensa grade de cursos é oferecida semestralmente nas 
áreas de história e crítica da arte, fotografia e artes plásticas. Os cursos 
são ministrados por profissionais renomados e têm por objetivo atender 
aos interesses específicos do público pelas linguagens contemporâneas.
Disponível em: <http://mam.org.br/institucional/>. Acesso em: 7 fev. 
2016.
A representatividade dos museus trazidos nesta seção serve como exemplos de 
espaços culturais que intensificam e potencializam a formação em/para arte. E todo 
esse desvendamento de possibilidades pode ser muito significativo em sala de aula 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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(formal ou não) se houver estímulos por parte do arte-educador. Considerando-se 
que a arte entrelaça aspectos advindos de campos extremamente diferenciados 
como vídeo, dança, música, artes plásticas, entre tantos outros, é necessário ponderar 
o quanto esse contato, apreciação ou experimentação pode ser enriquecedor. Por 
isso, é extremamente relevante a visita, mesmo que virtual, e o envolvimento de 
crianças e adolescentes com estes espaços.
O MAM oferece uma série de cursos e ações educativas ao público em 
geral. Com o intuito de estudar, incentivar e difundir a arte moderna e 
contemporânea brasileira, configura-se, portanto, como um espaço 
relevante de formação em arte. Por isso, vale acessar a página do museu 
e conhecer mais as opções oferecidas por este espaço!
Fonte: <http://mam.org.br/aprenda/cursos/>. Acesso em: 7 fev. 2016.
Figura 1.4 | Página de cursos ofertados pelo MAM 
2.2 Centros de cultura
Além dos museus, vários outros espaços culturais podem promover a 
disseminação da educação em arte. É o caso dos centros de cultura. Esses podem 
ser encontrados com mais facilidade, pois sua estrutura pode ser relativamente 
mais simples. Diferentemente do que ocorre com grandes museus que recebem 
obras de arte valiosíssimas, os centros de cultura propõem ações mais diretas 
nas comunidades e contribuem para aproximação e desmitificação das relações 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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com a criação artística. Os centros de cultura são espaços que podem promover 
diálogo mais próximo e personalizado com a comunidade que o cerca, atendendo 
demandas que os grandes centros de arte e grandes museus, muitas vezes, não 
conseguem.
Mesmo em pequenas cidades podem existir projetos que buscam promover 
ações interativas, no intuito de divulgar e dialogar com o público interessado em 
apreciar ou desenvolver arte. Esses espaços podem ser instituídos em lugares 
alternativos, mas que se enquadram como significativos para a formação estética. 
No entanto, como já foi dito, cada região do país pode ter uma estrutura e uma 
delimitação diferente de centro cultural, já que cada um busca corresponder às 
necessidades mais adequadas para cada local. 
Como exemplo desses espaços, tem-se, na cidade de Cambé (Paraná), um 
centro cultural que oferece uma série de atividades para os moradores locais. 
Elas acontecem como forma de dar continuidade às informações propiciadas em 
espaços formais, como a escola. Esse centro cultural envolve o público em diferentes 
atividades que compreendam possibilidades de desenvolvimento artístico e criativo.
“O conceito de centro tem a sua origem no latim centrum e pode fazer 
menção a diversas questões. Uma das acepções refere-se ao lugar 
onde se reúnem as pessoas com alguma finalidade. Cultural, por sua 
vez, é aquilo que pertence ou é relativo à cultura. Um centro cultural é, 
portanto, o espaço que permite participar em atividades culturais. Estes 
centros têm o objetivo de promover a cultura entre os habitantes de uma 
comunidade.
A estrutura de um centro cultural pode variar conforme o caso. Os centros 
maiores têm auditórios com cenários, bibliotecas, salas de informática 
e outros espaços, com as infraestruturas necessárias para organizar 
workshops ou cursos e realizar concertos, peças de teatro, projeção 
de filmes etc. O centro cultural costuma ser um ponto de encontro nas 
comunidades mais pequenas, onde as pessoas se reúnem para conservar 
tradições e desenvolver atividades culturais que incluem a participação 
de toda a família.” 
Disponível em: <http://conceito.de/centro-cultural#ixzz3z6sAHHkc>. 
Acesso em: 2 fev. 2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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A FUNCAC (Fundação Cultural e Artística de Cambé) e a Secretaria 
Municipal de Cultura oferecem vagas paras as oficinas de teatro, música 
(flauta e violão), street dance, balé, artes visuais, desenho e pintura, arte e 
criação, pintura digital e artes plásticas.
Fonte: <http://www.cambe.pr.gov.br/site/areanoticia/1488-fundacao-
cultural-de-cambe-abre-inscricoes-para-oficinas.html>. Acesso em: 3 
fev. 2016.
Além de oficinas, eles preparam programações culturais e artísticas específicas 
para a época de férias. No período de 11 a 29 de janeiro de 2016, por exemplo, foram 
oferecidas aulas de capoeira; dança livre; teatro; arte e ação com construção de 
brinquedos, pipa e jogos, além de cineminha. A divulgação também acontece por 
meio das redes sociais, o que pode facilitar o acesso à informação.
Procure saber se na sua cidade existe algum centro de cultura e como funcionam 
as ações propostas pelo espaço!
Diante dessas informações, sinta-se inspirado e instigado a contribuir e alavancar 
projetos de centros de cultura na sua região!
2.3 Escolas de arte
As escolas de Arte, assim como os museus, são espaços que contribuem para 
a democratização do ensino de arte. Esses espaços auxiliam na produção de 
conhecimentos e técnicas de estudantes e artistas também na busca pelo sentido da 
arte enquanto expressão. As escolas de arte não são instituições obrigatórias, por isso 
nem todos os grandes artistas frequentaram-nas. No entanto, seus objetivos sempre 
giram em torno de promover o ensino de artes, dentro de concepções pré-estabelecidas 
por tais instituições, podendo acontecer de forma acadêmica ou não. De modo geral, a 
participação nestes espaços é opcional e voluntária. 
A primeira escola de arte do Brasil foi fundada pelo grupo pertencente a Missão 
Artística Francesa, chefiada por Joachin Lebreton. Deste grupo, também faziam parte 
“Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Augusto-Henri-Victor Grandjean de 
Montigny. Em agosto de 1816, o grupo organizou a Escola Real das Ciências, Artes 
e Ofícios, transformada, em 1826, na Academia Imperial de Belas-Artes” (PROENÇA, 
2005, p. 138). 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Esta escola possuía orientações baseadas em técnicas e princípios rígidos quanto 
ao desenvolvimento do desenho e da pintura, limitando e cerceando de forma muito 
pontual a criatividadee a livre expressão. O objetivo geral era o de registrar pinturas 
históricas, os costumes e a paisagem brasileira.
“A AIBA cumpriu papel fundamental na vida artística nacional ao longo de 
mais de seis décadas, tendo sido a responsável pela implantação no Brasil 
do ensino de arte em moldes semelhantes aos das academias europeias, 
fundamentado em sólida formação científica e humanística, bem como 
em treinamento intensivo baseado no desenho de observação e na cópia 
de moldes”.
Se você deseja mais informações sobre a Academia Imperial de Belas 
Artes (AIBA) e a chegada da Missão Artística Francesa no Brasil, você pode 
acessar o texto completo!
Disponível em: <http://www.brasilartesenciclopedias.com.br/temas/
academia_imperial_de_belas_artes.html>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Inicialmente esta escola buscava atender especialmente aos desejos de uma 
burguesia dominante, não dando espaço às camadas mais populares de terem 
acesso a tais informações. Exatamente o contrário do que se pretende atualmente 
com as escolas não formais de arte, que visam possibilitar a multiplicação do 
conhecimento artístico.
De lá para cá, muitas propostas com relação à criação das escolas de arte 
surgiram e foram remodeladas. Estudos a respeito das correlações entre a arte e a 
sua adequação às transformações sociais e culturais também foram fundamentais 
para estas frequentes reorganizações.
Escolas de Arte
“É no fim da década de 1920 e início da década de 1930 que encontramos 
as primeiras tentativas de escolas especializadas em arte para crianças 
e adolescentes, inaugurando o fenômeno da arte como atividade 
extracurricular. Em São Paulo, foi criada a Escola Brasileira de Arte 
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conhecida através de Theodoro Braga seu mais importante professor. A 
Escola Brasileira de Arte funcionava em uma sala anexa ao grupo Escolar 
João Kopke e lá as crianças das escolas públicas de oito a catorze anos, 
com talento (havia provas de desenho), podiam gratuitamente estudar 
música, desenho e pintura. A orientação era vinculada à estilização da flora 
e fauna brasileiras. [...] Anita Malfatti mantinha cursos para crianças e jovens 
em seu ateliê e na Escola Mackenzie. Tinha uma orientação baseada na 
livre expressão e no espontaneísmo. Com o curso para crianças, criado na 
Biblioteca Municipal Infantil pelo Departamento de Cultura de São Paulo 
quando Mário de Andrade era seu diretor (1936-1938), esta orientação 
começou a se consolidar. A contribuição de Mário de Andrade foi muito 
importante para que se começasse a encarar a produção pictórica da 
criança com critérios investigativos e à luz da filosofia da arte.”
Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br/>. . Acesso em: 4 
fev. 2016.
A dica é a visita a um site que listou, sob seu ponto de vista, algumas 
das melhores escolas de Arte no Brasil e no mundo. Traz também breves 
apontamentos sobre a história e a importância destas escolas. Vale a 
pena conferir!
Disponível em: <http://www.guiadasemana.com.br/artes-e-teatro/
noticia/as-14-melhores-escolas-de-arte-do-mundo>. Acesso: 4 fev. 
2016.
2.4 Galerias
As galerias de arte são espaços utilizados para exposição e comercialização de 
obras de arte. Nesses lugares, é possível encontrar uma preocupação constante com 
a segurança e manutenção das obras para que o público visitante possa apreciar 
o acervo sem maiores problemas. Deve-se, portanto, considerar alguns cuidados 
como essenciais, como, por exemplo: iluminação, posição das obras, distribuição 
dos espaços, circulação dos visitantes e segurança. Logo, as galerias se constituem 
como espaços privados de comércio. Elas correlacionam-se de maneira muito 
próxima com os museus, podendo até mesmo fazer parte desses ambientes, pois 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
47
buscam expor, debater e promover o contato com obras de arte. Possuem acervos 
de diferentes obras, estilos ou artistas que necessitam, em vários momentos, de 
cuidados específicos e muito especiais, assim como qualquer outro espaço que 
possui obra de arte. Apesar de seu caráter comercial, as galerias também buscam 
promover a divulgação do patrimônio artístico e cultural de determinado artista, 
estilo, ou período artístico. 
Sobre definições e orientações a propósito das galerias de arte, Schilaro e Scaléa 
(2006, p. 58) apontam que:
As galerias de arte são instituições de caráter privativo que 
comercializam obras de arte e disponibilizam espaços para que 
o artista exponha seu trabalho por determinados períodos, a fim 
de vendê-los. Há galeristas que são também colecionadores, e 
como conhecedores integrados ao mercado de arte, orientam 
e organizam coleções e lançam novos artistas, contribuindo 
definitivamente para a difusão da arte.
“Hoje uma galeria de arte é um espaço arquitetônico onde são 
dispostas adequadamente as obras de arte. Os espaços são definidos 
para proporcionarem segurança e uma correta apreciação dos objetos 
expostos, levando em consideração posicionamento, iluminação e 
possibilidade de distanciamento e circulação do espectador. Estes 
espaços são destinados a pinturas, esculturas e todas as formas de 
expressão das artes visuais. Geralmente, funcionam em espaços multiuso, 
incorporando eventos, cursos e oficinas, bem como outras amenidades 
como cafés, lojas de souvenir e conveniência. [...] As galerias de arte 
podem fazer parte de museus de arte como um de seus departamentos, 
e também, de forma independente de instituições, podem se constituir 
como estabelecimentos privados de comércio de obras e neste caso, 
muitas vezes, podem não possuir um acervo permanente próprio. O 
objetivo maior dos centros de artes é levar a arte a muitas pessoas, isto é 
o ato de popularização da arte.”
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/
Como-montar-uma-galeria-e-centro-de-arte#naveCapituloTopo>. 
Acesso em: 4 fev. 2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
48
As galerias de arte podem ser encontradas em espaços físicos mais simples ou 
em lugares sofisticados, com obras de artistas regionais ou de artistas extremamente 
renomados. Na contemporaneidade, esses espaços assumem novos formatos. 
Sendo assim, podem se localizar em espaços virtuais, ou seja, aqueles existentes 
somente para negócios ou apreciação feitos por meio da internet. Podem ainda 
existir de ambas as formas: em espaços físicos e virtuais. 
Além disso, há uma outra especificidade que diz respeito ao tipo e ao valor das 
obras comercializadas. Algumas galerias se especializam em artistas, estilos, ou 
épocas específicas, o que pode ser determinante para a definição do tipo de público. 
No entanto, alguns desses espaços podem movimentar um mercado milionário: o 
de venda das consideradas “grandes” obras de Arte. Existem galerias que oferecem 
serviços que assessoram diversas atividades como leilões, exposições ou vendas de 
obras. Além de assessorar artistas a comercializar obras de arte, ainda promovem 
outras atividades como apresentações teóricas das obras de seu acervo por meio 
de momentos interativos, configurando-se também como uma ação educativa e 
disseminação do conhecimento em Arte.
Curiosidade
Pesquisas revelam que “81% das galerias registraram aumento do volume de 
negócios em 2013, com aumento de 22,5%, acompanhando a tendência 
observada na primeira edição, em que o crescimento acumulado foi de 44% 
(no biênio 2011-2012). Além disso, o volume de exportações das pesquisadas 
passou de US$ 18 milhões em 2012 a US$ 27 milhões no ano seguinte. 
Foram 6.700 obras vendidas, com um reajuste de preços na ordem de 
15%. Ainda assim, são os colecionadores privados e os negócios no Brasil 
que mais fomentam o setor: 85%dos negócios realizados em 2013. Os 
colecionadores privados brasileiros representam 71% do volume das vendas, 
seguidos pelos colecionadores privados estrangeiros (11,5%)”.
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/appportal/reports.do?metodo=
runReportWEM&nomeRelatorio=ideiaNegocio&nomePDF=Como+montar
+uma+galeria+ou+centro+de+arte&COD_IDEIA=9ce9e05452c78410Vgn
VCM1000003b74010a>. Acesso em: 4 fev. 2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
49
Curiosidade
Galeria de artes
“As atividades de uma galeria se desenvolvem de acordo com os seguintes 
processos:
1. Escolha e contratação dos artistas e suas obras.
2. Receber, catalogar e documentar o recebimento das obras dos artistas.
3. Preparar plano de exposição das obras de arte.
4. Exposição das obras nos locais pré-definidos.
5. Providenciar documentação digital das obras através de vídeos e fotos 
digitais.
6. Atendimento aos clientes para demonstração em dias normais e em 
vernissages.
7. Recebimento da obra vendida, expedição e entrega das obras vendidas.
8. Devolução de obras aos artistas, após o vencimento de prazo acordado 
para exposição.”
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/
Como-montar-uma-galeria-e-centro-de-arte#naveCapituloTopo>. Acesso 
em: 4 fev. 2016.
No Brasil, existem várias galerias de arte espalhadas por todas as regiões. Muitas 
delas promovem uma série de eventos e atividades que são essenciais ao trabalho 
dos artistas. Como exemplo destas atividades, podemos citar a coordenação, 
colaboração, preparação ou indicação de artistas plásticos para exposições, sites, 
eventos bienais e projetos; colaboração para atualização de enciclopédias sobre 
arte; implantação de obras (esculturas); curadorias; assessorias; coordenação de 
livros de artistas plásticos; comercialização e monitoria de obras; coordenação de 
palestras em feiras de arte; coordenação de programas culturais, entre outras.
Você já visitou uma galeria de arte? E uma galeria virtual? 
Você sabe como se estruturam os sites e como são grandes as possibilidades 
de percepção e utilização desses universos artísticos para formação em arte? Nos 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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50
quadros a seguir, você poderá visualizar como são apresentados estes espaços e 
quais são algumas das possibilidades de navegação apresentadas. Estas informações 
são muito importantes, pois podem se tornar instrumentos valiosos para a arte-
-educação. Em diversas regiões que não possuem espaços expositivos de arte, a 
internet pode se tornar uma importante aliada no contato dos alunos com obras. 
Você poderá sugerir pesquisas, apreciação, visitas comparativas entre os espaços 
para compreensão de diferentes propostas, entre inúmeras outras atividades. 
O intuito é o de aproximar o aluno dos espaços culturais e promover hábitos de 
contato com a cultura por meio da arte. Fique atento!
Visitando galerias virtuais!
Exemplo 1:
Fonte: <http://www.pinturabrasileira.com/index1.asp>. Acesso em: 4 fev. 2016
Fonte: <http://www.pinturabrasileira.com/index1.asp>. Acesso em: 4 fev. 2016
Figura 1.5 | Galeria virtual, espaço de exposição e acervo
Figura 1.6 | Espaço de busca/consulta de obras de arte
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
51
Fonte: <http://mnba.gov.br/portal/educacao/atividades.htm/>. Acesso: 4 fev. 2016.
Figura 1.7 | Página inicial de galeria virtual
Exemplo 2:
Acesse os sites de diferentes galerias de arte apresentados 
anteriormente e navegue por eles. Depois, pesquise e reflita 
sobre a criação artística e o valor de algumas obras de arte. 
Posteriormente, essas questões podem contribuir bastante 
para determinar, com seus futuros alunos, o que transforma 
um objeto artístico numa obra de arte única e de valores 
inestimáveis.
Curiosidade
Marchand (ou galerista): pessoa que negocia ou comercializa obras de arte, 
normalmente quadros. (Exemplo: o marchand do museu tem se dedicado a 
vender arte moderna). (Etm. do francês: marchand = negociante).
Disponível em: <http://www.dicio.com.br/marchand/>. Acesso em: 4 fev. 
2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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1. Descreva, de acordo com os textos estudados, algumas das 
funções da arte.
2. De forma categórica, podemos afirmar que já há algum 
tempo o homem contemporâneo convive com tantas imagens 
que essas passaram a fazer parte do seu dia a dia. A grande 
quantidade de imagens que vemos todos os dias pode se 
tornar prejudicial para a compreensão e distinção de seu 
valor enquanto instrumento comunicacional. De acordo com 
a leitura da Unidade 1, cite um dos malefícios do excesso de 
visibilidade das imagens em nosso cotidiano.
Nesta unidade, você compreendeu que existe uma série de 
espaços culturais que podem contribuir para a formação em 
arte. Você também teve acesso a diversos materiais encontrados 
em sites de museus e galerias que disponibilizam materiais 
diversos com o intuito de potencializar a educação em/sobre 
arte. Na sua opinião, esses materiais podem contribuir para 
enriquecer a formação em arte e para a construção de uma 
arte-educação mais rica, interessante e convidativa?
Nesta unidade, compreendemos a importância da arte e de seus 
espaços culturais. Também exploramos e nos aprofundamos nos 
objetivos e potencialidades de espaços culturais, como museus, 
centros de cultura, espaços de arte e galerias. Analisamos 
também opções virtuais de acesso e apreciação de tais espaços 
que auxiliam na aproximação com esses ambientes.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
53
Durante todo o percurso sugerido por esta unidade, discutimos 
e apresentamos muitas opções de acessos a sites de museus e 
galerias no intuito de estabelecer novas relações com os espaços 
de cultura e com a arte. Estar atento às possibilidades de cada 
região é muito importante para estabelecer laços de afinidade 
com a arte e compreender o quanto ela pode ser eclética, 
instigante e prazerosa. Por isso, mesmo diante de cada uma das 
diferentes realidades, em função da região em que se vive, é 
fundamental, para o aluno e para o arte-educador, a exploração 
de opções que levem ao desenvolvimento da capacidade 
de reflexão. Então, deixe sua curiosidade e sua criatividade 
trabalharem lado a lado com seu conhecimento científico e, 
assim, suas aulas serão sempre inesquecíveis!
1. Nem toda imagem observada pode ser considerada 
uma obra de arte ou imagem artística. Por isso, é possível 
assegurar que existe uma distinção muito pontual entre 
imagens artísticas ou não. Contudo, é necessário destacar 
que a arte pode se utilizar de imagens em suas criações. Leia 
as sentenças que comentam sobre imagens e arte.
I. Para serem consideradas artísticas, as imagens devem 
respeitar uma série de critérios como, por exemplo: intenção 
de criação artística ou preocupação com ineditismo, unicidade 
(criação única) e criatividade.
II. Tanto a imagem artística quanto não artística possuem 
signos passíveis de leitura. Entretanto, essa leitura é diferente 
daquela que acontece com textos lineares na escrita 
tradicional.
III. Na imagem, a leitura acontece de modo não linear, pois 
estas possuem códigos abertos, ou seja, códigos que não 
podem ser precisamente determinados.
IV. Arte e imagem não podem ser lidas, pois suas estruturas 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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54
não permitem este tipo de interferência. Ambas são 
desenvolvidas apenas para serem apreciadas:
Agora, assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativasI e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
2. Atualmente, discute-se como a arte sofreu constantes 
transformações em sua forma ou apresentação. 
Transformações essas que também puderam ser 
constatadas do mesmo modo nas sociedades, épocas ou 
culturas. Analise as informações a seguir e assinale V para 
verdadeiro e F para falso.
(__) Arte pode ser considerada efêmera e, portanto, 
altamente mutável, pois está conectada ao período histórico, 
à cultura e à sociedade a qual pertence.
(__) A arte não contém informações referentes ao entorno, 
à cultura, à época ou ao próprio indivíduo que a produz, 
pois ela é imutável, contínua e ininterrupta.
(__) É possível considerar que existe um jogo de posições 
no sistema das artes que se relaciona com a ordem política 
da sociedade.
(__) Há uma construção social que está baseada na afirmação 
de um sistema de artes, que define as características do 
circuito da criação, produção, exposição, fruição e recepção 
do objeto artístico.
Agora, assinale a alternativa que corresponde à sequência 
correta:
a) V, F, F, V.
b) V, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) F, F, V, V.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
55
3. Hoje em dia, pode-se perceber, diante das possibilidades 
de acesso propiciadas pelas mídias e pela internet, que 
as fronteiras que distanciavam obra e espectador foram 
reestabelecidas e alargadas. Sobre a relação entre a arte e 
os espaços culturais, analise as afirmações a seguir:
I – A exposição da obra de arte não é restrita somente aos 
espaços de grandes museus e galerias.
II – Diferentes espaços para apresentação e exposição da 
arte e alterações substanciais nos moldes das criações 
artísticas nunca foram explorados.
III – A educação em arte só pode ser proposta por meio de 
caminhos que levem a uma convivência com as obras de 
arte expostas em museus.
IV – Atualmente, nota-se que os espaços culturais e a 
convivência com obras tornaram-se fundamentais para 
plena compreensão e formação em arte.
Agora, assinale a alternativa correta: 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
4. Distinguir e refletir sobre os diferentes espaços 
culturais para a exposição de objetos artísticos/obras de 
arte pode contribuir para a aproximação e ampliação de 
conhecimentos. Por isso, avalia-se que museus, centros de 
cultura, escolas de arte e galerias têm como objetivo expor, 
promover debates e aprofundar os conhecimentos sobre 
arte. 
Analise as sentenças sobre os museus elencadas a seguir e 
assinale a alternativa CORRETA:
a) O ensino de arte em museus constitui um componente 
essencial para arte-educação: a descoberta de que arte é 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
56
conhecimento.
b) O museu é uma das instituições não formais e culturais 
de arte menos conhecidas, principalmente por apreciadores 
de arte.
c) Pode-se ter acesso a espaços culturais de arte, 
exclusivamente, por meio de visitas virtuais.
d) O objetivo proposto pelo museu é somente o de promover 
a comercialização das obras de arte dos grandes artistas.
e) A galeria de arte se propõe somente a promover a 
comercialização de pinturas de artistas extremamente 
famosos.
5. Além dos museus, vários outros espaços culturais podem 
promover a disseminação da educação em arte, como é o 
caso dos centros de cultura. Analise as informações a seguir:
I. Os centros de cultura são espaços que podem promover 
um diálogo com a comunidade que os cercam de maneira 
mais aproximada e regional. 
II. O conceito de centro tem a sua origem no latim centrum 
e pode referir-se ao lugar onde se reúnem pessoas com 
finalidade artística.
III. Em pequenas cidades não existem centros de cultura, 
pois esses projetos não ajudam a promover ações interativas 
que divulgam e dialogam com o público interessado em 
apreciar ou desenvolver arte.
IV. O centro cultural costuma ser um ponto de encontro nas 
comunidades mais pequenas, onde as pessoas se reúnem 
para conservar tradições e desenvolver atividades culturais.
Agora, assinale a alternativa correta: 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas I, II, e IV são corretas.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
57
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KNAUSS, Paulo. Arte e política: imagem e cultura visual. In: FREITAS, Artur KAMINSKY, 
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U1
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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SCHILARO, Nereide S.; SCALÉA, Neusa S. Arte-educação para professores: teorias e 
práticas na visitação escolar. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2006.
Unidade 2
INTERAÇÃO ENTRE OS ESPAÇOS 
DE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO 
FORMAL
A primeira seção apresenta definições a respeito da educação formal e não 
formal. Oferecendo a oportunidade de distinguir diferentes elementos que 
podem compor ambas as ações. 
A segunda seção proporciona informações a respeito da possibilidade de 
interação entre a educação formal e não formal. Sugere alterações na proposição 
da arte-educação de modo a conduzir ações educacionais interativas e ativas. 
Seção 1 | Delimitações sobre espaço formal e não formal
Seção 2 | Arte em diferentes espaços
Objetivos de aprendizagem 
Nesta unidade, você irá conhecer as definições e distinções que delimitam 
as diferenças entre espaço de educação formal e não formal em arte. Para isso, 
você será levado a perceber várias características que demarcam as diferenças 
entre esses ambientes. E, em decorrência, conhecerá também possibilidades de 
ações que promovem a interação entre estes espaços de formação em arte.
Tatiana Romagnolli Peres
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
60
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
61
Introdução à unidade
Na unidade anterior, você teve a oportunidade de conhecer a importância da 
arte enquanto linguagem, elemento informacional e comunicativo. Além de ter 
acesso a diferentes ambientes que podem propor ações educacionais que tendem 
a complementar e enriquecer a arte-educação. Agora, nesta unidade, todas essas 
informações serão necessárias para que você possa compreender as distinções 
entre esses diferentes espaços de educação e também como eles são necessários 
e complementares para a formação em arte. Por isso, desfrute e aproveite desta 
viagem!
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
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Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
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Seção 1
Delimitações sobre espaço formal e não formal
As informações propostas nesta seção demandam apontamentos que delimitam 
o que é educação formal e não formal, buscando destacar quais são as diferenças, 
peculiaridades e as principais contribuições para a formação em arte de cada uma 
destas propostas. A principal preocupação nesta seção é que você consiga distinguir as 
especificidades entre as modalidades de ensino formal e não formal. Em decorrência 
dessas apreensões, você também terá acesso a questões que procurarão orientar 
informações relevantes sobre a formação em arte que tem como objetivo subsidiar e 
respaldar o trabalho do arte-educador. 
2.1 Espaço formal
No decorrer da Unidade 1, houve vários apontamentos, colocações e sugestões 
no intuito de direcionar as reflexões sobre a importância da arte e da imagem para 
a construção do sujeito e para a alfabetização visual. Quando você pensa em todas 
essas contribuições relativas à arte, qual o primeiro espaço de formação capaz de 
transmitir tal conhecimento de que você se lembra? Imagine inicialmente que a 
primeira referência lembrada para a formação em arte seja a escola simplesmente 
por ser esta a instituição mais comum e mais acessível em todos os lugares do país. 
Logo, considera-se que em diversas regiões do país esta disciplina constitui-se como 
um importante elemento curricular, devendo ser ofertada durante toda a educação 
básica fundamental.
Obviamente que o espaço ocupado pela disciplina em diversas escolas ainda não 
corresponde a sua efetiva potencialidade. A arte apresenta-se efetivamente como 
um conhecimento capaz de se portar como um mediador cultural (HERNÁNDEZ, 
2000), daí sua importância enquanto participante do currículo escolar. Contudo, 
ainda há muito o que se discutir e alcançar em relação aos direitos e funções da arte 
junto à toda a comunidade escolar. 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
64
De qualquer forma, os ganhos e avanços propostos pela inclusão e aceitação 
desta disciplina são incalculáveis. As correlações referentes à arte e seu ensino 
envolvem uma sequência de interligações que são parte de todo um sistema de 
construção de saberes essenciais ao desenvolvimento do sujeito. Todas essas 
possibilidades suscitadas pela arte-educação são evidenciadas em várias discussões 
sobre esse tema. Por isso, convém ressaltar que, de acordo com Frange (2003, p. 
47), o ensino da arte “não é apenas uma questão, mas muitas questões; não um 
problema, mas inúmeros desafios, uma tensão instalando estados de tensividade 
entre olhares, buscas e encontros aprofundados, pois arte é conhecimento a ser 
construído incessantemente”.
Há que se efetivar agora debates que possam legitimar e esclarecer dúvidas 
decorrentes dos novos formatos, posturas ou quanto ao uso prático da arte no 
cotidiano. Infelizmente, em grande parte das instituições formais, a arte ainda é 
vista como uma disciplina inferior, mesmo possuindo os mesmos direitos e deveres 
que todas as demais disciplinas. Essa visão errônea pode ser redefinida se todos os 
arte-educadores se propuserem a apoiar posturas de enfrentamento quanto a essa 
percepção reducionista. 
Nesse sentido, é possível que esclarecimentos sobre a grandiosidade da formação 
em arte sejam evidenciados por meio da apresentação e mediação de abordagens 
criativas, contributivas e elucidativas, no ambiente escolar, que tenham como ponto 
de partida o objeto artístico, a imagem, as proposições estéticas, o olhar sensível, a 
criação, entre outras.
Cumpre observar que se deve refletir constantemente sobre a relevância da 
atuação do educador na sala de aula. A ele cabe um dos papéis fundamentais na 
formação das opiniões e das mentalidades do que venha a ser arte e do quanto seus 
alunos possam se interessar ou até mesmo gostar da disciplina. Lembrando que 
este arte-educador deve considerar cotidianamente a ideia de se posicionar como 
incentivador e/ou desafiador estético, assumindo uma postura de mediador entre 
o conhecimento historicamente construído e quem aprende. Essa é, na verdade, 
uma postura comum a qualquer outro educador formal. Contudo, ao arte-educador 
cabe também despertar a sensibilidade estética que provoca alterações profundas 
na percepção da obra de arte. 
Como a arte-educação deve ser apresentada ou trabalhada 
de modo a incentivar constantemente os interesses e as 
necessidades dos alunos? 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
65
Há que se refletir também sobre outras questões que devem ser consideradas 
para que se construa uma relevante educação em arte. Uma delas diz respeito a 
correlações socioculturais evidenciadas na prática escolar. Como se pode notar, o 
sujeito que aprende encontra-se inserido num contexto muito específico e todos os 
elementos a ele conectados devem ser considerados. Dessa forma, os envolvidos 
no processo da arte na educação, alunos e professores, podem conectar-se à 
cultura e à sociedade em que vivem ou a uma outra que desejam estudar por meio 
da educação para a arte. Segundo Hernández (2000, p. 53):
Por intermédio dessa conexão, suscitada pela apreensão de informações e 
estudos de características artísticas específicas, é aceitável compreender os códigos 
que transitam pela arte, mas que são reflexos de um determinado período ou cultura. 
Assim, os códigos nas imagens da arte passam a estabelecer uma forma de sentido 
para os educandos. Para que todas essas articulações funcionem no processo 
educacional, faz-se necessário que o educador tenha, do mesmo modo, clareza da 
profundidade das informações correlacionadas a teoria da arte.
As obras artísticas, os elementos da cultura visual, são, 
portanto, objetos que levam a refletir sobre as formas de 
pensamento dacultura na qual se produzem. Por essa razão, 
olhar uma manifestação artística de outro tempo de outra 
cultura implica uma penetração mais profunda do que a que 
aparece no meramente visual: é um olhar na vida da sociedade, 
e, na vida da sociedade, representada nesses objetos. Essa 
perspectiva de olhar a produção artística é um olhar cultural.
Como professores de Arte temos de conhecer desde os 
conceitos fundamentais da linguagem da Arte até os meandros 
da linguagem artística em que se trabalha. Temos de saber 
como ela se produz – seus elementos, seus códigos – e 
também como foi e é sua presença na cultura humana, o que 
implica uma visão multicultural, na valorização da diversidade 
cultural. É preciso, ainda, conhecer seu modo específico de 
percepção, como se estabelece um contato mais sensível, 
como são construídos os sentidos a partir das leituras, como 
aprimorar o olhar, o ouvido, o corpo. Mas é preciso saber ainda 
como mobilizar estes saberes, por se tratar de uma trama de 
transmissões, oriundas e tecidas não apenas por parte do 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
66
professor de Arte, mas também pelos alunos, pelas mídias, por 
outras pessoas, pelo entorno cultural de professores e alunos, 
de instituições culturais, curadores, agentes culturais, monitores 
(MARTINS, 2003, p. 52-53).
Para compreensão das potencialidades da arte, é imprescindível que se invista no 
debate de alguns fatores preponderantes da arte na educação formal: o dinamismo, 
a individualidade de pensamento, a multiplicidade de conteúdos e características que 
se moldam constantemente, influenciadas tanto pelas particularidades do criador 
quanto a partir do olhar do apreciador/observador. Para o sucesso do processo 
educacional, é indispensável considerar, ao mesmo tempo as necessidades, do 
entorno, da comunidade, dos educandos, que podem ser determinantes e, ao 
mesmo tempo, inspiradoras para desenvolver o gosto pela arte.
FAEB (Federação de arte educadores do brasil)
ARTE/EDUCAÇÃO ON-LINE
“A revista tem por missão promover a reflexão acerca da arte/educação 
nos âmbitos teórico e prático, contemplando pesquisas em artes 
visuais, dança, música, teatro, pedagogia e áreas correlatas, bem como 
poéticas artísticas, contribuindo para o adensamento e aprofundamento 
destes campos do saber. Será num periódico semestral voltado para a 
publicação de artigos, ensaios, críticas, narrativas, entrevistas e resenhas, 
elaborados por associados da FAEB ou convidados especiais.”
Disponivel em: <http://faeb.com.br/arteeducacao-on-line/>. Acesso 
em: 26 fev. 2016.
Fonte: <http://www.faeb.com.br/ojs/index.php/arteeducacao/issue/current/showToc>. Acesso em: 26 fev. 2016.
Figura 2.1 | Revista v. 1, n. 01 (2012)
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
67
Para que a arte possa se firmar como uma disciplina altamente benéfica e 
necessária à formação do sujeito, há que se considerar também sua capacidade 
de promover aproximações e diálogos profundos sobre os mais variados temas. 
Ideias, ideais, conceitos, desejos, sonhos, inquietudes, entre tantas outras questões, 
podem servir como fonte de inspiração para a criação artística. E, dessa maneira, se 
confirma seu alto grau de diversificação, complexidade, competência e capacidade 
de adaptação. Essas características da arte-educação devem ser constantemente 
evidenciadas e reafirmadas pela escola, pela educação formal, no intuito de destacar 
a relevância da disciplina.
A arte, na contemporaneidade, está ancorada muito mais 
em dúvidas do que em certezas, desafia, levanta hipóteses 
e antíteses em vez de confirmar teses. A educação, por sua 
vez, está ancorada nas diferenças e nas diversidades “que 
somos e quem somos”. Não bastam a “livre expressão” 
(cantada e decantada nos anos 50 e 60), os “espontaneísmo” 
(compreensão banalizada e indevida do expressionismo), nem 
“a igualdade, a liberdade e a fraternidade” (propostas pela 
Revolução Francesa). Os tempos em que vivemos exigem 
investimentos e diversificações, coerências e competências 
sociais e epistemológicas para que cada um seja construcional 
de sua “pessoalidade” coletivizada e que se reconheça para 
que possa, nos Outros e nas Coisas, se reconhecer, quer 
nas similitudes, quer nas diferenças e/ou nas divergências 
(FRANGE, 2003, p. 36).
Epistemologico: é um adjetivo da língua portuguesa, usado para classificar 
algo que está relacionado com a epistemologia. Epistemológico vem 
de epistemologia, que em sentido amplo, é sinônimo da teoria do 
conhecimento ou gnosiologia. Em sentido estrito, designa a teoria do 
conhecimento científico. A epistemologia também pode ser vista como a 
filosofia da ciência. A epistemologia trata da natureza, da origem e validade 
do conhecimento e estuda também o grau de certeza do conhecimento 
cientifico nas suas diferentes áreas, com o objetivo principal de estimar a 
sua importância para o espírito humano.
Disponível em: <http://www.significados.com.br/epistemologico/>. 
Acesso em: 26 fev. 2016.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
68
Pessoalidade: a autora Lucimar Bello P. Frange (2003, p. 36) afirma que 
“esta expressão de uma pessoa, sua ancestralidade, suas memórias, seus 
desejos, são todos os 'eus' e as alteridades instaladas numa só pessoa”. 
Termo usado para tratar de um sujeito que vai se construindo.
Cumpre analisar que a escola pode ser muito importante para a formação 
artística da maioria das pessoas, mas não é a única. É compreendida, portanto, como 
educação formal aquela educação sistematizada, direcionada e desenvolvida por 
meio de uma sequência de titulações com cursos, níveis, currículos que seguem 
diretrizes nacionais e que objetivam alcançar também a obtenção de um diploma. 
Por meio de uma estrutura antiga e absolutamente sólida, a escola possui regras 
claras e certa estabilidade de padrões. 
Diante desta afirmação, é fundamental considerar que:
O espaço formal é o espaço escolar, que está relacionado às 
Instituições Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior, 
definidas na Lei nº 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. É a escola, com todas as suas dependências: 
salas de aula, laboratórios, quadras de esportes, biblioteca, 
pátio, cantina, refeitório. Apesar da definição de que espaço 
formal de Educação é a escola, o espaço em si não remete à 
fundamentação teórica e características metodológicas que 
embasam um determinado tipo de ensino. O espaço formal 
diz respeito apenas a um local onde a Educação ali realizada 
é formalizada, garantida por Lei e organizada de acordo com 
uma padronização nacional (JACOBUCCI, 2008, p. 56).
A arte na educação formal
“A arte na escola já foi considerada matéria, disciplina, atividade, mas 
sempre mantida à margem das áreas curriculares tidas como mais ‘nobres’. 
Esse lugar menos privilegiado corresponde ao desconhecimento, em 
termos pedagógicos, de como se trabalhar o poder da imagem, do som, 
do movimento e da percepção estética como fontes de conhecimento. 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
69
Até aproximadamente fins da década de 1960 existiam pouquíssimos 
cursos de formação de professores nesse campo, e professores de 
quaisquer matérias, artistas e pessoas vindas de cursos de belas artes, 
escolas de artes dramáticas, de conservatórios etc. poderiam assumir as 
disciplinas de Desenho, Desenho Geométrico, Artes Plásticas, Música e 
Arte Dramática. 
Em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a arte 
é incluída no currículo escolar com o título de Educação Artística, 
mas é considerada ‘atividade educativa’ e não disciplina, tratando de 
maneira indefinida o conhecimento. A introdução da Educação Artística 
no currículo escolar foi um avanço, principalmente pelo aspecto desustentação legal para essa prática e por considerar que houve um 
entendimento em relação à arte na formação dos indivíduos. No entanto, 
o resultado dessa proposição foi contraditório e paradoxal. Muitos 
professores não estavam habilitados e, menos ainda, preparados para o 
domínio de várias linguagens, que deveriam ser incluídas no conjunto das 
atividades artísticas (Artes Plásticas, Educação Musical, Artes Cênicas).”
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf>. 
Acesso em: 22 fev. 2016.
Com base nas informações apresentadas a respeito do reconhecimento definitivo 
da arte como disciplina da educação formal, considera-se que o estado deva ofertar 
a todos o acesso à educação e à educação em arte. Logo, faz-se necessário pontuar 
que, mediante tais determinações, existem regras básicas sobre esse direito que 
devem ser obedecidas em todas as regiões, cidades e escolas brasileiras. Contudo, 
com relação a essa determinação sobre o direito à educação, os países, de modo 
geral, têm autonomia quanto à oferta de acesso à escola, mas existe uma série de 
normas internacionais que orientam elementos básicos para que o ensino formal 
tenha o mínimo de qualidade.
Em virtude dessas afirmações, convém ressaltar quais são as principais 
características deste direito à educação formal. A partir daí, compreende-se, por 
consequência, as responsabilidades subjetivas com relação à educação para a arte.
Características internacionais do direito à educação: disponível, acessível, 
aceitável e adaptável
Disponibilidade: significa que a educação gratuita deve estar à disposição 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
70
de todas as pessoas. A primeira obrigação do Estado brasileiro é assegurar 
que existam creches e escolas para todas as pessoas, garantindo para 
isso as condições necessárias (como instalações físicas, professores 
qualificados, materiais didáticos etc.). Deve haver vagas disponíveis 
para todos os que manifestem interesse na educação escolar. O Estado 
não é necessariamente o único responsável pela realização do direito à 
educação.
Acessibilidade: é a garantia de acesso à educação pública, disponível 
sem qualquer tipo de discriminação. Possui três dimensões que se 
complementam: 1) não discriminação; 2) acessibilidade material 
(possibilidade efetiva de frequentar a escola graças à proximidade da 
moradia ou à adaptação das vias e prédios escolares às pessoas com 
dificuldade de locomoção, por exemplo) e 3) acessibilidade econômica – a 
educação deve estar ao alcance de todas as pessoas, independentemente 
de sua condição econômica, portanto deve ser gratuita. 
Aceitabilidade: garante a qualidade da educação, relacionada aos 
programas de estudos, aos métodos pedagógicos, à qualificação do corpo 
docente e à adequação ao contexto cultural. O Estado está obrigado a 
assegurar que todas as escolas se ajustem aos critérios qualitativos 
elaborados e a certificar-se de que a educação seja aceitável tanto para as 
famílias como para os estudantes. 
Adaptabilidade: requer que a escola se adapte a seu grupo de estudantes; 
que a educação corresponda à realidade das pessoas, respeitando 
sua cultura, costumes, religião e diferenças. assim como possibilite o 
conhecimento das realidades mundiais em rápida evolução. Ao mesmo 
tempo, exige que a educação se adeque à função social de enfrentamento 
das discriminações e desigualdades que estruturam a sociedade. A 
adaptação dos processos educativos às diferentes expectativas presentes 
na sociedade pressupõe a abertura do Estado à gestão democrática das 
escolas e dos sistemas de ensino. Por isso, a legislação do ensino determina 
que os currículos devem ser compostos por uma base nacional comum, 
sendo complementada, em cada estado ou município, e em cada escola, 
por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais 
da sociedade, da cultura, da economia e dos estudantes.
Disponível em: <http://www.direitoaeducacao.org.br/wp-content/
uploads/2011/12/manual_dhaaeducacao_2011.pdf>. Acesso em: 17 fev. 
2016.
A educação formal é indiscutivelmente indispensável. Convém ressaltar que, 
por meio da escola, proporciona reconhecidamente um ambiente que favorece o 
desenvolvimento do sujeito e, portanto, necessária à aquisição de conhecimentos 
acumulados histórica e culturalmente. Esse direito à educação deve ser atendido de 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
71
modo a oferecer qualidade e a promover o desenvolvimento, atendendo a todos 
os interesses da comunidade em que está inserida. Por meio dela, penetra-se em 
informações valiosas e altamente contributivas para a existência, convivência e 
desenvolvimento da sociedade.
A educação é um dos requisitos fundamentais para que os 
indivíduos tenham acesso ao conjunto de bens e serviços 
disponíveis na sociedade. Ela é um direito de todo ser 
humano como condição necessária para ele usufruir de 
outros direitos constituídos numa sociedade democrática. 
Por isso, o direito à educação é reconhecido e consagrado na 
legislação de praticamente todos os países e, particularmente, 
pela Convenção dos Direitos da Infância das Nações Unidas 
(particularmente os artigos 28 e 29). Um outro exemplo é 
o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil. Negar o 
acesso a esse direito é negar o acesso aos direitos humanos 
fundamentais (GADOTTI, 2005, p. 1).
Sobre o direito à educação:
“O direito à educação tem um sentido amplo, não se refere somente à 
educação escolar. O processo educativo começa com o nascimento 
e termina apenas no momento da morte. A aprendizagem acontece 
em diversos âmbitos, na família, na comunidade, no trabalho, no grupo 
de amigos, na associação e também na escola. Por outro lado, nas 
sociedades modernas, o conhecimento escolar é quase uma condição 
para a sobrevivência e o bem-estar social. Sem ele, não se pode ter acesso 
ao conhecimento acumulado pela humanidade. Além de sua importância 
como direito humano que possibilita à pessoa desenvolver-se plenamente 
e continuar aprendendo ao longo da vida, a educação é um bem público 
da sociedade, na medida em que possibilita o acesso aos demais direitos. 
Portanto, a educação é um direito muito especial: um ‘direito habilitante’ 
ou ‘direito de síntese’. E sabe por quê? Porque uma pessoa que passa por 
um processo educativo adequado e de qualidade pode exigir e exercer 
melhor todos seus outros direitos. A educação contribui para que crianças, 
adolescentes, jovens, homens e mulheres saiam da pobreza, seja pela 
sua inserção no mundo do trabalho, seja por possibilitar a participação 
política em prol da melhoria das condições de vida de todos. Também 
contribui para evitar a marginalização das mulheres, a exploração sexual 
e o trabalho infantil, possibilita o enfrentamento de discriminações e 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
72
preconceitos, entre muitos outros exemplos que poderiam ser citados.”
Disponível em: <http://www.direitoaeducacao.org.br/wp-content/
uploads/2011/12/manual_dhaaeducacao_2011.pdf>. Acesso em: 17 fev. 
2016.
O papel da educação formal, da escola, evidencia, entre tantos outros benefícios, 
a tomada de consciência, por parte do sujeito, de sua existência, de sua importância, 
de sua identidade cultural, por meio da compreensão, apreensão e da valorização de 
toda a trajetória do conhecimento. A escola é via de acesso às principais descobertas e, 
em diversos casos, o primeiro contato consciente, com objetivos claros e específicos, 
de muitas crianças e adolescentes com a arte. Independentemente da instituição ou 
do espaço cultural para desenvolvimento artístico, vale lembrar que a escola pode 
ser fundamental para estimular o estudante a estabelecer uma relação harmoniosa, 
ou contestatória, de identificação ou de afinidade como meio em que vive. Dessa 
forma, há que se considerar que na escola também “ensina-se a gostar de aprender 
arte com a própria arte” (IAVELBERG, 2003, p. 12). Logo, os ambientes que trabalham 
em função da disseminação de conteúdos artísticos podem promover uma revolução 
na formação intelectual e crítica dos indivíduos também por meio da arte.
A arte constitui uma forma ancestral de manifestação, 
e sua apreciação pode ser cultivada por intermédio de 
oportunidades educativas. Quem conhece arte amplia sua 
participação como cidadão, pois pode compartilhar de um 
modo de interação único no meio cultural. Privar o aluno em 
formação desse conhecimento é negar-lhe o que lhe é de 
direito. A participação na vida cultural depende da capacidade 
de desfrutar das criações artísticas e estéticas, cabendo à 
escola garantir a educação em arte para que seu estudo não 
fique reduzido apenas à experiência cotidiana. Aprender arte 
envolve a ação em distintos eixos de aprendizagem: fazer, 
apreciar e refletir sobre a produção social e histórica da arte, 
contextualizando os objetos artísticos e seus conteúdos 
(IAVELBERG, 2003, p. 9-10).
Se a arte pode ser considerada como resultado da interação de diferentes práticas 
sociais e culturais, não há como estudá-la ou compreendê-la sem pensar sobre suas 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
73
correlações com as práticas cotidianas, incluindo-se neste contexto, as contribuições 
da educação não formal e informal. Surge, assim, a necessidade de distinção entre 
educação formal, não formal e informal, sem, contudo, deixar de compreender que 
em todas as instâncias é possível adquirir conhecimento. 
Desse modo, Maria da Glória Gohn (2006) propõe, em seu texto, vários elementos 
que são capazes de distinguir brevemente as diferenças. Para melhor apreensão 
das informações propostas pela autora, foi montado um quadro comparativo com 
orientações básicas sobre as três categorias de educação.
Quadro 2.1 | Quadro comparativo
Campo de
Desenvolv.
Quem é o
Educador?
Onde se
Educa?
Como se 
educa?
Qual a 
finalidade?
Educação Informal
Durante o processo 
de socialização 
(família, bairro, 
clube, amigos etc.)
Pais, família, 
amigos, vizinhos, 
colegas da 
escola, meios de 
comunicação etc.
Referência de 
nação, localidade,
idade, sexo, 
religião, etnia etc.
Ambientes 
espontâneos 
de acordo com 
pertencimento 
e preferência 
herdados
Socializa os 
indivíduos, 
desenvolvimento 
de hábitos, atitudes, 
comportamento,
modos de se 
expressar
Educação Formal
Desenvolvido na 
escola
Professor
Escola, instituição 
regulamentada por 
lei, com base nas 
diretrizes nacionais
Ambiente 
normatizado com 
regras e padrões
Formar o 
indivíduo como 
cidadão ativo, 
desenvolvimento 
de habilidades e 
competências;
criatividade;
percepção.
Educação
não formal
“Mundo da vida”, 
compartilhando 
experiências
O outro - aquele 
com quem 
interagimos ou nos 
integramos
Lugares que 
acompanham as 
trajetórias de vida, 
fora da escola, em 
locais informais, 
onde há processos 
interativos 
intencionais
Ambientes 
e situações 
interativas/ 
construção de 
aprendizagem 
coletiva
Capacita os 
indivíduos a se 
tornarem cidadãos 
do mundo, no 
mundo.
Abrir janelas de 
conhecimento 
sobre o mundo.
Fonte: Adaptado de Gohn (2006). 
Frente à distinção entre educação formal, informal e não formal, faz-se necessário 
contemplar algumas questões específicas que ajudarão a promover a diferenciação 
da educação formal e não formal. Sendo assim, compreende-se que parâmetros são 
apontados como principais orientadores na arte-educação formal brasileira. Com base 
nessas informações, é importante pontuar as diferenças entre as possíveis formas de 
educação a partir dos parâmetros, já que eles se apresentas como elementos norteadores 
e reguladores da educação. Na leitura dos parâmetros, torna-se acessível, do mesmo 
modo, compreender o valor da arte para a educação. Portanto, como exemplo de 
formalidade e regulamentação que orienta a prática escolar em arte, tem-se um trecho 
dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais). Neles, assegura-se que:
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
74
Na proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
Arte tem uma função tão importante quanto a dos outros 
conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. 
A área de Arte está relacionada com as demais áreas e 
tem suas especificidades. A educação em arte propicia o 
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção 
estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e 
dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua 
sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar 
formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as 
formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza 
e nas diferentes culturas. Esta área também favorece ao 
aluno relacionar-se criadoramente com as outras disciplinas 
do currículo. Por exemplo, o aluno que conhece arte pode 
estabelecer relações mais amplas quando estuda um 
determinado período histórico. Um aluno que exercita 
continuamente sua imaginação estará mais habilitado a 
construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para 
resolver um problema matemático. Conhecendo a arte de 
outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade 
dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e 
agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização 
do que lhe é próprio e favorecer abertura à riqueza e à 
diversidade da imaginação humana. Além disso, torna-se 
capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, 
reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta, no 
exercício de uma observação crítica do que existe na sua 
cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida 
melhor (BRASIL, 1997, p. 19).
Ainda que se pense em como a educação formal é necessária e definitivamente 
indispensável à formação dos indivíduos, ainda há que se colocar em destaque o papel 
da arte, enquanto via de acesso à compreensão da cultura visual. Vários apontamentos 
referem-se que a arte-educação é uma disciplina de potencialidades valiosas. Por isso, 
tende-se a considerar que “cabe à escola reconstruir o espaço social de produção, 
apreciação e reflexão sobre arte, sem deformá-lo ou reduzi-lo a moldes escolares” 
(IAVELBERG, 2003, p. 12). Com relação à relevância do conhecimento artístico, 
Fernando Hernández (2000, p. 42) assegura que este pode ser percebido como um 
instrumento que potencializa o desenvolvimento do sujeito.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
75
No entanto, ainda que a arte tenha amparo legal e que ela conste como disciplina 
obrigatória e necessária ao desenrolar do currículo, ainda existem muitas discussões a 
respeito dos encaminhamentos metodológicos utilizados para promover a divulgação 
das informações artísticas. Há que se pensar sobre como são abordados os conteúdos 
e como é a recepção por parte dos educandos. Essas orientações se tornam essenciais 
para a aceitação e reconhecimento da disciplina.
Quando um estudante realiza uma atividade vinculada ao 
conhecimento artístico [...]: que não só potencializa uma 
habilidade manual, desenvolve um dos sentidos (a audição, a 
visão, o tato) ou expande sua mente, mas também, e sobretudo, 
delineia e fortalece sua identidade em relação às capacidades 
de discernir, valorizar, interpretar, compreender, representar, 
imaginar, etc. o que lhe cerca e também a si mesmo. Por outro 
lado, as artes visuais, ainda que costumem ser consideradas 
como um fim em si mesmas, agregam referências e problemas 
sobre questões como a universalidade ou a variedade na 
experiência humana. [...]A escola é uma instituição (não a 
única) na qual este conhecimento pode ser adquirido, e assim 
o especificado no currículo.
O que é apresentado no papel vai ser levado pelas pessoas 
à escola, e será incluído no horário escolar e oferecido aos 
alunos, em forma de conhecimentos relevantes para interpretar 
aspectos da realidade (passada e presente) e de seus próprios 
olhares sobre esses aspectos da experiência humana. E aqui é 
que surgem ou se manifestam boa parte dos problemas dessa 
disciplina, que, por si mesma, é transdisciplinar. A orientação 
expressiva ou instrumental que está presente em muitos 
docentes é uma das causas do pouco interesse por parte 
dos pesquisadores sobre o ensino e a aprendizagem, e da 
pouca consideração que goza entre os próprios professores 
(HERNÁNDEZ, 2000, p. 42).
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
76
• Você consegue imaginar qual será o futuro da disciplina 
de arte na educação formal, levando em consideração as 
constantes transformações culturais e sociais? 
• Você acredita que, em algum momento, a arte poderá 
ser aceita como uma importante componente do currículo 
escolar?
Mesmo diante de diferentes abordagens possibilitadas pelas informações trazidas 
pela educação formal em arte, ainda é possível elencar outras potencialidades desta 
disciplina na educação formal. Essa orientação pode ser bastante esclarecedora se você 
considerar que crianças e jovens de diferentes regiões do país podem ter expectativas 
distintas sobre a arte. Por isso, uma outra perspectiva pode ser considerada como 
informação complementar, mas não menos importante, para justificar a arte no currículo 
da educação formal. Essa perspectiva diz respeito à arte enquanto possibilitadora da 
compreensão da cultura visual, ou seja, uma compreensão da trajetória cultural das 
imagens e da arte ao longo da história. Fernando Hernández, em seu livro Cultura visual, 
mudança educativa e projeto de trabalho (2000) discorre sobre diferentes formas de 
se apresentar informações e estratégias para a valorização da disciplina de ensino da 
Arte na educação formal. Assim, este quadro, reúne, resumidamente algumas de suas 
propostas quanto à compreensão das relevâncias da cultura visual.
Fonte: Adaptado de Hernández (200, p. 130). 
Figura 2.2 | Círculo para compreensão da cultura visual
A prática artística e o conhecimento 
histórico da arte são campos de 
conhecimento intervinculados que 
favorecem a compreensão 
da cultura visual
O estudo da cultura visual 
tem início na educação 
infantil e chega às 
instituições a aos novos 
mediadores visuais
A cultura visual confronta 
os olhares sobre os 
objetos de caráter 
mediacional
O conhecimento da cultura visual 
está relacionado às interpretações 
sobre a realidade e sobre como 
essas afetam a vida
O estudo da cultura visual não se 
esgota nos saberes tradicionais em 
relação à arte
Arte na 
educação para a 
compreensão da 
cultura visual
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
77
Outra questão muito pertinente às informações trazidas pela arte-educação diz 
respeito a uma percepção mais ampla do termo e de sua aplicação. Deve-se considerar 
que a educação em arte deva trabalhar com duas visões complementares de ensino. De 
acordo com Hernández (2000), não se deve pensar somente numa educação pautada 
apenas de proposições que busquem promover uma leitura que se atenta apenas em 
analisar as imagens, nem se deter sobre outras visões que tratam do objeto artístico de 
forma fragmentada, pensando em desdobrá-lo a partir de visões estéticas, ou práticas, 
ou culturais. Segundo o autor, a educação formal em arte deve percorrer ambos os 
caminhos citados, perpassando e percorrendo práticas e metodologias que levem até a 
realidade da cultura visual. 
Estamos, assim, numa época que parece que se desloca ao 
discurso moral baseado na beleza, na ordem, no equilíbrio 
e na transcendência da cultura da imagem e da expressão 
artística. Estamos diante de uma bifurcação em que se torna 
necessário, mais do que em épocas anteriores, a reflexão 
baseada no estudo, no debate público e rigoroso que contribua 
para caracterizar uma nova cultura provida de uma ética que 
possibilite interpretar e agir de maneira não acomodada diante 
de uma forma de pensamento que se apresente ao mesmo 
tempo como homogêneo e fragmentado, e que se distribui 
nos meios da cultura visual de uma maneira frenética e sem 
possibilidade de trégua. Diante dessa situação, não deixa de 
surpreender que os atuais modelos curriculares tendam a 
olhar para trás ao reivindicar a aprendizagem de conteúdos 
conceituais (HERNÁNDEZ, 2000, p. 29-30).
Ensino: “é a parte da educação que acontece em instituições escolares 
de educação básica e superior. O ensino é regulamentado, tem currículo 
e formas de funcionamento previstos em normas jurídicas e, além disso, 
leva à certificação em cada etapa de escolaridade (fundamental, média, 
técnica, superior etc.)”.
Educação: “é um conceito amplo, abrangendo ‘os processos formativos 
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais 
e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais’. A 
educação, nesse sentido amplo, é um dever compartilhado por todos os 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
78
atores sociais e todos são livres para promover cursos e estudos livres, 
desde que não violem as demais normas de direitos humanos. Ao Estado 
cabe respeitar e proteger essa liberdade”. 
É importante enfatizar que a arte é um instrumento potente de formação e educação. 
Contudo, a apreciação e a prática em arte podem constituir-se também como um 
meio de se alcançar determinados saberes. É necessário, para a construção efetiva do 
conhecimento, que haja oportunidade de contato com diferentes trabalhos, além de 
criação e reestruturação de obras para que a aprendizagem se efetive. É preciso que o 
professor se torne o provedor de oportunidades orientando, direcionando, sugerindo ou 
instruindo. E essa oportunidade é disponibilizada, ao mesmo tempo, por meio de acesso 
a espaços culturais, formais e não formais, de arte. Por isso, a função dessas instituições 
é de grande valor para promover a aproximação e formação em arte. 
Contudo, pode-se notar claramente que a escola propicia uma quantidade imensa 
de possibilidades de aprendizagem. Ela permite também que se evidencie a necessidade 
da compreensão da arte na contemporaneidade e ainda condensa muitas outras 
funções referentes à educação. Entre essas funções, encontra-se a aplicação e contato 
diário com elementos artísticos; a possibilidade de descoberta do prazer em apreciar 
e conviver com arte; o desenvolvimento da sensibilidade estética; a promoção da 
integração com grupos ou épocas específicas a partir do fortalecimento de vínculos 
identitários; ampliação da capacidade de criticidade do aluno, além de tantos outros.
1.1 Espaço não formal
Anteriormente, nesta seção, foram elencadas algumas informações sobre a 
educação formal e sua importância para a formação em arte. Contudo, você já 
percebeu, a partir das leituras anteriores, que não existem apenas espaços formais de 
arte-educação. Desse modo, você compreenderá mais detalhes sobre a educação 
não formal e seus desdobramentos.
Exemplo de espaço não formal de educação:
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f0/Louvre_at_night_centered.jpg/1024px-Louvre_at_
night_centered.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2016.
Figura 2.3 | Museu do Louvre, Paris
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
79
Diante da necessidade de espaços que promovam a aproximação e a integração entre 
público e arte, quaisseriam esses ambientes que podem ser considerados espaços de 
educação não formal? E o que seria educação não formal? E qual o papel desses lugares na 
formação em arte? Eles podem realmente contribuir para que haja maior possibilidade de 
contato com a arte? Essas e outras questões serão discutidas ao longo deste texto, buscando 
justificar a necessidade de valorização e integração desses espaços com a educação formal. 
Contudo, inicialmente uma primeira questão merece atenção: o que é ensino não formal?
Frente às variações e às diferentes formas de educar, pode-se ainda pensar que a 
educação não formal possui seu formato muito próximo ao formato da educação formal, 
contudo ela é menos hierárquica e seriada, não possuindo a quantidade de progressões 
em formato de séries que a escola tradicional. A educação não formal surge no cenário 
educacional de forma tão importante e intensa que a formal, no entanto acontece em 
espaços alternativos, fora da escola.
Sugestão de vídeo
Para compreender melhor a importância da educação não formal, acesse o endereço 
aqui apresentado e assista ao debate:
Entende-se por ensino não formal o ensino que acontece de 
forma estruturada, sendo planejado e organizado fora dos locais 
formais de ensino, ou seja, o que acontece fora do ambiente 
escolar institucionalizado, tal como tradicionalmente tem 
ocorrido no processo a educação. Na atualidade, as instituições 
culturais, ao promover um espaço educativo relacionado à sua 
missão, evidenciam a relação entre o ensino formal e o ensino 
não formal, focalizando o patrimônio cultural material ou 
patrimônio imaterial. Por isso, existem ações que auxiliam de 
forma positiva no contato e aproximação cada vez mais efetivo 
de um público-alvo que privilegia a relação com a educação 
em instituições culturais (MEURA, 2011, p. 40-41).
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY>. Acesso em: 19 fev. 2016.
Figura 2.4 | Programa discute espaços não formais
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
80
A educação não formal pode ser encontrada em espaços diversos, como centros 
culturais, museus, escolas de arte, galerias, entre outros. Esses espaços servem também 
para resguardar a memória de uma época ou lugar, sendo fundamentais para a 
salvaguarda do patrimônio cultural. Esses espaços alternativos já foram apresentados na 
Unidade 1 e agora você tem a oportunidade de classificá-los, enquanto pertencentes a 
uma organização institucional específica, como a educação não formal, e reorganizar 
suas finalidades e definições dentro dos conceitos de arte-educação. Para tanto, faz-se 
necessário distinguir qual é o espaço de educação não formal.
A partir da análise do quadro comparativo, é possível perceber que o processo 
educacional ultrapassou os limites dos muros das escolas e, por isso, todos os 
decorrentes benefícios da arte-educação podem ser percebidos em diversos outros 
espaços. Contudo, a ideia é que esses espaços de educação não formal são tão 
É possível inferir que espaço não formal é qualquer espaço 
diferente da escola onde pode ocorrer uma ação educativa. 
Embora pareça simples, essa definição é difícil porque há 
infinitos lugares não escolares. [...] Duas categorias podem 
ser sugeridas: locais que são Instituições e locais que não são 
Instituições. Na categoria Instituições, podem ser incluídos 
os espaços que são regulamentados e que possuem equipe 
técnica responsável pelas atividades executadas, sendo o caso 
dos Museus, Centros de Ciências, Parques Ecológicos, Parques 
Zoobotânicos, Jardins Botânicos, Planetários, Institutos de 
Pesquisa, Aquários, Zoológicos, dentre outros. Já os ambientes 
naturais ou urbanos que não dispõem de estruturação 
institucional, mas onde é possível adotar práticas educativas, 
englobam a categoria não Instituições. Nessa categoria podem 
ser incluídos teatro, parque, casa, rua, praça, terreno, cinema, 
praia, caverna, rio, lagoa, campo de futebol, dentre outros 
inúmeros espaços (JACOBUCCI, 2008, p. 56-57).
Fonte: Adaptado de Jacobucci (2008, p. 57).
Figura 2.5 | Espaço formal e não formal na educação
Educação
Espaço formal
Espaço não formal
Espaço escolar
Espaço 
não escolar
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
81
importantes quanto qualquer outro, pois amparam e contribuem de forma significativa 
para a formação em arte. Dessa forma, fica evidente que esses dois espaços, formal e 
não formal, são mutuamente dependentes e, portanto, necessários.
Considera-se, diante de todas essas análises, que uma das grandes contribuições 
da educação não formal seria a de proporcionar a associação de conceitos primordiais 
ao desenvolvimento do aluno em espaços diferenciados. Logo, entende-se que o 
espaço de educação não formal pode ser uma extensão da sala de aula. Levando-se em 
consideração que podem ser percebidas, nos últimos tempos, muitas transformações 
sociais e culturais que alteraram a percepção de crianças e adolescentes sobre a 
importância da educação formal, outras alternativas devem também ser propostas 
com relação a novas formas de promover a aprendizagem. E uma das características 
principais dos espaços não formais é o de despertar o interesse e, por consequência, 
o encantamento nos alunos por meio de propostas que rompem com o formato 
tradicional, presente em muitas escolas. 
Diante dessas informações, forma-se um questionamento: quais são os espaços 
formais e não formais de educação? Existem muitas discussões a esse respeito e essas 
propõem diferentes delineamentos sobre quais são exatamente estes espaços. Contudo, 
aqui adota-se a ideia exemplificada a seguir.
• Como você percebe a relação entre educadores da arte e 
espaços não formais de arte-educação? Os arte-educadores 
frequentam (mesmo que virtualmente) esses espaços? 
• Na sua opinião, os educadores também deveriam ser 
apreciadores e fruidores permanentes da arte?
Na educação não formal, a categoria espaço é tão importante 
como a categoria tempo. O tempo da aprendizagem na 
educação não formal é flexível, respeitando as diferenças e as 
capacidades de cada um, de cada uma. Uma das características 
da educação não formal é sua flexibilidade tanto em relação 
ao tempo quanto em relação à criação e recriação dos seus 
múltiplos espaços (GADOTTI, 2005, p. 2).
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
82
Fonte: Adaptado de Jacobucci (2008, p. 57). 
Figura 2.6 | Distinção dos espaços
Espaço 
escolar
Espaço não 
escolar
Instituições de 
educação básica
Ensino superior
Não instituições 
(espaços 
públicos)
Instituições 
(museu, centros 
de cultura, 
galerias)
Isso demonstra que os espaços de educação formal e não formal encontram- 
-se correlacionados em função da proximidade de intenções quanto à oferta de 
desenvolvimento da educação e da formação em arte. Assim, considera-se que 
a possibilidade de interação e aproximação entre espaços formais e não formais 
de cultura pode ser produtiva na formação de cidadãos críticos justamente pelo 
potencial informacional, artístico e educativo que ambos os espaços apresentam. 
Exemplo de espaço não formal de educação:
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7c/Mus%C3%A9e_d%27Orsay%2C_North-West_
view%2C_Paris_7e_140402.jpg/1280px-Mus%C3%A9e_d%27Orsay%2C_North-West_view%2C_Paris_7e_140402.jpg>. 
Acesso em: 22 fev. 2016.
Figura 2.7 | Museu d'Orsay em Paris
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
83
Do mesmo modo, é preciso que se pontue e que se destaque como o papel 
do educador é importante na proposição de interações entre diferentes espaços de 
educação. Os espaços de arte-educação não formais também podem contribuir 
enormemente com a compreensão poética da arte que é desenvolvida naatualidade, 
pois possibilitam a ampliação de repertório imagético que, por consequência, torna 
acessível novas percepções, novos conceitos e novas formas de se fazer arte. Contudo, 
o arte-educador precisa estar conectado não somente aos espaços como também a 
muitos outros fatores. 
Algumas visões sobre a relevância da educação, e em especial do acesso a uma 
imagem que acontece fora do ambiente escolar, apontam para caminhos que 
perpassam por questões culturais arraigadas, que já foram citadas, mas que também se 
apresentam atualmente como muito mais subjetivas e fluidas. Para Fernando Hernández 
(2000, p. 28):
O educador precisa situar-se na cultura de seu tempo: o que 
significa a necessidade de conhecer a história da arte, entender 
a contemporaneidade, o momento presente para fruir a obra 
de arte. Decifrados os códigos [...], a arte contemporânea pode 
ser apreciada integralmente. E quanto maior for o repertório 
de conhecimentos adquiridos através de visitas aos espaços 
expositivos, reflexões e leituras sobre arte, mais fácil será o 
acesso aos códigos e registros (SCHILARO; SCALÉA, 2006, p. 52).
Hoje, estamos na época da imagem incorpórea, na era das 
representações fugazes e instantâneas da televisão, dos video 
games, do navegar pelo ciberespaço – “espaços” que carecem 
de materialidade, pois não são objetos. Mas, paradoxos de 
nosso atual período histórico, constituem as representações 
que formam a cultura (como o universo de representações 
que orientam normas, organizam olhares e contribuem para 
fixar valores) à qual têm acesso os meninos e meninas e os 
adolescentes, quase sempre, “fora” do horário escolar.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
84
Incorpóreo – que não possui corpo; sem matéria; desprovido de forma 
física; incorporal. Que não se constitui pela matéria; imaterial. P.ex: que 
não se consegue perceber através dos sentidos; impalpável. (Etm. do 
latim: incorporeus.a.um)
Disponível em: <http://www.dicio.com.br/incorporeo/>. Acesso em: 20 
fev. 2016.
Existem diversas possibilidades de acesso à divulgação da educação não 
formal. Como exemplo, tem-se um programa que selecionou educadores 
não formais para discutir sobre práticas: Educação de saberes, poderes 
e quereres. Você pode acessar o espaço e descobrir ainda mais sobre o 
tema!
“O programa Rumos Educação Cultura e Arte 2005-2006 teve sobre 
si as atenções de educadores de todo o Brasil, com trabalhos que 
contemplavam linguagens artísticas e práticas educativas diversas. 
Para selecionar apenas cinco educadores não formais em um universo 
tão amplo e variado e, ao mesmo tempo, conceber sua formação e a 
multiplicação de seus saberes.”
Disponível em: <http://d3nv1jy4u7zmsc.cloudfront.net/wp-content/
uploads/2012/02/000296.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016.
Como se pode notar, uma questão importante a ser enfatizada é que os espaços não 
formais de educação devem sempre ser pensados como lugares que proporcionam 
experiências insubstituíveis, mas que, para atingirem seus objetivos, precisam ter suas 
práticas altamente direcionadas e orientadas. Cumpre observar a importância de 
destacar as potencialidades da educação não formal, visando, sobretudo, incentivar a 
prática de apoio à utilização e o desenvolvimento desses espaços.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
85
Para finalizar as delimitações que norteiam a educação não formal, deve-se destacar 
que ela pode ser apontada como um importante instrumento educacional que pode e 
deve auxiliar e contribuir para a formação em arte. E, mesmo que a educação formal 
e não formal tenha como meta propiciar o desenvolvimento da educação, ainda é 
possível perceber algumas características constitutivas sutis, especificidades, práticas que 
as distinguem. Em virtude dessas considerações, cabe refletir sobre as potencialidades 
da educação não formal como uma possibilidade de educação para/sobre arte. 
De acordo com Maria da Glória Gohn (2006, p. 30), a educação não 
formal poderá desenvolver, como resultados, uma série de processos 
tais como:
• consciência e organização de como agir em grupos coletivos; 
• a construção e reconstrução de concepção(ões) de mundo e sobre o 
mundo; 
• contribuição para um sentimento de identidade com uma dada 
comunidade; 
• forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas 
capacita-o para entrar no mercado de trabalho); 
• quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes, 
a educação não formal resgata o sentimento de valorização de 
si próprio (o que a mídia e os manuais de autoajuda denominam, 
simplificadamente, como a autoestima); ou seja, dá condições aos 
indivíduos para desenvolverem sentimentos de autovalorização, de 
rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem 
para ser reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro 
de suas diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais etc.); 
• os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, aprendem 
a ler e interpretar o mundo que os cerca.
Entende-se a educação não formal como aquela voltada para 
o ser humano como um todo, cidadão do mundo, homens e 
mulheres. Em hipótese alguma ela substitui ou compete com a 
Educação Formal, escolar. Poderá ajudar na complementação 
dessa última, via programações específicas, articulando escola 
e comunidade educativa localizada no território de entorno da 
escola. A educação não formal tem alguns de seus objetivos 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
86
próximos da educação formal, como a formação de um cidadão 
pleno, mas ela tem também a possibilidade de desenvolver alguns 
objetivos que lhes são específicos, via a forma e espaços onde 
se desenvolvem suas práticas, a exemplo de um conselho ou a 
participação em uma luta social, contra as discriminações, por 
exemplo, a favor das diferenças culturais etc. (GOHN, 2006b, p. 32).
Diante das novas transformações educacionais da 
contemporaneidade, quais seriam, a partir de seu ponto de 
vista, as vantagens de aproximação entre educação formal e 
não formal? 
Na sua cidade, existem ambientes de arte que promovem 
ações interativas entre espaços formais e não formais?
1. Diante dos textos estudados, defina o que é educação formal.
2. O que é ensino não formal?
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
87
Seção 2
A arte em diferentes espaços de educação
Nesta seção, conheceremos as possibilidades suscitadas pela aproximação de 
diferentes espaços de educação em arte. Tais espaços já foram conceituados e 
explorados durante a seção 1. Agora, é necessário pensar onde se efetiva a educação 
em arte. Por isso, torna-se preciso pensar sobre quais são as contribuições reais da 
educação formal (escola) e da educação não formal (museus, galerias, centros de 
cultura, escolas de arte). 
Outra questão importante a ser discutida nesta seção faz menção às limitações 
encontradas nos espaços de educação formal. Esses não devem se isolar enquanto 
instituição de educação, mas devem atuar em conjunto com espaços não formais 
buscando, alcançar melhores resultados educacionais. Torna-se necessário esclarecer 
o quanto a criação e a compreensão da obra de arte perpassam por uma quantidade 
enorme de fatores e como estas questões interferem na criação e apreciação da obra. 
Pensando sobre as possibilidades de interação entre espaços de educação formal 
e não formal, vale destacar que a ida a espaços não formais de educação pressupõe 
uma série de ações anteriores. Assim, a aproximação entre esses espaços pode ser 
considerada como um motivador do conhecimento cultural e social. Dessa forma, 
é importante que os educadores entendam a necessidade de aproximação entre 
diferentes ambientes no intuito de enriquecer as aulas e estimular o conhecimentoe 
a convivência com as obras de arte.
1.1 A arte começa na escola?
A pergunta que nomeia esta seção surge para darmos continuidade à compreensão 
de diversas informações sobre as potencialidades da arte. Por isso, diante de todas 
as questões já propostas sugeridas e debatidas na Unidade 1, é possível afirmar 
que a arte-educação pode ser trabalhada em diferentes instituições de educação 
e não apenas na escola. Deve-se levar em consideração como todos esses espaços 
culturais podem auxiliar na construção de uma arte-educação significativa e eficaz. 
Independentemente do lugar que promova a aproximação com o universo artístico, 
constituirão estímulos à aprendizagem. No que tange à construção do processo 
ensino-aprendizagem há que se mencionar ainda algumas questões.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
88
A escola formal, sendo o polo dessa ação, garante acesso e 
continuidade a esse tipo de experiência a um grande número 
de crianças, jovens e adultos. A arte, por si só, não opera 
transformações na educação, mas a experiência com os 
processos de criação pode reorientar o sentido de ensinar, o papel 
do professor, a imagem da escola, bem como o valor das práticas 
culturais nas comunidades e na vida pessoal e profissional dos 
professores e nas relações entre as escolas e as instituições que 
promovem ações sociais (IAVELBERG, 2003, p. 23).
A educação formal, portanto, não deve se apresentar como uma instituição isolada 
na formação em arte, mas atuar em conjunto, com ações que buscam promover a 
aproximação com outros espaços. Entretanto, ela pode surgir como iniciadora do 
processo de aprendizagem, estando interligada com a maior quantidade possível de 
instituições não formais que também têm como propósito promover a apreciação, 
a reflexão e análise de obras, o desenvolvimento da criatividade e, por fim, a 
alfabetização estética. Essa alfabetização estética somente será alcançada por meio 
de atitudes que “promovam a educação estética em todos os níveis e contextos da 
educação” (ROSSI, 2009, (p. 16).
Assim, respondendo à pergunta citada, é admissível considerar que a arte pode 
começar a ser apresentada, sugerida e trabalhada em diversos espaços de educação 
formal ou não formal. Não é, portanto, definitiva a afirmação de que o primeiro 
contato que se pode ter com a arte comece com a mediação da escola. Diante 
de toda a diversidade de fatores que já foram analisados, num território tão vasto 
como o brasileiro, há que se considerar uma infinidade de espaços que promovem 
o contato com o universo artístico.
Exemplo de espaço de educação não formal no Brasil:
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/72/Pinacoteca_SP.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2016.
Figura 2.8 | Pinacoteca, São Paulo
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
89
Há que se ponderar que existem diversas maneiras de promover o contato com 
obras de arte. Diferentemente do que se imagina, a escola não é mais o único ponto de 
contato com a arte e suas infinitas possibilidades. Logo, consideram-se indispensáveis 
alguns apontamentos em relação à construção e dinamicidade do ensino de arte 
nas mais diferentes instâncias. Lembrando que a arte pode ser criada pelo artista e, 
posteriormente, recriada pelo olhar do observador que imprime sobre a obra de arte 
uma enorme quantidade de conhecimentos que lhe são próprios, que fazem parte de 
seu conhecimento precedente, de sua vivência. Vale reforçar, então, que a função do 
mediador se torna muito importante no contato, na apreciação e na fruição da arte. 
O que se verifica na criação da obra também ocorre na 
sua leitura e, de alguma forma, esse processo se reproduz 
na criação do público/aprendiz de arte (adulto, jovem ou 
criança). Fazer a mediação entre público e a obra é ensinar 
arte, apresentar objetos artísticos específicos e também 
educar com arte. Do ponto de vista da didática da arte, 
o educador cria ao fazer a mediação das obras e, nesse 
sentido, vive momentos análogos aos artistas em seu 
espaço de trabalho. Nada ou muito pouco em sua prática é 
preconcebido. A mediação entre público e a obra é como um 
trabalho de arte, no qual as experiências anteriores e o saber 
do monitor (educacional, cultural, gerencial) são o plano de 
fundo, e a cena real, a visita – para estar em consonância com 
os conceitos da arte contemporânea, na qual figura e fundo, 
quando existem, constituem partes em plena integração – é 
uma ação complexa (IAVELBERG, 2003, p. 77).
Dessa forma, vale ratificar que é indiscutível a necessidade de contato com 
produções artísticas, sejam elas pertencentes a qualquer período ou estilo para o 
desenvolvimento pleno do sujeito. A percepção do valor da arte torna-se fundamental 
para a compreensão de relações entre o objeto artístico a partir de correlações 
com questões culturais e sociais. Desse modo, é imprescindível reforçar a ideia da 
necessidade de criação, apreciação ou até comunicação do sujeito por meio da arte, 
questões já discutidas na Unidade 1. Essa necessidade pode ser alcançada por meio 
do contato com o outro e de estabelecimento de relações visuais ou emocionais 
com diferentes trabalhos. Em síntese, o homem necessita da arte como forma de se 
relacionar com o universo circundante e consigo mesmo.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
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O homem anseia por absorver o mundo circundante, integrá-
lo a si; anseia por estender pela ciência e pela tecnologia o 
seu "Eu" curioso e faminto de mundo até as mais remotas 
constelações e até os mais profundos segredos do átomo; 
anseia por unir na arte o seu "Eu" limitado com uma existência 
humana coletiva e por tornar social a sua individualidade 
(FISCHER, 1983, p. 13).
Diante da fala de Ernest Fischer, nota-se uma necessidade constante do indivíduo 
de conectar-se com a coletividade, com a cultura. Por conseguinte, abre-se espaço 
para evidenciar como as correlações estabelecidas pelas ações educativas em arte são 
extremamente relevantes para a formação, envolvimento e desenvolvimento de crianças 
e adolescentes. Por isso, é importante que se destaque o papel do educador juntamente 
com os monitores, mediadores na ação educativa, independentemente do espaço 
em que estas ações aconteçam. É preciso que os professores de arte estabeleçam 
rotinas de acompanhamento de possibilidade de interação entre a educação formal 
e não formal, estreitando os laços e ampliando os horizontes. No entanto, para que 
essas ações interativas ocorram de forma proveitosa é preciso que o educador planeje e 
organize antecipadamente suas ações e estabeleça objetivos concretos.
O trabalho de ação educativa nos museus, pinacotecas 
e/ou galerias de arte, será mais eficiente se o professor 
mantiver contato prévio com a instituição. Acompanhando a 
programação dos museus – através dos meios de comunicação 
como jornais, revistas, televisão e internet – o professor deverá 
entrar em contato com o museu escolhido e informar além do 
número de alunos e a faixa etária da classe que irá fazer a visita, 
o tema das aulas e, em contrapartida, perguntar quais pontos 
contribuiriam para as atividades e as matérias desenvolvidas em 
classe (SANTA ROSA; SCALÉA, 2006, p. 68-69).
Como os educadores das instituições formais de educação 
para arte podem incentivar a aproximação dos estudantes 
com os espaços não formais?
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
91
É razoável aceitar, então, que a função do educador de arte ultrapasse as barreiras da 
educação tradicional e se prolongue até os limites do conhecimento e da criatividade. 
Devido a essa profundidade e potencialidade do uso da imagem e da arte na formação 
de crianças e adolescentes, pode-se perceber que a exploração dos espaços não 
formais pela educação formal pode ser enriquecedorae instigante para os estudantes. 
É preciso, de igual modo, que os espaços não formais estejam atentos às necessidades 
do público. E a interação com a educação formal pode ser muito favorável aos espaços 
não formais, que precisam de visitação e público assíduo. Entende-se, portanto, que, 
para diversas crianças e adolescentes a formação em arte pode até começar na escola, 
mas eles precisam descobrir que podem se aventurar por muitos outros espaços de 
educação para a arte. Por isso, os espaços não formais precisam se conscientizar e 
planejar conjuntamente suas ações para que possam trabalhar de forma produtiva, 
atraente e consciente. Sendo assim, sobre os espaços não formais de educação para a 
arte, Iavelberg (2003, p. 75) comenta que:
É preciso saber trabalhar com diferentes públicos, pois essa é 
uma necessidade que se impõe às ações educativas dos museus 
quando se quer implementar projetos de educação democrática. 
Ampliar o público de museus e instituições culturais aponta 
para um futuro melhor e, sem dúvida, a ação educativa dessas 
instituições tem uma função importante na participação e 
garantia de acesso à cultura para todos. [...] Edmund Feldman, 
Abigail Housen, Robert William Ott e Michael Parsons, entre 
outros, desenvolveram pesquisas e trabalhos descrevendo e 
interpretando os níveis de desenvolvimento da compreensão 
estética, mostrando que as oportunidades educativas interferem 
sobremaneira na aquisição de saberes sobre arte.
Sobre espaços de educação não formal: museus nacionais e 
internacionais. 
O site citado a seguir disponibiliza uma grande quantidade de endereços 
para o acesso e a utilização de espaços virtuais para facilitar a formação 
em arte!
“Neste espaço disponibilizamos os links da pesquisa realizada sobre 
Museus do Brasil e do mundo. Ao acessar museus do Brasil, ou museus 
do mundo, você será direcionado para uma nova página, onde poderá 
realizar sua consulta de duas formas: clicando sobre as letras do alfabeto 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
92
ou, se preferir, clicando sobre os estados do Brasil – neste caso, basta um 
clique sobre o sinal de mais (+), que abrirá uma lista dos estados brasileiros 
também em ordem alfabética.”
Fonte: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/
conteudo.php?conteudo=893>. Acesso em: 22 fev. 2016.
Museus do Brasil Museus do Mundo
1.2 Possibilidades da integração entre educação formal e não 
formal
A educação não formal, aqui entendida como aquela propiciada por museus, 
galerias de arte, centros de cultura ou escolas de arte, pode ser utilizada como forma 
de estabelecer maior aproximação com o tempo em que se vive. Percebe-se que, 
em função de ter maior liberdade na sistematização e organização de suas metas, 
ela reflete de modo mais rápido todas as influências do entorno. Por isso, esses 
espaços são considerados como grandes motivadores do conhecimento cultural. 
Dessa forma, é importante que os educadores entendam a necessidade de 
aproximação com estes ambientes no intuito de enriquecer as aulas e estimular 
os alunos. Contudo, após as visitas é preciso que o professor retome todas as 
informações, a participação nas ações educativas, a apreciação, os conteúdos, 
fatos, curiosidades e os subsequentes debates para que todo o conhecimento 
adquirido possa ser direcionado e sistematizado. Caberia à escola a função de 
conectar e articular o conhecimento adquirido e sistematizar o processo de ensino-
-aprendizagem. Por isso, há que se considerar que a formação em ambos os espaços 
se complementa, já que cada um possui, a princípio, uma determinada função.
No entanto, o professor deve ter clareza de algumas questões ao propor uma 
visita a espaços não formais de educação. Saber correlacionar os assuntos que 
estão sendo tratados em sala de aula com o que será observado na visita a museus 
ou galerias, por exemplo, é essencial para um melhor aproveitamento do tempo 
e da oportunidade. Logo, compreende-se que a visita ao museu com uma turma 
de crianças ou adolescentes não é passeio para distração ou relaxamento. A ida a 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
93
espaços não formais de educação pressupõe uma série de ações e apropriações 
conceituais anteriores. 
Como exemplo dessas ações, é possível citar um professor que, buscando 
coordenar um assunto em pauta na sala, busca outras informações nos espaços não 
formais de educação que possa complementar e acrescentar novos conhecimentos 
ao que foi trabalhado na escola. É imprescindível que as informações propiciadas 
pela educação formal também possam ser apreciadas, discutidas ou correlacionadas 
ao que será observado na visitação. 
Por isso, o professor deve visitar antecipadamente o museu, ou o espaço que 
pretende levar os estudantes. É preciso discutir e avaliar com a equipe do espaço 
não formal em questão qual será o foco do trabalho; o professor deve estabelecer 
um diálogo sobre o assunto com os alunos, a fim de orientá-los a respeito dos 
objetivos; o professor pode, durante a visita, estimular constantemente discussões 
sobre os questionamentos de todos os alunos, dando margem a debates e troca de 
informações entre os participantes e, após o retorno para sala de aula, o professor 
deve retomar as principais dúvidas e colaborações no intuito de propor conclusões 
sobre o que fora observado durante a visita. 
Existem diversas cidades e regiões brasileiras que não possuem museus, ou galerias, 
ou centros de arte. Você já imaginou a possibilidade de abrir a janela e se deparar com um 
museu itinerante em sua rua? Pois esta é uma proposta utilizada pelo museu de ciência 
apoiado por universidades de Minas Gerais. Ora, não formam-se aqui professores de 
Arte? Sim, mas, com toda certeza, essa é uma iniciativa altamente inspiradora que produz 
resultados expressivos. Essas afirmações só são possíveis de serem pensadas, pois em 
vários momentos desta unidade você pode compreender o quanto a interação entre 
os espaços formais e não formais de educação pode contribuir para a ampliação do 
conhecimento por meio de estímulos concretos e palpáveis que levem a um aumento do 
interesse e do conhecimento adquirido pelo aluno. Nesse sentido, observe atentamente 
as informações trazidas pela proposta do museu itinerante descritas a seguir.
Curiosidade
Projeto: Museu Itinerante (UFMG)
Fonte: <http://museu.cp.ufmg.br/>. Acesso em: 19 fev. 2016.
Figura 2.9 | Museu itinerante
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
94
Fonte: <http://museu.cp.ufmg.br/index.php?option=com_content&view=article&id=71>. Acesso em: 19 fev. 2016.
Disponível em: <http://museu.cp.ufmg.br/index.php?option=com_content&view=article&id=71>. Acesso em: 19 fev. 2016.
Figura 2.10 | Ônibus/ Museu Itinerante
“O Museu Itinerante PONTO UFMG é um espaço científico-cultural, interativo, 
adaptado em uma unidade móvel que atende, primordialmente, escolas e cidades 
de Minas Gerais. É constituído de um caminhão estendido com seu espaço interior 
adaptado em seis ambientes – Sala do Útero, Sala dos Sentidos, Sala dos Biomas, Sala 
de Projeção 3D, Sala do Submarino e Sala das Cidades –, apresentando uma proposta 
inovadora no Brasil. O museu, além das atrações internas, promove exposições e 
oficinas externas interligando as mais diversas áreas do conhecimento e da ciência.”
Então, o que você achou da proposta? E se existissem outras ações educativas 
de museus itinerantes com perspectivas similares por todos o país? E se os museus 
de arte itinerantes percorressem diferentes lugares e chegassem até a janela de sua 
sala de aula? 
O projeto de museu itinerante garante uma questão primordial já citada nesta 
seção: a aproximação dos espaços formal e não formal de educação para a arte. Essa 
aproximação sugere também benefícios que serão fundamentaispara a ampliação 
do conhecimento, mas, mais do que isso, sugere que toda a aprendizagem, que até 
então era apenas um processo subjetivo ou construída com base na imaginação, 
torna-se agora concreta. Logo, grande parte do que o aluno assimilou, aprendeu, 
observou em livros, torna-se real por meio da visita ao museu itinerante, ou ao museu 
virtual, ou ao museu que encontra-se na região onde mora. O importante, portanto, 
é que a aprendizagem torne-se uma experiência instigante, reveladora e também 
concreta, que deve ser muito bem assessorada e direcionada por educadores e 
monitores.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
95
É notável que a interdisciplinaridade, por meio do contato e interação com espaços 
de educação que não contemplem somente a arte, pode ampliar o conhecimento e 
a visão global dos conteúdos, que se encontram comumente conectados. Por isso, 
vale considerar que o acesso a diferentes espaços de educação não formal sempre 
poderá contribuir de algum modo ao estabelecimento de novos conhecimentos 
e correlações importantes para a formação da criticidade e da visão global do 
conhecimento. 
A partir dessas aproximações, poderão surgir atividades práticas e teóricas diversas 
que podem buscar discutir sobre artistas e poéticas que lidam com os mais diferentes 
assuntos por meio da arte e que podem constantemente ser utilizados como ponto 
de partida para reflexões complexas sobre o homem e sua história. Essas ações 
poderão promover percepções que conseguem afirmar o valor da disciplina de Arte, 
compreendida como conectada a todos os outros conhecimentos propostos pela 
educação e necessários ao sujeito.
Você já observou como a arte contemporânea trata de temáticas, apresentações 
ou suportes inusitados? Atualmente, muitas temáticas inusitadas ou surpreendentes 
são sugeridas para a criação de obras de arte. Entre elas, encontram-se as de cunho 
conceitual, temporal: efêmero/duradouro ou que discutem os impactos do homem 
no planeta. Todas podem servir como inspiração para a criação de novas propostas 
artísticas. 
Vale, então, destacar que, pensando em um conhecimento global e conectado, 
uma proposta de debate sobre a arte, a criação, sobre conceitos norteadores da 
criação, ou uma atividade artística em sala de aula, pode surgir até mesmo, a partir 
de uma visita a um museu de ciências! Sendo assim, nenhum espaço não formal 
de educação pode ser dispensado, pois, mesmo que em sua região não exista um 
espaço de educação não formal específico sobre arte (museus, galerias e escolas de 
arte), você pode aproveitar outros espaços alternativos para propor sua aula. Basta 
que você planeje e oriente adequadamente seus alunos.
• Você acredita que o acesso a diferentes espaços de 
educação não formal pode contribuir para a formação em 
arte? 
• Quais são as vantagens da aproximação e interdisciplina-
ridade da Arte com outras disciplinas do currículo escolar, 
com a conexão com conteúdos de outras disciplinas (como 
história ou ciências, por exemplo)?
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
96
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/Mai_exposi%C3%A7%C3%A3o.JPG>. Acesso em: 20 fev. 2016.
Figura 2.11 | Estudantes visitando o museu
Assim, todas as oportunidades de ampliação de conhecimento e contato direto 
com a diversidade cultural, com diferentes objetos e práticas, por meio da vivência e 
experiência concreta e da exploração do imaginário podem e devem ser aproveitadas. 
Elas serão capazes de propiciar a aproximação com outras áreas do conhecimento, 
o que contribui para o fortalecimento de novas perspectivas que desencadeiam 
referências importantes sobre a valorização da arte em espaços diversos. Portanto, 
a partir dessas relações e interações sociais, o sujeito pode acessar o conhecimento 
sobre si e sobre o outro, podendo valorizar e apropriar-se da cultura de seu tempo e 
de toda a história precedente. 
Pensar em educação formal implica pensar em características pontuais e distintas, 
mas que possibilitam uma quantidade infinita de elementos e potencialidades 
passíveis de exploração. A socialização e a vivência tornam-se instrumentos comuns 
nessa prática, o que determina seu caráter de importância na formação de sujeitos 
mais preparados para responder as adversidades cotidianas. Correlacioná-la com 
a educação formal pode contribuir para enriquecer a prática da sala de aula, pois 
compreende-se que a multiplicidade de aplicações e de objetivos constitui as 
características essenciais desse tipo de educação.
A educação não formal designa um processo com várias 
dimensões tais como: a aprendizagem política dos direitos dos 
indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos 
para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades 
e/ ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem 
e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
97
A conexão entre ambas as possibilidades de educação (formal e não formal) é 
capaz de romper com aulas tradicionais em que o professor desenvolva monólogos 
intermináveis sobre assuntos que são distantes da realidade e necessidade dos 
estudantes. Novos formatos de educação vão se impondo com as ininterruptas 
transformações sociais e culturais. Portanto, entender a importância de elos entre 
o que será observado e o que está sendo estudado em sala é fundamental para 
um bom desenvolvimento das relações e exploração das potencialidades sugeridas 
entre a educação formal e não formal.
Há que se destacar também que todas as observações propostas e todos os 
assuntos discutidos a respeito das possíveis visitas aos espaços não formais são 
resultantes de públicos e pessoas com bagagens e vivências específicas. Considera-
se, portanto, que deve haver um conhecimento precedente do público-alvo, pois 
ele denotará cuidados ou direcionamentos próprios. Assim, reiteram-se algumas 
discussões já levantadas nas seções anteriores sobre a necessidade de que a cada 
visita ao espaço não formal de educação haja cuidados e preparativos desenvolvidos 
a partir de análises sobre o público e suas necessidades educacionais. No museu, 
por exemplo, deve haver um preparo anterior, que sugere a aproximação entre 
professor e equipe de monitores do espaço, objetivando atender melhor e de modo 
mais eficiente a cada um dos visitantes. Além da aproximação do espaço formal e 
não formal, é preciso que haja uma proximidade teórica, entre os ambientes, que 
contextualize e que auxilie na efetivação do conhecimento.
organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução 
de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos 
que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo 
do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; 
a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a 
eletrônica etc. (GOHN, 2006b, p. 28).
Os contextos culturais dos visitantes conformam as 
possibilidades de recepção e se expressam nas leituras que cada 
frequentador faz dos objetos das mostras. Cabe ao educador 
de museu realizar essa investigação na prática, a partir de seu 
contexto cultural, utilizando seus saberes da didática da arte na 
promoção de recepção. É desejável que os diferentes públicos 
possam, a cada visita, elevar seu nível de saber a patamares mais 
avançados. Isso só se efetiva quando o educador considera tanto 
a cultura prévia de seus aprendizes como suas possibilidades e 
seus modos de aprendizagem (IAVELBERG, 2003, p. 76).
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
98
No entanto, ainda pode ser possível exemplificar mais concretamente as 
conexões entre espaços formais e não formais de educação. Dessa maneira, faz-
se indispensável tratar de exemplos claros que favoreçamtais intervenções. Assim, 
é possível citar um relato de experiência desenvolvido pelo grupo de pesquisa 
Mediação Arte/Cultura/Público, coordenado por Mirian Celeste Martins. O artigo 
"Curadoria educativa: inventando conversas", contempla uma aproximação entre 
escola (educação formal) e espaços culturais de arte (educação não formal).
Trabalhando arte contemporânea com Ensino Fundamental 
e Ensino Médio na escola pública do estado de São Paulo, 
Pio Santana em uma de suas expedições culturais, levou 
vários grupos de alunos a visitar a exposição: o corpo na arte 
contemporânea brasileira, em 2005, no Instituto Itaucultural. 
Motivando o olhar dos alunos para a linguagem da performance, 
o professor e educador do instituto focalizaram vários vídeos/
performances, entre eles: Sirva-se (2004), de Michel Groisman 
– trabalho interativo no qual o público é convidado a realizar 
experiência de investigação com um conjunto de copos 
desenvolvidos pelo artista e adaptáveis às diferentes partes 
do corpo; Desenho-Corpo (2002), de Lia Chaia – a artista 
desenha linhas sobre o seu próprio corpo até acabar a carga 
de uma caneta esferográfica; Traje de Verão (1956), de Flavio 
de Carvalho – que mostra o artista desfilando sua “roupa” 
pelas ruas de São Paulo; Canibal (2004), de Marco Paulo Rolla, 
com participação de Thelma Bonavita e Anderson Gouveia – 
trabalho que mostra os dois atores nus, sendo “despejados” 
de dentro do forno de um fogão doméstico. Após a visita, em 
sala de aula, Pio Santana selecionou e mostrou aos alunos 
registros fotográficos de outras performances. Essa curadoria 
os motivou a criarem suas próprias (e muitas) linguagens 
performáticas. Resultados significativos, que foram além 
do esperado, foram registrados em fotografias. Para Pio, a 
curadoria educativa é um lugar bastante “saboroso”, sensível, 
um território experimental composto de riscos, estados de 
loucura, de paixão e de criação artística, é um meio de estar 
entre tantos conhecimentos dos quais o professor provoca e 
é provocado, alimenta e é alimentado (MARTINS, 2006, p. 12).
O professor de arte pode, como sugestão, propor situações que suscitem a 
solução de problemas cujo intuito seja uma tentativa de instigar os alunos a leituras 
e releituras das obras de arte, independentemente do período ou estilo artístico 
ao qual pertençam sempre, objetivando ampliar conhecimento, percepção ou 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
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visão de mundo. Reitera-se a necessidade de promover ações que possam buscar 
experiências práticas na visualização e também na aproximação entre o estudante 
de arte e as obras de museus ou galerias.
Contudo, verifica-se que a prática de aproximação entre os espaços formais e não 
formais de arte ainda é pouco explorada. Muitas são as questões que impossibilitam 
o professor a estabelecer este vínculo. Como poucas cidades possuem espaços 
de educação não formal, este também acaba se tornando mais um fator negativo 
na proposição de relações entre os dois universos. Além do mais, esta não deve 
ser somente uma aproximação superficial entre essas duas formas de educação, 
mas devem ser criados hábitos, vínculos e laços profundos que possam envolver o 
aluno com a arte. Assim, nas regiões que possuem uma diversidade de espaços não 
formais de educação em arte, há que se estabelecer rotinas que priorizem o acesso 
e a aproximação com esses ambientes, sejam eles virtuais ou não, buscando uma 
melhoria na qualidade do ensino.
O diálogo constante entre instituições formais e não formais de ensino podem 
contribuir com o desenvolvimento de uma educação muito mais adaptada à realidade 
e, por isso, muito mais interessante e necessária. Logo, ações que objetivam incentivar 
estas ligações são sempre muito bem-vindas. Daí a necessidade permanente 
de publicações que enfatizam a urgência de se discutir novas possibilidades de 
integração entre educação formal e não formal. E essas ações devem ter como 
objetivo despertar e instigar o educador sobre estas questões. 
Há que se buscar espaços que divulguem e incentivem a observação, a reflexão 
e a criação artística a fim de tornar mais eficaz os conteúdos apreendidos na escola. 
Ações educativas promovidas pelos espaços não formais em parceria com as 
escolas poderiam corroborar a importância de ambos os espaços para a formação 
dos estudantes e todo o público visitante, tornando esses ambientes de divulgação 
e construção do conhecimento necessários e usuais.
Esse novo tipo de arte-educação, perpassada pela educação formal e não formal, 
centrada na interdisciplinaridade, permite compreender que a educação pode ser 
A visita a uma exposição de arte faz com que os alunos 
conheçam as diversas manifestações artísticas do 
homem, tanto as produzidas ao longo do tempo, como as 
contemporâneas. O acesso ao espaço expositivo e o contato 
visual com as obras de arte permitem a compreensão das 
diferentes propostas artísticas, a identificação de significados 
expressivos e a sua importância na formação cultural das 
comunidades (SCHILARO; SCALÉA, 2006, p. 87).
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
100
uma via de acesso a tantas outras culturas, épocas e conhecimentos. Reafirmar 
constantemente a importância da arte com o apoio de diferentes espaços implica 
no favorecimento e esclarecimento dos objetivos e necessidades artísticas. Outros 
benefícios da interação entre espaços formais e não formais de educação giram em 
torno da ideia de que essas ações podem promover a inclusão de muitos grupos por 
meio da aproximação e conhecimento de diferentes espaços e pessoas, a partir da 
articulação, absorção de novas experiências, percepção da multiplicidade de gostos, 
interesses e necessidades dos estudantes.
• Qual a importância da aproximação da educação formal e 
não formal para a prática escolar? 
• Como a educação não formal pode contribuir para 
enriquecer o cotidiano das aulas de Arte?
1. A educação formal, representada por meio da escola, deve 
ser uma instituição isolada na formação em Arte?
2. Diante dos textos analisados nesta unidade, é possível pensar 
na possibilidade de integração entre a educação formal e não 
formal?
Nesta unidade, o aluno foi capaz de:
• conhecer as delimitações da educação formal e não formal;
• reconhecer as principais diferenças entre educação formal e 
não formal;
• aprender sobre a necessidade e vantagens da aproximação de 
espaços formais e não formais para a arte-educação;
• diferenciar o espaço formal do não formal;
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
101
• refletir sobre alternativas para a inexistência de museu de arte em 
sua cidade.
Caro aluno, ao chegar no fim desta unidade você conheceu um 
pouco sobre as distinções entre educação formal e não formal. 
Estes temas foram fundamentais para que você seja capaz de 
descobrir as potencialidades e riquezas contidas em cada um dos 
diferentes tipos de educação para arte. Por meio de delineamentos 
muito específicos sobre as temáticas que compõem a educação 
formal e não formal, já é possível a apropriação de conteúdos 
que possam orientar o encaminhamento de novas práticas. 
Essas novas práticas denotam também uma nova forma de 
olhar a arte-educação, de forma muito mais conectada e 
arraigada na sociedade e na cultura. Busque saber mais sobre 
as potencialidades da educação não formal. Pesquise e estude 
sempre! É por meio desse espírito curioso, incansável e insaciável 
que poderá nascer um grande educador! 
1. É possível afirmar que a arte-educação pode ser trabalhada 
em diferentes instituições de educação e não apenas na 
escola. Deve-se levar em consideração como todos esses 
espaços culturais podem auxiliar na construção de uma arte-
-educação significativa. De acordo com os textos estudados 
sobre os espaçosde interação entre educação formal e não 
formal, é possível afirmar que:
I. A escola formal, sendo o polo da arte-educação, garante 
acesso e continuidade à experiência da formação em arte a 
um grande número de crianças, jovens e adultos.
II. A educação formal não deve se apresentar como uma 
instituição isolada na formação em arte, mas atuar em 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
102
conjunto com ações que buscam promover a aproximação 
com outros espaços.
III. É admissível considerar que a arte-educação não pode 
ser apresentada, sugerida e trabalhada em diversos espaços 
de educação formal ou não formal, já que ocorre apenas nas 
escolas.
IV. É indiscutível a necessidade de contato com produções 
artísticas, sejam elas pertencentes a qualquer período ou 
estilo para o desenvolvimento pleno do sujeito.
Agora, assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas III e IV estão corretas.
2. Leia atentamente as informações sobre educação formal 
e determine V para verdadeiro e F para falso:
(__) O tempo da aprendizagem na educação formal é flexível, 
respeitando as diferenças e as capacidades de cada um.
(__) O espaço formal é o espaço escolar, que está relacionado 
às instituições escolares da educação básica e do ensino 
superior.
(__) A educação formal seria aquela que proporciona a 
associação de conceitos primordiais ao desenvolvimento do 
aluno em espaços físicos diferenciados.
(__) É compreendida como educação formal aquela 
educação sistematizada, direcionada e desenvolvida por 
meio de uma sequência de titulações.
Agora, assinale a alternativa que corresponde à sequência 
correta:
a) V, F, F, V.
b) V, F, V, V.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
103
3. A percepção do valor da arte torna-se fundamental para 
a compreensão de relações entre o objeto artístico, o artista 
e possíveis questões culturais e sociais. Desse modo, é 
imprescindível reforçar a ideia da necessidade de criação, 
apreciação ou até comunicação do sujeito (artista ou 
público) por meio da arte. Analise as sentenças e assinale a 
única alternativa correta.
a) O homem necessita da arte como forma de se relacionar 
com o universo circundante e consigo mesmo.
b) O homem não possui necessidade de compreender a arte, 
nem de relacionar-se e de conectar-se com a coletividade, 
com a cultura.
c) O homem necessita da arte apenas para solucionar 
questões pertinentes à educação formal.
d) O homem necessita da arte apenas para observar as 
últimas tendências das exposições contemporâneas. 
e) O homem não necessita de contato com produções 
artísticas para que haja o desenvolvimento integral do sujeito.
4. Várias perspectivas podem ser consideradas para justificar 
o ensino da arte no currículo da educação formal. Uma delas 
diz respeito à arte enquanto possibilitadora da compreensão 
da cultura visual do universo imagético circundante. Com 
base nessas referências, analise as sentenças e assinale 
apenas a alternativa que corresponda corretamente ao autor-
-propositor dessa percepção de arte enquanto instrumento 
para a compreensão da cultura visual.
a) Moacir Gadotti
b) Fernando Hernández
c) Ernest Fischer
d) Maria da Glória Gohn
e) Adriana Varejão
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) V, V, F, V.
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
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5. Diante da necessidade de espaços que promovam a 
aproximação e a integração entre público, educação e arte, 
vários ambientes podem ser considerados. Dessa forma, 
eles podem realmente contribuir para que haja maior 
possibilidade de contato com a arte. A respeito desses 
espaços propositores de educação não formal, é possível 
afirmar que:
a) entende-se por ensino não formal o ensino que acontece 
de forma estruturada, sendo planejado e organizado fora 
dos locais formais de ensino, ou seja, o que acontece fora 
do ambiente escolar institucionalizado;
b) entende-se que apenas os espaços de educação formal 
são importantes para a formação em arte, pois amparam 
e contribuem com a construção do sujeito de forma 
significativa;
c) na educação não formal, a categoria espaço é idêntica à 
dos espaços formais, ou seja, são as escolas;
d) na educação não formal os espaços são irrelevantes, já 
que se apresentam apenas por meio de ambientes virtuais;
e) a educação formal é aquela que acontece dentro do 
ambiente escolar, porém fora da sala de aula. 
Interação entre os espaços de educação formal e não formal
U2
105
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Unidade 3
CONCEITOS DE EXPOSIÇÃO, 
CURADORIA, MONITORIA 
E CONSERVAÇÃO DE BENS 
CULTURAIS
A primeira seção apresentará conceitos norteadores dos termos 
exposição, curadoria e monitoria e suas possíveis aplicações na educação e 
formação em arte. 
A segunda seção proporciona meios de compreensão da arte enquanto 
patrimônio cultural. Você irá conhecer também algumas possibilidades de 
conservação e restauração desses bens culturais. 
Seção 1 | Conceitos de exposição, curadoria, monitoria
Seção 2 | Patrimônio e conservação
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você irá conhecer e se aprofundar no estudo de conceitos 
de exposição, curadoria e monitoria. Além disso, conhecerá informações 
importantes sobre a definição de patrimônio cultural, educação patrimonial e 
conservação de bens. Entende-se, portanto, que esses esclarecimentos são 
complementares às informações obtidas durante os estudos das Unidades 1 e 2. 
Sendo assim, você irá reconhecer como essas novas elucidações podem 
contribuir com a educação do sujeito, a partir do momento que colaboram 
com a propagação de conhecimentos artísticos. Todas essas informações são 
necessárias para que você possa perceber como as ações promovidas por 
espaços de educação não formal perpassam por uma quantidade significativa 
de profissionais e ambientes.
Tatiana Romagnolli Peres
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
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Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
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Introdução à unidade
Agora que você já adentrou no universo da percepção das potencialidades da 
educação não formal em arte, é possível continuar a busca por conhecimentos 
correlatos! Sendo assim, nesta unidade você terá acesso a aprofundamentos sobre 
outros termos e funções essenciais à arte como aqueles relativos à exposição, 
curadoria e monitoria. Esses conceitos são extremamente necessários para a 
detecção da abrangência dos estudos e formações profissionais necessárias ao 
desenvolvimento artístico. 
E, já que este livro tem como foco principal discutir as principais relevâncias e 
contribuições da educação não formal para a formação em arte, nada mais instigante 
do que aproveitar para descobrir e conhecer com mais profundidade todas as formas 
possíveis de desenvolvimento de funções conectadas a estas ações e ambientes. 
Por fim, esta unidade abordará a importância da delimitação do conceito de 
patrimônio cultural para o entendimento das relevâncias propostas nas relações 
entre arte e cultura. Na sequência, o texto trará explicações sobre como os museus 
conservam e restauram obras de arte, fator importante para a preservação do 
patrimônio cultural.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
110
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
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Seção 1
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria
Nesta seção, você conhecerá conceitos sobre exposição, curadoria e monitoria, 
que serão analisados a partir de percepções que reforçam constantemente diferentes 
aproximações e intervenções sugeridas pelo espaço não formal de educação e a arte. 
Esses subsídios se apresentam como conteúdos complementares a todos aqueles já 
tratados na Unidade 1 e 2. Sendo assim, muitas informações trazidas anteriormente 
corroboram a necessidade de ações que possam promover a interação entre os 
espaços de educação formal e o público apreciador de arte. 
Desse modo, nesta unidade, serão propostos outros encaminhamentos que 
contribuirão para referenciar ambientes, funções e intervenções que ajudem na 
construção e no conhecimento dos espaços não formais de formação em arte. Logo, 
o trabalho sugerido por monitores e curadores torna-se muito importante, pois surge 
para alavancar e potencializar a participação desses espaços na educação. Reforça-se 
então, a urgência em se discutir temáticas como esta, que se tornam essenciais para a 
valorização da arte, e que possam envolver e reforçar a construção do conhecimento 
e da criticidade.
1.1 Exposição
Nas unidades anteriores, foram discutidos uma série de conteúdos que tinham 
como pressuposto básico compreender a função de espaços não formais de arte na 
formação artística. Para tanto, algumas orientações surgiram no sentido de delimitar 
quais eram os espaços considerados não formais e quais as possibilidades suscitadas 
por estas instituições. Dentre as várias funções dos espaços não formais de arte 
sugeridas nas Unidades 1 e 2, está a de ofertar espaço para a proposição de arte, e, 
assim, subtende-se que possa se falar em exposições.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
112
Como parâmetro para orientar as reflexões acerca da ideia de exposição, é 
preciso citar que, para se entender a definição geral desse conceito, é necessário 
pensar que a apresentação de objetos e obras se faz sempre com uma ‘finalidade’. 
Portanto, “a exposição de arte é uma apresentação intencionada, que estabelece um 
canal de contato entre transmissor e um receptor, com o objetivo de influir sobre 
ele de uma determinada maneira, transmitindo-lhe uma mensagem” (GONÇALVES, 
2004, p. 29).
Então, quais seriam os objetivos de espaços não formais, como museus e galerias, 
ao apresentarem e proporem uma exposição de arte? Como se configuram e se 
articulam as exposições de arte na contemporaneidade?
"Exposição" – sf (lat expositione) 1 Ato de expor; exibição. 2 Coisas 
expostas. 3 Lugar onde se expõem coisas à vista. 4 Narração. 5 Explanação, 
desenvolvimento. 6 Maneira de dizer ou expor. 7 Dir. Dedução de razões. 
8 Posição de uma coisa ou lugar em relação aos pontos cardeais. 9 Fot. 
Ato de expor material fotográfico sensibilizado. 10 Fot. Tempo durante o 
qual uma chapa ou uma película sensibilizada é exposta à luz. E. coletiva: 
exposição na qual são exibidas as obras de vários artistas. E. de motivos: 
demonstração escrita e alicerçada de fatos ou motivos que justifiquem a 
conveniência ou necessidade de medidas ou providências para solução 
de causas ou problemas de interesse público ou particular. E. individual: 
exposição na qual um único artista expõe seus trabalhos. E. instantânea, 
Fot. exposição de material fotográfico por curto tempo, mediante um 
dispositivo automático.
Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/
exposicao%20_963457.html>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Para saber mais sobre os novos projetos de dessacralização e 
transformação dos espaços de exposição dos museus, acesse o endereço 
a seguir e assista ao vídeo!
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
113
Os museus, as galerias, os espaços de arte, os centros de cultura são ambientes 
que têm capacidade de comportar e ofertar exposições de obras e artistas diversos. 
E é por meio das diferentes exposições, propostas em espaços não formais, que o 
público acessa e vivencia concretamente a arte. Nas exposições, o público pode 
contatar com proximidade as obras, visitando e analisando, sobre seu próprio ritmo 
ou interesse, o espaço expositivo. Por isso, a exposição oferecida pelos espaços não 
formais de arte pode ser entendida como:
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=s27up9UH7AI>. Acesso em: 5 mar. 2016.
Figura 3.1 | Transformando narrativas e histórias por meio do diálogo entre as obras
Um elemento sintetizado das interações entre os outros 
elementos. Isto é, a exposição é a interface na qual ocorre o 
confronto obra-espectador, por meio dela o artista propõe 
suas ideias, questiona inclusive a própria exposição, diálogo, e 
cria seu próprio contexto expositivo. A exposição torna-se este 
espaço para o diálogo, onde a teoria, a crítica e a históriasão 
elementos básicos para a discussão do conteúdo. A exposição 
é o espaço da troca de experiências, do diálogo, da discussão, 
da síntese. Enfim, a articulação dos elementos constituintes 
do sistema leva à concretização da exposição como tal. [...] 
A exposição é o espaço onde a arte se dá enquanto tal, ou 
seja, é a relação espaço-temporal na qual a obra passa a existir 
publicamente (VÁLIO, 2008, p. 3-4).
A exposição de arte surge com objetivos muito específicos, já que se propõe a 
apresentar ao público uma série de objetos artísticos, sejam eles provenientes de 
qualquer linguagem das artes visuais, que podem correlacionar-se, estabelecendo 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
114
diálogos, muitas vezes, impensáveis e contribuindo para estimular, por meio da 
fruição e da contemplação, o pensamento crítico e reflexivo. Sendo assim, nota-se 
a disseminação de ambientes que promovem a aproximação entre público e obra. 
Dessa forma, a exposição se apresenta, principalmente após o advento da arte 
contemporânea, em diversos espaços públicos e altamente acessíveis e, se encontra 
em constante diálogo com a sociedade e a cultura circundante.
A exposição se funda na presença de objetos que fazem 
sentido, num espaço que os torna acessíveis aos sujeitos 
sociais. Ela funciona como espaço de representação. Pode-
se, de imediato, depreender que a mise en scène da exposição 
tem papel fundamental no processo comunicativo de seus 
conteúdos. A exposição pode ser entendida como um 
processo de comunicação, uma mediação. Nesse sentido, ela 
implementa informações culturais voltadas para o visitante, 
para seu receptor. Ela é, sempre, uma “ativação” (GONÇALVES, 
2004, p. 18).
Mise-en-scène – palavra originária do francês, significa "colocado 
em cena", podendo também significar a arte da encenação teatral ou 
cinematográfica. É a qualificação da arte como um todo.
Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/mise-en-
sc%C3%A8ne/>. Acesso em: 5 mar. 2016.
De acordo com Gonçalves (2004, p. 16), a exposição “tem papel significativo 
no processo de construção simbólica e da identidade. É necessário que os objetos 
mostrados sejam reconhecidos como representantes de um mundo dotado de 
sentido para o público, com um fundamento social”. Contudo, é preciso destacar 
que o aparecimento das exposições está muito atrelado ao desenvolvimento dos 
museus, já citados e discutidos na Unidade 1.
Na história, a exposição e o museu caminham juntos. A palavra 
museu deriva da latina museum, que, por sua vez, vem do grego 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
115
O espaço expositivo, principalmente o museu, desencadeia uma série de influências 
sobre a arte e sua apresentação. Convém ressaltar, então, que a formalização, a segurança 
ou o cuidado proposto por tais espaços implicam sobre a obra de arte uma nuance 
que perpassa, muitas vezes, uma imagem sacralizada, intocável, inalcançável, questões 
que muitos artistas, períodos ou propostas estéticas objetivaram desbancar. A arte 
contemporânea pode ser citada como um exemplo de período em que são propostas 
novas aproximações e inter-relações entre público e obra, principalmente por conta da 
reconfiguração de diferentes propostas. Sendo assim, os novos espaços de exposição 
assumem também o papel de validar e evidenciar a obra de arte, tornando-a visível.
mouseion, o templo dedicado às musas. Significa, portanto, em sua 
origem, “casa das musas”. A palavra exposição vem do latim – exponere 
- isto é, “pôr para fora”, “entregar à sorte”. O ato de colecionar, ao lado 
do desejo de expor a coleção, marca o surgimento do museu. Ele 
aparece configurado desde o helenismo. Mouseion é o termo que o 
historiador Estrabão (Alexandria, século I a.C.) emprega para referir-se 
a um centro interdisciplinar de cultura e patrimônio [...]. O museu era 
parte integrante desses palácios. A palavra mouseion é usada durante 
o helenismo no sentido de indicar a tentativa de coligir conhecimentos 
produzidos pelo homem. O que é reunido, colecionado e exibido 
volta-se para a busca de um saber universal. A história do museu e 
da exposição está, assim, ligada à própria história humana, dando 
testemunhos fundamentais da cultura na humanidade. Em todos os 
momentos, e em todo lugar, a exposição aparece como pressuposto-
chave da ideia de museu, é o meio pelo qual são reunidos e resgatados 
objetos carregados de informação cultural para uma recepção 
determinada. Porém, o museu e a exposição, no sentido que lhes é 
dado hoje são uma realidade bastante diferente de seus conceitos 
originais (GONÇALVES, 2004, p. 13-14).
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Masp-subsolo.jpg>. Acesso em: 2 mar. 2016.
Figura 3.2 | Espaço expositivo do segundo subsolo do Museu de Arte de São Paulo, 
com obras impressionistas do acervo
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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116
Aliás, essa perspectiva de que o espaço de exposição, como os museus, tem a 
capacidade de validação das obras de arte já foi discutida diversas vezes por artistas 
ou movimentos ao longo da história. Um exemplo claro desta discussão em torno 
da importância que os museus exercem sobre as obras é sugerido por Marcel 
Duchamp que, ao criar os ready-mades, provoca uma transformação no universo do 
que seja ou não Arte (VÁLIO, 2008). Sua proposta busca destacar que o lugar em que 
esses objetos são expostos é que determina seu valor enquanto obra de arte. Sendo 
assim, o espaço não formal (museus, galerias, entre outros) passa a se apresentar 
como um produtor do valor da obra. 
A obra Fonte, de Marcel Duchamp, pode exemplificar claramente essa proposta 
de redefinição de conceitos, normas ou regras clássicas. Neste caso, os ready-
mades, objetos comuns retirados de ambientes tradicionais e corriqueiros, assumem 
valor de obra de arte quando inseridos em espaços formais de arte, como museus 
ou galerias.
Marcel Duchamp criou os ready-mades para confrontarem as 
regras do sistema estabelecido, isto é, o que está no museu 
(ou em outro espaço expositivo) é arte. Entendido dessa 
forma, Duchamp coloca o artista como aquele que determina 
ou seleciona aquilo que é obra, pois ele é quem a assina e a 
escolhe para ser apresentada à instituição (VÁLIO, 2008, p. 4)
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f6/Duchamp_Fountaine.jpg/800px-Duchamp_
Fountaine.jpg>. Acesso em: 01 mar. 2016.
Figura 3.3 | Fonte, 1917 – Ready-made, Marcel Duchamp
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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117
O que se deve compreender com relação aos espaços de exposição de arte é 
que esses também acabam fazendo parte das obras, ou seja, eles as completam, 
de alguma forma. Os espaços são determinantes para o resultado, participação, 
destaque, valorização ou interesse na exposição. Já que na contemporaneidade 
tornou-se uma tendência a valorização dos espaços durante a exposição de obras 
de arte. Vale destacar que muitas dessas exposições ganham valor e destaque em 
função dos ambientes em que encontram-se inseridas. Isso passa a ser determinante 
também para o sucesso e repercussão da exposição e para a quantidade de público 
que irá visitar tal espaço.
Na contemporaneidade, reconfigura-se, portanto, a função dos espaços para 
exposição da arte. Dessa maneira, é possível perceber que alguns espaços de 
exposição são constituídos a partir de expectativas que visam apenas atender e 
alavancar a visitação, por isso acabam por transformar-se em meros competidores 
frente à crescente concorrência. Portanto, os espaços de exposição tornam-se 
altamente concentrados nas interações e relações com o público, e isso nem sempre 
é algo ruim. 
Em função desses novos objetivos,o espaço expositivo passa a adaptar-se sobre 
a influência do “mercado” e do público. Assim, busca sempre ser um ambiente 
prazeroso, intelectualizado e altamente atualizado, principalmente quanto ao uso de 
tecnologias de conservação, divulgação ou manutenção do espaço. Por isso, mesmo 
que o acervo continue o mesmo, o espaço pode sofrer constantes transformações. 
Logo, ambientes de exposição de obras buscam reconfigurar-se para se adaptar às 
novas necessidades do momento em questão. Essas alterações que, muitas vezes 
são estruturais, resultam ainda em transformações conceituais, perpassando novas 
formas de olhar e apreciar as obras de arte, de perceber suas relações com as outras 
obras ou com o próprio espaço onde são apresentadas.
Você já imaginou como seria um espaço de exposição de arte na 
contemporaneidade? Quais seriam as possíveis inter-relações? Com que 
temáticas trabalharia? Como seria esse espaço? Ele seria transdisciplinar 
ou não? Envolveria diferentes temáticas, discussões, artistas ou obras 
num mesmo lugar?
O Instituto Inhotim pode servir como resposta a essas e outras perguntas. 
Ele pode também possibilitar a percepção de diferentes propostas de 
interação entre obra, ambiente e público!
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
118
Fonte: <http://www.inhotim.org.br/inhotim/sobre/historico/>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Fonte: <http://www.inhotim.org.br/inhotim/sobre/brumadinho/>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Fonte: <http://www.uel.br/cc/dap/>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Figura 3.4 | Instituto Inhotim (capa do site)
Figura 3.5 | Instituto Inhotim (localização)
Figura 3.6 | Fachada do prédio da Casa de Cultura (Uel)
Outros espaços expositivos também podem ser utilizados como exemplo 
concreto das novas propostas de apresentação e interação de obras de arte surgidas 
na contemporaneidade.
Casa de Cultura – UEL (DAP – Divisão de Artes Plásticas).
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
119
Fonte: <http://www.uel.br/cc/dap/?cat=3>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Figura 3.7 | Detalhe do site com atividades apresentadas pela Casa de Cultura
Além de todos os espaços de educação não formal já destacados até aqui, é 
possível citar ainda outros lugares no Brasil que promovem apresentações (virtuais 
ou não) ou exposições de arte de altíssimo valor para a arte. São eles: Fundação 
Bienal de São Paulo (Bienal de São Paulo) e alguns centros culturais como o Centro 
Cultural Banco do Brasil, Instituo Tomie Ohtake, Itaú Cultural, Centro Cultural 
São Paulo, entre outros. Esses espaços desenvolvem um belíssimo trabalho de 
apresentação e divulgação de diferentes obras, contribuindo para tornar mais 
acessíveis as informações imagéticas e artísticas.
A sugestão de espaço expositivo apresentada aqui é um pouco diferente 
das discutidas anteriormente. Ele é um espaço expositivo virtual! Vale 
ressaltar sua importância como sugestão de ambiente para pesquisa ou 
apreciação!
No endereço citado a seguir, você pode acessar diferentes informações 
sobre obras de arte em forma de museu virtual. “O Instituto Cultural do 
Google reúne milhões de artefatos de vários parceiros, junto com as 
histórias que os tornam importantes, em um museu virtual”.
Disponível em: <https://www.google.com/culturalinstitute/project/art-
project?hl=pt-br>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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120
1.2 Curadoria
Em diversos momentos desse texto, foram analisados fatores que contribuem 
para formalizar e evidenciar a educação de arte por meio de instituições não formais 
de cultura. No entanto, alguns profissionais ou funções são de extrema importância 
para que se destaque o papel de instituições não formais na educação em arte. 
Uma palavra e seu sentido são fundamentais para uma exposição contemporânea: 
curadoria – função normalmente exercida por especialistas na área de arte, que 
propõem, no processo de organização de uma exposição, as formas de articulação 
entre os elementos de uma mostra (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 6).
Contudo, quando se fala em educação formal ou não formal, há que se evidenciar 
o papel que os educadores ou os mediadores desse processo assumem e o quanto 
esses podem contribuir para alavancar potencialidades do universo artístico. Assim, 
torna-se relevante falar sobre a função dos curadores de arte para a constituição de 
exposições de arte. De acordo com Martins (2006, p. 4), “a palavra curadoria tem 
origem epistemológica na expressão que vem do latim curator, que significa tutor, 
ou seja, aquele que tem uma administração a seu cuidado, sob sua responsabilidade”.
Curadoria de Arte
“Fazer curadoria de arte é o processo de organização, cuidado e 
montagem de uma exposição artística, formada por um conjunto de obras 
de um ou de vários artistas, a partir da seleção prévia feita pelo curador. 
Atualmente, o papel do curador de arte vai além do da organização, sendo 
também responsável pela intermediação entre o artista, a crítica artística 
e o mercado consumidor da arte. O trabalho de um curador atinge não 
apenas os "bens materiais" do mercado da arte, mas também possui um 
importante compromisso educacional na sociedade, agindo como um 
mediador cultural entre a arte e a população que visita as exposições. 
Esta ação também é conhecida por ‘curadoria educativa’. [...] A curadoria 
pode ser organizada por uma ou mais pessoas (uma diretoria, por 
exemplo), que tem a finalidade de debater, organizar e realizar eventos, 
ações, promoções ou demais situações que necessitam ser planejadas. 
O ato de "curar" está relacionado com o zelo, cuidado e atenção com 
alguma coisa.”
Disponível em: <http://www.significados.com.br/curadoria/>. Acesso 
em: 6 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
121
Dentre as várias funções de um curador de arte, há que se destacar aquela ligada 
à orientação geral da exposição, ou seja, a proposição conceitual, que gerará o fio 
condutor, o aporte teórico das exposições e mostras de arte. É com base nesse 
fio condutor que haverá a seleção de artistas e suas obras e a ressignificação das 
obras, orientando, assim, a percepção do público e a contextualização das obras em 
relação a novas possiblidades e experimentações. O curador pode ser responsável, 
do mesmo modo, por elaborar a política museológica em espaços que buscam 
promover, de modo concreto, a valorização da arte, como exposições ou museus.
Você notou como o trabalho do curador é importante para o 
sucesso de uma exposição de arte? Você sabia que as bienais, 
como as que acontecem em São Paulo (no Parque Ibirapuera) 
também são construídas a partir do trabalho do curador?
Para responder a esses questionamentos, pode ser citado o 
trabalho de Walter Zanini (São Paulo SP 1925 - idem 2013), 
professor, historiador, crítico de arte e curador. Ele realizou 
a graduação (1956) e o doutorado em História da Arte (1961) 
na Universidade Paris VIII.
O trabalho de determinar elementos condutores ao 
desenvolvimento da exposição de arte deste curador pode 
ser observado nas descrições da organização de duas bienais 
citadas a seguir:
“Na 16ª Bienal Internacional de São Paulo, 1981, Zanini atua 
como curador geral do evento. Nele imprime sua abordagem 
mais uma vez voltada simultaneamente à apresentação de 
obras que fundem e transitam por linguagens distintas e à 
seleção de representantes de diversos períodos da história 
da arte, criando assim espaços para a apreciação tanto 
de um núcleo histórico de obras quanto de produções 
experimentais e contemporâneas. Dentre os eixos definidos 
para a mostra, pode-se destacar toda uma seção de arte 
postal com curadoria de Júlio Plaza e participação de 451 
artistas de várias partes do mundo.
Em 1983,Zanini dá continuidade ao seu trabalho na 17ª Bienal 
Internacional de São Paulo, cujo destaque está na participação 
do grupo Fluxus que ocupa, junto de outros artistas, um 
espaço dedicado à Arte e Tecnologia, coordenado por Júlio 
Plaza. Nesse setor de ‘Novas Mídias’ – também organizado 
por Plaza e com curadoria de Berta Sichel – ocorre o evento 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
122
‘Arte e Videotexto’, composto de setores de computadores, 
satélites de comunicação, o slow scan TV, videofone e videotexto. 
A iniciativa, apesar das grandes limitações tecnológicas do país, 
segundo as palavras do próprio Zanini, representava um passo 
adiante dos projetos habituais da instituição”.
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa547/
walter-zanini>. Acesso em: 5 mar. 2016.
O curador é o profissional que trabalha a partir de uma série de papéis que são 
necessários à realização das exposições, estabelecendo-se como legitimador das 
relações significativas entre obra e o público. Ele é o responsável por conceber, 
preparar e montar exposições de arte. Além disso, cabe a ele inicialmente ser um 
conhecedor e amante de obras de arte e museus, ser um bom crítico de arte e 
possuir muita criatividade para poder propor relações entre obras, artistas ou épocas 
até então inimagináveis. Cabe ao curador promover o diálogo entre as obras dos 
acervos de museus, galerias, ou de exposições para que estas se tornem significativas, 
dialogando com o público visitante. O curador, ao montar exposições, coloca-se 
como propositor de relações que irão fazer com que o público reflita e conheça 
novas possibilidades de interlocução entre as obras.
Portanto, o curador configura-se como um colaborador na formação de 
conhecimentos sobre arte. E esse papel educativo encontra-se implícito no trabalho 
de curadoria. Por isso, vale destacar que todas as informações que validam e 
potencializam a educação em arte por meio de intervenções de espaços não formais 
perpassam pela ação da curadoria educativa. Esse conceito deve ser destacado, 
pois é fundamental para a valorização das aquisições intelectuais adquiridas por 
intermédio de exposições de arte altamente elaboradas e qualificadas.
O conceito de curadoria aqui é expandido para uma ação 
educativa que tem como preocupação explorar a potência 
da arte pela ativação cultural de obras e artistas através da 
experiência e investigação estética na sala de aula. Ativar 
culturalmente é fazer circular, é dar acesso, aproximar. É 
impulsionar a potencialidade de obras e artistas submersos 
nos livros, nos museus, nos sites, nas reproduções esquecidas 
que fazem parte de nosso acervo de professores. Reside nessa 
ação a formação cultural dos alunos. Formação esta que, 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
123
Você sabe como é o trabalho de um curador de arte?
Curiosidade
Profissão: Curador
Luiz Camillo Osorio comenta, em entrevista, sobre a carreira de curador.
Osorio lembra da primeira vez em que pensou que gostaria de trabalhar 
na área. “Estava em um museu de Madri. Sentei num café e tomei nota no 
caderno. Disse que aquele era um espaço com que gostaria de ter uma 
relação mais estreita, em que poderia trabalhar”. Na época, aos 21 anos, o 
curador ainda cursava Economia. Como curador no MAM, planejou e montou 
exposições em parceria com artistas, museólogos, arquitetos e montadores. 
enfatizando a habilidade perceptiva e cognitiva para interpretar 
obras de arte em termos de seu contexto social e cultural, possa 
ampliar o acervo imaginário de tal modo que obras e artistas 
passem a integrar o patrimônio pessoal como um bem simbólico 
interno, um repertório conectado à vida para a leitura do mundo, 
das coisas do mundo e da própria Arte. Como em toda curadoria, 
a escolha das imagens faz trabalhar o olhar, um olhar escavador 
de sentidos. Olhar mais profundo e ao mesmo tempo sem pressa, 
ultrapassando o reconhecimento, o fim utilitário das imagens, e 
que se torna um leitor de signos. Nesse movimento do olhar, 
segundo o filósofo francês Georges Didi-Huberman, não só 
olhamos a obra como ela também nos olha. Atento aos sentidos 
das imagens, tal qual um arqueólogo que escava à procura do 
desconhecido, o professor-pesquisador é um leitor de imagens 
que elege aquelas que vão adentrar na sala de aula para o deleite 
e investigação dos alunos. Nessa tarefa de leitura, as sandálias 
de professor-pesquisador imantam imagens para compor uma 
seleção, uma combinação de imagens. Seleção é dizer sim e não, 
sempre é ênfase e exclusão. Combinação é recorte. Todo recorte 
é comprometido com um ponto de vista que se elege, exercendo 
a força de uma ideia, de um conteúdo que é desejo explorar ou 
de uma temática possível de desencadear um trabalho junto aos 
alunos. Selecionar e combinar são, então, uma interpretação do 
professor pesquisador (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 8, grifos 
do autor).
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
124
Além disso, viaja com frequência a outros países, onde tem contato com 
artistas e obras estrangeiros. “É preciso ficar sempre próximo de onde as 
obras estão mais vivas”, disse Osorio. O curador desenvolve atualmente uma 
exposição sobre o neoconcretismo, movimento brasileiro do final dos anos 
50, ligado ao trabalho do paisagista Burle Marx e à construção de Brasília, 
para um museu de Berlim. De acordo com Osorio, um candidato a curador 
deve ver o máximo de exposições possíveis e fazer cursos no Brasil e no 
exterior. Para entrar na área, pode apresentar projetos a museus, centros e 
espaços culturais e buscar estágios em museus.
O que faz um curador? 
Prepara, concebe e monta exposições de arte, com foco na discussão 
crítica e na relação entre as obras.
Onde atua?
Pode ser desenvolver trabalhos autônomos, trabalhar em museus, dar 
aulas ou escrever para revistas de arte.
Onde estudar?
A graduação pode ser feita em História, Literatura, Filosofia ou 
Comunicação. E existem universidades que oferecem especializações em 
Curadoria de Arte e História da Arte. 
Como deve ser o perfil do estudante?
O profissional deve gostar de museus e obras de arte e ter familiaridade 
com a escrita.
Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/
not ic ia/2010/10/curador-de-ar te-prepara-concebe-e-monta-
exposicoes2707.html>. Acesso em: 6 mar. 2016.
Para que o trabalho de curador possa ser desenvolvido, é necessário que ele tenha 
acesso a alguns conhecimentos específicos durante sua formação. Dessa forma, 
destaca-se que ele precisa ter clara a ideia de que a arte encontra-se intimamente 
conectada ao cotidiano e à cultura e que, por isso, se apresenta como uma das 
possíveis formas de perceber o entorno. Logo, o curador deve saber que, por meio 
de diferentes modos de expressão e diversas percepções das aproximações entre 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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125
arte e cultura, podem desencadear distintos modos de ver o mundo. Destaca-se, 
portanto, que a formação do curador de arte deve contemplar conteúdos voltados 
para o estudo de conceitos e definições sobre cultura e arte; cultura; história da 
arte; orientações sobre curadoria; museologia; mediação cultural; ação educativa; 
etapas de um projeto curatorial; tipologia de espaços; relações de mercado; eventos 
artísticos; entre outros.
Milton Guran (Curadoria: expressão e função social)
“As atividades de curadoria abrangem um campo muito extenso, tanto 
nos planos cultural e artístico quanto no comercial. 'Curar', ensina-nos o 
dicionário, é cuidar, ter cuidado. E esse trabalho começa, quase sempre, 
por trabalhar o próprio artista, ele mesmo. O artista é aquele que produz 
arte, e isso é tudoque podemos exigir dele. É por isso que o curador tem 
tanta importância, porque ele é a ponte entre a crítica – ou seja, a reflexão 
intelectual sobre uma produção artística – e o mercado consumidor dessa 
arte – não só no sentido de compra e venda da obra física, mas, sobretudo, 
no sentido mais amplo de circulação social dos bens culturais.
Na condição de mediador cultural, o curador assume uma função social. 
É curadoria estabelecer um recorte na obra de um artista, [...] elaborar 
sua estrutura, identidade visual, estratégia de divulgação na mídia, 
articulação com os demais setores produtores de cultura no país e com 
o movimento fotográfico internacional. É também curadoria escolher os 
autores com suas respectivas obras e distribuí-los pelos diversos espaços 
de exposição, determinando que obras serão expostas e de que maneira.
Portanto, quer em um grande evento quanto no trabalho de programar 
um único centro cultural ou administrar uma carteira de artistas, cabe ao 
curador sempre fazer uma ponte entre o público e a obra, viabilizando 
a circulação desta. O curador é, então, sobretudo, um tradutor para o 
mercado como um todo e para o público em geral do sentido maior 
de uma determinada produção artística. Nesse sentido, uma das mais 
importantes atribuições do curador é propor e organizar coleções 
públicas e privadas.
No entanto, o trabalho do curador não se limita à reunião das peças, 
pelo contrário. Essas coleções só adquirem seu pleno sentido quando 
classificadas, ordenadas e disponibilizadas para consumo público. Há 
aí um enorme trabalho interdisciplinar a ser feito, antes que o curador 
possa dar o passo seguinte, que é o de proceder a recortes para dar 
visibilidade a conteúdos que talvez se percam no emaranhado de 
informações visuais de uma grande coleção. E seguir adiante, buscando 
a melhor forma de divulgar esse acervo, em exposições permanentes, ou 
temporárias, através de meios eletrônicos ou pela publicação de livros, 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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126
cartazes e outras peças promocionais.
Vale enfatizar, por fim, que o trabalho do curador se dá em pelo menos 
duas frentes principais: na análise crítica da obra e seu contexto de 
produção, e na recepção dessa obra pelo consumidor, que vai do 
colecionador dedicado, frequentador de galerias privadas, ao grande 
público dos museus e centros culturais, e agora também da internet. 
Nesse trabalho, o curador propõe recortes em conjunto de obras que 
talvez não tenham ocorrido sequer ao próprio artista, associa obras que 
podem ser até contraditórias, traz à tona outras que, para muitos, podem 
parecer até irrelevantes, criando assim um conjunto que se constitui em 
uma proposta de diálogo entre o público e o que marca um determinado 
momento cultural e artístico”. 
 
Disponível em: <http://www.studium.iar.unicamp.br/32/6.html>. Acesso 
em: 5 mar. 2016.
Contudo, existem diversas aplicações ao termo curadoria. Sendo assim, 
destaca-se que a função de curadoria pode se referir também aos espaços 
virtuais, como a curadoria digital. Essas alterações e novas apropriações são 
perceptíveis, pois os meios digitais se tornaram, com o avanço das tecnologias, 
grandes propulsores das relações entre público e arte.
Outra forma de compreender o termo curadoria pressupõe uma exploração e 
um aprofundamento do termo que se embasa em correlações entre a obra e a 
construção do conhecimento. No entanto, essas relações e correlações só serão 
possíveis se houver conscientização de conhecimento sobre as possibilidades 
Sobre curadoria digital, assista ao documentário homônimo: "Curadoria 
digital", dirigido por Ebenezer Takuno de Menezes. O material tem 
duração aproximada de 1 hora e conta como funciona a organização, 
produção, divulgação e publicação dos espaços virtuais sobre a arte e a 
cultura de diferentes museus.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QfC0Ul3ay6A>. 
Acesso em: 5 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
127
suscitadas também pela educação não formal. Assim, torna-se necessário conhecer 
profundamente as variantes do termo curadoria e outras formas de exploração de 
suas potencialidades.
Nutrições estéticas têm gerado múltiplas interpretações e 
deflagrado discussões que ampliaram e expandiram para 
outras direções: quais reproduções de obras nós levamos 
para nossos alunos? Que músicas escolhemos para que 
ouçam ou cantem? Que espetáculos de dança ou teatro lhes 
apresentamos? O que escolhemos para mostrar e com quais 
critérios? Selecionamos apenas o que gostamos ou obras que 
nos provocam, que nos causam estranhamento, sobre as quais 
“sabemos falar” e queremos problematizar para ir além das 
primeiras impressões? Como propomos os encontros entre 
educadores/imagens/ aprendizes? De onde vêm as imagens 
que utilizamos? Originais ou reproduções? Essas questões 
geraram o conceito de curadoria educativa, considerado 
não uma função ligada aos museus e espaços culturais, mas 
uma atitude, um modo de operar consciente na escolha 
criteriosa do que levamos para a sala de aula e das exposições 
visitadas com nossos alunos. O termo foi cunhado por Luiz 
Guilherme Vergara, professor dedicado às ações educativas 
em instituições culturais, como o Museu de Arte Moderna de 
Niterói, o Centro de Arte Hélio Oiticica/RJ, o Museu de Arte 
Moderna/RJ (MARTINS, 2011, p. 313).
Mirian Celeste Martins, em seu texto “Arte, só na aula de arte?”, discorre 
sobre conceitos e funções da curadoria. Por isso, ela traz informações 
importantes para o conhecimento pleno do termo. Dessa forma, ela 
assegura que, para Vergara (1996, p. 243), a curadoria educativa tem 
como objetivo: “explorar a potência da arte como veículo de ação 
cultural [...] constituindo-se como uma proposta de dinamização de 
experiências estéticas junto ao objeto artístico exposto perante um 
público diversificado”. Para ele, a ideia de experiência estética está 
intimamente ligada à construção da “consciência do olhar”, como uma 
“experiência da consciência ativa”. Curadoria, do latim curator, significa 
tutor, ou seja, aquele que tem uma administração a seu cuidado, sob sua 
responsabilidade. Assim, “o curador de qualquer exposição é sempre o 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
128
primeiro responsável pelo conceito da mostra a ser exibida, pelas escolhas 
das obras, da cor das paredes, iluminação etc.”, como afirma Tadeu 
Chiarelli (1998, p. 12). Assim, como no espaço expositivo, os educadores 
também são curadores nas salas de aula; ativam culturalmente as obras. 
Estarão cientes, entretanto, de suas escolhas?”.
Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/
article/viewFile/9516/6779>. Acesso em: 7 mar. 2016.
Equipe do Instituto Tomie Ohtake disponibiliza um espaço para 
divulgação da missão da equipe de curadores
“A Curadoria do Instituto Tomie Ohtake exerce duas principais missões. 
A primeira é auxiliar no desenvolvimento e realização das exposições 
programadas para o Instituto Tomie Ohtake, na forma de assistência 
curatorial, pesquisa complementar, acompanhamento de montagem 
junto à equipe de produção e ao projeto educativo. A segunda 
direciona-se ao desenvolvimento de projetos de médio e longo prazo, 
com metodologia de pesquisa e metas editoriais, visando aprofundar 
o entendimento dos objetos de interesse do Instituto Tomie Ohtake, 
sobretudo, no que tange à arte contemporânea produzida no Brasil nas 
últimas seis décadas. 
A equipe da Curadoria, coordenada por Paulo Miyada e integrada por 
Carolina de Angelis, Julia Lima, Olivia Ardui e Priscyla Gomes vem 
pesquisando arte brasileira desde 2011, com o foco em promover artistas 
nacionais de diversas linguagens e fomentar as discussões sobre arte 
contemporânea.Com projetos de pesquisa como o Programa Arte Atual, 
a curadoria se propõe a realizar exposições coletivas de jovens artistas, 
dando ênfase às suas pesquisas mais recentes e criando um espaço 
onde projetos experimentais e inéditos possam ser concretizados e 
apresentados ao público.”
Disponível em: <http://www.institutotomieohtake.org.br/curadoria/o_
nucleo>. Acesso em: 7 mar. 2016.
Na Unidade 1, você teve acesso a algumas informações sobre o site do Instituto Tomie 
Ohtake para compreender sobre os espaços não formais de arte-educação por meio de 
ambientes virtuais. O objetivo da utilização do exemplo era promover a compreensão 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
129
de que uma visita a um museu de arte pode acontecer apenas de modo virtual, já 
que diversos espaços já disponibilizam várias ferramentas e imagens que facilitam o 
contato com a arte e seus desdobramentos. E, para dar continuidade a este conteúdo 
já trabalhado e reafirmar a importância dos espaços virtuais de educação não formal, 
uma outra análise se faz necessária. Por isso, dentro da seção que discute curadoria, 
reutiliza-se o exemplo do site deste instituto para reflexão sobre as potencialidades 
do trabalho de curadoria, buscando evidenciar que este acontece a partir de estudos 
profundos sobre obras e artistas. Como exemplo, cita-se, novamente, a exposição "Frida 
Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México" e o trabalho desenvolvido para 
montagem desta exposição pela curadoria.
Leia o trecho do texto sobre o processo de construção 
da exposição "Frida Kahlo – conexões entre mulheres 
surrealistas no México", escrito pela curadora Julia Lima do 
Instituto Tomie Ohtake.
Passagens sobre a exposição Frida Kahlo – conexões entre 
mulheres surrealistas no México
“Do ponto de vista da pesquisa a ser feita no Brasil, a exposição 
Frida Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México 
apresentava um grande desafio: a curadora mexicana Teresa 
Arcq propôs a reunião de mais de 100 obras de 15 diferentes 
artistas, muitas das quais completamente desconhecidas 
pelos pesquisadores e público brasileiro, organizadas numa 
grande mostra que tinha como mote as relações que Kahlo 
estabeleceu entre elas.
O primeiro passo da equipe de pesquisa do Instituto Tomie 
Ohtake para entender essa grande rede foi mapear os pontos 
de encontro dos personagens principais dessa narrativa. 
Uma linha do tempo que começa ainda em 1880 e poderia 
estender até os anos 1970 deu a primeira dimensão da 
complexidade das relações, conexões, acontecimentos 
históricos e fatos biográficos que serviram como base para 
a exposição. As biografias dos artistas misturam-se aos 
fluxos de circulação de suas obras, tornando-se essenciais 
a um entendimento mais aprofundado dessas conexões. 
Frida, evidentemente, foi o critério inaugural para reunir os 
outros nomes que a acompanhariam. Primeiramente, todas 
as artistas escolhidas tiveram algum tipo de relacionamento 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
130
com ela, do mais íntimo ao mais estritamente profissional, e de 
certa forma se conectam mutuamente ao redor e em torno dela, 
não tanto como um grupo que se reúne em volta de um líder, mas 
como uma rede horizontal sem hierarquias fixadas. No desenho da 
linha do tempo, a ordem da pesquisa se reflete na concentração 
de ligações ao nome de Kahlo, centro de gravidade da mostra. [...] 
Assim, o espaço expositivo ofereceu à pesquisa a possibilidade de 
rediscutir, junto ao público da exposição, as intersecções entre as 
artistas tanto no âmbito histórico de suas trajetórias quanto nas 
aproximações poéticas de suas obras.”
Disponível em: <http://www.institutotomieohtake.org.br/
curadoria/post/passagens-sobre-a-exposicao-frida-kahlo-n-
conexoes-entre-mulheres-surrealistas-no-mexico>. Acesso em: 
7 mar. 2016.
Após a leitura do texto acima, reflita sobre a seguinte questão:
• É possível considerar que a apreciação da obra de arte, por 
intermédio das correlações e aproximações sugeridas pelo 
trabalho do curador, pressupõe constantes alterações na forma 
de olhar e compreender o mundo imagético e a própria arte?
1.3 Monitoria
Várias reflexões sobre a importância da arte correlacionar-se com a educação 
não formal confere a espaços como museus, galerias e exposições de arte uma 
posição de destaque frente à educação formal, já que normalmente esses espaços 
são muito mais atrativos. É claro que a escola é indispensável para a construção 
do conhecimento, contudo os espaços não formais podem propor formatos que 
os aproximam cada vez mais do público. Isto ocorre graças à busca constante de 
integração com o público. Essa aproximação deixa claro que existem várias ações 
educativas e interativas que estão sendo tomadas no intuito de fazer com que esses 
espaços ganhem um maior valor na formação dos indivíduos.
Em razão dessas colocações, é preciso destacar também o papel desenvolvido 
pelos monitores na construção do conhecimento em arte. Ficou claro, nesta 
seção, que existe uma série de especificidades na criação de uma exposição de 
arte e que tais profissionais também objetivam que obra, espaço e público sejam 
constantemente aproximados. Sendo assim, destaca-se o papel dos museus, dos 
curadores, dos monitores e o papel dos educadores (das escolas formais) para que 
todo o processo de apreensão do conhecimento artístico realmente aconteça. 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
131
Você já imaginou o que faz um monitor de arte? Ou quais são os objetivos do 
trabalho de um monitor?
Fonte: O Autor.
Figura 3.8 | Agentes envolvidos no processo de apreciação da obra de arte
Curador
Obra 
de Arte
Monitor Instiutições 
formais
Educador
Instituições 
não formais
O que é monitoria?
“A monitoria é uma modalidade de ensino e aprendizagem que contribui 
para a formação integrada do aluno nas atividades de ensino, pesquisa e 
extensão dos cursos de graduação. Ela é entendida como instrumento 
para a melhoria do ensino, através do estabelecimento de novas práticas 
e experiências pedagógicas que visem fortalecer a articulação entre 
teoria e prática. Trata-se de uma atividade realizada concomitantemente 
com o trabalho do professor em sala de aula, requerendo, assim, uma 
participação mais ativa e colaborativa dos participantes no processo de 
ensino-aprendizagem. O trabalho da monitoria pretende contribuir com 
o desenvolvimento da competência pedagógica e auxiliar os acadêmicos 
na compreensão e produção do conhecimento. Trata-se de uma 
atividade formativa de ensino. Para o monitor, é um estímulo que exige 
comprometimento e responsabilidade.”
Disponível em: <http://www.uftm.edu.br/paginas/ensino/cod/337/t/
MONITORIA>. Acesso em: 5 mar. 2016.
Existem várias informações importantes a respeito da formação dos monitores 
de exposições de arte. Eles representam o primeiro contato do público com o 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
132
espaço de arte, pois se encarregam primeiramente de recepcionar e orientar todos 
os visitantes. Por isso, vale investir na formação e na capacitação desses profissionais. 
É importante conhecer todas as possibilidades de formação desses monitores, 
uma vez que eles podem ser encontrados em museus, centros de arte, galerias e 
exposições, pois essa é uma função extremamente necessária.
Geralmente são educadores formados em Universidades em 
cursos de História, de Arte, de Educação e até mesmo de 
Comunicação. Eles são Educadores, pois tratam de ampliar a 
relação entre o museu e o público, ou melhor, são mediadores 
entre a obra de Arte e o público. Monitor é quem ajuda um 
professor na sala de aula ou é o que veicula a imagem gerada 
no HD,no caso de computadores. Atrelada à palavra vai a 
significação de veículo e de falta de autonomia e de falta de 
poder próprio. [...] Alguns museus, os mais intelectualizados, 
em respeito à nova classe social que neles trabalha estão 
conferindo mais dignidade designativa à profissão e 
chamando-os de EDUCADORES. Mas, nas megaexposições 
como a Bienal de São Paulo eles continuam a ser chamados 
de monitores (BARBOSA, 2008, p. 28).
Para que você possa conhecer com mais clareza as atribuições 
e os objetivos da monitoria nos museus, vale compreender a 
ação educativa desenvolvida pelo Museu Oscar Niemeyer a 
seguir:
A arte como instrumento de educação: Museu Oscar 
Niemeyer
“Principais objetivos trabalhados: contemplar tanto o público 
adulto quanto o adolescente e o infantil; abordar as obras de 
arte a partir dos pontos de vista histórico, estético e social; 
propiciar um processo de aprendizagem com a participação 
ativa do público; trabalhar em parceria com instituições 
escolares, mas como espaço educacional independente; ter 
sempre em vista as relações entre o museu e seu exterior; 
proporcionar visitas guiadas (monitorias).
Monitoria
É a visita orientada por um monitor, que explica os principais 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
133
É necessário pontuar que o trabalho dos monitores é fundamental para a 
compreensão das propostas, dos materiais, das poéticas e da percepção geral que 
os visitantes terão da exposição. Importante lembrar que, para que uma exposição 
de arte aconteça, é preciso que haja a intervenção de vários profissionais ligados à 
arte e ao espaço que será utilizado para a exposição, por exemplo, o museu. Por 
isso, torna-se preciso que haja a devida valorização e distinção do trabalho desses 
profissionais que fazem a mediação, pois eles elucidam muitas questões que são 
fundamentais para apreensão do objeto artístico.
Ao observar uma obra de arte, você já ficou se perguntando o que foi trabalhado 
pelo artista? Que materiais ele usou? Que texturas seriam aquelas? Como ele 
produziu a obra? Qual o suporte? Ou então, com que objetivos ele teria feito sua 
obra? Ou qual a poética do artista?
Esses e outros inúmeros questionamentos são normais durante a visita a uma 
exposição de arte. No decorrer da visita e da apreciação, diversas curiosidades e 
questionamentos surgem para o observador, mas eles podem ser esclarecidos por 
meio do trabalho dos mediadores, dos monitores. Alguns teóricos se propõem a 
produzir apontamentos claros que identificam a importância da monitoria para a 
perfeita compreensão da obra de arte. Imagine-se analisando a descrição da obra 
trazida a seguir, depois imagine quantas dúvidas apareceriam sobre questões que 
não estão claras na obra ou na própria descrição. Agora você sabe detectar e apontar 
a necessidade do trabalho do monitor?
conceitos e informações sobre as mostras. Os monitores, a cada 
nova exposição, recebem treinamento oferecido pelo museu em 
parceria com artistas e curadores.
Visitas Guiadas
Visitantes em geral e grupos – de estudantes, turistas, professores, 
universitários, grupos de inclusão e outros – podem solicitar a 
visita guiada. Isto significa que a visita será acompanhada de um 
monitor que irá "traduzir" os principais conceitos e informações 
sobre as mostras.”
Disponível em: <http://www.museuoscarniemeyer.org.br/acaoedu-
cativa/acao-educativa>. Acesso em: 5 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
134
Imagine a pintura a óleo em uma tela de 54,5×65,5cm. Nela, 
vemos uma tela sobre um cavalete. Na frente do cavalete, uma 
pessoa sentada em uma cadeira pinta a tela, meio de costas 
para nós, tendo uma paleta na mão esquerda, um pincel na 
mão direita e o seu olhar dirigido para o canto esquerdo: 
uma mesa recoberta com um tecido amarronzado com um 
ovo branco. Não há identificação do lugar, apenas um fundo 
acinzentado. Perdoe a descrição simplificada, mas espero que 
meu caro leitor tenha percebido que a cena mostra a ação de 
um pintor que parece observar um ovo e pinta a tela. Mas o que 
pinta na tela? Excluo essa informação e não mostro a imagem, 
pois a provocação mediadora é justamente a pergunta: O que 
o pintor estaria pintando? (MARTINS, 2011, p. 313).
Esta seção se constrói em torno de debates acerca da 
distinção e compreensão dos agentes que intermediam 
o trabalho de ensino em arte em diferentes espaços de 
educação não formal. O objetivo dessas informações é 
fazer com que o educador possa compreender o quanto 
o conhecimento artístico não formal pode influenciar na 
construção do sujeito. Poderá também compreender como 
os espaços não formais apresentam informações relevantes 
que os distanciam, cada vez mais, de ambientes meramente 
decorativos. 
Nas imagens a seguir, você terá mais informações sobre a 
possibilidade de intervenção conceitual de monitores, por 
meio de mediações e intervenções propostas em visitas 
a exposições e museus. Cabe a você aproveitar todas 
as oportunidades, presenciais ou virtuais, de adquirir o 
conhecimento sobre arte por meio de visitas monitoradas. E 
esse conhecimento somente será estabelecido com o auxílio 
de monitorias que buscarão esclarecer diversas dúvidas 
sobre a criação artística, os novos espaços de exposição 
e como estes correlacionam-se a diferentes temáticas 
contemporâneas!
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
135
Fonte: <http://www.inhotim.org.br/visite/visitas-orientadas/>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Fonte: <http://www.inhotim.org.br/programacao/?data=1-3-2016>. Acesso em: 1 mar. 2016.
Figura 3.9 | Site do Museu Inhotim oferta a opção de visitas mediadas
Figura 3.10 | Página do museu Inhotim oferece opção de visita mediada a 
ambientes temáticos
Acesse o site <https://www.google.com/culturalinstitute/project/street-
art?hl=pt-br>. Acesso em: 1 mar. 2016. 
1. O que você acha de solicitar aos alunos a montagem de 
uma exposição de atividades artísticas produzidas em sala 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
136
de aula, com direito à eleição de um curador e alguns monitores, 
que buscariam aplicar o conhecimento sobre essas profissões 
aprendidas anteriormente nas aulas de arte?
2. Diante dos textos apresentados, você acredita que o trabalho 
de curadores e monitores seja importante para a construção do 
conhecimento em arte?
1. Qual a importância da reflexão acerca das diferentes 
possibilidades de disposição de obras numa exposição de arte?
2. A partir dos textos analisados nesta unidade, relembre e 
cite alguns espaços de educação não formal que promovem 
diferentes ações interativas durante as exposições de arte no 
Brasil.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
137
Seção 2
Patrimônio e conservação
Nesta seção, você terá acesso a informações sobre a importância de considerar a 
arte e todos os seus produtos, criações e desdobramentos como parte fundamental da 
cultura. Para tanto, deverá compreender que existe uma necessidade de se estabelecer 
conhecimentos que definam e destaquem a importância de tais objetos artísticos 
para o conhecimento profundo e adequado da história precedente, tanto quanto da 
cultura. Essas informações são importantes para que se lancem luzes esclarecedoras 
não somente sobre a compreensão das produções precedentes, mas também sobre 
as produções contemporâneas. É preciso que se pontue a urgência da valorização 
das criações artísticas, já que essas pressupõem conhecimentos a respeito do legado 
humano. A valorização e a salvaguarda deverão se tornar, para tanto, palavras de 
ordem quando se debate ou se comenta sobre a arte.
2.1 O que é patrimônio cultural?
A palavra patrimôniotem origem no grego pater, que significa paterno. O termo 
estaria então subjetivamente ligado à ideia de herança, que é deixada de pai para 
filho. E somente com o desenvolvimento do termo é que passou a designar noções 
específicas de patrimônio material e imaterial. Portanto, há que se considerar o 
termo patrimônio cultural sobre uma ótica mais profunda, uma vez que demanda 
considerar outros desdobramentos e classificações.
Acervos de museus, cidades históricas, parques ecológicos, 
sítios arqueológicos, prédios, teatros e outros que podemos 
tocar são nossos bens materiais. Já os bens imateriais são 
os demais, por exemplo, danças (como o frevo), músicas, 
festas, a Feira de Caruaru, a capoeira, o modo artesanal de 
fazer queijo de minas, os quitutes do tabuleiro das baianas, as 
matrizes do samba, no Rio de Janeiro, ou mesmo em religiões, 
como o candomblé. No Brasil, o órgão responsável por cuidar 
do Patrimônio Histórico Brasileiro é o Iphan (Instituto do 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
138
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Quando o patrimônio 
cultural é preservado legalmente e na prática, a memória e a 
identidade de uma sociedade são conservadas (FERRARI et al., 
2013, p. 273). 
O patrimônio cultural brasileiro é, portanto, constituído de patrimônio material e 
imaterial. O patrimônio imaterial é constituído de elementos impalpáveis, como os 
modos de fazer da culinária, danças ou festas. Já o patrimônio material faz referência 
aos bens materiais como edifícios, igrejas, centros históricos ou obras de arte. Logo, 
torna-se preciso esclarecer outras distinções sobre o termo patrimônio material. 
Pensando na noção de patrimônio e sua correlação com as produções artísticas, 
não há como discutir que os termos são mutuamente dependentes. É indiscutível 
a ideia de que todas as linguagens artísticas, formas de criação e apresentação 
perpassam por caminhos que levam diretamente aos conceitos e delimitações de 
patrimônio cultural. Dessa forma, não há como discorrer sobre o patrimônio cultural 
brasileiro sem referenciar ou conectá-lo à arte. 
É importante ressaltar que, nas unidades anteriores, o conceito de cultura foi 
pontuado e discutido. Agora, faz-se necessário compreender como a arte pode 
ser vista como parte integrante do patrimônio cultural, evidenciando, assim, suas 
O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por 
um conjunto de bens culturais classificados segundo sua 
natureza, conforme os quatro Livros do Tombo: arqueológico, 
paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes 
aplicadas. A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 
e 216, ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer 
a existência de bens culturais de natureza material e imaterial 
e, também, ao estabelecer outras formas de preservação 
– como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, 
instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, 
que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, 
paisagens e conjuntos históricos urbanos. Os bens tombados 
de natureza material podem ser imóveis como as cidades 
históricas, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens 
individuais; ou móveis, como coleções arqueológicas, acervos 
museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, 
videográficos, fotográficos e cinematográficos (IPHAN, 2016).
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
139
possíveis distinções e potencialidades enquanto elemento cultural ativo e com 
enorme potencial informacional e expressivo.
Para retomar as considerações norteadoras de cultura, é preciso perceber que 
devem existir delimitações muito pontuais quanto a esse conceito. Por isso, retoma-
-se as discussões já abordadas na Unidade 1 com o objetivo de conectá-las às novas 
informações desta unidade. Sobre as delimitações do termo, Calebre (2007, p. 8-9) 
sugere que se deve considerar um “conceito de cultura que englobe o conjunto dos 
saberes e dos fazeres, a relação estado e cultura passa a estar presente no conjunto 
dos órgãos que compõem o governo”. 
Para tanto, a autora propõe que “a elaboração de políticas deve partir da 
percepção da cultura como de bem da coletividade e da observação da interferência 
nas práticas culturais enraizadas das ações levadas a cabo pelas mais diversas áreas 
governamentais (saúde, educação, meio ambiente, planejamento urbano, entre 
outras)” (CALEBRE, 2007, p. 9). Não obstante, a pesquisadora sugere, por meio 
de suas elaborações, que o conceito de patrimônio cultural deve ser estudado a 
partir de compreensões que demandam retomar e reconhecer dados relevantes da 
história e da política precedentes e atuais.
Contudo, vários acontecimentos viriam a contribuir para a ampliação da 
percepção de importância sobre a produção cultural, que abrangeriam, obviamente, 
todas as produções do campo da arte. Patrimônio cultural refere-se ao conjunto de 
realizações, manifestações e representações de um determinado grupo, portanto a 
herança cultural de todos que participam e contribuem cultural e socialmente. Logo, 
o patrimônio cultural pode ser encontrado em todos os lugares e atividades. Sendo 
assim, entende-se que o patrimônio cultural encontra-se nas artes, em todas as suas 
formas, nas ruas, na dança e na música, nos museus, nas cidades, nos lugares mais 
distantes, nas escolas, igrejas e praças, parques, galerias, entre inúmeros outros que 
No Brasil a relação entre o Estado e a cultura tem uma longa 
história. Entretanto, a elaboração de políticas para o setor, ou 
seja, a preocupação na preparação e realização de ações de 
maior alcance, com um caráter perene, datam do século XX. 
O estudo de tais políticas também é um objeto de interesse 
recente. Sobre as décadas de 1930 e 1940 existe um número 
razoável de trabalhos que tratam da ação do estado sobre 
a cultura. É importante ressaltar que na maioria dos casos 
as ações não são necessariamente tratadas como políticas 
culturais [...]. A institucionalização da política cultural é uma 
característica dos tempos atuais (CALEBRE, 2007, p. 1).
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
140
poderiam ser citados. Pode ser encontrado, portanto, nos modos de fazer, de criar e 
de trabalhar de qualquer pessoa, de todas as regiões. O grande objetivo inicial da lei 
sobre patrimônio seria o de discutir a importância dessas determinações e destacar 
a necessidade da preservação, mantendo vivas a história e a memória de lugares, 
povos ou nações.
Em 1972, temos a Carta do México em defesa do Patrimônio 
cultural, que apresenta a definição de patrimônio como o 
“conjunto dos produtos artísticos, artesanais e técnicos, 
das expressões literárias, linguísticas e musicais, dos usos e 
costumes de todos os povos e grupos étnicos do passado e 
do presente.” Também nesse momento, dentro da convenção 
da UNESCO, a Bolívia lidera um movimento pela realização 
de estudos que apontassem formas jurídicas de proteção às 
manifestações da cultura tradicional e popular. Surgem em 
1989, as Recomendações sobre a Salvaguarda da Cultura 
Tradicional e Popular da UNESCO, um instrumento legal que 
fornece elementos para a identificação, a preservação e a 
continuidade dessa forma de patrimônio. Em 2000, temos 
no Brasil, a criação do Registro de Bens Culturais de Natureza 
Imaterial, dando início ao processo de efetivação de um 
campo específico de atuação dentro da área de preservação 
de patrimônio (CALEBRE, 2007, p. 9).
Dentre as várias percepções importantes sobre o conceito de patrimônio, uma 
das principais diz respeito àquelas que refletem as orientações legais para o termo. 
Essas e outras informações podem ser encontradas e acessadas de modo muito 
simples, por meio de espaços virtuais disponibilizadoscom o auxílio de sites de 
confiança. 
Curiosidade
Você sabia que muitas informações sobre conceitos e delimitações sobre 
patrimônio cultural brasileiro podem ser encontradas em espaço virtuais 
acessíveis. Por isso, a dica é que você visite o site e acesse as publicações! 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
U3
141
Fonte: <http://portal.iphan.gov.br/>. Acesso em: 7 mar. 2016.
Fonte: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/218>. Acesso em: 7 mar. 2016.
Figura 3.11 | Página inicial do site do Iphan
Figura 3.12 | Opções de acesso ao site do Iphan
Conceito de Patrimônio Cultural
O Artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como sendo 
os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em 
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. Nessa redefinição 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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promovida pela Constituição, estão as formas de expressão; os modos 
de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as 
obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às 
manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor 
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico 
e científico.
O Iphan zela pelo cumprimento dos marcos legais, efetivando a gestão do 
Patrimônio cultural brasileiro e dos bens reconhecidos pela Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como 
patrimônio da humanidade. Pioneiro na preservação do patrimônio na 
América Latina, o instituto possui um vasto conhecimento acumulado ao 
longo de décadas e tornou-se referência para instituições assemelhadas 
de países de passado colonial, mantendo ativa cooperação internacional. 
Nesse contexto, o Iphan constrói, em parceria com os governos 
estaduais, o Sistema Nacional do Patrimônio Cultural, com uma 
proposta de avanço disseminada de maneira contínua para os estados 
e municípios em três eixos: coordenação (definição de instância(s) 
coordenadora(s) para garantir ações articuladas e mais efetivas); 
regulação (conceituações comuns, princípios e regras gerais de ação); e 
fomento (incentivos direcionados principalmente para o fortalecimento 
institucional, estruturação de sistema de informação de âmbito nacional, 
fortalecimento de ações coordenadas em projetos específicos). 
Trabalhando com esses conceitos e visando facilitar o acesso ao 
conhecimento dos bens nacionais, a gestão do patrimônio é efetivada 
segundo as características de cada grupo: Patrimônio Material, Patrimônio 
Imaterial, Patrimônio Arqueológico, Patrimônio da Humanidade e 
Educação Patrimonial.
 
Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/218>. Acesso 
em: 7 mar. 2016.
Uma forma de proteger, manter e amparar o patrimônio cultural é por meio de 
instrumentos que garantem a manutenção e conservação dos bens. Entre eles, 
encontram-se os instrumentos de salvaguarda.
A salvaguarda considera os modos de vida e representações de 
mundo de coletividades humanas e o princípio do relativismo 
cultural de respeito às diferentes configurações culturais e 
aos valores e referências, que devem ser compreendidos a 
partir de seus contextos. Por outro lado, também é pautada 
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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143
no reconhecimento da diversidade cultural como definidora 
da identidade cultural brasileira e procura incluir as referências 
significativas dessa diversidade (IPHAN, 2016).
2.2 Conservação de bens culturais
Considerando a importância das instituições não formais para a educação e 
para a arte, as propostas de contribuição da arte nos mais diferentes lugares como 
museus ou galerias e depois de compreender a respeito da relevância das obras 
para a formação do patrimônio cultural brasileiro, é preciso refletir agora sobre 
quais ações poderão promover a conservação e preservação de todos estes objetos 
artísticos. 
O objetivo proposto, a partir deste momento, é o de discutir a importância da 
preservação dos bens culturais e de suscitar ações de conservação diretas e objetivas 
sobre o patrimônio cultural, a fim de buscar sua efetiva salvaguarda. Se em vários 
trechos deste livro você estudou sobre a necessidade de valorização do universo 
artístico e imagético para a formação do sujeito, agora poderá compreender como 
o ato de preservação pode ser fundamental para todas as correlações sugeridas 
pelas discussões sobre arte e educação não formal. Como seria possível falar sobre 
arte sem determinar a ela seu devido valor histórico, expressivo, comunicacional? E 
como determinar o valor das obras sem protegê-las? 
Em função dessas colocações, discute-se agora sobre os modos como obras 
de arte, sejam pinturas, gravuras, esculturas, entre outras, podem ser poupadas 
e preservadas da ação do tempo, do desgaste e da falta de cuidado que podem 
condená-las ao desaparecimento. Após várias informações sobre delimitações que 
norteiam as definições sobre o patrimônio cultural brasileiro, impõe-se a necessidade 
de perceber como todo esse patrimônio pode ser conservado e por consequência 
restaurado. O objetivo fundamental desses apontamentos é o de destacar a ideia 
de conservação dos bens, tendo como orientação básica manter intacta toda a 
Você saberia apontar qual a importância da conservação 
e preservação de bens para toda a formação da história da 
arte?
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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herança artística, cultural e, consequentemente, a memória de determinado tempo 
ou região, para as próximas gerações.
A ideia de conservação pressupõe uma atividade que busca a reparação ou 
prevenção das ações de degradação das obras de arte e tem como intuito preservar 
a integridade e as características originais de cada objeto. Logo, considera-se que 
o restauro de obras já comprometidas é uma das grandes armas utilizadas para 
conservação. O processo de restauro deve se concentrar em manter a estrutura 
inicial proposta pelo artista, sem alterar ou interferir na obra. A ideia não é apagar a 
ação do tempo, mas contribuir para a melhor conservação possível do material.
Sobre as etapas do processo de restauro: o museu Oscar Niemeyer 
possui um setor especializado que é responsável pela conservação e 
restauração.
No passo a passo descrito a seguir, você pode entender melhor como 
funciona a restauração de uma pintura a óleo em tela de tecido:
“Retirada do reentelamento – se a obra sofreu restauração anterior, 
pode haver um tecido colado à tela. Esse tecido é rasgado e retirado em 
movimentos concêntricos, para que a tela não sofra pressão excessiva e 
possível craquelamento ou outros danos.
Planificação – é feita para evitar abaulamentos. O processo é realizado 
na mesa de calor, com a tela em chassi provisório envolvida a vácuo por 
filme plástico resistente ao calor e solventes. 
Reentelamento – é necessário para aumentar a resistência da tela 
original de algodão. Um tecido é colado com adesivo na tela; os dois são 
envelopados e colocados na mesa de calor para planificação.
Limpeza – é feita manualmente com o isopo, que é embebido em 
solvente para retirada do verniz antigo, sujidades e outros produtos.
Colocação do chassi – depois de reentelada, a obra é esticada sobre 
novo chassi e fixada com tachinhas de latão, que não enferrujam.
Nivelamento e reintegração cromática – se a tela perdeu a pintura 
original, essas áreas são niveladas com massa de nivelamento.
Aplicação de verniz – as pinturas a óleo recebem a cobertura de verniz 
brilhante e fosco, especiais para obras restauradas. 
Moldura e fechamento do verso – a madeira da moldura é tratadacontra 
insetos e com conservantes de madeira.”
Disponível em: <http://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/
conservacao-restauracao>. Acesso em: 10 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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Museus de Arte têm, normalmente, um acervo de obras muito vasto e diverso. 
E, por isso, cabe a cada um desses espaços a manutenção de suas obras. Assim, 
percebe-se que muitos deles possuem equipes especializadas na manutenção das 
coleções. O objetivo é sempre o de manter a integridade dos trabalhos, buscando 
conservá-los em bom estado para que as futuras gerações também possam apreciar 
todos os trabalhos artísticos disponíveis. 
Você sabe como funciona o setor de conservação e restauro de um museu?
Sobre o processo de conservação e restauro das obras do MON (Museu 
Oscar Niemeyer)
Laboratório
“Este setor é responsável pela higienização, conservação, restauro e 
acondicionamento das obras de arte do Museu, tanto as do acervo 
quanto das exposições temporárias e permanentes. 
Equipamentos permitem verificar e controlar a umidade e temperatura do 
ambiente do acervo ou de exposição. Uma variação muito brusca nestes 
dois índices pode provocar danos. A luz também precisa ser controlada. 
Filtros ultravioleta são colocados nas lâmpadas e nos vidros para evitar o 
envelhecimento precoce em obras feitas com materiais orgânicos, como 
papel, tela ou madeira.
Outro equipamento importante no laboratório é o microscópio. Ele 
permite identificar se a obra tem algum fungo, se está craquelada (com 
rachaduras) e a profundidade da rachadura. Se uma obra de arte estiver 
danificada, é preciso restaurar. Este processo envolve diversas técnicas, 
que dependem do tipo e da extensão do dano.”
Disponível em: <http://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/
conservacao-restauracao>. Acesso em: 10 mar. 2016.
Fonte: <http://www.museuoscarniemeyer.org.br/exposicoes/conservacao-restauracao>. Acesso em: 19 abr. 
2016.
Figura 3.13 | Setor de restauro de obras MON
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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146
Contudo, vale ressaltar que todos estes conhecimentos sobre a importância do 
acesso, do contato e da preservação de obra de arte contribuem também para a 
formação do sujeito. Esses são praticados a partir de informações que demandam 
a divulgação e valorização do trabalho de educação patrimonial. Pensa-se, 
consequentemente, que as produções artísticas como parte integrante da cultura 
e, portanto, extremamente atreladas a todas as outras produções humanas. Tornar 
claros os conteúdos referentes à educação patrimonial é o início de um processo 
de conscientização sobre o valor de todas as obras e objetos da arte, já que esses 
são bens coletivos e necessários à compreensão de muitos acontecimentos ou 
informações sobre a história humana. 
“O que é afinal educação patrimonial?
Trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho 
educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária 
de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir da 
experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da 
cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, 
o trabalho de educação patrimonial busca levar as crianças e adultos 
a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de 
sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes 
bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, 
num processo contínuo de criação cultural. O conhecimento crítico e 
a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio são 
fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses 
bens, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e 
cidadania.
A educação patrimonial é um instrumento de ‘alfabetização cultural’ 
que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, 
levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória 
histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao 
reforço da autoestima dos indivíduos e comunidades e à valorização 
da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural. O diálogo 
permanente que está implícito neste processo educacional estimula e 
facilita a comunicação e a interação entre as comunidades e os agentes 
responsáveis pela preservação e estudo dos bens culturais, possibilitando 
a troca de conhecimentos e a formação de parcerias para a proteção e 
valorização desses bens.”
Disponível em:<http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/patrimonio-
cultural/o-que-e-afinal-educacao-patrimonial>. Acesso em: 7 mar. 2016.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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Educação Patrimonial
“Todas as vezes que as pessoas se reúnem para construir e dividir 
conhecimentos, investigar para conhecer melhor, entender e transformar 
a realidade que as cerca estão realizando uma ação educativa. Quando 
tudo isso é feito levando em conta algo relativo ao patrimônio cultural, 
então trata-se de educação patrimonial.
A educação patrimonial constitui-se de todos os processos educativos 
formais e não formais que têm como foco o patrimônio cultural, 
apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-
histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim 
de colaborar para seu reconhecimento, sua valorização e preservação. 
Considera-se, ainda, que os processos educativos devem primar pela 
construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio da 
participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das 
referências culturais, onde convivem diversas noções de patrimônio 
cultural.
O Iphan busca formas de implementar uma postura educativa em 
todas as suas ações institucionais. O objetivo é que cada representação 
do Iphan no território nacional funcione como centro de diálogo e 
construção conjunta com a sociedade de políticas de identificação, 
reconhecimento, proteção e promoção do patrimônio cultural. O 
Projeto Casas do Patrimônio é a principal iniciativa nesse sentido. 
As principais diretrizes que devem nortear as ações de educação 
patrimonial decorrem de um longo processo de debates institucionais, 
aprofundamentos teóricos e avaliações das práticas educativas voltadas 
à preservação do patrimônio cultural. Ao mesmo tempo, são amparadas 
em uma série de premissas conceituais: as comunidades devem ser 
participantes efetivas das ações educativas; os bens culturais estão 
inseridos nos espaços de vida das pessoas; a educação patrimonial é um 
processo de mediação; o patrimônio cultural é um campo de conflito; 
os territórios são espaços educativos; as ações educativas devem levar 
em conta a intersetorialidade das políticas públicas; e é necessária uma 
abordagem transversal e dialógica da educação patrimonial.”
Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/343>. Acesso 
em: 7 mar. 2016.
Você sabe qual o papel social do conservador/restaurador?
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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Assista ao vídeo e pense sobre as possíveis contribuições desse 
profissional tão importante para a arte!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8XhgapLV0YI>. 
Acesso em: 10 mar. 2016.
1. Quais as distinções entre patrimônio material e imaterial?
2. O que é educação patrimonial?
Nesta unidade, você teve acesso a conhecimentos sobre 
conceitos de exposição, curadoria, monitoria, patrimônio cultural 
e conservação de bens culturais. Por isso, você pôde:
• conhecer a origem dos termos exposição, curadoria, monitoria, 
patrimônio e bens culturais para reforçar a compreensão das 
potencialidades dos espaços de educação não formal em arte;
• aprender sobre funções importantes para a criação e apreciação 
artística como exposiçãoe curadoria;
• refletir a respeito da necessidade de compreensão do valor 
cultural da arte e o quanto esse reconhecimento conecta-se à 
noção de patrimônio cultural e, consequentemente, à ideia de 
conservação e restauração de bens;
• dessa forma, foi possível reconhecer que as informações 
trazidas por esta unidade são capazes de reforçar o valor e a 
importância de que todos tenham um contato aproximado com 
a arte e seus desdobramentos, já que esses também colaboram 
para que o conhecimento seja expandido.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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Caro aluno, ao chegar no fim desta unidade você conheceu vários 
elementos, funções, espaços, profissionais e termos importantes 
para a formação em arte. Logo, todos esses conteúdos se 
conectam com as teorias precedentes, estudadas nas unidades 
anteriores e reforçam ainda mais a capacidade e potencialidade 
da educação não formal em arte.
Fique atento a todas essas informações no decorrer de sua carreira 
docente. Incentive seus alunos a frequentar e, acima de tudo, a se 
conscientizar da importância destes espaços. Sobretudo, inspire 
seus alunos a conhecer mais sobre o universo da arte por meio 
de aprofundamentos sobre os profissionais envolvidos nesse 
processo e a necessidade de estudo especializado para expansão 
do conhecimento artístico. Incentive-os, especialmente, a 
valorizar a arte enquanto patrimônio cultural, mantenedor e 
portador da memória e da cultura dos povos!
1. De acordo com os textos estudados, cite uma vantagem 
atribuída ao contato aproximado entre público em espaços 
de exposição de arte.
2. Analise o texto e aponte as principais funções do curador 
de arte.
4. Discorra sobre a importância da monitoria para a formação 
e o ensino em arte.
3. Na história da arte, alguns artistas colocaram em pauta 
discussões que buscavam debater a função dos espaços 
expositivos da arte e o valor que tais espaços impunham 
sobre a obra ali exposta. Qual artista pode ser citado como 
propositor das primeiras ideias que romperam com as 
barreiras entre o que é ou não considerado arte?
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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150
5. o Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
nacional, desenvolve um trabalho muito importante no Brasil. 
Com base na leitura dos textos desta unidade, pesquise quais 
são os principais objetivos no trabalho desse instituto.
Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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Referências
BARBOSA, Ana Mae. Educação em museus: termos que revelam preconceitos. 
Revista museu. 2008. Disponível em: <http://dialogosentrearteepublico.blogspot.
com.br/2008/06/05educao-em-museus-termos-que-revelam.html>. Acesso em: 5 
mar. 2016. 
CALEBRE, Lia. Políticas culturais no brasil: balanço e perspectivas. III ENECULT – 
Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, Faculdade de Comunicação/UFBa, 
Bahia, 2007. Disponível em: <http://www.guiacultural.unicamp.br/sites/default/files/
calabre_l_politicas_culturais_no_brasil_balanco_e_perspectivas.pdf>. Acesso em: 7 
mar. 2016.
CHIARELLI, Tadeu (Coord.). Grupo de estudos em curadoria. São Paulo: Museu de 
Arte Moderna, 1998.
FERRARI, Solange dos Santos Utuari et al. Arte por toda parte. São Paulo: FTD, 2013.
GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Entre cenografias: o museu e a exposição de arte no 
século XX. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Fapesp, 2004. Disponível 
em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=8J04RpVUWwIC&oi=f
nd&pg=PA13&dq=exposi%C3%A7%C3%A3o+de+arte&ots=1m7UxUmjDV&sig=eq9
EixwzSdkuN4QqOljt4xzoMG0#v=onepage&q=exposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20
arte&f=false>. Acesso em: 2 mar. 2016. 
IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 2016. Disponível em: 
<http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/418>. Acesso em: 7 mar. 2016.
MARTINS, Mirian Celeste. Arte, só na aula de arte? Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 3, 
p. 311-316, set./dez. 2011. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.
php/faced/article/viewFile/9516/6779>. Acesso em: 7 mar. 2016.
MARTINS, Mirian Celeste (coord.). Curadoria educativa: inventando conversas. Reflexão 
e Ação – Revista do Departamento de Educação/UNISC – Universidade de Santa 
Cruz do Sul, v. 14, n.1, jan./jun. 2006 p. 9-27, 2006.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Inventário dos achados: o olhar do 
professor-escavador de sentidos. 4. Bienal. Porto Alegre: Fundação Bienal de Artes 
Visuais do Mercosul, 2003.
VÁLIO, Luciana B. M. Mapeando a complexidade da exposição de arte: é possível avaliá-
la? 2008 (Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da 
Informática), Área de concentração Cultura e Informação, São Paulo, 2008. Disponível 
em: <file:///C:/Users/Admin/Downloads/5215412%20(1).pdf> Acesso em: 1 mar. 2016.
152 Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação de bens culturais
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VERGARA, Luiz Guilherme. Curadorias educativas, a consciência do olhar: percepção 
imaginativa – perspectiva fenomenológica aplicadas à experiência estética. In: Anais 
ANPAP, 1996, Congresso Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, p. 240-247.
Unidade 4
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM 
SALA DE AULA 
A primeira seção apresenta discussões em torno dos novos desafios para 
aproximações entre educação formal e não formal. Discute sobre diferentes 
práticas introdutórias, ações educativas e propostas metodológicas que 
abordem os museus e a arte-educação. Do mesmo modo, reflete a respeito 
de propostas que busquem auxiliar na superação dos desafios da aproximação 
entre espaços formais e não formais de arte. Essas informações convergirão 
em debates sobre as potencialidades da visita a exposições de arte, abrangendo 
também, propostas e sugestões introdutórias de intervenção. 
A segunda seção proporcionará a oportunidade da investigação das 
Seção 1 | Novas práticas para a arte-educação: desafios de 
aproximação entre educação formal e não formal
Seção 2 | Reflexões sobre o museu virtual como prática 
educativa
Objetivos de aprendizagem: 
Nesta unidade, você irá rememorar diversos conteúdos relevantes abordados 
durante as unidades anteriores para que esses possam servir de anteparo 
para novas propostas práticas de arte-educação que explorem ações entre a 
educação formal e não formal. Além disso, reconhecerá as potencialidades de 
espaços virtuais significativos de disseminação do conhecimento em arte e que 
se encontram disponíveis atualmente. Você distinguirá também várias opções 
de espaços que disponibilizam ações que correlacionam arte, obra, público e 
museus e que poderão ser utilizadas durante suas aulas de arte.
Tatiana Romagnolli Peres
Praticas pedagógicas em sala de aula
U4
154
potencialidades dos museus virtuais nas práticas educativas. Toma como 
ponto de partida a ideia de que na contemporaneidade é impossível não 
aproximar instrumentos do universo tecnológico das aulas de arte. Aborda a 
utilização de espaços não formais e seus devidos instrumentos de educação, 
como aqueles ofertados por museus virtuais, como fundamentais para 
promover a aproximação e o estímulo ao estudante contemporâneo. 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Introdução à unidade
Na Unidade anterior, você teve a oportunidade de conhecer as potencialidades 
de formação em arte suscitadas por diferentes espaços de educação não formal 
por intermédio de ações sugeridas pela intervenção desenvolvida por exposições, 
curadorias ou monitorias. Compreendeu como é importante correlacionar e utilizar 
os espaços não formais de arte em busca de formas mais completas de aproximação 
e valorização do conhecimento artístico. Entendeu que essas formas de romper com 
as barreiras propostas pelas imagens impressas podem setornar um grande atrativo 
para os alunos, podendo estimular muito mais a participação e a compreensão das 
funções e potenciais da arte. O grande destaque desta seção é tornar a convivência 
com obras e espaços públicos de apreciação instrumentos possibilitadores da 
construção do conhecimento, que podem e devem ser empregados nas salas de 
aula tradicionais. O que importa não é somente evidenciar as práticas utilizadas 
dentro e fora da escola, mas condensar energias para que ambas possam convergir 
para um bem comum. Essa conversão perpassa, nesta unidade, pela interação com 
a educação museal.
Após adentrar nesse universo, cabe agora refletir sobre diferentes propostas 
de ensino que abordam a aproximação de espaços formais e não formais. Tais 
aproximações tendem a elevar a educação em arte a patamares que realmente 
estimulam e promovem reflexões críticas com outros conteúdos ou outras áreas 
de conhecimento. Essas percepções abrangem também um remodelamento nos 
modos como as informações ou as temáticas da arte são abordadas pelo educador. 
Considera-se, desse modo, que, a partir do desenvolvimento das tecnologias e 
mídias, cabe ao educador romper com percepções isoladas da imagem e da arte, 
propondo outros espaços para exploração e ampliação do conhecimento. Logo, 
conclui-se que essa ideia de divulgação das potencialidades da educação não formal 
implica numa efetiva transformação de posturas de professores e mediadores que, 
desta forma, poderão nortear a formulação das aulas de arte a partir de diversos 
espaços físicos ou virtuais, tornando concretas as aproximações entre estudante e 
arte, entre público e obra.
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Praticas pedagógicas em sala de aula
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Seção 1
Novas práticas para a arte-educação: 
aproximação entre educação formal e não formal
Nesta Seção, você será levado a conhecer diferentes aplicações para os conteúdos 
trabalhados durante as Unidades 1, 2 e 3. Por isso, a Unidade 4 buscará evidenciar 
exemplos e ideias para a transposição de conteúdos ou de temas relevantes para 
a formação em arte. Dessa forma, serão sugeridos alguns encaminhamentos 
pedagógicos para sala de aula com o objetivo de contribuir para a construção de 
práticas que possam articular correlações entre educação formal e não formal. 
Destaca-se que vários importantes assuntos referentes à educação não formal 
serão recolocados e relembrados para que possam orientar as propostas aqui 
elencadas. O objetivo desta seção se estabelece e se concretiza a partir da valorização 
de ideias que possam vislumbrar novas percepções da utilização e da aproximação 
entre a educação formal e não formal, valorizando obras e artistas advindos dos 
mais diferentes espaços. Por meio dessas ideias, esta seção busca evidenciar 
como a observação e a convivência com imagens, obras e objetos artísticos pode 
enriquecer e aguçar o gosto pelo conhecimento estético, contribuindo também 
para a formação em arte.
MUSEU DE TUDO
Este museu de tudo é museu
Como qualquer outro reunido; 
Como museu, tanto pode ser 
Caixão de lixo ou arquivo. [...]
É depósito do que aí está, 
Se fez sem risca ou risco 
(MELO NETO, 2009).
Praticas pedagógicas em sala de aula
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1.1 Os novos desafios para a aproximação da educação formal e 
não formal
Depois de conhecer as potencialidades implícitas e explícitas dos espaços de 
educação não formal, é hora de explorar práticas que amparem a educação formal, 
ou seja, as aulas de Arte nas escolas. Assim, é preciso lembrar que muitos espaços 
de educação não formal também têm como objetivo elaborar propostas alternativas 
que possam vir a contribuir para ampliação do conhecimento em arte. Buscam, do 
mesmo modo, o aumento do acesso à diversidade cultural por meio da sensibilização 
de diferentes áreas do conhecimento artístico sugeridas pela contemporaneidade, 
visando conquistar crianças, adolescentes ou público em geral. 
 É notável que nos últimos anos houve um aumento significativo na oferta de 
ações, promovidas por espaços não formais no intuito de tornar mais acessíveis tais 
ambientes. Nota-se, como visto nas unidades anteriores, uma sequência de atitudes 
que buscam viabilizar a acessibilidade e o contato com espaços não formais como 
museus, galerias, exposições, centros de cultura, entre outros. O museu tem se 
tornado, desde então, um espaço de criações, de narrativas das diferentes culturas. 
E, com o objetivo de criar novos vínculos e de se estabelecer como ambiente 
significativo de aprendizagem, muitos buscam, na divulgação em espaços virtuais, 
o mote principal de intervenções diretas com o público. Assim, as mídias têm se 
tornado excelentes vias de acesso à obra, principalmente para regiões mais distantes 
do circuito tradicional da arte. 
Todas as propostas e ações que tendem a valorizar espaços de educação não 
formal em arte precisam ter como parâmetro básico a criatividade e boa orientação 
amparada por muita divulgação. E, para enfatizar ainda mais a devida valorização 
desses ambientes, cabe ao educador/mediador propor cotidianamente práticas 
que busquem vivenciar, experimentar e conhecer verdadeiramente obras e objetos 
artísticos que ultrapassem experiências superficiais. É preciso evidenciar que práticas 
que enfatizam a simples observação de imagens impressas, muitas vezes, com baixa 
resolução, em preto e branco, ou extremamente difíceis de visualizar nos raros livros 
de arte das escolas podem ser bastante reducionistas na formação em Arte.
Entende-se, portanto, que a escola se tornou a grande responsável pelo processo 
formal de educação em arte. Entretanto, os espaços não formais ocupam-se 
constantemente de alternativas extracurriculares que produzem encantamentos 
e desvelamentos que podem contribuir para a formação dos sujeitos. Para que 
formações que se complementam possam ocorrer num movimento conjunto, para 
que a educação formal possa trabalhar lado a lado com a educação não formal, 
é necessário que os educadores tenham consciência de que os currículos e suas 
respectivas aulas precisam estar mais abertos, flexíveis e voltados para os interesses 
dos grupos que compõem o entorno dos ambientes onde se encontram as escolas. 
Em síntese, busca-se uma formação em arte cujo ponto de partida é a 
Praticas pedagógicas em sala de aula
U4
159
interlocução entre diferentes ambientes. Desse modo, para que haja uma formação 
enriquecedora de todos os indivíduos, é preciso, sobretudo, uma conscientização 
da necessidade de unir os esforços da educação formal e da não formal que possam 
promover mecanismos de ampliação do conhecimento, inclusão e transformação 
social.
Sobre a importância dos museus e das possíveis interações sugeridas por 
estes espaços, leia o texto a seguir e acesse o site para mais informações.
Ao Brasil, seus museus
Mais do que casas da memória, museus são casas da vida de um país. 
Espaços que assumem cada vez mais sua função social junto à população, 
enquanto casas de conhecimento, vivência e transformação. O brasileiro 
precisa de museus que sejam verdadeiramente seus, capazes de relacionar 
uma nação consigo própria, cada pessoa com ela mesma, nosso passado 
e nosso futuro. O Ministério da Cultura tem trabalhado para isso, por meio 
do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), para que esses espaços sejam, 
de fato, do Brasil, apropriados por todos os brasileiros. Não faz muito 
tempo, museus eram vistos como instituições aristocráticas, distantes 
do povo, reservados aos ‘iniciados’. Aos poucos, isso começa a mudar, 
os museus se fortalecem como espaços mais próximos da população, 
que não precisam apenas existir para serem públicos, precisam também 
interagir; não só abrir portas, mas também abrir caminhos. Uma série 
de fatores explica essa mudança, como a diminuição das desigualdades 
sociais e o início do processode democratização da cultura, que marcam 
a vida recente do nosso país. Além disso, essas instituições também se 
multiplicaram, se modernizaram e ampliaram o seu repertório.
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2011/05/
gmb_sudeste.pdf>. Acesso: 23 mar. 2016.
Contudo, para que as ações educacionais de espaços não formais, como dos 
museus, possam se concretizar e produzir resultados significativos, é preciso que 
muitas das abordagens metodológicas sofram transformações, concomitantemente, 
é claro, com alterações curriculares. Em várias escolas, ainda existe muita resistência 
com relação às práticas artísticas e muitos professores ainda não estão preparados 
para compreender as diferenças entre aulas tradicionais como de Português, Física 
ou Matemática e as aulas de Arte. Em muitas regiões, ainda é inviável o acesso a 
exposições de arte ou a museus e, mesmo em lugares onde esses espaços são 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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de fácil acesso, ainda existe, principalmente em escolas públicas, a dificuldade de 
locomoção dos alunos para visitação a exposições em razão da falta de recursos 
financeiros.
O objetivo desta seção é sugerir diversas possibilidades de acesso a exposições e 
museus por meio de ambientes alternativos e acessíveis a todos.
Atualmente, diversos sites trazem informações de extrema relevância para 
o universo imagético e artístico. Para conhecer mais sobre esses ambientes 
virtuais e seus acervos, basta uma pesquisa rápida pela internet!
“Sinopse – a série Conhecendo Museus apresenta, com detalhes, os 
principais museus do Brasil. O objetivo é divulgar bens e valores culturais 
da humanidade, democratizando o conhecimento protegido por essas 
instituições. Ao longo de 52 episódios e passando por todas as regiões 
do país, o projeto tanto promove o resgate da memória brasileira – 
inscrita nos objetos, obras de arte e documentos –, consolidando-a num 
conjunto de informações acessíveis, como colabora na formação e no 
apuro da consciência crítica dos telespectadores, em particular os mais 
jovens”.
Fonte: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/videoteca/serie/conhecendo-museus>. Acesso em: 22 
mar. 2016.
Figura 4.1 | Página inicial do site
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Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/videoteca/serie/conhecendo-museus>. Acesso 
em: 22 mar. 2016.
Figura 4.2 | Continuação da página inicial do site
Mediante todas essas questões sobre os conhecimentos possibilitados pela 
tecnologia contemporânea, ainda é preciso que se tente, cotidianamente, 
construir uma educação em arte com qualidade. É imprescindível que se busque 
colaborar, efetivamente, para valorização do pensamento crítico e da sensibilidade 
estética, compreendendo, acima de tudo, que a arte pode, sim, se propor como 
um mecanismo de elucidação de signos e seus subsequentes significados. Logo, 
entende-se por pensamento crítico, a capacidade de analisar informações imagéticas 
que devem ser valorizadas. 
Como se pode notar, é por meio da necessidade de criação ou de apreciação 
do universo artístico que o educador/mediador pode promover a conscientização 
da arte. A experimentação e a convivência cotidiana com obras se tornariam, dessa 
forma, excelentes mecanismos propositores do aguçamento de tais sensibilidades e 
também sobre a conscientização da relevância da arte.
Como podemos aproximar ações educativas de espaços 
formais e não formais?
Nas imagens a seguir, você pode identificar algumas ações 
apresentadas na série de vídeos Conhecendo Museus (TV escola)! 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Você pode utilizar os vídeos desta série como ponto de partida 
para aproximação dos espaços de educação formais e não 
formais. Os vídeos podem ser facilmente acessados e utilizados 
em suas aulas de Arte, já que esses são produzidos a partir de 
um rico universo informacional e imagético. Eles podem ser uma 
boa alternativa para escolas que possuem salas de informática 
com computadores para todos os alunos ou para escolas com 
acesso à internet. Se a escola não possuir internet, o professor 
pode baixar e reproduzir as informações em vídeo para os 
alunos, elaborando aulas mais dinâmicas e a partir de ambientes 
concretos de arte.
Fonte: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/conhecendo-museus-pinacoteca-do-estado-de-sao-
paulo>. Acesso em: 26 abr. 2016.
Fonte: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/conhecendo-museus-pinacoteca-do-estado-de-sao-
paulo>. Acesso em: 26 abr. 2016.
Figura 4.3 | Vídeo Conhecendo Museus – Pinacoteca de São Paulo/ 
Acesso virtual
Figura 4.4 | Vídeo Conhecendo Museus – Pinacoteca de São Paulo/ 
Acesso virtual
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Cumpre analisar neste momento que diversas atividades e ações podem ser 
sugeridas, objetivando aproximar os espaços formais e não formais de educação 
em arte. Assim, vale destacar algumas orientações que podem contribuir para tal 
aproximação: traçar metas para a redefinição de metodologias para a criação, 
apreciação e fruição da arte que sejam contempladas no processo de ensino-
-aprendizagem produzido em espaços de educação formal e não formal; estabelecer 
uma relação de proximidade entre escolas e espaços de educação não formal, 
como museus ou centros de arte; valorizar o conhecimento sobre arte proposto 
em mediações; promover a alfabetização visual com o intuito de estabelecer e 
reconhecer o valor da imagem; conscientizar os alunos (público apreciador) sobre 
a importância da formação em arte através dos espaços de educação não formal e, 
por fim, identificar e enfatizar a educação de espaços não formais como de extrema 
importância para a formação de sujeitos críticos.
Como o MASP promove programas de colaboração com escolas: 
interação entre espaços formais e não formais de arte!
“Nas últimas décadas, as práticas educativas nos museus se ampliaram 
exponencialmente. Mesmo com particularidades, o modelo das visitas 
guiadas/mediadas/orientadas com duração média de 1 hora e 30 minutos 
tornou-se o ponto em comum entre os diferentes projetos. Deste modo, 
visitas tornaram-se o fundamento da experiência pedagógica nos 
museus. Escolas são comunidades com culturas próprias, que agregam 
alunos, funcionários, professores e familiares em relações de longa 
duração e com muitos formatos. Surge daí o desejo de construir, no 
MASP, uma relação pedagógica a partir de novas formas de colaboração, 
em uma perspectiva contemporânea e experimental.
O MASP busca colaborar com professores, educadores e estudantes de 
qualquer área, que busquem no museu uma experiência integrada aos 
seus próprios projetos pedagógicos. E o que a escola pode aprender 
com o museu ou o que o museu pode aprender com a escola? O museu 
consegue, assim como as escolas ou através delas, virar um espaço de 
encontro e ação comunitária? É possível fazer experimentações entre 
museu e escola que vão além de visitas às exposições?
Premissas: 
- Trabalhar em pequena escala, mas com o tempo ampliado.
- Valorizar a inteligência que surge das experiências sociais, histórias 
pessoais e do corpo.
- Integrar práticas pedagógicas e exposições não como fim, mas como 
meio.
- Possibilitar situações, mais do que projetos com resultados.
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- Entender o museu como uma plataforma para a vida pública e a cidade.”
Disponível em: <http://masp.art.br/masp2010/mediacaoeprogramaspublico_
colaboracao-com-escolas.php>. Acesso em: 16 mar. 2016.
Vários sites trazem diversos exemplos de museus virtuais no Brasil e no 
mundo. Alguns desses museus são encontrados no endereço a seguir. 
Acesse e aproveite!
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?uf=SP&categoria=5>. Acesso em: 
22 mar. 2016.
Figura 4.5 | Links para museus disponíveis nosite Portal do professor
Atualmente, diversos sites têm proposto discutir arte por meio de ações que 
podem auxiliar a aula da referente disciplina em escolas formais. São várias as 
sugestões de projetos ou materiais disponíveis em .PDF que podem ser usados por 
professores de Arte para a melhora de suas práticas e do subsequente interesse dos 
alunos. Muitos espaços fornecem gratuitamente uma infinidade de materiais para 
auxiliar também na proposição de temáticas ou intervenções entre espaços formais 
e não formais de arte.
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Em vários momentos, tem se falado sobre a importância da apreciação 
de obras de ambientes não formais como museus ou galerias. Pensando 
na apreciação destas obras, é possível relembrar que a leitura de imagens 
pode ser uma questão presente. No site a seguir, você poderá ter acesso 
a materiais que irão auxiliar na leitura de obra de arte ou das imagens 
observadas nos vários espaços sugeridos neste livro. Todas essas 
práticas e as leitura de obras, em ambientes físicos ou virtuais, podem ser 
usadas por você, professor, como ponto de partida para intervenções e 
interações entre escolas, museus, exposições ou galerias!
“Com a arte br nas mãos, acreditamos poder contribuir para um processo 
de ensino e aprendizagem da leitura da imagem da arte, tanto em sala 
de aula como nos museus e outros espaços de cultura e arte do Brasil. 
Foi intentando oferecer subsídios aos professores para o trabalho com a 
leitura da imagem que esse material foi projetado e realizado. Sabemos 
que, na mão dos professores, ele irá ganhar sua dimensão concreta, que 
é fazer de nossos alunos, leitores competentes de imagens da arte e do 
mundo. O material disponibiliza ao professor 36 reproduções de obras 
de arte, uma linha do tempo, um caderno introdutório e 12 cadernos de 
estudo para que, ao escolher a imagem com que deseja trabalhar, este 
encontre caminhos e possibilidades para a elaboração de sua aula.
Os cadernos sugerem um modelo metodológico que se repete. A 
metodologia é a mesma em todos eles, mas cada um deles é original e 
singular, ao trabalhar um tema por meio de um conjunto de três obras 
de arte que conduzem um percurso de leitura e interpretação próprias 
desse conjunto. Na trilha da metodologia surgem infinitas possibilidades 
de estudo para e nos diferentes cadernos. Como o material investe na 
Fonte: <http://artenaescola.org.br/artebr/sobre/>. Acesso em: 19 abr. 2016.
Figura 4.6 | Site que explica e disponibiliza o Arte br 
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leitura da imagem a partir do contato direto do leitor com ela, as sugestões 
de visita aos museus perpassam todo o material. As reproduções de obras 
que a arte br oferece, encaminham à descoberta e à invenção de alguns dos 
percursos que o material propõe. Ele só estará completo quando chegar a 
sala de aula, e para isso será necessário que vocês, professores, apropriem-se 
dele e o coloquem em prática. [...] A leitura de imagem proposta pela material 
arte br fundamenta-se na teoria da semiótica greimasiana, a qual entende a 
arte como linguagem e o objeto de arte como texto visual. Assim a proposta 
do arte br é oferecer a imagem da arte aos olhos leitores antes mesmo da 
biografia dos artistas ou das informações históricas sobre ele ou sua obra. É 
na corrente desse pensamento que invertemos uma sequência de trabalho 
que é de uso vigente entre os professores de arte – oferecer a biografia do 
artista antes de oferecer sua obra. Assim sendo, a provocação primeira de 
arte br é experimentar um novo caminho: o de olhar a obra de arte por um 
bom tempo, antes de receber qualquer outra informação sobre ela. 
Escolham uma imagem e deixem seus olhares serem seduzidos por ela. Só 
depois de olhá-la no tempo, estude o caderno em que ela se insere e elabore 
a sua aula, a partir dos percursos de leitura disponibilizados. Experimente 
os passos propostos para perceber o que eles poderão acrescentar à sua 
experiência de professor ” (BUORO, 2012, p. 1, grifo nosso).
Disponível em: <http://artenaescola.org.br/sala-de-leitura/artigos/artigo.
php?id=69309>. Acesso em: 16 mar. 2016.
A seguir, você tem acesso a uma dica de proposta interativa sugerida por 
museu, que não é especificamente um museu de arte, mas que tende 
a evocar a participação e a ampliação do conhecimento por meio de 
diferentes intervenções. Acesse o site e aprofunde-se nas informações!
Fonte: <http://www.mao.org.br/conheca/acervo/>. Acesso em: 16 mar. 2016.
Figura 4.7 | O museu vai à escola
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“O Museu de Artes e Ofícios – MAO – é um espaço cultural que abriga 
e difunde um acervo representativo do universo do trabalho, das artes 
e dos ofícios no Brasil. Um lugar de encontro do trabalhador consigo 
mesmo, com sua história e com seu tempo”.
Intervenções que aproximam diferentes espaços de construção do conhecimento 
em arte ainda são pouco difundidas na elaboração da prática docente. Por isso, 
espera-se que possibilidades de aproximação entre espaços formais e não formais 
para formação em arte possam contribuir para avanços no que diz respeito à 
construção de sujeitos mais críticos e que possam constantemente cooperar com o 
desenvolvimento da sociedade. Este livro vem exatamente reafirmar o valor dessas 
relações entre os diferentes espaços, destacando o quanto o contato direto com 
a arte pode instigar potencialidades adormecidas. Já há algum tempo se discute 
sobre a necessidade de aulas que relacionem o conhecimento científico, a vivência 
e o cotidiano dos alunos. Assim, nasce a ideia de aproximar todas estas formas de 
conhecimento por meio de ambientes que busquem promover e divulgar a arte, 
como os espaços formais e não formais. Logo, essas orientações coincidem com as 
bases fundamentais da educação museal, que tem como princípio a reflexão sobre 
ideias e objetos que visam correlacionar-se de forma dinâmica com a memória, a 
identidade, a salvaguarda e celebração do passado, de grupos ou épocas.
Embora os museus sejam um dos dispositivos privilegiados 
através dos quais o passado é apresentado ao público, não 
podemos esquecer que isso é feito por uma diversidade de 
instituições, meios e práticas. No entanto, não podemos 
perder de vista que, como instituição dedicada à memória 
e à celebração do passado, os museus desempenham um 
papel fundamental na construção de ideologias e identidades 
nacionais e sociais. Os museus já foram tidos como grandes 
centros da produção de conhecimento, principalmente os 
Museus de História Natural, no entanto, ao longo do século 
XX e especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, 
as universidades foram se transformando nos centros de 
pesquisa e inovação por excelência. Porém, os museus 
continuam ainda hoje a abrigar coleções que são importantes 
fontes tanto para a pesquisa como para o entretenimento e a 
educação (FALCÂO, 2009, p. 13). 
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Além de desempenhar o papel educacional, o museu se apresenta ainda como 
um espaço de preservação das culturas. E é exatamente essa vinculação com a 
proposta educacional dos museus que o professor de Arte deve explorar por 
meio do consumo de todas as outras sugestões oferecidas por estes espaços, 
que somente nas últimas décadas ganharam força e destaque. Dessa maneira, os 
museus contam atualmente, e cada vez mais, com uma gama enorme de atividades 
educativas que buscam contribuir para a construção do conhecimento e exploração 
das potencialidades da arte.
Podem ser entendidas como práticas educativas atividades 
tais como: visitas “orientadas”, “guiadas”, “monitoradas” 
ou mesmo “dramatizadas”, programas de atendimento e 
preparo dos professores, oficinas, cursos e conferências, 
mostras de filmes, vídeos, práticas de leitura, contação dehistórias, exposições itinerantes, além de projetos específicos 
desenvolvidos para comemorar determinadas datas e servir 
de suporte para algumas exposições. Além dos materiais 
educativos e informativos editados com a finalidade de 
servir a estas práticas, tais como: edição de livros, jogos, 
guias, folders e folhetos diversos, folhas de atividades, kits 
de materiais pedagógicos, áudio-guide (guia auditivo), 
aplicativos multimídias, CD-ROM, site institucional na internet 
etc. (FALCÂO, 2009, p. 16).
O Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP) oferece espaço onde discute 
ações interativas com professores. Roteiros de Visita disponibiliza 50 
fichas com as quais você terá subsídios para tecer relações entre as obras. 
Acompanhe, nas informações a seguir, alguns elementos desta proposta!
Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/roteiro/roteiro.asp>. Acesso em: 19 abr. 2016.
Figura 4.8 | Site do Museu experimental / USP MAC
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Neste espaço, você poderá encontrar uma série de materiais que irão 
auxiliá-lo nas explicações nas visitas ao museu (virtual ou não). São 
apresentadas fichas de obras de vários artistas com descrições e análises 
minuciosas das obras. As fichas trazem também sugestões de aproximações 
práticas para compreensão das poéticas dos artistas referenciados. Enfim, 
esse é um espaço virtual repleto de possibilidades de exploração e de 
aproveitamento nas práticas da sala de aula. 
Cada roteiro de visita das obras do acervo está dividido em apresentação, 
carta ao professor, ficha do artista e orientações sobre a obra, aproximações 
(com sugestões de atividades), roteiro e referências. Um material muito 
interessante e instigante para diversas propostas e compreensões sobre 
arte!
Como sugestão de espaços virtuais interativos, o museu lúdico (MAC USP) 
é uma excelente opção. O site oferece visitas interativas com a opção de 
acesso a jogos on-line (desenho, pintura, quebra-cabeças, réplica para 
visualização em 3D, música, entre outros) que usam obras contemporâneas 
como ponto de partida. Esse espaço pode ser utilizado principalmente 
com crianças.
Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/roteiro/fichas.asp>. Acesso 19 abr. 2016.
Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/ludico.html>. Acesso em: 26 abr. 2016.
Figura 4.9 | Lista de alguns artistas e suas fichas descritivas
Figura 4.10 | Página inicial do museu lúdico (MAC USP)
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/ludico.html>. Acesso em: 26 abr. 2016.
Figura 4.11 | Exemplo de atividade disponível no site
Confira algumas informações sobre o valor dos museus na prática docente 
na perspectiva do setor de arte-educação do MAC! Eles apontam como 
é necessária a orientação antecipada dos professores para um melhor 
aproveitamento das obras em exposição.
Carta ao Professor: Colega professor/a,
 “Nos últimos anos os museus afirmaram-se como espaços de educação 
essenciais no processo de ensino e aprendizagem. Cabe aos educadores 
de museus desenvolver recursos que intensifiquem a utilização desse 
potencial educativo privilegiado. No caso específico do ensino de arte, o 
contato com as obras originais é insubstituível.
Desde 1984 – ano em que começa a ser estruturado o setor de arte-
educação do MAC USP, hoje Divisão Técnico-Científica de Educação e 
Arte – temos desenvolvido formas de abordagens pedagógicas da arte e 
colaborado com a formação do público de arte contemporânea.
Roteiros de Visita foi criado com o objetivo de estimular a proximidade 
de professores e alunos com as obras do acervo do MAC USP, por 
meio de recursos que auxiliem no planejamento, no aproveitamento 
e no desdobramento das visitas ao museu. Pretendemos com o uso 
deste material didático que você se sinta mais confortável e com maior 
autonomia ao percorrer as exposições do MAC USP com os seus alunos.
Cada ficha, como esta, é acompanhada pela reprodução de uma das 50 
obras do acervo do MAC USP selecionadas para compor este material. Os 
critérios para a escolha das obras foram a sua relevância dentro de um 
determinado panorama da arte do século XX e a sua recorrente seleção 
pelas curadorias do museu, garantindo que este material possa, de fato, 
ser utilizado em paralelo às exposições.
Os conteúdos são abordados de modo a incentivar a postura de 
professor pesquisador. Queremos trocar experiências, acreditando que 
juntos poderemos aprimorar nossa práxis educacional e cultivar valores 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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necessários à sociedade contemporânea.”
Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/roteiro/
carta.asp>. Acesso em: 22 mar. 2016.
Veja essa outra proposta educativa que pode colaborar para a 
aproximação entre espaços formais e não formais! O MASP oferece 
oficinas de desenho para crianças como sugestão de intervenção do 
espaço não formal!
Oficina de Desenho: Histórias da Infância
Com novas sessões, as oficinas recebem crianças de 5 a 7 ou 8 a 11 anos 
no MASP, para conhecer as obras da coleção desenhando! A proposta 
é parte do programa que inclui a exposição Histórias da infância, 
que será inaugurada em abril de 2016. A exposição reunirá obras que 
retrataram crianças e a ideia da infância ao longo dos séculos, no sentido 
social, cultural, político e artístico. A oficina de desenho, então, é uma 
provocação: por que as próprias crianças não contam suas histórias, no 
lugar dos adultos?
Disponível em: <http://masp.art.br/masp2010/mediacaoeprogramaspublico_
oficinadedesenho.php>. Acesso em: 19 mar. 2016.
1.2 Visitando exposições de arte: discussões, propostas e sugestões 
introdutórias
Uma das questões mais importantes neste livro é destacar o valor em aproximar 
diferentes espaços de educação sobre arte para que juntos possam contribuir para a 
formação plena e eficaz de sujeitos mais criativos e reflexivos. Por isso, compreende-se 
que a visita a ambientes que promovam a arte pode ser bastante instigante e produtiva. 
Muito já se discutiu nas seções anteriores sobre a potencialidade de espaços de 
educação não formal. Contudo, agora ter-se-á apontamentos muito precisos quanto 
à transposição e aplicação destas aproximações. Assim, é preciso adentrar no universo 
das práticas do ensino de arte para investigar e explorar exemplos e sugestões de 
metodologias que busquem a aplicação de todo o conteúdo anteriormente abordado. 
Evidenciando-se, portanto, a importância da visita das instituições formais (escolas) 
a espaços não formais de arte (museus, exposições, galerias, centros de cultura, 
entre outros), você tornará palpável uma série de objetivos e pretensões que foram 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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apontadas e discutidas neste livro. Dessa forma, destaca-se que:
Somente por meio da conscientização dos professores/educadores em 
estabelecer vínculos cotidianos com a visita constante a espaços de educação 
não formal (mesmo que virtualmente) é que a aula de arte poderá perpetuar-se 
como um conhecimento necessário e altamente contributivo. Não há mais como 
negar a necessidade de abordagens mais dinâmicas e que usem em seu trâmite 
equipamentos e instrumentos tecnológicos no espaço educacional. Logo, torna-se 
necessário entender que computadores, celulares, tablets, sites, programas, espaços 
virtuais fazem parte da cultura e dos sujeitos contemporâneos.
O ato de visitar uma exposição de arte é um momento especial 
em nossas vidas, portanto precisa ser prazeroso o bastante 
para provocar o desejo de retornar no aluno, inclusive de 
forma espontânea. Trata-se de um encontro com a expressão 
de pensamentos e emoções de pessoas sensíveis, e uma rara 
oportunidade de apreciar obras únicas, que acontece de 
diferentes maneiras: quando apreciamos a obra de arte, ao 
imaginarmoso processo construtivo que culminou naquela 
obra e o contato visual com o próprio espaço expositivo. Tanto 
o artista, ao elaborar sua obra, como o curador da exposição 
pensam em cada detalhe, nas cores, formas, materiais, no 
local, tamanho, e muito mais. Visitar uma exposição de arte é 
sentir e apreciar tudo isso: é pensar sobre cada obra, sobre a 
intenção do artista, como ele organizou o material e escolheu 
determinado suporte para obter o resultado esperado (SANTA 
ROSA; SCALÉA, 2006, p. 81). 
A respeito da possibilidade de conexão entre espaços de 
educação formal e não formal para a formação em arte: é 
possível afirmar que a aproximação desses espaços, como 
prática pedagógica, pode contribuir para o desenvolvimento 
da capacidade crítica, da percepção e da imaginação dos 
estudantes?
Praticas pedagógicas em sala de aula
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A internet é um instrumento poderoso de ação artístico-cultural, 
por sua inédita capacidade de levar imagens, textos e documentos 
hipermídia, possibilitando assim gerar novos paradigmas no 
âmbito das propostas do ensino da Arte. Entendendo a Arte como 
uma maneira de organizar variadas experiências, é fundamental 
integrá-la ao processo educativo, principalmente ao definir sua 
contribuição para o desenvolvimento de processos mentais 
(PORTELLA, 2003, p. 124).
Interpõem-se portanto, novos desafios à educação. Um deles é acompanhar 
as transformações do sujeito, buscando instrumentos de renovação e adaptação à 
nova realidade tecnológica com métodos didático-pedagógicos que sejam capazes 
de sanar as necessidades desses mesmos sujeitos. Ao arte-educador, cabe a função 
de “garantir o acesso de seu aluno à expressividade, à criatividade e à apreciação 
cognitiva. E esse acesso será natural se a mediação do professor favorecer a 
produção, a fruição e a reflexão” (SANTA ROSA; SCALÉA, 2006, p. 82). 
Quando se cogita a respeito de novas propostas de visitação a espaços não 
formais de arte, não se fala somente em um simples deslocamento do grupo de 
alunos, mas em uma forma de contribuir significativamente para o desenvolvimento 
intelectual e cognitivo desses por meio de propostas criativas e reflexivas. Para 
Santa Rosa e Scaléa (2006), são três os aspectos necessários para que a visita a 
museus e exposições possa ser um momento de reflexão crítica: quando a visitação 
é um desafio criativo, quando a visitação se desenvolve como um jogo e quando a 
visitação é uma reflexão crítica.
Ao comentar sobre a visitação a museus como um desafio criativo, as autoras 
Santa Rosa e Scaléa (2006) referem-se às ideias inicialmente sugeridas por Ana Mae 
Barbosa. Assim, descrevem que deve-se aguçar nos alunos estímulos emotivos e 
cognitivos, compreendendo a apreciação como um momento de afetividade e 
emoção, onde desenvolver-se-ão leituras e releituras das imagens e obras observadas. 
Os educadores devem, dessa forma, questionar os educandos durantes as visitas, 
instigando a reflexão. Ao falarem sobre a visitação desenvolvida como uma forma de 
jogo ponderam sobre a necessidade de intervenções por meio de momentos lúdicos. 
Nesse sentido, o jogo não deve ser uma prática superficial, mas estar carregado 
de entendimentos e conhecimentos, amparados pelo envolvimento do grupo. 
Por isso, o desafio e a reflexão devem estar sempre à frente desta proposta. Esses 
jogos podem ser sugeridos até mesmo durante a visitação e com instrumentos e 
materiais acessíveis. Um dos pontos fundamentais dessas intervenções é a interação 
da criança ou adolescente com a obra. Por último, as autoras falam sobre a visitação 
como uma reflexão crítica. Essas ideias são percebidas ao comentarem que a visita 
a exposições de arte deve ser um momento de reciclagem e uma importante fonte 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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de reflexão para os alunos, extrapolando e explorando novas linguagens e novos 
modos de propor o conteúdo.
 Muitas possibilidades metodológicas surgiram nos últimos anos, alavancadas 
por inúmeros instrumentos tecnológicos que passaram a fazer parte do cotidiano 
de alunos e professores. A rapidez das transformações tecnológicas são tantas 
que passam a ser necessárias alterações nos modos de se propor e relacionar-se 
com a educação formal e com o ensino de arte. É óbvio que os exemplos trazidos 
nesta unidade são apenas sugestões para o início do processo educativo, pois 
não abordam nem enfatizam todas as premissas necessárias a um plano de aula 
que reflita as abrangentes discussões de metodologias ideais para a aula de arte 
na contemporaneidade. Essas sugestões são apenas um ponto de partida para a 
elaboração de planos e projetos sobre arte e devem ser percebidas como recortes 
necessários ao entendimento das conexões possíveis entre educação formal e não 
formal.
Sugestão de proposta
Aproximando espaços formais e não formais de arte
1- Introduzindo a aula sobre visitas virtuais a museus
O que o aluno poderá aprender com essa aula:
• Pesquisar sobre museus nacionais e internacionais.
• Analisar a relação entre escola e museu.
Duração das atividades: 9 aulas de 50 minutos.
O objetivo desta aula é trabalhar a importância do museu para a educação 
e a construção de relações possíveis entre esta instituição e a escola.
1) Para início, convide os alunos a fazerem uma incursão por alguns 
museus a partir das imagens e informações.
2) Leve os alunos para o laboratório de informática e solicite que usem a 
internet.
3) Mostre aos alunos de 3 a 4 sites de museus.
4) Solicite que os alunos façam registros das imagens e das informações 
sobre os museus em que estão navegando e que salvem algumas das 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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175
imagens visitadas.
5) Peça que criem, em seus cadernos um diário de bordo com informações 
sobre os museus visitados, com imagens impressas ou salvas, mesclando 
texto e imagens.
6) Apresente os links do programa da TV escola: conhecendo 
museus (Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/tve/videoteca/serie/
conhecendo-museus>. Acesso em: 19 abr. 2016), juntamente com um 
roteiro para exploração dos vídeos.
7) Proponha um momento para reflexão com base nas seguintes questões:
• Existe museu em sua cidade ou em alguma próxima a ela?
• Quais ações e projetos poderiam ser desenvolvidos em sua 
comunidade para se criar um museu da memória local?
• Teria alguma dificuldade para essa criação?
8) Ao final da reflexão, propor que os alunos encaminhem suas propostas 
ao órgão responsável pela cultura do município onde residem. Essas 
propostas podem ser encaminhadas por e-mail.
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=49493>. Acesso em: 22 mar. 2016.
Sugestão de proposta
 Aproximando espaços formais e não formais de arte
1- Lendo imagens na visita ao museu:
Inicialmente, o professor deve escolher obras de arte, movimentos ou 
artistas a serem trabalhados, de acordo com seu planejamento e seus objetivos 
para a aula. Para que haja uma boa leitura da obra em questão, é preciso 
que o aluno observe e analise a imagem ou o objeto com muita atenção. 
Essa atenção é necessária para que ele possa perceber e introjetar detalhes 
significativos. O professor pode contribuir para essa análise, orientando 
incentivando e conduzindo o olhar dos alunos fazendo perguntas como:
Praticas pedagógicas em sala de aula
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176
Fonte: <http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-experimente/779/visitar-um-museu-de-arte-com-a-
turma.html?pagina=3>. Acesso em: 28 mar. 2016.
Figura 4.12 | Questões para leitura de imagens.
O professor deve propor um tempo amplo para a observação. 
Provavelmente, eles serão invadidos por um turbilhão de percepções e 
ideias. É necessário que os alunos fiquem atentos a todas as informações 
e recomendável que registrem as suas impressões por escrito: tudo oque 
observarem e também seus sentimentos e emoções, bem como as ideias, 
tema e conceitos que a obra apresenta.
O registro escrito, ou caderno de bordo, é uma das formas de estimular 
a memória visual, que é a capacidade de guardar com certa precisão aquilo 
que foi observado para que posteriormente seja possível relembrar o que foi 
visto.
Após o processo de observação, é importante que a turma compartilhe 
suas experiências em uma conversa informal e descontraída, ressaltando 
que o grupo está construindo o conhecimento conjuntamente. Durante 
essa conversa, é possível que o professor alerte para a rememoração de 
alguns elementos visuais que foram percebidos e compartilhados. A ênfase 
em outros que porventura não foram relatados também é importante. Alguns 
questionamentos são fundamentais: quais eram as intenções do artista; 
como era o momento histórico que ele vivia. Além disso, também pode 
Praticas pedagógicas em sala de aula
U4
177
apresentar informações pessoais do artista, se você considerar pertinente.
A visita
Sugira uma visita a um museu de sua cidade. Se na sua região houver 
museus, organize uma visita com os alunos. Para facilitar a pesquisa, você 
pode acessar o Guia de Museus Brasileiros (Disponível em: <http://www.
museus.gov.br/os-museus/museus-do-brasil/>. Acesso em: 19 abr. 2016). 
Contudo, esteja alerta: para que a visita seja bem aproveitada, é importante 
preparar-se e preparar os estudantes! Por isso, é recomendável que você 
visite o espaço antes e converse com os educadores responsáveis pelas 
exposições, para poder orientar bem os seus alunos.
Retorno à sala de aula
Após a visita ao museu escolhido, aproveite para conversar com a turma 
sobre o passeio: a preparação em sala de aula; o encontro para a saída ao 
museu; como foi entrar em um museu (sobretudo para aqueles que não 
conheciam um espaço como esse); como foram a visita e o percurso pelo 
prédio; se houve acompanhamento de educador, como foi a conversa com 
ele. Será que há diferença em ver um objeto em uma projeção e ‘ao vivo’? 
As cores mudam? Ficam mais nítidas? E as formas e relevos representados? 
Como forma de reforçar e aplicar os conteúdos aprendidos durante a visita, 
você pode propor atividades práticas, como a criação de um objeto, uma 
pintura, um desenho, para que sensações e conteúdos sejam recuperados 
e ampliados.
Disponível em: <http://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-
experimente/779/visitar-um-museu-de-arte-com-a-turma.html?pagina=3>. 
Acesso em: 23 mar. 2016. E disponível em: ,http://www.plataformadoletramento.
org.br/acervo-experimente/779/visitar-um-museu-de-arte-com-a-turma.
html?pagina=4>. Acesso em: 23 mar. 2016.
Sugestão de proposta
Aproximando espaços formais e não formais de arte
1- Introduzindo a aula sobre visitas virtuais a museus
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Você sabe como organizar uma exposição de arte? Nas informações 
trazidas a seguir, você poderá encontrar dicas de como montar uma 
exposição de arte com seus alunos. E, no endereço citado, você poderá 
acessar o material completo. Vale conferir!
Objetivo(s): 
– Conhecer o universo dos museus e das exposições de arte.
– Reconhecer e valorizar os espaços culturais, as atividades por eles 
promovidas e seu papel na sociedade.
Conteúdo(s): 
– Planejamento e montagem de exposições de arte.
Ano(s): 1º, 2º, 3º
Tempo estimado: 8 aulas
Material necessário 
– Cópias da reportagem "No topo" (BRAVO! ed 177. maio de 2012) para 
todos os alunos.
– Material para a montagem da exposição.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução
Desde a criação dos primeiros museus, durante o século 20, as 
exposições são o espaço onde muita gente tem o primeiro contato com 
obras de arte. Nas últimas décadas, esses eventos têm se multiplicado em 
número e porte. A reportagem ‘No topo’, publicada na revista Bravo! fala 
sobre esta popularidade no Brasil e como ela causou o aumento no número 
de visitantes a museus e instituições culturais. Aproveite esse gancho para 
saber como está a relação dos alunos com esses eventos e para colocá-los 
em contato com o interessante mundo dos "bastidores" de uma exposição. 
Comece perguntando quem já foi a uma exposição. Como há exposições de 
arte, de plantas, de automóveis etc., identifique o tipo visitado pelos alunos e 
explique que neste projeto a turma vai tratar da exposição de artes e objetos 
Praticas pedagógicas em sala de aula
U4
179
de museus. Conte para a turma que a palavra "museu" vem da Grécia e 
significa "templo das nove musas". Ligadas às artes e às ciências, elas eram 
as filhas de Zeus como Mnemosine, a deusa da memória. A princípio, esses 
eram locais de estudo, verdadeiros templos do conhecimento humano. 
A partir do Renascimento, começaram a surgir as coleções de obras de 
arte, tesouros e outros objetos. Muitas das peças importantes ficavam nos 
grandes salões dos palácios e ocupavam os corredores onde os nobres 
exibiam suas coleções. Essas galerias encontraram nos palácios do período 
Barroco uma de suas maiores expressões.
2ª etapa 
Para retomar os conceitos da primeira aula e compreender quais os 
locais que podem exibir obras de arte, faça uma visita a outros museus com 
os alunos pelo Google Art Project.
3ª etapa 
Para retomar o que já foi visto, mostre imagens de espaços expositivos. 
Algumas podem ser encontradas nos sites presentes no Guia dos Museus 
Brasileiros. O primeiro passo é a definição do tema (o que expor?), o público 
(para quem?), o local (onde?) e a duração (quando e por quanto tempo?). 
É também importante entender que as exposições contam com equipes e 
profissionais que cuidam de cada etapa. Apresente as equipes envolvidas no 
processo: curadoria, setor educativo, produção e montagem.
4ª etapa 
Resolvidas as equipes, defina o tema com os alunos. Para tal, peça que 
considerem o público-alvo e os interesses e necessidades da comunidade. 
Para planejar a montagem da exposição é preciso saber: quantidade de 
metros lineares de paredes (ou painéis); metragem quadrada de estruturas; 
máxima altura das peças; iluminação; necessidade de proteção solar, 
temperatura e umidade para alguns objetos (cuidado com os trabalhos em 
papel: evitar sol e umidade!); vitrines ou bases para objetos; segurança das 
pessoas e das peças (evitar que as peças caiam de suas bases, ou ainda que 
aquelas mais delicadas passem por manuseios indesejados). 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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5ª etapa 
As etapas iniciais, de contextualização e apresentação das tarefas poderão 
ocupar dois encontros, no entanto, a execução do projeto em si poderá 
necessitar de um período mais longo e dependerá muito do tamanho da 
exposição”.
Disponível em: <http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/como-
elaborar-uma-exposicao>. Acesso em: 1 mar. 2016.
No site Era Virtual, você pode ver de perto vários detalhes de grandes 
museus e seus acervos com diferentes obras. Aproveite esse espaço para 
propor várias atividades a seus alunos. Adapte as propostas às faixas etárias 
e às temáticas desejadas. 
“O ERA Virtual é um projeto pioneiro na disponibilização de visitas pela 
internet com visualização 360º dos museus brasileiros e seus acervos. 
Entre nessa viagem surpreendente e conheça nosso patrimônio cultural.”
Fonte: <http://www.eravirtual.org/?page_id=30>. Acesso em: 21 mar. 2016.
Figura 4.13 | Página do site Era Virtual
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Fonte: <http://www.eravirtual.org/?page_id=30>. Acesso em: 21 mar. 2016.
Figura 4.14 | Opções de visitas virtuais do site
Sugestão de vídeo
Para saber mais sobre o site Era Virtual, acesse o endereço e assista com atenção 
ao vídeo: Disponível em: <http://www.eravirtual.org/?page_id=30>. Acesso em: 21 
mar. 2016.
Para explorar ainda mais aspropostas que conectam a sala de aula aos espaços 
não formais, reflita sobre a ideia de que o museu é um espaço de conservação dos 
indícios materiais deixados pelos homens e também um espaço de conservação 
das memórias de grupos ou sociedades. Por isso, você poderá aproveitar para tratar 
de diversos assuntos, como, por exemplo, conceitos importantes sobre patrimônio 
cultural. O museu se apresenta também como um lugar de conhecimento, por 
isso ele assume um posicionamento muito relevante na formação dos sujeitos. 
Logo, configura-se como um ambiente que pode estimular a formação em arte, 
principalmente quando se desenvolve ações conjuntas com a escola, com espaços 
formais de educação. Os museus, e outros espaços de educação não formal, se 
configuram como ambientes de enorme potencialidade que devem ser explorados, 
nos seus infinitos formatos, pelos professores de Arte que buscam constantemente 
enriquecer e contextualizar suas aulas.
A importância do contato e das visitas frequentes dos alunos aos museus é enorme. 
Por meio desses espaços de manutenção e conservação das memórias, crianças e 
adolescentes entram em contato com a essência da cultura, o que irá contribuir para 
a construção de sua identidade e sua história. Essas ideias enquadram-se do mesmo 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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modo em museus que apresentam somente objetos artísticos, pois a arte também 
pode ser usada como um instrumento de reconstrução e conhecimento histórico.
Sugestão de proposta
1- Ideias introdutórias sobre visita virtual a museus
O aluno deverá desenvolver habilidades de leitura e compreensão de 
textos a partir da utilização de recursos tecnológicos; registrar observações 
de visitas virtuais, desenvolvendo a capacidade de sínteses de informações.
Duração das atividades: aproximadamente 8 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
É importante que as crianças já possuam desenvoltura de leitura e 
produção escrita. Devem ter conhecimentos básicos de computador 
(internet).
1- Conhecendo o site e a proposta de trabalho
Objetivo: desenvolver capacidade de pesquisa e síntese de informações, 
seguindo orientações de um roteiro. Endereço do site Era Virtual: <http://
www.eravirtual.org>. Acesso em: 23 mar. 2016. 
2- Caderno de bordo para registro das informações coletadas
• Data da pesquisa.
• Nome e endereço eletrônico.
• Assunto abordado pelo site.
• Ferramentas disponíveis (na barra superior).
• Nome e localização dos museus já disponíveis para visita virtual. 
3- Exploração autônoma do site.
4- Exploração direcionada. 
Nesse momento você poderá abordar diferentes temas que se 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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correlacionam as suas propostas iniciais. O interessante é que esses espaços 
podem servir como ponto de apoio ou ponto de partida para as mais variadas 
questões, práticas e teóricas.
5- Anotar dados referentes à pesquisa selecionada pelo professor no 
caderno de bordo.
6- Debate das informações levantadas.
7- Produção de atividade artística com base nas temáticas abordadas 
pelo professor.
8- Apresentação da atividade por meio da montagem de uma exposição 
de arte.
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=21257>. Acesso em: 21 mar. 2016. 
Sugestão de aula
1- Volpi no museu e na escola
 Objetivo 1: a atividade convida os participantes a mergulhar no tempo, 
no lugar e na história deste artista. Para facilitar o desenvolvimento desta 
atividade, o Museu de Arte Contemporânea da USP/MAC dispõe das 
obras que marcam a principal fase do trabalho desse artista: as “paisagens 
naturalistas” dos anos 30 e 40.
 Objetivo 2: a proposta aqui sugerida é conhecer Volpi e sua produção 
artística, vinculando esses conteúdos à realidade social da comunidade 
escolar. Visitar o museu pode ser uma etapa inicial, intermediária ou final 
desta experiência de ensino aprendizagem em arte integrada às outras 
disciplinas. 
Material: Pranchetas, papel sulfite ou canson, lápis grafite 4B e 6B 
Desenvolvimento: a produção de Volpi é bastante ampla, por isso a 
seleção de um aspecto dessa produção para o estudo em sala de aula é 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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importante para o desenvolvimento do trabalho. A temática “fachadas” 
pode ser o fio condutor do planejamento do professor, fundamentado em 
sua pesquisa preparatória e enriquecida pela visita ao MAC USP. 
1º Etapa – antes da visita ao MAC, proponha aos alunos passeios pelas 
ruas ao redor da escola. Com pranchetas, papéis e lápis, os estudantes 
devem caminhar pelas calçadas observando as casas e suas “fachadas”, 
janelas e portas. Fazer uma produção por meio de desenhos e impressões 
do passeio. Discuta as seguintes questões: 
a) O que chama mais a atenção? 
b) Quais detalhes percebem?
c) Quais relações fazem com as próprias casas? 
d) As portas e janelas têm linhas retas ou curvas? Como são as suas 
formas e cores? 
e) Há prédios na região? Qual a distância entre eles?
 f) Há vegetação na vizinhança? Quais cores predominam nessa 
paisagem?
 2ª Etapa – de volta à sala de aula, exponha as produções dos alunos 
em varais e proponha uma conversa sobre os desenhos e as impressões 
do passeio. Cada um poderá falar sobre o seu trabalho ou o do amigo. 
Essa etapa é um exercício do olhar e reflexão sobre o processo e seus 
resultados. 
3ª Etapa – visita ao museu. No espaço do MAC, os alunos poderão 
observar as casas e fachadas produzidas por Volpi (caso não seja possível ir 
ao museu, as reproduções em sites também permitem uma aproximação 
com a obra do artista). O enfoque maior deverá ficar por conta das fachadas, 
suas formas e cores. 
4º Etapa – na escola, proponha um debate por meio do seguinte 
questionamento: como era o bairro do Cambuci, ou as cidades de Mogi 
das Cruzes e Itanhaém quando o artista pintava nesses locais? Fotos das 
décadas de 40 e 50, pertencentes às famílias dos alunos ou pesquisadas 
em jornais, também serão úteis. Envolva os familiares na pesquisa. 
5º Etapa – pesquise as questões específicas sobre o bairro da escola 
que podem ser discutidas como parte do estudo. Disponível em: 
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<http://www.usp.br/nce/educomjt/paginas/volpi.pdf>. Acesso em: 22 
mar. 2016.
1. Como as mídias e as novas tecnologias podem contribuir 
para a formação em arte?
2. Descreva alguns objetivos das propostas interativas e 
educacionais oferecidas pelos espaços não formais de arte.
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Praticas pedagógicas em sala de aula
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Seção 2
Reflexões sobre o museu virtual como prática 
educativa
Nesta seção, você terá acesso a outros subsídios que buscarão relembrar e 
reabastecer a prática pedagógica em Arte por meio de reflexões sobre a incidência 
específica dos novos meios eletrônicos e tecnológicos na sala de aula. Tais influências 
irão contribuir com ponderações e debates sobre a possibilidade da visita a espaços 
não formais apenas por intermédio de ambientes virtuais, visando à participação mais 
ativa dos alunos. Essas orientações servirão principalmente para embasar atividades 
em regiões que não possuem museus ou exposições de arte ou para educadores que 
tendem a sugerir aproximações entre a tecnologia e a arte. A ideia norteadora é que 
intervenções e ações educativas indicadas por esses espaços virtuais sejam exploradas 
e usadas cotidianamente para instigar a participação, a criação e o interesse do aluno 
pela arte. Assim, ao correlacionar a conteúdos interativos e atuais, o professor pode 
despertar uma iminente necessidade ou gosto pela arte. Desse modo, esta seção 
destaca algumas outras sugestões introdutórias para novas possibilidades de espaços 
de interação que visemaulas mais criativas e dinâmicas.
Reflexões sobre o museu virtual como prática educativa
A primeira, e principal pergunta, que se propõe nesta seção é como propor 
alterações na proposta de formação em arte, que contemple aproximações entre 
espaços formais e não formais, em regiões que não possuem museus, galerias ou 
centros de cultura? 
A resposta a tal problema já foi sugerida nas unidades anteriores e fazem referência 
à utilização de tecnologias que viabilizam o acesso a esses lugares mesmo a distância. 
Por isso, é fundamental que exista uma conscientização quanto à aplicabilidade e à 
importância dos ambientes virtuais nas escolas. É por meio do uso de computadores 
com internet que se estreitarão as distâncias entre espaços de disseminação da arte.
Outro ponto que merece destaque quando se fala no uso de tecnologias na 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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sala de aula de Arte refere-se a um aumento do interesse dos alunos sobre as aulas, 
já que esses comumente sentem-se desinteressados por aulas absolutamente 
tradicionais, em que o único instrumento utilizado pelo professor é o giz. No 
entanto, não se espera que o educador abandone definitivamente tais instrumentos, 
mas que o espaço virtual, por meio do uso de novas tecnologias, possa contribuir 
enormemente para a democratização e enriquecimento das aulas. As novas mídias 
se colocam como um possível caminho para a construção do conhecimento, do 
pensamento artístico e também para a troca de experiências.
Logo, a busca contínua pela atenção e o interesse do estudante pela aula tem 
sido uma das grandes problemáticas atuais. E, quando se fala na disciplina de Arte, 
espera-se que a criatividade e a aproximação com o novo e com diferentes formas 
de propor o pensamento sejam evidenciadas. No entanto, nem sempre as aulas de 
Arte nas escolas partem desse princípio. Muitas vezes, elas reproduzem conteúdos 
maçantes e se aproximam muito dos formatos cansativos e desgastantes utilizados 
há muito por outras disciplinas. Há que se discutir como as transformações culturais, 
tecnológicas e sociais devem também chegar até a escola e transformar, do mesmo 
modo e com a mesma rapidez, a educação formal. Deve-se, sobretudo, destacar 
que a escola precisa se adaptar à revolução tecnológica que indiscutivelmente 
transforma todos os sujeitos envolvidos neste processo, alunos e professores. No 
entanto, todas essas novas apropriações não devem deixar de lado o conhecimento 
e as informações historicamente construídas e acumuladas, que são e sempre serão 
necessárias à construção do conhecimento.
A ideia geral desta seção é, portanto, sugerir outras possibilidades metodológicas 
que visem aulas mais criativas, dinâmicas, significativas, instigantes e propagadoras 
de reflexões importantes para a formação do aluno. Por isso, todas as discussões 
se voltam para a importância de correlacionar conteúdos, de conscientização da 
necessidade de transposições didáticas para grupos específicos, de elaboração de 
aulas transdisciplinares, de investir em práticas cotidianas que inspirem e contribuam 
para o crescimento intelectual dos estudantes. Esses são apenas alguns dos objetivos 
a serem evidenciados.
Atualmente ocorre uma disseminação dos museus virtuais 
e, ao mesmo tempo, a maioria dos museus, desde os mais 
tradicionais, disponibiliza os seus conteúdos temáticos na 
internet. Assim, na web, encontram-se quatro categorias de 
museus virtuais: primeiro, aqueles que possibilitam o acesso 
às obras que existem ou existiram fisicamente, pois possuem 
acervos constituídos de reproduções digitais de obras de 
arte; segundo, os que apresentam exclusivamente acervo de 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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obras de arte geradas por processos sintéticos que dependem 
de programas específicos para a sua criação e também para 
visualização; terceiro, os museus híbridos, que apresentam obras 
de existência real e também obras formadas por pixels e destinadas 
à tela do computador; e, quarto, aqueles que através de programas 
especiais, interativos, fazem o usuário ter a sensação de estar 
literalmente entrando no espaço físico do museu e passeando por 
suas galerias. Enfim, a convivência de museus físicos e eletrônicos 
constitui-se marca distintiva do complexo cenário artístico-
cultural contemporâneo. Dos acervos que integram os museus 
virtuais de arte, sejam criações ou reproduções, ambas podem ser 
armazenadas em coleções virtuais. Embora compartilhem funções 
informacionais, museus no mundo físico e no espaço virtual são 
dotados de propriedades e características que os distinguem na 
própria essência e impedem que os museus construídos na web 
sejam interpretados quer como substitutos, quer como ampliação 
dos museus físicos. Um mesmo museu virtual de arte pode conter 
reproduções digitais de acervos físicos e de obras criadas a partir 
de matrizes digitais (SILVESTRE; CUNHA; VAZ, 2016, p. 4).
Dessa forma, o acesso a museus virtuais apresenta-se como uma grande 
possibilidade de construção do conhecimento artístico, pois torna possível o contato 
com obras e ações educativas até então inimagináveis em razão dos problemas 
relativos à distância. Assim, evidencia-se a importância dos espaços não formais 
virtuais para a formação integral dos estudantes. Considera-se que a quantidade 
de informações encontradas em cada um dos museus virtuais é incalculável e 
extremamente valiosa para complementações de aprendizagem de instituições 
formais. Vale destacar que todas estas informações que referenciam e remetem aos 
museus virtuais são apenas parte de um imenso universo informacional, de grande 
potencial educativo e comunicativo, que é a internet. 
Com o aumento das tecnologias, entre elas a própria internet, tornou-se possível 
oportunizar espaços virtuais com objetivos altamente comunicativos. É através 
desses novos ambientes virtuais que o museu ganha a oportunidade de se tornar 
itinerante, presente, dinâmico e acessível. Essas características evidenciam que a 
função dos museus foi ampliada, reforçando também seu lugar de destaque na 
educação, já que se apresenta como uma prática pedagógica de grande potencial 
para as artes. Destaca-se, consequentemente, que as barreiras limitantes do tempo e 
do espaço são rompidas e alargadas com as novas tecnologias. Assim, compreende-
se que até mesmo regiões ou cidades que não possuem museus podem ter acesso 
a diversos museus virtuais.
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Esses espaços virtuais podem oferecer uma vasta gama de cursos, acervos ou 
visitas extremamente importantes para a aprendizagem e para a formação em arte. 
É necessário relembrar que várias discussões sobre a importância desses espaços 
também já foram destacadas e abordadas nas unidades anteriores. Por isso, vale 
reiterar o quanto pode ser produtiva a visita a tais ambientes. Do mesmo modo, deve 
ser destacado que os museus oferecem diversos cursos virtuais e ações educativas 
que reafirmam o valor educacional destes novos lugares. Assim, é possível analisar 
que o uso de tecnologias altera a experiência dos estudantes em relação ao museu 
por meio de aproximações que utilizam diferentes tipos de linguagem e novas 
formas de interação entre público e obra na contemporaneidade.
O ensino da Arte deve enfatizar igualmente tanto a vivência 
de processos quanto a aprendizagem que daí advém, a 
realização de trabalhos artísticos e a construção cultural. 
Ativando e incrementando a capacidade de visualização, a 
memória visual, a descoberta de soluções para problemas, 
sejam eles técnicos ou estéticos, cada detalhe é importante 
e deve ser respeitado. O uso de novas tecnologias possibilita 
aos alunos desenvolver sua capacidade de pensar e fazer 
Arte contemporaneamente, representando um importante 
componente na vida dos alunos e professores, na medida emque abre o leque de possibilidades para seu conhecimento e 
expressão (PIMENTEL, 2003, p. 120).
Uma das grandes vantagens dos espaços virtuais é que se pode ter acesso a 
ele em qualquer lugar que possua internet. Sendo assim, o educador pode explorar 
diversos ambientes de arte, no Brasil ou no mundo, por meio da exploração virtual, 
apenas com alguns cliques em sua tela. Cabe ao professor, enquanto mediador 
e facilitador, explorar espaços, ideias, assuntos ou temáticas, buscando alavancar 
e alargar as barreiras limitantes do espaço e do tempo. A cada intervenção virtual, 
ampliam-se as possibilidades de envolvimento dos alunos e do contato aproximado 
destes com obras e artistas.
Museus também ensinam
Outro tipo de formação apontada pelos especialistas como eficaz, além 
dos programas de graduação e de pós-graduação das universidades e 
das parcerias travadas entre fundações, estados e municípios, são os 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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cursos oferecidos pelos setores educativos de diversos museus. De 
duração variada – de um único fim de semana a dois anos –, eles dão 
aos professores a oportunidade de entrar em contato com curadores, 
montadores e artistas e de se preparar melhor para levar os alunos às 
exposições. "Frequentar o educativo de um museu é fundamental para 
dar uma boa aula", diz Mirian Celeste Martins, do Instituto de Artes da 
Universidade Estadual Paulista, responsável pela formação de dezenas 
de profissionais na área. "Mesmo depois de formado, o educador deve 
encarar essa atividade como uma capacitação constante", frisa Mirian.
No Espaço Cultural da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em 
Santos, litoral de São Paulo, Lídice Romano de Moura, professora do 
curso de Educação Artística, defende tanto essa prática que conseguiu 
transformar as atividades de mediação (momento em que o guia explica 
uma obra) em disciplina experimental do currículo no começo de 2006. 
Ela coloca os alunos – a maioria já leciona na rede pública local – para 
viver experiências de monitoria na galeria de arte que funciona dentro 
da universidade. Assim, o espaço acaba sendo rico tanto para o curso 
como para a cidade. "É uma alternativa para os municípios que não têm 
tantas opções de museus e espaços de exposição", justifica. Formada há 
dois anos, Ive Estrela Silva, que leciona para turmas de 1ª e 5ª série e EJA 
na EE Parque das Bandeiras Gleba II, na vizinha São Vicente, frequenta 
regularmente o espaço da Unisanta e já tem programada uma visita com 
os alunos para o início do ano que vem. "Quando falamos sobre arte 
contemporânea, é quase obrigatório essa ponte feita pelos mediadores 
entre a obra e o visitante", teoriza Ive. "E ninguém deve ter vergonha de 
dizer que não entendeu determinado trabalho. A dúvida é o combustível 
das boas visitas." 
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/arte/fundamentos/
aula-arte-cara-nova-424838.shtml>. Acesso em: 16 mar. 2016.
Para você, o contato com espaços não formais de educação, 
como os exemplificados pelos museus virtuais, pode 
contribuir para um maior desenvolvimento estético dos 
estudantes?
Praticas pedagógicas em sala de aula
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Guia virtual para museus no mundo
Neste espaço, você encontra uma grande quantidade de informações 
sobre os museus! 
1. História dos museus
2. Museus no Brasil
3. Museus no mundo
4. Exposição virtual
5. Programação dos museus
6. Museus virtuais
Fonte: <http://www.museus.art.br/>. Acesso em: 21 mar. 2016.
Figura 4.15 | Página inicial do site
A ideia do museu virtual pode amparar também a construção de um projeto que 
visa à exposição de atividades artísticas produzidas pelos próprios alunos, servindo 
de anteparo para a apresentação de propostas metodológicas mais inusitadas e 
instigantes. Por isso, cabe ao educador a função de elaborar projetos criativos que 
ultrapassem a utilização de práticas desconectadas e sem fundamento, podendo 
contribuir para exploração de todas as habilidades e potencialidades de cada sujeito 
envolvido. Outra função dos museus virtuais é a de propiciar o conhecimento de 
diversas formas de produção e apresentação da obra de arte, significando um 
meio para que se possa ver e apreciar a arte. Há que se pontuar que devem ser 
estabelecidos objetivos claros quanto ao uso de computadores nas escolas, por isso 
é preciso um trabalho muito bem articulado e claro para que haja contribuições na 
formação do aluno. 
Do mesmo modo, deve-se lembrar que a arte oferece múltiplas possibilidades 
Praticas pedagógicas em sala de aula
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quanto ao uso das tecnologias. É possível pontuar que seus usos podem também 
estimular a produção e encorajar o processo criativo por meio de novas mídias, dos 
computadores e internet. Assim, vale ressaltar outras potencialidades quanto a esses 
usos na aula de Arte.
O uso de novas tecnologias na escola se faz, tradicionalmente, 
com alguma defasagem em relação ao seu aparecimento. 
Isso é normal, uma vez que raramente são desenvolvidas 
tecnologias que se dirijam diretamente ao processo 
educacional. Na maioria das vezes, porém, a escola se 
apropria das tecnologias desenvolvidas com o mesmo 
enfoque tradicional de supremacia do texto em detrimento ao 
estudo da imagem. [...] No entanto, a maioria das escolas tem 
somente um currículo voltado para a aprendizagem de edição 
de textos e banco de dados, não havendo preocupação, ou 
até conhecimento por parte dos professores, em ensinar 
programas de tratamento de imagens. Sem o aprendizado 
desses programas, ou a oportunidade de explorá-los, o 
aparecimento na tela de imagens, que podem estar ligadas ou 
não a sons e movimentos, não leva o aluno a pensar a imagem 
(PIMENTEL, 2003, p. 115).
1. De acordo com o texto estudado, como os professores 
podem propor novas possibilidades metodológicas visando 
alcançar aulas mais criativas, dinâmicas, significativas, 
instigantes e propagadoras de reflexões importantes para a 
formação do aluno?
2. Quais são os três principais aspectos necessários para que 
uma visita a museu ou exposição possa ser considerada um 
momento de reflexão crítica sobre arte?
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Nesta unidade, o aluno:
• conheceu as potencialidades da educação não formal e de 
seus respectivos ambientes virtuais.
• aprendeu que a educação não formal em arte é capaz de 
estimular e promover reflexões críticas por meio de intervenções, 
ações educativas e exploração de ambientes virtuais.
• refletiu sobre diferentes propostas de ensino que abordaram a 
aproximação de espaços formais e não formais.
• rememorou diversos conteúdos relevantes abordados durante 
as unidades anteriores que serviram de anteparo para reflexões 
sobre novas propostas práticas de arte-educação.
Caro aluno, ao chegar ao fim desta unidade, você conheceu um 
pouco mais sobre as possibilidades de interação entre espaços 
formais e não formais de educação em arte. Descobriu como a 
internet pode ser um ambiente potencializador da aprendizagem 
e como o professor de Arte pode explorar os meios tecnológicos 
para alcançar práticas educativas que sejam inspiradoras, 
instigantes e contributivas. É notável, portanto, que o processo 
de ensino de arte permite fazer múltiplas conexões criativas e 
inusitadas com os mais variados ambientes ou assuntos. Por isso, 
explore ao máximo essas potencialidades! Estimule e envolva 
constantemente seus alunos no apaixonante universo da arte!
1. Ao se objetivar uma formação em Arte que seja enriquecedora 
e contributiva, pensa-se que o ponto de partida possa ser a 
interlocução entre diferentes ambientes. Deste modo, para que 
se alcance uma arte-educação plena e satisfatória é preciso 
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2. Não faz muito tempo, os museus eram vistos como 
instituições aristocráticas, distantes do povo,reservados 
a poucas e seletas pessoas. No entanto, aos poucos isso 
começa a mudar. De acordo com o texto, comente sobre 
os fatores que levaram à mudança na percepção de museus 
como espaços contributivos de educação não formal de arte. 
3. De acordo com os textos estudados nesta unidade, 
exemplifique quais são as atividades e ações pedagógicas 
que podem aproximar os espaços formais e não formais de 
educação em arte. 
considerar algumas questões. Leia as alternativas e assinale a 
sequência correta:
I. É preciso uma conscientização da necessidade de unir os 
esforços da educação formal e da não formal que possam 
juntas promover mecanismos de ampliação do conhecimento, 
inclusão e transformação social.
II. É indispensável que os educadores tenham consciência 
de que os currículos e suas respectivas aulas precisam ser 
flexíveis e voltados para os interesses dos grupos.
III. É preciso que as propostas e ações que tendem a valorizar 
espaços de educação não formal em arte tenham como 
parâmetro básico a criatividade e boa orientação, amparada 
por muita divulgação.
IV. É notável lembrar que espaços de educação não formal 
não têm como objetivo principal elaborar propostas que 
possam vir a contribuir para ampliação do conhecimento em 
arte.
Agora, assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas III e IV estão corretas.
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4. Intervenções que aproximam diferentes espaços de 
construção do conhecimento em arte ainda são pouco 
difundidos na prática docente. Por isso, espera-se que 
propostas de aproximação entre espaços formais e não 
formais possam contribuir para avanços quanto à construção 
de sujeitos mais críticos e possam constantemente cooperar 
com o desenvolvimento da sociedade. Considere as 
informações, leia as sentenças e assinale V para verdadeiro e 
F para falso.
(__) Há algum tempo se discute sobre a necessidade de aulas 
de Arte que relacionem o conhecimento científico, a vivência 
e o cotidiano dos alunos.
(__) Os espaços formais e não formais buscam aproximar 
diferentes formas de conhecimento por meio de ambientes 
que objetivam promover e divulgar a arte.
(__) Os museus são espaços de educação formal e contam 
atualmente com uma gama enorme de atividades educativas 
que buscam contribuir para a construção do conhecimento.
(__) A educação museal tem como princípio a reflexão sobre 
ideias que visam correlacionar-se de forma dinâmica com 
a memória, a identidade, a salvaguarda e celebração do 
passado, de grupos ou épocas.
Agora assinale a alternativa que corresponde à sequência 
correta:
a) V, F, F, V.
b) V, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) V, V, F, V.
5. Pensando nas contribuições propostas pelos museus, 
defina o que são práticas educativas. 
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Referências
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pdf>. Acesso em: 21 mar. 2016.
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Arte e educação 
não formal
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