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NEISSERIA • Gênero com 10 espécies; • 2 principais patológicas Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae. • Cocos Gram negativos, aeróbios, imóveis e não formam endósporos. • Oxidase e catalase positivos (maioria). • Contêm pili (fator associado à virulência). • Neisserias patogênicas competem com o hospedeiro pelo Fe, através da ligação transferrina da célula hospedeira a receptores bacterianos específicos de superfície. A especificidade da ligação à transferrina pode ser a razão de serem patógenos estritos de humanos. NEISSERIA GONORRHOEAE (GONOCOCO) • Infecta mucosa anal, genital e orofaringe, conjuntiva (de RN). • Não apresenta cápsula. • Oxidase/catalase positiva e produz ácido (através da metabolização da glicose). • Fastidiosos (exigentes). • Beta-lactamase (inativa antibióticos lactâmicos, como penicilina). FATORES DE VIRULÊNCIA • Proteínas PI o PorB é a principal proteína da membrana externa e deve estar ativa para a bactéria sobreviver. Formam poros/canais para a passagem de nutrientes para a célula e saída de metabólitos. Afetam a degranulação de neutrófilos protegendo-a da resposta inflamatória. Facilitam a invasão bacteriana das células epiteliais. • Proteínas PII OPA (proteínas de opacidade). Ajudam na adesão. Importantes para sinalização intercelular. • Proteínas PIII proteína RMP (proteínas modificáveis por redução) estimula anticorpos que bloqueiam a atividade bactericida do soro contra as bactérias patogênicas. Encontrada complexada com PorB e ao LOS. • Lipoligossacarídeo (LOS) lipopolissacarídeo da PC. PATOGÊNESE • Ligam às células da mucosa (ação mediada pelas proteínas PII). • Moléculas de adesão celular relacionadas ao antígeno carcinoembrionário (CEACAM) funcionam como receptor das proteínas OPA, estando presentes em células epiteliais, endoteliais e fagócitos. • Penetram nas células, auxiliadas pela PorB e multiplicam-se. • Passam para o espaço subepitelial, onde a infecção se estabelece. • O LOS estimula a resposta inflamatória e a liberação do fator de necrose tumoral α (TNF α), que causa a maioria dos sintomas associados à doença gonocócica. • Pode ligar resíduos de ácido siálico sérico (molécula do hospedeiro) a resíduos de galactose do LOS, tornando a cepa resistente à atividade bactericida do soro, não ativando a cascata do complexo complemento (sistema imune). DOENÇAS • Gonorreia disúria, secreção purulenta. No homem, causa uretrite e na mulher pode gerar cervicite. • Gonococcemia infecções disseminadas, sepse e infecções de pele e articulações. • Infecção de conjuntiva de recém-nascido no momento do parto. DIAGNÓSTICO • Cultura Ágar chocolate (principalmente nas mulheres) e bacterioscopia. EPIDEMIOLOGIA • Ocorre somente em humanos e as taxas de infecção são as mesmas para ambos os sexos. • O grupo etário principal é de 15-24 anos. • Transmitida, principalmente, por contato sexual, sendo que as mulheres têm risco de 50% de adquirir a infecção, após uma única exposição, enquanto os homens apresentam um risco de 20%. • O principal reservatório para os gonococos é o indivíduo portador e assintomático. • Metade de todas as mulheres infectadas têm infecções brandas ou são assintomáticas. • Homens são inicialmente sintomáticos. • Os sintomas desaparecem em poucas semanas em indivíduos com a doença não tratada. NEISSERIA MENINGITIDIS (MENINGOCOCO) • Cápsula de polissacarídeos. • Crescimento fastidioso. • Oxidase e catalase positivos. • A produção de ácidos se dá a partir de glicose e maltose metabolizadas. • Contêm pili e produzem hemolisina. • Membrana externa constituída de LPS e de bicamada fosfolipídica, na qual as proteínas de membrana externa (OMP) estão inseridas. FATORES DE VIRULÊNCIA • As OMP são classificadas em 5 classes: o Classe 1 PorA: poros seletivos para cátions. o Classe 2 ou 3 PorB: poros seletivos para ânions. o Classe 4 Proteína RMP (proteínas modificáveis por redução). o Classe 5 Proteína OPA e OPC (OPC possui características adesivas semelhantes, mas é antigênica e estruturalmente distinta da OPA). PATOGÊNESE • Aderem-se às células epiteliais não-ciliadas da nasofaringe e depois ocorre a ligação das proteínas OPA aos receptores CEACAM e das OPC aos receptores nas células epiteliais, que são as proteoglicanas sulfato de heparan (HSPG). • Depois são internalizados em vacúolos fagocíticos e capazes de evitar a morte intracelular, multiplicar-se e migrar para os espaços subepiteliais. • A endocitose é mediada pela OMP de Classe 2 ou 3. • As propriedades antifagocíticas da cápsula polissacarídica protegem a bactéria. • O dano vascular difuso, associado às infecções meningocócicas, é causado pela ação da endotoxina do LOS (na membrana externa). DOENÇAS • Doença Meningocócica o meningococo é isolado da nasofaringe e é transmitido por contato direto, o que pode causar conjuntivite, meningite, pneumonia e pericardite. • Meningite pode causar danos neurológicos. • Meningococcemia sepse, pode gerar trombose e acometimento de órgãos importantes. DIAGNÓSTICO • Análise do LCR (apresenta-se turvo). • Polimorfonucleares bacteriana com neutrófilos aumentados, viral com leucócitos aumentados. • Proteinorraquia. • Glicorraquia com pouca glicose (= ou < que 1/3 da glicemia). EPIDEMIOLOGIA • Ocorre no mundo todo, epidemias são frequentes em países em desenvolvimento. • A bactéria é transmitida por perdigotos respiratórios entre pessoas em contato íntimo prolongado. • Em geral, atinge mais as crianças menores de 5 anos. • Os seres humanos são os únicos portadores naturais de N. meningitidis.