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A patologia é provocada pelo parasito Enterobius ver-
miculares da família Oxyuridae. Tem maior incidên-
cia nas regiões de clima temperado e é muito comum 
atingir, principalmente, a faixa etária de 5 a 15 anos. 
O helminto possui nítido dimorfismo sexual, encon-
trando características distintas entre os sexos. Em co-
mum, ambos possuem cor branca, brilhante e fina-
mente estriada. O aparelho digestivo começa com a 
boca situada na extremidade anterior e envolvida por 
três pequenos lábios retráteis. Seguida do esôfago 
longo, musculoso, cujo diâmetro vai aumentando para 
trás e termina por uma formação esférica, o bulbo eso-
fagiano, provido internamente de válvulas para asse-
gurar a progressão unidirecional dos alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fêmea – é maior, medindo cerca de 1cm de compri-
mento, possuindo cauda pontiaguda e longa. A vulva 
abre-se na porção média anterior, a qual é seguida por 
uma curta vagina que se comunica com dois úteros; 
cada ramo uterino se continua com o oviduto e ovário. 
Os óvulos produzidos descem pelos ovidutos e, depois 
de fecundados nesse nível, vão acumular-se nos úte-
ros, pois não haverá oviposição enquanto a fêmea per-
manecer no interior do intestino do hospedeiro. 
Macho – é menor, medindo cerca de 5mm de compri-
mento, só possuem um testículo com respectivo canal 
deferente e um canal ejaculador que se abre na cloaca; 
a cauda é enrolada em sentido ventral. 
O ciclo é monoxênico, ou seja, possui apenas o hospe-
deiro definitivo. No indivíduo infectado, os machos e 
fêmeas vivem no ceco e no apêndice. Vivem aderidos 
à mucosa ou livres na cavidade, alimentando-se do 
conteúdo intestinal. As fêmeas fecundadas conseguem 
acumular de 5.000 a 16.000 ovos, de modo que seus 
úteros acabam por se transformar em um único saco 
distendido pela massa ovular. 
Quando grávidas, as fêmeas abandonam o ceco e mi-
gram para o reto, devido ao abaixamento diário da 
temperatura retal do paciente durante a noite. Com a 
oviposição, completa-se a vida do helminto adulto, 
que não tardará a morrer. Outras vezes as fêmeas, ao 
chegarem ao períneo, morrem, ficam ressecadas e se 
rompem, liberando então vários milhares de ovos cada 
uma. A duração de sua existência é estimada em 35 a 
50 dias. 
No interior dos ovos, encontra-se uma larva já for-
mada, que pode se desenvolver para L2. Mas para a 
continuação de seu desenvolvimento é necessária uma 
atmosfera com oxigénio. Os estágios 3 e 4 evoluem 
dentro do ovo na região perineal. O quinto estágio 
constitui a forma infectante para o homem e acontece 
no solo. Ao serem ingeridos, as larvas rabditoides vão 
eclodir no intestino delgado do novo hospedeiro (ou 
do próprio paciente, já parasitado), que irão alimentar-
se, crescer e transformar-se em vermes adultos, so-
frendo duas mudas, enquanto migram lentamente para 
o ceco. 
Lembrar! Somente os ovos no quinto estágio larval 
são infectantes e sua eclosão ocorre no intestino del-
gado. 
A ação patogênica no intestino é de natureza mecânica 
e irritativa, devido à erosão que os vermes causam na 
mucosa. No sangue, costuma haver eosinofilia ligeira. 
O sintoma que aparece com mais frequência é o pru-
rido anal, causado pela presença do parasita na pele. A 
margem do ânus apresenta-se, então, avermelhada, 
congestionada e por vezes recoberta de muco que 
chega a ser sanguinolento. A coceira manifesta-se com 
periodicidade regular, à noite, logo após deitar-se. Nas 
 
meninas, acompanha-se algumas vezes de prurido vul-
var. Com isso, há perturbações do sono que acabam 
por trazer nervosismo, irritabilidade e insônia. Nos ca-
sos de infecção intensa, instala-se uma colite crónica, 
com produção de fezes moles ou diarréicas, per-
turbações do apetite e emagrecimento. 
Os mecanismos de transmissão que podem ocorrer 
são: 
Heteroinfecção: quando ovos presentes na poeira ou 
alimentos atingem novo hospedeiro (é também conhe-
cida como primoinfecção); 
Indireta: quando ovos presentes na poeira ou alimen-
tos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou; 
auto-infecção externa ou direta: a criança (fiequente-
mente) ou o adulto (raramente) levam os ovos da re-
gião perianal a boca. E o principal mecanismo respon-
sável pela cronicidade dessa verminose; 
Auto-infecção interna: parece ser um processo raro 
no qual as larvas eclodiriam ainda dentro do reto e de-
pois migrariam até o ceco, transformando-se em ver-
mes adultos; 
Retroinfecção: as larvas eclodem na região perianal 
(externamente), penetram pelo ânus e migram pelo in-
testino grosso chegando até o ceco, onde se transfor-
mam em vermes adultos. 
1. A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro 
não deve ser "sacudida" pela manhã, e sim enrolada e 
lavada em água fervente, diariamente; 
2. O tratamento de todas as pessoas parasitadas da fa-
mília (ou outra coletividade) deve ser feito, repetindo 
o medicamento duas ou três vezes, com intervalo de 
20 dias, até que nenhuma pessoa se apresente parasi-
tada; 
3. Deve-se realizar o corte rente das unhas, aplicar po-
mada mercurial na região perianal ao deitar-se, tomar 
banho de chuveiro ao levantar-se e realizar a limpeza 
doméstica com aspirador de pós, são medidas comple-
mentares de utilidade. 
São os mesmos empregados contra o A. lumbricoides, 
sendo eles Albendazol, Pamoato de Pirantel (Comban-
trin e Piranver) e Ivermectina.

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