Logo Passei Direto
Buscar

Rodrigo Rizzo Tradução livre do livro Explicando a Dor de David Butler e Lorimer Moseley, por Rodrigo Rizzo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Tradução	
  livre	
  do	
  livro	
  	
  
“Explicando	
  a	
  Dor”	
  de	
  David	
  
Butler	
  e	
  Lorimer	
  Moseley,	
  por	
  
Rodrigo	
  Rizzo.	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   2	
  
Sobre	
  a	
  tradução:	
  
	
   	
  
	
   Essa	
   é	
  uma	
   tradução	
   livre	
  do	
   livro	
   “Explicando	
  a	
  Dor”	
   escrito	
  
por	
  David	
  Butler	
  e	
  Lorimer	
  Moseley.	
  Esse	
  livro	
  tem	
  sido	
  usado	
  como	
  
guia	
  para	
  educar	
  pacientes	
  com	
  dor	
  crônica	
  em	
  pesquisas	
  cientificas	
  
e	
  no	
  ambiente	
  clinico	
  ao	
  redor	
  do	
  mundo.	
  	
  
	
  
	
   Atualmente	
  a	
  educação	
  mais	
  moderna	
  sobre	
  dor	
  para	
  pacientes	
  
com	
  dor	
  crônica	
  é	
  sobre	
  neurofisiologia	
  da	
  dor.	
  E	
  esse	
  livro	
  é	
  uma	
  das	
  
referências	
   mais	
   completas	
   sobre	
   o	
   assunto.	
   E	
   pode	
   ser	
   lido	
   e	
  
entendido	
   facilmente	
   por	
   profissionais	
   da	
   saúde	
   e	
   principalmente	
  
por	
  pacientes.	
  	
  
	
  
	
   Infelizmente	
   sua	
   tradução	
  para	
  o	
  português	
  não	
   foi	
  divulgada	
  
por	
  algum	
  motivo	
  especifico.	
  Dessa	
  forma	
  eu,	
  Rodrigo	
  Rizzo,	
  tomei	
  a	
  
liberdade	
   de	
   traduzir	
   as	
   partes	
   essenciais	
   do	
   livro	
   para	
   minha	
  
pesquisa	
  de	
  mestrado.	
  Sabendo	
  da	
  importância	
  desse	
  assunto,	
  decidi	
  
tornar	
   o	
   acesso	
   dessas	
   informações	
   público!	
   Lembre-­‐se	
   que	
   eu	
   não	
  
sou	
   tradutor,	
   por	
   isso	
   não	
   espere	
   que	
   a	
   tradução	
   seja	
   exatamente	
  
igual	
   ao	
   original.	
   Além	
   disso,	
   exclui	
   algumas	
   partes	
   igualmente	
  
importantes	
  por	
   isso	
  essa	
   tradução	
  não	
  substitui	
  a	
   leitura	
  completa	
  
do	
   livro.	
   Certamente	
   terão	
   erros	
   de	
   português	
   ou	
   digitação.	
   Eu	
  
realmente	
   não	
   utilizei	
  muito	
  meu	
   tempo	
   para	
   corrigir	
   isso,	
  mas	
   eu	
  
acho	
  que	
  essa	
   tradução	
   livre	
  pode	
  ser	
  bem	
  proveitosa	
  uma	
  vez	
  que	
  
muitas	
   pessoas	
   não	
   falam	
   inglês	
   ou	
   não	
   conhecem	
   o	
   conteúdo	
  
excelente	
  desse	
  livro.	
  
	
  
	
   Eu	
  poderia	
  ter	
  traduzido	
  esse	
  material	
  para	
  minha	
  pesquisa	
  de	
  
mestrado	
  e	
  ter	
  usado	
  somente	
  para	
  essa	
  finalidade.	
  Mas	
  eu	
  acho	
  que	
  
posso	
   contribuir	
  muito	
  mais	
  para	
   a	
   sociedade.	
  Meu	
  pai,	
  minha	
  mãe	
  
ou	
  minha	
  filha	
  podem	
  ser	
  atendidas	
  um	
  dia	
  por	
  algum	
  profissional.	
  E	
  
eu	
  gostaria	
  que	
  esse	
  profissional	
   tivesse	
  esses	
  conhecimentos.	
  Além	
  
disso,	
   é	
  muito	
  mais	
   fácil	
   para	
  mim	
   atender	
   um	
   paciente	
   que	
   tenha	
  
aprendido	
  essas	
   informações	
  previamente	
  do	
  que	
  aquele	
  que	
  nunca	
  
soube	
  disso!	
  	
  
	
  
	
   E	
   caso	
   você	
   queira	
   saber	
   mais	
   sobre	
   o	
   assunto	
   ou	
   expandir	
  
seus	
  conhecimentos	
  na	
  área	
  da	
  dor,	
  pode	
  entrar	
  em	
  contato	
  comigo	
  
pelo	
   site	
   www.mapadador.com.br	
   ou	
   e-­‐mail	
  
rodrigorizzo@mapadador.com.br.	
  	
  
	
  
Bom	
  proveito!!	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   3	
  
Parte	
  1	
  	
  
	
  
Resumo:	
  
-­‐ Toda	
  experiência	
  da	
  dor	
  é	
  uma	
  resposta	
  normal	
  para	
  “o	
  que”	
  o	
  
seu	
  cérebro	
  acha	
  que	
  é	
  ameaçador.	
  
-­‐ A	
   quantidade	
   de	
   dor	
   que	
   você	
   experimenta	
   não	
  
necessariamente	
  está	
   relacionada	
  com	
  a	
  quantidade	
  de	
   tecido	
  
acometido.	
  
-­‐ A	
   construção	
  da	
   experiência	
  da	
  dor	
  no	
   cérebro	
   é	
  baseada	
   em	
  
muitas	
  dicas	
  sensoriais.	
  
-­‐ Dor	
  fantasma	
  pode	
  nos	
  lembrar	
  que	
  existe	
  um	
  membro	
  virtual	
  
no	
  cérebro.	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
1	
  -­‐	
  Dor	
  é	
  normal	
  
	
  
Embora	
   a	
   dor	
   seja	
   uma	
   sensação	
  
desagradável	
  inicialmente	
  ela	
  existe	
  para	
  nos	
  
proteger	
  de	
  alguma	
  possível	
  ameaça	
  ao	
  nosso	
  
corpo.	
  De	
  forma	
  mais	
  comum,	
  a	
  dor	
  acontece	
  
quando	
  o	
  sistema	
  de	
  alarme	
  do	
  corpo	
  alerta	
  o	
  
cérebro	
  de	
  uma	
  possível	
  ou	
   real	
   ameaça	
  nos	
  
tecidos.	
  
	
  
A	
   dor	
   nos	
   protege,	
   nos	
   alerta	
   de	
   alguma	
  
ameaça,	
   frequentemente	
   antes	
   mesmo	
   de	
  
uma	
  lesão	
  ou	
  quando	
  estamos	
  com	
  uma	
  lesão.	
  
	
  	
  
A	
   dor	
   faz	
   nos	
   movimentarmos	
   diferente,	
   pensar	
   diferente	
   e	
   se	
  
comportar	
   diferente.	
   E	
   tudo	
   isso	
   faz,	
   de	
   alguma	
   forma,	
   nos	
  
recuperarmos.	
  	
  
	
  
A	
  dor	
  pode	
  ser	
  tão	
  eficiente	
  que	
  você	
  não	
  consegue	
  pensar,	
  sentir	
  ou	
  
focar	
  em	
  nada	
  além	
  disso.	
  Se	
  o	
  cérebro	
  achar	
  que	
  experimentar	
  dor	
  
não	
   é	
   a	
   melhor	
   coisa	
   para	
   sua	
   sobrevivência	
   (imagine	
   um	
   soldado	
  
ferido	
  na	
  guerra)	
  você	
  pode	
  não	
  sentir	
  dor	
  naquele	
  momento	
  mesmo	
  
com	
  uma	
  lesão	
  severa.	
  	
  
	
  
Existem	
  muitos	
  mitos,	
  falta	
  de	
  entendimento	
  e	
  medos	
  desnecessários	
  
sobre	
  dor.	
  Muitas	
  pessoas	
  inclusive	
  profissionais	
  da	
  saúde	
  não	
  tem	
  os	
  
conhecimentos	
  modernos	
  sobre	
  a	
  dor.	
  Isso	
  é	
  desapontador	
  porque	
  o	
  
entendimento	
   sobre	
   dor	
   ajuda	
   você	
   gerenciar	
   a	
   dor	
   de	
   forma	
  mais	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   4	
  
eficiente.	
   Duas	
   coisas	
   importantes	
   que	
   sabemos	
   sobre	
   o	
  
entendimento	
   da	
   dor:	
   1-­‐	
   o	
   conhecimento	
   da	
   fisiologia	
   pode	
   ser	
  
facilmente	
   entendido	
   por	
   qualquer	
   homem	
   ou	
   mulher	
   que	
   esteja	
  
passando	
   pela	
   rua,	
   e	
   o	
   entendimento	
   de	
   fisiologia	
   da	
   dor	
   muda	
   a	
  
maneira	
   da	
   pessoa	
   pensar	
   sobre	
   a	
   dor,	
   reduz	
   o	
   valor	
   de	
   ameaça	
   e	
  
melhora	
  o	
  seu	
  gerenciamento.	
  	
  
	
  
Por	
   exemplo:	
   A	
   dor	
   pode	
   estar	
   presente	
   em	
   muitos	
   momentos	
   da	
  
nossa	
   vida.	
   Pode	
   surgir	
   depois	
   de	
   um	
   tempo	
   prolongado	
   usando	
   o	
  
computador.	
   Essa	
   sensação	
   é	
   importante	
   porque	
   faz	
   a	
   pessoa	
   a	
  
levantar	
  e	
  se	
  mover.	
  
	
  
Agora,	
  as	
  vezes	
  o	
  sistema	
  da	
  dor	
  parece	
  funcionar	
  de	
  forma	
  estranha.	
  
Por	
   exemplo,	
   um	
   prego	
   no	
   pé	
   não	
   iria	
   doer	
   ate	
   você	
   ver	
   o	
   sangue	
  
escorrendo	
   pelo	
   seu	
   pé.	
   Outras	
   vezes	
   o	
   sistema	
   da	
   dor	
   falha.	
  
Pacientes	
  com	
  câncer	
  grave	
  não	
  sentem	
  dor.	
  E	
  essa	
  é	
  uma	
  das	
  razões	
  
que	
  essa	
  condição	
  pode	
  não	
  ser	
  detectada	
  e	
  colocar	
  em	
  grande	
  risco	
  a	
  
vida	
  da	
  pessoa.	
  
	
  
Por	
  isso	
  podemos	
  dizer	
  que	
  a	
  experiência	
  da	
  dor	
  é	
  normal	
  e	
  embora	
  
desconfortável,	
   é	
   uma	
   excelente	
   resposta	
   àquilo	
   que	
   o	
   seu	
   cérebro	
  
julga	
  ser	
  uma	
  situação	
  de	
  ameaça.	
  Hoje	
  em	
  dia	
  nós	
  acreditamos	
  que	
  
mesmo	
   havendo	
   realmente	
   um	
   problema	
   nas	
   suas	
   articulações,	
  
músculos,	
   ligamentos,	
   nervos,	
   sistema	
   imune,ou	
   qualquer	
   outro	
  
lugar,	
  isso	
  não	
  iria	
  doer	
  se	
  o	
  seu	
  cérebro	
  julgar	
  que	
  você	
  não	
  esta	
  em	
  
perigo.	
  
	
  
Da	
  mesma	
  forma	
  se	
  não	
  existir	
  nenhum	
  problema	
  nos	
  tecidos	
  do	
  seu	
  
corpo,	
   você	
   pode	
   ainda	
   sentir	
   dor	
   se	
   o	
   seu	
   cérebro	
   julgar	
   existir	
  
alguma	
  ameaça.	
  	
  
	
  
Sentir	
   dor	
   por	
   muito	
   tempo	
   é	
   muito	
   desconfortável,	
   mas	
   é	
  
importante	
   saber	
   que	
   você	
   não	
   está	
   sozinho.	
   Cerca	
   de	
   20-­‐30%	
   da	
  
população	
   tem	
  dor	
  por	
  mais	
  de	
  3	
  meses.	
  E	
  de	
  10	
  pessoas	
  que	
  você	
  
parar	
  na	
  rua,	
  é	
  provável	
  que	
  3	
  delas	
  sintam	
  dor	
  por	
  mais	
  de	
  3	
  meses!!	
  
	
  
Ao	
  longo	
  de	
  muito	
  tempo,	
  muitos	
  cientistas	
  tentam	
  explicar	
  como	
  nós	
  
sentimos	
  dor.	
  Há	
  400	
  anos	
  existia	
  um	
  rapaz	
  chamado	
  Rene	
  Descartes.	
  
Um	
   dia	
   sentado	
   na	
   sua	
   mesa,	
   desenhou	
   uma	
   imagem	
   mostrando	
  
como	
   ele	
   entendia	
   a	
   dor.	
   Para	
   ele,	
   o	
   corpo	
   era	
   separado	
   da	
  mente.	
  
Essa	
  maneira	
   de	
  pensar	
   é	
   antiga	
   e	
   frente	
   aos	
   novos	
   conhecimentos	
  
sobre	
  dor	
  deve	
  ser	
  Descartada!	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   5	
  
	
  
Atualmente	
   como	
   nós	
   vamos	
   ver	
   com	
  
mais	
   detalhes,	
   as	
   mensagens	
   do	
   que	
  
está	
  acontecendo	
  no	
  corpo,	
  são	
  levadas	
  
por	
   nervos,	
   primeiro,	
   até	
   a	
   medula	
  
espinal.	
   Na	
   medula	
   espinal,	
   a	
  
mensagem	
   de	
   uma	
   possível	
   ameaça	
  
para	
   o	
   corpo,	
   pode	
   aumentar	
   ou	
  
diminuir	
   de	
   intensidade	
   dependendo	
  
da	
   atividade	
   do	
   cérebro.	
   A	
  mensagem	
  
de	
  ameaça	
  sobe	
  para	
  as	
  diferentes	
  áreas	
  do	
  cérebro.	
  Essa	
  mensagem	
  
ainda	
   não	
   é	
   a	
   dor!	
   É	
   uma	
   mensagem	
   que	
   pode	
   ser	
   julgada	
   pelo	
  
cérebro	
   como	
   ameaçadora	
   ou	
   não,	
   e	
   o	
   cérebro	
   pode	
   responder	
  
fazendo	
   você	
   sentir	
   dor	
   ou	
   não;	
   podendo	
   você	
   sentir	
  muita	
   dor	
   ou	
  
pouca	
  dor;	
  podendo	
  você	
  parar	
   tudo	
  que	
  está	
   fazendo	
  ou	
  continuar	
  
fazendo	
  algo	
  que	
  seja	
  ainda	
  mais	
  importante.	
  
	
  
Isso	
   não	
   quer	
   dizer	
   que	
   você	
   não	
   tenha	
   nada	
   que	
   possa	
   ser	
  
melhorado	
   na	
   sua	
   coluna,	
   mas	
   atualmente	
   nós	
   sabemos	
   que	
   a	
  
experiência	
  da	
  dor	
  de	
  uma	
  pessoa	
  está	
   relacionada	
  com	
  a	
  atividade	
  
do	
  cérebro.	
  	
  	
  	
  
	
  
1.1	
   Fantásticas	
   histórias	
   que	
   mostram	
   que	
   é	
   o	
   cérebro	
   quem	
  
julga	
  a	
  quantidade	
  de	
  dor	
  que	
  sentimos	
  
	
   	
  
Para	
  ficar	
  mais	
  fácil	
  de	
  entender	
  eu	
  vou	
  contar	
  algumas	
  historias	
  que	
  
podem	
   ampliar	
   a	
   maneira	
   que	
   entendemos	
   a	
   dor.	
   Historias	
  
fantásticas	
  que	
  mostram	
  como	
  o	
  cérebro	
  pode	
  participar	
  muito	
  mais	
  
ativamente	
  da	
  experiência	
  da	
  dor	
  de	
  uma	
  pessoa.	
  
	
  
Existem	
  relatos	
  de	
  médicos	
  recebendo	
  no	
  hospital,	
  pessoas	
  
com	
  grandes	
  lesões,	
  como	
  uma	
  flecha	
  atravessada	
  no	
  ombro	
  
e	
  mesmo	
  assim	
  conversando	
  calmamente	
  com	
  a	
  
atendente,	
  sem	
  sentir	
  nenhuma	
  ou	
  pouca	
  dor.	
  	
  
	
  
Existem	
  soldados	
  veteranos	
  de	
  guerra	
  que	
  vão	
  
fazer	
   um	
   exame	
   de	
   imagem	
   de	
   rotina	
   quando	
  
descobrem	
  que	
  tem	
  uma	
  bala	
  na	
  sua	
  coluna	
  há	
  
60	
   anos!	
   Eles	
   nunca	
   souberam	
   disso!!	
   Muitas	
  
historias	
   de	
   soldados	
   que	
   durante	
   a	
   batalha	
   tem	
   uma	
  
lesão	
  severa,	
  perdem	
  até	
  a	
  perna	
  e	
  dizem	
  não	
  ter	
  sentido	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   6	
  
nenhum	
  dor!	
  
	
   	
  
Agora,	
  por	
  outro	
  lado	
  uma	
  lesão	
  muito	
  pequena	
  pode	
  causar	
  uma	
  dor	
  
grande!	
  Uma	
   folha	
  de	
  papel	
  que	
  passa	
  pela	
  ponta	
  do	
  seu	
  dedo!	
  Não	
  
tem	
   nada	
   muito	
   grande	
   acontecendo,	
   mas	
   machuca	
  
bastante!	
   Mesmo	
   sem	
   achar	
   direito	
   o	
   corte,	
   sentimos	
  
uma	
  dor	
  muita	
  chata!	
  
	
  
	
  
Esses	
   exemplos	
  mostram	
  que	
  a	
  quantidade	
  da	
  dor	
  
que	
   você	
   experimenta	
   não	
   necessariamente	
   está	
  
relacionada	
   a	
   quantidade	
   ou	
   tamanho	
   do	
   tecido	
  
comprometido.	
  	
  
	
  
Existem	
  mais	
  historias	
  para	
  eu	
  contar	
  para	
  vocês.	
  Dor	
  lombar	
  é	
  uma	
  
condição	
  muito	
  comum	
  e	
  as	
  pesquisas	
  mostram	
  que	
  a	
  quantidade	
  de	
  
comprometimento	
  do	
  disco	
  e	
  do	
  nervo	
  raramente	
  está	
  associada	
  com	
  
a	
  experiências	
  da	
  dor.	
  Muitas	
  pessoas	
  apresentam	
  hérnias	
  de	
  disco	
  e	
  
mesmo	
  assim	
  não	
  apresentam	
  nenhum	
  sintoma	
  de	
  dor!	
  	
  
	
  
Quando	
   vemos	
   um	
   exame	
   de	
   imagem	
   com	
   todas	
  
aqueles	
   nomes,	
   pode	
   ser	
   amedrontador,	
   mas	
   ao	
  
mesmo	
   tempo	
   pode	
   ser	
   confortante	
   saber	
   que	
  
muitas	
   desses	
   sinais	
   fazem	
   parte	
   do	
   processo	
   de	
  
mudança	
   por	
   estarmos	
   vivos.	
   Essas	
  mudanças	
   não	
  
necessariamente	
  tem	
  que	
  fazer	
  uma	
  pessoa	
  parar	
  de	
  
levar	
  uma	
  vida	
  completamente	
  ativa!	
  É	
  comum	
  ver	
  
nomes	
   como	
   “artrose,	
   “degeneração”	
   no	
   exame	
   de	
  
imagem	
   de	
   um	
   praticante	
   de	
   Yoga,	
   que	
   faz	
   todos	
  
aqueles	
   movimentos	
   contorcidos,	
   e	
   mesmo	
   assim	
  
ele	
  funciona	
  muito	
  bem!!	
  
	
  
	
  
Então	
   se	
   não	
   existe	
   dor,	
   simplesmente	
   significa	
   	
   que	
   essas	
  
mudanças	
   existem	
   nos	
   tecidos,	
   mas	
   não	
   são	
   percebidas	
   como	
  
ameaça	
  pelo	
  cérebro!	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   7	
  
E	
  quando	
  vemos	
  um	
  jogador	
  fazendo	
  um	
  gol,	
  todo	
  o	
  
time	
   o	
   derruba	
   e	
   sobe	
   em	
   cima	
   para	
   comemorar!	
  
Depois	
  o	
  jogador	
  se	
  levanta	
  sorrindo,	
  pulando	
  talvez	
  
com	
   mais	
   energia	
   que	
   antes!	
   Por	
   outro	
   lado,	
   uma	
  
lesão	
   pequena	
   pode	
   ser	
   suficiente	
   para	
   levar	
   uma	
  
pessoa	
  a	
  uma	
  vida	
  com	
  dor	
  crônica.	
  	
  
	
  
	
  
Existe	
  um	
  caso	
  de	
  um	
  surfista	
  Australiano	
  que	
  
estava	
   sentado	
   na	
   sua	
   prancha	
   esperando	
   a	
  
onda.	
   Ele	
   sentiu	
   um	
   beliscão	
   na	
   sua	
   perna	
   e	
  
quando	
   foi	
   ver	
   tinha	
   sido	
   mordido	
   por	
   um	
  
tubarão	
  que	
  arrancou	
  seu	
  membro!	
  	
  
	
  
Talvez	
  você	
  já	
  tenha	
  ouviu	
  falar	
  de	
  alguns	
  homens	
  que	
  experimentam	
  
a	
  dor	
  do	
  parto!	
  Em	
  alguns	
  lugares	
  do	
  mundo	
  acredita-­‐se	
  que	
  quanto	
  
mais	
   dor	
   o	
   papai	
   sentir,	
   melhor	
   pai	
   ele	
   será!	
   Algumas	
   esposas	
  
costuma	
  cuidar	
  do	
  marido	
  enquanto	
  elas	
  estão	
  dando	
  a	
  luz!	
  
	
  
Acupuntura	
   pode	
   aliviar	
   a	
   dor,	
   mas	
   nem	
  
sempre	
  funciona.	
  Na	
  verdade	
  existem	
  indícios	
  
que	
   a	
   acupuntura	
   funciona	
  melhor	
   quando	
   é	
  
feitapor	
   uma	
   mulher	
   ou	
   por	
   um	
   homem	
  
chinês	
  e	
  na	
  china.	
  E	
  funciona	
  menos	
  quando	
  é	
  
feita	
   por	
   alguém	
  não	
   chinês	
   e	
   	
   fora	
   da	
   china.	
  
Mesmo	
  quando	
  feita	
  da	
  mesma	
  forma.	
  	
  
	
  
Pesquisas	
   mostram	
   o	
   formato	
   da	
   aspirina	
   pode	
  
influenciar	
   o	
   efeito	
   do	
   medicamento.	
   Capsulas	
  
transparentes	
  com	
  grânulos	
  coloridos	
  funcionam	
  melhor	
  
do	
   que	
   com	
   grânulos	
   brancos.	
   Grânulos	
   bancos	
  	
  
funcionam	
   melhor	
   do	
   que	
   tablete	
   colorido,	
   que	
  
funcionam	
   melhor	
   do	
   que	
   tabletes	
   quadrados	
   sem	
  
pontas,	
  que	
  funcionam	
  melhor	
  do	
  que	
  tabletes	
  redondos.	
  	
  
	
  
Tudo	
   isso	
  mostra	
   que	
   existem	
  muitas	
   dicas	
   que	
  podem	
   chegar	
  
no	
  cérebro	
  e	
  influenciar	
  a	
  dor.	
  Mas	
  sempre	
  o	
  cérebro	
  que	
  decide	
  
se	
  alguma	
  coisa	
  vai	
  doer	
  ou	
  não!	
  100%	
  das	
  vezes,	
  sem	
  exceção!	
  	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   8	
  
O	
   contexto	
   da	
   experiência	
   da	
   dor	
   é	
   muito	
  
importante.	
   Uma	
   lesão	
   no	
  mesmo	
   dedo	
   indicador	
  
vai	
  causar	
  mais	
  dor	
  em	
  um	
  violinista	
  do	
  que	
  em	
  um	
  
dançarino	
   porque	
   o	
   problema	
   no	
   dedo	
   tem	
   um	
  
valor	
  muito	
  maior	
  de	
  ameaça	
  para	
  o	
  violinista.	
  Esse	
  
evento	
  gera	
  consequências	
  maiores	
  para	
  a	
  vida	
  do	
  
violinista	
   e	
   para	
   sua	
   identidade.	
   Isso	
   acontece	
  
porque	
   muitas	
   informações	
   sensoriais	
   (visão,	
  
audição...,	
  inclusive	
  do	
  corpo)	
  chegam	
  no	
  cérebro	
  e	
  
são	
   avaliadas	
   levando	
   em	
   consideração	
   o	
   que	
  
temos	
   na	
   memoria,	
   a	
   razão,	
   a	
   emoção.	
   Por	
  
exemplo,	
  levamos	
  em	
  consideração	
  as	
  consequências	
  desse	
  problema	
  
na	
   nossa	
   vida	
   e	
   a	
   consequência	
   das	
   nossas	
   respostas	
   frente	
   ao	
  
problema.	
  Uma	
  pessoa	
  que	
  está	
  jardinando	
  e	
  tem	
  no	
  seu	
  pé	
  um	
  prego	
  
pode	
  sentir	
  dor	
   imediatamente	
  ou	
  não.	
  O	
  cérebro	
  decide	
   se	
  a	
  dor	
  é	
  
apropriada	
  naquele	
  momento.	
  Muitas	
  outras	
  dicas	
  podem	
  existir	
  ao	
  
mesmo	
  tempo:	
  o	
  medo	
  de	
  ter	
  uma	
  infecção,	
  medo	
  de	
  uma	
  lesão	
  seria,	
  
a	
  necessidade	
  de	
  proteger	
  outras	
  pessoas,	
  ter	
  que	
  terminar	
  o	
  serviço	
  
o	
  mais	
  rápido	
  possível.	
  	
  	
  
	
  
Sabe,	
  para	
  o	
  cérebro	
  não	
  existe	
  tanta	
  diferença	
  entre	
  uma	
  dor	
  por	
  um	
  
problema	
  físico	
  e	
  emocional.	
  Problemas	
  como	
  
lesão	
   ou	
   uma	
   doença	
   apresenta	
   também	
  
emoção	
   envolvida	
   que	
   pode	
   tornar	
   a	
  
experiência	
   da	
   dor	
  mais	
   desconfortável.	
   Uma	
  
pessoa	
   que	
   é	
   rejeitada	
   pelo	
   seu	
   amor,	
  
apresenta	
   também	
   mudanças	
   na	
   tensão	
  
muscular,	
   e	
   no	
   trabalho	
   de	
   reparação	
   das	
  
células.	
  Da	
  mesma	
  forma	
  que	
  uma	
  pessoa	
  que	
  
sente	
   uma	
   dor	
   no	
   trabalho	
   ao	
   levantar	
   uma	
  
caixa	
   e	
   não	
   é	
   valorizada	
   pelo	
   seu	
   supervisor	
  
ou	
   pelo	
   profissional	
   da	
   saúde,	
   pode	
   ter	
   um	
  
componente	
  muito	
  forte	
  emocional	
  e	
  físico.	
  	
  
	
  
Para	
   lidar	
   bem	
   com	
   a	
   dor,	
   é	
   importante	
   identificar	
   essas	
   dicas	
  
sensoriais.	
  Podemos	
  chamar	
  de	
  dicas	
  (ou	
  nódulos)	
  de	
  ignição.	
  Que	
  
“dão	
  partida”	
  a	
  uma	
  experiência	
  de	
  dor	
  mais	
  desconfortável.	
  
	
  
Dor	
  no	
  trabalho	
  é	
  comum.	
  Dependendo	
  da	
  relação	
  que	
  se	
  tem	
  com	
  o	
  
chefe,	
  a	
  dor	
  pode	
  ser	
  piorada.	
  Podem	
  ter	
  muitas	
  dicas	
  sensoriais	
  que	
  
fazem	
  a	
  dor	
  incomodar	
  mais.	
  Posição	
  do	
  corpo	
  no	
  computador,	
  muito	
  
tempo	
   na	
   mesma	
   posição,	
   quanto	
   nos	
   sentimos	
   cobrados,	
   erro	
   no	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   9	
  
trabalho	
  (senso	
  de	
  controle).	
  Uma	
  espinha	
  não	
  é	
  muito	
  desagradável,	
  
mas	
   pode	
   ser	
   horrível	
   quando	
   aparece	
   próxima	
   de	
   uma	
   evento	
  
importante.	
  	
  
	
  
A	
   dor	
   também	
   depende	
   daquilo	
   que	
   entendemos	
   como	
   fator	
  
causador.	
  Uma	
  mulher	
  que	
  retirou	
  a	
  mama	
  por	
  causa	
  de	
  um	
  câncer,	
  
apresenta	
  dor	
  mais	
  intensa	
  e	
  desconfortável	
  quando	
  ela	
  atribui	
  a	
  dor	
  
com	
  um	
  possível	
  retorno	
  do	
  câncer.	
  Independente	
  do	
  que	
  realmente	
  
está	
  acontecendo	
  nos	
  tecidos	
  do	
  corpo.	
  	
  
	
  
Outro	
  exemplo	
  é	
  de	
  um	
  experimento	
  em	
  que	
  voluntários	
  recebem	
  um	
  
choque	
   na	
   região	
   da	
   cabeça	
   por	
   um	
   estimulador.	
   Eles	
   vão	
   sentido	
  
mais	
   dor	
   a	
   medida	
   que	
   dizem	
   para	
   eles	
   que	
   a	
   intensidade	
   está	
  
aumentando.	
  No	
  entanto	
  a	
  intensidade	
  permanece	
  a	
  mesma.	
  
	
  
Além	
  disso,	
  a	
  falta	
  de	
  informação	
  e	
  de	
  entendimento	
  também	
  produz	
  
impulsos	
   para	
   aumentar	
   o	
   medo.	
   Por	
   exemplo,	
   dor	
   inexplicável	
   e	
  
continua,	
   e	
   imaginar	
   lesões	
   em	
   tecidos	
   profundos	
   que	
   você	
   não	
  
podem	
   ser	
   vistos,	
   aumentam	
   o	
   valor	
   de	
   ameaça	
   da	
   dor.	
   Existem	
  
estudos	
   que	
   mostram	
   que	
   quanto	
   mais	
   uma	
   pessoa	
   souber	
   do	
  
procedimento	
  cirúrgico	
  menos	
  medicamentos	
  eles	
  precisarão	
  depois	
  
da	
  cirurgia.	
  	
  
	
  
A	
  quantidade	
  da	
  dor	
  pode	
  depender	
  até	
  de	
  quem	
  está	
  
do	
  seu	
  lado.	
  Pesquisadores	
  perceberam	
  que	
  os	
  homens	
  
sentem	
   mais	
   dor	
   quando	
   recebiam	
   um	
   estimulo	
  
doloroso	
   de	
   uma	
   mulher	
   do	
   que	
   de	
   outro	
   homem.	
  
Também	
  isso	
  acontece	
  quando	
  estão	
  acompanhados	
  de	
  
uma	
  esposa	
  atenciosa	
  e	
  cuidadora.	
  
	
  
Um	
   outro	
   exemplo	
   é	
   sobre	
   a	
   dor	
   de	
   dente.	
   Estamos	
  
sentindo	
   uma	
   dor	
   terrível	
   no	
   dente.	
   Marcamos	
   hora	
  
com	
  o	
  e	
  quando	
   já	
  na	
  sala	
  de	
  espera	
  a	
  dor	
  parece	
   ter	
  
desaparecido.	
  Esse	
   é	
  um	
  bom	
  exemplo	
  que	
  a	
  dor	
  nos	
  
faz	
   agir	
   para	
   resolver	
   o	
   problema.	
   Quando	
   agimos,	
   o	
  
cérebro	
   fica	
   satisfeito	
   e	
   entende	
   que	
   não	
   existe	
  mais	
  
perigo.	
  A	
  ameaça	
  diminui	
  e	
  a	
  dor	
  passa.	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   10	
  
Você	
   já	
   deve	
   ter	
   ouvido	
   falar	
   em	
   dor	
  
fantasma.	
   Uma	
   dor	
   em	
   um	
   membro	
   que	
  
fisicamente	
   não	
   existe.	
   Cerca	
   de	
   70%	
   das	
  
pessoas	
   que	
   sofreram	
   uma	
   amputação	
   já	
  
apresentaram	
  dor	
  fantasma.	
  E	
  a	
  dor	
  aumenta	
  
quando	
  a	
  pessoa	
  fica	
  estressada.	
  A	
  dor	
  pode	
  
aumentar	
   quando	
   alguém	
   chega	
   perto	
   da	
  
perna	
   onde	
   deveria	
   estar.	
   A	
   dor	
   fantasma	
  
nos	
   ensina	
   que	
   em	
   nosso	
   cérebro	
   tem	
   um	
  
mapa	
   de	
   todas	
   as	
   partes	
   do	
   corpo	
   inclusive	
  
do	
   membro	
   que	
  
foi	
   amputado.	
  
Portanto	
   mesmo	
  
com	
  a	
  ausência	
  deuma	
  parte	
  do	
  corpo,	
  a	
  
perna	
   ainda	
   existe	
   no	
   cérebro.	
   Pesquisas	
  
descobriram	
   que	
   essa	
   organização	
   do	
  
mapa	
  corporal	
  no	
  cérebro	
  muda	
  quando	
  o	
  
membro	
   é	
   retirado	
   e	
   quando	
   a	
   pessoa	
  
sente	
   dor.	
   Na	
   verdade	
   essa	
   organização	
  
muda	
  em	
  casos	
  de	
  dor	
  crônica.	
  	
  
	
  
	
  
A	
   dor	
   não	
   é	
   proporcional	
   a	
   idade.	
   A	
  
dor	
   lombar	
   acontece	
   mais	
   em	
  
pessoas	
   abaixo	
   de	
   60	
   anos	
   do	
   que	
  
acima	
  de	
  60	
  anos.	
  E	
   isso	
  é	
  mais	
  uma	
  
prova	
  de	
  que	
  a	
  dor	
  não	
  tem	
  a	
  ver	
  com	
  
a	
  degeneração	
  dos	
   tecidos.	
  A	
  dor,	
   de	
  
alguma	
   forma	
   é	
   aprendida	
   porque	
  
vamos	
   atribuindo	
   significados	
   a	
   dor.	
  
Um	
   bebe	
   bate	
   a	
   cabeça	
   no	
   chão	
   e	
   primeiro	
   olha	
   para	
   sua	
   mãe.	
  
Dependendo	
  da	
  sua	
  reação,	
  começa	
  a	
  chorar	
  ou	
  continua	
  brincando.	
  
Os	
   profissionais	
   da	
   saúde	
   também	
   ensinam	
   os	
   pacientes	
   sobre	
   o	
  
significado	
  das	
  informações	
  que	
  sentimos.	
  	
  	
  
	
  
Gênero:	
  Existe	
  um	
  mito	
  que	
  as	
  mulheres	
  sentem	
  mais	
  dor	
  do	
  que	
  os	
  
homens	
   até	
   o	
   momento	
   de	
   terem	
   o	
   parto.	
   Nesse	
   momento	
   a	
  
tolerância	
   à	
   dor	
   magicamente	
   aumenta.	
   É	
   mais	
   provável	
   que	
   as	
  
mulheres	
  relatem	
  dor	
  mais	
  honestamente	
  antes	
  de	
  ter	
  o	
  filho.	
  Depois	
  
elas	
  tem	
  a	
  obrigação	
  de	
  ser	
  duronas.	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   11	
  
Cultura:	
  Muitas	
   culturas	
   apresentam	
   rituais	
   de	
  
iniciação	
   envolvendo	
   lesões	
   severas	
   e	
  
raramente	
   são	
   descritos	
   como	
   dolorosos.	
  
Porque	
  sentir	
  dor	
  ao	
  ser	
  picado	
  por	
  milhares	
  de	
  
formigas	
  quando	
  o	
  resultado	
  será	
  entrar	
  na	
  fase	
  
adulta?	
  
	
  
	
  
Parte	
  2	
  
	
  
Resumo:	
  
-­‐ Sensores	
  de	
  ameaça	
  estão	
  espalhados	
  por	
  todo	
  o	
  corpo	
  e	
  estão	
  
sentados	
  nos	
  neurônios;	
  
-­‐ Quando	
   o	
   nível	
   de	
   excitabilidade	
   de	
   um	
   neurônio	
   chega	
   ao	
  
nível	
  critico,	
  a	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  é	
  enviada	
  para	
  a	
  medula	
  
espinal;	
  
-­‐ Quando	
   a	
   mensagem	
   de	
   ameaça	
   alcança	
   a	
   medula	
   espinal,	
  
causa	
   liberação	
   de	
   substancias	
   químicas	
   excitatórias	
   da	
  
sinapses	
  (facilitam	
  a	
  conversa	
  entre	
  os	
  neurônios);	
  
-­‐ Na	
  medula	
  espinal,	
  sensores	
  de	
  neurônios	
  são	
  ativados	
  pelas	
  
substancias	
  químicas	
  e	
  quando	
  o	
  nível	
  de	
  excitabilidade	
  dos	
  
neurônios	
  chegam	
  ao	
  nível	
  critico,	
  uma	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  é	
  
enviada	
  para	
  o	
  cérebro.	
  
-­‐ Antes	
  da	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  seguir	
  caminho	
  ao	
  cérebro,	
  o	
  
próprio	
  cérebro	
  pode	
  enviar	
  analgésicos	
  naturais;	
  
-­‐ A	
  mensagem	
   é	
   processada	
   dentro	
   do	
   cérebro	
   e	
   se	
   o	
   cérebro	
  
concluir	
   que	
   você	
   está	
   em	
   perigo	
   e	
   você	
   precisar	
   tomar	
   uma	
  
ação,	
  ele	
  vai	
  produzir	
  dor;	
  
-­‐ O	
  cérebro	
  ativa	
  diferentes	
  sistemas	
  que	
  trabalham	
  juntos	
  para	
  
tirar	
  você	
  do	
  perigo.	
  	
  	
  
	
  
2-­‐	
  O	
  fantástico	
  sistema	
  de	
  alarme	
  
	
  
Temos	
  um	
  fantástico	
  sistema	
  sensorial	
  que	
  informa	
  ao	
  cérebro	
  sobre	
  
as	
  mudanças	
  nos	
  tecidos	
  do	
  corpo.	
  	
  
	
  
Um	
   componente	
   desse	
   sistema	
   sensorial	
   é	
   o	
   “sistema	
   de	
   alarme	
   à	
  
ameaças”.	
  Um	
  sistema	
  sofisticado	
  construído	
  para	
  alarmar	
  o	
  cérebro	
  
quando	
  estamos	
  sendo	
  ameaçados.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   12	
  
O	
  sistema	
  de	
  alarme	
  tem	
  
um	
   centro	
   de	
   comando	
  
que	
  é	
  o	
  cérebro.	
  Existem	
  
outros	
   centros	
   que	
  
também	
   tem	
   um	
   certo	
  
comando	
   –	
   a	
   medula	
  
espinal	
   (dentro	
   da	
  
coluna	
  vertebral).	
  
	
  
Quando	
   colocamos	
   o	
  
dedo	
   numa	
   superfície	
  
quente,	
   o	
   aumento	
   da	
   temperatura	
   começa	
   a	
   tocar	
   algumas	
  
campainhas	
  localizadas	
  na	
  ponta	
  do	
  dedo.	
  Mensagens	
  de	
  ameaça	
  são	
  
enviadas	
   da	
   pele.	
   Mas	
   o	
   processo	
   pelo	
   qual	
   transforma	
   essa	
  
mensagem	
  em	
  dor	
  é	
  mais	
  complexo	
  do	
  isso.	
  	
  
	
  
2-­‐1	
  Olhando	
  de	
  perto	
  os	
  sinais	
  de	
  alarme	
  
	
  
Sentados	
  na	
  extremidade	
  das	
  células	
  nervosas	
  
existem	
   sensores	
   que	
   tem	
   a	
   habilidade	
   de	
  
transmitir	
  informações	
  para	
  a	
  medula	
  espinal.	
  
	
  
Alguns	
   sensores	
   são	
   especializados	
   em	
  
responder	
   a	
   forças	
   mecânicas	
   como	
   pressão,	
  
agulhada.	
   Outros	
   respondem	
   a	
   mudanças	
   de	
  
temperatura	
  como	
  quente	
  e	
  frio.	
  Alguns	
  outros	
  
respondem	
  a	
  presença	
  de	
  mudanças	
  químicas	
  
que	
   podem	
   vir	
   de	
   fora	
   do	
   corpo	
   como	
   uma	
  
picada	
   ou	
  de	
  dentro	
  do	
  próprio	
   corpo	
   como	
   liberadas	
   pelas	
   células	
  
quando	
  inflamação	
  e	
  acido	
  lático.	
  Quando	
  os	
  sensores	
  respondem	
  aos	
  
estímulos,	
  eles	
  se	
  abrem	
  trocando	
  partículas	
  com	
  a	
  parte	
  de	
  fora	
  dos	
  
neurônios.	
  Isso	
  cria	
  o	
  impulso	
  elétrico	
  nos	
  neurônios.	
  	
  
	
  
Assim	
   como	
   os	
   sensores	
   são	
   especializados,	
   os	
   neurônios	
   que	
   eles	
  
estão	
   sentados	
   também	
   podem	
   ser	
   especializados.	
   Por	
   exemplo,	
  
impulsos	
   elétricos	
   em	
   alguns	
   neurônios	
   viajam	
   a	
   150	
   quilômetros	
  
por	
  hora	
  e	
  em	
  outros	
  neurônios	
  viajam	
  somente	
  a	
  1	
  quilometro	
  por	
  
hora.	
   Isso	
   significa	
   que	
   essas	
   informações	
   são	
   muito	
   limitadas.	
   A	
  
medula	
   espinal	
   é	
   apenas	
   informada	
   “aumentou	
   a	
   temperatura	
   no	
  
meu	
  dedo”,	
  ou	
  “aumentou	
  o	
  acido	
  lático	
  nos	
  meus	
  braço”	
  ou	
  “Perigo!	
  
Na	
   minha	
   coluna”!	
   Nada	
   mais	
   do	
   que	
   isso.	
   Todo	
   o	
   restante	
   da	
  
experiência	
   que	
   temos	
   de	
   repuxar,	
   pressão,	
   alongar,	
   agonizar	
   é	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   13	
  
produzido	
   pelo	
   cérebro	
   e	
   está	
   baseado	
   em	
   TODAS	
   as	
   informações	
  
disponíveis.	
  Não	
  só	
  as	
  mensagens	
  de	
  ameaça.	
  
	
  
Algumas	
  informações	
  vitais	
  sobre	
  os	
  sensores:	
  
	
  
1-­‐	
   Assim	
   como	
   existem	
   sensores	
   na	
   pele,	
  músculos	
   e	
   ossos,	
  muitos	
  
sensores	
   estão	
   no	
   cérebro.	
   Os	
   sensores	
   dos	
   cérebro	
   são	
  
especializados	
  em	
  responder	
  a	
  estímulos	
  químicos.	
  Todos	
  os	
  tipos	
  de	
  
pensamentos	
   podem	
   fazer	
   as	
   campainhas	
   de	
   alarme	
   tocar	
   no	
  
cérebro,	
  da	
  mesma	
  forma	
  que	
  uma	
  irritação	
  na	
  pele	
  por	
  uma	
  picada	
  
faz	
  campainhas	
  de	
  alarme	
  tocarem	
  nos	
  nervos	
  periféricos.	
  
	
  
2-­‐	
  Quando	
  olhamos	
  esses	
  sensores	
  em	
  um	
  microscópio	
  podemos	
  ve-­‐
los	
   em	
  atividade.	
  Eles	
  podem	
  se	
   fechar	
   e	
   abrir.	
  Quando	
  você	
   vai	
   ao	
  
dentista	
   e	
   tomauma	
   injeção	
   de	
   anestesia,	
   as	
   substancias	
   da	
   droga	
  
fazem	
   os	
   sensores	
  mecânicos	
   se	
   fecharem.	
   É	
   por	
   isso	
   que	
   eles	
   não	
  
conseguem	
  detectar	
  estímulos	
  mecânicos.	
  Nenhum	
  impulso	
  chega	
  na	
  
sua	
   medula	
   espinal.	
   O	
   cérebro	
   não	
   aprende	
   com	
   a	
   ameaça.	
   Outros	
  
estímulos	
   químicos	
   podem	
   deixar	
   os	
   sensores	
   abertos	
   como	
   uma	
  
ferroada	
  de	
  uma	
  Raia	
  e	
  gera	
  uma	
  dor	
  bem	
  forte.	
  
	
  
3-­‐	
  A	
  vida	
  dos	
  sensores	
  é	
  curta.	
  Eles	
  vivem	
  só	
  por	
  poucos	
  dias	
  e	
  
eles	
  são	
  substituídos	
  por	
  sensores	
  frescos.	
  Isso	
  significa	
  que	
  sua	
  
sensibilidade	
   está	
   continuamente	
   em	
   mudança.	
   Lembre	
   desse	
  
ponto.	
   Se	
   você	
   está	
   sofrendo	
   por	
   dor,	
   isso	
   pode	
   lhe	
   dar	
   uma	
  
esperança.	
  Seu	
  nível	
  de	
  atual	
  de	
  sensibilidade	
  não	
  está	
  fixo.	
  	
  
	
  
4-­‐	
  Sensores	
  são	
  proteínas	
  feitas	
  pelos	
  neurônios	
  que	
  tem	
  um	
  livro	
  de	
  
receitas	
   chamado	
   DNA.	
   Existem	
   muitas	
   receitas	
   no	
   DNA	
   incluindo	
  
aqueles	
   diferentes	
   tipos	
   de	
   sensores.	
   Os	
   sensores	
   especializados	
  
feitos	
   por	
   um	
   neurônio	
   particular	
   depende	
   de	
   qual	
   receita	
   foi	
  
escolhida	
   ou	
   “ativada”.	
   Qual	
   receita	
   é	
   ativada	
   depende	
   do	
   que	
   está	
  
acontecendo	
  no	
  momento.	
  O	
  mix	
  de	
  sensores	
  é	
  relativamente	
  estável,	
  
mas	
  podem	
  mudar	
  muito	
  rapidamente.	
  Se	
  o	
  seu	
  cérebro	
  decide	
  que	
  o	
  
aumento	
   da	
   sensibilidade	
   é	
   o	
  melhor	
   a	
   se	
   fazer	
   para	
   sobreviver,	
   o	
  
DNA	
   pode	
   aumentar	
   a	
   produção	
   dos	
   sensores	
   que	
   se	
   abrem	
   a	
  
química	
  do	
  estresse	
  como	
  adrenalina.	
  
	
  
5-­‐	
   Similarmente,	
   a	
   quantidade	
   de	
   sensores	
   que	
   são	
   feitos	
   é	
  
relativamente	
  estável,	
  mas	
  pode	
  mudar	
  rapidamente.	
  A	
  mudança	
  na	
  
quantidade	
   de	
   sensores	
   produzidos	
   aumenta	
   ou	
   diminui	
   a	
  
sensibilidade	
  dos	
  neurônios	
  aos	
  estímulos	
  particulares.	
  Se	
  você	
   tem	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   14	
  
uma	
  dor	
  persistente,	
   você	
  pode	
   ter	
   esperança	
  porque	
   a	
   quantidade	
  
de	
   fabricação	
   dos	
   sensores	
   pode	
   ser	
   reduzida	
   se	
   a	
   necessidade	
   de	
  
produção	
  for	
  reduzida.	
  	
  
	
  
Como	
  os	
  sensores	
  e	
  a	
  atividade	
  dos	
  sensores	
  estão	
  relacionadas	
  
com	
  a	
  dor?	
  	
  
	
  
Apesar	
   de	
   estarmos	
   falando	
   sobre	
   dor,	
   não	
   existem	
   receptores	
   de	
  
dor,	
   nervos	
   de	
   dor,	
   caminhos	
   da	
   dor,	
   ou	
   centros	
   de	
   dor.	
   Existem	
  
neurônios	
   espalhados	
   pelos	
   tecidos	
   do	
   corpo	
   que	
   respondem	
   se	
   os	
  
estímulos	
   forem	
   suficientes	
   para	
   serem	
   perigosos	
   aos	
   tecidos.	
  
Ativação	
   desses	
   neurônios	
   especiais	
   enviam	
   sinais	
   de	
   alarme	
   com	
  
prioridade	
   para	
   a	
  medula	
   espinal	
   que	
   são	
   enviadas	
   para	
   o	
   cérebro.	
  
Esse	
  tipo	
  de	
  atividade	
  dos	
  nervos	
  é	
  chamada	
  de	
  nocicepção	
  (recepção	
  
de	
  ameaças).	
  A	
  todo	
  tempo	
  está	
  acontecendo	
  mensagens	
  de	
  ameaças,	
  
mas	
  somente	
  as	
  vezes	
  elas	
  terminam	
  em	
  dor.	
  	
  
	
  
Nocicepção	
  é	
  o	
  percursor	
  mais	
  comum	
  da	
  dor,	
  mas	
  isso	
  não	
  significa	
  
que	
  é	
  o	
  único.	
  Por	
  exemplo,	
  alguns	
  pensamentos	
  podem	
  ativar	
  sinais	
  
de	
  alarme	
  dentro	
  do	
  cérebro	
  sem	
  nocicepção	
  em	
  nenhum	
  lugar.	
  	
  
	
  
Lembre	
  que	
  nocicepção	
  não	
  é	
  suficiente	
  e	
  nem	
  necessária	
  para	
  
gerar	
  dor.	
  	
  	
  
	
  
2.3	
  -­‐	
  Enviando	
  as	
  mensagens	
  
Os	
  neurônios	
   são	
   ativados	
   eletricamente.	
  Toda	
  vez	
  que	
  os	
   sensores	
  
se	
   abrem,	
   são	
   carregados	
   por	
   partículas	
   positivas	
   que	
   correm	
   para	
  
dentro	
   deles.	
   Quanto	
   mais	
   sensores	
   se	
   abrem	
   e	
   a	
   excitabilidade	
  
dentro	
   do	
   neurônio	
   alcança	
   um	
   nível	
   critico,	
   uma	
   onda	
   rápida	
   de	
  
corrente	
  elétrica	
  viaja	
  pelo	
  neurônio.	
   Isso	
  é	
  chamado	
  de	
  impulso	
  ou	
  
mais	
   tecnicamente	
  de	
  potencial	
  de	
  ação.	
  Os	
   impulsos	
  são	
  a	
  maneira	
  
que	
   os	
   nervos	
   carregam	
   mensagens.	
   Um	
   impulso	
   é	
   uma	
   simples	
  
mensagem.	
  	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   15	
  
No	
   gráfico,	
   o	
   eixo	
  
horizontal	
  representa	
  o	
  
tempo	
   e	
   o	
   vertical	
  
representa	
   o	
   nível	
   de	
  
excitabilidade.	
   Note	
   no	
  
começo	
   do	
   gráfico,	
  
como	
   o	
   nível	
   da	
  
excitabilidade	
   varia,	
  
principalmente	
   devido	
  
o	
   numero	
   de	
   sensores	
  
que	
  estão	
  abertos.	
  Note	
  
também	
   que	
   existe	
   um	
  
momento	
   critico	
   (de	
  
tudo	
   ou	
   nada;	
   limiar)	
  
que	
  a	
  mensagem	
  ocorre.	
  Quando	
  o	
  nível	
  de	
  excitabilidade	
   chega	
  no	
  
nível	
   critico	
  de	
  excitabilidade,	
  mesmo	
  pequenos	
  eventos	
  que	
  abrem	
  
apenas	
  poucos	
  sensores,	
  podem	
  disparar	
  a	
  mensagem.	
  	
  Então	
  se	
  esse	
  
neurônio	
   for	
   especializado	
   em	
   carregar	
   mensagem	
   de	
   ameaça,	
  
somente	
  estímulos	
  pequenos	
  como	
  movimentos	
  leves	
  ou	
  mudança	
  na	
  
temperatura	
  podem	
  ser	
   suficientes	
  para	
   fazer	
   a	
  quantidade	
  de	
   íons	
  
positivos	
  alcançarem	
  o	
  ponto	
  critico	
  de	
  excitabilidade	
  e	
   fazer	
  sentir	
  
uma	
  dor	
  (dependendo	
  é	
  claro	
  da	
  conclusão	
  do	
  cérebro).	
  
	
  
Lembre	
   que	
   quando	
   estamos	
   falando	
   de	
   recepção	
   de	
   ameaça,	
   a	
  
mensagem	
  que	
  é	
  enviada,	
  pelo	
  seu	
  nervo	
  para	
  a	
  medula	
  espinal	
  só	
  diz	
  
“ameaça”.	
  Isso	
  não	
  diz	
  “dor”.	
  De	
  alguma	
  maneira	
  a	
  medula	
  espinal	
  e	
  o	
  
cérebro	
   recebe	
   e	
   analisa	
   esses	
   impulsos	
   e	
   cria	
   uma	
   experiência	
  
significativa	
  que	
  pode	
  ou	
  não	
  incluir	
  a	
  dor.	
  
	
  
2.4	
  -­‐	
  A	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  chega	
  na	
  medula	
  espinal	
  	
  
Quando	
  a	
  mensagem	
  alcança	
  a	
  outra	
  
extremidade	
  do	
  neurônio	
   (dentro	
  da	
  
coluna	
  vertebral),	
  também	
  despejada	
  
substancias	
   químicas	
   que	
   ficam	
   ao	
  
redor	
  de	
  neurônios	
  vizinhos.	
  
Muitos	
   neurônios	
   que	
   vem	
   dos	
  
tecidos	
   do	
   corpo	
   chegam	
   eu	
   um	
  
neurônio	
   que	
   sobe	
   para	
   o	
   cérebro.	
  
Cada	
  neurônio	
  libera	
  um	
  certo	
  mix	
  de	
  
substancias	
   químicas.	
   No	
   ponta	
   do	
  
outro	
   neurônio	
   existem	
   sensores	
  
químicos	
   especializados	
   em	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   16	
  
responder	
  a	
  algumas	
  das	
  substancias	
  químicas	
  que	
   foram	
  liberadas,	
  
mas	
   não	
   todas.	
   Basicamente,	
   substancias	
   químicas	
   com	
   formato	
  
redondo	
   encaixam-­‐se	
   nos	
   sensores	
   redondos,	
   as	
   substancias	
  
químicas	
  quadradas	
  encaixam-­‐se	
  nos	
  sensores	
  quadrados...	
  Se	
  eles	
  se	
  
encaixarem,	
   os	
   sensores	
   se	
   abrem.	
   Isso	
   é	
   chamado	
   de	
   principio“chave	
  -­‐	
  fechadura”.	
  	
  
	
  
A	
   mensagem	
   de	
   ameaça	
   vai	
   liberar	
   substancias	
   químicas.	
   As	
  
substancias	
  químicas	
  são	
  as	
  chaves	
  para	
  abrir	
  os	
  sensores	
  redondos	
  
do	
  segundo	
  neurônio.	
  Da	
  mesma	
  forma	
  que	
  antes,	
  quando	
  o	
  nível	
  de	
  
excitabilidade	
   do	
   segundo	
   neurônio	
   alcançar	
   o	
   nível	
   critico...	
   um	
  
potencial	
  de	
  ação	
  surge!	
  O	
  segundo	
  neurônio	
  envia	
  a	
  mensagem	
  para	
  
o	
  cérebro.	
  Essa	
  mensagem	
  diz	
  “ameaça!”	
  
	
  
Essa	
  comunicação	
  entre	
  um	
  neurônio	
  e	
  outro	
  chama-­‐se	
  “sinapse”.	
  A	
  
sinapse	
   é	
  mais	
   ou	
  menos	
   como	
  um	
   correio.	
   O	
   ponto	
   de	
   partida	
   e	
   a	
  
saída	
   do	
   correio	
   está	
   sempre	
   mudando.	
   Se	
   existir	
   uma	
   festa	
   no	
  
correio	
   e	
   todos	
   estão	
   agitados,	
   qualquer	
   tipo	
   de	
   mensagem	
   vai	
  
passar.	
  No	
  entanto,	
   esse	
  é	
  apenas	
  um	
  correio	
   regional	
   e,	
  de	
  alguma	
  
forma,	
   essa	
   atividade	
   é	
   controlada	
   pela	
   central	
   dos	
   correios	
  
(cérebro).	
   Na	
   verdade,	
   a	
   central	
   dos	
   correios	
   (cérebro)	
   pode	
   até	
  
mesmo	
  fechar	
  o	
  correio	
  regional	
  (medula	
  espinal)	
  se	
  for	
  necessário.	
  
Através	
  de	
  um	
  interno	
  e	
  poderoso	
  sistema	
  de	
  controle	
  de	
  ameaça.	
  	
  
	
  
Como	
   isso	
   é	
   feito?	
   Neurônios	
   do	
   cérebro	
   descem	
   para	
   encontrar	
  
qualquer	
  impulso	
  de	
  chegada.	
  Não	
  existe	
  duvida	
  da	
  força	
  dessa	
  via	
  e	
  
já	
   foi	
   mostrada	
   nas	
   historias	
   sobre	
   dor.	
   Na	
   verdade	
   é	
  
aproximadamente	
   60	
   vezes	
   mais	
   poderoso	
   do	
   que	
   qualquer	
   droga	
  
injetada	
   ou	
   tomada	
   por	
   que	
   você.	
   Isso	
   permite	
   uma	
   enxurrada	
   de	
  
substancias	
  químicas	
  (hormônios	
  da	
  felicidade)	
  tais	
  como	
  opióides	
  e	
  
serotonina	
   que	
   tem	
   formatos	
   diferentes.	
   E	
   por	
   ter	
   formatos	
  
diferentes	
  podem	
  ativar	
  diferentes	
  sensores.	
  Esses	
  sensores	
  fazem	
  as	
  
partículas	
  positivas	
  do	
  neurônio	
  saírem	
  de	
  dentro	
  dele,	
  tornando-­‐os	
  
menos	
   excitável.	
   Ou	
   seja,	
   os	
   neurônios	
   ficam	
   menos	
   propensos	
   a	
  
enviar	
   a	
   mensagem	
   de	
   ameaça.	
   Então	
   o	
   impulso	
   descendente	
  
amortece	
  o	
  sinal	
  de	
  alarme.	
  
	
  
Sim,	
   com	
   esse	
   sistema,	
   você	
   pode	
   vencer	
   uma	
   grande	
   final	
   ou	
   um	
  
campeonato	
  mundial	
  ou	
  cozinhar	
  por	
  vinte	
  enquanto	
  ainda	
  tem	
  uma	
  
lesão.	
  
	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   17	
  
2.5	
  -­‐	
  A	
  mensagem	
  é	
  processada	
  no	
  cérebro	
  
	
  
O	
   nervo	
   mensageiro	
   da	
   ameaça	
   leva	
   a	
   mensagem	
   de	
   ameaça	
   da	
  
medula	
  espinal	
  para	
  o	
  cérebro.	
  A	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  chega	
   junto	
  
com	
   muitas	
   outras	
   mensagens	
   e	
   todas	
   elas	
   são	
   processadas	
   no	
  
cérebro.	
  O	
   desafio	
   para	
   o	
   cérebro	
   é	
   construir	
   uma	
   historia	
   da	
  
melhor	
   forma	
   possível,	
   baseada	
   em	
   todas	
   as	
   informações	
   que	
  
estão	
  chegando.	
  O	
  cérebro	
  “da	
  peso”	
  àquilo	
  que	
  acontece	
  e	
  responde	
  
fazendo	
  muitas	
  coisas.	
  Uma	
  delas	
  é	
  dando	
  a	
  você	
  uma	
  percepção	
  do	
  
que	
  esta	
  acontecendo.	
  	
  Uma	
  maneira	
  de	
  pensar	
  sobre	
  a	
  dor	
  é	
  que	
  ela	
  
é	
  parte	
  da	
  resposta	
  do	
  cérebro	
  à	
  informação	
  que	
  está	
  chegando.	
  
	
  
Uma	
  das	
  coisas	
  mais	
  importantes	
  que	
  nós	
  aprendemos	
  	
  com	
  exames	
  
de	
  imagem	
  do	
  cérebro,	
  é	
  que	
  na	
  experiência	
  da	
  dor,	
  muitas	
  parte	
  do	
  
cérebro	
   estão	
   envolvidas	
   simultaneamente.	
   Embora	
   podemos	
   ver	
  
padrões	
  consistentes	
  de	
  atividade	
  no	
  cérebro	
  durante	
  a	
  experiência	
  
da	
  dor	
  das	
  pessoas,	
  	
  a	
  quantidade	
  de	
  atividade	
  varia	
  entre	
  as	
  pessoas	
  
e	
   em	
   diferentes	
   momentos	
   na	
   mesma	
   pessoa.	
   Cada	
   experiência	
   da	
  
dor	
  é	
  única.	
  	
  
	
  
Não	
   existe	
   um	
   único	
   centro	
   da	
   dor	
   no	
   cérebro,	
   como	
   as	
   pessoas	
  
costumam	
   pensar.	
   Existem	
   muitos!	
   Nós	
   chamamos	
   essas	
   áreas	
   de	
  
“nódulos	
  de	
  ignição”.	
  	
  
	
  
Essas	
   partes	
   do	
   cérebro	
   incluem	
   aglomerados	
   de	
   nódulos	
   usados	
  
para	
   sensação,	
  movimento,	
   emoções	
   e	
  memoria.	
  A	
  dor	
   apenas	
  pega	
  
emprestado	
   essas	
   partes	
   para	
   se	
   expressar.	
   Na	
   dor	
   crônica,	
   alguns	
  
desses	
  nódulos	
  são	
  quase	
  que	
  escravizados	
  pela	
  experiência	
  da	
  dor.	
  É	
  
quase	
  como	
  um	
  vicio	
  a	
  sentir	
  dor.	
  	
  
	
  
Na	
   imagem	
   é	
   possível	
   identificar	
   as	
   partes	
   do	
   cérebro	
   que	
   são	
  
normalmente	
   ativadas	
   durante	
   a	
   experiência	
   da	
   dor.	
   Essas	
   partes	
  
estão	
   todas	
   ligadas	
   uma	
   com	
   as	
   outras	
   elétrica	
   e	
   quimicamente.	
   É	
  
mais	
  ou	
  menos	
  a	
   figura	
  que	
   se	
  vê	
   em	
  revistas	
   aéreas	
  mostrando	
  as	
  
rotas	
  que	
  são	
  feitas	
  por	
  todo	
  o	
  pais.	
  O	
  padrão	
  de	
  atividade	
  que	
  cria	
  a	
  
percepção	
  da	
  dor	
  pode	
  ser	
  considerado	
  uma	
  assinatura	
  da	
  dor.	
  	
  
	
  
Agora	
  nós	
  sabemos	
  que	
  a	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  que	
  vem	
  dos	
  tecidos	
  
pela	
  medula	
   espinal	
   é	
   apenas	
   um	
   impulso.	
   Embora	
   essa	
  mensagem	
  
seja	
   uma	
   parte	
   importante	
   no	
   processamento	
   no	
   cérebro,	
  
especialmente	
  na	
  dor	
  aguda,	
   isoladamente	
  ela	
  não	
  é	
   suficiente	
  para	
  
causar	
   dor.	
   Lembre	
  das	
   historia	
   da	
   dor	
   fantasma.	
  A	
   parte	
   do	
   corpo	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   18	
  
não	
  existe,	
  mas	
  dói	
  e	
  ainda	
  estudos	
  de	
   imagem	
  conseguem	
  mostrar	
  
atividade	
  em	
  todas	
  as	
  mesmas	
  áreas	
  do	
  cérebro	
  incluindo	
  o	
  membro	
  
virtual.	
  	
  
	
  
Possíveis	
  partes	
  da	
  assinatura	
  da	
  dor	
  
1-­‐ Córtex	
   pré-­‐motor	
   e	
   motor:	
   organiza	
   e	
  
prepara	
  o	
  movimento	
  
2-­‐ Córtex	
  cingulado:	
  concentração	
  e	
  foco	
  
3-­‐ Córtex	
   pré-­‐frontal:	
   resolução	
   de	
  
problemas	
  e	
  memoria	
  
4-­‐ Amidala:	
  medo,	
  vicio	
  
5-­‐ Córtex	
   sensorial:	
   discriminação	
   da	
  
sensação	
  
6-­‐ Hipotálamo/	
   Tálamo:	
   resposta	
   ao	
  
estresse,	
  regulação	
  autônoma,	
  motivação.	
  
7-­‐ Cerebelo:	
  movimento	
  e	
  cognição	
  
8-­‐ Hipocampo:	
   memoria,	
   cognição	
   espacial,	
  
medo	
  
9-­‐ Medula	
  espinal:	
  portão	
  das	
  informações	
  que	
  vem	
  da	
  periferia.	
  
	
  
	
  
2.6	
  -­‐	
  A	
  orquestra	
  no	
  cérebro	
  
Uma	
  maneira	
  de	
  entender	
  como	
  o	
  cérebro	
  funciona,	
   incluindo	
  como	
  
produz	
   dor,	
   é	
   pensar	
   em	
  uma	
   orquestra.	
   Uma	
   orquestra	
   habilidosa	
  
pode	
   tocar	
   milhares	
   de	
  
melodias.	
   Pode	
   tocar	
   as	
  
mesmas	
  melodias	
  em	
  tempos,	
  
notas	
   	
   e	
   ênfases	
   diferentes,	
  
usando	
   instrumentos	
  
diferentes.	
   Novas	
   melodias	
  
podem	
   aparecer,	
   velhas	
  
melodias	
   podem	
   ser	
  
revividas,	
   variasimprovisadas,	
  dependendo	
  da	
  
audiência.	
   A	
   dor	
   pode	
   ser	
  
entendida	
  como	
  uma	
  melodia	
  que	
  é	
  tocada	
  pela	
  orquestra.	
  
	
  
Uma	
  boa	
  orquestra	
  pode	
  tocar	
  todas	
  as	
  melodias.	
  E	
  pode	
  facilmente	
  
aprender	
  muitas	
  melodias.	
  No	
  entanto,	
  se	
  a	
  orquestra	
  toca	
  a	
  mesma	
  e	
  
a	
  mesma	
  melodia...	
  Torna-­‐se	
  automática,	
  passa	
  pela	
  memoria,	
  torna-­‐
se	
   mais	
   e	
   mais	
   difícil	
   de	
   tocar	
   qualquer	
   outra	
   coisa.	
   Curiosidade	
   e	
  
criatividade	
  tornam-­‐se	
  perdidas.	
  A	
  audiência	
  fica	
  longe...	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   19	
  
	
   	
  
E	
   essa	
   orquestra	
   é	
   	
   inspiradora.	
   É	
   como	
   uma	
   porção	
   amarelada	
   de	
  
neurônios	
  com	
  consistência	
  de	
  um	
  ovo	
  cozido	
  e	
  macio.	
  Que	
  contem	
  
bilhões	
  de	
  neurônios	
  e	
  cada	
  um	
  deles	
  fazendo	
  milhares	
  de	
  conexões.	
  
Existem	
   mais	
   conexões	
   possíveis	
   no	
   cérebro	
   que	
   partículas	
   no	
  
universo.	
  Neurônios	
  são	
  tão	
  bons	
  em	
  fazer	
  conexões	
  que	
  um	
  simples	
  
neurônio	
   colocado	
   em	
   uma	
   banheira	
   de	
   água	
   salgada	
   vai	
   se	
  
espichando	
   cerca	
   de	
   30%	
   do	
   seu	
   comprimento	
   buscando	
   um	
   novo	
  
neurônio.	
  Bebes	
   fazem	
  milhões	
  de	
   sinapses	
  por	
   segundo,	
  3	
  milhões	
  
de	
  sinapses	
  podem	
  existir	
  em	
  uma	
  cabeça	
  de	
  alfinete.	
  Você,	
  o	
   leitor,	
  
tem	
   um	
   cérebro	
   em	
   constante	
   mudança;	
   milhões	
   de	
   sinapses	
   se	
  
juntando	
  e	
  se	
  separando	
  a	
  cada	
  segundo.	
  Você	
  poderia	
  doar	
  10.000	
  
sinapses	
   para	
   qualquer	
   homem,	
  mulher	
   ou	
   criança	
  desse	
  planeta,	
   e	
  
ainda	
  funcionar	
  de	
  forma	
  sensata!	
  
	
  
2.7	
  -­‐	
  Sistemas	
  que	
  livram	
  você	
  de	
  problemas	
  
	
  
Mensagens	
  de	
  dentro	
  do	
  cérebro	
  não	
   terminam	
  no	
  cérebro.	
  Em	
  um	
  
sistema	
   dinâmico	
   o	
   que	
   acontece	
   dentro	
   vai	
   para	
   fora	
   de	
   alguma	
  
forma.	
   O	
   cérebro	
   faz	
   um	
   julgamento	
   do	
   valor	
   dos	
   impulsos	
   e	
  
responde	
  a	
  eles.	
  Quando	
  você	
  sente	
  frio	
  existem	
  muitas	
  maneiras	
  que	
  
o	
   seu	
   cérebro	
   e	
   	
   corpo	
   podem	
   responder.	
   Quando	
   você	
   está	
   em	
  
perigo,	
   o	
   cérebro	
   chama	
   muitos	
   sistemas	
   para	
   livrar	
   você	
   do	
  
problema.	
   Esses	
   sistemas	
   estão	
   trabalhando	
   todo	
   o	
   tempo.	
   Os	
  
exemplos	
   mais	
   óbvios	
   são:	
   o	
   sistema	
   muscular,	
   que	
   faz	
   você	
   sair	
  
correndo,	
   segurar	
   uma	
   parte	
   do	
   corpo,	
   se	
   esconder	
   ou	
   lutar,	
   e	
   o	
  
sistema	
  simpático,	
  que	
  controla	
  o	
  suor	
  e	
  a	
  distribuição	
  de	
  sangue.	
  	
  
	
  
Outros	
   sistemas	
   tais	
   como	
   os	
   sistemas	
   imunes	
   e	
   endócrinos	
  
trabalham	
   silenciosamente,	
  mas	
   focados	
   em	
   seus	
   trabalhos.	
   Juntos,	
  
todos	
   esses	
   sistemas	
   ajudam	
   criar	
   a	
   experiência	
   da	
   dor,	
   ou	
  
experiência	
  motora,	
  ou	
  experiência	
  do	
  estresse.	
  Todos	
  esses	
  sistemas	
  
podem	
  ajudar	
  você	
  a	
  se	
  livrar	
  do	
  perigo.	
  Em	
  uma	
  situação	
  de	
  ameaça,	
  
e	
   especialmente	
   durante	
   a	
   dor,	
   esses	
   sistemas	
   vão	
   trabalhar	
  muito	
  
por	
  você.	
  Eles	
  são	
  os	
  melhores	
  em	
  um	
  curto	
  prazo.	
  Durante	
  a	
  dor,	
  a	
  
atividade	
  dos	
  sistemas	
  é	
  como	
  um	
  corredor	
  de	
  100	
  metros	
  rasos	
  que	
  
tem	
  um	
  desempenho	
  em	
  alto	
  nível	
  de	
  atividade	
  em	
  um	
  curto	
  período	
  
de	
  tempo.	
  No	
  entanto	
  se	
  você	
  tem	
  dor	
  por	
  um	
  período	
  prolongado,	
  a	
  
atividade	
  dos	
   sistemas	
  começa	
  a	
   causar	
  outros	
  problemas.	
  Eles	
  não	
  
podem	
  correr	
  uma	
  maratona.	
  Depois	
  vamos	
  ver	
  as	
  consequências	
  da	
  
ativação	
  prolongada	
  desses	
  sistemas	
  de	
  proteção.	
  	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   20	
  
Sistemas	
  de	
  proteção:	
  
1-­‐ Sistema	
   nervoso	
  
simpático:	
   aumenta	
   o	
  
batimento	
   cardíaco,	
  
mobiliza	
   a	
   reserva	
   de	
  
energia,	
   aumenta	
   a	
  
vigilância	
  e	
  suor.	
  
2-­‐ Sistema	
   motor:	
   corre,	
  
luta,	
   protege	
   a	
   área	
   com	
  
dor	
  ou	
  lesada.	
  
3-­‐ Sistema	
   endócrino:	
  
mobiliza	
   a	
   reserva	
   de	
  
energia	
  do	
  corpo,	
  reduz	
  a	
  
atividade	
  intestinal	
  e	
  reprodutiva.	
  
4-­‐ Sistema	
   de	
   produção	
   da	
   dor:	
   motiva	
   a	
   escapar	
   e	
   procurar	
  
ajuda,	
  aumenta	
  a	
  atenção	
  na	
  dor.	
  
5-­‐ Sistema	
   imune:	
   tardiamente	
   -­‐	
   luta	
   com	
   invasores	
   do	
   corpo,	
  
sensibiliza	
  neurônios,	
  produz	
  febre,	
  sonolência	
  para	
  promover	
  
a	
  cura.	
  
6-­‐ Sistema	
  parassimpático:	
  tardiamente	
  –	
  nutre	
  as	
  células,	
  tecidos	
  
para	
  cura.	
  
	
  
Parte	
  3	
  
	
  
Resumo:	
  
-­‐ Quando	
  a	
  dor	
  persiste,	
  o	
  sistema	
  de	
  alarme	
  de	
  ameaça	
  se	
  torna	
  
mais	
  sensível;	
  
-­‐ O	
   cérebro	
   começa	
   ativar	
   neurônios	
   que	
   liberam	
   substancias	
  
químicas	
  que	
  descem	
  para	
  a	
  medula	
  espinal	
  e	
  facilitam	
  o	
  envio	
  
da	
  mensagens	
  vindas	
  dos	
  tecidos;	
  
-­‐ O	
   neurônio	
   mensageiro	
   de	
   ameaça	
   torna-­‐se	
   mais	
   excitável	
   e	
  
produz	
   mais	
   sensores	
   para	
   receberem	
   sustâncias	
   químicas	
  
excitatória;	
  
-­‐ O	
   cérebro	
   começa	
   ativar	
   neurônios	
   que	
   liberam	
   substancias	
  
químicas	
  na	
  medula	
  espinal;	
  
-­‐ Sistemas	
   de	
   respostas	
   tornam-­‐se	
  mais	
   envolvidos	
   e	
   começam	
  
contribuir	
  com	
  o	
  problema;	
  
-­‐ Pensamentos	
  e	
  Crenças	
  tornam-­‐se	
  mais	
  envolvidas	
  e	
  começam	
  
a	
  contribuir	
  com	
  o	
  problema;	
  
-­‐ O	
   cérebro	
   se	
   adapta	
   para	
   ficar	
   melhor	
   em	
   produzir	
   uma	
  
assinatura	
  da	
  dor	
  (melodia	
  da	
  dor);	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   21	
  
-­‐ Sensores	
   de	
   ameaças	
  nos	
   tecidos	
   contribuem	
  menos	
   e	
  menos	
  
para	
  chegada	
  da	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  ao	
  cérebro.	
  	
  
	
  
3	
  -­‐	
  Sistema	
  de	
  alarme	
  central	
  alterado	
  
	
  
A	
  dor	
  comum	
  do	
  dia	
  
a	
   dia,	
   muito	
  
frequentemente	
  
envolve	
   inflamação,	
  
processo	
   de	
   cura	
  
lentificado	
   ou	
  
tecidos	
   mal	
  
condicionados	
   ou	
  
não	
   usados.	
   Mas	
   é	
  
muito	
   importante	
  
saber	
   que	
   todas	
   essas	
   coisas,	
   enviadas	
   pelos	
   nervos,	
   isoladamente,	
  	
  
não	
  são	
  suficientes	
  para	
  gerar	
  dor.	
  Somente	
  se	
  o	
  cérebro	
  julgar	
  essas	
  
informações	
  ameaçadores,	
  a	
  dor	
  surge.	
  
	
  
Então	
  você	
  está	
  dizendo	
  que	
  a	
  dor	
  está	
  toda	
  no	
  meu	
  cérebro?	
  	
  
Essa	
   é	
   uma	
   das	
   perguntas	
   mais	
   frequentes	
   das	
   pessoas	
   que	
   estão	
  
aprendendo	
   sobre	
   fisiologia	
   da	
   dor.	
   Nós	
   temos	
   que	
   ser	
   honestos	
   e	
  
dizer	
  “sim”.	
  TODA	
  dor	
  é	
  produzida	
  pelo	
  cérebro	
  –	
  “sem	
  cérebro,	
  sem	
  
dor!”	
  Isso	
  não	
  significa	
  que	
  a	
  dor	
  não	
  seja	
  real,	
  muito	
  pelo	
  contrario.	
  
Na	
   verdade	
   qualquer	
   pessoaque	
   dizer	
   que	
   “tudo	
   acontece	
   na	
   sua	
  
cabeça”	
  e	
  implicar	
  que	
  isso	
  não	
  é	
  real,	
  não	
  entende	
  sobre	
  fisiologia.	
  
Entender	
  sobre	
  isso	
  oferece	
  um	
  grande	
  empoderamento.	
  Saber	
  sobre	
  
a	
   medula	
   espinal	
   e	
   os	
   processos	
   do	
   cérebro	
   pode	
   oferecer	
   um	
  
enorme	
  controle.	
  Nós	
  admitimos	
  que	
   tudo	
   isso	
  é	
  um	
  pouco	
  novo.	
  A	
  
ciência	
  por	
  traz	
  do	
  entendimento	
  é	
  muito	
  nova.	
  	
  
	
  
Olhando	
   o	
   gráfico,	
   as	
   lesões	
   do	
   tecido	
   corporal	
   tem	
   tempo	
   de	
   cura	
  
razoavelmente	
  definido.	
  No	
  entanto	
  o	
  tempo	
  de	
  cura	
  do	
  tecido	
  pode	
  
variar	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  processo	
  do	
  problema,	
  como	
  o	
  tecido	
  é	
  usado,	
  
e	
  das	
  coisas	
  que	
  as	
  pessoas	
  fazem	
  na	
  vida.	
  Levando	
  em	
  consideração	
  
aquelas	
  fantásticas	
  historias	
  sobre	
  dor,	
  o	
  comprometimento	
  do	
  corpo	
  
e	
   o	
   processo	
   de	
   cura	
   não	
   necessariamente	
   relaciona-­‐se	
   com	
   a	
   dor.	
  
Nós	
  sabemos	
  que	
  em	
  muitos	
  casos,	
  a	
  dor	
  persiste	
  mesmo	
  quando	
  a	
  
lesão	
  inicial	
  já	
  teve	
  seu	
  tempo	
  para	
  se	
  curar.	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   22	
  
Nessas	
  situações,	
  o	
  cérebro	
  conclui	
  que	
  a	
  ameaça	
  continua	
  e	
  que	
  você	
  
precisa	
   de	
   toda	
   a	
   proteção	
   que	
   você	
   pode	
   ter.	
   Existem	
   muitas	
  
explicações	
   do	
   porque	
   isso	
   acontece.	
   Muitas	
   dessas	
   explicações	
  
envolvem	
   mudanças	
   da	
   maneira	
   em	
   que	
   o	
   sistema	
   de	
   alarme	
  
funciona.	
   Nós	
   vimos	
   as	
   mudanças	
   na	
   periferia,	
   mas	
   mudanças	
  
também	
  acontecem	
  na	
  medula	
  espinal	
  e	
  no	
  cérebro.	
  
	
  
3.1	
  -­‐	
  Medula	
  Espinal	
  
	
  
Antes	
  de	
  chegar	
  no	
  cérebro,	
  vamos	
  olhar	
  para	
  a	
  medula	
  espinal.	
  	
  
	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
O	
  essencial	
  da	
  neurociência	
  
-­‐	
   O	
   sistema	
   nervoso	
   é	
   altamente	
   adaptável	
   e	
   vai	
   se	
   acomodar	
   a	
  
maioria	
  das	
  demandas	
  que	
  lhe	
  são	
  dadas.	
  Então	
  quando	
  impulsos	
  dos	
  
tecidos	
   inflamados,	
   lesados,	
   fracos,	
   cansados	
   chegam	
   na	
   medula	
  
espinal	
   ou	
   quando	
   os	
   neurônios	
   do	
   cérebro	
   liberam	
   substâncias	
  
químicas	
   excitatórias,	
   os	
   neurônios	
   da	
   medula	
   espinal	
   se	
   adaptam	
  
para	
   suprir	
   a	
   demanda.	
   A	
   medula	
   espinal	
   vai	
   ficando	
   melhor	
   em	
  
enviar	
   mensagens	
   de	
   ameaças	
   para	
   o	
   cérebro.	
   Essa	
   adaptação	
  
começa	
  a	
  acontecer	
  em	
  segundos	
  quando	
  a	
  demanda	
  aumenta.	
  	
  
	
  
-­‐	
   A	
   curto	
   prazo	
   o	
   neurônio	
   mensageiro	
   de	
   ameaça	
   aumenta	
   sua	
  
sensibilidade	
   para	
   a	
   chegada	
   de	
   substancias	
   químicas	
   excitatórias.	
  
Isso	
  significa	
  que	
  coisas	
  que	
  costumavam	
  doer	
  começam	
  a	
  doer	
  mais	
  
agora.	
  Isso	
  é	
  chamado	
  de	
  hiperalgesia.	
  	
  Também	
  significa	
  que	
  coisas	
  
que	
   não	
   causavam	
   dor	
   antes,	
   agora	
   doem.	
   Isso	
   é	
   chamado	
   de	
  
alodinia.	
  Hiperalgesia	
  e	
  alodinia	
  significa	
  aumento	
  de	
  sensibilidade.	
  	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   23	
  
-­‐	
   Os	
   sensores	
  mudam	
   sua	
  maneira	
   de	
   trabalhar,	
   eles	
   ficam	
   abertos	
  
por	
   mais	
   tempo	
   quando	
   se	
   abrem,	
   permite	
   a	
   entrada	
   de	
   mais	
  
partículas	
   de	
   cargas	
   positivas	
   para	
   dentro	
   do	
   neurônio	
  mensageiro	
  
de	
  ameaça.	
  Finalmente,	
  o	
  neurônio	
  mensageiro	
  de	
  ameaça	
  aumenta	
  
sua	
  produção	
  de	
  sensores	
  para	
  as	
  substancias	
  químicas	
  excitatórias	
  
incluindo	
   sensores	
   que	
   ficavam	
   dormindo	
   até	
   serem	
   requisitados.	
  
Todas	
   essas	
   coisas	
  mudam	
  a	
   sensibilidade	
  do	
  neurônio	
  mensageiro	
  
de	
  ameaça.	
  Seu	
  sistema	
  de	
  alarme	
  está	
  realmente	
  alerta	
  por	
  você.	
  	
  
	
  
-­‐	
  Alguns	
  processos	
  a	
  mais	
  acontecem	
  a	
  longo	
  prazo.	
  A	
  “enchente”	
  de	
  
substâncias	
   químicas	
   que	
   aumentam	
   a	
   sensibilidade	
   pode	
  
“encharcar”	
  as	
  sinapses	
  e	
  alguns	
  neurônios	
  podem	
  começar	
  a	
  brotar.	
  
Por	
   exemplo,	
   neurônios	
   que	
   nem	
   mesmo	
   carregam	
   mensagem	
  
brotam	
   perto	
   do	
   neurônio	
   mensageiro	
   de	
   ameaça.	
   Então	
   as	
  
substancias	
  químicas	
  que	
  eles	
  liberam	
  começam	
  a	
  ativar	
  o	
  neurônio	
  
mensageiro	
  de	
  ameaça.	
  Isso	
  significa	
  que	
  somente	
  o	
  toque	
  na	
  pele	
  ou	
  
uma	
  mudança	
  leve	
  da	
  temperatura	
  pode	
  fazer	
  mensagem	
  de	
  ameaça	
  
ser	
  enviada	
  para	
  o	
  cérebro.	
  	
  
De	
   alguma	
   maneira	
   o	
   seu	
   cérebro	
   está	
   sendo	
   enganado.	
   Está	
  
operando	
   com	
   informação	
   enganosa	
   sobre	
   as	
   condições	
   dos	
   seus	
  
tecidos.	
  Mas	
  lembre	
  que	
  seu	
  corpo	
  e	
  cérebro	
  estão	
  agindo	
  para	
  o	
  seu	
  
maior	
  interesse	
  –	
  que	
  é	
  proteger	
  você.	
  	
  
	
  
-­‐	
   O	
   aumento	
   de	
   sensibilidade	
   do	
   sistema	
   de	
   alarme	
   é	
   sempre	
   o	
  
principal	
  fator	
  de	
  uma	
  dor	
  persistente.	
  Lembre	
  que	
  a	
  dor	
  é	
  normal,	
  
mas	
  o	
  processo	
  por	
  traz	
  dela	
  está	
  alterado.	
  
	
  
3.2	
   -­‐	
   A	
   medula	
   espinal	
   como	
   amplificadora	
   da	
   realidade	
   dos	
  
tecidos	
  
Quando	
  existem	
  mudanças	
  na	
  medula	
  espinal	
  o	
   cérebro	
  não	
   recebe	
  
informações	
  acuradas	
  do	
  que	
  está	
  acontecendo	
  nos	
  tecidos.	
  Ao	
  invés	
  
de	
  uma	
  visão	
  clara	
  dos	
  tecidos,	
  existe	
  agora	
  uma	
  visão	
  amplificada	
  ou	
  
distorcida	
  da	
  coluna	
  espinal.	
  	
  
	
  
Para	
  muitas	
  pessoas	
  com	
  dor	
  persistente,	
   isto	
  também	
  uma	
  questão	
  
critica	
   para	
   entender	
   e	
   vale	
   a	
   pena	
   repetir.	
   Nesse	
   estado	
  
sensibilizado,	
   o	
   cérebro	
   está	
   sendo	
   alimentado	
   de	
   informação	
   que	
  
não	
  reflete	
  mais	
  a	
  verdade	
  sobre	
  a	
  saúde	
  dos	
   tecidos	
  conectados	
  as	
  
extremidades	
   dos	
   neurônios.	
   Colocando	
   de	
   uma	
   outra	
   forma,	
   o	
  
cérebro	
   está	
   recebendo	
   a	
   informação	
   que	
   existe	
   mais	
   ameaça	
   nos	
  
tecidos	
   do	
   que	
   realmente	
   existe.	
   As	
   respostas	
   dos	
   cérebro	
   como	
  
movimento,	
  pensamentos,	
  respostas	
  autonômicas	
  e	
  endócrinas	
  estão	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   24	
  
baseadas	
  em	
  informações	
  erradas	
  sobre	
  a	
  saúde	
  dos	
  tecidos	
  no	
  final	
  
dos	
  neurônios.	
  	
  
	
  
Algumas	
  metáforas	
  que	
  podem	
  ajudar	
  você	
  a	
  entender	
  o	
  aumento	
  da	
  
sensibilidade:	
  
-­‐ é	
  como	
  um	
  amplificador	
  do	
  som	
  ligado;	
  
-­‐ é	
   um	
   pouco	
   como	
   se	
   alguém	
   tivesse	
   entrado	
   na	
   sua	
   casa	
  
algumas	
   vezes	
   e	
   você	
   instalou	
   um	
   super-­‐sistema	
   de	
   alarme,	
  
capaz	
  de	
  detectar	
  qualquer	
  movimento	
  até	
  mesmo	
  no	
  escuro.	
  
-­‐ Talvez	
  tenha	
  sido	
  instalado	
  um	
  motor	
  de	
  Ferrari	
  no	
  seu	
  Fusca.	
  
Umpequeno	
  toque	
  no	
  acelerados	
  faz	
  o	
  carro	
  se	
  mover.	
  
-­‐ A	
  medula	
  espinal	
  tem	
  uma	
  lente	
  de	
  aumento	
  dentro	
  dela.	
  
	
  
Esse	
   aumento	
   de	
   sensibilidade	
   deveria	
   terminar	
   uma	
   vez	
   que	
   a	
  
estrutura	
  comprometida	
  fica	
  sob	
  controle,	
  e/ou	
  quando	
  você	
  tem	
  um	
  
profundo	
  entendimento	
  sobre	
  o	
  que	
  está	
  acontecendo.	
  
	
  
3.3	
  -­‐	
  O	
  cérebro	
  se	
  adapta	
  e	
  tenta	
  ajudar	
  	
  
A	
   mudança	
   na	
   medula	
   espinal	
   gera	
  
uma	
  mudança	
   no	
   cérebro.	
   A	
  mesma	
  
mudança	
   que	
   acontece	
   na	
   medula	
  
espinal	
   com	
   a	
   dor	
   persistente	
  
também	
   acontece	
   nas	
   áreas	
   de	
  
ignição	
  no	
   cérebro.	
  Além	
  do	
   cérebro	
  
processar	
   e	
   se	
   adaptar	
   a	
   todas	
   as	
  
informações	
   sobre	
   a	
   ameaça,	
   ele	
  
pode	
   mudar	
   a	
   si	
   mesmo.	
   Não	
   fique	
  
em	
  pânico,	
  nosso	
  cérebro	
  está	
  mudando	
  todo	
  o	
  tempo,	
  essa	
  mudança	
  
tem	
  como	
  objetivo	
  de	
  aumentar	
  a	
  sensibilidade	
  para	
  nos	
  proteger.	
  
	
  
A	
   principal	
   mudança	
   que	
   ocorre	
   no	
   cérebro	
   é	
   a	
   produção	
   de	
  mais	
  
sensores	
  nas	
  áreas	
  de	
   ignição	
  da	
  dor	
  e	
  mais	
  substância	
  químicas	
  no	
  
corpo	
   para	
   ativar	
   os	
   sensores.	
   Isso	
   significa	
   que	
   fica	
  mais	
   fácil	
   dar	
  
ignição,	
   por	
   exemplo	
   na	
   área	
   da	
   memoria.	
   Se	
   você	
   tivesse	
   um	
  
acidente	
   na	
   esquina	
   de	
   uma	
   rua,	
   toda	
   a	
   vez	
   que	
   você	
   passar	
   por	
  
aquela	
   área,	
   você	
   vai	
   lembrar,	
   talvez	
   só	
   um	
   tremor,	
   ou	
   talvez	
   uma	
  
assinatura	
  possa	
  ser	
  construída	
  no	
  seu	
  cérebro.	
  Ainda	
  bem	
  que	
  você	
  
está	
  começando	
  a	
  ver	
  como	
  esse	
  mecanismo	
  de	
  proteção	
  sofisticado	
  
pode	
  ficar.	
  
	
  
Outra	
  mudança	
  conhecida	
  ocorre	
  na	
  parte	
  mais	
  externa	
  do	
  cérebro,	
  o	
  
córtex.	
  Áreas	
  do	
  cérebro	
  que	
  normalmente	
  fazem	
  parte	
  de	
  diferentes	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   25	
  
áreas	
  do	
  corpo	
  ou	
  diferentes	
   funções,	
  começam	
  a	
  se	
  sobrepor	
  –	
   fica	
  
mais	
   parecida	
   com	
  um	
  borrão	
   do	
   que	
   algo	
   pontual	
   e	
   bem	
  definido.	
  
Associada	
  a	
  isso,	
  áreas	
  de	
  uso	
  repetido	
  ficam	
  mais	
  largas.	
  Na	
  verdade,	
  
quanto	
  mais	
   a	
  dor	
   cronifica,	
  mais	
  mudanças	
   acontecem	
  no	
   cérebro.	
  
Nós	
  acreditamos	
  que	
  ambos	
  os	
  tipos	
  de	
  mudança	
  provavelmente	
  são	
  
estratégias	
  do	
  cérebro	
  ficar	
  atento	
  por	
  você	
  –	
  deixando	
  mais	
  difícil	
  o	
  
uso	
  de	
  uma	
  parte	
  do	
  corpo	
  (borrando	
  a	
  áreas	
  motoras	
  do	
  cérebro),	
  
ou	
   fazendo	
   partes	
   do	
   corpo	
   próximas	
   sensíveis	
   também	
   (borrando	
  
áreas	
  sensoriais	
  no	
  cérebro).	
  
	
  
Mas	
   não	
   entre	
   em	
   pânico,	
   isso	
   está	
   sempre	
   mudando	
   de	
   alguma	
  
forma.	
  Se	
  você	
  ficar	
  batendo	
  na	
  cadeira	
  com	
  o	
  seu	
  dedo	
  indicador,	
  a	
  
área	
  do	
  cérebro	
  relacionada	
  com	
  o	
  seu	
  dedo	
  indicador	
  vai	
  ficar	
  mais	
  
larga.	
  Cegos	
  tem	
  dedos	
  indicadores	
  mais	
   largos	
  no	
  cérebro,	
  músicos	
  
com	
  uma	
  dor	
  sem	
  poder	
  mexer	
  a	
  mão	
  podem	
  ter	
  distorções	
  na	
  mão	
  
virtual	
  no	
  cérebro.	
  
	
  
O	
  borrão	
  parece	
   serio.	
  Provavelmente	
   isso	
   reflete	
   as	
  mudanças	
  que	
  
são	
  parte	
  das	
  mais	
  avançadas	
  em	
  experiência	
  da	
  dor	
  crônica.	
  A	
  boa	
  
noticia	
   é	
   que	
   isso	
   é	
   reversível.	
   Da	
  mesma	
  maneira	
   que	
  músculos	
   e	
  
articulações	
   podem	
   ficar	
   mais	
   saudáveis	
   e	
   robustos,	
   a	
   parte	
   do	
  
homúnculo	
  no	
  cérebro	
  também	
  pode.	
  
	
  
3.4	
  -­‐	
  A	
  orquestra	
  toca	
  a	
  melodia	
  da	
  dor	
  
Nós	
   podemos	
   usar	
   a	
   metáfora	
   do	
   cérebro	
  
como	
   uma	
   orquestra	
   para	
   mostrar	
   as	
  
mudanças	
  no	
  cérebro	
  que	
  estamos	
  falando.	
  
É	
   como	
   se	
   a	
   orquestra	
   do	
   seu	
   cérebro	
  
tivesse	
  tocando	
  a	
  mesma	
  melodia	
  da	
  dor	
  de	
  
novo,	
  de	
  novo	
  e	
  de	
  novo...	
  Não	
  conseguindo	
  
mais	
   tocar	
   um	
   repertorio	
   mais	
   amplo	
   de	
  
melodias.	
  Não	
   sendo	
  mais	
   criativo,	
   curioso	
  
ou	
   procurando	
   novos	
   desafios	
   musicais.	
  
Músicos	
   que	
   tocam	
   instrumentos	
   de	
   teclas	
  
deixam	
   a	
   orquestra	
   porque	
   eles	
   não	
   tem	
  
mais	
   nada	
   para	
   tocar.	
   Outros	
   músicos	
   ficam	
   cansados	
   e	
   doentes	
  
porque	
  tocam	
  o	
  tempo	
  todo.	
  Outros	
  músicos	
  fazem	
  o	
  papel	
  de	
  outros	
  
(os	
  músicos	
  de	
  percussão	
  vão	
  para	
  a	
  parte	
  dos	
  violinistas).	
  A	
  melodia	
  
da	
   dor	
   não	
   é	
   um	
   melodia	
   feliz.	
   Tours	
   são	
   cancelados	
   enquanto	
   a	
  
orquestra	
  fica	
  em	
  casa.	
  Audiência	
  para	
  de	
  vir.	
  As	
  vendas	
  caem.	
  Você	
  
entendeu,	
   a	
   dor	
   começa	
   a	
   dominar	
   todos	
   os	
   aspectos	
   da	
   vida	
   –	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   26	
  
trabalho,	
   amizades,	
   vida	
   familiar,	
   lazer,	
   pensamentos,	
   esportes,	
  
emoções,	
  devoção,	
  e	
  crenças.	
  
	
  
É	
  importante	
  enfatizar	
  aqui	
  que	
  quando	
  o	
  cérebro	
  está	
  sensibilizado,	
  
não	
  é	
  só	
  a	
  experiência	
  da	
  dor	
  que	
  é	
  persistentemente	
  produzida.	
  Leva	
  
uma	
   mudança	
   persistente	
   no	
   sistema	
   nervoso	
   simpático	
   e	
  
parassimpático,	
   sistema	
   endócrino,	
   imune	
   e	
   motor.	
   Esses	
   sistemas	
  
podem	
   se	
   combinar	
   para	
   perpetuar	
   a	
   melodia	
   da	
   dor,	
   que	
   nós	
  
chamamos	
   de	
   neuroassinatura	
   –	
   a	
   ativação	
   constante	
   das	
   áreas	
   de	
  
ignição	
  da	
  dor.	
  	
  
	
  
3.5	
  -­‐	
  Pensamentos	
  e	
  crenças	
  são	
  impulsos	
  nervosos	
  também	
  	
  
O	
   cérebro	
   é	
   responsável	
   em	
   fazer	
   a	
   decisão	
   final	
   se	
   alguma	
   coisa	
   é	
  
ameaçadora	
  para	
  os	
  tecidos	
  do	
  corpo	
  e	
  em	
  dar	
  a	
  ação	
  necessária.	
  Nós	
  
humanos	
   temos	
   uma	
   tremenda	
   vantagem	
   de	
   não-­‐humanos	
   porque	
  
podemos	
   nos	
   planejar	
   para	
   um	
   evento,	
   podemos	
   aprender	
  
rapidamente	
  com	
  as	
  experiências	
  e	
  usar	
  a	
  logica	
  para	
  prever	
  o	
  futuro.	
  
Isso	
   significa	
   que	
   podemos	
   identificar	
   uma	
   situação	
   como	
  
potencialmente	
  ameaçadora	
  antes	
  de	
  existir	
  algum	
  impulso	
  no	
  nível	
  
do	
  tecido.	
  Isso	
  é	
  ótimo,	
  mas	
  quando	
  o	
  sistema	
  está	
  sensível	
  (como	
  na	
  
dor	
   crônica),	
   impulsos	
   não	
   relacionados	
   com	
   tecido	
   comprometido,	
  
mas	
  julgados	
  pelo	
  cérebro	
  como	
  ameaçadores,	
  podem	
  ser	
  suficientes	
  
para	
  causar	
  dor.	
  Isso	
  acontece	
  sem	
  mesmo	
  você	
  estar	
  ciente	
  disso.	
  	
  
	
  
Sabemos	
   que	
   algumas	
   pessoas	
   com	
   dor	
   persistente	
   precisam	
  
somente	
   pensar	
   em	
   um	
   movimento	
   ou	
   observar	
   alguém	
   fazer	
   um	
  
movimento	
  para	
  produzir	
  uma	
  dor.	
  Na	
  verdade,	
  em	
  alguns	
  pacientes,	
  
somente	
  imaginar	
  o	
  movimentopode	
  causar	
  suor	
  na	
  parte	
  dolorida.	
  
Muitos	
   pacientes	
   já	
   nos	
   disseram	
   que	
   “alguma	
   coisa	
   dói	
   só	
   de	
  
pensar”.	
  Isso	
  é	
  completamente	
  compreensível.	
  Você	
  não	
  está	
  louco.	
  	
  
	
  
Na	
  verdade	
  isso	
  faz	
  muito	
  sentido	
  	
  se	
  você	
  lembrar	
  que	
  seu	
  cérebro	
  
aprendeu	
  a	
  ser	
  muito	
  bom	
  em	
  proteger	
  você	
  de	
  qualquer	
  coisa	
  que	
  
pode	
  ser	
  ameaçador	
  para	
  seus	
  tecidos.	
  	
  
	
  
Até	
   pensamentos	
   como	
   “esse	
   medico	
   acha	
   que	
   eu	
   estou	
  
supervalorizando	
   a	
   dor”;	
   “o	
   exame	
   não	
   pode	
   achar	
   o	
   que	
   está	
  
acontecendo	
   então	
   isso	
   deve	
   ser	
   realmente	
   grave	
   e	
   profundo”,	
   e	
  
“Fulano	
  tem	
  dor	
  na	
  coluna	
  e	
  ele	
  está	
  agora	
  na	
  cadeira	
  de	
  rodas”,	
  estão	
  
ameaçando	
   o	
   cérebro	
   preocupando-­‐o	
   em	
   sobreviver.	
   Esses	
  
pensamentos	
  e	
  o	
  medo	
  de	
  certas	
  atividades,	
  ou	
  um	
  medo	
  de	
  voltar	
  a	
  
ter	
  uma	
  lesão,	
  pode	
  aumentar	
  a	
  dor.	
  	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   27	
  
	
  
Pensamentos	
  são	
  impulsos	
  nervosos	
  
As	
   pesquisas	
   cientificas	
   sobre	
   o	
   processo	
   do	
   pensamento	
   na	
   dor,	
  
mostram	
  que	
  eles	
  são	
  poderosos	
  suficientes	
  para	
  manter	
  o	
  estado	
  de	
  
dor.	
   Nós	
   chamamos	
   isso	
   de	
   “virose	
   dos	
   pensamentos”.	
   Algum	
   dos	
  
mais	
   poderosos	
   vírus	
   do	
   pensamento	
   conhecido	
   em	
   causar	
   e	
  
aumentar	
  uma	
  experiência	
  de	
  dor	
  lombar	
  são	
  descritas	
  abaixo.	
  
	
  
	
  “	
  Eu	
  sinto	
  dor	
  então	
  deve	
  existir	
  alguma	
  coisa	
  
séria	
  acontecendo	
  no	
  meu	
  corpo”.	
  
“Eu	
   estou	
   em	
   casa,	
   sem	
   sair.	
   Eu	
   fico	
   quieto	
   e	
  
longe	
  de	
  todas	
  as	
  coisas”.	
  
“Se	
   esses	
   modernos	
   exames	
   de	
   imagem	
   não	
  
podem	
   encontrar	
   o	
   que	
   está	
   acontecendo,	
  
deve	
  ser	
  algo	
  muito	
  sério”.	
  
“Nós	
   podemos	
   colocar	
   uma	
   homem	
   na	
   Lua,	
  
porque	
  alguém	
  não	
  pode	
  consertar	
  o	
  que	
  está	
  
acontecendo	
  com	
  a	
  minha	
  dor?”	
  
“Eu	
   estou	
   tão	
   amedrontado	
   com	
   uma	
   nova	
  
lesão	
   na	
   minha	
   coluna	
   que	
   eu	
   não	
   estou	
  
fazendo	
  nada.”	
  
“Eu	
  não	
   estou	
   fazendo	
  nada	
   até	
   toda	
   a	
  dor	
   ir	
  
embora	
  por	
  completo.”	
  
	
  
Todos	
   esses	
   pensamentos	
   são	
   comuns	
   em	
   pessoas	
   com	
   dor	
  
persistente	
  que	
  não	
  entendem	
  fisiologia	
  da	
  dor.	
  Isso	
  pode	
  levar	
  uma	
  
pessoa	
  para	
  a	
  beira	
  de	
  um	
  abismo.	
  	
  
	
  
3.6	
  -­‐	
  O	
  sistema	
  de	
  alarme	
  central	
  sensibilizado	
  
A	
   sensibilização	
   da	
   medula	
   espinal	
   e	
   do	
   cérebro	
   é	
   chamado	
   de	
  
sensibilização	
   central.	
  Abaixo	
  existem	
  algumas	
   características	
  desse	
  
fenômeno.	
  Talvez	
  você	
   tenha	
  alguns	
  deles.	
  Eles	
  podem	
   lhe	
  dar	
  uma	
  
dica	
  que	
  a	
  sua	
  dor	
  está	
  mais	
  relacionada	
  com	
  o	
  processo	
  do	
  sistema	
  
nervoso	
  central	
  do	
  que	
  os	
  processos	
  do	
  tecido.	
  	
  
	
  
Seu	
  rótulo	
  
Porque	
  os	
  tecido	
  se	
  curam,	
  e	
  porque	
  seu	
  sistema	
  de	
  alarme	
  e	
  cérebro	
  
mudam	
  para	
  proteger	
  você,	
  o	
  diagnostico	
  baseado	
  em	
  alterações	
  do	
  
tecido	
   não	
   se	
   encaixa	
   mais.	
   Frequentemente	
   você	
   tem	
   múltiplos	
  
diagnósticos	
  incluindo	
  fibromialgia,	
  síndrome	
  miofascial,	
  dor	
  lombar	
  
não	
   especifica,	
   síndrome	
   da	
   dor	
   psicossomática,	
   lesão	
   por	
   esforço	
  
repetitivo,	
   dor	
   neuropática	
   não	
   especifica.	
   Seu	
   diagnostico	
   vai	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   28	
  
depender	
  de	
  onde	
  você	
  mora	
  e	
  qual	
  tipo	
  de	
  profissional	
  da	
  suade	
  que	
  
você	
  passar.	
  Alguns	
  diagnósticos	
  podem	
  pode	
  existir	
  para	
  você	
   sair	
  
da	
  clinica	
  o	
  mais	
  rápido	
  possível.	
  Os	
  sinais	
  e	
  sintomas	
  de	
  todos	
  esses	
  
diagnósticos	
  podem	
  ser	
  explicados	
  pela	
  sensibilização	
  do	
  sistema	
  de	
  
alarme	
   central	
   e	
   de	
   como	
  a	
   orquestra	
  do	
   seu	
   cérebro	
   está	
   tocando.	
  
Porque	
   as	
   condições	
   dos	
   tecidos	
   do	
   corpo	
   não	
   ser	
   mais	
   o	
   ponto	
  
principal,	
   frequentemente	
   não	
   ajuda	
   procurar	
   um	
   entendimento	
   de	
  
um	
  diagnostico	
  que	
  rotula.	
  É	
  melhor	
  procurar	
  uma	
  compreensão	
  dos	
  
sintomas	
   que	
   fazem	
   parte	
   da	
   característica	
   única	
   daquilo	
   que	
   você	
  
apresenta.	
  
	
  
A	
  dor	
  persiste	
  
O	
   tempo	
   de	
   cura	
   dos	
   tecidos	
   conhecido	
   já	
   passou.	
   Existe	
   alguma	
  
razão	
  para	
  a	
  complicação	
  do	
  tecido	
  ainda	
  não	
  ter	
  sido	
  curada?	
  
	
  
A	
  dor	
  é	
  espalhada	
  
Não	
  existem	
  cercas	
  no	
  sistema	
  nervoso.	
  Sensibilização	
  do	
  sistema	
  de	
  
alarme	
   e	
   do	
   cérebro	
   significa	
   que	
   o	
   cérebro	
   está	
   erradamente	
  
recebendo	
  a	
  informação	
  que	
  o	
  corpo	
  está	
  mais	
  em	
  perigo	
  e	
  o	
  cérebro	
  
então	
  faz	
  o	
  seu	
  corpo	
  virtual	
  doer.	
  	
  
	
  
A	
  dor	
  está	
  piorando	
  
Esta	
   é	
   a	
   estratégia	
   mais	
   obvia	
   que	
   o	
   seu	
   sistema	
   de	
   alarme	
   e	
   o	
  
cérebro	
  tem	
  quando	
  quer	
  fazer	
  você	
  escapar	
  de	
  alguma	
  coisa.	
  Muitas	
  
das	
   mudanças	
   do	
   sistema	
   de	
   alarme	
   ocorrem	
   para	
   aumentar	
   a	
  
frequência	
  das	
  mensagens	
  de	
  ameaça	
  enviadas	
  para	
  o	
  seu	
  cérebro.	
  É	
  
sensato	
   para	
   seu	
   cérebro	
   concluir	
   que	
   	
   nível	
   de	
   ameaça	
   tenha	
  
realmente	
  aumentado.	
  Ele	
  fará	
  doer	
  mais.	
  
	
  
Muitos	
  movimentos	
  (mesmo	
  pequenos)	
  doem	
  
Cada	
   aumento	
   de	
   sensibilidade	
   do	
   sistema	
   de	
   alarme	
   reduzirá	
   a	
  
quantidade	
  de	
  movimento	
  que	
  pode	
  acontecer	
  antes	
  do	
  seu	
  sistema	
  
de	
   alarme	
   fazer	
   não	
   deixar	
   você	
   ir	
   mais	
   longe.	
   Se	
   existir	
   uma	
  
inflamação	
  continua	
  nos	
  tecidos,	
  os	
  sensores	
  de	
  ameaça	
  nos	
  tecidos	
  
ficam	
  também	
  sensíveis,	
  reduzindo	
  a	
  quantidade	
  de	
  movimento	
  que	
  
você	
  pode	
  fazer	
  sem	
  dor.	
  Quando	
  a	
  orquestra	
  fica	
  acostumada	
  a	
  tocar	
  
a	
  melodia	
  da	
  dor,	
  mesmo	
  a	
  imaginação	
  de	
  movimentos	
  pode	
  produzir	
  
dor.	
  Este	
  é	
  um	
  mecanismo	
  altamente	
  protetor.	
  	
  
	
  
Dor	
  pode	
  ser	
  imprevisível	
  	
  
Pode	
  doer	
  um	
  dia,	
  mas	
  não	
  no	
  outro.	
  Você	
  pode	
  ser	
  capaz	
  de	
  brincar	
  
com	
  seus	
  filhos	
  por	
  uma	
  hora	
  em	
  um	
  dia,	
  mas	
  nem	
  mesmo	
  carrega-­‐
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   29	
  
los	
  no	
  dia	
  seguinte.	
  De	
  repente	
  pode	
  ocorrer	
  uma	
  pontada	
  que	
  parece	
  
não	
   estar	
   relacionada	
   com	
   nada.	
   A	
   melhor	
   explicação	
   para	
   essa	
  
imprevisibilidade	
  é	
  que	
  a	
  dor	
  surge	
  muito	
  mais	
  do	
  que	
  a	
  sobrecarga	
  
nos	
  seus	
  tecidos.	
  Podem	
  existir	
  períodos	
  latentes	
  (sem	
  dor)	
  antes	
  da	
  
dor	
   aparecer	
   depois	
   de	
   uma	
   atividade.Pode	
   existir	
   um	
   atraso	
   de	
  
horas	
   ou	
   dias.	
   Essa	
   latência	
   usualmente	
   não	
   acontece	
   quando	
   os	
  
tecidos	
   estão	
   comprometidos	
   e	
   é	
   uma	
   característica	
   do	
   sistema	
   de	
  
alarme	
  central.	
  
	
  
Existem	
   outras	
   ameaças	
   na	
   vida:	
   que	
   aconteceram,	
   acontecem	
  
nesse	
  exato	
  momento,	
  e	
  que	
  podem	
  acontecer.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
As	
  vezes	
  é	
  possível	
  identificar	
  fisicamente	
  e	
  emocionalmente	
  eventos	
  
traumáticos,	
  mesmo	
  quando	
  aconteceram	
  há	
  muitos	
  anos	
  atrás.	
  Isso	
  
pode	
   fazer	
   o	
   cérebro	
   mais	
   vigilante	
   à	
   ameaça.	
   Claro	
   que	
   eventos	
  
traumáticos	
   recorrentes	
   ou	
   múltiplos	
   doa	
   ao	
   cérebro	
   mais	
   razoes	
  
para	
  proteger	
  o	
  corpo.	
  Lembre	
  que	
  a	
  melhor	
  maneira	
  de	
  proteger	
  o	
  
corpo	
  é	
  faze-­‐lo	
  dor.	
  
	
  
Você	
  pode	
  se	
  identificar	
  com	
  algumas	
  dessas	
  afirmações:	
  	
  	
  
“A	
  dor	
  vem	
  quando	
  eu	
  penso	
  sobre	
  ela”	
  
“Assistir	
  alguém	
  fazendo	
  um	
  movimento	
  faz	
  eu	
  sentir	
  dor”	
  
“Começa	
  de	
  forma	
  tão	
  simples	
  e	
  agora	
  ela	
  se	
  espalhou”	
  
“Piora	
  na	
  segunda	
  feira”	
  
“Agora	
  existe	
  uma	
  dor	
  igual	
  a	
  outra	
  no	
  outro	
  lado	
  do	
  corpo”	
  
“A	
  dor	
  parece	
  ter	
  vida	
  própria”	
  
“Eu	
  tenho	
  muitos	
  diagnósticos	
  diferentes”	
  
“A	
  dor	
  melhora	
  com	
  vodca”	
  
“A	
  dor	
  parece	
  aparecer	
  em	
  estações,	
  mensalmente,	
  semanalmente	
  ou	
  
em	
  outro	
  ciclo”	
  
“Tratamento	
  só	
  me	
  dá	
  alivio	
  temporário”	
  
“Minha	
  dor	
  piora	
  quando	
  eu	
  estou	
  ansioso	
  ou	
  deprimido”	
  
“É	
  a	
  mesma	
  dor	
  que	
  minha	
  mãe	
  tinha”	
  
“A	
  dor	
  se	
  move	
  pelo	
  meu	
  corpo”	
  
“Ninguém	
  parece	
  acreditar	
  em	
  mim”	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   30	
  
3.6	
   -­‐	
   Respostas	
   do	
   sistema	
   –	
   sistemas	
   nervoso	
   simpático	
   e	
  
parassimpático	
  
	
   	
  
Um	
   sistema	
   poderoso	
   e	
   rápido	
   de	
  
resposta	
   que	
   permite	
   você	
   lidar	
   e	
  
ajuda	
  proteger	
  você	
  de	
  ameaças	
  é	
  o	
  
sistema	
   nervoso	
   simpático.	
   Esse	
  
sistema	
   libera	
   adrenalina	
   no	
   seu	
  
corpo.	
  Normalmente,	
  adrenalina	
  faz	
  
vários	
   trabalhos	
   de	
   casa	
   no	
   seu	
  
corpo	
   para	
   você,	
   por	
   exemplo	
  
regula	
   a	
   respiração	
   e	
   o	
   sistema	
  
digestivo.	
   Ele	
   regula	
   muitas	
   coisas	
  
que	
   você	
   poderia	
   nunca	
   saber	
   tais	
  
como	
  pressão	
  sanguínea.	
  
	
  
Existem	
   dois	
   sistemas	
   que	
   se	
   combinam	
   para	
   liberação	
   de	
  
adrenalina.	
   Quando	
   necessário,	
   dentro	
   das	
   glândulas	
   adrenal,	
  
rapidamente	
   despeja	
   adrenalina	
   no	
   sangue.	
   O	
   sistema	
   nervoso	
  
simpático,	
  uma	
  rede	
  de	
  conexões	
  de	
  neurônios	
  espalhada	
  pelo	
  corpo	
  
e	
   agindo	
   mais	
   como	
   uma	
   glândula	
   que	
   como	
   um	
   sistema	
   elétrico,	
  
distribui	
   adrenalina	
   para	
   todos	
   os	
   seus	
   tecidos.	
   Com	
   esses	
   dois	
  
sistemas,	
   adrenalina	
   tem	
   efeitos	
   importantes	
   e	
   espalhados.	
   Tudo	
  
feito	
   pelo	
   cérebro	
   e	
   ocorre	
   como	
   resposta	
   aos	
   impulsos	
   sensoriais	
  
dos	
   tecidos,	
   olhos	
   e	
   ouvidos,	
   pensamentos,	
   crenças,	
   percepções,	
  
humor,	
  e	
  memorias.	
  O	
  vermelhidão	
  que	
  aparece	
  na	
  sua	
  face	
  quando	
  
você	
   lembra	
   de	
   algo	
   que	
   você	
   fez	
   há	
   anos	
   atrás,	
   é	
   um	
   exemplo	
   do	
  
sistema	
  nervoso	
  simpático	
  respondendo	
  a	
  memoria.	
  
E	
   lembre,	
  dicas	
  de	
  ameaças	
  podem	
  vir	
  de	
  cortes,	
  gatos,	
  professores,	
  
pregadores,	
   sanguessugas,	
   alergias,	
   empurrões,	
   vídeos,	
   monstros	
   e	
  
assaltantes.	
  
	
  
Juntos	
  com	
  cortisol,	
  adrenalina	
  desvia	
  energia	
  do	
  cérebro,	
  músculos	
  e	
  
coração,	
  faz	
  oxigênio	
  ficar	
  mais	
  disponível,	
  deixa	
  seus	
  cabelos	
  em	
  pé	
  
dilata	
  suas	
  pupilas,	
  contrai	
  seu	
  intestino,	
  suprimi	
  atividade	
  imune,	
  e	
  
reduz	
  produção	
  de	
  esperma.	
  Tudo	
   isso	
  é	
   extremamente	
  apropriado	
  
quando	
  você	
  tem	
  que	
  decidir	
  lutar	
  ou	
  fugir.	
  	
  
	
  
Adrenalina	
  e	
  dor	
  
O	
   sistema	
   nervoso	
   simpático	
   é	
   um	
   sistema	
   que	
   liga	
   e	
   desliga.	
  
Rapidamente	
   se	
   liga	
   e	
   retorna	
   para	
   o	
   normal	
   (em	
   até	
   uma	
   hora	
  
depois)	
  quando	
  a	
  situação	
  de	
  estresse	
  acaba.	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   31	
  
	
  
Dor	
  crônica	
  e	
  estresse	
  estão	
  comumente	
  associados	
  com	
  o	
  aumento	
  
persistente	
   de	
   adrenalina	
   (embora	
   às	
   vezes	
   a	
   adrenalina	
   poder	
  
diminuir	
  bastante).	
  Muitos	
  pacientes	
  dizem	
  “eu	
  não	
  posso	
  desligar	
  a	
  
adrenalina”.	
  	
  
	
  
Adrenalina	
   comumente	
   não	
  
causa	
   dor	
   sozinha,	
  mas	
   com	
  um	
  
pouco	
   de	
   ajuda	
   das	
   mudanças	
  
nas	
   partes	
   do	
   corpo	
   e	
   do	
  
aumento	
   da	
   sensibilidade	
   do	
  
sistema	
   de	
   alarme,	
   a	
   dor	
   pode	
  
ocorrer.	
   Inflamação	
   crônica,	
  
comprometimento	
   de	
   nervos,	
   e	
  
aumento	
  do	
  numero	
  de	
  sensores	
  
de	
   adrenalina	
   significa	
   que	
  
adrenalina	
   pode	
   amplificar	
   a	
  
mensagem	
   de	
   ameaça	
   e	
   causa	
  
dor.	
  Normalmente,	
  adrenalina	
  é	
  uma	
  coisa	
  boa.	
  A	
  raiva,	
  ansiedade	
  e	
  
suor	
   que	
   ela	
   promove	
   pode	
   ser	
   vantajosa,	
   mas	
   não	
   deixe	
   isso	
  
acontecer	
  por	
  muito	
  tempo.	
  
	
  
Sistema	
  nervoso	
  parassimpático	
  
Enquanto	
  a	
  estimulação	
  do	
  sistema	
  simpático	
  aumenta	
  a	
  liberação	
  de	
  
energia,	
   o	
   sistema	
   parassimpático	
   comumente	
   está	
   preocupado	
   em	
  
acalmar	
   e	
   conservar	
   energia.	
   Isso	
   ajuda	
   a	
   digestão,	
   guarda	
   energia,	
  
repõe	
   as	
   células,	
   e	
   facilita	
   reprodução.	
   Ao	
   invés	
   de	
   “lutar	
   ou	
   fugir”,	
  
“repousa	
  e	
  digere”.	
  
	
  
Sentir-­‐se	
  apoiado	
  e	
  apreciado	
  mudam	
  a	
  pessoa	
  de	
  um	
  estado	
  agitado	
  
pelo	
   simpático	
   para	
   uma	
   estado	
   mais	
   calmo	
   e	
   protegido	
   do	
  
parassimpático.	
  O	
  sistema	
  parassimpático	
  está	
  mais	
  ativo	
  durante	
  o	
  
repouso.	
  Falta	
  de	
  sono	
  é	
  comum	
  em	
  dor	
  persistente	
  e	
  pode	
  contribuir	
  
com	
   o	
   problema	
   de	
   saúde	
   e	
   sensibilidade	
   dos	
   tecido.	
   Sono	
  
insuficiente,	
  não	
  oferece	
  a	
  continuidade	
  suficiente	
  de	
  reparação.	
  Isso	
  
pode	
  ser	
  uma	
  boa	
  razão	
  para	
  tentar	
  algum	
  relaxamento	
  ou	
  meditação	
  
durante	
  o	
  dia	
  ou	
  tentar	
  dar	
  chance	
  ao	
  sistema	
  parassimpático	
  ajudar	
  
na	
  reposição	
  e	
  crescimento	
  do	
  tecido.	
  	
  
	
  
3.7	
  -­‐	
  A	
  resposta	
  endócrina	
  
Junto	
  com	
  o	
  sistema	
  simpático	
  e	
  imune,	
  o	
  sistema	
  endócrino	
  é	
  a	
  outra	
  
tecla	
   que	
   toca	
   em	
   resposta	
   do	
   estresse.	
   Ele	
   trabalha	
   com	
  o	
   sistema	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   32	
  
simpático,	
  mas	
  seu	
  efeito	
  podedurar	
  por	
  semanas	
  ou	
  meses	
  do	
  que	
  
alguns	
  minutos	
  ou	
  horas.	
  
	
  
A	
   glândula	
   pituitária	
   e	
   hipotálamo	
   são	
   músicos	
   chaves	
   do	
   cérebro	
  
que	
  controlam	
  o	
  estresse.	
  
	
  
Impulsos	
  de	
  ameaça,	
  memorias	
  e	
  circunstancias	
  fazem	
  o	
  hipotálamo	
  
liberar	
   hormônios,	
   pelos	
   quais	
   fazem	
   a	
   glândula	
   pituitária	
   liberar	
  
hormônios	
   (adrenocorticotróficos	
   e	
   ACTH)	
   no	
   sangue.	
   Em	
   alguns	
  
minutos	
  ACTH	
  entra	
  em	
  contato	
   com	
  sensores	
  químicos	
  na	
   camada	
  
externa	
  da	
  glândula	
  adrenal.	
  Essa	
  glândula	
  então	
  produz	
  um	
  numero	
  
de	
   hormônios	
   necessário	
   para	
   manter	
   o	
   equilíbrio	
   na	
   vida.	
   Um	
  
hormônio	
  chave	
  é	
  chamado	
  cortisol.	
  
	
  
O	
  que	
  o	
  cortisol	
  faz?	
  
Serve	
   para	
   proteger	
   você.	
   Junto	
   com	
   adrenalina,	
   cortisol	
   é	
   uma	
  
substancia	
  química	
  que	
  protege	
  você	
  quando	
  você	
  é	
  desafiado.	
  Reduz	
  
o	
  processo	
  do	
  corpo	
  que	
  não	
  é	
  necessário	
  para	
  a	
  proteção	
  imediata	
  e	
  
aumenta	
  as	
  funções	
  que	
  são	
  necessárias	
  para	
  aquele	
  momento.	
  
	
  
Então	
   se	
   você	
   acabou	
   de	
   levantar	
   um	
   peso	
   muito	
   pesado	
   e	
   sentiu	
  
suas	
  costas,	
  ou	
  se	
  você	
  está	
  sendo	
  assaltado	
  por	
  alguém	
  armado,	
  ou	
  
se	
  você	
  está	
  fazendo	
  uma	
  prova	
  de	
  matemática,	
  provavelmente	
  você	
  
não	
   tem	
   interesse	
  em	
  reprodução	
  ou	
  digestão.	
  E	
  mesmo	
  a	
   cura	
  dos	
  
tecido	
  não	
  é	
  tão	
  importante	
  porque	
  o	
  processo	
  de	
  inflamação	
  utiliza	
  
muita	
  energia.	
  No	
  entanto,	
  o	
  sistema	
  que	
  você	
  vai	
  precisar	
  será	
  o	
  dos	
  
músculos	
   (para	
   lhe	
   dar	
   suporte	
   e	
   fazer	
   você	
   correr),	
   e	
   seu	
   cérebro	
  
(para	
  pensar	
  rápido)	
  e	
  talvez	
  algum	
  suporte	
  de	
  endorfina	
  (produção	
  
do	
   cérebro	
  para	
   suprimir	
   a	
  mensagem	
  de	
  ameaça).	
  Como	
  a	
  ameaça	
  
envolve	
  desafio	
  físico	
  e	
  mental,	
  a	
  emergência	
  aumenta	
  a	
  produção	
  de	
  
cortisol.	
  	
  
	
  
Níveis	
   alterados	
   persistentes	
   de	
   cortisol	
   podem	
   criar	
   alguns	
  
problemas.	
   Aumento	
   do	
   cortisol	
   já	
   foi	
   relacionado	
   com	
   lentidão	
   de	
  
reparação,	
   perda	
   de	
   memoria,	
   depressão,	
   aflição	
   e	
   redução	
   do	
  
desempenho	
  físico.	
  
	
  
Produção	
  de	
  cortisol	
  muda	
  durante	
  o	
  dia.	
  Seu	
  pico	
  é	
  de	
  manhã	
  cedo,	
  
depois	
  diminui	
  até	
  o	
  almoço	
  quando	
  sobe	
  um	
  pouco	
  e	
  depois	
  fica	
  no	
  
seu	
   nível	
   mais	
   baixo	
   no	
   começa	
   da	
   noite.	
   Nossas	
   habilidades	
  
sensoriais	
   acompanham	
   isso.	
   Pessoas	
   com	
   inflamação	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   33	
  
frequentemente	
  têm	
  mais	
  dor	
  pela	
  noite	
  quando	
  os	
  níveis	
  de	
  cortisol	
  
estão	
  baixos.	
  
	
  
3.8	
  -­‐	
  O	
  sistema	
  imune	
  
Sistema	
   imune	
   é	
   um	
   sistema	
  
poderoso	
   que	
   também	
   cuida	
   de	
  
você,	
   especialmente	
   quando	
   as	
  
coisas	
   complicam.	
   É	
   um	
   músico	
  
chave	
   da	
   dor	
   também,	
   embora	
  
isso	
   seja	
   uma	
  descoberta	
   recente.	
  
Tem	
  uma	
  ligação	
  com	
  o	
  sistema	
  de	
  
cortisol	
  e	
  adrenalina.	
  	
  
Existem	
   moléculas	
   desse	
   sistema	
  
imune	
   chamadas	
   citocinas,	
   que	
  
fazem	
  parte	
  de	
  uma	
  sistema	
  móvel	
  
de	
  proteção	
  circulando	
  por	
  dentro	
  
do	
   corpo.	
   Algumas	
   citocinas	
  
promovem	
  a	
  inflamação	
  e	
  algumas	
  
tentam	
   parar	
   a	
   inflamação.	
   Quando	
   você	
   tem	
   gripe	
   existem	
   mais	
  
citocinas	
   que	
   promovem	
   a	
   inflamação	
   e	
   circulam	
   no	
   seu	
   corpo.	
   Se	
  
você	
  se	
  lembrar	
  da	
  sua	
  ultima	
  gripe,	
  você	
  ficou	
  com	
  febre,	
  cansado	
  e	
  
perda	
   de	
   apetite.	
   Seus	
   movimentos	
   ficam	
   mais	
   sensíveis	
   e	
  
ocasionalmente,	
   antigas	
   dores	
   podem	
   lhe	
   visitar	
   novamente.	
   Isso	
   é	
  
devido,	
  em	
  parte	
  pelas	
  citocinas	
  que	
  favorecem	
  a	
  inflamação.	
  
	
  
O	
  cérebro	
  e	
  o	
  sistema	
  de	
  alarme	
  conversam	
  um	
  com	
  os	
  outros	
  todo	
  o	
  
tempo	
  e	
  criam	
  um	
  bate	
  papo	
  bem	
  intenso	
  com	
  o	
  sistema	
  endócrino,	
  
simpático	
   e	
   parassimpático.	
   Por	
   exemplo,	
   o	
   cortisol	
   ativa	
   o	
   sistema	
  
imune,	
  o	
  sistema	
  imune	
  pode	
  ser	
  estimulado	
  pelo	
  sistema	
  simpático,	
  
o	
  sistema	
  imune	
  pode	
  avisar	
  o	
  cérebro,	
  o	
  cérebro	
  ativa	
  o	
  sistema	
  de	
  
cortisol...	
  
	
  
Aqui	
   estão	
   algumas	
   coisas	
   relevantes	
   para	
   a	
   dor	
   sobre	
   o	
   sistema	
  
imune:	
  
1-­‐ O	
  sistema	
  imune	
  participa	
  menos	
  do	
  estresse	
  no	
  dia	
  a	
  dia	
  e	
  da	
  
dor	
   diária.	
   Participa	
   mais	
   quando	
   as	
   coisas	
   ficam	
   serias	
   ou	
  
crônicas.	
  
2-­‐ As	
   respostas	
   do	
   sistema	
   imune	
   podem	
   ser	
   respostas	
  
aprendidas.	
  
3-­‐ Estresse	
  e	
  dor	
  de	
  longo	
  prazo	
  usualmente	
  leva	
  a	
  uma	
  alteração	
  
na	
   atividade	
   desse	
   sistema	
   resultando	
   em	
   uma	
   circulação	
  
maior	
  de	
  citocinas	
  inflamatórias.	
  	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   34	
  
4-­‐ Estressores	
   imunes	
   podem	
  ocorrer	
   por	
   um	
   evento	
   grande	
   ou	
  
por	
  vários	
  eventos	
  menores	
  (micro	
  estressores).	
  
5-­‐ O	
   sistema	
   imune	
   pode	
   sustentar	
   muitos	
   estados	
   de	
   dor,	
   tais	
  
como	
   dor	
   espelhada	
   (do	
   outro	
   lado	
   do	
   corpo),	
   perda	
   da	
  
sensibilidade	
   fina.	
   Lesões	
   dos	
   nervos	
   periféricos	
   são	
  
particularmente	
  reativos	
  às	
  citocinas	
  inflamatórias.	
  
6-­‐ Finalmente,	
  o	
  sistema	
  imune,	
  como	
  outros	
  sistemas,	
  podem	
  ser	
  
ativados	
   não	
   só	
   por	
   eventos	
   que	
   acontecem	
   nos	
   tecidos,	
  mas	
  
também	
  pela	
  interpretação	
  do	
  cérebro	
  sobre	
  o	
  evento.	
  
	
  
Comportamentos	
  imunológicos	
  aumentados	
  
Comportamentos	
  que	
  podem	
  contra-­‐atacar	
  os	
  processos	
  do	
  sistema	
  
imune:	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  -­‐	
  	
  	
  Influenciar	
  a	
  qualidade	
  da	
  sua	
  própria	
  vida;	
  
-­‐ Estar	
  em	
  controle	
  da	
  sua	
  vida	
  e	
  das	
  opções	
  de	
  tratamento;	
  
-­‐ Ter	
  suporte	
  da	
  familiar	
  e	
  medico;	
  
-­‐ Ter	
  um	
  sistema	
  forte	
  de	
  crenças;	
  
-­‐ Ter	
  e	
  usar	
  o	
  senso	
  de	
  humor;	
  
-­‐ Se	
  exercitar	
  apropriadamente.	
  
	
  
Quando	
   esses	
   comportamentos	
   estimulam	
   o	
   sistema	
   imune,	
   eles	
  
também	
  estimulam	
  fatores	
  que	
  melhoram	
  o	
  estado	
  da	
  dor.	
  
	
  
“Qual	
  é	
  o	
  oposto	
  de	
  uma	
  resposta	
  de	
  estresse?”	
  
“É	
  uma	
  risada	
  calorosa	
  em	
  um	
  lugar	
  seguro	
  com	
  amigos”.	
  	
  
	
  
3.9	
  -­‐	
  Estratégias	
  de	
  movimento	
  
	
  
Aprendemos	
  que	
  o	
  cérebro	
  produz	
  dor	
  para	
  te	
  motivar	
  a	
  escapar.	
  O	
  
cérebro	
   também	
  usa	
  os	
  músculos	
  para	
   te	
   ajudar	
  a	
   fazer	
   isso.	
   Isso	
   é	
  
ótimo	
   a	
   curto	
   prazo,	
   fazendo	
   você	
   imediatamente	
   correr	
   ou	
   lutar	
  
usando	
   seus	
   grandes	
   músculos.Esses	
   músculos	
   são	
   os	
   mais	
  
adequados	
  para	
  fazer	
  esse	
  trabalho	
  porque	
  eles	
  podem	
  produzir	
  uma	
  
força	
  grande,	
  particularmente	
  porque	
  eles	
  cruzam	
  mais	
  do	
  que	
  uma	
  
articulação	
  e	
  podem	
  se	
  encurtar	
  bastante.	
  
	
  
A	
   longo	
  prazo,	
   a	
  ativação	
  desses	
  músculos	
  não	
  é	
   inteligente	
  porque	
  
eles	
  não	
  são	
  projetados	
  para	
  ficarem	
  em	
  prontidão	
  constante.	
  Como	
  
uma	
   regra	
   geral,	
   quando	
   esses	
   músculos	
   ficam	
   ativos	
   por	
   muito	
  
tempo,	
   tendem	
   a	
   contrair	
   e	
   encurtar.	
   Depois	
   eles	
   tendem	
   a	
   ficar	
  
rígidos:	
   produzem	
   acido	
   lático,	
   ombros	
   ficam	
   doloridos,	
   dor	
   nas	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   35	
  
costas	
   sobem	
   pela	
   sua	
   coluna,	
   dor	
   no	
   pescoço	
   se	
   espalha	
   pela	
   sua	
  
nuca	
  e	
  pelos	
  seus	
  olhos.	
  
	
  
Alteração	
   na	
   atividade	
   dos	
   músculos	
   podem	
   ser	
   particularmente	
  
importantes	
  quando	
  associada	
  a	
  dor	
  da	
  coluna.	
  Por	
  exemplo,	
  dor	
  na	
  
coluna	
  pode	
  causar	
  mudanças	
  na	
  atividade	
  nos	
  músculos	
  do	
  tronco.	
  
As	
  mudanças	
   provavelmente	
   ajudam	
  o	
   cérebro	
   segurar,	
   enrijecer	
   o	
  
tronco.	
  No	
  entanto,	
  atividade	
  muscular,	
  as	
  vezes	
  não	
  volta	
  ao	
  normal	
  
mesmo	
  quando	
  a	
  dor	
  eventualmente	
  se	
  resolver.	
  Essa	
  falha	
  em	
  voltar	
  
ao	
   normal	
   tem	
   um	
   custo:	
   as	
   estruturas	
   da	
   coluna	
   podem	
   ser	
   mais	
  
comprimidas	
  e	
   ter	
  menos	
  controle.	
  Medo	
  ou	
  antecipação	
  a	
  uma	
  dor	
  
pode	
   ser	
   suficiente	
   para	
   não	
   deixar	
   a	
   mudança	
   voltar	
   ao	
   normal.	
  
Parece	
  que	
  o	
  vírus	
  do	
  pensamento	
  tem	
  um	
  efeito	
  em	
  todo	
  o	
  sistema.	
  
	
  
Essas	
  mudanças	
  podem	
  acontecer	
  em	
  diferentes	
  partes	
  do	
  corpo	
  que	
  
estão	
   em	
   risco,	
   ou	
   evitar	
   que	
   partes	
   do	
   corpo	
   se	
   recuperam	
  
normalmente.	
  
	
  
A	
   longo	
   prazo	
   mudanças	
   motoras	
   fazem	
   você	
   se	
   comportar	
  
diferentemente,	
  se	
  segurando,	
  movendo	
  diferentemente	
  e	
  até	
  falando	
  
de	
  forma	
  diferente.	
  Quando	
  esse	
  novo	
  padrão	
  motor	
  é	
  aprendido,	
  ele	
  
pode	
   ter	
   dificuldade	
   de	
   ser	
   revertido.	
   Não	
   é	
   muito	
   difícil	
   	
   notar	
  
alguém	
   que	
   tem	
   uma	
   lesão	
   antiga	
   no	
   braço	
   pela	
   maneira	
   que	
   se	
  
ensaboa,	
   ou	
   notar	
   uma	
   pessoa	
   com	
   uma	
   lesão	
   antiga	
   no	
   tornozelo	
  
pela	
  maneira	
  que	
  sobe	
  escadas.	
  
	
  
Parte	
  4	
  
Educação	
  como	
  ferramenta	
  
	
  
Resumo:	
  
-­‐ Educação	
  e	
  entendimento	
  são	
  críticos	
  para	
  você	
  superar	
  a	
  dor	
  
e	
  retornar	
  sua	
  vida;	
  
-­‐ Um	
   ponto	
   importante	
   é	
   	
   entender	
   porque	
   sua	
   dor	
   não	
   vai	
  
ameaçar	
   você	
   e	
   que	
   seu	
   sistema	
   nervoso	
   agora	
   usa	
   sua	
   dor	
  
para	
   proteger	
   você	
   a	
   todo	
   custo,	
   e	
   não	
   para	
   informar	
   você	
  
sobre	
  uma	
  complicação;	
  
-­‐ Voluntariamente	
   procure	
   atividades	
   que	
   produzem	
  
substancias	
  químicas	
  que	
  reduzem	
  a	
  ameaça	
  
	
  
	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   36	
  
O	
  essencial	
  do	
  manejo	
  da	
  dor	
  
	
  
De	
  tantas	
  ferramentas	
  que	
  não	
  usam	
  medicamentos	
  propostos	
  para	
  o	
  
manejo	
   da	
   dor,	
   existem	
   quatro	
   delas	
   que	
   consistentemente	
   podem	
  
ser	
  uteis.	
  Estão	
   relacionadas	
  ao	
  movimento	
  e	
  ao	
  entendimento	
  e	
   se	
  
necessário	
  elas	
  podem	
  ser	
  combinadas	
  com	
  terapia	
  a	
  curto	
  prazo	
  de	
  
medicamentos.	
  	
  
	
  
Educação,	
  conhecimento,	
  e	
  entendimento	
  oferece	
  os	
  alicerces	
  para	
  a	
  
terapia	
   pelo	
  movimento.	
   Porque	
   fazer	
   atividades	
   que	
   geram	
  dor	
   se	
  
você	
   não	
   entende	
   o	
   porque	
   que	
   elas	
   geram	
   dor?	
   Isso	
   provoca	
  
mecanismos	
   de	
   proteção.	
   Educação,	
   conhecimento,	
   e	
   entendimento	
  
reduz	
  a	
  ameaça	
  associada	
  com	
  a	
  dor.	
  Redução	
  da	
  ameaça	
  tem	
  efeito	
  
positivo	
  em	
  todos	
  os	
  sistemas	
  de	
  impulsos	
  e	
  respostas.	
  
	
  
Movimento	
  não	
  só	
  aumenta	
  a	
  saúde	
  das	
  articulações,	
   tecidos	
  moles,	
  
sistema	
  circulatório	
  e	
  respiratório,	
  ele	
  tem	
  outra	
  função	
  importante.	
  
Movimento	
   com	
   educação	
   é	
   um	
   alimento	
   ao	
   cérebro,	
   porque	
  
estabelece	
   uma	
   representação	
   fina	
   sensorial	
   e	
   motora	
   no	
   cérebro,	
  
ajustando	
  os	
  caminhos	
  do	
  medo	
  e	
  da	
  ignorância.	
  O	
  objetivo	
  é	
  ensinar	
  
a	
   orquestra	
   tocar	
   todos	
   os	
   sons	
   novamente,	
   para	
   voltar	
   sua	
  
criatividade,	
  curiosidade	
  e	
  resiliência.	
  	
  
	
  
Ferramenta	
   1:	
   Educação	
   e	
   entendimento	
   (o	
   primeiro	
  
passo	
  no	
  manejo)	
  
	
  
Nesse	
   momento	
   que	
   você	
   chegou	
  
nessa	
  etapa	
  do	
  livro,	
  e	
  você	
  entende	
  o	
  
que	
   nós	
   estamos	
   dizendo,	
   você	
   vai	
  
saber	
  mais	
   sobre	
   dor	
   do	
   que	
  muitos	
  
profissionais	
  da	
  saúde.	
  A	
  não	
  ser	
  que	
  
os	
  clínicos	
  estejam	
  informados	
  sobre	
  
a	
   ciência,	
   algumas	
   noções	
  
apresentadas	
   aqui	
   podem	
   ser	
   não	
  
familiares	
  para	
  eles.	
  	
  
	
  
Teste-­‐se.	
  O	
  rato	
  tem	
  uma	
  chance	
  de	
  seguir	
  por	
  três	
  rotas.	
  1-­‐	
  uma	
  rota	
  
percorrida	
  muitas	
  vezes	
  da	
  “sem	
  dor,	
  sem	
  ganho”;	
  2-­‐	
  “deixe	
  sua	
  dor	
  
ser	
   seu	
   guia”;	
   3-­‐	
   “a	
   rota	
   menos	
   percorrida”.	
   Qual	
   rota	
   deverá	
   ser	
  
seguida?	
  	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   37	
  
Vamos	
   pensar	
   na	
   rota	
   “sem	
   dor,	
   sem	
   ganho”.	
   Pessoas	
   falam	
   em	
  
passar	
   as	
   barreiras	
   da	
   dor.	
   Nós	
   não	
   suportamos	
   isso,	
   embora	
   para	
  
algumas	
  pessoas	
  não	
  existe	
  malefícios	
  em	
  fazer	
  exercícios	
  vigorosos	
  
desde	
  que	
  eles	
  entendam	
  qual	
  dor	
  é	
  provocada.	
  	
  
Por	
   exemplo,	
   algum	
   desconforto	
   quando	
   você	
   se	
   reabilita	
   de	
   uma	
  
articulação	
  rígida	
  e	
  músculos	
  tensos	
  é	
  provavelmente	
  necessário.	
  
	
  
E	
   em	
   relação	
   a	
   rota	
   “deixar	
   a	
   dor	
   ser	
   seu	
   guia”?	
   Para	
   muitas	
  
pessoas	
   com	
  dor	
   crônica	
   isso	
   não	
   é	
   apropriado.	
   Se	
   você	
   deixar	
   sua	
  
dor	
  ser	
  seu	
  guia	
  você	
  não	
  faria	
  nada.	
  Claro,	
  isso	
  pode	
  ser	
  útil	
  em	
  uma	
  
dor	
   aguda,	
   para	
   você	
   não	
   interferir	
   com	
   o	
   processo	
   de	
   reparação	
  
tecidual.	
  Mas	
  mesmo	
  nessa	
  situação	
  você	
  normalmente	
  não	
  evita	
  dor	
  
a	
  qualquer	
  custo.	
  Deixar	
  a	
  dor	
  ser	
  seu	
  guia	
  normalmente	
  significa	
  que	
  
você	
  está	
  cedendo	
  a	
  ela,	
   fazendo	
  dela	
  seu	
  mestre,	
  encorajando	
  você	
  
ficar	
  amedrontado	
  por	
  ela.	
  Você	
  tem	
  que	
  ter	
  controle.	
  	
  
	
  
Nós	
  pode	
  seguir	
  a	
  terceira	
  rota:	
  entender	
  a	
  dor	
  de	
  uma	
  maneira	
  que	
  
você	
  não	
  fica	
  com	
  medo	
  dela.	
  Essa	
  é	
  a“rota	
  menos	
  viajada”,	
  mas	
  é	
  a	
  
rota	
  da	
  recuperação.	
  	
  
	
  
Aqui	
   estão	
   alguns	
   pontos	
   importantes	
   que	
   nós	
   sabemos	
   sobre	
  
explicando	
  a	
  dor:	
  	
  
	
  
1-­‐ Pessoas	
  sem	
  qualquer	
  treinamento	
  como	
  profissional	
  da	
  saúde	
  
ou	
   biologia	
   podem	
   entender	
   fisiologia	
   da	
   dor,	
   embora	
   alguns	
  
profissionais	
  da	
  saúde	
  achem	
  que	
  não	
  podem.	
  	
  
2-­‐ Aprender	
  sobre	
  fisiologia	
  da	
  dor	
  reduz	
  o	
  valor	
  de	
  ameaça	
  sobre	
  
a	
   dor.	
   Reduzir	
   ameaça	
   vai	
   reduzir	
   a	
   ativação	
   de	
   todos	
   os	
  
sistemas	
  de	
  proteção:	
  simpático,	
  endócrino	
  e	
  motor.	
  Isso	
  pode	
  
restaurar	
  a	
  função	
  imunológica.	
  	
  
3-­‐ Combinando	
  educação	
  de	
  fisiologia	
  da	
  dor	
  com	
  abordagens	
  de	
  
movimento	
   aumenta	
   capacidade	
   física,	
   reduz	
   dor,	
   e	
   aumenta	
  
capacidade	
  de	
  vida.	
  
	
  
Um	
  objetivo	
  de	
  entender	
  fisiologia	
  da	
  dor	
  é	
  facilitar	
  o	
  que	
  se	
  chama	
  
de	
   “aprendizagem	
   profunda”,	
   a	
   qual	
   a	
   informação	
   é	
   retida	
   e	
  
entendida	
   e	
   aplicada	
   aos	
   problemas	
   existentes.	
   Somente	
   aprender	
  
sobre	
   o	
   que	
   fazer,	
   mas	
   não	
   entender	
   o	
   porquê,	
   pode	
   ser	
   um	
  
aprendizado	
  superficial.	
  Ou	
  seja,	
  a	
  informação	
  é	
  lembrada,	
  mas	
  não	
  é	
  
entendida	
  ou	
  integrada	
  com	
  atitudes	
  e	
  crenças.	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   38	
  
Então,	
   entenda	
   o	
   máximo	
   possível	
   sobre	
   o	
   que	
   causa	
   a	
   dor,	
   não	
  
somente	
   o	
   que	
   você	
   deveria	
   fazer	
   com	
   a	
   dor.	
   Lembre	
   –	
   o	
  
conhecimento	
  é	
  o	
  grande	
  libertador.	
  
	
  
Ferramenta	
  2:	
  Sua	
  dor	
  não	
  machuca	
  você	
  
	
  
Teste-­‐se...	
  se	
  você	
  entendeu	
  sobre	
  essas	
  aulas	
  então	
  você	
  será	
  capaz	
  
de	
  entender	
  que	
  “quando	
  eu	
  estou	
  com	
  dor,	
  isso	
  não	
  significa	
  que	
  
eu	
  estou	
  necessariamente	
  me	
  machucando”.	
  	
  
	
  
Você	
  deveria	
  saber	
  que	
  por	
  causa	
  da	
  maneira	
  que	
  o	
  sistema	
  nervoso	
  
e	
   o	
   cérebro	
   funcionam	
   para	
   proteger	
   seus	
   tecidos,	
   nós	
   podemos	
  
confiar	
   que	
   a	
   dor	
   persistente	
   não	
   necessariamente	
   reflete	
   uma	
  
condição	
   dos	
   tecidos.	
   Então,	
   se	
   sua	
   dor	
   já	
   persiste	
   por	
  mais	
   tempo	
  
que	
   os	
   tecidos	
   levam	
   para	
   se	
   reparar,	
   então	
   o	
   aumento	
   da	
   dor	
   na	
  
necessariamente	
  significa	
  que	
  você	
  tem	
  uma	
  nova	
  complicação.	
  	
  
Da	
   mesma	
   maneira,	
   dores	
   recorrentes	
   são	
   frequentemente	
   para	
  
proteger.	
   Se	
   você	
   tem	
   uma	
   dor	
   recorrente	
   por	
   muitos	
   anos,	
   cada	
  
recorrência	
   não	
   significa	
   uma	
   re-­‐lesão	
   de	
   articulações,	
   músculos,	
  
ligamentos	
   ou	
   nervos.	
   Faz	
   mais	
   sentido	
   cientifico	
   concluir	
   que	
   a	
  
recorrência	
   acontece	
  porque	
  alguma	
  dica	
  ou	
   conjunto	
  de	
  dicas	
   está	
  
sendo	
  suficiente	
  para	
  ativar	
  a	
  representação	
  virtual	
  da	
   lesão	
  antiga.	
  
Um	
   pouco	
   como	
   se	
   o	
   cérebro	
   tivesse	
   checando	
   suas	
   condições	
   –	
  
tendo	
  certeza	
  que	
  seu	
  corpo	
  está	
  OK	
  e	
  seguro.	
  Talvez	
  sua	
  orquestra	
  
tenha	
   decidido	
   tocar	
   a	
   melodia	
   da	
   dor	
   para	
   ter	
   certeza	
   dele	
   não	
  
esquecer	
  isso.	
  
	
  
Então,	
  dor	
   nem	
   sempre	
   é	
   igual	
   a	
   um	
  machucado.	
   Simplesmente	
  
uma	
   lembrança	
   	
  disso	
  a	
  cada	
  momento	
  que	
  você	
  está	
  com	
  uma	
  dor	
  
pode	
  ajudar	
  acalmar	
  o	
  sistema;	
  o	
  nome	
  sofisticado	
  desse	
  estratégia	
  é	
  
“auto-­‐conversa”.	
  
	
  
Mas	
  espere!	
  Isso	
  não	
  significa	
  que	
  você	
  tem	
  que	
  sair	
  por	
  ai	
  pulando	
  
de	
   bungee	
   jumping,	
   atravesse	
   a	
   cidade	
   caminhado	
   ou	
   faça	
   uma	
  
maratona.	
  Seu	
  corpo	
  não	
  está	
  preparado	
  para	
  dar	
  um	
  passo	
  tão	
  longo	
  
e	
  seu	
  sistema	
  nervoso	
  ainda	
  sensível	
  vai	
  fazer	
  alguma	
  coisa	
  para	
  você	
  
parra	
  de	
  fazer	
  essas	
  coisas	
  novamente.	
  Na	
  verdade,	
  quando	
  o	
  sistema	
  
nervoso	
   central	
   está	
   realmente	
   desesperado	
   para	
   prevenir	
   você	
   de	
  
complicação,	
   ele	
   pode	
   paralisar	
   seus	
   músculos	
   (chamado	
   choque	
  
espinal)	
  ou	
  faz	
  você	
  desmaiar,	
  vomitar	
  ou	
  qualquer	
  coisa	
  que	
  precisa	
  
ser	
  feito.	
  	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   39	
  
Quando	
   você	
   entender	
   que	
   dor	
   não	
   quer	
   dizer	
   maleficio	
   ou	
  
machucado,	
   nós	
   esperamos	
   que	
   você	
   entenda	
   também	
   porque	
   seu	
  
sistema	
  nervoso	
  não	
  vai	
  deixar	
  você	
  fazer	
  qualquer	
  coisa	
  a	
  mais	
  do	
  
que	
  aumentar	
  gradualmente	
  sua	
  atividade	
  e	
  nível	
  do	
  exercício.	
  	
  
	
  
Um	
  exercício	
  prático:	
  
Vamos	
   supor	
   que	
   você	
   sentou	
   em	
   algum	
   lugar	
   e	
   sentiu	
   dor.	
   Pense	
  
nisso.	
  Pense	
  sobre	
  o	
  que	
  você	
  sabe	
  sobre	
  dor.	
  Pense	
  o	
  que	
  pode	
  ter	
  
acionado	
  os	
  sistemas	
  de	
  alarme.	
  Reflita	
  sobre	
  quais	
  dicas	
  podem	
  ter	
  
dado	
   partida	
   nas	
   áreas	
   de	
   dor	
   no	
   cérebro.	
   Porque	
   a	
   orquestra	
  
começou	
  a	
  melodia	
  da	
  dor	
  embora	
  você	
  não	
  tenha	
  tocado	
  nos	
  tecido?	
  
Conheça	
  sua	
  dor.	
  
	
  
Ferramenta	
  3:	
  Ajuste	
  do	
  ritmo	
  e	
  Exposição	
  gradual	
  
	
  
Movimento	
  é	
  essencial	
  para	
  a	
  saúde	
  de	
  todos	
  os	
  sistemas	
  e	
  processos	
  
do	
  copo.	
  Ela	
  é	
  a	
  primeira	
  função	
  do	
  corpo	
  que	
  é	
  afetada,	
  alterada	
  e	
  as	
  
vezes	
  controlada	
  quando	
  se	
  tem	
  uma	
  dor.	
  
	
  	
  
Os	
   tecidos	
   do	
   corpo,	
   especialmente	
   os	
   músculos,	
   articulações	
   e	
  
nervos	
  foram	
  projetados,	
  e	
  amam	
  atividade.	
  Movimento	
  sempre	
  será	
  
benéfico	
  para	
  os	
  tecidos.	
  Músculos	
  podem	
  ficar	
  mais	
  fortes	
  ao	
  longo	
  
da	
  vida	
  e	
  todos	
  os	
  tecidos	
  podem	
  ficar	
  felizes	
  em	
  poder	
  deslizar	
  com	
  
o	
   movimento.	
   Muitas	
   terapias	
   usam	
   o	
   termo	
   “movimento	
   é	
   loção”.	
  
Existem	
   muitos	
   profissionais	
   habilidosos	
   na	
   reabilitação	
   do	
  
movimento	
  e	
  no	
  preparo	
  dos	
  tecidos.	
  
	
  
Mas	
  se	
  você	
  está	
  com	
  dor	
  por	
  muito	
  tempo,	
  você	
  pode	
  saber	
  que	
  você	
  
precisa	
  de	
  movimento,	
  você	
  realmente	
  quer	
  se	
  mover,	
  mas	
  está	
  preso	
  
na	
  dor.	
  	
  Você	
  precisa	
  ser	
  inteligente	
  aqui:	
  é	
  necessário	
  fazer	
  atividade	
  
de	
  forma	
  inteligente.	
  	
  
	
  
Se	
  você	
  puder	
  entender	
  sua	
  dor,	
  e	
  você	
  souber	
  que	
  ela	
  não	
  machuca	
  
seus	
   tecidos,	
   você	
   pode	
   se	
  mover.	
   Aqui	
   estão	
   os	
   princípios	
   básicos	
  
que	
  você	
  pode	
  usar	
  como	
  guia:	
  	
  
	
  
1-­‐ Decida	
   o	
   que	
   você	
   quer	
   fazer.	
   Se	
   você	
   achar	
   que	
   quer	
   fazer	
  
mais	
   de	
   tudo,	
   isso	
   pode	
   ser	
   tolo.	
   No	
   entanto,	
   comece	
  
escolhendo	
  uma	
  atividade	
  que	
  você	
  particularmentequer	
  fazer	
  
mais,	
   por	
   exemplo	
   ler,	
   caminhar,	
   levantar	
   pesos,	
   trabalhar,	
  
brincar	
  com	
  os	
   filhos,	
  sentar,	
  dormir,	
  dirigir	
  etc.	
  Você	
  poderia	
  
também	
  considerar	
  também	
  o	
  que	
  você	
  precisa	
  fazer	
  mais.	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   40	
  
2-­‐ Ache	
  a	
   sua	
   linha	
  de	
  base:	
  A	
  linha	
  de	
  base	
  é	
  a	
  quantidade	
  de	
  
atividade	
  que	
  você	
  pode	
  fazer	
  e	
  sabe	
  que	
  a	
  dor	
  não	
  vai	
  chegar	
  
ao	
  pico.	
  Pico	
  é	
  o	
  aumento	
  da	
  dor	
  que	
  ocorre	
  normalmente	
  de	
  
repente,	
   que	
   faz	
   você	
   ficar	
   incapacitado	
   por	
   horas,	
   as	
   vezes	
  
dias,	
   e	
   faz	
   se	
   sentir	
   desesperado.	
   Tente	
   conversar	
   com	
   sua	
  
mente:	
  
	
  
Quanto	
  tempo	
  eu	
  posso	
  caminhar	
  antes	
  de	
  ter	
  um	
  pico	
  de	
  dor?	
  
Eu	
   posso	
   caminhar	
   por	
   30	
   minutos,	
   mas	
   eu	
   pago	
   por	
   isso	
   no	
   dia	
  
seguinte.	
  
	
  
Eu	
  posso	
  caminhar	
  por	
  20	
  minutos	
  sem	
  chegar	
  no	
  pico?	
  
Não,	
  eu	
  ainda	
  vou	
  pagar	
  por	
  isso.	
  
	
  
Eu	
  posso	
  caminhar	
  por	
  10	
  minutos	
  sem	
  chegar	
  no	
  pico?	
  
Provavelmente	
  não	
  –	
  definitivamente	
  não.	
  
E	
  caminhar	
  5	
  minutos	
  em	
  um	
  terreno	
  plano?	
  
Provavelmente	
  sim.	
  	
  
	
  
E	
  3	
  minutos	
  no	
  plano?	
  
Definitivamente	
  sim.	
  	
  	
  	
  	
  
	
  	
  	
  
Então,	
   para	
   caminhar,	
   sua	
   linha	
   de	
   base	
   seria	
   3	
   minutos	
   em	
   uma	
  
superfície	
  plana.	
  Você	
  pode	
  fazer	
  esse	
  processo	
  para	
  cada	
  atividade.	
  
Lembre	
  que	
  sair	
  para	
  uma	
  festa	
  ou	
  fazer	
  algo	
  também	
  é	
  atividade.	
  
	
  
3-­‐ Planeje	
   sua	
   progressão.	
  Porque	
  você	
  sabe	
  que	
  “deixar	
  a	
  dor	
  
ser	
   seu	
   guia”	
   e	
   “sem	
   dor,	
   sem	
   ganho”	
   não	
   são	
   os	
   melhores	
  
caminhos	
   para	
   escolher,	
   você	
   precisa	
   planejar	
   sua	
   linha	
   de	
  
base.	
   Seja	
   gentil	
   com	
   você	
   mesmo.	
   Veja	
   o	
   exemplo	
   de	
   cima,	
  
você	
  poderia	
  planejar	
  caminhar	
  um	
  pouquinho	
  a	
  mais	
  cada	
  dia	
  
na	
   próxima	
   semana	
   –	
   3	
   minutos,	
   4,	
   5...	
   Frequentemente	
   o	
  
tempo	
   é	
   uma	
   boa	
   medida.	
   Ajustar	
   um	
   alarme	
   para	
   o	
   seu	
  
período	
   pre-­‐pragramado	
   permite	
   você	
   se	
   beneficiar	
   contra	
  
distrações	
  (exemplo:	
  ler	
  um	
  bom	
  livro)	
  sem	
  exceder	
  o	
  limite	
  e	
  
chegar	
   no	
   pico.	
   Quando	
   você	
   planeja	
   de	
   antemão,	
   você	
   vai	
  
completar	
  a	
  quantidade	
  de	
  atividade	
  e	
  vai	
  sentir-­‐se	
  realmente	
  
bem.	
  Não	
  caia	
  na	
   tentação	
  de	
  mudar	
  o	
  plano	
  e	
   ir	
   além.	
   Isso	
  é	
  	
  
uma	
  armadilha.	
  Um	
  passo	
  de	
  cada	
  vez	
  –	
  seja	
  paciente.	
  	
  
4-­‐ Não	
   chegue	
   no	
   pico,	
   mas	
   não	
   se	
   desespere	
   se	
   você	
   chegar!	
  
Porque	
  o	
  sistema	
  de	
  alarme	
  está	
  sensível,	
  é	
  muito	
  difícil	
  evitar	
  
completamente	
  o	
  pico.	
  Se	
  você	
  chegar	
  no	
  pico,	
  não	
  de	
  para	
  você	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   41	
  
um	
  momento	
  de	
  estresse	
  ou	
  um	
  momento	
  difícil!	
  Lembre	
  que	
  
ao	
   chegar	
   no	
   pico,	
   seu	
   sistema	
   de	
   alarme	
   está	
   tentando	
  
proteger	
   você.	
  Quando	
  você	
   chega	
  no	
  pico,	
   pode	
   ser	
   tentador	
  
desistir,	
  esquecer	
  o	
  que	
  você	
  sabe	
  sobre	
  dor,	
  e	
  procurar	
  alguma	
  
ajuda	
   radical	
   mas	
   inapropriada	
   de	
   tratamento	
   que	
   visa	
  
“consertar	
  você	
  rapidamente”.	
  Não	
  desista	
  –	
  seja	
  persistente.	
  
5-­‐ É	
  um	
  estilo	
  de	
  vida.	
  Em	
  um	
  curto	
  prazo	
  você	
  terá	
  que	
  planejar	
  
sua	
   vida	
   um	
   pouco	
  mais.	
   Você	
   vai	
   se	
   beneficiar	
   em	
   procurar	
  
“atividade	
  	
  felizes	
  ou	
  prazerosas”,	
  porque	
  sabe-­‐se	
  que	
  elas	
  tem	
  
efeitos	
  positivos	
  no	
  sistema	
  de	
  alarme	
  e	
  nas	
  áreas	
  de	
  partida	
  da	
  
dor	
  no	
  cérebro.	
  Escolha	
  atividades	
  divertidas	
  se	
  você	
  puder,	
  ou	
  
faça	
   atividades	
   com	
   pessoas	
   divertidas,	
   ou	
   com	
   sua	
   musica	
  
preferida.	
   Desafie	
   algumas	
   atividades	
   que	
   você	
   tenha	
   medo	
  
quando	
  você	
  ficar	
  mais	
  confiante.	
  	
  
	
  
Nós	
   sabemos	
  que	
   isso	
  parece	
   simples.	
  No	
   entanto,	
   se	
   você	
   tem	
  dor	
  
por	
  longo	
  tempo	
  você	
  vai	
  saber	
  como	
  é	
  difícil	
  isso.	
  Esse	
  processo	
  faz	
  
algo	
  muito	
  complexo	
  no	
  seu	
  cérebro.	
  No	
  entanto,	
  nós	
  sabemos	
  que	
  se	
  
você	
   seguir	
   esses	
   princípios	
   você	
   vai	
   gradualmente	
   retornar	
   a	
   sua	
  
vida	
  normal	
  e	
  superar	
  sua	
  dor.	
  
	
  
Essa	
   figura	
  
da	
  
montanha	
  é	
  
uma	
   boa	
  
maneira	
   de	
  
entender	
   a	
  
relação	
  
entre	
   sua	
  
dor,	
   as	
  
mudanças	
  
do	
   sistema	
   nervoso	
   que	
   ocorrem	
   com	
   a	
   dor	
   persistente,	
   e	
   as	
  
atividades	
   de	
   re-­‐treinamento	
   do	
   cérebro	
   do	
   ajuste	
   do	
   ritmo	
   e	
  
exposição	
  gradual.	
  
	
  
(TT)	
  A	
  linha	
  antiga	
  de	
  tolerância	
  do	
  tecido	
  
Antes	
   da	
   sua	
   dor	
   começar,	
   seus	
   tecidos	
   estavam	
   em	
   forma	
   e	
  
saudáveis.	
  Existia	
  uma	
  quantidade	
  de	
  atividade	
  que	
  você	
  podia	
  fazer	
  
antes	
  dos	
   seus	
   tecidos	
   falharem	
  de	
   alguma	
  maneira.	
  Muitos	
   tecidos	
  
sao	
  comprometidos	
  quando	
  alcançam	
  a	
  linha	
  de	
  tolerância	
  do	
  tecido	
  
muito	
   rapidamente	
   (exemplo:	
  queda,	
   levantar	
  um	
  peso,	
   acidente	
  de	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   42	
  
carro).	
   As	
   vezes,	
   essa	
   linha	
   é	
   alcançada	
   vagarosamente	
   enquanto	
  
você	
  está	
  distraído	
  (exemplo:	
  trabalhando	
  ou	
  treinando).	
  
	
  
(LPD)	
  Linha	
  de	
  proteção	
  da	
  dor	
  
Sensores	
   de	
   ameaça	
   são	
   ativados	
   antes	
   de	
   uma	
   complicação	
   nos	
  
tecidos	
  acontecer	
  e	
   seu	
  cérebro	
  é	
  alarmado.	
  Normalmente,	
   as	
  áreas	
  
de	
  ignição	
  da	
  dor	
  são	
  ativadas,	
  a	
  assinatura	
  da	
  dor	
  é	
  produzida	
  e	
  dói.	
  
Dor	
  motiva	
   você	
   a	
   parar	
   ou	
  mudar	
   de	
   atividade	
   para	
   tirar	
   os	
   seus	
  
tecidos	
  de	
  perigo.	
  Um	
  ótimo	
  sistema.	
  Você	
  poderia	
   ir	
  além	
  ou	
  subir	
  
mais	
  alto,	
  mas	
  é	
  perigoso.	
  	
  
	
  
(NTT)	
  A	
  nova	
  linha	
  de	
  tolerância	
  dos	
  tecidos	
  
Olhe	
  para	
  a	
  montanha	
  da	
  direita.	
  Se	
  você	
  tem	
  dor	
  há	
  algum	
  tempo,	
  a	
  
linha	
   muda.	
   Seus	
   tecidos	
   não	
   são	
   como	
   eram	
   anteriormente.	
  
Especialmente	
  se	
  eles	
  tem	
  uma	
  lesão.	
  Embora	
  os	
  tecidos	
  possam	
  ser	
  
reparados,	
   eles	
   não	
   tem	
   o	
  mesmo	
   desempenho.	
  Mais	
   importante,	
   é	
  
que	
  você	
  não	
  tem	
  usado	
  os	
  tecidos	
  tento	
  ou	
  da	
  mesma	
  maneira	
  desde	
  
que	
   a	
   dor	
   começou.	
   Eles	
   estão	
   descondicionados,	
  mais	
   fracos,	
  mais	
  
fatigados.	
  Essa	
  é	
  uma	
  das	
  razoes	
  que	
  você	
  não	
  deveria	
  exagerar	
  com	
  
dor,	
  aumentar	
  os	
  analgésicos	
  ou	
  escalar	
  uma	
  montanha	
  enorme,por	
  
exemplo.	
  	
  
	
  
(NLPD)	
  Nova	
  linha	
  de	
  proteção	
  da	
  dor	
  
Seu	
   sistema	
   de	
   alarme	
   e	
   as	
   áreas	
   de	
   ignição	
   da	
   dor	
   estão	
  
sensibilizados.	
  Você	
  tem	
  dor	
  em	
  níveis	
  muito	
  baixos	
  de	
  atividades	
  –	
  
talvez	
  todo	
  o	
  tempo.	
  Seu	
  cérebro	
  está	
  realmente	
  tomando	
  cuidado	
  de	
  
você.	
  Note	
  o	
  tamanho	
  da	
  proteção	
  entre	
  o	
  inicio	
  da	
  dor	
  e	
  o	
  nova	
  linha	
  
de	
   tolerância	
   dos	
   tecidos.	
   Se	
   você	
   progredir	
   vagarosamente,	
   será	
  
impossível	
  ter	
  uma	
  nova	
  lesão	
  dos	
  tecidos	
  porque	
  vai	
  doer	
  tanto	
  que	
  
nem	
  mesmo	
  vai	
  chegar	
  perto	
  dessa	
  linha.	
  
	
  
FUL	
  –	
  Linha	
  do	
  pico	
  (nível	
  que	
  incapacita	
  você	
  por	
  dor	
  nas	
  próximas	
  
horas	
  ou	
  dias)	
  
BL	
  –	
  A	
  linha	
  de	
  base	
  de	
  onde	
  começa	
  atividade	
  
	
  
E	
   agora	
   planeje	
   seu	
   treino.	
   Vamos	
   caminhar	
   pela	
   primeira	
   das	
  
pequenas	
  montanhas	
  da	
  figura	
  abaixo.	
  
	
  
www.mapadador.com.br	
  
Rodrigo	
  Rizzo	
  
	
  
	
   43	
  
	
  
A. Comece	
  abaixo	
  da	
  linha	
  do	
  pico	
  (FUL),	
  gradualmente	
  aumente	
  
sua	
  atividade,	
  planejando	
  os	
  avanços	
  das	
  etapas:	
  	
  “sempre	
  faça	
  
mais	
  que	
  você	
  fez	
  ontem,	
  mas	
  não	
  muito”.	
  
B. A	
  linha	
  de	
  pico	
  (FUL)	
  vai	
  vagarosamente	
  subir	
  com	
  seu	
  nível	
  de	
  
treino	
   (porque	
   você	
   está	
   treinando	
   seu	
   cérebro,	
   reduzindo	
   a	
  
ameaça	
  percebida,	
  acessando	
  o	
  corpo	
  virtual	
  de	
  uma	
  maneira	
  
não	
  ameaçadora).	
  
C. A	
   linha	
   de	
   proteção	
   da	
   dor	
   vai	
   vagarosamente	
   subir	
   –	
   a	
  
sensibilidade	
  do	
  sistema	
  reduz.	
  	
  	
  
D. A	
  linha	
  de	
  tolerância	
  dos	
  tecidos	
  vai	
  também	
  subir	
  –	
  essa	
  é	
  uma	
  
das	
   incríveis	
  propriedades	
  de	
  seres	
  altamente	
  adaptáveis	
  –	
  os	
  
tecidos	
   ficam	
   mais	
   fortes,	
   mais	
   condicionados,	
   com	
   melhor	
  
controle.

Mais conteúdos dessa disciplina